consaúde #39

16
# 39 Governo regulamenta a Emenda Constitucional 29 e estabelece o quanto estados e municípios devem investir em saúde, mas o percentual para a União gera descontentamento www.pbh.gov.br/cms ANO XI - MAR. 12 Jornal do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte Distribuição Gratuita EC 29 www.pbh.gov.br/cms PRA VALER?

Upload: pbh-conselho-municipal-de-saude

Post on 15-Mar-2016

225 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Jornal do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte

TRANSCRIPT

Page 1: ConSaúde #39

#39

Governo regulamenta a Emenda Constitucional29 e estabelece o quanto estados e municípiosdevem investir em saúde, mas o percentualpara a União gera descontentamento

S www.pbh.gov.br/cms

ANO XI - MAR. 12

Jornal do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte Distribuição Gratuita

EC29

AGORA É

www.pbh.gov.br/cms

Con aúde

PRA VALER?

Page 2: ConSaúde #39

2

Opinião

AVOZDOLEITOR

@cmsbhfacebook.com/cmsbhEnvie sua opinião ou sugestão [email protected]

Gostaria de comemorar com os conselheiros

de BH o sucesso das conferências

de saúde. Estou super feliz

com o trabalho que realizamos.

Maria Aparecida Rodrigues Conselheira Municipal de Saúde de São Paulo

A versão digital do jornal está disponível em www.pbh.gov.br/cms

Uma pergunta recorrente sobre esse jornal é: por que as unidades de saúde

recebem tão poucos exemplares? Afinal, são muitos elogios às matérias e

informações veiculadas sobre o SUS.Parabéns ao ConSaúde.

Mesa Diretora CMSBH

Prezada Claudete,Os exemplares do jornal ConSaúde

destinados às unidades do SUS-BH são divididos de acordo com o número de

equipes de saúde da família, dentro da tiragem total.

Con aúde

EditorialExpediente

Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte Av Afonso Pena, 2336, Pilotis, Funcionários, Belo Horizonte MG Cep: 30.130-007

TELEFONES:(31) 3277-7733 FAX: (31) 3277-7814COMUNICAÇÃO:(31) 3277-5232

ConSaúde é uma publicação do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte, editado por sua Assessoria de Comunicação. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. O artigo assinado é de responsabilidade de seu autor e não expressa necessariamente a opinião do jornal.

MESA DIRETORA DO CMSBH

Cléber das Dores de JesusPRESIDENTE

Ângela Eulália dos Santos SECRETÁRIA GERAL

Paulo César Machado Pereira1º SECRETÁRIO

Wilton Rodrigues2º SECRETÁRIO

CÂMARA TÉCNICA DE COMUNICAÇÃO

Adolpho von Randow NetoCOORDENADOR

Cleide Alves SiqueiraSECRETÁRIA

MEMBROS: Adolpho von Randow Neto, Aurinho de Ma-tos, Claudete Liz de Almeida, Cléber das Dores de Jesus, Cleide Alves Siqueira, José Brandão Maia, Marta Auxiliado-ra Ferreira, Paulo César Machado Pereira,Valéria Almeida Rocha Ferreira, Valdir Matos de Lima e Vera Lúcia Gomes Alves

Luciane Marazzi MG 14.530/JPJORNALISTA

Ana TomaselliPROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO

Diego Rodrigues SantiagoESTAGIÁRIO

Santiago MartinsCHARGE

Ana TomaselliCAPA E ILUSTRAÇÃO

Rona EditoraIMPRESSÃO

Tiragem: 20.000 exemplares

www.pbh.gov.br/cms [email protected]

[email protected]

S

Continue a linha da sua vida.

Doe Sangue! Medula! Órgãos!

Começamos 2012 com perspectivas de muita movimentação para todo o ano. A presidente Dilma sancionou no dia 13 de janeiro a regulamentação da Emenda Constitucional 29 na Lei Complementar 141, mas a busca por mais recursos da União para a saúde foi frustrada. Além do mais, no con-tingenciamento das verbas orçamentárias, exatamente a saúde foi a mais prejudicada com um corte de 5,4 bilhões, embora o Ministério da Saúde

ainda continue com o maior orçamento de todos os tempos - 72 bilhões. Nessa esteira, inicia-se um movimento nacional articulado por várias entidades a favor de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular, que obrigaria a utilização de 10% dos recursos brutos do governo federal na saúde. Para que o projeto possa ser apreciado pela Câmara dos Deputados, serão necessárias cerca de 1,5 milhões de assinaturas em formulário próprio. Certamente temos fôlego para muito mais que isso, 3 milhões, 5 milhões... A Lei da Ficha Limpa foi conquistada pela iniciativa popular, com uma grande mo-bilização na sociedade. É preciso organizar essa coleta e o Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte (CMSBH) está participando diretamente dessa articulação e, em breve, vamos poder dizer: “Eu já assinei pelos 10% da Saúde!”. É neste cenário de lutas que vamos renovar o nosso Conselho em agosto. É hora de reafirmar a experiência acumulada, com a soma dos novos valores, tanto nas comis-sões locais, como nos conselhos distritais e, propriamente, em uma nova composição do CMSBH. Temos um conselho municipal combativo e atento aos direitos do cidadão, o que é nosso dever. Buscando fortalecer esse propósito, bem como estimular o estudo e a formação da comunidade, está em processo de finalização o convênio com a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESPMG), que irá ministrar cursos de capacitação para dois mil conselheiros e lideranças de saúde. Estamos em uma fase de debates e construção conjunta com a nossa Comissão de Educação Permanente e em abril, já começam as primeiras turmas. É importante relembrar que em outubro teremos as eleições municipais. Cada um pode exercer o direito de escolher o seu representante. Seja um eleitor consciente e convicto da sua escolha!

Um ano de desafios e oportunidades

Mesa Diretora CMSBH

Page 3: ConSaúde #39

Por JOSÉ BRANDÃO MAIA *

A primeira conferência de saúde foi realizada há 76 anos, em cumprimento a Lei Federal 378, de 1937. Ao longo do tempo as conferências foram se modificando. Mas, o objetivo princi-pal de avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a formulação de políticas para

a área nos três níveis de gestão continua. O relatório final de cada conferência deve refletir o ápice do desenvolvimento e do amadurecimento da sociedade brasileira no que tange às discussões e deliberações demo-cráticas referentes à saúde. Para isso, outras conferências já nos mostraram que os debates devem ser equilibrados e as discussões participativas, maduras e menos conservadoras, fazendo valer o que foi decidido e acordado. Em 2011, a 14ª Conferência Nacional de Saúde, sob o tema “Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social – Política Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro”, teve como desafio discutir o acesso e o acolhimento nas políticas de saúde com integralidade, universalidade e equidade. Nos cinco dias de trabalhos, estiveram reunidos 2.937 delega-dos e 491 representantes das 4.375 conferências munici-pais e 27 estaduais, realizadas em todo o país. Estes nú-meros refletem claramente que trata-se de uma discussão séria, tão grandiosa quanto o país que ela representa. Por isso, precisamos pensar um pouco melhor! Ao final da 14ª CNS podemos fazer uma análise não muito aprofundada, mas reveladora da atual situação do Brasil. A abordagem da efetivação do controle social no campo dos conselhos está limitada ao lado dos gestores, devido a falta de transparência nas informações e da pró-pria gestão, acrescentada à manipulação dos dados epide-miológicos. Há o uso de artifícios contábeis no manuseio

de recursos do fundo de saúde e a ingerência política na escolha dos conselheiros, que manipulam a aprovação das propostas. Ao observar usuários e trabalhadores, ficou claro a fragili-dade das entidades representadas. Falta articulação e aces-so às informações pelos segmentos na defesa de propostas em termos de um projeto comum. Cabe ressaltar que existe o corporativismo de conselheiros, sem desenvolver seu pa-pel e a realidade em que estão inseridos. Constatações como estas nos levam a considerar que os movimentos populares ligados à saúde estão desqualifica-dos e desmobilizados para ações coletivas, favorecendo a atuação dos grupos organizados em busca de interesses próprios. Isso só favorece os impedimentos à plena realiza-ção do controle social, desarticulando os conselhos institu-cionalmente o que, cá entre nós, diz respeito à democrati-zação do sistema. O resultado disso tudo é a ação de forças conservadoras, que retardam a inclusão da saúde na agen-da governamental, dificultando a expansão dos direitos de cidadania e o entendimento do que são as necessidades humanas elementares. Quem sabe em outro momento de debate, o processo de construção do SUS tenha como propósito real, a melhoria das condições de vida, reduzindo desigualdades sociais, com oportunidades equânimes, afim de promover a saúde como um bem físico e mental.

S Con aúde

Leia também a Carta da 14ª Conferência Nacional de Saúde à Sociedade Brasileira www.pbh.gov.br/cms

Con aúde Opinião

14ª Conferência Nacional de Saúde: que seja ao menos um aprendizado

* Conselheiro Municipal de Saúde

3

Page 4: ConSaúde #39

4

Notícias do Conselho

Conselho na

Assessores de comunicação de secretarias e conselhos de saúde, jornalistas da grande imprensa e blogueiros de todo o país, estiveram presentes à “Oficina Diálogos, Mídia e Saúde: quando o SUS vira notícia”, realizada du rante a 14ª Conferência Nacional de Saúde, em Brasília.

A assessoria de Comunicação do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte foi representada pela jornalista Luciane Marazzi. O evento teve como tema as conquistas e desafios do Sistema Único de Saúde e contou com a presença do ministro da Saúde Ale-xandre Padilha. Entre os expositores estavam o secretário de Gestão Participativa do Ministério, José Odorico, a socióloga e conselheira nacional de Saúde, Maria de Lourdes Rodrigues, a ex-repórter da Folha de São Paulo e do Estadão e atualmente produtora do progra-ma “Bem-Estar” da Rede Globo, Fabiane Leite e a médica do Hos-pital das Clínicas de Belo Horizonte e blogueira, Fátima Oliveira. Pela primeira vez comunicadores se reuniram em uma con-ferência para debater o SUS e discutir maneiras de compar-tilhar informações entre as assessorias e veículos de mídia, alcançando satisfatoriamente a população. A oficina atuou também como um espaço de interação para que os profissio-nais da área pudessem conhecer mais sobre o trabalho dos ou-tros, estimulando a formação de redes de contatos entre eles. Maria de Lourdes Rodrigues destacou que é fundamen-tal manter um canal de conversação permanente e respeito-so com todos os meios de comunicação e o ministro Alexan-

Comunicadores debatem as conquistas e desafios do SUS na 14ª CNS

O Sistema Único de Saúde (SUS) é o resultado de uma conquista da sociedade brasileira e transformou o nos-so país na única nação com mais de 100 milhões de habitantes que possui um sistema público de saúde. É por meio dele que todos os brasileiros têm acesso

aos serviços de saúde e prevenção de forma igualitária e universal. Mesmo assim, o SUS é um sistema grandioso e complexo, que também por causa de deficiências na sua gestão, sente reflexos no financiamento dos recursos. A assistência à saúde tem passado por melhorias consideráveis nos últimos anos, mas o atendimento ainda está longe de ser ideal. Atentos a estes problemas, usuários, trabalhadores e gestores, reu-niram-se em Brasília, de 30 de novembro a 4 de dezembro de 2011, para a 14ª Conferência Nacional de Saúde. Aproximadamente três mil delegados e participantes debateram o tema “Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social, Política Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro” e o eixo “Acesso e acolhimento com qualidade: um desafio para o SUS”.Participaram como delegados de Belo Horizonte os conselheiros Lúcia Ferreira Passos, Welson Alexandre dos Santos, José Bran-dão Maia, Wallace Medeiros e Paulo César Machado Pereira. A conselheira Valéria Rocha compôs a mesa de debates no pai-nel “Comunicação e Informação em Saúde como um direito humano

fundamental e pressuposto do direito à vida”, que abordou en-tre outos pontos o papel da televisão, das rádios comunitárias e blogs no compartilhamento de informações sobre o SUS. “Tentei retratar sob a ótica dos usuários os anseios e a necessidade do cidadão em discutir direitos e definir quais serviços de saúde de-seja receber, através da participação nos conselhos de saúde”.

dre Padilha disse que a imprensa deve fazer também o papel fiscalizador. José Odorico complementou dizendo que os con-selhos de saúde são importantes para que “a população se apo-dere dos seus direitos e aprimore a gestão regional do SUS”. A blogueira do “Tá lubrinando”, Fátima Oliveira falou da for-ma equivocada e irreal como a mídia em geral retrata SUS e acrescentou que os jornalistas que cobrem a saúde devem se preparar melhor e conhecer o que é saúde pública. Para ela, é preciso cobrar a função social do Jornalismo, tendo na fiscali-zação mais eficiente da mídia um degrau de apoio para o SUS.

14ª Conferência Nacional de Saúde discute acesso e acolhimento no SUS

Mutirão no CS Gentil Gomes promove a Saúde do Homem

Min

isté

rio d

a Sa

úde

Min

isté

rio d

a Sa

úde

Page 5: ConSaúde #39

5

Con aúdeS

Conselho Municipal de Saúde promove evento de conscientização racial

Novembro é o mês comemorativo da consciência ne-gra e o Conselho Municipal de Saúde de Belo Ho-rizonte (CMSBH) promoveu um dia especial para ressaltar a data e ajudar a manter a mobilização

pela igualdade racial no país. O evento organizado pelo CMS-BH serve como um momento de reflexão sobre a importância do povo africano no desenvolvimento da cultura nacional. Segundo a secretaria geral do CMSBH, Ângela Eulá-lia, a questão da etnicidade deve estar em todos os espa-ços de discussões de políticas públicas, inclusive no campo

da saúde, onde existem doenças específicas da raça negra. De acordo com a coordenadora de Promoção da Igual-dade Racial, Denise Pacheco, 50,2% da população de BH é negra. “É preciso buscar políticas que promovam a igual-dade racial em todo o estado, principalmente onde exis-te maior vulnerabilidade. A coordenadora afirmou ain-da que é preciso capacitar os conselheiros sobre o tema. O evento promovido pelo CMSBH contou ainda com mú-sica, apresentações de danças africanas e um momen-to para que as pessoas pudessem cuidar do seu bem-estar.

ConsciênciaNegra

Mutirão no CS Gentil Gomes promove a Saúde do HomemConselho Municipal de Saúde também discutiu o tema

A comissão local e os trabalhadores do Centro de Saúde Gentil Gomes realizaram, no final de 2011, o mutirão “SH: Sábado com H – Saúde do Homem”, nas regiões próximas ao bairro Santa Cruz. O evento teve a finalidade de colaborar na

redução da demanda por atendimentos e no diagnóstico precoce de doenças. A população contou com atividades de prevenção sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), álcool, drogas e tabagismo. Os interessados passaram por uma avaliação

Atendimentos – Aprox. 1.000

NÚMEROS DO Mutirão Saúde do Homem CS Gentil Gomes

Aferição de pressão e glicemia: 600

ECG: 20

Consultas urológicas: 52

Consultas clínicas: 68

Atendimentos odontológicos: 81

Vacinas contra Febre Amarela: 64

Hepatite B: 112

Vacinas contra DST: 64

clínica que incluía aferição de pressão arterial, eletrocardiograma (ECG), controle de glicemia e conferência do cartão de vacina. De acordo com a coordenação da comissão local, futuramente serão realizados outros mutirões sobre saúde da mulher e do adolescente. Já o Conselho Municipal de Saúde (CMSBH) aprovou, no dia 16 de fevereiro, uma resolução que define critérios para a políti-ca de saúde do homem e o rastreamento do câncer de próstata na capital. A resolução prevê que os profissionais da rede SUS-BH sejam qualificados para atuar de acordo com as normas do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Ficou definido ainda que o PSA (exame de sangue que determina a propensão a um tumor prostático) deve ser feito a cada dois anos e o toque retal em casos selecionados. A fila de espera por procedimentos e con-sultas urológicas também deve ser revista. O CMSBH concordou que, a exemplo do Centro de Saúde Gentil Gomes, a PBH or-ganize mutirões para esclarecer a população em toda a cidade.

Ana

Tom

asel

li

Aproximadamente mil homens foram atendidos durante o mutirão

CO

DIS

AN

E

Page 6: ConSaúde #39

6

Notícias do Conselho

Conselheiros Municipais na marcha

de abertura do Fórum Social Mundial

em Porto Alegre

REINVENTANDO O MUNDOConselheiros de Saúde de BH participam do Fórum Social Temático em Porto Alegre

O Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizon-te (CMSBH) participou das atividades do Fórum Social Temático (FST), que ocorreu de 24 a 29 de janeiro deste ano, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande Sul. Ao todo, 25

participantes representaram o CMSBH no evento. O tema prin-cipal foi a sustentabilidade e o meio ambiente, mas as discus-sões relacionadas às políticas sociais como a saúde, também estavam na programação. De acordo com os organizadores, aproximadamente 40 mil pessoas estiveram presentes no Fórum. O eixo norteador dos debates foi focado em dois aspectos: a conjuntura da crise econômica mundial e a realização da Conferên-cia das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20. Durante o evento foram realizadas cerca de duas mil oficinas. O presidente do CMSBH, Cléber das Dores de Jesus, dis-se que foi importante para os conselheiros discutir esse tema e trocar experiências com pessoas de todo o Brasil e até de pa-íses como Argentina, Espanha e Bélgica. O 2º secretário, Wil-ton Rodrigues, ressaltou que nesse ponto, o objetivo do FST foi atingido, fazendo com que pessoas de vários estados e cultu-ras, caminhassem de mãos dadas por uma sociedade mais justa.

Atividades

Os conselheiros de saúde da capital mineira participaram com entusiasmo da tradicional marcha dos movimentos so-ciais, que abriu as atividades do FST, no dia 24. Mesmo assim, o conselheiro Adi dos Santos percebeu que “houve muito ba-rulho e pouco sentido, ou melhor, mais luta pelas classes do que pelo bem comum, que era a proposta para o momento”. Os grupos de trabalho da saúde tiveram a participação prio-ritária dos conselheiros. A oficina “Controle Social nas Doenças Negligenciadas”, como a tuberculose e a desnutrição, foi uma das

mais comentadas, juntamente com a oficina sobre Plantas Me-dicinais, que ressaltou a importância da agricultura familiar e a necessidade de investimento nas ciências da terra. A secre-tária geral do CMSBH, Ângela Eulália, disse que é preciso um olhar mais abrangente às questões precárias sócio-econômi-cas e culturais. “Somente com a redução das desigualdades é que as políticas de prevenção no combate à tuberculose, Aids, ao uso abusivo de álcool e drogas serão realmente eficazes”.

Saúde A privatização do Sistema Único de Saúde foi debatida na oficina “Parceria Público Privada”, que abordou a informa-lidade das políticas sociais nas PPP’s, reafirmadas no debate “A defesa da seguridade social e do SUS para todos”. Ânge-la Eulália defende que o estado deve responder às urgentes demandas da população, como o fortalecimento do SUS, a redução da jornada de trabalho, a distribuição de renda e a preservação do meio ambiente. “Temos que construir um estado social de direito, com identidade cidadã”, enfatiza. No dia 27, o CMSBH promoveu a oficina “Comunicação em Saú-de e Controle Social”, realizada na Tenda Paulo Freire, no Acam-pamento da Juventude. A apresentação mostrou os avanços e os desafios para promover a participação popular. Os conselheiros lamentaram as falhas na organização do FST, que entre diversas ocorrências, também desmobilizou os participantes da oficina com a mudança da data e do local – a oficina seria realizada no dia 26. Mesmo assim, vários conselheiros, como Carmem Silva de Assis, ficaram empolgados com os eventos culturais e educa-tivos e Maria das Graças Vieira disse que no FST teve a cer-teza que “a educação é o ponto chave para mudar o mundo, valorizando a sabedoria popular e também o saber acadêmi-co em que todos respeitem os princípios da vida e da ética”.

O que é o Fórum Social Mundial?

Espaço de debate democrático de ideias, aprofunda-mento da reflexão, formulação de propostas, troca de experiências e articulação de movimentos sociais, redes, ONGs e outras organizações da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mun-do pelo capital e por qualquer forma de imperialismo.

http://www.forumsocialmundial.org

Elec

iani

a Ta

vare

s

6

Page 7: ConSaúde #39

7

Con aúdeS REINVENTANDO O MUNDO

Conselhos de Políticas Públicas mais organizados e acessíveis

Os Conselhos Municipais de Políticas Públi-cas consultivos ou deliberativos de Belo Ho-rizonte agora estão conectados. Publicado no final de 2011, o Decreto Municipal nº 14.639 estabelece as normas gerais míni-

mas para funcionamento dessas instâncias de participação popular. Para dar suporte às atividades desempenhadas pe-los conselhos, foi criada a Gerência de Acompanhamento de Colegiado, responsável pelo Sistema de Gestão dos Co-legiados, idealizado para promover de forma sistematiza-da, a organização das informações internas dos conselhos. O objetivo é potencializar, ampliar e incentivar a atuação inte-grada e intersetorial do poder público e da sociedade civil, além de contribuir para a transparência e o fortalecimento do desem-penho desses representantes. As informações sobre os 23 conselhos da capital, dos quais faz parte o Conselho Municipal de Saúde (CMSBH), estão disponíveis em um portal próprio na Internet, com agenda de reuniões, leis, regimentos e composição. Para o presidente do CMSBH, Cléber das Dores de Jesus, as informações irão possibilitar que conse-

lheiros e cidadãos conheçam mais sobre estes órgãos e ressalta que “os conselhos terão um espaço de interação e de asses-soria para executar suas atividades internas e de divulgação”.

Mais um capítulo no impasse sobre a falta de médicos no HJK

O plenário do Conselho Municipal de Saúde (CMSBH) vem discutindo desde dezembro de 2011 a falta de médicos pediatras e neonato-logistas na maternidade do Hospital Julia Ku-

bitschek (HJK), da rede FHEMIG. Denúncias de usuários e trabalhadores revelaram que os vinte leitos de UTI Neona-tal do hospital estavam subutilizados, enquanto a Casa da Gestante permanecia fechada devido à falta de médicos. Durante as plenárias agendadas para debater e encontrar soluções para o problema, os conselheiros ouviram queixas dos participantes sobre as péssimas condições de infraes-trutura física e sanitária do prédio onde funciona o hospi-tal. Foi relatado que funcionários estão trabalhando em si-tuação insalubre e as gestantes vêm sendo transportadas em ambulâncias, sobrecarregando outras maternidades e colocando em risco a vida de pacientes e trabalhadores. Em uma reunião realizada no dia 19 de janeiro, o presi-dente da FHEMIG, Antônio Carlos de Barros Martins e a sub-secretrária estadual de Gestão de Pessoas, Fernanda de Siqueira Neves, informaram que no prazo de 40 dias, contados a partir desta reunião, nove médicos concursados serão efetivados para suprir a demanda da maternidade e da Casa da Gestante. O CMSBH continua acompanhan-do as discussões sobre a infraestrutura e segurança no HJK.

Entenda as discussões sobre a maternidade do HJK no CMSBH

• 22 de dez – O diretor do HJK, Henrique Timo, garantiu que os médicos seriam contratados até 2 de janeiro de 2012, prazo que não foi cumprido

• 3 de jan – O CMSBH e o Conselho do HJK encaminharam um documento à secretária estadual de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, solicitando a solução imediata do problema e estabeleceu um novo prazo para o dia 9 de janeiro

• 13 de jan – O CMSBH solicitou, sem sucesso, uma audiência como o governador Antônio Anastasia e a resolução do problema

• 19 de jan – O presidente da FHEMIG e a secretária estadual de Gestão de Pessoas assumiram o compromisso de efetivar nove médicos concursados no prazo de 40 dias

Nove concursados devem ser efetivados até março para suprir a falta de médicos na maternidade do Hospital Julia Kubitschek

Acesse: www.colegiados.pbh.gov.br

Médicos concursados serão efetivados no HJK

Ana

Tom

asel

li

Page 8: ConSaúde #39

8

Regulamentação da Emenda Constitucional 29 define o que é consideradoinvestimento em saúde. A contribuição da União vem causando polêmica nos segmentos ligados à àrea

POR LUCIANE MARAZZI

A presidente Dilma Rousseff sancionou no dia 13 de janeiro, a regulamentação da Emen-da Constitucional 29, que fixa os valores mí-nimos a serem aplicados anualmente pelos governos federal, dos estados e dos municí-pios em ações e serviços públicos de saúde.

Há 11 anos, a emenda vinha tramitando pelo Congresso Nacional e resultou na Lei Complementar Nº 141, definin-do também quais ações podem ser contabilizadas como gastos em saúde. Ficam estabelecidos ainda os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as nor-mas de fiscalização, avaliação e controle nas três esferas de governo. Com a nova lei, apenas as ações destinadas aos serviços públicos de saúde de acesso universal, igualitário e gratuito

serão consideradas como despesas. Os municípios devem garantir no mínimo 12% de sua receita e os estados 15%. Essa determinação impede que os dados sejam “maquia-dos” como vinha ocorrendo, inclusive com o governo de Minas Gerais, que incluía despesas como saneamento bá-sico ou assistência à saúde sem o princípio universal. A lei sancionada pela presidente apresenta 15 vetos em relação ao texto aprovado pelo Senado Federal. Entre eles está o artigo que previa mais recursos da União para a saúde. No texto da lei, o governo federal deve investir o valor do orçamento anterior somado à variação do Produ-to Interno Bruto (PIB). Na justificativa, o governo esclareceu que “o PIB apurado a cada ano passa por revisões periódi-cas nos anos seguintes, conforme metodologia específica, de modo que a necessidade de constante alteração nos

Especial

EC 29

Mais recursospara a saúde

EC 29

EC 29

EC 29

Page 9: ConSaúde #39

9

O movimento deve agora coletar cerca de 1,5 milhão de assinaturas, número que corresponde a 1% do eleitorado na-cional distribuídos em pelo menos cinco estados e apresentar à Câmara dos Deputados. Os formulários começam a circular em março e ficarão disponíveis também na Internet.

TRANSPARÊNCIA Com a nova lei, o Tribunal de Contas fica incumbido de ve-rificar a aplicação dos recursos nas três esferas de governo. O repasse fica condicionado a exigência da comprovação de apli-cação do percentual mínimo. No caso de descumprimento por parte dos estados e municípios, os repasses da União poderão ser restringidos até que a parcela não aplicada seja depositada. Os órgãos gestores da saúde nos três níveis de governo devem dar ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de aces-so público, às prestações de contas periódicas, para consulta e apreciação dos cidadãos e de instituições da sociedade. Outro ponto fundamental para fazer valer a transparência e a visibilidade devem ser asseguradas mediante incentivo à par-ticipação popular e realização de audiências públicas, durante o processo de elaboração e discussão do plano de saúde.

UNIÃO: O montante correspondente ao valor empenhado no ano anterior, acrescido de, no mínimo, o percentual correspondente à variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) ESTADOS:12% da receita bruta corrente

MUNICÍPIOS:15% da receita bruta corrente

Con aúdeS

Outro ponto fundamental para fazer valer a transparência e a visibilidade devem ser asseguradas

mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante o processo de elabora-

ção e discussão do plano de saúde.

valores a serem destinados à saúde pela União pode gerar ins-tabilidade na gestão fiscal e orçamentária”. Em resumo, o go-verno manteve o percentual de estados e municípios, enquanto a União deixará de investir o mínimo de 10%. A criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS) também foi descartada, reafirmando a retirada do texto pelo Congresso. De acordo com o governo, a permanência dos trechos não te-riam “qualquer efeito prático” quando a lei fosse promulgada, considerando a retirada do legislativo.

POLÊMICA E MOBILIZAÇÃO Desde que a Emenda Constitucional 29 foi sancionada, en-tidades ligadas à saúde como a Associação Médica Brasileira (AMB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o Conselho Na-cional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) têm organizado um movimento de apoio a um Projeto de Lei de Iniciativa Popular para rever a Lei Complementar nº 141 e pro-põe o investimento de 10% da receita bruta corrente da União na saúde pública. Apresentado no início de fevereiro, juntamente com a Frente Nacional por mais Recursos para a Saúde, a iniciativa pretende mobilizar a população e mostrar para o governo federal que a regulamentação da Emenda 29 não atende às necessidades de investimento no SUS, a exemplo da campanha pela Lei da Ficha Limpa. Na contenção de 55 bilhões em verbas orçamentárias para 2012, o governo cortou 5,4 bilhões da saúde, o que es-timulou ainda mais a insatisfação do movimento que, em Belo Horizonte conta com os sindicatos e a Secretaria Municipal de Saúde. O presidente do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte (CMSBH) - que também faz parte da movimentação, Cléber das Dores de Jesus, disse que esse descontentamento é legítimo e já deveria ter sido exteriorizado há mais tempo. “Não se gerencia saúde sem recursos”, enfatiza.

Conselheiros de saúde de BH participaram de diversos movimentos pedindo a regulamentação da EC29

Arq

uivo

CM

SBH

Pagamento de aposentadorias e pensões

Saneamento básico

Assistência à saúde que não atenda ao princípio de acesso universal

Preservação e correção do meio ambiente

Obras de infraestrutura

Não são ações consideradas como gastos em saúde

Limpeza urbana e remoção de resíduos

Pessoal ativo da área de saúde quando em atividade alheia à referida área

Merenda escolar e outros programas de alimentação

Ações de assistência social

Page 10: ConSaúde #39

10

Histórias que dariam um livro Con aúdeS

Para desenvolver um trabalho que tenha como foco o controle social é preciso ser uma pessoa diferencia-da. Essa tem sido a luta de Robert William de Car-valho, 48, desde que decidiu trabalhar no auxílio dos usuários de drogas e as famílias desses depen-dentes. Robert é policial civil aposentado e há oito anos lida com a questão da segurança pública. Em 2004,

abandonou o sindicato da polícia e com o objetivo de aproximar esses profissionais dos cidadãos, montou um grupo para fazer uma pesquisa sobre a violência nas escolas. “Foi com esse estudo que percebemos que existia por parte dos alunos um desconhecimento sobre drogas”, disse. Depois desse primeiro contato, Robert não parou mais e resolveu criar o programa: “Drogas caminho de morte”. No início, o traba-lho se resumia em palestras educativas dentro das escolas. A partir daí, o grupo pode constatar que uma droga específica chamava mais atenção pelo alto índice de consumo, o crack. Por esse motivo, um grupo voluntário foi organizado para pes-quisar o consumo nas ruas de Belo Horizonte e em 11 cidades da região metropolitana. De acordo com Robert, os dados obtidos foram alarmantes e assustadores. “O percentual de usuários de crack em BH foi de 5,8% da população, são 144 mil pessoas. Na região metropoli-tana tivemos o número expressivo de 268 mil usuários”, pontua.

O DIA D No dia 15 de abril do ano passado, Robert assistiu pela televisão uma matéria sobre uma mãe que amarrou o filho dentro de casa para que ele não usasse mais crack. Sensibilizado com a reportagem ele percebeu que poderia fazer algo pelos usuários e os familiares dos dependentes.

POR DIEGO SANTIAGO FOTO: ANA TOMASELLI

Em um encontro na Câmara Municipal de Belo Horizon-te, Robert apresentou a alguns colegas a ideia de criar uma proposta que apoiasse os usuários na luta contra as drogas. “Fizemos uma ficha de inscrição, a colocamos no site e tivemos 150 acessos imediatos. O crack não tem nicho, ele é usado por pessoas de qualquer idade, basta que elas tenham duas pernas, dois braços e uma cabeça”, garante. Ele esclarece que existem três tipos de internações determi-nadas pela lei: a voluntária, que é quando a própria pessoa quer ser internada, a involuntária, onde a pessoa não quer, mas a família autoriza e a compulsória que é determinada pela justiça. Aliás, o trabalho desenvolvido por Robert teve maior notoriedade por causa disso. A justiça de Belo Horizonte conse-guiu um feito inédito no país, a internação compulsória de uma jovem de 24 anos usuária de drogas que teve o tratamento contra a dependência todo custeado pelo Estado.

FORÇA TAREFA Robert defende que a união faz a força e destaca que três ei-xos são importantes: a prevenção, o tratamento e a reinserção social. “O usuário vive em um ambiente onde tudo é permitido. O problema não é apenas usar drogas, afinal toda estrutura em volta está relacionada e induz a pessoa ao consumo. Como não existe cura, o tratamento deve ser contínuo para que o de-pendente consiga controlar a abstinência”, afirma. Ele explica que mais importante que a reabilitação do usuário é que todos da família também sejam tratados. “A questão da confiança tem que ser fortalecida e retomada, os laços desfei-tos precisam ser restaurados. Não adianta o usuário se tratar e os familiares não participarem desse processo”, acrescenta.

Histórias que dariam um livro

uma vidauma inspiração

Page 11: ConSaúde #39

11

Con aúdeS Con aúdeS Os Centros de Referência em Saúde Mental, Álcool e Drogas (CER-SAM-AD) contam com equipes multidisciplinares e são lugares de re-ferência na capital. No entanto, Robert acrescenta que o terceiro setor tem trazido um apoio maior para esses indivíduos quanto ao tratamen-to da doença. Ele afirma que Belo Horizonte tem sido displicente no combate as drogas, pois vem investindo insuficientemente na área. Robert reforça sua afirmação explicando o cenário atual. “Somos quase 3 milhões de habitantes, 144 mil são usuários de crack e o governo ofereceu ape-nas 45 mil reais em 2011! Isso ainda é muito pouco. O poder público deve rediscutir essa questão com pessoas que já tem experiência nessa batalha contra as drogas ilícitas. Temos muito a acrescentar”. Tanto as clínicas de internação quanto o CERSAM-AD são espaços que têm como objetivo promover a socialização do paciente com a família e a sociedade. A principal diferença é que a ajuda oferecida pelo governo trabalha de portas abertas, a pessoa se trata durante o dia, mas a noite volta para casa. Robert ressalta que a participação da sociedade em políticas sociais é muito importante. “As pessoas precisam se conscientizar que elas têm que participar da associação comunitária e dos conselhos. Uma deli-beração que se toma, depois irá fazer parte de decisões importantes no cenário municipal, estadual e nacional”, enfatiza.

MENINO ATREVIDO Não é de hoje que Robert se envolve com questões sociais. Como ele mesmo se auto intitula, desde pequeno foi “meio atrevido”. Para se ter ideia, com apenas 10 anos o menino organizou um grupo de pessoas para ajudar os analfabetos do bairro onde morava. Nessa mesma época ele escreveu uma carta para o então prefeito de Belo Horizonte, Oswaldo Pierucetti. Nas linhas escritas Robert pedia um jogo de camisas para montar um time de futebol. “Consegui as ca-

“misas, mas também ficava na prefeitura o dia inteiro, todos me conhe-ciam por lá”, lembra. Robert é mesmo um sonhador, mas daqueles que sonha e não fica parado. Uma prova disso, é que aos 14 anos ele escreveu outra carta, só que desta vez o destinatário era o presidente dos EUA, Jimmy Carter. “Cismei que queria ir para os EUA estudar, só que não tinha a menor condição financeira para isso”, conta rindo. Depois de passados dois meses ele recebeu a resposta do seu pedido. “Eu deveria procurar um representante no Rio de Janeiro para intermediar o contato, pois os EUA iriam bancar a viagem e os estudos. Era um intercâmbio, mas meu pai acabou impedindo que eu viajasse por insegurança”, relembra contra-riado, como se o fato tivesse ocorrido ontem.

HOMEM DE FAMÍLIA Robert se casou muito cedo. Há 30 anos ele vive ao lado da mulher que o ajudou a constituir sua família. Ele tem cincos filhos, três netos e diz que seus familiares o apoiam muito. “Eles fazem questão de se envolver e participar do meu trabalho. Tenho uma família que me incentiva e que acredita no serviço que presto”. Para finalizar ele declara ser uma pessoa feliz. “Gosto do que faço e apesar de saber que o brasileiro não tem memória, eu tenho. Sei o que fiz, o que passei e tenho muito orgulho. Meu compromisso é com a sociedade, são eles que precisam de mim. O papel de enfrentar o tráfico é da polícia, o meu é de levar uma solução para a comunidade”, assegura.

O crack não tem nicho, ele é usado por pessoas de

qualquer idade, basta que elas tenham duas pernas, dois

braços e uma cabeça”

11

Page 12: ConSaúde #39

12

Saiba Mais

Fisiologia da vida Devolver o protagonismo da mulher na hora do parto valoriza a experiência humana e resgata o processo natural do nascimento Por LUCIANE MARAZZI Fotos ANA TOMASELLI

Todos os anos, dados do Ministério da Saúde reve-lam taxas alarmantes de cesarianas realizadas no Brasil. Em 2010, esses números chegaram a 52%. Nos hospitais privados o percentual alcançou os 82% e na rede pública 37%, enquanto a Organi-zação Mundial de Saúde (OMS) recomenda o pa-râmetro de 15%. Quando indicado corretamente, o parto cirúrgico

traz benefícios à gestante e ao recém-nascido. Porém, resultados como esses revelam o excesso de cesarianas agendadas ou in-dicadas indiscriminadamente. A justificativa para percentuais tão elevados nos serviços privados está na remuneração do médico por procedimento. Essas cirurgias podem ser programadas com antecedência e de acordo com a agenda, sem a necessidade de jornadas mais extensas no acompanhamento do trabalho de parto. Para o médico obstetra do Hospital Sofia Feldman e con-sultor do Ministério da Saúde para a Rede Cegonha, João Batista de Castro Lima, quando a assistência ao parto ocorre dentro dos hospitais, as mulheres recebem um atendimento centrado no mé-dico e no profissional de saúde, com uma supervalorização dos equipamentos tecnológicos. “Muitas vezes este tipo de ação tem como um dos objetivos o lucro, criando mais doentes, que nesse caso consomem exames e remédios, por exemplo. No momento do parto deve haver um equilíbrio, sem deixar de utilizar a tec-nologia quando necessário, mas sem supervalorizá-la em rela-ção as outras. Quando lidamos com pessoas saudáveis, fazemos muito mais com a tecnologia do cuidado e do conhecimento. A cesária deve ser indicada quando a mulher está em risco, o que acontece em casos mais raros”, enfatiza. É comum a própria gestante pedir a cesariana, o que de acordo com a coordenadora da Comissão Perinatal da Secreta-ria Municipal de Saúde de BH, Sônia Lansky, é resultado da de-sinformação ou de informações manipuladas sobre os benefícios do parto natural. “A mulher precisa saber que a cesariana é uma grande cirurgia, compreendendo o que é melhor para ela, sem ser passiva ao médico”, explica.

Rosângela Santos Silva, 28, disse que antes do nascimento da filha, Lavínia, no Hospital Sofia Feldman, preferia fazer uma cesariana. Ela conta que estava com medo do parto, mas as coisas aconteceram de uma forma diferente. “A presença dos en-fermeiros obstetras, que ficaram o tempo todo ao meu lado me deixou mais tranquila. Preferi ir para o chuveiro, ficava andando devagar e quando as contrações aumentaram, fui para a cama, fiquei de joelhos e assim senti menos dor, nem foi necessário tomar anestesia”, comemora.

Rede Cegonha

Para valorizar a experiência humana no parto - que é um processo fisiológico natural, o Ministério da Saúde criou a Rede Cegonha, programa que garante pelo SUS a humanização e a assistência à mulheres e recém-nascidos, desde a confirma-ção da gravidez até os dois primeiros anos de vida do bebê. O programa é coordenado pelo Ministério, deve ser executado por estados e municípios e propõe o atendimento centrado em uma equipe multiprofissional, envolvendo a participação da comuni-dade, por meio do controle social. Em Belo Horizonte, o Hospital Sofia Feldman é considerado um exemplo de assistência huma-nizada e inspiração da Rede Cegonha, que já atua também no Hospital Rizoleta Neves. Entre as estratégias está a ampliação do acesso, do acolhi-mento e a melhoria da qualidade do pré-natal, transporte para a gestante, que passa a ser vinculada a um hospital de referência. O parto é realizado de forma segura, através de boas práticas de atenção, entre elas a utilização de recursos não farmacológicos para alívio da dor, como banho, massagem, espaço para que a mulher possa caminhar durante o trabalho de parto, a presen-ça de um acompanhante, o contato pele a pele imediato entre a mãe e o recém-nascido, amamentação na primeira hora de vida, além da incorporação da enfermagem obstétrica na assis-tência à parturiente.

População é aliada no combate à dengue

Rosângela Santos Silva e a filha Lavínia

Page 13: ConSaúde #39

13

Fisiologia da vida

Con aúdeS Humanização

De acordo com João Batista de Castro Lima, a humanização da assistência coloca o que é essencialmente humano em con-traposição ao modelo biomédico predominante na nossa socie-dade. Para ele, humanizar a assistência ao nascimento devolve o protagonismo do parto para a mulher e para a família. O médico acrescenta que a Rede Cegonha está tentando mudar a assistên-cia obstétrica no Brasil que é muito ruim, baseada em um mode-lo extremamente técnico. “Quanto mais oferecemos tecnologia, médicos, hospitais, cesarianas, exames, menos alguns indicado-res mudam, como, por exemplo, os da mortalidade materna e perinatal, números muito ruins para um país como o nosso, que está caminhando para ser a quinta economia do planeta. Isso é vergonhoso. E não se pode dizer que é falta de recurso, porque quase 100% dos partos acontecem em hospitais e são atendidos por médicos” diz. No modelo de assistência humanizada as práticas são base-adas em evidências e a mulher só recebe alguma intervenção que seja cientificamente comprovada. João Batista ressalta que “humanizar envolve direitos e o direito é a melhor assistência, oferecido de maneira integral, desde o precedimento mais sim-ples até o mais complexo”. A operadora de caixa Ana Luiza Rangel Bessa, 21, pode con-ferir de perto a assistência humanizada, durante o nascimento do primeiro filho, Luiz Fernando. “Participei de um curso em que aprendi a cuidar do bebê e a amamentar. Meu filho saiu da ma-ternidade com o teste do pezinho pronto, tomou vacinas e o hos-pital levou meu marido até o cartório para fazer o registro”, conta entusiasmada.

A população precisa ficar atenta. No verão, o tempo quente associado ao período de chuvas aumenta o perigo de epidemias de dengue e pede cuidados redobrados. “A dengue é uma doença sazional e o risco aumenta”, expli-ca a gerente de Controle de Zoonoses da Secretaria Mu-nicipal de Saúde de BH, Silvana Brandão. O ovo que não pode ser visto a olho nu, com a água, em dez ou quinze dias se transforma em um adulto. No combate à dengue, o trabalho da prefeitura é inesti-mável. São 1.500 agentes de Combate a Endemias (ACE) que visitam, a cada dois meses, cerca de 800 mil imóveis. Ao todo são quatro milhões de visitas por ano. Os agentes realizam vistorias nas residências e orientam a população sobre os cuidados para evitar a propagação da doença, além de eliminar os possíveis criadouros. Porém, para que o controle da proliferação do mosquito Aedes aegytpi seja de fato eficaz é fundamental mobilizar a população. O cidadão é a pessoa que conhece melhor a própria casa e o ambiente de trabalho. “É preciso que as pessoas observem a dengue diariamente. É esse dia a dia que vai fazer a diferença”, ensina Silvana. Com dez minutos por dia, cada morador pode fazer uma vistoria em casa com o folheto deixado pelos agentes. Isso já é suficiente e amplifica os resultados atuais. Mesmo depois do período de chuvas, é importante man-ter os cuidados constantes. Ainda de acordo com Silva-

População é aliada no combate à denguena, as pessoas tendem a relaxar com o passar do tempo, pois elas não conse-guem sustentar a mudança de atitude e isso precisa ser mudado. “Infelizmente as pessoas fazem diferente a partir do momento em que elas vivenciam a crise, mas com o tempo a memória vai se apagando coletivamen-te”, explica.

Dicas para se proteger contra a dengue * Retire os pratinhos dos vasos de plantas * Coloque latinhas, embalagens plásticas e de vidro em saco plástico que deve estar sempre fechado* Mantenha a lixeira sempre tampada * Mantenha as caixas d’água, cisterna e poço bem fechados* Remova folhas e outros materiais que possam impedir o escoamento da água em calhas* Entregue pneus velhos ao serviço de limpeza urbana ou guarde-os em local coberto * Retire ou escoe a água acumulada na lage* Lave com bucha e sabão em água corrente o vasilhame de animais domésticos pelo menos uma vez por semana* Deixe a tampa do vaso sanitário sempre fechada

MobilizaSUS conscientiza e anima população na Praça Sete

Min

isté

rio d

a Sa

úde

Mob

iliza

SUS

Page 14: ConSaúde #39

14

Entrevista

Ajuizarsó em último

A Constituição Federal de 1988 define que a saúde é um direi-

to fundamental e constitui um dever do Estado que precisa,

além de promover medidas curativas por meio de exames,

cirurgias, medicamentos, etc, definir as ações preventivas

como imunização, vigilância sanitária, saneamento básico, entre outras.

Mesmo assim, a demanda por esses serviços acaba sendo maior e recursos

judiciais individuais ou coletivos buscam a justiça para intervir em casos

específicos, fazendo com que gestores da saúde sejam obrigados a prestar o

atendimento pleiteado. Para evitar a necessidade de judicialização, há qua-

se um ano a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais tem buscado

soluções administrativas como concessão de medicamentos, procedimen-

tos, insumos médicos e de saúde no SUS. Nesta entrevista, os defensores

públicos Bruno Barcala, Luciano Hanna e Rodrigo Delage falam sobre esse

trabalho, que busca a cooperação das secretarias de saúde para encaminhar

parte das demandas dos usuários sem a necessidade de judicialização.

POR LUCIANE MARAZZI FOTOS ANA TOMASELLI

caso

ConSaúde: Como funciona o trabalho do Núcleo de Saúde da Defensoria Pública em Belo Horizonte?Bruno Barcala: O Núcleo de Saúde é destinado ao atendimento de pessoas carentes, com o objetivo de solucionar questões em que usuários do SUS encontram dificuldades para pleitear medicamentos, cirurgias, internações ou tratamentos necessários para a manutenção da saúde. Antes de qual-quer ação judicial, essas demandas são analisadas administrativamente, por meio de um termo de cooperação técnica entre a Secretaria Municipal de Saúde da capital, a Secretaria Estadual de Saúde e a Defensoria Pública. Este termo está em vigor desde fevereiro de 2011 e nos permite o acesso às informações do SUS e a trabalhar em conjunto com farmacêuticos para es-clarecer a possibilidade de substituir medicações prescritas pelos médicos. Muitas vezes, existe outro insumo médico previsto no SUS, já padronizado e que atenda ao paciente, sem gerar gastos ou até uma medicação extra. Isso permite buscar as portas de entrada adequadas do SUS para dirigir o nosso assistido. Essa atitude evita também ações judiciais e permite o contato com os gestores de saúde, que têm se mostrado bastante solícitos e prestativos, ajudando a resolver as pendências de forma administrativa, rá-pida, eficaz e barata. Tudo dentro da legalidade e das possibilidades e, evi-dentemente, com a garantia de que o interesse público seja preservado.

ConSaúde: O que motiva as pessoas a procurarem o Núcleo de Saúde da Defensoria?Bruno: A Constituição Federal de 1988 assegura a todo o cidadão o direi-to à saúde e criou o Sistema Único de Saúde (SUS), regulamentado pela Lei 8.080/90 e por atos normativos posteriores. A partir disso, o sistema de saúde brasileiro vem se desenvolvendo e ampliando, só que, por ques-tões diversas, principalmente as orçamentárias, ele ainda não atende a toda a demanda existente.

ConSaúde: Como é realizado o atendimento? O que é levado em consi-deração pela Defensoria?Rodrigo Delage: Antes, quando nosso assistido chegava à Defensoria com uma receita de medicamento, com a indicação de um tratamento ou de uma cirurgia e que já havia procurado as unidades de saúde sem suces-so, as informações eram reunidas aos encaminhamentos médicos para entrarmos com uma ação. Hoje, antes de tomar qualquer tipo de medida judicial, as receitas médicas, por exemplo, passam pela avaliação dos farmacêuticos que trabalham com a Defensoria em função do termo de cooperação com a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. Caso não seja fornecido pelo estado ou pelo município, os farmacêuticos vão dizer quais são as alternativas terapêuticas padronizadas pelo SUS e um relatório é encaminhado ao médico que prescreveu, que pode concordar ou não. Em caso de negativa, o médico deve justificar os motivos. Só 14

Page 15: ConSaúde #39

15

S Con aúde

“Se comprovado que a pessoa

precisa, mas não há leitos

disponíveis, a solução é a via

judicial”

“A Defensoria só entra com uma ação depois de

tentar de todas as formas, solucionar a demanda

com o uso de alternativas padronizadas na rede pú-blica de saúde. Isso leva a um índice altíssimo de

sucesso” o

Rodrigo Delage

Luciano Hanna

depois de exaurido todo esse trâmite é que deve-se buscar uma ação ju-dicial. Se conseguirmos resolver isso antes é melhor para o paciente, que será atendido mais rápido e para o erário, que não precisará comprar aquele medicamento específico, sendo que ele já dispõe de alternativas padronizadas. Assim conseguimos atender os nossos assistidos, atuando de uma forma mais razoável com o poder público e a rede de saúde.

ConSaúde: A resolução das demandas dos pacientes administrativamen-te pelo Núcleo de Saúde já pode ser traduzida em números?Rodrigo: Podemos antecipar que o índice de solução administrativas no Núcleo de Saúde está próximo de 30 a 35% dos casos e pode-se con-siderar que esse percentual tende a crescer e é muito significativo, pois gera economia ao setor público e rapidez para o paciente, o que muitas vezes é incalculável. Bruno: A solução administrativa antes do trabalho do Núcleo de Saúde era praticamente zero. Em dezembro de 2011 tivemos 70 atendimentos por semana, mas a média de 30% de solução administrativa costuma prevalecer.

ConSaúde: Esse atendimento é destinado somente aos moradores de Belo Horizonte?Luciano Hanna: O Núcleo atende pessoas do interior em cidades onde não há Defensoria instalada, considerando a urgência do caso. Essa si-tuação não envolve a secretaria de Saúde de Belo Horizonte, mas sim o estado de Minas Gerais ou a União e até mesmo o próprio município da pessoa. Contudo, o Núcleo de Saúde tem o dever de atender os mora-dores de Belo Horizonte, sem atuar no caso de pessoas que residem em comarcas onde há Defensoria.

ConSaúde: Vocês acham que muitas pessoas procuram a Defensoria por não conhecer o funcionamento do SUS?Bruno: Isso acontece, mas não é uma regra geral. Nosso atendimento também é salutar nesse ponto. Ao repassar informações qualificadas, com a ajuda multidisciplinar de farmacêuticos e gestores da saúde, per-mitimos um acesso qualificado às portas de entrada do SUS. Não ajui-zamos qualquer demanda buscando atendimento ou medicamentos que sejam padronizados e fornecidos pelo SUS.

ConSaúde: E no caso do paciente que precisa se tratar em um Centro de Terapia Intensiva (CTI) e não existem leitos disponíveis?Luciano: Se está comprovado que a pessoa precisa, mas não há leitos disponíveis, a solução é a via judicial.

Rodrigo: Mesmo assim, antes de tentarmos a solução judicial, repassa-mos as novas informações sobre a piora do quadro clínico, algo que possa legitimar que o paciente consiga esse leito dentro da fila. Mas esgotada essa saída, pedimos o leito judicialmente. ConSaúde: Vocês acham que a atuação do judiciário em demandas das saúde pode gerar conflitos de poderes?Luciano: Eu não vejo que haja uma interferência direta do judiciário nas políticas públicas de saúde, que não intervêm, por exemplo, sobre qual medicamento deve ser padronizado ou registrado pela Anvisa, qual indi-víduo deve recebê-lo ou define critérios de atendimento. O que o judiciá-rio faz em determinados casos, em que haja a evidência da necessidade de um tratamento e que esteja sendo negado por algum motivo, é obri-gar o Estado a fornecer esse tratamento. Mas isso seria no máximo, uma interferência indireta com base em um caso concreto. Bruno: Se os poderes não controlam uns aos outros, eles não exercem a base de sustentação dessa divisão de poderes. Se forem totalmente inde-pendentes, acabam não submetidos a controle nenhum. Acho essencial para o funcionamento harmônico este controle. As decisões judiciais que indicam uma necessidade de internação ou procedimento cirúrgico, de certa forma, também refletem, na análise do executivo, que os gastos com tais procedimentos não são suficientes.

ConSaúde: Como você avalia a atuação do Núcleo de Saúde da Defen-soria em Belo Horizonte?Bruno: Não acho que a visão garantista da Defensoria seja a melhor, mas acho que é a mais qualificada, porque é a que vem resguardar ao cida-dão aquilo que a ordem constitucional definiu. Se deixarmos de observá-la por qualquer aspecto que seja, estamos enfraquecendo a Constituição, que deve ser preservada para que a sua força seja mantida. Os juizes observam o trabalho da Defensoria e tem a certeza de que, naquele caso, não existe outra solução administrativa e outro interesse que não o da pessoa carente. Isso nos leva a um índice muito grande de sucesso nas medidas, em torno de 90%, além de que os juizes estão cada vez mais criteriosos. Aproveitamos para deixar o convite para os conselheiros fortalecerem essa parceria com as secretarias de saúde, pois há total in-teresse do Núcleo de Saúde na renovação do termo de cooperação, para que esse serviço não pare e não perca a qualidade. Rodrigo: O defensor não está vinculado ao interesse de nenhum dos as-sistidos, ao contrário do advogado que tem uma relação de cliente com o paciente. A Defensoria só entra com uma ação depois de tentar de todas as formas, solucionar a demanda com o uso de alternativas padronizadas na rede pública de saúde. Isso leva a um índice altíssimo de sucesso.

3349-9565

Núcleo de Saúde da Defensoria Pública do Estado de Minas GeraisRua Paracatu, 304, 3º andar, Barro Preto

Page 16: ConSaúde #39

16

Conta-gotasCon aúdeS

A Comissão de Educação Continuada do CMSBH já está preparando junto com a Escola de Saúde Pública ESP, o curso de capacitação de con-selheiros 2012 que será reali-zado ainda neste semestre. O curso deve formar novos con-selheiros de saúde para atuar em Belo Horizonte.

Fique atento ao site www.pbh.gov.br/cms para não perder a chance de participar.

O ministro da Saúde, Alexandre Pa-dilha, foi reeleito presidente do Con-selho Nacional de Saúde, no dia 14 de fevereiro, com 72% dos votos dos conselheiros presentes.

O SUS conta agora com duas novas vacinas no calendário

infantil: a pólio inativa (in-jetável contra a poliomielite) e

a pentavalente ( que reú-ne em uma única dose a imuni-zação contra a difteria, tétano, coqueluche, influenza tipo B e hepatite B).

VACINAÇÃO

O QUE VOCÊACHA?

A Confederação Nacional da In-dústria (CNI) publicou em janeiro deste ano a pesquisa “Retratos da Sociedade Brasileira: Saúde Pú-blica” e constatou que 61% da população brasileira consideram o serviço público de saúde do país “péssimo” ou “ruim”. Porém, o programa de vacinação é o melhor avaliado pela população com nota média 8,8 em uma es-cala de 0 a 10.

Deixe sua opinião no perfil do CMSBH no Facebook:

facebook.com/cmsbh

Conselheiros

O Conselho Distrital de Saúde Venda Nova debateu em ja-

neiro com autoridades da PBH e segurança do município o

destino dos moradores de rua

que residem na portaria da UPA Venda Nova.

+

a PostosO Distrito Sanitário de Saúde Nor-deste se reuniu no dia 3 de feverei-ro e definiu as metas e ações para 2012.

Planejamentopara 2012

Saiba mais em www.pbh.gov.br/cms