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QUINZENÁRIO - ANO XXXVIII - N. o 675 15.JULHO.2014 Director: Bento da Cruz - Editor: José Dias Baptista Preço Avulso: E 0,70 - Assinatura Anual: Território Nacional E 15,00 / Estrangeiro E 45,00 (Continua na pág. 2) CORREIO DO PLANALTO Prolegómeno (Continua na pág.3) Desde a remota antiguidade que, por alturas do solstício de Junho, os pagãos dedicavam vários dias de festejos a Deméter ou Ceres, deusa da fecundidade, das colheitas, da abundância, da alegria, do amor, de tudo o que é bom. Hormonas à solta, os festejadores “fecundavam-se” uns aos outros dia e noite. Uma pouca-vergonha. Mais tarde a igreja cristianizou essas festas e deu-lhes um novo padroeiro: São João Baptista. Simpatizei sempre com este santo “o último e o maior dos profetas” no dizer de seu primo Jesus. Só foi pena não ter ido ao rio Jordão para ele me batizar, compartir com ele um repasto de gafanhotos e avisá-lo que tivesse tento na língua. Mas o profeta não tolerava escândalos. E não perdia ocasião de verberar o procedimento de Herodíades, mulher do tetrarca Filipe, mas a viver escandalosamente amancebada com o cunhado Herodes Antipas I. Herodíades era mulher vingativa. E não descansou enquanto não viu o profeta nas masmorras do palácio de Herodes. Este era um velho devasso e piteireiro. Um dia deu uma grande festa e embebedou- se. Depois pediu a Salomé, filha de Herodíades e de Filipe, que dançasse para ele. A rapariga, que era daquelas que, quando se põem à janela, alumiam toda a rua, linda como a Primavera e escultural como a Vénus de Milo antes de ficar maneta de ambos os braços, sumariamente vestida, exibiu-se numa dança de ventre com requebros de pernas, ancas, seios e braços de tal maneira harmoniosos e sensuais que deixou todos os convivas de boca aberta. Então Herodes, a cair de bêbado, disse- lhe: “Pede-me o que quiseres. Nem que seja metade do meu reino, tê-lo-ás.” Industriada pela mãe, Salomé pediu a cabeça de João Baptista. E lá se foi “a voz que clamava no deserto”. São João Baptista deve ser dos santos mais populares do universo. Inúmeras instituições e cidades o tomaram por padroeiro. Uma delas foi o Porto, que no dia 23 de Junho lhe consagra uma noite de magia que não fica a dever nada às festas da antiguidade. Com algumas variantes, claro. O alho-porro, agora o martelo de plástico, manjericos com quadras populares em estilo brejeiro, ramos de cidreira ou limonete, tudo símbolos eróticos, rusgas, danças, descantes, cascatas de uma ingenuidade artística encantadora com “São João a mijar em bica”, diversões de feira popular, fogueiras onde as raparigas, ao saltar, chamuscam os caracóis do púbis, música em todos os cantos, sardinhas assadas, febras na brasa, vinho a rodos, uma alegria doida. Para remate das surpresas, lá pela meia-noite, um mundialmente famoso espetáculo de fogo-de-artifício no rio Douro, junto à ponte de D. Luís. Há anos que eu venho festejando o Baptista no Internato de São João, sito na Rua da Alegria, 342, benemérito estabelecimento destinado a acolher e A delegação angolana liderada pelo presidente da AMANGOLA, Job Capapinha, e que se fez acompanhar por António Evaristo e Elias Pedro (Presidente e Vice- Presidente da Assembleia Geral), José Zeferino da Silva (Secretário-Geral) e Tiago Soares (Assessor da Direção), visitou, por estes dias, o concelho de Montalegre, presença integrada num périplo realizado por todo o país. Daqui resultou um protocolo entre a ANIMAR e a AMANGOLA que irá permitir «a criação de uma plataforma de cooperação institucional entre ambas as organizações, com o objetivo de incrementar o diálogo intercultural e as parcerias no espaço luso-angolano e da CPLP, de realizar ações concretas de cooperação entre ambas as redes associativas no domínio da troca de experiências e boas práticas e da Delegação Angolana visita Montalegre A convite da ANIMAR (Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local), uma comitiva angolana, chefiada pelo presidente da AMANGOLA (União das Associações Locais de Angola), Job Capapinha, esteve de visita a Montalegre onde foi recebida pelo líder do município. Orlando Alves saiu muito satisfeito de um encontro de onde podem ser estabelecidas “pontes” comerciais. montagem de projetos e iniciativas conjuntas. Aponta, ainda, para o reforço das lógicas de parceria entre as instituições públicas e privadas de modo a estabelecer e reforçar lógicas do trabalho em rede e de empoderamento das comunidades locais». «IREMOS COOPERAR E ARTICULAR» O presidente da Câmara de Montalegre, acompanhado pelo vice-presidente, David Teixeira, recebeu o grupo no salão dos Paços do Concelho. No final da conversa, Orlando Alves revelou entusiasmo: «recebemos uma delegação de uma associação de desenvolvimento local de Angola, constituída por gente qualificada, cujo presidente é deputado da nação. A convite da Animar, à qual estamos ligados, vieram fazer a auscultação - Para quem não conhece a serra do Larouco, que importância representa este local? «O Larouco, no período da romanização, foi comparado ao Deus Júpiter. As aras que apareceram na serra tinham todas a inscrição latina que falava do Deus Júpiter, divindade que a cultura romana consagrou e divulgou para sempre. É uma serra que tem contornos diferentes. Quem vier de Chaves e olhar para o Larouco, vê um guerreiro deitado, uma espécie de herói morto...é a imagem que o Larouco oferece. Ora a importância que os nossos antepassados deram ao Larouco e que, também, os povos raianos souberam, ao longo do tempo, contemplar, é um facto que devemos respeitar. Recordo a festa ao “Deus Larouco”, onde os povos de Padornelos, Gralhas, Meixedo e de Santo André se juntavam, no cimo da serra, com os galegos. Desde que estou na Câmara, houve duas ou três festas que fizemos em conjunto. A circunstância de não haver uma acessibilidade fácil fez com que essa festa «Serra do Larouco é um tesouro escondido» Orlando Alves - Presidente da Câmara Municipal O presidente da Câmara Municipal de Montalegre fala do investimento (300 mil euros) realizado na serra do Larouco, palco de uma prova da Volta a Portugal em bicicleta, agendada para 2 de Agosto (dia 19 recebe uma prova da Volta a Portugal do Futuro). Garante que a aposta «foi bem feita» e que irá «transformar a região». Orlando Alves quer destapar o «tesouro escondido» do Larouco ao país por forma a potenciar um concelho que pode ter encontrado um balão de oxigénio turístico e económico. morresse. Foi uma pena. Vamos ver se conseguimos ressuscitá-la» - Como aparece a decisão de investir na serra do Larouco? «A acessibilidade ao Larouco resulta de um compromisso politico assumido nas últimas eleições autárquicas. Entendo que os compromissos são para se honrar. Foi isso que procurei fazer, assim como em outras situações. Defendo que a importância que o Larouco representa, tem que ser potenciada sob o ponto de vista cultural, económico, turístico e desportivo. Neste campo, perspetivei, de imediato, a possibilidade de trazer um grande acontecimento à nossa terra, que é a Volta a Portugal em bicicleta». - O que pode representar para o concelho um evento como a Volta a Portugal? «Irá representar muito, seguramente. Com a etapa, iremos meter Montalegre no mapa das grandes realizações desportivas que se fazem no país. Uma vez que não podemos trazer para aqui o Benfica nem o Porto nem o Sporting, podemos trazer uma grande prova velocipédica que durante 15 dias concita as atenções gerais do país». - O que tem escutado sobre este investimento? «Como é do conhecimento público, vamos ter no dia 2 de Agosto, o final de etapa no alto da serra do Larouco. Este facto está a provocar uma grande curiosidade em todo o país. A organização da prova já cá esteve e ficou radiante. Não sabia que estava aqui este tesouro escondido. Não tenho dúvidas que irá ter o mesmo peso, em termos desportivos, à Senhora da Graça e à serra da Estrela. As impressões têm sido as melhores». (Continua na pág.3)

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Page 1: CORREIO DO PL ANAL TO - aoutravoz.info · QUINZENÁRIO - ANO XXXVIII - N.o 675 15.JULHO.2014 w Director: Bento da Cruz - Editor: José Dias Baptista w Preço Avulso: E 0,70 - Assinatura

QUINZENÁRIO - ANO XXXVIII - N.o 675 15.JULHO.2014 w Director: Bento da Cruz - Editor: José Dias Baptista w Preço Avulso: E 0,70 - Assinatura Anual: Território Nacional E 15,00 / Estrangeiro E 45,00

(Continua na pág. 2)

CORREIO DO PLANALTOProlegómeno

(Continua na pág.3)

Desde a remota antiguidade que, poralturas do solstício de Junho, os pagãosdedicavam vários dias de festejos aDeméter ou Ceres, deusa dafecundidade, das colheitas, daabundância, da alegria, do amor, de tudoo que é bom. Hormonas à solta, osfestejadores “fecundavam-se” uns aosoutros dia e noite. Uma pouca-vergonha.

Mais tarde a igreja cristianizou essasfestas e deu-lhes um novo padroeiro:São João Baptista.

Simpatizei sempre com este santo “oúltimo e o maior dos profetas” no dizerde seu primo Jesus. Só foi pena não terido ao rio Jordão para ele me batizar,compartir com ele um repasto degafanhotos e avisá-lo que tivesse tentona língua. Mas o profeta não toleravaescândalos. E não perdia ocasião deverberar o procedimento de Herodíades,mulher do tetrarca Filipe, mas a viverescandalosamente amancebada com ocunhado Herodes Antipas I. Herodíadesera mulher vingativa. E não descansouenquanto não viu o profeta nasmasmorras do palácio de Herodes. Esteera um velho devasso e piteireiro. Umdia deu uma grande festa e embebedou-se. Depois pediu a Salomé, filha deHerodíades e de Filipe, que dançassepara ele. A rapariga, que era daquelasque, quando se põem à janela, alumiamtoda a rua, linda como a Primavera eescultural como a Vénus de Milo antesde ficar maneta de ambos os braços,sumariamente vestida, exibiu-se numadança de ventre com requebros depernas, ancas, seios e braços de talmaneira harmoniosos e sensuais quedeixou todos os convivas de boca aberta.Então Herodes, a cair de bêbado, disse-lhe: “Pede-me o que quiseres. Nem queseja metade do meu reino, tê-lo-ás.”Industriada pela mãe, Salomé pediu acabeça de João Baptista. E lá se foi “avoz que clamava no deserto”.

São João Baptista deve ser dos santosmais populares do universo. Inúmerasinstituições e cidades o tomaram porpadroeiro. Uma delas foi o Porto, que nodia 23 de Junho lhe consagra uma noitede magia que não fica a dever nada àsfestas da antiguidade. Com algumasvariantes, claro. O alho-porro, agora omartelo de plástico, manjericos comquadras populares em estilo brejeiro,ramos de cidreira ou limonete, tudosímbolos eróticos, rusgas, danças,descantes, cascatas de umaingenuidade artística encantadora com“São João a mijar em bica”, diversõesde feira popular, fogueiras onde asraparigas, ao saltar, chamuscam oscaracóis do púbis, música em todos oscantos, sardinhas assadas, febras nabrasa, vinho a rodos, uma alegria doida.Para remate das surpresas, lá pelameia-noite, um mundialmente famosoespetáculo de fogo-de-artifício no rioDouro, junto à ponte de D. Luís.

Há anos que eu venho festejando oBaptista no Internato de São João, sitona Rua da Alegria, 342, beneméritoestabelecimento destinado a acolher e

A delegação angolana liderada pelopresidente da AMANGOLA, Job Capapinha,e que se fez acompanhar por AntónioEvaristo e Elias Pedro (Presidente e Vice-Presidente da Assembleia Geral), JoséZeferino da Silva (Secretário-Geral) e TiagoSoares (Assessor da Direção), visitou, porestes dias, o concelho de Montalegre,presença integrada num périplo realizadopor todo o país. Daqui resultou um protocoloentre a ANIMAR e a AMANGOLA que irápermitir «a criação de uma plataforma decooperação institucional entre ambas asorganizações, com o objetivo deincrementar o diálogo intercultural e asparcerias no espaço luso-angolano e daCPLP, de realizar ações concretas decooperação entre ambas as redesassociativas no domínio da troca deexperiências e boas práticas e da

Delegação Angolana visita MontalegreA convite da ANIMAR (Associação

Portuguesa para o DesenvolvimentoLocal), uma comitiva angolana,chefiada pelo presidente daAMANGOLA (União das AssociaçõesLocais de Angola), Job Capapinha,esteve de visita a Montalegre onde foirecebida pelo líder do município.Orlando Alves saiu muito satisfeito deum encontro de onde podem serestabelecidas “pontes” comerciais.

montagem de projetos e iniciativasconjuntas. Aponta, ainda, para o reforço daslógicas de parceria entre as instituiçõespúblicas e privadas de modo a estabelecere reforçar lógicas do trabalho em rede e deempoderamento das comunidadeslocais».

«IREMOS COOPERAR E ARTICULAR»O presidente da Câmara de Montalegre,

acompanhado pelo vice-presidente, David

Teixeira, recebeu o grupo no salão dosPaços do Concelho. No final da conversa,Orlando Alves revelou entusiasmo:«recebemos uma delegação de umaassociação de desenvolvimento local deAngola, constituída por gente qualificada,cujo presidente é deputado da nação.

A convite da Animar, à qual estamosligados, vieram fazer a auscultação

- Para quem não conhece a serra doLarouco, que importância representaeste local?

«O Larouco, já no período daromanização, foi comparado ao DeusJúpiter. As aras que apareceram na serratinham todas a inscrição latina que falavado Deus Júpiter, divindade que a culturaromana consagrou e divulgou para sempre.

É uma serra que tem contornosdiferentes. Quem vier de Chaves e olharpara o Larouco, vê um guerreiro deitado,uma espécie de herói morto...é a imagemque o Larouco oferece. Ora a importânciaque os nossos antepassados deram aoLarouco e que, também, os povos raianossouberam, ao longo do tempo, contemplar,é um facto que devemos respeitar. Recordoa festa ao “Deus Larouco”, onde os povosde Padornelos, Gralhas, Meixedo e deSanto André se juntavam, no cimo da serra,com os galegos.

Desde que estou na Câmara, houve duasou três festas que fizemos em conjunto. Acircunstância de não haver umaacessibilidade fácil fez com que essa festa

«Serra do Larouco é um tesouro escondido»Orlando Alves - Presidente da Câmara Municipal

O presidente da Câmara Municipal de Montalegre fala do investimento (300mil euros) realizado na serra do Larouco, palco de uma prova da Volta aPortugal em bicicleta, agendada para 2 de Agosto (dia 19 recebe uma provada Volta a Portugal do Futuro). Garante que a aposta «foi bem feita» e que irá«transformar a região». Orlando Alves quer destapar o «tesouro escondido»do Larouco ao país por forma a potenciar um concelho que pode ter encontradoum balão de oxigénio turístico e económico.

morresse. Foi uma pena. Vamos ver seconseguimos ressuscitá-la»

- Como aparece a decisão de investirna serra do Larouco?

«A acessibilidade ao Larouco resulta deum compromisso politico assumido nasúltimas eleições autárquicas. Entendo queos compromissos são para se honrar. Foiisso que procurei fazer, assim como emoutras situações. Defendo que aimportância que o Larouco representa, temque ser potenciada sob o ponto de vistacultural, económico, turístico e desportivo.Neste campo, perspetivei, de imediato, apossibil idade de trazer um grandeacontecimento à nossa terra, que é a Voltaa Portugal em bicicleta».

- O que pode representar para oconcelho um evento como a Volta aPortugal?

«Irá representar muito, seguramente.Com a etapa, iremos meter Montalegre nomapa das grandes realizações desportivasque se fazem no país. Uma vez que nãopodemos trazer para aqui o Benfica nem o

Porto nem o Sporting, podemos trazer umagrande prova velocipédica que durante 15dias concita as atenções gerais do país».

- O que tem escutado sobre esteinvestimento?

«Como é do conhecimento público,vamos ter no dia 2 de Agosto, o final deetapa no alto da serra do Larouco.

Este facto está a provocar uma grandecuriosidade em todo o país. A organizaçãoda prova já cá esteve e ficou radiante. Nãosabia que estava aqui este tesouroescondido.

Não tenho dúvidas que irá ter o mesmopeso, em termos desportivos, à Senhorada Graça e à serra da Estrela. Asimpressões têm sido as melhores».

(Continua na pág.3)

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2 – CORREIO DO PLANALTO

Prolegómeno(Continuação da pág. 1)

PAPELARIA MILÉNIOPAPELARIA MILÉNIO

R. Central, Edifício Igreja Nova, nº 77 - A, Loja 3 - SALTO

JORNAIS e REVISTASLIVRARIA – MATERIAL ESCOLAR

São as Empresas que criam Riqueza

Empresas Familiares por: João Medeiros Pereira

(Continuação do número anterior,sobre a associação de irmãos na fasede expansão da empresa familiar)

educar rapazes com dificuldadeseconómicas e familiares que ali encontramo direito a uma infância feliz que a sociedadelhes negou.

À hora marcada, lá estava eu, disposto adivertir-me. A decoração do arraial, ao arlivre, estava um primor de arte e bom gosto.Boa iluminação, música apropriada, umaengenhosa cascata da escola de LeonardoDa Vinci, vasos de manjericos emsocalcos, lugares para mais de cempessoas, já quase todos ocupados. Umrapaz pouco mais novo que eu, velhoamigo, chamou por mim e abriu-me lugarjunto do dele. Foi-me buscar um talher edesfechou à queima-roupa:

-Que queres?-Que há?-Pão, vinho, aperitivos, febras na brasa,

sardinhas assadas, batatas cozidas,pimentos, caldo verde e sobremesa.

-Guardo-me para as sardinhas.-Estão a sair.As primeiras a saltar da grelha vieram ter

ao meu prato. Frescas, perfumadas, aindaa rechear, irresistíveis. Atirei-me a elas coma sofreguidão de raposa que pilha galinhanuma eira.

Em cima da mesa havia vinhos brancose tintos de várias proveniências. Pediconselho ao meu companheiro:

-Experimenta este.Era um alvarinho de colheita particular

que escorregava que era um regalo:—Não percas a garrafa de vista.-Bebe à tua vontade que não falta aí vinho.O ambiente ia num crescendo de alegre

fraternidade. Todos muito simpáticoscomigo. Se queria mais alguma coisa, seestava bem?

-Estou ótimo.-Olhe aqui mais duas acabadas de sair

da brasa.Devo ter devorado mais de uma dúzia de

sardinhas e bebido proporcionalmente.Comecei a sentir-me eufórico. Mas aindaarranjei lugar para o caldo verde e respetivatora de chouriça. Sobremesa, dispensei.Mas não resisti a mais um copo de vinho.

Neste ponto entraram em cena oseducandos com um espetáculo de dança emúsica modernas. Solidariamente,aplaudimos. E foi a vez de lançar-mos osbalões de ar quente. O primeiro não subiuporque ficou preso nos ramos de uma tília.

-Afastai-vos das árvores! – gritei aosimprovisados pirotécnicos.

Eles assim fizeram. E os balõescomeçaram a subir a pique num céu semnuvens, luminosos, coloridos, triunfantes.Quando vejo balões no ar, fico semprepensativo. Lembro-me dos meus sonhosde fortuna e glória. Tantos que eu atirei parao ar. Foram todos cair em terra de mouros.

O meu amigo parecia uma criançaentusiasmada e contagiou-me. Chegámosa ensaiar um pé de dança a que ele chamou“tango à maneira das Fontainhas”. Dir-se-ia que um Freud qualquer nos haviahipnotizado e feito regredir à juventude. Hámuito que me não sentia tão bem comigo ecom os outros. Fartei-me de rir.

Cem anos que eu viva, e já não faltammuitos, nunca esquecerei a noite de 23 deJunho de 2014.

VIVA BARROSO!

LEIA, ASSINEe DIVULGUE:

Correio do Planalto

memorandum

Maria João Pereira: 30,00

2.3.3. Caracterização daempresa no tipo de empresaAssociação de Irmãos

Quando a empresa chega à fase decrescimento os gestores proprietáriosenfrentam os mesmos desafios. A nívelde organização a profissionalização é apalavra-chave.

Os gestores necessitam de conhe-cimentos e competências. A estruturaorganizativa e os processos deverão estarem sintonia com as normas do sector.Os sistemas de informação podem serimportantes para melhorar acoordenação.

As empresas, na fase de expansão,enfrentam problemas do curto e longoprazo: a capitalização, a gestão detesouraria, o desenvolvimento de novosprodutos, a concorrência e a diver-sificação. Esta poderá ser a primeira vez,no seu ciclo de vida, que as empresasterão de seguir um plano estratégico.

A Formalização na fase de AI significaque a forma de gerir deve sofrer mudançassignificativas.

Os gestores Proprietários estavamhabituados a concentrar tudo em si naetapa da fundação Start-Up, agora sentemmais pressão para delegar. Já nãoconseguem gerir, sozinhos, toda aorganização.

As estruturas da Organização evoluem,criando uma diferenciação funcional euma hierarquia mais formal. Surge anecessidade de novos sistemas para gerira informação e os recursos humanos como objectivo de analisar a performance daempresa.

Nesta fase de Expansão/Formalizaçãopoderá ser importante a criação depolíticas de recursos humanos;

nomeadamente promoções, recruta-mento, avaliação de desempenho ecompensações. Estas políticas podem sercruciais para recrutar e reter quadrostalentosos.

A questão crucial a nível de recursoshumanos reside em saber se vão e comovão os filhos juntar-se à empresa familiar.Muitas famílias discutem caso a caso ámedida que os filhos atingem a idade deentrar na universidade. No entanto énecessário um acordo

relativo a questões como: qualificações,compensação, avaliação e formação.

2.3.4. Desafios estratégicos naetapa Associação de Irmãos

Muitos proprietários de empresasfamiliares ambicionam o crescimento dovolume de negócios, considerando quequanto maior o volume de vendas menorserão os problemas da empresa. Contudo,ironicamente, as condições de mercadopodem ser extremamente difíceis para osIrmãos (filhos do fundador) nesta etapa.

As empresas na etapa de Expansão/Formalização defrontam-se com novosdesafios porque o seu sucesso ecrescimento colocou-as peranteconcorrentes mais fortes.

Os concorrentes mais bem posi-cionados podem já estar numa fase decrescimento á mais tempo. Têmnormalmente capital para investir, quotade mercado sólida, visão estratégica e seas empresas forem bem geridas estão jáa desenvolver novos produtos.

Os desafios estratégicos da empresafamiliar nesta situação podem ser divididosem três áreas distintas (Gersick et al,1997: 171):

-Opções de financiamento;- Mercado e características do produto- Planeamento estratégico

Um tema em que o desenvolvimento daempresa e o desenvolvimento dapropriedade interagem nesta etapa refere-se ao financiamento. A maioria dasempresas do tipo AI, na etapa decrescimento, tem grandes necessidadesde capital para financiar o crescimento.As empresas enfrentam o desafio de aliara estratégia definida para a empresa coma capacidade da família em gerar capital,ou minimizando a distribuição de lucrosou aumentando o endividamento. Se aempresa não tiver uma posição dominantenum determinado nicho de mercadoprotegido, a etapa de Expansão/Formalização e as exigências daconcorrência requerem uma aposta forteno investimento (Gersick, et al, 1997:172). Contudo esta é uma fase em queas necessidades financeiras da famíliasão maiores: os fi lhos estão na

universidade, os pais (fundadores)reformados ainda recebem dividendos eum salário generoso da empresa.

O constrangimento das opções podedepender também das normas esta-belecidas pelo fundador.

Normalmente esta fase de crescimentoé caracterizada pelo lançamento de umnovo produto ou a entrada num novomercado. Isto requer disponibilidades.

Todas estas decisões operacionais oude investimento resultam da decisãoestratégica central que a família devetomar: reinvestir no esforço para mantero processo de Expansão/Formalizaçãopara o futuro ou recuar deixando aempresa entrar na fase de Maturidade eaplicar o capital da família e o talento danova geração noutros projectos.

É necessário que haja decisõesestratégicas na família e na empresanesta etapa. Ao contrário da etapa anteriorem que o desenvolvimento das operaçõesda empresa se verificou

linearmente, as mudanças verificadasentretanto tornam as mesmas operaçõesmuito mais complexas. Uma decisãoimprudente pode ter consequênciascatastróficas. O plano estratégico requero desenvolvimento de uma variedade decenários para a empresa e a análise dosriscos potenciais e compensações dediversas opções de crescimento.

Nesta etapa de AI, normalmente, osIrmãos escolhem três tipos de modelospara tomar decisões:

1 - Tomam todas as decisões emconjunto;2 - Dividem a empresa emdepartamentos e cada um toma asdecisões inerentes aoseu departamento;3 - Criam um grupo de gestão de topopara em conjunto decidirem;

Fundamental pode ser a existência decoordenação.

Articular com a geração mais nova,preparada para entrar para a empresa, étambém importante.

Irmãos associados que se combinambem, no segundo ou terceiro modeloreferido anteriormente normalmentediscutem com os filhos as decisõesestratégicas relevantes para o futuro daempresa.

Esta atitude demonstra a compreensãoque para o futuro da empresa seráimportante o esforço de colaboração e quea geração mais velha respeite as opiniõesda geração mais nova.

Nesta etapa pode acontecer que os paispressionem os filhos a entrar na empresaimediatamente porque estão ansiosos emrelação à decisão estratégica a tomar.

À CONSIDERAÇÃO DOS NOSSOS PREZADOS ASSINANTESDevido a problemas levantados no banco, a pretexto de que são normas da CEE,solicitamos aos nossos prezados assinantes e anunciantes que, sempre que nospassem cheques NÃO ENDOSSÁVEIS, o façam em nome do proprietário do jornal,Bento Gonçalves da Cruz.

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w Rádio Montalegre - Travessa do Polo

Norte 5470-251 MONTALEGRE.

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CORREIO DO PLANALTONº Registo da D. G. C. S. 105438

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Impressão:

JR- Artes GráficasRua Raul Brandão, 28 - 4435-796 Gondomar

Tlf. 22537 24 95

Tiragem deste número: 1000 ex.

Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus Autores

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CORREIO DO PLANALTO – 3

Delegação Angolana visita Montalegre

da nossa realidade política, económica,social e cultural. A ideia é estabelecermos“pontes”, com a associação AMANGOLA,sediada na província de Luanda, queresulte uma cooperação institucionalalargada e com incidência a nível cultural,associativo, formação e económico». Asatisfação do edil continuou: «saíram daquimuito animados.

Senti que gostaram de ouvir algumas dascoisas que aqui foram ditas. Iremos agoracooperar e articular.

Estou convencido que daqui podem sairalguns canais de intercâmbio cultural esocial com esta associação». Sempre namesma toada entusiasta, Orlando Alvesconcluiu: «em boa hora vieram. A formacomo senti que eles gostaram do que virame do que ouviram, leva-me a concluir que

(Continuação da pág. 1)

possamos fazer um caminho que vaireforçar, sobretudo, os laços de amizade ede cooperação institucional com um paísdistante, que sofreu e que fez sofrer muitosde nós e que está na hora de darmos asmãos para que façamos um percurso debem estar»

 INSPIRAÇÃO BARROSÃCom apenas um ano de vida, a

AMANGOLA «está a irromper na cenapolítica angolana com uma força enorme,esclarece Mário Alves, representante daANIMAR.

Por sua vez, o presidente da associaçãoangolana, Job Capapinha, esclareceu osobjetivos desta aposta: «temos umpropósito muito claro: identificamos aANIMAR, que é muito semelhante à nossaassociação, onde trabalhamos em matériade desen-volvimento local, em parceriacom o poder local, e estamos aqui paraconhecer o trabalho que está a serdesenvolvido. Estamos aqui emMontalegre, onde conhecemos áreasmaravilhosas, gente boa e acolhedora, boaalimentação...».

Antes da partida, o dirigente angolano fezquestão de destacar a beleza natural queencontrou no concelho: «espero que estavisita a Montalegre nos inspire paratrabalhar no futuro, por exemplo, em matériade germinação. Temos municípios muitobonitos como este, com tradições como asbruxarias. Pode ser que sai daqui umprojeto de parceria e de irmandade».

“Goldeen of eden” foi assim que o diáriode St. Pitersburg Times definiu aresidência do emigrante portuguêsSerafim da Conceição pela maneiracomo ele mantém o seu quintal.

O pequeno quintal do Serafim contémmais de cinquenta árvores de frutos edezenas de variedades, incluindoOliveiras de Portugal e Macieiras da Ásia,entre muitas outras.

Várias qualidades de couve, algumascom seis pés de diâmetro, que não cabemna bagageira de um carro.

Mas o que merece destaque e sersalientado são os Tomteiros, que este anochegaram a uma altura recorde de maisde catorze pés, com frutos de alto a baixo.

Além disto Serafim produz muito mais- particularmente em verduras e ervasusadas para tempero de comida.

Perguntámos qual o segrdo de talsucesso?

A rsposta foi a seguinte, “Terras efertilizantes próprios para cada qualidadede produto e a quantidade de águaadequada - nem a mais , nem a menos -e falar com todas as plantas todos osdias.

Serafim da Conceição

Emigrante de Vila da Ponte vive noseu próprio “Jardim do Paraíso”

Imediatamente perguntámos o que dizás plantas?

Resposta: Cresce e dá fruto. ou nãolevas nada para comer ou água para beber.A isto demos uma risada, mas Serafimafirmou que isto é facto e não umaparódia.......

Nós consideramos isto FENOMENAL !

- Sabemos que a RTP já viu o acessoao Larouco e gostou...

«É verdade! Tivemos aqui duas equipasda RTP, que ficaram completamentedeslumbradas com o que viram no nossoterritório. Como televisão oficial da prova,marcaram as coordenadas para que ohelicóptero chegue aos pontos nevrálgicossob o ponto de vista turístico. Foi bom sentiresse entusiasmo».

 - Acredita que o acesso ao Larouco irátransformar a região?

«A acessibilidade ao Larouco vai permitira devoção de Montalegre à provavelocipédica maior de Portugal e vai fazercom que, ao longo do ano, os ciclistasvenham para Montalegre treinar o que já severifica desde há dois meses. Com isto,alimentam-se na terra e estão a deixar cá odinheirinho que nós precisamos para anossa manutenção neste território tãobonito. Não tenho dúvidas que o Laroucovai ser transformado num espaço de grandeatratividade turística. Irá contribuir,significativamente, para a sustentabilidadedo território. Em boa hora apareceu estaaposta que foi bem feita e que em meiadúzia de anos será convertida em muitosproventos económicos para a região deBarroso e, particularmente, para a vila deMontalegre».

- Quanto dinheiro gastou a Câmara deMontalegre

«Este investimento está orçado em 300mil euros, suportado pelo orçamentomunicipal. Estamos a tentar, com a EDP,enquadrar o investimento no protocolo deconcessão das barragens por forma aconseguirmos aliviar um pouco o esforçofinanceiro que tivemos que fazer. Tudo foifeito um pouco à pressa. Um pouco emcontrarrelógio. Contudo, está uma estradabem feita, que convida as pessoas a ir aoLarouco. Irá, como disse, dar susten-

«Serra do Larouco é um tesouro escondido»

Orlando Alves - Presidente da Câmara Municipal

tabilidade à região. Por exemplo, não estáposta de parte a hipótese, se alguémaparecer, de construção de um hotel nocimo da serra. Nós cá estaremos paraanalisar esse tipo de situações».

- De que forma a autarquia irá defendero valor ambiental da serra do Larouco

«A serra do Larouco encerra, em si,valores patrimoniais que temos que saberdefender. A biodiversidade que a serra

esconde vai ser preservada. Jamais iremosconsentir a devassa seja do que for. Asespécies cinegéticas irão ser protegidas.Desta forma, o acesso à serra será semprecondicionado. Serão implantadas barreirasque vão condicionar o acesso ao topo daserra em horários que iremos divulgar. Seique irei desiludir, com isto, muita gente. Jáhaverá por aí gente a pensar que agora temali mais um espaço onde possa treinar ànoite. Isso não vai acontecer porqueestaremos sempre em articulação com aGNR».

(Continuação da pág. 1)

No ‘Setentrião de Salto’, como outrora lhechamou um grupo de caçadoresconvidados do alcaide do Castelo deCelorico de Basto, vai realizar-se um eventoque esperamos fique para a posteridade.

É altura de nos afirmarmos, eprincipalmente os nossos criadores degado barrosão, de cujas explorações saemos belos exemplares que passeiam, defeira em feira, a sua beleza e a sua altivez. Éa expressiva alegria com que pressentema chegada da Primavera, e a soberbaescolha que fazem dos outeiros paradesfrutar de uma boa sesta, que fornece aqualidade incomparável da sua carne.

Porque não dizemos, e mostramos comorgulho aquilo que temos? Os gados deraça barrosã existentes na nossa freguesia,são portentosas figuras de modelosmagníficos. Esta é a altura de dar as mãos,de deixar para trás a mesquinhez de certospreconceitos, e de nos sacrificarmos todosum pouquinho, pela nossa terra.

O Presidente da Câmara de Montalegre,que é um cidadão de Barroso, e filho deSalto, resolveu em boa hora criar um eventoque nos fará sair do anonimato, dandoainda mais expressão à nossa agricultura,muito especificamente à nossa raçabarrosã. A raça barrosã pertence ao

‘Setentrião de Salto’. É preciso combaterinteresses e acima de tudo lutar por aquiloque é nosso. Temos uma série de jovenscriadores já inseridos nesta temática, e sãoeles que preparam o futuro, para o qualolhamos com confiança.

É preciso que todos os criadores, mastodos, acima de tudo se unam nesteesforço coletivo, com ânimo, pois não serápor certo um esforço exorbitante. Um portodos, todos por um.

A vaidade e o orgulho que noscaracterizam, serão expressos naquilo quede bom temos para mostrar. Vamos termuitos olhos em cima de nós. Saibamos,na hora da verdade, mostrar aquilo quetemos e valemos.

Nuno Barroso

ConviteConvidamos os nossos amigos incorporados ou não no exército em 1964,

da Freguesia de Salto, para mais um Almoço de Confraternização.Será celebrada uma missa por alma daqueles que já foram.Trazei as vossas caras-metades. Vamos festejar. Dia (9) nove de Agosto.

Um abraço - Nuno Soqueiro

A Semana do Barrosão

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4 – CORREIO DO PLANALTO

Organizado pela Associação Etnográfica “O Boi do Povo” e com o patrocínio daautarquia de Montalegre, está em campo mais um campeonato de chegas de bois deraça barrosã e com o patrocínio da autarquia de Montalegre, está em campo mais umcampeonato de chegas de bois de raça barrosã. A abertura do certame, como étradição, coincidiu com o feriado municipal. Uma jornada em cheio com grandesespetáculos que mereciam mais público. O presidente da coletividade organizadora,Nuno Duarte, destacou o bom comportamento dos animais: «tivemos duas grandeschegas de bois. Iniciamos o torneio da melhor forma. A primeira chega foi mais curtamas a segunda teve 24 minutos. Foi muito boa, com os animais muito equilibrados.Ganhou o que aguentou mais um bocadinho, mas mereciam os dois a vitória. Façoum balanço muito positivo, porque os bois lutaram bem». Em contraponto, a poucapresença de público, facto encarado como normal: «foi dia da semana e nestes diasas pessoas não aderem tanto às chegas, mas acreditamos que o público vai subindoconforme for avançando o Verão. Já é normal ser assim».

«CHEGAS ESPETACULARES»Igualmente satisfeito estava António Morais, atual presidente da União de Freguesias

de Montalegre e Padroso: «tivemos duas chegas espetaculares. Ganharam osmelhores. Temos que aguardar para ver as próximas chegas, mas o primeiro dia foimuito bom. Duas chegas boas». O também antigo líder da associação organizadora,é da opinião que «para ser um dia de semana, teve muita gente. Veio muita gente deCabeceiras de Basto. Os bois barrosos estão bons, bem equilibrados. O torneio vaiser bom».

Tradição desportiva favorita do Barroso

Campeonato de Chegas de Bois - Até 14 AgostoEstá aberto mais um campeonato de chegas de bois de raça barrosã, evento

patrocinado pela Câmara Municipal de Montalegre. Até meados de agosto,uma dúzia de animais tentam vencer um torneio que é uma das imagens demarca do concelho.

Seminário

Uma das salas do Parque de Exposições e Feiras de Montalegre acolheu um seminárioque fez um conjunto de reflexões sobre o atual momento agrícola na região. Uma tardecom alguns convidados de renome, entre eles, Vítor Barros e Fernando Oliveira Baptista.O encontro, moderado pelo barrosão António Chaves, girou em torno desta questão: “Quefuturo para o mundo rural?”. As respostas pisaram temas como sustentabilidadeeconómica, social, cultural e ambiental.

«PAINEL INTERESSANTÍSSIMO»A abrir a sessão esteve o presidente da Câmara Municipal de Montalegre. Orlando

Alves lançou uma série de interrogações: «Que futuro para o mundo rural significa e querdizer: que futuro para a nossa terra? Que futuro para nós todos? Que futuro para osnossos filhos? Que futuro para este património que está nas nossas mãos preservar? Éum tema que, de facto, é muito atual e que foi muito bem integrado no conjunto dasatividades planeadas para a celebração do dia do município». O autarca lembrou que odia foi iniciado a homenagear «os autarcas de freguesia que deram o melhor de si própriosàs suas localidades, dotando-as das infraestruturas todas que o Barroso era carente».Uma sessão de todo justificada: «avançamos para esta tertúlia, discutindo coisas sérias.Depois de termos dotado a terra com as infraestruturas necessárias ao bem estar dasnossas gentes, agora é a altura de pormos estes jovens licenciados a trabalhar connoscoe a discutir com os políticos e agentes económicos». Orlando Alves fez questão de sublinharque estivemos perante «um painel interessantíssimo» e «onde a ANIMAR teve umaparticipação muito forte».

No reforço, o presidente da Câmara de Montalegre referiu: «até no nome, estaassociação de desenvolvimento rural foi feliz. Nós precisamos de quem nos ajude a sairdesta depressão e nos ajude a refletir. Tivemos uma tarde de reflexão e de conclusões.Espero que saiam daqui jovens motivados a agarrar o seu próprio futuro».

Vítor Barros – Orador«É possível chegarmos a patamares de maior desenvolvimento, embora não seja

uma tarefa fácil porque vai ser com menos serviços públicos, com  menos construçãocivil. É mais difícil, mas há muitas ideias. Temos é que começar a ter algum pensamentoestratégico. É isso que tem faltado. O poder autárquico está muito desperto para estaquestão do desenvolvimento. Já se fizeram muitas obras. Agora estão mais virados paraa parte imaterial, para o desenvolvimento e para a fixação das populações. Este é umrequisito base para podermos avançar mais rapidamente».

Fernando Baptista – Orador«Tive muito agrado em participar e, sobretudo, interessa este esforço que está a ser feitopara induzir desenvolvimento na partir de baixo, tentando sensibilizar os jovens para correrriscos, mas também para pegar em heranças familiares e dar-lhes outro caminho. É aíque se enraíza o novo desenvolvimento, seja na agricultura, seja no turismo ou restauração.Importa aproveitar as potencialidades diferenciadoras dos produtos de Barroso»

Alexandra Marta Costa – Oradora«Acho que ainda há esperança. Há esperança para o mundo rural. Tem que haver, casocontrário a nossa geração seria uma geração falhada. No entanto, temos que arranjarnovos modelos, novas soluções ou adaptar o que já existe. De facto, alguma coisa nãoestá bem. Estamos cada vez mais a perder população, não apenas no mundo rural. Porisso tem que haver novas soluções, novos modelos para fazer com que estes territóriostenham viabilidade a vários níveis».

 António Chaves – Moderador«Acho que foi uma iniciativa interessante. Estava muita gente. Temos que partir semprede uma base. Somos pessoas com formações diferentes, com perspetivas diferentes...mas, no fundo, não nos afastamos muito em termos de ideias e de indicações. Isto,sobretudo, não se pode ver como um fim. Mas sim como um pontapé de saída. Isto émuito necessário cá na nossa região, sobretudo estas ações de sensibilização. Depoisdisso, é necessário passar a cursos efetivos concretos, para que as pessoas possamajustar o seu comportamento e sentirem-se à vontade com o conhecimento para poderemcaminhar sozinhos».

“Que futuro para o mundo rural?Integrado no programa comemorativo do feriado municipal, foi realizado, nopavilhão multiusos de Montalegre, um seminário aberto à comunidade ondefoi debatido o desenvolvimento local rural. Uma tarde de reflexão «muitobem integrada no conjunto das atividades planeadas para a celebração dodia do município», defendeu o presidente da autarquia, Orlando Alves.

III BTT Acácio da SilvaRegressou a Montalegre o Troféu BTT “Acácio da Silva”. À semelhança de anos

anteriores, foram pensados dois percursos: maratona (60km) e meia maratona (40km). Estes, desenhados à medida dos participantes, mostraram a deslumbrantepaisagem da capital de Barroso. David Teixeira, vice-presidente da Câmara Municipal,afirmou que a prova decorreu com «maior organização e qualidade».

Teve lugar em Montalegre a terceira edição do troféu BTT Acácio da Silva. Apoiado pelaAssociação Regional de Ciclismo de Vila Real (ARCVR), este evento rende homenagema um “filho da terra” de renome internacional. Este ano a prova teve «maior organização equalidade», garantiu David Teixeira, vice-presidente da Câmara Municipal de Montalegre.Nesse sentido, deixou palavras de apreço «a todos os que andaram no terreno a fazermarcações e a todos aqueles que, durante todo o ano, foram percorrendo as outrasprovas». Ato contínuo, reforçou que «foi feito um bom trabalho» e assim «conseguimosdignificar a prova». Para David Teixeira ficou provado que «Montalegre tem capacidade deorganizar outro tipo de provas, quem sabe o Campeonato Nacional». Ciente daspotencialidades e dinâmica da organização, avançou que «está na forja uma prova deestrada no Alto Tâmega, entre os vários municípios». Acácio da Silva, rosto deste cartaz eque marcou presença na iniciativa, mostrou-se muito «satisfeito com a evolução que sesente ano após ano» e referiu que «o número crescente de participantes dá mais projeçãoà prova». Entusiasmado, fez votos de que «esta tendência se mantenha em ediçõesfuturas». Por sua vez, Nuno Rodrigues, em representação do Ecomuseu de Barroso, fezum «balanço positivo de uma grande prova, que cresce a cada nova edição».

PATAMAR SUPERIORJosé Ferreira, presidente da Associação Regional de Ciclismo de Vila Real, aproveitou

o momento para «felicitar e dar os parabéns à organização pela excelente prova quedecorreu em Montalegre». Esta esteve «à altura dos acontecimentos, teve uma melhoriasignificativa e ficou num patamar superior».

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CORREIO DO PLANALTO – 5

Orlando Alves(Presidente da Câmara Municipal de Montalegre)

«Foi mais uma grande iniciativa com repercussões, porventura, maiores fora do nossoespaço territorial. Os atletas partem de Montalegre mas vão à procura de outros destinos.Têm as metas longe daqui e, muitas vezes, a população de Montalegre nem se apercebeque há um campeonato aqui a decorrer. De toda a forma, o município está satisfeito pelaoportunidade de trazermos, mais uma vez, muita gente à nossa terra e pela forma brilhantecomo os atletas se souberam comportar. Ficamos com o caminho aberto, agora comuma acessibilidade mais fácil a partir do Larouco, para que estas provas tenhamcontinuidade e um impacto maior no nosso dia a dia».

David Teixeira(Vice-Presidente da Câmara Municipal de Montalegre)

«Esta prova de parapente, pela primeira vez com alcatrão até à descolagem, vemafirmar a possibilidade de no Larouco e nas descolagens termos público. Essa era umadas reclamações que os pilotos nos vinham fazendo, de ano para ano. Penso que correumuito bem, com quatro mangas classificadas. Fizemos uma prova com mais de 80 pilotos.A nível da organização do município, os parabéns para todos os funcionários que derammuito de si e fora de horas. Está lançado um novo desafio, que passa por candidatar aquiuma prova de cariz europeu e tentar atrair os campeonatos nórdicos à serra do Larouco.Com estas novas condições de acesso, penso que o tesouro “Larouco” terá que serdescoberto de diferentes formas».

Fátima Fernandes(Vereadora da Educação da Câmara Municipal de Montalegre)

«Nós já temos tantas atividades ligadas aos nossos recursos, só nos falta termosgrandes provas nas barragens. No que diz respeito ao parapente, foi muito agradávelverificar que há tantos pilotos que nos procuram. Isso confere a qualidade da nossa serrapara a prática desta modalidade e não só. Além disso, ficou claro que todos ficam deliciadoscom os voos que fazem, ao mesmo tempo que também nós, público, nos deliciamos coma sua perícia e mestria. Há imagens espetaculares, sobretudo agora. A nossa serra doLarouco sempre foi especial, mas agora com os acessos melhorados, posso afirmarque é um destino imperdível, vai atrair muitas mais pessoas. Nós estamos noutro Mundoquando subimos a serra do Larouco».

Samuel Lopes(Diretor da prova)«Correu relativamente bem. Podia ter sido melhor mas a meteorologia não nos ajudou

muito. Ao todo participaram 85 pilotos, algo muito bom dada a conjetura que está aacontecer no nosso país. Em todo o lado se vê alguma retração, o deporto do parapenteé também apanhado nesta situação. Mesmo assim ficámos surpreendidos com o númerode pessoas a participar neste campeonato nacional. Em principio para o ano estamos cáde novo. Estamos a ver se conseguimos trazer alguma coisa mais internacional».

José Arantes(Clube Papaventos)

«Foi uma passagem muito interessante. As pessoas já estão habituadas a vir aqui.Gostam muito de voar, acho mesmo que é o sítio que eles mais gostam de voar. Aquisentem-se seguros, a paisagem é muito bonita. Os dias não foram os melhores, masrealizamos algumas mangas, sem acidentes. Por isso o saldo é positivo. Nós, Papaventos,oferecemos os troféus. Foi um compromisso que tivemos no inicio quando as provascomeçaram a realizar-se aqui.

A par disso, há outras formas que nós temos para colaborar com este evento, como éo caso de ver se as descolagens estão arranjadas, se os caminhos estão arranjados,tudo em parceria com a Câmara Municipal. Os dias em que não houve possibilidade devoar, fomos mostrar aos pilotos vários locais de interesse na nossa região».

Em simultâneo com o Open Ibérico, realizou-se na serra do Larouco maisum Campeonato Nacional de Parapente. Um evento de onde saiu o campeãonacional e o campeão ibérico nas várias classes em competição. Aorganização, a cargo do WIND - Centro de Atividades de Montanha e doPapaventos - Clube de Desportos de Montanha, contou com alguns apoios.Entre eles a Câmara Municipal de Montalegre e a Federação Portuguesa deVoo Livre.

Campeonato Nacional deParapente na Serra do Larouco

Perto de uma centena de pilotos em competição

O projeto da Câmara Municipal de Montalegre “Viagem pelas Freguesias “ já está emcontagem decrescente. A fasquia dos 50% foi ultrapassada na visita à União dasFreguesias de Meixedo e Padornelos, liderada pelo histórico socialista Ricardo Moura.Com um sol abrasador, o presidente da autarquia, Orlando Alves, fez-se acompanharpelo vice-presidente, David Teixeira, e pela vereadora da educação, Fátima Fernandes,onde tomou notas sobre algumas solicitações que lhe foram comunicadas. Umaobservação resumida na aldeia de Meixedo assim explicada pelo autarca: «esta visitaficou pela localidade de Meixedo. Não fomos a Codeçoso porque a representante localestá fora do país. Seria deselegante da nossa parte estarmos a fazer incursões numterritório onde temos que ser devidamente acompanhados pelo autarca que representaos interesses e anseios da localidade que visitamos. Fica Padornelos e Sendim parauma segunda oportunidade. Contudo, devo dizer que não é uma prioridade absolutavirarmo-nos muito para Padornelos porque já teve aquilo que nunca contou. Inclusive,Padornelos já tem um marco histórico que será percorrido ao longo do ano por muitospraticantes do ciclismo e muitas equipas profissionalizadas que irão aproveitar acircunstância de ser uma subida íngreme, uma estrada pouca movimentada, para fazeremo treino que a modalidade do ciclismo exige». Ainda sobre esta temática, o presidente domunicípio declarou: «há já alguns trabalhos para concluir e perspetivados para Padornelose Sendim. Teremos oportunidade de visitar essas duas localidades, recolher osdepoimentos das pessoas e dos autarcas e tratar dos assuntos como devem ser tratadospara que possamos chegar ao fim do mandato com a sensação de termos cumprido como nosso dever».

VISITAS TERMINAM EM FIM DE OUTUBRO Constituída por quatro lugares (Meixedo, Codeçoso, Padornelos e Sendim) a freguesia

é das mais próximas à sede do concelho. Orlando Alves, mal terminou a visita a Meixedo,aproveitou a ocasião para fazer um curto balanço deste projeto agora que está ultrapassadametade da missão: «está a correr tudo bem. Com esta visita ultrapassamos a fasquiados 50%. Estamos, deste modo, a iniciar a curva descendente para concluir o périplo atéfinais do mês de Outubro. É nossa intenção aproveitar o bom tempo para fazermos estecontacto com os autarcas de freguesia de modo a sentirmos os problemas queverdadeiramente existem. Depois é estudar os assuntos e calendarizá-los para aprogramação das necessárias intervenções».

CRÍTICAS À ANTERIORNo jeito particular que o carateriza, o presidente da União das Freguesias de Meixedo

e Padornelos teceu duras palavras à conduta do anterior executivo: «não vamos pedirmuito. Só vamos pedir aquilo que temos necessidade de momento. Ninguém pode levara mal fazermos aquilo que os outros deixaram por fazer à frente do candidato...isto é umavergonha! Vamos ter que o fazer agora para não parecer mal o resto da rua. É um arranjoque a antiga junta de freguesia deixou de fazer por vingança a um homem que tanto fez porMeixedo. É o que estamos a pedir. Não estamos a pedir mais nada. Que se acabe aquiloque eles deixaram por fazer».

«DEUS LAROUCO RENASCEU E VOLTOU A FAZER MILAGRES»Posto isto, Ricardo Moura falou de Padornelos de onde é natural: «em relação a

Padornelos o que se passa é inédito. Disse há dias na Assembleia Municipal que o DeusLarouco renasceu e que voltou a fazer milagres. Mesmo contra a vontade dos católicos, averdade é que o Deus Larouco encarnou novamente e fez um milagre». Ainda no mesmotom, disse: «temos outra obra na qual estamos mal que é a casa mortuária. Queremosdar-lhe continuidade para acabarmos com este projeto que já vem do passado».Relativamente a Codeçoso, o autarca voltou ao entusiasmo: «fez-se uma obra espetacularque nunca ninguém teve coragem de a fazer. Fez-se três quilómetros num caminho quenem no Verão de trator se passava. Peço a todas as pessoas para irem ver o que lá se fez.Além disso, a junta de freguesia já fez mais algumas obras numa calçada muito bonita».A rematar, Ricardo Moura afirmou: «em todos os cemitérios da freguesia fizeram-se obras.Ainda não se parou em banda nenhuma desde Padornelos a Meixedo».

“Viagem pelas Freguesias”

Meixedo e PadornelosCom a visita à União das Freguesias de Meixedo e Padornelos, o executivo

municipal ultrapassou metade da viagem pela totalidade das freguesias doconcelho de Montalegre. Uma caminhada iniciada em Março último e quedeve terminar em finais de Outubro.

DADOS A TER NA FREGUESIA

Área: 35.8 km2Densidade Populacional: 8.5 hab/km2População Presente: 305Orago: Nossa Senhora da Natividade

(Meixedo) e Santa Maria (Padornelos)Pontos Turísticos: Calvário, Largo

Central, Capela de São Sebastião(Meixedo), Miradouros - Portelo e Larouco,Forno e Casa do Capitão (Padornelos)

Lugares da Freguesia(4):Meixedo, Codeçoso, Padornelos e Sendim

Morada: União de Freguesias deMeixedo e Padornelos

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6 – CORREIO DO PLANALTO

PUB CORREIO DO PLANALTO N.º 675 - 15.JULHO.2014

«Viva sensações da vida de nómada e momentos inesquecíveis. Seja a dois, emfamília ou entre amigos, vai apreciar o conforto e a simplicidade dos yurts: umaexperiência única e atípica numa natureza autêntica com vista panorâmica sobre oParque Nacional Peneda - Gerês»

A pensar num público citadino, farto da pressão diária, estão instaladas em Fiães doRio, concelho de Montalegre, quatro yurts (habitações tradicionais da Mongólia) e uma tipi(habitação tradicional dos índios da América do Norte) à luz de um projeto turístico «atípico»,assim o define Vítor Afonso, 39 anos, barrosão de gema, um dos proprietários destesingular espaço. Casado com a francesa Marie Marchand, 32 anos, este jovem casaloferece, a 900 metros de altitude, uma lufada de ar fresco na arte de «fazer silêncio».

50 MIL EUROS Emigrante até Maio último e depois de muita viagem pelo Mundo, o jovem empresário

explica o porquê deste investimento: «sou barrosão e estive muitos anos em França.Adoro a nossa terra e tive sempre intenção de cá investir. O meu sonho era viver aqui. Oproblema era saber como se podia aqui viver. Pensei neste projeto como uma oportunidade.Espero que tudo corra bem». Concretizar o sonho custou 50 mil euros, verba que aindanão encontrou financiamento comunitário. Para já, foram as economias familiares, deambos, que fizeram criação. Uma aposta que tem provocado «curiosidade», desde logonas pessoas que rondam o espaço: «apesar de ser uma coisa atípica, cada pessoa queveio cá adorou. Todos gostaram. Para já só críticas positivas (risos)».

«QUEREMOS FUNCIONAR O ANO INTEIRO» Ciente do potencial ambiental envolvente, este jovem barrosão acredita que pode

vencer até porque estamos a falar de algo novo no território: «é um projeto muito atípico eoriginal e nós apostamos mesmo nisso. Falamos de um projeto turístico baseado emyurts que são habitações tradicionais da Mongólia. O empreendimento é constituído porquatro yurts e um tipi, habitação tradicional dos índios da América do Norte, que serve desala de convívio para as refeições e o pequeno almoço». Vítor Afonso refere que «dentrode uma yurt encontramos uma cama grande de casal e uma cama sofá. Pode acolher atéquatro pessoas. O espaço tem móveis tradicionais da Mongólia». A ideia é «funcionar oano inteiro» por isso «vão ser instalados aquecimentos elétricos em cada yurt que já temisolamento com lã de ovelha, uma lona com dois centímetros de espessura, sendo umaespécie de capa de burel».

«PROJETO DEVE SER ACARINHADO» Virado para o Parque Nacional da Peneda-Gerês, com a barragem de Paradela a

premeio, este novo desígnio turístico foi recebido de braços abertos pela Câmara Municipalde Montalegre. David Teixeira, vice-presidente da autarquia, tece rasgados elogios ao queviu ao mesmo tempo que revela esperança num horizonte risonho: «o projeto que está anascer em Fiães do Rio vai ser muito bem acolhido. Estamos a falar de um projetoinovador, um produto turístico novo, mesmo às portas do PNPG. Aliar esta região àcapacidade de fazer silêncio, de observação da natureza, vai permitir atrair um públicocom outras caraterísticas». Para o autarca, estamos a falar de «um turista a Norte daEuropa» que vem «para contemplar a natureza, numa simbiose de equilíbrio e desustentabilidade».

Por fim, o vice-presidente da edilidade faz fé que este intento vá «crescer e que irádinamizar a questão dos trilhos interpretativos». Assim sendo, conclui David Teixeira,«permitirá conhecer os pequenos recantos que muita pouca gente conhece», projeto que«deve ser acarinhado por todos nós».

PREÇOS

Noite num yurt (noite, pequeno almoço, kit cozinha)50• para duas pessoas- 10• por pessoa a mais (até 4 pessoas por yurt).

Semana:

280• para duas pessoas- 340• para 3 pessoas - 420• para 4 pessoas

Preços incluem:

kit cozinha (loiça e placa elétrica no espaço comum), cabana de madeira (duches, WC)jacuzzi, acesso ao tipi, roupa de cama, toalhas de banho, no inverno, aquecimento comfogão no yurt.

Refeições típicas com produtos locais: 15• por pessoa - Piquenique: 8• por pessoa.

 ATIVIDADES/SERVIÇOSBicicleta: 10• / meio dia; 15• / dia completo - Canoagem: 10• / meio dia; 15• / diacompleto - Raquetes para a neve: 8• / dia.

Caminhadas pedestres com acompanhamento para 1 dia:

20• por pessoa para grupos de 5 pessoas ou mais - 25• por pessoa para grupos de 4pessoas -Para grupos inferiores a 4 pessoas, consultar.

Grupo de trabalho e bem-estar (em francês): 20• por pessoa durante 2 horas.

Transporte aeroporto Francisco Sá Carneiro - Porto (ida e volta).

Nomad Planet - Novo produto turístico em Fiães do RioHá um novo e singular projeto turístico no concelho de Montalegre. Falamos

do “Nomad Planet - Stress Free Zone”, erguido em Fiães do Rio. Com quatroyurts (habitação da Mongólia) e uma tipi (casa dos índios da América do Norte),eis uma oferta incomum que promete provocar um outro olhar na propostaturística da região. 50 mil euros foi quanto um jovem casal investiu nestecurioso conceito.

NOMAD PLANET

Rua do Forno, n.º 20 - 5470-151 Fiães do Rio PORTUGAL

Telefones; Portugal - 351 936 799 886 / 351 276 56 31 41

França - 33 6 66 65 37 09 / 33 6 85 45 34 59

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CORREIO DO PLANALTO – 7

NOTÍCIAS DE SALTO

“SEMANA DO BARROSÃO” dias 25, 26 e 27 de Julho

O Municipio de Montalegre arranca, no fim de semana de Julho, com mais uma iniciativa,dedicada à carne barrosã, em Salto, que promete obter grande êxito, como tem sido aFeira do Fumeiro, a Sexta-feira 13 e o Congresso de Vilar de Perdizes.

Colóquios, mostra de animais, degustação e venda de carne (a melhor do mundo!)artesanato e animação continua, fazem parte do variado programa, que será inauguradopelo Ministro Adjunto do Desenvolvimento Regional, Prof. Doutor Miguel Poaires Maduro.

Salto vai ter “Espaço do Cidadão”

O Presidente da Câmara prometeu e è já, no dia 25 de Julho, pelas 15 horas que noEcomuseu/Casa do Capitão, será inaugurado pelo Ministro Poiares Maduro, o chamado“Espaço do Cidadão”, onde a população poderá tratar de grande parte dos seus assuntos,sem ter que se deslocar a mais nenhum lado!

A vila de Salto dista 40 quilómetors de Montalegre e este balcão, evitará muitasdeslocações à sede do concelho e servir também, grande parte da população do BaixoBarroso e dos concelhos limítrofes do Minho e de Boticas.

Elevação de Salto a Vila

Foi, no dia 21 de Junho que se comemorou o 19º aniversário da passagem de Salto àcategoria de vila. A Junta de Freguesia, como vem sendo tradição, organizou um lanheconvívio aberto a todo o público no Parque do Torrão da Veiga.

A animar a festa esteve o Grupo de Cantares de Salto, com algumas cancões inéditas;das dez canções apresentadas, cinco falavam de Salto e uma, era mesmo o novo hino davila - 21 de Junho, da autoria do maestro João Soares.

Houve muita alegria e animação e o Presidente da Junta, em palavras de agradecimento,lembrou que pela primeira vez, esta data foi celebrada com um Presidente da Cãmara deMontalegre, de Salto.

Presidente da Junta nos órgãos da Anafre

Realizaram-se, no dia 7 de Junho, as eleições para os Órgãos da Delegação Distritalde Vila Real da Associação Nacional de Freguesias. O Presidente da Junta de Salto,Alberto Martins foi eleito para o Conselho Directivo da Delegação. Esta Delegação temcomo presidente, Lino Carvalho presidente da freguesia da Campeã, Vila Real.

O concelho de Montalegre está assim representado, pelo autarca da maior freguesia.

XIV Convívio dos Amigos da Borralha

Realizou-se, no dia 12 de Julho, na aldeia das Minas da Borralha, mais um encontrode todos aqueles que continuam a ter as Minas da Borralha no coração. A missa foi pelosamigos falecidos e teve a cantá-la o Grupo Coral de Montalegre. A fotografia de grupo e aatuação do Jogo do Pau da Corva, foram junto ao escritório. O Almoço para cerca deduzentas pessoas, foi servido no Salão da Pensão, já totalmente remodelado, onde houvetambém a exibição de um documentário sobre a Borralha. Como surpresa final, foi aatuação do Grupo de Cantares de Salto que encerrou o seu reportório cantado o hino dosmineiros que todos quiseram acompanhar!

Presentes estiveram os autarcas locais; o Presidente da Câmara Municipal deMontalegre, Prof Orlando Alves e os vereadores David Teixeira e Fátima Fernandes, opresidente da Assembleia Municipal, Fernando Rodrigues e o presidente da freguesia,Alberto Martins.

Santa Bárbara - Associação da Borralha organizou

No passado dia 23 de Junho, a Associação Minas da Borralha, realizou na antigaEscola Primária, a festa do S. João. Esta contou com muita gente e durou até às tantashoras da noite.

Também, nos dias 22 e 23, realizou um torneio denominado “Pau Limpo”. Váriosforam os que tentaram acertar mais vezes no meco, para levarem o prémio, um cabrito.

Breves:- Câmara de Montalegre aprova apoio de trinta mil euros à Associação Nacional de Criadores de

Gado de Raça Barrosã, para despesas com a “Semana do gado de raça barrosã;- À Associação Agro-Florestal de Terras do Barroso para apoio às iciciativas do desenvolvimento

rural, 3.436,41 euros;- “Semana do Barrosão” foi apresentada na FIA (Feira Internacional do Artesanato) em Lisboa, nos

dias 4 e 5 de Julho;- A Junta de Freguesia, em colaboração com a empresa Ceradenovo, vai instalar contentores nos

cemitérios para recolha de velas e ciros;- Está a decorrer, para 16 formandos, com 225 horas, um curso de Operador Pecuária. Outro, a

iniciar em Agosto; Mecanização Básica Condução Veículos Agricolas, para 15 formandos e com aduração de 250 horas;

- Criador de gado barrosão, António João Campos tirou três prémios no Concurso Pecuário daVenda Nova e tem um boi nas meias finais do torneio de chegas de Montalegre;

- Na madrugada do dia 26 de Junho, ardeu o interior do posto dos correios das Minas da Borralha.Foram chamados os bombeiros e a GNR;

- Alunos da Masterclass Saxofone da escola de música de Salto, com o prof.Hugo Lopes, tiveramconcerto em Ribeira de Pena, no sábado, dia 21 de Junho;

- Talho Barrosão foi assaltado no intevalo do almoço, “voaram” cerca de cinco mil euros;- Acidente na Corva, homem de Vila Verde que vinha carregar gado, ficou entalado, entre o camião

e o muro, sofreu vários ferimentos;- Dezenas de coelhos mortos foram descarregados na estrada de acesso a Bagulhão. Foram

enterrados pelo pessoal da Cãmara Municipal;

- Sábado, 19 de Julho a vollta a Portugal do Futuro tem passagem por Salto;- Dia 12 de Agosto, pelas 23 horas há vista às “estrelas da barragem” no ecomuseu;- Há percurso “Minas de Volfrâmio”, dia 9 de Agosto, 14 horas, nas Minas da Borralha;- Rally de Portugal , em 2015, no inicio de Junho, volta à serra da Cabreira;- Equipa de Salto está em torneio de futsal, em Cabeceiras de Basto, com apoio da autarquia;- Simpatizantes e sócios do Grupo Desportivo de Salto, reunem dia 18 de Julho, para tentarem

reativar o Grupo;- Parque do Torrão da Veiga muito procurado. Domingo, dia 5 de Julho, esteve pessoal de quinze

autocarros. Só um convívio paroquial de várias freguesias do concelho de Paredes, trouxe oitoautocarros e muita animação! Há muitas resevas já feitas para os fins de semana que aí vem;

- Oficina de Teatro decorre, durante o mês de Julho, na Casa do Capitão: Às Terças e Quintas-feiras, das 15 às 16 horas, há “Pensar Xadrez”;

Deixaram-nos:Ana Gonçalves, 98 anos, Reboreda; Maria Gonçalves, 73 anos, Minas da Borralha; Augusto

Pereira, 94 anos, Pereira e Manuel Pires, 89 anos, Bagulhão.

À semelhança de anos anteriores, voltou à rua o cortejo de animais de raça barrosã.Com organização da União das Freguesias da Venda Nova e Pondras, a atividade juntoumais de 40 animais no mais antigo concurso pecuário do concelho de Montalegre. OrlandoAlves, presidente da Câmara Municipal, recordou que «a Venda Nova cumpriu a tradição edeu o pontapé de saída para os quatro concursos pecuários que acontecem no nossoterritório». Ato contínuo, acrescentou que se trata de «um concelho com amplas tradições»,que honra «a tradição, os nossos antepassados e prestigia aqueles que se dedicam acriar este gado de referência». Todavia, o autarca alertou que é necessário «consciencializaras pessoas que esta é a nossa raça, que este gado faz parte da nossa identidade e queé necessário preservar e dar a conhecer esta espécie». Por sua vez, António Reis, presidenteda União das Freguesias da Venda Nova e Pondras, mostrou-se «muito satisfeito commais uma edição do concurso pecuário». Apesar das «condições climatéricas, houvemuito gado». Esta ação contou, ainda, com animação por parte das «entidades culturaisda freguesia». Este contributo foi «uma mais-valia».

«REPETIR, PERPETUAR E PROTEGER»Domingos Moura, veterinário municipal, acompanha este concurso há largos anos.

Nessa linha, destacou «a excelente ideia da organização fazer a bênção do gado». Esse«ato simbólico foi muito aplaudido pela população» e, nesse sentido, acredita que são«gestos a repetir, perpetuar e proteger», uma vez que «refletem as tradições e a nossaidentidade cultural». A «elevada participação no concurso, nos novos produtores e umnúmero crescente de animais» deixaram Domingos Moura convicto de que «foi umexcelente concurso».

Venda Nova - Concurso PecuárioA tradição voltou a ser cumprida na Venda Nova, localidade do concelho de

Montalegre. O afamado concurso pecuário, o mais antigo do concelho, voltou a atrairmuitos visitantes à localidade barrosã. Com mais de 40 animais em desfile, ninguémficou indiferente ao aprumo e asseio com que desfilaram no recinto. Orlando Alves,presidente da Câmara Municipal, referiu que «esta iniciativa é uma forma de honrar atradição e prestigiar aqueles que se dedicam à criação deste gado de excelência».

Touros (após 2º desfecho)

1º - José Carvalho Silva – Guimarães - 2º - Carlos Cunha – Fafe - 3º - Carlos Cunha – Fafe-4º - José Santa Cruz – Cabeceiras de Basto - 5º - António João Campos – Salto - 6º - JoséSanta Cruz – Cabeceiras de Basto - 7º - António José Afonso - Pondras

Novilhos (até ao 1º desfecho, inclusive)

1º - José Silva – Guimarães - 2º - José C. Silva – Guimarães

Novilhos (sem desfecho)

1º - Dulcínio Cunha – Fafe - 2º - Teresa Miranda – Ferral - 3º - António João Campos – Salto- 4º - Pedro Teixeira – Bagulhão - 5º - Dulcínio Cunha – Fafe - 6º - Ricardo Rodrigues – Fafe- 7º - Rosalina Durão - Torrinheiras

Vacas (após 2º desfecho, com parto)

1º - Ricardo Rodrigues – Fafe -2º - Carlos Cunha – Fafe - - 3º - António Fernandes -Abadim- 4º - Narcisa Costa  - Cabeceiras de Basto - 5º - Joaquim Ferreira – Cabeceiras de Basto- 6º - António Teixeira – Abadim - 7º - António Costa – Montalegre - 8º - Carlos Cunha – Fafe- 9º - António Fernandes - Abadim

Novilhas (até ao 1º desfecho, sem parto)

1º - Manuel Carvalho – Abadim - 2º - Joaquim Ferreira – Cabeceiras de Basto - 3º - TeresaMiranda – Ferral - 4º - Carlos Cunha – Fafe - 5º - Narcisa Costa – Cabeceiras de Basto

Novilhas (sem desfecho)

1º - António Fernandes – Abadim - 2º - Rosalina Durão – Torrinheiras - 3º - António Teixeira– Abadim - 4º - Libório Gonçalves – Abadim - 5º - M. Rosalina Carvalho – Travassó - 6º -Carlos Cunha – Fafe - 7º - Rosalina Durão – Torrinheiras - 9º - José Magalhães – Abadim- 10º - António Fernandes – Abadim - 11º - Augusto Chaves – Boticas - 12º - Dulcínio Cunha– Fafe - 13º - António Campos – Salto

CLASSIFICAÇÕES

Page 8: CORREIO DO PL ANAL TO - aoutravoz.info · QUINZENÁRIO - ANO XXXVIII - N.o 675 15.JULHO.2014 w Director: Bento da Cruz - Editor: José Dias Baptista w Preço Avulso: E 0,70 - Assinatura

8 – CORREIO DO PLANALTO

Miranda Alves está de volta com o lançamento de mais um livro, desta feita em parceriacom a esposa, Fernanda Alves Borges. Depois do “Contos das Minhas Memórias”, quefala do passado e do presente do autor, a nova obra aborda o caminho cultural que o casaltrilhou nos últimos anos. Um exemplo de acreditar presenciado por um númeroconsiderável de familiares e amigos no sessão que serviu de apresentação do livro,ocorrida no salão dos Paços do Concelho.

EXEMPLO DE CORAGEMAmigo pessoal do casal, o presidente da autarquia enalteceu a coragem dos autores

do livro. Orlando Alves descreve a obra como um bom exemplo, feito por gente que teveuma vida difícil mas digna: «o casal ofereceu-nos este momento simpático e culturalmentesaudável de apresentação de um livro onde retratam todo o percurso de uma vida, feita adois, a partir de um determinado momento. Como todos daquele tempo, tiveram umpercurso com dificuldades. O “Zé Miranda” teve a coragem e o bom senso de mostraresse percurso, em formato de livro, para dar a conhecer aos seus netos e filhos a vidadifícil mas digna que um e outro tiveram. Uma vida feita de trabalho, de muitas canseirasmas também de muito amor».

CRÍTICAS AO FECHO DAS”NOVAS OPORTUNIDADES”O autarca deixou o lamento pelo fim do programa “Novas Oportunidades”: «este

trabalho resulta do envolvimento e da participação que ambos tiveram no programa “No-vas Oportunidades”. Um programa criado pelo então primeiro ministro José Sócrates eque, lamentavelmente, este governo suspendeu». Com a execução da obra, os autorestiveram «a coragem de transpor para o formato de livro todos os trabalhos que os seusprofessores lhes mandaram fazer. Não tiveram o receio nem a vergonha de dar a conhecera vida difícil que tiveram». No mesmo tom, Orlando Alves aplaude a trajetória de vida docasal: «há relatos e pormenores de grande exaltação, como é o exemplo da Fernanda,

”Os Nossos Portefólios -Reflexos de Aprendizagem”

Foi apresentado publicamente, no salão nobre da Câmara Municipal deMontalegre, o livro “Os Nossos Portefólios - Reflexos de Aprendizagem” docasal barrosão José Miranda Alves e Fernanda Alves Borges. Uma noitetestemunhada por muitos familiares e amigos. Para Orlando Alves, presidenteda Câmara de Montalegre, estamos perante um trabalho «feito de afetos, desentimentos e de alguma comoção».

Livro apresentado no salão dos Paços do Concelho

A “Toponímia de Barroso”, resultado de mais de 40 anos de investigação, nasceu danecessidade sentida pelo autor «de corrigir alguns erros» que foi «observando ao longoda vida». Um estudo intenso, «baseado na leitura de documento antigos, na sabedoriapopular e na evolução fonética do termo», que foi apresentado no Ecomuseu de Barroso– espaço padre Fontes. Perto de uma centena de pessoas marcou presença em maisuma noite. Orlando Alves, presidente da Câmara Municipal de Montalegre, abriu a sessão.Para o autarca, este livro «é um marco importante no concelho, tal como o autor José DiasBaptista». Ciente do trabalho apresentado, referiu que «este livro, de todos aqueles que jáforam editados, é o que mais falta fazia ao Ecomuseu, ao concelho e a toda a gente».Nessa linha, acrescentou que «estão aqui as nossas origens, a nossa ancestralidade eo conteúdo que nos deve encher o espírito para sabermos mais sobre a nossa verdadeirahistória». Orlando Alves acredita que «este livro vem ajudar a refazer a história, a rebatizaras coisas como devem ser batizadas e está aqui o ponto de partida para corrigir os errosque vemos espalhados por aí». Por sua vez, José Dias Baptista, mostrou-se com asensação de dever cumprido: «sinto que estão terminados mais de 40 anos de trabalho».Com consciência plena do trabalho desenvolvido, salientou que «esta é uma obra inéditaem todo o país, porque não há toponímias escritas em lado nenhum».

Apresentada na sede do Ecomuseu de Barroso

”Toponímia de Barroso”A sede do Ecomuseu de Barroso, Montalegre, voltou a encher para assistir

a uma apresentação de um livro. A “Toponímia de Barroso”, obra do historiadorJosé Dias Baptista, foi dada a conhecer ao público e reflete mais de quatrodécadas de estudo e investigação do autor. Orlando Alves, presidente daCâmara Municipal de Montalegre, afirmou que «este era o livro que mais faziafalta ao concelho e a toda a gente».

David Teixeira(Vice-Presidente da Câmara Municipal de Montalegre)

«Penso que é um trabalho inédito, um catálogo da nossa toponímia e, sobretudo, umaapresentação do “ser barrosão” com muita investigação. É um cruzamento muito felizentre a parte científica e histórica com a toponímia alegre, representada na memória dopovo. Esta última, muitas vezes não é valorizada, mas se nós nos debruçarmos um poucopercebemos que essa memória oral nos dá a certeza de muitos dados e dúvidas que ahistória nos apresenta. É um dia muito importante para o Ecomuseu de Barroso porquesão estes trabalhos mais científicos que nos dão razões e marcam a evolução da história.É este tipo de estudo que traz a certeza que a memória do povo tem que ser valorizada enada melhor do que um livro para o fazer».

Fátima Fernandes(Vereadora da Educação da Câmara Municipal de Montalegre

«Isto é uma obra de grande relevo. Eu que sou de humanidades, tenho a noção plenado trabalho que aqui está. Quem olha para este livro pode sentir uma certa curiosidade,pode sentir um certo agrado por obter outro conhecimento, mas este conhecimento exigegrande atenção e estudo de longo tempo. Vindo do professor José Dias Baptista não meadmira. Ele é um apaixonado e um estudioso da nossa terra. Dou-lhe os parabéns sincerospor uma obra desta envergadura. Abranger toda a toponímia do nosso Barroso com estaprofundidade, com este afinco, é extraordinário. Esta é uma obra para o futuro, tenho acerteza que vai dar muito que falar. Vamos ter muitos linguistas com opiniões diversasporque há aqui algumas questões diversas. Uma coisa é a origem etimológica dos termos,outra é o uso efetivo do povo. Todavia, o que importa reter é que esta é uma obra que nosenriquece, uma marca muito importante da nossa identidade que aguça o apetite parasabermos mais».

Nuno Rodrigues(Representante do Ecomuseu de Barroso)

«Foi mais uma apresentação de um livro, de uma grande pessoa, alguém que temajudado muito no Ecomuseu e todo o território de Barroso com as suas pesquisas eestudos. A “Toponímia de Barroso” é um livro que tem muitos anos de trabalho e demonstrabem o trabalho e empenho do professor José Dias Baptista. Foi mais uma noiteinteressante e de cultura no Ecomuseu de Barroso».

Gorete Afonso (Responsável pela Biblioteca Municipal de Montalegre)

«Temos mais um exemplar que vai estar disponível aos nossos leitores na bibliotecamunicipal e que, certamente, vai ter bastante pesquisa e muita consulta. É algo que dizrespeito à nossa identidade e àquilo que nos carateriza. Foi um serão bem passado, comuma parte pedagógica acentuada. É muito interessante que esta gente mais nova comecea gostar destas temáticas e a ter curiosidade pelas origens. Estamos gratos ao autor pormais este contributo e pelo enriquecimento documental».

Guilherme Pires(Vice-presidente da Câmara Municipal de Boticas)

«Isto foi tudo no âmbito do Ecomuseu de Barroso, projeto que tem os concelhos deMontalegre e Boticas em fusão. Nesse âmbito foi criado este livro que teve a ajuda dosdois municípios e onde se mostra como uma mais-valia para explorarmos Barroso».

Certame que acontece na vila deSalto de 24 a 27 de Julho. Uma forteaposta do município na promoção dacarne barrosã. Um espaço que se queraglutinador e onde poderemosencontrar colóquios, mostra deanimais, degustação e venda decarne, artesanato e animaçãocontínua. A promoção pública destaocorre nos dias 4 e 5 de Julho na FeiraInternacional do Artesanato (FIA), emLisboa.

“Semana do Barrosão” em Salto (24 a 27 Julho)Evento é promovido em Lisboa nos dias 4 e 5 Julho

A “Semana do Barrosão” irá serpromovida no mega espaço da FIL, emLisboa, na Feira Internacional doArtesanato, nos dias 4 e 5 de Julho.Falamos de um evento líder na PenínsulaIbérica e segundo a nível europeu commais de 100 mil visitantes das classes A,B e C, incluindo turistas internacionais quevisitam Lisboa no Verão. Na última edição,foram registados os seguintes indicadoresde desempenho: 526 expositores dosquais 158 estrangeiros; 27 países e30.000 m2 de área ocupada.

A um mês do lançamento de mais um evento estreia, promovido pela CâmaraMunicipal de Montalegre, damos a conhecer a “Semana do Barrosão”.