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Suínos & Cia Ano VI - nº 25/2008 17 Creche e Terminação Introdução Todos estão cientes da evolução genética de nossos suínos nas últimas décadas, a qual vem repercutindo posi- tivamente nos índices de produção. Na Europa, essas melhorias se reetem, prin- cipalmente, no ganho de peso médio diá- rio e no índice de conversão alimentar. No entanto, estamos conscientes de que esses parâmetros sofrem uma ampla inuência de muitos outros fatores. Por exemplo o fato desses parâmetros nunca serem iguais, mesmo no caso de suínos nascidos na mesma granja e que recebem o mesmo tipo de alimentação — uma vez que os efeitos das instalações e da época do ano são sucientes, por si só, para provocar variações consideráveis. Por isso devemos interpretar esse artigo como se fosse uma aproximação às médias de produção que temos atual- mente na Europa, mais concretamente na Espanha. Sistemas de produção Primeiramente, gostaria de fazer referência aos três tipos de suínos que produzimos na Espanha, que são classi- cados como: a) Suínos “verdes” ou magros: sa- cricados entre 90 e 95 kg de peso vivo, destinados ao consumo de carne in natu- ra e primando pelo bom rendimento de carcaça. Tanto machos como fêmeas são entregues inteiros (não castrados) no aba- tedouro. São fruto do cruzamento entre uma linha fêmea Landrace x Large White, em seus diferentes nomes comerciais, ten- do como nalizadores os cachaços de alta conformação (Pietrain – Landrace, Large White conformado); b) Suínos gordos: sacricados en- tre 110 e 125 kg de peso vivo, destinados ao consumo de produtos curados (presun- to, salsicha, lingüiça) e priorizando a boa qualidade de carne. Há, inclusive, deno- minações de origem (produtos rotulados – Presunto de Teruel). Nesse caso, os ma- chos são castrados e as fêmeas não. Esse tipo de suíno origina-se do cruzamento de fêmeas Landrace x Large White standard, com cachaços sintéticos industriais ou Duroc; c) Suínos Ibéricos ou de “Pata Ne- gra“: supostamente uns 10% da produção suína da Espanha, com a particularidade de serem uma raça autóctone de capa ne- gra, exclusiva da Espanha e de Portugal, sendo considerados um produto diferen- ciado. Dentro dessa categoria há várias linhas genéticas, como o Ibérico Retinto, o Lampiño, o Torbical e o Entrepelado. Com relação a essa categoria de animais, há uma norma de qualidade na qual se de- ne que a fêmea tem de ser Ibérica pura e que o macho pode ser Ibérico, Duroc ou qualquer dos cruzamentos entre esses dois. Há dois tipos básicos de produção: a extensiva e a intensiva. Na primeira, onde os animais são conhecidos como Suíno Ibérico de Bellota ou Montanera, os suí- nos são alimentados soltos, no campo de bellotas (fruto de alguns tipos de árvores, conhecidas como encinas e alcornoques) e na pastagem, entre novembro e feverei- ro, inclusive. Na produção intensiva des- ses suínos, conhecida como “recebo”, os animais são alimentados com ração, em estrutura similar a do suíno branco. Esses suínos são sacricados entre 145 e 165 kg de peso vivo, os machos sempre castrados e, ocasionalmente, também as fêmeas. São suínos com alto percentual de gordura e com excepcional qualidade de carne, con- sumidos tanto in natura como, sobretudo, na forma de curados (presuntos, copas e lombos). Seu valor de mercado é muito superior ao dos dois primeiros grupos. Fatores de inuência A capacidade de consumo volun- tário de ração, que é denida pelo sistema Parâmetros produtivos em suínos em crescimento Dr. Antonio Palomo Yagüe Setna Nutricion – Inzo Diretor da Divisão Suína [email protected] Na Espanha são produzidos três tipos de suínos: suínos “verdes” ou magros para consumo in natura, suínos gordos e ibéricos ou “pata negra” destinados à produtos curados.

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Page 1: Creche e Terminação - Consuitecconsuitec.com.br/sgc/fotos/1081131Parametros produtivos - Edicao 25... · com excepcional qualidade de carne, con-sumidos tanto in natura como, sobretudo,

Suínos & CiaAno VI - nº 25/2008

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Creche e Terminação

Introdução

Todos estão cientes da evolução genética de nossos suínos nas últimas décadas, a qual vem repercutindo posi-tivamente nos índices de produção. Na Europa, essas melhorias se reß etem, prin-cipalmente, no ganho de peso médio diá-rio e no índice de conversão alimentar. No entanto, estamos conscientes de que esses parâmetros sofrem uma ampla inß uência de muitos outros fatores. Por exemplo o fato desses parâmetros nunca serem iguais, mesmo no caso de suínos nascidos na mesma granja e que recebem o mesmo tipo de alimentação — uma vez que os efeitos das instalações e da época do ano são suÞ cientes, por si só, para provocar variações consideráveis.

Por isso devemos interpretar esse artigo como se fosse uma aproximação às médias de produção que temos atual-mente na Europa, mais concretamente na Espanha.

Sistemas de produção

Primeiramente, gostaria de fazer referência aos três tipos de suínos que produzimos na Espanha, que são classiÞ -cados como:

a) Suínos “verdes” ou magros: sa-criÞ cados entre 90 e 95 kg de peso vivo, destinados ao consumo de carne in natu-

ra e primando pelo bom rendimento de carcaça. Tanto machos como fêmeas são entregues inteiros (não castrados) no aba-tedouro. São fruto do cruzamento entre uma linha fêmea Landrace x Large White, em seus diferentes nomes comerciais, ten-do como Þ nalizadores os cachaços de alta conformação (Pietrain – Landrace, Large White conformado);

b) Suínos gordos: sacriÞ cados en-tre 110 e 125 kg de peso vivo, destinados ao consumo de produtos curados (presun-to, salsicha, lingüiça) e priorizando a boa qualidade de carne. Há, inclusive, deno-

minações de origem (produtos rotulados – Presunto de Teruel). Nesse caso, os ma-chos são castrados e as fêmeas não. Esse tipo de suíno origina-se do cruzamento de fêmeas Landrace x Large White standard, com cachaços sintéticos industriais ou Duroc;

c) Suínos Ibéricos ou de “Pata Ne-gra“: supostamente uns 10% da produção suína da Espanha, com a particularidade de serem uma raça autóctone de capa ne-gra, exclusiva da Espanha e de Portugal, sendo considerados um produto diferen-ciado. Dentro dessa categoria há várias linhas genéticas, como o Ibérico Retinto, o Lampiño, o Torbical e o Entrepelado. Com relação a essa categoria de animais, há uma norma de qualidade na qual se de-Þ ne que a fêmea tem de ser Ibérica pura e que o macho pode ser Ibérico, Duroc ou qualquer dos cruzamentos entre esses dois. Há dois tipos básicos de produção: a extensiva e a intensiva. Na primeira, onde os animais são conhecidos como Suíno Ibérico de Bellota ou Montanera, os suí-nos são alimentados soltos, no campo de bellotas (fruto de alguns tipos de árvores, conhecidas como encinas e alcornoques) e na pastagem, entre novembro e feverei-ro, inclusive. Na produção intensiva des-ses suínos, conhecida como “recebo”, os animais são alimentados com ração, em estrutura similar a do suíno branco. Esses suínos são sacriÞ cados entre 145 e 165 kg de peso vivo, os machos sempre castrados e, ocasionalmente, também as fêmeas. São suínos com alto percentual de gordura e com excepcional qualidade de carne, con-sumidos tanto in natura como, sobretudo, na forma de curados (presuntos, copas e lombos). Seu valor de mercado é muito superior ao dos dois primeiros grupos.

Fatores de inß uência

A capacidade de consumo volun-tário de ração, que é deÞ nida pelo sistema

Parâmetros produtivos em suínos em crescimento

Dr. Antonio Palomo YagüeSetna Nutricion – Inzo

Diretor da Divisão Suí[email protected]

Na Espanha são produzidos três tipos de suínos: suínos “verdes” ou magros para consumo in natura,

suínos gordos e ibéricos ou “pata negra” destinados à produtos curados.

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nervoso central e o comportamento das diferentes linhas genéticas, são os respon-sáveis pelas consideráveis variações na base dos parâmetros produtivos e por isso quero tomá-los como ponto de partida.

Desde o dia 1° de janeiro de 2006 foi suprimido o uso de todos os antibióti-cos promotores de crescimento (carbadox, tilosina, salinomicina, ß avofosfolipol, ba-citracina de zinco) na Europa e isso deve ser levado em conta se quisermos compa-rar seus parâmetros produtivos com países onde esses fármacos ainda são permitidos, considerando que estudos realizados de-terminam melhorias no ganho médio de peso diário e no índice de conversão ali-mentar da ordem de 3 a 5% .

Todavia, não é menos correto aÞ rmar que, nos últimos anos, os progra-mas nutricionais para suínos de engorda melhoraram claramente, estendendo essa melhoria aos parâmetros produtivos. As medidas habituais voltadas à nutrição, postas em prática dentro de nossas granjas têm sido as seguintes:

1 - ClassiÞ cação da capacidade de consumo e crescimento dos su-ínos (deposição de tecido magro);

2 - Balanço de dietas com base na proteína ideal (aminoácidos di-gestíveis);

3 - Formulação com base na energia líquida do suíno;

4 - Otimização da relação cálcio/fós-

foro digestível, utilizando Þ tases (enzimas);

5 - Emprego de complexos enzimá-ticos (xylanase, betaglucanase, amilase, peptidase);

6 - Incorporação de outros aditivos: probióticos, prebióticos, ácidos orgânicos, óleos essenciais;

7 - Melhorias nos processos de con-trole de qualidade das matérias primas;

8 - Avanços na tecnologia de fabrica-ção;

9 - Incorporação de sistemas de ali-mentação líquida (na Europa, mais de 65% dos suínos de en-gorda);

10 - Melhoria dos sistemas de manejo de programas de alimentação.

O primeiro fator nutricional com grande inß uência no ganho de peso médio diário (GMD) é o consumo energético. Os aminoácidos são o segundo fator, sem nos esquecermos dos níveis de fósforo, vita-minas e outros micronutrientes.

Os fatores genéticos, sanitários e ambientais intervêm no consumo de ali-mento, o que determina entre 65 e 80% da variabilidade individual no crescimento diário.

O consumo de ração, nas mesmas linhas genéticas, chega a ser até 30% me-

nor nas provas realizadas a campo, quan-do comparada a ensaios experimentais.

Energia

Nos leitões há uma relação linear entre a ingestão de energia e o ganho de peso médio diário. Devemos considerar a diferença entre incrementar a densidade energética da ração e o aumento do con-sumo energético diário. Assim, em fases avançadas de engorda e segundo os fato-res anteriormente mencionados, o incre-mento da densidade energética dará lugar a um decréscimo no consumo de ração, o que nem sempre é igual a uma maior in-gestão energética, com maior crescimento diário.

Aminoácidos

Os níveis de aminoácidos – to-mando-se como referência a lisina – es-senciais para a deposição de tecido magro, dentro dos ganhos de conjunto diários dos tecidos, devem ter uma correta relação com o nível energético das dietas. Assim, a relação adequada lisina/calorias deve ser tomada como parâmetro de referência. É assim que deve ser, já que ao variarmos a concentração energética, o consumo de alimento muda e, portanto, o ganho médio de peso diário também. Desse modo, uma maior concentração energética implica numa maior concentração de aminoáci-dos na dieta. Essa observação deve ser mais comum em genéticas magras e em condições climáticas adversas. Também deve ser diferente a relação entre machos, fêmeas e animais castrados, em função de sua capacidade distinta de consumo vo-luntário e de suas necessidades individu-ais. Um caso a parte merece ser levado em conta, quanto à relação energia/aminoáci-dos, que são os programas de alimentação para suínos Ibéricos, em função de suas necessidades protéicas serem muito infe-riores. Da mesma forma, devemos con-siderar a referida relação, caso as dietas sejam fornecidas ad-libitum, racionadas, secas ou alimentação líquida.

Em síntese, quando se reduz o consumo diário de alimento em dietas concentradas em energia, deve-se incre-mentar o percentual de lisina para manter o consumo de gramas de lisina por dia, com base no objetivo de ganho de peso médio diário. Se, quando subimos a ener-gia da ração temos uma resposta positiva

O uso de antibióticos como promotor de crescimento tem demonstrado uma melhoria no ganho

médio de peso diário e no índice de conversão alimentar na ordem de 3-5%.

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no ganho média diário, ainda que se man-tenha o consumo médio diário, necessita-mos subir os níveis de lisina para continu-ar aumentando o referido GMD.

Para otimizar a relação energia/li-sina dispomos de quatro métodos básicos, bem conhecidos, que são:

a) Realizar provas de nutrição com diferentes concentrações na dieta, avaliando a resposta dos suínos (conside-rar genéticas distintas e variáveis produ-tivas);

b) ClassiÞ cação dos suínos, es-tabelecendo a capacidade de deposição de tecido magro e o consumo de alimen-to. Realiza-se através da medição, com um ecógrafo, da gordura e da musculatura a intervalos regulares, inter-relacionando as mesmas com as curvas de crescimento diário e pesos intermediários. As curvas de con-sumo devem ser estabelecidas, direta ou indiretamente, com base na estimativa dos requerimentos de energia das dietas para o crescimento do tecido magro, tecido gorduroso e requerimentos de energia de manutenção;

c) Embasado na padronização dos sistemas de classiÞ cação, utilizam-se cur-vas-padrão de crescimento de tecido ma-gro, derivadas das categorias de médias de ganho de musculatura sobre os perío-dos completos das fases de crescimento e terminação. Considera-se o consumo de-rivado da melhor relação energia/lisina;

d) Desenvolvimento de equações de regressão, que predizem a relação li-sina/energia baseada no peso vivo. Essa relação está muito condicionada ao poten-cial genético dos suínos.

Minerais

Os níveis de fósforo são impor-tantes para o desenvolvimento ósteo-es-quelético, inß uenciando a mineralização óssea (aproximadamente 80% do fósfo-ro orgânico está nos ossos). Também é essencial o seu papel no crescimento do tecido magro, por intervir na utilização da energia do ATP e na manutenção do equi-líbrio eletrolítico. Sabemos que uma rela-ção cálcio/fósforo elevada reduz o consu-mo voluntário de alimento e, portanto, do ganho médio de peso diário. Atualmente o uso de Þ tases nas rações permite que ajus-temos melhor esta relação em cada fase produtiva, possibilitando que cheguemos mais próximos do melhor índice de ganho de peso diário.

Sistema imunológico

A resposta do sistema imunoló-gico frente aos diferentes patógenos atua sobre as células musculares por diferentes vias, causando uma redução na deposição de tecido magro e provocando um impac-to negativo no crescimento do suíno.

A resposta antigênica é maior, nos suínos com elevada deposição de tecido magro, comparativamente aos mais gor-dos. O estado sanitário de nossas granjas de suínos afeta mais o crescimento magro que o gordo. Pode-se dizer então que, nos suínos mais sadios é possível concentrar mais as dietas, tanto em termos de ener-gia como de aminoácidos, havendo uma melhor correlação com o ganho de peso médio diário.

Os fatores de estresse, tanto so-ciais (mistura de animais, tamanho do grupo, densidade) como ambientais, redu-zem a eÞ cácia do sistema imunológico do suíno e a deposição de tecido magro mais a de gordura, dando lugar a uma redução do ganho de peso médio diário. Aqui é importante considerar também como a se-leção genética visando uma maior deposi-ção de tecido magro mudou a Þ siologia do crescimento nos suínos, além das respos-tas aos diferentes estímulos ambientais e sanitários.

Água

Gostaria de fazer menção a outro nutriente essencial na determinação de

um ganho de peso médio diário adequado para os suínos, que é a água. Os suínos obtêm a água por três vias bem diferencia-das, nas seguintes porcentagens:

a) Água de bebida - 83%

b) Água metabólica - 14%

c) Água da ração - 3%

A água é a chave para o consumo de ração por atuar em muitas reações quí-micas, regular a temperatura interna, ser-vir como meio de transporte de hormô-nios, mensageiros, enzimas e nutrientes.

Durante o período de engorda o consumo de água aumenta proporcional-mente ao consumo de ração e ao peso vivo, estimando-se uma relação de 2,5 a 3,5 litros de água por quilo de ração, se-gundo um conjunto de variáveis.

Como todos sabemos, a qualidade da água de bebida é essencial para man-ter um consumo adequado em cada fase e não inß uir negativamente no ganho de peso médio diário.

Também devemos levar em con-sideração a inß uência da dieta sobre o consumo voluntário de água. Assim, por exemplo, os níveis elevados de proteína bruta dão lugar a um maior consumo de água (entre 10 e 20 % a mais, segundo os níveis). Em suínos de engorda, uma re-dução dos níveis de proteína bruta, com um incremento dos níveis de aminoácidos sintéticos, não determina mudanças no consumo de água.

A utilização de Þ tase nas rações permite ajustar melhor a relação produtiva de casa fase,

possibilitando o melhor indice de ganho de peso diário.

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Além disso, gostaria de apontar outra série de fatores que têm inß uencia-do nos parâmetros produtivos de engorda para chegar ao ponto em que estamos hoje:

a) Dietas mais digestíveis para os leitões, após o desmame, além de instala-ções e condições ambientais melhoradas, o que resulta em animais mais pesados às 8 e 10 semanas de vida, momento em que são transferidos ao setor de engorda, re-duzindo assim os dias de permanência no mesmo;

b) Manejo: a mão de obra das granjas está cada dia mais proÞ ssional, o que sem dúvida favorece a obtenção de melhores índices;

c) Sanidade: na Europa, desde 1991, sofremos um agravamento dos problemas respiratórios nos suínos de engorda pela presença do vírus da Sín-drome Respiratória e Reprodutiva Suína (SRRP na Europa ou PRRS na América) e do Circovírus Suíno do tipo 2 (PRCAD ou PMWS), além de um incremento nas patologias digestivas, como conseqüência da supressão dos antibióticos promotores de crescimento (APC ou GPA), que não têm feito outra coisa senão penalizar, por esta via, os índices zootécnicos, fazendo-nos perder, em muitos casos, todas as me-lhorias derivadas do restante dos fatores de inß uência.

Parâmetros produtivos

Dentro dos índices zootécnicos nos suínos de engorda, gostaria de estabe-lecer dois grandes grupos, tanto em nível acadêmico, como do ponto de vista eco-nômico. Assim, vejamos:

Grupo I:• Ganho de peso médio diário

• Índice de conversão alimentar • Consumo de ração médio diário

Grupo II:

• Mortalidade

• Suínos atrasados – caudas

• Custo terapêutico

• Dias de permanência no setor de engorda.

Alternância entre local e ano, ou quilos produzidos por local de engorda e ano.

Do ponto de vista Þ nanceiro, a fase de engorda contempla de 50 a 60 % do custo Þ nal de produção e corresponde a 65 - 75 % do gasto com alimentação, em uma granja de ciclo completo. Desde meados de 2007 e até março de 2008, o custo de alimentação tem sido incremen-tado consideravelmente, já que passamos de um custo médio de ração de engorda, de 190 a 240 €/Tonelada (1 € = 1,48 dóla-res americanos).

Do mesmo modo, nosso custo médio por quilo produzido passou de 0,90 -1,00 € a 1,05 -1,20 €/kg de peso vivo.

Os dados médios de produção que coloco a seguir estão baseados em um peso inicial da sua entrada no setor de engorda, estabelecido como sendo de 20 quilos de peso vivo.

Para colocar esses dados à dispo-sição de uma forma clara e precisa permi-tam-me organizá-los em uma tabela para que Þ que mais fácil seu entendimento e sua interpretação, conforme pode ser vi-sualizada na tabela acima.

A resposta do sistema imunológico frente aos patógenos também causa redução na deposição de

tecido magro, provocando retardo no crescimento do suíno.

DADOS PRODUTIVOSSUÍNOS

“VERDES”SUÍNOS

GORDOSSUÍNOS

IBÉRICOS

Fase de produçãoPeso Þ nal (kg)

Abate 90 a 95

Abate 115 a 120

Abate 150 a 160

Quilos recuperados 70 a 75 95 a 100 130 a 140

Ganho de peso médio diário (g) 725 740 680

Consumo médio diário (g) 1,800 2,150 2,33 a 3,11

Dias alojados 100 130 225

Índice de C.A. 2,6 a 2,8 2,7 a 3,0 4,0 a 5,5

Consumo total deração/suíno (kg)

200 270 525 a 700

Custo total de alimentação(€/suíno engorda)

48 60 120 a 145

Custo por kg de carne(€/kg)

0,65 0,62 0,90 a 1,00

Mortalidade ( % ) 4 a 6 4 a 6 3 a 5

Custo terapêuticomédio/suíno ( % )

3 a 5 3 a 5 3 a 4

Custo total de produção (€/kg) 1,00 a 1,10 1,00 a 1,12 1,10 a 1,30