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Page 1: Comunicações - Agência ECCLESIA...“princípio da liberdade de educação”. Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o Conselho Presbiteral de Braga reage ao despacho normativo
Page 2: Comunicações - Agência ECCLESIA...“princípio da liberdade de educação”. Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o Conselho Presbiteral de Braga reage ao despacho normativo

04 - Editorial Octávio Carmo06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Opinião: Miguel Oliveira Panão22 - Semana de.. Henrique Matos24 - Dossier Dia Mundial das ComunicaçõesSociais 2016

38 - 80 anos de Renascença João Aguiar Campos54 - Multimédia56 - Concílio Vaticano II58 - Agenda60 - Por estes dias61 - Programação Religiosa62 - Minuto Positivo64 - Liturgia68 - Jubileu da Misericórdia70 - Fundação AIS72 - LusoFonias

Foto da capa: D.R.Foto da contracapa: Agência ECCLESIA

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo AguiarPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

Dia Mundial dasComunicaçõesSociais [ver+]

As novasfronteiras do crer[ver+]

80 anos deRenascença[ver+]

Miguel Oliveira Panão | HenriqueMatos | Octávio Carmo | Manuel

Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves |Fernando Cassola Marques

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Dividir para reinar

Octávio Carmo Agência ECCLESIA

Os media têm de deixar definitivamente de lado ailusão ou pretensão de apresentar “a” realidade,numa relação unidirecional com o seu público. Aideia de que seria possível, quando não mesmodesejável, uma uniformização da visão globalsobre o mundo e a humanidade encontrou nodesenvolvimento dos vários meios decomunicação social um aliado, em determinadasalturas, mas também um forte opositor e, nestemomento, provavelmente o seu maior obstáculo.O que não é mau, necessariamente. A diferençaé um valor fundamental da humanidade, mas oseu endeusamento, esquecendo a dimensãorelacional - e o respeito pelo outro, que é odiferente -, é um perigo muito significativo.O problema está, muitas vezes, no discurso de“ódio”, para o qual alerta o Papa Francisco nasua mensagem para o Dia Mundial dasComunicações Sociais 2016. Muitos têm aexperiência do que significa, por exemplo,participar regularmente num fórum ou num grupodo Facebook em temas que lhes sãoparticularmente caros. Ali só existe um caminho,a defesa daquela “verdade”, muitas vezes emconfronto com outros grupos, o “inimigo”.Essa pretensão de ter “a” verdade sobre osfactos tem-se generalizado e agravado peladesconfiança face às mediações tradicionais - aComunicação Social transmite “uma” realidade eopta por fazê-lo como resposta a condicionantese interesses das mais variadas origens.Obviamente, não existe no jornalismo umacomunicação assética, completamente

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equidistante de todas as visões. Aquestão, no entanto, é a tentaçãode se prescindir desta mediaçãopara nos fecharmos em gruposideológicos, sem ouvir os outros,convencidos de que encontramos averdade e de que tudo o resto éuma fabricação. Em vez de nosrealizarmos mais como sereshumanos, em relação, acabamospor definhar, surdos e cegos ao queacontece para lá da “cerca digital”que levantamos à nossa volta.Não surpreende, por isso, quetantos se preocupem com a solidãoou o isolamento num mundo que astecnologias permitem ligar comonunca antes. Porque a tecnologia,por si só, não traz maisconhecimento

nem capacidade de interpretação,não aumenta a qualidade dosrelacionamentos nem define o que ébom e verdadeiro.O apelo do Papa Francisco paraque se abandone o discurso do ódiona comunicação, para que aspessoas saiam das suas trincheiras,num dia que passa cada vez maispelas redes sociais e o mundodigital, ganha por isso um relevoparticular: “Num mundo dividido,fragmentado, polarizado, comunicarcom misericórdia significa contribuirpara a boa, livre e solidáriaproximidade entre os filhos de Deuse irmãos em humanidade”. Porque osegredo do mal sempre foi dividirpara reinar.

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O sorriso de D. António Francisco Santos aos finalistas universitários

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- «O turismo é hoje o motor da economianacional. A crise económica global eeuropeia, em vez de o ameaçar eenfraquecer, robusteceu-o a uma escalasem paralelo» (Viriato SoromenhoMarques; In: Jornal de Letras – 27 deabril a 10 de maio de 2016) - «Num país como Portugal, cabe àIgreja Católica, à família e à escola umdever indeclinável de promover eenraizar uma educação ética» (VítorAguiar e Silva; In: Jornal Diário do Minho– 01 de maio de 2016) - «As offshores são ou não ilegais? Senão, qual o papel da Europa paracontrolar este sistema capitalista que emnada serve os povos e os Estados, mastão somente aqueles que vivem deesquemas. Falsos esquemas?»(Salvador Santos; In: Jornal A Defesa –27 de abril de 2016) - «Eu acho que há várias escolas defuturo, há vários cenários possíveis,aquilo que eu mais gostaria era de teruma escola onde os professoresgostassem de ensinar e os alunosgostassem de aprender» (EduardoMarçal Grilo; In: Jornal de Letras – 27 deabril a 10 de maio de 2016)

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Igreja atenta a mudanças noscontratosde associação no ensino

O clero da Arquidiocese de Bragamanifestou a sua oposição aeventuais alterações aos contratosque o Estado celebra com escolasprivadas, saindo em defesa do“princípio da liberdade deeducação”. Em comunicado enviadoà Agência ECCLESIA, o ConselhoPresbiteral de Braga reage

ao despacho normativo 1H/2016 de14 de abril, do Ministério daEducação, sobre matrículas efrequência das escolas.Os padres de Braga consideraramfundamental que o Estado respeiteo "direito humano e constitucional"de os pais poderem escolher aeducação

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que desejam dar aos seus filhos.Em causa estão os contratos que oEstado celebra com escolasprivadas para apoiar a frequênciadestas escolas por alunos oriundosde famílias carenciadas (contratosimples) ou para permitir afrequência dos colégios emcondições de gratuitidade, comooferta educativa pública equiparadaà das escolas estatais (contrato deassociação), onde a rede pública éinsuficiente."A educação dos filhos pertenceprimariamente aos pais e não aoEstado. A este compete cooperarcom os pais no direito e dever quetêm de educar os filhos”, observa oConselho Presbiteral de Braga,organismo representativo do clero.Os sacerdotes católicos advertempara a possibilidade de um“monopólio totalitário” do Estado nocampo do ensino”.A secretária de Estado Adjunta e daEducação, Alexandra Leitão, disse àRádio Renascença que, do pontode vista do Governo, “a manutençãode turmas em contrato deassociação é

uma irracionalidade financeira”. “Istonão é um problema ideológico, é umproblema de rigor no uso dodinheiro de todos os contribuintes”,afirmou.Alexandra Leitão sublinhou que oassunto não está fechado e que asconclusões sobre o número deturmas que serão financiadas noensino privado serão divulgadas nofinal do mês de maio.A partir do próximo ano letivo, oMinistério da Educação vai deixar definanciar novas turmas do ensinoprivado em zonas onde exista escolapública, uma medida que se aplicaaos alunos em início de ciclo - 5.º,7.º e 10.º anos escolares.A situação gerou reação oficial dosresponsáveis dos Jesuítas emPortugal, os quais afirmaram emcomunicado que os colégios daordem religiosa que têm contrato deassociação com o Estado estão em“risco”.“O Ministério da Educação está apor em causa o serviço universal,gratuito e de qualidade prestado porestas duas escolas ao longo dosanos”, lamenta a ProvínciaPortuguesa da Companhia deJesus.

O Despacho Normativo 1H/2016, de 14 de abril, referente ao processo dematrícula e renovação de matrícula de alunos entre os 6 e 18 anos,refere no n.º 9 do seu artigo 3.º que “a frequência de estabelecimentosde ensino particular e cooperativo com contrato de associação, na partedo apoio financeiro outorgado pelo Estado, é a correspondente à áreageográfica de implantação da oferta abrangida pelo respetivo contrato”.

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Festas do Senhor Santo Cristo dosMilagresO bispo de Angra presidiu estedomingo à Missa solene das Festasdo Senhor Santo Cristo dosMilagres, que decorreram em PontaDelgada, na ilha de São Miguel, epediu que os católicos manifestem asua fé na vida pública.“Jesus Cristo convida-nos à ousadiade construir uma sociedade e umacultura que para ser digna do serhumano exige a presença de Deusna vida pública”, disse D. JoãoLavrador, na homilia da Missa quefoi celebrada no Campo de SãoFrancisco.Perante milhares de pessoasreunidas à volta da imagem doSenhor Santo Cristo, o preladoevocou as “perplexidades” domundo atual, os “seus erros edesumanidades”.O bispo da diocese açorianalamentou que o pensamentocontemporâneo esteja “manipuladopor interesses pessoais ou degrupo”, que produz “gravesatropelos à dignidade humana”. D.João Lavrador desafiou depois oscatólicos a promover uma “culturada vida” e a edificar uma sociedade“assente na verdade, na justiça e nobem”.“Só em Deus se constrói umasociedade livre, fraterna e em que aigualdade se transforma emrealidade efetiva”, acrescentou,numa

intervenção divulgada pelo portaldiocesano ‘Igreja Açores’.No final da homilia, o bispo rezoupelos governantes e autoridadespúblicas, crianças, jovens, famílias,adultos, idosos e doentes, bemcomo “todos os que vivem nadiáspora”.Já na tarde de domingo, teve lugar aprocissão pelas principais artériasde Ponta Delgada, num percursoque passa em todas as igrejas econventos da cidade. As ruas dacidade são revestidas de tapetes deflores naturais e as varandascobertas com colchas.A imagem do Senhor Santo Cristovenerada no Arquipélago dosAçores, do século XVI, é umarepresentação em madeira daPaixão de Cristo e está aberta aoculto no Convento de NossaSenhora da Esperança, em PontaDelgada.

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D. José Alves apresentou renúnciaao PapaO arcebispo de Évora, D. JoséAlves, revelou esta quarta-feira queapresentou ao Papa Francisco asua renúncia ao cargo, após tercompletado 75 anos de idade (20de abril), de acordo com o DireitoCanónico."O que está previsto é que,chegando àquela idade, o bisporecorda ao Papa (…). Cumpri aidade e estou à sua disposição",afirmou aos jornalistas, durante umaconferência de imprensa que serviupara apresentar a mensagem doPapa Francisco para o Dia Mundialdas Comunicações Sociais 2016 (8de maio).O número 1 do cânone 401 doCódigo de Direito Canónicodetermina que qualquer bispodiocesano que tenha completado 75anos de idade deve apresentar arenúncia do ofício ao Papa, o qualtoma uma decisão sobre o caso.O arcebispo de Évora disse estar“sereníssimo” em relação à suasucessão, recordando depois que anomeação de qualquer bispo passapor um “processo prévio” em quesão consultadas “muitas pessoas”.Para este responsável, o territóriodesta arquidiocese alentejana sofreas consequências do "desertosocial" que atinge o interior do país,cada vez mais envelhecido.

D. José Alves foi nomeado arcebispode Évora a 8 de janeiro de 2008 etomou posse da Arquidiocese no dia17 de fevereiro desse mesmo ano.Natural da Diocese de Guarda, D.José Francisco Sanches Alvesnasceu a 20 de abril de 1941, nafreguesia de Lageosa (Sabugal);estudou Filosofia e Teologia nosseminários da Diocese da Guarda.Em 1966, a 3 de julho, foi ordenadopresbítero na Catedral de Évora.Na Arquidiocese de Évora foivigário-geral, coordenadordiocesano da Pastoral e presidentedo Cabido da Catedral.A 7 de março de 1998 foi nomeadobispo auxiliar de Lisboa e a suaordenação episcopal celebrou-seem Évora, a 31 de maio de 1998. A22 de abril de 2004 foi nomeado porJoão Paulo II como Bispo da Diocesede Portalegre-Castelo Branco.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosemwww.agencia.ecclesia.pt

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Adeus à Imagem Peregrina de Fátima no Rio Douro

3.º Encontro Nacional de Leigos

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As novas fronteiras do Crer

O teólogo e escritor checo TomásHalík defendeu hoje a necessidadede superar a tradicional distinçãoentre crentes e não-crentes paraque a Igreja Católica possa alargaràs suas fronteiras no mundocontemporâneo. “Penso que aprincipal diferença entre as pessoashoje não é entre crentes e os quese dizem não-crentes. Julgo

que a principal distinção é entreos que ‘habitam’ e os que‘procuram’”, disse o sacerdotecatólico, em entrevista à AgênciaECCLESIA.O padre Halík esteve em Portugalpara um conjunto de conferências ecelebrações, ligados principalmenteà apresentação da sua nova obra,‘Quero que tu sejas - Podemos

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acreditar no Deus do amor?’.“É uma aventura, esta fé comocaminho, como busca de Deus, éuma grande aventura”, assinala.Segundo o autor, é necessárioultrapassar uma visão da fé católicacomo “herança” para falar da“busca de Deus”, promovendo o“diálogo” com quem se questiona arespeito da sua existência, dosentido da vida e do universo. “Parao futuro da Igreja é muito importanteque se encontrem caminhos paracomunicar com estas pessoas. Aminha Teologia é, por isso, atentativa de comunicar com aspessoas que não estãocompletamente identificadas com oensinamento da Igreja, com ainstituição Igreja”, realça o teólogocheco.O vencedor do ‘Prémio Templeton’2014, atribuído pela Fundação JohnTempleton (EUA), mostra-separticularmente atento às que“estão à procura”, que se colocam“questões espirituais”, que a Igrejatambém deve “provocar”. “Muitaspessoas intitulam-se não-crentes,mas não são espiritualmentecegas”, observa.Tomás Halík entende que uma das“provocações” necessárias é dizeràs pessoas que Deus “não estáinteressado” em que as pessoasacreditem nele”, mas em que

“o amem”. “Alguém pode dizer: tensprimeiro de acreditar em Deus edepois amá-lo. Não, na experiênciado amor podemos entender apalavra Deus”, precisa.Nascido numa “família secular”,Tomás Halík converteu-se aocatolicismo e viveu numa Igrejaperseguida, considerando hoje queo século XX foi um “inferno”, uma“noite escura coletiva” para a fé,mas que o futuro apresenta agoranovas perspetivas de “ressurreição”para a Igreja Católica.Teologicamente, centra-se notratamento de temas como o“paradoxo”, o “mistério”, o “silêncio”ou o “escondimento” de Deus econsidera que há perguntasdemasiado importantes para serem“estragadas” por respostas.“Eu penso que é muito importanteouvir e procurar as verdadeirasquestões das pessoas”, realça.O autor defende, por outro lado,que o pontificado de Francisco deuum “novo estilo” à Igreja Católica. “Éum novo capítulo na história doCristianismo”.Para Halík, Francisco apresenta-secomo “uma grande personalidadeespiritual” e é admirado por muitaspessoas “pela sua coragem deabordar questões polémicas donosso tempo e de falar delas muitoabertamente”.

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Terror em AlepoO Papa lamentou no Vaticano as“notícias dramáticas” que nosúltimos dias têm chegado da Síria,com referência específica à cidadede Alepo, onde umbombardeamento atingiu o hospitalAl Quds.“Recebo com profunda dor asdramáticas notícias provenientes daSíria, que dizem respeito à espiralde violência que continua a agravara já desesperada situaçãohumanitária do país, em particularna cidade de Alepo”, referiu,perante milhares de peregrinosreunidos na Praça de São Pedropara a recitação da oração do‘Regina Coeli’.Francisco recordou as “vítimasinocentes” do conflito, que atinge“crianças, doentes e os que comgrande sacrifício se comprometem aprestar ajuda ao próximo”.O Papa pediu que as partes emconflito respeitem o cessar-fogo ereforcem “as conversações emcurso, único caminho que conduz àpaz”.Os atos de violência acontecemapesar do cessar-fogo entre ogoverno de Damasco e a ComissãoSuprema para as Negociações,principal aliança dos grupos daoposição.

A comunidade salesiana em Aleporevelou que a última semana naSíria “foi das piores” desde o inícioda guerra civil no país e lamenta afalta de atenção internacional para ocontexto na região. Em declaraçõesenviadas à Agência ECCLESIA, opadre Alejandro León frisa que háem todo o Médio Oriente muitassituações difíceis, mas a situação éainda mais preocupante na Síria”,onde “há muitas fações em luta,numa guerra de todos contra todos,em que os civis, infelizmente estãono meio”. “Sofremos sobretudo pelaperda de crianças e jovens donosso oratório... Hoje, todos oscristãos que morrem são pessoasque conhecemos... e, para nós, émuito difícil acompanhar essassituações extremas”, realça osacerdote.

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Papa denuncia discriminação dasmulheresO Papa denunciou no seu quintovídeo com intenções de oração adiscriminação das mulheres em todoo mundo, evocando em particular asvítimas de violência sexual eescravidão.“Devemos condenar a violênciasexual que as mulheres sofrem eeliminar os obstáculos que impedema sua inserção plena na vida social,política e económica”, refereFrancisco, numa intervençãodivulgada através do YouTube peloApostolado da Oração, a redemundial que divulga as intençõespropostas pelo pontífice.O Papa sustenta que não é“suficiente” reconhecer o contributodas mulheres “em todas as áreasdo agir humano, a começar pelafamília. “Temos feito muito poucopelas mulheres que se encontramem situações muito duras,desprezadas, marginalizadas e atéreduzidas à escravidão”, lamenta.‘O Vídeo do Papa’ é uma plataformalançada pela Rede Mundial deOração do Papa - Apostolado daOração (AO), da Companhia deJesus, através da qual Franciscoconvida homens e mulheres domundo inteiro a unir-se às suasintenções.O vídeo é também disponibilizadona rede social facebook, emwww.facebook.com/ovideodopapa.

De acordo com o AO, estima-se quefaçam parte da Rede Mundial deOração do Papa mais de 30 milhõesde pessoas, em dez idiomas.‘O Vídeo do Papa’ foi idealizado erealizado pela agência La Machi,Consultora de Comunicação paraBoas Causas, e conta com o apoiodo AO-Portugal.Todos os meses, o Papa confia duasintenções de oração: uma universal,com temáticas que apelam a todosos homens e mulheres de boavontade; e outra pela evangelização,mais centrada na vida da Igreja e nasua missão. “Se consideras que istoé justo, faz este pedido comigo: paraque, em todos os países do mundo,as mulheres sejam honradas erespeitadas, e seja valorizada a suaimprescindível contribuição social”,pede Francisco, neste mês de maio.

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Doenças Raras: Paradigma do lucro semeia vítimas

Apelos do Papa no Vaticano

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Maria e a Cidade

Miguel Oliveira Panão Professor Universitário

Talvez não soubessem, mas pouco mais demetade da população mundial vive em áreasurbanas e prevê-se que esse número aumentepara dois terços em 2050. Isso significa que oambiente onde o ser humano se insere é cadavez mais urbano. Mas ... isso acontece porquevivendo em cidades as pessoas são mais felizes?

Ouvi uma vez o filósofo Jonathan Maskit falarsobre a diferença entre uma cidade americana euma europeia. O crescimento de uma cidadeamericana reflete tipicamente o espaçonecessário para ter estacionamento suficientepara os carros, enquanto que uma cidadeeuropeia se desenvolve em torno da comunidadede pessoas que lá vivem. Outro aspeto é o"Coffee-to-Go". O conhecido café americano queaparece frequentemente nos filmes. A diferençapara com os europeus é a de que estes tomam"Coffee-to-Stay", ou seja, tomam café paraconviver, estar uns com os outros e cultivar osrelacionamentos que nos estruturam comopessoas. É claro que deve haver um equilíbrioentre o tempo de confraternização e o trabalho,mas na intervenção de Maskit percebi como osestilos de vida podem influenciar a estética deuma cidade. Se as áreas urbanas estão aaumentar, o meio ambiente social é cada vezmais importante. Logo, será possível poluir oambiente social? Se sim, que tipo de poluição éessa? E como solucioná-la?

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Em 8 de dezembro de 2009, o PapaBento XVI afirma algo queesclarece.

Queixamo-nos muitas vezes dapoluição do ar, que em certoslugares da cidade é irrespirável. Éverdade: é necessário ocompromisso de todos para tornarmais limpa a cidade. E todavia, háoutra poluição, menos perceptívelaos sentidos, mas igualmenteperigosa. Trata-se da poluição doespírito; ela torna os nossos rostosmenos risonhos, mais obscuros,que nos leva a não noscumprimentarmos, a não olharmosuns nos rostos dos outros... Acidade é feita de rostos, masinfelizmente as dinâmicas colectivaspodem fazer-nos perder apercepção da sua profundidade.Vemos tudo superficialmente. Aspessoas tornam-se corpos, e estescorpos perdem a alma, tornam-secoisas, objectos sem rosto, que sepodem trocar e consumir.

Quanta poluição do espírito nãovemos nas nossas cidades... Bastauma viagem de Metro em Lisboa.Qual a solução? Entrando no mêsde maio, não posso deixar depensar em Maria.

Diz Bento XVI que "Maria Imaculadaajuda-nos a redescobrir e defendera profundidade das pessoas,porque

nela existe a transparência perfeitada alma no corpo. É a pureza empessoa, no sentido que nela espírito,alma e corpo são plenamentecoerentes entre si e com a vontadede Deus. Nossa Senhora ensina-nosa abrir-nos à acção de Deus, a fimde olharmos para os outros comoEle o faz: a partir do coração. E aolharmos para eles commisericórdia, com amor, com ternurainfinita, especialmente para aquelesmais sozinhos, desprezados,explorados. 'Onde abundou opecado, superabundou a graça'."

O convite é simples: ser uma outraMaria. O resultado é evidente.Baseando-me no que disse o PapaFrancisco no passado dia 25 abril aovisitar - curioso - uma Mariápolis dosFocolares em Roma, ou seja a"Cidade de Maria", se procurarmosser como Maria iremos "transformaros desertos em florestas".

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Diálogo... uma obra em construção

Henrique Matos Agência ECCLESIA

No Vaticano, esta semana, um encontro entremembros do Real Instituto para Estudos Inter-religiosos da Jordânia e do Conselho Pontifíciopara o Diálogo Inter-religioso. A iniciativa teve portema: “Valores partilhados na vida social epolítica: cidadãos e crentes”.Não é uma daquelas cimeiras que concentram osholofotes mediáticos, mas também, não é nospalcos fugazes do mediatismo que as mudançasacontecem. Elas operam-se na confiança e noconhecimento recíproco. Na paciência de umdiálogo que se aprofunda com passos sólidosque não renegam identidades mas que avançamna direção do superior interesse do bem comum.É algo semelhante que acontece neste contactoentre o cristianismo e o islão. Religiões que osextremistas e os alinhamentos informativosquerem arrumar em trincheiras contrárias.Porém, no caso, as trincheiras não existem,antes a mesa do encontro... e para que eleaconteça são necessárias as palavras, e assimreunimos os ingredientes do diálogo.Esta “é ainda uma obra em construção” masainda assim faz a diferença num mundo marcado“pela destruição das guerras” diz Francisco nasaudação enviada aos participantes nestainiciativa.Perante a fragilidade, ou melhor, a hipocrisia dassoluções políticas que as nações cozinham,tentando gerir conflitos de forma a colherdividendos da desgraça alheia, apresenta-se odiálogo como a via possível. A única, pois só elaconjuga a sinceridade e a capacidade de gerir adiferença.

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Continua Francisco na suamensagem: "o diálogo é sair de simesmo, com a palavra, e escutar apalavra do outro. As duas palavrasse encontram, encontram-se os doispensamentos. É a primeira etapa docaminho."Vivemos assustados com osataques terroristas que, a qualquermomento, podem escolher o nossotransporte ou a praça queatravessamos... o medo é o mesmoque sentem os milhares de muçulmanos que apenas queremcontinuar a ganhar a sua vida empaíses culturalmente diferentes. Omedo não é bom conselheiro e asegurança não se faz com tijolos ouarmas, a única paz sólida é feita deacolhimento e colaboração.Há comunidades que se têm delibertar de imposições irracionais,

quebrar o medo e estimular a crítica.Outros deverão aprender a olharpara um mundo a várias cores, ondeas oportunidades são universais. Édisto que Francisco fala, é nestalinha que entidades como o RealInstituto para os Estudos Inter-religiosos da Jordânia e o ConselhoPontifício para o Diálogo Inter-religioso, são sinais luminosos quenão podemos perder nestehorizonte ainda escuro pelatormenta.Terminava assim, a mensagem deFrancisco: "Depois deste encontroda palavra, os corações encontram-se e começa o diálogo da amizade,que termina com o aperto das mãos.Palavra, coração, mãos. É simples,até uma criança o sabe. Porque nãoo fazemos nós?"

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A Igreja na Praça digitalcom o Papa Francisco

A Igreja Católica celebra estedomingo o Dia Mundial dasComunicações Sociais 2016,iniciativa que chega à sua 50.ªedição e que tem este ano comotema ‘Comunicação e Misericórdia:um encontro fecundo’.O Papa Francisco defende na suamensagem para esta jornada que

a comunicação nas redes sociais eno mundo digital pode ser“autêntica” e “humana”. “Emails,SMS, redes sociais, chats podemser formas de comunicaçãoplenamente humanas. Não é atecnologia que determina se acomunicação é autêntica ou não,mas o coração do homem e a sua

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capacidade de fazer bom uso dosmeios ao seu dispor”, escreve.O Dia Mundial das ComunicaçõesSociais é celebrado desde 1966 nodomingo anterior à festa doPentecostes.Depois de assinalar que as redessociais são capazes de “favoreceras relações e promover o bem dasociedade” e de ajudar naconstrução de “uma verdadeiracidadania”, o Papa deixa alertas emrelação a uma possível “maiorpolarização e divisão entre aspessoas e os grupos”.“O ambiente digital é uma praça, umlugar de encontro, onde é possívelacariciar ou ferir, realizar umadiscussão proveitosa ou umlinchamento moral”, precisa.A celebração de 2016 é colocadano contexto do ano santoextraordinário (dezembro de 2015-novembro de 2016), o Jubileu daMisericórdia convocado pelo Papa,deixando votos de que todosconsigam ser “mais abertos aodiálogo”.Francisco convida a Igreja a rejeitar

palavras e gestos “duros oumoralistas”, que correm o risco deafastar ainda mais as pessoas.“Podemos e devemos julgarsituações de pecado – violência,corrupção, exploração, etc. –, masnão podemos julgar as pessoas,porque só Deus pode lerprofundamente no coração delas. Énosso dever admoestar quem erra,denunciando a maldade e a injustiçade certos comportamentos, a fim delibertar as vítimas e levantar quemcaiu”, explica.“Alguns pensam que uma visão dasociedade enraizada na misericórdiaé injustificadamente idealista ouexcessivamente indulgente”, admiteo Papa, que responde a estascríticas com a vida familiar e aatitude dos pais para com os filhos.Francisco refere que é “fundamentalescutar” para fazer da comunicaçãouma verdadeira partilha,distinguindo esta atitude do simples“ouvir”, porque ultrapassa o âmbitoda informação e “requer aproximidade”, admitindo que“escutar nunca é fácil”.

O amor, por sua natureza, é comunicação: leva a abrir-se, não seisolando. E, se o nosso coração e os nossos gestos forem animados pelacaridade, pelo amor divino, a nossa comunicação será portadora da forçade Deus

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50 anos de mensagens pontifícias

O arcebispo italiano D. Claudio Celli,antigo responsável do Vaticano pelosetor das Comunicações Sociais,defende que a Igreja Católica temvindo a concentrar o seu discursonas “notas positivas” do mundo dosmedia, com a orientação dos últimosPapas.“Percebe-se facilmente ummovimento através das mensagensdo Papa que se sucederam: de umavisão instrumentalista, a perspetiva

foi-se progressivamente deslocandopara o desafio antropológico eteológico propriamente dito”,escreve, na introdução do livro ‘DiaMundial das Comunicações Sociais.50 mensagens, de Paulo VI aFrancisco’.A publicação do SecretariadoNacional das Comunicações Sociais(SNCS), com a chancela da PaulusEditora, foi apresentada esta quinta-feira, em Lisboa, no contexto dacelebração

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do 50º Dia Mundial dasComunicações Sociais (8 de maio).Além do um livro que reúne todas asmensagens dos Papas para estajornada, o SNCS assinala a datacom o lançamento do 'Prémio deJornalismo D. Manuel Falcão’.D. Claudio Celli, prefeito emérito doConselho Pontifício para asComunicações Sociais (Santa Sé),recorda que esta jornada anual foiinstituída pelo Concílio Vaticano II(decreto conciliar Inter Mirifica), em1963.Celebrado pela primeira vezem 1967, no pontificado de PauloVI, o Dia Mundial das ComunicaçõesSociais tem como pano de fundo arespetiva mensagem do Papa, 50até hoje.

Para D. Claudio Celli, este meioséculo mostrou um processo de“assimilação progressiva da culturada comunicação na vida e namissão da Igreja”.Num contexto de transformaçãocultural e tecnológica, os PapasPaulo VI, João Paulo II, Bento XVI eFrancisco ajudaram a promover uma“mudança de paradigma” que passapor “maior proximidade” entre aIgreja e os media.D. Claudio Celli comenta ainda aúltima mensagem, com o tema‘Comunicação e Misericórdia: umencontro fecundo’, que coloca “emsintonia com o ano jubilar damisericórdia”.“O Papa Francisco convida-nos afazer da nossa comunicação umaexpressão da compaixão, da ternurae do perdão de Deus para todos”,precisa.

Ao apresentar esta recolha de mensagens, é-me grato também recordaruma outra tradição que é audiência agora concedida aos media pelonovo Papa, logo após a sua eleição. Foi assim que a 16 de março de2013, o Papa Francisco se lhes dirigiu: “Vós tendes a capacidade deidentificar e exprimir as expectativas e as exigências do nosso tempo, deoferecer os elementos necessários para uma leitura da realidade. Ovosso trabalho requer estudo, uma sensibilidade própria e experiência,como tantas outras profissões, mas implica um cuidado especial pelaverdade, a bondade e a beleza; e isto torna-nos particularmente vizinhos,já que a Igreja existe para comunicar precisamente isto: a Verdade, aBondade e a Beleza «em pessoa». Deveria resultar claramente que todossomos chamados, não a comunicar-nos a nós mesmos, mas esta tríadeexistencial formada pela verdade, a bondade e a beleza”

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Igreja tem dedicado atençãopermanente ao setor dos mediaO presidente da ComissãoEpiscopal da Cultura, Bens Culturaise Comunicações Sociais afirmouque há uma atenção “permanente”da Igreja Católica à “evolução” dosmedia e ao “contributo dos valoreshumanos e cristãos” para acomunicação.“As mensagens mostram apermanente atenção da Igreja àsimplicações sociais e deevangelização conexas com oprogressivo enriquecimento dosrecursos comunicacionais”, escreveD. Pio Alves, no prefácio do livro‘Dia Mundial das ComunicaçõesSociais. 50 mensagens, de Paulo VIa Francisco’.Segundo o presidente da ComissãoEpiscopal da Cultura, Bens Culturaise Comunicações Sociais, organismoda Conferência EpiscopalPortuguesa, as mensagens dossucessivos Papas

“testemunham a impressionanteevolução tecnológica no âmbitoglobal da comunicação”.“Globalmente, a atenção pendemuito mais para um diálogo com aspopulações em geral e osprodutores e utilizadores dacomunicação, nos seus diferentessuportes, que para abordagensmais intraeclesiais”, observa D. PioAlves.Este responsável fala numa“extensa” lista de “sublinhados devalores fundamentais” e de “valorescristãos” - a unidade dos homens(1971), serviço da vida (1972),direitos e deveres (1976), liberdaderesponsável (1981), justiça e paz(1983, 1987, 2003), solidariedade efraternidade (1988), esperança(1998), presença amiga (1999),compreensão entre os povos(2005), respeito, diálogo e amizade

O Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja teve a feliziniciativa de juntar numa única obra as Mensagens destas cinco décadas.Contou, para isso, com a valiosa colaboração da Paulus Editora. Foiassim possível pôr à disposição de um público alargado o itinerário decinquenta anos de documentos da Igreja sobre o importante mundo dacomunicação.

D. Pio Alves

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(2009), verdade, anúncio eautenticidade (2008, 2011), silêncioe palavra (2012), cultura doencontro (2014).São abordados temas como: valoresespirituais (1973), evangelização(1974, 2001), reconciliação (1975),fé e cultura (1984), formação cristãda opinião pública (1986), religião(1989), mensagem de Cristo (1992,1997, 2000), sacerdote (2010).Ocupa um lugar destacado a família(1969, 1980, 1991, 1994, 2004,2015), complementado comabordagens centradas emsegmentos concretos da população:juventude (1970, 1985), crianças(1979, 2007), idosos (1982), amulher (1996).

As Mensagens não passam ao ladode questões tão concretas como apublicidade (1977) e direitos edeveres do recetor (1978).

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Construir pontese criar sinergias na Comunicação

O diretor do Secretariado Nacionaldas Comunicações Sociais (SNCS),padre Américo Aguiar, afirmou que aIgreja Católica deve promover“pontes” no mundo da comunicaçãoe criar “sinergias” entre as suasvárias plataformas, diocesanas enacionais.Numa entrevista dedicada ao 50.ºDia Mundial das ComunicaçõesSociais, que se vai celebrar nodomingo, o responsável recordou asorientações deixadas por Franciscopara esta data, numa mensagemintitulada

‘Comunicação e Misericórdia: umencontro fecundo’, que com “o rostodo Papa”“A maneira como dizemos as coisaspode salvar ou condenar umarelação”, observou.Para o diretor do SNCS, acomunicação da Igreja é chamada apromover “encontros”, com “testemunho, sentimento,autenticidade”, à imagem do quetem acontecido com o pontíficeargentino.O padre Américo Aguiar foi

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nomeado para o cargo a 7 de abril,pela Conferência EpiscopalPortuguesa (CEP) e tem promovidodesde então uma “auscultação” aosvários responsáveis diocesanos,que deve estar concluída até àpróxima assembleia plenária dosbispos católicos, em novembro.Reconhecendo dificuldades empassar “do nível diocesano para onível nacional” na atividade eclesial,o diretor do SNCS sustenta que,num “respeito total e profundo” pelaautonomia de cada diocese, épossível promover a partilha dos“bons exemplos”.O objetivo é recolher asexpectativas das várias dioceses emrelação ao secretariado ligado àCEP, para “criar sinergias” entre as“várias geografias”

da Igreja Católica em Portugale promover a “proximidade”.A Igreja, acrescenta, deve ser“exemplar” na gestão dos seusrecursos e encontrar respostas“sustentáveis”.O Dia Mundial das ComunicaçõesSociais é a única celebração dogénero estabelecida pelo ConcílioVaticano II (decreto ‘Inter Mirifica’,1963).O padre Américo Aguiar defendeque a data serve para recordar uma“realidade tão urgente e tãonecessária” para o dia a dia dascomunidades católicas.O ofertório das celebraçõesdominicais reverte a favor dotrabalho da Igreja nasComunicações Sociais, em cadadioceses e nas atividades de âmbitonacional.

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Media estão a ocupar espaçostradicionalmente reservados àsreligiões

O teólogo e escritor checo TomásHalík disse à Agência ECCLESIAque os media estão a ocuparespaços tradicionalmentereservados às religiões comoreferências de “verdade” e depensamento.“Os media têm um papel que

tradicionalmente era das religiões:os media interpretam o mundo, dãoos grandes símbolos, as grandesnarrativas, as grandes histórias, sãoárbitros da verdade e daimportância”, referiu o autor, ementrevista, ao abordar a celebraçãodo Dia Mundial

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das Comunicações Sociais 2016 (8de maio).A Igreja Católica celebra nodomingo uma iniciativa que chega àsua 50.ª edição, este ano comotema ‘Comunicação e Misericórdia:um encontro fecundo’.Para o padre Tomás Halík, aevolução dos meios decomunicação social levou aspessoas a querer ver com os seuspróprios olhos para determinar oque é “verdade”, seguindo osalinhamentos dos noticiários comocritério na análise à realidade.“Os media influenciam a forma depensar e de viver de muitaspessoas, o que era o papeltradicional das religiões. De certaforma, os media são a religião domundo contemporâneo”, analisa oautor, conhecido pela reflexão sobreo diálogo entre crentes e nãocrentes.O teólogo checo fala numarealidade que também está emtransformação, com a perda deinfluência da TV e o surgimento dasredes sociais, onde muitas pessoasestão em grupos, “seitas”, fechadasnas suas “ideologias”.

“Os media agora já não criamapenas uma sociedade comum,também estão a dividir, sãoexpressão de divisão na sociedade”,adverte.O vencedor do ‘Prémio Templeton’2014, atribuído pela Fundação JohnTempleton (EUA), considera que há“muitos problemas” com a influênciadas redes sociais nas pessoas,desde o racismo aos preconceitosculturais e religiosos.“O autoproclamado Estado Islâmicotem uma propaganda muitoprofissional nas redes sociais”,exemplifica.Tomás Halík propõe a criação deuma profissão “muito promissora”para o futuro: “dietista do uso dosmedia”.“É preciso ensinar as pessoas adistinguir quais são os mediarealmente sérios e quais sãoperigosos para a nossa forma depensar e a nossa cultura”, conclui.O Dia Mundial das ComunicaçõesSociais, instituído pelo ConcílioVaticano II, é celebrado pela IgrejaCatólica desde 1967 no domingoanterior à festa do Pentecostes.

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Cónegos António Rego e João Aguiarrecebem Prémio D. Manuel Falcão

O Secretariado Nacional dasComunicações Sociais (SNCS), daIgreja Católica, entregou de formahonorífica o prémio de jornalismo ‘D.Manuel Falcão’ a dois antigosresponsáveis deste organismo, oscónegos António Rego e JoãoAguiar. A cerimónia decorreu estaquinta-feira, durante a sessão deapresentação do 50º Dia Mundialdas Comunicações

Sociais (8 de maio), que decorreuno Museu de São Roque, emLisboa.O diretor do SNCS, padre AméricoAguiar, falou numa “edição prévia”que visou distinguir duaspersonalidades a quem a IgrejaCatólica “deve muito”.O padre António Rego nasceu naVila de Capelas, São Miguel(Açores), em 1941; como estudantee jovem sacerdote começou atrabalhar

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em projetos jornalísticos, naimprensa, na rádio e na televisão,primeiro em território açoriano edepois em órgãos de comunicaçãonacionais. O sacerdote estudouComunicação Social em França erealizou centenas de programas naRádio Renascença e naRadiodifusão Portuguesa; criou oprograma de rádio ‘Hoje é Domingo’,tendo ainda assinado textos deopinião no ‘Diário de Notícias’.António Rego realizou mais de 1500programas de televisão na RTP ena TVI, com reportagens detemática religiosa nos cincocontinentes. O antigo diretor doSecretariado Nacional dasComunicações Sociais foi nomeadopelo agora Papa emérito Bento XVIcomo consultor do ConselhoPontifício das Comunicações Sociais(Santa Sé).O cónego João Aguiar, por sua vez,é o atual presidente do Conselho deGerência do Grupo Renascença,integrando há décadas os quadrosda emissora católica portuguesa,onde desempenhou, entre outras,as funções de diretor do Centro deProdução do Porto e de diretor deInformação; foi ainda diretor do‘Diário do Minho’, da Arquidiocesede Braga.

João Aguiar Campos nasceu no ano1949 em S. João do Campo, Terrasde Bouro (Braga); entre 1974 e1976 frequentou Ciências daInformação na Universidade deNavarra, em Espanha. Em 2011 foinomeado diretor do SecretariadoNacional das Comunicações Sociais,cargo que ocupou até ao início doúltimo mês de abril.O prémio de jornalismo ‘D. ManuelFalcão’, de caráter anual, vai seraberto à comunicação social emgeral. O padre Américo Aguiarexplicou que a iniciativa querchamar a atenção para os desafiosdo “exercício da missão dojornalista”, na busca da “verdade”.O diretor do SNCS realçou que D.Manuel Falcão é um “nome quegera muito consenso” e foi um“exemplo” para quem se dedica aojornalismo.Na cerimónia marcaram presençafamiliares do falecido bispo de Bejae o seu sucessor no cargo, D.António Vitalino.

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Comunicação peca por ausênciade misericórdia

O presidente da ComissãoEpiscopal da Cultura, Bens Culturaise Comunicações Sociais, da IgrejaCatólica, lamentou a “ausência demisericórdia” que marca os media ealimenta a cultura de exclusão nasociedade. Durante a apresentaçãodo 50.º Dia Mundial dasComunicações

Sociais, que decorreu esta quinta-feira em Lisboa, D. Pio Alvesconsiderou fundamental que osórgãos de comunicação socialsaibam “de que lado querem estar”.Do lado “da inútil sobrevivência aprazo, a qualquer preço, ou daconstrução de pontes quepossibilitem

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a união da humanidade na sua ricadiversidade?”, questiona o bispoauxiliar do Porto.Debruçando-se sobre a mensagemdo Papa Francisco, intitulada‘Comunicação e Misericórdia, umencontro fecundo’, D. Pio Alvesadmitiu que a junção destas duaspalavras, comunicação emisericórdia, poderá causarestranheza, sobretudo “nestestempos tão complicados”, em quevárias redações se debatem pelasua subsistência e num meio tãomarcado pela concorrência.O Papa argentino antecipou estareação, ao escrever que “uma visãoda sociedade enraizada namisericórdia” poderá ser vista como“injustificadamente idealista ouexcessivamente indulgente”, lembrao bispo auxiliar do Porto.No entanto, prosseguiu D. Pio Alves,a mensagem de Francisco tambémfrisa que “num mundo dividido,fragmentado, polarizado”, só umacomunicação orientada pelamisericórdia conseguirá trazer anecessária “proximidade” entre aspessoas.Para o prelado, comunicar commisericórdia significa passar da“imposição de um pensamento

tendencialmente único, sempreempobrecedor”, para um tipo decomunicação regida pela“apresentação dos factos, tãoobjetiva quanto possível, eassumidamente distinta da sualeitura”.Implica também que estes princípiosestejam incluídos “com clareza” nos“respetivos estatutos editoriais” esejam cumpridos “com fidelidade”.Aqui entra também outra variável,que é contrariar a tendência de umacomunicação que não éindependente mas regida“normativamente por uma qualquerentidade exterior, por mais estatalque seja”, apontou o responsávelcatólico.A apresentação do Dia Mundial dasComunicações Sociais 2016 contoucom a participação de váriasdezenas de participantes, entrebispos, jornalistas e colaboradoresda Igreja Católica, para além doprovedor da Santa Casa daMisericórdia de Lisboa, PedroSantana Lopes.Para este responsável, a mensagemdo Papa para o próximo Dia Mundialdas Comunicações Sociais oferecerum "bom manual de conduta" paraas pessoas e instituições."É bom que reflitamos na forçaintrínseca das boas notícias",sustentou Santana Lopes.

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Um sítio para a rádio dofuturo A partir do dia 13 de maio de 2016 as rádios do GrupoRenascença têm novas instalações, na Quinta do Bom Pastor(Buraca), em Lisboa. O presidente do Conselho de Gerência daRenascença, o cónego João Aguiar Campos, abriu as portas danova sede à Agência ECCLESIA numa “oportunidade deapresentar a casa a todos quantos amam o grupo nas suasdiversas rádios”.Da baixa de Lisboa para a Buraca o objetivo é cuidar o futuro!Produtores, animadores e jornalistas têm pela frente o desafio defazer diferentes canais de rádio, que sabem “comunicar paradiferentes públicos, diferentes idades, diferentes interesses”.“Uma rádio sem afetos não pode ser uma rádio com futuro”,destaca o cónego João Aguiar Campos, sobre a emissora queestá na história da comunicação social e da Igreja Católica emPortugal.O presidente do Conselho de Gerência do grupo desde 2005assinala que a rádio da Igreja Católica em Portugal não é piedosamas faz uma “leitura crente, corajosa dentro das perspetivas deum humanismo cristão”. E agora ainda melhor preparada eminfraestruturas e tecnologia. Entrevista realizada por Paulo Rocha e Carlos Borges

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Agência Ecclesia (AE) – Uma novacasa para uma nova rádio? Comovai ser essa nova rádio?Cónego João Aguiar Campos (JCA)– Vai ser uma rádio profundamenteadaptada aos tempos de hoje e aolhar para depois de amanhã e aomesmo tempo uma rádio, como sepressupõe, fiel às suas raízes, fielao seu povo, à sua gente, à Igrejaque pertence.Uma rádio como a sonhou o nossofundador: igual a todas as outrasrádios exceto em qualquer conteúdo“avariado”. Uma rádio com olharpositivo, profissional, otimista. Masprofissional, sublinharia…AE – Essa é a garantia que podeser dada aos ouvintes? Eles podemesperar novidades em antena apartir do novo espaço?JAC – Podem esperar tudo isso atéporque, além dos novos espaços,temos uma história e uma qualidadedas nossas pessoas, dos nossosprofissionais, sempre com grandecapacidade de adaptação às novastecnologias, com grandecapacidade de leitura dascircunstâncias de responder àsperguntas que hoje a sociedade e aIgreja nos vão colocando.É confiando nas pessoas, que são agrande riqueza de cada empresa, é

confiada na capacidade profissionale humana e ética das pessoas queposso, em nome de todos, dizer quesim, que vamos corresponder. Quatro rádios num cubotecnológicoAE – Um conjunto de estúdioscompletamente novos, também emtecnologia, vão permitir gerar novosconteúdos?JAC – Com certeza, teremos nofuturo também novidades deconteúdo. Estamos numa rádio novana perspetiva do digital.Pretendemos que seja uma rádiocom capacidade de convergir eestar presente nas diversasplataformas, onde hoje já estamos,mas com maior desenvolvimento eprofundidade.Uma rádio que permita tambémmaior interatividade. Os estúdiosvão permiti-lo porque não olhamospara os nossos ouvintes comoconsumidores passivos masolhamos para eles como produtoresque fazem connosco a rádio quequeremos. Por isso, com a imageme o som profundamente cuidado,uma presença viva, ativa eatualizada nas redes sociais, e comos nossos sites, penso que damosum passo grande num sítio quepretendemos habitar e que sechama o futuro.

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AE – Os vários canais do Grupo –Renascença, RFM, Mega Hits eRádio Sim – têm estúdios própriosde onde parte a emissão de cadaum?JAC – Sim. E estão dispostos comose fossem uma ilha. Depois, naslaterais, temos cabines de apoio,cabines de gravação. Mas nonúcleo central estão as nossasrádios, uma espécie de cubo centralcom grande luminosidade para oexterior, que pode percorrido emtoda a volta e as próprias emissõespodem ser vistas do corredor.AE – Todos os dias vão colocar noar muitas notícias, muitos debates,muito entretenimento e muitamúsica.JA – Nos estúdios vão estarsimultaneamente os tripés todos darádio. Não estará o jornalista numaesquina e o animador noutra, masestarão juntos e pensar,conjuntamente, o que importaservir quem está no outro ladoe que acaba por estar tambémneste lado numa atitude deconhecimento mútuo eprofundo respeito pelosgostos, pelas sensibilidades.Além do profundo eindesmentível respeito poraquilo que é a identidadedo nosso grupo e o que é aidentidade da Renascença

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Uma redação para quatrorádiosAE – Como vai ser a nova redaçãodo da Renascença?JAC – Sublinharia que não é apenasa sala da redação, mas a sala docanal! Aqui vão estar todas aspessoas que fazem os conteúdos docanal Renascença, da RádioRenascença, sejam os jornalistas,sejam animadores, os própriosassistentes trabalham na redação. Épreciso preparar um produto que “case”bem um com o outro, de umasonoridade e de uma intensãoglobal que percorra a antena 24horas por dia. Na redação vão estartambém as pessoas que trabalhama web tv como as que trabalham nossites.As diversas plataformas reunidasnuma sala podem, com as diferenteslinguagens que cada uma delasadota, conversar ao mesmo tempoentre si e ver o que é propostocomo mensagem do canal.

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AE – A unidade que aqui se cria, noambiente, no contexto de trabalho,vai corresponder também a umaunidade na própria linha daestação?JAC – Essa é efetivamente aintenção. Nós temos estado numacasa onde a informação tinha o seunúcleo, o seu próprio espaço e aanimação, que tradicionalmente sechamava de programação, tinha oseu espaço fisicamente distante.Isso cria sempre alguns problemas,não apenas da interação imediatamas até, às vezes, da construção,da “confeção” do próprio conteúdo.Agora, estando numa salaanimadores, produtores, direção,jornalistas, todos juntos, vai serpossível um diálogo constante e umacerto permanente das diversaslinguagens. Na sala trabalharão osanimadores, os jornalistas, estarãotambém os animadores e jornalistasda webtv, como os responsáveis dasredes sociais e pelo site do CanalRenascença, o quenecessariamente vai enriquecerperspetivas, enriquecer ecomplementar pontos de vista, demodo que cada um com as suasdiferentes linguagens, mas umagrande unidade de mensagem,cada um possa servir este desígniode estar em cada momento e cadavez mais próximo de toda a gente.

AE – Na estratégia editorial darádio qual é o papel da informação?JAC – Toda a informação é feitapela nossa direção de informaçãocom ritmo, linguagem e, às vezes,com extensão diferentes na Mega,na RFM, na Sim e no canalRenascença. Porque cada um tem oseu público próprio com os seusinteresses específicos.Felizmente, temos grupos dejornalistas imputados, chamemosassim, a cada uma destas rádios oque lhes permite adequar-se melhorao tempo, aos ritmos e à linguagemdaqueles a quem se destina.Permitam-me um louvor a estaversatilidade de uma redação quesabe comunicar para diferentespúblicos, diferentes idades,diferentes interesses. AE – O canal Renascença é deinformação?JAC – Já neste momento é umamarca informativa, felizmente deprestígio, com grande impacto quese pode e deve aprofundar nofuturo, fazendo do canal uma rádioprofundamente comunicativa. Ouseja, sempre

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interativa, sempre dialogante,sempre atenta, não fazendo comque a informação se esgote nostempos dos noticiários, mas sempreque haja algo de importante a dizer,importante a conversar, importantea transmitir. Sem esquecer a músicacomo um dos pilares fundamentaisdo conteúdo. AE – A edição dos conteúdos vaiacontecer com novos meiostecnológicos?JAC – Sim, adotamos agora modosnovos, tecnologicamente falando,de fazer as coisas. Por isso, nosprimeiros tempos, as pessoas estãoa aprender a tirar toda acapacidade dos novos

programas para trabalhar.Não é que o segredo seja a alma donegócio, mas gostaria muito queesses pormenores fossem sentidosem antena e vividos com entusiasmopor cada um dos nossos jornalistas,por cada um dos nossos produtoresde conteúdos. Rádio próxima e ao vivoAE – As novas instalações do GrupoRenascença, como as antigas,também têm um auditório. Quenovas possibilidades oferece agoraeste espaço às rádios do grupo?JAC – Posso dizer que é um dosespaços que mais me agrada, para

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além dos estúdios, precisamente pelasjanelas que nos abre. Permite-nos teruma rádio viva, uma rádio compúblico, para podermos ter os artistasao vivo e connosco, também numahomenagem constante aos criadoresmusicais e de entretenimento.Ao ter pessoas connosco nesteespaço, que é muito simpático emuito digno, também iremosfomentando, sublinhando os afetos,a relação com as pessoas.Um auditório destes também podeservir para a informação, paraconferências, para debates. Eainda

para incrementarmos ações deformação com as nossas pessoas.Penso alicerces muito seguros parao futuro deste grupo vão ser aconetividade, a interatividade e oaprofundamento do que são asnossas missões e os nossosvalores. AE – Aqui, através deste espaço, doque ele vai oferecer, os várioscanais da Renascença tornar-se-ãomais próximos de todos os ouvintes?JAC – É esse o desafio. Diria: maisdo que desafio é essa a obrigação.Coloca o grande desafio para os

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nossos profissionais de fazer rádiode outra maneira. Não que não otenhamos já feito. Mas este auditórionão pode ser comparado com o quetínhamos na sede anterior, maispequeno na sua dimensão e menosapetrechado tecnicamente.É um desafio e acrescento que éuma obrigação porque nãopodemos ser tontos de fazerinvestimentos sem olhar para ofuturo e para o seu uso imediato. Capela São Francisco deSalesAE – A Renascença é a emissoracatólica portuguesa e as novasinstalações, como as antigas naBaixa Lisboeta, também têm umacapela sempre aberta para acolherquem quiser entrar?JAC – A capela, que neste momentoestá numa fase de acabamentos,chamar-se-á Capela São Franciscode Sales, o padroeiro doscomunicadores católicos, equeremos que numa das paredeslaterais esteja a imagem dopadroeiro. Vai estar também aimagem da Nossa Senhora deFátima.A Rádio Renascença, no seu grupo,está consagrada à Senhora deFátima. Renovamos essaconsagração quando celebramos os75 anos e, agora, que

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estamos a abrir o ano inaugural dacomemoração dos nossos 80anos, também queremos que nestacapela esteja a imagem de NossaSenhora, que aliás estava tambémem lugar de destaque na capela daantiga sede da Rua Capelo.Teremos Missas às segundas equartas-feiras, celebradasrespetivamente pelo assistentereligioso de Lisboa, o padre VítorGonçalves, e pelo padre DâmasoLambers, que é uma das figuras evozes históricas da Renascença.Será naturalmente um espaço deoração e de meditação individual,dependendo da “fome interior” decada um. A necessidade aguça oengenhoAE – Cónego João Aguiar, como éque foi possível criar uma rádio comesta nova estrutura, com estaspotencialidades?JAC – A necessidade aguça oengenho e tínhamos realmente anecessidade de um novo espaçoporque a nossasede começava aser pequena e a criar limitações aoque pensamos ser obrigatório parao desenvolvimento da rádio. Juntou-se a nossa necessidade àcompreensão e à ajuda não apenasde entusiasmo, mas ajuda concreta,do próprio Patriarcado de Lisboa eda Conferência EpiscopalPortuguesa, os

sócios. Como sabemos aRenascença pertence 60% aoPatriarcado de Lisboa, 40% àConferência Episcopal Portuguesa eisto por vontade do fundador.Foi possível chegar a estacircunstância feliz juntando anecessidade, a nossa vontade deresponder melhor ao serviço quenos está atribuído, a disponibilidadedos sócios e ao apoio permanenteque têm manifestado à suaempresa.AE – É uma rádio que se identificatotalmente com o catolicismo emPortugal, com a Igreja Católica, pelasua identidade, pela sua pertença.É uma rádio que os católicos dehoje se podem identificar e terorgulho da sua estação?JAC – Eu penso que sim e esperoque sim. Evidentemente, que não éuma rádio piedosa, não é uma rádiode catequese, não foi assimpensada, não foi assim querida,desenhada e não é essa a suafinalidade. Está numa fronteira!Costumo dizer que é uma rádio quetem de ter um olhar crente sobre arealidade. Não pinta piedosamentemuros que estejam a cair, não fazdenúncias gratuitas e não fazanúncios beatos. Faz uma leituracrente, corajosa dentro dasperspetivas de um humanismocristão e de uma fidelidadenaturalmente à Igreja, à suaDoutrina Social e ao Evangelho.

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Cronologia RR

1 de Fevereiro de 1933 -Lançamento da ideia de umaemissora católica, em artigopublicado no nº 45 da Revista“RENASCENÇA”. É seu autor ojornalista Zuzarte de Mendonça. O Pe. Manuel Lopes da Cruz foiordenado em Braga a 27 de Abril de1924; em Janeiro de 1928 passou achefiar, em Lisboa, a redacção dodiário “Novidades” e tornou-se umjornalista empenhado, acima detudo, em evangelizar, através dasmais modernas técnicas decomunicação social. Lançou o“Anuário Católico de Portugal”, arevista “Renascença” e a RádioRenascença; foi director doSecretariado do Cinema e da Rádioe participou na fundação da RTP.Nomeado Prior da Basílica dosMártires, Monsenhor Lopes da Cruzfoi escolhido como consultor daComissão Pontifícia dos Meios deComunicação Social. Faleceu a 9 deJunho de 1969.

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24 de Maio de 1962 - João XXIIIfelicitou a Rádio Renascença peloseu 25 º aniversário Verão de 1975 – Ocupação dasinstalações da Rua Capelo, emLisboa 1978 – Campanha para a aquisiçãodos novos emissores. Publicado oboletim mensal dos “Amigos daRádio Renascença” e foramlançados os “Títulos deSolidariedade”.

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Os cinco Magníficos: Olga Cardoso,Luisa Espírito Santo, ArmandoRodrigues, Carneiro Gomes eAntónio Sala formaram, noDespertar, uma equipa inesquecívelno panorama radiofónico português. Avenida dos Aliados no Porto, 1983.As emissões do “Despertar ao Vivo”mobilizavam milhares de pessoaspor todo o país. 2004 – O Grupo r/com é ParceiroOficial do maior festival de músicado mundo, o Rock in Rio

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1987 – Lançamento da RFM,direcionada aos adultos dos 25 aos40 anos. 1998 – Lançamento da Mega Hitspara um público jovem dos 15 aos24 anos. 2008 – Início da Rádio Sim, umarádio para os seniores, apostadanuma comunicação otimista e deproximidade.

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28 de Outubro de 2008 -Inauguração das novas instalaçõesdo Grupo Renascença em Gaia(Porto)

insira a foto aqui

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13 de maio de 2016 – Inauguraçãoda nossa sede, na Quinta do BomPastor, em Lisboa

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É possível evangelizar através dainternet?

O fenómeno religioso na Internetpossui características muito própriase específicas. Podemos facilmenteconstatar através de uma pesquisasimples num motor de busca que aspáginas religiosas na Internet sãonumerosas, porém, por vezes,encontramo-nos perante presençasonline verdadeiramente consumistase feitas à medida do homem dehoje, sem terem em atenção amensagem. O fenómeno religiosona Internet possui três grandescaracterísticas,

às quais deveremos ter em atenção:- Antes do mais, existe um“secularismo virtual”. O secularismojá não se apresenta como ausênciade elementos sagrados, mas simcomo oferta quase comercial dereligiões, sem referência ao sagradoou com um conceito menos corretodo que pertence ao sagrado, feito,isso sim, à medida do ser humano.- Por outro lado, observamos o quepodemos designar de “relativismoonline”. Na Internet nada é absoluto,

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nem sequer é verdade. Ao entrarna rede, o utilizador encontra váriaspropostas de felicidade que se lheoferecem, com argumentos muitoatrativos, com múltiplas promessasde uma vida melhor, de superaçãopessoal, porém sem referência auma verdade absoluta nos seusconteúdos.- Por último, a “liberdade e aInternet”, que é um aspeto particulardo fenómeno religioso na Internet. AInternet é como o altar no qual sepresta culto ao conceito deliberdade surgido na época damodernidade, onde esta palavraassume características muitodiferentes.A necessidade de evangelizar naInternet é mais do que uma opção, éum dever próprio de todo o cristão.Neste sentido, recordamos que oencontro pessoal com Cristo

é a chave para uma autênticaevangelização. Por outro lado, avida da Igreja online deverá ser umespelho daquilo que leve aspessoas a um encontro com oRessuscitado e as encaminhe parauma liberdade que deve ser guiadapelo amor. A Igreja deverá aindaabrir as suas portas e mostrar oamor do Pai. Para isso, pode e devefazê-lo também através da Internet,adaptando-se sempre aos novosmeios tecnológicos e às novaslinguagens, para que assim possacontinuar o seu diálogo com ahumanidade. Somente assim poderáestabelecer um verdadeiro diálogocom o homem de hoje num meiocomo é a Internet, essencialmenteinterativo.

Fernando Cassola [email protected]

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II Concílio do Vaticano: A língua deCamões ouviu-se na Basílica de SãoPedro

O arcebispo de Lourenço Marques (Moçambique), D.Custódio Alvim, e o arcebispo de Évora, D. ManuelTrindade Salgueiro, foram os primeiros padresconciliares portugueses a discursar na I sessão do IIConcílio do Vaticano que decorreu de 11 de Outubro a08 de Dezembro de 1962.Na 10ª Congregação Geral (discussão do capítulosobre o mistério da Eucaristia), os preladosportugueses fizeram reflexões sobre este sacramentoonde se debateu a introdução “do vernáculo na partedidática da missa” e “acentuou-se a vantagem de umarica seleção” de textos das escrituras. Nesse mesmodia, a Comissão Pontifícia do Estado do Vaticanoofereceu aos padres conciliares duas séries de selospostais.D. Agostinho de Moura, bispo de Portalegre-CasteloBranco, na 12ª Congregação Geral (também sobre amissa) foi o terceiro padre conciliar português quediscursou na aula magna da Basílica de São Pedro.Na 13ª congregação (sobre sacramentos esacramentais), o prelado de Angra (Açores), D.Manuel Afonso de Carvalho também ajudou nareflexão e na 15ª congregação foi a vez de D. ManuelGonçalves Cerejeira, cardeal-patriarca de Lisboa,falar sobre o ofício divino.D. Sebastião Soares de Resende, bispo da Beira(Moçambique), fez duas intervenções na I sessão doconcílio convocado pelo Papa João XXIII: O calendáriolitúrgico e artes sacras (17ª congregação) e sobre osmeios de comunicação social (27ª congregação). A 30ªcongregação (sobre a unidade da Igreja) teve a

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participação de dois bisposportugueses: D. Manuel TrindadeSalgueiro e D. Abílio Augusto Vazdas Neves, bispo de Bragança-Miranda.O debate sobre as fontes darevelação também recebeu ocontributo dos padres conciliaresportugueses: D. Manuel GonçalvesCerejeira e D. David de Sousa,bispo do Funchal.Nos primeiros três meses do IIConcílio do Vaticano, o maioracontecimento da Igreja católica,recebeu o contributo reflexivo denove bispos portugueses. Trêsdeles (D. Manuel GonçalvesCerejeira, D. Sebastião Soares deResende

e D. Manuel Trindade Salgueiro)fizeram duas intervenções cada.Durante o longo intervalo quesepara o fim da primeira sessão doconcílio e o início do segundo, a 08de Setembro de 1963, é “necessárioproceder a novo exame eaperfeiçoamento dos projetos tendoem conta o trabalho já realizado”,referem as normas para ostrabalhos durante o intervalo entre aprimeira e a segunda sessão doconcílio. Nas normas pede-setambém para que se trate,especialmente, dos problemasgerais, “deixando de lado osproblemas particulares”.

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Maio 2016 07 de maio. Fátima - Fátima Jovem com o tema«Maria, Mãe de Misericórdia»(termina a 08 de maio) . Itália – Milão - PapaFrancisco visita a Diocese de Milão . Porto - Dia diocesano do professorcom visita a Oliveira do Hospital epromovido pelo Movimento deEducadores Católicos . Setúbal - IV Itinerário de visitas aigrejas modernas, este ano naDiocese de Setúbal . Aveiro – Seminário - Assembleiageral dos antigos alunos doSeminário de Aveiro . Setúbal – Arrábida - Peregrinaçãodas famílias na Serra da Arrábida . Odemira - Igreja matriz - Sessão do festival «Terras Sem Sombra»com «Quaternaglia Guitar Concert» . Évora, 09h00 - A ConferênciaNacional do Apostolado dos Leigos(CNAL) promove o III Encontro

Nacional para um conjunto deatividades em torno do tema “Nadanos é indiferente - Entre a Terra e oCéu" . Portalegre - Nisa (Cine Teatro),09h30 - Encontro diocesano doApostolado da Oração (AO) com apresença do padre António Valério,SJ, secretário nacional do AO . Lisboa - Paróquia do Parque dasNações, 09h30 - Encontro parapessoas separadas/divorciadas como tema «O rosto da misericórdia» . Lisboa - Turcifal (Centro deEspiritualidade), 10h00 - Acção deformação sobre Património Artísticoda Igreja - Critérios e Práticas deConservação Preventiva» . Leiria - Sede da Cáritas, 14h30 - Feira solidária promovida pelaCáritas Diocesana de Leiria . Leiria - Batalha (Mosteiro), 15h00 - Conferência sobre os vitrais doMosteiro da Batalha por PedroRedol . Faro, 17h00 - Celebração dabênção das Pastas dos alunos daUniversidade do Algarve por D.Manuel Quintas

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08 de maio. Dia Mundial das ComunicaçõesSociais subordinado ao tema«Comunicação e Misericórdia: umencontro fecundo» . Fátima -Peregrinação a pé daComunidade Mundial para aMeditação Cristã com início em Lisboae meta no Santuário de Fátima (até12 de maio) . Lisboa - Casa do Gaiato, 09h30 - Festa da Vida sobre «Missão do BomSamaritano» promovida pelo Setorda Catequese do Patriarcado deLisboa . Guarda - Instituto Politécnico daGuarda, 11h00 - Bênção dosFinalistas presidida por D. ManuelFelício, bispo da Guarda . Lisboa - Capela do Rato, 15h00 - Debate sobre «Indiferença e a faltade participação nas decisõescomuns» promovido pela LOC-MTCda Diocese de Lisboa e comconferência do deputado José ManuelPureza . Lisboa - Santo Antão do Tojal(Casa do Gaiato), 15h30 - D. ManuelClemente apresenta dois livros doPapa Francisco: «A Família gera omundo» e a exortação apostólica «Aalegria do amor»

. Lisboa - Igreja de Linda-a-Velha,16h30 - Concerto de órgão e coroem Linda-a-Velha pelo organistaAndré Ferreira e integrado no ciclode órgão Nossa Senhora do Cabo 09 de maio. Itália – Roma - Assembleia plenáriada união internacional dassuperioras gerais para debater otema «Tecendo a SolidariedadeGlobal para a Vida» (até 13 demaio) . Lisboa - Encerramentodo concurso fotográfico sobre«Olhares de Misericórdia naCidade» promovido pela Santa Casada Misericórdia de Lisboa . Viseu - Casa Episcopal, 18h00 - Obispo de Viseu encontra-se com osjornalistas para falar da mensagemdo Papa para o Dia dasComunicações Sociais e sobrequestões da atualidade da diocese. 10 de maio. Fátima - Reunião da ComissãoEpiscopal da Educação Cristã e daDoutrina da Fé . Fátima, 10h30 - Conselhopermanente da CEP (ConferênciaEpiscopal Portuguesa)

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O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil vaipromover nos dias 7 e 8 de maio do Fátima Jovem. Umencontro da juventude de Portugal no santuáriomariano da Cova da Iria que este ano tem por tema“Maria Mãe da Misericórdia O Patriarcado de Lisboa promove no dia 8 de maioFesta da Vida e da Família que este ano conta com osadolescentes do 8.º volume da catequese. O lema‘Viu-o e encheu-se de compaixão’ (Lc 10,33), é o temapara a Jornada que decorre na Casa do Gaiato deSanto Antão do Tojal. O bispo de Viseu encontra-se com os jornalistas, dia09 deste mês, para falar da mensagem do Papa parao Dia das Comunicações Sociais e sobre questões daatualidade da diocese. O Santuário de Fátima vai apresentar nos dias 11, 13e 15 de maio no grande auditório do Centro Pastoralde Paulo VI, em Fátima, o espetáculo multidisciplinar‘“Fátima – O dia em que o Sol bailou’, desenvolvidopela Vortice Dance Company no âmbito daprogramação do Centenário das Aparições (1917-2017). A primeira Peregrinação Internacional Aniversária aoSantuário de Fátima, no último ano de preparaçãopara o centenário, em maio de 2016, vai ser presididapor D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

10h30 - Oitavo Dia 11h00 -Transmissão missa

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 13h30Domingo, 08 de maio -Marca Ecclesia: Presenças daIgreja Católica em Portugalnos media. Segunda-feira, dia 09 - Entrevista a Nelson Ribeiro,diretor da Faculdade deCiências Humanas da UCP. Terça-feira, dia10 -Informação e entrevista aSónia Seixas sobre o livro"Cyberbullying: um guia parapais e educadores" Quarta-feira, dia 11 - Apresentação das novasinstalações do Grupo Renascença e do espetáculo "ODia em que o Sol Bailou" Quinta-feira, dia 12 - Informação e entrevista aà irmãÂngela Coelho. Sexta-feira, dia 13 - Análise à liturgia de domingopelo padre João Lourenço e Juan Ambrosio. Antena 1Domingo, dia 01 de maio - 06h00 - Dia dotrabalhador, que perspetivas? Segunda a sexta-feira, 02 a 06 de maio - 22h45 -Leigos empenhados: Sociedade São Vicente de Paulo;Movimento de Apostolado de Adolescentes e Crianças;"Comunicar é partilhar" com o padre Américo Aguiar;Movimento de Schoenstatt e o Encontro Nacional deLeigos, com Alexandra Viana Lopes

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Ano C – Solenidade da Ascenção doSenhor TestemunharCristo comalegria

A Solenidade da Ascensão de Jesus, que hojecelebramos, sugere que a vida definitiva, emcomunhão com Deus, se encontra no final de umcaminho percorrido no amor e na doação. Seguidoresde Jesus, a quem aderimos com todo o nosso ser,somos chamados a ser testemunhas do seu projetolibertador.Nas palavras de despedida de Jesus no Evangelho dehoje, está bem definida esta missão dos discípulos nomundo, a ser assumida com alegria. A alegria é marcade identidade cristã, como dizia Bento XVI. No mesmosentido vai o Papa Francisco, ao apontar a alegria doEvangelho como essência das nossas vidas.A tristeza torna o rosto sombrio e as lágrimas estorvama vista. Os discípulos conheceram a tristeza e adeceção, não conseguindo reconhecer oRessuscitado que caminhava ao seu lado. Sãonecessários os olhos da fé para perceber que Cristoestá vivo, para nos alegrarmos n’Ele, para Oanunciarmos. Uma fé assim vivida não nos mergulhano passado saudosista, antes nos orienta para umfuturo que já não será mais como antes.Qual é o segredo dos discípulos para estarem alegresdepois da partida do Mestre? A presença doRessuscitado, muito simplesmente, mas presença “deoutro modo”. Doravante, Ele está sempre com eles naforça do Espírito Santo. Eles vivem na alegria porquesabem que Ele está com eles até ao fim dos tempos eque sem Ele nada podem fazer. Ele prometeu emanteve as suas promessas!“Enquanto Jesus os abençoava, afastou-Se deles e foielevado ao Céu”.Este céu só pode ser percebido com o olhar da fé,com a confiança que podemos ter em Cristo e nastestemunhas que O viram separar-Se deles. Não háqualquer prova

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nem demonstração científica paraesta subida de Jesus ao céu.Somos convidados a situar-nosnoutro registo, o registo do amor.Aliás, essa é a nossa experiência:quando amamos, quandoconhecemos momentos de intensafelicidade, gostaríamos que o tempoparasse, não para que tudo acabemas para que esta felicidade queatinge todo o nosso ser sejaeternizada.Jesus veio habitar este desejo deeternidade em nós, para o elevar àsua plena realização.Ressuscitando, fez entrar todos osnossos desejos no mundo do amorinfinito, no seu

coração pleno de misericórdia. E éem cada Eucaristia que acolhemosem nós a presença de Jesusressuscitado que vem alimentar efazer crescer o germe da vidaeterna.A alegria do Ressuscitado devebrilhar nos olhos e transformar oscorações dos discípulos quetestemunham a entrada definitiva deJesus na vida de Deus.Que a nossa vida quotidiana tenhasempre esse sabor eucarístico deCristo ressuscitado e seja umpedaço de céu pleno de felicidade ede alegria.

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Jubileu dos militares e polícias

O Papa celebrou no último sábado ojubileu dos militares e polícias, noVaticano, aos quais pediu que“sejam instrumentos dereconciliação” e “semeadores dapaz”. Durante a celebração dojubileu das forças armadas e desegurança de todo o mundo,Francisco salientou que as forçasmilitares e policiais têm não só pormissão “prevenir, mediar ou pôr fimaos conflitos", mas também"contribuir para a construção deuma ordem baseada na verdade ena

justiça, no amor e na liberdade”.“Nas vossas famílias, nos váriosâmbitos do vosso trabalho, sejaminstrumentos de reconciliação,construtores de pontes esemeadores de paz”, desafiou oPapa argentino.A audiência na Praça de São Pedrolevou a Roma peregrinos das maisvariadas partes do mundo, incluindode Portugal. O Papa dedicouespecial atenção ao conceito dereconciliação, considerando-o comochave para entender o Jubileu daMisericórdia

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que a Igreja Católica está acelebrar.?A reconciliação é também umserviço pela paz, peloreconhecimento dos direitosfundamentais das pessoas, dasolidariedade e do acolhimento atodos?, apontou Francisco,desafiando os membros das forçasda ordem a ?não perderem oânimo?, apesar dos desafios atuais."Construir a paz não é uma tarefafácil, sobretudo pela guerra queendurece o coração e

dissemina a violência e o ódio. Mascontinuem o vosso caminho, façamressoar no mundo a esperançacristã da vitória do amor sobre oódio, da paz sobre a guerra?,exortou.O evento insere-se no Ano SantoExtraordinário da Misericórdia, que aIgreja Católica vive até 20 denovembro, e no trigésimoaniversário da promulgação daConstituição Apostólica ?SpiritualiMilitum Curae?.

O Papa presidiu esta quinta-feira a uma vigília de oração no Vaticano,integrada no calendário das celebrações Jubileu da Misericórdia, na qualfoi exposto o relicário de Nossa Senhora das Lágrimas de Siracusa. Avigília para ?enxugar as lágrimas? contou com uma evocação de umfenómeno ocorrido na Itália, em 1953, quando uma obra em gesso,representando o Coração Imaculado de Maria, derramou lágrimas.Durante a celebração, o Papa Francisco quis distribuir aos participantesum 'Agnus Dei' (Cordeiro de Deus), objeto de devoção usadoparticularmente no Ano Jubilar, que remonta ao século IV; realizado comcera branca em forma oval, o presente do Papa tem numa das faces oCordeiro Pascal e na outra o logótipo do Jubileu da Misericórdia.

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Saber perdoar mesmo após 27 anos de prisão

O segredo do padre ErnestEsteve preso 11 mil dias. Foi umtempo terrível em que sofreutorturas e trabalhos forçados.Contra todas as expectativas,sobreviveu. Hoje, o Padre ErnestSimoni, um dos símbolos daperseguição aos cristãos durante aditadura comunista na Albânia,recorda esse tempo como quemrevela um segredo.Foram 27 anos de prisão. A suahistória, que já emocionou até àslágrimas o Papa Francisco, é umexemplo extraordinário deperseverança na fé. É impossívelficar-se indiferente à história dopadre Ernest, de 85 anos, cabelosbrancos e sorriso doce. Preso nanoite de Natal de 1963, em plenaditadura comunista de Enver Hoxha,dificilmente conseguiria imaginartodo o tormento por que iria passarnos 27 anos seguintes. Um tormentoa que foi condenado apenas pelofacto de ser sacerdote. Hoje, aolembrar as horas intermináveis naminúscula e escura cela, o PadreSimoni é capaz de reduzir tudo auma simples frase: “Fui preso ecolocado numa cela de isolamento,torturado e condenado à morte”.Acabou por não ser fuzilado

mas enviado para as minas. Seria aíque cumpriria a sentença de“trabalhos forçados”.O regime pendeu-o, torturou-o masnunca o privou da sua verdadeiraliberdade. A história deste sacerdoteé um símbolo da resistência doscristãos na Albânia durante os anosterríveis em que o regime comunistaprocurou eliminar Deus dasociedade. Apesar disso, nunca sedeixou de rezar o Pai-Nosso naAlbânia, nem que fosse àsescondidas, nem que fosse emmurmúrios. Palavras de perdãoHá datas que nunca se esquecem.O Padre Ernest Simoni sabe que foipreso no Natal de 1963 e nuncamais irá esquecer o dia em que foilibertado: 5 de Setembro de 1990. Oseu primeiro gesto, as suasprimeiras palavras, foram para osalgozes, os que o mantiveramdetido, os que o obrigaram atrabalhar nas minas e nos esgotos.Os que o torturaram. “Para elesinvoco constantemente amisericórdia de Deus.” Ernest era,

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de facto, um preso especial. Sorriaem vez de protestar. Muitas vezesestaria a falar sozinho. Rezava,claro. Deverão tê-lo julgado aenlouquecer, desconhecendo oscarcereiros que a sua loucura eraoutra, vinha de Deus. “Na prisãocelebrei de cor a missa em latim etambém distribuí a comunhão. Nãofiz nada de extraordinário. Semprerezei a Jesus, sempre falei a Jesus.”Hoje, a Albânia precisa da nossaajuda para recuperar todo o tempoperdido. A Fundação AIS procuraapoiar os católicos que vivem nestepaís

através da ajuda concreta emprojectos relacionados com aedificação de igrejas, centrosparoquiais e – o que é essencial – arevitalização da comunidadeeclesial. Num país muçulmano, aIgreja Católica desempenha hoje umpapel essencial. O exemplo desantidade de Madre Teresa deCalcutá, ou o heroísmo discreto doPadre Ernest são, seguramente,sementes de um tempo novo que sóo perdão pode construir.

Paulo Aidowww.fundacao-ais.pt

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A arte de dizer (o) bem

Tony Neves Espiritano

O Papa Francisco é um portento decomunicação. Nele e por ele, tudo fala: aspalavras, os gestos, as escolhas de visitas, osescritos, os twits, os sorrisos, os abraços. Nadanos deveria espantar porque o Evangelho é umaboa notícia e as boas notícias dão-se comalegria.Tudo isto a propósito do dia mundial dascomunicações sociais, sempre celebrado nasolenidade da Ascensão (8 de Maio). Este ano éespecial, pois a Igreja celebra os 50 anos dainstituição deste dia, pelo Papa Paulo VI. E, emPortugal, será distribuído um livro que junta as50 mensagens, documento de grande valorhistórico e simbólico.Vivemos na era da informação. As tecnologias dacomunicação permitem que se espalhem ideias,ideais, notícias, propostas…aos quatro ventos.São tantas as informações que ninguém asconsegue processar! E este é talvez o maiordrama dos tempos que correm: falta-nos cultura,ou seja, informação processada, assimilada,compreendida, vivida, partilhada.A internet veio abrir auto-estradas ácomunicação, trazendo o melhor e o pior,exigindo formação, ética e vigilância. É um meiopoderoso, cheio de potencialidades, que éurgente utilizar para bem de todos, sobretudodos mais excluídos das nossas sociedades. Sim,a info-exclusão é um drama porque um dos sinaismais distintivos entre ricos e pobres hoje.

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A Igreja tem produzido excelentesdocumentos para ajudar acompreender a comunicação hoje ea utilizar para bem os media,sempre em novas versõestecnológicas. Do documento ‘InterMirifica’ do Concílio Vaticano II até àMensagem para o Dia Mundial dasComunicações Sociais de 2016 jáfoi percorrido um longo caminho. Do‘Osservatore Romano’ e da ‘RádioVaticano’ até ao ‘www.vatican.va’ eao ‘twitter’ do Papa Francisco sente-se uma evolução que mostra aimportância que a Igreja dá a estemundo das comunicações.Na ‘Ciberteologia’, António Spadaro,editor oficial do Papa Francisco,lembra que já não estamos nem naera da bússola nem na do radar.Estamos na era da rede, onde ainformação circula em todas asdirecções, de forma imbricada,

a exigir cabeças e corações que aprocessem com inteligência e alma.Estes são os nossos tempos, cheiosde futuro e risco, de desafio eperigo. Tempos belos em que oEspírito continua a soprar e a ajudaro mundo a ser um melhor espaço defraternidade e justiça.Há ‘boas notícias’ que é urgente dar.Temos de abrir portas e coraçõesaos pequeninos e pobres que vivemnas periferias e margens da nossahistória. Temos que gritar ao mundoque o nosso Deus é amor emisericórdia. Há que viver a ‘alegriado Evangelho’ e a ‘alegria do amor’.E, em caso de dúvidas, mandar umamensagem ao Papa Francisco queele, a sorrir, explica como é que onosso mundo pode e deve ser umespaço de justiça, paz, amor ealegria…os valores do Reino deDeus.

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