ecclesia 131 - 24 de setembro de 2015

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revista ecclesia de Portugal

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  • 04 - Editorial: Cnego Joo Aguiar06 - Foto da semana07 - Citaes08 - Nacional14 - Internacional24 - Opinio Rita Figueiras26 - Opinio LOC/MTC28 - Semana de.. Luis Filipe Santos

    30 - Dossier Encontro Mundial das Famlias56- Estante58 - Conclio Vaticano II60- Agenda62 - Por estes dias64 - Programao Religiosa65 - Minuto Positivo66 - Liturgia68 - Ano da Vida Consagrada72 - Fundao AIS74 - LusoFonias

    Foto da capa: WMF 2015Foto da contracapa: Agncia ECCLESIA

    AGNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redao: Octvio CarmoRedao: Henrique Matos, Jos Carlos Patrcio, Lgia Silveira,.Lus Filipe Santos, Snia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicaes Sociais Diretor: Cnego Joo Aguiar CamposPessoa Coletiva n 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redao e Administrao: Quinta do Cabeo, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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    Opinio

    Papa faz histriaem Cuba e nosEUA[ver+]

    JornadasNacionais deComunicaoSocial[ver+]

    Famlias domundo em Festa[ver+]

    D. Pio Alves | Joao Aguiar Camos |Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony

    Neves | Paulo Rocha |LOC/MTC|Rita Figueiras

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  • Um corao janela

    Joo Aguiar Campos Secretariado Nacionaldas Comunicaes Sociais

    Eram umas jornadas da pastoral familiar,aparentemente como quaisquer outras;partilhando, porventura, muitos dos participantescom as edies anteriores e repetindo mesmoalgum palestrante de h anos atrs.Hoje tenho alguma dificuldade em recordar otema genrico do encontro; mas de uma coisame lembro claramente: entrada do grandesalo havia um painel com muitas frases afixadase alguns cartazes artesanalmente desenhados.Foi um destes que me chamou a ateno e segravou, como mensagem maior, na minhamemria: mostrava uma rua de casas alinhadas,aparentemente muito semelhantes. No entanto,uma era distintiva: a uma das janelas assomavaum corao!...Olhei e voltei a olhar, assimilando a afirmao deum amor que se mostrava quele parapeito; umamor que no se continha nas expresses dentrode quatro paredes, mas se apresentava ali,rosado e descontrado, testemunhando, a quempassava, uma alegria incapaz de se esconder.Passados anos, acompanha-me esta imagem que sempre recordo cada vez que desejo retirarda clandestinidade e do falso pudor uma vida decompromisso que tem de mostrar-se, sob penade se negar.Este meu texto apressado , por isso, um pedidosentido s famlias crists: sem angelismos quenegam problemas ou dificuldades, ponde o vossoamor janela e deixai que se veja a alegria deamar e ser amado; mostrai a vossa beleza etestemunhai o alegre trabalho deconstantemente aprofundar

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    uma relao que tambm cresce aorevelar-se.Esta humilde visibilidade pode ter,para muitas situaes desofrimento, o valor de um farol --que no brilho orgulhoso, mas luzde misericrdia: no visa denunciaras agruras de quem ostentadificuldades no caminho, masacolher sofrimentos e dizer a quemprocura que h possibilidades que acultura vigente parecesistematicamente negarO encontro mundial de Filadlfia vairepetir, nos prximos dias, que oamor a misso da famlia. Pois,que se veja, que se veja!... Que seveja na fortaleza de o conservar,revelar e comunicar. Que se vejanas lies de humanidade queoferece.Que se veja. Porque as famliascrists no podem habitar umcondomnio fechado ou inscrever-senuma

    espcie de confraria dosausentes, para usar a expressodo cardeal Caizares, a respeito dosilncio dos crentes no mundo.Seria atrofiar-se na autorrefernciaem vez de ser bero da sociedade."Patrimnio da humanidade", comolhe chamou Bento XVI, se a famlianaufraga, afoga-se o homem!.. Porisso, as famlias e a fortiori asfamlias crists tm de estarconscientes da sua dimenso sociale assumi-la com um protagonismoativo. Os contedos e modos da suaao social so, entre outros, oamor, a vida e a educao.A caminho de Filadlfia, falando sfamlias na catedral de NossaSenhora da Assuno, em Cuba, opapa Francisco mostrou o melhorlegado que se pode deixar para ummundo melhor: "Deixemos ummundo com famlias" pediu.

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  • Um papamvel nos EUA

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    possvel que alguma explicaotenha dado a impresso de ser umpouquinho mais esquerdista, masseria um erro de explicao. No. Aminha doutrina na Laudato si, sobretudo isso, sobre o imperialismoeconmico e tudo o mais, daDoutrina Social da Igreja. E, se fornecessrio que recite o Credo,estou disposto a faz-lo.(Papa Francisco, em declaraesaos jornalistas no voo entre Cuba eos EUA) Os eleitores devem orientar assuas escolhas pelo ateno aobem comum, mais do que porinteresses individuais ou decategoria. O bem comum deveser encarado numa perspetivanacional, mas tambm universal,e nele se incluem as geraesfuturas. (Associao de JuristasCatlicos) No dia em que tem incio acampanha para as eleieslegislativas que tero lugar, j noprximo dia 4 de Outubro, a Critas,a Comisso Nacional Justia e Paz ea Sociedade de S. Vicente Paulovm apelar aos diversos partidospolticos que divulguem amplamenteas medidas de apoio econmico esocial aos mais vulnerveisconstantes dos seus programaseleitorais.

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  • Famlia e ComunicaoO diretor do Secretariado Nacionaldas Comunicaes Sociais (SNCS)afirmou que as jornadas nacionaispromovidas entre quinta e sexta-feira pela Igreja Catlica docontinuidade ao tema proposto peloPapa Francisco aprofundando a suamensagem e desafios. Na famliapodemos ser ns prprios erevelarmo-nos como somos edepois numa outra fase dizermo-nosfora da famlia porque a famliavivendo em comunicao vivetambm a comunicao para foradela prpria, analisou o cnegoJoo Aguiar Campos sobre o temadas Jornadas Nacionais daComunicao Social.As Jornadas Nacionais deComunicao Social decorrem naCasa Domus Carmeli em Ftima,com o tema Comunicao eFamlia: Partilha de afetos,encerrando-se com umaconferncia de D. Manuel Clemente.O cardeal-patriarca de Lisboa epresidente da ConfernciaEpiscopal Portuguesa vai falar apoucas dias do incio da assembleiado Snodo dos Bispos sobre aFamlia.As jornadas iniciaram-se com umainterveno de D. Pio Alves,presidente da comisso episcopalresponsvel pelo setor dos media.

    Os participantes no primeiro painelapelaram a uma valorizao dosaspetos positivos da vida dasfamlias. A jornalista Rita Carvalho,do Sol, sublinhou que o focohabitual est em tudo o que negativo e que muitos temas sobreas questes familiares so poucoaprofundados.No painel sobre Famlia naComunicao, perante cerca de100 participantes, a profissionalobservou que as temticasfraturantes e as questes sobre avida tm grande peso nacomunicao social.No mesmo painel, Tito de Moraissublinhou que a sua famlia muitodispersa geograficamente - sofreualteraes comunicacionais depoisdo aparecimento da internet.A internet veio desenvolver deforma brutal a comunicao entreas pessoas, disse o fundador doprojeto MiudosSegurosNa.Net.J no domnio da publicidade, JosMateus referiu que as temticas dafamlia esto na agendacomunicacional.A publicidade reflete a sociedade epromove, antes do tempo, temasque vo ser importantes para asociedade, afirmou o especialista.

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    Para o cnego Joo Aguiar, osnovos meios de comunicaopodem ser bons ou maus,dependendo do uso. bomporque s vezes traz assuntosnovos e abre-nos para alm doshorizontes da nossa porta da rua,da sala ou da cozinha, e pode sermau se cada um fizer destes novosmeios fator de isolamento,desenvolve, alertando que porcausa deste, s vezes, os outrosmembros da famlia so mandadoscalar.

    O programa de dia 25 comea coma conferncia Comunicao efamlia, D. Manuel Clemente,seguindo-se um tempo de debate.Penso que ser um momentotambm muito importante noapenas pela capacidade decomunicao do cardeal-patriarcamas por duas experincias, umavivida estes dias, a visita Ad Limina,e outra nos prximos tempos, osnodo [4-25 de outubro, Vaticano],destacou o cnego Joo AguiarCampos.

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  • Semana nacional incentiva misericrdia e perdoA responsvel pelo setor daCatequese, do SecretariadoNacional da Educao Crist(SNEC), explica o propsito dededicar a Semana Nacional daEducao Crist ao tema damisericrdia, dando enfoque noperdo e reconciliao. Estamos apreparar-nos para o Ano daMisericrdia e temos umaexpectativa em termos da formao,da reflexo e como o Papa pede emtorno do perdo, da aceitao e dacompreenso do outro, assinalaCristina S Carvalho. Agncia ECCLESIA, a responsvelpelo setor da Catequese, no SNEC,contextualiza que consideram estadimenso fundamental noprocesso de converso de cadaeducador e obviamente tambmpara alimentar todos os projetosque a Igreja em Portugal desenvolvecom os valores e a qualidade de f.A Comisso Episcopal da EducaoCrist e Doutrina da F publicouuma nota intitulada Felizes osmisericordiosa porque alcanaromisericrdia que, segundo CristinaS

    Carvalho, centra-se no que cada umdeve ser e naquilo que deve dar,num mundo que vive situaes degrande dureza.Neste contexto, a responsvel pelosetor da Catequese destacoutambm da nota dos bisposportugueses e da Bula do PapaFrancisco para o Ano Jubilar adimenso do perdo e emconcreto o sacramento dareconciliao na educao crist.Durante sete dias, pretende-se"mostrar e dar visibilidade Educao Crist em Portugalatravs de vrias iniciativas", comdestaque para as JornadasNacionais de Catequistas Educarna Misericrdia de Deus -, que seiniciam esta sexta-feira, em Ftima.

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    Instituies catlicas pedem maiordivulgao dos programas eleitorais

    A Critas Portuguesa, a ComissoNacional Justia e Paz e aSociedade de S. Vicente de Pauloapelam aos partidos polticos quedivulguem amplamente as medidasde apoio econmico e social aosmais vulnerveis, durante acampanha eleitoral.Num comunicado enviado AgnciaECCLESIA, as trs instituies daIgreja Catlica manifestam o seudesejo de que as medidas deapoio econmico e social para osmais vulnerveis, bem como asrelativas sade e educao, setornem prioritrias para o prximoGoverno de Portugal.

    As organizaes catlicas apelamtambm ao sentido deresponsabilidade das portuguesase dos portugueses para que no dia4 de outubro cumpram o importantedever cvico de votar. O futuro dosPortugueses dever depender daescolha de muitos e no de umpequeno nmero de eleitores,acrescenta o comunicado intituladoVotar um direito, mas tambm umdever.A eleio dos deputados Assembleia da Repblica quedetermina a escolha do prximoGoverno est marcada para oprximo dia 04 de outubro.

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  • A Agncia ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos ltimos dias, sempre atualizadosemwww.agencia.ecclesia.pt

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    Juristas Catlicos apelam participao consciente e esclarecida nasLegislativas

    Jornadas Missionrias 2015

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  • Francisco levou a Cuba mensagemde reconciliao e mudanaO Papa Francisco encerrou natera-feira a sua primeira visita aCuba, iniciada no sbado, aps terpassado pelas cidades de Havana,Holgun e Santiago onde deixoumensagens centradas nareconciliao e na mudana. Semnunca criticar diretamente o regimecomunista, Francisco aludiu porvrias ocasies s feridas edificuldades do povo cubano,recordando tambm todos os quesaram da ilha.Na homilia da Missa que reuniucerca de 200 mil pessoas na Praada Revoluo, em Havana, o Papafalou dos mais frgeis enecessitados, advertindo oscubanos para os perigos deprojetos que podem parecersedutores mas acabam pordesinteressar-se das pessoas decarne e osso.Em vrias ocasies, as intervenespapais ligaram a identidade cubanaao catolicismo, desejando que estepossa ter um papel de relevo nastransformaes em curso na ilha.Ao chegar a Cuba, o Papa elogiou anormalizao das relaes

    diplomticas com os Estados Unidosda Amrica, apelandoao aprofundamento do dilogopoltico, em favor da paz e do bem-estar dos seus povos, de toda aAmrica, e como exemplo dereconciliao para o mundo inteiro.J no Santurio de Nossa Senhorada Caridade, padroeira de Cuba,rezou pela reconciliao do pas erecordou a dispora cubana.Em Holgun, o Papa elogiou oesforo e sacrifcio da IgrejaCatlica para preservar a suaidentidade e ao na sociedadecubana, mesmo perante a falta detemplos e sacerdotes.Francisco sublinhou em particular otrabalho nas chamadas casas demisso, que permitem a muitaspessoas ter um espao para aorao, a escuta da Palavra, acatequese e a vida comunitria.J no ltimo dia da visita, o primeiropontfice sul-americano da histriaafirmou que a Igreja Catlica propeuma revoluo que passa peloservio ao prximo e o dilogo,depois de aludir s dores eprivaes

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    da histria do pas, sublinhando queestas dificuldades no conseguiramextinguir a f nem apagar a almado povo cubano.Francisco encontrou-se com opresidente Ral Castro, em privado,bem como com o seu irmo, FidelCastro, longe das cmaras,privilegiando celebraes litrgicas

    e momentos de orao no seuprograma de quatrodias, acompanhadas por centenasde milhares de pessoas.A viagem ficou marcada peladeteno de alguns dissidentes que,alegadamente, tero sido impedidosde ver o Papa.

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  • EUA: Papa apresentou programada viagem na Casa BrancaO Papa Francisco visitou na quarta-feira a Casa Branca para acerimnia oficial de boas-vindas aosEstados Unidos da Amrica, um diadepois de ter chegado ao pas,vindo de Cuba, e pediu a defesados direitos inerentes liberdadereligiosa. Esta liberdadepermanece como uma dasconquistas mais valiosas daAmrica, disse, perante opresidente norte-americano, falandoem ingls.O pontfice argentino foi recebidojunto ao porto sul da residnciaoficial do presidente por BarackObama e a sua mulher Michelle, queo acompanharam at ao SouthLawn, onde os esperam cerca de11 mil convidados, incluindo oscardeais e bispos catlicos dosEUA.Francisco apresentou-sesimbolicamente como filho dumafamlia de emigrantes e saudouuma nao construda em grandeparte por famlias semelhantes.Nesse contexto, apelou construo duma sociedade queseja verdadeiramente tolerante einclusiva, na defesa dos direitosdos indivduos e das comunidades,e na rejeio de

    qualquer forma de discriminaoinjusta.O Papa elogiou as iniciativas deObama em favor da reduo dapoluio ambiental, face urgncia da atual mudanaclimtica, que j no pode ser umproblema deixado gerao futura.Francisco aludiu indiretamente aodegelo das relaes com Cuba aoelogiar os esforos para reconciliarrelaes que tinham sido rompidas epara a abertura de novas vias decooperao. Almejo que todos oshomens e mulheres de boa vontadedesta grande e prspera naoapoiem os esforos da comunidadeinternacional para proteger os maisvulnerveis no nosso mundo epromover modelos integrais einclusivos de desenvolvimento,acrescentou.O primeiro discurso em solo norte-americano recordou alguns pontosdo programa nos prximos dias,como a interveno no Congresso(quinta-feira). Como irmo destepas, espero dizer uma palavra deencorajamento a todos aqueles queso chamados a

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    guiar o futuro poltico da nao nafidelidade aos seus princpiosfundadores, adiantou.Irei tambm a Filadlfia, para o 8.Encontro Mundial das Famlias, cujafinalidade celebrar e apoiar asinstituies do matrimnio e dafamlia, num momento crtico dahistria da nossa civilizao,acrescentou.O discurso concluiu-se com o

    tradicional God bless America(Deus abenoe a Amrica).No final da cerimnia de boas-vindas,teve lugar uma visita decortesia de Francisco ao presidentenorte-americano, na Sala Oval, parauma conversa privada, a troca depresentes e a apresentao defamiliares.Francisco o quarto Papa a visitaros EUA, depois de Paulo VI, JooPaulo II e Bento XVI.

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  • Comunista? Antipapa? FranciscorespondeO Papa defendeu as posies quetem vindo a tomar em questespolticas e econmicas, face scrticas que tem recebido, afirmandoque repete a Doutrina Social daIgreja. Francisco falou aosjornalistas que o acompanharam novoo entre Santiago de Cuba eWashington D.C., nos EstadosUnidos da Amrica (EUA), tendomesmo brincado com quempergunta se o Papa catlico.Se for preciso, recito o Credo,disse, aps ter sido questionadosobre as acusaes de comunistae mesmo de antipapa.O Papa explicou que no esperaque a Igreja o siga, porque o queacontece precisamente ocontrrio: Sou eu a seguir a Igrejae quanto a isso penso que no meengano. Talvez alguma coisatenha dado a impresso que soupouco mais de esquerda, mas umerro de interpretao, sustentou.Francisco antecipou algumas daspreocupaes que leva aos EUA,mas negou que v apresentar aoCongresso norte-americanoqualquer pedido diretorelativamente ao embargoeconmico a Cuba. Espero que sechegue a um acordo que satisfaaas partes. Em relao posio daSanta S sobre os embargos,

    os Papas anteriores falaram disso,no s deste caso, fala a DoutrinaSocial da Igreja, explicou.No vou falar ao Congresso deforma especfica deste tema, masvou abordar de forma geral osacordos como sinal de progresso naconvivncia, acrescentou.Em relao viagem a Cuba, oPapa explicou que no iria receberningum em audincia privada,fossem dissidentes ou outros chefesde Estado [a presidente daArgentina participou na Missa emHavana, ndr].O pontfice argentino rejeitou tersido menos duro com o sistemacomunista do que com o capitalismoselvagem. Em Cuba, a viagem foimuito pastoral, com a comunidadecatlica, com os cristos e tambmas pessoas de boa vontade. Asminhas intervenes foramhomilias, observou.

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    Discurso histrico no Congresso dosEUAO Papa apelou hoje no Congressonorte-americano ao fim da pena demorte e do trfico de armas, numdia em que fez histria ao ser oprimeiro pontfice a discursarperante as duas Cmaras destergo legislativo. Desde o incio domeu ministrio [venho] a sustentar avrios nveis a abolio global dapena de morte. Estou convencidode que esta a melhor via, j quecada vida sagrada, cada pessoahumana est dotada dumadignidade inalienvel, e a sociedades pode beneficiar da reabilitaodaqueles que so condenados porcrimes, declarou, em Washington.Francisco falava diante dosmembros do parlamento federal,constitudo pela Cmara dosRepresentantes e o Senado.Encorajo tambm todo saquelesque esto convencidos de que umapunio justa e necessria nuncadeve excluir a dimenso daesperana e o objetivo dareabilitao, assinalou, associando-se campanha pelo fim da penacapital levada a cabo pelos bisposnorte-americanos.A interveno realou que ospolticos devem estarverdadeiramente

    determinados a reduzir e a longoprazo, pr termo a tantos conflitosarmados em todo o mundo.Aqui devemos interrogar-nos: Porque motivo se vendem armas letaisqueles que tm em mente infligirsofrimentos indescritveis aindivduos e sociedade?,questionou.Segundo o Papa, infelizmente aresposta apenas por dinheiro,dinheiro que est impregnado desangue, e muitas vezes sangueinocente. Perante este silnciovergonhoso e culpvel, nossodever enfrentar o problema e detero comrcio de armas, prosseguiu.O pontfice apelou coragem e inteligncia, a fim de se resolveremas muitas crises econmicas egeopolticas de hoje.

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  • A Agncia ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial internacional nos ltimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

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    Canonizao de So Junpero Serra

    Papa Francisco em Cuba

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  • A Stira Poltica e o Jornalismo

    Rita Figueiras Universidade Catlica Portuguesa

    A stira poltica regressou ao horrio nobre dateleviso generalista portuguesa nestas eleiesLegislativas de 2015. Sob a forma de rubrica noJornal Nacional da TVI, o espao de humordedicado campanha, intitulado Isso tudomuito bonito, mas..., conduzido pelo mesmogrupo de humoristas que esteve frente doprograma Os Gato Fedorento Esmiam osSufrgios, que liderou as audincias da SICdurante o perodo de campanha das eleiesLegislativas e Autrquicas de 2009.Num primeiro nvel de leitura, o programa parecepr prova o fair play dos candidatos,sujeitando-os a momentos de embarao. O teste,materializado numa entrevista sem rede feita porum entrevistador desafiador, o humorista ecomentador Ricardo Arajo Pereira, funcionacomo uma espcie de teste s capacidades doscandidatos de lidarem com o espontneo numtempo da poltica de guio. Mas o desafio menor do que muitos portugueses possampensar. Este tipo de programa benfico para ospolticos que aceitam nele participar. Oscandidatos mostram um lado mais humano,apresentando-se de modo informal, e, no queparece ser um exerccio de autenticidade,promovem uma imagem simptica de si mesmosperante um vasto auditrio composto tambm porindivduos pouco motivados para a poltica. Poroutro lado, para a estao de televiso, e para onoticirio da noite em particular, a incluso desteolhar humorstico ajuda a diversificar a coberturada campanha, a trazer

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    novos pblicos para o programa e,principalmente, a elevar asaudincias do canal.Todavia, num outro nvel de leitura,a popularidade do humor crtico um indicador, simultaneamentedireto e indireto, da forma como asociedade encara o exerccio dojornalismo na atualidade. Aautoridade da pergunta jornalsticatem sido minada por dentro devido crescente comercializao doscontedos e da competio pelasaudincias, aumentando apercepo pblica de que osprofissionais deixaram de saberfazer as perguntas certas, asperguntas que interessam aoespetador-cidado. Ao perder acapacidade de verdadeiramente

    questionar, o jornalismo foi abrindoespao para que olharesalternativos menos reverentes paracom a autoridade, e menosconiventes com ela tambm,ganhassem protagonismo no debatepblico. A stira poltica tem-secrescentemente institudo como umolhar desafiador nas democraciasocidentais, que tem renegociado ahegemonia do discurso jornalsticono espao pblico, conduzindo auma redistribuio do podersimblico do entretenimento, por umlado, e do jornalismo, por outro.Neste processo, os profissionais dainformao contribuem tanto maispara esta mudana quanto mais seesquecerem que o jornalismo esclarecimento e no espetculo.

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  • Trabalho Dignoe Rendimento Bsico Incondicional

    LOC/MTC Movimento de trabalhadores Cristos

    O MMTC Movimento Mundial de TrabalhadoresCristos, vai celebrar mundialmente uma Jornadapelo Trabalho Digno, no prximo dia 7 deOutubro. Esta iniciativa consiste em diversasaes e debates, unindo trabalhadoras etrabalhadores dos quatro continentes, Europa,frica, Asia e Amrica. O Trabalho Digno e oRendimento Bsico Incondicional so astemticas que daro unidade a esta aomundial. Neste dia, o MMTC quer dar voz sangstias e s esperanas dos homens e dasmulheres, com trabalho ou sem ele, tantas vezesinjustiados e empobrecidos por um sistemaeconmico mercantilista e desumano. Esta ao mundial do MMTC coincide,propositadamente, com a Jornada Internacionalpelo Trabalho Digno da OIT prevista para essedia. Devemos dizer que a OIT - OrganizaoInternacional do Trabalho, debate-se, desde1999, pela promoo de iguais oportunidades,para mulheres e homens, no acesso a umtrabalho produtivo em condies de liberdade, dejusta remunerao, de equidade e de dignidade.No obstante este caminho j percorrido, o quesentimos, atualmente, o retrocesso sem limitesnos direitos laborais que resulta num trabalhoque embrutece as pessoas que o executam eque descarta quem no produz e no d lucro.Trabalho assim serve, essencialmente, paraenriquecer acionistas e empobrecerhumanamente quem trabalha. A par desteretrocesso histrico em

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    pases mais desenvolvidos, existemainda milhes de pessoas no mundoque no tm qualquer rendimentopara viver. No tm trabalho e notm qualquer proteo social.Consequentemente, comoMovimento de TrabalhadoresCristos fundamentamo-nos noEnsino Social da Igreja quedefende, de modo singular, otrabalho como realizao edignificao humanas para fornecersubstncia as estas nossas aes.Esto sempre presentes, tambm,os constantes apelos do PapaFrancisco para uma mudana dementalidades e de sistemaeconmico, pelo acesso, emigualdade de oportunidades, Terra, ao Teto e ao Trabalho: ...Umanseio que deveria estar ao alcancede todos, mas que hoje vemos, comtristeza, cada vez mais longe

    da maioria... No se entende que oamor pelos pobres est no centrodo Evangelho. Terra, Teto eTrabalho so direitos sagrados(Papa Francisco),Vamos debater e intervir civicamentepelo reconhecimento a umrendimento bsico incondicional quepermita a todas as pessoas terindependncia econmica e vivercom dignidade.O MMTC, atravs dos movimentosnos diversos pases, vai continuar adebater e a lutar para que se dprioridade ao trabalho sobre ocapital, ao bem comum sobre oprivado, incluindo a reivindicao aum rendimento bsico incondicionalpara todos os cidados e cidads.Porque queremos uma sociedademais justa, fraterna e sustentvel,centrada na humanidade.

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  • A debandada portuguesa

    Lus Filipe Santos Agncia ECCLESIA

    De tempos a tempos, alguns conceitos saem dasamarras dos dicionrios e entram na linguagemoral dos portugueses. Este ms, durante a visitaad limina dos bispos lusos ao Vaticano, o PapaFrancisco mostrou-se preocupado com adebandada da juventude na Igreja. Um termopouco utilizado na gria, mas que ganha folego eintensidade vindo da pena do papa argentino.Depois da leitura dos relatrios das dioceseslusitanas, Francisco, com a ajuda diplomtica,concluiu que existe uma debandada dos jovensda Igreja. De seguida faz algumas questespertinentes Considero essas observaes e asrespetivas respostas um programa pastoral. Quala razo dos jovens fugirem da Igreja? Algunsculpam o hedonismo da sociedade. Outrosapontam o dedo aos jovens pela cultura light.Ser que os mestres do evangelho j sequestionaram se a culpa no reside na forma dese expressarem e na preparao que fizerampara a atividade?Certo dia, numa reportagem sobre escutismo, umpastor, na homilia, vociferava: Tendes que vosamar uns aos outros. Repetiu a frase at exausto. Apetecia-me dizer-lhe para baixar osgraves e no gritar tanto porque, nem sempre,quem fala mais alto o mais ouvido. Com aqueleforma de anunciar a mensagem, os jovensdebandam com mais facilidade do que parece.Mas tambm existe os que anunciam com vozadocicada e cheia de laivos intelectuais. Comexpresses histricas e chaves. Na primeiravez, os jovens gostam Na segunda nemtanto

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    E na terceira fazem o check-in parafora da Igreja. Nestes casos a chamada miopiaescatolgica centrada no mito deNarciso.Alguns gostam de utilizar as lnguasmortas para anunciar, mas osjovens tm uma linguagemespecfica. Gostam da terminologiada terra e das novas tecnologias.Falar grego ou latim erudito, masas homilias no so para o espelhomas para as pessoas.Tambm existem pastores com ochamado discurso de pescadinhade rabo na boca. Em cada fraseutilizam uma expresso de umevangelista. Dizem o que os outrosescreveram,

    mas no sabemos o queeles pensam.Ser que depois daquilo que o PapaFrancisco escreveu, a PastoralJuvenil vai ter um programaalicerado, consistente e viradopara o futuro, com o intuito deestancar a debandada ou continuamas sndromes de Digenes?Hoje comeou o outono. Nestapoca do ano, as andorinhasdebandam para outras paragensMas prometem voltar na prximaprimavera. Os jovens debandam daIgreja, mas no deixaram escrito quevoltam. Depois daquelepequeno/grande puxo de orelhasdo papa argentino ser que vamoster uma estao verdejante na Igreja

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    Encontro Mundialdas Famlias

    Filadlfia est em festa

    espera do Papa para comele celebrar a maior

    reunio de famlias a nvelglobal. Esta celebrao da

    f e do Evangelho daFamlia est no centro da

    edio do SemanrioECCLESIA, com entrevista

    a participantesportugueses, textos de

    responsveis eclesiais euma reflexo do prprio

    Francisco sobre o valor e olugar da famlia. Boa leitura

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  • Comunicao e famliaComo vem sendo habitual, asJornadas, organizadas peloSecretariado Nacional dasComunicaes Sociais, tm comopano de fundo a Mensagem doSanto Padre para o Dia Mundial dasComunicaes Sociais. Comorecordam, a Mensagem deste anointitula-se Comunicar a famlia:ambiente privilegiado do encontrona gratuidade do amor(17.05.2015).A relao bilateral comunicao /famlia abordada tendo vista asduas dimenses: a famlia nacomunicao social ou famlia ecomunicao social, por um lado, ea comunicao na famlia, por outro.Este ltimo aspeto , sem dvida,aquele que merece uma especialateno da Mensagem. Partindo deum improvvel texto da SagradaEscritura (a visita de Maria a Isabel:Lc 1, 39-56), a Mensagem identifica,com verdade, na famlia, um elencode aspetos que a constituem emreferencial magnfico decomunicao: a linguagem docorpo, a irrepetvel diferena decada pessoa, a lngua materna, adimenso religiosa da comunicao,a descoberta e a construo daproximidade,

    a experincia das limitaes, aescola de perdo, as deficincias ea comunicao inclusiva, acomunicao feita de bno e node dio ou discrdia, a famliacomunidade comunicadora.E conclui: A famlia mais bela,protagonista e no problema, aquela que, partindodo testemunho, sabe comunicar abeleza e a riqueza dorelacionamento entre o homem e amulher, entre pais e filhos. Nolutemos para defender o passado,mas trabalhemos com pacincia econfiana, em todos os ambientesonde diariamente nos encontramos,para construir o futuro.Quando no ttulo destas Jornadasse fala de partilha de afetossublinha-se precisamente a famliacomo protagonista e no comoproblema. No que nos situemosnum mundo cor-de-rosa onde tudo azeite e mel; no que nosfechemos leitura da realidade,sempre difcil e tantas vezes dura;mas, para alm de tudo isso, afamlia pode e deve serpermanentemente redescobertacomo alicerce, testemunho e motorde uma sociedade renovada. Eporque no h sociedade semcomunicao;

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    e porque no h sociedaderenovada sem renovadacomunicao, parece claro eurgente que nos disponhamos areaprender no livro da famlia.O desafio , pois, construir ofuturo sobre o alicerce de umpresente assumido e revitalizado. Eo elenco das dimensescomunicacionais da famlia,recordadas acima, desenha umpromissor programa.Mas, sendo a famlia clula base dasociedade, como tantas vezes recordado, imprescindvelrecomear por a. imprescindvelque esse elenco de dinamismos

    comunicacionais no seja apenasuma ementa onde cada um petiscao que mais lhe agrada, mas, antes,o rol de ingredientes todosimportantes de um prato forte esubstancial.Mas, postos a sublinhar um, noduvido referir a famlia como escolade perdo, de comunicao feita debno e no de dio ou discrdia.Ingrediente que se consubstancia,ou encontra a sua mais normalexpresso, na trilogia evocada peloPapa Francisco: com licena,obrigado, perdo (Audincia geral,13. 05. 2015). Se estas palavrasno

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  • forem apenas recursos formais,vazios de contedo, mas expressode verdadeira relaocomunicacional, estaremos aconstruir, ncleo a ncleo, umverdadeiro mundo de pessoas.Infelizmente, somos forados areconhecer que um mundo assimest to longe da realidade quemais se parece a um sonho ingnuoque a meta a que seja razovelaspirar. E, contudo, assim omundo que Deus criou.Com efeito, os relatos dos primeiroscaptulos do Livro do Gnesis (1-3),na profundidade da sua aparenteingnua simplicidade, descobrem-nos um paraso de afetos familiaresonde tudo faz sentido: na harmoniainterior do ser humano, na harmoniada comunicao com Deus, naharmonia da relao com o universocriado. E tudo se rompe, nesterelato, com um gesto da liberdadehumana que inventa o dedoacusador em substituio dacomunicao construtiva. E seguem,depois, as referncias s ruturas,nas mais variadas formas. Mencionoapenas, como smbolo permanentede confuso institucional, o mito deBabel (cfr. Gen 11). Como escreveuS. Joo Paulo II (exortao

    apostlica Reconciliao ePenitncia 15. 13), segundo anarrao dos factos de Babel, aconsequncia do pecado adesagregao da famlia humana,que j comeara com o primeiropecado e agora chega ao extremona sua forma social. () O dramado homem de hoje, como o dohomem de todos os tempos,consiste precisamente no seucarter bablico.A desagregao nasceu e cresceuem cada pessoa no seio de umafamlia; a reconstruo ter naspessoas de cada famlia o seuprincipal pilar. E a, sem dedoacusador, a comunicao acomunicao feita de afetos e queconsolida afetos continuar a serum ingrediente imprescindvel. +Pio AlvesPresidente da Comisso Episcopalda Cultura, Bens Culturais eComunicaes Sociais

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  • Encontro Mundial das Famlias renea essncia da sociedade O Papa Francisco vai presidir aos atos conclusivos do 8. EncontroMundial das Famlias (EMF) que tem como tema O amor a nossa misso:a Famlia plenamente viva!, nos dias 26 e 27 de setembro, em Filadelfia,Estados Unidos da Amrica.O casal Elsa e Ricardo Irdio, pertencem ao Departamento Nacional daPastoral Familiar e integram o grupo de 11 portugueses que esto na cidadenorte-americana. Antes de partirem falaram sobre as expetativas com o EMF,onde vo encontrar culturas e realidades diferentes, o snodo sobre afamlia e o Papa Francisco. Agncia Ecclesia (AE) Quais soas vossas expectativas para oEncontro Mundial das Famlias2015?Ricardo Irdio (RI) - Vamos com umagrande expectativa. Vamosencontrar-nos com famlias de todoo mundo, no fundo celebrar afamlia e temos a expectativa departilhar experincias com pessoasde outras culturas, que tm outrasrealidades.Por outro lado, o encontro com oPapa Francisco para ns motivode grande alegria e expectativaporque esperamos uma mensagemmuito positiva, e que tambm sesinta acarinhado por todas asfamlias que vo ao seu encontro.

    AE- Neste contexto, quais so entoas vossas expectativas do encontrocom o Papa. O que esperam que eletransmita s famlias quando estono centro das atenes, digamosassim?Elsa Irdio (EI) - Pessoalmente noespero nada muito novo. Esperoque transmita e continue a transmitira mensagem que tem vindo a serhabitual de grande acolhimento atodas as famlias e um especialcarinho por todas elas. um Papaque est muito prximo do povo,logo das famlias.Tem transmitido, desde sempre, aimportncia que a famlia tem nasociedade, por isso que temos o

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    snodo logo a seguir. No estou espera de uma grande revelao,simplesmente espera de um Papaque est junto dos seus filhos, como ir ao encontro de um pai.RI - Prximo do snodo vai reforaresta mensagem de que precisocuidarmos da famlia que aessncia da sociedade. E, comofamlias catlicas, temos de sermodelo para ajudar a mudar asociedade que isso que comoIgreja temos pretenso de fazer, darbons exemplos e mostrar bonscaminhos sociedade. AE - Como Departamento Nacionalda Pastoral Familiar o que esperam

    trazer para Portugal desse contactocom outras famlias e realidades?EI - No fundo pretendemos trazeressa vivncia. Eu acho que deve seruma experincia nica, nunca ativemos e muito poucas pessoas tmessa possibilidade.O nosso objetivo vai ser tentarbeber ao mximo tudo o que se vaipassar no encontro, participandonas conferncias, nas atividades edepois trazermos todos essesensinamentos para todos os queno puderam participar,nomeadamente nas nossasJornadas Nacionais da PastoralFamiliar. Pretendemos transmitir edar testemunho do que vivemosneste encontro.

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  • RI E h um conjunto de assuntosque vo ser apresentados, hdiversas conferncias em paralelomas a perspetiva ser tentarmosbeber o maior conhecimento epartilha possveis para que depoispossamos partilhar quer com odepartamento e conferncia e auma audincia mais ampla para quetoda a pastoral familiar possa terecos desta participao e damensagem que de l trouxermos. AE - O amor a nossa misso: aFamlia plenamente viva!, o temado Encontro Mundial de Famlias. Oque vos diz este tema?EI - Essencialmente este tema toca-nos de uma forma muito particularporque para ns a misso essa, o amor, e sentimo-nos muito ligadosao tema do amor. A famlia tem deaprender a amar mais porque omundo depende do amor e o amorcomea na famlia. H aqui umamplo tema para ser maisaprofundado e discutido pelafamlia. RI S falta a segunda parte dolema a famlia plenamente viva.E ns particularmente comoportugueses, que somos um povoalegre e bem-disposto, reforaressa perspetiva

    de que a famlia s famlia se vivercom plenitude a sua misso.Como a Elsa referiu aprendemos aamar na famlia e, de facto,achamos que aquilo que o mundomais precisa e tem falta nos dias dehoje amor. E a escola do amor afamlia e temos de reforar isso como nosso viver, com o nosso modo deser alegres, com esperana e comconfiana no futuro, apesar detodas as circunstncias que nosesto a rodear. AE - Segundo a vossa anlise qual a realidade da Pastoral Familiarem Portugal?EI - Reforar se calhar o papel dafamlia na sociedade e na Igreja.Penso que a famlia poder edever ser mais intervencionista ens procuraremos dar o nossocontributo para transmitir essamensagem e gostaria de relembraro tema do encontro: O amor anossa misso. E procuraremostransmitir a todas as famlias que cesto que esta a misso dasfamlias, e que s com o amor quede facto se cresce, evolui..

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    O Snodo dos bispossobre a FamliaAE - Qual a importncia que oencontro de Filadelfia poder ter nocontexto do Snodo dos Bispossobre a Famlia, que comea logono dia 4 de outubro, passado umasemana?EI - curioso como as datas quasecoincidiram, curioso analisar estacoincidncia na f da DivinaProvidncia. Ns acreditamos queeste Encontro Mundial das Famliasir dar um voto de confiana aoPapa e aos bispos da Igreja para oSnodo.As famlias de todo o mundo vo aoencontro do Papa e vamos todasestar ao lado dele e dizer-lhe, comonosso pastor, que estamos aqui,que

    acreditamos nele, que queremoscontinuar a segui-lo. Portanto vaiser um voto de apoio e confiana aoPapa. AE - Do que tm acompanhado, daassembleia extraordinrio e do quefoi comentado, quais os pontos queconsideram mais sensveis e quaisos que devem ser debatidos, osprioritrios?RI - No tenho tanto a preocupaode apontar uma lista curta dosassuntos que possam ser maisimportantes. Consideramos quetodos esses assuntos, unsobviamente podem ter mais impactoque outros, mas todos tm a vercom o estado da sociedade e dafamlia atualmente e vemos isto deuma forma integrada.

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  • Achamos particularmente estesnodo deve procurar dar todas asrespostas. Ou seja, que ningumfique sem resposta mas darrespostas novas no implica alterara essncia dessa resposta.Fundamental que todas aspessoas gente depois dodocumento que h de sair se possasentir acolhido daquilo que h deser vertido nesse documento. Acimade tudo enquanto Igreja e seguindoJesus Cristo temos de seracolhimento para todosindependentemente da suacondio. Em primeiro lugar acolhere Jesus foi exmio porque foi ter comos mais rejeitados, os maisdesprovidos.No deixando de apontar oscaminhos, nessa abordagempercebemos que de muitas partespessoas que no partilham, noconcordam ou no gostam dadoutrina tentam muitas vezesinfluenciar e alterar a forma daIgreja. A prpria legitimidade dequem no pertence, no segue, questionvel mas acima de tudotemos de ser muito coerentes com oque a base da nossa f.Ter presente que se calhar hmuitas pessoas espera derespostas que vo sercompletamente diferentes emtermos de as vivncias ou asprticas e ns temos dvidas queassim seja.

    No sabemos o que vai resultar eestamos expectantes mas notemos essas perspetiva de que vaihaver um conjunto de alteraesradicais. EI - Pensamos que vai ser como oPapa j nos tem mostrado umaabordagem muito mais prxima detodos independentemente dequalquer situao e acho que issosim, capaz de mudar. RI - um vinculo muito particularque este Papa tem dado, a culturado encontro, para todas assituaes novas que tem aparecidona sociedade, particularmente paraos mais desprovidos, maisnecessitados, irmos ao encontroporque enquanto cristos catlicos essa a nossa primeira misso. O Papa Francisco afamliaAE - Qual a vossa opinio sobre oPapa em relao famlia?RI - Achamos que este Papa temuma preocupao que, se calhar,pela forma simples e prxima comocomunica tem chamado maispessoas at ele. Sentimos que, comessa forma de comunicar, ele se temfeito prximo e ido ao encontro das

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    realidades para a perceber e, nofundo, a Assembleia Extraordinria,no ano passado, foi nesse sentido.Vamos primeiro perceber melhor oque que temos para depoistrabalharmos de outra forma, comconhecimento mais profundo dascoisas. Isso fundamental para nsde uma forma geral, e os catlicosem particular, no acharmos queest algum em Roma e nossnodos que decide sem olhar realidade

    e aos pormenores mais pequenosdo dia-a-dia.E depois de encontrar repostasconcretas para essas situaes,atendendo realidade de cada umna sua debilidade. Ou seja, nopodemos permitir que a Igreja deixede acolher esta ou aquela condiosem lhe darmos um caminhoalternativo mas acima de tudo quese sintam acolhidos.

    AE - Vo estar durante oito dias no EML. Como que se prepara alogstica para participar no encontro tendo quatro filhos?Elsa Irdio - difcil e de corao apertado porque vai ser a primeira vezdesde que temos filhos que vamos estar estes dias todos sem eles.Fiz duas listas com dicas e com afazeres porque os meus sogros vmpara c. Temos quatro filhos, dos cinco aos 15 anos, no so autnomos,e deixamos vrias dicas e avisos. Acima de tudo temos rezado muito comeles e esto muito alegres e felizes por irmos. Alis foram eles osprimeiros que incentivaram porque sabem que vamos trazer uma granderiqueza para ns e para os outros.RI Mas isto e s porque confiamos muito no Espirito Santo que sabemosque fica a cuidar deles.

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  • Filadlfia em festacom as famlias do mundoA cidade norte-americana deFiladlfia acolhe at domingo ooitavo Encontro Mundial dasFamlias (EMF), promovido pelaIgreja Catlica, iniciativa que vai serencerrada pelo Papa Francisco. Oprograma oficial iniciou-se com umcongresso temtico que se prolongaat sexta-feira, seguindo-se dias deorao e encontro com Francisco,em volta do tema O amor a nossamisso: a famlia plenamente viva.Francisco enviou uma mensagem cidade norte-americana deFiladlfia, antes da sua viagem:Anseio cumprimentar os peregrinose o povo de Filadlfia quando ali forpara o Encontro Mundial dasFamlias. Estarei l porque vsestareis l. Vemo-nos em Filadlfia,acrescentou, em ingls.O Papa vai presidir s cerimniasconclusivas do 8. Encontro Mundialdas Famlias, na noite de sbado eno domingo, perante uma multidoestimada em 1,5 milhes depessoas.Os dados foram avanados pelosresponsveis do Conselho Pontifcioda Famlia (CPF), da Santa S,

    e da Arquidiocese de Filadlfia.D. Vincenzo Paglia, presidente doCPF, disse que ningum estexcludo deste grande encontro defamlias, o qual acontece umasemana antes do incio do Snododos Bispos, sobre o tema AVocao e a misso da famlia naIgreja e no mundo contemporneo(4-25 de outubro, no Vaticano).Filadlfia, cidade-ptria daindependncia americana, vai ser acapital da famlia, no comoideologia, mas como famliasfalando de si prprias, de formaconcreta, sublinhou o arcebispoitaliano.No congresso prvio, comparticipao de 17 mil e 500pessoas de mais de 100 pases,incluindo Portugal - a maior desempre -, foram apresentadasinvestigaes que sublinham opapel central das famlias nasociedade, como o seu principalrecurso e um bem dahumanidade.D. Charles Joseph Chaput,arcebispo de Filadlfia, assinalouque os conferencistas convidadosincluamm vrios no catlicos,como sinal

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    de que a iniciativa est aberta aomundo.O responsvel adiantou que oencontro mundial tem um oramentode 45 milhes de dlares, quechegam atravs de donativos, paragarantir a segurana dosparticipantes e a limpeza dosespaos, para alm de oferecerbolsas a todas as dioceses doMxico e a cada confernciaepiscopal latino-americana, bemcomo s dioceses pobres dosEstados Unidos da Amrica eCanad.Na noite de sbado, o EncontroMundial das Famlias vai celebrarum festival intercultural, com apresena confirmada da

    norte-americana Aretha Franklin, docantor colombiano Juanes e dotenor italiano Andrea Bocelli.O Papa preside Missa conclusivado EMF 2015 no Benjamin FranklinParkway, naquele que o ltimo atopblico da dcima viagem aoestrangeiro deste pontificado.Simbolicamente, o Papa vai oferecer200 mil cpias do Evangelhosegundo So Lucas, assinadas porsi, para as famlias das periferiasde cinco grandes cidades, uma decada continente: Havana (Cuba),Marselha (Frana), Hani(Vietname), Sidney (Austrlia) eKinshasa (Qunia).

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  • Famlia, Igreja domsticaO Evangelho de Joo apresenta-nos, como primeiro acontecimentopblico de Jesus, as bodas deCan, uma festa de famlia. Est lcom Maria, sua me, e alguns dosseus discpulos partilhando a festafamiliar.As bodas so momentos especiaisna vida de muitos. Para os maisveteranos, pais, avs, umaocasio para recolher o fruto dasementeira. D alegria alma veros filhos crescerem, conseguindoformar o seu lar. a oportunidadede verificar, por um instante, quevaleu a pena tudo aquilo por que selutou. Acompanhar os filhos, apoi-los, incentiv-los para que possamdecidir-se a construir a sua vida, aformar a sua famlia, um grandedesafio para todos os pais. Osrecm-casados, por sua vez,encontram-se na alegria. Todo umfuturo que comea; tudo temsabor a coisas novas, aesperana. Nas bodas, sempre seune o passado que herdmos e ofuturo que nos espera. Sempre seabre a oportunidade de agradecertudo o que nos permitiu chegar atao dia de hoje com o mesmo amorque recebemos.E Jesus comea a sua vida pblicanuma boda. Insere-Se nesta histriade sementeiras e colheitas,

    de sonhos e buscas, de esforos ecompromissos, de rduos trabalhoslavrando a terra para que d o seufruto. Jesus comea a sua vida nointerior duma famlia, no seio dumlar. E no seio dos nossos laresque Ele incessantemente continua ainserir-Se, e deles continua a fazerparte. interessante observar como JesusSe manifesta tambm nos almoos,nos jantares. Comer com diferentespessoas, visitar casas diferentes foium lugar que Jesus privilegiou paradar a conhecer o projeto de Deus.Vai casa dos seus amigos Lzaro, Marta e Maria -, mas no seletivo: no Lhe importa se sopublicanos ou pecadores, comoZaqueu. E no era s Ele que agiaassim; quando enviou os seusdiscpulos a anunciar a boa nova doReino de Deus, disse-lhes: Ficai nacasa [que vos receber], comendo ebebendo do que l houver (Lc 10,7). Bodas, visitas aos lares,jantares: algo de especial ho deter estes momentos na vida daspessoas, para que Jesus prefiramanifestar-Se a. Lembro-me que, na minha dioceseanterior, muitas famlias meexplicavam que o nico momentoque tinham para estar juntos era,

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    normalmente, o jantar, noite,quando se voltava do trabalho e ascrianas terminavam os deveres daescola. Era um momento especialde vida familiar. Comentava-se odia, aquilo que cada um fizera,arrumava-se a casa, guardava-se aroupa, organizavam-se as tarefasprincipais para os dias seguintes.So momentos em que uma pessoachega tambm cansada, e podeacontecer uma ou outra discusso,um ou outro litgio. Jesus escolheestes momentos para nos mostrar oamor de Deus, Jesus escolhe estesespaos para entrar nas nossascasas e ajudar-nos a descobrir oEsprito vivo e actuante nas nossasrealidades quotidianas. em casa

    onde aprendemos a fraternidade, asolidariedade, o no serprepotentes. em casa ondeaprendemos a receber e agradecera vida como uma bno, eaprendemos que cada um precisados outros para seguir em frente. em casa onde experimentamos operdo, e somos continuamenteconvidados a perdoar, a deixarmo-nos transformar. Em casa, no hlugar para mscaras: somosaquilo que somos e, duma forma oudoutra, somos convidados aprocurar o melhor para os outros.Por isso, a comunidade cristdesigna as famlias pelo nome deigrejas domsticas, porque nocalor do lar onde a f permeia cadacanto,

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  • ilumina cada espao, constricomunidade; porque foi emmomentos assim que as pessoascomearam a descobrir o amorconcreto e operante de Deus. Em muitas culturas, hoje em dia, vodesaparecendo estes espaos, vodesaparecendo estes momentosfamiliares; pouco a pouco, tudo levaa separar-se, a isolar-se;escasseiam os momentos emcomum, para estar juntos, paraestar em famlia. Assim no se sabeesperar, no se sabe pedir licenaou desculpa, nem dizer obrigado,porque a casa vai ficando vazia:vazia de relaes, vazia decontactos, vazia de encontros.

    Recentemente, uma pessoa quetrabalha comigo contava-me que asua esposa e os filhos tinham ido defrias e ele ficara sozinho. Noprimeiro dia, a casa estava toda emsilncio, em paz, nada estava forado lugar. Ao terceiro dia, quando lheperguntei como estava, disse-me:quero que regressem todos j.Sentia que no podia viver sem asua esposa e os seus filhos.Sem famlia, sem o calor do lar, avida torna-se vazia; comeam afaltar as redes que nos sustentamna adversidade, alimentam na vidaquotidiana e motivam na luta pelaprosperidade. A famlia salva-nos dedois fenmenos atuais: a

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    fragmentao (a diviso) e amassificao. Em ambos os casos,as pessoas transformam-se emindivduos isolados, fceis demanipular e controlar. Sociedadesdivididas, quebradas, separadas oualtamente massificadas soconsequncia da rutura dos laosfamiliares, quando se perdem asrelaes que nos constituem comopessoa, que nos ensinam a serpessoa.

    A famlia escola da humanidade,que ensina a pr o corao abertos necessidades dos outros, a estaratento vida dos demais. Apesar detantas dificuldades que afligem hojeas nossas famlias, no nosesqueamos, por favor, disto: asfamlias no so um problema, sosobretudo uma oportunidade; umaoportunidade que temos de cuidar,proteger, acompanhar.

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  • Discute-se muito sobre o futuro,sobre o tipo de mundo quequeremos deixar aos nossos filhos,que sociedade queremos para eles.Creio que uma das respostaspossveis se encontra pondo o olharem vs: deixemos um mundo comfamlias. certo que no existe afamlia perfeita, no existemesposos perfeitos, pais perfeitosnem filhos perfeitos, mas isso noimpede que sejam a resposta para oamanh. Deus incentiva-nos aoamor, e o amor sempre secompromete com as pessoas

    que ama. Portanto, cuidemos dasnossas famlias, verdadeiras escolasdo amanh. Cuidemos das nossasfamlias, verdadeiros espaos deliberdade. Cuidemos das nossasfamlias, verdadeiros centros dehumanidade. No quero concluir sem fazermeno da Eucaristia. Tereis notadoque Jesus, como espao do seumemorial, quis utilizar uma ceia.Escolhe como espao da suapresena entre ns um momentoconcreto da vida familiar;

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    um momento vivido e compreensvela todos: a ceia.A Eucaristia a ceia da famlia deJesus, que, de um extremo ao outroda terra, se rene para escutar asua Palavra e alimentar-se com oseu Corpo. Jesus o Po de Vidadas nossas famlias, quer estarsempre presente, alimentando-noscom o seu amor, sustentando-noscom a sua f, ajudando-nos acaminhar com a sua esperana,para que possamos, em todas ascircunstncias, experimentar queEle o verdadeiro Po do Cu.Daqui a alguns dias, participarei

    juntamente com famlias do mundointeiro no Encontro Mundial dasFamlias e, dentro de um ms, noSnodo dos Bispos, cujo tema afamlia. Convido-vos a rezarespecialmente por estas duasintenes, para que saibamos todosjuntos ajudar-nos a cuidar dafamlia, para que saibamos cada vezmais descobrir o Emanuel, o Deusque vive no meio do seu povofazendo das famlias a sua morada.

    Papa Francisco,Santiago de Cuba, 22 de setembro

    de 2015

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  • Trs Papas, sete cidades, trscontinentesOs Encontros Mundiais dasFamlias iniciaram-se na cidade deRoma, em 1994, repetindo-se acada trs anos com o objetivo decelebrar o dom divino da famlia eaprofundar a compreenso dafamlia crist como Igreja domsticae unidade bsica de evangelizao.Aquele que hoje o maior encontrodas famlias a nvel mundial foipensado em 1992 por So JooPaulo II e veio a ser concretizadopor ocasio do Ano Internacional daFamlia. As famlias do mundointeiro so convidadas pelo SantoPadre para participar desteencontro global.No congresso que inaugura ostrabalhos, as famlias partilhampensamentos, dilogos e oraes,trabalhando juntas para crescercomo indivduos e ncleosfamiliares. As famlias podemparticipar em grupos de discussosobre o papel da famlia crist naIgreja e na sociedade, liderados pormuitos conferencistas.Bento XVI prosseguiu esta tradioe o Papa Francisco celebra agora asua primeira experincia do gnero. Sedes anteriores do EMF1994: Roma, Itlia So Joo PauloII"Famlia: Corao da civilizao doamor

    1997: Rio de Janeiro, Brasil SoJoo Paulo IIFamlia, dom e compromisso,esperana da Humanidade 2000: Roma, Itlia Ano SantoJubilar So Joo Paulo IIOs filhos, primavera da famlia e dasociedade 2003: Manila, Filipinas So JooPaulo II (atravs devideoconferncia)Famlia crist: uma boa nova para oterceiro milnio

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    2006: Valencia, Espanha BentoXVITransmisso da f na famlia

    2009: Cidade do Mxico, Mxico Bento XVI (atravs devideoconferncia)A famlia, formadora dos valoreshumanos e cristos

    2012: Milo, Itlia Bento XVIA Famlia trabalho e festa

    2015: Filadlfia, Estados Unidos Papa FranciscoO amor a nossa misso, a famliaplenamente viva.

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  • A Famlia gera o mundo : as catequeses do PapaA Editora do Vaticano reuniu emlivro o ciclo de catequeses do Papasobre a famlia, iniciado emdezembro de 2014, como forma depreparao para o prximo Snododos Bispos e o 8. Encontro Mundialdas Famlias.Aps a assembleia extraordinria doSnodo dos Bispos, sobre a famlia,em 2014, Francisco proferiu 28catequeses e uma oraodedicadas a este tema.A obra A Famlia gera o mundo,publicada em ingls, espanhol eitaliano, faz parte da coleoFamlia e Vida dirigida pelo padreGianfranco Grieco, do ConselhoPontifcio para a Famlia.Entre as duas assembleias sinodaissobre a famlia de outubro de2014 a este ano Franciscoofereceu-nos um ciclo orgnico decatequeses sobre a famlia. OConselho Pontifcio considerouoportuno recolh-las e apresent-las ao pblico, oferecendo toda asua profundidade pastoral eespiritual, escreve no prefcio oarcebispo Vincenzo Paglia,presidente do dicastrio.Neste ciclo de catequeses, o Papacomeou por Nazar, pela famlia

    composta por Jesus, Maria e Jos,focando especialmente o papeldesempenhado pelas mes, pais,irmos, avs, crianas, homem emulher, o matrimnio, as palavrascom licena, obrigado e desculpa,a educao, o noivado, a pobreza, adoena, o luto, as feridas, a festa, otrabalho e a orao.Francisco criticou a ideologia dognero, numa catequese dedicada importncia da diferena entrehomem e mulher na definio dafamlia e do matrimnio. Questiono-me, por exemplo, se a chamadateoria do gnero no tambm umaexpresso de frustrao e deresignao, que procura eliminar adiferena sexual porque no j sabeconfrontar-se com ela.O Papa sublinhou noutra audinciaa necessidade da Igreja Catlicasaber integrar os casais divorciadosou recasados. Estes batizados, queestabeleceram uma nova relaodepois da dissoluo do seumatrimnio sacramental, precisamde um acolhimento fraterno eatento, no amor e na verdade, estaspessoas no foram excomungadas,e no podem

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    ser tratadas como tal, elas fazemsempre parte da Igreja.O pontfice argentino disse que aIgreja no ignora que a situao dosdivorciados e recasados contradiz osacramento do matrimnio, mas, poroutro, o seu corao materno,animado pelo Esprito Santo, leva-asempre a buscar o bem e asalvao de todas as pessoas.J numa interveno sobre a figura

    dos pais, Francisco alertou para asconsequncias de uma crise dapaternidade nas famlias e nasociedade civil que leva a umsentimento de orfandade. Os paiscentraram-se de tal forma em siprprios e no seu trabalho, s vezesnas suas realizaes individuais,que acabam por esquecer-se at dasua famlia e deixam ss as crianase os jovens.

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  • Famlia e LegislativasA Federao Portuguesa pela Vidaenviou uma carta aberta aos 22partidos que concorrem s eleieslegislativas para que manifestem asua posio sobre a defesa da vidahumana e a famlia, pontosfundamentais para a sociedade.Num comunicado enviado AgnciaECCLESIA, a FederaoPortuguesa pela Vida (FPV)considera que a resposta a seisperguntas sobre os dois temasfundamentais sociedadeportuguesa podem ajudar oseleitores a ajuizar o sentido do seuvoto, em especial os que se reveemno iderio desta instituio.O valor da vida humana independente do seu estdio dedesenvolvimento ou dascapacidades, assinala a FPV quepretende respostas sobre a defesada vida humana, nomeadamente emrelao ao aborto; a procriaomedicamente assistida e aeutansia.Sobre a famlia, a organizaorecorda que no apenas umarealidade onde se gera vida mas olocal por excelncia onde ohomem no seu estdio mais frgilencontra apoio, sustento eproteo.Neste ponto a FPV questiona, porexemplo, a posio dos partidos emrelao Lei n. 134/2015 de apoio

    maternidade, paternidade e pelodireito a nascer; sobre o quocientefamiliar e quais as medidasconcretas de apoio natalidadepara inverter a crise demogrfica.Sem famlia no h povo,trabalhadores, Estado Social, noh Portugal, alerta ainda na cartaaberta enviada aos 22 partidos queconcorrem s eleies legislativasdo dia 4 de outubro que vai elegeros deputados Assembleia daRepblica que determina a escolhado prximo Governo.A Federao Portuguesa pela Vidapromove e defende a maternidade,a vida e a famlia considera que ospartidos tm o dever cvico deinformar o povo com transparnciae s, assim, ser possvel quetodos os portugueses votem emliberdade e conscincia.

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    Famlias com mais filhos sopenalizadasA presidente da AssociaoPortuguesa das FamliasNumerosas (APFN) considerou,durante o evento Family Land,que em Portugal, as famlias sopenalizadas quando tm maisfilhos. Para Rita Mendes Correia, aAPFN pretende ajudar as famlias aserem mais famlias e no serempenalizadas no IRS e no IMI.Durante dois dias (19 e 20), emCascais, muitas famlias estiveramreunidas no Family Land ondepassaram bons momentos juntodos seus filhos e de outros amigos,realou a presidente da APFN.Com atividades tanto para os paiscomo para os filhos, os participantestiveram oportunidade de sair doscrculos mais fechados e viveremmomentos ao ar livre, disse. importante que a APFN tenha muitosassociados porque todos juntostemos uma fora maior, realouRita Mendes Correia.Com a proximidade das eleieslegislativas, a presidente da APFNsublinha que algumas promessasforam cumpridas, pequenas coisasmas que ajudam as famlias.Atualmente, para que possam

    nascer mais crianas fundamentalque se criem mais condies e sassim a taxa de natalidadepode aumentar em Portugal,proferiu Rita Mendes Correia. Opas necessita que nasamcrianas, finalizou a presidente daAPFN.A Family Land foi um evento paratoda a famlia, promovido pelaAssociao Portuguesa de FamliasNumerosas com o apoio da CmaraMunicipal de Cascais e foiconcebida para receber toda afamlia.Ao longo dos dois dias realizaram-seconcertos, workshops, insuflveis,showcookings, lasertag, paintball,airsoft, ateliers de cozinha,concursos para pais e filhos emuitas outras atividades.

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  • Padre Dmaso Lambers,uma vida de doaoO padre Hermano Nicolau MariaLambers nasceu em 1930, naHolanda. Ordenado sacerdote em1955, sonhava trabalhar nalongnqua Polinsia, mas acaboupor ser enviado para Portugal, ondechegou no incio de 1957. Foicoadjutor numa parquia de Lisboa,pregou em misses populares,lanou os Cursilhos de Cristandade,visitou prises e fundou aassociao O Companheiro, deajuda insero social de pessoasreclusas e ex-reclusas, alm decolaborar com a Renascena h

    quase 40 anos. Este livro recorda,em primeira pessoa, as seisdcadas de sacerdcio do padreDmaso, narrativa que enriquecida por fotografias etestemunhos.O livro vai ser apresentado noauditrio da Renascena, emLisboa, a 29 de setembro, s 18h30,com intervenes de IsabelFigueiredo, coordenadora decontedos da emissora catlica,cn. Joo Aguiar, presidente doGrupo Renascena (que assina aintroduo), e irm Eliete Duarte,diretora da Paulinas Editora.

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    H gente que precisa de DeusMais uma histria. Algum me telefonou para a Renascena. Convidou-me a visit-lo. Era um homem, tinha tido uma educao catlica epraticado a religio durante muitos anos. Mas depois, j com o curso deadvogado, foi convidado a entrar numa certa empresa. Aceitou, porquenessa altura andava procura de trabalho. No vou contar tudo, mas acerta altura deixou de praticar o cristianismo por certos motivos que noeram religiosos...Agora encontrava-se com 72 anos e canceroso. Estava com muitosproblemas de conscincia ele abandonou Jesus conscientemente , epor isso convidou-me a visit-lo. Posso dizer que se reconciliou com Deuse que, apesar da sua doena, ainda reencontrou a felicidade de vida e seentregou a Deus de alma e corao! Foi desta maneira que faleceu,talvez quatro ou cinco meses aps o seu reencontro com Deus! O seumorrer foi cheio de paz, tambm graas Rdio Renascena, como medisse!

    (Excerto divulgado pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura)

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  • II Conclio do Vaticano: O odor domar nas veias de D. Manuel TrindadeSalgueiro

    Quando se aproximava o incio da IV sesso do IIConclio do Vaticano, faleceu D. Manuel TrindadeSalgueiro, arcebispo de vora, com 67 anos de idade.Este bispo, natural de lhavo, foi um dos participantesportugueses na assembleia magna convocada peloPapa Joo XXIII e continuada por Paulo VI.Este prelado, que nasceu 1898, fez os estudos noLiceu de Aveiro e no Seminrio de Coimbra ondeconcluiu o curso teolgico. Era tambm licenciado emDireito Cannico e doutorado em Teologia pelaUniversidade de Estrasburgo. Ficaram clebres assuas homilias dominicais na S Nova de Coimbra e naIgreja de So Domingos de Lisboa, das quais foi o 1volume (1944), sob o tema Mensagem Crist.Nas sesses conciliares, o arcebispo de vora (1955-1965) teve trs intervenes orais. Uma sobreMensagem a enviar ao mundo, outra sobre osegundo captulo do esquema De Sacra Liturgia e,por fim, uma interveno sobre o esquema DeEcclesiae Unitate.O bispo de Aveiro, D. Manuel de Almeida Trindade,conheceu bem o arcebispo de vora e faz-nos umabela descrio da personalidade deste homem delhavo. Era alto, franzino e quase transparente. Tenhonos ouvidos o timbre da sua voz, a que o gestonervoso e amplo mais vivacidade emprestava, relatouo bispo de Aveiro que faleceu em agosto de 2008.Parece-me sentir ainda a cadncia dos seus passos,que o faziam adivinhar ao longe. A frase de Pascal,que ele tantas vezes citou na vida: I'homme c'est unroseau... o homem uma cana, mas uma cana quepensa, quase que se lhe poderia aplicar letra.

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    A encimar aquele corpo dbil, queuma aragem faria vergar, havia umacabea uma bela e inconfundvelcabea. Ela era o espelho da suapersonalidade, escreveu D. Manuelde Almeida Trindade sobre o padreconciliar.Quando esteve em Coimbra, D.Manuel Trindade Salgueiro publicouApontamentos de OratriaSagrada (1929) e tambm algumasoraes fnebres: D. ManuelCoelho da Silva; rainha D. Amlia;D. Marcelino Franco; Pio XII e JooXXIII.Num artigo publicado na Um sculode cultura catlica em Portugal,

    Filipe Figueiredo escreveu que D.Manuel Trindade Salgueiro era umainteligncia lcida, uma penabrilhante, um orador que arrebatavae encantava, pelo estilo fulgurante epela firmeza da doutrinaD. Manuel Trindade Salgueiro foium homem de lhavo. Dizer que foium homem de lhavo dizer que foium homem que trazia o mar nocorao e nas veias. Se seencostasse o ouvido ao seu peito,talvez se ouvisse dentro dele, comoacontece aos bzios, o murmriodas ondas, completou D. Manuel deAlmeida Trindade.

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  • setembro 2015 Dia 25 Setembro* Porto UCP - A Escola das Artes ea Faculdade de Teologia, no CentroRegional do Porto da UniversidadeCatlica Portuguesa promove umaps-graduao em Msica Sacrapara desenvolver, qualificar epromover a msica da Igreja * EUA - Nova Iorque - Visita ediscurso do Papa Francisco sededa ONU * Porto UCP - Incio da ps-graduao em Msica Sacra naPennsula Ibrica

    * EUA - A ONU hastea pela primeiravez a bandeira da Santa S

    * Lisboa - Convento de SoDomingos - Conferncia sobreRiqueza e pobreza: interpretaesdos padres da Igreja por frei JosManuel Fernandes, OP.

    * Leiria - Aula magna do Seminrio -Abertura das atividades do Centrode Cultura e Formao Crist comsesso de apresentao daencclica Laudato Si com D.Antnio Marto e outros oradores.

    * Ftima - Seminrio do Verbo Divino- IV Jornadas Nacionais da PastoralJuvenil com o tema O Jovem (t)emsada? (25 e 26)

    * Ftima - Centro Pastoral Paulo VI -Jornadas Nacionais de Catequistascom tema Educar na Misericrdiade Deus (25 a 27)

    Dia 26 Setembro* Beja - Dia da Diocese de Beja

    * Conselho Nacional da PastoralOperria (LOC/MTC; MAC; JOC ereligiosos e padres ligados aomovimento) para delinear o prximoano.

    * Lisboa Estoril - Workshops dosSalesianos sobre E-vangelizar

    * Bragana - Freixo de Espada Cinta - Abertura do Ano Pastoral de2015-16 da Diocese de Bragana-Miranda

    * Santarm - Convento de SoFrancisco - Assembleia da Diocesede Santarm e apresentao(10:30) da Carta PastoralCaminhos de misericrdiaseguindo o Bom Pastor

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    * Guarda - Centro Apostlico -Jornada de apresentao doprograma pastoral 2015-16centrado nas orientaes do IIConclio do Vaticano sobre aLiturgia

    * Porto - Casa de Vilar - Encontrodiocesano de casais novos

    * Ftima - Peregrinao nacional doRosrio e da Famlia Dominicana(26 e 27)

    * Lisboa - Venda do Pinheiro - Semana de atividades dedicadaaos idosos promovida pela SantaCasa da Misericrdia da Venda doPinheiro. (26 a 02 de outubro).

    Dia 27 Setembro* Mensagem para o Dia Mundial doTurismo.

    * Porto - Casa de Vilar - Encontrosobre o centenrio de nascimentodo padre Narciso Rodrigues

    * Ftima - Casa das irms Doroteias- Encontro da Juventude Doroteiapara o incio das atividades de2015-2016

    * Guarda - Visita da imagemperegrina de Ftima na Diocese daGuarda (27 a 11 de outubro)

    Dia 28 Setembro* Lisboa - Instituto de Servio Socialda Universidade Lusfona -Conferncia/debate sobre Abanalizao do mal no Instituto deServio Social da UniversidadeLusfona com a presena de D.Manuel Clemente. * Lisboa - Torres Vedras (Casa deEspiritualidade do Turcifal) -Conselho de Congregao dosMissionrios Scalabrinianos(membros da direco geral e todosos superiores provinciais dacongregao) (28 a 01 outubro)

    Dia 29 Setembro* Lisboa - Reunio de vigrios com apresena de D. Manuel Clemente ebispos auxiliares.

    * Porto - UCP (Instituto de Biotica)- Conferncia sobre As clulasmes de todas as outras - ClulasEstaminais integrada no cicloConversas com tica.

    * Lisboa - Auditrio da RdioRenascena - Apresentao da obraPadre Dmaso Lambers - Uma vidade doao com intervenes deIsabel Figueiredo, coordenadora decontedos da RR, cnego JooAguiar, presidente do GrupoRenascena e irm Eliete Duarte,diretora da Paulinas Editora.

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  • 25 de setembro

    A bandeira oficial da Santa S vai ser hasteada pelaprimeira na Organizao das Naes Unidas (ONU),em Nova Iorque, pela visita do Papa Francisco, que vaiser o quarto pontfice a discursar na sede daorganizao, depois de Paulo VI (1965), Joo Paulo II(1979 e 1995) e Bento XVI (2008). Entre 25 e 27 de setembroJornadas Nacionais de Catequistas com o tema Educar na Misericrdia de Deus, inseridas naSemana Nacional da Educao Crist, no CentroPastoral Paulo VI, em Ftima. De 26 a 02 de outubroA Santa Casa da Misericrdia da Venda do Pinheiro,Lisboa, promove uma semana de atividades dedicadaaos idosos, com telis de pintura, msica e culinria,uma sesso de yoga do riso, entre outras atividades,no contexto do Dia Internacional do Idoso. 27 de setembroO Papa Francisco encerra a 10. visita pastoral aCuba e aos Estados Unidos da Amrica noEncontro Mundial das Famlias, que tem comotema O amor a nossa misso: a Famliaplenamente viva!, na cidade norte-americana deFiladelfia. 29 de setembroDa memria gratido, a Diocese do Porto celebraos bispos, presbteros e diconos que serviram estaIgreja com uma Eucaristia na S Catedral, a partir das19h00.

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  • Programao religiosa nos media

    Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmisso damissa dominical

    11h00 -Transmisso missa 12h15 - Oitavo Dia

    Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Mars;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexo; 7h55 -Orao daManh; 12h00 -Angelus; 18h30 -Tero; 23h57-Meditando; sbado:23h30 - TerraPrometida.

    RTP2, 11h30Domingos, 27 de setembro-Legislativas 2015 RTP2, 15h30Segunda-feira, dia 28 -Entrevista a Rui Marquessobre a plataforma de Apoioaos Refugiados Tera-feira, dia 29 -Informaao e entrevista aJuan Ambrosio sobre curso deVoluntariado e Saude Quarta-feira, dia 30 - Informao e entrevista aoEugenio Fonseca sobre projetos da Caritas de apoioaos Refugiados Quinta-feira, dia 01 - Informao e entrevista sobreo dia Mundial do Idoso Sex-feira, dia 02 - Anlise s leituras bblicas dasmissas de domingo com frei Jos Nunes e JuanAmbrosio Antena 1Domingo, dia 27 de setembro - 06h00 - Nesteprograma Ecclesia antecipamos o Encontro Mundialdas Famlias com a famlia Irdio que ir participar Segunda a sexta-feira, 28 setembro a 02 deoutubro - 22h45 - Ecos da Visita Ad Limina com osbispos: D. Pio Alves; D. Antnio Marto; D. JosCordeiro; D. Manuel Martins; D. Manuel Quintas.

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  • Ano B - 26. Domingo do tempoComum Amar, semmuros nembarreiras

    No Evangelho deste 26. Domingo do Tempo Comumtemos uma instruo atravs da qual Jesus procuraajudar os discpulos a situarem-se na rbita do Reino.Convida-os a constiturem uma comunidade que, semarrogncia, sem cimes, sem presuno de posseexclusiva do bem e da verdade, procura acolher,apoiar e estimular todos aqueles que agem em favorda libertao dos irmos; convida-os tambm a noexclurem da dinmica comunitria os pequenos e ospobres; convida-os ainda a arrancarem da prpriavida todos os sentimentos e atitudes que soincompatveis com a opo pelo Reino.Quando Jesus chama, pede para deixar tudo para Oseguir. Quando Jesus fala do Reino, anuncia ummundo totalmente novo. Quando Jesus pede paraamar, prope um regresso radical. Mas sernecessrio tempo aos seus discpulos paracompreender tudo isso, e sobretudo para viv-lo. Elesconhecero hesitaes, procuraro compromissos,poro condies.Para Jesus, nada deve ser obstculo entrada noReino de Deus. Jesus coloca a pessoa face sualiberdade de escolher. Se opta pelo Reino, deveaceitar as suas exigncias, que se resumem naessencial atitude de amar; amar com todo o seu ser,mos para partilhar, ps para reencontrar, olhos paraolhar. Cabe pessoa fazer com que todo o seu serresponda sua vontade de amar.Diz o discpulo Joo no Evangelho: Mestre, ns vimosum homem a expulsar os demnios em teu nome eprocurmos impedir-lho, porque ele no andaconnosco. Joo quer delimitar as fronteiras do grupodos discpulos, pr em ordem, classificar os bons deum lado, os maus de outro, separar aqueles que estoem regra daqueles que esto margem.

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    Esta tentao de erguer muros ebarreiras entre os homens em nomede Deus uma tentao mortalcontra o amor. a tentao detodos aqueles que pretendem agirem nome de Deus, que sedeclaram, eles e apenas eles,detentores da Verdade ereivindicam serem eles os nicosverdadeiros fiis de Deus. Todos osoutros, que no pensam, que noagem como eles devem serrejeitados, condenados.Essa tentao gera fanatismo, bemconcreta no nosso mundo e tambmna histria, antiga e atual, depraticamente todas as religies. MasJesus conduz-nos para alm disso.Sem dvida diz Ele: Eu sou aVerdade, mas no reivindica

    qualquer poder. Recusa entrar nojogo de Joo: No impeais estehomem de expulsar os demnios emmeu nome. Jesus veio para reunirna unidade os filhos de Deusdispersos e, como diz So Paulo,para destruir a barreira queseparava os judeus e os pagos,para fazer a paz e reconciliar noamor todos os homens com Deus eentre eles.Neste quase incio de outubro, msdo Rosrio, peamos a Maria,humilde serva do Senhor, que nosensine a humildade, o servio, adisponibilidade, o amor.

    Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.pt

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  • Franciscanos tm novo SantoO Papa canonizou esta quarta-feiranos Estados Unidos da Amrica(EUA) o Beato Junpero Serra(1713-1784), franciscano queevangelizou a Califrnia, durante asua viagem aos Estados Unidos daAmrica. E hoje recordamos umadaquelas testemunhas quesouberam testemunhar nestasterras a alegria do Evangelho:padre Junpero Serra. Soube viveraquilo que a Igreja em sada,esta Igreja que sabe sair e ir pelasestradas, para partilhar a ternurareconciliadora de Deus, disse, nahomilia da celebrao que decorreuno Santurio nacional deWashington, dedicado ImaculadaConceio.Junpero procurou defender adignidade da comunidade nativa,protegendo-a de todos aqueles queabusaram dela; abusos que hojecontinuam a encher-nos de pesar,especialmente pela dor queprovocam na vida de tantaspessoas, acrescentou.A deciso tinha sido anunciada peloprprio Papa em janeiro, durante aviagem que o levou do Sri Lanka sFilipinas, ao falar das canonizaesequipolentes, um processo em queo Papa reconhece a santidade sem

    a necessidade de um milagre aps abeatificao, como aconteceu comSo Jos Vaz (1651-1711),missionrio no Sri Lanka quenasceu em Goa, ento territrioportugus.A canonizao, maioritariamentecelebrada em espanhol, reuniucerca de 40 mil pessoas ao ar livre,diante da Baslica do SanturioNacional da Imaculada Conceio,maior templo catlico dos EUA, nonordeste da capital norte-americanae longe dos smbolos polticos comoa Casa Branca e o Congresso.O Papa sublinhou que So JunperoSerra soube deixar a sua terra, osseus costumes, teve a coragem deabrir sendas, soube ir ao encontrode muitos aprendendo a respeitaros seus costumes e as suascaractersticas. Simbolicamente, nofinal da Missa, Francisco quiscumprimentar representantes dascomunidades nativas da Califrnia,cujas lnguas foram utilizadas nasoraes da Missa.Junpero Serra nasceu em Maiorca,em 1713, tendo sido ordenadopadre em 1737; cerca de dez anosdepois, ofereceu-se para sermissionrio, tendo comeado atrabalhar no continente americanona Sierra Gorda, Mxico, junto dosindgenas Pame.

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    Desde 1769 at 1784, ano da suamorte, Junpero Serra foi presidentedas misses franciscanas destaregio, com ao junto de diversosgrupos de indgenas - Kumeyaay,Ohlone, Salinan, Tongva,Acjachemen e Chumash.O novo santo aprendeu a lnguaPame e traduziu neste idioma asoraes e os preceitos cristos,difundindo tambm a devoo pelaImaculada; de 1767 a 1784,percorreu s na Califrnia cerca dedez mil quilmetros a p.

    A biografia divulgada pelo Missaloficial da viagem do Papa recordaque o futuro santo entrou emconfronto frequentemente com asautoridades militares sobre amelhor maneira de tratar osindgenas.O texto admite que muitos indgenasmorreram nas misses, muitasvezes por causa das doenasintroduzidas pela incursoespanhola na rea.O religioso foi beatificado pelo PapaJoo Paulo II a 25 de setembro de1988.

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  • Francisco recomenda pobreza emisericrdia aos religiosos O Papa disse em Havana que Deusquer uma Igreja pobre, convidandoos padre e religiosos de Cuba aviver na pobreza e misericrdia,porque a est Jesus. Amem apobreza como uma me,recomendou, numa intervenoimprovisada durante a celebraode Vsperas, com membros doclero, institutos religiosos e leigoscubanos, Catedral da ImaculadaConceio e So Cristvo.No incio do encontro de orao, ocardeal Jaime Ortega, arcebispo deHavana, falou de uma Igreja pobree, simbolicamente, um grupo depobres ajudados pela comunidadecatlica de Santo Egdio estava porta da S, para receber o Papa.Francisco deixou depois de lado ahomilia que tinha preparado eapresentou uma reflexo sobre apalavra pobreza, que apresentoucomo muito incmoda por ir contraa corrente cultural do mundocontemporneo. O espritomundano no a conhece, no aquer, esconde-a, no por pudor,mas por desprezo, advertiu.

    O Papa recordou que, nosEvangelhos, o seguimento de Jesusimplica deixar tudo e brincou com oque chamou de ecnomosdesastrosos, apresentando-oscomo uma bno de Deus para aIgreja, porque a fazem pobre elivre.Francisco comentou depois otestemunho de uma jovem religiosaque trabalha junto de pessoas comdeficincia. Quando algumprocura, na preferncia interior, omais pequeno, o mais abandonado,o mais doente, aquele que ningumtem em conta, que ningum quer,est a servir Jesus de formasuperlativa, defendeu.Neste sentido, criticou a prtica dosabortos seletivos e elogiou osreligiosos e religiosas quequeimam a sua vida ao servio dosque o mundo descarta. Emparticular, o Papa sublinhou o valordo trabalho em favor das pessoascom deficincia, dos que muitosconsideram inteis, com os quaisno se pode fazer dinheiro.Obrigado a todos os consagrados econsagradas que fazem isto, disse.O pontfice argentino citou Santo

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    Ambrsio e disse que onde hmisericrdia, est o esprito deJesus; onde h rigidez, estoapenas os seus ministros.A interveno escrita por Franciscoreferia, por sua vez, as discusses

    na Igreja so necessrias para asua vida. O texto recordava ossacrifcios que os religiososcubanos tm feito, realando quepara alguns, os sacrifcios tm sidoduros h dcadas.

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  • Iraque: Missionrio argentinodescreve sofrimento dos cristos

    Perder tudo menos a fBagdade uma cidade sitiada.Os cristos tm medo mas norenegam a sua f. So exemplopara todos ns. Do Iraquechega-nos o testemunho de umpadre argentino, Lus Montes,que nos interpela directamentea fazermos alguma coisa porestes irmos na f. A comearpela orao. Lus Montes, argentino esacerdote do Verbo Encarnado. Sosete irmos, um j faleceu. Trs sosacerdotes e um outro leigoconsagrado. O pai morreu h 8anos e a me, viva, decidiu entoque era tempo de, tambm ela,seguir a vida religiosa de forma maisradical. Aos 82 anos tomou o hbitoe agora passa os dias num lar.Voltemos a ele. Lus Montes est emBagdade h cinco anos. Foiacolhido ainda com o cheiro daplvora, com as pessoasassustadas, a ouvir a palavramedo em todas as conversas.Chegou ao Iraque em 2010, emDezembro. Poucas semanas antes, um grupo armado jihadista entrouna catedral de Bagdade e fez refnstodos os que ali se

    encontravam. Meia centena depessoas perderam a vida e muitosficaram feridos. Dois dias depois,novos atentados. Mais umasdezenas de mortos. J havia,nesses dias, uma tempestade no ar.Os cristos eram j umacomunidade em fuga, quecarregavam nas malas o medo deserem um dos alvos dos extremistas.Bagdade hoje uma cidade sitiada.No h dia em que no rebentembombas No h dia que passesem que alguma rua fiquemanchada de sangue, cravada debalas, cemitrio de gente. umacidade sitiada que se prepara paraa guerra total. Os cristos sabemdisso. Guerra abertaConta-nos o padre Montes: Para osCristos a vida particularmentedifcil, porque so apanhados nomeio destes problemas que existementre os xiitas e os sunitas. H muitainjustia. Em conversa coma Fundao AIS, este missionrioesclarece que a zona tomada pelo

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    Estado Islmico, que ainda no Bagdade, ainda est pior. Mossul eos arredores esto um autnticodesastre. O medo est ao rubromas os Cristos do Iraque tm dadotremendos exemplos de f. Hmuitos mrtires, muitas pessoas quedisseram: no vou deixar de sercristo, mate-me!. E depois hquem tenha abandonado tudo,mesmo tudo, para poderemcontinuar a ser Cristos. Para ns,eles so um exemplo muitoedificante - diz o padre Montes.Quando questionado sobre o quens, portugueses, podemos fazerpelos cristos iraquianos, a suaresposta quase

    instintiva. Em primeiro lugar, peo aorao. So precisas mais pessoasque rezem pelos Cristosperseguidos, pois esto a passarpor sofrimentos indescritveis. Emsegundo lugar, divulguem o que seest a passar. Em terceiro lugar,enviem um donativo que ajudardirectamente os refugiados. Porfim, o padre Lus Montes pede-nospara vivermos mais activamente acaridade. Se vivermos mais acaridade, seremos construtores dapaz. E essa fora irresistvel.Certo?

    Paulo Aido | Departamento deInformao da Fundao AIS

    | www.fundacao-ais.pt

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  • Refugiados, nossos irmos

    Tony Neves Espiritano

    A violncia arrasadora na Sria, no Iraque enoutros pases em convulso gerou uma onda dedeslocados e refugiados que h muito a histriano registava. E com a vantagem (s vezesconvertida em desvantagem) de estarmos numapoca altamente mediatizada. Assim, entram-nospelos olhos dentro estas filas interminveis degente a fugir das guerras e a querer entrar, aqualquer preo, em espaos territoriais queofeream vida e segurana. Em resumo, h muitagente desesperada procura de um futuro queparecem no encontrar nas suas terras natais.Diante de drama to horrendo, que vamos fazer?O Papa Francisco j lanou um grito de alerta aomundo, a pedir braos e coraes abertos paraacolher, pois estamos diante de irmos com acabea a prmio.A Europa decidiu abrir as portas, sem asescancarar. Todos os dias h mais gente apronunciar-se, uns a favor e outros contra oacolhimento. Em Portugal surgiu a Plataforma deApoio aos Refugiados (PAR) que integra muitasinstituies. Parece claro para o mundo queestes irmos no esto a querer invadir-nos, masapenas a fugir da perseguio e da morte. Emais no nos resta que apoiar, pondo em prticaos valores da fraternidade e da solidariedadesem fronteiras.As Jornadas Missionrias Nacionais, realizadasem Ftima, contaram com o testemunhoemocionante do Padre Paul Karran, presidenteda Caritas do Lbano. Explicou s trs centenasde participantes que o Lbano, pas pequeno epobre, com

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    fronteiras para o Iraque e a Sria,acolheu mais de oito milhes derefugiados! E ns que na Europaestamos aflitos com a possibilidadede acolher apenas alguns milhares,espalhados por um imensocontinente!A histria mostra que ningumconsegue parar fluxos migratriosquando as circunstncias o exigem.Poderemos construir muros ereforar a vigilncia de fronteiras.Mas perante o horror da morte e odesespero da

    perseguio ningum tem fora paraparar um povo em fuga E da partede quem se sente invadido hapenas uma resposta humana:acolher e ajudar.Estes momentos abrem aos pasesmais ricos e estveis a possibilidadede se mostrarem humanos. AEuropa no pode perder estaoportunidade de salvar vidas. Esta uma Misso com o tamanho doinfinito.

    Pode ouvir o programa Luso Fonias na rdio SIM, sbados s 14h00, ouem www.fecongd.org. O programa Luso Fonias produzido pela FEC Fundao F e Cooperao, ONGD da Conferncia Episcopal Portuguesa.

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  • A Igreja sem fronteiras, me de todos, propaga no mundo acultura do acolhimento e da solidariedade, segundo a qual

    ningum deve ser considerado intil, intruso ou descartvel

    Mensagem do Papa Francisco,Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2015

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