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EVANGELIZAR COM JESUS

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EVANGELIZAR COM JESUS

Jesus - O grande Pedagogo da humanidade Borba,2008

Princípios norteadores da Didática do Cristo

A pessoa humana como o mais elevado dos investimentos divinos.Valor do ser humano, capaz de transformar-se, de construir algo novo a partir de sua própria reconstrução pessoal.O crescimento pessoal Possibilidades que Jesus identificou e estimulou nas pessoas, dando-lhes oportunidades de encontrar seus próprios valores de crescimento, no rumo da perfeição.Valorização do contato pessoal Jesus é o Mestre que convive, que participa do cotidiano de seus aprendizes, dialoga com atenção com os que O procuram em particular.O homem e a experiência humana como pontos de partida para o conhecimento Homem ouvinte – Prontidão para a aprendizagemVisão integral do homem Bio-psico-social e espiritual- Não se dá só no nível do intelecto, mexe com os sentimentos, age na consciência, valoriza o esforço, destaca a fé, faz poesia com elementos da Natureza. Relação teoria-prática - “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”.

Enquanto líder e educador Jesus:

Investiu tempo para adquirir a confiança dos seguidores Não reteve o conhecimento e afirmou que Seus seguidores eram capazes de fazer mais do que Ele próprio Capacitou o grupo Criou laços de amizade Delegou responsabilidades Não escondeu o tipo de recompensa que receberiam Seus discípulos Possui claramente um projeto a ser realizado Ousado e corajoso Confiável Carismático Determinado, abnegado, devotado Honesto Exigente Empreendedor Exemplar Amoroso

Podemos dizer que entre tantas outras coisas que Jesus... Mostra a causa dos sofrimentos; Explica o objetivo dos sofrimentos; Deixa clara a felicidade como meta; Permite ao homem a compreensão dos fenômenos da vida; Mostra Fé inabalável no futuro;

“Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador Prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.” (Allan Kardec - E.S.E., Cap. VI - O Cristo Consolador, item 4)

A Pedagogia do Amor

FIDELIDADE DOUTRINÁRIA⇓ AUTO-EDUCAÇÃO⇓ ENTUSIASMO E CONFIANÇA⇓ AMOR AO EDUCANDO⇓ AUTORIDADE MORAL

“Ser consciente significa estar desperto, responsável, não-arrogante, não submisso, livre de algemas, liberado do passado e do futuro.Harmonizando aspirações e lutas, buscas e realizações, o homem consciente vive integralmente todos os momentos, todas as ações, todos os sentimentos, todas as aspirações.” (Joanna de Ângelis - O Ser Consciente - Cap 44)

O Evangelizador“O Trabalho dedicado do evangelizador espírita representa, nesses tempos complexos do mundo, formosa contribuição para com os propósitos divinos no planeta.Honroso, sob todos os modos considerado, o labor de quem ensina o Espiritismo com esmero, carinho e respeito, converte-se em harmoniosa catapulta, impulsionando a alma para os seus mais brilhantes destinos eternos.” (Anália Franco - Ante o Vigor do Espiritismo - cap. III)

Metodologia de Jesus

Preleções - Sermões Explicações - Parábola do Semeador Narrativas - Parábolas incontáveis Ilustração - “Olhai os lírios do campo” Diálogo - Óbolo da viúva Perguntas - “O que está escrito na Lei? Como interpretas?” Debate - “Quem diz o povo ser o filho do Homem? Exemplificação - “Mulher ninguém te condenou... eu também não te condeno”

Os quatro pilares da Educação, fundamentada teoricamente em nossos dias também estão presentes nas máximas do Cristo: (BORBA, P.40-47).

Aprender: conhecer; fazer; conviver; ser.

SABERES NECESSÁRIOS AO EVANGELIZADOR

Jesus e a necessidade dos saberes : “Pois que! És mestre em Israel e ignoras essas coisas?” (Jesus indaga a Nicodemos)

A tarefa de evangelizar não se harmoniza Com a improvisação Com a rotina Com a baixa qualidade no seu processo e resultado

“A especificidade da tarefa não se compraz com improvisações descabidas, razão pela qual os servidores integrados na evangelização devem buscar, continuamente, a atualização de conteúdos e procedimentos didático pedagógicos, visando a um melhor rendimento, em face da economia da vida na trajetória da existência, considerando-se que, de fato, os tempos são chegados...” (Bezerra de Menezes / Divaldo Franco)

SABERES DO CONHECIMENTO ESPÍRITA Dizem respeito ao domínio do conteúdo espírita pelo evangelizador Imprescindível a quem se propõe a abraçar a tarefa de evangelizar Leituras, Pesquisas, Estudo Sistematizado, reuniões públicas, eventos

doutrinários de qualidade.

“Conhecereis a Verdade e ela vos libertará.” Jesus (Jo 8:32)

"Eis, pois, o Amor convocando os servidores do Evangelho para a obra educativa da Humanidade! Abençoados os lidadores da orientação espírita, entregando- se afanosos e de boa- vontade ao plantio da boa semente! Mas, para um desempenho mais gratificante, que procurem estudar e estudar, forjando sempre luzes às próprias convicções.”(Guillion Ribeiro – Separata de O Reformador)

SABERES INSTITUCIONAIS, HISTÓRICOS E CURRICULARES Incluem conhecimento acerca da organização do Movimento Espírita, com

destaque para seu histórico e diretrizes Domínio dos documentos produzidos pelo Movimento Espírita na área

(Currículo, Proposta Curricular, material de apoio) Conhecimento das orientações da Casa em que desenvolve a tarefa e do setor

onde atua (Projeto pedagógico, por exemplo)

“O que está escrito na Lei?” (Jesus indaga ao fariseu)

ALGUNS EQUÍVOCOS DA PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EVANGELIZAÇÃO[8]

Jesus, o grande pedagogo, deixou-nos em seus ensinamentos, diretrizes para todas as situações da vida. “Ide e ensinai a todas as gentes”. Com essa mensagem Jesus exorta seus discípulos a pregar e ensinar.

E quando disse: “Não se põe a candeia debaixo do alqueire”, Jesus alerta a todos para a responsabilidade na difusão do saber.

Referimo-nos a esses ensinamentos a fim de solicitar aos Evangelizadores a reflexão sobre as responsabilidades dos que se propõe a levar o Evangelho de Jesus aos corações das crianças e jovens.

Em Evangelização Espírita, a prática do amor é a condição primordial para a execução da tarefa e a auto-avaliação evitará que o evangelizador cometa equívocos que prejudiquem o grande alcance desse trabalho.

Registramos alguns equívocos cometidos na prática da evangelização:

a) Com o pretexto de atualizar-se, estudar obras variadas deixando de lado as obras da codificação Espírita.

b) Analisar com seus alunos temas de interesse dos jovens, explorando os aspectos biológicos, psicológicos ou sociais, sem estudá-los à luz da Doutrina Espírita.

c) Acreditar sempre que a ajuda espiritual poderá suprir o planejamento de ensino e a preparação adequada do evangelizador.

d) Expor a Doutrina Espírita de maneira sofisticada e apresentando teorias científicas do mais alto raciocínio, afastando de suas aulas aqueles que possuem menos conhecimento.

e) Esquecer-se de relacionar o conteúdo doutrinário com as experiências de vida de seus alunos.

f) Ausentar-se dos grupos de estudo da Doutrina Espírita, acreditando já possuir conhecimentos suficientes.

g) Desvalorizar as experiências pedagógicas concretas, sem o devido exame, por preconceito ou auto-suficiência.

Lembremo-nos que “do nada, nada se tira”. “Tudo o que germina, germina d’uma semente”. “Não podemos esperar que aflorem na alma da mocidade qualidades nobres e elevadas sem que, previamente, tenhamos feito ali a sua sementeira”.

“A sementeira do bem e da verdade, do amor e da justiça nunca se perde. Sua germinação pode ser imediata ou remota, porém jamais falhará”.

“A obra da redenção humana é obra de educação”.

SABERES DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS Domínio de saberes sobre o processo ensino-aprendizagem, características e

interesses das faixas etárias, planejamento e avaliação Conhecimento de dinâmicas, recursos, articulação dos conteúdos com o que

ocorre no cotidiano Domínio de práticas específicas como narrar histórias, aplicar jogos, cantar,

dramatizar...

Jesus é o exemplo do Mestre dinâmico, dialógico, problematizador provocando saberes nos seus ouvintes.

SABERES CONTEXTUAIS Identificação de características da comunidade e dos evangelizandos Conhecimento acerca das expectativas de pais, evangelizandos, evangelizadores,

dirigentes, comunidade

“Que direi eu que é semelhante a essa geração?” Jesus

SABERES EXPERIENCIAIS Repertório de saberes oriundos das próprias experiências dos evangelizadores,

suas práticas individuais e/ou coletivas, suas leituras, observações “Ajuda-te e o Céu te ajudará. Buscai e achareis.” Jesus

SABERES ÉTICO MORAIS

Autoconhecimento, prática espírita, doação, dedicação, renúncia, fé e exemplo, auto evangelização, esforço, exemplificação, máximo preparo emocional, oração e vigilância.

“Reconhece o verdadeiro espírita pela transformação moral e pelo esforço em que faz para dominar suas mais inclinações.”

ATRIBUIÇÕES DOS EVANGELIZADORES [5] estudar a Doutrina Espírita; desenvolver o plano de trabalho elaborado para o ano; comparecer ao trabalho com assiduidade e pontualidade, sendo um referencial

de comportamento responsável; comunicar, com antecedência, os seus impedimentos; participar dos Cursos Intensivos de Preparação ou Atualização; dos Encontros e

Seminários, sendo flexíveis e receptivos à aquisição de novos conhecimentos; manter em dia o registro de freqüência de sua classe; participar ativamente das reuniões de pais e evangelizadores;

interessar-se por todas as atividades do Departamento, delas participando; acompanhar os alunos às festividades ou aos passeios coletivos programados

pelo DIJ da Casa; estimular e apoiar os jovens na participação das atividades doutrinárias,

assistenciais e outras da Casa Espírita, no intuito de integrá-los à mesma; comparecer às reuniões programadas pelo Diretor de Departamento e nelas atuar

com entusiasmo; avaliar-se constantemente, considerando o seu papel de mediador do

conhecimento.

SABERES DE GESTÃO

Planos de trabalho, relacionamento inter pessoal, formação e organização de equipes, liderança

“Ajuda-te e o Céu te ajudará. Buscai e achareis.” Jesus

PLANEJAMENTO DE ENSINO

Etapa1: Definição dos objetivos Etapa 2: Seleção dos conteúdos Etapa 3: Definição dos métodos e técnicas de ensino Etapa 4: Aplicação da aula Etapa 5: Avaliação

Conteúdos: O que vou ensinar? Metodologia: Como vou ensinar? Quais os caminhos e recursos irão utilizar? Como será cada aula? Quantas Aulas/ Encontros irei prevê? Bibliografia: Quais autores, livros, revistas, apostilas contribuem para a organização do meu planejamento? Aulas: Como será cada aula? Avaliação: O que os estudantes aprenderam no processo;

ANEXOS

Mensagem de Guillon Ribeiro (Espírito)

Que os pais enviem seus filhos às escolhas de evangelização, disciplinando-os na assiduidade tão necessária, interessando-se pelo aprendizado evangélico da prole, indagando, dialogando, motivando, acompanhando...

Por outro lado não podemos desconsiderar a importância do acolhimento e do interesse, do estímulo e do entusiasmo que devem nortear os núcleos espiritistas diante da evangelização.Que dirigentes e diretores, colaboradores, diretos e indiretos, prestigiem sempre mais o atendimento a crianças e jovens nos agrupamentos espíritas, seja adequando-lhes a ambiência para tal mister, adaptando ou, ainda, improvisando meios, de tal sorte que a evangelização se efetue, se desenvolva, cresça, ilumine...Graças ao trabalho preparatório que se vem realizando, há anos junto à criança e ao jovem, é que encontramos uma floração abençoada de trabalhadores, na atualidade, que tiveram o seu início sadio e equilibrado nas aulas de evangelização espírita, quando dos seus dias primeiros na Terra...Este ministério de preparação do homem do amanhã facultará ao Brasil tornar-se realmente “O coração do mundo e a Pátria do Evangelho”, conforme a feliz ideação do Espírito Humberto de Campos, por intermédio de Francisco Cândido Xavier, traduzindo o programa do Mundo Maior em referência à nação brasileira.Aliando sabedoria e amor alcançaremos equilíbrio em nossa faina educativa.Eduque-se o homem e teremos uma Terra verdadeiramente transformada e feliz!Contemplamos, assim, com otimismo e júbilo, o Movimento Espírita espraiando-se, cada vez mais, nos desideratos da evangelização, procurando, com grande empenho, alcançar o coração humano em meio ao torvelinho da desenfreada corrida do século...Tão significativa semeadura na direção do porvir! (1)

Cuidemos da criança, como quem acende claridades no futuro. Compareçamos em companhia delas à presença espiritual do Cristo e teremos renovado o sentido da existência terrestre, colaborando para que surjam as alegrias do mundo num dia melhor. (25) Emmanuel

Seja VoluntárioCap. XX – Item 4

Seja voluntário na evangelização infantil.Não aguarde convite para contribuir em favor da Boa Nova no coração das crianças. Auxilie a plantação do futuro.Não aguarde riqueza para divulgar os princípios da fé. Dissemine, desde já, livros e publicações doutrinárias.Seja voluntário na imprensa espírita.Não espere de braços cruzados a cobrança da assinatura. Envie o seu concurso, ainda que modesto, dentro das suas possibilidades. *Sim, meu Amigo. Não se sinta realizado.Cultive espontaneidade nas tarefas do bem.“A sementeira é grande e os trabalhadores são poucos.”Vivemos os tempos da renovação fundamental.Atravessemos, portanto, em serviço, o limiar da Era do Espírito!Ressoam os clarins da convocação geral para as fileiras do Espiritismo.Há mobilização de todos.Cada qual pode servir a seu modo.Aliste-se enquanto você se encontra válido.Assuma iniciativa própria.Apresente-se em alguma frente de atividade renovadora e sirva sem descansar.Quase sempre, espírita sem serviço é alma a caminho de tenebrosos labirintos no Umbral!Seja voluntário na Seara de Jesus, Nosso Mestre e Senhor! (10)Cairbar Schutel

Que buscais?Cap. XVIII – Item 10– “Que buscais? – Jesus. (João, 1:38)

Esta simples indagação do Senhor, aos dos discípulos que o seguiam, é dirigida presentemente a todos os lidadores do Espiritismo, diante da Boa Nova renascente no mundo.Ao obreiro modesto da assistência fraternal, exprime a Voz Superior a reclamar-lhe os frutos na colheita do bem.Ao servidor da evangelização infantil, surge a interrogação do Divino Mestre qual brado de alerta relativamente ao rumo escolhido para a sementeira de luz.Ao portador da responsabilidade mediúnica, inquire Jesus pela aplicação dos talentos que lhe foram confiados.Ao aprendiz incipiente da oficina espírita cristã constitui adequada sindicância quanto à sinceridade que traz consigo, alertando-o para os deveres justos.A cada criatura que desperta em mais altos níveis da fé raciocinada, soa a interpelação do Senhor como sendo convite às obras em que se afirme a caridade real.Assim, escuta no íntimo, em cada lance das próprias atividades, a austera palavra do Condutor Divino, convocando-se à coerência entre o ideal e o esforço, entre a promessa e a realização.Analisa o que fazes.Observa o que dizes.Medita em torno de tuas aspirações mais ocultas.Que resposta forneces à indagação do Senhor?Quem segue o Cristo, vive-lhe o apostolado.Serve, coopera e caminha avante, sem temor ou vacilação, lembrando-te de que o Verbo da Verdade incide sobre nós, cada dia, perguntando incessantemente:— Que buscais? (11)Emmanuel

Deus em nós“E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilha extraordinárias”. – Atos, 19:11.

Reconhecendo a nossa origem na Fonte de Todas as Perfeições, é natural que podemos e precisamos realizar em torno de nós as obras perfeitas a que estamos destinados por nossa própria natureza.Eis o valor do registro dos Atos dos Apóstolos ao recordar-nos a magnitude das tarefas de Paulo, quando o Iniciado de Damasco se dispôs a caminhar, auxiliando e aprendendo, no holocausto das próprias energias à exaltação do bem.As mãos, tanto quanto o conjunto de instrumentos e possibilidades de que nos servimos na vida comum, esperam passivamente o ensejo de se aplicarem aos Desígnios Superiores, segundo as nossas deliberações pessoais.Quando agimos no bem, sentimos a presença de Deus em nós.Medita no emprego dos teus recursos no campo da fraternidade.Desterra de teu caminho a barreira do desalento e prossegue confiante, vanguarda a fora.O solo frutifica sempre quando ajudado pelo cultivador.Usa, pois, o arado com que o Senhor te enriquece as mãos, trabalhando a leira que te cabe, com firmeza e esperança, na certeza de que a colheita farta coroar-te-á os esforços, cada vez mais, desde que permaneças apoiado no propósito seguro de corresponder ao programa de trabalho que o Pai te reserva, na oficina da luz, em busca da Alegria Inalterável. (11)Emmanuel

Ensinamento espíritaImperioso lembrar que é necessário distribuir também os valores da alma.Nós, os tarefeiros desencarnados e encarnados da Doutrina Espírita, em plena renovação da Terra, não podemos olvidar que é preciso repartir o conhecimento superior.Saibamos repartir, através da palavra e da ação, da atitude e do exemplo, o ensinamento espírita à luz do Evangelho do Cristo, imunizando a vida terrestre contra as calamidades de ordem moral.Nós que levantamos a escola para remover as sombras do cérebro, atendamos à educação espiritual que dissipa as trevas do coração. (13)

Auto-aprimoramentoCultura é a soma de lições infinitamente repetidas no tempo. Virtude é o resultado de experiências incomensuravelmente recapituladas na vida.Jesus, O Mestre dos mestres, apresenta uma chave simples para que se lhe identifiquem os legítimos seguidores: “conhecê-los-eis pelos frutos.”Observemos o que estamos realizando com o tesouro das horas e de que espécie são as nossas ações, a benefício dos semelhantes. E, procurando aceitar-nos como somos, sem subterfúgios ou escapatórias, evitemos estragar-nos com queixas e auto-condenação, diligenciando buscar, isto sim, agir, servir e melhorar-nos sempre.Em tudo o que sentirmos, pensarmos, falarmos ou fizermos, doemos aos outros o melhor de nós, reconhecendo que, se as árvores são valorizadas pelos próprios frutos, cada árvore recebe e receberá invariavelmente atenção e auxílio do pomicultor, conforme os frutos que venha a produzir. (14)

Pais“E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.” – Paulo. (Efésios, 6:4.)

Assumir compromissos na paternidade e na maternidade constitui engrandecimento do espírito, sempre que o homem e a mulher lhes compreendam o caráter divino.Infelizmente, o Planeta ainda apresenta enorme percentagem de criaturas mal-avisadas relativamente a esses sublimes atributos.Grande número de homens e mulheres procura prazeres envenenados nesse particular. Os que se localizam, contudo, na perseguição à fantasia ruinosa, vivem ainda longe das verdadeiras noções de humanidade e devem ser colocados à margem de qualquer apreciação.Urge reconhecer, aliás, que o Evangelho não fala aos embriões da espiritualidade, mas às inteligências e corações que já se mostram suscetíveis de receber-lhe o concurso.Os pais do mundo, admitidos às assembléias de Jesus, precisam compreender a complexidade e grandeza do trabalho que lhes assiste. É natural que se interessem pelo mundo, pelos acontecimentos vulgares, todavia, é imprescindível não perder de vista que o lar é o mundo essencial, onde se deve atender aos desígnios divinos, no tocante aos serviços mais importantes que lhes foram conferidos. Os filhos são as obras preciosas que o Senhor lhes confia às mãos, solicitando-lhes cooperação amorosa e eficiente.Receber encargos desse teor é alcançar nobres títulos de confiança. Por isso, criar os filhinhos e aperfeiçoá-los não é serviço tão fácil.A maioria dos pais humanos vivem desviados, através de vários modos, seja nos excessos de ternura ou na demasia de exigência, mas à luz do Evangelho caminharão todos no rumo da era nova, compreendendo que, se para ser pai ou mãe são necessários profundos dotes de amor, à frente dessas qualidades deve brilhar o divino dom do equilíbrio. (15)

Sois a Luz“Vós sois a luz do mundo.” – Jesus. (Mateus, 5:4)

Quando o Cristo designou os seus discípulos, como sendo a luz do mundo, assinalou-lhes tremenda responsabilidade na Terra.A missão da luz é clarear caminhos, varrer sombras e salvar vidas, missão essa que se desenvolve, invariavelmente, à custa do combustível que lhe serve de base.A chama da candeia gasta o óleo do pavio.A iluminação elétrica consome a força da usina.E a claridade, seja do Sol ou do candelabro, é sempre mensagem de segurança e discernimento, reconforto e alegria, tranqüilizando aqueles em torno dos quais resplandece.Se nos compenetramos, pois, da lição do Cristo, interessados em acompanhá-lo, é indispensável a nossa disposição de doar as nossas forças na atividade incessante do bem, para que a Boa Nova brilhe na senda de redenção para todos.Cristão sem espírito de sacrifício é lâmpada morta no santuário do Evangelho.Busquemos o Senhor, oferecendo aos outros o melhor de nós mesmos.Sigamo-lo, auxiliando indistintamente.Não nos detenhamos em conflitos ou perquirições sem proveito.“Vós sois a luz do mundo” — exortou-nos o Mestre —, e a luz não argumenta, mas sim esclarece e socorre, ajuda e ilumina. (16)

Diante da MultidãoEm todos os tempos, vemos o trabalho dos legítimos missionários do bem prejudicado pela ignorância que estabelece perturbações e espantalhos para a massa popular.Entretanto, para a comunidade dos aprendizes do Evangelho, em qualquer clima da fé, o padrão de Jesus brilha soberano.Vendo a multidão, o Mestre sobe a um monte e começa a ensinar...É imprescindível empenhar as nossas energias, a serviço da educação.Ajudemos o povo a pensar, a crescer e a aprimorar-se.Auxiliar a todos para que todos se beneficiem e se elevem, tanto quanto nós desejamos melhoria e prosperidade para nós mesmos, constitui para nós a felicidade real e indiscutível.Ao leste e ao oeste, ao norte e ao sul da nossa individualidade, movimentam-se milhares de criaturas, em posição inferior à nossa.Estendamos os braços, alonguemos o coração e irradiemos entendimento, fraternidade e simpatia, ajudando-as sem condições.Quando o cristão pronuncia as sagradas palavras “Pai Nosso”, está reconhecendo não somente a Paternidade de Deus, mas aceitando também por sua família a Humanidade inteira. (17)

Orientação“E procureis viver quietos e tratar dos vossos próprios negócios e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado.” — Paulo. (I Tessalonicences, 4:11.)

A cada passo, encontramos irmãos ansiosos por orientação nova, nos círculos de aprendizado evangélico.Valiosos serviços, programas excelentes de espiritualidade superior experimentam grave dilação esperando terminem as súplicas inoportunas e reiteradas daqueles que se descuidam dos compromissos assumidos. Assim nos pronunciamos, diante de quantos se propõem servir a Jesus sinceramente, porque, indiscutivelmente, as diretrizes cristãs permanecem traçadas, de há muito, esperando mãos operosas que as concretizem com firmeza.Procure cada discípulo manter o quinhão de paz relativa que o Mestre lhe conferiu, cuide cada qual dos negócios que lhe dizem respeito e trabalhe com as mãos com que nasceu, na conquista de expressões superiores da vida, e construirá elevada residência espiritual para si mesmo.Aquele que conserva a harmonia, ao preço do bem infatigável, atende aos desígnios do Senhor no círculo dos compromissos individuais e da família humana; o que cuida dos próprios negócios desincumbe-se retamente das obrigações sociais, sem ser pesado aos interesses

alheios, e o que trabalha com as próprias mãos encontra o luminoso caminho da eternidade gloriosa.Antes de buscares, pois, qualquer orientação, junto de amigos encarnados ou desencarnados, não te esqueças de verificar se já atendeste a isto. (18)

Luz Sobre os Montes“Ide e evangelizai todos os povos.” — Jesus (Marcos, 16:15.)

Desde que assumistes, por concessão divina, assinalada responsabilidade de divulgar os ensinos do Evangelho, à luz do Espiritismo, é a vós que, nesta Casa e nesta hora, particularmente se dirige a exortação do Senhor Jesus aos seus discípulos: — “Ide e evangelizai todos os povos.”Testemunhando, com imensa alegria, que não somente compreendestes aquela exortação, mas a acolhestes e procurais atendê-la, de modo prático e objetivo, venho dizer-vos que generosas falanges de beneméritos desencarnados vos secundam o idealismo e tudo se dispõem a fazer para colaborar na extensão do Espiritismo Evangélico a todas as plagas da Terra.Além desses cooperadores de nosso plano são numerosos os corações que no mundo dos encarnados já se acham preparados e predispostos a engajar-se no divino labor da difusão das luzes do Grande Consolador e aguardam apenas o chamamento celeste, no momento adequado e na forma precisa.Ainda na carne, quando de minha última peregrinação na Crosta, senti de perto essa realidade. Aqui, porém, nossa visão se alarga e nosso entendimento se aprofunda, e podemos compreender melhor a situação, em seus vários aspectos.Todos sabemos que tendes a prudência necessária, a visão correta dos problemas, a coragem indispensável e o idealismo sagrado, para a realização paulatina, efetiva e segura de tão importante programa. E não desconhecemos as dificuldades enormes existentes nesse sentido.É evidente, porém, que estais sendo regiamente auxiliados pela Espiritualidade Superior, para que encontreis recursos e fórmulas destinados à ação correta e cada vez mais eficaz de levar a mensagem do Espiritismo Cristão ao mundo inteiro.Aos poucos, irão surgindo oportunidades e, por fim, circunstâncias por ora não imagináveis, mas que estão sendo preparadas, colocarão, de repente, o Brasil em posição privilegiada diante do mundo, para que ele dê o seu recado e cumpra o seu papel.Bem sabeis que o Senhor da Seara não daria ao nosso país tamanha caudal de bênçãos, sob a forma de esclarecimentos preciosos, revelações extraordinárias, através de grandes médiuns e grandes divulgadores, pioneiros inspirados e dedicações numerosas, para que tudo isso ficasse retido, egoística e incompreensivelmente, para uso quase exclusivo de uma só nação.A luz terá que ser colocada sobre os montes para que ilumine o mundo.Avançai com esperança e tende fé.Contai com a ajuda celeste e com a humilde dedicação de vossos companheiros deste lado da vida, inclusive a dos menos iluminados, mas sinceros, como o vosso irmão. (19)Mozart Varella

Mocidade“Foge também dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor.” — Paulo. (II Timóteo, 2:22)

Quase sempre os que se dirigem à mocidade lhe atribuem tamanhos poderes que os jovens terminam em franca desorientação, enganados e distraídos. Costuma-se esperar deles a salvaguarda de tudo.Concordamos com as suas vastas possibilidades, mas não podemos esquecer que essa fase da existência terrestre é a que apresenta maior número de necessidades no capítulo da direção.O moço poderá e fará muito se o espírito envelhecido na experiência não o desamparar o trabalho. Nada de novo conseguirá erigir, caso não se valha dos esforços que lhe precederam as atividades. Em tudo, dependerá de seus antecessores.A juventude pode ser comparada a esperançosa saída de um barco para viagem importante. A infância foi a preparação, a velhice será a chegada ao porto. Todas as fases requisitam as

lições dos marinheiros experientes, aprendendo-se a organizar e a terminar a viagem com o êxito desejável.É indispensável amparar convenientemente a mentalidade juvenil e que ninguém lhe ofereça perspectivas de domínio ilusório.Nem sempre os desejos dos mais moços constituem o índice da segurança no futuro.A mocidade poderá fazer muito, mas que siga, em tudo, “a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração, puro, invocam o Senhor.” (20)

Um desafio“E agora por que te deténs? — (Atos, 22:16.)

Relatando à multidão sua inesquecível experiência às portas de Damasco, o Apóstolo dos gentios conta que, em face da perplexidade que o defrontara, perguntou-lhe Ananias, em advertência fraterna: “E agora por que te deténs?”A interrogação merece meditada por todos os que já receberam convites, apelos, dádivas ou socorros do plano espiritual.Inumeráveis beneficiários do Evangelho prendem-se a obstáculos de toda sorte na província nebulosa da queixa.Se felicitados pela luz da fé, lastimam não haver conhecido a verdade na juventude ou nos dias de abastança; contudo, na idade madura ou na dificuldade material, sustentam as mesmas tendências inferiores que lhes marcavam as atitudes nos círculos da ignorância.Nas palavras, exteriorizam sempre grande boa-vontade; entretanto, quando chamados ao serviço ativo, queixam-se imediatamente da falta de dinheiro, de saúde, de tempo, de forças.São operários contraditórios que, ao tempo do equilíbrio orgânico, exigem repouso e, na época de enfermidade corporal, alegam saudades do serviço.É indispensável combater essas expressões destrutivas da personalidade.Em qualquer posição e em qualquer tempo, estamos cercados pelas possibilidades de serviço com o Salvador. E, para todos nós, que recebemos as dádivas divinas, de mil modos diversos, foi pronunciado o sublime desafio: “E agora por que te deténs? (21)

Emergência para a CriançaAos educadores com “horas vazias”, caberia preenchê-las através de uma contribuição pedagógica, em campos de depósitos ou exíguas salas convertidas em santuário escolar, assegurando auto-confiança, amizade, segurança íntima.O conflito existente desaparecerá quando o dominador liberte o escravo da ignorância, a estroinice produza pães e a soberba se faça solidariedade.Dando-se a mão a um petiz, sem dúvida pode-se alçá-lo à idade adulta a fim de fazê-lo progredir e marchar firme.Todo investimento — e ninguém se pode eximir do dever de ajudar — aplicado no rumo do menor em abandono é de alta valorização, porquanto os seus juros demandam a eternidade.Quando se atende a um órfão, assegura-se um lugar para um homem no futuro. Mas quando se permite que ele rasteje nos lôbregos sítios em que sobrevive, por culpa de todos, arma-se um bandido para a intranqüilidade geral.Negativos os métodos policiais coercitivos, infelizes os ajuntamentos em reformatórios e as punições exorbitantes pela pancadaria desenfreada e o sadismo contumaz. Tais produzem esquizoides violentos, alienados em degeneração apressada, animais em fúria contida, aguardando ensejo...O amor, porém, aliado aos recursos educativos por todos os meios hábeis, cuidará desses sêmens da humanidade e fará que se esfloreçam, na Terra, os jardins de paz com abençoados frutos de felicidade a que todos almejamos. (2)Benedita Fernandes

Planejamento das aulas de evangelização Espírita

Ninguém mais discute a necessidade de planejar as aulas de evangelização, sejam elas

destinadas às crianças ou aos jovens. Ainda que não se queira chamar de aulas as

reuniões de estudo com os jovens, estas deverão ser cuidadosamente preparadas porque,

principalmente no campo do ensino e da aprendizagem, nada se consegue de produtivo

sem um planejamento prévio e criterioso.

O plano de aula constitui um documento pelo qual o professor (orientador,

evangelizador, dirigente etc.) conduz o seu trabalho e o dos evangelizandos.Ao planejar uma ou várias aulas, o evangelizador precisa resolver duas questões básicas: conhecer as possibilidades e dificuldades dos evangelizandos; conhecer os comportamentos que lhe são usuais para determinar as mudanças desejadas.A 1ª questão está ligada aos seguintes aspectos:

• características físicas: idade, sexo, saúde;• recursos econômicos;• interesses;• motivação;• condições que têm para aprender: domínio da leitura, entendimento do que é lido etc.

A 2ª questão trata da observação e constatação dos comportamentos apresentados pelo educando e da seleção dos recursos a serem empregados para a modificação desses comportamentos, se for o caso.

Em seguida, devem ser considerados os objetivos que são os resultados que se espera

atinjam os alunos ao finalizar uma situação ensino-aprendizagem.

O quadro seguinte demonstra claramente os procedimentos que o evangelizador precisa

adotar ao planejar uma aula.

DETERMINAR OS OBJETIVOS

SELECIONAR O CONTEÚDO

PREVER AS FORMAS DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO ALUNO EM FUNÇÃO DOS OBJETIVOS.

INDICAR AS ATIVIDADES PARA ALCANÇAR OS OBJETIVOS

PREVER RECURSOS PARA SUA AUTO-AVALIAÇÃO

PLANO

DE

AAULA

Analisemos, em primeiro lugar, os objetivos.Esses dividem-se em gerais e específicos. Objetivos gerais são aqueles alcançáveis em prazo mais longo, como, por exemplo, compreender os princípios básicos da Doutrina Espírita. Os específicos são detalhamentos dos objetivos gerais, alcançáveis numa aula ou após pequena etapa de trabalho, ou seja, num prazo mais curto e que podem ser exemplificados da seguinte maneira:

• dizer o que é reencarnação.

• explicar o processo da reencarnação.

Os objetivos específicos de cada aula ou pequena etapa de trabalho vão levar ao

objetivo ou objetivos gerais de uma unidade de ensino.

Tudo deve funcionar, no planejamento das aulas, de forma coerente e seqüencial para

que se obtenham, de maneira regular, os melhores resultados, compensando assim os

esforços despendidos.

Determinados os objetivos gerais da unidade que vai desenvolver e os específicos de

cada aula, o evangelizador deverá tratar de outro aspecto de suma importância que é o

de delimitação do conteúdo (a matéria a ser dada).

Que significa conteúdo?

Conteúdo é o que o evangelizador ensina em função dos objetivos gerais e específicos

do seu trabalho.Exemplificando: Se o objetivo específico de uma aula é explicar o processo da reencarnação — o conteúdo poderia ser assim determinado: noção de processo; conceito de reencarnação; fatores que interferem no processo de reencarnação ligados à lei de causa e efeito.

Além de selecionar o conteúdo em função dos objetivos, o evangelizador vai levar em

conta ainda o nível da classe a que se destina a matéria de ensino e, em função desse

fator, deverá adaptar os conteúdos selecionados ao seu grupo de alunos e ao que esse

grupo já conhece acerca do assunto.

Recapitulando:

Selecionar os conteúdos em função do aluno (necessidades e

possibilidades) e dos objetivos que esperamos alcançar.

(5)

Dever de Educar

Será sempre digno de nota o fato de os pais conduzirem os filhos à Escola de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil.É muito acertado agir assim.Os pais espiritistas precisamos prestigiar o ensino espírita-cristão à infância.Há bons resultados com isso. Entre outros, o do entrosamento dos pequeninos com o meio ambiente que lhes é próprio, onde travam conhecimento uns com os outros, estudando e aprendendo juntos, e possivelmente entrelaçando os primeiros laços de amizade entre si, com probabilidade de grandes e benéficas conseqüências para o futuro.Além disso, a presença dos responsáveis junto dos menores dá a idéia de coerência de atitude e noção de responsabilidade.Não há como regatear aplausos aos pais que se dão a tão louvável gesto de orientação.Todavia, desejamos ressaltar que a freqüência da criança à Escola de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil, mesmo observando toda a assiduidade e revelando o melhor índice possível de aproveitamento, não prescinde da assistência e orientação que lhe são devidas no Lar, por parte desses mesmos pais que a levam aos recintos de aulas.Pai e mãe, em sã consciência, não podem ser omissos no trabalho de Educação espírita-cristã dos filhos.Enquanto, na classe toca aos Evagelizadores a exposição teórica dos ensinamentos evangélico-doutrinários, ministrados metódica e sistematicamente, em suas gradações pedagógicas, no Lar, cabe aos pais a demonstração prática, a vivência diuturna e real das lições, pelos exemplos que lhes cumpre dar, hora a hora, dia a dia, nos domínios da convivência.Fora, os filhos se instruem e se ilustram; em casa, porém, é que eles verdadeiramente se educam. Fora, eles ouvem o que devem fazer; em casa, eles vêem como se faz, por indução particular e pessoal, direta e própria, da conduta dos seus pais.Educação é tarefa essencialmente paterno-maternal, de caráter intransferível e inalienável.Esse princípio é de ordem geral e se estende a tudo o mais a que possamos recorrer, em matéria de preparo, como programa de formação da personalidade, de modelação do caráter.Não há colégios, por mais modernizados e modelares, que possam fazer as vezes dos ambientes domésticos.Regimes de internatos, quaisquer que sejam, não se sobrepõem, em normas disciplinares e critério de funcionamento, aos salutares princípios de família.Professores particulares e explicadores contratados para aulas individuais, ainda que muito competentes, nunca exercerão maior e tão decisiva influência no ânimo e âmago dos pupilos que seus próprios pais.Cursos de extensão cultural, de especializações e aperfeiçoamentos técnicos, dotando embora o intelecto de sólido cabedal, não oferecem à mente o mesmo material educativo qual o que lhe é fornecido pelas lições ministradas no recesso dos lares.Compêndios e tratados, livros e autores da mais alta expressão cultural, facultando luzes ao cérebro, não valem a palavra maternal repassada de ternura e prudência, nem substituem a voz da experiência do pai que amadureceu nas árduas contingências e vicissitudes da Vida.Aias e governantas, por muito compenetradas e solícitas que se mostrem, jamais sobrepujarão as mães em desvelos e carinhos, no exemplo e na autoridade, na força moral e no sentimento de abnegação, na influência do afeto e no poder do coração.Isto é que importa saibamos: não podemos passar procuração a ninguém para educar nossos filhos e não há dinheiro que lhes faculte adquirir as virtudes e os valores que formam a estrutura dos homens de bem.Se os desejamos, além de preparados e cultos — bons e simples, compreensíveis e cristianizados —, é imperioso façamos do nosso Lar o primeiro templo de Saber e de Iluminação Espiritual, para que eles possam demonstrar aos outros, em nossa presença ou ausência, o que aprenderam conosco (porque nos viram fazer) portas adentro do santuário doméstico. (6)Lucas Pardal

Evangelização Espírita

As aulas são realizadas num ambiente de descontração, como recomenda a Didática moderna, sem misticismo, com respeito e grande aproveitamento, pois o aluno participa, questiona, se informa, dirime dúvida, reflete e conclui.As aulas prevêem ainda situações de aprendizagem em que o aluno é convocado a opinar quanto à prática dos ensinamentos evangélico-doutrinários que, segundo Kardec, determinarão uma grande melhora no progresso moral da Humanidade.Estribado nesses princípios, o evangelizador espírita realiza sua tarefa.Ele é muito mais que um monitor, é o companheiro, o amigo, o conselheiro, aquele que dá vida e dinamismo à aula, aquele que impregna os conteúdos da lição com o calor da certeza que tem na tarefa que realiza. Não é um mero transmissor de informações. Os conhecimentos por ele veiculados guardam a pujança da sua fé e do seu ideal. Vale-se dos recursos técnico-pedagógicos indispensáveis, mas utiliza o amor como técnica por excelência.O Movimento Espírita brasileiro realiza um trabalho sério na área de infância e juventude, e eminentemente espírita, se levarmos em conta que ele se baseia, sem sombra de dúvida, nas obras da Codificação como bem o atesta o “Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil” (FEB, 1982). (*)

Os evangelizadores espíritas, cada vez mais conscientizados da importância do seu trabalho, estudam a Doutrina Espírita, aprofundando conhecimentos doutrinários, e se aperfeiçoam ou se preparam em técnicas de ensino, para melhor atender as exigências do processo ensino-aprendizagem._______________(*) O Currículo para Escola de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil – 1982 for substituído pela nova edição revista, remodelada e adequada às novas necessidades do Movimento Espírita em 1997.

Há toda uma programação de trabalho que vai desde o preparo técnico-doutrinário do evangelizador até a elaboração de currículos e de planos de ensino, envolvendo equipes de planejamento e de execução bem maiores do que se poderia imaginar, se não estamos acompanhando mais de perto essa atividade do Movimento Espírita do nosso País.Tecnologia, conhecimento espírita e evangélico, dedicação, consciência da necessidade de auto-aperfeiçoamento são os pré-requisitos que o evangelizador espírita sabe que deve adquirir para o bom desempenho de sua tarefa. (3)

A Evangelização Espírita das Novas Gerações

O trabalho de Evangelização Espírita, como o próprio nome o caracteriza, visa a oferecer às crianças e aos jovens os conhecimentos trazidos por Jesus e os que a estes complementam, ditados pelos Espíritos e codificador por Allan Kardec sob a denominação de Espiritismo.Com esses ensinamentos, ensinamentos, aliás, que formam a síntese das informações que nos levarão à felicidade verdadeira, procuramos atingir os objetivos gerais do próprio trabalho, que é a integração do educando consigo mesmo, com o próximo e com Deus.Semelhante programa, por sua magnitude, atraiu a atenção de um grupo de espíritas que, discretamente, está realizando uma tarefa de profundidade junto àqueles que desabrocham para a vida física sequiosos de renovação e progresso espiritual.Com dedicação e, sobretudo, com uma perseverança digna de registro, os Evangelizadores espíritas vão desenvolvendo junto às novas gerações um programa de estudos, a par de outras atividades de cunho educativo, que lhes oferece conhecimentos graduais do Evangelho e da Doutrina dos Espíritos. Um programa básico de Espiritismo compõe o Currículo de Ensino oferecido pela FEB.Esse programa é desenvolvido ao longo do Curso de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil que vai dos 5 aos 21 anos, quando as crianças e os jovens têm oportunidade de, através de métodos adequados, realizar um estudo básico da Doutrina Espírita de forma a lhes oferecer diretriz segura para seus estudos ulteriores. Desde o Jardim de Infância (5 e 6 anos) que o

ensino do Espiritismo é efetuado, naturalmente de acordo com as possibilidades de entendimento dessa faixa etária.Os conteúdos programáticos mínimos do estudo que se realiza nesses Cursos são extraídos das Obras da Codificação, ensejando ao aluno de qualquer idade, um conhecimento metódico da Doutrina Espírita.Freqüentar as aulas de evangelização espírita é realizar, de forma seqüencial, um bom aprendizado da Doutrina Espírita, em primeiro lugar e, em segundo, participar de experiências de aprendizagem capazes de levar à vivência dos conhecimentos adquiridos.O êxito desse trabalho repousa em seus próprios objetivos, na dedicação do Evangelizador, como já foi afirmado, e no preparo e reciclagem constante a que esse Evangelizador se submete, na busca do aprimoramento espiritual e das condições pedagógicas para o desempenho cabal da sua tarefa.Cumpre acrescentar, ainda, que, à medida que contribui para o crescimento espiritual das crianças e dos adolescentes, o Evangelizador realiza o próprio progresso, premido pela necessidade de reunir condições mínimas para o exercício do seu ministério. Essa dedicação, aliada à adoção de um programa de ensino bem elaborado, por certo fará com que os objetivos propostos para a tarefa de evangelização espírita infanto-juvenil sejam atingidos.Nesse ponto, lembremos os comentários de Kardec à Questão 917 de “O Livro dos Espíritos”: “(...) Faça-se com o moral o que se faz com a inteligência e ver-se que se há naturezas refratárias, muito maior do que se julga é o número das que apenas reclamam boa cultura para produzir bons frutos.”É na crença dessa assertiva de Kardec que aqueles que se empenham no ensino espírita às novas gerações buscam o incentivo, o estímulo, o entusiasmo necessário ao prosseguimento de sua tarefa freqüentemente realizada em salutar anonimato. (3)

Espíritas pela segunda vezOs princípios espíritas, a pouco a pouco, automatizar-se-ão no cosmo da mente, através de reflexos morais condicionados pela criatura, assentados no sentimento intuitivo da existência de Deus e no pressentimento da sobrevivência após a morte que todos carregam no imo do ser.Daí nasce o valor inapreciável da leitura, da meditação e da troca de idéias sobre as verdades que o Espiritismo encerra e a sua conseqüente realização no dia-a-dia terrestre.Estudar e exercer as obrigações de caráter espírita é construir para sempre, armazenar para o futuro, libertar-se de instintos e paixões inferiores, rasgar e ampliar horizontes e perspectivas que enriqueçam as idéias inatas, destinadas a se desdobrarem quais roteiros de luz, na época da meninice e da puberdade, nas existências próximas.A Terra recepciona atualmente a quinta geração de profitentes do Espiritismo, composta de número maior de criaturas que receberão a responsabilidade espírita pela segunda vez. Esse evento, de suma importância na Espiritualidade, reclama vigilante dedicação dos pais, mais viva perseverança dos médiuns, mais acentuada abnegação dos evangelizadores da infância, maior compreensão de todos.Um exemplo de alguém, uma página isolada, um livro que se dá, um fato esclarecedor, uma opinião persuasiva, uma contribuição espontânea, erigir-se-ão, muita vez, por recurso mais ativo na excitação dessas mentes para a verdade, catalisando-lhes as reações de reminiscências adormecidas, que ressoarão à guisa de clarins na acústica da alma. Amigo, o Espiritismo é a nossa Causa Comum.Auxilia os novos-velhos mergulhadores da carne, divide com eles os valores espirituais que possuis. Oferece-lhes a certeza de tua convicção, a alegria de tua esperança, a caridade de tua ação.Se eles descem à tua procura, é indispensável recordes que esses companheiros reencarnantes contigo e o teu coração junto deles “serão conhecidos”, na Vida Maior, “por muito se amarem”. (22) Carlos Lomba

A Campanha Nacional de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil visa a:

Conscientizar os responsáveis pelas Instituições Espíritas quanto à necessidade de criar, manter e dinamizar o trabalho de Evangelização.Sensibilizar os espíritas em geral quanto à possibilidade de colaboração para maior intensificação da tarefa.Conscientizar os pais espíritas quanto à responsabilidade que lhes cabe no encaminhamento de seus filhos às Escolas de Evangelização das Instituições Espíritas.Segundo o Espírito Emmanuel, “Esquecer a infância e a juventude será desprezar o futuro.” (8)

“Emílio”Digo-lhes, meus amigos, que, mesmo quando o agricultor possa merecer reparos, se plantar alguma boa semente, ela germinará e produzirá bons frutos.De mim, pode-se dizer que errei muito, como homem, e até acusar-me de haver pecado, quase sempre por excesso, nos meus impulsos desbordados, nas explosões dos meus sentimentos sem freio, dos meus entusiasmos sem medida e das minhas atitudes quase sempre nada ortodoxos. Fui, porém, sincero e continuo a encarar e dizer tudo como tudo me parece, com a honestidade possível.Certo, tive de retificar muitos de meus conceitos e de reciclar sem-número de convicções que dantes me pareciam claras e firmes. Algo, porém, jamais me trouxe senão alegrias imensas, em que pesem as insuficiências e até, paradoxalmente, os excessos que são visíveis em tudo quanto empreendi.Refiro-me ao meu amor pelas Crianças e ao meu trabalho pelas novas gerações.Não importa que se me lance até hoje em rosto coisas e fatos de meu humano proceder, que nada têm a ver com as motivações maiores e com as realidades mais profundas de minha alma e de minha tarefa.“Emílio” gerou um mundo, despertou o interesse de grandes almas, inspirou Espíritos de escol e desatou a revolução promissora e feliz que abriu no mundo a era da Escola Nova.Com essa autoridade, com esse título de quem de fato amou e quis servir, apresento-me agora, diante de vós, nesta Augusta Casa, para, na posição do companheiro em serviço, dizer-vos que tudo o que vindes fazendo repercute nos Céus e vai multiplicar bênçãos fecundas no Grande Amanhã da Terra.Claro que falo do vosso trabalho educacional, a prol da Infância — essa gleba espiritual de característicos divinos, que não pode nem deve jamais perder a prioridade absoluta em vossas cogitações e em vossos esforços construtivos.Vejo agora que, mesmo quando errei, acabei acertando no essencial, sob a ação do pensamento celeste, porque mesmo os maus e os pervertidos renascem na face do planeta inconscientes da sua maldade e da sua perversão, em condições de serem reeducados e recambiados ao bem.Ainda que todos os sacrifícios e todos os programas de redenção humana falhassem na obra cristã de salvação dos seres humanos, restaria a oportunidade de tudo reconstruir a partir das Crianças — as sementes divinas da Humanidade renascente.Se a dor é, como foi dito, a grande educadora dos homens, o amor ainda pode ser a semente miraculosa, sempre capaz de germinar, crescer e florir no coração de algum menino.Espero que jamais poupareis nenhum esforço no desenvolvimento do vosso sublime trabalho no campo da Infância e da Juventude. Tereis sempre, nessa seara abençoada, a garantia de uma admirável colheita futura.O mundo se prepara para celebrar, em 1979, o Ano Internacional da Criança. Seria bom que de tudo quanto vai ser dito e feito resultasse pelo menos um novo sentido de respeito ao apelo do Senhor Jesus, que pediu aos terrenos que deixassem ir a Ele os pequeninos.Em verdade, isso seria o bastante, porque são os poderes maléficos do mundo, é o egoísmo, é a insânia, é a maldade dos homens, que afastam as Crianças do Supremo Mestre, do Divino Educador, do Celeste Amigo. Dão-lhes armas, dão-lhes motivações para o mal, dão-lhes falsas noções da Verdade e do Direito e lhes tiram o pão do Céu, a capacidade de aspirar à luz, a força de conquistar a Graça, a Felicidade e a Salvação.

Cegos que guiam cegos eles, os geradores da desgraça, cometem contra as Crianças o pecado contra o Espírito.Vós, porém, fareis o contrário, e o Mestre Excelso descerá do seu trono de luzes alcandoradas, para receber das vossas mãos generosas os pequeninos que conseguirdes preservar para o sublime porvir do mundo.Vosso servo e amigo certo. (7)Jean-Jacques Rousseau(Mensagem recebida em 9-11-1978, no “Grupo Ismael”, na Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro-RJ, pelo médium Hernani T. Sant´Anna.)

Organização Educativa

O que eu via, no parque ditoso, não era somente a expressão encantadora e pacífica na Natureza.O interesse nos serviços do progresso geral mostrava-se inequívoco em todos os rostos.A instituição a que minha filha presta concurso ativo impressionou-me pela grandeza. Trata-se de uma universidade que ultrapassa em programa e organização qualquer dos instintos europeus ou americanos destinados à formação e ao burilamento do caráter infanto-juvenil.Os edifícios centrais congregam-se inteligentemente sob velhas árvores, rodeadas de fontes translúcidas.As crianças não encontrariam paraíso mais doce. Alguns irmãos e numerosas irmãs as orientam e educam com singular devotamento, preparando-as para a reencarnação na Crosta Planetária.Penetrei o instituto, em companhia de Marta e do amigo Andrade, quando centenas de meninos brincavam felizes, em bando, nos extensos jardins.Grande parte correu ao nosso encontro. Abraçaram minha filha efusivamente e alguns me beijaram as mãos, chamando-me vovô.Aquelas manifestações de alegria pura fizeram-me infinito bem.Diversos pequeninos traziam consigo formosos halos brilhantes.Marta explicou-me que a instituição asila irmãozinhos desencarnados, entre sete a doze anos de idade, e, porque eu indagasse pelas crianças tenras, esclareceu Andrade que, para essas, quando se não trata de entidades excepcionalmente evoluídas, inacessíveis ao choque biológico da reencarnação, há lugares adequados, onde o tempo e o repouso lhes favorecem o despertar, a fim de que lhes não sobrevenham abalos nocivos.Informou-me a filha de que as criancinhas não obstante viverem ali, em comunidade, dividem-se, no esforço educativo, por turmas afins. Caracterizam-se os grupos por variados graus de elevação espiritual e as classes se subdividem pelas aptidões e tendências, examinados os precedentes de cada uma. Quando perguntei se na vida espiritual pode a criança desenvolver-se e optar pelo mau caminho, replicou Andrade que isso é perfeitamente cabível, considerando-se que, com o desenvolvimento na nova esfera, recapitula as emoções do passado, com apelos íntimos de variadas espécies, acrescentando, todavia, que, de modo geral, as crianças estacionadas nos parques de reajustamento sempre se encaminham à reencarnação. Se o Espírito de ordem sublimada se desenfaixa dos laços da carne, quite com a lei que nos governa o destino, em período infantil, readquire, de pronto, as mais altas expressões da própria individualidade e ergue-se a mais elevados planos.Marta me apresentou lindos grupos, inclusive algumas dezenas de pequenos indígenas libertos do corpo, em fase primária de cultura e inteligência.Experimentei, porém, a maior surpresa quando me deu a conhecer a assembléia dos meninos-orientadores. São meninos e meninas de passado mais respeitável e por isso mesmo mais acessíveis aos ensinamentos edificantes da instituição. Demoram-se no parque, às vezes muito tempo, aguardando circunstâncias favoráveis à execução dos projetos de ordem superior e, enquanto permanecem aí, desempenham valiosas missões, junto a crianças e adultos, entre as duas esferas, além das tarefas usuais de que se incumbem na própria organização em que se mantêm estacionados. Constituem, assim, vasta coletividade de escoteiros do heroísmo espiritual, junto dos quais encontramos inapreciável estímulo e santo exemplo. (23)

Trabalho Espírita e Mentalidade Cristã

“(...) Agora, filhos, já não são mais os homens os donos do trabalho, os senhores absolutos da tarefa. Tomando por seus companheiros os de boa-vontade que se acham aí no planeta, buscando o aprimoramento anímico e psíquico onde aí se encontrem, são os gênios do Espaço que, sob a égide do Divino Mestre, vêm proclamar, por entre as sociedades terrenas, as consoladoras verdades, as grandiosas verdades.”.......................................................................................................................“Por enquanto, todo o nosso trabalho objetiva a formação da mentalidade cristã, por excelência, mentalidade purificada, livre dos preceitos e preconceitos que impedem a marcha da Humanidade. Formadas essas correntes de pensadores esclarecidos do Evangelho, entraremos, então, no ataque às obras. Os jornais educativos, as estações radiofônicas, os centros de estudo, os clubes do pensamento evangélico, as assembléias da palavra, o filme que ensina e moraliza, tudo à base do sentimento cristão, não constituem uma utopia dos nossos corações.” (24).......................................................................................................................

Jesus e suas Parábolas

É digno de nota e bastante significativo o Divino Instrutor e Guia da Humanidade ter empregado parábolas como processo de ensinar e instruir os seus discípulos.De fato, o método parabólico é eminentemente pedagógico, porque, apelando para o raciocínio, força o educando a pensar e refletir, pondo, destarte, em atividade a Razão, essa luz que Deus acende em nosso espírito a fim de que, usando-a sempre, a tornemos cada vez mais intensa e brilhante.Como é sabido, as parábolas são uma espécie de alegoria, história ou composição, encerrando em seu entrecho um ensinamento, certa moralidade que deve ser descoberta pelos leitores ou ouvintes.É de notar-se que a preocupação do Inigualável Educador circunscreve-se à zona do coração e não à do cérebro; ao culto da virtude e da verdade na formação do caráter, e não tanto ao amanho da inteligência na criação de eruditos e sábios, segundo a conceituação humana.Notemos bem — ao culto da virtude e da verdade na formação do caráter.Eis aí o assunto, a disciplina que os homens ainda não aprenderam. Sem o seu conhecimento, jamais solucionarão os seus problemas.Duvidar, descrer dessa ciência e dessa arte que se denomina — EDUCAÇÃO — arte e ciência cuja finalidade é transformar e renovar o indivíduo, é negar a evidência da evolução, lei incoercível, fartamente comprovada em todos os planos da Natureza, em todas as fases da vida, no seu curso eterno e majestoso.Fora da Educação, que se consubstancia em cada indivíduo em auto-educação, não há redenção, não há salvação possível. Tudo o mais que se propala nesse setor não passa de pura fantasia.A confusão reinante no mundo atual resulta do descaso que se tem votado a tão magna questão. Os males que flagelam a humanidade contemporânea procedem da descrença, do cepticismo e de falta de confiança na eficácia da educação, principalmente no que respeita à educação moral. A crise que nos perturba é de dignidade, é de valores morais. Desta é que se originam todas as outras. Não é de sábios que precisamos: é de caracteres incorruptíveis. (9)

A Escola

Mas uma caridade existe, mais extensa e menos visível, mais corajosa e menos exercida, que nos pede concurso decisivo para a melhoria substancial da paisagem humana.É a caridade daquele que ensina.A Terra de todos os séculos sofre a flagelação de dois grandes males. Um deles é a miséria. O outro, e o maior, é a ignorância.

É a ignorância a magia negra de todos os infortúnios. Ao seu grosso tacão de trevas, o rico esconde o ouro destinado à prosperidade, e o pobre se envenena com o desespero, eliminando as possibilidades resultantes do trabalho.Pela ignorância, os homens se julgam senhores absolutos do latifúndio terrestre, que lhes não pertence, arruinando-se em guerras de extermínio; o bom se faz ameaçado pela crueldade esmagadora, o mau se torna pior; a evolução de alguns estaciona com o manifesto atraso de muitos, e a vida que é sempre magnífico patrimônio de recursos para a sublimação, se vê assediada pela discórdia e pela ira, pela ociosidade e pela indigência.Na rede da ignorância, o homem complica todos os problemas do seu destino, por ela contribui para as aflições alheias e com ela se arroja aos abismos da dor e se entrega às surpresas do tempo.Por este motivo, se o orfanato ou o asilo são casas abençoadas do agasalho e do pão, a escola será, em todos os seus graus, um templo da luz divina.O pão mantém a carne perecedoura.A luz santifica o espírito eterno.Não bastará disciplinar as maneiras do homem adulto, como quem submete animais inteligentes.A domesticação reclama apenas um braço firme, uma vergasta e uma voz autoritária, que não hesitem na aplicação da força corretiva.Bom é corrigir. Melhor, porém, é educar.A retificação rude, não raro, produz o temor destrutivo. O aperfeiçoamento suave e persuasivo gera sempre o amor edificante.A ignorância necessita de muito esforço e sacrifício para deixar suas presas.Quem se consagre ao mister de auxiliar deve dispor-se a sofrer.O exemplo é a força mais contagiosa do mundo. Por esta razão, quem conserve hábitos dignos, quem se devote ao dever bem cumprido, quem fale ou escreva para o bem, combate a ignorância na posição de soldado legítimo do progresso.Semelhantes benefícios, no entanto, precisam da sagrada iniciação com o ato de alfabetizar.Ensinar a ler e elevar o padrão mental de quem lê constituem obras veneráveis de caridade.Descerremos a espessa cortina de sombras que retém o espírito — ninfa divina — no casulo da inércia.Os que trabalham em favor das garantias públicas, que quiserem alcançar, efetivamente, as realizações a que se propõem, não podem esquecer, em tempo algum, a instrução e a educação.Sem a escola, somente liberamos os institutos inferiores da personalidade ou da multidão, quando pretendemos libertar-lhe a consciência.Educando e educando-se, o espírito penetra a essência da vida, compreende a lei do uso e elege o equilíbrio por norma de suas menores manifestações.Grande é a tarefa do pão, que gera o reconhecimento e a simpatia; entretanto, muito maior é o ministério do abecedário, que opera o divino milagre da luz, estabelecendo a comunhão magnética entre a inteligência do aprendiz de hoje e a mente do instrutor que viveu há milênios.Cultura e, sobretudo, esclarecimento, são armas pacíficas contra a discórdia.Abramos escolas e o canhão se recolherá ao museu.Se cada criatura que sabe ler alfabetizasse uma só das outras que desconhecem a sublime função do livro, a regeneração do mundo concretizar-se em breve tempo.Jesus desempenhou o mais alto apostolado na Terra sem uma cátedra de academia, mas não se projetou nos séculos sem as letras sagradas do Evangelho.É preciso ler para saber, pensar e compreender.Fortaleçamos a escola, pois. (26)

O educador conturbado

Comentava André, o apóstolo prestativo, as dificuldades para afeiçoar-se às verdades novas, quando Jesus narrou para a edificação de todos:— Um homem, singularmente forte, que se especializava em variados serviços de reparação e reajustamento, foi convidado por um anjo a consertar um aleijado que aspirava ao ingresso no paraíso e aceitou tarefa.

Avizinhou-se do enfermo, de martelo em punho, e, não obstante os gritos e lágrimas que a sua obra arrancava do infeliz, aprimorando-o, dia a dia, cumpriu o prometido.O mensageiro divino, satisfeito, rogou-lhe a contribuição no aperfeiçoamento de uma velha coxa que desejava ardentemente a entrada na Corte Celeste.O trabalhador robusto, indiferente aos gemidos da anciã, impôs-lhe a disciplina curativa e, gradativamente, colocou-a em condições de subir às Esferas Sublimes.O ministro do Alto, jubiloso, solicitou-lhe o concurso no refazimento de um homem chagado e aflito que anelava a beatitude edênica.O consertador não hesitou.Absolutamente inacessível aos petitórios do infortunado, queimou-lhe as úlceras com atenção e rigor, pondo-o em posição de elevar-se. Terminada a tarefa, o anjo retornou e requisitou-lhe a cooperação em benefício de um jovem perdido em maus costumes.O restaurador tomou o rapaz à sua conta e deu-lhe trabalho e contenção com tamanho tirocínio, que, em tempo breve, a tarefa se fazia completa.E, assim, o emissário de Cima pediu-lhe colaboração em diversos casos complexos de reestruturação física e moral, até que, um dia, o emérito educador, entediado da existência imperfeita na Terra, implorou ao administrador angélico a necessária permissão para seguir em companhia dele, na direção do Céu.O embaixador sublime revistou-o, minuciosamente, e informou que também ele devia preparar-se com vistas ao grande cometimento; mostrou-lhe os pés irregulares, os braços deficientes e os olhos defeituosos e rogou, dessa vez, reajustasse ele a si mesmo, a fim de elevar-se.O disciplinador começou a obra de auto-aprimoramento, esperançoso, e otimista; entretanto, o seu antigo martelo lhe feria agora tão rudemente a própria carne que ele, ao invés de consertar os pés, os braços e os olhos, caiu a contorcer-se no chão, desditoso e revoltado, proferindo blasfêmias e vomitando injúrias contra Deus e o mundo, quase paralítico e quase cego.Ele mesmo não suportara o regime de salvação que aplicara aos outros e o próprio anjo amigo, ao reencontrá-lo, com extrema dificuldade o identificou, tão diferente se achava.Findo o longo exame a que submeteu o infortunado, o mensageiro do Eterno não teve outro recurso senão confiá-lo a outros educadores para que o reajustamento necessário se fizesse, com o mesmo rigor salutar com que funcionara para os outros, a fim de que o notável consertador se aperfeiçoasse, convenientemente, para, então, ingressar no Paraíso.Diante da estranheza que senhoreara o ânimo dos presentes, o Senhor concluiu:— Usemos de paciência e amor em todas as obras de corrigenda e aprendamos a suportar as medidas com que buscamos melhorar a posição daqueles que nos cercam, porque para cada espírito chega sempre um momento em que deve ser burilado, com eficiência e segurança, para a Luz Divina. (27)

Necessidade do Momento

Nunca será ocioso lembrar que o alvo do Espiritismo está na iluminação interior das almas, aqui encarnadas. Logrando este objetivo, todos os demais problemas serão solucionados sem delongas nem maiores dificuldades, de acordo com a magnífica visão de Jesus, quando disse: “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça; tudo o mais vos será dado por acréscimo.”O reino divino das realidades da vida encontra-se nos refolhos da consciência humana. Ensinar os homens a descobri-lo em si próprios , e por ele se orientarem, eis a magna questão. Tudo o mais é acessório. Ora, a missão da Doutrina dos Espíritos é precisamente essa: esclarecer, iluminar a mente do homem, de modo que ele descortine, com clareza, o roteiro que o conduzirá à realização do destino maravilhoso que lhe está reservado.O programa espírita que se desvia deste carreiro não corresponde às finalidades reais da Doutrina. Nota-se entre os espiritistas a preocupação de realizar cometimentos que se imponham pela sua vultuosidade. Todos se empolgam na contemplação de edifícios e de monumentos, deste ou daquele gênero. Sem tirar o valor de tais empreendimentos, cumpre, contudo, notar que acima deles está a iluminação das consciências.É verdade que esta obra não aparece, não se revela de pronto, de modo a satisfazer-se ao nosso açodamento em colher, desde logo, o fruto da nossa sementeira. Não nos preocupemos com isso. O que é nosso às nossas mãos virá, não importa quando, nem onde. Cumpramos o dever que o momento impõe. Deus dará a cada um o que de direito lhe caiba.Se procurarmos saber qual a grande carência do mundo, neste momento angustioso que ora passa, chegaremos à conclusão de que a sua suprema necessidade é — compreensão. Se os

homens tivessem compreensão, entender-se-iam facilmente, desaparecendo as causas da separação que os divide e infelicita.À Terceira Revelação está destinada a missão de projetar na razão humana as claridades divinas.A época em que estamos requer abnegação, renúncia e trabalho.Com esses elementos, a Doutrina dos Espíritos consumará sua obra de regeneração individual e social.O Espiritismo, para vencer, não precisa de vultuosas somas; não precisa de bafejo dos grandes e poderosos da Terra; não precisa de numerosos prosélitos: basta que possa contar com o coração das mães, com a autoridade paterna dentro dos lares e com a modesta colaboração do mestre-escola. (9)

Perseverança

É preciso seguir, todos os dias, com o mesmo entusiasmo do princípio, e a mesma vigilância indormida, no trabalho a que o Senhor nos conduziu, sem contabilizar êxitos que não nos pertencem ou nos debitar insucessos que não devemos cultivar. A lição do Divino Mestre continua válida para nós, ainda hoje, lembrando-nos de que somos servos inúteis, porque fazemos apenas o que nos cumpre fazer.Ainda não sabemos criar, em comunhão com o pensamento Divino, nada de realmente bom. Não passamos, na verdade, de trabalhadores da última hora de uma era que agoniza, para que um novo mundo nasça na Terra, no advento do Reino de Deus.As recompensas que recebemos da Misericórdia Celeste são bem maiores do que aquelas a que fazemos jus.O Cristo investe em nós a sua sagrada esperança, a fim de que nos superemos em nossas fraquezas, tornando-nos instrumentos aceitáveis de sua graça.Felizes de nós, se soubermos corresponder a tanta e tamanha bênção.Para quem, como é o nosso caso, desperdiçou séculos inteiros, qualquer sacrifício é pouco, para o aproveitamento de cada segundo das renovadas oportunidades de serviço que Deus nos concede.Não vos faltam, nem vos faltarão instrumentos e ajuda para as vossas realizações, que felizmente estão a refletir alguma luz, das supremas claridades que vos descem, em jorros, do Altiplano.Vosso servo de todos os dias, fiel vigilante ao vosso lado, beija-vos as mãos operosas, sempre que vos observo construindo o que vos cabe erguer. E não me canso de implorar ao Altíssimo Pai que nos permita celebrar juntos, em breve, o começo, também para nós, de uma nova era de maior grandeza e luminosa paz. (28)Áureo

Colheita Multiplicada

Caríssimos Irmãos:Recebi emocionado a permissão dos nossos abnegados mentores para dirigir-vos esta mensagem de fraternidade e apreço.Na medida das minhas possibilidades, busquei realizar, o melhor que pude, as tarefas de que me incumbi, guardando no espírito, a convicção de haver cumprido, tanto quanto me foi dado, o meu dever.Regressando, porém, à Pátria Espiritual, pude sentir quão raros são aqueles que merecem a condição de servos completistas, isto é, cooperadores que tiveram a felicidade de aproveitar integralmente todas as oportunidades de trabalho construtivo que a Providência Divina lhes concedeu.Em verdade, na nossa condição evolutiva, descemos à carne carregando conosco pesada carga de atavismos inferiores, a dificultar-nos a jornada terrena, com a obrigação de transformá-la em fatores de elevação para a eternidade, enquanto realizamos os serviços de auto-renovação espiritual e o exercício da caridade fraternal para com todos os companheiros do caminho.Acicatados por problemas de difícil condução, nas esferas do lar e da profissão, nos círculos sociais e no âmbito das questões materiais, quase nunca dispomos do discernimento e da coragem precisos para tudo solucionar, sem prejuízo das nossas obrigações íntimas para conosco mesmos e para com o trabalho evangélico com que nos comprometemos.

Somente tarde demais, em nosso regresso ao Plano da Verdade, conseguimos perceber quanto deixamos de construir, ou quão imperfeitos permitimos se tornassem os nossos modestos esforços, com preciosos ensejos desperdiçados no tempo.Apesar disso, espantamo-nos com a multiplicação maravilhosa dos frutos que colhemos por minúsculas realizações que logramos concluir. É como se pequenos gestos de sacrifício e de amor, de dedicação e de humildade, se transformassem miraculosamente em flores de luz ou pomos magníficos, a nos felicitarem o coração, enchendo-nos de alegrias inesperadas, quando nem nos lembrávamos de tais pequenezas, a que não déramos importância.É que tudo o que fazemos no mundo, de bom ou de mau, se transmuda aqui, como se agigantasse, a termo de colheita multiplicada e vivida.Aproveitai, portanto, caros companheiros, o mais e o melhor que puderdes, os ensejos sacrossantos que a Suprema Bondade vos faculta, e atapetai de claridades os vossos caminhos futuros, é o que vos deseja o Carlos Lomba. (29)

Bibliografia1. Evangelização Espírita Infanto-Juvenil na Opinião dos Espíritos. 3. ed. FEB, 1983.

Rio de Janeiro, p. 26-28.

2. FRANCO, Divaldo Pereira. Sementes de Vida Eterna. Ed. LEAL, Salvador – BA. 1978, p. 91-92.

3. O Que é Evangelização. ed. FEB, 1987. Rio de Janeiro, p. 39.

4. Idem, p. 11-13.

5. Reformador – julho de 1986, p. 25.

6. Reformador – novembro de 1983, p. 29.

7. Reformador – fevereiro de 1979, p. 8.

8. Reformador – outubro de 1982, p. 309.

9. VINÍCIUS, O Mestre na Educação. 2. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1997, p. 103 a 105.

10. XAVIER, Francisco Cândido. Espírito da Verdade. 12. ed. FEB, Rio de Janeiro, 2000, p. 140-141.

11. ______. p. 131-132.

12. Idem, p. 110.

13. ______. Rumo Certo. 6. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1996, p. 83-84.

14. Idem, p. 86-87.

15. ______. Vinha de Luz. 15. ed. FEB, 1998. Rio de Janeiro, p. 283-284.

16. ______. Fonte Viva. 26. ed. FEB, 2001, p. 243-244.

17. Idem, p. 242.

18. ______. Vinha de Luz. 15. ed. FEB, 1998. Rio de Janeiro, p. 85-86.

19. ______. Correio Entre Dois Mundos. 1. ed. FEB, 1990. Rio de Janeiro, p. 122-123.

20. ______. Caminho, Verdade e Vida. 20. ed. FEB, Rio de Janeiro, 2001, p. 317-318.

21. Idem, p. 309-310, (Lição 147).

22. ______. Seareiros da Volta. 3. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1976, p. 77-78.

23. ______. Voltei. 19. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1999, p. 106-108.

24. ______. Emmanuel. Dissertações Mediúnicas. 8. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1977, p. 45 e 181.

25. ______. Dicionário da Alma. 4. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1995, p. 96.

26. ______. Falando à Terra. 3. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1974, p. 140-145.

27. ______. Jesus no Lar. 22. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1999, p. 199-201.

28. SANT´ANNA, Hernani. Amar e Servir. Ed. FEB, Rio de Janeiro, 1993, p. 70-71.

29. ______. p. 162-164.

EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA INFANTO-JUVENIL www.febnet.org.br/file/11/879.doc