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O comportamento do novo consumidor modificou drasticamente a forma como se relacionam empresas e clientes. Hoje, ele não quer apenas possuir um produto. Ele quer viver uma experiência. Você, empresário, está preparado para isso?

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O comportamento do novo consumidor modificou drasticamente a forma como se relacionam empresas e clientes.Hoje, ele não quer apenas possuir um produto. Ele quer viver uma experiência. Você, empresário, está preparado para isso?

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REVISTA ACIRP 3

aoassociadop a l a v r a d o p r e s i d e n t e

Paulo SaderP r e s i d e n t e d a a c i r P

Novas TeNdêNcias, reflexão para os Negócios! caro associado; cada nova edição da revista acirp é feita pensando em você e na sua empresa! Nossa mis-são é colocá-lo em contato e a par de todos os grandes assuntos empresariais do momento, no planeta e na nossa região! Nosso objetivo é pensar com você modos de tornar seus negócios mais produtivos e prósperos! por isto, nossa reportagem especial fala das ‘Novas Tendências’. esse é um tema em evi-dência em todos os lugares, inclusive na retail´s Big show, a maior feira de varejo do mundo, promovida pela National retail federation, que acontece anualmente em Nova iorque e cujos melhores momentos trouxemos para rio preto no seminário Tendências do varejo. dada a importância prática do tema, o assunto esteve em pauta no terceiro seminário acirp de Liderança, também. Nos dois encontros exclusivos da Acirp, profissionais de gabarito falaram – para mais de 500 empresários somados – sobre a revolução do consumo que estamos viven-ciando e como fazer para perder a onda que, nem de longe, é passageira. a revista acirp leva este conhecimento a todos os associados! Hoje, novos conceitos, tecnologias e valores interferem nas relações pessoais, pautando o comportamento do consumidor contemporâneo que, a cada circunstância de consumo, quer vi-ver uma nova experiência, uma nova sensação, e não mais simplesmente possuir um bem. o futuro que está à porta, ‘atropela’ os mais desligados e os resistentes. Mais do que nunca, para so-breviver, será preciso adaptação, flexibilidade, resiliência. E, ao contrário do que se possa pensar, as ações estratégicas para essa nova ferramenta não são necessariamente complexas – e caras! a entrevista dessa edição também está pra lá de especial! Quem falou conosco foi ninguém menos do que o cientista chefe do laboratório brasileiro da iBM research division, fábio gan-dour, que compartilhou exclusivamente com nossos leitores um pouco de seu conhecimento sobre megatendências do ponto de vista econômico e empresarial para os próximos anos. É, de fato, uma entrevista rara e instigadora! Na mesma linha desse assunto, nossa revista também traz outro presente a você, leitor associado: artigo especial do economista Jorge arbache, que aponta as dificuldades do Brasil em resolver seus problemas internos para chegar ao patamar de equivalência na evolução do mercado global. Nas próximas páginas, você também vai conhecer o magnífico Projeto Sempre em Frente, liderado pelos empresários visionários do Núcleo de Jovens empreendedores da acirp, que tem o objetivo de contribuir com a formação geral de adolescentes entre 15 e 17 anos e apresentá-los ao empreendedorismo. É uma reportagem interessante e emocionante, que mostra como a acirp e o empresário associado agem no âmbito da responsabilidade social, fazendo a diferença na vida desses estudantes. por aqui tem também as novidades do costelão acirp do empreendedor, o maior evento do agronegócio da região, que completa dez anos e, mais uma vez, será realizado no institu-to alarme, com renda revertida para duas entidades assistenciais da cidade: associação Madre Tereza de calcutá e o lar de Betânia. Já pode anotar a data na sua agenda para não perder: dia 1º de julho. a gente espera por você, sua família, colaboradores e amigos, para uma tarde super agradável! lembro que se você tiver sugestões de assuntos para as próximas edições, será um prazer recebê-las. Nossa equipe do departamento de comunicação está sempre a postos para conversar sobre possíveis pautas. anote o e-mail: [email protected] Tudo pronto para aproveitar da nossa revista acirp? Uma ótima leitura!

Este material é uma publicação bimestral da Associação Comercial e Empresarial

de São José do Rio Preto/SPRua Silva Jardim, 3099

Centro - CEP 15010-060F. (17) 3214.9433

w w w. a c i r p s j r i o p r e t o . c o m . b r

diretOria acirP - BiÊniO 2016-2018

Presidente paUlo TadeU de oliveira sader

1º Vice-Presidente instituciOnal lisZT reis aBdala MarTiNgo

2ª Vice-Presidente instituciOnal BeNY Maria verdi Haddad

3º Vice-Presidente serViçOs aOs assOciadOs adil BerBerT

4º Vice-Presidente setOrial Jorge lUis de soUZa

5º Vice-Presidente administratiVO KelviN Kaiser

diretOr secretáriO Geral arTUr edUardo riBeiro BasTos

1° secretáriO aUrÉlio NesTor MiraNda grisi

diretOr tesOureirO Geral valdecir BUosi

diretOr 1º tesOureirO alvaro lUiZ esTrella

diretOr 2º tesOureirO MaUrÍcio scarpassa

diretOra de eVentOs liliaMaUra goNÇalves de liMa

diretOr de relações PúBlicas lUiZ ferNaNdo garcia

diretOr dO scPc WilsoN soUBHia JUNior

diretOr de marketinG alessaNdro de sÁ BossaN

diretOr de cOmérciO exteriOr MarcUs da MaTa

diretOr de PatrimôniO pedro lUiZ riBeiro rodrigUes

diretOr da distrital sul MÁrio aUgUsTo coviZZi

diretOr da distrial Oeste MilToN BeNiTe raMos

diretOr dO mei e distrital nOrte cÉsar JUNior da silva soUZa

diretOra dO cmee lUciaNa varTaNiaN goMes da silveira

diretOra de treinamentO e desenVOlVimentO aNa caroliNa verdi Braga ragoNHa

diretOr de assuntOs JurídicOs sÉrgio HeNriQUe ferreira viceNTe

diretOr dO núcleO de JOVens emPreendedOres flavio HeNriQUe BaTisTa alves

diretOr de aGrOneGóciOs aNdrÉ lUis seixas

diretOr de cOmunicaçãO JosÉ roBerTo Toledo

diretOr de BenefíciOs rafael HeNriQUe cHiQUeTo

diretOr de indústria felipe oliveira praTa

diretOr dO cOmérciO JosÉ raiMUNdo de oliveira

diretOr dO setOr de serViçOs daNiel ferNaNdo rodrigUes

diretOr dO emPreender osvaldo lUis do NasciMeNTo

diretOr dO setOr de ti gilBerTo pereZ MariaNo

diretOra de açãO sOcial creUsa MaNZalli

diretOr de sustentaBilidade emPresarial gerMaNo HerNaNdes filHo

diretOr Para centrO de cOmPra WalTer carraZZoNe JUNior

diretOr de Vendas rUpeN grisi KUYUMJiaN

diretOra de PrOmOções crisTiNa BassiTT

diretOra Para recursOs HumanOs daNiela BraNdi foNTes

diretOr dO setOr de saúde KÁsseY HeNriQUe vascoNcelos

Presidente câmara mediaçãO e arBitraGem aNdrÉ gUsTavo de giorgio

Presidente dO cOnselHO cOnsultiVO adriaNa cÁssia Neves

Presidente dO cOnselHO fiscal MaUricio Bellodi

diretOr de cOmunicaçãO José roberto Toledo

editOra e Gerente cOmercial stella coeli

17 3021.9595 / 99771.7664 [email protected]

JOrnalista resPOnsáVel carol soler (MTB 32.583/sp)

[email protected]

cOlaBOradOr Bruno almeida

PrOJetO GráficO e diaGramaçãO px (ivan iggor Barreto - 17 99655.1313)

[email protected]

fOtOGrafia paulo de paula

PrOduçãO

anO xii - nº 165 - mar/aBr de 2017

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Costelão Acirp do Produtor completa uma década, marcado tradicionalmente como a festa da família, da solidariedade e do agronegócio

imagine uma festa que receba gente de todas as idades, crianças, jovens, adul-tos e idosos, para curtir uma tarde ani-

mada com comida de qualidade, muito networking e solidariedade. imaginou? agora, pense que essa festa existe há dez anos e carrega junto de sua história quase 20 mil participantes, toneladas e tonela-das de costela bovina e milhares de reais que vão para instituições assistenciais de são José do rio preto. É o costelão acirp do produtor! e se você ainda não conhece esse baita evento do agronegócio, essa é a hora de participar e entender o motivo de tanto sucesso. “o costelão acirp do produtor visa fortalecer o desenvolvimento e as ativi-dades do agronegócio, com a exposição de estandes com produtos, maquinários

eVentO

10 anos10 anosde sucesso!

e serviços. além de chamar atenção, cla-ro, para o carro-chefe do evento que é a pecuária, representado pelas famosas cos-telas assadas em fogo de chão por quem mais entende do assunto, os gaúchos! a interação entre empresários do setor é outro destaque que ganha força ao lon-go desse dia inteiro de confraternização, propiciando um excelente ambiente de negócios, onde se encontram fornecedo-res e compradores”, explica o diretor de agronegócio da acirp, andré seixas. além do networking, o que brilha na festa também é a solidariedade. Todos os anos, entidades assistenciais são benefi-ciadas com o valor arrecadado pelo cos-telão. este ano, a associação Madre Tere-za de calcutá e o lar de Betânia serão as instituições ajudadas. o instituto alarme – um dos agraciados na edição passada – foi contratado como fornecedor. a empresária Mel rolim é uma das presenças assíduas na festa. para ela, ne-tworking, solidariedade e interação entre colaboradores são as características essen-ciais que a levam a participar do evento já há três edições consecutivas. “o costelão acirp do produtor é uma das festas mais importantes promovidas pela acirp. para

o nosso setor, e em especial para nós, da aquarela parques, o costelão é enrique-cedor e, principalmente, nos gera oportu-nidades de negócios, pois grande parte de nosso público está presente ao evento. o modelo da festa facilita o networking, que acontece de forma descontraída. Neste evento promovemos parcerias e, inclusi-ve, já até fechamos negócios, sem contar que conseguimos fortalecer nossa marca aqui na região. em nossa empresa, o pes-soal espera ansioso por esse dia, quase to-dos os nossos colaboradores e suas famí-lias estão presentes. acabamos por ter um dia de interação! a tradicional costela de chão é uma delícia, e ainda temos a opor-tunidade de contribuir de forma solidária com entidades de nossa cidade”. a edição deste ano vai acontecer no dia 01 de julho, novamente no alarme. cerca de 2 mil pessoas são esperadas e 1,8 tonelada de costela deverá ser assada pelo centro de Tradições gaúcha (cgT). além dos estandes empresariais que dão moldura ao costelão, o público tem o dia embalado por shows musicais – do samba ao sertanejo –, espaço kids para a criançada se divertir com segurança e es-tacionamento próprio.

Seja um patrocinador do Costelão Acirp do Produtor. Venha mostrar sua marca e expor seu produto na maior

festa de agronegócio da região. Ainda dá tempo de

participar! Mais informações pelo telefone 3214-9429,

com Daniela

Anote em sua agenda para não esquecer! O Costelão acontece no próximo dia 1 de julho, das 12h às

18h, no Instituto Alarme.Convites à venda na Acirp

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aqui temProjeto do Núcleo de Jovens Empreendedores da Acirp motiva, capacita e mostra novos caminhos a adolescentes de 15 a 17 anos. Já na terceira turma, o Sempre em Frente tem apenas um requisito básico para quem quer fazer parte das aulas: ter muita vontade e brilho no olhar

ana laura reis tem 16 anos. seu sonho? se formar em pu-blicidade e propaganda para poder ajudar o instituto que tanto a inspirou e transformou sua vida. “logo em segui-

da, vou fazer odontologia para atender as crianças que estão em situação de extrema pobreza e não têm condições de fazer um tratamento odontológico”. a estudante do instituto sócio cul-tural e esportivo ielar (iscei), faz parte do projeto de empreen-dedorismo social desenvolvido pelo Núcleo de Jovens empreen-dedores da acirp (NJe), o sempre em frente, que tem o objetivo de formar adolescentes de 15 a 17 anos. as aulas acontecem uma vez por mês, durante 10 meses. em dois anos, o projeto já capa-citou 42 jovens para o mercado, e para a vida. a terceira turma começou em 25 de março, com aulas na própria acirp sobre em-preendedorismo e negócios. “a entidade custeia as despesas de todas as crianças durante as aulas para que elas possam vir e ter contato com novos conhecimentos, se capacitar para o mercado de trabalho e, dessa forma, poder sonhar grande com um futuro melhor e mais digno”, comenta o presidente paulo sader. a nova turma possui 28 alunos, sendo 12 selecionados da etec – philadelpho gouveia Neto, nove do iscei e seis jovens da adra. Na primeira aula, um vídeo surpreendeu a classe. raphael franceschini, um dos alunos do 1º sempre em frente, mostrou para os novos estudantes o valor de tudo o que foi aprendido por ele durante o projeto. “o sempre em frente, para mim, foi um impulsionador. Mostrou meu potencial, me fez enxergar além.

núcleO de JOVens emPreendedOres

brilh

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“Traçar um caminho de sucesso independe das minhas condições financeiras e do local

onde eu moro”Ana Laura Reis

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pude fazer conexões importantes, conhecer pessoas que me trou-xeram conteúdo, que abriram a minha mente e mostraram onde posso ser um empreendedor. Hoje, sou missionário pela Ywam international, aqui no Brasil conhecida como Jocum (Jovens com Uma Missão). No dia 25 de abril me mudo para portugal, passar o resto do ano lá, trabalhando com o que eu amo fazer. Hoje, eu só me vejo capaz de viver todas essas transformações e de reali-zar todos os meus projetos, meus planos e meus sonhos, por con-ta do que eu recebi e absorvi no sempre em frente. Já fui a vários lugares, já realizei vários trabalhos sociais, ações humanitárias, inclusive muitas com o apoio do NJe. É um curso raro! Meu con-selho aos novos alunos: aproveite cada minuto. anote tudo, viva intensamente. esse tempo é primordial para o seu crescimento”. diego Mendonça, líder do sempre em frente, explica que o NJe segue à risca a missão da acirp, representada por seus três pilares: capacitação, networking e representatividade. com o projeto, o Núcleo atua fortemente promovendo a capacitação de adolescentes junto a profissionais de alto nível que têm a missão de oferecer o melhor ensinamento a eles. “o empreendedorismo social é uma das principais iniciativas que fomentam a economia local e proporcionam impacto na comunidade, gerando empre-go, renda e oportunidades”, comenta diego. flávio alves, diretor do NJe, explica que o Núcleo busca em seus projetos justamente isso: contribuir para o desenvolvimento econômico e social da sociedade. “Queremos ajudar esses jovens para que eles tenham oportunidades de buscar uma vida digna e próspera. Queremos capacitá-los para enfrentar o mercado de trabalho em situação de igualdade”, afirma. erick Kayk é um dos jovens que tiveram a oportunidade de participar da segunda turma do sempre em frente. extrovertido e comunicativo, o estudante emociona-se ao comentar do curso e de tudo o que aprendeu por lá. “sou suspeito para falar, devido a tantas coisas boas que o projeto trouxe para minha vida”, afirma ele, exaltando seu brilho no olhar – requisito básico para fazer parte dessa família. “o sempre em frente me trouxe, além das ideias empreendedoras, um pensamento empreendedor, que é o de estar sempre perto dos melhores. participei do free Mind e também da palestra do raul candeloro – que abriu muito a minha mente – e tive, então, a ideia de fazer administração e buscar a área do empreendedorismo. após o término do sempre em frente, eu tive mais amizade com os facilitadores e isso me proporcionou entrar em um projeto novo, que é o projeto 10+ de empreendedorismo social, e também em uma empresa de cone-xões e negócios. Tudo foi maravilhoso, me trouxe grandes ideias, e mudou, sem dúvida, minha forma de pensar e viver no dia a dia”, salienta o jovem empreendedor. ana laura reis, a estudante do iscei que quer ser dentista para ajudar o próximo, conta que ser escolhida para participar do sempre em frente foi um presente. segundo ela, o projeto não

mudará apenas a sua vida, mas também das dezenas de crianças e adolescentes atendidos pelo instituto onde estuda, já que seu objetivo é multiplicar o impacto de seu aprendizado, passando adiante o seu conhecimento. “acredito que uma simples conver-sa, um olho no olho, faz toda a diferença na vida de uma criança e de um adolescente. sendo assim, a oportunidade de conhecer outras coisas e outra realidade resgata qualquer jovem, indepen-dente da situação em que ele se encontra. se eu posso, eles tam-bém podem. o sempre em frente irá me impulsionar muito e, com certeza, norteará os meus passos para a realização dos meus sonhos”. a nova aluna explica que mal começou nas aulas e já está aprendendo que o quesito básico para o sucesso é, de fato, seguir em frente. “carrego na minha alma a certeza de que os obstáculos vão aparecer, mas que o segredo do sucesso está jus-tamente na superação, e que devemos sempre persistir naquilo que almejamos. aprendi que não importa de onde eu vim, o im-portante é para onde eu vou, e que traçar um caminho de sucesso independe das minhas condições financeiras e do local onde eu moro. como disse anteriormente, quero e preciso multiplicar o impacto dentro da comunidade, pois acredito que fazer um mun-do melhor e justo para todos é possível. ser parte de um projeto como este me faz ter a certeza de que sonhar é bom, mas realizar é melhor ainda”, enaltece a menina que sorri com os olhos. Thaila Martins é outra aluna desta terceira turma, que veio por meio do projeto garotas Brilhantes, da adra. “o sempre em frente me ajudou muito nas questões pessoais, me mostrou que posso ser alguém, mudou meu modo de enxergar o mundo”, afirma a jovem. Das suas aspirações para o futuro, Thaila conta que quer trabalhar com empreendedorismo e projetos sociais. “o projeto entrou em um momento muito propício na minha vida. estou com 16 anos. essa é a oportunidade para eu estudar sobre um assunto que, no futuro bem próximo, quero trabalhar. eu me sinto grata a todos que me ajudaram a fazer parte disso”, comen-ta a estudante.

brilhO curso oferece para os alunos várias oportunidades, dicas e experiências para se dar bem no mercado de trabalho. Eu tive o grande prazer

de participar e ouvir as coisas tão essenciais e importantes das pessoas de sucesso. Até então, não sabia como tinha sobrevivido sem ouvir tudo isso! Hoje, posso dizer que sou uma pessoa bem melhor, tenho outra visão do mundo, de minhas conquistas pessoais e profissionais.

PaOlla GOmes murad 2ª turma/2016

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o no olho!

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Gestão social sustentável outros projetos já foram contempla-dos com sucesso pelo Núcleo e ajudaram várias instituições, como o serviço social são Judas, associação lar de Menores (alarme) e aacd. “a ideia é ajudar as instituições a descobrirem mecanismos de financiamento e sustentabilidade ad-ministrativa e econômica, de tal sorte que se tornarão empreendedores sociais mais independentes da caridade e de ações de socorro pontuais, mais autônomos, exem-plos de autoestima e superação para seus assistidos”, observa o presidente da acirp, paulo sader. além do sempre em frente, o NJe lançou também o projeto gestão social sustentável (gss). Thiago fontana, con-sultor empresarial e membro do Núcleo, explica que esse projeto tem a proposta de melhorar a gestão e a autonomia das ins-tituições sociais. são 12 meses de trabalho

Quero compartilhar aqui o que significou o curso Sempre em Frente para mim. Foi surpreendente, motivador, impressionante, incrível. Tive a oportunidade de conhecer pessoas incríveis, aprender com elas e aplicar esses ensinamentos

no meu dia a dia. A todo o momento, os facilitadores estavam nos motivando a fazer algo novo, a mudar a nossa rotina e, principalmente, nos incentivando a escolher nossa carreira. Foi muito bom porque eu já tinha ideia do que eu queria fazer, mas o curso me abriu a mente para algo maior e melhor. Tudo o que eu aprendi no curso eu vejo no dia a dia, é algo que podemos aplicar sempre. Agora estou no mercado, na área de administração, que mexe diretamente com empreendedorismo”.

núcleO de JOVens emPreendedOres

conjunto, focado no planejamento estra-tégico, na elaboração e acompanhamento dos projetos, e no aumento da geração e captação de recursos por meio de uma equipe multidisciplinar. “Quando finali-zarmos o gss, e as instituições estiverem mais capacitadas e aptas a atender um nú-mero maior de assistidos, podemos con-siderar que o objetivo maior foi atingido. Todas as entidades possuem uma grande dependência de doações e de repasses da prefeitura ou estado. Nesse novo proje-to, buscamos desenvolver outras formas de geração de renda, principalmente por meio do empreendedorismo, que é a prin-cipal bandeira do NJe”, explica o empresá-rio. No primeiro gss, que começou em

dezembro do ano passado e vai até no-vembro de 2017, a instituição escolhida para participar foi o iscei, que presta aten-dimento a crianças e adolescentes de baixa renda. até hoje, já foram realizadas mais de 10 reuniões para elaboração do planeja-mento estratégico e, atualmente, estão sen-do conduzidos dez projetos em conjunto com a instituição. “encontrei na acirp pes-soas com o mesmo ideal que o meu, que sabem que os obstáculos vão chegar, mas colocam a resiliência a frente de qualquer situação, e o mais importante: que acredi-tam que todo mundo nasceu para brilhar, no entanto o que falta para alguns é opor-tunidade. outro ponto forte no qual nos identificamos muito é que a Acirp, além de defender o empresariado e o empre-endedorismo, através do associativismo, também trabalha para o desenvolvimento de rio preto. isso vai muito ao encontro da missão do instituto, que é dar oportunida-de a crianças e jovens que se encontram em situação de extrema pobreza, estimulando e potencializando-os através do desenvol-vimento educacional, contribuindo, assim, para a construção de uma sociedade mais justa. posso dizer que esse encontro de ide-ais estava traçado por algo maior. acredito muito que, entre a faca e o queijo, o que falta para alguns é a fome, e eu sei que a fome de transformar, de empreender e de desenvolver rio preto é o que nos move. espero apenas que essa parceria seja eter-na”, comenta a empreendedora social e coordenadora do iscei, amanda oliveira.

mickaely dias 2ª turma/2016

Terceira turma do projeto Sempre em Frente em aula inaugural

“O projeto me ajudou muito nas

questões pessoais, me mostrou que

posso ser alguém, mudou meu modo de

enxergar o mundo”Thaila Martins

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esPecial

as novas tendências de

Giseli Barra é uma viajante. Nasceu brasileira, mas se considera cidadã do mundo. Já faz cinco anos que não finca

raízes e chama de casa os mais de 10 países que pôde visitar ao longo desse tempo. orgulha-se de nunca ter precisado alugar um apartamento com toda a burocracia cabível nessas situações e de nunca precisar comprar um carro para levá--la a alguns destinos mais difíceis de chegar por outros meios de transporte. a menina viajada tem, nas mãos, as duas experiências que consi-dera as portas do “mundo novo”: o airbnb e o uso de carros compartilhados.

consumo

O comportamento do novo consumidor modificou

drasticamente a forma como se relacionam empresas e clientes.

Hoje, ele não quer apenas possuir um produto. Ele quer viver

uma experiência. Isso cria novas tendências - especialmente

as digitais - e tira da zona de conforto empresas de todo o

tamanho, de todos os lugares do mundo. É o futuro chegando

com tudo para abalar os mais céticos. E quem não se adaptar

ao novo, corre o risco de morrer na praia

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esPecial

“viajo para muitos lugares. Às vezes fico um mês, às vezes 15 dias, às vezes três meses. Já aluguei apartamentos ou ape-nas quartos pela airbnb e sinto que essa é uma das grandes invenções da humani-dade. É tão simples, e tão bom! os carros compartilhados também são excelentes, porque a gente pega o carro num deter-minado local combinado, usa e devolve na hora e no local certo. É confortável e seguro. Não vejo mais a minha vida com-prando bens que eu tenho de ter por toda a vida. Tudo está em constante evolução, nós estamos em constante evolução. Não preciso possuir para me sentir rica. Me sinto rica simplesmente experimentando todas essas novidades. a experiência vale muito mais do que a posse”. de fato. Hoje em dia, as grandes em-presas estão investindo cada vez mais na onda da experiência e provocando no consumidor aquilo que existe de mais precioso para ele: o sentimento de ser úni-co. e tudo de forma muito simples: basta baixar um aplicativo em seu smartphone. o airbnb, tão utilizado por giseli, é um dos grandes exemplos das novas tendências que chegaram para abalar o mercado. avaliada em Us$ 25 bilhões, segundo a forbes, a empresa presta um serviço online ao consumidor e conecta pessoas que buscam locais para hospeda-gem com aquelas que possuem espaços para alugar – pode ser desde um simples quarto até um castelo –, cobrando uma taxa de 3% do anfitrião. O serviço é ofere-cido via aplicativo ou site. Hoje, esse mo-delo de compartilhamento de residências e hotelaria é considerado a maior rede de acomodações do mundo. detalhe: sem ter um único hotel! são quase três milhões de acomodações – para se ter uma ideia, o tradicional Marriott possui 1,1 milhão de apartamentos – forte presença em 190 pa-íses e 34 mil cidades. em 2016, cerca de 780 mil pessoas se hospedaram ou rece-beram alguém pelo site todos os dias. No Brasil, inclusive, a empresa virou parceira oficial dos Jogos Olímpicos para “acomo-dação alternativa”. o compartilhamento de carros é outra grande tendência social, mais um exemplo de como os consumidores estão preferindo compartilhar itens ao invés de possuí-los. Na europa isso já é um fenômeno – e não deve demorar muito para se tornar sucesso aqui no Brasil tam-bém. relatório da The Boston consulting

group (Bcg), empresa de consultoria em estratégia de negócios, apontou que o ser-viço de compartilhamento de carros deve crescer para 4,7 bilhões de euros até 2021, na região da américa do Norte, europa e Ásia. atualmente, esses continentes pos-suem 5,9 milhões de usuários e uma frota de 86 mil veículos. Montadoras já estão se movimentando para acompanhar o cenário de mudança: a gM e a ford, por exemplo, lançaram seus próprios servi-ços de compartilhamento de automóveis – ainda em fase de testes no Brasil. Tudo por meio de aplicativo e sites. o empresário gilberto Mariano, dire-tor do setor de Tecnologia de informação da associação comercial e empresarial de são José do rio preto (acirp), explica que, hoje, as novas gerações conseguem separar melhor aquilo que antigamente era visto como necessário. “até a geração x falava-se em ‘investir’ em um veículo, tratado tão bem como um membro da família. Quando escolhíamos um hotel, considerávamos a história em torno da-quele imóvel. Hoje em dia as coisas são mais práticas, se precisamos nos deslocar de um ponto a outro, muitas vezes é mais vantajoso chamar um Uber ou comparti-lhar um lyft, a alugar um carro. em bre-ve, mesmo em nossa própria cidade, será mais interessante utilizar esses serviços do que o nosso próprio carro. o que mui-tas pessoas ainda não perceberam é que essas mudanças estão acontecendo mui-to rapidamente e impactando indústrias inteiras, como a hoteleira (Booking.com e airbnb), a de transportes (car to go, Uber

e lyft) e, desse modo, todos precisaremos nos adaptar”, afirma. esse tipo de mercado colaborativo veio para ficar e já há algum tempo é as-sunto em todo o mundo. Mark levine, escritor norte-americano, disse recente-mente ao New York Times que “com-partilhar é limpo, urbano, pós-moderno; ser dono é maçante, egoísta, antiquado”. Warren g. Bannis, em seu livro organi-zing genius, escreveu que “nenhum de nós é tão inteligente quanto nós todos juntos”. esse serviço de democratização e compartilhamento mostra ao mundo que pessoas como giseli Barra estão cada vez mais preocupadas em possuir uma expe-riência ao invés de um produto ou servi-ço. Theodore levitt, professor mestre da Harvard Business school Marketing, uma das mais reconhecidas autoridades no assunto, já previu esse tipo de tendência em 1960, num estudo publicado na Har-vard Business review. segundo ele, “os clientes não querem comprar uma broca de um quarto de polegada. eles querem fazer um buraco de um quarto de polega-da”. o diretor de relações públicas da acirp, luiz fernando garcia, comenta que, cada vez mais, as exigências da so-ciedade com as pessoas e as instituições serão muitas, e as empresas precisarão reinventar sua relação com clientes, fun-cionários, colaboradores e parceiros. “É preciso pensar em uma comunidade de negócios, e isso é uma provocação para a quebra de paradigmas e para a cons-trução de uma nova realidade mais ágil,

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O marketing sensorial

As pessoas esquecerão o que você disse. Esquecerão o que você fez. Mas, nunca esquecerão o que você as fez sentir.”

É fato. a internet mudou a manei-ra das pessoas se relacionarem, agirem e se comunicarem. a fusão do mundo físico com o mundo digital trouxe no-vas experiências para clientes e está transformando drasticamente as rela-ções de consumo. o poder de compra e as exigências dos consumidores estão cada vez maiores e a fidelidade às em-presas cada vez menor. diariamente, a população é impactada com milhares de informações. “aproveitar bem essa enxurrada de dados é como descobrir petróleo. isso é enriquecedor, mas é preciso interpretar o que eles estão que-rendo dizer e entender como impactar o seu público positivamente com essas descobertas”, afirma o presidente da acirp, paulo sader. com o surgimento desse novo perfil de consumo, as empresas estão entendendo que apenas oferecer um

produto ou um serviço não está sendo suficiente para que seu negócio conti-nue lucrativo e sustentável. e é aí que entra o chamado “marketing sensorial” ou “marketing de experiência”. Hoje, não basta apenas achar que o cliente é especial. É preciso fazê-lo se sentir especial, gerar nele uma recordação emocionante, causar um impacto me-morável. grandes empresas já estão in-vestindo pesado nessa nova ferramen-ta e elaborando estratégias para gerar uma oportunidade de interação única e inesquecível com esse novo consumi-dor, fidelizando-o por meio do sentir, do experimentar, do tocar ou do chei-rar. a coca-cola protagonizou um dos cases mais interessantes de marketing sensorial em 2011 no Brasil. aprovei-tando o verão carioca, a empresa insta-lou um quiosque na praia de copacaba-

na e proporcionou ao seu público uma experiência incrível, mostrando como seria servida a “cola-cola perfeita”. o cliente precisava apenas apertar um botão. Nesse momento, um vídeo era acionado e o criador da bebida expli-cava qual a forma perfeita de se servir o refrigerante. depois, a máquina se abria e uma garrafa de coca-cola na temperatura de 3 graus era oferecida ao consumidor, que ainda ganhava um copo. outra ação interessante da mes-ma empresa promovia o valor do abra-ço, convidando transeuntes a abraçar sua máquina de refrigerante. Quando isso acontecia, ela despejava uma lata de coca-cola, de graça. em são paulo, no ano passado, a Kibon e a otima proporcionaram uma experiência diferente aos paulistanos. em abrigos de ônibus na cidade, uma sampling machine foi instalada numa ação para divulgar o novo fruttare Mousse de Morango. o picolé era de graça, bastava apenas digitar o número do cpf na máquina. Na argentina, outro grande exem-plo de marketing sensorial deu o que falar no mundo todo. a empresa Milka colocou uma vending machine em um local público e, na frente da máquina, foi colocada a vaca símbolo da marca, sem nenhum tipo de informação, o que obrigava o público a pensar sobre a finalidade desses dois objetos. A ação consistia em apertar ao mesmo tempo o botão que ficava na máquina e o botão da vaca, distantes um do outro. para conseguir, as pessoas precisavam for-mar uma corrente. e, cada vez que os botões eram acionados conjuntamente, saíam dezenas de chocolates da máqui-na, mas a vaca ia se afastando, fazendo com que a corrente humana tivesse de ser cada vez maior. recentemente, a empresa “o Boti-cário” presenteou suas consumidoras com a nova loção da marca, cuide-se Bem Nuvem, numa ação de marketing que incentivava clientes a compartilhar mensagens inspiradoras pela internet com as amigas, em troca do produto. É exatamente disso que trata o ma-rketing de experiência: ativar os sen-tidos básicos do ser humano e vender pelo encantamento, pela recordação, pela emoção. ao fazer isso, as empre-sas estão reinventando o próprio mode-lo do varejo em si. e, o principal: não é

maya anGelOu

mais fluida e fundamentada no compro-misso entre as partes e na ética. as pes-soas precisarão se reinventar, pois criarão internamente valores que privilegiam a felicidade, a vida em conjunto, o compar-tilhar e, principalmente, a participação na tomada de decisões em todas as instân-cias. Reinventar-se é o desafio frente às tendências”, explica o empresário.

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Hoje é necessário correr mais rápido para se continuar no mesmo lugar.”

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preciso muito investimento. essa é uma tendência que veio para ficar. Há não muito tempo, as empre-sas focavam seus produtos e serviços olhando apenas para as suas necessi-dades. Hoje, o cenário é completamen-te diferente. renato Mendes, sócio da aceleradora organica e professor de pós-graduação do insper, comenta que o consumidor está muito mais exigente em relação ao que consome. “o que as empresas precisam fazer? precisam se colocar do ponto de vista do consumi-dor. adequar suas práticas e sua pro-dução não para satisfazer um modelo de negócio, mas, sim, para atender as necessidades desse consumidor. em-presas vencedoras estão percebendo que o que elas precisam fazer é encan-tar os clientes. e por quê? porque são eles que pagam a sua conta! são eles que estão financiando seu negócio. En-tão, é preciso parar de pensar no que é melhor do ponto de vista da empresa e começar a pensar em como encantar para fidelizar clientes e fazer com que eles tragam ainda mais clientes para o seu negócio”, explica. a repercussão desse tipo de estra-tégia é mensurável na medida em que retornam as manifestações e provo-cações dos consumidores na internet, onde as multidões estão reunidas. os números mostram a mina de ouro – ou não – que as empresas estão pisando: até 2018, o número de smartphones no Brasil deverá chegar a 236 milhões e os dispositivos conectados a internet che-garão a dois por habitante, totalizando

416 milhões de aparelhos. os dados são da 27ª pesquisa anual de administra-ção e Uso de Tecnologia da informação nas empresas, realizada pela fundação getúlio vargas de são paulo (fgv-sp). outra pesquisa, realizada pela agência eMarketer, mostrou que o Brasil é o país que mais usa redes sociais na amé-rica latina, com previsão de que até o final do ano sejam mais de 97 milhões de usuários, principalmente no face-book e Twitter. “com um celular nas mãos, um consumidor é capaz de fazer uma compra com um único click ou de acabar com a reputação de uma mar-ca com um único post. Tudo isso em questão de segundos. as empresas que ainda não entenderam isso vão ter pro-blemas. Toda a estratégia de negócios precisa ser repensada e deve colocar o cliente no centro dela”, afirma Renato. o vice-presidente da associação comercial e empresarial de são José do rio preto, Jorge luis de souza, ex-plica que o marketing de experiência já, há algum tempo, é assunto constan-te da maior feira de varejo mundial, a retail´s Big show, promovida pela Na-tional retail federation, que acontece anualmente em Nova iorque, e envolve também questões simples de serem re-solvidas dentro da própria loja. “Defi-nitivamente, a experiência de compra é um processo que vem se consolidando e passa, inclusive, por toda a ambien-tação da loja até a personalização do atendimento. para isso, o varejista precisa consolidar um banco de dados mais completo, que capture os hábitos de consumo dos clientes (produtos, pe-riodicidade da compra, valor médio da compra etc.) para que, assim, ele possa fidelizá-lo e tratá-lo de forma exclusiva. Uma vez com esses dados disponíveis, a comunicação é direta, objetiva e muito mais assertiva, diminuindo seu custo. a aplicação e utilização do marketing sensorial passam, primeiramente, pela necessidade do varejista em conhecer o seu cliente e interagir com ele”, comen-ta. para alessandro Bossan, diretor de Marketing da acirp, o processo de fidelizar nada mais é que “transformar uma relação racional num puro instinto de desejo”. o empresário explica que o consumidor tem de querer e desejar

a empresa sem se dar conta disso. “al-guns pontos importantes que devem ser observados pelos empresários pas-sam pela limpeza do ambiente; ilumi-nação adequada ao produto que você vende; uniformização da equipe; dis-curso positivo, claro e afetivo da equipe interna; organização de produtos no es-paço físico; aromas, texturas e visual ar-quitetônico; e o caixa. acredite, o caixa é fundamental no marketing sensorial. e vou explicar essa importância por meio de um caso que aconteceu comi-go: eu estava numa loja de roupas junto com meu filho, que esperava sentado numa confortável poltrona de couro. a loja é linda, ar condicionado gelado, som ambiente no volume ideal, aroma delicioso, vendedor atencioso, enfim, tudo perfeito. No momento do fecha-mento da compra, meu filho pede para ir ao banheiro. estávamos num shop-ping. e isso, com certeza, atrapalharia o processo de fechamento. de prontidão, a caixa da loja, uma jovem simpática e muito séria, se ofereceu para acom-panhá-lo. Teve gratuitamente esta ati-tude. e, confesso, todas as maravilhas da loja teriam caído por água abaixo se naquele momento a ‘sensibilidade da caixa’ fosse negativa. isso é marketing de percepção. isso é sensorial”.

PHiliP kOtler

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O digital é pra valer os números da rápida urbanização impulsionaram o crescimento econô-mico e mudaram totalmente os hábitos de compras e consumo de produtos e serviços. e a coisa só vai crescer ainda mais. dados do estudo “The megacity state: The world’s biggest cities shaping our future”, realizado pela allianz e di-vulgado em novembro de 2015, mostra que até 2030 deverão existir 41 megaci-dades com mais de 10 milhões de ha-bitantes cada – hoje são 29 conglome-rações. para se ter uma ideia da rápida evolução, há pouco mais de vinte anos o mundo tinha 10 megacidades, ape-nas. a urbanização deverá introduzir quase dois bilhões de consumidores na economia mundial até 2030, impactan-do ainda mais as relações e tendências de consumo. e o empresário precisará se preparar para isso. em 2015, a suprema corte dos estados Unidos declarou inconstitu-cionais as leis estaduais que proibiam casamentos entre gays. imediatamen-te após o anúncio da medida, o então

presidente dos estados Unidos, Barack obama, tuitou: #loveWins. foi o que bastou para gerar um verdadeiro tsu-nami digital. de acordo com o labora-tório de estudos sobre imagem e ciber-cultura (labic), a expressão usada por obama apareceu, num período de 24 horas, em 12 milhões de publicações na internet em todos os idiomas – 630 mil só em português. empresas conectadas às transformações digitais não perde-ram tempo e farejaram valiosas opor-tunidades para estreitar ainda mais a relação com seu público em meio ao

caos – positivo – de manifestações onli-ne. a grande maioria tingiu com as co-res do arco-íris os seus logotipos. aqui no Brasil, saraiva, outback, gatorade e Netflix foram apenas algumas das inú-meras empresas que também pegaram carona na onda de amor que invadiu a internet. Toda essa estratégia foi pensa-da de forma rápida, espontânea – e com segundas intenções, é claro. “o raciocínio que é importante fa-zermos é o seguinte: as marcas podem em algum momento falar, criar as suas conversas a partir de tópicos que fazem sentido para elas, mas elas também têm que estar o tempo todo monitorando conversas que já estão acontecendo. No caso do #lovewins foi exatamente isso. as marcas que estavam atentas às tendências, atentas aos diálogos que estavam acontecendo, foram capazes de participar dessa conversa. e como é que uma marca participa das conversas que estão acontecendo? primeiro pas-so: ela precisa monitorar; segundo pas-so: ela precisa entender se faz sentido entrar nessa conversa; terceiro passo: ela precisa dialogar. esses fenômenos costumam ser muito ricos e são oportu-nidades bem bacanas para as marcas”, comenta renato Mendes. outra grande sacada dentro desse universo de oportunidades digitais foi a da marca oreo, numa ação espeta-cular do super Bowl 2013 e que, pas-me, aconteceu ‘no susto’, depois que um apagão deixou no escuro o maior evento esportivo dos estados Unidos. aproveitando a oportunidade, e em questão de minutos, a equipe de pu-blicidade da Mondelez, dona da marca de biscoito, publicou nas redes sociais – Twitter e facebook – uma foto acompa-nhada da legenda: “You can still dunk in the dark” (você pode mergulhar o seu biscoito mesmo no escuro), numa referência ao famoso jeito dos norte--americanos de consumir a bolacha molhada no leite. o que se seguiu ao post foi um verdadeiro touchdown da empresa: a imagem teve um alcance de

A inteligência estratégica é um dos mais valiosos ativos nas economias modernas. Se cerque de competentes, não de fazedores por encomenda.”

alessandrO BOssandiretor de Marketing da acirp

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525 milhões de visualizações, gerou mí-dia espontânea em mais de 100 países e colocou a empresa nos trending topics do mundo todo. detalhe: a oreo nem patrocinava a competição. “a maior parte dos empresários brasileiros ain-da não acordou para esse fenômeno do digital. eles ainda não entenderam o tamanho da possibilidade que estão perdendo quando não estão aderindo”, observa renato Mendes. Definitivamente, o futuro do va-rejo passa pelo digital. isso é real, e é pra valer. a grande questão é que a maioria das empresas ainda engatinha no assunto. Muitos empresários se de-pararam com o novo, mas não têm no-ção de como aplicar esse tipo de ação estratégica no dia a dia de seus negó-cios, ou acredita que vai gastar muito com a implantação desta ferramenta. para os que têm esse tipo de receio, re-nato Mendes explica que uma excelen-te forma de aprendizado é a realização de testes. segundo ele, não se aprende algo somente na teoria, é preciso “colo-car a mão na massa”. “as pessoas ques-tionam muito se o facebook vende, se o Whatsapp vende. para minha empresa pode vender, para a sua não. depende de que consumidor estamos falando, de que serviço estamos prestando. eu gos-to muito do que chamamos de ‘cultura de testes’. eu tenho que estar o tempo inteiro testando novas modalidades de venda e entendendo o que se adéqua melhor ao meu negócio e ao meu con-sumidor. para alguns, o facebook vai funcionar maravilhosamente bem, para outros nem tanto. a magia do digital é a seguinte: conseguimos testar tudo, de maneira muito rápida, muito bara-

ta e 100% mensurável. acabou a velha economia, a era do achismo, do ‘eu acho que funciona’. No digital, isso não existe. eu meço e sei exatamente o que funciona e o que não funciona. cus-ta 30 reais para fazer um anúncio no facebook. Não deu certo? eu não me desespero. simplesmente paro e adoto uma outra possibilidade. fico o tempo inteiro testando e vendo o que interessa pra mim”, explica o empresário. A globalização intensificou, tam-bém, o comércio eletrônico. Hoje, o e--commerce não é apenas mais um “pe-dacinho” do varejo: no mercado chinês, por exemplo, ele representa cerca de 20% das vendas, no varejo norte-ame-ricano 10% e, no Brasil, cerca de 4%. previsão do presidente do conselho de comércio eletrônico da fecomerciosp e ceo da ebit, pedro guasti, com base na pesquisa conjuntural do comércio eletrônico fecomerciosp/ebit, mostra boas perspectivas de faturamento ao e-commerce brasileiro, que deverá ter alta de 10% a 15% em 2017. “esta ten-dência é irreversível, e cabe aos varejis-tas se adaptarem a ela. pelo e-commer-ce, o potencial de público consumidor é enorme e, portanto, com maior possi-bilidade de gerar mais vendas. dentro dessa discussão, também observamos que a discussão sobre o fim da loja físi-ca em detrimento da loja virtual já esta superada. elas irão coexistir. inclusive, existem varejistas que conceberam seu negócio baseado em lojas virtuais que hoje estão operando com lojas físicas – amazon é o melhor exemplo. o futuro mostra que, em algum momento, lojas físicas deverão ter em seu espaço for-mas do cliente interagir virtualmente”,

observa o vice-presidente da acirp, Jor-ge luis de souza. os empresários despreparados pa- ra essas novas tendências de consumo estarão ameaçados? o mundo digital é acessível a qualquer empresa? sem dú-vida. renato Mendes comenta que as microempresas costumam, inclusive, tirar muita vantagem desse ambiente. “o primeiro passo é entender qual o objetivo com o digital, se teremos um e-commerce para vender, se queremos fazer um trabalho de construção de marca, se queremos dar visibilidade aos nossos produtos. precisamos ter um objetivo claro para, depois, fazer um plano e começar a entender como é essa dinâmica. independentemente do objetivo, o que você precisa é conhecer o canal que você vai trabalhar e conhe-cer as características desse mundo, que são bem diferentes do off line”, explica renato Mendes.

esPecial

Algumas tendências chegarão rapidamente às nossas vidas, e precisaremos nos preparar para elas. Um grande exemplo de novas tendências é a Realidade Virtual versus a Realidade Aumentada. Por anos, temos acompanhado o uso da realidade virtual como entretenimento. A realidade

aumentada já é realidade e impactará muitas indústrias. Trata-se da combinação de objetos reais interagindo com objetos virtuais. No filme ‘Os Vingadores’, o Homem de Ferro faz uso dessa tecnologia, que deixou de ser algo futurista e está disponível nas lojas, como os óculos Holo Lens, da Microsoft, e também o jogo que virou febre mundial, o Pokémon Go. A impressão 3D já vem sendo utilizada em várias indústrias, até mesmo na saúde, para criar partes a serem incorporadas ao corpo humano, em substituição de ‘peças’ defeituosas ou desgastadas pelo tempo.”

GilBertO marianO diretor de T.i da acirp

“Sabendo usar o digital ao nosso favor, ele é um grande aliado para momentos de crise. No Facebook, por exemplo, eu consigo falar exatamente com as pessoas que eu quero. O digital faz com que você otimize seu investimento”.renatO mendesprofessor de pós-graduação do insper

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Megatendências globais e o brasil

analistas de variadas matizes ideo-lógicas parecem concordar com ao menos uma opinião: a de que esta-

ríamos vivendo tempos singulares. embora possa soar como mais um jargão, há, porém, razões para não negligenciarmos a opinião. Afinal, estamos passando por grandes e visí-veis transformações nos campos político, so-cial, ambiental e econômico. No campo eco-nômico, já se identificam megatendências que muito provavelmente influenciarão o dia a dia das pessoas, dos negócios e da eco-nomia global ao longo das próximas décadas e dentre elas destacamos as que seguem. primeira, crescente interdependência entre as economias. as economias estão cada vez mais interligadas por complexos e intrincados canais de transmissão que vão muito além do comércio de bens. de fato, a alocação dos recursos e a formação dos pre-ços internos dos bens e serviços são cada vez mais influenciadas, direta ou indiretamente, por fatores econômicos, financeiros, políticos e regulatórios internacionais e até mesmo as economias mais fechadas estão sujeitas àquelas forças. segunda, o crescente intervencionismo dos governos nas economias. os governos, inclusive os de países desenvolvidos, estão influenciando cada vez mais o funciona-mento das economias e alterando incentivos, a alocação de recursos privados e a remu-neração do capital e do trabalho. dentre as intervenções incluem-se o crescente ativismo normativo dos Bancos centrais, o crescente ativismo fiscal, a popularização dos acordos comerciais preferenciais, as legislações de propriedade intelectual e de serviços e as invasivas regras de investimentos e de mo-vimento de pessoas. Terceira, a crescente rele-vância das novas tecnologias de produção e de gestão para a geração de riqueza. automação da produção, impressoras 3d, internet das coisas, tecnologias na nuvem, tecnologias na área energética, lean ma-nufacturing e cadeias

artigopor JoRgE ARbAChE

globais de valor figuram dentre as tecnolo-gias que estão revolucionando a forma como se produz e se gerencia a produção, alteran-do o jogo da competição. Mas a tendência mais perturbadora nessa área está associada à crescente importância da interação entre agentes econômicos em nível nacional para a determinação da competitividade. por aqui passa a explicação da reemergência dos es-tados Unidos como potência manufatureira global. Quarta, a crescente relevância dos ser-viços para a geração de riqueza. os serviços assumiram em definitivo o protagonismo econômico a partir do momento em que pas-saram a se combinar com os bens manufatu-rados numa relação sinergética e simbiótica para criar bens que nem são produtos ma-nufaturados convencionais nem tampouco serviços finais - tratam-se de bens manufa-turados com novas funcionalidades e ele-vada participação de serviços como design, softwares, patentes e marcas no valor final. Mas a tendência mais impactante está asso-ciada à comercialização de serviços em nível global, como já são os casos de serviços de educação, saúde, entretenimento, projetos, telecomunicações e serviços financeiros. Por fim, a crescente consolidação dos mercados. a globalização e as intervenções governamentais estão alterando a noção de tamanho e escala de mercado e uma das consequências é a crescente consolidação de vários setores, incluindo indústrias críticas como a farmacêutica, química, eletrônica, mecânica, de energia, alimentos, serviços fi-nanceiros e de telecomunicações. empresas que antes eram consideradas grandes e in-fluentes em âmbito nacional ou até regional passaram a ser consideradas pequenas para o mercado global, perdendo a capacidade de competir, investir e inovar. o problema dessas megatendências é que elas não são neutras do ponto de vista

coletivo - tamanho da econo-mia, estágio do desenvol-vimento, influência políti-ca, acesso a crédito, base

tecnológica e moeda estão dentre os fato-res que estabelecem condições altamente

assimétricas de competição entre países e endogenizam os seus próprios destinos na economia global. duas ilustrações recentes são as políticas ultra-heterodoxas do fed e suas implicações na economia internacio-nal e a capacidade política e econômica dos americanos e europeus de validarem as suas estratégias de liberalização internacional do setor de serviços, os quais são vistos por eles como as fontes primárias de geração futura de empregos naqueles países. as megatendências indicam que, ao contrário da previsão de muitos analistas de que haverá convergência de renda per capita entre países desenvolvidos e emergentes, é mais provável que haja, isto sim, aumento da divergência entre eles. as megatendên-cias também sugerem que, em razão da fa-lácia da composição, não haverá lugar ao sol para todos os países. por isto, não é exagero prever que as próximas décadas venham ser mais, e não menos desafiadoras para os paí-ses em desenvolvimento. as evidências mostram que poucos paí-ses emergentes conseguiram ascender ao sta-tus de nações prósperas nas últimas décadas e dentre elas estão aquelas que embarcaram em agendas de reformas focadas na geração de conhecimento, tecnologias, agregação de valor, internacionalização de empresas, aquisição de ativos estrangeiros com trans-ferência de conhecimento, participação em cadeias globais de valor e formação de mar-cas globais. este é o caso da coreia do sul e, possivelmente, da china. Quanto ao Brasil, estamos ainda bas-tante ocupados tentando resolver nossos problemas básicos de educação, saúde, infra-estrutura, inflação, equilíbrio fiscal e gestão pública e estamos, por isto, passando ao lar-go das discussões e das agendas críticas do século xxi. a esta altura dos acontecimentos, se quisermos nos tornar uma nação próspe-ra, teremos que nos reinventar para encon-trar formas novas de fazer políticas públicas que nos conduzam a atalhos que ao mesmo tempo deem conta das agendas do século xx e do XXI. Não será fácil. O desafio está posto e é tarefa de nação e não apenas de governo. para tanto, será preciso muita determinação, senso de urgência e de responsabilidade e, acima de tudo, sabermos o que queremos.

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e c o n o m i s t a

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O que sãO megatendên-cias e cOmO elas pOdem

alterar Os paradigmas ecO-nômicOs e sOciais existen-tes? FÁBiO gandOur: Megatendências, ou "megatrends" em inglês, foi uma palavra construída em 1988, por John Naisbitt, um escritor, palestrante e fu-turólogo americano, quando publicou o seu livro mais conhecido "Megatren-ds: Ten New directions Transforming our lives". Neste livro, o autor explica que algumas mudanças em andamento iriam mudar a forma como as pessoas

fáBiOGandOur

E N T R E V I S T A

O cientista chefe do laboratório

brasileiro da iBm research division faz uma análise exclusiva para a revista acirp sobre o impacto das megatendências para o setor empresarial

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comendações deste livro foram usados por muitas empresas que pretendiam entrar no mercado da china. Na mes-ma linha, o efeito de megatendências globais na cidade de são paulo não será o mesmo do que em ribeirão preto. as culturas são diferentes, os comporta-mentos são distintos e, por isto, a reação das pessoas - incluindo produtores e consumidores - é diversa nas duas ci-dades.

quais as principais me-gatendências sOB O

pOntO de vista ecOnômicO e empresarial para Os próxi-mOs anOs? FÁBiO gandOur: da mesma forma que a percepção e uso das megatendên-cias foram estratificados por geografias e até por cidades, há também uma es-tratificação por segmentos de indústria e segmentos de produção. dou um exemplo: hoje existe uma megatendên-cia global para a produção automática de conhecimento, por meio do que vem sendo chamado de Inteligência Artifi-cial. Mas a forma como esta megaten-

dência deve chegar a ribeirão preto será, muito provavelmente, por meio da forte automatização do agronegócio, típico da região. e mesmo dentro do agrone-gócio, o modelo usado para criar cogni-ção automática - chamado computação cognitiva - em uma lavoura de cana--de-açúcar é diferente do modelo usado em uma lavoura de grãos. o ideal neste caso é avaliar o local para onde se estu-da a megatendência e dar uma resposta orientada ao empresariado deste local.

as empresas Brasileiras estãO preparadas? qual

O melhOr caminhO para O empresariadO? FÁBiO gandOur: Muitas empresas brasileiras estão preparadas e aquelas que ainda não estão, vão se preparar ra-pidamente. e o principal neste preparo é saber que a tendência existe e que é pre-ciso estar aberto a conhecer e avaliar a inovação. este é o melhor caminho a ser seguido pelo empresariado. ignorar es-tas tendências e achar que elas vão atuar apenas nas metrópoles e não vão chegar ao interior pode ser uma atitude arrisca-da. principalmente se o seu competidor entrar neste mundo antes.

qual a nOva era da tec-nOlOgia? as empresas

Brasileiras jÁ estãO usandO sOluções de cOmputaçãO cOgnitiva?FÁBiO gandOur: em geral, pode-mos dizer que a nova era é definida como a era em que os grandes acúmulos de dados podem ser usados para pro-duzir conhecimento de forma automa-tizada. É isto que chamamos de com-putação cognitiva. e várias empresas brasileiras já usam soluções cognitivas. É bem provável que o nosso leitor já tenha até sido atendido por uma destas soluções cognitivas usadas no mercado de serviços e nem tenha notado que ele conversou com uma máquina. isto será cada vez mais frequente no mundo que vivemos. prepare-se!

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se relacionam, consomem produtos e serviços, se comportam diante dos outros etc. Naisbitt chama a atenção, principalmente, para aspectos econô-micos, políticos e sociais. de fato, aqui não cabe perguntar "...como elas podem alterar os paradigmas econômicos e sociais existentes?", porque a consequ-ência das megatendências é a própria essência da mudança. podemos ilustrar esta essência pensando em ocorrên-cias econômicas, políticas e sociais que ocorreram no Brasil desde 1988, quan-do Naisbitt chamou a atenção para este tema: na economia, o Brasil atravessou um momento de euforia, turbinado por fatos como o bônus demográfico; na po-lítica, a abertura de canais de voz para a comunicação e reivindicação através de mídias sociais; e na sociedade, o sur-gimento de comportamentos apoiados em semi-fatos, que interpretados pelas pessoas, se transformam e constituem o que os estudiosos da comunicação estão chamando de "pós-verdade"- e que bem podem ser "pré-mentiras". Na prática, este cenário implica em atitudes de descrença em tudo que se vê, se ouve e pratica. É a era do descompromisso com tudo. Talvez seja esta a maior me-gatendência do momento atual.

nO que sãO Baseadas es-sas megatendências? as

mudanças acOntecerãO em que intensidade e de que FOrma?FÁBiO gandOur: Megatendências são notadas e descritas por observa-dores da politica, da economia e da sociedade. estes observadores detec-tam fatos no presente e projetam o seu efeito no futuro. Quanto à intensidade e a forma com que estas tendências vão se manifestar, o próprio John Naisbitt percebeu que em cada cultura, em cada geografia, a manifestação de megaten-dências tem nuances próprias. Tanto que em 1997, nove anos depois do livro inicial, ele publicou outro livro chama-do "Megatrends asia". o conteúdo e re-

Na mesma linha, o efeito

de megatendências

globais na cidade de São

Paulo não será o mesmo

do que em Ribeirão Preto.

As culturas são diferentes,

os comportamentos são

distintos e, por isto, a

reação das pessoas -

incluindo produtores e

consumidores - é diversa

nas duas cidades.

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Bastidores p o r d e n t r o d a n o t í c i a

tendências do VareJode nova iorque para rio preto, essa é a ponte que a acirp estreita em todas as edições do seminário do varejo, que neste ano chegou à quarta edição. em uma manhã inteira de atividades, o encontro, realizado no início de abril, apresentou o impacto social e as atualizações do mercado varejista para cerca de cem empresários. todo conteúdo foi embasado na maior feira do segmento do mundo: a nrF – retail’s Big show que aconteceu em nova iorque no início do ano. esta edição do seminário contou com a presença do prof. dr. Francisco alvarez, que, além da palestra para traçar esse panorama internacional do varejo, aplicou pela primeira vez dinâmicas e atividades práticas em um workshop exclusivo aos participantes.

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em uma iniciativa inédita, a acirp promo-veu o “ciclo do empreendedorismo” no shopping cidade Norte, por meio de suas diretorias para Meis e distrital Norte. a proposta do evento, que aconteceu de 27 a 29 de março, foi orientar, capacitar e elucidar oportunidades de negócios para geração de renda gratuitamente. durante os três dias de atividades no centro de compras, o público pôde contar com aten-dimento do sebrae-sp, senai, sesi e Banco do povo, além dos consultores da própria associação. por lá foram oferecidas opor-tunidades como empréstimos pelo Banco do povo até bolsas integrais de estudos para cursos profissionalizantes. Assim, o evento abrangeu dois públicos distin-tos: tanto aqueles que já empreendem e precisavam de uma força extra, quanto quem estava em busca de um reposiciona-mento no mercado até o processo de início de formalização como Mei. de forma complementar, quatro palestras de cunho técnico e informativo foram ministradas por especialistas no local. os eixos temáti-cos dos encontros consistiram na abertura de empresas, liderança, marketing digital e mercado de trabalho.

ciclo do eMPreendedorisMo os convites esgotados um mês antes do seminá-

rio acirp de liderança indicava que o evento pro-metia surpreender e novamente deixar um legado de aprendizado inatingível em outras oportuni-dades. e assim foi. com mais de quatrocentos empresários presentes, a quarta edição do seminário cumpriu com o propósito de debater polí-tica, economia e impactos sociais na macro e micro-esfera, levando ao público noções técnicas e práticas que impactam diretamente no planejamento do seu negócio. para compor esse cenário tão amplo e costurar as idéias de forma que a diversidade nas empresas seja entendia sob a ótica das finanças, do marketing e da ética, o Seminário contou com palestras do economista Dony de Nuccio; do evangelista da accountability, João cordeiro; do expert em MKT digital, renato Mendes; do especialista em gestão de pessoas, Osvaldo Nascimento e do historiador e filósofo, Leandro Karnal. O evento, definitivamente consolidado pelo seu sucesso no calendário da enti-dade, mais uma vez, teve a assinatura da diretoria de Treinamento e desenvolvimento.

Pelo sUcesso, obrigado!

Tendo o centro de convenções da entidade como palco do encontro, o secretário de saúde, eleuses paiva, reuniu representantes da acirp, secovi, creci e imobiliárias para traçar estraté-gias de combate ao mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue, febre amarela, chikun-gunya e zica em locais à venda ou para aluguel. a reunião, que selou a união de esforços para o combate ao vetor nos imóveis fechados, definiu as diretrizes para os Mutirões nesses locais. o primeiro deles já aconteceu nos dias 23 e 24 de março nos bairros solo sagrado, vila Mafalda, Jardim das laranjeiras, estância floresta park e estância vista Bonita. de acordo com a secovi, rio preto tem hoje sete mil imóveis fechados, ou seja, sete mil possíveis criadouros do mosquito. as vistorias, que pretendem eliminar a proliferação do aedes, estimam contemplar toda a cidade.

JUntos contra o aedes FiscaliZaÇÃo coerente a acirp, em parceria com a secretaria de de-senvolvimento, promoveu uma reunião entre o juiz da vara da infância e Juventude de rio pre-to, evandro pelarin, e empresários do setor de bares e restaurantes para tratar da fiscalização desses estabelecimentos no que diz respeito à presença de menores de idades no local, e prin-cipalmente na coibição de bebidas alcoólicas. corroborada pelos empresários, a associação manifestou total apoio à iniciativa do Ministério público no que visa regulamentar a efetiva proibição de bebidas alcoólicas aos menores. “Temos de cumprir a lei, mas com ponderação. as abordagens iniciais assustaram clientes e a comunidade de forma geral. e isso acaba por prejudicar a imagem dos locais que atuam legalmente, titubeando-lhes a credibilidade, o que acaba por ferir o direito legítimo do em-presário em sua função”, destacou o presidente da acirp, paulo sader. o encontro resultou em uma pauta apresentada ao Juiz pela entidade, além da formação de um Núcleo com os empresários do segmento para criar um canal direto de diálogo com os agentes de fiscalização.

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O dia internacional da mulher foi mais do que celebrado na associação comercial. por meio do conselho da mulher empresária e empreendedora da acirp (cmee), dois eventos lotaram as dependências do salão nobre com o propósito de debater o tema e fornecer ferramentas para que esse time de guerreiras dê conta das múltiplas funções diárias. a plenária “cinco dicas práticas para empreender com sucesso mesmo na crise”, com a coach executiva Regiane Martins, reuniu quase cem mulheres entre empresárias, executivas e profissionais de diversas áreas e tratou da importância da autoconsciência das mulheres empreendedoras para alcançarem seus resultados. já no segundo encontro do grupo, carla volponi, coach especializada em gestão e produtividade, foi quem compartilhou seu conhecimento sobre como administrar o tempo de forma produtiva e equilibrada.

Unidas e eMPoderadas

Uma grande mobilização encabeçada pela prefeitura de rio preto uniu a acirp, entidades da sociedade civil, poder Judiciário, câmara Municipal e receita federal para apoiar o destinação solidária 2017. o programa incentiva a pessoa física destinar parte do imposto de renda devido diretamente para o fundo social dos direitos da crian-ça e do adolescente do município, que hoje atende aproximadamente 12 mil crianças e adolescentes de rio preto entre as 30 entidades assistenciais.

destinaÇÃo solidÁria

Uma comitiva de empresários associados da acirp participou de mais uma missão empresarial: a sexta edição da feira do empreendedor, promovida pelo sebrae sp na capital paulista. por lá, o grupo pôde adquirir conhecimen-to nos vários espaços destinados a palestras e bate-papo; além de conhecer as tendências, inovações, projetos de gestão/finanças e potenciais investimentos no mais de 400 estandes que compuseram a feira no anhembi parque.

atUaliZaÇÃo de oPortUnidades

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o conselheiro comercial da em-baixada do paquistão, syed alam, esteve presente na Acirp no final de fevereiro para um seminário vol-tado ao comércio. Na ocasião, ele destacou o interesse do país em am-pliar suas transações internacionais, tendo a política de investimento direcionada para a américa do sul. sendo hoje o quarto maior produtor de algodão do mundo, o paquistão tem suas exportações direcionadas no setor têxtil e alimentício.

coMÉrcio coM o PaQUistÃo

antônio carlos parise, presidente da acirp nas gestões de 1998 até 2002, foi reeleito vice-presidente da facesp – federação das associações comerciais do estado de são paulo para o biênio 2017-2019. parise continua representando a região administrativa de são José do rio preto dentro da federação, que também reele-geu como presidente para os próximos dois anos, alencar Burti.

FiQUe sabendo

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alô, associado!por RobERTo ToLEDo

t o l e d o r o b e r t o @ i g . c o m . b r

Tempo é dinheiro. Paguemos, portanto, as nossas dívidas com o tempo.

s O r r i a , B e B a m u i ta á G u a e s e J a f e l i z !

golPe de Mestre

PeGa O mOsquitO a vigilância ambiental da secretaria de saúde, cujo secretário é o médico eleuses paiva, também vice-prefeito, manda avisar que, a exemplo de anos anteriores, mais de 80% dos potenciais criadouros do mosquito aedes estão em recipientes que poderiam ter sido eliminados ou modificados pelos moradores. foram vistoriados mais de 20 mil imóveis.

Precisa educar Já está no forno a campanha de educação no trânsito que o prefeito edinho araújo pretende inserir nos jornais, emissoras de rádio e Tv. Mobilidade Urbana ainda é uma novidade para os motoristas e pedestres.

Perdeu O POstO o Banco do Brasil acaba de perder o posto de maior banco do país, levando em consideração o ranking de ativos totais. Que assume o posto é o itaú, que fechou o ano passado com r$ 1,43 trilhão de ativos e crescimento de 4,89%, enquanto o BB teve r$ 1,4 trilhão e crescimento de 3,24%.

cancelamentO de serViçOs cancelar serviços como Tv por assinatura, internet e cartão de crédito pode se tornar mais fácil no estado de são paulo. a medida está prevista na lei estadual 16.383/17, que obriga as prestadoras de serviço a disponibilizar o cancelamento do serviço por meio de telefone, internet ou correio. até que enfim! O problema é que para oferecer produtos o telefone da empresa funciona, mas, para cancelar, eles desligam o telefone e dizem que a linha caiu.

esPíritO de luz ele é o melhor orador espírita. vem aí divaldo pereira franco, nascido em 1927, portanto com 90 anos completos, mas ainda com fôlego de menino. a apresentação dele está marcada para o dia 28 de setembro, uma quinta-feira, em lugar ainda a ser definido. divaldo esteve em 18 países, realizou mais de 10.000 palestras, é doutor Honoris causa em Humanidade e discursou na oNU no primeiro encontro Mundial da paz.

acontecenomeio

nOVa sedePara oferecer mais comodidade, em uma estrutura ampla e adequada, a Austaclínicas, um dos maiores planos de saúde da região, passa a atender em nova sede, em um prédio de três andares, situado ao lado do Austa Hospital, na avenida Murchid Homsi, nº 1275. A mudança de endereço visa expandir os serviços, oferecendo aos clientes um ambiente com mais agilidade e eficiência. A nova sede reúne todos os setores da Empresa e funciona, de segunda à sexta-feira, das 7h30 às 17h30. Para os colaboradores, a estrutura disponibilizará instalações modernas para proporcionar dinamismo e funcionalidade. Tudo para que o ambiente se encha de sinergia, equilíbrio e gere bons resultados. Mais informações pelo telefone (17) 3203-1400.

a Vez dO uBerPaulo Sader, presidente da Acirp, foi um dos convidados de honra para explanar na tribuna livre da Câmara Municipal durante audiência pública que debateu a

legalidade do Uber no início de Abril. A Associação Comercial acredita na livre concorrência, pautada na ética e na lei, e propõe que uma nova legislação seja criada para autorizar a concorrência do Uber e de outras formas de transporte. Em seu discurso, Sader pediu que a legislação contemple o equilíbrio de obrigações e deveres dos prestadores de serviços, de modo que a concorrência seja leal, e não predatória.

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