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QUINZENÁRIO - ANO XXXVIII - N. o 676 30.JULHO.2014 Director: Bento da Cruz - Editor: José Dias Baptista Preço Avulso: E 0,70 - Assinatura Anual: Território Nacional E 15,00 / Estrangeiro E 45,00 (Continua na pág. 2) CORREIO DO PLANALTO Prolegómeno (Continua na pág.6) Decisão guardada no segredos dos deuses, o executivo da União das Freguesias de Montalegre e Padroso, liderado por António Morais, perpetuou o nome do antigo presidente da Câmara no agora tornado público “Parque de Lazer Fernando Rodrigues”. Uma decisão que surpreendeu por completo o homenageado, avesso a este tipo de protagonismo. «NÃO MERECIA IST «NÃO MERECIA IST «NÃO MERECIA IST «NÃO MERECIA IST «NÃO MERECIA ISTO!» O!» O!» O!» O!» Apesar de agradecer o reconhecimento, Fernando Rodrigues afirmou que a decisão foi despropositada: «quero dizer, com franqueza, que não contava, não imaginava e não merecia isto que aqui foi escrito. Foi uma surpresa. De qualquer das maneiras, não deixo de reconhecer e agradecer esta iniciativa». As palavras foram assim justificadas: «se eu merecesse ali o meu nome, por ter lançado a obra.... o presidente da Câmara merecia mais do que eu porque lhe deu continuidade. O que se fez aqui, foi feito com dinheiros públicos. É da Câmara. Eu não fui nenhum benemérito». Ainda no mesmo tom, acrescentou: «não é preciso ter grande imaginação para se reconhecer Inaugurado “Parque de Lazer Fernando Rodrigues” Presidente da Câmara de Montalegre no período compreendido entre 1997 a 2013, Fernando Rodrigues foi alvo de uma sentida homenagem a cargo da União das Freguesias de Montalegre e Padroso ao decidirem dar o nome do antigo autarca ao Parque do Cávado, agora denominado “Parque de Lazer Fernando Rodrigues”. O atual presidente da Câmara Municipal, Orlando Alves, destacou o mérito deste «filho ilustre que se impôs pelo seu mérito, que soube dar à sua terra, que soube estar ao serviço dos barrosões e honrar o poder local». que era preciso devolver a qualidade do rio, a qualidade ambiental e a qualidade urbanística deste sítio. Acho que a estar ali o meu nome, devia estar ali o nome do Dr. Pires. No dia em que foi inaugurado o “Espaço do Cidadão” em Salto, o primeiro de Trás- os-Montes, foi cortada a fita à primeira edição da “Semana do Barrosão” na vila de Salto, evento concebido pela Câmara Mu- nicipal de Montalegre. Terra detentora do solar da raça barrosã, entendeu a autarquia que só faria sentido nesta freguesia potenciar um produto, nobre, que poderá fomentar o tecido económico deste verdadeiro emblema barrosão. Presente em Janeiro último na Feira do Fumeiro de Montalegre, o Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, voltou ao concelho onde observou um certame que conta com um vasto leque de atividades distribuídas ao longo de três dias. A par da comercialização deste produto ímpar, a “ Semana do Barrosão” exibe uma mostra dos melhores animais da raça autóctone, uma feira de produtos locais, colóquios e oportunidades de degustação das iguarias de Barroso. O membro do governo classificou a “Semana do Barrosão” como um exemplo de «competitividade inteligente», num Mundo «crescentemente global». Assim, esta ação mostra-se como «uma aposta na valorização dos recursos locais e nos produtos que nos diferenciam». No reforço, destacou que a raça barrosã «representa a diferença que podemos potenciar economicamente» e garantiu que só por Ministro Poiares Maduro satisfeito com o que viu Inauguração da “Semana do Barrosão” em Salto A primeira edição da “Semana do Barrosão”, feita da vila de Salto, concelho de Montalegre, foi inaugurada por Miguel Poiares Maduro, Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional. O membro do governo classificou o certame como um exemplo de «competitividade inteligente», num Mundo «crescentemente global». Por sua vez, o presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, explicou que esta aposta é «a homenagem aos honrados e resistentes criadores de gado da raça barrosã». este caminho se alcança «a com- petitividade económica e o emprego nos territórios do interior». «AQUI RESISTE-SE AO APELODO LUCRO SÓ PELO LUCRO» Orlando Alves, número um da edilidade, fez votos que esta iniciativa «se afirme e que tenha continuidade». T (Continua na pág.3) [email protected] ATENÇÃO CORREIO DO PLANALTO já pode ser lido em versão digital Consulte o saite: O mês de Julho está a chegar ao fim. Vou discretear despreocupadamente sobre ele. É o sétimo do ano e chama-se Julho em memória de Júlio Cesar, no meu fraco entender, o homem mais brilhante de toda a história romana. Toda a gente lhe chama “Imperador”. Mas ele não chegou a cingir a coroa. Deixou isso para o seu sobrinho neto Octávio Cesar Augusto. Eu teria preferido antes mil vezes Marco António, homem inteligente, lutador, apaixonado. É de homens assim que eu gosto. Mas o destino não quis. E quem subiu ao trono foi o tal Cesar Augusto, que se limitou a colher e gozar em paz os frutos das sementes que o tio-avô semeou. Foi com Júlio Cesar que eu me iniciei no latim. “De Bello Gallico”. “Gallia est omnis divisa in partes tres”.(1) No meu tempo de Coimbra havia um professor da faculdade de medicina chamado Oliveira e Silva, se a memória me não falha, mas a quem toda gente chamava o “Bló” por ele, numa aula do liceu, ter dito “Bló” em vez de “Bello”. Entre seminaristas corre a seguinte história. Júlio Cesar escreveu: “Petivit secreto”.(2)) O aluno trasladou: “Pediu segredo”. Retruca-lhe o metre em tom de gozo: “Ai pediu segredo? Pois eu não peço segredo a ninguém. Levas um zero na caderneta.” Mas a história de Júlio Cesar de que eu mais gosto é aquela que nos conta que ele, à vista de uma aldeia de Barroso, teria exclamado: “Antes queria ser o primeiro aqui do que o segundo em Roma”. Tinha aqui pano para mangas. Mas o mês de Julho é pródigo em acontecimentos decisivos para a história da humanidade. Gostaria de falar de todos. Mas como não tenho espaço nem talento para tanto, vou mencionar apenas dois ou três. Principio pela Independência do Estados Unidos da América do Norte, a 4 de Julho de 1776, levada a cabo por homens inteligentes e simpáticos, entre eles, George Washington, Thomas Jeferson, Benjamim Franklin e o Marquês de La Fayette, comandante de um contingente de 15.000 homens que a França enviou em socorro das colónias sublevadas. E passo para o dia 14 de Julho de 1789, Tomada da Bastilha, tida como o início da Revolução Francesa que abalou o mundo. Baniu o absolutismo dos reis e o regime feudal, proclamou a República e a Declaração dos Direitos do Homem e trouxe-nos Napoleão Bonaparte e os dias gloriosos do Império, de que os Franceses tanto se orgulham. Eu não desgosto de Napoleão. Só lhe não perdoo ter invadido Portugal. Ele não ganhou nada com isso e a nós deixou-nos a pedir para o resto da vida. Estas as duas ou três efemérides de Julho que prometi mencionar.

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Page 1: CORREIO DO PL ANAL TO - aoutravoz.info · do Barrosão” como um exemplo de «competitividade inteligente», num Mundo «crescentemente global». Assim, esta ação mostra-se como

QUINZENÁRIO - ANO XXXVIII - N.o 676 30.JULHO.2014 w Director: Bento da Cruz - Editor: José Dias Baptista w Preço Avulso: E 0,70 - Assinatura Anual: Território Nacional E 15,00 / Estrangeiro E 45,00

(Continua na pág. 2)

CORREIO DO PLANALTOProlegómeno

(Continua na pág.6)

Decisão guardada no segredos dosdeuses, o executivo da União dasFreguesias de Montalegre e Padroso,liderado por António Morais, perpetuou onome do antigo presidente da Câmara noagora tornado público “Parque de LazerFernando Rodrigues”. Uma decisão quesurpreendeu por completo ohomenageado, avesso a este tipo deprotagonismo.

«NÃO MERECIA IST«NÃO MERECIA IST«NÃO MERECIA IST«NÃO MERECIA IST«NÃO MERECIA ISTO!»O!»O!»O!»O!»Apesar de agradecer o reconhecimento,

Fernando Rodrigues afirmou que a decisãofoi despropositada: «quero dizer, comfranqueza, que não contava, nãoimaginava e não merecia isto que aqui foiescrito. Foi uma surpresa. De qualquerdas maneiras, não deixo de reconhecer eagradecer esta iniciativa». As palavrasforam assim justificadas: «se eumerecesse ali o meu nome, por terlançado a obra.... o presidente da Câmaramerecia mais do que eu porque lhe deucontinuidade. O que se fez aqui, foi feitocom dinheiros públicos. É da Câmara. Eunão fui nenhum benemérito». Ainda nomesmo tom, acrescentou: «não é precisoter grande imaginação para se reconhecer

Inaugurado “Parque de Lazer Fernando Rodrigues”Presidente da Câmara de Montalegre no período compreendido entre 1997

a 2013, Fernando Rodrigues foi alvo de uma sentida homenagem a cargo daUnião das Freguesias de Montalegre e Padroso ao decidirem dar o nome doantigo autarca ao Parque do Cávado, agora denominado “Parque de LazerFernando Rodrigues”.

O atual presidente da Câmara Municipal, Orlando Alves, destacou o méritodeste «filho ilustre que se impôs pelo seu mérito, que soube dar à sua terra,que soube estar ao serviço dos barrosões e honrar o poder local».

que era preciso devolver a qualidade dorio, a qualidade ambiental e a qualidadeurbanística deste sítio.

Acho que a estar ali o meu nome, deviaestar ali o nome do Dr. Pires.

No dia em que foi inaugurado o “Espaçodo Cidadão” em Salto, o primeiro de Trás-os-Montes, foi cortada a fita à primeiraedição da “Semana do Barrosão” na vila deSalto, evento concebido pela Câmara Mu-nicipal de Montalegre. Terra detentora dosolar da raça barrosã, entendeu a autarquiaque só faria sentido nesta freguesiapotenciar um produto, nobre, que poderáfomentar o tecido económico desteverdadeiro emblema barrosão.

Presente em Janeiro último na Feira doFumeiro de Montalegre, o Ministro Adjuntoe do Desenvolvimento Regional, MiguelPoiares Maduro, voltou ao concelho ondeobservou um certame que conta com umvasto leque de atividades distribuídas aolongo de três dias. A par da comercializaçãodeste produto ímpar, a “ Semana doBarrosão” exibe uma mostra dos melhoresanimais da raça autóctone, uma feira deprodutos locais, colóquios e oportunidadesde degustação das iguarias de Barroso. Omembro do governo classificou a “Semanado Barrosão” como um exemplo de«competitividade inteligente», num Mundo«crescentemente global». Assim, esta açãomostra-se como «uma aposta navalorização dos recursos locais e nosprodutos que nos diferenciam». No reforço,destacou que a raça barrosã «representa adiferença que podemos potenciareconomicamente» e garantiu que só por

Ministro Poiares Maduro satisfeito com o que viu

Inauguração da “Semana do Barrosão” em SaltoA primeira edição da “Semana do Barrosão”, feita da vila de Salto, concelho

de Montalegre, foi inaugurada por Miguel Poiares Maduro, Ministro Adjunto edo Desenvolvimento Regional. O membro do governo classificou o certamecomo um exemplo de «competitividade inteligente», num Mundo«crescentemente global». Por sua vez, o presidente da Câmara de Montalegre,Orlando Alves, explicou que esta aposta é «a homenagem aos honrados eresistentes criadores de gado da raça barrosã».

este caminho se alcança «a com-petitividade económica e o emprego nosterritórios do interior».

«AQUI RESISTE-SE AO APELODO LUCRO

SÓ PELO LUCRO» Orlando Alves, númeroum da edilidade, fez votos que esta iniciativa«se afirme e que tenha continuidade». T

(Continua na pág.3)a o u t r a v o z 0 @ g m a i l . c o m

ATENÇÃO

CORREIO DO PLANALTOjá pode ser lido em versão digital

Consulte o saite:

O mês de Julho está a chegar ao fim.Vou discretear despreocupadamentesobre ele. É o sétimo do ano e chama-seJulho em memória de Júlio Cesar, no meufraco entender, o homem mais brilhantede toda a história romana. Toda a gentelhe chama “Imperador”. Mas ele nãochegou a cingir a coroa. Deixou isso parao seu sobrinho neto Octávio CesarAugusto. Eu teria preferido antes mil vezesMarco António, homem inteligente, lutador,apaixonado. É de homens assim que eugosto. Mas o destino não quis. E quemsubiu ao trono foi o tal Cesar Augusto, quese limitou a colher e gozar em paz os frutosdas sementes que o tio-avô semeou.

Foi com Júlio Cesar que eu me inicieino latim. “De Bello Gallico”. “Gallia estomnis divisa in partes tres”.(1) No meutempo de Coimbra havia um professor dafaculdade de medicina chamado Oliveirae Silva, se a memória me não falha, masa quem toda gente chamava o “Bló” porele, numa aula do liceu, ter dito “Bló” emvez de “Bello”. Entre seminaristas corre aseguinte história. Júlio Cesar escreveu:“Petivit secreto”.(2)) O aluno trasladou:“Pediu segredo”. Retruca-lhe o metre emtom de gozo: “Ai pediu segredo? Pois eunão peço segredo a ninguém. Levas umzero na caderneta.”

Mas a história de Júlio Cesar de que eumais gosto é aquela que nos conta queele, à vista de uma aldeia de Barroso, teriaexclamado: “Antes queria ser o primeiroaqui do que o segundo em Roma”.

Tinha aqui pano para mangas. Mas omês de Julho é pródigo emacontecimentos decisivos para a históriada humanidade. Gostaria de falar detodos. Mas como não tenho espaço nemtalento para tanto, vou mencionar apenasdois ou três. Principio pela Independênciado Estados Unidos da América do Norte,a 4 de Julho de 1776, levada a cabo porhomens inteligentes e simpáticos, entreeles, George Washington, ThomasJeferson, Benjamim Franklin e o Marquêsde La Fayette, comandante de umcontingente de 15.000 homens que aFrança enviou em socorro das colóniassublevadas. E passo para o dia 14 deJulho de 1789, Tomada da Bastilha, tidacomo o início da Revolução Francesa queabalou o mundo. Baniu o absolutismo dosreis e o regime feudal, proclamou aRepública e a Declaração dos Direitos doHomem e trouxe-nos Napoleão Bonapartee os dias gloriosos do Império, de que osFranceses tanto se orgulham. Eu nãodesgosto de Napoleão. Só lhe não perdooter invadido Portugal. Ele não ganhou nadacom isso e a nós deixou-nos a pedir parao resto da vida.

Estas as duas ou três efemérides deJulho que prometi mencionar.

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2 – CORREIO DO PLANALTO

Prolegómeno(Continuação da pág. 1)

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Tiragem deste número: 1000 ex.

Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus Autores

A história refere que os primeirosdocumentos que falam da existência da vilade Montalegre datam do reinado de D.Afonso III, o “Bolonhês”. É este rei, quereconhecendo-lhe importância estratégicapara a defesa da fronteira, concede à«pobra de Montalegre» o primeiro foral, em9 de Junho de 1273. Em 1289 o rei D. Dinis,confirmou e renovou o foral. Aconteceu omesmo com D. Afonso IV, em 1491.Finalmente D. Manuel I, em 1515,confirmou-o em definitivo. Foi neste contextoque o município assinalou esta efeméridecom a celebração do feriado municipal

 ELOGIOS AOS AUTARCASA comemoração iniciou-se no salão dos

Paços do Concelho com uma sessãosolene que agraciou, com a Medalha deMérito Municipal, os autarcas de freguesiaque cumpriram dois ou três mandatos. Nodiscurso que assinou, o presidente daCâmara de Montalegre classificou oshomenageados como «lídimosrepresentantes do nobre povo barrosão».Orlando Alves teceu rasgados elogios àfunção de autarca: «pela proximidade àspessoas que vos elegeram fostes osprimeiros a ter que aguentar com ainsatisfação e poder reivindicativo que anosa fio de vida democrática institucionalizaramnas relações sociais e políticas. A tudo etodos fostes dando solução e ouvidos,quando os meios colocados à V. disposiçãoeram na verdade exíguos, para não dizerridículos. O muito que de todos vós se exigefoi e é, indiscutivelmente, superior àscondições dadas. E se há uns anos atrásas condições eram difíceis, hoje não sãonada melhores». A ilustrar estas palavras,disse: «basta dar uma olhada na Lei 75/2013 para vermos o desrespeito que àcondição de autarca de freguesia acaba deser dado. Por ela (Lei) vos são acometidasresponsabilidades sem que ninguém sepreocupe com os meios que não tendes eque o legislador, malévolo, sabe bem nãoexistirem. Suprema aberração que aAssembleia da República – a dita casa dademocracia —— acaba de parir nãoencontra, por certo, paralelo em qualqueroutra latitude do planeta. Maior ofensa edesrespeito pela condição de autarca debase, aquele cujo poder emana do povo –como do povo vem também o poder dosdeputados da Nação, que fazem leis,tantas vezes sem sentido e neste caso umalei humilhante e a quem serve 24h por diaem quase diríamos, absoluta exclu-sividade, não é possível encontrar emnenhum dos palcos internacionais em quea democracia se faz e apregoa».

CORTES NAS RECEITASOrlando Alves tocou em outras feridas:

«todos nós estamos lembrados dos cortesnas transferências da AdministraçãoCentral iniciados em 2011 e que relegaramas finanças do nosso município para osníveis de há 10 anos. Mal tínhamos sidoeleitos e já novo corte se anunciava com oorçamento de Estado para 2014 e que só àCâmara de Montalegre retirava 1.000 porcada dia que passa. Somos agoraconfrontados com o anúncio de um cortede 800.000 • decorrentes da aplicação doprotocolo assinado há anos com oMinistério da Educação». Sempre nomesmo tom, referiu: «como se tudo isto nãobastasse anunciam-nos a afetação de190.000/ano para o Fundo de ApoioMunicipal constituído para salvar asautarquias incumpridoras, e que estão emrisco de falência.

E ao jeito de não haver duas sem três eisque temos à nossa frente um QuadroComunitário novo que se anunciaextraordinariamente seletivo e direcionadomaioritariamente para as universidades eempresas com o intuito bondoso dedinamizar a economia e criar postos detrabalho mas que experiênciasanteriormente vividas mostraram àsaciedade como tão virtuosas intenções

degeneraram na compra de barcos derecreio e carros de luxo para deleite de unse vergonha de todos nós».

GARROTE FINANCEIROO lamento do presidente da autarquia foi

reforçado com este conjunto de reflexões:«tudo isto configura o garrote que asfixia emata o poder local democrático, uma dasmaiores conquistas de Abril e a que oGoverno da Nação se prepara para dar ogolpe de misericórdia oculto nas medidasainda mantidas em segredo no Documentode Estratégia Orçamental apresentadorecentemente à troika e que o Presidenteda República consente seja resguardadoda forma como está a sê-lo. Caminhamosassim, sem que de tal nos estejamos adar conta, para a abolição de uma dos maisimportantes conquistas de Abril».

COMPROMISSOS ASSUMIDOSNa segunda parte do discurso, Orlando

Alves lembrou o leque de compromissoseleitorais que o levaram à cadeira dapresidência.

O autarca foi direto ao assunto: «apoiar aatividade produtiva local foi compromissoeleitoral que paulatinamente vem sendoimplementado. No setor da atividadeprimária muitas foram as medidas até aomomento tomadas.

Desde a criação do Gabinete de Apoioao Investidor e de Dinamização daEconomia Local passando pelasensibilização das entidades gestoras debaldios para o aproveitamento dasoportunidades da florestação que opróximo quadro Comunitário oferece até aoinício do processo de retoma da produçãode batata de semente e aos apoios aoinvestimento na produção pecuária muitosforam os passos dados até ao momento.E qual cereja no cimo do bolo constituímos,na semana passada, a CooperativaAgrícola de Barroso que vem ocupar o vaziodeixado com a extinção da CooperativaAgrícola de Montalegre a que vicissitudesvárias a conduziram. A esta nova estruturade apoio aos agricultores da nossa terravai ser acometido todo o trabalho decondução, certificação e comercializaçãoda batata de semente; cabe-lhe aindarecuperar as DOP detidas pelo gestor deinsolvência da extinta Cooperativa bem emcomo recuperar para Barroso a OPP queantagonismos e divisões de índole diversadeitarem vergonhosamente a perder o quenos deixa na lama de sermos um dospoucos concelhos que a não têm e veem asanidade dos seus animais ser conduzidapor organismos sediados em Chaves,Cabeceiras e Vieira do Minho. ÀquelaCooperativa caberá ainda, estatu-tariamente cabe-lhe ainda a missãoespinhosa de assumir os créditos domatadouro detidos pela Caixa Agrícola porforma a salvarmos esta importantíssimainfraestrutura de apoio à atividade pecuáriae aos agricultores da nossa terra».

«VAMOS SALVAR O MATADOURO!»A reboque destas considerações, o

presidente do município de Montalegregarantiu que irá recuperar a imagem que oMatadouro Regional do Barroso e AltoTâmega detinha no passado. A justificaçãofoi dada nestes termos: «Sim, vamossalvar o Matadouro! O que neste quadropudemos fazer até ao momento - e muitofoi - é trabalho que por enquanto se não vê.Não confere direito a inaugurações. Masrepresenta o assumir de um desígnio paraa nossa terra esquálida, estéril eressequida por falta de gente e de atividade.Este é o caminho que se impõe seguirmose que todos juntos vamos ter que fazer. Semcomplexos, sem medos e com a certeza

de ser este o único caminho que nos libertae nos poderá restituir a esperança. É umcaminho penoso e extenso que vai levarmuitos anos a fazer. Mas só temos este. Énele que temos de aventurar-nos, unidos, esem quaisquer hesitações.

Com fé, determinação, raça e muitoquerer. E em espírito de unidade. É quesomos já muito poucos. E por maiores quesejam as diferenças ideológicas ouconcetuais a experiência nos ensinou hámuito como só unidos poderemos somarêxitos e vitórias para a nossa terra».

PALAVRAS PARTICULARES AOPROFESSOR ESTEVES

As últimas palavras do discurso dopresidente da Câmara de Montalegre foramreservadas para a conduta do Prof. Esteves,como assim é vulgarmente conhecido:«conheci-o como delegado escolar numavisita feita há trinta e tal anos à escola dadistante Seara aonde chegámos após umaatribulada viagem parte dela feita a pé. Aínos vinculámos a uma amizade duradourae recíproca vivida nos vários campos oupalcos da vida política e social em que aloucura do 25 de Abril nos envolveu. Foi líderpartidário obreiro da implantação do PS noconcelho de Montalegre. Nessa difícil tarefao acompanhei ao tempo em que ser do PSera tido ser de direita por tantosinconscientes vanguardistas.

Sob a sua liderança fiz duas campanhaseleitorais autárquicas sempre emcrescendo na companhia de tantos de vóse a que não resisto mencionar e dardestaque ao Manuel Carvalho e ao saudosoDr. Loureiro. A sede era na casa do Prof.Esteves. Foi assim mais que justo quedecorrente da vitória eleitoral autárquica de1989 desempenhasse durante os doismandatos do Dr. Pires, a Presidente daCâmara o nobre e honroso cargo dePresidente da Assembleia Municipal deMontalegre a que presidiu com muitoentusiasmo, dignidade, elevação ecompetência.

É assim inteiramente merecida aimposição da medalha que acaba dereceber e que a mim, particularmente, deua subida honra de colocar na lapela do seucasaco. A todos vós o meu reconhecimento,que é também o do Município, e o meu bem-haja».

Comemoração do feriado municipal

Homenagem de agraciamento, com Medalha de Mérito Municipal, a antigos autarcasAs comemorações do feriado municipal de Montalegre foram marcadas pela

«homenagem de agraciamento», com a Medalha de Mérito Municipal, aos autarcas defreguesia que cumpriram dois ou três mandatos e com a realização de um seminárioque debateu o futuro da região e do mundo rural. O presidente da autarquia, OrlandoAlves, acredita que estamos perante um programa que honra a história ao mesmotempo que pede a participação da comunidade.

Pedro Nuno da Cruz Giesteira (2001-2013) - CABRILJorge Araújo Fernandes (2001-2013) - CERVOSManuel Branco Francisco (2001-2013) - CONTIMJosé Acácio Álvares Rodrigues de Moura (2001-2013)- COVELÃESManuel Azevedo Antunes (2001-2013) - COVÊLO DOGERÊSAntónio Afonso Azevedo (1997-2005) - FERVIDELASDomingos Afonso Dias (2005-2013) - FERVIDELASFernando Delgado Carneiro (1993-2001) - GRALHASJosé Fernandes Garcia (2001-2013) - GRALHASJoaquim Pedro Santos Alves (2001-2013) - MEIXIDEAntónio Fernando Barroso Miranda (2001-2013) -MORGADEAlexandre Dionísio Silva Antunes (2001-2013) -MOURILHEAntónio Pires Pereira (2001-2013) - NEGRÕESJoão de Castro (1989-1997) - OUTEIRODomingos Pires de Moura (1997-2005) - OUTEIRODomingos Dias Afonso (2005-2013) - OUTEIROLuís Sanches Álvares Pereira (2001-2009) - SALTOSilvino Flores (2001-2009) - SARRAQUINHOSJoão Jorge Lopes e Silva (2001-2013) - VENDA NOVAJoão Batista Verde (2001-2013) - VILA DA PONTEJoão Evangelista Pires Fecheira (2001-2009) - VILADA PONTEPROF. ESTEVES - Antigo Presidente AssembleiaMunicipal de Montalegre

AUTARCAS HOMENAGEADOS

Mas há muitas mais. Santa MariaMadalena, celebrada a 22, companheira deJesus Cristo, um mito que ainda hoje fazsonhar e dizer asneiras a muita gente. Ináciode Loiola, dia 31, fundador da Companhiade Jesus e dos jesuítas, que nos legaramAntónio Vieira, escritor da minha maioradmiração. A chegada do primeiro homem,o americano Neil Armstrong, à lua, a 20 deJulho de 1969. E não ficaria de bem com aminha consciência se não falasse aqui daminha terra onde Julho é o Mês dasSegadas, primeiro dos fenos, depois dassearas. Os vizinhos desafiavam-se a verqual deles apresentava melhor carro.

Mas alguns não tinham jeito nenhum paraaquilo. Lembro-me de um, rapaz novo, quenão conseguia carregar um carro de feno.Desde que a carga ultrapassasse osestadulhos e a treitoira, vinha tudo ao chão.Ele culpava o vento: “Rais parta tanto “bento”.Se tiver filhos, o nome de “bento” é que nãoponho a nenhum.” Os outros riam-seporque não corria ponta de ar. Uma vez tantoporfiou que lá conseguiu qualquer coisaparecida com um carro de feno.

Deitou-lhe o calabre, apôs-lhe as vacas edirigiu-se a casa. Ao chegar a meio da rua,o carro alagou-se. Foi uma risota entre osvizinhos. Ele jurou vingança. No dia seguintefoi lá para o lameiro, carregou um carro defeno de boas proporções e desceu a rua deredacu, aguilhada no apeiro, para as vacaslevantarem a cabeça, passo mesurado,provocador e exibicionista: “Que ponhamaqui os olhos os que ontem se riram demim.” E continuaram a rir. O caso não erapara menos.

VIVA BARROSO!

(1) No todo a Gália está dividida em três partes.

(2) Partiu, dirigiu-se, acometeu

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CORREIO DO PLANALTO – 3

Tendo em conta a realidade da freguesia, o autarca salientou que «aqui resiste-se aoapelo do lucro só pelo lucro e defende-se a identidade do território». Ato contínuo, explicouque «os jovens produtores dão continuidade à tradição e honram a imagem de marca dacasa agrícola de que são herdeiros e fiéis continuadores». Nessa linha, lembrou que «emSalto perdura o epíteto de “raça portuguesa”, com que, afetuosamente, se apelida eclassifica o gado barrosão».

MURAL NO CENTRO DE SALTOFindas as palestras, a comitiva percorreu as principais ruas da vila saltense. No percurso,

foi inaugurado um mural, da autoria de Laureano Ribatua, que consagra Salto como terrado barrosão. Uma obra de arte que mereceu rasgados elogios por parte do númerosignificativo de populares presentes.

Junto ao mural, outra lápide onde o município rende vénia ao trabalhos dos agricultoresem prol da conservação e dinamização desta raça genuína do Barroso.

Ministro Poiares Maduro satisfeito com o que viu

Inauguração da “Semana do Barrosão” em Salto(Continuação da pág. 1)

David Teixeira - (Vice-presidente da Câmara Municipal de Montalegre)

«Foi a abertura de um grande certame de valorização da raça barrosã. A presença osenhor Ministro Adjunto e do senhor Secretário de Estado apresentou uma relação diferenteentre o poder central e o mundo rural. Hoje, com a abertura do espaço do cidadão, tivemosa prova de que aquilo que nós reclamamos há algum tempo começa a ser ouvido emLisboa. Com a criação desta estrutura, o mundo rural, neste caso o concelho de Montalegre,é pioneiro na capacitação das infraestruturas para facilitar o acesso aos serviços centrais.Esperamos que isto seja apenas um primeiro passo naquilo que nós pretendemos:valorização do nosso território para que continue a ser bom e que cada vez mais seja maisfácil viver em Montalegre.

Não há desenvolvimento nem fixação da população jovem se não existirem melhorescondições de vida. A valorização dos nossos produtos endógenos, desta raça autóctone edo ser barrosão como pessoa é essencial para o futuro do nosso concelho».

Tem a palavra

Alberto Fernandes - (Presidente da Junta de Freguesia de Salto)

«Acho que este é um momento histórico para a freguesia de Salto. A inauguração doespaço do cidadão, aqui na nossa freguesia vem servir toda a comunidade do BaixoBarroso. Por sua vez, a “Semana do Barrosão” também se apresenta como uma estreiaem Salto. Esperamos que este certame se prolongue por muitos anos, porque a freguesiade Salto está muito orgulhosa por acolher esta iniciativa».

Nuno Sousa - (Presidente da Assoc. Nacional de Criadores de Gado da Raça Barrosã)

«A “Semana do Barrosão” é uma ótima iniciativa. Já a devíamos ter presenciado hámais tempo. Temos que agradecer ao senhor Presidente da Câmara, Orlando Alves, poresta ideia. Ele foi sempre uma pessoa que defendeu a raça barrosã e agora que temoportunidade está a tentar ajudar.

Espero que a raça barrosã e os produtores venham a beneficiar, quer em termos decomercialização, quer em termos de compensação. Trata-se de uma raça nacional, depequeno porte, mas de grande qualidade. No entanto, não lhe é dada a devida atenção.Acho que com esta iniciativa vamos conseguir melhorar as condições dos produtores etambém fazer com que a raça desenvolva cada vez mais».

Albano Álvares - (Representação do Agrupamento de Produtores da Raça Barrosã)

«A “Semana do Barrosão” só peca por tardia. Salto é o solar da raça, é a região que temmais gado a produzir do país... por isso, estranho era não se fazer aqui nada ligado coma carne barrosã. Nós temos uma satisfação muito grande em poder colaborar nesta festae neste evento que tanto vai trazer para a economia local».

Adelino Bernardo - (Diretor Regional Adjunto de Agricultura e Pescas do Norte)

«É um gosto estar aqui. As pessoas que me conhecem, os barrosões e os produtoresde gado barrosão sabem que, desde a primeira hora, eu estive com eles e os apoiei noque foi necessário. Como tal, só acho que esta ideia já vem tarde.

No entanto, mais vale tarde do que nunca. Acho que é uma boa iniciativa, esperemosque traga frutos e que continue. Ficar por aqui não chega».

Fernando Queiroga - (Presidente da Câmara Municipal de Boticas)

«Dou os parabéns ao meu colega da Câmara Municipal de Montalegre por esta iniciativa.Isto é o futuro dos municípios e não podemos pensar em obras megalómanas quedepois ficam fechadas. Já se viu que esta aposta da construção massiva de equipamentose infraestruturas não conseguiu cativar e fixar as pessoas na sua terra. Esta iniciativa é delouvar porque vai promover um produto da nossa região, um produto endógeno. O concelhode Boticas mostra-se, assim, também satisfeito com esta ação. Boticas também tem estaraça e tem apoiado esta espécie. É assim que conseguimos fixar os nossos jovens paraterem mais economia e mais valorização nestas terras».

João Baptista - (Representação da CIM / Alto Tâmega)

«Como natural do concelho e ainda com uma costela em Salto, é com muito gosto ealegria que vivo a certeza de que esta terra é uma terra que marca sempre as pessoas eo território do Alto Tâmega. Com a responsabilidade que tenho na CIM, naturalmenteencaro isto como um dos muitos passos que têm que ser dados no sentido de, emconjunto, criarmos condições para que as pessoas possam viver melhor». PadreFontes«Isto é um grande “salto” na grandeza de Barroso e do barrosão. Salto vai conseguirimpor-se pela grandeza do programa da “Semana do Barrosão”. É assim uma grandeaposta que o senhor Presidente da Câmara faz na sua terra natal e é algo que estava afazer falta a esta vila. Salto é o solar onde o gado barrosão mais se desenvolve e cresce».

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4 – CORREIO DO PLANALTO

Tempo quente, convidativo para sair à rua. Foi neste quadro que foi realizada a décimaquarta edição de um encontro promovido pela associação “Amigos da Borralha”. Antigostrabalhadores das extintas minas de volfrâmio (1986), em conjunto com familiares eamigos, em clima de confraternização. Uma jornada iniciada na igreja da aldeia emhomenagem aos que já partiram. Depois o almoço  feito no antigo refeitório das Minas daBorralha. Pelo meio algumas atividades recreativas, entre as quais uma exibição do “Jogodo Pau”, a cargo de um jovem grupo da Corva que continua a manter uma tradiçãocaraterística da zona do Baixo Barroso.

APOSTA NO PRÓXIMO QUADRO COMUNITÁRIO

Filho da freguesia de Salto, o atual presidente da Câmara de Montalegre lembra partedo seu passado associado à Borralha: «é um encontro que veio para ficar, onde juntam os“Amigos da Borralha”, todos aqueles que fizeram uma trajetória nesta terra. Este espaçoque hoje se inaugura é importante. Eu estive aqui há 50 anos. Eu que não trabalhei aquisinto alguma nostalgia onde há sentimentos que se misturam. A saudade impera mas hátambém a determinação de ir mais além porque o projeto de valorização deste territórionão se esgota nestas iniciativas. Vai continuar, vai avançar, vai ganhar novasdinâmicas».Orlando Alves deixou a garantia que irá apostar forte nos próximos dinheiroscomunitários de modo a solidificar a recuperação do património das Minas da Borralha:«vamos lutar para que o próximo Quadro Comunitário de Apoio contemple aquilo que, nomeu entender, passará a constituir o padrão, o chamariz para que a Borralha se afirme nocontexto dos itinerários da museologia. Falta criar condições para o acesso ao interior damina. Faz falta criar condições para recriar, através dos meios tecnológicos existentes,todo o ambiente laboral que havia dentro da mina e, sobretudo, faz falta arranjar aqui umespaço onde as pessoas possam pernoitar. Há muitas zonas de minas desativadas queestão a ser alvo da cobiça e do interesse turístico de muita gente que é apaixonado porestas coisas. É nesse sentido que temos que trabalhar».

David Teixeira - (Vice-Presidente da Câmara Municipal de Montalegre)«Cada ano que passa, o investimento do município neste grande projeto, que será o

pólo da Borralha do Ecomuseu de Barroso, começa a ser mais visível. É um projeto queacolhe estas emoções dos antigos mineiros. É um dia interessante para quem está acaptar esta memória porque este largo, onde está a acontecer o “Jogo do Pau”, era oringue onde os antigos mineiros faziam algumas atividades. A “fotografia de família”aconteceu naquela que era a bancada onde anos a fio serviu de assistência a muitosdesportos que aqui foram praticados. O acontecer da festa, totalmente na Borralha, marcaa viragem destes encontros. A partir de agora não haverá mais necessidades destesserem feitos em outras paragens. Este espaço é deles, é para eles e para a população doconcelho de Montalegre que queira apoiar esta iniciativa. Esperamos que esta mina entreno roteiro nacional e internacional».

Fátima Fernandes- (Vereadora da Educação da Câmara Municipal de Montalegre)«É uma honra poder participar neste encontro. É um grupo que mantem a mística de

ser da Borralha. Este ano, pela primeira vez, puderam festejar num espaço que é nosso,que é de todos nós. Sentem orgulho, um orgulho que é mantido ao longo dos anos. Vereste património requalificado é uma grande motivação. Um património que irá atrair muitagente».

Fernando Rodrigues - (Presidente da Assembleia Municipal de Montalegre)«O projeto que aqui foi lançado na Borralha tinha dois objetivos. O objetivo principal

não era a requalificação mas a valorização da memória. As minas tiveram o seu auge e asua queda. Teve a sua morte mas deixou uma vida. Lembro que a empresa das Minas daBorralha chegou a ser a empresa mais empregadora do distrito de Vila Real. Deixou aquiuma memória grande. Depois do encerramento formal das minas, havia que tomar contadisto e ir de encontro à ideia das pessoas. É toda essa história e memória que se queraqui manter. Nesse sentido, foi criado o projeto de valorização do pólo mineiro da Borralhacom a recuperação de uma série de espaços. Estamos em frente ao arquivo e ao refeitóriototalmente recuperados assim como outros espaços. O arquivo é a parte principal destepólo. Está intacto, não foi roubado nem destruído. Está acessível como se as minastivessem encerrado à meia dúzia de meses. É um local extraordinário que está à disposiçãode todos para saberem o historial das minas. O que é preciso é continuar com esteprojeto e trazer cá gente para que este investimento contribua para a criação de empregoe para a dinamização económica da região».

Alberto Fernandes - (Presidente da Junta de Freguesia de Salto)«Vamos na cantina onde estive hospedado dois anos. Dormia e comia aqui. Para

mim, é bom recordar uma passagem com mais de 40 anos. É um dia diferente. Estousatisfeito pelas obras e pelo empreiteiro ter concluído esta bonita obra».

Abel Miranda - (Presidente da Associação “Amigos da Borralha”)«É um ano especial porque estamos na antiga pensão, restaurada pela Câmara de

Montalegre. É um convívio que reuniu mais gente que no ano anterior derivado ao facto deser realizado aqui na Borralha. Conseguimos ter perto de 200 pessoas, mas já tivemosconvívios 300 pessoas».

Encontro juntou perto de 200 pessoas

XIV Convívio dos “Amigos da Borralha”Cerca de 200 pessoas marcaram presença no XIV convívio dos “Amigos da

Borralha”. Desde 2000 que as memórias desta terra mineira são motivo para umareunião de gente cuja parte da vida está associada a Barroso. Este ano o encontro tevea particularidade de ser realizado, por inteiro, na aldeia da Borralha, ocasião que serviupara inaugurar o agora recuperado refeitório das minas.

A população do concelho de Montalegre disse “sim” ao duplo desafio lançado peladelegação da Cruz Vermelha com vista a amealhar fundos para a sua atividade. Umaresposta que encheu de satisfação a presidente da instituição, Deolinda Silva: «correumuito bem. Valeu a pena. Estou satisfeita. Acho que atingimos o nosso objetivo». A ilustraras palavras o facto da festa ter tido casa cheia: «não esperava tanta participação. Eupensava que não íamos encher a sala, afinal dava para duas salas. Fica a promessa deque para o ano vamos continuar, mas numa outra dimensão. Foi uma experiência muitoimportante para nós. O leilão foi um sucesso, as pessoas portaram-se muito bem».

“Caminhada e Festa Solidária”Promovidas pela Cruz Vermelha

A delegação de Montalegre da Cruz Vermelha organizou uma dupla iniciativa deangariação de fundos. De dia uma “Caminhada Solidária” e à noite uma “Festa Solidária”.A organização confessou surpresa pela alta participação. O presidente da CâmaraMunicipal, Orlando Alves, descreveu o momento como «culturalmente rico».

PRESIDENTE APLAUDE ENVOLVIMENTO DA COMUNIDADEO executivo esteve representado ao nível. O presidente da autarquia definiu o momento

como «uma festa culturalmente muito rica, com a causa da solidariedade a proporcionareste momento muito saudável». Orlando Alves sublinhou o empenho de muitos em prolde uma causa pública: «tivemos música muito variada e vários momentos fantásticos deanimação. Foi uma noite de convívio, onde se apelou aos sentimentos mais profundosque o homem pode ter: mobilizar-se para acudir às causas mais nobres e às causas queo engrandecem. A comunidade montalegrense correspondeu a este desafio lançado pelaCruz Vermelha». A fechar, o edil aproveitou a ocasião para referir: «aproveito para osdesafiar a repetirem estes eventos porque nota-se que a população barrosã também estácarente de realizações como estas, em que a “prata da casa” faz a festa».

«O evento teve início com o agrupamento dos participantes e simpatizantes em Braga(Avenida da Liberdade) dando início ao habitual alegre e saudável convívio entreparticipantes. De Braga toda a comitiva seguiu em direção ao Gerês com paragemobrigatória na barragem da Paradela, sem antes sido efetuada uma pausa para descanso/café e reagrupamento. O almoço, gastronomicamente típico das terras barrosãs, ocorreuem pleno Gerês.Depois do almoço a caravana seguiu em direção a Montalegre comparagem no Circuito de Montalegre, gentilmente cedido pela Câmara de Montalegre parao efeito. Aí os participantes puderam usufruir do prazer de condução proporcionado pelosseus Lancia Integrale em segurança. O descanso teve lugar ao final do dia no Hotel deMontalegre, assim como o jantar onde não faltou animação musical.Depois do pequenoalmoço de domingo, a comitiva estacionou os seus Integrale nos Paços do Concelhopara a habitual foto de grupo a que se seguiu um agradável passeio pedonal em visita aoCastelo de Montalegre e Ecomuseu de Barroso.

O evento terminou, mais tarde, com almoço e meeting em Pitões das Júnias. É comgrande alegria que o Clube Lancia Delta HF Integrale Portugal registou um acréscimosignificativo no número previsto de participantes vindos da visita Espanha (seis inscritos)num total de 31 Delta Integrale inscritos».

Com passagem pelo concelho

O concelho de Montalegre acolheu, por estes dias, o IV Encontro Nacional LanciaDelta HF Integrale sendo ao mesmo tempo o primeiro encontro ibérico. Mais de 30participantes percorreram um percurso realizado na zona Norte. Uma das paragens foiMontalegre para contento da comitiva.

IV Encontro Nacional Lancia Delta HF Integrale

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CORREIO DO PLANALTO – 5

Apesar das delegações escolares já não existirem, o grupo que as formou continuaativo. O 29.º encontro de ex-delegados escolares aconteceu em Montalegre, uma iniciativaanual que reúne gente do Alto Minho até ao Algarve.

A organização de Montalegre quis «mostrar, em pouco tempo, o que de melhor lhepoderíamos oferecer, quer em termos de beleza paisagística quer no aspetogastronómico», esclarece Maria Helena Carvalho, um dos rostos principais em matériaorganizativa. Maria Helena Carvalho descreveu o programa: «a visita não poderia ter melhorponto de chegada, tal como estava programado: Ecomuseu de Barroso. Depois a visita aPitões, não faltando no almoço um bom e abundante cozido à portuguesa. Depois doalmoço, a visita continuou pelas ruinas do Mosteiro das Júnias; trajeto de autocarro pelaPonteira, barragens de Venda Nova e Alto Rabagão».

PRIVILÉGIOEncontro apoiado pela Câmara Municipal de Montalegre, coube à vereadora da

educação dar as boas vindas ao grupo. Fátima Fernandes congratulou-se pelo facto daescolha recair em Montalegre: «é um privilégio recebermos uma iniciativa destas. Falamosde pessoas que sempre trabalharam em prol da cultura e do conhecimento». No reforço,a autarca declarou: «são pessoas que desempenharam um papel muito importante juntodas nossas crianças e dos nossos jovens e que, ao longo do tempo, nos seus tempos delazer, continuaram e continuam a procurar o enriquecimento cultural e pessoal num contactopermanente com a causa pública».

Encontro nacional de ex-delegados escolaresMontalegre acolheu, por estes dias, o XXIX Encontro Nacional da ANADLES

(Associação Nacional de Amigos das Antigas Delegações Escolares) que integraprofessores do 1.º ciclo e educadores de infância que trabalharam nas delegaçõesescolares concelhias até 2004. Uma iniciativa apoiada pela Câmara Municipal,representada pela vereadora da educação, Fátima Fernandes.

Sessão presidida pelo Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, JorgeMoreira da Silva, as explicações do futuro Sistema Eletroprodutor do Tâmega (inclui asbarragens de Gouvães, Alto Tâmega e Daivões) ocorreram em Vila Pouca de Aguiar ondemarcou presença o líder da autarquia de Montalegre, Orlando Alves. Na palestra, o membrodo governo anunciou que o investimento vai permitir a criação de 13.500 postos de trabalhodurante os nove anos de construção, dos quais 3.500 serão diretos e 10 mil indiretos.

TRABALHOS ARRANCAM EM 2015O lançamento do projeto, concessionado à empresa espanhola Iberdrola, foi possível

depois de o Ministério ter conseguido que os cinco municípios afetados peloempreendimento e a empresa chegassem a acordo sobre as contrapartidas para aspopulações pondo fim a um impasse de três anos. Na sessão ficou a saber-se que astrês barragens vão contribuir para a promoção das energias renováveis «para que Portu-gal possa cumprir as suas metas para 2020 e cada vez mais possa criar condições deatingir metas mais exigentes para 2030 e até posicionar-se como abastecedor de energiasrenováveis na Europa, numa altura em que mais países europeus terão de aceitar metas

Sistema Eletroprodutor doTâmega cria 13.500 empregos

Presidente da Câmara de Montalegre presente na sessão pública

O presidente da Câmara Municipal de Montalegre, Orlando Alves, esteve em VilaPouca de Aguiar onde assistiu ao lançamento dos trabalhos de implementação doSistema Eletroprodutor do Tâmega. Trata-se de um investimento na ordem dos 1.200milhões de euros que irá produzir 13.500 empregos (10.000 indiretos) e comcontrapartidas de 50 milhões para os municípios envolvidos para «projetos dedesenvolvimento regional».

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mais exigentes e terão dificuldade em atingir essas metas a um custo mais baixo»,salientou Moreira da Silva.As obras das três barragens iniciam em 2015 e deverão estarconcluídas em 2023, com o maior volume de trabalhos a decorrer entre 2018 e 2020. Esteempreendimento hidroelétrico vai ter uma potência total instalada de 1.158 megawatts eproduzir 1.766 gigawatts por hora. Refira-se que este é o último projeto do Plano Nacionalde Barragens, lançado em 2007, cujo contrato faltava lançar, uma vez que as três barragensdo Alto Tâmega, a do Tua e a de Girabolhos já estão em andamento.

DIA HISTÓRICOAlberto Machado, na qualidade de Presidente da Associação de Municípios do Alto

Tâmega, sublinhou que o investimento é de vital importância para a região e que ospróximos anos exigem o empenhamento de todos para assegurar o restabelecimento doque ficará afetado na região e assegurar que as contrapartidas promovam odesenvolvimento regional. O autarca recordou uma recente visita ao Alvão, onde ospopulares expressaram os seus anseios quanto ao futuro. Nesse sentido, lançou o desafioaos representantes das entidades envolvidas na construção das barragens de não olharemsó para o objetivo final. Alertou para a necessidade de que a planificação e a informaçãoseja conjunta e contínua.A sessão contou ainda com a presença na mesa de Javier Palacios,diretor-geral da Iberdrola, que apresentou o plano de trabalhos da empresa para aimplementação do Sistema Eletroprodutor do Tâmega, Nuno Lacasta, presidente da APA(Agência Portuguesa do Ambiente), Álvaro de Sousa, que preside à Assembleia Municipal,e de Álvaro Carvalho, vice-presidente da CCDR-N (Comissão de Coordenação eDesenvolvimento Regional do Norte).

O encantamento retornou a um dos locais mais míticos do concelho barrosão e com

ele trouxe muitos curiosos, apesar do mau tempo que se fez sentir. Com o apoio da

Câmara Municipal de Montalegre e Ecomuseu de Barroso, a Junta de Freguesia de Ferral

voltou a organizar a “Festa da Ponte da Misarela”. David Teixeira, vice-presidente do

município, referiu que «foi um momento com grande sentido no concelho de Montalegre,

onde a preservação do património imaterial se fez ao mais alto nível». Tendo em conta a

parceria estabelecida com a autarquia de Vieira do Minho, David Teixeira afirmou que

«está lançada a raiz de uma grande festa, que tem muito para crescer e continuar».

Por sua vez, António Barbosa, presidente da Câmara Municipal de Vieira do Minho,

garantiu que, «no futuro, a colaboração do município com esta festa está assegurada».

Entusiasmado, Aníbal Ferreira, presidente da Junta de Freguesia de Ferral, agradeceu a

«todos os resistentes que acreditaram no nosso trabalho e aguentaram à chuva para ver

o espetáculo».

“A Ponte do Diabo”/ Festa da MisarelaÀ semelhança de anos anteriores, voltou a realizar-se em Sidrós, freguesia de Ferral,

a “Festa da Ponte da Misarela”. Nem o mau tempo impediu os visitantes de assistir aoprograma cultural em agenda, composto por um vasto leque de ofertas distribuídas aolongo de dois dias. David Teixeira, vice-presidente da Câmara Municipal de Montalegre,acredita que «a preservação do património imaterial se fez ao mais alto nível».

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6 – CORREIO DO PLANALTO

Depois de termos anunciado em Dezembro último a estreia de Montalegre na Volta aPortugal em bicicleta, eis que o evento foi apresentado publicamente na cidade de Lisboa.Os pormenores deste grande acontecimento desportivo foram revelados pelo diretor deprova, o mítico Joaquim Gomes, que destacou a importância de Montalegre na 76.ª ediçãoda Volta. A par deste destaque, foram reveladas as 10 etapas da competição com Montalegrea surgir no dia 2 de Agosto.Por outro lado, a Senhora da Graça, o Monte da Senhora daAssunção e a mítica chegada à Torre, na Serra da Estrela, são alguns dos pontos altos dacorrida. Entre os protagonistas da edição deste ano contam-se todas as principais equipasportuguesas e o ciclista espanhol Luís León Sánchez, de 30 anos, em representação daequipa Caja Rural. Joaquim Gomes admite que o ciclismo português continua a viver diasdifíceis e que a realização da Volta a Portugal só é possível com o apoio dos municípios eo tecido empresarial de algumas regiões do país. À margem da corrida, que tem a duraçãode 11 dias, o diretor da Volta a Portugal mostrou-se satisfeito com o desempenho dosprincipais ciclistas emigrantes como Rui Costa e Tiago Machado. A edição deste anocomeça no dia 30 de julho, em Fafe, e termina a 10 de agosto em Lisboa. A RTP fará atransmissão televisiva da Volta a Portugal nos próximos quatro anos. A rádio Antena 1 seráa rádio oficial da prova, naquela que será a primeira vez que a rádio do grupo RTP adquireestes direitos.

ETAPAS

PRÓLOGO (30 JULHO): Fafe-Fafe, 6,8 km (CRI)

1.ª ETAPA (31 JULHO): Lousada-Maia, 183,5 km2.ª ETAPA (1 AGOSTO): Gondomar-Braga, 171,8 km.3.ª ETAPA (2 AGOSTO): Viana do Castelo-Montalegre, 180 km.4.ª ETAPA (3 AGOSTO): Boticas-Mondim Basto (Senhora da Graça), 192,5 km.5.ª ETAPA (4 AGOSTO): Alvarenga-Santo Tirso (Senhora da Assunção), 161,3 km.6.ª ETAPA (5 AGOSTO): Oliveira do Bairro-Viseu, 155 km.

DIA DE DESCANSO - 6 AGOSTO

7.ª ETAPA (7 AGOSTO): Belmonte-Seia (Torre), 172,5 km.8.ª ETAPA (8 AGOSTO): Sabugal-Castelo Branco, 194 km.9.ª ETAPA (9 AGOSTO): Oleiros-Sertã, 28,9 km (CRI).10.ª ETAPA (10 AGOSTO): Burinhosa-Lisboa, 167,1 km.Total: 1.613,4 km.

”Volta a Portugal” passa emMontalegre a 2 Agosto

Terceira etapa do evento

Montalegre recebe no próximo 2 de Agosto a terceira etapa da 76.ª Volta a Portugalem bicicleta. O evento foi apresentado, em Lisboa, à comunicação social onde foi ditoque um dos trunfos desta edição é a própria estreia de Montalegre na “prova rainha”do ciclismo português.

O mau tempo não impediu a chegada à serra do Larouco da etapa da Voltaa Portugal de Cadetes. Chuva e frio numa etapa que teve tanto de difícil comode saborosa. Para a história da prova barrosã, a vitória do algarvio DanielViegas que, para além do triunfo desta segunda etapa, também conquistou acamisola amarela no final da ligação de 63,8 Km entre Cabeceiras de Basto eo alto da serra do Larouco.

Serra do Larouco recebeuVolta a Portugal de Cadetes

À CONSIDERAÇÃO DOS NOSSOS PREZADOS ASSINANTESDevido a problemas levantados no banco, a pretexto de que são normas da CEE,solicitamos aos nossos prezados assinantes e anunciantes que, sempre que nospassem cheques NÃO ENDOSSÁVEIS, o façam em nome do proprietário do jornal,Bento Gonçalves da Cruz. Muito obrigado.

O jovem Ruben Guerreiro (Liberty Seguros/Feira) conquistou em Montalegre a“Camisola Amarela Liberty Seguros” da Volta a Portugal do Futuro. Um triunfo decisivodado que no dia seguinte confirmou, na Maia, o triunfo na própria volta. Uma jornada deenorme dificuldade com muito vento, chuva e nevoeiro à medida que o pelotão ia galgandoa serra do Larouco.

Com efeito, Guerreiro contra-atacou nos dois últimos quilómetros e alcançou HugoVaz (Anicolor) que seguia na frente respondendo depois à pedalada do corredor de azul,o campeão nacional, Joaquim Silva (Anicolor). Todavia, a pouco menos de 100 metros dorisco de meta Ruben Guerreiro, num derradeiro esforço, sprintou mais forte e ficou sozinhonos 1.525 metros da serra do Larouco, segundo ponto mais alto de Portugal continentalerguendo os braços para comemorar um triunfo planeado pela equipa desde que há trêssemanas reconheceram o local. Atrás de Joaquim Silva, segundo classificado, chegou orusso Alexey Rybalkin (Lokosphink) que reforçou o título de Rei da Montanha. RubenGuerreiro, 20 anos, é natural do Pegões.

Este ano já venceu a Taça de Portugal na categoria Sub23. No final da etapa referiu:«É a nossa Volta! Ainda por cima, este ano é uma corrida internacional o que nos dá muitavisibilidade. Fizemos uma prova muito calculista, sabia que a chegada assentava bemnas minhas características e só tinha de atacar no momento certo… foi o que fizemos!»

«BODA MALHADA, BODA ABENÇOADA!» 

Apesar do mau tempo, o presidente da Câmara Municipal de Montalegre saiu satisfeitocom tudo que observou: «começámos com um dia de chuva e acreditando no provérbiopopular “boda malhada, boda abençoada”. Vamos assumir isso como sendo a bênçãoque o Larouco precisava para que, futuramente, seja consagrado como um pontoreferencial de todas as provas velocipédicas que venham a realizar-se no nosso país».No mesmo tom, Orlando Alves reforçou: «foi com esse propósito que nos dedicamos areceber a organização da prova com todo o nosso afinco.

Temos aqui mais um elemento referencial do nosso território e motor dedesenvolvimento económico. Foi um desígnio imediatamente agarrado pelo JoaquimGomes, diretor da prova. Fomos pela primeira vez ao Larouco, num dia de muito nevoeiroonde nem foi possível ver a serra e ele confiou em mim. Está traçado um ponto para queao longo do ano todos os praticantes do ciclismo possam vir à nossa terra e tudo issoserá transformado em dinâmica social e cultural».

TEM A PALAVRA

David Teixeira - (Vice-presidente da Câmara Municipal de Montalegre)«Hoje é mais um momento alto de exposição de Montalegre e penso que vai afirmar

este desporto na nossa juventude. Sabe bem ver aqui gente de Montalegre a ter estecarinho com os atletas, que fizeram a proeza de inaugurar a serra do Larouco como palcodo ciclismo nacional. Está dado o mote para que no dia 2 de agosto seja um grandeevento de ciclismo em Montalegre».

Delmino Pereira - (Presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo)

«Acho que a estrada está excelente e estão reunidas as condições para que este sejaum local de grandes espetáculos de ciclismo. Estão de parabéns porque organizaramaqui um local com excelentes condições. O tempo não foi o melhor, mas isto pode aconteceraté mesmo no verão e temos que estar preparados para estas coisas. No próximo dia 2de agosto este local tem todas as condições para que quem gosta de ciclismo passeaqui um dia fantástico. Não tenho a mínima dúvida de que vai ser neste traçado que avolta vai começar a decidir-se».

Joaquim Gomes - (Diretor da Volta a Portugal)«Antes de mais houve uma ansiosa espera porque temos elevadas expetativas

relativamente à presença de Montalegre nesta nova modalidade. Tivemos um primeiroteste com a Volta a Portugal do Futuro e de Cadetes. Infelizmente as condições climatéricasnão foram as melhores, mas no ciclismo estamos perante atletas de eleição, mesmonos escalões de formação. Além da chegada, a categoria de sub 23 proporcionou umapartida. Esta, já com bom tempo e houve espaço para um maior convívio com osespetadores e autarcas que fizeram questão de nos acompanhar. Penso que Montalegrecontribuiu, decisivamente, para o sucesso de mais uma edição da Volta a Portugal doFuturo. Vamos agora esperar, novamente ansiosos, pela estreia, na prova maior develocipedia nacional. Acreditamos que, com melhor tempo, vamos contribuir para maisum lugar mítico da história do evento».

Volta a Portugal do FuturoA poucos dias da prova da Volta a Portugal em bicicleta (2 agosto), a serra do

Larouco recebeu no passado dia 19 a terceira etapa da 22.ª Volta a Portugal do Futuroe no dia seguinte a partida da quarta etapa. Ao todo um jovem pelotão de corredores, dacategoria Sub23, que subiu ao topo da serra do Larouco por entre muito vento e chuva.Ruben Guerreiro terminou a etapa em primeiro lugar.

Montalegre recebeu

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CORREIO DO PLANALTO – 7

Devia estar ali o nome do presidente da junta e o nome de quem concluiu esta obra: opresidente da junta António Morais e o presidente Orlando Alves».

IMPERATIVO MORALRodeado por familiares e amigos, Fernando Rodrigues puxou pelas memórias de

infância: «tenho um sentimento profundo pelo rio. Aprendi a nadar aqui, no tempo em queo rio era de água mais limpa do que é hoje». Ato contínuo, descreveu o processo queculminou com a recuperação urbanística de um dos locais mais nobres da vila deMontalegre: «sei o que senti, ainda no tempo do Dr. Pires. Começámos a adquirir aquelasdezenas de parcelas da zona do tijolo para, mais tarde, fazermos aquela obra. A obracomeçou, em termos de ideias, no tempo do Dr. Pires. Nessa altura, o rio já não tinhaacessos. Já não tinha os carreiros para ir tomar banho, como no tempo da minha geração.Hoje não está perfeito, mas poucos imaginam o que era o rio há 20 anos quando nóscomeçamos a trabalhar nele. Esta exigência de fazer aqui um trabalho de recuperaçãoambiental, urbanística e ecológica era um imperativo moral de qualquer autarca quedirigisse a junta de freguesia e o concelho».

No remate, Fernando Rodrigues disse: «quero, mais uma vez, deixar aqui o meuagradecimento, dizer com toda a sinceridade que esta placa devia ter o nome desta gentetoda que trabalhou nesta obra. Mas o mais importante é que se fez isto para todosusufruirmos deste espaço. Fez-se isto em nome do interesse público e do bem comum».

«PARQUE QUE DIGNIFICA E ABRILHANTA A TERRA»

Inaugurado “Parque deLazer Fernando Rodrigues”(Continuação da pág. 1)

Orlando Alves deixou um discursoelogioso à obra agora inaugurada: «esteparque, como já todos tiveram aoportunidade de ver, impõe-se pela suadignidade e pela sua grandeza, peloconforto que proporciona, pelo encanto queo envolve e é um parque que valoriza edignifica, substancialmente, a nossa vila, anossa capital de Barroso: Montalegre».

O presidente da Câmara de Montalegre voltou a acentuar a qualidade desteinvestimento: «é um parque que dignifica e abrilhanta a nossa terra. Uma terra que temaltíssima cotação no mapa dos 308 municípios de Portugal, uma terra que seduz, queencanta, que atrai e que nunca trai quem a ela vem pela primeira vez, porque fica semprecom vontade de voltar».

«FAZ TODO O SENTIDO TER O NOME DE FERNANDO RODRIGUES»No encalço do discurso, o edil transferiu o elogio ao exercício de funções do seu

antecessor: «pela obra em si, pela oportunidade, pelo charme, pelo muito que ela valorizaa nossa terra, obrigado Fernando Rodrigues porque a projetaste, porque a pensaste,porque a fizeste e por a estares a oferecer ao povo da tua terra que hoje, muito justamente,faz jus que este espaço seja consagrado com o teu nome». Orlando Alves concordou coma decisão do executivo da freguesia montalegrense: «faz todo o sentido ter o nome FernandoRodrigues. Durante todo este tempo em que exerceu as funções de presidente da CâmaraMunicipal, o esforço que teve, a criatividade que revelou, o empenho e o cimento que foisempre semeando nas relações que soube incutir entre todos nós... foi, na verdade, umilustre autarca de Portugal e é um filho de Montalegre que merece que o seu nome sejaperpetuado em todas as ruas por onde semeou obras. Na impossibilidade de ter o seunome em todas as ruas, pois que seja aqui, no encanto que este parque proporciona». Areboque destas palavras, finalizou: «espero que o seu nome seja sempre lembradocomo filho da terra, o filho ilustre que se impôs pelo seu mérito, que soube dar à sua terra,que soube estar ao serviço dos barrosões e honrar o poder local».

Constituída por sete lugares (Arcos, Barracão, Cervos, Cortiço, Alto Fontão, Vidoeiro eVilarinho de Arcos), a freguesia de Cervos exibe monumentalidade. Casas senhoriaisenvoltas num contexto geográfico de excelência, fazem de Cervos um destino turísticoapreciável. A freguesia foi visitada pelos membros do executivo municipal enquadrada noprojeto camarário “Viagem pelas Freguesias”. A vereadora da educação, Fátima Fernandes,juntou-se às presenças habituais do Presidente da Câmara e Vice-Presidente. A comitivaengordou à medida que a visita foi sendo desenvolvida a uma terra gerida por uma jovemmulher. Isabel Cosquete é a presidente de junta. Muito afável, a autarca acompanhou opériplo dando indicações ao executivo sobre as necessidades mais prementes.

HONRAR A MISSÃOO presidente da Câmara de Montalegre, depois das impressões assinaladas no

habitual bloco de notas, comentou: «aquilo que nos foi apresentado como sendo umacarência primeira, iremos agora estudar a forma de intervir para que possamos honrar anossa missão e ir de encontro à satisfação das necessidades básicas das populações».Neste sentido, Orlando Alves disse ainda: «algumas necessidades que aqui pediramforam com muito exagero, que não irão merecer grande preocupação, mas há outras queteremos que estar e acudir. É isso que iremos fazer porque é para isso que servem estasvisitas».

Confrontado com o balanço a fazer até ao momento sobre este projeto, declarou: «estáa correr bem. Esta vinda a Cervos, foi mais uma jornada com a presença dos autarcas defreguesia para fazermos a apalpação daquilo que são as prioridades a merecerem umaintervenção e, com isso, elaborar a calendarização para o mandato. Isto é feito para queos senhores presidentes de junta não andem sempre a correr para o gabinete doPresidente da Câmara. Estamos a continuar aquilo que iniciamos. Ainda não temos metadedas freguesias feitas. As que ainda não foram alvo da nossa visita, aconselhamos umbocadinho de calma porque este ano é para estarmos em todas. Dizer também que jáestamos a fazer intervenções em algumas freguesias que já visitamos».

«VAMOS TRABALHAR BEM»Satisfeita pela presença do executivo municipal, a presidente da junta de freguesia de

Cervos agradeceu a comparência da comitiva: «desde já agradeço a presença de todosvocês. É para nós uma honra receber-vos. Espero que o senhor Presidente da Câmaranos ajude porque as verbas são poucas. Precisávamos de algum investimento,principalmente no lugar de Cervos. Acho que vamos trabalhar bem». Isabel Cosquetesintetizou os pedidos que referiu ao Presidente da Câmara: «a maior parte centram-se nacalceta, em caminhos rurais e no arranjo do edifício da junta de freguesia que precisa dotelhado e do chão».

“Viagem pelas Freguesias”

CervosPerto de visitar metade das freguesias do concelho, o presidente da Câmara de

Montalegre, acompanhado por uma assinalável comitiva, esteve em Cervos ondeobservou algumas lacunas da freguesia ao mesmo tempo que enalteceu a beleza deuma localidade que engloba sete aldeias. Orlando Alves revelou satisfação peloandamento desta «missão» que honra um compromisso eleitoral.

DADOS A RETER NA FREGUESIA

Área: 32 km2

Densidade Populacional: 8.3 hab/km2

População Presente: 268

Orago: Santa Cristina.

Pontos Turísticos:

Ponte, Castro, N. Senhora de Galegos eSepulturas Líticas (Cortiço); Via Romana e Fonte(Arcos); Largo e Residência Paroquial de Cervos.

Lugares da Freguesia (7):

Arcos, Barracão, Cervos, Cortiço, Alto Fontão,Vidoeiro e Vilarinho de Arcos.

Membros do Executivo:Presidente: Isabel Maria Lopes CosqueteSecretário: Ana da Conceição Carvalho BaboFernandesTesoureiro: António da Fonte RuaMembros da Assembleia de Freguesia:Presidente: Joaquim Carvalho BaboNuno Miguel Pires MendesCarla Sofia Flores SousaNuno José Teixeira RodriguesFernando Manuel Alves TabosaAntero Lucas da Fonte BarrosoJosé Avelino Vaz Souto

Morada: Junta de Freguesia de Cervos, Largo da Portela nº 2 -5470-051 ArcosMontalegre - Telefone: 967 476 732 Email: [email protected]

Page 8: CORREIO DO PL ANAL TO - aoutravoz.info · do Barrosão” como um exemplo de «competitividade inteligente», num Mundo «crescentemente global». Assim, esta ação mostra-se como

8 – CORREIO DO PLANALTO

Salto, vila do concelho de Montalegre, temagora ao serviço da comunidade um“Espaço do Cidadão”. Este, o primeirobalcão de Trás-os-Montes, foi inauguradona abertura da “Semana do Barrosão”.Fixado no Ecomuseu de Barroso – Casa doCapitão, trata-se de «uma estruturadescentralizada de prestação de serviços,de atendimento digital aos cidadãos e àsempresas, que qualifica o território e facilitaa vida de todos nós», assegurou OrlandoAlves, presidente da Câmara Municipal.Nesse sentido, reforçou que «este é o diada adesão do povo de Barroso às correntesda modernidade que as novas tecnologiaspermitem». Com esta estrutura, Montalegre«posiciona-se no topo dos territóriosenvolvidos numa rede de lojas em sistemade balcão multisserviços integrados e deelevada especialização que Agência deModernização Administrativa (AMA)desenvolve e gere».

”Espaço do Cidadão” inaugurado em SaltoO primeiro em Trás-os-Montes

No âmbito da abertura da “Semana do Barrosão”, o Ministro Adjunto e doDesenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, inaugurou, em Salto, o

“Espaço do Cidadão”. Instalado no Ecomuseu de Barroso – Casa doCapitão, este é o primeiro balcão de Trás-os-Montes.

Orlando Alves, presidente da Câmara Municipal de Montalegre, afirmouque «este foi o dia da adesão do povo de Barroso às correntes da

modernidade que as novas tecnologias permitem».

ATÉ 2015 VÃO EXISTIR 1.000ESPAÇOS DO CIDADÃO

Miguel Poiares Maduro, Ministro Adjuntoe do Desenvolvimento Regional, inauguroueste serviço. Para o político, o “Espaço doCidadão” em Salto «mostra que esta novaestratégia que estamos a desenvolver emmatéria de serviços de atendimento daadministração pública vai trazer maisproximidade». Ato contínuo, acrescentouque «até 2015, contamos ter abertos maisde 1000 espaços similares». Ciente darealidade, recordou que «em Salto nãohavia nenhuma forma das pessoastratarem dos seus assuntos com aadministração pública e que essa realidademuda com a inauguração deste espaço noEcomuseu de Barroso». Grato pelahospitalidade, referiu que «Montalegre temterras extremamente belas» e que ésempre «bem recebido». Esse facto é«muito importante para um membro do

governo», pois só assim é possível «tercontacto com o país real, conhecer arealidade do território onde as nossaspolíticas vão ter impacto». Miguel PoiaresMaduro revelou que foi «compensadorchegar a Salto e ver as pessoas felizes porpoderem beneficiar de serviços que nãoestavam ao seu alcance». Nessa linha,acredita que «é esse sentimento que dásentido às funções governativas».

 ENTREVISTA A ORLANDOALVES, PRESIDENTE DACÂMARA MUNICIPAL DE

MONTALEGRE

Como aparece este investimento navila de Salto

- Resulta da implementação de umprotocolo que a Câmara Municipal deMontalegre estabeleceu com a Agênciapara a Modernização Administrativa (AMA).É uma mini loja do cidadão que se instalaem Salto, um balcão com multisserviços,direcionados para as necessidades que as

pessoas têm permanentemente de sedirigir a gabinetes de administraçãopública, muitas vezes sediados longe denós.

Que importância pode ter o “Espaçodo Cidadão”?

- Estamos perante um serviço moderno,que qualifica o nosso território, a autarquiade Montalegre e a Junta de Freguesia deSalto. É um serviço que vai permitir que aspessoas, que tenham necessidade de serelacionar com a administração central oupública, possam fazer pagamentos ouadquirir certidões. Agora isto pode serrealizado nos serviços do balcão que vaiestar instalado no Ecomuseu de Barroso,em Salto.

Vai haver algo do género emMontalegre

- No protocolo que temos com a Agênciapara a Modernização Administrativa, umadependência do Secretário de Estado daModernização Administrativa, consta,também, um segundo balcão de aten-

dimento, que será instalado no edifício dosPaços do Concelho. Em Montalegredevemos ter um “Espaço do Cidadão” lámais para o fim do ano. Ainda é necessáriofazer obras no edifício.

Uma aposta virada para os temposque corre…

- É verdade! Com isto dá-se um sinal demodernidade. Um sinal de saber estar edo acompanhamento das novastecnologias que permitem que hoje aspessoas, de uma forma mais confortável,mais cómoda e mais barata, possamadquirir documentos e elementos quesejam necessários para o seu dia-a-dia.

É uma vitória da Câmara deMontalegre?

- Eu não considero isto uma vitória daCâmara Municipal. Trata-se, apenas, deuma postura racional de adesão a umserviço que qualifica o território e aspessoas. É o futuro que está em causa e éo futuro que temos que agarrar já!

Há algum serviço público que estejaem risco de encerrar?

Neste momento não há, no nosso espaçoterritorial, qualquer serviço que esteja sobreameaça: nem as Finanças, nem o Tribu-nal.

É com satisfação que vemos que há aquia instalação de um serviço que vai criar no-vas formas de relacionamento doscidadãos com a administração pública eque vai tornar essa forma de rela-cionamento muito mais barata. Numperíodo de vida difícil, como todosatravessamos, estas coisas têm que sertidas em conta. O Mundo está, perma-nentemente, em mudança. As coisas nuncamais vão ser o que eram. Nós temos queabraçar a mudança, aquela que qualificaas pessoas e o território.

Já pode ser visitada a exposição inédita«Nadir Afonso – Sequenzas», que reúnemais de 300 estudos nascidos das mãosdo artista flaviense. Mais de uma centenade pessoas esteve no Centro de ArtesNadir Afonso, em Boticas, para ainauguração da mostra, a 18 de Julho.

A observação dos esboços do mestrepermite aos visitantes ter uma noção maisapurada daquilo que é o exercício decriação, das horas gastas na procura daessência matemática das obras e daexigência do artista.

A curadoria e montagem da exposiçãoestiveram a cargo de Maria de FátimaLambert, que destacou que “poder verestudos de um artista não é muitofrequente”. A experiência foienriquecedora, porque lhe permitiucontactar de perto com os métodos detrabalho de Nadir Afonso. “Foi um desafioque durou alguns meses, mas ao mesmotempo foi uma espécie de gula. O trabalhoincidiu numa selecção que começou porser de 600 estudos em 900 e que, no fim,redundou em cerca de 300”, explica.

A curadora reuniu os estudosreferentes a três períodos criativos doartista: o Espacillimité, que se relacionacom os trabalhos mais emblemáticos dopintor e que têm o mérito de conjugar o

Estudos produzidos na década de 50 expostos pela primeira vez

Centro de Artes Nadir Afonsoinaugurou a mostra «Sequenzas»espaço e o movimento; o Barroco,expressado através de formas abertas,espiraladas e dinâmicas; e o períodoEgípcio, em que a linha curva convive coma recta, numa evocação clara a estacivilização.

Maria de Fátima Lambert convida osvisitantes a fazer um passeio prolongadopela sala de exposições do Centro deArtes Nadir Afonso e a criar as suaspróprias sequências. “Este espaço é muitogrande e proporciona toda uma experiênciaao movimentarmo-nos aqui. A arte é umacoisa muito séria, mas pode dar-nos essegozo de sermos também criadores”,sublinha.

Laura Afonso, esposa de Nadir Afonso,explicou que a ideia para uma exposiçãodesta natureza surgiu de um desafiolançado ao mestre. “No ano passado, oNadir teve uma exposição em Braga e, nainauguração, esteve o reitor daUniversidade do Minho que nos contou quetinha estado na Suécia, onde viu uma

exposição que continha apenas estudos. ONadir gostou muito da sugestão e a ideiafoi logo considerada.”

A presidente da Fundação Nadir Afonsorecordou também que o mestre flaviense“considerava que era no estudo queestava a criação, a génese do produto final.O mais difícil era chegar à forma exacta,depois era o apuramento”.

Patente até 19 de Outubro de 2014, aexposição “Nadir Afonso – Sequenzas”pode ser visitada gratuitamente de terça a

sábado, entre as 9h e as 12h30 ou entreas 14h e as 18h.

Centro de Artes Nadir Afonso: ageometria do berço

Inaugurado em Julho de 2013, o Centrode Artes Nadir Afonso perpetua a ligaçãode um dos maiores expoentes da pinturacontemporânea portuguesa ao concelho deBoticas, de onde era originária a suaprogenitora. Com mais de 1 800 m², oCentro de Artes Nadir Afonso alberga umaexposição permanente com cerca de 80obras do artista e um auditório. O projectodo Centro de Artes Nadir Afonso foidistinguido no Internacional ArchitectureAwards 2009, tendo sido elogiada “aarquitectura aberta como uma plataformapara as pessoas, com um grande sentidode lugar e uma profunda sensibilidade nosmateriais utilizados”. No ano seguinte,recebeu o Green Good Design Awardatribuído pelo “The Chicago Athenaeum:Museum of Architecture and Design” e pelo“The European Centre for Architecture ArtDesign and Urban Studies”. Da autoria daarquitecta norte-americana LouiseBraverman e com a colaboração de PauloPereira Almeida e do próprio filho de Nadir,Artur Afonso, o equipamento é umahomenagem ao pintor flaviense, falecidoem Dezembro do último ano.