centro estadual de educaÇÃo bÁsica para jovens e …

53
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS CEEBJA NOVA VISÃO PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR EJA ENSINO FUNDAMENTAL FASE I E FASE II ENSINO MÉDIO GUARAPUAVA 2014

Upload: others

Post on 22-Oct-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO

BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA NOVA VISÃO

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

EJA

ENSINO FUNDAMENTAL – FASE I E FASE II

ENSINO MÉDIO

GUARAPUAVA

2014

SUMÁRIO

IDENTIFICAÇÃO ................................................................................................... 05

CURSOS AUTORIZADOS/RECONHECIDOS ................................................... 06

1 FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ......................................... 07

1.1 Histórico ...................................................................................................... 09

1.2 Perfil do Educando ….................................................................................. 11

1.3 Caracterização do Curso .............................................................................. 13

1.4 Organização Coletiva

...................................................................................

14

1.5 Organização Individual ............................................................................... 14

1.6 Nível de Ensino ........................................................................................... 14

1.6.1 Ensino Fundamental – Fase I ......................................................... 14

1.6.2 Ensino Fundamental – Fase II ........................................................... 15

1.6.3 Ensino Médio ..................................................................................... 15

1.7 Educação Especial …................................................................................... 15

1.8 Frequência .................................................................................................. 15

1.9 Exames Supletivos ..................................................................................... 15

1.10 Conselho Escolar ....................................................................................... 16

1.11 Materiais de Apoio Didático ...................................................................... 16

1.12 Biblioteca Escolar ...................................................................................... 16

1.13 Laboratório ................................................................................................ 17

1.14 Recursos

…................................................................................................

17

2 FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS 18

3 INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS .......................................... 21

4 MATRIZ CURRICULAR .................................................................................... 22

4.1 Ensino Fundamental – Fase I

…...................................................................

22

4.2 Ensino Fundamental – Fase II ..................................................................... 23

4.3 Ensino Médio .............................................................................................. 24

5 CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS ...................................................

25

6 PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO 26

6.1 Concepção de Avaliação ............................................................................. 26

6.2 Procedimentos e Critérios para Atribuição de Notas ….............................. 27

6.3 Recuperação de Estudos

................................................................................

28

6.4 Aproveitamento de Estudos ......................................................................... 28

6.5 Classificação e Reclassificação .................................................................. 28

7 REGIME ESCOLAR …........................................................................................ 29

7.1 Organização ................................................................................................. 29

7.2 Formas de Atendimento .............................................................................. 29

7.2.1 Ensino Fundamental – Fase I, Fase II e Ensino Médio

….................

29

7.3 Matrícula ..................................................................................................... 30

7.4 Material Didático ......................................................................................... 31

7.5 Avaliação ..................................................................................... 31

7.6 Recuperação de Estudos ............................................................... 32

7.7 Aproveitamento de Estudos, Classificação e Reclassificação 33

7.8 Área de Atuação .......................................................................... 33

8 CONDIÇÕES MATERIAIS E RECURSOS TECNOLÓGICOS 34

8.1 Relação de Recursos Físicos ........................................... ............. 34

8.2 Relação de Acervo Bibliográfico .................................................. 35

8.3 Relação de Equipamentos de Laboratório ..................................... 35

8.4 Relação de Mobiliário e equipamentos .................... .................... 36

9. RECURSOS HUMANOS .................................................................................... 38

9.1 Atribuições dos Recursos Humanos

...............................................

38

37 9.1.1 Direção ............................................................................... 38

9.1.2 Professor Pedagogo ............................................................. 40

9.1.3 Coordenações ...................................................................... 42

9.1.4 Docentes

..............................................................................

43

9.1.5 Secretária e Agentes Educacionais II .............................. 44

9.2 Relação dos Recursos Humanos ................................................................. 47

46 9.2.1 Equipe Técnico Administrativa............................................ 47

9.2.2 Equipe Pedagógica ............................................................. 47

9.2.3 Corpo Docente ….............................................................................. 47

10 PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO 49

11 PLANO DE CAPACITAÇÃO CONTINUADA DO CORPO DOCENTE 51

11.1 Plano de Formação .................................................................. 51

12 REFERÊNCIAS …............................................................................... 52

5

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA NOVA VISÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

IDENTIFICAÇÃO

Identificação da instituição Formulário 01

1 – Denominação da instituição

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA NOVA VISÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

2 – Endereço completo

Rua: Borges Dário de Lis, 439 – Bairro CDI – CEP: 85063-540

Município: Guarapuava – Paraná

Telefone: (42)3624-7480/3629-1858

Fax: 3624-7480

3 – Bairro/Distrito

CDI

4 – Município

GUARAPUAVA

5 – NRE

GUARAPUAVA

6 – CEP

85063-540

7 – Caixa

Postal

8 – DDD

(42)

9 – Telefone

3624-7480

3629-1858

10 – Fax

3624-7480

11 – E-mail

[email protected]

Site

http://www.grpceebjanovavisao.seed.pr.gov.br

13 –Entidade Mantenedora

Governo do Estado do Paraná

14 – CNPJ/MF

13790509/0001-27 – APF

76416965/0001-21 – Fundo Rotativo

Assinatura Direção:

6

CURSOS AUTORIZADOS/RECONHECIDOS

Cursos autorizados / reconhecidos

Formulário 02

1 – Cursos autorizados

Cursos autorizados Número das autorizações

Ensino Fundamental Fase I Resolução nº 15/09 – 05/01/2009

Ensino Fundamental Fase II Resolução nº 15/09 – 05/01/2009

Ensino Médio Resolução nº 15/09 – 05/01/2009

2 – Cursos reconhecidos

Cursos reconhecidos Número dos reconhecimentos

Ensino Fundamental Fase I Resolução nº 4243/12 – 09/07/2012

Ensino Fundamental Fase II Resolução nº 4243/12 – 09/07/2012

Ensino Médio Resolução nº 4243/12 – 09/07/2012

3 – Observações

Esta escola funciona nas dependências da unidade prisional de regime fechado PIG –

Penitenciária Industrial de Guarapuava e da unidade prisional de regime semi aberto

CRAG – Centro de Regime Semi Aberto de Guarapuava atendendo alunos do sexo

masculino privados de liberdade.

7

1 FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN nº 9394/96, em seu

artigo 37, prescreve que “a educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não

tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”.

É característica dessa modalidade de ensino a diversidade do perfil dos

educandos, com relação à idade, ao nível de escolarização em que se encontram, à situação

sócio-econômica e cultural, às ocupações e a motivação pela qual procuram a escola.

Conforme o artigo 1º, “A educação abrange os processos formativos que se

desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino

e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações

culturais. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e da prática social”.

Diante disso o educando de EJA torna-se sujeito na construção do conhecimento

mediante a compreensão dos processos de trabalho, de criação, de produção e de cultura

cabendo ao processo educacional da EJA evidenciar possíveis mudanças que apontem para

uma nova relação entre ciência, trabalho e cultura, por meio de uma base sólida de formação

científica e histórica, que ajude os educandos a desenvolverem todas as suas dimensões

enquanto seres humanos.

Essas mudanças são norteadas, sobretudo, pelos valores apresentados na

Conferência Internacional de Hamburgo, na Lei 9394/96 e no Parecer 011/00, do Conselho

Nacional de Educação, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de

Jovens e Adultos.

A prática educativa aqui proposta situa-se no interior desse processo de mudanças.

Respondendo aos desafios apresentados para a educação de jovens e adultos, elegem-se três

eixos articuladores da ação pedagógico-curricular sobre os quais edificar-se-á a ação:

O primeiro constitui-se como cultura, elemento de mediação entre o indivíduo e a

sociedade, e nesse sentido, possui um duplo caráter: remete o indivíduo à sociedade e é,

também, o intermediário entre a sociedade e a formação do indivíduo. (Adorno, 1996). Deste

modo, torna-se objeto da educação que se traduz, na escola, em atividade curricular.

O segundo eixo, o trabalho, representa a dimensão histórica da transformação do

homem pelo processo de ir e vir, na ação de mudança da natureza, que resulta em mudança no

próprio ser. Neste sentido, observa-se a função da educação como emancipatória, numa

perspectiva que constitui os instrumentos da transformação da realidade social referenciados

na moral, na criticidade, na liberdade individual, na participação coletiva e na autonomia do

8

pensar.

O terceiro eixo abordado, o tempo, de cada educando na dimensão escolar

compreende um tempo definido pelo período de escolarização e um tempo singular de

aprendizagem, que no caso dos educandos da EJA é bem diversificado, tendo em vista a

especificidade dessa modalidade de ensino que busca atender, ainda, o tempo de que o

educando dispõe para se dedicar aos estudos.

Considerando os três eixos articuladores que fundamentam a organização das

diretrizes curriculares para a EJA no estado do Paraná, as orientações metodológicas estão

direcionadas para um currículo disciplinar, que não deve ser entendido como na pedagogia

tradicional, que fragmenta o processo do conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares,

mas sim, como uma forma de organização abrangente, na qual os conteúdos culturais

relevantes estão articulados à realidade na qual o educando se encontra, viabilizando um

processo integrador dos diferentes saberes, a partir da contribuição das diferentes áreas do

conhecimento.

Quanto aos conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar articulados à

realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, articulada ao mundo do trabalho, à

ciência, às novas tecnologias, entre outros. Com relação às perspectivas dos educando e seus

projetos de vida, a EJA poderá colaborar para que os mesmos ampliem seus conhecimentos de

forma crítica, viabilizando a busca pelos direitos de melhoria de sua qualidade de vida e

construção da sua autonomia intelectual e moral, que o levará a emancipação e ao exercício

de uma cidadania democrática.

Em se tratando da EJA destinada aos alunos privados de liberdade a legislação vigente

está expressa nos seguintes documentos: Parecer CEB/CNE n.º 11/2000; Resolução nº

03/2009 – Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária; PARECER CNE/CEB Nº

4/2010 – CEB/CNE, APROVADO EM 9/3/2010; RESOLUÇÃO Nº 2, DE 19 DE MAIO DE

2010 – CNE/CEB Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos em

situação de privação de liberdade; Lei 12433/2011 – Presidência da República: Remição de

parte do tempo de execução da pena por estudo ou por trabalho; DECRETO Nº 7.626, DE 24

DE NOVEMBRO DE 2011: Institui o Plano Estratégico de Educação no âmbito do Sistema

Prisional; DELIBERAÇÃO N.º 06/05 – CEE/PR, 11/11/05: Estabelece Normas para a

Educação de Jovens e Adultos no Ensino Fundamental e Médio do Sistema de Ensino do

Paraná.

Desta forma, a educação de jovens, adultos e idosos em privação de liberdade é

amparada por um conjunto de leis que a assegura como elemento que poderá levar os

9

educandos a restauração do direito negado – o direito de uma escola de qualidade e o

reconhecimento da igualdade de qualquer cidadão, a possibilidade de reinserção no sistema

educacional e na sociedade e da atualização permanente de conhecimentos com base em

valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça.

1.1 Histórico

A Educação de Jovens e Adultos – EJA é um campo de práticas e reflexões que

transborda os limites da escolarização em sentido restrito. Primeiramente, porque abarca

processos formativos diversos, onde podem ser incluídas iniciativas visando à qualificação

profissional, o desenvolvimento comunitário, a formação política e um sem número de

questões culturais pautadas em outros espaços que não o escolar.

Além disso, mesmo quando se focalizam os processos de escolarização de jovens e

adultos, o contemplado na escola regular, com seus tempos e espaços rigidamente

delimitados, imediatamente se apresenta como problemático e esta problemática se acentua

quando tratamos da EJA no sistema prisional.

Historicamente, a pena de prisão surgiu para contenção e guarda do infrator, que

esperava preso aguardando julgamento. Após a prisão sofria torturas, mutilações e muitas

vezes era levado à pena de morte e assim aconteceu durante a Idade Antiga e prolongou-se

pela Idade Média quando surge a prisão Eclesiástica, trazendo o ideário de “prisão

penitência”, advinda do Direito Canônico, de onde surge a palavra penitenciária. (Lemos,

2004)

Na Europa, nos séculos XVI a XVII, assolada pela extrema miséria era grande o

número de marginais sociais e não era possível levar todos à pena de morte, surge a pena

privativa de liberdade e os primeiros estabelecimentos penitenciários que se mostraram

ineficientes e fracassaram. Ao longo desta trajetória efetivou-se o Sistema Progressivo com a

intenção da reforma do delinqüente para sua readaptação na sociedade, seus resultados foram

negativos, pois promoveu a aniquilação da personalidade do recluso e a sua não adaptação à

sociedade. (op. cit, 2004)

No Brasil, a Lei de Execução Penal, de 1984 (Lei 7.210/84), proclamou a teoria da

Nova Defesa Social, que apresenta como objetivo da pena privativa de liberdade o tratamento

ao preso para sua reeducação e retorno à sociedade tendo como princípio a ressocialização do

apenado e a defesa da sociedade. Entretanto o previsto nesta lei não é cumprido. O que se

percebe na realidade do sistema prisional, no Brasil, são cadeias superlotadas, com detentos

provisórios ou aqueles que deveriam cumprir pena em regime aberto, semi-aberto ou

10

livramento condicional. Tornou-se comum a mídia noticiar rebeliões, motins e fugas que

retratam os sérios problemas do setor penitenciário. (Mirabete, 1997)

Buscando uma solução a esta situação, o Estado do Paraná, criou o Projeto de

Penitenciárias Industriais. A primeira unidade foi instalada em Guarapuava, em 1999.

Pioneira, pois surgiu como unidade industrial e iniciou suas atividades com a terceirização

dos serviços operacionais, que foram reassumidos pelo governo estadual em 2006.

As inovações, nesta unidade penal iniciam desde o momento da entrada do detento

através de sistema avaliativo, triagem, tempo de adaptação à unidade, disciplina e segurança

rígida, além do canteiro de trabalho, sistema educacional, assistência social e médica e a

possibilidade de remissão da pena por dias de trabalho e horas de estudo.

Numa nova concepção de presídio, a PIG – Penitenciária Industrial de Guarapuava e o

CRAG – Centro de Regime Semi Aberto de Guarapuva, têm como meta o tratamento ao

detento buscando a sua educação ou a reeducação para que o mesmo possa conviver em

sociedade.

E neste contexto a educação é colocada como atividade que visa proporcionar a

reabilitação dos indivíduos punidos. No interior das prisões, as contradições do processo de

ajustamento materializam-se nas possibilidades concretas dos indivíduos punidos

preservarem-se como sujeitos; na resistência a subjugarem-se plenamente aos valores da

instituição e do sistema social que lhe é inerente.

A educação formal não permanece, em absoluto, neutra nesse processo pleno de

contradições de subjugação e resistência. "A característica fundamental da pedagogia do

educador em presídios é a contradição, é saber lidar com conflitos, saber trabalhar as

contradições à exaustão" (Gadotti, 1993, p. 143).

Por um lado, as rígidas normas e procedimentos oriundos da necessidade de

segurança, ordem interna e disciplina das unidades que prescrevem as atividades escolares, a

vigilância constante ou até mesmo a ingenuidade dos educadores, podem contribuir para que a

escola seja mais um dos instrumentos de dominação, subjugando os indivíduos punidos ao

"sistema social da prisão a ao mundo do crime" (Ramalho, 1979, p. 163). Por outro lado, a

escola pode apresentar-se como um espaço que se paute por desenvolver uma série de

potencialidades humanas, tais como: a autonomia, a crítica, a criatividade, a reflexão, a

sensibilidade, a participação, o diálogo, o estabelecimento de vínculos afetivos, a troca de

experiências, a pesquisa, o respeito e a tolerância, absolutamente compatíveis com a educação

escolar, especificamente a destinada aos jovens e adultos.

Na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG), desde novembro de 1999, a

11

Secretaria de Estado de Educação – SEED, em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça

e Cidadania – SEJU – através do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos

de Guarapuava – CEEBJA, vem atendendo a clientela existente nesta Unidade (educandos do

sexo masculino em privação de liberdade em regime fechado) pelo sistema de Posto

Avançado do CEEBJA – PAC, e a partir de 2006 por Ação Pedagógica Descentralizada –

APED.

A partir do ano de 2007, tivemos ampliação da clientela carcerária com a implantação

do Centro de Regime Semi Aberto de Guarapuava, a qual também passou a ser atendida em

forma de APED Especial.

Desta forma com o aumento significativo dos internos, exigindo assim uma demanda

maior de professores, pedagogos e funcionários administrativos, é que surgiu a possibilidade

de se criar uma escola, para atender as duas unidades, pois havia todas as condições físicas e

também atendia aos critérios exigidos para essa implantação. Foi assim que os profissionais

da educação que estavam atuando no momento e direção das unidades uniram-se e iniciaram

o processo de criação da escola, através da parceria entre a Secretaria de Estado da Educação

do Paraná - SEED e Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania - SEJU.

Sendo assim, através da Resolução nº 015/09, de 05 de janeiro de 2009, houve a

autorização de funcionamento desta instituição de ensino, iniciando suas atividades com a

Fase I, no mês de março de 2009 e a Fase II e Ensino Médio, no mês de agosto de 2009 com a

denominação de CEEBJA “NOVA VISÃO”.

1.2 Perfil do Educando

Esta instituição recebe condenados da cadeia pública de Guarapuava e região que

abrange os municípios que compõe a Vara de Execução de Guarapuava: Prudentópolis, Irati,

Rebouças, Rio Azul, São Mateus do Sul, União da Vitória, Palmital, Guarapuava, Iretama,

Manoel Ribas, Cândido de Abreu, Reserva, Pitanga, Pinhão e Mallet, em casos especiais

recebe condenados de outros estados que tenham cometido crimes nesta área de abrangência.

Na chegada às unidades prisionais o detento passa pelo processo de triagem e

adaptação, após a entrada o mesmo é avaliado periodicamente por uma Comissão Técnica

composta por Pedagoga, Assistente Social e Psicóloga. Existe um acompanhamento do

interno visando o desenvolvimento de atividades que o auxiliem na formação de bons hábitos

e atitudes.

Ao traçar um perfil do interno nota-se que grande porcentagem encontra-se na faixa

etária dos 19 aos 35 anos de idade.

12

Em relação à situação civil evidencia-se que a maioria apresenta união estável

seguido dos solteiros, pois temos uma grande parcela da população que é jovem.

Verificamos que grande parte desta população é oriunda desta região que tem a

presença marcante de europeus na sua colonização, portanto a grande maioria pertence a esta

etnia.

Quanto ao nível de escolaridade a grande maioria apresenta pouca escolaridade, e se

encontra na situação de escolaridade de Ensino Fundamental incompleto.

Desta caracterização é possível ter um conhecimento mais aprofundado desse grupo e

desta forma viabilizar um trabalho voltado para sua realidade e necessidades.

Os jovens e adultos que se inserem neste CEEBJA têm a necessidade da escolarização

formal; seja pelas necessidades pessoais, seja pelas exigências do mundo do trabalho ou pela

necessidade da ressocialização. A dinâmica desenvolvida nesta modalidade de ensino

possibilita a flexibilização de horários e a organização do tempo escolar destes educandos,

viabilizando a conclusão dos seus estudos. Muitos dos jovens, adultos e idosos aqui ingressos,

trazem modelos internalizados durante suas vivências escolares ou por outras experiências. O

modelo predominante é o de uma escola com características tradicionais, onde o educador

exerce o papel de detentor do conhecimento, e o educando de receptor passivo deste

conhecimento.

Com base nesses modelos, muitos depositam na escola a responsabilidade pela sua

aprendizagem. Há necessidade de romper com esses modelos e motivar a autonomia

intelectual, a fim de que se tornem sujeitos ativos do processo educacional. Esses educandos

possuem uma bagagem de conhecimentos adquiridos em outras instâncias sociais, visto que, a

escola não é o único espaço de produção e socialização dos saberes.

Em síntese, o atendimento à escolarização de jovens, adultos e idosos no CEEBJA

NOVA VISÃO, não se refere exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação

desta modalidade com a diversidade sócio-cultural de seu público, composta por educandos

em privação de liberdade, com necessidades educativas especiais, que demandam uma

educação que considere o tempo/espaço e a cultura desse grupo.

O educando do Centro Estadual de Educação Básica Para Jovens e Adultos Nova

Visão é um sujeito com diferentes experiências de vida e que em algum momento afastou-se

da escola devido a fatores sociais, econômicos, políticos e/ou culturais.

Nesse contexto este estabelecimento de ensino deve contemplar ações

pedagógicas específicas que levem em consideração o perfil do educando jovem, adulto e

idoso que não obteve escolarização ou não deu continuidade aos seus estudos.

13

Em síntese, o atendimento à escolarização de jovens, adultos e idosos no CEEBJA

Nova Visão, não se refere exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta

modalidade com a diversidade sócio-cultural de seu público, composta, dentre outros, por

populações do campo, em privação de liberdade, com necessidades educativas especiais, que

demandam uma educação que considere o tempo/espaço e a cultura desse grupos.

Considerando esse perfil diferenciado destes educandos e suas necessidades,

assim como, as características próprias desta modalidade de ensino, deve-se garantir o retorno

e permanência destes educandos à escolarização formal.

Desta forma esta escola que está localizada no interior da Penitenciária Industrial

de Guarapuava – PIG e do Centro de Regime Semi Aberto de Guarapuava – CRAG, tem sua

atenção voltada para a Educação de Jovens, Adultos e Idosos privados de liberdade,

assumindo o compromisso de desenvolver todos os aspectos que envolvem a educação

formal, assim como contribuir para o processo de reeducação e ressocialização.

1.3 Caracterização do Curso

Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta de

escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus estudos no

Ensino Fundamental ou Médio, assegurando-lhes oportunidades apropriadas, consideradas

suas características, interesses, condições de vida e de trabalho, mediante ações didático-

pedagógicas coletivas e/ou individuais.

Portanto, este Estabelecimento Escolar oferta Educação de Jovens e Adultos –

Presencial, que contempla o total de carga horária estabelecida na legislação vigente nos

níveis do Ensino Fundamental e Médio, com avaliação no processo.

Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidas de modo a

viabilizar processos pedagógicos, tais como:

- pesquisa e problematização na produção do conhecimento;

- desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;

- registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias,

ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e socialização dos

conhecimentos;

- vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos, bem

como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.

Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos plano de

estudos e atividades. Tanto no atendimento individual como no coletivo os educandos

14

receberão um Guia de Estudos.

Nesse sentido, a escolarização, em todas as disciplinas, será organizada de forma

coletiva e individual, ficando a critério do educando escolher a maneira que melhor se adapte

às suas condições e necessidades, ou mesmo mesclar essas formas, ou seja, cursar algumas

disciplinas organizadas coletivamente e outras individualmente.

1.4 Organização Coletiva

Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um

cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de início e término

de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização do currículo. A mediação

pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos conteúdos de forma coletiva, na

relação professor-educandos e considerando os saberes adquiridos na história de vida de cada

educando.

A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm

possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma pré-

estabelecido.

1.5 Organização Individual

A organização individual destina-se àqueles educandos que não têm possibilidade

de frequentar com regularidade as aulas, devido às condições de horários alternados de

trabalho e para os que foram matriculados mediante classificação ou que foram

reclassificados ou desistentes quando não há no momento, turma organizada coletivamente

para sua inserção. Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um

cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, contemplando o ritmo próprio do

educando, nas suas condições de vinculação à escolarização e nos saberes já apropriados.

1.6 Nível de Ensino

1.6.1 Ensino Fundamental – Fase I

A oferta de Ensino Fundamental – Fase I atende jovens, adultos e idosos não

alfabetizados e/ou aqueles que não concluíram as séries iniciais do ensino fundamental, com o

objetivo de continuidade dos estudos e conclusão da educação básica. Será oferecida somente,

em regime de colaboração com os Municípios, de acordo com a população a ser atendida e

quando os recursos financeiros disponíveis ainda não estiverem destinados à oferta de EJA –

Fase I pelo Município, conforme o disposto na Lei Federal nº 9394/96. E também em

15

situações específicas que sejam de competência exclusiva do Estado, como para educandos

em privação de liberdade.

A mediação pedagógica ocorrerá de maneira interdisciplinar e será matriculado ao

mesmo tempo nas três áreas do conhecimento.

1.6.2 Ensino Fundamental – Fase II

Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este estabelecimento

escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, que consideram

os conteúdos como meio, ora como fim do processo de formação humana dos educandos, para

que os mesmos possam produzir e ressignificar bens culturais, sociais, econômicos e deles

usufruírem.

1.6.3 Ensino Médio

O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua oferta,

os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes Curriculares Nacionais

para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02 de 07 de abril de 1998/CNE e nas

Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos e nas Diretrizes

Curriculares Estaduais da Educação Básica.

1.7 Educação Especial

A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades

educativas especiais, inserindo estes no conjunto de educandos da organização coletiva e ou

individual, priorizando ações que oportunizem o acesso à permanência e o êxito dos mesmos

no espaço escolar, considerando a situação em que se encontram individualmente estes

educandos.

1.8 Frequência

A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva no Ensino

Fundamental – Fase I e II e no Ensino Médio, sendo que a freqüência mínima na organização

coletiva é de 75% (setenta e cinco por cento) e na organização individual é 100% (cem por

cento).

1.9 Exames Supletivos

Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao disposto

16

na Lei n.º 9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria de Estado da

Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de Educação de Jovens e

Adultos.

1.10 Conselho Escolar

Este Centro Estadual de Educação Básica para jovens, adultos e idosos possui um

Conselho Escolar constituído pelo Diretor; pelos Representantes dos Professores, dos

Pedagogos, dos Agentes Educacionais II e Profissionais da Instituição Prisional. É um órgão

colegiado, representativo da Comunidade Escolar, de natureza consultiva, deliberativa e

fiscalizadora, sobre a organização e realização do trabalho pedagógico e administrativo da

instituição escolar em conformidade com as políticas e diretrizes educacionais da SEED,

observando a Constituição, a LDB, a Proposta Pedagógica-Curricular da EJA e o Regimento

da escola, para o cumprimento da função social e específica deste Centro de Educação.

1.11 Materiais de Apoio Didático

Serão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação Básica -

Secretaria de Estado da Educação do Paraná, como material básico.

Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, poderão utilizar

outros recursos didáticos.

1.12 Biblioteca Escolar

A biblioteca não é apenas um espaço onde apenas o aluno deve freqüentar, mas

também os professores, funcionários e toda a comunidade escolar. Para entendermos melhor

o conceito de biblioteca escolar é preciso vê-la como um espaço privilegiado para que se

possa aplicar a prática pedagógica. “É organizada para se integrar à sala de aula no

desenvolvimento do currículo escolar. Além disso, a Biblioteca Escolar tem como objetivo

despertar os alunos para a leitura, desenvolvendo-lhes o prazer de ler podendo servir também

como suporte para a instituição prisional em suas necessidades de informação”.

Para que a Biblioteca Escolar seja conservada todos deverão cooperar no sentido

de garantir o seu espaço e seu acervo. Com essa garantia, é fundamental que esta esteja a

cargo de pessoas competentes para o exercício da função e tenha regulamento próprio, onde

estarão explicitados sua organização, funcionamento e atribuições do responsável.

Através da biblioteca, os professores em conjunto com o a pessoa responsável

oportunizarão atividades que busquem a identidade cultural de nossa escola, assim como

17

priorize aspectos significativos da estética, da sensibilidade e da ética e da igualdade de cada

educando.

Nesse sentido implementarão ações para dinamizar a biblioteca como:

- Atividades que estimulem a cultura como clube de leitores e outros.

- Leitura e pesquisa para professores e alunos, além de estar em local de acesso

fácil à comunidade.

- Viabilizar o empréstimo de livros para os alunos através da criação de sistema

integrado.

1.13 Laboratório

Não é previsto espaço para laboratório de química, ciências e biologia devido a

questões de Segurança das Unidades Prisionais.

1.14 Recursos Tecnológicos

Vivemos em um tempo de “globalização do conhecimento”, onde o cidadão deve

dominar as tecnologias existentes. Diante de tal situação a informática na escola é uma das

possibilidades de construir estratégias e habilidades necessárias para a compreensão e

inserção no mundo atual com novas formas de expressão e comunicação. Nesse enfoque será

tratada como um recurso e estratégia para garantir e ampliar a qualidade do processo ensino-

aprendizagem

Por ser a escola um lugar da socialização e organização dos conhecimentos é

necessário que os jovens, adultos e idosos que a freqüentam sejam preparados para trabalhar

com a informação, utilizando-se dela para colaborar na solução dos problemas da realidade.

Dessa forma o uso da tecnologia como um meio e não um fim possibilita ensinar de formas

diferentes fazendo uso da TV Pen Drive, DVDs, CDs, Vídeos, Internet e outros recursos

tecnológicos, para transformar a aula em investigação constante a fim de produzir inúmeros

saberes através de variadas práticas pedagógicas, além de tornar vivos e significativos os

conteúdos estudados.

18

2 FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS

A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o

reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca-nos o desafio de

pautar o processo educativo pela compreensão e pelo respeito do diferente e

da diversidade: ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o

de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio

de construirmos princípios que regem a educação de adultos, há de buscar-se

uma educação qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma

sociedade tolerante e igualitária, que a reconhece ao longo da vida como

direito inalienável de todos. (SANTOS, 2004).

A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional que

atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o compromisso com a

formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a que os educandos venham a

participar política e produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e

compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.

Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação na

qual os educandos-trabalhadores possam: aprender permanentemente, refletir

criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do

trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a

dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo

soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização

metodologicamente adequada de conhecimentos científicos, tecnológicos e

sócio-históricos. (KUENZER, 2000, p. 40).

Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e pedagógica

verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o processo ensino-

aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja coerente com:

a) o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os

levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural;

b) o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo cognitivo,

crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça;

c) os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e idosos

– cultura, trabalho e tempo;

Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre cultura,

conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica pensada e estabelecida a

partir de reflexões sobre a diversidade cultural, tornando-a mais próxima da realidade e

garantindo sua função socializadora – promotora do acesso ao conhecimento capaz de ampliar

o universo cultural do educando – e, sua função antropológica - que considera e valoriza a

produção humana ao longo da história.

A compreensão de que o educando da EJA relaciona-se com o mundo do trabalho

19

e que através deste busca melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso aos bens produzidos

pelo homem, significa contemplar, na organização curricular, as reflexões sobre a função do

trabalho na vida humana.

É inerente a organização pedagógico-curricular da EJA, a valorização dos

diferentes tempos necessários à aprendizagem dos educandos de EJA, considerando os

saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do mundo do trabalho, face à

diversidade de suas características.

E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de Jovens e

Adultos no Estado do Paraná:

I. A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um tempo

diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos os educandos, bem como os

mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de reinserção nos processos

educativos formais;

II. O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no processo

educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo à escola cabe superar um ensino de

caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do que na relação

qualitativa com o conhecimento;

III. Os conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar articulados à

realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, vinculada ao mundo do trabalho, à

ciência, às novas tecnologias, dentre outros;

IV. A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade de

pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva. A ação da

escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma a que o mesmo assimile

estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade social;

V. O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia tradicional, que

fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares, mas sim, como

uma forma de organização abrangente, na qual os conteúdos culturais relevantes estão

articulados à realidade na qual o educando se encontra, viabilizando um processo integrador

dos diferentes saberes, a partir da contribuição das diferentes áreas/disciplinas do

conhecimento.

De acordo com as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de 09/03/2010 “A Educação de Jovens e Adultos privados de liberdade não é

benefício; pelo contrário, é direito humano subjetivo previsto na legislação internacional e

20

brasileira e faz parte da proposta de política pública de execução penal com o objetivo de

possibilitar a reinserção social do apenado e, principalmente, garantir a sua plena cidadania”.

Por isso, a presente proposta e o currículo dela constante incluirá o

desenvolvimento de conteúdos e formas de tratamento metodológico que busquem chegar às

finalidades da educação de jovens e adultos, a saber:

I. Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em seu

processo de formação, mas são sujeitos sócio-histórico-culturais, com conhecimentos e

experiências acumuladas, com tempo próprio de formação e aprendizagem;

II. Contribuir para a ressignificação da concepção de mundo e dos próprios

educandos;

III. O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese entre a

objetividade das relações sociais e a subjetividade, de modo que as diferentes linguagens

desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de utilizar conhecimentos científicos,

tecnológicos e sócio-históricos;

IV. Possibilitar trajetórias de aprendizados individuais com base na referência, nos

interesses do educando e nos conteúdos necessários ao exercício da cidadania e do trabalho;

V. Fornecer subsídios para que os educandos tornem-se ativos, criativos, críticos e

democráticos;

Em síntese, o atendimento a escolarização de jovens, adultos e idosos, não se

refere exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta modalidade com a

diversidade sócio-cultural de seu público, composta, dentre outros, por populações do campo,

em privação de liberdade, com necessidades educativas especiais, indígenas, que demandam

uma proposta pedagógico-curricular que considere o tempo/espaço e a cultura desses grupos.

21

3 INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS

Propõe-se a oferta do curso de Educação de Jovens e Adultos no nível do Ensino

Fundamental – Fase I, Fase II e do Médio a jovens, adultos e idosos que não tiveram o acesso

ou continuidade em seus estudos.

22

4 MATRIZ CURRICULAR

4.1 Ensino Fundamental – Fase I

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO FUNDAMENTAL – FASE I

ESTABELECIMENTO: Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos - CEEBJA

NOVA VISÃO

ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: Guarapuava NRE: Guarapuava

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2009 FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1200 h ou 1440 h/a

ÁREAS DO CONHECIMENTO Total horas Total h/a

LÍNGUA PORTUGUESA

MATEMÁTICA

ESTUDOS DA SOCIEDADE E DA NATUREZA

1200 1440

TOTAL

Total de Carga Horária do Curso 1200 horas ou 1440 h/a

23

4.2 Ensino Fundamental – Fase II

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II

ESTABELECIMENTO: Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos - CEEBJA

NOVA VISÃO

ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: Guarapuava NRE: Guarapuava

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2009 FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600 horas ou 1932 h/a

DISCIPLINAS TOTAL HORAS TOTAL H/A

LÍNGUA PORTUGUESA 280 336

ARTE 94

112

LEM – INGLÊS 213 256

EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112

MATEMÁTICA 280 336

CIÊNCIAS NATURAIS 213 256

HISTÓRIA

213

256

GEOGRAFIA 213 256

ENSINO RELIGIOSO* 10 12

TOTAL 1600/1610 1920/1932

Total de Carga Horária do Curso 1600 horas ou 1932 h/a

* disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de ensino e de matrícula

facultativa para o educando.

24

4.3 Ensino Médio

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA

EDUCAÇÃO DE JOVENS

E ADULTOS

ENSINO MÉDIO

ESTABELECIMENTO: Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos - CEEBJA

NOVA VISÃO

ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: Guarapuava NRE: Guarapuava

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2009 FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1200 horas ou 1440 h/a

DISCIPLINAS TOTAL HORAS TOTAL H/A

LÍNGUA PORTUGUESA E

LITERATURA

174 208

LEM – INGLÊS 106 128

ARTE 54 64

FILOSOFIA 54 64

SOCIOLOGIA 54 64

EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64

MATEMÁTICA

174 208

QUÍMICA

106 128

FÍSICA

106 128

BIOLOGIA

106 128

HISTÓRIA

106 128

GEOGRAFIA

106 128

LÍNGUA ESPANHOLA*

106 128

TOTAL 1200 1440

Total de Carga Horária do Curso 1200 horas ou 1440 h/a

* disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de ensino e de matrícula

facultativa para o educando.

25

5 CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS

METODOLÓGICOS

“A investigação dos temas geradores ou da temática significativa do

povo, tendo como objetivo fundamental à captação dos seus temas

básicos, só a partir de cujo conhecimento é possível a organização do

conteúdo programático para qualquer ação com ele, se instaura como

ponto de partida do processo da ação, como síntese cultural.”

(FREIRE, 2005. p. 209. Grifos nossos)

A Concepção, Conteúdos e Encaminhamentos Metodológicos serão apresentados

como anexos desta proposta. Os mesmos foram organizados pelos professores que atuam

nesta escola.

26

6 PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO

6.1 Concepção de Avaliação

A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a

intervenção, um processo da prática pedagógica, ou seja, uma ação que parte do diálogo

contextualizado da práxis educativa. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se

estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar

o processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor.

A avaliação será realizada tendo como arcabouço os conteúdos expressos na proposta

pedagógica.

Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de reflexão

dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser entendida como

processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma atitude crítico-reflexiva

frente à realidade concreta.

A avaliação educacional, nesse Estabelecimento Escolar, seguirá orientações

contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes princípios:

- investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações

necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;

- contínua: permite a observação permanente do processo ensino-aprendizagem e

possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;

- sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando

instrumentos diversos para o registro do processo;

- abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-escola do

educando;

- permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo

educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho pedagógico da escola.

Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos ao longo

da carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz curricular, sendo

avaliados presencialmente ao longo do processo ensino-aprendizagem.

Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados como

ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação contemplará as experiências

acumuladas e as transformações que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao

reingresso na educação formal, como durante o atual processo de escolarização.

A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais como:

27

provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e pesquisas, participação

em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades complementares propostas pelo professor,

que possam elevar o grau de aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos

desenvolvidos.

É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única

oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas será analisado pelo educando

e pelo professor, em conjunto, observando quais são os seus avanços e necessidades, e as

conseqüentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica.

6.2 Procedimentos e Critérios para Atribuição de Notas

- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre

com finalidade educativa;

- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06 (seis)

notas por disciplina, dependendo da carga horária respectivamente, que corresponderão às

provas individuais escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o

processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do

professor, conforme descrito no Regimento Escolar. Na disciplina de Ensino Religioso, as

avaliações realizadas no decorrer do processo ensino-aprendizagem não terão registro de nota

para fins de promoção e certificação.

- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os

resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula

zero), de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e freqüência de 75% do total da carga

horária de cada disciplina realizada em sala de aula, sendo cada uma dessas atividades com

carga horária pré-estabelecida pelo professor da disciplina do nível de ensino em que se

encontra o educando matriculado, isto tanto para a organização coletiva como para a

organização individual.

- o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de estudos. Para os

demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos

conhecimentos;

- para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a

média final corresponderá à média aritmética das avaliações processuais, devendo os

mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero);

28

- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade

da vida escolar do educando;

- o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado

não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

6.3 Recuperação de Estudos

A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de

construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem,

possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo ensino-

aprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos

os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos.

A recuperação será também individualizada, organizada com atividades

significativas, com indicação no roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o

nível de aprendizagem de cada educando.

Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos

básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos

conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme

o descrito no Regimento Escolar.

6.4 Aproveitamento de Estudos

O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com êxito

equivalente às disciplinas ofertadas neste Estabelecimento Escolar, amparado pela legislação

vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar, por meio de cursos ou de exames

supletivos, nos casos de matrícula inicial, transferência e prosseguimento de estudos.

6.5 Classificação e Reclassificação

Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino utilizará o

previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar.

29

7 REGIME ESCOLAR

O Estabelecimento Escolar funcionará, nos três períodos matutino, vespertino e

noturno, de acordo com a demanda de alunos do estabelecimento de ensino e com expressa

autorização do Departamento de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado da

Educação.

As informações relativas aos estudos realizados pelo educando serão registradas

no Histórico Escolar, aprovado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

O Relatório Final para registro de conclusão do Curso será emitido pelo

estabelecimento de ensino a partir da conclusão das disciplinas constantes na matriz

curricular.

Este Estabelecimento Escolar específico de atendimento para educandos privados

de liberdade poderá executar ações pedagógicas descentralizadas para atendimento de

demandas específicas - desde que autorizado pelo Departamento de Educação de Jovens e

Adultos, da Secretaria de Estado da Educação – em locais onde não haja a oferta de EJA e

para grupos ou indivíduos em situação especial, como por exemplo, em unidades sócio-

educativas,

dentre outros.

7.1 Organização

Os conteúdos escolares estão organizados por disciplinas. As disciplinas

referentes ao Ensino Fundamental – Fase I e Fase II e Ensino Médio, estão dispostas nas

Matrizes Curriculares, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais, contidas nos

Pareceres n.º 02 e 04/98-CEB/CNE para o Ensino Fundamental e Resolução n.º 03/98 e

Parecer n.º 15/98 - CEB/CNE e Deliberação n° 06/06 – CEE, para o Ensino Médio.

7.2 Formas de Atendimento

A educação neste Estabelecimento Escolar é ofertada de forma presencial, sendo

esta nas duas organizações coletiva e individual, dependendo da condição e disponibilidade de

tempo do educando.

7.2.1 Ensino Fundamental – Fase I, Fase II e Ensino Médio

No Ensino Fundamental e Ensino Médio considerar-se-á 100% da carga horária

total estabelecida. com carga horária definida para cada atividade proposta.

30

7.3 Matrícula

Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e Adultos:

a) a idade para ingresso respeitará a legislação vigente;

b) será respeitada instrução própria de matrícula expedida pela mantenedora;

c) o educando do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio, poderá

matricular-se de uma a quatro disciplinas simultaneamente;

d) poderão ser aproveitadas integralmente disciplinas concluídas com êxito por

meio de cursos organizados por disciplina ou de exames supletivos, apresentando

comprovação de conclusão da mesma;

e) o educando que solicitar matrícula por transferência, oriundo do processo de

escolarização formal/escolar cuja organização de ensino é diferente da ofertada neste

Estabelecimento, não comprovando conclusão de disciplina(s), deverá ser matriculado para

cursar 100% (cem por cento) da carga horária total da disciplina, definidos no Regimento

Escolar.

f) os jovens, adultos e idosos que não participaram do processo de escolarização

formal/escolar, bem como o educando desistente do processo de escolarização formal/escolar,

em anos letivos anteriores cuja organização de ensino é diferente da oferta neste

Estabelecimento, não comprovando conclusão de disciplina(s), poderão ter seus

conhecimentos aferidos por processo de classificação, definidos no Regimento Escolar.

g) os educandos inseridos no processo de escolarização formal/escolar, recebidos

por transferência, deverão realizar matrícula inicial em até quatro disciplinas, podendo

participar dos processos de reclassificação – após cursado 25% da carga horária total de cada

disciplina.

h) será considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar por mais

de 02 (dois) meses consecutivos, devendo a escola no seu retorno, reativar sua matricula para

dar continuidade aos seus estudos, aproveitando a carga horária cursada e os registros de nota

obtidos, desde que o prazo de desistência não tenha ultrapassado 02 (dois) anos, a partir da

data de matricula inicial.

i) O educando desistente, por mais de 02 (dois) anos, a partir da data de matrícula

inicial na disciplina, no seu retorno, deverá fazer matrícula inicial na disciplina, podendo

participar de processo de classificação.

No ato da matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o educando será

orientado por equipe de professor-pedagogo sobre: a organização dos cursos, o funcionamento

31

do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar, a duração e a carga horária das

disciplinas.

O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, que os

receberá individualmente ou em grupos agendados, efetuando as orientações metodológicas,

bem como as devidas explicações sobre os seguintes itens que compõem o Guia de Estudos:

- a organização dos cursos;

- o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar;

- a dinâmica de atendimento ao educando;

- a duração e a carga horária das disciplinas;

- os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos;

- o material de apoio didático;

- as sugestões bibliográficas para consulta;

- a avaliação;

- outras informações necessárias.

7.4 Material Didático

O material didático, indicado pela mantenedora, constitui-se como um dos

recursos pedagógicos do Estabelecimento Escolar da Rede Pública do Estado do Paraná de

Educação de Jovens e Adultos Privados de Liberdade.

7.5 Avaliação

Este processo contempla:

a) avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente,

permanente;

b) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

c) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06

(seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e

também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a

que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor, conforme

descrito no regimento escolar;

d) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo

os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

e) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

32

vírgula zero), de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e freqüência mínima

de 75% do total da carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100%

na organização individual.

f) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso não consiga alcançar este parâmetro, tem direito à

recuperação de estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos ;

g) para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a

média final corresponderá à média aritmética das avaliações processuais, devendo os

mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero);

h) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade

da vida escolar do educando;

i) o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado

não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

7.6 Recuperação de Estudos

A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de

construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem,

possibilitando a reorientação dos estudos. Se refere ao momento de reconsiderar na avaliação

as dificuldades na construção do conhecimento e detectar as lacunas que permearam o ensino,

para tanto se trata de momentos diferenciados na práxis pedagógica. Ela se dará

concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos

conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de

apropriação dos mesmos.

Contudo a recuperação terá uma abordagem individualizada observando a

necessidade de cada educando, organizada com atividades significativas, com indicação no

roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de cada

educando.

Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos

básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos

conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme

o descrito no Regimento Escolar.

33

7.7 Aproveitamento de Estudos, Classificação e Reclassificação

Os procedimentos de aproveitamento de estudos, classificação e reclassificação

estão regulamentados no Regimento Escolar e atenderão o disposto na legislação vigente.

7.8 Área de Atuação

As ações desenvolvidas pelo Estabelecimento Escolar Estadual que oferta a

Educação de Jovens e Adultos limitam-se à jurisdição do Estado do Paraná, do Núcleo

Regional de Educação, podendo estabelecer ações pedagógicas descentralizadas, desde que

autorizadas pela mantenedora.

34

8 CONDIÇÕES MATERIAIS E RECURSOS TECNOLÓGICOS

8.1 Relação de Recursos Físicos

Recursos físicos Formulário 03

Sala de aula com, no mínimo, 1,20 m² por aluno

ESPAÇO LOCAL/QUANTIDADE

PIG CRAG

Sala de aula 8 4

complexo higiênico-sanitário, com, no mínimo, dois banheiros,

contendo um total de 02 bebedouros, 04 pias, 05 vasos sanitários

e dois mictórios para cada grupo de 120 alunos

ESPAÇO LOCAL/QUANTIDADE

PIG CRAG

ALUNOS PROF/FUNC ALUNOS PROF/FUNC

Banheiros 01 02 02 02

Pias 01

COLETIVO

04 02

COLETIVO

02

Vasos sanitários 02 08 04 02

Mictórios 01 --- --- ---

Bebedouros 01 01

salas ambiente adequadas à efetiva execução da proposta

pedagógica

ESPAÇO LOCAL/QUANTIDADE

PIG CRAG

Sala de professor 1 1

Sala material didático --- 1

Sala para merenda escolar 1 1

Sala de reuniões 1 1

Biblioteca 1 1

Auditório --- 1

35

Instalações específicas com salas para:

Administração

ESPAÇO LOCAL/QUANTIDADE

PIG CRAG

Sala secretaria/direção 1 1

Serviços técnico-pedagógicos

ESPAÇO LOCAL/QUANTIDADE

PIG CRAG

Sala equipe pedagógica 1 1

Corpo Docente

ESPAÇO LOCAL/QUANTIDADE

PIG CRAG

Sala de professor 1 1

Área livre para pratica de Educação Física

ESPAÇO LOCAL/QUANTIDADE

PIG CRAG

Quadra de esportes 1 ---

Quadra de areia --- 1

8.2 Relação de Acervo Bibliográfico

O acervo bibliográfico da escola é utilizado em parceria com as unidades

prisionais.

8.3 Relação de Equipamentos de Laboratório

Por motivo de segurança não há autorização de funcionamento de laboratórios em

escolas que atendem alunos privados de liberdade.

8.4 Relação de mobiliário e equipamentos que atendam as finalidades do projeto

pedagógico

Vários mobiliários e equipamentos foram cedidos pelas unidades prisionais e alguns

foram encaminhados pela SEED.

36

LISTA DE MOBILIÁRIOS E EQUIPAMENTOS PIG

SALAS EQUIPAMENTOS

SALA DE AULA 01 25 conjuntos de carteiras

01 mesa de professor

01 cadeira

01 TV 20”

01 armário

01 prateleira de aço

SALA DE AULA 02 25 cadeiras universitárias

01 aparelho DVD

01 mesa de professor

01 cadeira

01 armário

01 prateleira de aço

SALA DE AULA 03 20 conjuntos de carteiras

01 mesa de professor

01 cadeira

01 armário

01 prateleira de aço

SALA DE AULA 04 20 conjuntos de carteiras

01 mesa de professor

01 cadeira

01 armário de aço

01 armário

SALA DOS PROFESSORES 01 mesa de reunião

07 cadeiras tubulares

03 conjuntos de carteiras

01 armário de aço – 16 portas

02 prateleiras de madeira

01 retroprojetor

SALA EQUIPE PEDAGOGICA 01 escrivaninha

01 cadeira estofada

02 cadeiras

01 computador

01 arquivo

SALA SECRETARIA (2) 03 mesas (escrivaninha)

04 cadeiras estofadas

02 computador

02 impressora

02 arquivos de aço

01 prateleira de aço

01 armário

01 aparelho de fax Panasonic

SALA MULTI USO 01 balança de plataforma s/coluna

01 estadiômetro portátil

08 ventiladores de parede

37

LISTA DE MOBILIÁRIOS E EQUIPAMENTOS CRAG

SALAS EQUIPAMENTOS

SALA DE AULA 01 23 conjuntos de carteiras

01 mesa de professor

01 TV 29”

01 aparelho DVD

01 aparelho Vídeo Cassete

SALA DE AULA 02 15 conjuntos de carteiras

01 mesa de professor

01 cadeira

SALA DE AULA 03 18 conjuntos de carteiras

01 mesa de professor

01 cadeira

SALA DE AULA 04 15 conjuntos de carteiras

01 mesa de professor

01 cadeira

01 armário de aço

SALA DOS PROFESSORES 01 mesa de reunião

07 cadeiras tubulares

02 armários de aço – 8 portas

01 computador

01 impressora

01 retroprojetor

SALA EQUIPE PEDAGOGICA 01 escrivaninha

01 cadeira estofada

01 computador

SALA SECRETARIA (2) 01 mesa

01 cadeira estofada

01 computador

01 impressora

01 arquivo de aço

01 armário vazado

SALA DE MATERIAL DIDÁTICO 01 armário de aço

01 armário de aço com 08 portas

01 aparelho de som

SALA MULTI USO 40 carteiras estofadas

01 TV 29”

01 mesa

01 aparelho DVD

38

9 RECURSOS HUMANOS

9.1 Atribuições dos Recursos Humanos

De todos os profissionais que atuam na gestão, ensino e apoio pedagógico neste

Estabelecimento Escolar na modalidade Educação de Jovens e Adultos, exigir-se-á o profundo

conhecimento e estudo constante da fundamentação teórica e da função social da EJA, do

perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos; das Diretrizes Curriculares Nacionais e

Estaduais de EJA; bem como as legislações e suas regulamentações inerentes à Educação e,

em especial, à Educação de Jovens e Adultos.

9.1.1 Direção

O diretor deve administrar o Centro de Educação Básica para Jovens e

Adultos, junto com o Conselho Escolar, coordenando a execução de um plano de trabalho,

construído coletivamente, no sentido de elevar os padrões de qualidade do estabelecimento

escolar.

Em linhas gerais, o diretor trabalha com uma equipe constituída por vice-

diretor, coordenadores, professores e equipes de apoio pedagógico e administrativo. É

responsável por gerenciar todas as atividades pedagógicas e administrativas realizadas no

Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos.

O principal papel deste líder é agir como motivador. Responsável pela integração

e articulação das diversas atividades internas e externas, para viabilização de uma política

institucional em educação na forma presencial, assim como pela definição de operações e

tomada de decisões, para que os objetivos fundamentais do curso sejam alcançados.

Cumpre ao diretor ser um articulador dos diferentes segmentos escolares em torno

da proposta pedagógica que se quer desenvolver. Quanto maior for essa articulação, melhor

poderão ser desempenhadas suas próprias tarefas, seja no aspecto organizacional ou da

comunidade em que a escola está inserida.

Com as atuais diretrizes, a escola passa a ser um espaço com autonomia

administrativa e pedagógica, o que exige, conseqüentemente, um profissional apto a gerir,

com competência, os recursos financeiros que estão sendo descentralizados e gerenciar todos

os aspectos pedagógicos, desde o currículo até as atividades de aperfeiçoamento dos

professores, que passam a ser competência da escola.

Operando a partir dos dados da realidade e das condições concretas existentes nas

escolas, espera-se que o Diretor incentive o trabalho em equipe, de modo a mobilizar a

39

comunidade escolar em torno do compromisso com a qualidade do ensino público.

Compete ao Diretor

- convocar integrantes da comunidade escolar para elaboração do Plano Anual e

do Regulamento Interno do Estabelecimento de Ensino, submetendo-o à apreciação e

aprovação do Conselho Escolar;

- elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva prestação de conta e

submeter à apreciação e aprovação do Conselho Escolar;

- elaborar e submeter à aprovação do Conselho Escolar às diretrizes específicas de

administração deste estabelecimento, em consonância com as normas e orientações gerais da

Secretaria de Estado da Educação;

- coordenar a implementação das Diretrizes Pedagógicas, aplicar normas,

procedimentos e medidas administrativas de acordo com instruções da Secretaria de Estado da

Educação;

- supervisionar as atividades dos órgãos de apoio, administrativo e pedagógico do

estabelecimento;

- coordenar e supervisionar os serviços da secretaria escolar.

- abrir espaço para discussão, avaliação e intercâmbio, interno e externo das

experiências de sucesso;

- implementar uma gestão participativa, estimulando o desenvolvimento das

responsabilidades individuais e promovendo o trabalho coletivo no CEEBJA;

- gerenciar toda equipe escolar, tendo em vista a racionalização e eficácia dos

resultados;

- coordenar a equipe pedagógica (vice-diretor, coordenadores e professores) para a

coleta e análise dos indicadores educacionais, para a elaboração e implementação do plano de

trabalho;

- administrar os serviços de apoio às atividades escolares, de modo a estimular a

participação desses serviços nos processos decisórios da escola;

- negociar, com competência, para harmonizar interesses divergentes e estabelecer

relacionamentos nutrientes, levando em conta as necessidades de todos os envolvidos direta

ou indiretamente;

- Deferir as matrículas, no prazo estipulado pela legislação.

Ao diretor compete também

- Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.

Portanto, o Diretor exerce sempre a função de liderança na escola, mas uma

40

liderança como modelo participativo, capaz de dividir o poder de decisão dos assuntos

escolares com toda a sua equipe, criando e estimulando a participação de todos. A liderança,

como modelo participativo, requer um profissional que possua:

- comunicação;

- ética;

- empreendedorismo;

- capacidade de reunir, analisar e socializar Informações;

- acessibilidade;

- capacidade de construção de cadeias de relacionamentos;

- motivação;

- compromisso;

- agilidade;

- Capacidade de administração de conflitos

- Capacidade de desenvolvimento de trabalho coletivo.

Deve agregar as competências de saber

- agir;

- mobilizar;

- transferir;

- aprender;

- se engajar;

- ter visão estratégica;

- assumir responsabilidades.

Compete ao Diretor Auxiliar

- assessorar o diretor em todas as suas atribuições;

substituir o diretor em suas faltas e impedimentos.

9.1.2 Professor Pedagogo

O Professor Pedagogo deve buscar a efetivação do currículo escolar, num

processo dinâmico, contínuo, sistemático e integrado aos demais profissionais envolvidos, o

desenvolvimento de um trabalho coletivo, envolvendo toda a equipe pedagógica (pedagogos,

coordenadores de ações pedagógicas), para planejar, implementar e avaliar programa de

Educação Continuada para os docentes, a partir das necessidades pedagógicas apresentadas.

Deve ser um incansável pesquisador, oferecendo metodologias adequadas e

41

adaptadas à realidade da escola, pois sociedade e empresa exigem novas habilidades e

competências do aluno trabalhador. Deve oferecer aos demais profissionais um trabalho

pautado em subsídios teóricos de relevante importância, possibilitando aos professores

segurança e modificações em suas práticas pedagógicas de forma a beneficiar a aprendizagem

dos alunos.

O entendimento das diversas concepções existentes sobre o homem, possibilitará

a ele realizar uma leitura de currículo que venha ao encontro da necessidade para formar

cidadãos responsáveis e conscientes de seus deveres e, principalmente, conhecedores de seus

direitos, envolvendo nas discussões os demais profissionais da instituição.

O professor pedagogo comprometido com seu trabalho, bem como com os

resultados apresentados pelos educandos, deve planejar suas ações e encaminhamentos a

partir das avaliações realizadas coletivamente com os profissionais envolvidos no processo

ensino e aprendizagem e proporcionar aos mesmos, reflexão sobre a realidade social na qual

estão inseridos, de tal forma que compreendam os limites e possibilidades existentes,

favorecendo-lhes assim, o pleno desenvolvimento.

A ele cabendo também:

- discutir com toda equipe pedagógica alternativas de trabalho, que motivem os

educandos durante o seu processo escolar;

- planejar alternativas de trabalho a partir de indicadores educacionais (evasão,

repetência, transferências expedidas e recebidas e outros);

- subsidiar na elaboração de plano de trabalho e ensino, a partir de diagnóstico

estabelecido;

- acompanhar e avaliar a implementação das ações estabelecidas nos planos de

trabalho;

- buscar aprimoramento profissional constante seja nas oportunidades oferecidas

pela mantenedora, pelo Estabelecimento ou por iniciativa própria;

- coordenar estudos para definição de apoio aos educandos que apresentem

dificuldade de aprendizagem, para que a escola ofereça todas as alternativas possíveis de

atendimento;

- coordenar e supervisionar as atividades administrativas referentes à matrícula,

transferência, classificação e reclassificação, aproveitamento de estudos e conclusão de

cursos;

- participar de análise e discussão dos critérios de avaliação e suas consequências

no desempenho dos educandos;

42

- promover a participação do Estabelecimento de Ensino nas atividades

comunitárias;

- pesquisar e investigar a realidade concreta do educando historicamente situado,

oferecendo suporte ao trabalho permanente do currículo escolar;

- integrar a presidência do Conselho Escolar, em caso da ausência do Diretor, se

não houver Diretor Auxiliar.

- coordenar reuniões sistemáticas de estudos junto à equipe;

- orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos para cada disciplina;

- subsidiar a Direção, com critérios, para definição do Calendário Escolar, de

acordo com as orientações do NRE;

- analisar e emitir parecer sobre aproveitamento de estudos, em casos de

recebimento de transferências, de acordo com a legislação vigente;

- participar, sempre que convocado, de cursos, seminários, encontros e grupos de

estudos;

- coordenar a elaboração e execução da Proposta Pedagógica da escola;

- acompanhar o processo de ensino, atuando junto aos professores e educandos, no

sentido de analisar os resultados da aprendizagem e traçar planos de recuperação;

O professor pedagogo tem funções no contexto pedagógico e também no

administrativo, tais como:

- orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada disciplina;

- coordenar e acompanhar ações pedagógicas descentralizadas e exames

supletivos quando, no estabelecimento, não houver coordenação (ões) específica(s) dessa(s)

ação (ões).

- executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.

9.1.3 Coordenador de Exames Supletivos

- Tomar conhecimento do edital de exames.

- Fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no edital.

- Verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames possam

ser executados.

- Digitar, no sistema, a inscrição dos candidatos.

- Conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema por meio da

emissão de Relatório de Inscritos.

- Solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando necessário, para

43

execução dos exames.

- Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas em

Braille e as ampliadas, das etapas à serem realizadas, quando for o caso.

- Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o

DEJA/SEED, autorização para a realização de quaisquer bancas especiais.

- Comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização dos

Exames.

- Receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs.

- Capacitar a(s) equipe(s) de trabalho do Estabelecimento para a realização dos

Exames Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em especial a organização e

o preenchimento dos cartões-resposta.

- Acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com segurança e

tranqüilidade, em conformidade com os procedimentos inerentes aos Exames.

- Divulgar as atas de resultado.

9.1.4 Docentes

O processo educativo precisa estar compromissado com a mudança social,

buscando garantir a formação de identidade dos cidadãos. Pensar na formação do jovem e

adulto trabalhador que responda as novas exigências desta sociedade, requer um educador que

garanta a inter-relação personalizada e contínua do educando com o sistema de ensino,

propondo coletivamente as ações de intervenção, acompanhando e avaliando

sistematicamente o trabalho a ser realizado.

Por esse motivo, o docente deste estabelecimento de ensino deverá estar

consciente de que a escolarização de jovens e adultos trabalhadores precisa de ações

educativas inovadoras, que respondam às novas exigências de uma sociedade em

transformação.

O Corpo Docente será composto por profissionais qualificados, admitidos para

atuarem na rede pública estadual de ensino segundo critérios estabelecidos pela entidade

mantenedora, responsáveis por disciplinas constantes na matriz curricular.

Uma vez suprido neste Estabelecimento de Ensino deverá atuar na sede, nas ações

descentralizadas e em todas as formas de organização do curso (presencial coletiva e

individual), como também participar da aplicação dos exames supletivos, podendo compensar

as horas trabalhadas durante esse processo em horários e dias que melhor atendam as

demandas da escola.

44

Os docentes de EJA deverão apresentar perfil que contemple

- compromisso com a Proposta Pedagógica da EJA;

- visão global do currículo e dos princípios de sua organização;

- postura interdisciplinar e contextualizada;

- planejamento de estratégias pedagógicas;

- conhecimento da função social da EJA;

- busca de aprimoramento profissional constante, seja por meio de oportunidades

oferecidas pela mantenedora, pelo Estabelecimento de Ensino ou por iniciativa própria.

- espírito de coletividade;

- compromisso com as ações desenvolvidas regularmente e extra curriculares pelo

Estabelecimento de Ensino;

- disponibilidade de horário de acordo com sua carga horária docente;

- disposição para o trabalho coletivo.

Aos docentes cabe também

- Definir e desenvolver o seu plano de ensino, conforme orientações das Diretrizes

Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA e da proposta pedagógica deste Estabelecimento

Escolar.

- Conhecer o perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos.

- Utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos

disponíveis, tornando-os meios para implementar uma metodologia de ensino que respeite o

processo de aquisição do conhecimento de cada educando jovem, adulto e idoso deste

Estabelecimento.

- Organizar, acompanhar e validar a Avaliação da Apropriação de Conteúdos por

Disciplina.

- Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.

O docente suprido neste Estabelecimento de Ensino deverá atuar na sede e nas

ações pedagógicas descentralizadas, bem como nos exames supletivos. Deverá atuar em todas

as formas de organização do curso: aulas presenciais coletivas e individuais.

9.1.5 Secretária e Agentes Educacionais II

A secretaria é o setor que tem em seu encargo, todo registro de escrituração

escolar e correspondência do Estabelecimento de Ensino. Este serviço é coordenado e

45

supervisionado pela Direção, ficando a ela subordinado.

O cargo de Secretário (a) é exercido por um profissional devidamente qualificado

para o exercício desta função. Portanto, a organização, a minúcia, a seriedade daqueles que

ocupam este ambiente têm, obrigatoriamente, que fazer parte de todas as suas ações.

compete ao secretário (a)

- distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da Secretaria aos seus auxiliares;

- organizar e manter em dia a coletânea de leis, regulamentos, diretrizes, ordens de

serviço, circulares, resoluções e demais documentos;

- rever todo o expediente a ser submetido a despacho do diretor;

- apresentar ao diretor, em tempo hábil, todos os documentos que devam ser

assinados;

- executar os registros na documentação escolar referentes a matrícula,

- transferência, classificação, reclassificação, aproveitamento de estudos e

conclusão de cursos;

- manter organizado o arquivo ativo e inativo da vida escolar do educando;

- comunicar à Direção toda a irregularidade que venha ocorrer na Secretaria;

- manter atualizados os registros escolares dos educandos no sistema

informatizado.

- manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando, considerando a

organização da EJA prevista nesta proposta.

Aos profissionais que executam esta função, secretários e Agente

Educacionais II, cabe a tarefa de:

- conhecer a proposta pedagógica, regimento escolar e a legislação que rege o

registro de documentação escolar do educando;

- efetuar os registros sobre o processo escolar e arquivar a documentação em

pastas individualizadas, expedindo toda a documentação: declarações; fichas de controle de

notas e freqüência individual e coletivo; certificados; históricos escolares; transferências;

relatórios finais; estatísticas; e outros documentos, sempre que necessário;

- atender os educandos, professores e o público em geral informando sobre o

processo educativo, veiculado pelo Estabelecimento de Ensino;

- utilizar somente as matrizes curriculares autorizadas pelo órgão competente;

- participar de reuniões, encontros e/ou cursos, sempre que convocados e por

iniciativa própria, com o intuito de aprimoramento profissional;

46

- auxiliar em todas atividades desenvolvidas pela escola;

- atender às solicitações do Diretor.

- providenciar o material utilizado nos recursos materiais (computadores,

impressoras, fotocopiadora, entre outros) e conservá-los em bom estado;

- providenciar, quando necessário, serviços de artes gráficas, impressão e

reprodução de materiais, com a devida autorização da Direção;

- racionalizar os serviços sob sua responsabilidade para uma melhor

produtividade;

- não permitir o uso de material e/ou máquinas por pessoas estranhas a esse setor;

- receber, estocar e controlar o material de consumo, de limpeza e equipamento;

- solicitar à secretaria a reposição de material de consumo e de peças de

equipamentos.

O Serviço de Recursos Audiovisuais constitui o setor que tem a seu encargo o

atendimento aos educandos do Estabelecimento de Ensino e/ou elementos interessados em

aprender ou fixar conteúdos apresentados em material ali existentes. Este serviço está sob a

supervisão de operadores e/ou técnicos em equipamentos e recursos audiovisuais qualificados

para a função e faz parte o acervo de Materiais de Ensino e Aprendizagem, Equipamentos e

Recursos Audiovisuais.

Compete aos operadores e/ou técnicos:

- registrar, tombar, codificar e classificar os equipamentos e materiais do setor;

- manusear e operar os equipamentos e materiais da sala de Recursos

Audiovisuais;

- atender a educandos e interessados que ali se dirigem para receber orientações;

- zelar pelo bom uso e manutenção dos equipamentos e materiais;

- controlar a produtividade do setor, freqüência, tempo e material;

- fazer previsão de estoque de peças de reposição;

- sugerir aquisição de outros equipamentos e de novos audiovisuais, bem como,

montar slides, executar gravações e outros;

- fornecer aos diversos setores do estabelecimento de ensino a relação dos

Recursos Audiovisuais existentes;

- manter intercâmbio, por meio da Direção, com entidades públicas e particulares

envolvidas com audiovisuais;

- elaborar relatório sobre as atividades do setor;

47

operar os equipamentos da sala de projeção.

9.2 Relação dos Recursos Humanos

9.2.1 Equipe técnico-administrativo

NOME FUNÇÃO GRADUAÇÃO

Eliel Earle Linhares

Diretor Licenciatura em Educação

Física

Claudineia Coelho Domingues Secretária Licenciatura em Pedagogia

Adriana Sagan Agente Administrativo II Licenciatura em Letras-

Espanhol

Rosangela Aparecida Munhoz

Gluzezak

Agente Administrativo II Licenciatura em Educação

Física

9.2.2 Equipe Pedagógica da Escola

DOCENTE FUNÇÃO GRADUAÇÃO

Luciane Wolff Martins

Pedagoga Licenciatura em Pedagogia

Nadia Maria Garcias da Luz

Sanches

Pedagoga Licenciatura em Pedagogia

Vanessa Elisabete Raue

Rodrigues

Pedagoga Licenciatura em Pedagogia

9.2.3 Corpo Docente

DOCENTE DISCIPLINA GRADUAÇÃO

Adriana Cristina Pinto dos

Santos

Professora –Ensino Fundamental

Fase I Licenciatura em Geografia

Adriana Presotto

Professora – Matemática

Ensino Fundamental e Médio

Licenciatura em Matemática

Anézia Cristina de Souza

Marcondes

Professora – Biologia –

Ensino Médio

Licenciatura em Biologia

Catarina Sirlei Laurentino

Professora – Geografia

Ensino Fundamental e Médio

Licenciatura em Geografia

Daísa dos Passos Galeski

Professora – Ensino

Fundamental Fase I

Licenciatura em Letras

Literatura

Edinilson Salateski

Professor – Física – Ensino

Médio

Licenciatura em Física

Edson Dreviski

Professor – Ciências – Ensino

Fundamental

Ciências – Licenciatura

Elisabete Mogalski Professora – Língua Portuguesa Licenciatura em Letras

48

Ensino Fundamental e Médio Literatura

Elizete de Fátima Almeida

Simão

Professora – História – Ensino

Fundamental e Médio

Licenciatura em História

Fernando José Rodrigues

Professor – Química – Ensino

Médio

Licenciatura em Química

Florivaldo Quizini Júnior

Professor – Filosofia – Ensino

Médio

Licenciatura em Filosofia

Franciane de Lima Silveira

Professora – Arte – Ensino

Fundamental e Médio

Arte e Educação – Licenciatura

Lourdes Vilczak dos Santos

Professora – Ensino

Fundamental Fase I

Licenciatura em Matemática

Maria Aparecida Cherato Professora –Ensino Fundamental

Fase I Licenciatura em Pedagogia

Maricleusa Inglês da Silva

Professora – Matemática –

Ensino Fundamental e Médio

Licenciatura em Matemática

Marilza da Conceição Weiber Professora – LEM Inglês –

Ensino Fundamental e Médio

Licenciatura em Letras – Anglo

Pedro Lealdino Professor – Educação Física –

Ensino Fundamental e Médio

Licenciatura em Educação

Física

10 PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO

A concepção de avaliação institucional explicitada pela SEED/PR, afirma que esta

“deve ser construída de forma coletiva, sendo capaz de identificar as

qualidades e as fragilidades das instituições e do sistema, subsidiando

as políticas educacionais comprometidas com a transformação social e

o aperfeiçoamento da gestão escolar e da educação pública ofertada na

Rede Estadual.” (SEED, 2004, p.11)

Neste sentido, a avaliação não se restringe às escolas, mas inclui também os

gestores da SEED e dos Núcleos Regionais de Educação, ou seja, possibilita a todos a

identificação dos fatores que facilitam e aqueles que dificultam a oferta, o acesso e a

permanência dos educandos numa educação pública de qualidade.

Aliado a identificação destes fatores deve estar, obrigatoriamente, o compromisso

e a efetiva implementação das mudanças necessárias.

Assim, a avaliação das políticas e das práticas educacionais, enquanto

responsabilidade coletiva, pressupõe a clareza das finalidades essenciais da educação, dos

seus impactos sociais, econômicos, culturais e políticos, bem como a reelaboração e a

implementação de novos rumos que garantam suas finalidades e impactos positivos à

49

população que demanda escolarização.

A avaliação institucional, vinculada a esta proposta pedagógico-curricular,

abrange todas as escolas que ofertam a modalidade Educação de Jovens e Adultos, ou seja,

tanto a construção dos instrumentos de avaliação quanto os indicadores dele resultantes

envolverão, obrigatoriamente, porém de formas distintas, todos os sujeitos que fazem a

educação na Rede Pública Estadual. Na escola – professores, educandos, direção, equipe

pedagógica e administrativa, de serviços gerais e demais membros da comunidade escolar. Na

SEED, de forma mais direta, a equipe do Departamento de Educação de Jovens e Adultos e

dos respectivos NRE’s.

A mantenedora se apropriará dos resultados da implementação destes

instrumentos para avaliar e reavaliar as políticas desenvolvidas, principalmente aquelas

relacionadas à capacitação continuada dos profissionais da educação, bem como estabelecer o

diálogo com as escolas no sentido de contribuir para a reflexão e as mudanças necessárias na

prática pedagógica.

Considerando o que se afirma no Documento das Diretrizes Curriculares

Estaduais de EJA que “... o processo avaliativo é parte integrante da práxis pedagógica e deve

estar voltado para atender as necessidades dos educandos, considerando seu perfil e a função

social da EJA, isto é, o seu papel na formação da cidadania e na construção da autonomia.”

(SEED, 2005, p.44), esta avaliação institucional da proposta pedagógico-curricular

implementada, deverá servir para a reflexão permanente sobre a prática pedagógica e

administrativa das escolas.

Os instrumentos da avaliação institucional, serão produzidos em regime de

colaboração com as escolas de Educação de Jovens e Adultos, considerando as diferenças

entre as diversas áreas de conteúdo que integram o currículo, bem como as especificidades

regionais vinculadas basicamente ao perfil dos educandos da modalidade. Os instrumentos

avaliativos a serem produzidos guardam alguma semelhança com a experiência acumulada

pela EJA na produção e aplicação do Banco de Itens, porém sem o caráter de composição da

nota do aluno para fins de conclusão. A normatização desta Avaliação Institucional da

proposta pedagógico-curricular será efetuada por meio de instrução própria da SEED.

Como se afirma no Caderno Temático “Avaliação Institucional”,

“cada escola deve ser vista e tratada como uma totalidade, ainda que

relativa, mas dinâmica, única, interdependente e inserida num sistema

maior de educação. Todo o esforço de melhoria da qualidade da

educação empreendido por cada escola deve estar conectado com o

esforço empreendido pelo sistema ao qual pertence. (SEED, 2005,

50

p.17)

Em síntese, repensar a práxis educativa da escola e da rede como um todo,

especificamente na modalidade EJA, pressupõe responder à função social da Educação de

Jovens e Adultos na oferta qualitativa da escolarização de jovens, adultos e idosos.

11 PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

11.1. Plano de formação

No contexto que hoje estamos vivendo, na era tecnológica, onde tudo

está acontecendo tão rapidamente, faz-se necessário revermos até que ponto tem bagagem

para competir com essas transformações e desafios que nos são impostos a cada instante.

O educador, concebido como profissional reflexivo e autor de sua prática escolar,

deve ter a competência de identificar e selecionar que materiais podem contribuir para a

reflexão sobre o assunto a ser desenvolvido com os seus educandos, deve também saber

planejar com que objetivo e de que modo serão usados, considerando sempre a variedade de

linguagens, de abordagens e de pontos de vista.

A seleção e uso de materiais didáticos entre os educadores das diferentes áreas do

conhecimento, também é um momento de formação. Essa seleção após discussão é

contextualizada no âmbito da organização de situações didáticas e eficazes para o

aprendizado.

O trabalho em equipe é considerado, atualmente, como um dos fatores

fundamentais para impulsionar não só a melhoria da qualidade de ensino como o

desenvolvimento profissional dos professores. A tarefa comum dos profissionais da EJA, tem

portanto, dois aspectos inseparáveis: a elaboração e o desenvolvimento constante da

proposta pedagógica e a formação permanente dos profissionais. Haverá participação em

cursos de capacitação específica por área de conhecimento; capacitação via TV Escola;

capacitação sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, com debate, reuniões,

Seminários e Simpósios; Cursos Intensivos; leitura e pesquisa em http; reuniões pedagógicas

mensais com temas pedagógicos por profissionais da área dentro das necessidades;

oportunizar a participação em cursos promovidos por entidades educacionais da região.

51

52

12 REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e

Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição.

BRZEZINSKI, Iria. LDBEN Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo :

Cortez, 1997.

Constituição Brasileira – Artigo 205.

CARNEIRO, Moaci Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ : Vozes, 1998.

(5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA).

Conselho Estadual de Educação - PR

Conselho Nacional de Educação

Deliberação 011/99 – CEE.

Deliberação 014/99 – CEE.

Deliberação 005/98 –CEE.

Deliberação 008/00 – CEE.

Indicação 004/96 – CEE.

DELORS, J. Educação : Um tesouro a descobrir. São Paulo : Cortez ; Brasília, DF : MEC :

UNESCO, 1998.

DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP : Papirus, 1997.

DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros. Nível de

Escolarização da População. mimeog.

DI PIERRO; Maria Clara. A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. mimeog.

DI PIERRO; Maria Clara. Os projetos de Lei do Plano Nacional de Educação e a Educação

de Jovens e Adultos. mimeog.

Decreto 2494/98 da Presidência da República.

Decreto 2494/98 da Presidência da República.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

LDBEN nº 9394/96.

OLIVEIRA, Thelma Alves de, et al. Avaliação Institucional (Cadernos Temáticos). Curitiba:

SEED – PR, 2004.

53

Parâmetros Curriculares Nacionais 1º segmento do Ensino Fundamental.

Parâmetros Curriculares Nacionais 2º segmento do Ensino Fundamental.

Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio.

Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios).

Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA.

Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.

Parecer 015/98 –Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.

Resolução 03/98 – CEB.

Plano Nacional de Educação – Educação de Jovens e Adultos.

SILVA, Eurides Brito da. A Educação Básica Pós-LDBEN.

SOUZA, Paulo N. Silva & SILVA, Eurides Brito da. Como entender e aplicar a nova LDBEN.

SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da. Como entender e Aplicar a

Nova LDBEN. SP, Pioneira Educ., 1997. 1ª Edição.