opinião - agência ecclesia€¦ · comunicativa da era digital um novo continente, a evangelizar....

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04 - Editorial: Octávio Carmo06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - A semana de... Luis Filipe Santos16 -Entrevista: Cónego João Aguiar22 - Dossier Media e redes de pessoas

38 - Internacional44 - Estante46 - Vaticano II48 - Agenda50 - Por estes dias52 - Programação Religiosa53 - Minuto YouCat54 - Liturgia56 - Fundação AIS58 - Lusofonias

Foto da capa: DRFoto da contracapa: Agência ECCLESIA

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar CamposPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

D. AntónioMoiteiro chegoua Aveiro[ver+]

Albânia à esperado Papa[ver+]

Comunicação emrede na Igreja[ver+]

Octávio Carmo | Manuel Barbosa |Tony Neves

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O valor da comunicação

Octávio CarmoAgência ECCLESIA

A aproximação das Jornadas Nacionais deComunicação Social, que este ano abordam otema ‘Uma rede de pessoas’, traz de novo adebate a relação da Igreja Católica com as novastecnologias da comunicação e a necessidade deolhar para estes fenómenos como realidadeshumanas e não apenas como questões técnicas.Estão em causa contactos, relacionamentos,formas de pensamento e até ambientes culturaisque fazem das redes sociais e da dinâmicacomunicativa da era digital um novo continente, aevangelizar.Não estamos apenas perante um meio, masperante um verdadeiro espaço vital, daí aimportância do convite repetido pelo PapaFrancisco para uma cultura do encontro queconvida a Igreja Católica a promover umtestemunho cristão no mundo digital para chegar,através da rede, às periferias existenciais.Também nestes espaços, contudo, é difícilestabelecer um verdadeiro diálogo, sem querersubjugar o outro à nossa visão do mundo, ànossa palavra definitiva que não admitecontraditório, à redução a preconceitos efanatismos da opinião diversa.A mensagem e a experiência da mensagem sãoigualmente importantes nestes espaços virtuais,nos quais é importante fugir ao capricho datecnofilia e superar, também, a idolatria doconteúdo para evitar a comunicaçãounidirecional, limitada ao anúncio. Como diz umespecialista, é preciso passar da comunicaçãoda experiência cristã à comunicação comoexperiência cristã

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.Os responsáveis por este setor têmdebatido a importância de, seguindoo exemplo de Francisco, considerara comunicação em termos deproximidade e de reduzir distâncias,para que a mensagem da Igrejachegue a todos. Estamos perante

uma mudança cultural e nãoapenas tecnológica, num continentedigital em que não há espaços embranco. A nova evangelização exigeque também aí os católicosapresentem a sua proposta desentido: Jesus Cristo, Caminho,Verdade e Vida.

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Quatro milhões e trezentos mil eleitores escoceses votam hoje um referendosobre a independência da Escócia face ao Reino Unido, com o «Sim» e o«Não» muito próximos nas sondagens

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“Só com um novo partido é que seconsegue contribuir para osobjetivos pretendidos, que éjustamente contribuir para aresolução dos problemas dosportugueses, da sociedadeportuguesa, da democraciaportuguesa e do próprio Estado dedireito. (Não era possível concretizaresse objetivo na lista do MPT?)Concluímos que não, eu concluí quenão. E portanto, vamos avançar comum novo partido, de raiz”. Marinho ePinto, in TSF, 12.09.2014 “Vítor Bento não se devia terdemitido agora. Carlos Costa nãodevia ter deixado o problemaapodrecer. O Governo não deviafazer de morto. Stock da Cunhavai precisar de um milagre parajuntar os cacos”, José ManuelFernandes, in Observador,14.09.2014 “Ninguém pode utilizar o nome deDeus para fazer isto, ou fazê-lo emnome de Deus. Isto sãoverdadeiramente coisas do Diabo”,Cardeal Fernando Filoni, enviado doPapa ao Iraque, sobre as ações doEstado islâmico, 15.09.2014

“(…) uma inacreditável lavagem deSalgado. Entrou na máquina umbanqueiro com fama pública detrafulha e de burlão e, após 30minutos de ensaboadela, saiu umbanqueiro azarado, tramado pelafamília e pelo Banco de Portugal.”João Miguel Tavares, a prepósito deuma reportagem da RTP «RicardoSalgado, o ex-Dono Disto Tudo», inPúblico, 16.09.2014 "Não tem havido caos, houvetranstornos e problemas, comcerteza. E esses, estou aqui aassumir e peço, em nome doMinistério da Justiça, desculpa”,Paula Teixeira da Cruz, aosjornalistas referindo-se àplataforma informática Citius,que permite a entrega emtribunal de peças processuais ede documentos por viaeletrónica com assinatura digital,mas que tem apresentadoproblemas, 17.09.2014

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Aveiro recebeu novo bispo em festaO novo bispo de Aveiro, D. AntónioMoiteiro, disse, este domingo, na Sédaquela cidade, que a “atualconjetura social e cultural” colocavários desafios à fé cristã. As“mudanças profundas” dasociedade são notórias, por isso aigreja “não pode cruzar os braços” e“não se fechando em si mesma”.Na entrada solene na dioceseaveirense, o prelado salientou quese devem criar “espaços defraternidade” onde se concretize amensagem do Evangelho.D. António Moiteiro - nomeado a 4de julho deste ano bispo de Aveiro –pediu aos cristãos “para serem

discípulos missionários”, mas estedesafio “exige formação cristã”. A“formação cristã de adultos” é a“disciplina ainda não aprovada”após o II Concílio do Vaticano (1962-1965) e na qual se “deve investirtodas as energias e capacidades”,realçou o novo bispo de Aveiro quesucedeu a D. António Francisco dosSantos, atual bispo do Porto.D. António Moiteiro pediu às famíliaspara “não se fecharem em simesmas”, mas que se “abram à vidacomo um dom que vem de Deus”.Os jovens que “são o futuro daIgreja e da sociedade” devem “terum lugar privilegiado”

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nas paróquias, frisou o prelado nahomilia. Encorajar e apoiar ajuventude foram dois desafiossublinhados pelo bispo de Aveiro emrelação aos mais novos e pediutambém uma atenção especial “aosmovimentos que os possam ajudar ainserirem-se na vida da Igreja e dascomunidades”.O arcebispo de Braga consideraque o novo bispo de Aveiro é umhomem “comprometido eempenhado em termos de vontade,interesse e espírito de sacrifício”.Para D. Jorge Ortiga, que teve comobispo auxiliar D. AntónioMoiteiro(2012-2014), o novo

prelado de Aveiro tem “grandecompetência” porque “devidamentepreparado, particularmente, na áreada catequese ou NovaEvangelização”.D. Manuel Felício, bispo da Guarda,disse à Agência ECCLESIA que D.António Moiteiro tem “umainteligência prática notável”.O prelado trabalhou oito anos com onovo bispo, natural da diocese daGuarda, e referiu que é “umapessoa ajustada” à diocese deAveiro e “tem todas as condiçõesque lhe permitem ser um grandepastor”.

FOTOGALERIA

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Porto: Diocese assinalou 150 anosdo Seminário MaiorA Diocese do Porto assinalou estasegunda-feira os 150 anos doSeminário Maior da Senhora daConceição, com um programafestivo que congregou autoridadesreligiosas e políticas, bem comoantigos e atuais alunos dainstituição. Em declarações àAgência ECCLESIA, o bispo doPorto, que presidiu à eucaristiaintegrada nas comemorações,destacou o “extraordinário serviço”que aquela casa tem prestado àIgreja Católica e à região, ao longodos anos.D. António Francisco dos Santosclassificou as celebrações como umgesto de “gratidão” para com aspessoas que ali trabalharam e asque atualmente servem o Seminário,desde o reitor aos formadores,passando pelos funcionários.Sediado no antigo colégio de SãoLourenço, o Seminário Maior deNossa Senhora da Conceiçãoacolheu ao longo da sua histórianão só os alunos do Porto mastambém candidatos provenientesdas dioceses de Vila Real, Coimbra,Bragança-Miranda, Funchal ePortalegre-Castelo Branco.Antes de ser entregue à Diocese doPorto, em 1862, e de começar afuncionar como Seminário em 1864,

a estrutura pertenceu à Companhiade Jesus e foi também convento dosFrades Agostinhos. Para o bispo doPorto, a instituição afirmou-se comoum polo de “comunhão” e éatualmente um sinal “da vitalidadeda Igreja, que continua a encontrarrespostas generosas no coraçãodos jovens e a acompanhá-los naformação”.As comemorações dos 150 anos doSeminário Maior contaram com apresença do patriarca de Lisboa, D.Manuel Clemente, que liderou osdestinos da diocese do Porto entre2007 e 2013. O patriarcaconsiderou a homenagem“justíssima” para uma instituição que“foi sempre um grande esteio derenovação católica em Portugal epara várias dioceses”.

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Trabalhadores cristãos lamentamimpasse à volta do salário mínimoO coordenador nacional da LigaOperária Católica – Movimento deTrabalhadores Cristãos (LOC-MTC)considera que o debate à volta doaumento do salário mínimo está aarrastar-se “há demasiado tempo” ea atualização “já deveria ter sidofeita”.Em declarações prestadas hoje àAgência ECCLESIA, José AugustoPaixão salienta que enquanto aquestão permanece num impasse,são “muitas as vidas e famílias queestão em causa”.“Depois de feitos os respetivosdescontos, o salário mínimo atualnão ultrapassa os 400 euros. Comoé que uma família, com vários filhos,mesmo que os dois pais trabalhem,pode sobreviver com esses valores,tendo em conta as despesas dealimentação, saúde, educação,entre outras?”, questiona aqueleresponsável.Quanto mais a decisão se arrastar,salienta José Augusto Paixão, maispessoas irão permanecer emPortugal “no limiar da pobreza”.Esta quarta-feira delegados doGoverno e dos parceiros sociaisreuniram-se para debater o

aumento do salário mínimo nacional,no âmbito de um grupo de trabalhocriado na Concertação Social ededicado a esta temática.José Augusto Paixão recorda que oque está aqui em causa não é“apenas a subida do salário mínimo”mas também a minimização das“diferenças entre ricos e pobres” euma “distribuição mais justa dosrecursos”.“Pelos valores que vamos ouvindotodos os dias através dacomunicação social, os númerosque estão a ser considerados parao salário mínimo até deveriam ir umpouco mais além”, sustenta ocoordenador nacional da LOC-MTC.

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A Agência ECCLESIA acompanha na Madeira o Congresso Internacional queassinala os 500 anos da Diocese do Funchal. Neste espaço ficam asprincipais notícias publicadas até ao momento e pode continuar aacompanhar o evento até este sábado, em www.agencia.ecclesia.pt

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Douro: Sacerdotes alertam para drama «socioeconómico» dos pequenos emédios viticultores

Origens e estrutura da diocese do Funchal

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A semana onde os «Bentos»sopraram…

Luis Filipe SantosAgência ECCLESIA

O mês de setembro de 2014 colocou emdestaque os bentos. Não é uma troca deconsoante… É mesmo bento, mas não sinónimode bendito, glorioso ou abençoado. Depois dacampanha menos conseguida – para algunscatastrófica – no Campeonato do Mundo deFutebol que decorreu no Brasil e do primeirojogo de apuramento para o CampeonatoEuropeu de Futebol com a Albânia, oseleccionador nacional – Paulo Bento – resolveu«deixar» os destinos do onze das quinas.Quando os resultados não aparecem, abandona-se o barco.Também neste mês, Vítor Bento desocupou acadeira central do novo banco. Depois dahecatombe «Espírito Santo», Bento foi oescolhido para endireitar os destinos da entidadebancária que tem como símbolo uma borboleta.Parece que o poiso de tal insecto foi paragemtemporária… Bateu com as asas rapidamente. Um grupo de jovens padres portugueses (umdeles tem cerca de 50 anos) resolveu visitar oPapa emérito Bento XVI. Com indumentária –talvez um excesso de negro a contrastar com abrancura do visitado - a rigor como manda oprotocolo, estes neo-sacerdotes foramcumprimentar o antecessor do Papa Francisco.Tiveram direito a fotos com o Papa alemão epresentearam-no com um vinho e um cálice. Sóvi fotos com o Papa Bento XVI, será que visitaramtambém o Papa argentino? Amanhã (19 de setembro 2014), o dominicanoBento Domingues vai ser homenageado na

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Fundação Calouste Gulbenkian, emLisboa. Natural de Terras do Bouro,este frade da Ordem de SãoDomingos escreve todos osdomingos, uma crónica primaveril,no jornal «Público». Mais de vinteanos a escrever sobre liberdade,direitos humanos, fraternidade e paznum órgão de comunicação sociallaico é digno de registo.Com 80 anos, frei BentoDomingues, numa entrevista aoJornal de Letras, perante aafirmação: «assume nas suascrónicas uma voz própria, nemsempre em sintonia com a ortodoxiada Igreja», respondeu que “énormal, há sempre pessoas queconcordam, outras não”. E continua:“Lembro-me que uma vez um bispome disse que não estava de acordocom o que escrevia, ao querespondi que eu

quase nunca concordava com o queele dizia… o que sempre procurei foiajudar a perceber um catolicismo,que viveu sem teologia desde 1910,quando encerraram a Faculdade deTeologia da Universidade deCoimbra, até 1968, quando abriu ada Universidade CatólicaPortuguesa”.Uma homenagem merecida. Um dia,a história irá dar-lhe o devidovalor… Palavras com horizonteslargos de um homem que admira asatitudes do Papa Francisco, lêapaixonadamente Agustina BessaLuis, acompanhou Sophia de MelloBreyner nos últimos tempos da suavida.Esquecido por alguns, frei BentoDomingues deixou marcasindeléveis na imprensa portuguesanas últimas décadas.

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Media: «Uma rede de pessoas» asJornadas Nacionais de ComunicaçãoSocial. O diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais explicao tema das Jornadas Nacionais da Comunicação Social - “Uma redede pessoas” – que resulta da mensagem do Papa Francisco para o48º Dia Mundial das Comunicações Sociais (01 de junho 2014) edestaca o que na sua opinião se pode esperar dos dias 25 e 26 desetembro de 2014, na casa Domus Carmelli, em Fátima, que vão serenriquecidos com o testemunho do diretor do Centro TelevisivoVaticano, o monsenhor Dario Edoardo Viganò. Agencia ECCLESIA (AE) – “Umarede de pessoas” é o tema que esteano é a proposta para o encontroanual de profissionais dacomunicação social. Que tema éeste e o que é que se pode esperarde um tema e de dois dias tambémde proximidade?Padre João Aguiar (JA) – O temaconsiste em glosar no fundo amensagem do Papa Francisco parao Dia Mundial das ComunicaçõesSociais que já vivemos. Já étradição que as jornadas desetembro tenham em conta o temajá passado.O Papa Francisco diz-nos que asredes não são única eexclusivamente um conjunto de fios,não são meramente nemfundamentalmente uma tecnologiamas precisam de ter

pessoas que falam, pessoas que secalem para que o outro faleportanto, pessoas que escutam,pessoas que se aproximam paraouvir a confidência e pessoas quese aproximam confidentes. Por isso,ele faz o sublinhado da ternura, diz-nos que precisamos de ter ternuranas redes.Eu espero uma participaçãosignificativa e ativa, não apenas decomunicadores do âmbito dacomunicação da Igreja mascomunicadores em geral porque istode estar próximos, porque isto deirmos ao encontro, de não explorarmas ouvir, porque isto de ajudar arefletir não é uma questão religiosamas de humanidade.

D. António Carrilho, bispo do Funchal

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AE – No primeiro dia estãodestinados dois painéis, um sobrejornalismo descartável e outro sobremédia e cultura de encontro. Esteprimeiro painel talvez seja algopolémico?JA – Com certeza porque serepararmos no modo como estamosa praticar o jornalismo digital, ojornalismo na rede, há algumconforto e algum desconforto.Conforto pela velocidade, pelaabrangência e universalidade mas,na minha perspetiva, também háalgum desconforto.Nós notamos que hoje qualquerpessoa que tenha possibilidadesde comunicar já pensa queestá a fazê-lo e o jornalista profissional também cai muitas vezes numa tentaçãode desvalorizar a suaprópria capacidadede interpretação,de leitura, demediação. O quequeremos nofuturo é umainformaçãosem mediação.

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JA - O que queremos no futuro éeste caldeirão de efervescênciaonde parece que tudo vale omesmo, onde se afirma e desmenteno mesmo segundo ou continuamosa considerar que tem de haverreflexão, que tem de havercapacidade de leitura, que tem quehaver interpretação, se quisermosdizer isto de outra maneira, que temque haver profissionalismo.É muito fácil dizer mande-nos osvídeos das suas férias, mandem-nos fotografias da tempestade,mandem isto e aquilo mas depoistambém é preciso perceber se oque nos mandam é realmenteobjetivo, se é desta tempestade oué de outra e se aquele concerto queemocionou multidões afinal não temmais de 10 anos. AE – Existe aqui um fator que háuns anos no jornalismo não era tãopremente e que agora se vê que é otempo. A velocidade a que as coisasacontecem e as fotografias/vídeosaparecem quase no segundo aseguir.JA – Há uma frase que é muitasvezes afirmada, “a pressa é inimigada profundidade” e de facto hojesabemos eventualmente muitas

coisas, saboreamos muito poucas.O direto é efetivamente uma paixãomas o que é que deu origem a istoque estamos a viver e queconsequências é que pode ter istoque estamos a viver.Por exemplo, um jogo de futebolestamos a vivê-lo em direto epodemos estar a discutir se formaou não corretos os critérios daconvocação e depois a seguir, ou deacordo com a evolução do próprioresultado, somos capazes de estarem cima da temperaturaefervescente do acontecimento se otreinador merece ou não merececontinuar. Tudo isto é efetivamenteanálise e se nos pronunciarmos àmedida que as situações vãoacontecendo podemos ter opiniõesgasosas ou liquidas e dificilmenteteremos opiniões sólidas,consistentes.

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monsenhor Dario Edoardo Viganò, diretor do Centro Televisivo Vaticano AE – As Jornadas Nacionais deComunicação Social são dois diaspara parar e para refletir e paraajudar. No segundo dia vem omonsenhor Dario Edoardo Viganò,diretor do Centro TelevisivoVaticano, com o tema “PapaFrancisco e a cultura do encontro: opoder das imagens”. O que é quese espera que o diretor do CentroTelevisivo Vaticano venha dizer aPortugal?JA – Pelo menos, eu esperoessencialmente um testemunho deproximidade.

Nesta cultura do encontro, e aliásem toda a comunicação do PapaFrancisco, há uma insistência naproximidade, sair ao encontro dooutro, estar vizinho.Como diretor do Centro TelevisivoVaticano, este homem é umatestemunha privilegiada desta formade comunicação do próprio PapaFrancisco. Eu acho que o Papa nãotem uma teoria da comunicação, éele próprio comunicação, no que diz,no que cala, nos gestos, nossorrisos, nas prioridades, nasmetáforas e por isso tenho muitacuriosidade em ouvir alguém quevive este dia-a-dia do Papa.

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JA - Desmontar e ao mesmo tempoajudar a compreender estasimplicidade franciscana deFrancisco, que não quer dizer nempobrezinha, nem desprezível, nemnada mas que quer dizer de umatransparência muitíssimo grandenão é o que diz, ele éessencialmente o que faz. E, nesseestilo de comunicação, otestemunho e alguma confidência,não sei se vai fazer ou não, oualguma inconfidência, também gostode jornalistas com algumainconfidência, o monsenhor Viganòpoderá ser para nós todos umprivilégio de revelação e de leitura. AE – Esta rede de pessoas quecomeçámos por falar, falou-metambém aqui da comunicação e daternura que é preciso também nacomunicação. Fala-se em diálogo,encontro, solidariedade, o Papaescreveu tudo isto na suamensagem. Olhando para o futuro,são estes os sentimentos que fazemfalta na comunicação, quer naIgreja em Portugal, quer na própriasociedade?JA – Na sociedade e sendo umdesafio para todos éessencialmente também um desafiopara os crentes, para os cristãos,para os católicos. Tem que

pôr ética na comunicação, tem quepôr alma na rede, sentimentos naspalavras. Temos que pôr amizade,futuro e esperança em tudoaquilo que dizemos. Não nos bastadizer as coisas, temos que explicar emostrar aos outros as razões, ascausas da nossa alegria, do nossoacreditar no homem, no nossoacreditar que a história tem umsentido, na nossa falta de medo aocorpo, ao toque, ao abraço, ao olharporque tudo isto e a comunicaçãodos gestos e das palavras que nãoperguntam outra coisa se não comoestás e não, às vezes, porque é quevieste aqui.Reparemos que na mensagem oPapa Francisco apresenta comomodelo de proximidade e de trato osamaritano.

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O samaritano não perguntou aquelehomem caído na margem daestrada: “Então pá, como é quechegaste a este estado? Entãocorreu-te mal o assalto?”. Porquepodia ser um salteador a quemcorreu mal, o outro ser amais fortedo que ele. Não perguntou o que éque se passava, viu o que sepassava, talvez essa

conversa fosse a ter dali a oito dias,quando ele já estivesse emcondições de contar, se quisessecontar qualquer coisa. Nósenchemos o outro normalmente deperguntas ou de perguntasinquisitoriais ou de inspetor epoucas vezes perguntamos ao outroo que é que tu gostarias de medizer. Então fala que eu escuto.

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Uma rede de pessoasO diretor do Centro TelevisivoVaticano, padre Dario EdoardoViganò, vai estar em Portugal paraparticipar nas Jornadas Nacionaisde Comunicação Social, onde vaifalar sobre 'o poder das imagens' nopontificado do Papa Francisco. 'OPapa Francisco e a cultura doencontro: o poder das imagens' é otema para a conferência que vaifazer na manhã do dia 26 desetembro de 2014, segundo dia dasJornadas de Comunicação Social,participando depois num debatecom os participantes sobre a mesmatemática.O padre Dario Edoardo Viganò,diretor do Centro Televisivo Vaticanodesde 2013, foi ordenado sacerdoteem Milão em 1987, tendo iniciado deseguida a investigação académicana área do cinema e do audiovisual,que o levou à lecionação e aotrabalho no setor, primeiro naDiocese de Milão e depois naConferência Episcopal Italiana.'Uma Rede de Pessoas' é o temadas Jornadas Nacionais deComunicação Social, que decorremem Fátima, na Domus Carmeli.Promovidas e coordenadas peloSecretariado Nacional das

Comunicações Socais, as jornadasanalisam o tema proposto pelo PapaFrancisco para o Dia Mundial dasComunicações Sociais deste ano,debatendo-o também em duasmesas-redondas.'Jornalismo descartável:consequências empresariais eprofissionais' e 'Media e cultura deencontro' são os temas em análisena tarde do primeiro dia dasJornadas, 25 de setembro, porjornalistas, professoresuniversitários e peritos na área dascomunicações sociais.David Dinis, diretor do jornal digital‘Observador’, a jornalista CarmoReodeia e Eduardo Cintra Torres,jornalista e professor universitárioanalisam o primeiro tema emdebate, 'Jornalismo descartável:consequências empresariais eprofissionais', entre as 15h00 e as16h30 do dia 25 de setembro.A temática 'Media e cultura deencontro' será apresentada, entreas 17h30 e as 19h30, por CatarinaMartins Bettencourt, da FundaçãoAjuda à Igreja que Sofre emPortugal, pelo padre Tiago Freitas,diretor do Departamento deComunicações Sociais daArquidiocese de Braga,

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e o provincial dos MissionáriosCombonianos, padre José Vieira.Às 19h30 vai decorrer aapresentação da Edição especial doSemanário ECCLESIA comcoordenação científica do Centro deEstudos de História Religiosa(CEHR) da Universidade CatólicaPortuguesa, dedicada à reflexãosobre ‘Caridade, Justiça,Solidariedade’.

De acordo com o programa dasJornadas, o encontro deste ano vaiincluir o espaço 'M&M' (MostraMultimédia), onde se convidammeios de comunicação social,empresas e editoras a divulgaremas publicações, produtos e projetosmultimédia sobre o tema em debate. Inscrições e outras informações - www.ecclesia.pt/jornadas2014/

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Comunicar o InteriorO presidente do Secretariado dasComunicações Sociais da Diocesede Bragança-Miranda considera quea criação deste setor “foi muitosimples e muito lógica” e explicou otrabalho que desenvolvem paraserem “a voz da Igreja e a afirmaçãoda região em Portugal”. “A chegadade D. José Cordeiro coincidiu comuma crescente solicitação dasociedade em geral por se tratar deum bispo jovem. A Diocese deBragança-Miranda passou a sermais procurada, a ser objeto deuma maior atenção dos media emgeral e dos fiéis através decontactos pessoais, por telefone,emails, redes sociais, entre outros”,revela o padre José Carlos Martinsà Agência ECCLESIA.As estratégias de comunicação dadiocese transmontana “são semprevárias e todas possíveis num mundocada vez mais mediatizado” e oprincipal meio é o jornal ‘Mensageirode Bragança’ que tem sido “semprea voz da Igreja e pretende ser aafirmação da região em Portugal”.Objeto de uma reestruturação, que“foi uma das primeiras medidas”,serve para a divulgação de váriasinformações, como: “Decretosepiscopais e editais públicos,

publicação de eventos marcantes,os cânticos e as leituras de cadadomingo”.O Secretariado das ComunicaçõesSociais é também responsável pelacomunicação interna da Diocese deBragança-Miranda e entre osdiferentes movimentos esecretariados.“É uma forma de evitar asobreposição de informação eredundância ou ruído nacomunicação”, assinala o padreJosé Carlos Martins.Os contactos com os meios decomunicação social são realizadosatravés de comunicados,conferências de imprensa, “quandojustificado”, ou eventos como “opequeno-almoço com os jornalistasque acompanham a diocese,promovido pelo bispo”, no dia deSão Francisco de Sales, a 24 dejaneiro, o padroeiro destesprofissionais.A Diocese de Bragança-Mirandatambém tem uma presença assíduanas redes sociais com uma páginaprópria e a página do seu bispo, D.José Cordeiro, onde divulgam “osencontros que vão decorrendo, asua ilustração, e as visitaspastorais”.Para o padre José Carlos Martins“não há censura” nas notícias que

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publicam mas “uma filtragem” paraprotegerem as pessoas que servem,os autores das notícias e parapassarem “melhor os valores que oEvangelho propõe”.O dia-a-dia do Secretariado dasComunicações Sociais da Igreja deBragança-Miranda “é muitopreenchido” porque para além de“todo o trabalho com a elaboraçãodo jornal” também produzem

comunicados, planeiam“as campanhas de eventos,cartazes”, respondem “àssolicitações diárias e pontualmentea situações de crise”.Por isso, o presidente doSecretariado das ComunicaçõesSociais da Diocese de Bragança-Miranda e diretor do ‘Mensageiro deBragança’ assinala que procuramdizer “ao país e ao mundo que nointerior também se trabalha”.

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Media: Projeto de agência católicaganha forma nos AçoresA Diocese de Angra avançou para acriação de um novo meio decomunicação religiosa, intituladoAgência Igreja-Açores. Um projetoimpelido pela vontade da estruturacatólica local em reforçar a suapresença nos media e apostar nainformação como veículo de novaevangelização.Em entrevista à Agência ECCLESIA,a jornalista Carmo Rodeia explicaque a ideia surgiu há cerca de umano, depois do encerramentodevido a motivos económicos devários meios de comunicaçãoligados à Igreja Católica, pormotivos económicos.Entre outros, fecharam jornais como“A União” e o “Correio da Horta”,duas das principais publicações decariz religioso no arquipélago.Depois daquela situação, tornou-se“necessário criar um novoinstrumento de comunicação, quechegasse em primeiro lugar aoscatólicos, que soubessem como éque ia a vida da sua Igreja, esimultaneamente àqueles que nãosendo católicos poderiam ter acessoa informação”, realça CarmoRodeia.

Foi assim que a jornalista entrou aoserviço da Diocese deAngra, começando por trabalhardiretamente na página oficialdiocesana, dando conta do que ia“acontecendo” no meio eclesial daregião e dos seus variados serviçose estruturas.Apesar de ter muitos anos deexperiência, foi a primeira vez queabordou especificamente a temáticareligiosa.“Trabalhar informação religiosa émuito interessante e constituiu umgrande desafio, umareaprendizagem muito grande”,aponta Carmo Rodeia, para quem“uma coisa é ser cristã e outra éfazer informação noticiosa e deinteresse público a partir de fonteeclesial”.Apesar de todo este processo dereorganização ainda ser recente, doprojeto de agência estar ainda noinício, a jornalista destaca aimportância que este trabalho temtido para a promoção de um climade maior abertura e ligação entre osvários setores da Igreja Católica noarquipélago.

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Ao início, “os canais não estavamoleados dentro da diocese porqueas pessoas não tinham muito anoção da importância dacomunicação, de comunicar parao exterior, a informação circulavamais através de um processo decomunicação interna”.Por isso, “o primeiro objetivo foitentar pôr as pessoas acomunicarem umas com as outras,ou seja, que as pessoas soubessemdentro da estrutura da Igreja, sejana hierarquia clerical seja dosmovimentos eclesiais,

o que é que uns e outros andam afazer”, explica Carmo Rodeia.Atualmente, esta dinâmica já estámais enraizada, sobretudo a noçãoda comunicação enquanto forma depassar aos outros uma “mensagem”,neste caso a mensagem cristã.Para a jornalista, “essa rede é muitoimportante” e pelas suasespecificidades “geográficas”, aDiocese de Angra pode retirar dela“uma enorme vantagem”.Por um lado, nos Açores “os órgãosde comunicação social generalistatêm

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menos fontes de informação do queno continente e portanto sentemuma avidez também destainformação religiosa”.Por outro, “a maioria” da população“é católica e também sentenecessidade de ter esta informação”presente na oferta mediática daregião.“É importante que as pessoas quefazem a Igreja e constroem estarede percebam que assim é maisfácil nós chegarmos a toda a gente”,conclui Carmo Rodeia.Carmo Rodeia é jornalista comcarteira profissional há 27 anos,tendo passado por vários órgãos deinformação generalista como a RTP,Rádio TSF e o Diário de Notícias.Atualmente, além do seu trabalhona Diocese de Angra, colabora coma RTP Açores na elaboração deprogramas de informação nãodiária, e dá ainda aulas decomunicação social na Universidadedos Açores.

É importante que aspessoas que fazem aIgreja e constroem estarede percebam que assimé mais fácil nóschegarmos a toda a gente

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Este é um espaço de comunicação, através do qual poderá entrar contactocom a Igreja Católica que está nos Açores. Acontecimentos eclesiais dignosde relevo, mensagens de D. António Sousa Braga, Bispo de Angra, diversasinformações a nível paroquial e diocesano, entre outras temáticas, é o quepoderá encontrar neste website que em boa hora substitui o anterior.A era do ciberespaço em que nos encontramos permite assim a todos estarao corrente das informações fundamentais da Igreja Católica nos Açores,contribuindo deste modo para a comunhão que define a natureza da Igreja.O Serviço Diocesano de Apoio à Pastoral das Comunicações Sociais daIgreja Católica nos Açores, responsável por este site, regozija-se com estenovo espaço e deseja que lhe seja útil e proveitoso. A nossa preocupaçãoserá sempre servir Jesus Cristo e o Homem.

Mensagem de boas-vindas ao site da Diocese de Angra

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Comunicar na Comunidade"Ser amigo é ser abrigo" é o lemada comunidade Vida e Paz, inspira-se e orienta-se pela Doutrina Socialda Igreja e dá apoio a pessoas sem-abrigo. Este lema estende-se portoda a dinâmica de comunicaçãoinstitucional que pretende serpróxima e eficaz.“A nossa missão é ir ao encontro dapessoa sem-abrigo, estabeleceruma relação de confiança de modoa motivá-la a mudar de vida. Se éisto que fazemos “fora” também é oque temos de fazer para dentro, irao encontro”, afirma a responsávelde comunicação Margarida Alves.Na forma de comunicarinternamente os colaboradorescriaram recentemente um blog ondedão conta de todas as atividadesdos vários centros da comunidade,noticias e comunicados.“Nesse blog existe uma páginadedicada à equipa de cada centro,onde se apresenta as pessoas,onde tem contactos e fotografia”,refere.Para a Comunidade nada é maisimportante que o garanteda dignidade da pessoa humana,trabalhando para o Bem Comum.Outra vertente da comunicaçãointerna é a área dos voluntáriosque

saem nas carrinhas da Comunidadetodas as noites, de segunda adomingo.Muitos não se conhecem e por issohá vários encontros de voluntáriospara que haja uma partilha deexperiências, uma troca de palavrasou simplesmente se conheçam nomeio em que dão um pouco do seutempo.Margarida Alves já era voluntária da

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Comunidade antes de assumir ocargo da comunicação e sabe doque fala… Recorda o exemplorecente de uma campanha que,através dos voluntários, foi logoaceite e o sucesso crescente,graças à grande rede de pessoasem comunicação.“Quando fazemos algumacampanha, como foi agora acampanha do leite, assim quedisparámos emails para os nossosvoluntários a resposta foi imediata.Há sempre alguém que conhecealguém

que nos pode ajudar.”Começaram a “chover emailsde empresas onde trabalhavamalguns voluntários” e foramassumindo “pequenas campanhasinternas que resultaram em várioslitros de leite para a ComunidadeVida e Paz”.“Esforçamo-nos para conseguirconhecer e comunicar com todos eassim dinamizar a nossa rede depessoas”, realça a responsável pelacomunicação.

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A melhor divulgaçãoAs carrinhas da Comunidade Vida ePaz, de segunda a domingo, fazemas suas voltas com equipasdiferentes todos os dias.Para Margarida Alves essa é amelhor comunicação externa que acomunidade pode fazer.“As pessoas associam-nos àscarrinhas, a maioria das pessoasque liga para aqui ou envia mails,não faz ideia que por trás daquelascarrinhas há um espaço aberto aodiálogo, há uma comunidade deinserção e uma terapêutica”,explica.Estas são marcas deixadas em 25anos de história da Comunidadeque vai alargando as suas valênciase para contribuir para a dignidadehumana.A voluntária e agora responsávelpela comunicação, Margarida Alves,afirma que a instituição já temaalguma visibilidade e que os meiosde comunicação já começam a ir tercom a Comunidade.“Esforçamo-nos com o nossofacebook, por exemplo, porque épreciso que o público sinta ocontacto”, explica.Sentir o contacto de que fala

Margarida Alves é recíproco e aComunidade acaba por ter feedbackdas campanhas que são lançadascom cores, imagens e títulossugestivos e cativantes.“Utilizar o site para dar a conhecercomo vão os números de umacampanha é chamar o feedaback, éenvolver as pessoas que colaboramconnosco”.A generosidade dos portugueses éconhecida e Margarida Alves realçaque quando se “passa pelanecessidade e explica porque é queprecisa” as pessoas são muitobondosas.“Quisemos dar a noção dosnúmeros que nos chegavam, do quetínhamos, para envolver aspessoas, ser comunidade é isso,envolver todos na mesma missão”,conclui.Além disso foi agora criada anewsletter que qualquer pessoapode receber na sua caixa de emailas novidades e pedidos de ajuda daComunidade Vida e Paz.

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Atividades quecomunicamDesde o ano passado que aComunidade Vida e Paz organiza osarraiais de colaboradores e sem-abrigo. A ideia nasceu de um sem-abrigo e a comunidade aprovou deimediato como uma forma decolaboração.“A Comunidade Vida e Paz nemprecisa de fazer grande divulgaçãodesta atividade porque, sendooriginal, as pessoas aderiram e acomunicação social foi atrás”.

Outra atividade que é de grandeorganização, que conta já com 26edições, mas que dá uma grandevisibilidade à Comunidade são asfestas de Natal com os sem-abrigo.“O espírito de quem vai acabasempre por trazer… E todos os anoshá grandes histórias nesse jantar,até já tivemos um casamento!”Margarida Alves afirma que isso são“histórias que não se apagam damemória”, que estão juntas numa“altura de paz e de dádiva”, e que acomunicação social está recetiva.

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Levar pessoas a pessoasTrabalhar a comunicação da Uniãodas Misericórdias Portuguesas éestar atento aos outros, aohumanismo, proximidade e encontrodas pessoas.Bethania Pagin é a responsável dogabinete de comunicação e imageme sente-se uma “sortuda” emtrabalhar nesta instituição.“É uma oportunidade conseguirtrabalhar num local em que todos osdias sei de pessoas com condiçõesde vida muito duras, mas que hápessoas dedicadas que as cuidam eajudam.Ver esta realidade faz-me pensarque a minha vida é um poucomelhor, agradecendo, afinal estouconectada com o lado certo da vida.”É assim que a profissional, formadaem comunicação e ciência política,olha para a União das Misericórdias,“o instrumento promotor, quer dosvalores e atividade dasMisericórdias Portuguesas nasociedade portuguesa, quer domovimento das Misericórdias noplano europeu, mundial e da culturae civilização portuguesas elusófonas”. A estratégia de comunicação usadaprende-se em duas vertentes: asraízes de 500 anos de história e amostra de modernidade e promover

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a comunicação entre asMisericórdias de todo o país,através do jornal.“Sem deixar cair a tradição dasMisericórdias, valorizando, masmostrar um lado maiscontemporâneo da instituição, dehumanismo, de profissionalismo ede cuidado com o próximo.Por outro lado é necessárioenvolver as Misericórdias epromover a comunicação entreelas”, explica a responsável.A União das Misericórdias tentaainda promover o lado humanitário

do trabalho que é desenvolvido nosvários centros.“Há histórias de vida muito bonitasem cada centro que importapartilhar porque há milhares depessoas a colaborar com cadaMisericórdia, dirigentes, utentes,colaboradores, crianças, e acomunicação visa ligá-las e mostrá-las como uma rede.Uma rede grande, antiga, massempre atenta aos mesmos valorese às pessoas, com a preocupaçãode cuidar, sobretudo,” afirmaBethania Pagin.

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A Voz das MisericórdiasO jornal “Voz das Misericórdias”,que comemora 30 anos em 2015,serve para aproximar asMisericórdias de todo o país, dandoa conhecer o que cada uma faz, noseu espaço e tempo.“O que se pretende é mostrar àsoutras Misericórdias as atividadesinovadoras e diferentes, quemerecem destaque, o que está aacontecer um pouco por todo opaís… Por exemplo a Misericórdiade Freixo de Espada à Cinta nãosabe o que faz a de Sines, e o jornaltenta promover estes elos deconhecimento”, conta BethaniaPagin.Nas reuniões magnas BethaniaPagin aproveita ainda paraconversar com os provedores dasvárias Misericórdias e ali saberopiniões para sempre melhorar acomunicação interna e externa.“Acredito que fazer comunicação ésimplesmente conversar compessoas”.Atualmente a União dasMisericórdias tem jornalistasespalhados por todo o país,incluindo ilhas, que colaboram

para o jornal e desta forma tornou-se mais simples ter “novidades detodas as Misericórdias, porque são400” e só a coordenação passa pelogabinete de comunicação e imagem.“Os jornalistas é que vão ao terreno,recolhem as imagens, falam com aspessoas, fazem a reportagem eassim formamos uma rede depessoas”, descreve a responsáveldo gabinete de comunicação.

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Um salto no futuroO gabinete de comunicação eimagem promove o jornal, anewsletter e o site mas pensam maisalto e querem “dar um salto para ovídeo na internet”.“O projeto é a UMPtv e a ideia seriater uma equipa de filmagem aacompanhar as reportagens, quepudesse sair por todo o país paradar a conhecer o que de melhor

se faz nas Misericórdias”, contaBethania Pagin.Os tempos não ajudam àconcretização e ao sonho junta-seum canal por cabo e até uma rádiomas, mais do que projetar o futuro,“é o dia-a-dia que conta, fazendomais e melhor, conseguindo mostrara qualidade das Misericórdias,incentivando a proximidade e oencontro, levando pessoas apessoas”.

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Papa quer presençacatólica no mundo digitalO Papa Francisco convida a IgrejaCatólica a promover um“testemunho cristão” no mundodigital para chegar, através da rede,às “periferias existenciais”. “Tenho-orepetido já diversas vezes: entreuma Igreja acidentada que sai pelaestrada e uma Igreja doente deautorreferencialidade, não hesitoem preferir a primeira. E quandofalo de estrada, penso nas estradasdo mundo onde as pessoas vivem: élá que as podemos, efetiva eafetivamente, alcançar”, escreve nasua mensagem para o 48.º DiaMundial das Comunicações Sociais.O texto, intitulado ‘Comunicação aoserviço de uma autêntica cultura doencontro’, alarga a reflexão às“estradas digitais, congestionadasde humanidade, muitas vezes ferida:homens e mulheres que procuramuma salvação ou uma esperança”.“Não tenhais medo de vos fazerdescidadãos do ambiente digital”, apelaaos cristãos.Para o Papa, é necessário “abrir asportas das igrejas” para que aspessoas entrem,“independentemente da condiçãode vida em que se encontrem” epara

que o Evangelho “possa cruzar olimiar do templo e sair ao encontrode todos”.“Somos chamados a testemunharuma Igreja que seja casa de todos.Seremos nós capazes de comunicaro rosto duma Igreja assim?”,questiona.Francisco sustenta que a presençada Igreja no mundo da comunicaçãodeve ajudar todos a “apreciarmelhor tos grandes valoresinspirados pelo Cristianismo”, como,por exemplo, “a visão do serhumano como pessoa, o matrimónioe a família, a distinção entre esferareligiosa e esfera política, osprincípios de solidariedade esubsidiariedade”, entre outros.O Papa precisa que o testemunhocristão a que se refere “não se fazcom o bombardeamento” demensagens religiosas, mas com “avontade de se doar aos outros”. “Épreciso saber-se inserir no diálogocom os homens e mulheres de hoje,para compreender os seus anseios,dúvidas, esperanças, e oferecer-lhes o Evangelho, isto é, JesusCristo”, explica.A mensagem sublinha que estediálogo é um desafio que “requerprofundidade, atenção à vida,sensibilidade espiritual”.

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“Dialogar significa estar convencidode que o outro tem algo de bompara dizer, dar espaço ao seu pontode vista, às suas propostas.Dialogar não significa renunciar àspróprias ideias e tradições, mas àpretensão de que sejam únicas eabsolutas”, observa.

Francisco pede que a Igreja nãorecorra a “truques ou efeitosespeciais” na sua comunicação eque aposta no contacto com o“próximo, com amor, com ternura”, ediz que a internet pode oferecer“maiores possibilidades de encontroe de solidariedade entre todos”.

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Papa vai à Albâniahomenagear vítimas do comunismoO Papa apresentou a sua visita àAlbânia, marcada para estedomingo, como uma homenagem àsvítimas do “terrível regime ateu”neste país, o primeiro a receberFrancisco numa viageminternacional. “Decidi visitar estepaís porque sofreu muito por causade um terrível regime ateu e agoraestá a promover uma convivênciapacífica entre as suas váriascomunidades religiosas”, afirmou,durante a audiência públicasemanal que reuniu dezenas demilhares de pessoas na Praça deSão Pedro.“Desde já saúdo com afeto o povoalbanês e agradeço-lhe pelospreparativos desta visita. Peço atodos que me acompanhem com aoração, por intercessão de NossaSenhora do Bom Conselho”,acrescentou o Papa.A visita de domingo vai decorrer emTirana e estão previstos sisdiscursos, que vão evocar a figurada Madre Teresa de Calcutá, deetnia albanesa, e a visita realizada a25 de abril de 1993 por São JoãoPaulo II.O porta-voz do Vaticano, padreFederico Lombardi, frisou que ainiciativa de Francisco visa prestar

“homenagem a uma Igreja quesofreu o martírio durante ocomunismo, com um regime quetinha declarado o ateísmo de Estadoaté na sua constituição”.O sacerdote destacou ainda aimportância que a viagem poderá terem termos políticos e para “oencorajamento ao diálogo” entre asvárias “confissões” religiosaspresentes no país.Esta será a quarta viageminternacional do Papa desde que foieleito em março de 2013. Depois dese ter deslocado ao Brasil, para asúltimas Jornadas Mundiais daJuventude, à Terra Santa (Jordânia,Israel e Palestina) e maisrecentemente à Coreia do Sul,Francisco visita pela primeira vezuma nação do território europeu.Na Albânia, a viagem é vista comouma opção pela “periferia” do VelhoContinente. “Se falarmos do bem-estar material como o centro, entãocertamente a Albânia é umaperiferia”, diz o arcebispo K. RrokMirdita, entrevistado pela RádioVaticano.“O nosso país, no entanto, é rico deoutros valores. Nós temos a

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população mais jovem docontinente, apesar dos fluxosmigratórios", especifica.Para o prelado, “o Papa Franciscoentra no continente europeu atravésdo encontro com um povo quesofreu muito, mas que também temmuito

a dar para a Europa”. O Papa serárecebido por “uma Igreja que estevesempre ao lado do povo”, numcontexto que, hoje, leva a Albânia aser “um modelo de coexistênciareligiosa”.

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Líderes cristãos pedem intervençãohumanitária no IraqueO presidente da ConferênciaEpiscopal do Iraque diz que umaintervenção contra o EstadoIslâmico baseada apenas embombardeamos aéreos “não ésolução”. Numa entrevista publicadapela Rádio Vaticano, D. Louis Sakochama a atenção das NaçõesUnidas para esta matéria e recordaas “muitas” vidas inocentes que sepoderão perder neste género deofensivas.“Não se pode ir assim, bombardear,às cegas ... muitas pessoas vãomorrer, pessoas que não estão como Estado Islâmico! Devemos,portanto, procurar uma soluçãomais adequada e salvar as vidasdaquelas pessoas, não destruir asinfraestruturas, as casas”, salientaaquele responsável.A posição de D. Louis Sako foisecundada esta terça-feira, na sededas Nações Unidas em Genebra, naSuíça, numa declaração conjuntados líderes das Igrejas cristãs doMédio Oriente. Os responsáveis dascomunidades católicas e ortodoxasda região apelaram a umaintervenção “urgente” no Iraque,mas baseada nas “leis humanitáriasinternacionais”.

De acordo com o texto, enviado àAgência ECCLESIA, o grupo realçouainda que “o Estado Islâmico é umaameaça não só para os cristãos ououtros grupos religiosos e étnicosmas também para toda a sociedade,no Médio Oriente, e restantecomunidade internacional”.“Se não for fortemente condenada eeficazmente destruída, então aideologia dos extremistas vai pôr emcausa todo o sistema de direitoshumanos, abrindo um precedenteperigoso de indiferença em relaçãoao dever de proteger os maisvulneráveis”, pode ler-se.

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Papa aprova canonização do padreJosé Vaz O Papa aprovou a canonização dopadre José Vaz, nascido na Goaportuguesa a 21 de abril de 1651,que foi missionário no Sri Lanka,onde morreu a 16 de janeiro de1711. O Vaticano anunciou emcomunicado que Franciscoconfirmou "os votos favoráveis” dasessão ordinária da Congregaçãopara as Causas dos Santos emrelação a este processo, sem exigirum novo milagre.O sacerdote da Congregação doOratório foi beatificado por SãoJoão Paulo II em janeiro de 1995,durante uma viagem ao Sri Lanka,que Francisco vai visitar em janeirode 2015. O futuro santo José Vaz foirecordado, na sua beatificação,como “um grande padremissionário”, tendo vivido de formapobre numa época de perseguiçãoaos cristãos, apesar de ter nascidonuma família da casta dosbrâmanes.O sacerdote foi preso e ajudouclandestinamente as comunidadescatólicas, celebrando Missa denoite, para além de ter traduzido oEvangelho para as línguas tâmil e ocingalês. Disfarçado de mendigo, opadre José Vaz conseguiu penetrarno Ceilão e instalar-se na região deJaffna em 1687.

Por causa das perseguições,decidiu afastar-se das ‘terras dosholandeses’ e dirigir-se para o reinode Kandy, no interior da ilha, paracontinuar a sua missão, mas foiacusado de ser um espiãoportuguês. Só ao fim de dois anos orei de Kandy se convenceu dainocência do missionário e oautorizou a construir uma igreja.Além do padre José Vaz, o Papaabriu caminho à beatificação dareligiosa italiana Maria Cristina daImaculada Conceição (1856-1906),ao aprovar a publicação de umdecreto relativo a um milagreatribuído à sua intercessão.A data da canonização será definidaem reunião de cardeais, que vai serconvocada pelo Papa“proximamente”.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

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Papa encontrou-se com líderes judaicos

Audiência geral de 19 de setembro

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A Vida é sempre um valorO padre Vítor Feytor Pinto é, semdúvida, uma figura pública deprimeiro plano e um verdadeiropastor, membro de uma Igreja que é«perita em humanidade». Desdemuito cedo, esteve envolvido emgrandes causas, apresentadasneste livro-entrevista de OctávioCarmo, chefe de redação daAgência Ecclesia.Desde logo, ainda durante oConcílio Vaticano II, encontra-se emRoma, no Centro Internacional PioXII, sede do Movimento «Por umMundo Melhor». Tendoacompanhado os debates dosPadres conciliares, rapidamente setorna num dos seus divulgadoresem Portugal, ao mesmo tempo quese entrega à Pastoral Juvenil.Depois, nos inícios da década de1980, conclui um mestrado emBioética e começa a sua longaimersão na Pastoral da Saúde,tendo sido coordenador daComissão Nacional da Pastoral daSaúde durante 28 anos! Nesteâmbito, a sua ação pauta-se poruma enorme sensibilidade a favorda dignidade e da defesa dosdireitos fundamentais de cada serhumano, mas também pela luta quetravou em prol da humanização dasaúde.Em vésperas de celebrar osexagésimo aniversário da suaordenação sacerdotal, o padre Vítorcontinua a

testemunhar-nos a mesma paixãodos começos: «Eu sei que a Igrejatem de estar metida dentro domundo, portanto eu tenho de servira Igreja, servindo o mundo. E, aí, omeu grande vade-mécum é a‘Gaudium et spes’: dignidadehumana, comunidade humana,atividade humana e família, vidaeconómico-social, cultura, política,paz. É muito simples: os grandesvalores estão sempre cá dentro, nãoposso sacrificá-los, nunca.»Paulinas Editora

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Os Desafios da Nova Evangelização

Este livro aborda diversas questõesreferentes ao tema da novaevangelização, tendo como guia obispo de Lamego, D. António Couto,que participou do Sínodo que em2012 refletiu esta questão essencialna Igreja Contemporânea tendocomo seu resultado mais visível aexortação ‘Evangelii gaudium’.D. António Couto, no seu estilosempre profundo e poético, fala doantes, durante e depois do Sínodo,com um comentário especial àexortação do Papa Francisco.Um livro com um tema de grandeatualidade, que se destina a todosos cristãos e que vem enriquecer acoleção de livros já publicados porD. António Couto com a PaulusEditora.

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II Concílio do Vaticano: Paulo VIutilizou duas vezes a palavra«colegialidade»

A cerimónia de abertura da terceira etapa do IIConcílio do Vaticano (1962-65), realizada numasegunda-feira de manhã, na Basílica de São Pedro,deu “a prova palpável de que o concílio já mudouqualquer coisa na Igreja romana” (Henri Fesquet – ODiário do Concílio, Volume II, página 22). O autor daobra editada pelas publicações Europa-Américaafirma: “Que diferença entre a liturgia deste dia e aque inaugurara a primeira sessão! A solidão do Papadesapareceu em proveito de um coro de vinte ecinco prelados – um deles o bispo de Roma – quecelebraram conjuntamente ao mesmo nível, com amesma voz e quase os mesmos gestos, a Eucaristia”.Os trabalhos conciliares da III etapa começaram coma celebração (14 de setembro de 1964) e o discursodo Papa Paulo VI. A concelebração estava em vigorno Oriente, mas tornou-se cada vez mais rara naIgreja latina desde o século XII. Restaurando-a, o IIConcílio do Vaticano quis manifestar claramente aunidade do sacerdócio e o fim de um “certo estilo depiedade demasiado individualista”, (Henri Fesquet –O Diário do Concílio, Volume II, página 23).Enquanto se alternava o canto do salmo 131 com o«Tu es Petrus» repetido pela assembleia, Paulo VIdeu entrada na Basílica precedido pelos 24concelebrantes. Para que os concelebrantespudessem conservar-se ao mesmo nível em torno doPapa durante a missa foi necessário transformarcompletamente o «altar da Confissão», dominadopelas célebres colunas de Bernini. Momentoparticularmente significativo foi

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aquele em que as cinquenta mãosdos concelebrantes se estenderamsimultaneamente sobre as trêsgrandes hóstias e sobre o cáliceantes da consagração, cuja fórmulafoi recitada em comum.Não foi indiferente o modo como oPapa Paulo VI falou de si mesmo.Ele mesmo diz que não é só o«chefe» do colégio apostólico, mastambém o «irmão» de todos osbispos. O Papa recorda que o IIConcílio do Vaticano, sem retirar oque quer que seja à doutrina doconcílio anterior sobre prerrogativasdo sucessor de Pedro, deve“completar o enunciado dessadoutrina e tornar públicas asprerrogativas constitucionais doepiscopado”. (Henri Fesquet – ODiário do Concílio, Volume II). Noseu discurso, Paulo VI citou afórmula do Papa Gregório Magnoevocada por ocasião de umaintervenção no decurso da sessãoprecedente: “A minha honra é aforça dos meus irmãos” e disse aosbispos que eles são “os mestres, ospastores, os santificadores do povocristão”,

exprimindo-lhes o seu “respeito” e asua “solidariedade”.Paulo VI serviu-se duas vezes dapalavra “colegialidade” a propósitoda autoridade episcopal, tornandoassim definitivamente legítima essaexpressão “há pouco contestada porcertos padres do concílio” (obracitada anteriormente). Finalmente,falando da “restauração da unidade”das igrejas e empregando a palavra“pluralismo”, Paulo VI saudou osobservadores e os hóspedes nãocatólicos, “sem se esquecer de fazeralusão às igrejas ortodoxas quejulgaram não dever mandar os seusrepresentantes”.No início e no fim da cerimónia,Paulo VI foi transportado, como erausual, na «sedia gestatória», mas omodelo utilizado na circunstância,muito mais simples que de costume,não se apresentava cercado de«flabelos».

LFS

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Setembro 2014Dia 19* Lisboa - Fundação CalousteGulbenkian - Colóquio dehomenagem a frei Bento Domingues* Macau – Catedral - Atuação docoro da Capela Sistina do Vaticano.* Inglaterra – Cantuária - Jogosolidário de críquete entre equipacatólica e anglicana.* Lisboa - Seminário dos Olivais -Reunião da Comissão Preparatóriado Sínodo Diocesano.* Lisboa - Igreja de São Nicolau -Almoço-debate da Associação deJuristas Católicos com intervençãode Marcelo Rebelo de Sousa sobre«O que tem o jurista católico a dizerno diálogo social dos nossos dias?».* Lisboa - Cascais - Casa dasHistórias Paula Rego - Congressosobre «Investir na família construir ofuturo» promovido pela AssociaçãoPortuguesa de Famílias Numerosas(19 e 20).* Porto – Avessadas - Encontro deespiritualidade sobre «À descobertade si» orientado pelo padre AlpoimPortugal.

Dia 20* Viana do Castelo - Abertura do AnoPastoral e início do projecto pastoraldiocesano para 3 anos tendo comoreferência a figura do beatoBartolomeu dos Mártires.* Bragança – Mirandela - As EdiçõesSalesianos organizam o evento E-vangelizar, atividade formativadestinada a animadores,catequistas, consagrados,professores e demais agentesevangelizadores que procurammelhorar as suas competências noanúncio da Boa Nova.* Fátima - Peregrinação nacionaldos Passionistas.* Fátima - Reunião da CáritasPortuguesa -* Leiria - O Departamento doPatrimónio Cultural da Diocese deLeiria-Fátima orienta uma visita pelopatrimónio religioso de Leiria.* Bragança - cripta da Catedral -Encontro de movimentos deespiritualidade e novascomunidades eclesiais que visa odiálogo e a partilha sobre asmelhores estratégias de viver nadiocese o Evangelho de Cristo.

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* Beja - Centro pastoral - Encontrodiocesano de catequistas com otema «Caminhar na caridade comalegria!».* Guarda - Seminário da Guarda -Encontro de padres responsáveispela catequese a nível arciprestal.* Lisboa – Cascais - Terço vivoorganizado e dinamizado peloscampos de Férias Milonga e Cravaspara comemorar a visita que aimagem peregrina fez à vigararia deCascais.* Fátima - Centro Pastoral Paulo VI -III Jornadas Nacionais da PastoralJuvenil e Jornadas Missionárias2014 com o tema «Família umprojeto». (20 e 21) Dia 21* Albânia - O Papa Francisco realizauma viagem à Albânia* Porto - Jardins do Palácio deCristal - Encerramento da Feira doLivro que teve a presença de váriaseditoras católicas.* Dia Internacional de Oração pelaPaz promovido pelo ConselhoMundial das Igrejas.

Di?a 22* Beja - Centro Pastoral - Reuniõesdo clero para refletir sobre o planopastoral e sinodal para 2014-2015 ea reestruturação pastoral da cidadede Beja. Dia 23* Viseu - Centro Pastoral - Reuniãoda Obra Nacional da Pastoral doTurismo Dia 24* Lisboa - Auditório da Igreja de SãoJoão de Deus - Apresentação dolivro «Filhos... de quem? - O futuroque nos espera» da autoria de dopadre Stefano Tardani e com achancela da Paulus Editora.* Porto - Convento de Cristo-Rei -Colóquios sobre «A Família temfuturo?» promovidos pelo InstitutoSão Tomás de Aquino. (24 a 26)* Fátima - Encontro nacional doMovimento Vida Ascendente (24 a26)

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Curso de Mariologia – Fátima

A partir de hoje e até ao dia 18 de dezembro noSantuário de Fátima decorre um curso de Mariologiacom o tema «Maria no mistério de Cristo e da Igreja»Este curso insere-se no contexto da licenciatura emCiências Religiosas da Universidade CatólicaPortuguesa e é aberto a todos os interessados, todasas quinta-feiras, das 18h às 19h15, no centro PauloVI. Congresso Português das Famílias NumerosasDias 19 e 20 de setembro a casa das Histórias PaulaRego, em Cascais, vai acolher o III CongressoPortuguês das Famílias Numerosas, sendo o VIICongresso Europeu.O tema “Investir na família, construir um futuro” estaráno tema da reflexão destes dois dias que contam comvários oradores, sendo uma organizado pelaAssociação Portuguesa de Famílias Numerosas. Jornadas da Pastoral Juvenil e Missionárias -As Jornadas da Pastoral Juvenil/Jornadas Missionárias2014 vão decorrer entre sábado e domingo, numareflexão conjunta sobre o tema “Família, um projeto”,em sintonia com a próxima assembleia extraordináriado Sínodo dos Bispos (5-19 de outubro). Papa Francisco visita a Albânia Este domingo o Papa Francisco vai fazer uma brevevisita a Tirana, na Albânia. “Com esta breve viagemdesejo confirmar na fé a Igreja na Albânia etestemunhar o meu encorajamento a um País quesofre há muito as consequências de ideologias dopassado”, disse Francisco.

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa 12h15 - Oitavo Dia

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 11h22Domingo, dia 21 de setembro:Origens e estrutura dadiocese do Funchal RTP2, 15h30Segunda-feira, dia 22 -Entrevista a Monsenhor VitorFeytor Pinto e a OctávioCarmo, a propósito do livro-entrevista A Vida é Sempreum Valor;Terça-feira, dia 23 -Informação e entrevista aoCónego João Aguiar sobre as Jornadas Nacionais deComunicação Social;Quarta-feira, dia 24 - Informação e entrevista a MatosFerreira e Octávio Carmo sobre o número especial doSemanário Ecclesia;Quinta-feira, dia 25 - Informação e entrevista a JorgeCotovio sobre a abertura do ano escolar e aPeregrinação da Escola Católica a Fátima;Sexta-feira, dia 19 - Apresentação da liturgia dedomingo pelo padre Armindo Vaz e frei José Nunes. Antena 1Domingo, dia 21 de setembro, 06h00 - Jornadas daPastoral Juvenil e Jornadas Missionárias: conversamoscom as missionárias Cláudia Duarte, Carina Silva ecom o padre António Lopes. Segunda a sexta-feira, 22h45 - 22 a 26 de setembro - 22 a 26 de setembro - "Uma rede de pessoas":Comunidade Vida e Paz (Margarida Alves); Diocese deAngra (Carmo Rodeia); Jornadas das ComunicaçõesSociais (Cónego João Aguiar); União das MisericórdiasPortuguesas (Bethania Pagin) e Diocese de Bragança-Miranda (P. José Carlos Martins)

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Que missão tem o Papa?

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Ano A – 25º domingo do TempoComum Converter-se aDeus, viver emCristo

As leituras bíblicas deste 25.º Domingo do TempoComum convidam-nos a procurar e a descobrir Deuscujos caminhos e pensamentos estão acima dosnossos. Essa descoberta implica a renúncia aosesquemas do mundo e a conversão às propostas deDeus.Tudo isto está bem explícito na primeira leitura deIsaías. Os crentes são chamados a voltar para Deus,um movimento que exige transformação radical, deforma a que os seus pensamentos e ações reflitam alógica, as perspetivas e os valores de Deus.Trata-se de um apelo à conversão, a reequacionar avida, de modo a que Deus passe a estar no centro danossa existência. Deus deve ocupar sempre o primeirolugar. Tudo o resto, por importante que seja, ésecundário.Sabemos que a cultura pós-moderna prescinde deDeus, considerando o homem como único senhor doseu destino e cada pessoa com o direito de construir asua felicidade à margem de Deus e dos seus valores,entendendo que os valores de Deus não permitem aohomem potencializar as suas capacidades e serverdadeiramente livre e feliz. A questão deve inquietar-nos sempre: O que é que nos faz passar da terra daescravidão para a terra da liberdade? O amor, apartilha, o serviço, o dom da vida, ou o egoísmo, oorgulho, a arrogância, a autossuficiência?Só poderemos converter-nos a Deus se abraçarmosos seus esquemas e valores, se nos mantivermos emcomunhão com Ele. É na escuta da Palavra de Deus,na oração frequente, na atitude de disponibilidadepara acolher a vida de Deus, na entrega confiada nasmãos de Deus, que descobrimos e assumimos os seusvalores.

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Assim, a ação de Deus vaitransformando a nossa mentalidade,de modo a vivermos etestemunharmos Deus nas váriassituações que nos habitam.A conversão é um processo nuncaacabado. Não é demais repetir quetodos os dias temos de optar entreos valores de Deus e os valores domundo, entre conduzir a nossa vidade acordo com a lógica de Deus oude acordo com a lógica do mundo.Não podemos cruzar os braços,instalados em certezas definitivas ouem conquistas absolutas, masdevemos esforçar-nos por vivercada instante em fidelidadedinâmica a Deus e

às suas propostas. Sempreconceitos, sem certezasabsolutas, temos de mergulhar noinfinito de Deus, e deixarmo-nossurpreender pela pela sua bondade,pelo seu amor.À luz da parábola dos vinhateiros noEvangelho, ninguém pode serexcluído da procura e da descobertade Deus em Jesus Cristo. Ou, nodizer de São Paulo, há que levartoda a existência centrada emCristo, pois «viver é Cristo,procurando somente viver demaneira digna do Evangelho deCristo».

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Sobreviver no IraqueAs palavras são impotentes paradescrever tanta crueldade. DoIraque chegam-nos relatos trágicosde uma violência gratuita que está aabater-se sobre os Cristãos e aoutras minorias religiosas no país.Nos territórios ocupados pelosjihadistas do Estado Islâmico, foiinstaurado um “califado”. OsCristãos que não se converterem aoIslão ou não pagarem um imposto,estão condenados à morte.“N” de nazareno - Antes de obrigar aescolher entre a conversão imposta,a fuga ou a morte, os extremistasislâmicos marcaram todas as casasdos cristãos com o símbolo ? ,muitas vezes escrito com um círculo.Nun (?), é a 14ª letra do alfabetoárabe e equivale ao N, no nossoalfabeto. É a primeira letra dapalavra ‘Nazarenos’, que osmuçulmanos usam desde o Séc. VIIpara se referirem aos cristãos. Estaletra do alfabeto árabe, tem sidopintada na fachada das casaspertencentes a cristãos, e nafachada das casas xiitas, a letra 'R',que significa Rwafidh (protestantesou aqueles que rejeitam). A fama daviolência bárbara que precede estesjihadistas, que fazem questão demostrar vídeos

e fotos de execuções sumárias quelevam a cabo nas suas ofensivasmilitares, obrigou os cristãos a fugir.Milhares de pessoas perderam tudode um dia para o outro. As suasvidas sofreram um verdadeiroterramoto. Agora dependemexclusivamente da ajudahumanitária. Regina Lynch não se vai esquecerdo sentimento de impotência e dedesespero que encontrou entre osrefugiados. "As pessoas estãotraumatizadas porque aconteceutudo muito rápido. Os Cristãos emMossul, por exemplo, achavam queo exército do Governo ia protegê-los. Foi um choque para eles." Semexército nem milícias, os Cristãosnão têm ninguém a acudi-los.Apenas a Igreja procura ajudá-los,mas é como tentar conter umaenxurrada. Todos os dias aparecemmais e mais famílias destroçadas,incapazes de voltar atrás, derecordar os momentos de terror porque passaram, descalços,caminhando quilómetros sob o solabrasador, sem água, semalimentos.Depois de Mossul, foi a vez deKirkuk cair nas mãos dos jihadistas.Em todos os lugares ocupados pelaforça, deixaram sempre um rasto de

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violência. É difícil imaginar tantaatrocidade. É uma guerra de terror.Os jihadistas fazem questão demostrar o que são capazes de fazer para fragilizarem ainda mais osinimigos.

Os Cristãos do Iraque precisamda nossa ajuda agora! Precisam desaber que nós não osabandonámos. Com a nossa oraçãoe generosidade podemos minorar osofrimento dos Cristãos no Iraque.

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Guiné-Bissau a renascer

Tony Neves

A Guiné-Bissau é um país de gente querida esimpática, com grande capacidade de acolher emuita alegria de viver. Mas é muito pobre, comodizem claramente todos os números do Índice dedesenvolvimento Humano que as Nações Unidaspublicam ano após ano.A esta pobreza estrutural junta-se a instabilidadepolítica quase constante. Tem sido um paísvitimado por golpes e contragolpes de Estado,com mudanças sucessivas de governos. Estasituação agrava cada vez mais a vida do povo.Nos últimos tempos, surgiram rumores de queeste país lusófono se tornara placa giratória dotráfico internacional de droga. Era só o que haviade faltar. Verdade ou mentira, esta situaçãotornou o país ainda mais pobre e desacreditadono concerto das Nações.Há um ano, os governantes da nação, acharampor bem introduzir à força dentro de um avião daTAP, passageiros ilegais. Tal fez rebentar umatremenda questão diplomática que levou a TAP anão voar mais para Bissau, situação que sepensa resolver em breve, mas ainda está semsolução.Enfim, todas estas desgraças não abafam asimpatia de um povo que quer renascer de umpassado marcado por acontecimentos muitonegativos. Há uma vontade política, da parte dealguns líderes guineenses, para mudar estasituação atual.No mês de Agosto, um grupo de Jovens SemFronteiras esteve em Missão em Bissau,sobretudo nas periferias da cidade. Atuaram nasáreas

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sensíveis da Saúde, da Educação,dos Direitos Humanos, daInformática, da Música, da Pastoral.Regressaram muito felizes com aforma como foram acolhidos e aoverificar como a Igreja é a grandeinstituição social ao serviço do povo.É muito gratificante fazer estaexperiência de ser acolhido

e de sentir que as pessoas têmsede de conhecer mais para fazermelhor.As próximas eleições poderãoajudar a abrir caminhos novos aopovo guineense. Espero que ostempos que se seguem sejam demais desenvolvimento e paz,elementos decisivos para ocrescimento económico e para a pazsocial.

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ouem www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC –Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

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