cidadania e participação social

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CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO SOCIAL

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Saiba mais sobre os conceitos de cidadania e participação social.

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Page 1: Cidadania e participação social

CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO

SOCIAL

Page 2: Cidadania e participação social

Na democracia grega dos séculos V e IV a.C., cidadão era o

membro da cidade-estado que participava ativamente na gestão

dos assuntos que diziam respeito a todos. Portanto, para os Gregos,

cidadania era a expressão do direito e dever de governar, fundados na

qualidade de homem livre e na relação de pertença à polis.

A vida política desenvolvia-se na praça pública, a Ágora, onde tinha

lugar a discussão política.

Havia, por um lado, o espaço privado (o espaço familiar), em que o poder

era exercido pelo chefe de família, e, por outro, o espaço público, o lugar onde se reuniam os homens livres.

Page 3: Cidadania e participação social

Espaço de discussão e debates dos assuntos políticos e jurídicos referentes ao interesse de toda

a população.

Era o lugar em que se expunham as mais variadas ideias e

pensamentos, fundamentados em argumentos, sempre na

busca de se chegar a um consenso daquilo que

supostamente seria o mais adequado e aplicável à

sociedade e seus respectivos problemas.

Era o espaço destinado ao interesse público.

ÁGORA

Page 4: Cidadania e participação social

O cidadão é o habitante da cidade que, por ser membro de uma comunidade, adquire um

determinado estatuto, a cidadania, isto é, um conjunto de direitos e de deveres, tendo à sua disposição o espaço público (lugar

onde os cidadãos se encontram para conviver e para debater os problemas que dizem respeito a

todos) e o espaço privado (espaço familiar que só diz respeito a um

grupo restrito).

CIDADANIA

Page 5: Cidadania e participação social

É a esfera da casa, da família e daquilo que é próprio ao homem.

Baseia-se em relações de parentesco.

Trata-se de um reino de desigualdade em que só o

chefe da família exercia o poder sobre os seus

subordinados.

Não existia qualquer discussãolivre e racional. Os homens

viviam juntos subordinados por necessidades e carências biológicas (alimentação, alojamento, segurança).

ESPAÇO PRIVADO GREGO

Page 6: Cidadania e participação social

É a esfera do comum na vida política da polis. Baseia-se no uso da palavra e da persuasão através da arte da Política e

da Retórica.

A esfera pública era o domínio da vida política,

que se exercia através da ação e do

discurso.

Os cidadãos exerciam a sua vida política participando nos

assuntos da polis.

Vencer as necessidades da vida privada

constituía a condição para aceder à

vida pública.

ESPAÇO

PÚBLICO GREGO

Page 7: Cidadania e participação social

Todos são iguais (não há desigualdade de comandar e de ser comandado) e todos são livres em expressar as suas opiniões. O poder da palavra através da persuasão (a prática da retórica) substitui a força

e a violência da esfera privada. Os cidadãos livres e iguais da esfera pública da polis opõem-se, assim, às relações de dominação e de

propriedade sobre os subordinados do espaço privado.

ESPAÇO PÚBLICO: IGUALDADE E LIBERDADE

Page 8: Cidadania e participação social

O termo "público" remete para dois fenômenos distintos, mas

correlacionados:

a ideia de acessibilidade: tudo o que vem a público está

acessível a todos: pode ser visto e ouvido por todos. Quando

divulgamos um pensamento ou um sentimento através de uma

estória, bem como quando divulgamos experiências

artísticas individuais, o privado torna-se de acesso público.

a ideia de comum: a realidade do mundo

tem um bem comum ou interesse comum dos negócios humanos, na medida em que é

partilhado por indivíduos que se relacionam entre si. PÚBLICO:

ACESSIBILIDADE E COMUM

Page 9: Cidadania e participação social

Ter coragem era a condição para aceder à vida política afirmando uma individualidade discursiva e contrariando a mera socialização imposta pelas limitações da vida

biológica privada.

Ser cidadão da polis, pertencer aos poucos que tinham liberdade

e igualdade entre si, pressupunha um espírito de luta:

cada cidadão procurava demonstrar perante os outros

que era o melhor exibindo, através da palavra e da

persuasão, confrontando opiniões através do discurso.

A CORAGEM

Page 10: Cidadania e participação social

Em Atenas, todos os cidadãos tomavam parte dos negócios públicos; havia ali,

porém, apenas vinte mil cidadãos, em mais de

trezentos e cinquenta mil habitantes.

Todos os outros eram escravos e desempenhavam

a maior parte das funções que hoje em dia pertencem ao povo e mesmo às classes médias. Atenas, com o seu sufrágio universal, não era, pois, afinal de contas, senão uma república aristocrática,

onde todos os nobres tinham direito igual ao governo.OS EXCLUIDOS DA

CIDADANIA GREGA

Page 11: Cidadania e participação social

Na Roma antiga, o conceito de cidadania traduz o

reconhecimento jurídico de inclusão. Assim, cidadão era o

indivíduo que estava submetido e protegido pelas leis do Império.

A polis dos gregos é o espaço de afirmação da política, através da

liberdade e igualdade dos cidadãos.

A sociedade dos romanos é o espaço de dominação do poder imperial sobre os cidadãos e

súditos do Império Romano.

CIDADANIA ROMANA

Page 12: Cidadania e participação social

Cidadania moderna é o reconhecimento universal (isto

é, a todos os indivíduos, independentemente de etnia,

religião, sexo etc.) em condições de igualdade política e jurídica, do direito de integração e de participação numa comunidade.

A cidadania instaura-se a partir dos processos de lutas que

culminaram na Declaração dos Direitos Humanos, dos Estados

Unidos da América do Norte e na Revolução Francesa.

Esses eventos romperam o princípio de legitimidade até

então, baseado nos deveres dos súditos, e passaram a estruturá-lo a partir dos direitos do cidadão.

CIDADANIA MODERNA

Page 13: Cidadania e participação social

Desse momento em diante todos os tipos de luta foram travados

para que se ampliasse o conceito e a prática de cidadania, e o mundo

ocidental o estendesse para mulheres, crianças, minorias

nacionais, étnicas, sexuais, etárias.

No século XX, com os movimentos sociais e a luta em prol do

reconhecimento de direitos humanos universais, recupera-se a concepção de cidadania ativa, isto é, o reconhecimento universal do direito e do dever de participação

política, exigindo que os indivíduos e o Estado assumam os seus deveres e responsabilidades.DECLARAÇÃO DOS

DIREITOS HUMANOS

Page 14: Cidadania e participação social

A emergência da sociedade de informação e comunicação, da

internet e da globalização, exige que se pense a política a um nível global.

Existe um número significativo de organizações e movimentos de cidadãos que usam os meios de comunicação social e os espaços

públicos virtuais para discutir questões gerais (direitos humanos,

globalização, problemas ambientais…).

Por isso, a cidadania já não pode ser definida em função de uma

comunidade restrita (país, cultura ou religião). Nas sociedades abertas,

multiétnicas e multiculturais, a cidadania expressa o direito e o dever

de vinculação e de integração dos indivíduos na comunidade de seres

racionais.

CIDADANIA E GLOBALIZAÇÃO

Page 15: Cidadania e participação social

“ A cidadania é responsabilidade perante nós e perante os outros,

consciência de deveres e de direitos; impulso para a solidariedade e para

a participação, é sentido de comunidade e de partilha, é

insatisfação perante o que é injusto ou o que está mal, é vontade de

aperfeiçoar, de servir, é espírito de inovação, de audácia, de risco, é pensamento que age e ação

que se pensa” .

Jorge SampaioSENTIDO DE COMUNIDADE E DE

PARTILHA

Page 16: Cidadania e participação social

O novo conceito de cidadania acentua a responsabilidade

individual e a participação política ativa, e pressupõe

o reconhecimento:

-de igual dignidade de todos os seres humanos;

- de direitos humanos inalienáveis;

- da igualdade política e jurídica;

- do direito à diversidade, base do pluralismo democrático;

- do direito e do dever de integração e de participação

cívico-política.

O NOVO CONCEITO DE CIDADANIA

Page 17: Cidadania e participação social

No Brasil predomina uma visão reducionista da cidadania (votar, pagar os impostos, ou seja, fazer coisas que nos são impostas) e encontramos muitas barreiras

culturais e históricas para a vivência da cidadania.

Somos filhos de uma nação acostumada a achar “normal” as injustiças, a termos um “jeitinho”

para tudo, a não levar a sério a coisa pública, a pensar que direitos são privilégios, a pensar que Deus é

brasileiro e se as coisas estão como estão é por vontade Dele.

BRASIL: VISÃO

REDUCIONISTA DE CIDADANIA

Page 18: Cidadania e participação social

Sonhar com cidadania plena em uma sociedade pobre, em que o

acesso aos bens e serviços é restrito, seria utópico.

Contudo, os avanços da cidadania, se têm a ver com a

riqueza do país e a própria divisão de riquezas, depende

também da luta e das reivindicações, da ação

concreta dos indivíduos.

Page 19: Cidadania e participação social

Distribuição de indivíduos que acessaram a internet no Brasil em 2005 em função da idade

Percentual de usuários de internet no Brasil entre 2000 e 2005

INCLUSÃO DIGITAL

Page 20: Cidadania e participação social
Page 21: Cidadania e participação social
Page 22: Cidadania e participação social

Crescimento da população carcerária no Brasil de 1995 a Junho de 2007.

www.conteudojuridico.com.br

Distribuição das pessoas de 5 anos ou mais de

idade ocupadas

www.portalecodebate.com.br

Page 23: Cidadania e participação social

PACATO CIDADÃO

Skank

Clip

Page 24: Cidadania e participação social

A cidadania não surge do nada como um toque de mágica, nem a simples conquista legal de alguns direitos, significa a realização dos

mesmos. Ela é conquistada a partir da nossa capacidade de organização, participação e intervenção social. É necessário que o

cidadão participe, seja ativo, faça valer os seus direitos.

A CIDADANIA NÃO NOS É

DADA, ELA É CONSTRUÍD

A.

Page 25: Cidadania e participação social

Não é como um dever de casa, onde faço a minha

parte, apresento e pronto.

Enquanto seres inacabados que somos, sempre

estaremos buscando, descobrindo, criando e

tomando consciência mais ampla dos direitos. Nunca

poderemos chegar e entregar a tarefa pronta, pois novos

desafios na vida social surgirão, demandando novas conquistas e, portanto, mais

cidadania. UMA TAREFA QUE NUNCA TERMINA

Page 26: Cidadania e participação social

VÍDEO

O MUNDO DÁ VOLTAS