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CORREIO DO PLANALTO Prolegómeno QUINZENÁRIO - ANO XLl - N. o 692 - 15.ABRIL. 2015 Director: Bento da Cruz - Editor: José Dias Baptista Preço Avulso: E 0,70 - Assinatura Anual: Território Nacional E 15,00 / Estrangeiro E 45,00 CORREIO DO PLANALTO já pode ser lido em versão digital Consulte o site: Milhares de pessoas presentes ATENÇÃO [email protected] Auto da Paixão em Vilar de Perdizes Para João Paulo Costa, médico veterinário da Câmara de Boticas, “estes prémios constituem, naturalmente, um enorme incentivo para o Agrupamento de Produtores mas, acima de tudo, para todos aqueles que preservam, nas terras altas do norte de Portugal, esta maravilhosa raça autóctone, produzindo uma das melhores carnes do mundo em perfeita simbiose com o meio ambiente, num claro exemplo de desenvolvimento sustentado, CARNE BARROSÃ DE OURO em Santarém A Carne Barrosã – DOP voltou a conquistar duas Medalhas de Ouro, no concurso das carnes e no concurso dos hambúrgueres no IV Concurso Nacional de Carnes Tradicionais Portuguesas com Nomes Qualificados que decorreu dia 17 de março em Santarém respeitando o bem estar animal, cumprindo todas as exigências legais e garantindo a rastreabilidade e a segurança alimentar.” Evidenciou ainda o papel importantíssimo dos produtores neste feito ao afirmar que: Esta distinção é inteiramente dedicada aos heróicos produtores que arduamente resistem às adversidades da conjuntura económica, não hesitando em perseguir os seus propósitos. “ Referiu ainda o contributo destes na preservação do património genético e na manutenção da biodiversidade, pela preservação da paisagem montanhesa e pela sustentabilidade da economia rural das regiões de produção. O IV Concurso Nacional de Carnes Tradicionais Portuguesas com Nomes Qualificados é uma organização da Qualifica – Associação Nacional de Municípios e de Produtores para a Valorização e Qualificação dos Produtos Tradicionais Portugueses - e do CNEMA – Centro Nacional de Exposições de Santarém. A entrega das medalhas irá decorrer em Santarém, em junho próximo, no decurso da Feira Nacional de Agricultura. (Continua na pág. 3) Um dia o Boi do Povo apanhou uma carda na pata. Aquilo infetou e o boi já não dava conta do recado. Então os cabos reuniram o couto (1) para discutir o caso. O velho Bossa, que havia estado na América e gostava de falar de papo, era de opinião que se vendesse o boi e se comprasse outro. “O quê?!” – reagiram os mais novos em coro :” O velho está maluco…” A maioria do povo gostava do Boi. Era manso, bonito, pintava bem (2) e nunca tinha perdido uma chega. “Vender um boi por causa de uma carda na pata… “ “Até o diabo se ria…” “Se o quereis vender tendes aqui comprador”, blasonou o Caparrecas. “Se queres comprar bois, vai à feira.” “Aqui ninguém vende boi nenhum” “E se chamássemos o Júlio Cuco, da Portela?” “Não precisamos cá do Júlio Cuco para nada” “Então que fazemos?” “O que sempre se fez. Tira-se a carda e desinfeta-se a ferida com creolina, água a ferver ou ferro em brasa.” “E o boi vai estar mesmo ali quieto enquanto vós o operais…” “O boi amarra- se a uma árvore.” “Outro…” “Outro, o quê? Já ajudei a fazer isso muita vez…” “Se o Barbado o diz…” “Digo e provo. Tocai o boi ali para o meu pátio do forno.” (3) “Ele, coitado, mal se arrasta…” “Trazei-o ao colo…” “E julgas por i que não somos homens para isso?” “Pelo sim, pelo não, levai cada um seu pau…” “Mais que não seja para lhes fazeres uns tagatés”. “Sempre ao correr do pêlo”. Os rapazes novos, que tinham uma devoção por aquele touro superior à dos antigos egípcios pelo Boi Apis, correram à corte e lá conseguiram trazê-lo sem adjutório de muleta, cadeira de rodas ou maca. “Ide ali ao meu palheiro e trazei um calabre que lá está atrás da porta.” Os rapazes foram pelo calabre. E começou o “rodeo”. Quero eu dizer com isto que toda a malta “rodeou” o boi para ver o espectáculo. O Caifora, que dizia haver trabalhado como vaqueiro numa fazenda de Mato – Grosso, Brasil, pedia que o deixassem fazer uma laçada de cobói ao bezerro. “Deixa-te de coboiadas que isto não é brincadeira nenhuma. É uma coisa séria” “Só queria ajudar.” “Se estiveres quieto e calado, já é uma boa ajuda.” “Afastem as crianças.” Num passe de mágica, o Marinheiro tinha passado uma laçada dupla aos cornos do boi. “Quieto! Quieto maluquinho que ninguém te quer fazer mal… Empurrai aqui ao correr da parede… Com modos de gente. O “Auto da Paixão”, um evento de fé cristã, regressou a Vilar de Perdizes. Protagonizado pela população local, esta iniciativa marcou a celebração da Semana Santa no concelho. Para Orlando Alves, presidente da Câmara Municipal de Montalegre, «foi a recriação da história mais magnífica de todos os tempos». O edil mostrou-se muito satisfeito pelo envolvimento de toda a população da aldeia e referiu que «foi bonito ver toda esta gente unida neste projeto que, durante alguns meses, constituiu a sua razão de ser». O autarca considerou que a coletividade organizadora «saiu reforçada, mais unida e determinada». ”AUTO DA PAIXÃO” NO MÊS DE AGOSTO Em nome da organização, Umbelina Moura explicou que foi uma realização «muito gratificante» e que «não há palavras que descrevam a alegria, a emoção e o empenho desta gente». Na mesma linha, considerou que «Vilar de Perdizes vai renascer culturalmente». Em relação ao público presente, a representante sublinhou que «transmitiu muita confiança aos atores visto que se trata de uma encenação de longa duração e não arredaram pé». Umbelina Moura adiantou que, dado o sucesso da iniciativa, «existe a ideia de se fazer novamente no Quase 20 anos depois, Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre, ressuscitou um dos expoentes máximos do património imaterial do norte de Portugal. Milhares de pessoas assistiram a um espetáculo único nesta sexta-feira Santa. mês de Agosto, se for possível, numa perspetiva diferente, ao entardecer». Trata-se de uma «inovação apresentada pelos próprios atores», concluiu.

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CORREIO DO PLANALTOProlegómeno

QUINZENÁRIO - ANO XLl - N.o 692 - 15.ABRIL. 2015 w Director: Bento da Cruz - Editor: José Dias Baptista w Preço Avulso: E 0,70 - Assinatura Anual: Território Nacional E 15,00 / Estrangeiro E 45,00

CORREIO DO PLANALTOjá pode ser lido em versão digital

Consulte o site:

Milhares de pessoas presentes

ATENÇÃO

a o u t r a v o z 0 @ g m a i l . c o m

Auto da Paixão em Vilar de Perdizes

Para João Paulo Costa, médicoveterinário da Câmara de Boticas, “estes

prémios constituem, naturalmente, um

enorme incentivo para o Agrupamento

de Produtores mas, acima de tudo, para

todos aqueles que preservam, nas

terras altas do norte de Portugal, esta

maravilhosa raça autóctone,

produzindo uma das melhores carnes

do mundo em perfeita simbiose com o

meio ambiente, num claro exemplo de

desenvolvimento sustentado,

CARNE BARROSÃ DE OURO em SantarémA Carne Barrosã – DOP voltou a conquistar duas Medalhas de Ouro,

no concurso das carnes e no concurso dos hambúrgueres no IV

Concurso Nacional de Carnes Tradicionais Portuguesas com Nomes

Qualificados que decorreu dia 17 de março em Santarém

respeitando o bem estar animal,

cumprindo todas as exigências legais

e garantindo a rastreabilidade e a

segurança alimentar.”

Evidenciou ainda o papelimportantíssimo dos produtores neste feitoao afirmar que:

“Esta distinção é inteiramente dedicadaaos heróicos produtores que arduamenteresistem às adversidades da conjunturaeconómica, não hesitando em perseguiros seus propósitos. “

Referiu ainda o contributo destes napreservação do património genético e namanutenção da biodiversidade, pelapreservação da paisagem montanhesa epela sustentabilidade da economia ruraldas regiões de produção.

O IV Concurso Nacional de CarnesTradicionais Portuguesas com NomesQualificados é uma organização daQualifica – Associação Nacional deMunicípios e de Produtores para a

Valorização e Qualificação dos ProdutosTradicionais Portugueses - e do CNEMA– Centro Nacional de Exposições deSantarém.

A entrega das medalhas irá decorrer emSantarém, em junho próximo, no decursoda Feira Nacional de Agricultura.

(Continua na pág. 3)

Um dia o Boi do Povo apanhou umacarda na pata. Aquilo infetou e o boi jánão dava conta do recado. Então os cabosreuniram o couto (1) para discutir o caso.O velho Bossa, que havia estado naAmérica e gostava de falar de papo, erade opinião que se vendesse o boi e secomprasse outro. “O quê?!” – reagiramos mais novos em coro :” O velho estámaluco…” A maioria do povo gostava doBoi. Era manso, bonito, pintava bem (2) enunca tinha perdido uma chega. “Venderum boi por causa de uma carda na pata…“ “Até o diabo se ria…” “Se o quereisvender tendes aqui comprador”, blasonouo Caparrecas. “Se queres comprar bois,vai à feira.” “Aqui ninguém vende boinenhum” “E se chamássemos o JúlioCuco, da Portela?” “Não precisamos cádo Júlio Cuco para nada” “Então quefazemos?” “O que sempre se fez. Tira-sea carda e desinfeta-se a ferida comcreolina, água a ferver ou ferro em brasa.”“E o boi vai estar mesmo ali quietoenquanto vós o operais…” “O boi amarra-se a uma árvore.” “Outro…” “Outro, o quê?Já ajudei a fazer isso muita vez…” “Se oBarbado o diz…” “Digo e provo. Tocai oboi ali para o meu pátio do forno.” (3) “Ele,coitado, mal se arrasta…” “Trazei-o aocolo…” “E julgas por i que não somoshomens para isso?” “Pelo sim, pelo não,levai cada um seu pau…” “Mais que nãoseja para lhes fazeres uns tagatés”.“Sempre ao correr do pêlo”.

Os rapazes novos, que tinham umadevoção por aquele touro superior à dosantigos egípcios pelo Boi Apis, correramà corte e lá conseguiram trazê-lo semadjutório de muleta, cadeira de rodas oumaca. “Ide ali ao meu palheiro e trazeium calabre que lá está atrás da porta.”Os rapazes foram pelo calabre. Ecomeçou o “rodeo”. Quero eu dizer comisto que toda a malta “rodeou” o boi paraver o espectáculo. O Caifora, que diziahaver trabalhado como vaqueiro numafazenda de Mato – Grosso, Brasil, pediaque o deixassem fazer uma laçada decobói ao bezerro. “Deixa-te de coboiadasque isto não é brincadeira nenhuma. Éuma coisa séria” “Só queria ajudar.” “Seestiveres quieto e calado, já é uma boaajuda.” “Afastem as crianças.”

Num passe de mágica, o Marinheirotinha passado uma laçada dupla aoscornos do boi. “Quieto! Quietomaluquinho que ninguém te quer fazermal… Empurrai aqui ao correr daparede… Com modos de gente.

O “Auto da Paixão”, um evento de fécristã, regressou a Vilar de Perdizes.Protagonizado pela população local, estainiciativa marcou a celebração da SemanaSanta no concelho.

Para Orlando Alves, presidente daCâmara Municipal de Montalegre, «foi arecriação da história mais magnífica detodos os tempos». O edil mostrou-semuito satisfeito pelo envolvimento de todaa população da aldeia e referiu que «foibonito ver toda esta gente unida nesteprojeto que, durante alguns meses,constituiu a sua razão de ser». O autarcaconsiderou que a coletividadeorganizadora «saiu reforçada, mais unidae determinada».

”AUTO DA PAIXÃO” NO MÊS DEAGOSTOEm nome da organização, UmbelinaMoura explicou que foi uma realização«muito gratificante» e que «não hápalavras que descrevam a alegria, aemoção e o empenho desta gente». Namesma linha, considerou que «Vilar dePerdizes vai renascer culturalmente». Emrelação ao público presente, arepresentante sublinhou que «transmitiumuita confiança aos atores visto que setrata de uma encenação de longa duraçãoe não arredaram pé». Umbelina Mouraadiantou que, dado o sucesso da iniciativa,«existe a ideia de se fazer novamente no

Quase 20 anos depois, Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre,ressuscitou um dos expoentes máximos do património imaterial do nortede Portugal. Milhares de pessoas assistiram a um espetáculo úniconesta sexta-feira Santa.

mês de Agosto, se for possível, numaperspetiva diferente, ao entardecer».

Trata-se de uma «inovação apresentadapelos próprios atores», concluiu.

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2 – CORREIO DO PLANALTO

Locais onde as ASSINATURAS do“Correio do Planalto” podem ser pagas:

w Rádio Montalegre - Travessa do Polo

Norte 5470-251 MONTALEGRE.

w PISÕES - Restaurante Sol e Chuva.

w SALTO - Papelaria Milénio - Rua Central,

Ed. Igreja Nova, 77-A - Loja 3.

w Do País: transferência bancária para a conta

do BPI: NIB 0010 0000 1598 7370 0017 7.

w Do estrangeiro: IBAN: PT50 0010 0000 1598

7370 0017 7.

w Directamente para a Delegação do Porto: Rua

Rodrigo Álvares, 61, 2º Dt. - 4350-278 PORTO

(por cheque, vale de correio ou moeda corrente).

Locais onde o “Correio do Planalto” está à venda:w MONTALEGRE: - Quiosque Estrela Norte.

w SALTO: - Papelaria Milénio.

Empresas Familiares por: João Medeiros Pereira

(Continuação do número anterior)

(Continua no Próximo número)

Prolegómeno(Continuação da pág. 1)

CORREIO DO PLANALTONº Registo da D. G. C. S. 105438

Depósito Legal Nº 2163/83

Proprietário: Bento Gonçalves da CruzContribuinte Nº 108 805 239

Redacção e Administração:

Travessa do Polo Norte • 5470-251 MONTALEGRETels. 276 511 048 / 276 518 280 • Fax 276 511 064

e-mail: [email protected]

Fotocomposição:

Deleg. Porto: Rua Rodrigo Álvares, 61-2º D.to

4350-278 PORTO - Tlf. 22 550 14 46

Impressão: LMF - Artes Gráficas.

[email protected]

Telm. 937 920 161

Tiragem deste número: 1000 ex.—

Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus Autores

6.1.4. O conteúdo do Acordo Familiar

Consideramos que os autoresMontemerlo e Ward (2005: 34) criaram umatabela, que apresentamos a seguir, ondede uma forma simplificada apresentam assecções básicas de qualquer AF bem comoo seu conteúdo. Constatamos que estesautores não consideraram as remu-nerações como sendo de conteúdo básicono AF.

Referem que o conteúdo do acordo deveser consistente. Como constatamos osvalores e crenças da família devemnaturalmente conduzir os princípios da EFque por sua vez deve conduzir as políticasda empresa.

“A consistência não é automática e temque ser constantemente monitorizada”(Montemerlo e Ward, 2005: 35).

O AF deverá ser consistente. A adopçãode princípios comuns, discutidos pelos MF,facilita a consistência do AF.

Quando os princípios no AF sãoexplícitos, a consistência entre princípios epoliticas pode ser facilmente aferida.

A consistência só será alcançada se afamília procurar, verdadeiramente, porprincípios comuns.

6.1.5. O caso particular do ProtocoloFamiliar no seio dos AcordosFamiliares

O termo PF foi introduzido inicialmentepor Gallo e Ward em 1991 (Panikkos ZataPoutziouris et al, 2006: 298).

É um documento escrito com o objectivode manter e reforçar, ao longo das gerações,a união dos MF e o compromisso desucesso da EF estabelecendo as bases dorelacionamento entre a família e a empresa.

O Prof. Fernando de Almeida numapublicação da Universidade Lusíada 1ªsérie, nº 3 de 2005 refere em relação ao PF:“trata-se de uma declaração de intenções,fruto do consenso de todos os membros dafamília”

“O protocolo familiar é um acordonormativo composto principalmente porpolíticas que conduzem os diversos tópicosrelacionados com as necessidades daempresa” Montemerlo, Ward, 2005: 49).

Ao decidir escrever um PF a famíliaproprietária identifica, torna explícito etransfere para a geração seguinte e paraos outros accionistas as razões principaisdo seu compromisso com a empresa, afilosofia que inspira a família no seurelacionamento e controlo com a empresae os objectivos perseguidos pela empresae pela família bem como as regras quegovernam as relações entre a família e aempresa.

“Os protocolos familiares estãoespecialmente ajustados para os casos emque as mesmas pessoas trabalham e sãoproprietários da empresa. Tambémencaixam em situações em que a família ea propriedade são ou tendem a sercomplexas” (Montemerlo, Ward, 2005: 51).

6.1.5.1 A estrutura típica do ProtocoloFamiliar

A análise dos investigadores conclui queo PF é comummente constituído por duaspartes, e cada parte é subdividida emdiversos capítulos. A primeira parte explicaas origens da EF e estabelece o critério dedefinição e implementação da cada regra.Esta primeira secção assenta em quatropilares. O primeiro pilar pode-se referir àsrazões de continuar como uma EF e aosvalores principais da família. O segundoalude ao tipo de relacionamento que afamília pretende manter com a empresa, econsequentemente, qual o relacionamentopretendido para o futuro. O terceiro apontaas reais expectativas dos MF em relação àempresa. O quarto indica a circunstância ea condição em que pode ser determinadoo fim da EF.

A segunda parte do PF, normalmente,inclui os regulamentos e as normas queprocuram a confiança entre os MF atravésdo aumento da previsibil idade doscomportamentos dos MF em relação àempresa e vice-versa. Estas normasreferem-se basicamente ao emprego naempresa – pré-requisitos para a admissão,processo de selecção, carreira e outrasquestões com ele relacionado. Referem-se também ao exercício de poder naempresa e a questões monetárias como avenda de acções, dividendos ouinvestimentos.

Panikkos et al, (2006: P 315) consideramque o processo de formulação do PF requera participação de todos os MF. A sinceridadee o verdadeiro interesse na continuidadeda empresa são variáveis importantes nosucesso do PF. Um aspecto importante queos autores referem é a importância doshábitos de comunicação entre os MF. Aaptidão de cada um para expressar as suasideias e para resolver conflitos pode serafectada por bons ou maus hábitos decomunicação na família.

O PF pode diferir de empresa paraempresa pois tanto cada família como cadaempresa são únicas. O protocolo deverátraduzir as preocupações daquela família edaquela empresa, contudo, alguns pontosparecem de tratamento obrigatório aindaque de forma diferenciada (Ussman, 2004:98).

Analisamos os pontos que os autoresWard, Montemerlo e Ussman consideramfundamentais na estrutura do PF eapresentamos de seguida:

-Missão, visão e valores da família queas gerações actuais preservam e setransmitirão aos membros mais jovens daspróximas gerações;

-Mecanismos que garantam amanutenção de boas relações entrefamiliares e a resolução de conflitos;

-Regras de abertura ou restrições àentrada na empresa de novos MF;

-Participação da família na direcção econtrole da empresa;

-Canais de comunicação entre família eempresa;

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” No ângulo formado pela empena sul do forno e o muro oste do pátio estava umcastanheiro multisecular mas ainda robusto. Parecia ter sido posto ali de propósito paraaquilo. “Empurrem devagar”. “Mais um pouquinho”.

Logo que o boi encostou a cabeça ao tronco, o Marinheiro deu um nó cego na corda:“Pronto. O mais difícil está feito. Agora é meter-lhe ombros ao flanco e levantar-lhe a pata.”

“Com licença, minha gente!” Era a tia Ermelinda com o avental em abada e carinha desantanária pitosga no bioco do lenço preto. Que a deixassem asperger o boi com sal eresponsá-lo a Santo António de Lisboa. Todos acataram aquele momento de crendice.

À porta do forno comunitário tinha o Florentino da Volta, que era latoeiro e estava abotar uns pingos de solda num cântaro de folha, a sua forja ambulante em funcionamento.Perguntaram-lhe se não tinha um ferro jeitoso que pudesse enrubescer entre as brasas.“O que vinha mesmo a calhar era um espeto”. “Ide ali à minha que mande o espeto”. Osrapazes foram num pé e vieram noutro. “Enquanto tirais a carda, o espeto fica ao rubro.”“Cuidado!” “Levantai um pouco mais a pata.” “Quem tem aí uma navalha?” Apareceramlogo várias naifas. “Esta serve”.

A carda saltou fora com facilidade. Mas quando o Florentino embebeu o espeto embrasa na ferida, o boi desferiu um couce traiçoeiro, a varrer. Só por acaso não aleijouninguém. “Tocaste-lhe no sabugo…” “Melhor”. “Afastem-se e deixem acalmar o boi”.Começaram a acariciá-lo com os paus e a afalar-lhe com palavras carinhosas: “Boizinhobonito.” “Boizinho valente”. “Pronto, já acabou.” “Assossega os ânimos.” Mas o boi não iaem cantigas. Dava cada esticão à corda que até o castanheiro estremecia. “Lá vai ocalabre.” “Não te preocupes.” Afastem-se e deixem o boi à vontade.” Levou para aí dezminutos a acalmar. Soltaram-no. Quando se viu livre o boi sacudiu a cornadura em sinalde alívio. Depois começou a pôr a pata no chão. Já não mancava. Os presentesovacionaram-no, comovidos.

Assisti a este facto histórico há oitenta anos. Lembrei-me hoje dele por razões queninguém me pode levar a mal. Aconteceu-me exatamente o mesmo. Aqui há uns mesescomeçou a doer-me o pé esquerdo. Vieram os peritos e falaram. Em micose, unhaencravada, podagra, flebite e outras patologias. Em carda ninguém falou porque hoje jáninguém usa tamancos. Encharcaram-me de medicamentos. E eu cada vez pior. Umanoite, quase dia, em que as dores se tornaram insuportáveis, gritei pelos filhos. Elesacorreram prestes e levaram-me ao hospital. À porta da urgência foi o cabo dos trabalhospara me transladarem do carro para uma cadeira de rodas. Dei ali um espectáculo desenilidade e sofrimento de que nem me quero lembrar.

Na triagem puseram-me uma pulseira amarela e atiraram comigo lá para um canto deum recinto arquitetonicamente de difícil classificação. Um misto de corredor e sala deespera, onde ia uma barafunda de feira da ladra. A minha filha teve de invocar a suaqualidade de médica para a deixarem acompanhar-me. Avisada pelo telemóvel, a minhaneta, que estava de urgência, veio dar-me apoio e carinho. Passadas duas horaschamaram por mim.

Encaminharam-nos para o gabinete de colheita de sangue onde encontrei umenfermeiro cheio de simpatia mas falho de prática ou habilidade. Para me colocar umcateter picou-me em falso sete vezes. Quatro no braço direito e três no esquerdo. Quandoeu comecei a dar siais de impaciência, ele mandou chamar uma colega com mais práticaou sorte. Acertou com a veia logo à primeira. Dali fomos à cirurgia. O médico de serviçoimpontou-nos para o oitavo piso para ver o que as máquinas diziam do meu caso. Asmáquinas não disseram nada. E os médicos que as manobravam também não. E foi oregresso à urgência. Eu já não aguentava as dores nem a cadeira de rodas. Daria tudo porum leito onde me pudesse estender. Mas também não me atrevi a pedi-lo. Passámospela ortopedia. O ortopedista despachou-nos para o raio X.

Encontrámos à nossa frente uma fila de macas e cadeiras de rodas assustadora.Eram duas da tarde e eu em jejum. Filha e neta insistiram comigo para tomar qualquercoisa. Aceitei umas bolachas e um copo de água. Uma hora depois chegou a minha vez.No gabinete deram-me tais bolandas que tive tonturas. Era a última estação daquela via-sacra. E voltámos ao ponto de partida.

Requisitada pelo serviço, a minha neta ausentou. A minha filha disse que precisava defazer uns telefonemas e saiu também. Fiquei só e abandonado. Aproveitei para observaro estendal de misérias humanas que ia á minha volta. O que mais me impressionou foi odrama dos velhos de ambos os sexos. Toda a gente a empurrá-los para a cova e eles aagarrarem-se à vida com unhas e dentes. Alguns provocavam o riso. Outros faziam pena.“Que pensarão eles de mim?”, disse para comigo. Entretanto a minha filha tinha voltado:

-Vou ver se os resultados já vieram-disse ela.Felizmente já tinham vindo. Eram cinco horas da tarde. Telefonei ao filho para nos ir

buscar. Foi ao libertarem-me da cadeira de rodas que eu me lembrei do boi do povo coma carda na pata. Teve mais sorte do que eu, o maganão. Ele, mal lhe tiraram a carda dapata, deixou de mancar. Eu, há três meses que me não arrasto.

VIVA BARROSO!

(1) Assembleia popular.(2) Dava boas crias.(3) O pátio era do Barbado. Chamavam-lhe do forno por estar contiguo ao forno do povo.

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CORREIO DO PLANALTO – 3

por: Nuno CarvalhoF U T E B O L

Campeonato Distrital A. F. Vila Real – 24ª Jornada - 12 - 04 - 2015

Montalegre 4 - Ribeira de Pena 0AO INTERVALO: 2 - 1

Golos : Badará (21 , 35 , 65 e 84) , Kevin (20) e João Bruno (78)DISCIPLINA: Amarelos a Abreu (70) , Leonel Fernandes (89) , Fortunato (93) , Vieira (96)

Badará faz poker

Estádio Dr. Diogo Vaz Pereira

ARBITRO: Marco Cardoso auxiliado por Pedro Oliveira e Sérgio Faceira

Manuel Orlando Fernandes Alves, na qualidade de Presidente da Câmara Municipalde Montalegre, em cumprimento do disposto no n.º 2 do artigo 56.º, do anexo I, da Lei n.º75/2013, de 12 de setembro, que alterou a Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, torna públicoque, na reunião ordinária do executivo municipal, realizada no dia dezasseis de março de

2015, foram tomadas as seguintes deliberações:

1 – Concurso “Queima do Judas” / Ano de 2015 / Aprovação do regulamento de participação, bemcomo da fixação dos respetivos prémios.

Deliberação: Aprovado por unanimidade.2 – Minuta de protocolo de concessão de apoio financeiro a celebrar entre o Município de Montalegre

e Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Montalegre.Deliberação: Aprovado por unanimidade.3 - Pedido de apoio financeiro formulado pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários

de Salto para reparação de três viaturas.Deliberação: Aprovado por unanimidade.4 - Pedido de apoio financeiro formulado pela freguesia de Pitões das Júnias para beneficiação de

caminhos agrícolas na freguesia.Deliberação: Aprovado por unanimidade.5 - Pedido de apoio financeiro formulado pela Associação Borda D’Água para fazer face às

despesas com o funcionamento da equipa RSI e com o CLDS+.Deliberação: Aprovado por unanimidade.6 - Pedido de apoio financeiro formulado pela CERCIMONT, com sede em Montalegre, para suportar

as despesas relacionadas com a aquisição de equipamento.Deliberação: Aprovado por unanimidade.7 - Pedido de apoio financeiro formulado pela Associação Vezeira, com sede em Fafião, para

suportar as despesas relacionadas com as atividades a desenvolver durante o no de 2015.Deliberação: Aprovado por unanimidade.8 - Pedido de apoio financeiro formulado pela freguesia de Cabril para aquisição de prédio urbano,

sito no lugar de Cabril.Deliberação: Aprovado por unanimidade.9- Empreitada de Construção da Unidade de Cuidados Continuados de Montalegre – Pedido de

Apoio – Revisão de Preços Parcial. Requerente: Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Montalegre.Deliberação: Aprovado por unanimidade.10 – Ratificação de acordo de pagamento de dívida de água/saneamento/rsu n.º 062150300002,

celebrado com a Sra. Maria Júlia Araújo Pires Azevedo, residente na rua da residência, nº 7 – Pitõesdas Júnias.

Deliberação: Aprovado por unanimidade.11 – Ratificação de acordo de pagamento de dívida de água/saneamento/rsu n.º 062150300003,

celebrado com o Sr. João Carlos Miranda Macedo, residente na rua Porto de Chãos nº 11 - Cavalos –Cabril.

Deliberação: Aprovado por unanimidade.12- Ratificação de acordo de pagamento de dívida de água/saneamento/rsu n.º 062150300004,

celebrado com o Sr. Pedro Manuel Pereira Dias, residente na rua central, nº 8 – Borralha – Salto.Deliberação: Aprovado por unanimidade.13- Ratificação de acordo de pagamento de dívida de água/saneamento/rsu n.º 062150200010,

celebrado com o Sr. Gustavo Pires Fonte, residente na rua Arrequeixada, nº 7 – Parafita – Viade deBaixo.

Deliberação: Aprovado por unanimidade.14 - Ratificação de acordo de pagamento de dívida de água/saneamento/rsu n.º 062150200011,

celebrado com o Sr. Alfredo Gonçalves Carreiras, residente na rua Central, nº 14 – Antigo de Viade –Viade de Baixo.

Deliberação: Aprovado por unanimidade.15 - Ratificação de acordo de pagamento de dívida de água/saneamento/rsu n.º 062150200013,

celebrado com o Sr. João Manuel Barroso Vigário, residente na Zona Industrial, nº 658 – SaltoDeliberação: Aprovado por unanimidade.16 – Parecer prévio vinculativo relativo à contratação de serviços de seguro de prova licenças e

direitos decorrentes da realização da prova do campeonato do mundo em Ralycross em Montalegre,no ano de 2015.

Deliberação: Aprovado por unanimidade.17 – Processo de inquérito nº 1/DDCSCD/2014 / Proposta de aplicação de pena disciplinar de

repreensão escrita.Deliberação: Aprovado por unanimidade.18 – Sistema Integrada de gestão e Avaliação do desempenho na Administração Pública (SIADAP)./

Aprovação de objetivos estratégicos, ciclo de avaliação 2015/2016.Deliberação: Aprovado por unanimidade.19 - Alteração aos Documentos Previsionais do Ano Financeiro 2014 (1.ª Alteração ao Orçamento

da Despesa / 1.ª Alteração ao Plano de Atividades / 1.ª Alteração ao Plano Plurianual Investimentos).Deliberação: Tomado conhecimento.20 – Constituição de Fundo de Maneio – Feira de Nanterre.Deliberação: Aprovado por unanimidade.21 - Aprovação de Proposta de Regulamento Municipal de Atividades.Deliberação: Aprovado por unanimidade.22 – Aprovação de Projeto de Regulamento de Exercício de Atividades de Comércio a Retalho não

Sedentária Exercida por Feirantes e Vendedores Ambulantes.Deliberação: Aprovado por unanimidade.23 – Acordo de Colaboração para a Plataforma Local de Operacionalização e Gestão do parque

Nacional da Peneda - Gerês para a implementação da marca Natural.PT.Deliberação: Aprovado por unanimidade.

Para constar e para os devidos efeitos legais, publica-se o presente edital e outros de igual teor,que vão ser afixados no átrio do município e demais lugares de estilo, bem como no sítio da internet:-http:/www.cm-montalegre.

E eu (Nuno Vaz Ribeiro), Diretor do Departamento deAdministração Geral e Finanças da Câmara Municipal de Montalegre o subscrevi.

Montalegre e Paços do Município, 25 de março de 2015.

O Presidente da Câmara Municipal

(Manuel Orlando Fernandes Alves)

PUB CORREIO DO PLANALTO N.º 692 - 15.ABRIL.2015

MUNICIPIO DE MONTALEGRECÂMARA MUNICIPAL

EDITALNº 11/2015/DAGF

Bom jogo entre duas equipas que procuraram sempre um futebol positivo.

Badará foi um quebra-cabeças para o Ribeira de Pena que nunca acertou na sua

marcação.

Logo aos sete minutos Abreu dispara ao poste da baliza contrária. Depois, Badaráassiste Abreu que obriga Gato a defesa apertada. Os barrosões pressionavam muito oúltimo reduto Penato e aos 14 minutos a bola é salva em cima da linha de golo… Bemorganizado o conjunto visitante marca por Kevin a aproveitar erro barrosão. Mas não deupara festejar lá grande coisa pois no minuto seguinte Badará empata depois de cruzamentoperfeito. Animados com o golo, os barrosões voltam a criar muito perigo por Gabi e aseguir num remate de Bruno Madeira para boa defesa de Gato. Porém o guarda-redes doRibeira de Pena falha a intersecção da bola aos 35 minutos e Badará bisa. Fica a dúvidase a bola entrou ou não totalmente…! Até final da primeira parte o Montalegre volta a criarperigo por Gabi e Zack com Badará a baralhar toda a defesa, a rematar e a assistir. Aointervalo 2-1. O início do segundo tempo foi morno. Gabi abre o livro e mostra qualidadeao ultrapassar três adversários, valeu Cocas atirar para canto… Dois minutos depois omesmo Gabi volta a fazer perigar a baliza do Ribeira de Pena mas Gato defende paracanto. Gabi faz mesmo das suas com um canto bem apontado e Badará correspondecom mais um cabeceamento letal. Com o 3-1 o jogo parecia fechado mas João Brunoaponta um grande golo num disparo bem de fora da área. Já em campo, Veras faz umgrande passe para Badará fechar as contas do jogo. O avançado Senegalês realizou amelhor exibição com a camisola do Montalegre e com quatro golos de cabeça. Já emperíodo de compensação Chico atira ao poste e na recarga Badará volta a estar perto dogolo. Vitória justa do Montalegre, boa réplica do Ribeira de Pena que foi a única equipa amarcar dois golos no Dr. Diogo Vaz Pereira… Arbitragem positiva, fica a dúvida no lance dosegundo golo…!

Campeonato Distrital A. F. Vila Real – 23ª Jornada - 29 - 03 - 2015

Atei 0 - Montalegre 2AO INTERVALO: 0 - 0

Golos : Badará (70) e Zack (91)DISCIPLINA : Amarelos : Leonel Fernandes (28) , Mica (50) , Gabi (66) Leonel Costa (78),Marcelo (79) e Daniel (93)

Estádio Municipal de Mondim

ARBITRO: Iancu Vasilica auxiliado por Bruno Pereira e Carlos Teixeira

Foi um triunfo muito difícil do Montalegre que só marcou nos últimos 20 minutos

Exibição apagada do Montalegre que não se encontrou durante o primeiro tempo.O Atei levou a lição bem estudada, a defender bem e a sair rápido para o ataque. Mesmo

assim a primeira grande oportunidade de golo surge para a formação barrosã mas Zack,isolado, não consegue marcar. Responde o Atei e Vieira teve de se aplicar…Depois, cantode Gabi e Veras em boa posição não consegue marcar… Ao intervalo 0-0 numa exibiçãopálida do detentor da Taça da A.F. Vila Real… Na etapa complementar entra melhor o Atei.Manuel isola-se mas não consegue marcar e depois Bruno dispara por cima. O Montalegrefaz entrar Fortunato, Bruno e Rafa e passa a jogar com apenas três defesas. O Montalegrecom mais homens na área criou maiores dificuldades à equipa de Hélder Carvalho. Veraslança o primeiro aviso e Badará marca num disparo colocado. O mesmo Badará, poucotempo depois , obriga Ricardo a excelente intervenção. O conjunto do Atei nunca desistiu eGiga, de livre directo, obriga Vieira a defesa apertada. Porém os barrosões matam o jogopor Zack depois de excelente assistência de Rafa.

Foi melhor o resultado que a exibição. O melhor em campo foi Gabi!

Vitória suada

Podem contar connosco! Sabemos aquilo que temos e podemos fazernestas últimas 7 jornadas deste campeonato.

FORÇA MONTALEGRE

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4 – CORREIO DO PLANALTO

Nome da Prova - Campeonato Nacional de Parapente – MontalegreOrganizador - Wind / Clube Papaventos

Modalidade - Competição de ParapenteLocal Montalegre / Serra do LaroucoResponsável - Samuel Lopes - 966075639

Emai - [email protected] - campeonatonacional2015.wind-cam.pt/pt

De 5 a 11 de julho

A serra do Larouco, um dos emblemas do concelho de Montalegre, volta areceber mais um Campeonato Nacional de Parapente. Acontece de 5 a 11 dejulho. Uma prova Open Categoria FAI 2 onde será apurado o Campeão Nacionale do Open de Portugal. Com prémios monetários que ultrapassam os 3.000euros, o evento terá seguimento com uma etapa da Taça do Mundo deParapente (PWC), a realizar entre 11 e 18 de julho.

Organizador - WINDModalidade Competição de Parapente FAI Cat 2LocalResponsável - Samuel Lopes - 966075639

Email - [email protected] - www.wind-cam.pt/paraglidingworldcup

Taça do Mundo de Parapente naSerra do Larouco

De 11 a 18 de julho

Campeonato Nacional de Parapentena Serra do Larouco

O município de Montalegre volta a receber uma etapa da Taça do Mundode Parapente. De 11 a 18 de julho, na serra do Larouco, o céu do concelho é“pintado” com as cores dos melhores desportistas mundiais da modalidade.

Pretende-se fomentar um ambiente deconvívio e partilha de experiências, comsaídas de campo em grupo (conduzidopor uma pessoa conhecedora da região),piqueniques, jantares, etc. Para além daprocura de espécies “alvo”, haverá aindalugar a uma palestra, um mini-curso deintrodução à observação de aves e umasessão de anilhagem científica. Trata-sede uma atividade sem fins lucrativos, emque são disponibilizadas aos participantesinformações e orientações sobre a região,devendo estes no entanto participar deforma autónoma, não podendo aorganização assumir responsabilidade porsituações imprevistas.

Salvaguarda-se que, em caso desituações de meteorologia adversa ououtro tipo de imprevisto que o impliquem,a organização poderá ajustar o programa,por forma a tentar corresponder da melhorfeição possível aos objetivos dosparticipantes.

De 29 a 31 de maio

“Aves de Barroso”Apoiado pela Câmara Municipal de Montalegre, o encontro “Aves de

Barroso” é uma atividade da iniciativa do Papaventos - Clube de Desportos deMontanha. De 29 a 31 de maio conta com colaboração e apoio do Ecomuseude Barroso, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e Junta de Freguesiade Tourém.

«Fim de semana de primavera em que se juntam observadores de aves eapaixonados pela natureza, com o objetivo de visitar alguns locais da Região de Barrosopara tentar ver e fotografar algumas das espécies emblemáticas tais como aEscrevedeira-amarela, a Sombria, o Picanço-de-dorso-ruivo, a Alvéola-amarela, oChasco-cinzento, o Dom-fafe, a Petinha-das-árvores, o Tartaranhão-azulado, entreoutras».

O secretariado do Encontro é na Sede do ECOMUSEU DE BARROSO, emMontalegre».

Dia 9 de junho – Feriado Municipal

Entrega do foral por D. Afonso IIIRecriação histórica

A vila de Montalegre recebe, nodia 9 de junho, feriado municipal,uma recriação histórica daentrega do foral por D. AfonsoIII.

Esta ação decorre, pelas 11horas, no largo do Pelourinho.

LEIA, ASSINEe DIVULGUE:

Correio do Planalto

Em 23 e 24 de maio

ABRIL

Mês da Prevenção dos maus-tratos na infância

As “Carrilheiras de Barroso” estãode regresso para coroar o mês demaio no contacto com a natureza ea prática desportiva.

Acontecem dias 23 e 24, e prome-tem uma vez mais proporcionar umfim-de-semana saudável, através depercursos por trilhos, previamente de-signados.

É um evento organizado pela Câ-mara Municipal de Montalegre eEcomuseu de Barroso que contam,novamente, atrair turistas de váriaszonas do país e vizinha Espanha.

As inscrições podem ser feitas noEcomuseu de Barroso - Espaço PadreFontes.

Maio mês dos Desportos e Natureza

"CARRILHEIRAS DE BARROSO"

Paulino José de Miranda, Braga: 15,00; Evaristo Alves, Porto: 35,00; ManuelFernandes do Gago, Salto: 15,00; Manuel Pereira Sousa, Linharelhos: 15,00;Carlos Barroso Vieira, Salto: 15,00.

memurandum

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CORREIO DO PLANALTO – 5

O salão da casa do povo de Vilar de Perdizes encheu para assistir à XVI edição de“Conversas com História”. A população fez questão de dinamizar a noite com os seuscontos mas, também, com animação ao som de um instrumento musical tradicional,o realejo. Entre os presentes, esteve David Teixeira, vice-presidente da CâmaraMunicipal de Montalegre, que salientou a importância destes desafios: «esta ediçãofoi, mais uma vez, a prova de que devemos ir às freguesias porque estão ávidas desaber e de partilha».

MEMÓRIA E IDENTIDADEO autarca mostrou-se muito agradado pela forma como o Ecomuseu foi recebido e

pela forma como a autarquia participou nesta noite que «foi verdadeiramente um serãocultural». Na mesma linha, David Teixeira afirmou que «o Ecomuseu faz-se destapartilha de saberes e o mais importante é que as pessoas de Vilar de Perdizes e deMeixide ficaram com uma vontade enorme de contarem mais uma história ouacontecimento do passado». O número dois do executivo considerou ainda que «éassim que se afirma o orgulho de ser barrosão».

Por sua vez, José Dias Baptista disse que se tratou de «uma edição muitoparticipada» e onde ficou surpreso com «a elevada presença feminina». O historiadordefendeu ainda a necessidade em «agendar um outro serão com o tema “Os Caminhosde Santiago”».

Nuno Rodrigues, responsável do Ecomuseu de Barroso, disse: «já estávamos àespera de muita participação e com o empenho de toda a população foi uma grandenoite».

“Conversas com História” em Vilar de PerdizesO formato itinerante do projeto “Conversas com História” passou pela

conhecida aldeia de Vilar de Perdizes. Um serão cultural participado onde foiabordada a história da União das Freguesias de Vilar de Perdizes e Meixide.Com moderação de José Dias Baptista, o encontro mereceu nota positiva porparte do vice-presidente da autarquia, David Teixeira, que reconhece anecessidade das aldeias terem mais e melhor informação.

A vila de Salto, concelho deMontalegre, recebe no último fim desemana de julho a segunda edição da“Semana do Barrosão”.

Um evento a não perder para osamantes da gastronomia deexcelência.

No último fim de semanade julho (25 e 26)

Uma das tradições mais profundas de sátira e crítica popular, a “Queima do Judas”,teve lugar em Montalegre no sábado de Aleluia. Tal como sucedeu em anos anteriores, apopulação apresentou vários bonecos para serem “julgados” no recinto do castelo. Estainiciativa, promovida pelo Ecomuseu de Barroso e Câmara Municipal, contou com aanimação a cargo da companhia de teatro Filandorra. Orlando Alves, presidente da CâmaraMunicipal, esta foi a «forma de ocupar o tempo livre dos muitos turistas que nos visitam naépoca Pascal». Para o edil, foi uma «sessão muito bem conseguida e animada».

 CLASSIFICAÇÃO

1.º - Associação Recreativa e Cultural “O Fiadeiro de Pitões”2.º - Clube de Ciclismo de Montalegre

3.º - Paulo Reis Santos

“Queima do Judas” 2015 em MontalegreA “Queima do Judas” voltou a realizar-se em Montalegre. À semelhança

de edições anteriores, dezenas de pessoas assistiram, no recinto do castelo, àqueima dos bonecos elaborados pela comunidade. Orlando Alves, presidenteda Câmara Municipal, afirmou que «a tradição foi, mais uma vez, cumprida».

Teatro no Auditório Municipal – Dia 9 maio 21h00

“Carai Valha-me Deus”Sobe ao palco do auditório munici-

pal de Montalegre, no próximo 9 demaio, pelas 21 horas, a peça “CaraiValha-me Deus”, de HermínioFernandes.

Trata-se de uma divertida comédia,protagonizada pelo Teatro FórumBoticas, com linguagem tirada aonatural que conta a história de váriasfamílias do interior do país que vivemda agricultura e de subsídiosdesencadeando a emigração jovemface à falta de empregos.

A peça de José Carlos Barroso éconstituída por 5 atos, 12 atores e 15personagens. A entrada é livre.

Produzida pelo Teatro Quadrilha,a peça de comédia “Homens quevoam no chão” é exibida, dia 6 dejunho, pelas 21 horas, no auditóriomunicipal de Montalegre.

A entrada é livre.

“Homens que voamno chão”

Auditório Municipaldia 6 de junho - 21h00

Semana do Barrosão

Certifico para efeitos de publicação, que por escritura lavrada em 19 de Março de 2015,na Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, a cargo daDrª Maria Carla de Morais Barros Fernandes, exarada a folhas 16 e seguintes, do livro981-A , Domingos Justo de Miranda Loureiro, e mulher, Maria da Conceição Cruzeiro doCurral, casados em comunhão de adquiridos, naturais da freguesia de Morgade desteconcelho, onde residem, na Rua Central nº 71, declararam:

Que são donos com exclusão de outrém, dos seguintes bens imóveis, situados nafreguesia de Morgade, concelho de Montalegre:

Um: - Prédio urbano, situado na Rua do Calvelo, no lugar de Morgade, composto decasa de habitação de rés-do-chão, arrecadação e arrumos, com superfície coberta detrinta metros quadrados, a confrontar do norte com Bento Alves, sul com caminho, nascentecom José Pires Loureiro e do poente com Umbelina Justo, inscrito na respetiva matriz sobo artigo 200.

Dois: - Prédio urbano, situado em Nabais de S. Pedro, no lugar de Morgade, compostode casa térrea destinada a arrecadação e arrumos, com superfície coberta de trinta edois metros quadrados, a confrontar a norte e sul com rua pública, nascente com AntónioPires Loureiro e do poente com Maria Justo, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 8.

Três: - Prédio urbano, situado em Ramil, composto de cultura arvense e sequeiro,coma área de mil e cem metros quadrados, a confrontar do norte com Bento Dias Costinha,sul e nascente com Domingos Justo e do poente com herdeiros de Bento Alves, inscritona respetiva matriz sob o artigo 24.

Que os prédios encontram-se ainda por descrever na Conservatória do Registo Predialde Montalegre e, apesar de pesquisas efetuadas, não lhes foi possivel obter o artigomatricial do prédio rústico antes do ano dois mil novecentos e noventa e sete,desconhecendo se os prédios urbanos alguma vez etiveram inscritos na matriz rústica.

Que não têm qualquer título de onde resulte pertencer-lheso direito de propriedadedos prédios, mas iniciaram a sua posse, já no estado de casados, em mil novecentos enoventa, ano em que que os adquiriram poe compra meramente vervala João Pires Loureiroe mulher Maria Justo de Miranda, residentes na indicada freguesia de Morgade.

Que desde essa data, sempre têm usado e fruído os indicados prédios, guardando osutensilios agrícolas e alfaias agrícolas, quanto aos hurbanos e cultivando-o e colhendoos seus frutos, quanto ao rústico, pagando todas as contribuições por eles devidas efazendo essa exploração com a consciência de serem os seus únicos donos, á vista detodo e qualquer interessado, sem qualquer tipo de oposição há mais de vinte anos, o queconfere á posse a natureza de pública, pacifica, continua e de boa fé, razão pela qualadquirem o direito de propriedade, sob os prédios por USUCAPIÃO, que expressamenteinvocam para efeitos de ingresso do mesmo no Registo Predial.

Está conforme.

Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre 19 de Março de 2015

O 1º. Ajudante - (assinatura elegível)

PUB CORREIO DO PLANALTO N.º 692 - 15.ABRIL.2015

EXTRACTO

Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre.

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6 – CORREIO DO PLANALTO

A exposição conta a história de um dos acontecimentos mais terríveis da humanidadeonde Portugal participou a partir de 1916. Falamos de um conflito bélico agora retratadonum leque de documentos que foram cuidadosamente observados pelo presidente daautarquia de Montalegre. Orlando Alves explicou que «é sempre importante evocar otrágico acontecimento que foi a I Guerra Mundial e que deixou múltiplas sequelas».Para o edil barrosão, esta evocação deve servir «para aprendermos com os erros dopassado e evitar que algo de tão mau possa voltar a acontecer». Sobre osacontecimentos mundiais recentes, o autarca considerou ainda que «as disputasreligiosas, nomeadamente as islamistas, podem originar uma guerra para ahumanidade».

Exposição “1.ª Grande Guerra”no Ecomuseu

Foi inaugurada na sede do Ecomuseu de Barroso, Montalegre, umaexposição evocativa da I Guerra Mundial (1914-1918) que integra algumarmamento, equipamento e fardamento utilizados no conflito armado. Umaaposta que resulta de uma ação que está a ser promovida pelo Regimento deInfantaria 19 (Chaves). A sessão contou com a presença, entre outros, dopresidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves.

HOMENAGEM AOS BARROSÕESO comandante do RI 19, Armando Ramos, frisou que esta exposição «é umahomenagem a todos os montalegrenses que participaram na I Grande Guerra». Noque concerne à exibição desta mostra, o responsável máximo do regimento salientouque «é possível perceber a forma ligeira como estávam equipados os nossos militares»,ao mesmo tempo que acentuou «a grande alma e o grande espírito de sacrifício paraconseguirem combater nas condições que eram oferecidas naquela época».Nuno Rodrigues, em nome do Ecomuseu de Barroso, declarou que nesta iniciativa«está retratada a forma violenta como decorreu a Grande Guerra», sendo uma ótimaoportunidade para a mesma ter visibilidade junto dos «alunos do concelho».

MONTALEGRE - Inauguração da Exposição I Grande Guerra (Ecomuseu)

Enquanto nos encaminhamos para a Rua do Bruxedo em Salto, sem bruxas porali, mas com uma áurea mágica, Leonel descreve como capta a memória de um povo,a identidade de uma região que não está nos grandes livros intelectuais que marcamo compasso histórico de uma nação.

O compasso, aqui, é outro. E Leonel está aqui, para registá-lo.Um compasso medido pelo respirar da saudade, pelas palavras ditas e as que

ficam por dizer.Há um filão de um passado que está a morrer no presente. História atrás das

histórias que as paredes das minas não mostram e que são a identidade de um local.A identidade da Borralha e da região circundante.

«A idade média no interior, acabou em 1961 em Trás-os-Montes com a GuerraColonial» diz em tom de voz pausado, de como quem reflecte sobre a própria vida.

«Falei com pessoas aqui, em Salto, um senhor disse-me que alugava terras paratrabalhar dedicava-se à lavoura e pagava um carro de pão, por ano. Foi há meia-dúziade dias. O litro, o metro, o quilómetro, entraram em vigor na europa no Séc. XIX e aspessoas, hoje, ainda falam em alqueires, almudes. Imagine alguém que trabalhou naBorralha, que fazia 31 quilómetros, por atalhos, com chuva, com sol, a pé com umsaco de figos e uma côdea de pão, e a sede era saciada directamente do rio.

É esse mundo que acaba, que se extingue. Esta gente são os últimos, porque ageração seguinte que tem 50, 60 anos, já foi profundamente abalada pelo surto deemigração, pelo 25 de abril, já é outra gente, já vive noutro espaço, já tem dificuldadeem entender esses velhos que lhe falam de um mundo que acabará por morrer comeles.

Há um mundo novo e não podemos esquecer o que está a acabar.»Nas horas de entrevistas que Leonel fez na, e sobre, as minas da Borralha, destaca

estórias de difícil compreensão para as novas gerações. «Falar a uma senhora queestá gravida ou que casou, dizer que: -”Nós éramos 11 irmãos eu tive 12 filhos.”

Ninguém tem essa conversa hoje. Tinham os filhos em casa. Ninguém tem filhos emcasa.

Comiam sopa de manhã, ao almoço, ao jantar.Não havia segurança social, não havia rendimento mínimo, não havia nada.As pessoas so-bre-vi-vi-am.As histórias que se conhecem dos judeus, na Segunda Guerra Mundial, passavam-

se com estas gentes aqui: as fomes, as dificuldades.»E conta, como as crianças mais desfavorecidas se desenrascavam para arranjar

algo, para enganar o estômago: «As miúdas que tinham fome, 7, 8, 9 anos iam paraa estrumeira da casa dos ricos, apanhar as cascas das batatas e das laranjas que opadre João deitava para fora. Isso é história!»

Faz-se um silêncio. Leonel contém a respiração para suster a emoção.O olhar, não engana. Há água nos olhos que quer transbordar.Não é fácil, ouvir na primeira pessoa, relatos de quem passou por enormes

dificuldades.Momentos entranhados no sentir de quem fala e assimilados por quem ouve.O isolamento a que as gentes desta terra eram vetadas, com difíceis acessos,

meios de transporte quase escassos e que não estavam à mercê do bolso de qualquerum, traz à luz da ribalta mais um episódio: «Hoje tive uma pessoa que me disse que,a primeira vez que foi a Braga foi para tirar uma fotografia. Depois sabe que tem queir a Montalegre para tirar o Bilhete de Identidade, onde também nunca tinhaestado.Depois há o outro, que ainda hoje sabe de cor, a pé, o trajeto exato de Salto aoquartel do exército de Vila Real, onde esteve na tropa.»

O passado de um povo, que delineou o futuro das gerações vindouras e se traduziunaquilo a que o realizador chamou de -”o grande impulso para a evolução das geraçõesseguintes”.

«Quando as minas fecharam em 1986, dizem que foi o pior que sucedeu:odesemprego. Mas uma grande parte reconhece que foi a melhor coisa que lheaconteceu, pois obrigou-os a emigrar, com idade para trabalhar, conseguiram arranjardinheiro, que vieram resolver os problemas de ordem económica e social dos pais,que de outra forma, nas minas provavelmente continuariam na mesma. Sem futuro,sem poderem dar o salto.»

«Lembra-me que às vezes me

perguntavam que profissão tinha, e eu

dizia: Não sei bem, porque faço… coisas.

O facto de estar sempre a fazer de novo,

renovo-me a cada dia. Fiz filmes, edito

livros, organizo congressos. Era uma

loucura atirar o curso de cinema, há umas

décadas atrás…. Ninguém me levava a

sério.» Diz Leonel Brito entre risos, e umolhar nostálgico para aquilo que ficou notempo, lá há muito tempo atrás.

«Hoje era o dia de uma grande

entrevista.

Era, se a entrevistada estivesse no dia

dela. Não lhe apeteceu.» Lamenta Leonel,não ter ouvido um testemunho vivo, comuma história particular para contar,vivências de uma viúva das minas daBorralha.

«A HISTÓRIA ESCONDIDA NAS HISTÓRIAS»

Minas da Borralha por: Maria José Afonso

(Continua no Próximo número)

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CORREIO DO PLANALTO – 7

Se há coisa que detesto é um dia de sol e céu azul e, ao mesmo tempo, umvendaval que tudo leva pelos ares. Não gosto, detesto, faço figas e fecho-me em casaarreliado e zangado com os deuses. Um dia assim levanta-me os cabelos, os poucosque restam, e faz-me andar de cara à banda se me atrevo a sair à rua. Por norma,sempre que o vento ensarilha os ramos das árvores, meto-me no carro e saio disparadocom os vidros fechados para sentir apenas o calor do sol. Está-se bem assim, é bome não sabe mal – mas dizem que isso provoca dores de cabeça e constipações. Vá láum homem entender as contradições destes mal entendidos que sabem bem masfazem mal. É a história da galinha e do ovo, quem nasceu primeiro e teve o privilégiodo princípio da criação dos galináceos. Foi a galinha? Ou, por outra, foi o ovo, velhodilema de mil anos? Qual mil, acrescentemos três ou quatro zeros, talvez cinco, nãointeressa quantos, apenas devemos constatar que foram muitos anos até aparecer aprimeira galinha ou o primeiro ovo, não interessa qual. Para a criação do mundo nãofaz diferença quem apareceu primeiro, se o ovo, se a galinha, se ambos ao mesmotempo. Ora aí está, ambos ao mesmo tempo faz sentido e não causa problemas dedigestão. Coisas de somenos importância com as quais não é necessário perdertempo nem consumir a massa cinzenta que temos na cabecinha, portanto vire-se odisco e toque-se outra música, que é como quem diz fale-se de outro assunto. Porexemplo…de bananas. As da Madeira estão pelos olhos da cara, caríssimas e maispequenas que os dedos mindinhos das minhas mãos. Anda por aí dedo do AlbertoJoão ou de alguém por ele, quem manda na Madeira, digam-me lá, ele ainda nãopassou o testemunho, o rei e senhor daquilo tudo, incluindo as bananas, claro. Lassaborosas até são, trazem na carne a doçura do clima, mas lá que são caras é umfacto, nada a opor à agiotagem que paira sobre as bananas da Madeira. Tenho dito.Agora me lembro que nos Açores também há bananas, encontram-se à venda nossupermercados da ilha terceira com o nome de “bananas da terra” e são parecidascom as da Madeira, no tamanho e no sabor. Mas são mais baratas, o que torna ocaso interessante no domínio das comparações. Porquê? Não sei responder nemisso me interessa de momento, o que podemos constatar, sem sombras de dúvida, éo preço exagerado da banana madeirense. Eis o que é a pura verdade, no dizer domeu sempre amigo Ambrósio, que está agora a fechar as cancelas da sua propriedade,depois de ter metido as ovelhas na corte. Tem dois cordeirinhos que são um amor.Branquinhos, parecem novelos de lã, mesmo bonitos, lindos, lindos. O Ambrósio todose desvela com os bichos, onde sobressai o arranjo da corte atapetada com folhassecas que vai buscar às bouças dos vizinhos.

Estas ovelhas são todo o seu enlevo e ele tem orgulho melas e procura que nadalhes falte, por isso elas estão gordas e sadias. Pudera! Se o meu amigo tratar amulher como trata as ovelhas ela pode considerar-se uma rainha, onde apenas faltaráo trono para se sentar. Não faz falta. Há boas cadeiras na sala, assim a mulher tenhatempo para nelas se sentar. Não deve ter. Vejo-a desde manhã até a noite a lidairar nocampo, sempre de volta com as couves, as ervilhas, os grelos, ou cortando erva paraos bichos, que podem ser os coelhos, as galinhas, os porcos ou as ovelhas. Há detudo e todos requerem trabalhos e cuidados. O Ambrósio também dá sua mão, são osdois, marido e mulher, às vezes também o filho, mas pouco que esse é novo e temoutros afazeres, como namorar ou sair para os cafés das redondezas. Não é certo…e maroto como um rato. Tem mão leve, segundo dizem, e toda a vizinhança anda aflitacom o mequetrefe. É o único varão num rancho de filhas, todas mulheres e já casadas,emigrantes umas, domésticas outras, todas bem na vida. O rapaz já veio fora de temoe encheu as medidas do pai que viu nele um rei e o cumulou de mimos. Agora por aíanda, corpinho bem feito, todo prosa, sem ocupação que se veja mas sempre nostrinques, com namoro pegado com uma lambisgoia que lhe não larga a porta e opasseia por tudo quanto é lado, num carripano que é propriedade dela.

Conversas e tretas, eis o que é, isto tem que se lhe diga, um homem precisa defalar sobre qualquer coisa e por vezes o pior da questão é arranjar assunto que seveja. Não invejem a tarefa hercúlea do escriba quando dá voltas à cabeça à procura dealgo que possa interessar quem o lê.

É por demais difícil satisfazer toda a gente, se este gosta, aquele detesta, gostosnão se discutem, cada um tem os seus e é preciso conviver com todos. Que a paz doSenhor esteja convosco e o perdão dos deuses nos acompanhe. Disse.

F. M.

Conversando...Conversando...

“Taça de Portugal END 2015” - Serra do Larouco

Primeiro fim de semana dias 2 e 3 maio

A serra do Larouco recebe, pelaprimeira vez, uma etapa da Taça dePortugal de Enduro em BTT. Acompetição, que envolve cerca de 200atletas, acontece no primeiro fim desemana de maio.

Um espetáculo que promete e queprova a excelência do Larouco comopatrimónio natural e turístico doconcelho de Montalegre.

TAÇA DE PORTUGAL END 2015(Calendário)

I Etapa - Vouzela - (concluída)II Etapa - Montalegre

(Serra do Larouco) - (2 e 3 maio)III Etapa - S. Brás de Alportel

(5 e 6 setembro)IV Etapa - Manteigas - (3 e 4 outubro)V Etapa - Leiria (Senhora do Monte

(24 e 25 outubro)

A Câmara Municipal de Montalegre aprovou dois importantes subsídios para duasAssociações da Freguesia de Salto: um, de 35 mil euros para a Associação BordaD’Água destinados a comparticipar encargos com a execução dos projetos CLDS+e RSI, que se encontram em risco, devido aos atrasos nas transferências daresponsabilidade da administração central; Outro, aos Bombeiros Voluntários, de 15mil euros destinados a comparticipar a reparação de três viaturas.

A melhor carne de Portugal - a carne barrosã, tem na freguesia o solar da raçae muitos e bons exemplares. A autarquia dedica-lhe dois dias de feira e festa, na 2ªedição da “ Semana do Barrosão”, em 25 e 26 de julho. È comercializada pelaCooperativa Agrícola de Boticas (CAPOLID) e conquistou duas medalhas de ouro,no IV Concurso Nacional de Carnes Tradicionais Portuguesas que decorreu, dia 17de março, no Centro Nacional de Exposições de Santarém. A entrega das medalhasserá em junho, no decorrer da Feira Nacional da Agricultura.

Quatro cruzes percorreram a grande freguesia de Salto, composta por vintepovoações, na visita Pascal, dia 5 de Abril. No dia anterior, houve a Vigília Pascal,às 22 horas, com os presentes de vela na mão para renovarem as promessasbatismais e uma campainha para proclamar o Aleluia Pascal;

Vai arrancar a obra de intervenção urbanística, da requalificação da vila de Salto,fase G, que ligará o Parque do Moinho da Ferreira até à rua José Jorge Alvares Pereira,com novo cruzamento para as ruas da Borda D’Água e um bom parque deestacionamento, entre o Restaurante Borda D’Água e o Moinho da Ferreira;

Em reunião com os Presidentes da Juntas de Freguesia, o Presidente da Câmarade Montalegre, já fez saber que quer uma resposta atá ao fim de Junho, do rumo adar aos edifícios das escolas primárias do concelho. Alguma instituição as assumeou serão postas à venda. Na freguesia há os seguintes edifícios para definir: Bagulhão,Carvalho, Caniçó, Corva, Linharelhos, Minas da Borralha, Pereira, Reboreda, Tabuadelae terreno da escola em Amiar.

No próximo ano, entre os dias 15 e 30 de Julho, estarão nos montes da Serra daCabreira, Sir Prem Baba e mais de três mil seguidores de todo o mundo. Esgotarãotoda a capacidade hoteleira do Baixo Barroso. Já solicitaram, também a reserva doauditório do ecomuseu e das instalações da Escola do Baixo Barroso;

A EDP Distribuição instalou novos quadros de baixa tensão, nas aldeias de Golase Tabuadela, com contadores de telecontagem; A EDP comercial melhorará osserviços na freguesia, vai fazer promoções dos seus serviços e novos contratos e jáestá a angaria colaboradores para tal fim;

Também, por seis anos, a manutenção da rede de iluminação pública, será daEmpresa Valério Figueiredo, Lda. da Maia, que neste momento está a colocar novoramal, entre o café da Borralha e a curva dos Moinhos;

Dia 31 de março, houve sessão de esclarecimento sobre o novo quadrocomunitário de apoio à agricultura e ajudas ao rendimento, no auditório do ecomuseu;com técnicos, os agricultores e produtores da região e as associações ligadas aoramo;

Câmara faz contrato para serviço de recolha, estudo e produção de conteúdosmatérias e imateriais para o Centro Interpretativo das Minas da Borralha, 41.110,00euros e aquisição de Equipamento informático para operação de musealização dosCompressores e Grupo D – 3.872,67 euros;

Produtor de Salto esteve com cinco exemplares de bois barrosões, no ConcursoPecuário da Trofa e também levou bons exemplares da raça à Agro, na cidade deBraga e tirou vários prémios;

A igreja matriz que era habitual, estar aberta ao público, aos sábados e domingospara ser visitada, foi assaltada, danificando as caixas das esmolas para tirarem asmoedas;

- Grupo de Cantares de Salto, a pedido do realizador Leonel Brito, gravou dia 2de Abril, canção sobre as Minas da Borralha, que já pode ser ouvida no Facebook.A Banda Filarmónica participa no Euro Parque de Santa Maria A maior prova deautomobilismo, a nível nacional, o Rali de Portugal, tem uma etapa na serra dacabreira, no dia 24 de maio. Os amantes da modalidade têm oportunidade de veraqui os seu ídolos e assim, a freguesia será “invadida” por muitos forasteiros;

- Externato Paulo VI de Gondomar tem visita programada para o Parque de Lazerdo Torrão da Veiga, dia 22 de Maio, são cerca de seiscentos alunos.

Deixaram-nos: Domingos Aldeia, 77 anos, Amiar, Domingos Magalhães Alves, 57anos, Salto e Cândida Vieira Santinha, 93 anos, Caniçó.

NOTÍCIAS DE SALTO

A família de Maria da Glória Ferreira, falecida, no passado dia 12de janeiro, torna público, o mais vivo agradecimento ao Lar NossaSenhora do Pranto; à sua Direção, equipa técnica e a todos aspessoas que nele trabalham pelo carinho e o cuidado imenso comque a trataram, num estado de enorme vulnerabilidade e doençagrave, ajudando-a, a ter um fim de vida digno.O marido; Heitor Dias Pereira.

Os sobrinhos; Heitor Pereira Carvalho, Amélia Pereira CarvalhoGonçalves, Domingos Carvalho Gonçalves Poças e os Cunhados; AlbinoPereira Carvalho e Bertília Pereira Carvalho.

Agradecimento ao Lar de Salto

Page 8: CORREIO DO PL ANAL TO - aoutravoz.info · um calabre que lá está atrás da porta.” Os rapazes foram pelo calabre. E começou o “rodeo”. Quero eu dizer com isto que toda a

8 – CORREIO DO PLANALTO

por: Maria José Afonso

NOTÍCIAS - ATUALIDADE

Corria o ano de 2006 quando o Presidente da Câmara Municipal de Chaves, com oapoio das outras cinco Câmaras Municipais do Alto Tâmega, Boticas, Montalegre, Valpaços,Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena, apresenta a proposta de criação de uma UnidadeLocal de Saúde (ULS) do Alto Tâmega e Barroso, referindo sinergias que seriam possíveisao nível das estruturas, meios humanos e meios técnicos.

Volvidos nove anos, a luta continua e o estudo “continua” a ser feito, tendo comoprioridade a organização dos cuidados de saúde primários. A informação foi avançada napassada sexta-feira por Fernando Leal da Costa, Secretário de Estado Adjunto do Ministroda Saúde à margem da inauguração da Feira do Folar de Valpaços. «Para haver umamaior rentabilização de recursos humanos temos em primeiro lugar que todos os recursoshumanos necessários estão lá. Estamos a fazer os estudos para perceber se a ULS é ounão é uma mais-valia para a população.»

Em declarações à Radio Montalegre referiu que: «A construção de uma Unidade Localde Saúde (ULS) depende de um conjunto de factores que não tem apenas que ver com avontade do Governo. Há uma decisão prévia, que tem a ver com a organização doscuidados primários e a forma como os próprios profissionais se querem organizar.»

Considerou que as ULS em algumas circunstâncias podem constituir uma mais-valiapara as pessoas mas, deixou vincado que «o mais importante é assegurar que todos têmmédico de família e que as condições de organização dos cuidados de saúde primáriossão óptimas. Porque estando isso resolvido a partir daí temos condições para não necessitartanto de hospitais e a organização se é uma ULS ou sistema tradicional de ACES(Agrupamentos de Centros de Saúde) mais Centro Hospitalar acaba de alguma forma porficar diluída.»

Questionado relativamente à perda de valências e dimensão geográfica da região doAlto Tâmega e Barroso, disse que «é um dos grandes problemas que nos temos deparadoem Portugal. Estamos muito preocupados em criar incentivos para a fixação de profissionaisno interior. Hoje em dia já não se pode argumentar que seja uma questão de menorqualidade tecnológica, assistencial ou estrutural. Na realidade hoje em dia até temos nointerior do pais, melhores hospitais do que aqueles que temos em centros urbanos. Épreciso que os profissionais percebam isso e obviamente estamos também a criarcondições do ponto de vista salarial de apoio à mobilidade para que as pessoas secomecem a fixar em zonas mais carenciadas onde as estruturas já estão, e tem que sermaximizada a sua utilização.»

Recorde-se que no quadro das alterações realizadas entre 2005 e 2007 nas unidadesde cuidados primários e cuidados diferenciados do Serviço Nacional de Saúde (SNS), emTrás-os-Montes e Alto Douro, pelo XI Governo Constitucional (X Legislatura), o HospitalDistrital de Chaves foi, em 2007, integrado no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e AltoDouro. A decisão final do Ministério da Saúde foi precedida por um significativo debate epor uma forte movimentação popular na defesa da Urgência Médico-Cirúrgica, daMaternidade e da autonomia do Hospital Distrital de Chaves.

Esta decisão do Ministério da Saúde acabou por ter o acordo dos municípios do AltoTâmega, na base de um Protocolo que subscreveram, no qual o Ministério da Saúdeassumiu um importante conjunto de compromissos.

Volvidos oito anos o Protocolo «não foi cumprido verificando-se desqualificação edegradação dos serviços e um desinvestimento no Hospital de Chaves.» Afirma AntónioCabeleira, presidente da Câmara Municipal de Chaves.

Segundo o edil o Hospital de Chaves tem vindo a perder funcionários desde 2007. Onúmero de médicos a exercer a tempo inteiro tem vindo a reduzir-se de forma preocupanteem paralelo com o seu envelhecimento.

A criação de uma ULS viria, no entender dos autarcas, promover uma maiorrentabilização de meios técnicos e humanos na região do Alto Tâmega e Barroso.

Amílcar Almeida, presidente da Câmara de Valpaços, corroborou esta linha depensamento ao dizer à Rádio Montalegre que «esta é uma luta comum de todos os autarcas,todos fizemos questão de levar essa moção à Assembleia Municipal. Chegou a quem dedireito. O senhor Ministro de Saúde ficou de dar uma resposta até ao final do mês de Março,no entanto o presidente da ARS Norte, agendou uma reunião para o dia 7 de abril com aCIM do Alto Tâmega e Barroso, e aguardamos alguma conclusão.»

O concelho de Montalegre está em último lugar no que diz respeito à taxa de desempregono distrito de Vila Real.

Quer isto dizer que o concelho barrosão, apresenta o número mais baixo dedesempregados a nível distrital com 44,8 por cada 1000 habitantes.

Na linha da frente aparece Mesão Frio com 98.59 seguido de Peso da Régua com89,56. Na região do Alto Tâmega e Barroso temos: Boticas 58,67; Chaves 63,38; RibeiradeA informação é avançada com dados referentes a maio de 2014, pela Direcção Geraldas Autarquias Locais e Agência para a Modernização Administrativa, através do Portal deTransparência Municipal.

Para o presidente da Camara Municipal de Montalegre, Orlando Alves, estes dados«são indicadores que nos deixam numa posição confortável. O barrosão ainda acredita nofuturo. Confirmam que as pessoas se mexem e lutam pela sua terra.»

Salientou a importância da união dos poderes políticos e privados, afirmando que«estão em consonância e de mãos dadas numa dinâmica de revitalização económica ede sustentabilidade da região.»

Referiu ainda que estes dados traduzem a linha que o município tem seguido: «Arelação que temos com os agentes económicos locais, com os eventos que organizamos(e que se traduzem em revitalização económica e em encaixe financeiro para a nossaterra e consequentemente a manutenção dos postos de trabalho), se nos centrarmos nosapoios direccionados para a produtividade local, para a economia de base local em tudoquanto tenha a ver com o fumeiro, pequenos ruminantes, apoios aos agricultores, se nosfixarmos em todas estas politicas desenvolvidas e confrontando-as com os dados que nossão apresentados, reiteram que estamos no bom caminho.» Concluiu.

Montalegre apresenta-se assim como o concelho no distrito de Vila Real, que apresentaum índice menor de desemprego.

REGIÃO

Volvidos nove anos

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE CONTINUA EM FASE DE ESTUDO

MONTALEGRE

Concelho apresenta a taxa de desemprego mais baixa do Distrito

Nestes dias de frio que penetra até aos ossos e o nevoeiro entra pela varanda,sinto-me pequenino neste mundo. Parece até que a névoa se transforma em corda àroda da garganta, que me angustia, me exaspera e me vai exaurir o gosto de viver aque me agarro...

Então tento distrair-me com o meu próprio mal-estar. De súbito, entra-me portadentro o Pedro, um minhoto sempre alegre que me traz carvalho seco para a lareira.

Acendo o lume e arrumada e paga a lenha, adeus Pedro! E penso cá para mim,adeus Pedro? E pareceu-me que ainda ouvia: “adeus até ao meu regresso! “Depoisfiquei um bom par de horas a pensar nos Pedros deste mundo e do outro:

1. O Pedro que foi Simão e se perdeu (ou encontrou) em Roma onde deu o corpoao manifesto e a alma a Deus, bem repeso de ter mentido três vezes! Mas há Pedrosque mentem todos os dias e outros sempre que abrem a boca.

2. O Pedro que lançou os caboucos da actual Sé de Braga e tão mal compreendidofoi.

3. O Pedro Gomes Barroso “que nom foi lídimo e que valeo mais que os outrosirmãos” e valeu mais que todos os milhares de Barrosos que se espalharam peloplaneta tendo imortalizado o nome desta região onde nasceu; que partiu de Boticasnuma pileca esfaimada e foi oferecer seus serviços a Fernando III que foi santo, rei deLeão e Castela e conquistou dezenas de “pueblos”, incluindo Sevilha, aos mouros.

4. O Pedro que escreveu o Livro de Linhagem e foi um dos mais injuriados infantesportugueses, acabou sepultado em Tarouca num túmulo pétreo de doze palmos decomprimento.

5. O Pedro que se chamou Peire II, iluminou os salões do seu palácio para ouvirpoemas de fidalgos trovadores; este catalão ilustrado não se amofinou quando D.Garcia Mendes do Eixo, viajante atrevido e saudoso de comer broa de milho à sombrados amieiros do Vouga, se despediu da corte de Peire II em correcto lemosino(catalanesco) com estes versos de amor à terra que o viu nascer:

“ e ora me volho tornar A Sousa a lo mon logarQue me adota e me dona!”6. O Pedro I que foi “amador de mulheres e achegador a elas” e, apesar disso,

mandou matar o marido da Maria Coitada porque antes de lhe fazer sete filhos a tinha“forçado”; esse mesmo que perdeu Inês – “a míseria e mesquinha que depois demorta foi rainha”.

7. O Pedro que morre em Alfarrobeira a tentar salvar Portugal das mãos e dasmentes de conselheiros torpes e ambiciosos dum monarca medíocre, inculto eindolente. Esse ínclito infante (não de geração que os não há, mas de vida exemplar,nobre e honrada) viu os seus homens como ele escoando-se em sangue e gritandoaos adversários: “Fartar vilanagem!”!

8. O Pedro II que roubou a mulher ao irmão depois de o carregar de grilhões numamasmorra do Castelo de Sintra.

9. O Pedro III que casou com a sobrinha porque ela ia ser rainha (e viria a morrerlouca no Rio de Janeiro - D. Maria I) e andava sempre rodeado por um grupo detenores castrados para lhe cantarem nas missas, nas procissões e nas ladainhas.

10. O Pedro IV que apesar de promover a independência do Brasil, se fez digno dememória ao acompanhar os movimentos da História e da marcha para a liberdade,iniciada 1820, no Porto.

11. O Pedro V, neto do anterior, morto muito jovem ainda mas, sem dúvida, umhomem de sentimentos sublimes que sofria com os que sofriam, chorava com os quechoravam e morreu com os que morriam de cólera e febre amarela. Com este Pedroterão morrido todos os Pedros dignos de memória em Portugal. Foi por este Pedroque a saudade entrou nos corações dos portugueses.

Enquanto punha mais umas achas na lareira lembrei-me de repente do meucanhenho com o rifonário de Barroso. Procurei-o e eis o que nele encontro sobre osPedros que o Povo de Barroso classificou e recorda para o bem e para o mal:

- “Muito vai de Pedro a Pedro”. (Ditado bem certo como fica provado no textoque deixamos escrito atrás!)

- “Achou Pedro o seu cajado!” Este ditado faz-me lembrar o Passos que a passoslargos (não fosse o tempo esgotar-se) com seu cajado, pôs milhares no desemprego,outros milhares dos mais válidos na diáspora, milhões a pedir pão e vendeu Portugalpor três reis de mel coado e uma côdea dura.”

- “Velho é Pedro para cabreiro”. Alguns dos que por aí vemos são bem novosmas nem para rafeiros de coelhos servem.

- “Com o que Pedro sara, Sandro adoece”. Pois é. Assim aconteceupaulatinamente entre nós: ele sarou no corpo e na carteira que nem impostos pagava,mas os pobres sandros que são aos milhares, neste País sem rei nem roque, ficarammais doentes ainda enquanto ele vai manobrando o cajado.

- “Tão bom é Pedro como o seu amo!” Nada mais acertado. A corja de amosque ele teve desde os Cavacos, Catrogas, Oliveiras, Loureiros, Duartes Limas, Relvas,Marcelos, Gaspares, Marias Luíses e Luíses Marias (são tantos, tantos! – Deus deu-os e eles juntaram-se!) e acabou por ser pior que todos eles!

- “Quem ensinou Pedro a falar galego?” Se ele soubesse ao menos falargalego...não mentia tanto!

- “Mente Pedro porque o tem de vezo!” Aprendeu a mentir tão bem que nosenganou a todos! Nunca em Portugal se sofreu tanta mentira! Agora a clientela nãolarga “os cofres cheios”e até mente mais do que ele! Mas alto aí que há outro rifão deBarroso e este talvez seja mesmo premonitório:

-”Pica-me Pedro, picar-te-ei cedo!” Espera-lhe a volta que talvez venhas a pagá-las todas...Fartaste-te de picar o Povo, pois talvez recebas picada “irrevogável” bemcedo! Nem tudo se paga no outro mundo... Algumas pagam-se cá com língua depalmo!

Magdalo

“Muito vai de Pedro a Pedro”

Devido a problemas levantados no banco, a pretexto de que são normas da CEE,solicitamos aos nossos prezados assinantes e anunciantes que, sempre que nospassem cheques NÃO ENDOSSÁVEIS, o façam em nome do proprietário do jornal,

Bento Gonçalves da Cruz. Muito obrigado.

À CONSIDERAÇÃO DOS NOSSOS PREZADOS ASSINANTES