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Curso Técnico em Massoterapia Anatomia e Fisiologia II Sistema Muscular

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Curso Técnico em Massoterapia

Anatomia e Fisiologia II

Sistema Muscular

Miologia: Classificação do Sistema Muscular

<= Músculos esqueléticos representados por Bernardino Genga (1620–1690).

Miologia é a área da anatomia

que estuda os músculos e seus anexos. O

termo foi cunhado a partir dos termos

gregos μυς (músculo).

De uma forma muito geral podemos

definir um músculo como um órgão com

propriedade contráctil, ou seja, de

diminuir a sua longitude mediante um

estímulo. Em miologia categorizam-se os

músculos em três grandes grupos com sua

função fisiológica: músculos

involuntários de contracção lenta,

músculos involuntários de contracção

rápida e músculos voluntários de contracção rápida.

Sendo a Miologia uma disciplina da Anatomia Descritiva,

debruça-se sobre os músculos nesta mesma perspectiva, sendo

responsável pela sua descrição e tendo ainda criado uma série de

parâmetros classificativos como: Situação ou Localização, Número,

Direcção, Conformação exterior, Tipo de inserção e Mecanismo de

inserção.

A miologia estuda também as relações anatómicas dos músculos

com outras estruturas anatómicas, a sua irrigação e a sua inervação,

sobrepondo-se nestes campos a demais disciplinas da Anatomia Humana:

Anatomia Topográfica, Angiologia e Neuroanatomia. É ainda pertinente

para a Miologia o estudo das variações anatómicas dos músculos.

Definir o Número de Músculos

O número total de músculos do corpo humano é, talvez

surpreendentemente, um dado alvo de muita discussão e contestação. A

realidade anatómica dos músculos humanos faz com estes tenham inúmeras

variações. De facto, quando dissecados, os músculos apresentam

ligações e entrecruzamentos com outros vizinhos que, consoante o

anatomista a estuda-los, justificam ou não uma classificação conjunta.

Desta forma, a miologia é uma ciência que aceita várias descrições

alternativas para uma mesma estrutura. Por exemplo, o músculo longo do

colo pode ser considerado como um músculo com três porções como o

afirmam Paturet ou Testut ou ser um conjunto de três músculos

distintos como o sugeriu Luschka. Anatomistas mais antigos apontam

para números mais baixos: como Chaussier (368), Theile (346) ou Sapey

(501). Hoje em dia a maioria sugere para números superiores, embora

não haja consenso. O Professor Esperança Pina (Faculdade de Ciências

Médicas de Lisboa) aponta para 637 músculos voluntários.

Classificação Anátomo-fisiológica dos músculos

A maioria dos anatomistas de língua portuguesa e os demais

que seguem a nomenclatura anatômica francófona adotaram uma divisão

geral dos músculos do corpo humano que se baseia nas suas

características anatômicas e fisiológicas.

Músculos voluntários de contração rápida: São músculos cuja

contratilidade está, em situações não patológicas, associada ao

exercício da vontade consciente. Constituem no seu conjunto o sistema

cativo da locomoção humana.

Músculos involuntários de contração lenta: são exatamente

músculos controlados pelo sistema nervoso autónomo e cuja

contratilidade se exerce gradualmente e por períodos mais alargados de

tempo, sendo o seu relaxamento também muito mais lento. São os

músculos que, grosso modo, encontramos associados às vísceras, como

nos sistemas digestivo e circulatório.

Músculos involuntários de contração rápida: constituem um

terceiro grupo formado por excepções ao precedente, como o miocárdio,

que sendo músculos involuntários possuem contração rápida.

Outras classificações alternativas são usadas por diversos

anatomistas, mas com termos equivalentes. Por exemplo, Léo Testut

usava os termos músculos de la vida animal e músculos de la vida orgánica o vegetativa. Histologicamente, os músculos são classificados como músculo liso ou músculo estriado, havendo certa associação entre

músculos de contração involuntária e fibras musculares lisas e

músculos de contração voluntária e fibras estriadas. Contudo, a

generalização desta premissa revela-se errônea, com a existência de

notáveis excepções como o miocárdio. É precisamente devido a esta

realidade histológica que existem músculos ditos involuntários, mas de

contração rápida.

Classificação dos músculos pela Anatomia Descritiva

Situação do músculo

O termo situação, por vezes substituído por localização,

emprega-se, em miologia, para classificar os músculos em dois grandes

grupos: músculos superficiais ou cutâneos e músculos profundos ou

aponevróticos.

Os músculos superficiais encontram-se imediatamente abaixo da

pele, possuindo inserções na face profunda da derme. Basta uma das

inserções musculares ser em tecido subcutâneo para que se empregue tal

epíteto, embora na maioria dos casos os músculos deste tipo apresentem

apenas inserções cutâneas.

Já os músculos profundos encontram-se abaixo de bainhas

aponevróticas de revestimento e daí a sua denominação alternativa de

subaponevróticos. A grande maioria destes músculos apresentam

inserções ósseas, constituindo, assim, parte integrante do sistema de

locomoção humana. São, mais propriamente, os órgãos de locomoção

activa; por oposição aos ossos, que são órgãos de locomoção passiva.

Para além dos músculos esqueléticos, podemos ainda encontrar músculos

subaponevróticos ligados a órgãos dos sentidos (por exemplo: o músculo

grande recto superior do olho) ou associados a órgãos dos sistemas

digestivo, respiratório e reprodutivo (por exemplo: o músculo

constrictor médio da faringe). Estes são, na anatomia clássica,

considerados como verdadeiros anexos destes sistemas, pelo que o seu

estudo é uma área de abrangência sobreponível pela miologia e pelas

estesiologia (estudo dos órgãos sensoriais) e esplancnologia (estudo

das vísceras).

Direção de um músculo

A grande maioria dos músculos é paralela ao eixo do corpo ou

ao eixo do membro, sendo por isso chamados de rectilíneos. Conforme se

inclinam mais ou menos sobre esse eixo serão descritos como oblíquos e

transversos. À laia de exemplo, refiram-se os músculos do membro

superior, onde encontramos músculos rectilíneos - como o bicípite

braquial -, músculos oblíquos - como o redondo pronador - e músculos

transversos - como o quadrado pronador.

Nos casos precedentes - músculos de direcção rectilínea, oblíqua e transversa - as fibras musculares descrevem uma linha (mais ou menos) recta entre as suas duas inserções. Contudo, casos há em que

um músculo segue primeiro numa direcção e sofre uma mudança brusca

para se continuar numa outra. Estes músculos são, então, constituídos

por duas porções, cada uma com uma direcção distinta, que se unem num

ângulo mais ou menos acentuado e que se denominam de músculos reflexos.

Exemplos de músculos reflexos são o músculo oblíquo superior do olho,

os músculos flexores do pé, o músculo omo-hióideo ou o músculo

obturador interno.

Conformação exterior de um músculo

Os músculos apresentam-se numa miríade de diferentes formas

que são classificadas consoante a relação entre as suas dimensões.

Músculos longos são aqueles em que a longitude do músculo,

vulgo comprimento, predomina sobre as demais. Este género de músculo é

típico das membros, onde se dispõem como que em camadas. Regra geral,

os mais superficiais são mais longos que os profundo, recobrindo mais

do que uma articulação. Veja-se o exemplo do bicípite braquial que

cobre as articulações do ombro e cotovelo, enquanto o músculo

coracobraquial, que lhe é mais profundo ou posterior apenas se

relaciona com a primeira.

Músculos largos são aqueles em que há predomínio de dois

diâmetros complanares, ou seja, do comprimento e da largura.

Normalmente são bastante achatados e delgados. Estes músculos

encotram-se, na maioria dos casos, a revestir as cavidades torácica,

abdominal e pélvica. De notar que estes músculos apresentam uma

elevada variadade quanto à forma: triângulares como o peitoral maior,

quadriláteros como o recto maior do abdómen, rombóides como o rombóide

maior, entre outros; quanto à disposição: planos como o peitoral maior, encurvados como o transverso do abdómen e, ainda, quanto aos bordos, que se podem apresentar: rectilíneos, curvos ou dentados (como

o dentado anterior.

Músculos curtos é a denominação dos músculos que apresentam

uma certa harmonia entre as três dimensões. São, por norma, músculos

pequenos que se destinam a movimentos de pouca extensão e muita força.

Encontram-se mormente nas regiões articulares, a rodear a coluna

vertebral. Quanto à forma destes órgãos, apresenta-se tão variada

quanto a dos precedentes: músculos triângulares como os supracostais,

quadriláteros como o quadrado crural ou acintados como os

intertransversos.

Músculos anulares ou orbiculares - que alguns autores

consideram como um subtipo dos músculos curtos, enquanto outros os

abordam como um tipo independente são aqueles que redeiam um orifício,

como o bocal ou o anal. Note-se que a entidade muscular é semi-

orbiculare, formando, em conjunto com o músculo análogo, o tal músculo

anular, apelidado em Anatomia e Fisiologia com esfíncter (do grego

σφιγγειω, apertar). Como exemplos podemos apontar o músculo

orbicular das pálpebras ou o músculo orbicular dos labios.

Músculos mistos são aqueles que apresentam características

dúbias ou ambíguas, uma vez que as definições dos tipos precedentes

não são precisas. Dentro deste grupo de músculos difíceis de

classificar podemos incluir os músculos infra-hióideos, os músculos

motores do olho, o músculo recto maior do abdómen ou o músculo

piramidal do abdómen,

Lista dos músculos humanos

Miologia da cabeça

Músculos subcutâneos

da cabeça

Músculos subcutâneos do crânio: Músculo occipitofrontal, Músculo

temporoparietal

Músculos do pavilhão auricular: Músculo auricular

Músculos das palpebras: Músculo orbicular do olho, Músculo corrugador do

supercílio

Músculos do nariz: prócero, nasal, Músculo abaixador do septo nasal

Músculos da boca:Músculo bucinador, Músculo orbicular da boca, Músculo levantador

do ângulo da boca, Músculo abaixador do ângulo da boca, Músculo levantador do

lábio superior, Músculo abaixador do lábio inferior, Músculo levantador do lábio

superior e da asa do nariz, Músculo zigomático maior, Músculo zigomático menor),

Músculo mentual, Músculo risório de Santorini

Músculos mastigadores

Músculo masseter, Músculo temporal, Músculo pterigóideo lateral, Músculo

pterigóideo medial

Músculos dos órgãos

dos sentidos (olho, e

ouvido)

Músculos extraoculares: Músculo levantador superior da pálpebra, Músculo

tarsal superior, Músculo reto superior, Músculo reto inferior, Músculo reto

medial, Músculo reto lateral, Músculo oblíquo superior, Músculo oblíquo inferior

Músculos intraoculares: Músculo dilatador da pupila, Músculo esfíncter da pupila,

Músculo ciliar

Músculos do ouvido: Músculo estapédio, Músculo tensor do tímpano

Músculos viscerais

(língua e palato

mole)

Músculos extrínsecos da língua: Músculo genioglosso, Músculo hioglosso,

Músculo condroglosso, Músculo estiloglosso

Músculos intrínsecos da língua: Músculo longitudinal superior, Músculo

longitudinal inferior, Músculo transverso, Músculo vertical

Músculos do palato mole: Músculo levantador do véu palatino, Músculo tensor do

véu palatino, da úvula, Músculo palatoglosso, Músculo palatofaríngeo

Miologia do pescoço

Músculos cervicais Músculo platisma, Músculo esternocleidomastóideo

Músculos supra-hióideos

Músculo digástrico, Músculo estilo-hióideo, Músculo milo-hióideo,

Músculo gênio-hióideo

Músculos infra-hióideos

Músculo esterno-hióideo, Músculo esternotireóideo, Músculo tíreo-

hióideo, Músculo omo-hióideo

Músculos vertebrais anteriores

Músculo longo do colo, Músculo longo da cabeça, Músculo reto anterior da

cabeça, Músculo reto lateral da cabeça

Músculos vertebrais laterais

Músculos escalenos: Músculo escaleno anterior, Músculo escaleno médio,

Músculo escaleno posterior

Músculos viscerais

(faringe e laringe)

Músculos constritores da faringe: inferior, médio, superior

Músculos elevadores da farínge: Músculo estilofaríngeo, Músculo

salpingofaríngeo

Músculos da laringe: Músculo cricotireóideo, Músculo cricoaritenóideo

posterior, Músculo cricoaritenóideo lateral, Músculo aritenóideo,

Músculo tireoaritenóideo

Músculos do tronco

DORSO

esplênios (da cabeça, cervical) - eretor da espinha (iliocostal,

longuíssimo dorsal, espinhal) - grande dorsal

Transversos espinais: (semiespinal torácico, semiespinal do

pescoço, semiespinal da cabeça, multífidos, rotadores) -

interspinais - intertransverso

SUBOCCIPITAIS

retos da cabeça (anterior, posteiror, lateral) - oblíquos da cabeça (inferior, superior)

TÓRAX

intercostais (externos, internos, íntimos) - subcostais - transverso do tórax - levantadores das costelas - serráteis posteriores (inferior, superior) - diafragma

ABDOME

anterior/parede lateral: oblíquos (externo, interno) - transverso do abdome - reto do abdome - piramidal

parede posterior: quadrado lombar - psoas maior/psoas menor - ilíaco

Cremaster

PELVE/ASSOALHO levantador do ânus (iliococcígeo, pubococcígeo, puborretal) -

coccígeo

PERÍNEO

trígono anal: esfíncteres do ânus (externo, interno) espaço superficial do períneo (transverso superficial do períneo, bulboesponjoso, isquiocavernoso)

espaço profundo do períneo (transverso profundo do períneo, esfíncter externo da uretra)

Músculos do membro superior

Coluna vertebral

trapézio - grande dorsal - romboides (maior, menor) - levantador

da escápula

Cavidade torácica peitoral maior - peitoral menor - subclávio - serrátil anterior

Ombro

deltoide - manguito rotador (supra-espinhal, infra-espinhal,

redondo menor, subescapular) - redondo maior

Braço

Anterior coracobraquial - bíceps braquial - braquial

Posterior tríceps braquial

Antebraço

Anterior

superficiais - pronador redondo - palmar longo - flexor radial do carpo - flexor ulnar do carpo -

flexor superficial dos dedos

profundos - pronador quadrado - flexor profundo dos dedos - flexor longo do polegar

Posterior

superficiais - braquiorradial - extensor radial longo do carpo - curto do carpo - extensor dos dedos -

extensor do dedo mínimo - extensor ulnar do carpo

profundos - supinador - tabaqueira anatômica (abdutor longo do polegar, extensor curto do polegar, extensor

longo do polegar) - extensor do índex - ancôneo

Mão

palmares

laterais

tenar (oponente do polegar, flexor curto do

polegar, abdutor curto do polegar) - adutor do

polegar

palmares

mediais

hipotenar (oponente do mínimo, flexor curto do

mínimo, abdutor do mínimo) - palmar breve

intermediários lumbricais - interósseos (dorsais, palmares)

Miologia do membro inferior

Músculos da anca

Músculos anteriores da pelve: Psoas maior, psoas menor, ilíaco

Músculos posteriores da pelve: Glúteo máximo, glúteo médio,

glúteo mínimo

Músculos pelvi-trocanterianos: Piriforme, gêmeo inferior, gêmeo

superior, obturador interno, obturador externo, quadrado lombar

Músculos da coxa Loca anterior da coxa: Sartório tensor da fáscia lata,

quadríceps femoral (reto femoral, vasto lateral, vasto

intermédio e vasto medial)

Loca medial da coxa: Pectíneo, grácil, adutor longo, adutor

curto, adutor magno

Loca posterior da coxa: Bíceps femoral, semitendinoso,

semimembranoso

Músculos da perna

Loca anterior da perna: Tibial anterior, extensor longo do

hálux, extensor longo dos dedos, fibular terceiro

Loca lateral da perna Fibular longo, fibular curto

Loca posterior da perna: Tríceps sural (gastrocnêmio e sóleo),

plantar, flexor longo do hálux, flexor longo comum dos dedos,

tibial posterior, poplíteo

Músculos do pé

Músculos dorsais: Extensor curto dos dedos

Músculos plantares internos: Abdutor do hálux, adutor do hálux,

flexor do hálux

Músculos plantares externos: Abdutor do V dedo, flexor curto do

V dedo, oponente do V dedo

Músculos plantares médios: Flexor curto plantar, quadrado

plantar, lombricoides

Músculos interósseos do pé: Interósseos plantares, interósseos

dorsais

Principais Caracteristicas do Tecido Muscular para

Gerar Contração

As células dos tecidos musculares são de origem mesodérmica.

São alongadas e finas, designando-se por fibras musculares. As células

são altamente especializadas, não só ao nível dos organelos mas também

pela existência de filamentos, as microfibrilhas, que resultam da

organização de proteínas, miosina e actina, no citoplasma, que

conferem contractilidade às fibras musculares.

Os tecidos musculares (Fig. 1) podem ser classificados pela

sua estrutura e função em:

tecido muscular liso

tecido muscular estriado: esquelético e cardíaco

Figura 1. Tecidos musculares

Tecido muscular liso

O tecido muscular liso é responsável pelas forças contrácteis

da maioria dos nossos órgãos internos (por exemplo, vasos sanguíneos,

intestino, bexiga ou útero), que estão sob o controlo do sistema

nervoso autónomo.

Do ponto vista estrutural é o tecido muscular com as células

mais simples. As células são fusiformes, com um só núcleo em posição

central, unidas entre si formando feixes. A sua estrutura difere

bastante da dos músculos esqueléticos. A designação de tecido liso vem

do facto de não ser visível estriação transversal como nos outros

tecidos musculares, devido à disposição irregular das proteínas

contrácteis (miosina e actina) no citoplasma.

Devem-se salientar duas características importantes no tecido

muscular liso. No caso do intestino, por exemplo, as células estão

dispostas em camadas e contactam entre si electricamente através das

“gap junctions”, o que permite que um potencial de acção gerado numa

célula do tecido muscular liso se propague a todas as células da

camada. A outra característica das células do músculo liso é que

quando as suas membranas se encontram em potencial de repouso são

susceptíveis ao relaxamento. Quando as paredes do intestino relaxam e

esticam num determinado local, as membranas que relaxam sofrem uma

despolarização, que atingindo o limiar de potencial de acção produz um

potencial de acção na membrana e as células contraem. Assim, quanto

mais relaxado estiver o músculo maior será a contracção consequente.

Os tecidos musculares lisos podem ser classificados em dois

grupos:

multiunitários – com fibras individuais densamente agregadas

que não se encontram ligadas entre si. Actuam de forma independente

das demais fibras e são enervadas por apenas uma terminação nervosa.

Exemplo, o músculo ciliar dos olhos e músculos erectores dos pêlos

unitários – com fibras agregadas em lâminas ou feixes, as

membranas das células contactam em múltiplos pontos – junções

comunicantes – através dos quais fluem iões de uma célula para a

outra, de forma que contraem em conjunto. Exemplo, músculos do trato

gastrointestinal, vias biliares, ou útero.

Tecido muscular estriado esquelético

O tecido muscular estriado esquelético é responsável pelos

movimentos voluntários como os da locomoção (andar, correr), pelos

movimentos associados à respiração e pelo movimento individual de

órgãos como o globo ocular. São também, por isso, chamados músculos

voluntários ou tecido muscular voluntário porque está subordinado a um

controlo consciente.

A disposição muito organizada dos microfilamentos de actina e

miosina dá-lhe um aspecto estriado. As células do musculo esquelético

são de grande dimensões, e, ao contrário das do músculo liso e do

músculo estriado cardíaco, possuem vários núcleos. São células

sinciciais produzidas durante a fase embrionária resultantes da fusão

de várias células individuais (ou da ausência de citocinese na

mitose). Na grande maioria dos músculos esqueléticos as fibras estão

dispostas paralelamente, unidas entre si por tecido conjuntivo. As

fibras organizam-se em feixes, também estes envolvidos por tecido

conjuntivo.

Cada fibra muscular é composta por miofibrilhas – feixes de

filamentos contrácteis de actina e miosina. Cada miofibrilha possui

filamentos finos – microfilamentos de actina – e filamentos mais

grossos – microfilamentos de miosina. Num corte transversal de uma

fibra, observa-se em determinado locais apenas microfilamentos de

actina e noutros apenas de miosina, mas na maioria dos casos, cada

microfilamento de miosina é rodeado por seis de actina. Num corte

longitudinal, observa-se a estrutura estriada do músculo. O padrão

estriado das miofibrilhas deve-se à presença de repetidas unidades –

os sarcómeros – que são as unidades responsáveis pela contracção do

músculo. Cada sarcómero é constituído por microfilamentos de miosina e

actina sobrepostos, quando o músculo contrai os sarcómeros encurtam.

Hugh Huxley e Andrew Huxley propuseram um mecanismo molecular

para a contracção muscular, deduzindo-o a partir da observação da

alteração do comprimento das bandas nos sarcómeros.

Figura 2. Sarcómero.

Cada sarcómero é limitado por uma linha Z (Fig. 2) onde estão

ancoradas os microfilamentos de actina. Na zona central do sarcómero

onde só existem microfilamentos de miosina, é a banda H. a banda I é a

zina onde só existem filamentos de actina. A banda H e a banda I,

zonas mais claras na imagem de microscópio, são regiões onde os

microfilamentos de actina e miosina não se sobrepõe quando o músculo

está em relaxamento. A linha mais escura na banda H é a banda M, e

contem proteínas que ajudam a manter os microfilamentos de miosina

organizados hexagonalmente. A banda A corresponde ao comprimento das

fibras de miosina.

Quando o músculo contrai, o sarcómero encurta. As bandas H e

I tornam-se mais estreitas, as linhas Z aproximam-se e deslocam-se

para o centro da banda A; é como se os microfilamentos de actina

deslizassem sobre os microfilamentos de miosina.

Huxley e Huxley a partir da observação desta dinâmica

muscular propõem a Teoria dos Filamentos Deslizantes: segundo o modelo

quando os músculos contraem os microfilamentos de actina deslizam

entre os microfilamentos de miosina.

Figura 3. Contracção Muscular - Teoria dos Filamentos

Deslizantes

Como ocorre a contracção muscular?

As moléculas de miosina possuem duas longas cadeias

polipeptídicas enroladas que terminam numa cabeça globular. Os

microfilamentos de miosina são constituídos por várias moléculas de

miosina dispostas paralelamente umas às outras, com as cabeças

globulares em posição lateral (ver fig. 3). Os microfilamentos de

actina são formados por duas cadeias de monómeros, também elas

enroladas entre si, e à sua volta duas cadeias de tropomiosina

(proteína). As cabeças das moléculas de miosina tem locais específicos

para se ligarem à actina formando pontes entre os dois filamentos e

possuem ATPase, que hidrolisa as moléculas de ATP libertando energia

que é aproveitada para alterar a orientação das cabeças da miosina.

Na contracção muscular, cabeça globular da miosina liga-se ao

filamento de actina, alterando a sua orientação e fazendo com que os

filamentos deslizem um sobre o outro. Em seguida, uma molécula de ATP

liga-se à cabeça da miosina, que liberta o filamento de actina. O ATP

é hidrolisado e a energia libertada é utilizada para repor a

orientação original da cabeça. O ATP, curiosamente, é necessário para

quebrar a ligação actina-miosina mas não para formá-las, ou seja, os

músculos precisam de ATP para parar a contracção (o senso comum

poderia levar a pensar o contrário). Isto explica porque é que os

músculos ficam rijos pouco depois dos animais morrerem, condição

conhecida como rigor mortis. A morte interrompe o fornecimento de ATP

armazenado nas células musculares, impedindo que as pontes entre a

miosina e a actina se quebrem – o músculo não pode relaxar.

Como este processo se desencadeia em todos os sarcómeros de

todas as miofibrilhas de uma fibra muscular em simultâneo, essa fibra

contrai-se e todas as outras fibras do mesmo músculo.

Tecido muscular estriado cardíaco

Tem características intermédias entre o tecido muscular

esquelético e o tecido muscular liso. As células são longas e

cilíndricas, como no tecido esquelético, com uma disposição das

proteínas contrácteis semelhante, daí a estriação transversal. Tal

como no tecido muscular liso, as células são mononucleadas e as

contracções rítmicas e involuntárias. Algumas células do tecido

muscular cardíaco podem gerar o seu próprio potencial de acção que se

propaga a todo o músculo criando o ritmo cardíaco.

Além destas características partilhadas, o tecido muscular

cardíaco tem características únicas: as fibras são ramificadas em Y,

unindo-se longitudinalmente às células vizinhas através de estruturas

designadas por discos intercalares. Entre as células existe tecido

conjuntivo que suporta uma rede capilar fundamental para o metabolismo

intenso, conferindo-lhe resistência às grandes pressões a que estão

sujeitas durante o bombear de sangue no coração.

Tipos de Contrações

CONTRAÇÃO ISOMÉRICA E ISOTÔNICA

As contrações musculares podem ser divididas em:

Isotônica (mesma tensão)

Isométrica (mesma distância)

CONTRAÇÕES ISOTÔNICAS (A)

As contrações isotônicas são aquelas que fazem o músculo

alterar o comprimento quando se contrai, e provoca o movimento de

alguma parte do corpo. Existem dois tipos de contração isotônica:

CONCÊNTRICA – FASE POSITIVA

Contrações concêntricas são aquelas que fazem o músculo se

encurtar quando se contrai. Um exemplo é o movimento realizado no

exercício Rosca direta. Partindo do braço esticado. É a chamada fase

positiva do exercício.

São os tipos mais comuns de contrações musculares e ocorrem

com frequência em atividades diárias e nos esportes.

EXCÊNTRICA – FASE NEGATIVA

Contrações excêntricas são o oposto das concêntricas, e

ocorrem quando o músculo se alonga ao contrair. Ela vem geralmente

depois da parte concêntrica. Por exemplo, imagine você voltando com o

peso para a posição inicial, na rosca direta. É a chamada fase

negativa do exercício.

Esse tipo de contração coloca muita pressão no músculo e é

comumente envolvida em lesões musculares.

CONTRAÇÕES ISOMÉTRICAS (B)

As contrações isométricas ocorrem quando não há alteração no

comprimento do músculo utilizado. Um exemplo é ao segurar um objeto na

sua frente. Não há nenhum movimento, porém o seu músculo está

contraído para manter o objeto no mesmo nível.

A maior e mais frequente fonte de força gerada dentro do

corpo humano é pela contração dos músculos. Forças passivas adicionais

ocorrem pela tensão das fáscias, ligamentos e estruturas não

contráteis dos músculos.

Normalmente, os músculos nunca se contraem isoladamente,

porque isto produziria um movimento não funcional estereotipado.

Por exemplo, a contração isolada do bíceps do braço

produziria flexão no cotovelo, supinação do antebraço e flexão do

ombro. Em vez disso, diversos músculos, em uma refinada combinação de

forças, contribuem para produzir a força desejada e o resultante

movimento ou composição dos segmentos.

Contração Isométrica

Quando um músculo contrai-se e produz força sem alteração

macroscópica no ângulo da articulação, a contração é dita isométrica.

As contrações isométricas são muitas vezes chamadas de contrações

estáticas ou de sustentação, normalmente é usada para manutenção da

postura. Funcionalmente estas contrações estabilizam articulações. Por

exemplo, para alcançar à frente com a mão, a escápula precisa ser

estabilizada de encontro ao tórax.

Contração Concêntrica

Um encurtamento do músculo durante a contração é chamado uma

contração concêntrica (dinâmica positiva) ou de encurtamento. Exemplos

seriam os músculos quadríceps quando um indivíduo está se levantando

de uma cadeira, ou os flexores do cotovelo quando um indivíduo está

levando um copo até a boca. Nas contrações concêntricas a origem e a

inserção se aproximam, produzindo a aceleração de segmentos do corpo,

ou seja, acelera o movimento.

Contração Excêntrica

Quando um músculo alonga-se durante a contração, esta é

chamada uma contração excêntrica (dinâmica negativa) ou de

alongamento. Por exemplo, o quadríceps quando o corpo está sendo

abaixado para sentar-se e os flexores do cotovelo quando o copo é

abaixado até a mesa. Nas contrações excêntricas a origem e inserção se

afastam produzindo a desaceleração dos segmentos do corpo e fornecem

absorção de choque (amortecimento) quando aterrissando de um salto, ou

ao andar, ou seja, freia o movimento.

A relação entre força e resistência nas contrações

Impondo uma resistência sobre uma força realizada, podem

ocorrer três situações: a força superar a resistência, a força ser

superada pela resistência e a força ser igual à resistência.

Na contração concêntrica a força sempre superará a

resistência imposta, fazendo com que o movimento desejado seja

concretizado. Por exemplo, uma pessoa tentando empurrar um carro numa

subida, se o carro subir, a força aplicada pela pessoa será maior que

a resistência imposta pelo carro, realizando assim uma contração

concêntrica.

Na contração excêntrica a força sempre será superada pela

resistência imposta, fazendo com que o movimento desejado não seja

concretizado. Por exemplo, uma pessoa tentando empurrar um carro em

uma subida, se o carro descer, a força aplicada pela pessoa foi menor

que a resistência imposta pelo carro, realizando assim uma contração

excêntrica.

Na contração isométrica a força é sempre igual à resistência

imposta, fazendo com que o movimento desejado fique estático. Por

exemplo, uma pessoa tentando empurrar um carro em uma subida, se o

carro não se mover (nem para cima e nem para baixo), a força aplicada

pela pessoa foi igual à resistência imposta pelo carro, realizando

assim uma contração isométrica.

Resumindo, sendo força (F) e resistência (R):

• Quando F > R, contração concêntrica;

• Quando F < R, contração excêntrica;

• Quando F = R, contração isométrica.

Revisão do Sistema Muscular Cinesiologicamente

SISTEMA MUSCULAR

SISTEMA MUSCULAR

O TECIDO MUSCULAR É DIVIDIDO EM 3 TIPOS:

LISO: reveste os órgãos internos e são contraídos

involuntários.

CARDIACO: miocárdio músculo do coração

ESQUELETICO: são contraídos voluntariament.

SARCOLEMA: é a membrana celular da fibra muscular. É formado

por uma verdadeira membrana celular, chamanda de membrana plasmática.

Na extremidade da fibra muscular , as fibras tendinosas se unem,

formando feixes, até comporem um tendão muscular que se insere no

osso.

MIOFIBRILAS: miosina e actina. As faixas claras só contem

filamentos de actina, e as faixas escuras contem os filamentos de

miosina. Disco Z a partir desse disco, os filamentos se estendem, nas

duas direções, para se interdigitar com os filamentos de miosina.

Essas faixas dão ao músculo esquelético e cardíaco sua aparência

estriada. A região entre 2 linhas Z é chamada de sarcômero.

SARCOPLASMA: as miofibrilas, no interior da fibra muscular,

ficam suspensas em uma matriz, chamada de sarcoplasma. O liquido do

sarcoplams contem muito K+ e Mg2+, fosfato e enzimas.

RETICULO SARCOPLASMATICO: é muito importante para o controle

da contração.

O músculo é composto de fibras que podem ser finas, longas e

multinucleadas. A contração ocorre devido ao deslizamento uns sobre os

outros desses filamentos gerando uma tensão muscular. Tal evento

ocorre inicialmente com um potencial elétrico de ação proveniente do

neurônio motor da unidade motora.

ANATOMIA FUNCIONAL DO MUSCULO ESQUELETICO

FIBRA MUSCULAR ESQUELETICA: numerosa, no meio da fibra há uma

única inervação.

SARCOLEMA= membrana celular da fibra.

MIOFIBRILA= unidade formadora das fibras musculares, composta

por actina e miosina.

FAIXA I= só contem actina, são claras por serem isotrópicas.

FAIXA A = actina miosina, são onisotropica.

PONTES CRUZADAS= projeções dos filamentos fundamentais para

contração.

DISCO Z = final das actinas transversais.

CONTRAÇÃO MUSCULAR

1.Os potenciais de ação se propagam ao longo do axônio. Essa

propagação do potencial vai atingir a fenda pré - sináptica onde vai

induzir abertura dos canais de cálcio, esse cálcio influi para a

terminação, ao longo do seu gradiente eletroquímico.

2.A entrada de Ca2+, promove a liberação de acetilcolina,

sintetizada e armazenada em vesículas neurais.

3.A Ach se difunde através da fenda sináptica até a pos –

sináptica, onde se liga ao receptores nicotínicos, esse sendo ligando

dependente. Essa ligação vai induzir modificação da estrutura do

receptor onde vai gerar a ativação e induzindo a abertura dos canais

de Na+ e K+ .

4.Quando os canais de Na+ e K+ , ele irão se difundir e o Na+

irá causar uma despolarização da placa motora gerando um potencial de

ação que se propaga ao longo da fibra.

5.O potencial de ação despolariza a membrana da fibra

muscular e também penetra profundamente no interior desta fibra, nos

tubulus T, que se propagam rapidamente. Ai faz com que o reticulo

sarcoplasmatico libere, par5a as miofibrilas grande quantidade de

Ca2+, que fica armazenada em seu interior.

6.Os íons geram força atrativa entre os filamentos de actina

e miosina, fazendo que deslizem-se uma sobre a outra, formando as

pontes e containdo o músculo.

5.Essa placa só atinge o potencial de repouso quando a Ach é

degradado em colina + acetato pela acetilcolinesterase. Aí o estimulo

sendo cortado os inons de Ca2+ são bombeados de volta para o reticulo

através da bomba de Ca2+, até que ocorra um novo potencial.

MIOSINA

Filamento grosso, possui uma cabeça(ATPasica) consumidora de

ATP.

ACTINA

Filamento fino, composta de 3 porções: actina, troponina C, T

e I e tropomiosina.

Obs: quanto mais foram as pontes cruzadas em contato com a

actina, maior será a força de contração.

CLASSIFICAÇÃO DAS FIBRAS MUSCULARES

FIBRAS DE CONTRAÇÃO LENTA= tipo I ou vermelhas. Atividade

aeróbica e endurance. São pequenas, inervada por fibras nervosa fina,

vascularização bem mais extensa, numero grande de mitocôndria, contem

grande quantidade de mioglobina.

FIBRAS DE CONTRAÇÃO RAPIDA= tipo II ou branca. Atividade

anaeróbica, força e velocidade. Fibras maiores para uma força maior de

contração, reticulo extenso, para liberar mais rápido o Ca2+, grande

quantidade de enzimas glicoliticas, vascularização pouco extensa,

pequeno numero de mitocôndria.

Tipo IIb = altamente grossa, forte e veloz, poder anaeróbico.

Tipo IIa = forte, veloz, anaeróbica, capacidade oxidativa.

Tipo IIc = força e velocidade razoável, capacidade oxidativa

e aeróbica.

As fibras tipo I são inervadas por pequenos motorneuronios-

alfa de condução lenta, que emite impulso continuo para a manutenção

do tônus muscular, o que confere resistência. Já a tipo II são

inervadas por grandes motoneuronios – alfa de condução rápida que

emite impulso descontinuo, típico para desencadear uma atividade

motora que exija força, velocidade ou potencia.

TIPOS DE CONTRAÇÃO MUSCULAR

ISOMETRICA OU ESTATICA = a tensão isométrica é caracterizada

por um aumento da tensão da musculatura sem alteração do comprimento

do músculo. Ex sólio.

ISOTONICA OU DINAMICA= a tensão isotônica é caracterizada

pela alteração do comprimento muscular, onde a força excede a

resistência provocando um movimento.

CONTRAÇÃO ISOTONICA + : concêntrica, caracterizada pelo

encurtamento do comprimento do sarcômero.

CONTRAÇÃO ISOTONICA -: excêntrica, caracterizada pelo aumento

do comprimento do sarcômero.

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DOS MUSCULOS

MOTOR OU AGONISTA: é o músculo responsável pela ação.

ANTAGONISTA: tem efeito contrario do agonista, freia o

movimento no retorno a posição inicial.

SINERGISTA: músculo que exercem a mesma função.

ESTABILIZADORA: o próprio nome explica. Estabiliza uma

articulação para outro músculo agonista realizar o movimento.

NUTRALIZADOR: impede que outros músculos, senão, os desejados

atrapalham a ação.

FONTE DE ENERGIA PARA A CONTRAÇÃO MUSCULAR

A concentração de ATP presente numa fibra muscular, é

suficiente para manter uma contração por no Maximo 1 a 2 segundos.

Ÿ Fonte primaria para reconstituição do ATP: fosfocreatina

sua quebra fornece 1 ATP. A fosfocreatina é clivada de imediato e a

energia liberada provoca a ligação de novos íons fosfato ao ADP, para

reconstituir o ATP.

Ÿ Fonte secundaria para reconstituir o ATP: glicogênio. Co

oxigênio glicolise aeróbica 38ATP. Sem oxigênio glicolise anaeróbica

2ATP.

Vantagens : as reações glicolicas podem ocorrer na ausência

de O2. a velocidade com que é formado o ATP é 2 vezes maior. Os

produtos da glicolise acumulam-se nas células musculares alterando o

pH do organismo, podendo assim, ser usado cerca de 1 minuto. A rápida

degradação enzimática do glicogênio em ácidos lático e piruvico,

libera energia que é utilizada para converter ADP em ATP, sendo usado

na contração ou para reconstituir a fosfocreatina.

Os nutrientes que são consumidas são os carboidratos,

gorduras e as proteínas. Para atividade muscular prolongada a maior

proporção de energia vem da gordura.

EFICIÊNCIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR

A porcentagem de energia consumida pelo músculo que pode ser

convertida em trabalho é de menos de 20 a 25%, o restante sendo

transformada em calor.

SOMAÇÃO

1. somação por fibras múltiplas: diferentes intensidades de

contração dependem das diferentes intensidades do estimulo.

2. somação por freqüência e tetanização: estímulos somando-se

para atingir uma contração até que a própria ocorra de fato=

tetanização.

TONUS DO MUSCULO ESQUELETICO: mesmo quando os músculos estão

em repouso, ainda existe um certo grau de tensão. Isso é chamado de

tônus muscular.

FADIGA MUSCULAR: a interrupção do fluxo sanguíneo para um

músculo em contração produz fadiga quase total em um minuto ou pouco

mais, devido à perda do fornecimento de nutrientes em especial o

oxigênio.

CONTRATURA: ao tentar usar uma musculatura sem aquecimento e

tentar fazer um movimento maior que o músculo pode realizar, o mesmo

sente que irá romper fibras, e realiza uma contração nesta musculatura

indisponibilizando o grupo muscular.

CAIMBRA: é quando falta energia para alimentar a bomba de

cálcio, tendo esta energia gasto no trabalho excessivo do corpo. Sem

energia para bombear o cálcio, o mesmo por estar nas miofibrilas

realizará contração até a normalização.

RIGOR MORTIS: é a contração do músculo, fica rígido sem PA

após a morte. Isto ocorre porque não há reposição de ATP, e este

músculo permanece contraído já que não há desligamento.

Sistema nervoso central

Um diagrama mostrando o SNC:

1. Cérebro

2. Sistema nervoso central(cérebro e medula espinhal)3.

Medula espinhal.

Em anatomia, chama-se sistema nervoso central (SNC), ou

neuroeixo, ao conjunto do encéfalo e da medula espinhal dos

vertebrados. Forma, junto com o sistema nervoso periférico, o sistema

nervoso, e tem um papel fundamental no controle do corpo.

É no SNC que chegam as informações relacionadas aos sentidos

(audição, visão, olfato, paladar e tato) e é dele que partem ordens

destinadas aos músculos e glândulas.

Anatomia Comparada

A forma mais simples de sistema nervoso se encontra no filo

dos celenterados, do qual fazem parte as hidras, as medusas e os

pólipos. Esses animais possuem células nervosas distribuídas por todo

o organismo, formando uma espécie de rede.

Nos vermes que ser encontra na base da árvore evolutiva dos

Metazoa, a exemplo dos platelmintos e nematelmintos, o sistema nervoso

ainda é simples se comparado aos de organismos mais derivados, mas já

existe um certo grau de polarização, além de gânglios cerebroides e

fibras nervosas longitudinais. O sistema nervoso central é constituído

pelo encéfalo e medula espinal. A medula espinal comunica-se em

diferentes órgãos do corpo e dos membros ao 31 pares de nervos

raquidianos.

Os anelídeos se situam no estágio seguinte da escala

evolutiva. O sistema nervoso desses animais consta de um par de

gânglios cerebroides unidos por um anel periesofágico aos gânglios

metaméricos. Ocorrem também nervos laterais. Os artrópodes, quanto ao

sistema nervoso, não diferem muito dos anelídeos a partir dos quais

evoluíram.

No filo Molusca (moluscos), a estrutura nervosa é muito

diferenciada e atinge seu mais alto grau de evolução na classe dos

cefalópodes (lulas, polvos, náutilos etc). Nesses animais, os

diferentes gânglios se fundem para constituir a massa cerebral, na

qual se distingue uma parte encarregada da função visual e outra a

qual compete regular o funcionamento das brânquias, das vísceras, etc.

Nos vertebrados, o sistema nervoso se divide em central

(cérebro e medula espinhal) e periférico (nervos cranianos e

raquidianos, além do sistema nervoso autônomo ou vegetativo). O

encéfalo se divide em três regiões: o prosencéfalo, ou encéfalo

anterior; o mesencéfalo, ou porção média; e o rombencéfalo, ou parte

posterior. O segmento anterior pode dividir-se ainda em telencéfalo

(integrado pelos lóbulos da olfação e os hemisférios cerebrais) e

diencéfalo (do qual fazem parte o epitálamo, o tálamo e o hipotálamo).

A seção intermediária contém os lóbulos ópticos; a posterior também

diferencia-se em metencéfalo (do qual faz parte o cerebelo) e

mielencéfalo (constituído pelo bulbo raquidiano, que se liga à medula

espinhal).

A complexidade anatômica do encéfalo está relacionada com o

enorme número de funções e processos sensitivos por ele regulados.

Geralmente, observa-se nos peixes um menor desenvolvimento do cérebro

em benefício dos órgãos olfativos. À medida que se avança na escala

evolutiva, as dimensões do cérebro aumentam até alcançarem o tamanho

máximo nos primatas e no homem, em que ocorrem circunvoluções e

separação do cérebro em hemisférios.

A porção intrarraquidiana do sistema nervoso é a medula

espinhal, a partir da qual surgem os pares de nervos raquidianos que

inervam os diferentes músculos, glândulas e vísceras. Nos vertebrados

quadrúpedes observam-se na medula as intumescências cervical e lombar,

que correspondem à emergência de nervos que se destinam aos membros

anteriores e posteriores. O sistema nervoso autônomo é uma unidade

funcional complementar, constituída pelos sistemas simpático e

parassimpático, dos quais depende o equilíbrio da vida orgânica. A

função do sistema nervoso nos animais superiores é complementada pela

ação do sistema endócrino, encarregado de regular a secreção hormonal.

Sistema cérebro-espinhal do ser humano

No homem, a estrutura dos nervos é diferenciada em duas

áreas. Uma delas corresponde ao sistema nervoso central, constituído

pelo encéfalo e a medula espinhal, que se aloja no conduto crânio-

raquidiano, protegido pelas meninges e pelas vértebras. A outra forma

o sistema nervoso periférico, que consta de um conjunto de nervos

distribuídos por todo o organismo. Parte do sistema periférico integra

o sistema nervoso autônomo, ou vegetativo, que regula o funcionamento

das vísceras e glândulas.

No sistema nervoso central, o encéfalo humano mantém a tripla

divisão em prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo, característica da

evolução embrionária dos vertebrados, embora organicamente se

estabeleça preferencialmente a distinção entre cérebro, cerebelo,

ponte de Varólio (ou protuberância), pedúnculos cerebrais e bulbo

raquidiano (ou medula oblonga). O cérebro é o elemento principal, para

o qual são dirigidos os impulsos recebidos pelo sistema nervoso. Seu

peso médio, quando atingido o desenvolvimento máximo, é de

aproximadamente 1.400g nos homens e 1.260g nas mulheres. Na morfologia

cerebral distingue-se uma primeira separação em dois grandes

hemisférios cortados por uma linha profunda, a fissura sagital. Na

superfície de cada um desses hemisférios existem dois outros cortes, a

fissura de Sylvius, ou sulco lateral, e a de Rolando, ou sulco

central. Ficam assim delimitados quatro lobos em cada bissecção:

frontal, parietal, temporal e occipital.

A cavidade interna do cérebro é irrigada pelo líquido

cefalorraquidiano, que flui também na medula espinhal e constitui um

elemento de extrema importância no diagnóstico de muitas doenças e

alterações metabólicas. De dentro para fora, distinguem-se a

substância branca, formada pelos axônios recobertos de mielina,

material lipoproteico que envolve as fibras e aumenta a velocidade de

transmissão dos impulsos nervosos; e a substância cinzenta, que forma

o envoltório ou córtex cerebral. A massa cerebral é recoberta por três

membranas de proteção, as meninges, que separam o córtex dos ossos

cranianos. São elas a pia-máter (mais interna), aracnoide

(intermediária) e dura-máter (mais externa).

Na região póstero-inferior do cérebro, situa-se o cerebelo,

órgão responsável pela coordenação motora formado por uma parte

mediana, o verme, e dois lobos ou hemisférios. A ponte de Varólio,

também denominada protuberância anular, liga o cérebro, o cerebelo e o

bulbo, e está situada na parte inferior do encéfalo. Compõe-se de

diferentes planos de fibras nervosas longitudinais e transversais. O

bulbo faz a transição entre o encéfalo e a medula. Nele se entrecruzam

as fibras nervosas que atingirão o cérebro, razão pela qual as funções

reguladoras do lado direito do corpo são controladas pelo lobo

cerebral esquerdo, e as correspondentes ao lado esquerdo, pelo lobo

direito.

Do bulbo nasce a medula espinhal ou raquidiana, cordão

nervoso cilíndrico que se prolonga pelo interior da coluna vertebral

até o extremo do osso sacro. O cordão medular consta de um núcleo

central de substância cinzenta, com característica disposição em forma

de X, envolto numa massa cilíndrica de substância branca. A substância

cinzenta se ramifica a partir da medula para formar as raízes dos

nervos raquidianos. Ao longo de toda a sua extensão, a medula

raquidiana é protegida externamente, como o encéfalo, pelas três

meninges e, em seu canal interno, por uma membrana denominada

epêndima.

Os nervos representam a unidade fisiológica fundamental do

sistema nervoso periférico. Eles se originam nos dois componentes

básicos do sistema nervoso central: o cérebro e a medula espinhal. Os

12 pares de nervos cranianos são os seguintes:

Par I: olfativo

Par II: óptico

Par III: óculo-motor

Par IV: troclear

Par V: trigêmeo

Par VI: óculo-motor externo

Par VII: facial

Par VIII: vestíbulo-coclear

Par IX: glossofaríngeo

Par X: vago

Par XI: acessório

Par XII: hipoglosso

Outros 31 pares formam o conjunto de nervos raquidianos, dos

quais dependem a recepção de impulsos periféricos, sua transmissão aos

centros fundamentais do sistema nervoso e o envio de sinais aos

músculos.

Sistema autônomo ou vegetativo

A regulação das funções dos órgãos internos, de forma

involuntária e autônoma, é executada pelo sistema nervoso vegetativo,

unidade fisiológica integrada por dois sistemas diferenciados, o

simpático e o parassimpático, com atividades opostas. A motilidade

intestinal, por exemplo, é estimulada por um nervo do sistema

simpático e inibida por outro do sistema parassimpático. As unidades

funcionais do sistema vegetativo são as fibras e os gânglios.

O sistema simpático é integrado por uma dupla cadeia de

gânglios dispostos em ambos os lados da coluna vertebral. A condução

dos impulsos nervosos às vísceras é feita por dois neurônios: o pré-

ganglionar parte da medula e forma no gânglio uma sinapse com o

neurônio pós-ganglionar, que prossegue para inervar um órgão

periférico. O segundo componente do sistema nervoso autônomo é o

parassimpático, formado pelas fibras nervosas autônomas que emergem do

sistema nervoso pelos nervos cranianos e pelos segmentos sacrais.

Embora seus componentes obedeçam ao padrão geral da via efetora

autônoma formada de dois neurônios, o parassimpático se caracteriza

por ter o gânglio muito próximo da víscera que inerva.

Neuroanatomia

Medula espinhal

Encéfalo

Tronco cerebral

Rombencéfalo Ponte, Bulbo, Medulla oblongata

Mesencéfalo

Tectum, Pedúnculo cerebral, Pretectum, Ducto

mesencefálico

Prosencéfalo

Diencéfalo

Epitálamo, Tálamo, Hipotálamo, Subtálamo, Glândula

pituitária, Glândula pineal, Terceiro ventrículo

Telencéfalo

Rinencéfalo, Amígdala, Hipocampo, Neocórtex,

Ventrículos laterais

Sistema nervoso

Sistema Nervoso Central

Encéfalo (Córtex cerebral, ponte, Hipotálamo, Tálamo, Bulbo,

Cerebelo), Medula Espinhal.

Sistema nervoso periférico Nervos cranianos, Nervos espinhais, Plexo nervoso.

Neurônios Pericário, Dendritos, Axônio.

Células da Glia

Oligodendrócito/Célula de Schwann, Astrócitos, Ependimócito,

Micróglia.

Meninges Dura-máter, Aracnoide, Pia-máter.

Sistema nervoso autônomo

Sistema nervoso simpático, Sistema nervoso parassimpático,

Entérico.