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Proibida reprodução deste material em parte ou no todo, propriedade do CIP – Lei n° 9.610 1 APRESENTAÇÃO Caro Aluno, Você está recebendo um material inovador, designer ousado, elaborado para fornecer subsídios que o auxiliem a completar seus estudos. Neste volume, encontrará os assuntos correspondentes a História 2ª Série do Ensino Médio. Os conteúdos selecionados permitem que você desenvolva competências que o conduzam a: ! Ser capaz de continuar aprendendo; ! Preparar-se para o trabalho; ! Desenvolver o senso crítico e estético; ! Inferir a teoria a partir da prática. Abra, leia, aproveite e vença todos os obstáculos, pois o sucesso vai depender de seu esforço pessoal, logo: VocŒ precisa ler todo material de ensino; VocŒ deve realizar todas as atividades propostas VocŒ precisa organiza-se para estudar. Nesse contexto, Göethe recomenda: “Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar, você pode começar. A coragem contém em si mesma o poder, o gênio e a magia”. Bom Estudo! Equipe do Polivalente COLÉGIO INTEGRADO POLIVALENTE Qualidade na Arte de Ensinar

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HISTÓRIA

ENSINO MÉDIO

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1

APRESENTAÇÃO

Caro Aluno,

Você está recebendo um material inovador, designer ousado, elaborado para fornecer

subsídios que o auxiliem a completar seus estudos. Neste volume, encontrará os assuntos

correspondentes a História 2ª Série do Ensino Médio.

Os conteúdos selecionados permitem que você desenvolva competências que o conduzam

a:

! Ser capaz de continuar aprendendo;

! Preparar-se para o trabalho;

! Desenvolver o senso crítico e estético;

! Inferir a teoria a partir da prática.

Abra, leia, aproveite e vença todos os obstáculos, pois o sucesso vai depender de seu

esforço pessoal, logo:

• Você precisa ler todo material de ensino; • Você deve realizar todas as atividades propostas • Você precisa organiza-se para estudar.

Nesse contexto, Göethe recomenda: “Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar,

você pode começar. A coragem contém em si mesma o poder, o gênio e a magia”.

Bom Estudo! Equipe do Polivalente

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 1 SUMÁRIO ....................................................................................................... 2 INTRODUÇÃO................................................................................................. 3 IDADE MÉDIA................................................................................................. 4

A SOCIEDADE FEUDAL................................................................................................................... 4 A IGREJA CRISTÃ COMO MODERADORA DA SOCIEDADE MEDIEVAL .............................................. 4 OS REINOS BÁRBAROS.................................................................................................................. 5 IMPÉRIO BIZANTINO .................................................................................................................... 6 A CIVILIZAÇÃO ÁRABE.................................................................................................................. 6 TESTES.......................................................................................................................................... 7

IDADE MÉDIA II............................................................................................. 9 O SISTEMA DA PRODUÇÃO FEUDAL............................................................................................... 9 A IGREJA FEUDAL – PODER TEMPLAL E ESPIRITUAL................................................................... 10 A CULTURA MEDIEVAL ................................................................................................................ 11

TESTES ................................................................................................................................... 14 AS MONARQUIAS NACIONAIS...................................................................... 16

FRANÇA....................................................................................................................................... 16 INGLATERRA ............................................................................................................................... 16 ALEMANHA.................................................................................................................................. 17 A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E ESPANHA E A RECONQUISTA ....................................................... 17 A DESAGREGAÇÃO DO SISTEMA FEUDAL..................................................................................... 18 CONFLITOS MEDIEVAIS .............................................................................................................. 19

TESTES ................................................................................................................................... 20 IDADE MODERNA ......................................................................................... 22

A TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO PARA O CAPITALISMO............................................................... 22 O ESTADO NACIONAL E O ABSOLUTISMO.................................................................................... 22 REVOLUÇÃO COMERCIAL DO SÉCULO XVI (MERCANTILISMO) .................................................... 23 A EXPANSÃO COMERCIAL E MARÍTIMA EUROPÉIA ...................................................................... 24 PIONEIRISMO PORTUGUÊS......................................................................................................... 25 TESTES........................................................................................................................................ 27

O RENASCIMENTO........................................................................................ 29 O HUMANISMO............................................................................................................................ 29 ORIGENS DO RENASCIMENTO ..................................................................................................... 29 O RENASCIMENTO CULTURA ....................................................................................................... 30 RENASCIMENTO CIENTÍFICO ...................................................................................................... 30 AS REFORMAS RELIGIOSAS......................................................................................................... 32 AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS NOS SÉCULOS XVII E XVIII ..................................................... 34 A CRISE DO ANTIGO REGIME ...................................................................................................... 35

EXERCÍCIOS ........................................................................................................................... 36 GLOSSÁRIO.................................................................................................. 39 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 40

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INTRODUÇÃO

Você esta recebendo o módulo de História relativo ao Ensino Médio. Você terá contato

com teorias importantes que vão proporcionar um desempenho eficiente durante o seu Curso.

Este material didático foi produzido pela Equipe do Colégio Polivalente, como uma

contribuição que orientará a Educação de Jovens e Adultos, terceiro segmento, constituídos de 1ª, 2ª

e 3ª séries do Ensino Médio.

Nossa linha de trabalho abre um caminho atraente e seguro pelas seqüências das

atividades – leitura, interpretação, reflexão – e por fazer com que o aluno aprenda aliando a teoria à

pratica. Nessa busca temos aprendido que desenvolvemos competências quando vamos além daquilo que

é esperado de um aluno, quando fazemos, mais do que apenas cumprir com o nosso dever.

Foi assim que nos tornamos pioneiros com iniciativas como a “Educação a Distância”,

alternativa que aparece como solução para aqueles que buscam conhecimento acadêmico, não tiveram

acesso à educação na época certa, e têm pouca disponibilidade de tempo.

Para viabilizar iniciativas como essa não bastou uma decisão do Polivalente. Contamos

com a colaboração de muitos profissionais, trazendo informações, visões, experiências, tecnologias, todos

com o objetivo em comum: a coragem de mudar na busca de um ensino de qualidade.

A coordenação e Tutores/Professores irá acompanhá-lo em todo o seu percurso de

estudo, onde as suas dúvidas serão sanadas, bastando para isso acessar o nosso site:

www.colegiopolivalente.com.br.

Equipe Polivalente

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IDADE MÉDIA

A SOCIEDADE FEUDAL As expressões Idade Média e Idade Moderna foram criadas durante o Renascimento, no Século XV. Demonstrando repúdio ao mundo feudal, os renascentistas forjaram tendenciosamente a concepção de que a Idade Média fora “uma longa noite de mil anos”, a Idade das Trevas, em que mergulhara a cultura clássica após a queda de Roma. Na verdade, o desprezo dos humanistas do Renascimento pela Idade Média apenas reflete a adoção de novos valores culturais, contrários aos do período medieval. Nessa época a Europa viveu o feudalismo – sistema socioeconômico com instituições e componentes distintos do mundo clássico, antigo, ou do moderno, que veio posteriormente.

AS ORIGENS DA SOCIEDADE FEUDAL No final do Baixo Império, a decadência de Roma foi acompanhada pelo colapso dos valores culturais, inclusive os religiosos, abrindo espaço para a ascensão do cristianismo, religião de cunho universal, radicalmente incompatível com as bases

de sustentação do Império Romano, já que condenava o militarismo e o escravismo. O Império Romano, não se amoldou aos valores do cristianismo, mas estava patente que surgiam novos valores para um mundo – o medieval. Após 476, com a ruína de Roma e o fim do escravismo, a população deixou as cidades buscando a sobrevivência no campo. A agricultura, praticada nas vilas (grandes propriedades agrárias), constitui a base de uma economia auto-suficiente, cujos desdobramentos conduziriam à formação do mundo agrário-feudal. Os bárbaros germânicos, que passaram a ocupar a parte ocidental do Antigo Império Romano, foram importantes agentes do processo de implantação do sistema feudal, embora outros povos invasores tenham contribuído para acelerar o processo de ruralização e formação do feudalismo. Entre eles estão árabes, que, no século VIII, ocuparam o mar Mediterrâneo, impossibilitando as ligações comerciais entre o Ocidente e o Oriente. Posteriormente, no século IX, as invasões normandas e magiares completaram esse quadro.

A IGREJA CRISTÃ COMO MODERADORA DA SOCIEDADE MEDIEVAL

A Igreja cristã tornou-se a maior instituição feudal do Ocidente europeu. Sua incalculável riqueza, a sólida organização hierárquica e a herança cultural greco-romana permitiram-lhe exercer a hegemonia ideológica e cultural da época, caracterizada pelo teocentrismo. Atuando em todos os níveis da vida social, a Igreja estabeleceu normas, orientou comportamentos e, sobretudo, imprimiu nos ideais do homem medieval os valores teológicos, isto é, a cultura religiosa.

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Envolto pelo idealismo religioso, o clero transmitia à população uma visão de mundo que lhe era conveniente e adequada ao período: um mundo divididos em estamentos, necessariamente desiguais. Leia as palavras de um religioso medieval: “Deus quis que, entre os homens, uns fossem senhores e outros servos, de tal maneira que os senhores estejam obrigados a venerar e amar a Deus, e que os servos estejam obrigados a amar e venerar o seu senhor...” (ANGERS, St. Laud de. In: FREITAS, Gustavo de 900 textos e documentos de história. Lisboa: Plátano, 1975.). Coube, assim, ao clero forjar a mentalidade da época, reforçando o predomínio dos senhores feudais (clero e nobreza), justificando os privilégios estabelecidos e oferecendo ao povo, em troca, a promessa do paraíso celestial.

OS REINOS BÁRBAROS Para os romanos, bárbaros eram povos que não estavam subordinados ao império, não falavam o latim, e habitavam além da fronteira imperial; enfim, eram os”não-romanos”. Seu modo de produção era bastante primitivo: praticavam uma economia monetária e natural, vivendo da caça, da pesca e, principalmente, dos despojos de guerra. Alguns povos sobreviviam do pastoreio ou da agricultura rudimentar, a terra em geral, propriedade coletiva.

PRINCIPAIS GRUPOS BÁRBAROS

Tártaro-mongóis: de origem asiática, compreendiam as tribos dos hunos, turcos, búlgaros, húngaros, etc. Eslavos: oriundos da Europa Oriental e da Ásia, compreendiam os russos, os polacos, os tchecos, os sérvios, etc. Germanos: de origem indo-européia, compreendiam várias nações, como os visigodos, os ostrogodos!, os hérulos, os anglos, os saxões, os francos, etc.

FRANCOS A primeira dinastia dos francos que habitavam as Gálias, foi a Dinastia Merovíngea. Destacou o rei Clóvis, como o unificador dos francos. Com o tempo, os reis cederam as funções do Governo aos “Major domus”. Foram eles: Pepino de Heristal: afastou o rei e assumiu suas funções. Carlos de Heristal: afastou o rei e assumiu suas funções.

! ostrogodos-relativo aos godos dos Oriente.

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Pepino, o Breve: reconhecido pela Igreja como rei dos francos. Derrotou os lombardos! e doou suas terras ao Papa (“Patrimônio de São Pedro”). Com Pepino, o Breve, iniciava-se a Dinastia Carolíngia. Destacou-se o rei Carlos Magno. Filho de Pepino, o Breve. Após a morte de seu pai (768), governou junto com seu irmão, Carlomano, até a morte deste. Em 771, tornou-se rei único, em detrimento! dos seus sobrinhos, que procuraram apoio nos lombardos. Expandiu as fronteiras do reino franco em direção à: Espanha, Itália e Germânia. Venceu os lombardos na Itália e coroou-se com a “coroa de ferro”. Em 800, Carlos Magno restabeleceu o Império Romano do Ocidente, destruído em 476.

− Divisão Administrativa do Império: • Condados: administrados por condes,

nomeados pelo imperador. • Ducados: administrados por duques

(normalmente militares) • Marcas: administrados por militares com o

título de marqueses ou “margraves” (condados de fronteiras). Os “Missi Dominici” fiscalizavam a

administração dos condados, ducados e marcas, em nome do Imperador.

Após sua morte, aconteceram graves lutas internas pela sucessão. Pelo Tratado de Verdum, o Império foi dividido entre seus herdeiros.

IMPÉRIO BIZANTINO

ORGANIZAÇÃO SOCIAL, POLÍTICA E

ECONÔMICA

No final da Antiguidade, a cidade de Constantinopla, hoje Istambul, transformou-se no principal centro econômico-político do que restou do Império Romano. Edificada no mesmo local em que existira a antiga colônia grega de Bizâncio, entre os mares Egeu e Negro, o imperador Constantino a construiu, motivado por razões de ordem estratégica, com a intenção de transforma-la na nova capital do Império. Com uma localização privilegiada (entre o Ocidente e o Oriente), desenvolvia um ativo comércio com as cidades vizinhas, além de possuir uma promissora produção agrícola, o que a tornava um centro rico e forte, em contraste com o restante do Império, Constantinopla passou a ser a capital da parte oriental, concretizando-se a completa autonomia do que restara do grande império latino. O Império romano do Oriente, alicerçado num poder centralizado e despótico!, caracterizou-se por um intenso desenvolvimento do comércio, por meio do qual foi possível obter recursos para resistir às invasões bárbaras. A produção agrícola, ! lombardos-o natural ou habitante da Lombardia. ! detrimento-perda, prejuízo. ! despótico-proprio de déspota; tirânico.

por sua vez, desenvolvia-se em grandes extensões de terra, utilizando o trabalho de colonos livres e de escravos, situação inversa da que ocorreu com a produção feudal do Ocidente. O Império Bizantino preservou muitas das instituições latinas, como as normas políticas e administrativas e o latim, adotado como língua regular. Neste caso, entretanto, a preponderância cultural dos gregos orientais acabou por impôr-se, levando o grego a ser reconhecido como língua oficial no século VII. Uma característica marcante da civilização bizantina era o papel do imperador, que comandava o exército e a Igreja, sendo considerado representante de Deus e possuindo grande poder. Era auxiliado por um número enorme de funcionários, o que tornava a burocracia uma parte importante da organização administrativa e social. O mais célebre governante do Império Bizantino foi Justiniano (527-565), que ampliou as fronteiras do império, empreendendo expedições que chegaram à Península Ibérica e ao norte da África. Entretanto, excetuando a Península Itálica, as demais conquistas foram efêmeras, em virtude do aparecimento dos árabes na África e na Península Ibérica. Como veremos, o expansionismo árabe foi rápido e vitorioso nessas regiões a partir do século VII.

A CIVILIZAÇÃO ÁRABE Na Península Arábica, 5/6 do território correspondem a áreas desérticas, só havendo condições propícias para a concentração humana nos oásis e nas proximidades do mar, especialmente nas regiões do Iêmen e Hedjaz (margem arábica do Mar Vermelho). Até o fim do século VI, a população árabe, de origem semita, vivia dividida em aproximadamente 300 tribos constituídas pelos beduínos, tribos do interior que vagavam pelo deserto em busca de um oásis onde pudessem alimentar seus rebanhos e viviam em guerras constantes, fazendo do saque o principal recurso para a sua sobrevivência; e pelas tribos urbanas, habitantes da faixa costeira do Mar Vermelho e o do sul da Península, cujas condições climáticas e fertilidade do solo favoreciam sua sobrevivência. Nessa regiões, mais propícias à sedentarização, surgiram cidades como Meca e Iatreb (futuramente Medina), que se tornaram grandes centros comerciais da Arábia. Meca, além de importante centro de convergência das caravanas de mercadores procedentes da África, do Extremo Oriente e de outras regiões, era também o principal centro religioso da Arábia. Desde o século V, todos os anos

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para lá se dirigiam os árabes das cidades e os beduínos, a fim de visitar a Caaba, santuário que abrigava as imagens de todos os deuses cultuados pelas diversas tribos árabes. A Caaba, assim como a cidade de Meca, era administrada pelos coraixitas, tribo de aristocratas cujo poder e prestígio advinham dessas peregrinações e controle do comércio das caravanas.

OS ÁRABES ANTES DE MAOMÉ – O MUNDO PRÉ-ISLÂMICO

Até o século VII, a Arábia desconheceu o Estado organizado, sendo as tribos beduínas urbanas, chefiadas pelo xeques, (sheiks), a única forma de organização política que os árabes conheciam. Uma das razões para essa desagregação política é que, apesar da tradição comum da Caaba, da língua e da cultura em geral, os povos árabes envolviam-se em constantes guerras. Por prejudicarem o comércio, firmava-se a necessidade da unificação da Arábia, cujo principal personagem foi Maomé. Membro dos coraixitas, mas oriundo de família pobre, a hashemita, Maomé nasceu em Meca, em 570, e desde a infância participou de caravanas comerciais pelo deserto, tomando contato com crenças monoteístas!, como o judaísmo e o cristianismo. Em 610, após longos anos de meditação, Maomé, dizendo-se profeta, iniciou um trabalho de pregação religiosa, revelando ao mundo árabe o islamismo, religião que condenava o politeísmo e apresentava um sincretismo dos dogmas cristãos e judaicos, considerando Alá o único Deus.

O ISLAMISMO O Islamismo, ou Islão (que significa “submissão a Alá”), tem por base o Corão, ou Alcorão, livro sagrado dos mulçumanos, ou maometanos. O Corão constitui uma espécie de código moral e justiça, definindo também normas de comportamento social.

A EXPANSÃO ÁRABE A expansão do Império iniciou-se com a conquista de territórios bizantinos e persas. Posteriormente, sob a dinastia omíada (661-750), iniciou-se a expansão para o Ocidente, a qual atingiu seu ápice quando Gibral Tarik (711) atravessou o estreito entre África e a Europa, que recebeu seu nome – Gibraltar. Penetrando na Península Ibérica e subjulgando grande parte dos visigodos, os árabes só seriam barrados em 732 pelo franco Carlos Martel, na Batalha de Poitiers, nos Pirineus. Em 750, a dinastia omíada foi derrubada, assumindo o poder a dinastia abássidas. Com os califas abássidas, iniciou-se o período de decadência do Império. Conflitos políticos e religiosos conduziram ao seu desmembramento em califados independentes, os quais sofreriam pressões ! monoteísta-pessoa que adora um só Deus.

crescentes de reconquista por parte dos cristãos europeus: califado de Bagdá, na Ásia; califado do Cairo no Egito; califado de Córdova, na Espanha. É nesse panorama que se encaixa a Guerra de Reconquista da Península Ibérica, iniciada no século VIII, e as cruzadas cristãs contra os mulçumanos, no século XI.

TESTES

01. Assinale a alternativa correta. a) Demonstrando repúdio ao mundo feudal, os

renascentistas forjaram tendenciosamente a concepção de que a Idade Média fora uma época de trevas.

b) O feudalismo foi exatamente igual ao dos períodos dos anteriores.

c) O Império Romano nunca entrou em decadência e persiste até hoje.

d) O Império Romano moldou-se aos valores do cristianismo, por isto surgiu o mundo feudal.

e) Os bárbaros não invadiram o Império Romano. 02. Responda à questão abaixo: Caracterize a Igreja Cristã na Idade Média. _________________________________________ __________________________________________________________________________________

03. Assinale V ou F. ( ) Envolto pelo idealismo religioso, o clero

transmitia à população uma visão de mundo que lhe era conveniente e adequada.

( ) Coube ao clero forjar a mentalidade da época, reforçando o predomínio dos seus senhores feudais (clero e nobreza), justificando os privilégios estabelecidos e oferecendo ao povo, em troca, a promessa do paraíso celestial.

( ) Para os romanos, os bárbaros eram seus parentes longínquos.

( ) Eram os principais grupos bárbaros: tártaros, mongóis, eslavos e germanos.

04. Complete as lacunas: a) A primeira dinastia dos ___________________

que habitavam as Gálias foi a Dinastia ____________.

b) Os “Missi Dominici” fiscalizavam a _____________ dos condados, ducados e marcas, em nome do _________________.

c) No final da Antiguidade, a cidade de ______________hoje Istambul, transformou-se no principal centro econômico-político do que restou do _______________ romano.

Ó Deus, dá-nos a vontade de continuarorando e confiando que Tu vais ouvir eresponder. Em nome de Jesus. Amém.

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05. Responda à questão abaixo: O Império Bizantino era baseado em quê? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 06. Assinale a alternativa correta: a) O Império Bizantino preservou muitas das

instituições latinas, como as normas políticas e administrativas.

b) Na civilização bizantina, o imperador quase não tinha poderes.

c) O imperador era auxiliado por poucos funcionários.

d) Justiniano foi o imperador que levou o Império Bizantino à decadência.

e) Meca não era uma cidade importante antes de Maomé.

07. Responda à questão abaixo: O que é o islamismo? ___________________________________________________________________________________________________________________________ 08. Assinale V ou F: ( ) As tribos urbanas da civilização árabes,

eram habitantes da faixa costeira do Mar Vermelho e do sul da Península.

( ) O islamismo condenava o politeísmo e apresentava um sincretismo dos dogmas cristãos e judaicos.

( ) O deus dos árabes era Tupã. ( ) Em 1970, a dinastia omíada foiu derrubada,

assumindo o poder, a dinastia abássida. 09. Complete as lacunas: a) Até o século VII, a Arábia desconheceu o

_____________organizado. b) As tribos beduínas e urbanas eram chefiadas

pelos_____________________. c) O personagem mais ___________________ da

unificação da _____________foi Maomé. d) Em 1610, após longos anos de meditação,

________________ dizendo-se profeta, iniciou sua pregação.

10. A penetração dos bárbaros no Império Romano: a) foi realizada sempre através de invasões

armadas; b) realizou-se a partir do século VI, quando o

Império entrou em decadência; c) verificou-se inicialmente sob a forma de

migrações pacíficas e, posteriormente, através de invasões armadas;

d) foi realizada sempre de maneira pacífica; e) verificou-se principalmente nos séculos II e III.

11. (UNIP) A importância da Batalha de Poitiers, em 732, no contexto da historia da Europa, justifica-se em função de que:

a) os cristãos foram derrotados pelos árabes, consolidando-se o feudalismo europeu;

b) a derrota árabe frente ao Reino Franco impediu a islamização do Ocidente;

c) a partir daí teve início a Guerra de Reconquista na Península Ibérica;

d) com essa vitória, Carlos Martel tornou-se imperador dos francos;

e) esse evento assinalou o limite da expansão cristã no Mediterrâneo.

12. Carlos Martel é considerado o defensor da

Cristandade contra os muçulmanos porque: a) venceu os mouros na Batalha de Poitiers; b) perdeu a Batalha de Poitiers para os mouros; c) derrotou os visigodos na Batalha de Poitiers; d) perdeu a Batalha de Poitiers para os visigodos. e) N.d.a. 13. Os árabes estenderam seu domínio até a Europa

e a ela transmitiram influencias artísticas, cientificas, econômicas, etc; a área de maior influencia fora:

a) Gália b) Península Ibérica c) Península Itálica d) Europa Ocidental 14. (UFES-Adaptada) Ao promover a conquista de

Meca, em 630, Maomé destruiu todos os ídolos da “Caaba”, conservando, porém, a sua pedra negra, cujo culto manteve. Julgue os itens:

1) Acreditar cegamente no culto à pedra negra, recusando-se, pois, a destruí-la, especialmente depois da ameaça de revolta dos Coraixitas.

2) Ter-se sensibilizado pelos muitos pedidos para que conservasse o culto à pedra negra, principalmente por parte dos “xiitas”.

3) Não vislumbrar importância em tal culto, sendo-lhe indiferente a manutenção ou destruição da pedra negra.

4) Ainda não ter formulado, a essa época, o corpo doutrinário do Islã.

5) Não ver sentido em mandar destruir um culto comum a todos os árabes, quando o que pretendia era unifica-los.

15. As principais contribuições do Império Bizantino

à civilização, foram: a) a ausência de comercio, a desmistificação da

cultura greco-romana e o direito consuetudinário.

b) A ausência de comercio, a propagação da cultura greco-romana e o Corpus Júris Civilis.

c) A manutenção do comercio, a supressão da cultura greco-romana e o direito consuetudinário.

d) A manutenção do comercio, a supressão da cultura greco-romana e o Corpus Júris Civilis.

e) A manutenção do comercio, a propagação da cultura greco-romana e o Corpus Júris Civilis.

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IDADE MÉDIA II

O SISTEMA DA PRODUÇÃO FEUDAL A sociedade feudal era composta por dois estamentos, ou seja, dois grupos sociais com status fixo: os senhores feudais e os servos. Os servos eram constituídos pela maior parte da população camponesa, vivendo como os antigos colonos romanos – presos à terra e sofrendo intensa exploração. Eram obrigados a prestar serviços ao senhor e a pagar-lhes diversos tributos em troca da permissão de uso da terra e de proteção militar.

PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES SERVIS Corvéia: trabalho gratuito nas terras do senhor (manso senhorial) em alguns dias da semana. Talha: porcentagem da produção das tenências.! Banalidades: tributo cobrado pelo uso de instrumentos de ou bens do senhor, como o moinho, o forno, o celeiro, as pontes. Capitação: imposto pago à Igreja, utilizado para a manutenção da capela local. Mão-morta: tributo cobrado na transferência do lote de um servo falecido a seus herdeiros. Embora a vida do camponês fosse miserável e ele se submetesse completamente ao senhor, a palavra escravo seria imprópria para designar sua condição, uma vez que o servo achava-se ligado à terra, não podendo ser dela retirado para ser vendido. Assim, quando um senhor entregava sua terra a outro, o servo apenas passava a ter um novo amo, permanecendo, contudo, na mesma tenência. De certo modo, isso lhe dava alguma segurança, pois ao contrário do escravo, o servo podia sempre contar com um pedaço de terra para sustentar sua família, ainda que precariamente.

! tenências-antiga repartição do tenente-general de artilharia.

Em síntese, a posse da terra era o critério de diferenciação dos grupos sociais, rigidamente definidos: de um lado os senhores, cuja riqueza provinha da posse territorial e do trabalho servil; de outro, os servos, vinculados à terra e sem possibilidades de ascender socialmente. A esse tipo de sociedade, estratificada, sem mobilidade, dá-se o nome de sociedade estamental. De maneira geral, clero, nobreza e servos eram os grupos definidores da hierarquia feudal, havendo entretanto, alguns grupos sociais menores, cujo referencial era estabelecido entre senhores e servos. Nesses grupos encontram-se os vilões, antigos proprietários livres embora permanecessem ligados a um senhor. Na realidade, eram servos com maiores direitos e liberdades.

A terra tinha grande importância nos tempos feudais, em decorrência de escassez da

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moeda e de outras formas de riqueza. Assim estimulou-se a prática de retribuir serviços prestados com a concessão de terras. Os nobres que as cediam eram os suseranos, e aqueles que as recebiam tornavam-se seus vassalos. A relação de obrigação recíproca entre suseranos e vassalos fez da dependência a característica principal das relações sociais feudais. A terra e o feudo eram a unidade básica do modo de produção, possuir terras significava ter poder.

A IGREJA FEUDAL – PODER TEMPLAL E ESPIRITUAL

Por volta do século III, já existia uma estruturação eclesiástica na Igreja Católica. O que não havia definido ainda, eram os papéis hierárquicos.

O Concílio de Nicéia, em 325, estabelecia igualdade de poderes entre os patriarcas (chefes religiosos locais) de

Jerusalém, Antioquia,

Alexandria e Roma. No entanto, acentuava-se cada vez mais a doutrina de que o bispo de Roma era o sucessor de São Pedro, o fundador da Igreja de Roma. O termo “papa” foi usado primeiro, pelo imperador Teodósio, reconhecendo o bispo de Roma; no século IV, como o legítimo chefe da Igreja Católica. Após a queda de Roma nas mãos dos bárbaros (476), o papa se transformara no protetor da cidade, a “Capital do Cristianismo”, a “Cidade Santa”. Diante das novas ameaças de bárbaros, o rei Pepino, o Breve, cedia ao papa a posse sobre vasta área no centro-norte da Itália: o Patrimônio de São Pedro”, que mais tarde se transformou no Estado da Igreja.

O CLERO Os bispos eram eleitos pelo clero e pelo voto da diocese, mas precisavam ser confirmados pelo papa. Como também aumentava o número de cristãos e de sede de bispados, a administração da Igreja tornou-se cada vez mais complexa, sobretudo com a criação da “Cúria Romana”, cujos membros eram denominados de cardeais. A partir de 1059, os cardeais, reunidos em conclave!, eram os membros que elegiam os papas. Porém, no auge do Sacro Império Romano Germânico, os imperadores passaram a influenciar diretamente na escolha dos papas. Foi chamado “Cesaropapispo”. No início da Idade Média, surgiu o “monasticismo”, isto é, fiéis que se retiravam da vida mundana para se dedicarem à meditação em lugares isolados.

! conclave-assembleia de cardeais para a eleição do Papa..

Depois, nasceu o tipo de agregação de monges, que passaram a viver em mosteiros e praticar os votos de castidade, pobreza e caridade, mais tarde de obediência: era o “clero regular”. Em 529. São Bento fundou o Mosteiro de Monte Cassino, na Itália. Nascia a “Ordem de São Bento” ou dos Beneditinos. Mais tarde, surgiram as ordens “dos Cartuxos”, “de Cister”, e outras. Com o desejo de lutar contra as heresias ou levar uma vida inspirada na pobreza do Evangelho, surgiram as “Ordens Mendicantes”, como a “Ordem de São Francisco” (franciscanos) e a “Ordem de São Domingos” (dominicanos). Surgiram também as ordens militares, como a Ordem dos Templários e a Ordem dos Cavaleiros Teutônicos!. Desta forma o clero estava dividido em: Clero Secular: que exercia o sacerdócio, sem estar sujeito à uma “regra”, de ordem religiosa; Clero Regular: que estava ligado à “regra” de uma ordem religiosa.

MOVIMENTO DE CONTESTAÇÃO AOS DOGMAS (HERESIAS) O vigor e a intolerância de liberdade de pensamento por parte da Igreja, fez surgir as heresias: Heresia: erro doutrinário; doutrina contrária a um dogma (verdade religiosa). Já nos fins do Império, havia divergências quanto à doutrina cristã, por vários motivos, como: O crescimento muito rápido, e até mesmo imposto, do cristianismo. O sicretismo religioso, que passou a ser feito nas regiões onde já existiam outras religiões estruturadas ou filosofias espiritualistas, tais como o Zoroastrimos, o Gnosticismo, o Mitraísmo e outras. A interpretação da Bíblia e, sobretudo do Novo Testamento. Assim, surgiram no decorrer da Idade Média, várias heresias, entre elas: O Arianismo e o Nestorianismo, que recusavam o ensinamento da “Santíssima Trindade”, isto é, que Cristo pudesse ser igual a Deus. O filho, segundo eles, foi criado pelo Pai, portanto, não tinha a eternidade e nem a substância dele. Os nestorianos não admitiam que Maria fosse mãe de Deus, mas sim, apenas mãe de Cristo. Tais doutrinas foram bastante desenvolvidas no Império Bizantino.

A QUESTÃO DAS INVESTIDURAS

No século XI, os Estados Pontifícios formavam parte do Sacro Império Romano Germânico. Este exercia poderosa influência sobre a Igreja, impondo a eleição dos pontífices da sua preferência (o cesaropapismo). Um dos grandes problemas da Igreja era seu aspecto feudal. Os bispos e arcebispos, ao administrarem as terras eclesiásticas, agiam como

! teutônicos-relativo aos teutões ou aos germanos; alemão.

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verdadeiros senhores feudais, muitas vezes desfrutavam de grandes riquezas. Muitos bispos eram escolhidos por imperadores, e se transformavam em seus vassalos. Investidura: Ato pelo qual o suserano investia e dava posse num feudo a seu vassalo.

A CULTURA MEDIEVAL A ruína do Império Romano do Ocidente não resultou, como já afirmamos, na deterioração cultural. O que houve na verdade, foi o surgimento de valores adequados à nova ordem feudal emergente, refletindo a superestrutura do período. Com o deslocamento da economia da cidade para o campo, houve uma desorganização não só econômica, mas também social e política nos primeiros séculos da Idade média, fato que inegavelmente afetou a produção cultural e artística. O campo, ao contrário da cidade, não favorecia o desenvolvimento das artes: não existia ali a efervescência cultural típica dos centros urbanos, nem condições que estimulassem o seu florescimento. Assim, a produção artística desse período apenas refletia a simplicidade e rusticidade do cotidiano dos povos germânicos. Mesmo as cidades que resistiram à ruína do Império não desenvolveram atividades culturais e artísticas, pois foram, ou sedes de bispados, ou centros urbanos, onde ocasionalmente os reis se fixavam, como Paris, Reims e Orleans.

• A nova ordem cultural

“No século V, existia ainda uma aristocracia oculta, bem versada em assuntos artísticos e literários, mas no século VI desaparecera quase completamente; à nova nobreza franca, era inteiramente estranha os assuntos de educação e cultura.” HAUSER, Arnold, História social da arte e da cultura. Lisboa, Jornal do Foro, 1954. p.211.

LITERATURA Até meados do século X, o latim constituiu a única língua culta da sociedade européia ocidental. Utilizava-se o latim na celebração das cerimônias religiosas e na redação de documentos oficiais ou de obras literárias. As línguas vulgares, em que se expressavam oralmente os vários povos, constituíam uma fusão do latim com as línguas bárbaras. A partir do século XI, os idiomas nacionais foram se desenvolvendo, passando a ser utilizados também na forma escrita. Assim, as línguas nacionais francesa, inglesa, alemã, italiana e espanhola, tornaram-se um meio de expressão cada vez mais difundido, e a atividade literária refloresceu.

OS TROVADORES Os trovadores eram, quase sempre, os maiores expoentes da cultura cavalheiresca. Entretanto, embora freqüentasse as cortes, muitos deles tinham origem humilde. Todavia, graças ao seu talento, podiam se elevar ao grau de

cavalheiros. Alguns eram, de fato, cavalheiros de nascimento, mas empobrecidos devido à prática do direito de primogenitura, que os privara da herança paterna. Esses cavalheiros sem recursos colocavam-se então, a serviço da corte de algum grande senhor ou perambulavam por toda a parte, recorrendo para sobreviver ao ofício de poetas ou cantores. Havia ainda, trovadores não-profissionais, pertencentes à alta nobreza, como condes, duques e até mesmo príncipes e reis.

MÚSICA Na alta Idade Média, como os beneditinos consideravam a música uma das artes mais nobres, incluíram-na no quadrivium. O canto passou também a fazer parte dos cultos religioso, graças ao papa Gregório Magno (590-604), daí derivando o nome – canto gregoriano – com que ficou conhecido esse gênero musical nos séculos seguintes. Na baixa Idade Média propagou-se a canção, música profana, cantada não só por nobres durante as festas em seus castelos, mas também pelo povo, nas ruas. A canção foi difundida por trovadores e menestréis, música de vida desregrada que tocavam harpa ou viola, e pelos dançarinos. No final do século XII, surgiu nas Igrejas a Ars Antique, que fundia a música religiosa com a profana, resultando na polifonia!, movimento que perdurou até a metade do século XIV. Substituindo pela Ars Nova, o pré-Renascimento na música. O profano sobrepôs-se ao religioso, predominando a liberdade na melodia e no texto, características que marcariam a Renascença.

ARQUITETURA O estilo românico utilizou elementos arquitetônicos dos romanos e teve seu apogeu no século XI, aparecendo em construções de mosteiros, castelos e igrejas. Refletia o mundo feudal teocêntrico: o castelo representava a segurança terrena (o feudo), e a catedral (fortaleza de Deus), a segurança espiritual, ou seja, enfatizava-se ao mesmo tempo o poderio da nobreza e da Igreja. A construção românica é maciça pesada de linhas simples, cobrindo uma área extensa cujo traço predominante é a horizontalidade. Em virtude da pequena quantidade de janelas, seu interior é sombrio, criando uma atmosfera de segurança e tranqüilidade, propícia à submissão e à devoção. O florescimento do gótico!, originário da região de Paris, esteve intimamente ligado à prosperidade da economia urbana e ao desenvolvimento do conhecimento. Enquanto a igreja românica havia sido fruto da criação das comunidades rurais, dos monges, típicas da Alta Idade Média, a catedral gótica representava a obra da cidade e dos artifícios das corporações de ofício, refletindo a mentalidade da Baixa Idade Média.

! polifonia-pluralidade de sons; ! gótico-estilo arquitetônico forido, ogival, da Idade Media.

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CIÊNCIA

Ao contrário da teologia, as ciências não avançaram muito no mundo medieval, especialmente durante a Alta Idade Média. Enquanto as civilizações sarracena! e bizantina, apoiadas no legado oriental, desenvolviam amplos estudos de astronomia, matemática, física e medicina, a sociedade européia, influenciada pelo cristianismo, mergulhava em profundo misticismo. A Igreja repudiava qualquer manifestação de pensamento que colocasse em risco convicções religiosas, impondo, dessa forma, barreiras à indagação científica. Um exemplo da repressão da Igreja aos avanços científicos é o caso de Roger Bacon (1220-1295), um dos mais famosos cientistas medievais, defensor do método experimental e autor de diversos trabalhos no campo da óptica e da geografia, que foi condenado a morrer na fogueira pela Santa inquisição.

AS CRUZADAS CONCEITO DE CRUZADAS

O movimento cruzadista é, geralmente, definido como uma série de expedições armadas, realizadas pelos cristãos contra os mulçumanos, com o propósito de romper o cerco a que vinham submetendo a Europa desde o século VIII Assim a idéia de libertação de lugares religiosos tradicionais, como o Santo Sepulcro, na Palestina, transformou-se em bandeira desse movimento. Essas expedições já eram solicitadas pelos imperadores bizantinos, que necessitavam de auxílio do Ocidente para conter o avanço dos turcos seldjúcidas sobre seu território. A Igreja Católica acabou assumindo a dinamização do movimento cruzadista, ambicionando reafirmar-se no Oriente; alcançaria

! sarracena-designativo dos árabes que dominaram na Espanha.

assim, seu ideal de unificação das duas igrejas, anulando a autonomia da Igreja Ortodoxa.

FATORES Não se pode ignorar o aspecto religioso das Cruzadas. O homem medieval era antes de tudo um servidor de Deus. Combater o infiel mulçumano, se lhe dava satisfação material, representava também a salvação eterna. Pode-se destacar um motivo particular: a ascensão do poder papal. Com o cisma ocorrido na Querela das Investiduras, A Igreja passou a ter dois papas. O papa no exílio, Urbano II, queria demonstrar força, ao convocar a Cruzada. Deve-se considerar ainda o Cisma do Oriente, em 1054, quando o patriarca de Constantinopla rejeitou a supremacia de Roma e nasceu a Igreja Cismática Grega, ou Ortodoxa. Reconquistar esses fiéis era mais um estímulo para a Cruzada. Enfim, o próprio imperador bizantino estava interessado numa ofensiva contra os mulçumanos, para afastar sua pressão contra Constantinopla.

AS REPERCUSSÕES DAS CRUZADAS As Cruzadas dinamizaram as relações comerciais entre Ocidente e Oriente. Reabriram o Mediterrâneo aos europeus. Até o comércio proibido pela Igreja era praticado com os mulçumanos: a venda de armas de ferro e escravos cristãos, em troca de produtos e escravos mulçumanos. Os interesses materiais passavam a superar os limites da fé. A partir ‘das cidades italianas do Mediterrâneo, mercadorias orientais se espalhavam pelo mundo ocidental. O contato com os bizantinos e mulçumanos despertou nos cristãos um gosto mais apurado. O mercado de produtos orientais se ampliou: açúcar, arroz, algodão, café, marfim, frutas, cítricas, perfumes, tecidos e as chamadas especiarias, como pimenta, canela e cravo-da-índia. Surgiram novas práticas comerciais, como a letra de câmbio, o cheque, a contabilidade. O renascimento comercial trouxe o crescimento das cidades, a economia baseada na moeda, a expansão do mercado, o surgimento da classe dos comerciantes, a difusão do espírito de lucro e o racionalismo econômico. O pré-capitalismo fazia sua aparição no mundo medieval.

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O RENASCIMENTO COMERCIAL

Na Baixa Idade Média (séculos XII-XV), começou a nascer o capitalismo, ou melhor, o pré-capitalismo, pois se já havia produção para o mercado, trocas monetárias e espírito de lucro, ainda não havia a relação assalariada. Seu nascimento está ligado à crise do feudalismo, explicada pelo aumento da população, que estimulou o consumo de produtos para alimentação, vestuário e habitação. Com o fim das ondas invasoras, voltou a reinar segurança e cresceram a circulação de mercadorias e o número de pessoas disponíveis para trabalhar. Esse dinamismo entrou em choque com o sistema de produção servil. A saída seria substituí-lo pelo regime de trabalho assalariado. No sistema capitalista, o crescimento da população, em vez de problema, seria solução: haveria mais consumo, mais produção e mais mercado.

O RENASCIMENTO URBANO

Com o fim do isolamento do sistema feudal, a população européia voltou a agrupar-se em povoados que se transformaram em cidades, desenvolvidas pelo incentivo comercial. Os servos, vilões e nobres que se haviam transformado em aventureiros ou assaltantes de estrada foram trocando as atividades ilegais pelo comércio legal. Compravam aqui e iam vender adiante. No inverno; abrigavam-se nos castelos e palácios episcopais. Os locais passaram a funcionar como pólos de comércio. Com o tempo, estabelecimentos surgiram fora dos muros dos castelos. Ao longo das estradas e dos rios, nasciam agrupamentos que atraíam os camponeses e, mais tarde, tornavam-se cidades. As que já existiam, passaram a progredir após o século XI.

O DESENVOLVIMENTO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL Os primeiros tempos do comércio foram difíceis. Faltava, bons navios, instrumentos, portos aparelhados e estradas transitáveis. Por terra, os mercadores viajavam acompanhados de guardas armados. E ainda havia os pedágios, que os senhores feudais cobravam apenas para aumentar suas rendas. Com o surgimento de mercados urbanos, companhias mercantis e contabilidade, o comércio deixou de ser itinerante e cíclico, passando a ter um caráter constante. Foi uma evolução. Havia um fator favorável ao comércio internacional: a passagem pelas fronteiras era livre. As barreiras políticas só começaram a aparecer no século XV, com a formação dos Estados e o fortalecimento do nacionalismo.

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TESTES

01. Complete as lacunas: a) A sociedade _________________ era composta

por dois ___________, ou seja, dois grupos sociais com status fixo: os _________ e os _______________

b) Os servos eram constituídos pela maior parte da ________________ camponesa.

c) O servo podia sempre contar com um pedaço de terra para _____________ sua ____________, ainda que precariamente.

d) A terra tinha grande importância nos __________________feudais, em ____________________ da escassez da moeda e de outras formas de ___________________.

02. Responda à questão:

Como era formada a pirâmide social da Idade Média?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

03. Relacione as colunas: a) Corvéia b) Talha c) Banalidade d) Mão-Morte ( ) Porcentagem da produção das tenências. ( ) Trabalho gratuito nas terras do senhor em

alguns dias da semana.

( ) Tributo cobrado na transferência do lote de um servo falecido a seus herdeiros.

04. Responda à questão abaixo:

O que é heresia? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 05. Assinale V ou F. ( ) O termo papa foi usado, primeiro pelo

imperador Teodósio, reconhecendo o bispo de Roma, no século IV, como o legítimo chefe da Igreja Católica.

( ) Os bispos eram feitos pelo clero e pelo povo da diocese, mas precisavam ser confirmados pelo papa.

( ) A investidura é o ato pelo qual o suserano investia e dava posse num feudo a um de seus vassalos.

( ) Os trovadores eram, quase sempre, os maiores expoentes da cultura cavalheiresca.

06. Complete as lacunas: a) O estilo _________________ refletia o mundo

feudal teocêntrico. b) A construção ________________ tem linhas

simples e tem uma área extensa no sentido horizontal.

c) O _____________________ está intimamente ligado à _____________ da economia urbana.

d) As ____________________ dinamizaram as relações comerciais entre Ocidente e Oriente.

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07. Responda à questão abaixo? O que foram as Cruzadas?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

08. Assinale a alternativa correta: a) Na Baixa Idade Média Começou a nascer o

capitalismo. b) O nascimento do capitalismo não está ligado à

crise do feudalismo. c) Com o fim das ondas invasoras, não voltou a

reinar segurança. d) No capitalismo o crescimento da população era

um problema. 09. Complete as lacunas. a) Com o fim do ______________ do sistema

feudal, a população européia voltou a formar cidades.

b) Os_______________________________ e ___________________ que se haviam transformado em aventureiros ou assaltantes, foram trocando as atividades ilegais pelo comércio legal.

c) Os primeiros tempos do ________________ foram difíceis.

d) O renascimento ___________________ trouxe o crescimento das cidades.

10. Observe com atenção o quadro abaixo datado

do século XIV, que representa uma paisagem urbana medieval.

a) Identifique no quadro duas construções

arquitetônicas típicas de uma cidade medieval. b) Relacione essas construções aos grupos sociais

que compõem a hierarquia da cidade medieval. c) Cite duas atividades econômicas ou sociais na

cidade medieval.

11. Entre os séculos XI e XIII, o restabelecimento de uma relativa paz na Europa Ocidental, a sociedade feudal tende a se modificar o revigoramento da atividade comercial é a mais significativa das transformações e tem como efeitos imediatos, EXCETO:

a) A expansão das atividades urbanas. b) O fim das relações feudais de produção. c) O crescimento da produção agrícola. d) A intensificação das relações monetárias. e) O surgimento de novas classes sociais. 12. Durante a baixa Idade Média (séc.XI-XV), o

modo de produção feudal conheceu o seu apogeu, mas também foi nesse período que as contradições inerentes a esse sistema avolumaram-se, determinando a sua superação. São fatores responsáveis pela desarticulação das estruturas feudais, EXCETO:

a) busca queda da produtividade na agricultura, devido à resistência dos senhores feudais a técnicas agrícolas avançadas.

b) Desenvolvimento da atividade mercantil tanto a nível inter-regional quanto à longa distancia.

c) Crescente urbanização, conduzindo a uma gradual especialização da economia, caracterizada pela cisão entre campo e cidade.

d) Surgimento da burguesia como um novo seguimento social que foi se definindo no rígido contexto da hierarquização da sociedade feudal.

e) Organização de expedições militares cristãs contra muçulmanos no Oriente Médio, pondo fim ao domínio secular dos árabes sobre o Mediterrâneo.

13. Entre os séculos XII e XIV, ocorreram intensas

mudanças na vida da população da Europa Ocidental, quebrando a “pureza” do feudalismo. Dentre elas destacam-se, EXCETO:

a) Enriquecimento da classe mercantil, que supera o poder político da aristocracia feudal.

b) Intensificação das relações monetárias, rompendo a base natural da economia feudal.

c) Crescimento da atividade comercial, devido ao aumento do volume dos excedentes.

d) Aumento da produção agrícola provocando a queda na taxa de mortalidade.

e) Formações das corporações de oficio, defendendo o trabalho artesanal nas novas cidades.

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AS MONARQUIAS NACIONAIS

As rígidas estruturas do sistema feudal, entretanto, constituíam verdadeiros entraves ao desenvolvimento da principal atividade dos burgueses, o comércio. A existência de diferentes moedas, tributos, pesos, medidas e leis, que variavam de feudo para feudo, dificultava a expansão da atividade

comercial. Havia, portanto, um grande interesse por parte da burguesia em instituir um poder forte e centralizado, que pudesse suplantar a autoridade da nobreza, eliminando o particularismo feudal. Ao mesmo tempo, havia o interesse dos reis, que desejavam fortalecer-se politicamente, submetendo a nobreza e limitando a atuação da Igreja. Assim, a partir do final do século XI a união dos reis e da burguesia pelos mesmos interesses levou ao processo de formação das monarquias nacionais. A centralização do poder, embora progressiva, permitiu que se instituíssem em diversos países, impostos, moedas, exércitos e justiça de abrangência nacional.

FRANÇA

A França originou-se do império Carolíngio,

principalmente após o Tratado de Verdun (843). No entanto, os reis carolíngios não tinham mais do que o poder simbólico. Surgiram daí, sucessivas lutas e disputas internas. Em 987, o senhor feudal Hugo Capeto assumia o trono, com apoio de alguns senhores feudais. Começava o governo de Dinastia Capetíngia, que durou ate o ano de 1337. O poder passou a ser cada vez mais disputado dentro do reino, sobretudo a partir dos anos 1200. Tal disputa conduzia a um processo de centralização, muito forte nos governos de Luis VI,

Luis VII e, principalmente, de Felipe Augusto (1180-1223), que expandiu seus domínios. Luis IX (ou São Luis) organizou as duas ultimas cruzadas, morrendo na ultima delas. Instituiu o “direito do apeio”, pelo qual os cidadãos poderiam apelar para garantir um direito lesado; o Parlamento. Na política externa, diminui a rivalidade com a Inglaterra. Outro grande destaque foi o rei Felipe VI, o Belo. Com ele, o poder passou a ser definitivamente centralizado. Foi um excelente administrador. Teve, porem, um atrito com o papa Bonifácio VIII, colocando-o inclusive como prisioneiro em Avignon, por motivos de impostos. Foi também, durante seu governo, que se instituiu a “Assembléia dos estados Gerais”, composta de representantes do clero, da nobreza e da burguesia. Com sua morte, a França entrou num colapso político que gerou a “Guerra dos Cem Anos”.

INGLATERRA

Após o governo de Ricardo, Coração de Leão, seu irmão João Sem Terra, que já havia tentado usurpar! o trono do irmão, Ricardo, enquanto este fora para a Terceira Cruzada, assumiu o trono inglês, conduzindo-o a uma política desastrosa. Perdeu grande parte dos domínios ingleses na França, para o rei francês Felipe Augusto, da França, na invasão da Inglaterra. João Sem Terra submeteu-se, então, à vontade papal. Na disputa de Flandes, 1214, a Inglaterra perdia mais territórios para a França. Por tudo isso, e por suas atitudes absolutistas, a nobreza e a burguesia inglesa impunham uma limitação ao poder de João Sem Terra em 1215; era a “Carta Magna”. Por ela, o rei não podia aumentar ou baixar os impostos sem ouvir o “Grande Conselho” (ou parlamento); nenhum individuo poderia ser preso sem prévio julgamento; e todos os ingleses tinham assegurado seus direitos contra as arbitrariedades do poder político. No entanto, ele ainda era de conotação feudal. Seu sucessor, Henrique III, pelos seus desmandos na política externa, sofreu a reação do Parlamento, liderado por Simon de Montfort, que estabelecia uma serie de reformas administrativas. Com os reis seguintes, o Parlamento for tomando cada vez mais autoridade, ate que, na metade do século XV, já estava dividido em duas câmaras: a Câmara dos Lords (ou alta) e Camara dos Comuns (ou baixa). Em 1066, Guilherme, o Conquistador, duque da Normandia (França), conquistou a Inglaterra, na Batalha de Hastings, vencendo 7o rei Haroldo. Guilherme fundava, assim, a dinastia inglesa dos plantagenetas, que exercia grande poderio ate mesmo na França.

! usurpar-apoderar-se violentamente, tomar à força.

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Mais tarde, Henrique II continuou a política de centralização e conquista. Porem, o auge do poder inglês for o rei Ricardo, Coração de Leão, que participou da 3ª Cruzada. Henrique II é o precursor do Absolutismo Inglês, abolindo inclusive, os privilégios do clero.

ALEMANHA As monarquias nacionais da Alemanha e da Itália não se desenvolveram senão muito depois do fim da Idade Media. Os constantes conflitos entre os imperadores do Sacro império e os papas acabaram por comprometer a unidade da Alemanha e da Itália, mantendo essas duas regiões divididas em numerosos estados, alguns deles extremamente pequenos. A luta entre o papado e o Império manifestou-se decisivamente durante o pontificado de Gregório VII (1073-1085), quando teve inicio a Querela das Investiduras. No Sacro Império, o clero estava submisso aos soberanos, que nomeavam – investiam – os bispos ou exerciam dura pressão para impor candidatos de sua escolha, muitas vezes pessoas corruptas, indignas do cargo que ocupavam.

A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E ESPANHA E A RECONQUISTA

A unificação política da Espanha, bem como a de Portugal, não está associada a uma significativa evolução da economia burguesa, como na França e na Inglaterra. Fundamentalmente, ela originou-se da necessidade que tiveram os nobres de se unir no combate aos muçulmanos durante a Guerra da Reconquista. Com a decadência do Império Romano, a Península Ibérica fora invadida pelos visigodos!, povo bárbaro posteriormente convertido ao cristianismo. Os visigodos predominaram na região ate 711, quando os muçulmanos invadiram a Península, destruindo o reino visigótico cristão. Acusados, os cristãos deslocaram-se para o norte da região, ali formando o reino das Astúrias. A partir de então, durante séculos, os cristãos lutaram contra os muçulmanos pela recuperação de seus territórios. Essas lutas tornaram-se mais intensas a partir do século XI, com a influencia do espírito das Cruzadas. Da Guerra de Reconquista nasceram, ao longo dos séculos XI e XII, os reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão. Castela e Aragão acabaram por anexar os dois outros reinos, bem como os novos territórios reconquistados pelos cristãos. Em 1496, o casamento dos reis Fernando de Aragão e Isabel de Castela, os dois reinos se unificaram, restando do antigo domínio árabe apenas o reino de Granada, no sul da Espanha. A conquista de Granada, efetuada em 1492 por Fernando de Aragão, encerraria o domínio muçulmano na Península Ibérica e finalizaria o processo de formação da monarquia nacional espanhola. ! visigodos-godos do Ocidente.

A GUERRA DE RECONQUISTA A guerra de reconquista, entre cristãos e árabes, fez parte da política ofensiva européia, que tencionava conquistar pouco a pouco a Península Ibérica. Sob uma máscara religiosa – a cruz era a arma usada contra os “infiéis”, - formaram-se os reinos espanhóis e também o português. A partir de 1492, quando toda a Península Ibérica foi “libertada” com a conquista de Granada, a Reconquista continuou pelo norte da África. Também relacionado ao processo de reconquista, está o surgimento do reino de Portugal. Durante a Baixa Idade Média, os embates entre cristãos e mulçumanos atraíam grande número de cavaleiros medievais. Esses cavaleiros procedentes de diversas regiões da Europa, dispunham-se a apoiar os reinos ibéricos em troca de benefícios ou concessões. Entre esses nobres, distinguiu-se Henrique, da casa de Borgonha. O auxilio prestado ao rei Afonso VI, de Leão, valeu-lhe o casamento com uma de suas filhas e o recebimento do Condado Portucalense, cujas terras compreendiam as cidades de Braga, Coimbra, Viseu, Lamego e Porto.

Em 1139, sob a liderança de Afonso Henriques, filho de Henrique de Borgonha, o Condado Portucalense proclamou sua independência. Surgia, assim, o reino de Portugal, governado pela dinastia de Borgonha. Durante o reinado dessa dinastia, o reino português expandiu seus territórios, conquistando aos mouros, terras localizadas ao sul do país.

Quanto mais confiamos nossa vida a Cristo,mais liberdade temos para viver uma vidaabundante.

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A DESAGREGAÇÃO DO SISTEMA FEUDAL

Castelo feudal, com seus servos na agricultura.

A principal força interna a impulsionar a transformação do sistema feudal, era a incapacidade em atender à nobreza, que precisava de novas fontes de receitas. Forças externas estavam ligadas ao desenvolvimento do comércio e das cidades. Fatores internos predominaram e modelaram a ação das forças externas. De modo geral, observamos dois movimentos básicos: abertura e fechamento. Nas regiões onde o capitalismo era mais desenvolvido, o feudalismo caminhou para a abertura. Os senhores feudais, pressionados pela necessidade de consumo de produtos urbanos, eram obrigados a aumentar a produção, o que só seria possível com a substituição do trabalho servil pelo assalariado ou semelhante (Europa ocidental). Nas regiões de pequeno desenvolvimento capitalista, o sistema caminhou para o fechamento; alguns senhores feudais chegaram a aumentar as obrigações dos servos, transformando-os em escravos (Europa Oriental, por exemplo a Rússia). Se havia alta densidade demográfica, substituíam os servos por outros, mais baratos. Se havia pouca terra arável, aumentavam a produtividade com novas formas de trabalho. Se havia muita terra, aumentavam as áreas de cultivo. Em regiões como o sul, os senhores feudais eram originários de proprietários romanos que tinham regredido sua produção a padrões de subsistência, o que explica sua mentalidade aberta. No norte e leste, havia raízes germânicas e políticas; a mentalidade era mais fechada. Em regiões de grande desenvolvimento comercial, alta densidade demográfica, pouca terra disponível e origem românica, o feudalismo caminhou para o capitalismo. Capitalismo pouco desenvolvido, baixa densidade demográfica, alta disponibilidade de terra e origem germânica levaram ao escravismo, uma segunda servidão.

As divisões da propriedade passaram a levar em conta as terras com melhores condições de cultivo. Nas novas terras, em geral, adotou-se novo sistema de trabalho, baseado em obrigações temporárias. Servos e vilões foram substituídos por jornaleiros. Senhores feudais começaram a valorizar a produção para vender no mercado. O aparecimento do artesanato dava origem a mais artigos de luxo, que os senhores feudais procuravam nas cidades. Muitos, atraídos pela vida na corte ou pelas guerras deixavam a terra aos cuidados de um administrador. Este se dedicava ao cultivo de vinhas ou produtos que requeiram menos trabalho e rendiam mais; cedia o resto da terra em arrendamento ou parceria, com contratos de até ou vinte anos.

O DINHEIRO SUBSTITUI AS OBRIGAÇÕES FEUDAIS A política econômica das cidades buscava o equilíbrio entre oferta e procura. Havia rígida intervenção na produção e até a quantidade de moedas emitidas era controlada (a partir do século XIII, a cidade passou a cunhar moedas, comprando ou arrendando esse direito restrito ao senhor feudal). As corporações ou grêmios têm origem controvertida. As primeiras associações tinham preocupações econômicas e caridosas, voltadas para os próprios associados. Na primeira etapa da organização das cidades, a atividade mercantil e artesanal gozou de relativa liberdade. Procurava-se favorecer o abastecimento e formar um mercado local. As ordenações municipais proibiam o comércio a varejo aos estrangeiros, mas os estimulavam ao grande comércio. Havia rigoroso controle de qualidade, com inspeções periódicas. Artigos de primeira necessidade (pão, vinho, pescado, cerveja, cereais) tinham preços sujeitos a regulamentação. Ferro e carvão eram livres. A corporação municipal fixava os salários de trabalhadores temporários, como pedreiros e alfaiates. Outros ganhavam por dia ou sobre peça produzida. As corporações, quando cresciam, reivindicavam para si o direito de controlar o salário dos associados, impedindo a a cão municipal.

A CONCENTRAÇÃO DO PODER POLÍTICO Enquanto o feudalismo estava no auge, principalmente entre o século X e o século XII, o poder era descentralizado, isto é, exercido pelos senhores feudais. Os soberanos detinham apenas o poder simbólico ou nominal. No entanto, com gradativo enfraquecimento das terras férteis e, conseqüentemente, do poder senhorial, ressurgia aos poucos uma nova estrutura sócio-político-econômica. O comércio passou a dar mais riquezas, para uma nova classe emergente!: a burguesia. Esta, por sua vez, passou a apoiar os reis, que, aos poucos, também conseguiam se projetar dentro do ! emergente-resultante, procedente, que aparece.

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reino, determinando a justiça e organizando o exército. Finalmente, com as constantes guerras dentro dos reinos ou entre os vários reinos da Europa, os soberanos passaram a centralizar o poder. Surgiram, assim, as Monarquias Nacionais. Desta forma, pode-se afirmar que, enquanto op sistema entrava em declínio, uma nova ordem surgia na Europa, caracterizada pela centralização e unificação, conseguidas através da força, da justiça e da tributação.

A ALIANÇA ENTRE REI E BURGUESIA As crises de retração e crescimento favoreceram a centralização do poder real. A crise de retração do século XIV provocou revolta, e os nobres apelaram ao rei para sufocá-las. Na crise de crescimento do século XV, a alta burguesia também apelou ao rei para conter distúrbios nas cidades; e a expansão marítima, solução para a crise, só se daria caso o rei canalizasse recursos da nação, pois se tratava de empreendimento muito grandioso.

CONFLITOS MEDIEVAIS A GUERRA DOS CEM ANOS

ANTECEDENTES

• O maior vassalo francês era, também, rei da Inglaterra.

Desde a tomada do reino inglês em 1066, por

Guilherme, o Conquistador, duque da Normandia, a França ficou na incômoda situação de ter um de seus nobres como Rei da Inglaterra.

• O enorme poder concentrado nas mãos do

Duque de Normandia (Rei da Inglaterra) era uma constante preocupação para o rei francês.

CAUSAS

A Guerra dos Cem Anos entre a França e a Inglaterra foi uma renovação de uma antiga rivalidade criada pela ascendência dos Plantagenetas ao trono da Inglaterra. Várias causas haviam surgido para incentivar o antagonismo

existente entre a França e a Inglaterra, porém três delas são muito importantes: • Oposição inglesa à suserania! francesa em

Flandres, à qual vendiam lã. Flandres era cobiçado pelos soberanos

franceses, por seu comércio e suas indústrias têxteis. As cidades flamengas, desejando conservar sua liberdade, procuram o apoio dos ingleses, com que tinham grandes relações comerciais, pois era o mercado consumidor das lãs da Inglaterra. A aliança flamengo-inglesa profundamente os reis franceses. • Oposição francesa à existência de um feudo

inglês em França, a Guiana. Único feudo que os ingleses ainda possuíam

na França, era também pretendido pelos Capetos. • Desejo do rei inglês, Eduardo III, de obter o

trono francês por morte de Carlos IV; ligado à casa real francesa, por meio da mãe, foi impedido de consumar sua ambição, em vista de uma lei antiga: “Lei Sálica”.

O último dos Capetos, um filho de Felipe, o Belo, havia morrido sem deixar descendente masculino. O parente mais próximo do rei morto era Eduardo III, da Inglaterra, mas por linha feminina. Os nobres franceses preferiam o parentesco de Felipe de Valois, mais afastado, porém, parentesco por linha masculina. A aplicação da “lei sálica”, velho costume dos franceses que vedava às mulheres ocupar, como governantes, o trono francês e, conseqüentemente, transmitir a herança ao mesmo, foi apenas um motivo para os franceses descartarem-se de um possível rei inglês, mandando no trono da França.

A FOME E A PESTE

Os anos de 1315 a 1317

constituíram um período de

extrema penúria na

Europa, chamado de Grande Fome. Uma série de más colheitas

havia comprometido a já escassa produção agrícola. Mesmo nas décadas posteriores a esse período, a fome foi uma presença constante na sociedade européia. A população desnutrida, tornava-se suscetível a toda sorte de doenças. As péssimas condições de higiene favoreciam a rápida propagação dessas doenças, transformando-as em verdadeiras epidemias. O mais terrível desses surtos epidêmicos foi a chamada peste negra, que matou 25 milhões de pessoas (um terço da população européia), entre 1347 e 1350. !suserania-qualidade ou poder de suserano, no regime feudal.

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AS REVOLUÇÕES SOCIAIS

“A segunda metade do século XIV foi um tempo de revoltas das classes populares nos campos e nas cidades”. Tais rebeliões foram causadas não tanto pela miséria, mais pelas esperanças dos trabalhadores que estavam sendo frustradas.

Na Inglaterra, em 1381, ocorreu outra grande

rebelião camponesa contra os aumentos de impostos, a servidão e os cercamentos das terras comuns que estavam sendo feitos pelos nobres. Liderados por um padre chamado John Baal e por um limpador de chaminés de nome Wat Tyler, os revoltosos queriam uma divisão de terras e possuíam idéias igualitárias, expressas em frases como a seguinte: “Quando Adão cultivava e Eva fiava, quem era o nobre?” Rebelada, a massa camponesa arrasou castelos, matou funcionários do rei e nobres, invadindo a cidade de Londres, onde se encontrava o rei Ricardo II. Pressionado, o rei prometeu diminuir os impostos, ordenar a derrubada das cercas, bem como acabar com a servidão e obrigações feudais. Confiando nas promessas do rei, os camponeses se desmobilizaram e a maioria retornou a suas aldeias. Enquanto isso, o rei e os nobres organizaram suas forças e desencadearam violenta repressão. Wal Tyler foi assassinado, John Baal e outros líderes foram presos e execultados. Aldeias inteiras foram queimadas. Também aqui o temor de novas revoltas fez com que os nobres e o rei mantivessem extintas a servidão e algumas das obrigações feudais.

TESTES

01. Complete as lacunas: a) As rígidas estruturas do ___________________

feudal, constituíam verdadeiros entraves ao __________________do comércio.

b) Havia grande interesse por parte da ______________ em instituir um poder forte e _________________.

c) Havia o interesse do rei em eliminar o poder da _____________.

d) Henrique II é o _______________do Absolutismo inglês.

02. Assinale a alternativa correta:

a) A França originou-se do Império Carolíngio, principalmente após o Tratado de Verdun (843).

b) Os reis carolíngios tinham o poder total. c) Luís IX organizou todas as cruzadas. d) O rei Felipe da França foi o responsável pela

desagregação do mundo feudal. 03. Responda à questão abaixo:

Quem foi Guilherme o Conquistador? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

04. Responda à questão abaixo:

O que foi a Guerra da Reconquista? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

05. Complete as lacunas abaixo: a) As monarquias nacionais da __________ não se

desenvolveram senão muito depois do fim da Idade Média.

b) No ______________ império, o clero estava _______________ aos soberanos.

c) A ________________ política da Espanha e de Portugal não está ____________________________ a uma significativa evolução da economia ____________________.

d) Com a decadência do ____________ Romano, a Península Ibérica foi invadida pelos visigodos.

06. Assinale V ou F. ( ) A unificação política de Portugal e Espanha

originou-se da necessidade que os nobres tiveram de unir-se no combate aos muçulmanos.

( ) Durante séculos, os cristãos lutaram contra os muçulmanos pela recuperação de seus territórios.

( ) Com a liderança de Dom Pedro I, o Condado Portucalense proclamou sua independência.

( ) O reino português expandiu seus territórios, conquistando aos mouros terras do sul do país.

07. Responda à questão abaixo:

Quais os motivos para a decadência do sistema feudal?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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08. Complete as lacunas: a) Nas regiões onde o capitalismo era mais

______________________, o feudalismo caminhou para a abertura.

b) Os senhores feudais, pressionados pela necessidade de ______________ de produtos urbanos, eram obrigados a aumentar a __________________.

c) Nas regiões de pequeno desenvolvimento ______________, o sistema caminhou para o fechamento.

d) Alguns senhores feudais chegaram a aumentar as obrigações dos _________________ transformando-os em __________________

09. Assinale V ou F. ( ) Nas novas terras, adotou-se novo sistema

de trabalho, baseado em obrigações temporárias.

( ) Servos e vilões foram substituídos por jornaleiros.

( ) Muitos senhores feudais, atraídos pela vida da corte e pelas guerras, procuravam as cidades e deixavam os feudos aos cuidados de administradores.

( ) Depois do feudalismo surgiu o mundo clássico.

10. (CEFET-MG) A peste negra, que dizimou grande

parte da população européia no século XIV, provocando escassez de mão-de-obra e alimentos, e sendo uma das causas da decadência do feudalismo, pode ser descrita como:

a) A peste bubônica, transmitida por ratos infectados.

b) Uma seca violenta que devastou as lavouras. c) Nuvens de gafanhotos provenientes do norte da

África. d) A cólera, trazida pelos cruzados quando

retornavam da terra santa. e) Fungos que surgiram pelo excesso de umidade,

atacando as plantações de cereais. 11. (Fatec-SP) Dentre as causas da desagregação

da ordem econômica feudal, é possível mencionar:

a) a capitalização intensa realizada pelos artesãos medievais e a criação de grandes unidades industriais, que acabaram subvertendo a economia feudal.

b) O desinteresse da nobreza e do clero pela manutenção do Feudalismo, pois esses setores se beneficiariam com o advento da sociedade baseada no lucro.

c) O surgimento das corporações de oficio e a substituição do “justo preço”, que restringia as possibilidades de lucro, pelo preço de mercado.

d) O revivescimento do comercio e a conseqüente circulação monetária, que abalaram a auto-suficiência da economia senhorial.

e) A substituição gradativa do trabalho escravo pelo trabalho assalariado dentro do feudo, o que criou condições para a constituição de um

sistema de mercado dentro da própria unidade feudal.

12. (UFPE) A crise do sistema feudal acelerou-se no

século XIV. Esta crise manifestou-se de várias maneiras. Assinale a alternativa incorreta.

a) Devido à forma de exploração utilizada durante toda a idade Média houve esgotamento do solo e consequentemente a produção agrícola diminuiu.

b) A queda da produção agrícola teve como conseqüência imediata a subida dos preços.

c) Com a falta de produtos os mercados tendiam a fechar nas cidades e a fome atingiu também a população do campo.

d) Neste período a peste negra assolava em toda a Europa causando a morte da população.

e) Com a diminuição da taxa de crescimento populacional os preços tenderam a baixar e os senhores feudais e nobres mantiveram seu padrão econômico.

13. (FUVEST-1999) A peste, a fome e a guerra

constituíram os elementos mais visíveis e terríveis do que se conhece como a crise do século XIV. Como conseqüência dessa crise, ocorrida na Baixa Idade Média.

a) o movimento de reforma do cristianismo foi interrompido por mais de um século, antes de reaparecer com Lutero e iniciar a modernidade;

b) o campesinato, que estava em vias de conquistar a liberdade, voltou novamente a cair, por mais de um século, na servidão feudal;

c) o processo de centralização e concentração do poder político intensificou-se até se tornar absoluto, no inicio da modernidade;

d) o feudalismo entrou em colapso no campo, mas manteve sua dominação sobre a economia urbana até o fim do Antigo Regime;

e) entre as classes sociais, a nobreza foi a menos prejudicada pela crise, ao contrário do que ocorreu com a burguesia.

14. No século XIV, os portões dos feudos se

fecharam para os visitantes, que passaram a ser vistos como inimigos. O isolamento entre os reinos tornou-se ainda maior e havia um crescente sentimento de xenofobia. Ninguém era bem vindo e todos eram suspeitos de carregar a peste. Nos anos que se seguiram, os europeus viveram dominados pelo medo e por uma só pergunta: quando ela vai voltar? O texto trata da:

a) Peste Negra, que, juntamente com a Grande Fome e a Guerra dos Cem Anos, acelerou a crise do sistema feudal.

b) Peste Negra, que, juntamente com a Guerra das Duas Rosas e a Grande Fome, acelerou a crise do sistema feudal.

c) Gripe Espanhola, que, juntamente com a Peste Negra, foi responsável pela fome que causou uma grande migração de europeus.

d) Seqüência de expedições chamadas “Cruzadas”, que aceleraram o fim do sistema feudal.

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IDADE MODERNA

A TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO PARA O CAPITALISMO

Características que marcaram a decadência do

Sistema feudal

Costuma-se chamar Revolução Comercial ao conjunto dos fatos que deram origem ao comércio da Idade Moderna e as suas principais características, abrangidos pelo período que transcorreu em meados do século XV e o final do século XVI. Entre as principais características desta revolução merecem destaque: • O ressurgimento do comércio feito através

dos mercadores, das hansas! e das confrarias!.

• O ressurgimento da vida urbana, na segunda metade da Idade Média.

• A reconquista de boa parte do Mar Mediterrâneo, que antes estava sob o poder dos árabes.

• A introdução na Europa, de novos produtos trazidos do Oriente, que genericamente eram chamados de “especiarias”.

• O surgimento dos Estados Nacionais, nos quais os reis se transformaram em soberanos absolutos da justiça, da economia e da política.

• A ascensão da burguesia, que passou a criar novos instrumentos de trocas (moedas) e a lutar por conquistas territoriais e marítimas.

O ESTADO NACIONAL E O ABSOLUTISMO

O poder do rei tornou-se nacional quando se estendeu sobre toda a nação, definida durante a Idade Média como unidade lingüística, religiosa, cultural e histórica, com base num território. Para tanto, o poder real precisava superar poderes sobreviventes da Idade Média: o particularismo, o poder local, individual, exercido pelos senhores ou pelas cidades; e o universalismo, o poder do papado e do Sacro império. O papado gozava de prestígio internacional, tinha tribunais próprios, não pagava imposto, recolhia contribuições e se atribuí o direito de intervir nos assuntos nacionais. O Sacro império julgava-se herdeiro das tradições universais do Império Romano, igualmente com direito de intrometer-se nos assuntos nacionais. O desenvolvimento comercial e urbano também favorecia a centralização. A nova classe social ligada ao comércio tinha interesse econômico na unificação nacional, com a uniformização de pedágios, pesos e medidas, moedas, leis, enfim, condições para a conquista do mercado internacional. Para a burguesia a centralização do poder era um meio de atingir a unificação. Mais razões teve a burguesia de abrir mão de seus privilégios em favor do rei quando, com a crise de

! hansa-antiga liga de várias cidades do norte da Europa. ! confraria-associação para fins religiosos.

retração! do século XIV, a pequena burguesia dos artesãos passou a contestar o próprio poder burguês nas cidades. Além do mais, a crise de crescimento do século XV só poderia ser resolvida com a incorporação de novos mercados e novas rotas; e só o rei, reunindo recursos de toda a nação, poderia bancar empreendimento tão grandioso quanto à expansão comercial e marítima. Outras condições complementares podem ser lembradas: a tradição de hereditariedade do poder real, consolidada na Idade Média; o movimento universitário, que criou um corpo de legistas capazes de legitimar o poder real; o desenvolvimento do individualismo com o Renascimento, que criou a imagem de um rei representante e protetor da nação: o rei encarnava o ideal nacional.

O ABSOLUTISMO FRANCÊS

O início do processo de centralização política na França remonta ao período dos capetíngeos, na Baixa Idade Média tendo-se acelerado depois da Guerra dos Cem Anos (1337-1453), com a dinastia seguinte, a dos Valois. O apogeu do

absolutismo, entretanto, só se

configuraria com a dinastia Bourbons. Na época dos Valois, o cenário político francês foi dominado pelas “guerras de religião”, destacadamente durante o século XVI, dificultando a completa centralização política. Burgueses, nobres e populares, uns sob a bandeira protestante e outros sob a católica, disputavam espaços na sociedade e na política, envolvendo os próprios soberanos Valois. Além das questões religiosas, católicos e protestantes discordavam quanto a limitar ou apoiar as prerrogativas do rei e quanto a manter ou conquistar liberdades. Durante o governo de Carlos IX (1560-1574), a acirrou-se a luta entre católicos e huguenotes! (na França, os protestantes calvinistas). A facção católica liderada pela família Guise, que tinha o apoio de Catarina de Médicis, mãe do rei, e a huguenote dirigida pelos Bourbons colocaram em confronto a nobreza católica defensora dos antigos privilégios feudais e a

! retração-ato ou efeito de retrair; contração. ! huguenotes-designação depreciativa que os católicos franceses deram aos protestantes, sobretudo aos calvinistas e que estes adotaram.

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burguesia mercantil calvinista. O ponto máximo dessa luta foi a Noite de São Bartolomeu – 24 de agosto de 1572, - em que foram massacrados milhares de protestantes e seus principais líderes. Dois anos depois, com a morte de Carlos IX, subiu ao trono seu irmão Henrique III, que governou até 1589. Durante seu governo, o católico Henrique Guise disputou a hegemonia! política com o próprio rei Henrique III, que era apoiado pelo protestante Henrique de Navarra Bourbon. Essas disputas – conhecidas como a “Guerra dos Três Henriques” – terminariam com o assassinato de Henrique Guise e a vitória do protestante Henrique de Navarra, definido como herdeiro e sucessor de Henrique III. Começava a dinastia Bourbon, durante a qual o absolutismo francês alcançaria seu auge. O apogeu do absolutismo francês se deu no reinado de Luís XIV (1643-1715), que assumiu o trono ainda criança, tendo como ministro o cardeal Mazarino. Aplicando uma eficiente política centralizadora, Mazarino eliminou as frondas, associações de nobres e burgueses opositoras do absolutismo e especialmente revoltadas com os crescentes tributos baixados pelo Estado para recuperar o tesouro público francês, após a Guerra dos Trinta Anos. A vitória de Mazarino representou o fim da última ameaça à consolidação do absolutismo, e a partir de 1660, quando Luís XIV assumiu pessoalmente o comando político da França, passou a aplicar a sua máxima “L’Etat c’est moi” (“O Estado sou eu”)

! hegemonia-preponderância política; superioridade.

O ABSOLUTISMO INGLÊS O início da centralização política na Inglaterra só ocorreu após as guerras do Cem Anos (1337-1453) e das Duas Rosas (1455-1485), que arruinaram a nobreza inglesa, possibilitando a ascensão d dinastia Tudor (1485-1606). Foi essa dinastia que, com o apoio da burguesia e do Parlamento, instalou o absolutismo no país. Henrique VII (1485-1509), o primeiro governante Tudor, pacificou o país e consolidou o Estado Nacional inglês.

Mas foi Henrique VIII (1509-1547) que, sujeitando o Parlamento, deu as características absolutistas à monarquia inglesa. Realizou a Reforma protestante na Inglaterra, fundando com o Ato de Supremacia de 1534, a Igreja Anglicana. Eduardo VI (1547-1553), garantiu em seu curto

reinado a reforma religiosa. Maria I (1553-1558), restabeleceu o catolicismo, perseguindo ferozmente os protestantes ingleses. Elizabeth I (1558-1603), outra filha de Henrique VIII assumiu o trono com a morte de Maria I e retomou a política do pai, consolidando o anglicanismo. Desenvolveu também agressiva política mercantilista, buscando aumentar o poderio da Inglaterra nos mares. Em seu reinado, iniciou-se efetivamente a colonização da América do Norte, com a fundação, em 1584, da colônia de Virginia, por sir Walter Raleigh. Ao mesmo tempo, como meio de enfraquecer os poderosos Impérios espanhol e português, Elizabeth I apoiou a atividade corsária, na qual se destacou Francis Drake, que seria consagrado nobre pela minha devido aos serviços prestados ao reino. Em 1588, Felipe II da Espanha armou uma expedição naval para atacar a Inglaterra e confirmar a hegemonia espanhola.

REVOLUÇÃO COMERCIAL DO SÉCULO XVI (MERCANTILISMO)

Evidenciando a íntima relação entre Estado e economia, o mercantilismo caracterizou-se por ser uma política de controle e incentivo, por meio da qual o Estado buscava garantir o seu desenvolvimento comercial e financeiro, fortalecendo ao mesmo tempo o próprio poder. Não chegou a constituir uma doutrina, um sistema de idéias, um conjunto coerente e ações; foi, na verdade, um conjunto de medidas variadas, adotadas por diversos Estados modernos, visando à obtenção de recursos e riquezas necessários à manutenção do poder absoluto. Cada Estado procurou as medidas que mais se ajustavam às suas peculiaridades: alguns concentraram-se na exploração colonial, na obtenção de metais preciosos; outros, nas atividades marítimas e comerciais e outros ainda, optaram por incentivar produção manufatureira.

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A denominação de mercantilismo, criada por Adam Smith, nos fins do século XVIII, deveu-se ao fato de constituírem elas as diretrizes de uma época em que se tendia a subordinar tudo ao comércio. O mercantilismo, nascido com a Revolução Comercial, de cujas realidades à conseqüência, definir-se-á como sendo o conjunto de práticas e idéias econômicas que presidiram a economia da Idade Moderna. É necessário dizer-se que tais idéias e práticas não decorreram da existência de uma escola econômica, tal como passou a suceder a partir do surgimento das doutrinas fisiocráticas, no século XVIII. Originavam-se da necessidade de se resolverem problemas do momento, cristalizando-se, afinal.

CARACTERÍSTICAS • Balança comercial favorável. • Monopólio • Protecionismo.

A prática mercantilista compreendia: estímulo à exportação de produtos nacionais, restrições à importação, condicionamento da agricultura e da indústria aos interesses do comércio externo. Incentivo à natalidade e uniformização legislativa e alfandegária do Estado.

REFLEXOS DO MERCANTILISMO Centrada no esforço de implantação e no início da exploração de impérios coloniais, a Revolução Comercial, durante seu próprio decorrer e nos tempos seguintes, produziu:

NO CAMPO ECONÔMICO • A expansão das atividades comerciais, que

passaram a ser feitas em escala mundial. • A elevação do comércio a centro de vida

econômica, subordinadas a ele as demais atividades.

• O deslocamento do pólo das atividades econômicas da bacia do Mediterrâneo para o Atlântico, com a conseqüente redução da

importância das cidades que se dedicavam ao comércio da Idade Média.

• O crescimento das reservas de metais preciosos.

• O desenvolvimento do capitalismo, atestado pela maior incidência do gosto pelo lucro obtido através da inversão de capitais e da especulação; pelo desenvolvimento do sistema bancário e dos instrumentos de crédito; pelo predomínio das empresas de caráter coletivo sobre as individuais (multiplicaram-se as sociedades, normalmente por comandita, e surgiram grandes complexos empresariais coletivos, de que as companhias das Índias Orientais e as das Índias Ocidentais, fundadas tanto na Inglaterra e na França, foram exemplos).

NO CAMPO SOCIAL

• Aumento da população européia. • Fortalecimento do prestígio econômico e social

da burguesia. • Incremento da urbanização. • Alterações profundas nos costumes da

população, em geral decorrentes do surgimento de novos produtos e da popularização de alguns outros, bem como a aquisição de novos hábitos, tais como o uso do fumo e do café.

• Ampliação dos hábitos de luxo nas classes economicamente mais poderosas.

• Restabelecimento da escravidão.

NO CAMPO POLÍTICO • Afirmação dos estados nacionais, para cuja

definição de fronteiras políticas muito concorreu com a necessidade de fixarem às fronteiras econômicas.

• Afirmação do absolutismo monárquico, como conseqüência do aumento das rendas do erário; do crescimento das máquinas administrativas, necessárias, tanto à organização interna da economia, quanto à expansão e defesa das colônias; e do desenvolvimento da ingerência do Estado na atividade econômica, através da política mercantilista.

A EXPANSÃO COMERCIAL E MARÍTIMA EUROPÉIA

Desde o início da baixa Idade Média, as cidades italianas dominavam comercialmente o Mediterrâneo, monopolizando a distribuição dos produtos orientais no continente europeu. Entretanto, a crise iniciada no século XIV, em parte decorrente da Guerra dos Cem Anos, da propagação da peste negra e das próprias limitações do sistema feudal, afetou profundamente o comércio europeu. As tradicionais rotas de comércio já não ofereciam segurança contra os assaltos, cada vez mais freqüentes. Além disso, os mercadores pagavam pedágios, o que elevava os preços finais.

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FATORES QUE DETERMINARAM A EXPANSÃO O mundo europeu nessa época, abalado pela crise do feudalismo, procurava se reestruturar economicamente. Ao mesmo tempo em que as minas de metais preciosos tão necessários para o desenvolvimento do comércio haviam praticamente se esgotadas no Velho Continente, o mercado consumidor dos produtos orientais era cada vez mais limitado, pois os preços dessas mercadorias tornaram-se excessivamente altos. O monopólio italiano, para obtê-las em Constantinopla ou Alexandria e o grande número de intermediários na distribuição, elevavam demasiadamente o preço final, constituindo uma séria barreira ao crescimento econômico. Para revitalizar a economia européia seria necessário, portanto, buscar opções para obter metais preciosos e ampliar as possibilidades de comércio, oferecendo produtos a preços mais baixos. Isso só seria possível com uma nova rota para o Oriente e a conquista de outros mercados. Portanto, tornava-se necessário dar início à expansão marítima, desbravando o Atlântico e contornando o continente africano.

PIONEIRISMO PORTUGUÊS

Portugal foi o primeiro da empresa navegatória. Formado a partir de um feudo retornado aos mouros, neste país formou-se, com a ascensão da Dinastia de Avis, uma estreita aliança entre o Estado e os grupos mercantis (1385). Desde o século XIII fora abolida a vinculação obrigatória do servo à terra. Ademais, tradicionalmente. Portugal tirava riquezas do mar, especialmente o sal e o pescado. Compelido a se expandir, espremido entre Espanha e o oceano, tomou o rumo deste último. Ao fincar o pé na África, os portugueses trataram de

buscar escravos para a plantação de cana das ilhas atlânticas. Em 1415, os lusos tomaram Ceuta. Entre 1434 e 1444, percorreram a faixa costeira que ia do Marrocos à altura de Cabo Verde. Entre 1445 e 1460, foram até Guiné e Serra Leoa e, entre 1461 e 1474, atingiram o Gabão, a Costa do Marfim e a Costa do Ouro. Avançando mais, descobriram a foz do Rio Congo e, com Bartolomeu Dias, o Cabo da Boa Esperança (1488). Em 1498, utilizando a rota descoberta por Bartolomeu Dias, Vasco da Gama chegou às Índias, e assim revelou como atingir diretamente os entrepostos do Oriente. A tomada de posse do litoral brasileiro, dois anos depois, veio a ser o corolário da ambição lusitana de assegurar o controle da rota atlântica para a Ásia. Os proventos do comércio e da rapina praticada nos outros continentes, longe de servirem para capitalizar a economia portuguesa, apenas contribuíam para manter uma estrutura feudal superada, sustentando o luxo de uma Corte parasitária. O grupo mercantil lusitano nunca conseguiu evoluir para uma classe tipicamente capitalista e, com a implantação de um sistema colonial e mercantilista, também ele se tomaria parasitário e, sem condições de investir, acabaria se perpetuando à custa de benefícios extorquidos no ultramar.

A EXPANSÃO MARÍTIMA ESPANHOLA Antes mesmo que Vasco da Gama chegasse às Índias, a Espanha entrava em cena na expansão ultramarina européia. Tendo superado em 1492 dois sérios entraves ao progresso nacional – a presença árabe e a divisão interna, - a Espanha reuniu forças para participar das disputas comerciais e da exploração do mundo colonial. Nesse mesmo ano o novo reino patrocinava a viagem do navegador genovês Cristóvão Colombo.

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Acreditando na esfericidade da Terra, Colombo defendia a tese do “el levante por el poniente” isto é, de que seria possível alcançar as Índias (no Oriente), navegando em direção ao Ocidente. Partindo em agosto de 1492, Colombo rumou para oeste por dois meses, alcançando a ilha de Guanaani (San Salvador), nas Bahamas. Acreditou, porém ter alcançado as Índias, e só mais tarde, em 1504, é que o navegador Américo Vespúcio confirmaria que se havia descoberto um novo continente. Iniciava-se desse modo o ciclo espanhol das Grandes Navegações.

A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA

MÉXICO (1519 – 1521)

Foi conquistado por Fernão Cortez, que saiu de Cuba com navios, 600 homens, canhões e cavalos. Fez amizade com a índia asteca Maritzin (ou Marina) que serviu de guia, iniciando uma luta sangrenta contra os Astecas. A principio, foi bem recebido por Montezuma, em Tenochtitlán, a capital asteca. Cortez prendeu Montezuma e mandou destruir os ídolos astecas. Seu auxiliar, Pedro Alvarado revoltou mais ainda o povo asteca, com suas atitudes despóticas!. Após isso, começou o massacre e a escravização do povo asteca. No lugar da capital asteca, os espanhóis fundaram a Cidade do México.

PERU (1532)

! despótica � tirania, poder absoluto, ditadura.

Foi conquistado por Francisco Pizarro e Diego de Almagro. Os incas formavam um rico império governado por Ataulpa que, para impedir que os espanhóis o conquistassem, entregou enorme quantidade de ouro a Pizarro. Pizarro mandou matar o rei Ataulpa, invadiu a capital Cruzco e colocou no trono o imperador Manco Capac. Conquistado o império inca, Pizarro fundou a cidade de Lima (“cidade dos Reis”) para ser sede do Domínio Espanhol.

A EXPANSÃO DAS CONQUISTAS O Chile foi conquistado por Diogo de Almagro. Santiago foi fundada por Pedro de Valdívia. O vale do Amazonas foi explorado por Francisco Orellana e depois Vicente Pinzón. Buenos Aires foi fundada por Pedro de Mendonza.

ADMINISTRAÇÃO METROPOLITANA Era feita através de: • Conselho das Índias: regulamentado em

1524. Exercia as funções executivas, legislativas e judiciárias.

• A casa de Contratación: suas funções eram regular e fiscalizar o comércio colonial; expedir licença para o comércio ou viagens à América; supervisionar a arrecadação das taxas de importação e exportação; regular a quantidade de mercadorias importadas de outros países.

A ADMINISTRAÇÃO LOCAL

• Os Vice-Reinos Quatro eram os vice-reinos na América Espanhola: o do México, o do Peru, o da Nova Granada e o da Prata. Além dos Vice-Reinos, foram criadas também capitanias. • As Audiências Eram assembléias organizadas nas principais cidades. Dispunha de competência política e administrativa: substituía o vice-rei, entregava terras aos colonos, pronunciava-se a respeito de cobrança de impostos e tratava de assuntos relativos aos índios. Os componentes das audiências chamavam-se “ouvidores”. • Os Cabildos Eram uma espécie de câmaras municipais das povoações ou “ajuntamentos”. Desempenharam importante papel na vida colonial. Deles podiam os “crioulos” participar. O monopólio praticado pela coroa nas colônias era severo, baseado na política mercantilista. A escassez de mão-de-obra levou à formação de “repartimentos”, terras divididas entre pessoas importantes que recebiam, ao mesmo tempo, determinado número de índios destinados ao trabalho. Os encomenderos, encarregados de catequização dos índios em troca do trabalho, os escravizavam. Com o tempo, devido à repressão da

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coroa à escravidão vermelha, os índios foram colocados sob a proteção dos jesuítas nos aldeamentos! ou reduções.

A COLONIZAÇÃO INGLESA Por iniciativa particular surgiram na Inglaterra as companhias de colonização. Várias tentativas foram feitas no sentido de criar colônias na América do Norte. Muitos colonos fugiam das lutas religiosas na Inglaterra. Ao todo os ingleses fundaram 12 colônias e conquistaram uma holandesa. Tais colônias possuíam administração bastante autônoma.

A COLONIZAÇÃO FRANCESA Franceses, holandeses e ingleses discordavam do Tratado de Tordesilhas que dividia o mundo entre Espanha e Portugal. E assim, atacavam e ocupavam partes das Américas. Os franceses atacaram o Brasil, sem êxito. Se estabeleceram na Guiana Francesa, nas Antilhas e no vale do Mississipi (a Lusiânia – USA).

A COLONIZAÇÃO HOLANDESA Os holandeses conquistaram poucas colônias. Tentaram no Brasil, sem êxito, ficaram nas Guianas e Antilhas. Fundaram Nova Amsterdã, que os ingleses conquistaram depois e a chamaram de Nova York.

TESTES 01. Responda à questão abaixo:

Quais as características da decadência do sistema feudal? ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________

! aldeamento-povoação de índios, dirigida por missionário ou autoridade leiga.

02. Complete as lacunas: a) A nação é baseada na ____________

lingüística, religiosa, cultural e _________________.

b) O papado gozava de ________________ internacional, tinha tribunais próprios e não pagava ___________________.

c) O Sacro ____________________ julgava-se herdeiro das tradições universais do império ___________________.

d) O desenvolvimento ___________________e _______________também favorecia a centralização.

03. Assinale V ou F. ( ) Para a burguesia, centralização do poder

era um meio de atingir a unificação. ( ) Só o rei, reunindo recursos de toda nação,

poderia bancar empreendimento tão grandioso quanto à expansão comercial e marítima.

( ) O apogeu do absolutismo, entretanto, só se configurada com a dinastia dos Bourbons.

( ) Protestantes e católicos eram muito amigos na França.

04. Responda à questão abaixo:

Quando ocorreu a centralização política na Inglatera? ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________

05. Assinale a alternativa correta: a) O mercantilismo caracterizou-se por ser uma

política de controle e incentivo, buscando o seu próprio desenvolvimento comercial e financeiro.

b) O mercantilismo foi uma doutrina econômica altamente coerente e articulada.

c) Todos os países apostaram na exploração de ouro nas colônias.

d) A denominação de mercantilismo foi cunhada por Karl Marx.

06. Complete as lacunas: a) A prática____________________ compreendia:

estimulo à exportação de produtos nacionais. b) __________________à importação,

__________________da agricultura e da indústria aos interesses do comércio externo.

c) Uma das conseqüências do mercantilismo foi o restabelecimento da ___________________.

d) Uma das conseqüências do mercantilismo foi o restabelecimento da_____________________.

Ao caminharmos com Cristo, descobrimosa vida maravilhosa que Deus quer paranós.

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07. Complete as lacunas: a) Desde o início da Baixa Idade Média, as cidades

________________________dominavam comercialmente o Mediterrâneo, monopolizando a ___________________dos produtos orientais no continente europeu.

b) A guerra dos __________________ Anos afetou profundamente o _______________ europeu.

c) O mundo europeu nesta época, abalado pela crise do __________________________.

d) Os metais _____________________ estavam praticamente esgotados no Velho Continente.

08. Assinale V ou F. ( ) Para revitalizar a economia européia seria

necessário, portanto, buscar opções para obter metais preciosos e ampliar as possibilidades de comércio.

( ) Não era necessário, na Baixa Idade Média, dar início à expansão marítima, desbravando o Atlântico e contornando a África.

( ) Portugal foi o pioneiro da empresa navegatória.

( ) Quando chegaram na África, os portugueses trataram de buscar escravos para as plantações de cana.

09. Responda à questão abaixo:

Como foi a colonização francesa? ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________

10. (UF-ES) Ao feudalismo europeu, na Idade

Média, correspondeu uma forma de organização com a qual identificamos, exceto:

a) Descentralização do poder. b) A propriedade da terra como base econômica

dos senhores feudais. c) A condenação do feudalismo pela Igreja. d) A vida social caracterizada por laços de

dependência. e) As doações de terras podendo estabelecer as

relações de vassalagem: o senhor doador era o suserano e o senhor que recebia era o vassalo.

11. (MACK-SP) Na Baixa Idade Média, a formação

de centros urbanos, o renascimento do comercio e o aparecimento de feiras e rotas, tiveram sobre a estrutura feudal as seguintes conseqüências:

a) Desenvolveram a economia agrícola e as relações servis de produção.

b) Acentuaram a descentralização política e aprofundaram as desigualdades sociais.

c) Provocaram o declínio do modo de produção servil e o desenvolvimento do trabalho livre e da economia monetária.

d) Consolidaram uma cultura teocêntrica e monopoliza pela Igreja.

e) Levaram ao fracasso as tentativas de centralização do poder, empreendia pela aliança reis-burguesia.

12. (FEI-SP) A desintegração do sistema feudal e a

centralização política são, entre outros, fatores decisivos na expansão marítima de Portugal. Explique. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

13. (UF-GO) O mercantilismo, política econômica praticada pelos monarcas europeus na época moderna, teve como característica a(o):

a) liberdade de comércio. b) Estimulo às importações de manufaturados. c) Manutenção da balança comercial favorável. d) Estimulo à agricultura. e) Combate à escravidão. 14. Nos tempos modernos, a organização política da

Europa em sistema de Estados Nacionais pode ser considerada:

a) Decorrência da expansão do comércio e das fronteiras conhecidas pelos europeus.

b) Expressão do individualismo em nível político, tendo por base o princípio da legitimidade.

c) Forma de rearticulação das forças sócias em conflito e progresso econômico.

d) Resultado de uma concepção, com base no equilíbrio necessário do princípio hierárquico entre as nações.

e) Resultado da fragmentação das várias casas reais após as dificuldades políticas da época medieval.

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O RENASCIMENTO

O Renascimento foi um movimento cultural – artístico, literário, científico e filosófico – na Itália, no século XV e depois alastrado por toda a Europa, nos séculos XVI e XVII, tendo como características:

• A volta à cultura greco-romana. • O antropocentrismo • O racionalismo • O otimismo • O laicismo! • O humanismo.

O termo “Renascimento” é considerado mal empregado, na realidade, a cultura greco-romana não estava morta, apenas estava fortemente influenciada pelos ideais místicos do cristianismo medieval.

O Renascimento foi, na verdade, a intensificação de uma evolução cultural que começou a aflorar na Itália, nos fins da Idade Média. Ora, ainda nos fins da Idade Média, as concepções do homem sobre o Universo, sobre as artes, sobre a religião e sobre si mesmo, estavam em profundas transformações. Isso levou os artistas e estudiosos a uma busca no passado clássico, greco-romano, de inspirações, fazendo ressurgir assim, novos valores entre os europeus.

Desta forma, é possível sintetizar esta mudança de valores:

É importante observar que a mudança destes valores, como em qualquer época da História, é feita através de conflitos. Os valores medievais foram sendo gradativamente contestados e transformados, à medida em que a humanidade mudava de um modo bastante significativo na Baixa idade Média. Antes do papel, os europeus usavam o “pergaminho”, isto é, pedaços de couro trabalhando, que possibilitava a escrita. Os árabes, porém, em contanto com o Oriente, principalmente com a China, conheceram o papel, feito de pano velho. ! laicismo-sistema dos que pretendem a interferência dos leigos no governo da Igreja ou dos que pretendem dar às instituições caráter não religioso.

Levado para a Europa, o papel foi aperfeiçoado pelos europeus. Juntamente com ele, os europeus desenvolveram a prensa, originada da gravura, principalmente da xilogravura (gravura na madeira). Porém, a dificuldade residia no fato de ser a técnica da gravura muito dispendiosa e trabalhosa, pois, para se reproduzir um texto, era necessário fazer a gravura do texto na madeira. Acredita-se que foi na metade do século XV, que o alemão João Gutenberg utilizou os primeiros tipos móveis, fundidos em metal, o que veio a facilitar a impressão de novos textos e livros.

O HUMANISMO “No seu sentido mais amplo, o humanismo pode ser definido como a glorificação do humano e do natural, em oposição ao divino e extraterreno. Assim concebido, foi ele o coração e a alma da Renascença, uma vez que incluía, praticamente, todos os outros ideais já mencionados. O humanismo também tem o sentido mais restrito de entusiasmo pelas obras clássicas. É este o sentido em que foi freqüentemente empregado pelo homem da Renascença”. (BURNS, Edward Mcnalt: História da civilição ocidental. 2ª ed. Porto Alegre, Globo, 1968).

ORIGENS DO RENASCIMENTO

Entre as principais causas do Renascimento, podemos citar: • O surgimento do Humanismo: doutrina pela

qual se valoriza o homem, com sua natureza e inteligência, capaz de criar, compreender e criticar. No dizer do renascentista alemão Ultrich von Huttern: “Os espíritos despertam e dá gosto viver”.

• A necessidade de encontrar novas soluções e técnicas para os problemas sociais, econômicos e científicos da época.

• O choque dos ideais da burguesia e os das doutrinas econômicas medievais.

• O aparecimento de elites, que passaram a proteger e pagar os artistas. Como é o caso dos Sforza, de Milão; os Médicis, Florença e os papas da Igreja Católica. Os protetores de artistas denominam-se Mecenas.

• O ressurgimento do comércio, que fora bastante intensificado nos fins da Idade Média. Tal comércio, passou a gerar riquezas para os europeus (a burguesia) e, ao mesmo tempo difundiu novas idéias pelas margens do Mar Mediterrâneo.

• O fortalecimento do poder real, que, cada vez mais, enriquecia-se com a Revolução Comercial e aumentava seu poder com o enfraquecimento do feudalismo.

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CARACTERÍSTICAS São características do renascimento:

• Antropocentrismo, Racionalismo, Otimismo, Laicismo, Humanismo.

O RENASCIMENTO CULTURA

Os historiadores dividem o Renascimento italiano em três momentos: Trecento (século XIV), Quatrocentos (XV) e Cinquecento (XVI). No Trecento, nasce o novo estilo, com Giotto. Vai-se ao encontro da realidade, dando vida às figuras, buscando a docilidade das formas, a expressividade das personagens, a profundidade dos cenários. Outro destaque é Spinelio Aretino, de Siena, em que se aperfeiçoaram a técnica de aprofundamento de espaço e a incorporação dos campos e cidades, emergindo a paisagem. Na literatura, destacaram-se Dante, Petrarca e Boccaccio. No Quattrocento, destaca-se a Escola Florentina, impulsionada pelo mecenato dos Médici. Para comemorar o apogeu econômico de Florença, encomendaram a Brunelleschi a cúpula da catedral de Santa Maria di Fiori. Donatello glorificou o nu nas estátuas de Davi e do Condottierre Gattamelata, em bronze. Masaccio, pintor de Expulsão de Adão e Eva do Paraíso, desenvolveu o esfumaçamento: as formas mais distantes são reproduzidas com menos nitidez. Ucello aperfeiçou a perspectiva. Mantegna marcou o momento máximo do naturalismo na pintura. Era Angélico destacou-se na escola de pintores centrados no tema de espiritualidade e do simbolismo gótico. Na última geração florentina, destaca-se o sublime Botticelli, com sua Alegoria da Primavera. A tendência a enobrecer a burguesia anunciava a decadência, e a arte revelava gosto cortesão, menos popular. Na passagem do Século XV ao XVI, desenvolveu-se a Escola de Veneza. A poesia épica avança com os trabalhos de Torquato Tasso, Jerusalém Libertada, e Ludovico Ariosto, Orlando Furioso. Pintores notáveis são Tintoretto, Carpacio, Glovanni Bellini e Ticiano. A tinta a óleo permite maravilhosos efeitos, com sombras, trevas e meios-tons. A tela e o cavalete transformam a arte em bem móvel. Firmou-se a vocação antropocêntrica do Renascimento, com a reprodução do corpo até em temas religiosos. Difundiu-se o costume do retrato das cenas domésticas. O Cinquecento, quando as obras chegaram ao mais alto grau de elaboração, passou por dificuldades: a expansão portuguesa e espanhola, que deslocou o centro econômico do Mediterrâneo para o Atlântico, a invasão do Rei Carlos VIII da França, em 1494; e o saque de Roma por tropas espanholas e alemãs. Entre e , o ambiente tornou-se favorável. Bramante construiu a monumental basílica de São Pedro. Na pintura, destacam-se Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael. Em Da Vinci,

distinguem-se o jogo de luz e sombra, o esfumaçamento que realça a magia da pintura e a captação das profundezas da alma nos retratos, como o de Mona Lisa – a Gioconda. Na última Ceia, ele imprimiu as tendências da perspectiva e do antropocentrismo. Michelangelo foi o pintor e escultor do corpo na mais profunda concepção. Perscrutou o interior das personagens na expressão facial, na saliência dos músculos, no enrugamento da pele, na intumescência das velas. Isto está presente nas esculturas Escravo Acorrentado; Moisés; e Pietá. A força de sua pintura se revela na parede e no teto da Capela Sistina: Deus criando o Mundo; Criação de Adão; Juízo Final; O Dilúvio. Rafael realizou uma síntese de seu tempo. Produziu trabalhos suaves, harmoniosos, representando um mundo sólido, rico e satisfeito consigo mesmo. Foi o preferido de príncipes e senhores. Notabilizou-se pelas madonas, como a Madona Sistina.

RENASCIMENTO CIENTÍFICO A efervescência cultural da Renascença impulsionou o estudo do homem e da natureza. O Universo já não era mais aceito como obra sobrenatural, fruto dos preceitos cristãos. O espírito crítico do homem partiu para a ciência experimental, a observação, a fim de obter explicações racionais para os fenômenos da natureza. Surgem então alguns cientistas de renome.

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Nicolau Copérnico (1473-1543), em Derevolutionibus orbium celestium, refuta o geocentrismo ptolomaico, formulando a teoria heliocêntrica, que foi completada no século XVII pelo italiano Galileu Galilei (1564-1642). Trycho Brahe (1546-1601) faz observações precisas sobre os astros e Johann Kepler (1571-1630) apontou o movimento elíptico dos astros, preparando o caminho para a descoberta da lei da gravitação universal, de Isaac Newton (1642-1727) Na medicina despontaram Miguel Servet (1511-1553) e Willian Harvey (1578-1657), que descobriram o mecanismo da circulação sanguínea – a circulação pulmonar pelas artérias e o retorno do sangue ao coração pelas veias. Ambroise Paré (1509-1590) defendeu a laqueação ( ligação) das artérias, em lugar da tradicional cauterização, para deter hemorragias. André Vesálio (1514-1564) transformou-se no pai da moderna anatomia, publicando em 1543 o primeiro livro extenso sobre o assunto: Sobre a estrutura do corpo humano. Vesálio atraiu estudantes de todo o mundo para as aulas em Pádua, fazendo da anatomia uma ciência.

Copérnico

O Renascimento retirou da Igreja o monopólio da explicação das coisas do mundo. Aos poucos, o método experimental passou a ser o principal meio de se alcançar o saber científico da realidade. A verdade racional precisava ser sempre comprovada na prática, empiricamente (empirismo). Assim, apesar da Reforma e da Contra-Reforma terem freado o ímpeto renascentista, estavam lançados os fundamentos que derrubariam definitivamente a escolástica, fundamentada no misticismo. A crítica, o naturalismo, a dimensão humanista, culminaram no racionalismo, no empirismo científico dos séculos XVII e XVIII. Dessa forma, as principais barreiras culturais do progresso científico foram suficientemente abaladas para não mais representarem ameaça ao progresso capitalista burguês em curso.

Dante Alighieri prenunciou o Renascimento:

substitui o latim pelo italiano em A Divina Comédia.

Giotto representou figuras religiosas com características e sentimentos humanos.

Em O Juízo Final, Michelangelo retrata as figuras bíblicas belas e opulentas como nas esculturas

pagãs.

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AS REFORMAS RELIGIOSAS A Reforma Religiosa do século XVI foi a grande revolução espiritual da época moderna. Representou, no plano religioso, a passagem do feudalismo ao capitalismo. Não foi simplesmente uma reforma, pois ao romper a unidade do cristianismo no Ocidente, transformou brutalmente a estrutura eclesiástica e a doutrina da salvação. Mudou aspectos formais e de conteúdo. Nos fins da Idade Média, Reforma tinha o significado de purificação interior e de busca de regeneração da Igreja Católica. Os protestantes a entenderam como restauração do verdadeiro cristianismo contra o mundanismo de Roma; esforçaram-se para diminuir a importância da renovação que a própria Igreja realizou. Assim, tivemos reformas e não-reforma: a Pré-Reforma Católica, a Reforma Protestante, a Reforma Católica e a Contra-Reforma.

AS CONDIÇÕES E AS RAZÕES O progresso comercial e urbano criou uma nova realidade econômica. Mas a Igreja, ao condenar a usura, os juros e o lucro, impedia o avanço do processo de acumulação de capital. Era necessária uma religião que o estimulasse. Ao mesmo tempo, a crise do feudalismo havia criado problemas sociais que, certamente, conduziria a uma crise religiosa. Se os senhores eram católicos, os camponeses oprimidos facilmente assumiriam a posição contrária, transformando luta religiosa em luta de classes. No plano político, às monarquias nacionais, centralizadoras, interessava controlar a Igreja. Uma convulsão religiosa daria a elas a oportunidade de lhe confiscar os bens, como aconteceram na Inglaterra. Na Alemanha, principados em fase de centralização tinham interesse em submeter a Igreja e expropriar-lhes os bens. Mas não se pode dar à Reforma explicações puramente econômicas. Ela não é filha do capitalismo. O grande problema foi a crise religiosa resultante de um descompasso entre as necessidades espirituais dos fiéis e a organização da Igreja Católica. Tinham sido notáveis os progressos da fé desde a Idade Média. As Cruzadas, as catedrais góticas, as próprias heresias eram prova de fé. Com a invenção da imprensa e as numerosas edições da Bíblia, cresceu a consciência religiosa dos fiéis, seu poder de crítica. Humanistas, como Erasmo de Roterdã, passaram a condenar a ignorância e a imoralidade. O baixo clero cometia barbaridades, como comerciar com coisas sagradas. E até papas se comportavam mal: faziam guerras, tinham filhos naturais e viviam em cortes luxuosas, pagas pelos fiéis. Para construir a Basílica de São Pedro em Roma, Leão X negociou na Alemanha com o banqueiro Jacob Fugger, a venda de indulgências!, verdadeiros bilhetes de salvação. O papado acabou desmoralizado, com a intervenção das famílias italianas na eleição dos papas e o ! indulgências-remissão das penas; perdão.

envolvimento deles com o poder político na Europa. Fortaleceu-se a teoria conciliar, ou seja, a idéia de que toda grande decisão deveria ser tomada por um concílio. Os abusos tornaram-se visíveis. O problema era que a salvação só dependia das obras – as boas ou más ações dos fiéis a Deus, a obstrução desse canal de salvação criou uma crise de consciência religiosa, muito grave porque se dava num momento de transição, quando as estruturas estavam rompidas; e os problemas da fé se misturavam os problemas econômicos, sociais e políticos.

A REFORMA DE LUTERO Monge alemão, professor de Teologia, Lutero denunciou o clero em 1517. Afixou 95 condenações na porta da catedral de Wittemberg, cidade onde morava. Mas só mais tarde percebeu o alcance das acusações: elas atingiam dogmas da Igreja, pois declaravam que a salvação depende só da fé, não das obras. O papa, como Lutero se recusasse a retratar-se, excomungou-o em 1520, Lutero refugiou-se no castelo de Wartburg, onde escreveu panfletos e traduziu a Bíblia para o alemão. Foi decisivo para a vitória do luteranismo o apoio de príncipes alemães, interessados em livrar-se da influência papal e do imperador, católico.

Martinho Lutero

Os príncipes tomaram terras da Igreja e as consideraram propriedade do Estado. A pequena nobreza aproveitou e tentou unificar a Alemanha. Em 1524, os camponeses explodiram em revolta, que durou até 1536, mesmo após a prisão de seu líder Thomas Muntzer. Lutero, sustentado pelos príncipes, condenou os revoltosos. Os príncipes luteranos rebelados contra a imposição do catolicismo foram chamados de protestantes. Em 1555, a Dieta (Assembléia) de

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Augsburgo decidiu: cada príncipe adotaria a religião que quisesse. Segundo o luteranismo, a salvação não se alcançaria por obras, mas por fé, confiança na bondade de Deus, sofrimento interior. O culto, simples, composto de salmos e leitura da Bíblia, é considerado contato direto com Deus e o fiel. Dispensa-se o clero como intermediário. Lutero conservou apenas dois dos sete sacramentos do catolicismo: batismo e eucaristia, ou comunhão. Mesmo assim, na eucaristia acreditava apenas na presença de Jesus no pão e no vinho.

A REFORMA DE CALVINO

Em 1534, quando Calvino começou a pregar

na França, já havia ali numerosos adeptos de uma reforma dentro da Igreja. Obrigado a se esconder, ele foi convidado a viver em Genebra, Suíça. Lá implantou as Ordenações Eclesiásticas, leis rígidas e intolerantes. Organizou a Igreja Calvinista em termos de fiéis, pastores e um conselho de anciãos. Suas idéias se espalharam rapidamente. Teodoro de Beza, que dirige em Genebra a Academia Teológica, levou-as para Gênova, Itália. Logo, elas chegaram à França, Holanda, Inglaterra (onde o calvinismo se chamou puritanismo) e Escócia (onde João Knox introduziu o calvinismo por motivos políticos).

Em Instituição da Religião Cristã, Calvino propôs reformas mais radicais que os de Lutero, também acreditavam que a salvação se conseguia com a fé, mas para ele ter fé não depende dos homens, sim de Deus que a dá a seus eleitos. Segundo Calvino, só as escrituras são base da crença, ao contrário dos católicos, que acreditam igualmente na tradição dos mestres. O calvinismo simplificou ainda mais o culto: só comentários à Bíblia, feitos por sacerdotes sem paramentos em

igrejas sem imagens. Conservou os sacramentos do batismo e comunhão, na eucaristia Cristo está presente apenas espiritualmente. Como Lutero, Calvino considerava a Igreja útil à salvação.

A REFORMA ANGLICANA

A recusa do papa ao pedido de anulação do casamento de Henrique VIII com Catarina de Aragão, para que ele pudesse desposar Ana Bolena, causou a ruptura entre o rei inglês e o papado. Mas os motivos verdadeiros foram políticos (escapar ao controle do papa e submeter a Igreja ao Estado) e Econômicos (tomar os bens da Igreja). Em 1534, pelo Ato de supremacia, Henrique criou uma Igreja nacional, mas sem mudar o culto. Seu filho, Eduardo VI realizaria as mudanças em 1549, impôs o Livro de Orações Comuns, escrito em inglês. E 1553, suprimiram a missa e autorizou o casamento dos padres.

A Reforma Anglicana estabeleceu-se definitivamente sob o reinado de Elizabeth I (1558-1603). Pela Lei dos 39 Artigos, de 1563, adotava-se o calvinismo, conservando a hierarquia episcopal e parte do cerimonial católico. O anglicanismo passava assim a ter um conteúdo protestante (calvinista) e uma forma católica.

REFORMA E CONTRA-REFORMA

A Igreja Católica viu-se em situação desesperadora com o avanço do protestantismo, que se estendia por toda a parte. O papado hesitava, diante da luta interna contra a teoria conciliar: seria impossível realizar uma reforma sem convocar o concílio. Foi decisivo o surgimento da Companhia de Jesus, lançada por Inácio de Loyola em 1534, em Paris, e confirmada pelo papa Paulo III em 1540. Os jesuítas, soldados de Cristo cegamente obedientes ao papa, encarregaram-se de

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organizar o Concílio de Trento, que se reuniu em 1545. Enquanto o concílio não se reunia, o papa tomou medidas; restaurou os tribunais da Inquisição. O Santo Ofício, dominado por dominicanos e com sede em Roma, conteve o avanço protestante violentamente, em Portugal, Espanha e Itália. Em 1543, foi criada a Congregação do Índex, para publicar a lista dos livros proibidos aos cristãos. O Concílio Ecumênico, isto é, universal, reuniu toda a Igreja entre 1545 e 1563, em Trento, cidade do Império Germânico perto da fronteira italiana. Dele saiu uma Igreja reformada e modernizada. Graças à ação dos jesuítas, reforçou-se a autoridade do papa e manteve-se a doutrina tradicional, contra a oposição de setores do clero francês. A disciplina se restabeleceu, com a fixação de condições e idade mínima para o exercício de funções eclesiásticas e a proibição de acumulação de paróquias e bispados por um mesmo religioso. A grande mudança foi a criação de seminários para formar os padres. Foi criado um Catecismo e um Missal. Os católicos desencadearam então a Contra-Reforma com medidas de combate sistemático aos protestantes, em três frentes. A primeira era a recuperação de áreas sob influência do protestantismo, através da educação, com a criação de colégios destinados ao ensino primário e à recuperação das novas gerações. O resultado foi a reconquista de parte da Renânia, sul dos Países Baixos e Polônia. Segunda frente: difusão do catolicismo entre povos não-cristãos, através da catequese, em que se destaca a ação de São Francisco Xavier no Japão. A Terceira frente foi a contenção do protestantismo através dos tribunais da Inquisição. AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS NOS SÉCULOS

XVII E XVIII Ainda no século XVI, França e Inglaterra criaram medidas protecionistas e subvenções às manufaturas que lhes permitiram assumir, nos dois séculos seguintes, uma posição de liderança na economia européia, adotando medidas mercantilistas peculiares. Na França dos Bourbons, desde os ministros Sully e Laffémas, de Henrique IV (1589-1610), a Richetieu, de Luís XIII (1610-1643), o Estado incentivou a produção e o comércio, bem como a construção naval. Entretanto, foi no reinado de Luís XIV (1661-1715), sob a orientação do ministro das finanças, Colbert, que a intervenção estatal foi severa e sistemática. Estimulou-se a produção manufatureira, especialmente de artigos de luxo (jóias, móveis, porcelanas, rendas, sedas, etc.), muitos deles produzidos pelas manufaturas reais, de prosperidade do Estado. Nessa época, a França tornou-se famosa pela excelente qualidade de seus produtos, conquistando o mercado externo. Na Inglaterra, desde os Tudors até os Stuarts, o Estado adotou diversas medidas de proteção ao comércio marítimo, como o estímulo à

construção naval e a criação de leis proibindo que navios estrangeiros realizassem o transporte de produtos da metrópole e das colônias inglesas. Dessa forma, além de evitar os enormes gastos com os fretes pagos aos estrangeiros, impedia-se a evasão de moeda para o exterior, permanecendo todo o lucro do comércio no país. Esses Atos de Navegação, como eram chamados, foram decisivos para o desenvolvimento comercial da Inglaterra, que assim pôde desbancar seus concorrentes, especialmente os holandeses, que até então dominavam o transporte marítimo europeu e colonial. Além de estimular a marinha mercante, o Estado inglês incentivou a produção e as atividades financeiras, criando também diversas companhias de comércio. Nascidas de maneira familiar, as empresas capitalistas logo atraíram investidores ampliando os negócios e os lucros. “Os indivíduos que financiam os negócios, confiam aos comerciantes determinada soma, que estes se encarregam de aplicar, entregando aos primeiros, parte dos lucros”. Surgem então as companhias: alguns comerciantes fazem seguir o seu nome da expressão “É Companheiro” ou “E os Restantes da sua Companhia”. Trata-se então de associações de mercadores, que pretendem obter monopólios, no gênero da companhia formada pelos comerciantes de Augsburgo, em 1484, para se apoderarem do mercado de cobre de Veneza, ou da que foi constituída pelos comerciantes alemães e italianos, em Lisboa, para monopolizar a pimenta real. Pode tratar-se, também de associações formadas para certo tipo de comércio, difícil ou perigoso [...]”.

(MOUSNIER, Roland)

Em 1688-1689, a revolução Gloriosa levou à implantação do Parlamentarismo, e as estruturas políticas pró-burguesia foram definitivamente fortalecidas na Inglaterra, sustentando o desenvolvimento quase ininterrupto do capitalismo e criando condições para que esse país se tornasse a maior potência do mundo moderno. Na França, por outro lado, as instituições políticas transformaram-se num obstáculo à evolução capitalista, que seria superado apenas no final do século XVIII, com a Revolução Francesa. No século XVIII, buscou-se mais do que nunca complementar a economia metropolitana por meio da exploração desenfreada das colônias submetida ao pacto colonial. Contudo, ao longo desse século, tornaram-se cada vez mais freqüentes as críticas à política intervencionista do Estado absolutista. A burguesia ascendente, já senhora da economia, não mais aceitava um Estado que não satisfizesse seus anseios. Exprimindo repúdio aos componentes ainda não completamente capitalistas do período, referia-se à estrutura social, econômica, política e cultural dessa época – a divisão da sociedade em ordens, os privilégios ainda existentes do clero e da nobreza, além da política mercantilista

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e de inúmeras obrigações feudais, como o imposto da talha a da corvéia – como Antigo Regime. Na política, o absolutismo, a Corte e o controle de todas as esferas da sociedade sufocavam o anseio por um mundo novo, compatível com as vitórias ordem capitalista. Surgiam então as condições para a formulação de princípios econômicos antimercantilistas, de concepções inovadoras como as desenvolvidas pelos adeptos do fisiocratismo e do liberalismo econômico, que iriam sepultar definitivamente o Antigo Regime.

A CRISE DO ANTIGO REGIME A REVOLUÇÃO INGLESA DO SÉCULO

XVII

Representou a 1ª manifestação de crise do sistema da época moderna, identificado com o absolutismo. O poder monárquico, severamente limitado, cedeu a maior parte de suas prerrogativas ao Parlamento e instaurou-se o regime Puritana de 1640 e terminou com a Revolução Gloriosa de 1688. As duas fazem parte de um mesmo processo revolucionário, daí a denominação de Revolução Inglesa do século XVII e não Revoluções Inglesas. Esse movimento revolucionário criou as condições indispensáveis para a Revolução Industrial do século XVIII, limpando o terreno para o avanço do capitalismo. Deve ser considerado a 1ª revolução burguesa da história da Europa: antecipou em 150 anos a Revolução Francesa.

SURGEM AS CONDIÇÕES

A Inglaterra atingiu no século XVII notável desenvolvimento, favorecido pela monarquia absolutista. Henrique VIII e Elizabeth I unificaram o país, dominaram a nobreza, afastaram a influência papal, criaram a Igreja Nacional Inglesa, confiscaram terras da Igreja Católica e passaram a disputar os domínios coloniais com os espanhóis. Tais tarefas agradaram a burguesia, de modo que, agora o absolutismo barrara o avanço da burguesia mercantil. Outro problema econômico estava no campo. A alta de preços e a expansão do consumo de alimentos e matérias-primas, como a lã, valorizavam as terras. Os grandes produtores rurais tentavam aumentar suas posses através dos cercamentos, ou seja, tentavam tornar terras coletivas em propriedades privadas. Tais ações expulsavam posseiros e criavam latifúndios. Tentando preservar o equilíbrio social, o Estado barrava os cercamentos e com isso, punha contra si a burguesia mercantil e a nobreza rural. No plano político, havia o conflito entre o rei e o Parlamento, a este, instituído pela carta magna de 1215, cabia o poder de direito, isto é, legítimo. Mas os Tudor esqueceram o poder de fato, convocando pouco o parlamento. As classes aí representadas não se opuseram ao absolutismo, porque não correspondia aos seus interesses. No século XVII, o parlamento pretendia transformar seu

poder de direito em poder de fato. Só havia uma forma: considerar o poder real de origem divina, como na França.

OS STUART E A PRÉ-REVOLUÇÃO Elizabeth I morreu em 1603 sem deixar herdeiros e Jaime I, rei da Escócia, assumiu o trono. Ele procurou estabelecer as prerrogativas reais, implantando uma monarquia absoluta de direito divino. Perseguiu seitas radicais e até os católicos. A oposição entre rei e Parlamento ficou evidente a partir de 1610. O rei queria uma ocupação feudal na Irlanda; o Parlamento, uma colonização capitalista. Discordaram quanto aos impostos, pois o rei pretendia o monopólio sobre o comércio de tecidos, o que o tornaria independente do parlamento financeiramente, considerando-se que já possuía rendas de suas próprias terras e de outros monopólios.

O MOVIMENTO DE 1640 O Parlamento foi duro com o rei. Destruiu a Câmara Estrelada. Strafford foi executado em 1641 e Laud, em 1645. O rei não poderia mais ter exército permanente. O Parlamento se reuniria a cada três anos independentemente de convocação real; e conduziria a política tributária e religiosa. Acusou o rei de responsável pelo levante na Irlanda católica em 1641 e lhe dirigiu a Grande Remonstrance (repreensão). Em janeiro de 1642, o rei foi ao Parlamento e exigiu a prisão de cinco líderes oposicionistas. Houve reação violenta, sustentada nas milícias urbanas convocadas em apoio ao Parlamento: estourava a guerra civil. Criou-se novo problema: setores do Parlamento, achando oportuno o momento para um acordo vantajoso com a realeza, passaram a conspirar com o rei contra exército. Este estava organizado e influenciado por radicais, como os niveladores, que queriam evitar a desmobilização e o não-pagamento dos salários, como pretendia o Parlamento. Aprofundou-se a diferença entre os grandes do exército e suas bases de niveladores, com projeto avançado para a época. Eles tentaram assumir o controle do exército em 1647 e o rei aproveitou para fugir de novo. O exército se reunificou, prendeu o rei e depurou o Parlamento. Foram presos 47 deputados e excluídos 96: era o Parlamento Coto (Rump) Carlos I foi decapitado em 30 de janeiro de 1649, a Câmara dos Lordes abolida e a República proclamada em 19 de maio.

A RESTAURAÇÃO E A GLORIOSA Com o apoio do General Monk, comandante das tropas da Escócia, o Parlamento-Convenção proclamou Carlos II rei em 1660. Com poderes limitados, ele se aproximou de Luís XIV da França, tornando suspeito para o Parlamento. Uma onda contra-revolucionária sobreveio, favorecida por um Parlamento de Cavalheiros, composto por nobres realistas e anglicanos em sua maioria. O corpo de Cromwell foi desenterrado e pendurado numa forca. O poeta Milton foi julgado e condenado. Carlos II baixou novos atos de navegação em favor do comércio inglês. Sua ligação com Luís XIV levou-o a

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envolver-se na Guerra da Holanda. O Parlamento baixou então, em 1673, a Lei do Teste, pela qual todos os que exercessem função pública deveriam professar seu antianglicanismo. Surgiram dois partidos: os whigs, contra o rei e pró-Parlamento; os tories, defensores das prerrogativas reais. Jaime II irmão de Carlos II, subiu ao trono mesmo sendo católico. Buscou restaurar o absolutismo e o catolicismo, punindo os revoltosos, aos quais negava o hábeas-corpus. Indicou católicos para funções importantes. Em 1688, o Parlamento convocou Maria Stuart, filha de Jaime II e mulher de Guilherme de Orange, governador das Províncias Unidas, para ocupar o trono. Foi um movimento pacífico. Jaime refugiou-se na França e um novo Parlamento proclamou Guilherme e Maria rei e rainha da Inglaterra. Os novos soberanos tiveram de aceitar a Declaração dos Direitos, baixada em 1689, que decretava: o rei não podia cancelar leis parlamentares e o Parlamento poderia dar o trono a quem lhe aprouvesse após a morte do rei; haveria reuniões parlamentares eleições regulares; o Parlamento votaria o orçamento anual; inspetores controlariam as contas reais; católicos foram afastados da sucessão; a manutenção de um exército em tempo de paz foi considerada ilegal. Os ministros passaram a tomar as decisões, sob autoridade do lorde tesoureiro. Funcionários passaram a dirigir o tesouro e, em época de guerra, orientavam a política interna e externa. Em 1694, formou-se o tripé fundamental para o desenvolvimento do país, com a criação do banco da Inglaterra: o Parlamento, o Tesouro e o Banco. Abriam-se as condições para o avanço econômico que resultaria na Revolução Industrial. De um lado, uma revolução na agricultura através dos cercamentos que beneficiou a gentry. De outro, a expansão comercial e marítima garantida pelos Atos de Navegação, que atendiam aos interesses da burguesia mercantil. Assim se fez a Revolução Gloriosa, que assinalou a ascensão da burguesia ao controle total do Estado.

EXERCÍCIOS

01. Responda à questão abaixo:

Qual o significado de Renascimento? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

02. Complete as lacunas: a) Os valores medievais foram sendo

gradativamente _______________ e transformados.

b) Antes do _________________ os europeus usavam o pergaminho.

c) O Humanismo pode ser definido como a glorificação do ______________ e do natural, em oposição ao divino e _____________.

d) O rei fortalecia-se com a Revolução ________________________________________________________ e com o enfraquecimento do ___________________.

03. Assinale a alternativa correta. a) Em da Vinci, distinguem-se o jogo de Luiz e

sombra, o esfumaçamento que realça a magia da pintura.

b) Petrarca formulou a teoria heliocêntrica. c) O Renascimento fortaleceu o poder da Igreja em

explicar o mundo. d) Giotto é o autor de A Divina Comédia. 04. Responda à questão abaixo: O que representou a Reforma Religiosa? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 05. Complete as lacunas: a) A Igreja, ao condenar a

_____________________________, os juros e o lucro, impedia o avanço do processo de ________________ do capital.

b) A crise do feudalismo havia criado problemas sociais que, certamente, conduziria à uma crise____________________________.

c) Se os senhores eram católicos, os camponeses oprimidos facilmente assumiriam a posição _________________, transformando luta__________ em luta de classes.

d) Na Alemanha, principados em fase de centralização tinham em ______________________________a Igreja e __________________ os bens.

06. Assinale a alternativa correta. a) Os príncipes luteranos rebelados contra a

imposição do catolicismo foram chamados de protestantes.

b) Segundo o luteranismo a salvação se alcança por obras.

c) O luteranismo não conservou o batismo e a eucaristia.

d) Calvino foi menos radical que Lutero em suas críticas.

07. Responda à questão abaixo:

O que foi a Contra-Reforma? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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08. Assinale a alternativa correta. a) Ainda no século XVI, França e Inglaterra criaram

medidas protecionistas e subvenções às manufaturas que lhes permitiram a liderança na economia européia.

b) Nos séculos XVII e XVIII a França era famosa pela má qualidade de seus produtos.

c) Na Inglaterra, o Estado não adotou medidas de proteção ao seu comércio.

d) Os ingleses nunca criaram companhias de comércio.

09. Complete as lacunas: a) A Revolução Inglesa do século XVII representou

a primeira _____________________ de crise do sistema absolutista.

b) Este movimento _____________criou as condições _________________ para a Revolução Industrial.

c) O rei correu a legitimar seu ______________ que era de fato.

d) Os grandes produtores ________________ tentaram aumentar suas posses através dos ________________________.

10. (UNESP) Foram características do

Renascimento, entre outras: a) A retomada dos valores da cultura greco-

romana: o antropocentrismo; a convicção de que tudo pode ser explicado pela ciência.

b) A reafirmação dos valores da cultura medieval; o deísmo; o caráter civil da produção.

c) O repúdio aos valores da cultura greco-romana; o deísmo; o racionalismo.

d) O repudio aos valores da cultura medieval; o antropocentrismo; a negação de que tudo pode ser explicado pela razão e pela ciência.

e) A valorização da cultura oriental; o humanismo; o caráter eclesiástico da produção artística.

11. (FCC-BA) O grande ideólogo da vida política, na

época do Renascimento, foi: a) Pico Della Mirandola b) Niccolo Machiavelli c) Giordano Bruno d) Galileu Galilei e) Girólamo Savanarola 12. “Renascimento, Expansão Marítima e Comercial

Européia, Estado Nacional, Reforma são assuntos que necessariamente devem ser relacionados, pois o processo histórico que envolve a Europa Ocidental na época é globalizante e os fatos se interpenetram”. A afirmativa acima pode ser considerada:

a) Verdadeira- pois os fenômenos históricos da época, para a região assinalada, não podem ser tomados em separado, sob pena de não entendimento do processo histórico do Ocidente.

b) Falsa- pois o Renascimento foi um movimento intelectual artístico, sem nenhuma relação com o processo de evolução comercial, política ou religiosa européia.

c) Falsa- pois o Estado Nacional teve seus fundamentos em etapa posterior, principalmente

no século XVIII, com a Revolução Francesa, enquanto os demais movimentos indicados são do século XVI.

d) Verdadeiro- se entendermos Renascimento e Expansão Marítima e Comercial Européia como um só feito, o do Renascimento Comercial no Ocidente Mediterrâneo.

e) Falsa- pois o movimento comercial europeu estava ligado exclusivamente ao fechamento do Mediterrâneo pelos turcos, em nada se relacionando como Renascimento ou a Reforma que são de fundo religioso.

13. “O tempo das descobertas foi, ainda, o tempo

de Lutero, Calvino, Erasmo, Thomas Morus, Maquiavel, ... Leonardo da Vinci, Michelangelo, Van Eyek, da Companhia de Jesus...” (Adauto Novaes, Experiência e destino.) O período e os nomes citados no texto correspondem a:

a) Cultura do Renascimento e do Iluminismo, reformas da política Absolutista e difusão do paganismo.

b) Cultura do Renascimento cientifica e artístico italiano, política Iluminista e Humanista e Contra-reforma religiosa.

c) Cultura do Renascimento artístico e cientifico, Despotismo Esclarecido e políticas de liberdade religiosa.

d) Cultura do Renascimento e Humanismo, política Absolutista, Reforma e Contra-reforma.

e) Cultura Iluminista e Renascentista, política do Absolutismo Real e Reforma Presbiteriana.

14. O país que é considerado como o berço do

Renascimento: a) Itália b) Espanha c) Inglaterra d) França 17. A diferença básica do Renascimento, contra o

teocentrismo medieval, está no desenvolver do: a) Anticlericalismo b) Iluminismo c) Antropocentrismo d) Antropozoomorfismo 16. (PUCMG-1988) O Renascimento é uma

revolução que cria as bases culturais da nossa sociedade. Essa revolução rompe com a antiga cultura feudal ao reconhecer que, EXCETO:

a) O homem é a medida de todas as coisas. b) A razão é a base fundamental do saber. c) O belo é a manifestação do espírito divino. d) O individualismo é um atributo do homem. e) O Evangelho é uma fonte de ignorância.

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17. (CES-2000) Relacione a primeira coluna com a Segunda: (Renascimento):

1) Leonardo Da Vince 2) Rafael Sânzio 3) Miguel Ângelo Buonarroti 4) Luiz Vaz de Camões 5) Miguel de Cervantes ( ) Moises, Pietà e David ( ) Dom Quixote ( ) Virgem Maria com Menino Jesus ( ) A Gioconda ( ) Os Lusíadas. a) 2,3,4,5,1 b) 4,5,2,1,3 c) 3,5,2,1,4 d) 5,2,1,3,4 e) 3,4,1,2,5 18. (PUC-MG-1998) Vários são os modelos de

Revolução Burguesa, que ocorreram na Europa entre os séculos XVII e XIX, no entanto, elas têm como ponto comum:

a) a total ruptura dos padrões do Antigo Regime. b) a intensa participação das camadas populares. c) a instalação do regime republicano parlamentar. d) o fim dos regimes monárquicos absolutistas. e) o reconhecimento da igualdade social e civil. 19. (FUVEST-1996) No século XVII, a Inglaterra

conheceu convulsões revolucionarias que culminaram com a execução de um rei (1649) e a deposição de outro (1688). Apesar das transformações significativas terem se verificado na primeira fase, sob Oliver Cromwell, foi o período final que ficou conhecido como “Revolução Gloriosa”. Isto se explica porque:

a) em 1688, a Inglaterra passara a controlar totalmente o comercio mundial tornando-se a potência mais rica da Europa.

b) auxiliada pela Holanda, a Inglaterra conseguiu conter em 1688 forças contra-revolucionarias que, no continente, ameaçavam as conquistas de Cromwell.

c) mais que a violência da década de 1640, com suas execuções, a tradição liberal inglesa desejou celebrar a nova monarquia parlamentar consolidada em 1688.

d) as forças radicais do movimento, como Cavadores e Niveladores, que assumiram o controle do governo, foram destituídas em 1688 por Guilherme de Orange.

e) só então se estabeleceu um pacto entre a aristocracia e a burguesia, anulando-se as aspirações políticas da “gentry”.

20. (FESP) “Que o pretenso direito da autoridade real de suspender as leis ou a sua execução é ilegal;” O trecho acima apresenta um item da Declaração dos direitos assinada pelo rei Guilherme III, em 1689, pondo fim à Revolução Inglesa que subordinou os reis da Inglaterra às decisões do Parlamento. Essa Revolução teve em sua origem:

1) o crescimento acelerado de grupos que

participavam do comércio marítimo e da produção rural sem o devido apoio por parte da monarquia;

2) o pacto entre parcelas da burguesia e da nobreza cujos interesses se encontravam nas atividades comerciais;

3) as tensões sociais provocadas pela eliminação do antigo modo de produção artesanal e o favorecimento do avanço dos cercamentos;

4) a diminuição das brigas religiosas com os grupos calvinista e católicos se aliando ao rei anglicano, contra a aristocracia;

5) a formação de lideranças vindas das massas populares que conseguiram se aliar à burguesia contra o absolutismo real;

Indique a opção correta: a) 1, 3 e 5 b) 2, 4 e 5 c) 1, 2 e 3 d) 3, 4 e 5 e) 1, 4 e 5 21. (PUC-MG-1998) Tanto na Revolução Inglesa do

século XVII, como na Francesa de 1789, os reis têm suas cabeças cortadas. No imaginário dessas revoluções burguesas, tal fato significa que:

a) a monarquia fere o espírito liberal. b) a riqueza determina o controle do poder. c) a morte do rei representa o libertação. d) o povo deve escolher o seu governo. e) o poder popular alcança sua plenitude. 22. A Revolução Gloriosa de 1688, ocorrida na

Inglaterra, resultou: a) no fim da ditadura de Oliver Cromwell. b) Na supremacia política do Parlamento. c) Na supressão dos direitos da aristocracia. d) Na separação entre a Igreja e o Estado. e) No aumento da intolerância religiosa.

Deus, nosso Companheiro, ajuda-nos asempre sentir Tua presença condutora,especialmente quando os tempos sãodifíceis. Em nome de Jesus. Amém.

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GLOSSÁRIO ! ostrogodos-relativo aos godos dos Oriente. ! lombardos-o natural ou habitante da Lombardia. ! detrimento-perda, prejuízo. ! despótico-proprio de déspota; tirânico. ! monoteísta-pessoa que adora um só Deus. !tenências-antiga repartição do tenente-general de artilharia. ! conclave-assembleia de cardeais para a eleição do Papa.. ! teutônicos-relativo aos teutões ou aos germanos; alemão. ! polifonia-pluralidade de sons; ! gótico-estilo arquitetônico forido, ogival, da Idade Media. !sarracena-designativo dos árabes que dominaram na Espanha. !usurpar-apoderar-se violentamente, tomar à força. ! visigodos-godos do Ocidente. ! emergente-resultante, procedente, que aparece. !suserania-qualidade ou poder de suserano, no regime feudal. ! hansa-antiga liga de várias cidades do norte da Europa. ! confraria-associação para fins religiosos. ! retração-ato ou efeito de retrair; contração. !huguenotes-designação depreciativa que os católicos franceses deram aos protestantes, sobretudo aos calvinistas e que estes adotaram. !hegemonia-preponderância política; superioridade. !despótica � tirania, poder absoluto, ditadura. !aldeamento-povoação de índios, dirigida por missionário ou autoridade leiga. !laicismo-sistema dos que pretendem a interferência dos leigos no governo da Igreja ou dos que pretendem dar às instituições caráter não religioso. ! indulgências-remissão das penas; perdão.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste módulo, você encontrou conteúdos, textos e interpretações para apoiá-lo no seu Curso.

Aqui foi lançado um olhar diferenciado para a Educação de Jovens e Adultos, acolhendo seus

conhecimentos, motivações e interesses.

Não pretendemos de forma alguma ditar receitas infalíveis. Nosso desafio é possibilitar todos os

usos possíveis da palavra como elemento de conquista da competência comunicativa de auto-realização e

da cidadania. Mas esse desafio é um caminho a ser trilhado e trabalhado. Portanto, estudem

intensamente, pois o estudo é o ponto central da nossa vida. Todavia, nós professores advertimos que é

uma grande necessidade para competirmos no mercado em igualdade de oportunidades.

Agora, vamos ao seu desempenho. Estude os assuntos detalhadamente. Se tiver duvidas, ligue

por telefone (61 – 30378860), ou acesse o nosso site (www.colégiopolivalente.com.br) . O importante é

que você passe para o tema seguinte quando dominar bem o que constava do anterior.

O seu sucesso é o sucesso do CIP,

Afinal, o CIP é você!!!!!