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INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Curso de Pós-Graduação em Gestão Empresarial
A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA O BOM RESULTADO DE UMA EQUIPE COMERCIAL
Fábio Nunes Paulo Cortines Laxe
Fev. 2010
FÁBIO NUNES PAULO CORTINES LAXE Matrícula t205506
Aluno do curso de pós-graduação em Gestão Empresarial do Instituto a Vez do Mestre
A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA O BOM RESULTADO DE UMA EQUIPE COMERCIAL
Trabalho realizado como pesquisa monográfica para conclusão do curso de pós-graduação em Gestão Empresarial do Instituto a Vez do Mestre.
Rio de Janeiro, 2010.
SUMÁRIO
Resumo ________________________________________________________05
Introdução ______________________________________________________06
Capítulo I – Metodologia ___________________________________________08
Capítulo II Motivação em organizações comerciais ____________________ 09
2..1 - As organizações e as pessoas ___________________________ 09
2.2 - A necessidade de administradores nas organizações __________ 10
2.3 - Motivação ___________________________________________ 12
2.3.1 - Teorias da motivação _____________________________ 13
2.3.2 - As Behavioristas e a motivação _____________________ 15
2.3.3 - Os Cognitivistas e a motivação ______________________ 15
2.3.4 - A psicanálise ___________________________________ 16
2.3.5 - Fatores higiênicos ________________________________ 17
2.3.6 - A teoria das necessidades de Maslow ________________ 17
2.4.- Ciclo da motivação ______________________________________19
2.4.1.- Motivação para a realização ________________________ 21
2.4.2.- Motivação por afiliação ____________________________ 21
2.4.3.- Motivação para a competência ______________________ 21
2.4.4.- Motivação para o poder ___________________________ 22
2.5.- Motivação x Resultado ___________________________________22
2.5.1 – Estilos de comportamento motivacional_______________22
2.5.1.1 – Orientação participativa__________________22
2.5.1.2 – Orientação para a ação _____________________23
03
2.5.1.3 – Orientação para a manutenção______________23
2.5.1.4 – Orientação para a conciliação_________________23
2.5.2 – Fatores da falta de motivação nos vendedores_________________24
2.5.3 - Fatores que proporcionam motivação nos vendedores______________25
2.5.3.1 - Reuniões de vendas ou convenções __________26
2.5.3.2 - Concursos _______________________________26
2.5.3.3 - Plano de carreira __________________________27
Capítulo III – Conclusão __________________________________________ 28
Referência _____________________________________________________ 30
04
05
RESUMO
No contexto mercadológico, a atividade de vendas desempenha papel de
vital importância. Além da necessidade de integração com as demais atividades
de comercialização para atingir os objetivos visados, o contato diário com os
clientes da empresa é frequentemente feito através dos vendedores, que,
mediante a comunicação pessoal, ajudam a formar a imagem que a empresa
deseja projetar.
O trabalho e o sucesso dos vendedores refletem, em grande parte, as
orientações dadas pela administração, que, com uma série de atitudes e
procedimentos, influencia a atividade desses profissionais.
Uma das principais atividades do trabalho de um administrador de vendas
é a manutenção da motivação dos vendedores. Mesmo que o processo de
contratação seja dos melhores, decorrente de seleção cuidadosa e bem feita, se
não houver possibilidade de manter a equipe motivada, será difícil obter bons
resultados. A motivação é um impulso que leva os vendedores a trabalhar com
entusiasmo, vontade e garra. Em vendas estas condições são imprescindíveis
para o sucesso.
06
INTRODUÇÃO
Esta monografia tem como objetivo tratar da motivação na área comercial .
Pretendendo mostrar como a motivação influencia no desempenho e rendimento
destas equipes.
Este estudo se justifica porque compreender a motivação humana tem sido
um desafio para muitos administradores e até mesmo psicólogos.
Várias pesquisas têm sido elaboradas e diversas teorias têm tentado explicar o
funcionamento desta força que leva as pessoas a agirem em prol do alcance de
objetivos. Analisando as enquetes a respeito do assunto percebemos que existe
ainda muita confusão e desconhecimento sobre o que é e o que não é motivação.
Vemos ainda que a motivação é quase sempre relacionada com desempenho
positivo.
Muitas vezes, uma pessoa sente-se levada a fazer algo para evitar uma
punição ou para conquistar uma recompensa. A iniciativa para a realização da
tarefa não partiu da própria pessoa, mas de um terceiro, que a estimulou de
alguma forma para que ela se movimentasse em direção ao objetivo pretendido. A
pessoa não teria caminhado em direção ao objetivo caso não houvesse a punição
ou a recompensa. As pessoas podem, também, agir levadas por um impulso
interno, por uma necessidade interior. Neste caso, existe vontade própria para
alcançar o objetivo, existe motivação, que pode ser transformada em movimento
permanente por meio de uma determinada estimulação.
Aliás, é isso que as organizações produtivas buscam. Porém, na maioria
das vezes, o que se vê é a aplicação de técnicas de estimulo ao movimento
imediatista. O movimento é uma situação passageira. Só dura enquanto
persistirem os estímulos que o geraram. Além disso, a eliminação dos estímulos
normalmente provoca insatisfação e um comportamento indesejável.
Neste sentido, faz-se necessária a presença da motivação nas instituições
comerciais, não só motivação dos vendedores, mas também motivação de
gestores e profissionais envolvidos no processo, a fim de obter melhores
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resultados. Equipes motivadas, mostram melhores desempenhos; gestores
motivados, demonstram maior envolvimento.
Para o desenvolvimento desta pesquisa, optou-se pela pesquisa
bibliográfica. A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de
referências teóricas publicadas, buscando conhecer e analisar as contribuições
culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto,
tema ou problema.
Portanto, um estudo aprofundado sobre a influência de ações
motivacionais no resultado geral das empresas será fundamental na mudança da
visão e do trato dos gestores comerciais junto as suas equipes.
Então, o presente estudo visa discutir a relevante importância da motivação
na obtenção de resultados positivos, bem como apontar seus principais estilos
comportamentais nas equipes comerciais de indústrias alimentícias que atuam no
canal distribuidor do Estado do Rio de Janeiro.
CAPÍTULO I
1 – METODOLOGIA
A pesquisa é do tipo bibliográfico, com natureza de resumo de assunto.
A pesquisa foi desenvolvida e elaborada com análise e interpretação de
livros, sites de internet, artigos científicos, sobre assuntos de administração de
vendas, psicologia, motivação, gestão empresarial.
Os dados serão tratados através de análise descritiva.
CAPÍTULO II
2– MOTIVAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES COMERCIAIS
2.1 – As organizações e as pessoas
Uma organização é uma combinação intencional de pessoas e de
tecnologia para atingir um determinado objetivo. Uma empresa é uma
organização. Também o é uma divisão, um departamento ou seção dentro de
uma organização maior. Pessoas, dinheiro e materiais compõem os recursos que
ingressam na organização. Bens e serviços saem das organizações. Entre estas
entradas e saídas, recursos são transformados para criação de excedentes. (Nas
empresas, estes excedentes são normalmente chamados de lucros). Os
excedentes ajudam a assegurar a continuidade das organizações.
Toda a organização tem três partes básicas: pessoas, tarefas e
administração. A administração inclui o planejamento, organização, liderança e
controle do desempenho das pessoas, organizadas para a tarefa. Outro ponto
fundamental sobre as organizações é que elas existem dentro de um meio
ambiente. Todas operam dentro de um ambiente que inclui fornecedores,
clientes e concorrentes, bem como uma grande variedade de condições legais,
econômicas, sociais e tecnológicas. (Hampton, p.96, 1980)
Apesar da forte tendência a considerar-se a realização sobre o enfoque
individual, a verdade é que a grande maioria das realizações que ocorrem na
sociedade moderna só ocorre porque "as pessoas em grupo" se envolvem em
"projetos comuns". De fato, nossa sociedade desenvolveu-se graças à criação de
organizações especializadas que fornecem os bens e serviços de que ela precisa.
10
É duvidoso que o esforço de uma pessoa isolada pudesse fazer muita coisa
dentro de nossa sociedade. Na realidade, estamos numa "sociedade
organizacional", onde as organizações, especialmente as grandes, são as
"principais realizadoras". A primeira justificativa para a existência de organizações
é a de que certas metas só podem ser alcançadas mediante a ação convergente
de grupos de pessoas. Neste sentido, qualquer que seja a meta (obtenção de
lucro, educação, religião, saúde, eleição de um candidato ou construção de um
estádio de futebol), as organizações se caracterizam por um comportamento
voltado para determinada meta ou para um objetivo. Isto é, perseguem metas e
objetivos que podem ser alcançados de moda mais eficaz e eficiente pela ação
conjunta de indivíduos.
As organizações são instrumentos vitais da sociedade. Suas realizações
nos campos da indústria, educação, saúde e interesses nacionais resultaram em
enormes aumentos do padrão de vida e do poder de influência mundial. A própria
grandeza das organizações com que tratamos no dia-a-dia deveria ilustrar, para
cada um de nós, o vasto poder econômico, social e político que possuem
separadamente. Mas as organizações são muito mais que meros instrumentos
para produção de bens e serviços. Elas criam também o ambiente em que a
maioria de nós para a vida e, neste sentido, tem uma grande influência sobre o
comportamento humano.
2.2 – A necessidade de administradores nas organizações
Afirmamos que nossa sociedade desenvolveu-se mediante a criação de
organizações especializadas, capazes de fornecer os bens e serviços de que ela
necessita. Todas essas organizações são guiadas pelas decisões de uma ou
mais pessoas que chamamos de administradores. Os administradores alocam
recursos escassos para fins alternativos e freqüentemente competitivos. São eles
que determinam a relação meio-fim. Têm autoridade (delegada pela sociedade) e
responsabilidade (aceita por eles) de construir ou destruir cidades, fazer a paz ou
a guerra, purificar ou poluir o ambiente. Estabelecem as condições relacionadas
aos cargos, rendas, produtos, serviços, proteção, saúde e conhecimento. Os
administradores, como as organizações, estão difundidos por toda a sociedade.
11
Seria muito difícil achar alguém em nossa sociedade que não é
administrador nem esteja sujeito às decisões de um administrador.
Se nossa sociedade tem grande necessidade de organizações bem
administradas, concluímos que os administradores são um recurso social muito
importante. Como acontece no caso das organizações, cada um de nós sabe
alguma coisa sobre administração, devido aos contatos diários com as várias
organizações ou com os gerentes de tais organizações. Aqui também nossas
experiências podem ser boas ou más e nossas atitudes com relação aos
administradores, positivas ou negativas. Infelizmente, embora saibamos um
pouco de administração, na prática operamos de modo ineficiente. Isto se torna
patente quando comparamos nossos planos otimistas de ontem com as
realizações reais de hoje.
Por mais importante que a boa administração seja para o indivíduo, seu
valor real está mais ligado às organizações, vitais para a sociedade. O fato líquido
e certo é que as organizações precisam de administradores. Organizações
eficientes são hoje mais importantes do que nunca, em nossa sociedade. Devido
à complexidade crescente da sociedade e ao tamanho cada vez maior das
organizações, as decisões administrativas individuais têm grande repercussão na
sociedade. Consideremos os problemas que nossa sociedade enfrenta no tocante
à saúde ou à energia e os problemas contínuos relativos aos custos enormes e a
outras ineficiências nos contratos governamentais dos Estados e da federação.
Cada um desses problemas ajuda-nos a recordar as necessidades críticas da
sociedade com relação a administradores eficientes.
São três as características comuns a todas as organizações:
comportamento, estrutura e processos.
É evidente que se pode pensar numa organização em termos de estrutura
e forma, sem considerações sobre pessoas. Realmente, a organização "ideal" dos
primeiros teóricos da administração foi concebida sem que houvesse
considerações específicas sobre as pessoas. Eles julgavam importante montar
uma organização que estivesse plenamente apta à consecução de suas metas.
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As pessoas deveriam ajustar-se ao plano ou aos designs logo que este surgisse.
A principal crença dos autores modernos é a de que o comportamento humano é
importante para a eficácia de qualquer organização. As pessoas são recursos
comuns a todas as organizações. Não existe uma organização "sem pessoas". (
Gibson, p.117, 1981)
2.3- Motivação
Etimologicamente, a palavra motivo vem do latim “movere”, movimentar
aquilo que faz mover, em conseqüência motivar significa provocar movimento.
A motivação deve necessariamente levar a um estado de satisfação pelo
atendimento do estado de carências latentes. Por exemplo, a carência de afeto
faz com que a pessoa organize seu comportamento de tal forma a conseguir a
afeição que lhe falta.
Tão logo essa necessidade for atendida, surge outra que não tenha sido
suprida com a função de reorganizar as ações da pessoa em outra direção.
“Um motivo é um concretamente – ele não é observável,
‘não existe’ efetivamente, mas é ‘criado’ pela pessoa para
explicar a razão ou a necessidade que ela tem de fazer
algo, de agir de uma determinada maneira. A função dos
motivos é explicar aqueles comportamentos que deixam
reconhecer a perseguição de um objetivo, existindo tantos
motivos diferentes quanto categorias de relações entre os
indivíduos e o meio ambiente.” (WINTERSTEIN).
Estudos comportamentalistas sobre a motivação dão ênfase no controle
educacional, referindo-se ao tipo de reforço que se dá para uma pessoa. Oferecer
algo interessante como resposta a um comportamento adequado é capaz de
motivar, mantendo inclusive, a freqüência deste mesmo comportamento.
13
De outro lado, há contestação sobre o Comportamentalismo, definindo-o
como um método limitador, tendo em vista uma resposta comportamental que
ocorre apenas mediante uma proposta de reforço. Portanto, defende-se a idéia de
estimular o ser humano de forma intrínseca, ou seja, de dentro para fora. Desta
forma, não se cria a limitação imposta por reforços externos.
Motivar para a qualidade, portanto, está na base do ser humano, na sua essência.
Naturalmente, e em combinação com objetivos comuns, é possível haver espaço
para novos projetos, além de assegurar eficácia nos resultados.
A motivação para o comprometimento das pessoas a um programa de
Qualidade Total encontra-se mais no fundo do que na forma.
Os novos tempos demandam mudanças na gestão das pessoas. Novos conceitos
como a visão holística, devem fazer parte da cultura organizacional. O ser
humano precisa encontrar o seu verdadeiro espaço na dimensão profissional. Ele
deve sentir a sensação de pertencimento no todo. Para tanto, a liderança deve se
preparar para servir, e não apenas ser servida. Os líderes atuam como
facilitadores, que percebem as individualidades de seus seguidores, canalizando-
as em prol da equipe, que por sua vez, dirige a sua energia partilhada para o todo
da organização.
Estimula-se o desenvolvimento motivacional contando com a força
intrínseca e extrínseca. Percebe-se o corpo e a alma das pessoas. A sua
totalidade é bem vinda na vida profissional.
2.3.1 - Teorias da Motivação
O estudo da motivação no trabalho é o foco central do nosso debate sobre
a motivação humana e as organizações. As teorias da motivação tratam das
forças propulsoras do indivíduo para o trabalho e estão normalmente associadas
à produtividade e ao desempenho, despertando o interesse de dirigentes.
Desta forma, o crescimento dos estudos da motivação para o trabalho se
dá pela possibilidade de atender o sonho dos dirigentes de criar um motor
propulsor, um combustível que mantenha o homem trabalhando, conforme as
expectativas da organização.
14
Executivos e chefes gostariam de ver seus funcionários motivados e
integrados com os objetivos da empresa de forma a atingir o máximo de
produtividade. Ao perder o sentido do trabalho com sua crescente divisão, as
teorias motivacionais têm se transformado em sucedâneos na busca da
motivação. A busca de teorias perde o foco no homem. Os indivíduos se tornam
um meio para a busca dos fins definidos pela organização devido ao uso de
padrões organizacionais de motivação. O indivíduo passa a ser instrumentalizado.
Para Sievers (1998) A fragmentação do trabalho nas organizações produtivas e a
alienação daí decorrente levaram muitas pessoas que trabalham nas
organizações contemporâneas a aceitarem como absolutamente normal
desempenhar atividades que não fazem o menor sentido. (...)
A motivação do empregado só se tornou uma questão organizacional porque o
próprio trabalho, pela excessiva fragmentação, perdeu o sentido. As teorias
motivacionais têm procurado oferecer aos gerentes os corantes e aromatizantes
artificiais para tornar tolerável uma atividade que já não faz sentido.
Podem-se separar as teorias de motivação em grande correntes, que se
diferenciam quanto à visão do que seria a força propulsora para o trabalho. Estas
correntes seriam: os etnologistas, que sugerem ser a conduta instintiva de cada
espécie animal e a busca por adaptação ao meio a maior motivação para a ação,
inclusive dos homens; os behavioristas, que acreditam que a força propulsora são
os estímulos externos através do processo de aprendizagem; os cognitivistas, que
acreditam que a motivação depende da representação que os indivíduos
possuem do meio, o que inclui um conjunto complexo de fatores como percepção,
pensamento, valores, expectativas e aprendizagem; a psicanálise, que enfatiza as
motivações inconscientes derivadas de pulsões biológicas e experiências
passadas, principalmente durante a infância; e um grupo de teóricos que
procuram compreender o ser humano na sua vivência concreta, evitando assim
os reducionismos.
No sentido de melhor compreender a relação existente entre a motivação
humana e as organizações abordaremos nesta seção as teorias da motivação
mais freqüentemente utilizadas pelos teóricos da administração.
15
2.3.2 - Os Behavioristas e a Motivação
Tanto os behavioristas, quanto os cognitivistas, desenvolveram uma teoria
na qual a motivação fundamenta-se no princípio do hedonismo, que afirma que os
indivíduos buscam o prazer e afastam-se do sofrimento. Acreditam que as
pessoas se comportam de forma a maximizar certos tipos de resultados de suas
ações, ou seja, dão ênfase à aprendizagem. Sua abordagem é histórica porque o
que motiva o comportamento são as conseqüências dos efeitos produzidos pelo
comportamento passado dos indivíduos.
O pressuposto fundamental dos behavioristas, que os diferencia dos
cognitivistas, é que a força que conduz o comportamento motivado está fora da
pessoa, nasce de fatores extrínsecos que são soberanos a sua vontade. Desta
forma, para os behavioristas existe uma ligação necessária entre o estímulo
externo e a resposta comportamental. Trata-se de uma espécie de acomodação
do organismo vivo às modificações operadas no meio ambiente.
Assim, pelo reforço, ou recompensa, a motivação passa a ser vista como
um comportamento reativo, que leva ao movimento. Conforme apontado por
Bergamini (1990): "a motivação passa a ser compreendida como um esquema de
ligação Estímulo-Resposta (...) e que o homem pode ser colocado em movimento
por meio de uma seqüência de hábitos que são o fruto de um condicionamento
imposto pelo poder das forças condicionantes do meio exterior".
A teoria behaviorista pode representar de certa forma, um perigo ao se
chegar indevidamente à percepção de que o homem está verdadeiramente
motivado, quando na verdade está apenas alterando seu comportamento,
reagindo ao meio exterior e se movimentando. Assim, a crença de que se pode
dirigir o comportamento das pessoas a partir de uma programação controlada,
independente de suas vontades, ameaça o sentido da identidade pessoal definido
e mantido ao longo de toda a vida.
2.3.3 - Os Cognitivistas e a motivação
16
Os cognitivistas, ao contrário dos behavioristas, acreditam que os
indivíduos possuem valores, opiniões e expectativas em relação ao mundo que os
rodeia e que assim também são direcionados em seus comportamentos, só que
desta vez, baseados nas representações internas. Isto é, os indivíduos possuem
representações internalizadas do seu ambiente que envolve os processos de
percepção, pensamento, e aprendizagem. De acordo com estas representações
os indivíduos formam objetivos e lutam para atingi-los. Segundo Motta (1986): "Os
indivíduos possuem objetivos e expectativas que desejam alcançar e agem
intencionalmente, de acordo com suas percepções da realidade. (...) As intenções
dependem das crenças e atitudes que definem a maneira de um indivíduo ver o
mundo, ou seja, suas percepções."
Em oposição aos behavioristas, que acreditavam que é possível e
necessário aprender a motivar os outros, os cognitivistas acreditam que ninguém
jamais pode motivar quem quer que seja, uma vez que as ações humanas são
espontâneas e gratuitas, tendo como origem suas impulsões interiores. Todavia,
não podemos esquecer que os indivíduos tendem a buscar o prazer e se afastar
do sofrimento, mas desta vez "a escolha feita em determinada situação é
ocasionada pelos motivos e cognições próprios do momento em que faz a
escolha", conforme indica Aguiar (p.31, 1992).
2.3.4 - A Psicanálise
A administração busca em Freud contribuições para a teoria das motivações, uma
vez que este aborda a motivação de uma forma dinâmica que se baseia em
forças internas que direcionam o comportamento. Estas forças internas seriam os
instintos (libido) que fornecem uma fonte fixa e contínua de estímulo, sendo
algumas vezes conscientes e outras inconscientes. As pessoas em alguns
momentos estão conscientes das motivações de suas ações, só que muitas vezes
são comandadas pela necessidade de liberação e satisfação dos instintos.
17
Segundo Aguiar (1992) a principal contribuição da teoria psicanalítica está
na ênfase que Freud dá à dependência que o comportamento adulto mantém em
relação às experiências da infância. "A ênfase no passado do indivíduo e nos
instintos como forças motivadoras realmente caracteriza a abordagem histórica e
o determinismo biológico da teoria psicanalítica. (...) O determinismo biológico
deve-se ao fato de que os instintos são herdados e determinam o comportamento
humano."
Assim, a principal contribuição de Freud encontra-se no fato de considerar
o homem prisioneiro de sua hereditariedade, de seu passado e de seu meio.
2.3.5 - Fatores Higiênicos
Herzberg divide as necessidades como sendo de satisfação no trabalho e
de motivação. A satisfação no trabalho está relacionada com as condições em
que o trabalho é realizado - supervisão, relações interpessoais, condições físicas,
salários, benefícios etc. Estas condições podem ser chamadas de fatores
higiênicos, pois estão relacionados com a necessidade de se afastarem de
condições desagradáveis.
Já as necessidades de motivação no trabalho estão diretamente
relacionadas com a tarefa ou o trabalho, e tratam das necessidades de
desenvolvimento do potencial humano e da realização de aspirações individuais-
liberdade, criatividade e inovação. Aguiar chega a conclusão que Herzberg
transforma o indivíduo num meio para se atingir os fins da organização.
"Herzberg toma o meio social, a organização, como a fonte motivadora do
indivíduo. Toma o indivíduo como meio e transforma os seus desejos na
necessidade da organização. A organização através dos fatores motivacionais
manipula o indivíduo, motiva-o. Reduz a auto-realização à realização da tarefa. O
indivíduo se motiva no trabalho pelos fatores que se relacionam diretamente com
o trabalho."
2.3.6 - A teoria das necessidades de Maslow
18
A teoria da motivação humana de Maslow é a essência de uma hierarquia
das necessidades humanas, constituída pelas necessidades biológicas,
psicológicas e sociais. Para desenvolver esta teoria Maslow se baseou em
experiências clínicas e nos fundamentos teóricos de James e Deway, no holismo
da psicologia gestáltica e no dinamismo de Freud, Reich, Jung e Adler (Aguiar,
p.95, 1992).
Assim, pode-se dizer que sua teoria considera o ser humano na sua
totalidade, ao contrário das abordagens apresentadas anteriormente, já que inova
ao mesclar diferentes fundamentos, dando ênfase à integração dinâmica dos
aspectos biológicos, psicológicos e sociais.
Maslow vê o ser humano como eternamente insatisfeito e possuidor de
uma série de necessidades, que se relacionam entre si por uma escala
hierárquica na qual uma necessidade deve estar razoavelmente satisfeita, antes
que outra se manifeste como prioritária. Nesta hierarquia, o indivíduo procura
satisfazer suas necessidades fisiológicas, fundamentais à existência, e
necessidades de segurança, antes de procurar satisfazer as necessidades
sociais, as necessidades de estima e auto-realização.
O conceito de auto-atualização tem relevante papel na teoria de Maslow
que o definiu como o uso e a exploração plenos de talentos, capacidades,
potencialidades etc (Fadiman, 1979). Para Maslow, auto-atualizar significa fazer
de cada escolha uma opção pelo crescimento, escolha esta que depende de o
indivíduo estar sintonizado com sua própria natureza íntima, responsabilizando-se
por seus atos, independentemente da opinião dos outros.
Seguindo a tradição do conhecimento ocidental, as teorias da motivação
têm realizado grandes reducionismos ao tentar explicar a motivação humana.
Mesmo aquelas teorias que procuram compreender o homem de uma forma mais
integrada, considerando-o em sua totalidade, quando transportadas para o campo
da administração, têm o significado de seus conceitos alterados. São utilizadas
para legitimar práticas que visam a resultados imediatos para as organizações
muitas vezes em detrimento dos interesses dos indivíduos que parecem defender.
19
Como alternativa à tradição ocidental do conhecimento e as teorias
científicas da motivação, apresentaremos a seguir as concepções de
conhecimento, autenticidade e motivação segundo a Fenomenologia Existencial.
(art. Bianca Alves, p.3, 2004).
2.4 - Ciclo da Motivação
O comportamento humano pode explicar-se mediante o ciclo da motivação,
isto é, o processo mediante o qual as necessidades condicionam o
comportamento humano, levando-o a algum estado de resolução. As
necessidades ou motivações não são estáticas; pelo contrário, são forças
dinâmicas e persistentes que provocam determinado comportamento. Quando
surge, a necessidade rompe o equilíbrio do organismo e causa um estado de
tensão, insatisfação, incomodidade e desequilíbrio que leva ao indivíduo a
desenvolver um comportamento ou ação capaz de descarregar a tensão ou livrá-
lo da incomodidade ou desequilíbrio.
Se o comportamento é eficaz, o indivíduo encontrará a satisfação da
necessidade e, em conseqüência, a descarga da tensão provocada por ela.
Satisfeita a necessidade, o organismo volta ao estado de equilíbrio anterior e a
sua forma natural de adaptação ao ambiente. O ciclo da motivação pode resumir-
se da seguinte maneira.
Com a repetição do ciclo da motivação (reforço) e a aprendizagem que de
ali se deriva, os comportamentos ou ações se tornam gradualmente mas eficazes
na satisfação de certas necessidades. Uma necessidade satisfeita não é
motivadora de comportamento, já que não causa tensão, incomodidade nem
desequilíbrio. Em conseqüência, uma pessoa que não tem fome não esta
motivada a procurar alimento para comer. (Davis, p. 59, 1992)
20
A necessidade pode ser satisfeita, frustrada ou compensada (transferida a
outro objeto). No ciclo da motivação representada na figura anterior, existe um
estado de equilíbrio interno (da pessoa) alterado por um estímulo (interno) ou
incentivo (externo), que produz uma necessidade. A necessidade provoca um
estado de tensão que leva a um comportamento ou ação que conduz à satisfação
daquela necessidade.
Satisfeita esta, o organismo humano retorna ao equilíbrio interno anterior.
No entanto, nem sempre se satisfaz a necessidade. Muitas vezes, a tensão
provocada pelo surgimento da necessidade encontra uma barreira ou um
obstáculo para sua libertação.
Ao não encontrar saída normal, a tensão represada no organismo, procura
um mecanismo indireto de saída, seja através do social (agressividade,
descontentamento, tensão emocional, apatia, indiferença, etc).
Seja através da fisiologia (tensão nervosa, insônia, repercussões cardíacas
ou digestivas etc) isto se denomina frustração, já que a tensão não se descarrega
e permanece no organismo provocando certos sintomas psicológicos, fisiológicos
ou sociais.
Em outras ocasiões, a necessidade não é satisfeita nem frustrada, senão
que se transfere ou compensa. A transferência ou compensação se apresenta
quando a satisfações de uma necessidade, serve para reduzir ou aplacar a
intensidade de outra necessidade que não pode ser satisfeita. É o que sucede
quando a promoção a um cargo esta rodeada de um bom aumento de salário ou
de um novo escritório de trabalho.
O indivíduo tende a desenvolver suas forças motivacionais como produto
do ambiente cultural no qual vive, de maneira pela qual as pessoas percebem seu
trabalho e encaram suas vidas.
Há forças motivacionais dominantes no indivíduo e que demonstram a
importância da motivação.
21
2.4.1 - Motivação para a Realização
É um impulso para vencer desafios, avançar e crescer na busca de seus
objetivos. A realização é importante em si mesma, independente que possam
acompanha-las.
Rod Auerbach, treinador, gerente-geral e presidente do time de basquete
muitas vezes campeão mundial “Boston” tinha uma única resposta simples
quando lhe pergutavam como motivava seus jogadores. Recorria ao orgulho pela
excelência, ao orgulho de fazer parte do maior time do mundo, era desafio de
procurar e a alegria de usar o anel de campeão como símbolo da realização
coletiva do grupo. (Davis e Nenstron, p. 48, 1992)
2.4.2 - Motivação por Afiliação
É um impulso para relacionar-se eficazmente com as pessoas.
As pessoas motivadas pela afiliação trabalham melhor quando são
elogiadas por atitudes favoráveis e cooperação. Elas tendem a escolher amigos
para estarem a sua volta. Experimentam satisfação interior quando estão com
amigos e desejam liberdade no trabalho para desenvolverem estes sentimentos.
2.4.3 - Motivação para a Competência
É o impulso para realizarem o trabalho de alta qualidade. Os colaboradores
motivados pela competência do domínio do trabalho, o desenvolvimento das
atividades de resolução de problema e esforça-se em ser inovadores. O mais
importante é tirar proveito das próprias experiências.
Por exemplo, uma estilista que se sente bem consigo mesma quando
recebe o reconhecimento dos outros ao criar um excelente desenho. Entretanto,
deixa seu supervisor furioso quando não atende seus prazos e antagoniza-se com
seus colegas de trabalho, uma vez que não consegue interagir com eles.
De modo bastante claro, sua orientação para a competência é mais forte
do que sua necessidade de afiliação.
22
2.4.4 - Motivação para o Poder
É o impulso para influenciar pessoa e situações. Por sua vez, querem criar
um impacto em suas organizações e assumem riscos ao fazê-lo.
As pessoas se tornam excelentes administradores caso suas necessidades
sejam de poder institucional em lugar de poder pessoal.
O conhecimento das forças motivacionais ajuda os administradores a
compreenderem as atitudes de seus colaboradores no trabalho. Podendo lidar
com cada colaborador de maneira particular, levando em consideração o impulso
motivacional mais forte em cada caso. (http://www.artigonal.com/gerencia-
artigos/motivacao-humana-nas-organizacoes-tema-de-monografia-e-tcc-1376776.html)
2.5– Motivação x Resultado
Uma das principais atividades do trabalho de um administrador de vendas
é a motivação dos vendedores. Mesmo que o processo de contratação seja dos
melhores, se não houver possibilidade de manter a equipe motivada, será difícil
obter bons resultados. A motivação é um impulso que leva os vendedores a
trabalhar com entusiasmo, vontade e garra. Em vendas, estas condiçoes são
imprescindíveis para o sucesso.
2.5.1- Estilos de Comportamento Motivacional
Segundo Bergamini (2006), aquilo que particulariza cada estilo pessoal é a
ênfase com a qual cada um destes estilos aparece. Cada pessoa é ao mesmo
tempo a combinação especial dos quatro estilos descritos como: orientação
participativa; orientação para a ação; orientação para manutenção e orientação
para conciliação.
2.5.1.1- Orientação participativa
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Há pessoas que tem a convicção pessoal de que o mais importante na vida
seja “promover o valor que os outros tem”. Assim, movidas pelo desejo de
contrinuir em tudo que for possível para a realização pessoal dos demais, será
possível descobrir o que há de melhor neles. Consideradas como “formadoras de
talentos”, tem abertura e sensibilidade no sentido de buscar o que seja mais
produtivo para o outro, procurando identificar os seus problemas e ajudar naquilo
que for possível.
2.5.1.2- Orientação para ação
O organizador motivacional da ação traz implícito, antes de mais nada, o
desejo de fazer com que as coisas aconteçam. Portanto, essas pessoas sentem
grande atração por situações em que são desafiadas a demonstrar sua
competência pessoal, devem vencer obstáculos e chegar ao domínio completo da
situação tão logo seja possível. Para aquelas que se orientam pela ação, o
importante não é aquilo que o mundo lhes apresneta como um dado de realidade,
mas aquilo que configuram como realidade para si mesmas. Para elas, o mundo é
aquilo que se pensa que ele deva ser.
2.5.1.3- Orientação para manutenção
Neste caso, há clara preocupação com a segurança, fazendo com que os
portadores desta orientação construam cuidadosamente a sua vida de maneira a
se sentirem firmemente apoiados em vitórias passadas. Por isso, o norteador
motivacional da manutenção leva as pessoas a se moverem mais lentamente
para que possam garantir, sobretudo, a boa qualidade daquilo que estiverem
fazendo.
2.5.1.4- Orientação para conciliação
Partindo da suposição de que seu valor pessoal dependa da boa aceitação
que desfruta no grupo social ao qual pertence, as pessoas consideradas como
típicas representantes do norteador motivacional da conciliação mostram como
principal preocupação estar em sintonia com os demais. São, acima de tudo,
flexíveis e estão dispostos a rever seus próprios pontos de vista, com diplomacia.
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É evidente a sua abordagem bem humorada e otimista no momento em que
problemas mais sérios possam afetar a harmonia da convivência grupal.
2.5.2– Fatores da falta de motivação nos vendedores
Uma das maiores dificuldades da adminisração de vendas é adeterminação
dos fatores que causam o baixo moral de uma equipe, porque os indivíduos tem
diferentes expectativas, motivam-se por diferentes estímulos, tornando difícil o
esforço de generelização.
Entretanto, partindo-se do princípio de que não se pode agradar a todo
mundo, percebe-se que alguns desses fatores são mais frequente, como, entre
outros, falta de confiança na administração, condições de trabalho, características
do cargo.
Com relação a falta de confiança na administração, muitos funcionários não
confiam no administrador a que estão subordinados. Isto pode ocorrer
principalmente com algum gerente recém contratado, que não conhece muito bem
seu ramo de atuação. Esta falta de conhecimento por parte do gerente,adicionada
a um estilo de administração autoritário pode agravar a situação. Outras razões
podem provocar esta falta de confiança, como incompatibilidade de gênios,
antipatias pessoais, entre outras. É preciso determinar suas reais causas e
orientar a gerência quanto a forma de agir diante do problema identificado.
Com relação as condições de trabalho, há empresas que não oferecem
boas condições a seus funcionários. Estruturas confusas, em que são mal
distribuídas as funções ou inexistem lideranças, criam um clima de
desorganização, o que, consequentemente, resulta na frustração dos
profissionais.
Com relação as características do cargo, algumas administrações tratam
seus vendedores como funcionários de nível inferior, por preconceito de atividade
de venda ou por outra razão qualquer. A redução do status de uma profissão tão
importante quanto esta prejudica o moral de uma equipe. Além disso, as próprias
tarefas exigidas podem causar baixo moral, e consequentemente, insatisfação.
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Os vendedores recebem outras atribuições que, muitas vezes, não lhes agradam,
como cobrança, preenchimentos de relatórios, ou outra qualquer.
Falta de reconhecimento por bom desempenho, tratamentos injustos,
insatisfação com promoções esperadas, má distribuição de territórios ou unidades
de vendas, carga elevada de trabalho burocrático, e quotas que dificilmente são
atingidas também são causas do baixo moral do vendedor. (Las Casas, p.129,
2005)
2.5.3- Fatores que Proporcionam Motivação nos
Vendedores
Segundo Stephen K. Doyle e Benson P. Shapiro, os principais fatores que
impulsionam os profissionais de vendas para o trabalho com vontade e garra, são
os seguintes: tarefas claras, necessidade de realização, remuneração por
incentivos e boa administração.
Tarefas claras considera que as pessoas gostam de trabalhar em
organizações que estabelecem claramente o que se espera delas em termos de
resultados de trabalho. Quanto mais confusos os processos de avaliação de
resultados, menor será o nível de interesse. Uma empresa em que muitos
vendedores interferem junto ao cliente e que o método de fechamento de vendas
é de difícil avaliação tem grande probabilidade de ter uma equipe de vendedores
desmotivada.
Necessidade de realização é uma característica adquirida pelo indivíduo,
que, por alguma razão, estabelece como objetivos vencer na vida, alcançar os
mais altos degraus do sucesso. Os vendedores mais motivados geralmente
apresentam estas características.
Remuneração por incentivos é um fator motivacional mais forte que um
salário pleno. Remuneração por incentivo, cria forte ligação entre recompensa (e,
muitas vezes, reconhecimento) e esforço despendido (através de resultados reais
de venda informada).
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Boa administração é também fator importante, entendendo-se como tal
aquela que utiliza critérios adequados de recompensa e exerce liderança. A
supervisão que adquire liderança é aquela que fixa metas (estabelece padrões de
desempenho, delega responsabilidades, etc.), estabelece critérios de avaliação
(representantes identificam pontos fracos e determinam treinamento), possuem
empatia (capacidade de colocar-se no lugar do outro) e demonstra conhecimento
(o administrador precisa conhecer o ramo de atuação da empresa).
2.5.3.1– Reuniões de Vendas ou Convenções
A reunião da equipe de vendas é uma forma de incentivo e pode ocorrer a
nível nacional ou local. As nacionais, apesar de sua importância, não são
realizadas com frequência, devido aos custos elevados com pessoal, com viagens
e hospedagens, além do inconveniente de tirar os vendedores do local de
trabalho durante a realização do evento.
As reuniões locais, feitas com a equipe local, são mais frequentes e
predominanstes nas pequenas ou mesmo em algumas grandes empresas, porque
oferecem maiores vantagens como instrumento de motivação.
São vários os objetivos das reuniões, como estabelecer maior contato entre
a administração e seus funcionários; obter informações adicionais a respoeito de
algum produto novo; treinar a equipe de vendas; apresentar novos funcionários;
apresentar a premiação de algum concurso, além de vários outros.
2.5.3.2 – Concursos
Muito comum nas empresas é a promoção de concursos para o
desenvolvimento de vendas e a motivação da equipe.
Os concursos são realizados por períodos curtos, em que as vendas
normalmente são mais baixas para o ramos de atuação, ou qualquer outro em
que a empresa deseja aumentar a produtividade.
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Para que os prêmios sirvam como fator de motivação, devem ser
adaptados à equipe de vendas. O administrador deve determinar qual tipo de
prêmio que deixa a sua equipe mais motivada.
2.5.3.3 – Plano de carreira
Frequentemente, os administradores procuram melhorar o nível de
motivação dos seus vendedores através da elaboração de um plano de carreira.
Assim, os vendedores sentem-se mais motivados, com a expectativa de
progresso na própria empresa. ( Las Casas, p.134, 2005).
CAPÍTULO III
3– CONCLUSÃO
Visto que o trabalho, essencialmente, é uma ação própria do homem
mediante a qual transforma e melhoram os bens da natureza, o primeiro
fundamento do valor do trabalho é o próprio homem, seu sujeito, o trabalho está
em função do homem e não o homem em função do trabalho. O valor do trabalho
não reside no fato de que se façam coisas, mas de que são coisas feitas pelo
homem.
As organizações como arenas do exercício do trabalho humano, cedem a
esse homem os instrumentos de realização. O ambiente organizacional precisa
estar preparado para estimular a criatividade e a superação de obstáculos para o
crescimento de seus colaboradores e líderes.
À luz dessas considerações, uma autêntica liderança deve possibilitar ao
líder a capacidade de nos diversos campos da atividade organizacional: 1)
desenhar estratégias que permitam atingir os objetivos por parte de todos os que
participam da organização; 2) desenvolver as capacidades operacionais dos
colaboradores que atuam na organização, de modo que se obtenha uma
competência específica e uma capacidade de bom desempenho de atividades
determinadas, o que constitui o objeto da organização; 3) configurar e comunicar
uma missão capaz de mover as pessoas pelo sentido e pelo valor que
reconhecem na sua contribuição à tarefa coletiva que realiza a organização.
Em longo prazo, não existe um dispositivo motivacional universalmente
consistente e aplicável a todos, a motivação no trabalho é de ordem individual,
por isso a dificuldade de motivar as pessoas de uma organização como um todo.
Para um colaborador se motivar, primeiro ele tem que gostar da organização
onde atua, a relação com o líder é fundamental para que isso aconteça, pois o
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líder constitui a primeira referência dele sobre a organização. Ter um ótimo
ambiente de trabalho também é fator importante para que o colaborador se sinta
motivado e satisfeito com o trabalho que executa.
Podemos concluir que a motivação é uma filosofia que deve ser emanada de
cima e espalhada para toda a organização. Essa filosofia é descoberta sobre as
necessidades e desejos de cada colaborador, é a engrenagem criadora do
ambiente de trabalho que o permite dedicar-se, como indivíduo, a tarefa de
melhorar seu desempenho. A organização será cada vez melhor organização,
quando o homem que nela atua for cada vez mais valorizado e motivado ao
crescimento.
REFERÊNCIAS
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas organizações. São Paulo; Atlas, 2006. CHIAVENATO, Idalberto; Introdução a teoria geral da administração; Rio de Janeiro; Campus; 2000 DAVIS, Mark M.; Fundamentos da administração da produção; São Paulo Bookman; 2001 GIBSON, James L. ; IVANCEVICH, John M. ; DONNELLY Jr., James H. Organizações: comportamento, estrutura, processos. São Paulo : Atlas, 1981. HAMPTON, David R. Administração contemporânea: teoria, prática e casos; São Paulo : McGraw-Hill, 1980. LAS CASAS, Alexandre Luzzi; Administração de vendas; São Paulo; Atlas; 2005. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo; Atlas, 2000. ALVES, Bianca; Motivação humana e as organizações: uma abordagem fenomenológica existencial; artigo científico; 2004 NOVAES, MaríliaVieira; A importância da motivação para o sucesso das equipes no contexto organizacional; artigo publicado; 2007 http://www.sul-sc.com.br/afolha/monografia/monografia99.html http://www.artigonal.com/gerencia-artigos/motivacao-humana-nas-organizacoes-tema-de-monografia-e-tcc-1376776.html http://pt.oboulo.com/a-importancia-da-motivacao-no-processo-de-aprendizagem-21972.html