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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE MANDIRITUBA PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO CEEBJA – MANDIRITUBA MANDIRITUBA/PR 2010 1

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E

ADULTOS DE MANDIRITUBA

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO CEEBJA – MANDIRITUBA

MANDIRITUBA/PR

2010

1

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SUMÁRIO

I APRESENTAÇÃO

1. IDENTIFICAÇÃO.........................................................................................06

1.1Identificação da Instituição...............................................................06

1.2 Histórico-Fundamentação Legal...................................................... 07

1.3 Profissionais da Educação.............................................................. 08

1.3.1 Relação do Corpo Docente..............................................08

1.3.2 Relação Agente Operacional II …....................................09

1.3.3 Relação Agente Operacional I ….....................................09

1.4 Horário de Funcionamento...............................................................09

1.5 Modalidades de Ensino....................................................................09

1.6 Número de alunos ….......................................................................09

1.7 Levantamento do Espaço Físico ….................................................10

2. OBJETIVOS GERAIS …...............................................................................12

3. MARCO SITUACIONAL...............................................................................13

3.1Caracterização do Curso...................................................................14

3.1.1 Organização Coletiva...................................................... 15

3.1.2 Organização Individual..................................................... 16

3.2 Nível de Ensino............................................................................... 16

3.2.1 Ensino Fundamental – Fase II …................................... 16

3.2.2 Ensino Médio...............................................................… 16

3.3 Educação Especial …................................................................ 17

3.3.1 CAES…........................................................................... 18

3.4Ações Pedagógicas Descentralizadas …..................................... 18

3.5 Frequência …................................................................................ 18

3.6 Exames Supletivos …........................................................... 19

3.7 Conselho Escolar …........................................................... 19

3.8 Materiais de Apoio Didático …................................................ 20

3.9 Biblioteca Escolar …...................................................................... 20

3.10 Laboratório …............................................................................ 21

3.11 Recursos tecnológicos …................................................. 21

3.12 Processos de Avaliação, Classificação e Promoção............ 23

3.12.1 Procedimentos e critérios para atribuição de notas......... 23

2

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3.12.2 Recuperação de Estudos................................................. 24

3.12.3 Aproveitamento de Estudos.............................................. 24

3.12.4 Classificação e Reclassificação......................................... 25

3.13 Regime escolar................................................................................ 25

3.14 Organização.................................................................................... 26

3.15 Formas de Atendimento.................................................................. 26

3.15.1 Ensino Fundamental F II e Ensino Médio …..................... 26

3.16 Matrícula.......................................................................................... 26

3.17 Material Didático …......................................................................... 28

3.18 Avaliação......................................................................................... 28

3.19 Recuperação de Estudos........................................................ 29

3.20 Aproveitamento de estudos, classificação e reclassificação... 29

3.21 Área de Atuação...................................................................... 30

4. MARCO CONCEITUAL.................................................................................. 31

4.1 Concepção de Escola....................................................................... 31

4.2 Concepção de Educação.................................................................. 33

4.3Concepção de Homem e Mundo....................................................... 36

4.4 Sociedade e Cultura......................................................................... 38

4.5 Concepção de Gestão...................................................................... 39

4.6 Concepção de Currículo …............................................................... 42

4.7 Concepção de Conhecimento …...................................................... 46

4.8 Concepção de Tecnologia................................................................ 52

4.9 Concepção de Ensino-aprendizagem............................................... 54

4.10 Concepção de Avaliação........................................................ 60

4.11 História e Cultura Afro-brasileira e Africana …....................... 61

4.12 Educação Inclusiva …............................................................ 62

5. MARCO OPERACIONAL.............................................................................. 63

5.1 Linhas de Ação …............................................................................ 63

6. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PPP..........................................................68

6.1 Avaliação do PPP............................................................................ 69

7. PROPOSTA CURRICULAR ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO............. 71

7.1Disciplina de Língua estrangeira Moderna – Inglês......................... 73

7.2 Disciplina de Ciências..................................................................... 86

7.3 Disciplina de Educação Física ….................................................... 103

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7.4 Disciplina de Arte …........................................................................ 135

7.5 Disciplina de Química..................................................................... 171

7.6 Disciplina de Geografia................................................................... 179

7.7Disciplina de História........................................................................ 220

7.8 Disciplina de Física.......................................................................... 235

7.9 Disciplina de Biologia...................................................................... 245

7.10 Disciplina de Filosofia........................................................... 255

7.11 Disciplina de Matemática ….................................................. 265

7.12 Disciplina de Ensino religioso................................................ 284

7.13 Disciplina de Sociologia ….................................................... 290

7.14 Disciplina de Língua Portuguesa …...................................... 295

7.15 Disciplina de Línguas Estrangeira Moderna-Espanhol......... 303

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 310

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APRESENTAÇÃO

A presente proposta pedagógica é um trabalho de construção, que tem por

finalidade reavaliar e reconstruir a prática pedagógica, através da reflexão de toda a

comunidade do CEEBJA – Mandirituba.

Pretende – se com isto, oportunizar o acesso ao conhecimento contemplando os

interesses reais e coletivos da população, formando alunos autônomos, críticos,

responsáveis, cientes dos valores a serem vividos, tornando-se cidadãos que vivenciam o

momento histórico presente e que sejam atuantes no futuro.

O processo de elaboração da proposta se deu no decorrer dos anos com a

realização em reuniões de estudo com professores, assembleias de alunos, funcionários,

através de discussões, debates e apresentações de propostas e sugestões, com o

objetivo de envolver a comunidade no processo de construção e desenvolvimento deste

projeto.

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1. IDENTIFICAÇÃO

1. 1 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

1 – Denominação da Instituição

Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos –

Mandirituba - Ensino Fundamental e Médio

2 – Código da Escola

1440

3 – Código do Município

47 770

4 – Endereço completo

Rua da Liberdade n.º 423

5 – Bairro/Distrito

Centro

6 – Município

Mandirituba

7 – NRE

Área Metropolitana Sul

8 – CEP

83800-000

9 –DDD

41

10 – Telefone

3626-1431

11 – Fax

3626-1431

12 – E-mail

[email protected]

13 – Entidade Mantenedora

Governo do Estado do Paraná

14 – CNPJ/MF

76.416.965/0001-

21

6

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1.2 HISTÓRICO – FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

O CEEBJA – Centro Estadual de educação Básica para Jovens e Adultos de

Mandirituba, situado à Rua da Liberdade, 423, com oferta de Cursos e exames do Ensino

Fundamental Fase II e Ensino Médio, Educação Básica de Jovens e adultos, tem como

entidade mantenedora o Poder Público Estadual administrado pela Secretaria de Estado

da Educação.

Iniciou suas atividades em agosto de 1991, como Núcleo Avançado de Estudos

Supletivos de Mandirituba, com oferta do 1º grau, autorizado pela Deliberação nº 030/80 e

34/84 do Conselho Estadual de Educação e Resolução 1016 de 14/03/91.

Em 18/09/96 passou a ser denominado CES – Centro de Estudos Supletivos de

Mandirituba, sob a Resolução 3082/96 do Diário Oficial do Estado nº 4.896 de 18/09/96.

A mudança de domicílio deste Estabelecimento de Ensino foi autorizada através

da Resolução 3.922/97 a partir de 20/02/97, o qual transfere – se da Avenida Brasil, 320

para a Praça do Colono, 44 do mesmo município.

Em 16/07/98 o Conselho Estadual de Educação através do Parecer nº 1425/98 da

coordenação de Estrutura e Funcionamento resolve autorizar o funcionamento do Ensino

Médio sob a Resolução nº2.356/98 para o Centro de Estudos Supletivos de Mandirituba.

Em 11/09/98 o Centro de Estudos Supletivos de Mandirituba, passa a ser

denominado CEAD, Centro de Educação Aberta, Continuada, a Distância de Mandirituba,

sendo um órgão subordinado ao Departamento de Educação de Jovens e Adultos e

Secretaria de Estado da Educação.

Caracteriza – se como uma unidade educacional devidamente adequada às

exigências e necessidades do aluno adolescente e adulto, engajados na força de

trabalho. Apresenta metodologia de ensino individual e coletivo no processo de

atendimento, no que se refere os conteúdos, métodos e organização didático escolar.

Por meio da Resolução nº 4561/99 passa a ser designado CEEBJA – Centro

Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos, sendo um órgão subordinado ao

Departamento de Educação de Jovens e Adultos e Secretaria de Estado da Educação.

Caracteriza -se como uma unidade educacional devidamente adequada às exigências e

necessidades do aluno adolescente e adulto e o idoso, engajados na força de trabalho.

Apresenta metodologia de ensino individual e coletivo no processo de atendimento, no

que se refere aos conteúdos métodos e organização didático escolar.

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1.3 PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

1.3.1 RELAÇÃO DO CORPO DOCENTE

NOME FUNÇÃO FORMAÇÃO

Sandro Baumgartner Professor Matemática

Valdir Carlos Kuchnir Professor Letras Português/

Mirele Maria Godói Bonato Professora Educação Física

Mª Madalena Menezes Professora Letras Português/Inglês

Mª Josélia Salesbram Professora Letras Português/Inglês

Mª de Lourdes L. Da Rocha Professora Ciências

Mª Aparecida Tonelotti Professora Artes

Andréia Renata Rocha Professora Matemática

Cleonice Paula D.

Seluzniack

Professora Ciências Biológicas

Cristiane Boiano da Rocha Professora Letras Português/Inglês

Mildred C. Maia Siqueira Professora Ciências Biológicas

Sandra C. De Jesus

Markowicz

Professora História

Judite Pechibilski Ribeiro Professora Letras Português/Inglês

Mª Rosalva Radicheski Professora Matemática

Daiane Cruz Keizanoski Professora Matemática

Hilda Mari S. Da Rocha Professora Geografia

Leda Patricia Novak Professora Matemática

Vanessa Daminelli Professora Comunicação Social

Paulo Bueno Brasil Professora Matemática

Viviane Moro Professora História

Natálio Vilmar Ribeiro Professor Geografia

Elisabete Ap. F. de U.

Wojcikievicz

Professora Pedagogia

Angelita do Rocio Amorim Pedagoga/Professora Ciências

Biológicas/Pedagogia

Raquel Alves Prates Professora História

Teresinha Ap. Negrele Diretora Letras/Português/Inglês

Márcia Ivainski Pedagoga Pedagogia

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Josseli de F. De Assis

Santos

Coordenadora de Exames

Supletivos

História

1.3.2 RELAÇÃO AGENTE OPERACIONAL II

NOME FUNÇÃO FORMAÇÃO

Andreia Itamara Buiar Silva Técnico Administrativo Administração

Maria Perpétua dos Santos Técnico Administrativo Auxiliar de Contabilidade

Iselite Ripka da Silva Secretaria Magistério

1.3.3 RELAÇÃO AGENTE OPERACIONAL I

NOME FUNÇÃO FORMAÇÃO

Mariza Apª dos Santos

Bender

Agente de Apoio Educação Geral

Tiyoko Shimako Ichisato Agente de Apoio Ensino Fundamental

1.4 HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

Período manhã: 8:00h às 12:00h

Período tarde: 13:00h às 17:00h

Período noite: 19:00h às 22:40h

1.5 MODALIDADES DE ENSINO

Ensino Fundamental Fase II

Ensino Médio

CAES

1.6 NÚMERO DE ALUNOS

Frequentam o CEEBJA – Mandirituba no ano de 2010:

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Total: em média 500 alunos.

1.7 LEVANTAMENTO DO ESPAÇO FÍSICO

Material Pedagógico

– TV pen drive

– Livros

– Dvds

– Material de Laboratório

– Material de Apoio

Laboratório

– Laboratório de Informática

– 20 computadores

– 01 impressora

Acervo Bibliográfico

– O acervo bibliográfico do CEEBJA - Mandirituba é constituído por:

– livros didáticos públicos;

– livros literários;

– livros didáticos de EJA;

– apostilas de EJA;

– dicionários;

– revistas;

– livros didáticos.

Ambientes Pedagógicos

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13 salas de aula, as quais são usadas pelos alunos do município no período diurno

e no noturno pelo CEEBJA.

– 01 Sala para Equipe Pedagógica

– 01 Sala para professores;

– 01 Sala para a Direção;

– 01 Sala de Vídeo;

– 01 Biblioteca;

– 01 Secretaria.

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2. OBJETIVOS GERAIS

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o objetivo

primeiro da EJA será garantir a formação dos jovens e adultos que não tiveram ou

perderam o acesso à escola na idade própria ou que cursaram algumas séries do ensino

básico e abandonaram a escola.

A partir desse objetivo, pode-se acrescentar:

- O compromisso dos professores e funcionários com a formação humana e com

o acesso à cultura geral, de modo que os educandos venham a participar política e

produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e compromisso político,

através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral, num processo que promova

o seu crescimento pessoal de forma gradativa e consciente e, consequentemente

qualificando-o para o trabalho.

Através do trabalho coletivo. Tornar o aluno mais motivado, mais ativo,

crítico, criativo, que aprenda a defender seus direitos e cumprir seus deveres.

Aproveitar a vivência dos alunos e construir o conhecimento que será

proveniente da consciência e do senso crítico a ser desenvolvido no transcorrer dessa

construção.

Proporcionar aos professores e funcionários formação continuada para que

melhor desempenhem suas funções, sempre visando a formação do aluno.

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3. MARCO SITUACIONAL

No CEEBJA Mandirituba, a maior parte dos educandos são jovens, adultos,

trabalhadores e outra parte são alunos jovens e adolescentes procedentes do Ensino

Regular, evadidos ou reprovados.

No mundo do trabalho, os desafios são constantes e estão relacionados às

grandes mudanças em sua organização e aos avanços tecnológicos, que têm provocado

mudanças profundas, não só no mundo do trabalho, mas também na comunicação e na

vida cotidiana.

Sendo a nossa Instituição de Ensino para jovens e adultos, muitos deles

trabalhadores, estes apresentam grande interesse e necessidade de concluir sua

formação de nível médio para, ao menos permanecer no mercado de trabalho e/ou

ingressar nele, já que as oportunidades que o nosso município oferece são escassas.

Os alunos do Ensino Regular procuram a EJA porque na idade própria não

obtiveram sucesso em seus estudos e foram taxados como indisciplinados, repetentes, o

que contribuiu para o fracasso escolar. Sendo assim esses alunos ficam marcados como

alunos “atrasados”, para “solucionarem o problema”, procuram matrícula na EJA.

Esta é uma nova realidade do CEEBJA – Mandirituba. Adolescentes que não

concluíram seus estudos, vieram com o histórico de indisciplina e esse comportamento se

reflete em sala interferindo na aula onde estão presentes educandos adultos e idosos.

No CEEBJA de Mandirituba, observamos no decorrer do ano letivo a evasão

escolar. Supomos que esta evasão pode estar relacionada, com a necessidade de os

alunos trabalharem durante o dia e virem direto do trabalho para a escola ou ainda a

mudança constante no horário de trabalho (em turnos). Também por parte de alguns

educandos, há uma baixa auto-estima e falta de objetivos, fatores que desestimulam o

término dos estudos.

Há ainda outro fator que desestimula nossos alunos. No meio do ano letivo, meses

da estação do inverno e noites geladas, percebemos que o cansaço e o frio, fazem que o

número de alunos diminua consideravelmente.

No início do ano letivo, quando começamos toda a organização para um ano de

estudos, os professores e demais funcionários participam da formação continuada da

SEED. Como no CEEBJA, os profissionais da educação não fixam padrão, a ausência de

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professores é grande para a semana de capacitação. Quando os docentes iniciam seu

trabalho na escola, já tem passado esta semana de estudos e estes entram na sala de

aula sem ao menos discutir, analisar, refletir qual foi a proposta de trabalho da semana de

capacitação da SEED. E o que é mais agravante: sempre muda o quadro de docentes e

alguns não se adaptam ou não tem o perfil para trabalhar na EJA e nem tem acesso a

muitos cursos no decorrer do ano letivo, nos cursos de capacitação oferecidos pela

SEED, como GTR, grupos de estudos, sempre há uma procura maior por parte de

professores padrões, principalmente pelo GTR, por ser o curso oferecido online, assim

facilitando os estudos desses professores.

Outro momento no CEEBJA de estudo e planejamento, para os professores se

organizarem é a hora atividade.

De acordo com a LDB, os professores têm a garantia à hora atividade destinada

ao cumprimento dos princípios legais, dentre os quais a liberdade de ensinar, aprender,

pesquisar e divulgar cultura, pensamento, arte e saber, bem como a obrigação de garantir

o padrão de qualidade.

Nesse momento da hora atividade os professores e equipe pedagógica fazem

estudos, avaliação, planejamento, correção de atividades, estudos e reflexões a respeito

de atividades que envolvam a elaboração de ações que visem a melhoria da qualidade de

ensino, atendimento a assuntos de interesse da comunidade, atividades pedagógicas

individuais inerentes ao exercício da docência.

A avaliação, instrumento fundamental para obter informações sobre o processo

ensino-aprendizagem e peça chave da organização pedagógica, é uma prática que

alimenta e orienta a intervenção pedagógica.

No CEEBJA, avaliação aplicada em sala de aula é diagnóstica, contínua e

sistemática, a partir dos critérios previamente estabelecidos.

No processo avaliativo em sala de aula, são considerados aspectos como o

conhecimento prévio que os alunos possuem sobre os conteúdos expostos pelo

professor, a prática social dos alunos, confronto deste conhecimento com os conteúdos

específicos, as relações e interações com o cotidiano.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO

Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta de

escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus estudos

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no Ensino Fundamental ou Médio, assegurando-lhes oportunidades apropriadas,

consideradas suas características, interesses, condições de vida e de trabalho, mediante

ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais.

Portanto, este Estabelecimento Escolar oferta Educação de Jovens e Adultos –

Presencial, que contempla o total de carga horária estabelecida na legislação vigente nos

níveis do Ensino Fundamental e Médio, com avaliação no processo.

Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de modo

a viabilizar processos pedagógicos, tais como:

- pesquisa e problematização na produção do conhecimento;

- desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;

- registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias,

ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e

socialização dos conhecimentos;

- vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos,

bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.

Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos planos de

estudos e atividades. Tanto no atendimento individual como no coletivo, os educandos

receberão um Guia de Estudos, a fim de que tenham acesso a todas as informações

sobre a organização da modalidade,a fim de que tenham acesso a todas as informações

sobre a organização da modalidade.

3.1.1 Organização Coletiva

Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um

cronograma que estipula o período, dias e horários das aulas, com previsão de início e

término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização do currículo. A

mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos conteúdos de forma

coletiva, na relação professor-educandos e considerando os saberes adquiridos na

história de vida de cada educando.

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A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm

possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma pré-

estabelecido.

3.1.2 Organização Individual

A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores que não têm

possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, devido às condições de horários

alternados de trabalho e para os que foram matriculados mediante classificação ou que

foram reclassificados ou desistentes quando não há, no momento, turma organizada

coletivamente para a sua inserção. Será programada pela escola e oferecida aos

educandos por meio de um cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas,

contemplando o ritmo próprio do educando, nas suas condições de vinculação à

escolarização e nos saberes já apropriados.

3.2 NÍVEL DE ENSINO

3.2.1 Ensino Fundamental – Fase II

Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este

estabelecimento escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e

Estaduais, que consideram os conteúdos ora como meio, ora como fim do processo de

formação humana dos educandos, para que os mesmos possam produzir e ressignificar

bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem.

Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e

possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio.

3.2.2 Ensino Médio

O Ensino Médio no estabelecimento escolar terá como referência em sua oferta, os

princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes Curriculares Nacionais

para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução nº 02 de 07 de abril de 1998/CNE, nas

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Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos e nas Diretrizes

Curriculares Estaduais da Educação Básica.

3.3 EDUCAÇÃO ESPECIAL

A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades

educacativas especiais, inserindo estes no conjunto de educandos da organização

coletiva ou individual, priorizando ações que oportunizem o acesso, a permanência e o

êxito dos mesmos no espaço escolar, considerando a situação em que se encontram

individualmente estes educandos.

Uma vez que esta terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de

educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles que,

por razões diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar, a legislação

assegura a oferta de atendimento educacional especializado aos educandos que

apresentam necessidades educacionais especiais decorrentes de:

deficiências mental, física/ neuromotora, visual e auditiva;

condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou

psiquiátricos; e

superdotação/ altas habilidades.

É importante destacar que “especiais” devem ser consideradas as alternativas e as

estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para a

aprendizagem e participação de todos os alunos.1

Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para o enfoque

do especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos apresentem características

diferenciadas decorrentes não apenas de deficiências mas, também, de condições sócio-

culturais diversas e econômicas desfavoráveis, eles terão direito a receber apoios

diferenciados daqueles normalmente oferecidos pela educação escolar.

Garante-se, dessa forma, que a inclusão educacional realize-se,1 assegurando o

1 CARVALHO,RE.Removendo barreriras à aprendizagem.Porto Alegre,2000, p.17

17

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direito à igualdade com equidade de oportunidades. Isso não significa o modo igual de

educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e serviços especializados para que

cada um aprenda, resguardando-se suas singularidades.

3.3.1 CAES

O CAES destina-se ao atendimento de pessoas surdas que, em função da perda

auditiva, comunicam-se e interagem com o mundo por meio de experiências visuais,

manisfestando sua cultura, principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais-Libras.

Poderão frequentar o Centro de Atendimento Especializado na área de surdez: alunos

surdos, em faixa etária de zero a cinco anos, preferencialmente matriculados na

Educação Infantil; alunos surdos, a partir de seis anos, regularmente matriculados no

Ensino Fundamental, Ensino Médio e/ou Educação de Jovens e Adultos.

O CAES é um serviço de apoio pedagógico especializado que funciona em espaço

adequado0, sob a responsabilidade do Estabelecimento de Ensino para o qual foi

autorizado, e do professor habilitado em Educação Especial. A carga horária mínima para

o funcionamento do CAES é de 20 horas semanais, nos turnos matutino, vespertino e/ou

noturno, a depender da necessidade dos alunos matriculados e das condições de oferta

do município.

3.4 AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS

Este estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas descentralizadas,

efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a grupos sociais com perfis e

necessidades próprias e onde não haja oferta de escolarização para jovens e adultos e

idosos, respeitada a proposta pedagógica e o regimento escolar, desde que autorizado

pela SEED/PR, segundo critérios estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução

própria.

3.5 FREQUÊNCIA

A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de 100% (cem

por cento) presencial no Ensino Fundamental - Fase II e no Ensino Médio, sendo que a

freqüência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta e cinco por cento) e na

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organização individual é de100% (cem por cento), em sala de aula.

3.6 EXAMES SUPLETIVOS

Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao disposto

na Lei n.º 9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria de Estado da

Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de Educação e Trabalho

através da Coordenação da Educação de Jovens e Adultos.

3.7 CONSELHO ESCOLAR

O Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da Comunidade Escolar,

de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora, sobre a organização e

realização do trabalho pedagógico e administrativo da instituição escolar em

conformidade com as políticas e diretrizes educacionais da SEED, observando a

Constituição, a LDB, o ECA, o Projeto Político-Pedagógico e o Regimento Escolar, para

o cumprimento da função social e específica da Escola, dúvidas e tomadas de decisões

quanto às questões pedagógicas, administrativas e financeiras, no âmbito de sua

competência.

O Conselho Escolar não tem finalidade e/ou vínculo político-partidário, religioso,

racial, ético ou de qualquer outra natureza, a não ser aquela que diz respeito diretamente

à atividade educativa da escola, prevista no seu Projeto Político-Pedagógico.

O Conselho Escolar é concebido, enquanto um instrumento de gestão colegiada e

de participação da comunidade escolar, numa perspectiva de democratização da escola

pública, constituindo-se como órgão máximo de direção do Estabelecimento de Ensino.

A comunidade escolar é compreendida como o conjunto de profissionais da

educação atuantes na escola, alunos devidamente matriculados e freqüentando

regularmente, pais e/ou responsáveis pelos alunos, representantes de segmentos

organizados presentes na comunidade, comprometidos com a educação.

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O Conselho Escolar abrange toda a comunidade escolar e tem como principal

atribuição, aprovar e acompanhar a efetivação do Projeto Político-Pedagógico da escola,

eixo de toda e qualquer ação a ser desenvolvida no estabelecimento de ensino.

Poderão participar do Conselho Escolar representantes dos movimentos sociais

organizados, comprometidos com a escola pública, assegurando-se que sua

representação não ultrapasse 1/5 (um quinto) do colegiado. A atuação e representação de

qualquer dos integrantes do Conselho Escolar visará ao interesse maior dos alunos,

inspirados nas finalidades e objetivos da educação pública, definidos no seu projeto

Político-Pedagógico, para assegurar o cumprimento da função da escola que é ensinar.

3.8 MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO

Serão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação e

Trabalho, Coordenação da Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado da

Educação do Paraná, como material de apoio.

Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, poderão utilizar

outros recursos didáticos.

3.9 BIBLIOTECA ESCOLAR

Biblioteca não mais deve ser pensada com um espaço onde apenas o aluno é

freqüentador, mas também professores e a própria comunidade. Para entendermos

melhor o conceito de biblioteca escolar é preciso entendê-la com um local privilegiado

para a prática pedagógica. É organizada para se integrar com a sala de aula no

desenvolvimento do currículo escolar. Além disso, a Biblioteca Escolar tem como objetivo

despertar nos alunos para a leitura, desenvolvendo-lhes o prazer de ler podendo servir,

também, como suporte para a comunidade em suas necessidades de informação.

Para que a biblioteca escolar exista, todos deverão cooperar, no sentido de garantir

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seu espaço e seu acervo. Com estes garantidos, imperiosa se faz à atuação do professor

dinamizador, transformando a biblioteca num espaço dinâmico de trabalho.

A biblioteca é o espaço para execução de atividades que busquem a identidade

cultural de nossa escola, assim como priorize aspectos significativos da estética, da

sensibilidade e da ética, da igualdade de cada educando.

3.10 LABORATÓRIO

As atividades de laboratório, quando bem implementadas, assumem papel de suma

importância auxiliando o professor no encaminhamento metodológico de temas ou

assuntos em estudos, propiciando a participação ativa dos educandos, potencializando as

atividades experimentais e facilitando a compreensão de conceitos ou fenômenos.

Assim, seguindo o entendimento do Conselho Estadual de Educação, expresso no

parecer nº095/99, temos um conceito novo para o espaço denominado laboratório, pois

esse, acompanha uma educação científica nova, espaço que passará a incluir também o

pátio da escola, a beira do mar, o bosque ou a praça pública, explicitam a não

obrigatoriedade de espaço específico e materiais pré-determinados, para a concretização

de experimentos nos estabelecimentos de ensino, reforçando o princípio pedagógico da

contextualização, que se quer implementar neste Centro Estadual de Educação Básica

para Jovens e Adultos.

3.11 RECURSOS TECNOLÓGICOS

Vivemos em um tempo de globalização do conhecimento, quando o cidadão deve

dominar as tecnologias existentes. Assim sendo, a informática na escola é possibilidade

de construir estratégias e habilidades necessárias para compreensão e inserção no

mundo atual com novas formas de expressão e comunicação. Neste enfoque será tratada

como um recurso e estratégia para garantir e ampliar a qualidade do processo ensino-

aprendizagem.

É preciso ensinar o aluno a trabalhar a informação, utilizando para colaborar na

solução dos problemas da realidade. Dessa forma, o uso da tecnologia possibilita ensinar

de formas diferentes, transformando a aula em investigação.

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A escola é o lugar da organização dos conhecimentos. E é preciso que jovens e

adultos sejam preparados para lidar com a informação.

O papel do educador deve ser a mediação entre o aluno e o conhecimento a ser

adquirido, concebendo estratégias de ensino que visam ensinar a aprender, bem como

persistir no empenho de auxiliar os alunos a pensarem de forma crítica, contextualizando

os temas.

É imprescindível que o educador conheça o significado da docência, juntamente

com as suas características pessoais e competência profissional, para que se tenha como

resultado, diferentes posicionamentos em sala de aula, tanto dos educadores como dos

educandos.

O professor precisa desenvolver capacidades comunicativas, reconhecer os

impactos das novas tecnologias de informação em sala de aula, atender a diversidade

cultural, respeitar as diferenças, investir na atualização científica, técnica e cultural,

integrar no exercício da docência a dimensão afetiva, bem como desenvolver

comportamento ético a fim de orientar os alunos em valores e atitudes.

A Escola deve possibilitar e incentivar que os alunos usem seus conhecimentos

sobre Tecnologia para realizar trabalhos das diferentes áreas, oferecendo um grau

diferenciado de contextualização dos conteúdos vinculados. A concepção de ensino e

aprendizagem revela-se na prática de sala de aula e na forma como Educadores e Alunos

se relacionam com as diferentes metodologias, gerando um processo de transformação

onde todos têm um papel a desempenhar.

Nesse contexto, a Informática se apresenta como um diferencial significativo e

importante para a qualidade de atuação do profissional da Educação.

Trata-se, portanto, de compreender o computador como um forte aliado para

desenvolver projetos, para trabalhar temas geradores ou qualquer outro tipo de

abordagem educativa que o Educador queira escolher, promovendo o respeito às

particularidades de todos os envolvidos no “ato de educar”, criando uma cumplicidade e

um comprometimento de todos.

O computador deve ser um instrumento pedagógico à disposição da construção do

conhecimento em todas as disciplinas escolares, tanto para alunos quanto para

educadores.

Como todo instrumento pedagógico, deve ser assimilado à prática educativa. É

importante que os alunos compreendam os recursos tecnológicos como alternativas

possíveis para a realização de determinadas tarefas.

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É de extrema importância que a máquina e os softwares sejam vivenciados em

contextos educativos práticos, provocativos e inovadores, criando um ambiente de

aprendizagem em que os alunos possam ter iniciativas, problemas a resolver,

possibilidades para corrigir erros e criar soluções pessoais.

3.12 PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO

3.12.1 Procedimentos e Critérios para Atribuição de Notas

a)as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados,sempre com

finalidade educativa;

b)para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06

(seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais

escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o

processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na

presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar. Na

disciplina de Ensino Religioso, as avaliações realizadas no decorrer do

processo ensino-aprendizagem, não terão registro de nota para fins de

promoção e certificação.

c)a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo

os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula

zero);

d) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 –

SEED e freqüência mínima de 75% do total da carga horária de cada

disciplina na organização coletiva e 100% na organização individual;

e) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

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processo de apropriação dos conhecimentos;

f) para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a

média final corresponderá à média aritmética das avaliações processuais,

devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero);

g)os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando;

h)o educando portador de necessidades educativas especiais, será

avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de

desenvolver.

3.12.2 Recuperação de Estudos

A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de

construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem,

possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo

ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo

direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos.

A recuperação será também individualizada, organizada com atividades

significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o

nível de aprendizagem de cada educando.

Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos

conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição

dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de

avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar.

3.12.3 Aproveitamento de Estudos

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O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com êxito,

amparado pela legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar, por

meio de cursos ou de exames supletivos, nos casos de matrícula inicial, transferência e

prosseguimento de estudos.

3.12.4 Classificação e Reclassificação

Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino utilizará

o previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar.

3.13 REGIME ESCOLAR

O Estabelecimento Escolar funcionará no período noturno, podendo atender no

período vespertino e/ou matutino, de acordo com a demanda de alunos, número de salas

de aula e capacidade, com a expressa autorização do Departamento de Educação e

Trabalho, da Secretaria de Estado da Educação.

As informações relativas aos estudos realizados pelo educando serão registradas

no Histórico Escolar, aprovado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

O Relatório Final para registro de conclusão do Curso, será emitido pelo

estabelecimento de ensino a partir da conclusão das disciplinas constantes na matriz

curricular.

Este Estabelecimento Escolar poderá executar ações pedagógicas

descentralizadas para atendimento de demandas específicas - desde que autorizado pelo

Departamento de Educação e Trabalho - da Secretaria de Estado da Educação – em

locais onde não haja a oferta de EJA e para grupos ou indivíduos em situação especial,

como por exemplo, em unidades sócio-educativas, no sistema prisional, em comunidades

indígenas, de trabalhadores rurais temporários, de moradores em comunidades de difícil

acesso, dentre outros.

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3.14 ORGANIZAÇÃO

Os conteúdos escolares estão organizados por disciplinas no Ensino Fundamental

Fase II e Ensino Médio, conforme dispostas nas Matrizes Curriculares, de acordo com as

Diretrizes Curriculares Nacionais, contidas nos Pareceres n.º 02 e 04/98-CEB/CNE para o

Ensino Fundamental e Resolução n.º 03/98 e Parecer n.º 15/98 - CEB/CNE para o Ensino

Médio e com as Deliberações nº 01/06, nº 04/06, nº 07/06 e nº 03/08, todas do Conselho

Estadual de Educação.

3.15 FORMAS DE ATENDIMENTO

A educação neste Estabelecimento Escolar é de forma presencial, com as

seguintes ofertas:

3.15.1 Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio

No Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio considerar-se-á 100% da

carga horária total estabelecida.

3.16 MATRÍCULA

Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e

Adultos:

a) a idade para ingresso respeitará a legislação vigente;

b) será respeitada instrução própria de matrícula expedida pela mantenedora;

c) o educando do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio, poderá

matricular-se de uma a quatro disciplinas simultaneamente;

d) poderão ser aproveitadas integralmente disciplinas concluídas com êxito por meio

de cursos organizados por disciplina, por exames supletivos, série(s) e de

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período(s)/ etapa(s)/ semestre(s) equivalente(s) à conclusão de série(s) do ensino

regular, mediante apresentação de comprovante de conclusão, conforme

regulamentado no Regimento Escolar;

e) para os educandos que não participaram do processo de escolarização

formal/escolar, bem como o educando desistente do processo de escolarização

formal/escolar, em anos letivos anteriores, poderão ter seus conhecimentos

aferidos por processo de classificação, definidos no Regimento Escolar;

f) será considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar por mais

de dois meses consecutivos, devendo a escola, no seu retorno, reativar sua

matrícula para dar continuidade aos seus estudos, aproveitando a carga horária

cursada e os registros de notas obtidos, desde que o prazo de desistência não

ultrapasse 02 (dois) anos, a partir da data da matrícula inicial;

g) o educando desistente, por mais de dois anos, a partir da data de matrícula inicial

na disciplina, no seu retorno, deverá fazer matrícula inicial na disciplina,

podendo participar de processo de reclassificação.

No ato da matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o educando será

orientado por equipe de professor-pedagogo sobre: a organização dos cursos, o

funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar, a

duração e a carga horária das disciplinas.

O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, que os

receberá individualmente ou em grupos agendados, efetuando as orientações

metodológicas, bem como as devidas explicações sobre os seguintes itens que

compõem o Guia de Estudos:

• a organização dos cursos;

• o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar;

• a dinâmica de atendimento ao educando;

• a duração e a carga horária das disciplinas;

• os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos;

• o material de apoio didático;

• as sugestões bibliográficas para consulta;

• a avaliação;

• outras informações necessárias.

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3.17 MATERIAL DIDÁTICO

O material didático, indicado pela mantenedora, constitui-se como um dos recursos

de apoio pedagógico do Estabelecimento Escolar da Rede Pública do Estado do

Paraná de Educação de Jovens e Adultos.

3.18 AVALIAÇÃO

a) avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente,permanente;

b) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

c) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06

(seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e

também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de

ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do

professor, conforme descrito no Regimento Escolar;

d) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo

os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

e) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero) em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04 –

SEED, e freqüência mínima de 75% do total da carga horária de cada

disciplina na organização coletiva e 100% na organização individual;

f) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo

de apropriação dos conhecimentos;

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g) a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0

(seis vírgula zero);

h) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando;

i) o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado

não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

3.19 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de

construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem,

possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo

ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo

direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos.

A recuperação será também individualizada, organizada com atividades

significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o

nível de aprendizagem de cada educando.

Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos

básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada

dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação,

conforme o descrito no Regimento Escolar.

3.20 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO

Os procedimentos de aproveitamento de estudos, classificação e reclassificação

estão regulamentados no Regimento Escolar e atenderão o disposto na legislação

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vigente.

3.21 ÁREA DE ATUAÇÃO

As ações desenvolvidas pelo Estabelecimento Escolar Estadual que oferta a

Educação de Jovens e Adultos limitam-se à jurisdição do Estado do Paraná, do Núcleo

Regional de Educação, podendo estabelecer ações pedagógicas descentralizadas, desde

que autorizadas pela mantenedora.

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4. MARCO CONCEITUAL

4.1 CONCEPÇÃO DE ESCOLA

A educação ao longo do tempo, para a classe de trabalhadores o aprendizado era

para habilitá-los técnica, social e ideologicamente para o mundo do trabalho. Para superar

esta relação direta da educação com a demanda de trabalho é fundamental compreender

o sentido do processo educacional na vida destes educandos trabalhadores que não

tiveram acesso ou continuidade da escolarização na denominada idade própria.

A educação de jovens e adultos – EJA, enquanto modalidade de ensino que atende

a educandos trabalhadores, tem como objetivo o compromisso com a formação humana e

com o acesso à cultura geral, de modo a que os educandos venham a participar política e

produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e compromisso político,

através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.

Desta forma coerente, o objetivo da educação de jovens e adultos é fornecer

subsídios para que os educandos tornem-se ativos, críticos, criativos e democráticos.

Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação na qual os

educandos trabalhadores possam: aprender permanentemente, refletir criticamente, agir

com responsabilidade individual e coletiva, comportar-se de forma solidária, acompanhar

a dinamicidade das mudanças sociais, enfrentar problemas novos construindo soluções

originais com agilidade e rapidez, a partir de utilização metodologicamente adequada de

conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos.

A lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, em seu artigo 37,

prescreve que “a educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram

acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria”. É

característica desta modalidade de ensino a diversidade do perfil dos educados, com

relação à idade, ao nível de escolarização em que se encontram, à situação sócio-

econômica e cultural, às ocupações e a motivação pela qual procuram a escola.

A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, capaz de contemplar inovações

que tenham conteúdos significativos. Nesta perspectiva, há um tempo diferenciado de

aprendizagem e não um tempo único para todos e os limites e possibilidades de cada

educando devem ser respeitados.

Na função social da EJA, a alfabetização se apresenta como demanda

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fundamental, que possibilita o envolvimento dos educandos jovens e adultos e idosos nas

práticas escolares, garantindo-lhes o acesso aos saberes em suas diferentes linguagens,

intimamente articulados com suas necessidades, expectativas e trajetórias de vida,

despertando-lhes a oportunidade de continuidade da escolarização.

O educando da EJA torna-se sujeito na construção do conhecimento mediante a

compreensão dos processos de trabalho, de criação, de produção e de cultura. Os jovens

e adultos passam a se reconhecer como sujeitos do processo, confirmando saberes

adquiridos para além da educação escolar, na própria vida, numa consistente

comprovação de que esta modalidade de ensino é uma forma de construir e se apropriar

de conhecimentos para o mundo do trabalho e para o exercício da cidadania,

ressignificando as experiências sócio-culturais trazidas pelos educandos.

A identidade de homens e mulheres é formada pelas experiências do meio em que

vivem, sendo modificada conforme se alteram as relações sociais, diferenciando assim,

uma sociedade da outra pela produção do seu trabalho.

O trabalho é o processo social pelo qual o homem se modifica, alterando o que é

necessário e desenvolvendo novas idéias. Dessa forma, por meio do pensamento crítico,

o educando pode desmistificar a divisão entre trabalho manual e intelectual, conceitos

opressores estabelecidos pelos modelos de organização do sistema produtivo.

A compreensão das contradições inerentes ao processo da divisão social do

trabalho possibilitará ao educando da EJA melhor entendimento de sua relação com o

mundo do trabalho e com as demais relações sociais que permeiam o mundo atual.

Cabe ao processo educacional da EJA evidenciar possíveis mudanças que

apontem para uma nova relação entre ciência, trabalho e cultura, por meio de uma base

sólida de formação científica e histórica, que ajudem os educandos a desenvolveram

todas as suas dimensões enquanto seres humanos. Assim, o conhecimento adquirido

mantém-se inter-relacionando com a sua vida, possibilitando a interferência na sociedade.

No transcorrer do processo educativo, a autonomia intelectual do educando deve

ser estimulada, para que o mesmo possa dar continuidade aos seus estudos,

independente da educação formal. Cabe ao educador, incentivar esta busca constante

pelo conhecimento historicamente produzido pela humanidade, presente em outras fontes

de estudo ou de pesquisa. Esta forma de estudo individual é necessária, quando se trata

da administração do tempo de permanência deste educando no espaço escolar e

importante construção da autonomia.

A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade de

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pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva. A ação

da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma a que o mesmo

assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade

social.

A Educação de Jovens e Adultos, enquanto processo educativo, tem um papel

fundamental na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que levem à

emancipação e à afirmação de sua identidade cultural.

O tempo que este educando permanecerá no processo educativo da EJA terá valor

próprio e significativo e, portanto, a escola deve superar o ensino de caráter

enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do que na relação qualitativa

com o conhecimento. Quanto aos conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar

articulados à realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica articulada ao mundo

do trabalho, à ciência, às novas tecnologias.

A busca da autonomia intelectual e moral deve ser um constante exercício com os

educandos da EJA. A emancipação humana será decorrência da construção desta

autonomia com a qual contribui a educação escolar. O exercício de uma cidadania

democrática, pelos educandos da EJA, será o reflexo de um processo cognitivo, crítico e

emancipatório, com base em valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça.

4.2 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO

A educação de jovens e adultos é uma modalidade específica da Educação Básica

que se propõe a atender a um público ao qual foi negado o direito à educação durante a

infância e adolescência seja pela oferta irregular de vagas, seja pelas inadequações do

sistema de ensino ou pelas condições socioeconômicas desfavoráveis.

O conceito de EJA muitas vezes confunde-se com Ensino noturno. Trata-se de

uma associação equivocada uma vez que a EJA não se define pelo turno em que é

oferecida, mas muito mais pelas características e especificidades dos sujeitos aos quais

ela se destina. Várias iniciativas de educação de adultos em escolas ou espaços têm

demonstrado a necessidade de ofertar essa modalidade para além do noturno de forma a

permitir a inclusão daqueles que só podem estudar durante o dia. Para que se considere

a EJA enquanto uma modalidade educativa inscrita no campo do direito, faz-se

necessário superar uma concepção dita compensatória cujos principais fundamentos são

a de recuperação de um tempo de escolaridade perdido no passado e a ideia de que o

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tempo apropriado para o aprendizado é a infância e a adolescência. Nesta perspectiva, é

preciso buscar uma concepção mais ampla das dimensões tempo/espaço de

aprendizagem, na qual educadores e educandos estabeleçam uma relação mais dinâmica

com o entorno social e com as suas questões, considerando que a juventude e a vida

adulta são também tempos de aprendizagem.

Para compreender a concepção de educação na EJA, temos que considerar a

educação no sentido mais amplo. “Em sentido amplo (e autêntico) a educação diz

respeito à existência humana em toda a sua duração e em todos os seus aspectos. Desta

maneira deve-se justificar lógica e sociologicamente o problema da educação de adultos.

Daqui deriva a verdadeira definição de educação.” (PINTO, 2007, p. 29).

Os artigos 1º e 2º da LDBEN de 1996 fundamentam essa concepção enfatizando a

educação como direito que se afirma independente do limite de idade:

Art. 1º “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida

familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos

movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”.

Art. 2º “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e

nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do

educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

Segundo a LDB a Educação é entendida como sendo um processo que acontece

nos diferentes espaços da sociedade (família, escola,trabalho, movimentos sociais,

manifestações culturais).

A educação Escolar é aquela “que se desenvolve, predominantemente, por meio

do ensino em instituições próprias”. Outros processos de ensino são considerados como

Educação, porém essas situações não podem ser entendidas como Educação Escolar.

A Educação Escolar define na LDB dois princípios “ao mundo do trabalho e a

prática social”, é preparar o aluno para o trabalho (mundo do trabalho) e para o convívio

social (prática social).

Portanto a concepção de Educação vigente na LDB, assim como na Constituição

Federal, considera que o papel da Educação é formar o indivíduo para conviver em

sociedade e para trabalhar.

Nas Diretrizes Curriculares Estaduais para EJA, identificam-se os eixos cultura,

trabalho e tempo como os que deverão articular toda a ação pedagógica curricular nas

escolas.

“A cultura compreende toda forma de produção da vida material e imaterial e

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compõe um sistema de significações envolvido em todas as formas de atividade social”.

(DCEs de EJA/PR, p. 37)

A cultura é um produto da atividade humana, é um elemento importante de

mediação entre indivíduo e sociedade. “A cultura abarca toda produção humana, inclui

também o trabalho e todas as relações que ele perpassa”. (DCEs de EJA/PR, p. 37).

Os educandos jovens e adultos quando retornam à escola o fazem guiados pelo

desejo de melhorar de vida ou por exigências ligada ao mundo do trabalho.

“O trabalho compreende, assim uma forma de produção da vida material a partir do

qual se produzem distintos sistemas de significação. É a ação pela qual o homem

transforma a natureza e, nesse processo, transforma-se a si mesmo”. (DCEs de EJA, p.

37 e 38).

A própria educação é uma modalidade de trabalho social, porque forma pessoas da

comunidade para exercerem uma determinada função de trabalho. O professor é um

trabalhador e no caso da EJA está lecionando para educandos trabalhadores. Assim o

professor em suas aulas transmite o conhecimento para o aluno de modo que permita

elevar a condição de trabalhador.

“A ênfase no trabalho como princípio educativo não deve ser reduzida à

preocupação em preparar o trabalhador a penas para atender as demandas do

industrialismo e do mercado de trabalho”. (DCEs de EJA, p. 38).

Tendo em vista o fato de que os alunos da EJS são trabalhadores ou futuros

trabalhadores, a questão do trabalho deve ser abordada levando em consideração a

constituição histórica do ser humano, sua formação intelectual e moral, sua autonomia e

liberdade individual e coletiva, sua emancipação.

A educação de jovens e adultos deve considerar os diferentes tempos necessários

à aprendizagem do educando, considerando os saberes adquiridos na informalidade das

suas vivências e do mundo do trabalho.

Segundo as diretrizes curriculares de EJA a organização do tempo compreende

três dimensões: o tempo físico, o tempo vivido e o tempo pedagógico. O primeiro está

relacionado ao calendário escolar organizado em dias letivos, horas/aula, bimestres que

organizam e controlam o tempo da ação pedagógica. O segundo, diz respeito ao tempo

vivido pelo professor nas suas experiências pedagógicas, nos cursos de formação, na

ação docente propriamente dita, bem como o tempo vivido pelos educandos nas

experiências sociais e escolares. O último compreende o tempo que a organização

escolar disponibiliza para a escolarização e socialização do conhecimento, e ainda, o

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tempo de que o aluno dispõe para se dedicar aos afazeres escolares internos e externos

exigidos pelo processo educativo.

A concepção desse tempo na EJA é a recuperação de um “tempo perdido”, buscar

através do saber ler e escrever uma condição de busca de igualdade, de cidadania e

consciência de direitos, não esquecendo a temporalidade do educando, que é alguém de

já haver tido um passado e através deste o professor em sua tarefa educativa tomar como

ponto de partida para futuros conhecimentos que os levem a formação de indivíduos, que

saibam ler o seu mundo a partir da sua experiência, do seu meio e vencer o

“analfabetismo político”.

Assim o aluno aprende a partir do seu meio. Sendo assim deve-se valorizar

imensamente o meio do educando, levando em conta a sua história, a cultura, a

experiência anterior do aluno, não se perde nada, se aproveita tudo. Sendo um ponto

positivo da aprendizagem.

A educação é histórica não porque se executa no tempo, mas porque é um processo de formação do homem para o novo da cultura, do trabalho, de sua autoconsciência. A educação como acontecimento humano é histórica não somente porque cada homem é educado em um determinado momento do tempo histórico geral – aquele em que lhe cabe viver (historicidade extrínseca mas porque o processo de sua educação, compreendido como o desenvolvimento de sua existência, é sua própria história pessoal (historicidade intrínseca). (PINTO, 2007, p. 35).

4.3 CONCEPÇÃO DE HOMEM E MUNDO

“A educação é necessariamente intencional. Não se pode pretender formar um

homem sem um prévio conceito ideal de homem”. (PINTO, 2007 pág. 35).

Para a Educação de Jovens e Adultos, temos que ter a compreensão que os

educandos são sujeitos históricos, produtores das relações econômicas, sociais, culturais

e políticas que transformam e são transformados pelo conflitos estabelecidos entre as

diferentes classes sociais.

A educação na forma, “ingênua é considerada como o procedimento de

transformação do não-homem em homem. Na forma superior, crítica, a educação se

concebe como um diálogo entre dois homens, na verdade entre dois educadores. Daí que

a educação seja uma forma particular de responsabilidade da ação entre os homens.”

(PINTO, 2007, p. 35).

Temos que conhecer sua história, cultura e costumes. São pessoas com

experiências de vida, e por algum motivo (social, econômico, político e cultural) se

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afastaram da escola.

Muitas das vezes o motivo do afastamento da escola é a questão de trabalho,

evasão ou repetência escolar.

Atualmente temos na EJA, presença de adolescentes. São migrantes do Ensino

Regular e médio, marcado por frequente evasão e reprovação.

“Esses educandos já possuem uma bagagem de conhecimentos adquiridos em

outras instâncias sociais, visto que, a escola não é o único espaço de produção e

socialização dos saberes”. (DCEs de EJA/PR pág. 34)

Para esses educandos essa “bagagem de conhecimentos” são experiências de

vida, que devem ser considerados pelos educadores em sala de aula.

O ensino “deve obrigatoriamente incluir a reflexão sobre o mundo vivido e

respectivo mundo do movimento do aluno”, pois “entre a dimensão de determinada visão

de mundo e uma correspondente visão de Homem, existe uma relação muito tensa pela

qual se pode chegar a interpretar a Educação como um processo real” ( KUNZ, 2001, p.

135).

O educador deve ter a consciência que o seu papel consiste em trazer para o

educando o conhecimento dos interesses gerais da sociedade.

“A dimensão política contida em toda a ação educacional é resultado de uma

consequência lógica expressa pela imagem de Homem e Mundo que fundamenta toda

teoria educacional”. (KUNZ, 2001, p. 36).

Para a superação, de uma educação através de um sistema “bancário”, citado por

Freire é necessário uma leitura crítica da Realidade Social, que no campo pedagógico é

possível pelo processo dialético da Ação Comunicativa entre Educador/educando, na

medida em que a compreensão de mundo dos participantes passa a ser analisada e

entendida como objeto de conhecimento da ação educativa (KUNZ, 2001, p. 145. (…)

uma formação de consciência no sentido crítico e dialético, o que quer dizer: consciência

e mundo como Subjetividade de Objetividade são inseparáveis. (…) “A consciência e o

mundo se dão ao mesmo tempo: exterior por essência à consciência, o mundo é por

essência, relativo a ela” (KUNZ, 2001, p. 155).

Para que o homem seja considerado enquanto sujeito histórico há necessidade de

levar em consideração o seu mundo vivido, os conflitos estabelecidos entre diferentes

classes sociais que são determinados pelas relações dialéticas, e, para que o educando

possa analisar-se enquanto sujeito no convívio social através da ação pedagógica

consideramos que a leitura crítica da realidade social tem de ser evidenciada, através da

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ação comunicativa..

Homem e mundo estão entrelaçados, pois o entendimento, sobre esta temática

deverá evidenciar um ideal de Homem inserido no mundo.

4.4 SOCIEDADE E CULTURA

“Não existe sociedade sem educação, ainda que nas formas primitivas possa faltar

a educação formalizada, institucionalizada ( que aí é representada pelos ritos sociais ).

Por consequência, nenhum membro da comunidade é absolutamente ignorante, do

contrário não poderia viver”, ( PINTO, 2007, p. 38 ).

A função social da educação neste Estabelecimento de EJA é produzir

conhecimentos e criar relações positivas e democráticas entre os sujeitos envolvidos no

processo educativo, para que a Escola seja efetivamente uma Escola Cidadã, que priorize

o acesso, permanência e sucesso dos alunos.

Segundo a Diretriz de EJA a “ Escola tem um importante papel no processo de

socialização do conhecimento, processo este que deve ser desenvolvido em conjunto por

educandos em suas tentativas de responder aos desafios de sua realidade e de lutar por

uma sociedade igualitária”. (DCEs de EJA/PR, p. 49 ).

Como a Escola é detentora do saber, através dela é possível ampliar a leitura de

mundo dos educandos através da mediação entre os conhecimentos e os indivíduos,

favorecendo assim o acesso à cultura e a elaboração de saberes pelos próprios sujeitos

da prática educativa.

“Os educandos da EJA trazem consigo um legado cultural – conhecimentos construídos a partir do senso comum e um saber popular, não científico, que é constituído no cotidiano, em suas relações com o outro e com o meio – os quais devem ser considerados na dialogicidade das práticas educativas. Portanto, o trabalho dos educadores da EJA é buscar permanentemente o conhecimento que dialogue, concomitantemente, com o singular eu universal, o mediato e o imediato de forma dinâmica e histórica”. ( DCEs de EJA/PR, p. 49 ).

Cada indivíduo em seu respectivo mundo vivido, pertence a um determinado grupo

social, no qual um processo de interações se desenvolve, ou seja, essas relações vão se

intensificando através das experiências e se estabilizando por condicionamentos de

antecipações recíprocas.

“Assim se forma a Identidade Social para cada indivíduo. Pedagogicamente são

extremamente, neste processo, as instâncias da Primeira Socialização, que são base

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para a formação desta identidade social do Educando”. ( KUNZ, 2001, p. 141 ).

Portanto a produção do conhecimento ocorre na coletividade, pois tanto a

individualidade como a fragmentação dos objetos de estudo promoverá um determinado

direcionamento na formação dos sujeitos no ambiente escolar, sendo que o PPP deve

nortear as ações ocorridas na escola.

Somente poderemos evidenciar a emancipação da sociedade caso consigamos,

primeiro, a emancipação do educando, para que isso ocorra deve ser trabalhado a

identidade social como um processo permanente de comunicação e reflexão, para que as

ações sejam interpretadas e reinterpretadas em um processo livre de coerções individuais

e sociais.

O conhecimento socializado no ambiente escolar deve oportunizar o educando a

ser cidadão, valorizando sua cultura de referência, acrescentando novos conhecimentos a

esse repertório cultural e levando – os a formarem – se como indivíduos “autônomos

intelectual e moralmente, capazes de interpretar as condições histórico – culturais da

sociedade em que vivem de forma crítica e reflexiva, impondo autonomia às suas próprias

ações”, ( SILVA, 2003, p.01 )

Para que a escola organize o conhecimento trazido através da cultura vivida do

aluno e assim dar um significado ao conhecimento escolar, o ponto de partida deve ser a

experiência dos sujeitos envolvidos.

Segundo Paulo Freire ( 1996, p. 38 ) a educação emancipatória valoriza o “saber

de experiência feito”, o saber popular, e parte dele para a construção de um saber que

ajude homens e mulheres na formação de sua consciência política.

A escola tem por obrigação, a ampliação da leitura do mundo dos educandos.

E a socialização do conhecimento é um processo que deve ser desenvolvido em

parceria com educandos e educadores, para assim enfrentar os desafios de sua realidade

e lutar por uma sociedade igualitária.

4.5 CONCEPÇÃO DE GESTÃO

Para compreender a expressão gestão, citaremos o conceito de Plácido e Silva,

1993, p.353:

“Derivado do Latim gestio, gestionis, de genere ( dirigir, administrar ) em sentido

amplo, significa a administração ou a gerência de alguma coisa, que seja de outrem”.

Neste sentido, então, o vocabulário implica necessariamente na indicação de uma

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administração a bens ou interesses alheios, em virtude de mandato convencional, de

mandato legal ou por mero ofício do gestor.

Gestão é ato de gerir, gerência, administração, e gestão participativa é dividir

responsabilidades na administração da coisa pública.

A participação direta do cidadão na gestão pública é um princípio consolidado na

Declaração Universal dos Direitos do Homem, proclamada em Paris, em 1948 conforme

segue:

Artigo XXI

1- Todo homem tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por

intermédio de representantes livremente escolhidos.

2- Todo homem tem igual direito de acesso ao serviço público de seu país.

3- A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa

em eleições periódicas e legítimas por sufrágio universal, por voto secreto ou processo

equivalente que assegure a liberdade de voto.

Como nosso foco é a educação e fazendo parte dela a escola, deve direcionar a

gestão para a educação no nosso caso a escola. Muito se comenta atualmente em gestão

democrática, gestão participativa na educação.

O movimento em favor da descentralização e da democratização de gestão das escolas públicas, iniciado no princípio da década de 1980, tem encontrado apoio nas reformas legislativas. Este movimento concentra – se em três vertentes básicas da gestão escolar:a) participação da comunidade escolar na seleção da direção da escola;b) criação de um colegiado/conselho escolar que tenha tanto autoridade deliberativa quanto poder decisório;c)repasses de recursos financeiros às escolas e consequentemente aumento de sua autonomia. ( LUCK et al, 1998, p. 13 ).

Para uma organização mais precisamente a escola ter êxito em suas ações

depende da ação conjunta dos sus componentes, o trabalho associado, mediante

reciprocidade que cria um “todo”.

Porque optar pela participação na gestão escolar segundo ( LUCK et al, 1998, p. 16).

• Para melhorar a qualidade pedagógica do processo educacional das escolas.

• Para garantir ao currículo escolar maior sentido de realidade e atualidade.• Para aumentar o profissionalismo dos professores.• Para combater o isolamento físico, administrativo e profissional dos

diretores e professores.• Para motivar o apoio comunitário às escolas.

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• Para desenvolver objetivos comuns na comunidade escolar.

Toda pessoa tem um poder de influência sobre o contexto de que faz parte,

exercendo – o independentemente da sua consciência desse fato e da direção e

intenção de sua atividade. No entanto, a falta de consciência dessa interferência

resulta em uma falta de consciência de poder de participação que tem, de que

decorrem resultados negativos para a organização social e para as próprias

pessoas que constituem o ambiente escolar.

Aos responsáveis pela gestão escolar compete, portanto, promover a criação e a

sustentação de um ambiente propício à participação plena, no processo social escolar,

dos seus profissionais, de alunos e de seus pais, uma vez que se entende que é por essa

participação que os mesmos desenvolvem consciência social crítica e sentido de

cidadania.

Deve – se criar uma ambiente estimulador dessa participação, segundo LUCK et al,

1998, p. 18/19:

1- Criar uma visão de conjunto associada a uma ação de cooperativismo.2- Promover um clima de confiança.3- Valorizar as capacidades e aptidões dos participantes.4- Associar esforços, quebrar arestas, eliminar divisões e integrar esforços.5- Estabelecer demanda de trabalho centrada nas ideias e não em pessoas.6- Desenvolver a prática de assumir responsabilidades em conjunto.

Muitos estudos têm se realizados sobre a qualidade da educação em escolas,

algumas escolas têm apresentado um melhor aproveitamento da qualidade dos estudos

em seus educandos. Segundo pesquisas realizado pelo NORTHWEST Regional

Educacional Laboratory, 1990:

A importância da estrutura organizacional da liderança e da cultura organizacional são pontos que emergiram a partir desse trabalho. O planejamento participativo e o relacionamento entre professores que quebram o isolamento do tradicionalmente associado ao ensino e que promovem o senso de unidade e propósito no ambiente escolar, são características encontradas nas escolas eficazes.

Acreditamos que todos juntos temos mais chances de encontrar caminhos para

atender às expectativas da sociedade a respeito da atuação da escola.

Deve – se ter em conta que a motivação, o ânimo e a satisfação não são responsabilidades exclusivas dos gestores. Os professores e os diretores trabalham juntos para melhorarem a qualidade do ambiente, criando as condições necessárias para o ensino e a aprendizagem mais eficaz, e identificando e modificando os aspectos dos processo do trabalho, considerados adversários da qualidade do desempenho. As escolas onde há integração entre os professores tendem a ser mais eficazes do que

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aquelas onde os professores se mantêm profissionalmente isolados. ( LUCK et al, 1998, p. 260 ).

O envolvimento de todos os segmentos da comunidade escolar torna – se

indispensável e decisivo para o planejamento, a execução e a avaliação do trabalho

educativo escolar. E no sentido de concretizar estas expectativas, contamos no CEEBJA

– Mandirituba com os órgãos colegiados, Conselho Escolar e APAF.

Os Conselhos Escolares na educação básica, concebidos pela LDB como uma das

estratégias de gestão democrática da escola pública, tem como pressuposto o exercício

de poder, pela participação das “comunidades escolar e local” ( LDB, art. 14 ). Sua

atribuição é deliberar, nos casos de sua competência, e “aconselhar” os dirigentes, no que

julgar prudente, sobre as ações a empreender e os meios a utilizar para o alcance dos

fins da escola.

O Conselho será a voz e o voto dos diferentes atores da escola ( direção,

professores, funcionários, pais e estudantes ).

A APAF é um órgão de representação dos pais, mestres e funcionários, não tendo

caráter partidário, racional, sem fins lucrativos, cuja finalidade é integração entre escola,

família e comunidade para aprimoramento do processo ensino – aprendizagem, através

de aproximação entre educadores, pais, educandos e funcionários, para o o seu próprio

aperfeiçoamento, a fim de mais eficientemente poderem trabalhar para a formação do

educando, como ser ajustado, útil e produtivo da sociedade humana.

Sendo assim o CEEBJA – Mandirituba juntamente com seus órgãos colegiados

tem como objetivo construir uma educação de qualidade e de inclusão social, oferecendo

condições reais de educação, com acesso universal e afetivo, garantindo a permanência

e a promoção de todos num processo de aprendizagem significativa.

Uma educação comprometida com a emancipação humana e com a

democratização da sociedade impulsiona a construção da autonomia, da

responsabilidade e da liberdade em todos os cidadãos e cidadãs.

“As escolas bem dirigidas, conforme evidenciado pelo desempenho dos alunos e

pela percepção clara dos professores sobre seu trabalho, exibem uma cultura de reforço

mútuo das expectativas: confiança, interação entre funcionários e a participação na

construção dos objetivos pedagógicos, curriculares e de prática em sala de aula”. (LUCK

et al, 1998, p. 29 ).

4.6 CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO

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Nas escolas muito se fala em currículo. Esta palavra é tão familiar a todos que

trabalham nas escolas e nos sistemas educacionais.

Antes de discorrer qual a concepção de currículo, devemos refletir qual é o

significado dessa palavra currículo.

Segundo o dicionário Aurélio,Currículo são os “materiais constantes de um curso”.

Parece simples descrever o que é currículo nesta frase curta e objetiva.

Mas no interior das instituições escolares, a palavra currículo é muito mais que

conteúdos de uma determinada disciplina. O currículo está associado as distintas

concepções, que derivam dos diversos modos de como a educação é concebida

historicamente, bem como das influências teóricas que afetam um dado momento.

“Diferentes fatores sócio – econômicos, políticos e culturais contribuem, assim ,

para que o currículo venha a ser entendido como:

a) os conteúdos a serem ensinados e aprendidos;

b) as experiências de aprendizagem escolares a serem vividas pelos alunos;

c) os planos pedagógicos elaborados por professores, escolas e sistemas

educacionais;

d) os objetivos a serem alcançados por meio do processo de ensino;

e) os processos de avaliação que terminam por influir nos conteúdos e nos

procedimentos selecionados nos diferentes graus de escolarização” (MOREIRA;

CANDAU, 2008, p. 18 ).

Portanto a palavra currículo aplicada nas instituições escolares associa – se ao

conjunto de esforços pedagógicos desenvolvidos com intenções educativas, entendendo

currículo como as experiências escolares que se desdobram em torno do conhecimento,

em meio as relações sociais, em que contribuem para a construção das identidades de

nossos educandos.

Não sendo percebido muito claramente pela comunidade escolar, porque não está explicitado nos planos e nas propostas o “currículo oculto”, envolve atitudes e valores transmitidos pelas relações sociais e pelas rotinas do cotidiano escolar. Fazem parte do currículo oculto, assim, rituais e práticas, relações hierárquicas, regras procedimentos, modos de organizar o espaço e o tempo na escola, modos de distribuir os alunos por agrupamentos e turmas, mensagens implícitas nas falas dos ( as ) professores ( as ) e nos livros didáticos. São exemplos de currículo oculto: a forma como a escola incentiva a criança a chamar a professora ( tia, fulana, professora etc. ); a maneira como arrumamos as carteiras na sala de aula ( em círculo ou alinhadas ); as visões de família que ainda se encontram em certos livros

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didáticos ( restritas ou não à família tradicional de classe média )”.(MOREIRA; CANDAU, 2008, p. 18 E 19 ).

Pensando na educação de jovens e adultos de nossa Instituição de Ensino, como

alguns aspectos do currículo oculto terá provocado consequências em nossos educandos.

Nos educadores devemos refletir e identificá – los para que nas nossas práticas em sala

de aula não estejamos para um currículo oculto capaz de oprimir alguns de nossos

alunos.

Reitere – se a preocupação maior do novo enfoque: entender a favor de quem o currículo trabalha e como fazê – lo trabalhar a favor dos grupos e classes oprimidos. Para isso, discute – se o que contribui, tanto no currículo formal como no currículo em ação e no currículo oculto, para a reprodução de desigualdades sociais. Identificam – se e valorizam – se, por outro lado, as contradições e as resistências presentes no processo, buscando – se formas de desenvolver seu potencial libertador.( MOREIRA; SILVA, 2005, p. 16).

Podemos afirmar que é por intermédio do currículo que os fatos acontecem na

escola. No currículo se sistematizam nossos esforços pedagógicos. O currículo é, em

outras palavras, o coração da escola, o espaço central em que todos atuamos, o que nos

torna, nos diferentes níveis do processo educacional, responsáveis por sua elaboração. O

papel do educador no processo curricular é, assim fundamental. Nós educadores somos

um dos grandes artífices, queira ou não, da construção dois currículos que se

materializam nas escolas e nas salas de aula. Daí a necessidade de constantes

discussões e reflexões, na escola, sobre o currículo , tanto o currículo formalmente

planejado e desenvolvido quanto o currículo oculto.

Daí nossa obrigação, como profissionais da educação, de participar crítica e

criativamente na elaboração de currículos mais atraentes, mais democráticos.

Althusser, apud, Moreira et al, 2005, argumentava que a educação constituiria um dos principais dispositivos através do qual a classe dominante transmitiria suas ideias sobre o mundo social, garantindo assim a reprodução da estrutura social existente. Essas ideias seriam diferencialmente transmitidas, na escola, às crianças das diferentes classes : uma visão de mundo apropriada aos que estavam destinados a dominar, outra aos que se destinavam às posições sociais subordinadas. Essa transmissão diferencial seria garantida pelo fato de que as crianças das diferentes classes sociais saem da escola em diferentes pontos da carreira escolar: os que saem antes aprenderiam as atitudes e valores próprios das classes subalternas, os que fossem até o fim seriam socializados no modo de ver o mundo próprio das classes dominantes.

Pensando na EJA qual é o conhecimento que esta presente no currículo dessa

modalidade de educação.

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Em nosso CEEBJA devemos refletir como se efetiva na prática o nosso currículo,

sobre nossas ações cotidianas na escola, nossas práticas em sala de aula, sobre a

linguagem que utilizamos, sobre aquilo que prejulgamos ou outras situações do cotidiano.

Assim esses procedimentos que usamos para avaliar os alunos é a forma como os

conhecimentos são aprendidos e apreendidos por eles.

A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de

ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como

espaço sócio – cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,

ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva do

conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui – se

no elemento principal de mediação entre educadores e educandos e deve ser organizado

de tal forma que possibilite aos educandos transmitirem pela estrutura curricular e, de

forma dialógica entre educando e educador tornar os conhecimentos significativos às

práticas diárias.

Nesta ótica o conhecimento se constitui em núcleo estruturador do conteúdo do

ensino.

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de Jovens e

Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada em razão dos

critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegurem o acesso aos conhecimentos

historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, a

Educação de Jovens e Adultos do Estado do paraná como modalidade da Educação

Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos por essas diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos nas

Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais devem

se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se restringir à

transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios, informações etc., mas sim

compreender a aquisição cognoscitiva e estar intrinsecamente ligados a abordagem dos

conteúdos curriculares propostos para a Educação Básica.

Partindo de um currículo, sempre interpretável e moldável, o professor deve se perguntar a melhor forma de organizar o conteúdo do mesmo. Este encargo se encaixa com uma das finalidades básicas da educação, pois esta se relaciona, de alguma forma, com a reconstrução dos

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conhecimentos nos alunos e, devido à amplitude do capital cultural disponível, é difícil pensar na comunicação cultural natural entre gerações sem elaborações cuidadosas da transmissão desses conteúdos.( SACRISTÁN, 2000, p. 299 ).

4.7 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO

Os seres que não são vivos submetem – se integralmente às leis da natureza,

especialmente `a física e a química, sem nenhuma possibilidade de intervir no seu

destino.

Os seres vivos, entretanto, dispõem de uma capacidade de “perceber” o ambiente

em que estão e selecionar ou construir algumas alternativas para interagir com o

ambiente em que estão inseridos com ele. Isto lhes permite conviver com o ambiente de

forma mais conveniente às suas características.

Esta capacidade é o que podemos chamar de conhecimento.

Um bom exemplo dessa capacidade é exercida pelos recursos biológicos próprios

de cada espécie de ser vivo: recursos muito simples no caso dos seres unicelulares ou

muito complexos como os dos mamíferos, com destaque para os seres humanos.

Essencialmente, o conhecimento desempenha em todos os seres vivos as mesmas

funções: “perceber” o ambiente, identificar e selecionar ou construir alternativas para

responder aos desafios.

Os seres humanos são um caso específico. Os seres humanos são capazes de

representar simbolicamente a realidade e trabalhar mentalmente com esta

representação .

Isto significou um passo gigantesco que provavelmente explique a sua condição

hegemônica entre os seres vivos.

O conhecimento faz parte integrante da nossa vida. É com ele que percebemos o

mundo que nos cerca e encontramos as maneiras de superar as dificuldades e os

obstáculos decorrentes do viver neste mundo. Com ele somos capazes de utilizar os

recursos disponíveis para construir nossa felicidade. Não há como viver sem conhecer.

O conhecimento nasce da relação dos seres humanos entre si e com o mundo.

Mas nem sempre se soube disso. Houve época em que se acreditou que o

conhecimento estava nas pessoas e que ensinar era o processo pelo qual se fazia aflorar

este conhecimento inferior, inato.

Houve também um tempo em que se acreditou que o conhecimento estava fora

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das pessoas e que ensinar consistia em transferir este conhecimento externo para dentro

das pessoas. A escola tradicional é a explicitação desta forma de pensar.

Nem fora nem dentro: o conhecimento se constrói na relação dos seres humanos

com o mundo.

Vimos que o conhecimento nasce na relação dos homens e mulheres com o

mundo, incluindo nele outros seres humanos. Mas sabemos que esta relação não é

sempre igual.

Algumas vezes, o mundo está sendo exatamente do jeito que as pessoas gostam.

Outras vezes, nada está sendo como as pessoas querem. Entre estes dois extremos

pode – se imaginar uma infinidade de possibilidades

No primeiro caso,é fácil perceber que a produção de conhecimentos é muito

pequena, quase nula. Não há razão para mudar, inclusive o conhecimento, quando as

coisas estão indo como a gente quer.

Mas , se as coisas não estão do jeito que queremos, o estímulo para mudar torna –

se grande. Aparece a necessidade de aprender novas coisas para enfrentar a situação e

mudar o mundo que não está nos satisfazendo.

A existência de necessidades a serem satisfeitas desempenha papel fundamental

para que se produza conhecimento. Mas não basta que elas existam. É preciso

disposição e empenho em satisfazê – las. Quando isto ocorre, as pessoas usam todos os

seus recursos pessoais para atender estas necessidades, inclusive o de pensar.

É pensando que as pessoas compreendem melhor suas necessidades e como satisfazê –

las. É pensando que escolhem as alternativas de ação. Pondo em prática estas

alternativas, voltam a pensar nos resultados e em possíveis alterações que, postas em

prática, fornecem novas pistas para novas reflexões, reiniciando – se o ciclo do pensar e

fazer.

Em cada momento deste ciclo, novas informações e representações são

incorporadas e novos conhecimentos são construídos.

Percebe – se, portanto, que é agindo e pensando que os seres humanos

constroem o seu conhecimento. Não é só agindo e não é só pensando, mas fazendo os

dois. Nem sempre nos damos conta disto porque se trata de um movimento natural,

quase instintivo, em que o agir – pensar – agir se dá quase que simultaneamente.

Foi agindo e pensando que os seres humanos construíram toda a sua cultura e é

agindo – pensando que todos nós continuamos a construir e a modificar o mundo e a nós

mesmos.

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O Homem é, entre outras coisas, um ser de necessidade: O que observamos, historicamente, é que o hominídeo não desenvolvia uma ação qualquer, mas uma ação carregada de sentido, visto a corresponder uma carência. Assim, foi construindo representações vez a vez mais elaboradas da realidade que se tornavam cada dia mais importantes a fim de poupar esforço desnecessário, diminuir o sofrimento e poder garantir a sobrevivência da espécie: a alimentação, a defesa contra os animais e intempéries, a defesa frente a outros bandos, a habitação, etc. O conhecimento, pois, sempre esteve ligado a necessidades, interesses, sendo que a partir deles o homem se empenhava no enfrentamento da realidade, vindo a construir cada vez mais representações mentais,( … ) Portanto, a necessidade faz surgir o conhecimento e, com o tempo, o próprio conhecimento torna – se uma necessidade, como mediação para satisfazer outras necessidades. (Celso Vasconcellos)

Se a necessidade é a grande impulsionadora do fazer e consequentemente do

aprender, temos aí, um elemento forte para a escolha do que ensinar .

Sabemos que são bem variadas dependendo do lugar onde vivem os alunos e das

circunstâncias que enfrentam.

Quando procuramos responder a esta pergunta, muitas vezes nos surpreendemos.

Encontramos questões que nunca pensamos, muitas vezes bem diferentes das que

tradicionalmente têm lugar nas salas de aula.

Estas são algumas das necessidades apontadas pelos alunos de diferentes salas

de aula:

• saber fazer orçamento por escrito ( o que escrever, a forma de escrever, como

calcular preços );

• conhecer o desenvolvimento das crianças ( grande preocupação das mães );

• alimentação e saúde;

• onde passear no fim de semana;

• como divulgar o que se fez para vender: tricô, doces, sabonetes, pães;

• fazer orçamento doméstico para controlar os gastos;

• compreender as questões ou geralmente saber o porquê: o frio e o calor de uma

região; as fases da lua; o dinheiro dos outros países; entender o que diz a televisão

( notícias ); aspectos ligados a hereditariedade, fazer recibos;

• saber preencher fichas, usar caixas eletrônicas.

Não é difícil perceber que a partir destas questões chegamos de forma natural a

muitos dos conteúdos considerados escolares e que, de fato, se constituem como

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elementos importantes para solucionar as questões da vida diária.

Separar o fazer do pensar é uma possibilidade humana. Todos vivemos

quotidianamente a experiência de fazer alguma coisa e ao mesmo tempo pensar em algo

que nada tem a ver com o que estamos fazendo. Muitos atropelamentos já ocorreram

porque o pedestre estava com a “cabeça na lua” enquanto atravessava uma avenida.

Muitos de nós usamos continuamente a capacidade de pensar separadamente do

que fazem, como uma defesa contra a monotonia das tarefas repetitivas. A dona de casa

que liga o rádio enquanto cozinha ou arruma a casa, normalmente está fazendo isso.

Outros, procuram atividades repetitivas como bordar, tricotar ou lavar o próprio carro

como forma de “descansar a cabeça”.

Enquanto fazem, acham que não precisam ficar pensando, na verdade ficam

pensando em outra coisa.

Separar a ação do pensamento é muito menos frequente do que possa parecer.

Na verdade, muitas ações humanas dispensam totalmente o pensamento. Ao

encostar a mão em uma panela muito quente ou o aparecimento inesperado de um rato,

barata fará muitos correrem sem se dar ao trabalho de pensar se este deveria ser o

melhor comportamento. Estas ações, chamadas de reflexivas ou instintivas, dispensam

totalmente o uso do pensamento para ocorrerem.

Mas, não é todo fazer dispensa o pensar. O pedestre distraído não andará com a

“cabeça nas nuvens” em um bairro tido como perigoso altas horas da noite.

As pessoas não farão isto porque sabem que, para responder aos desafios que

estão enfrentando, precisam concentrar – se no que estão fazendo. Suas cabeças estão

pensando, ocupada em identificar as informações pertinentes e relacionar estas

informações com os conhecimentos que já dispõem. Imaginam hipóteses e alternativas

para responder ao desafio. Estão refletindo. Por isso não desviam seus pensamentos

para outras coisas. Concentram – se nos objetivos e com isso aumentam seus

conhecimentos.

Refletir é a forma mais eficiente de produzir conhecimento porque acelera o

relacionamento das ideias e consequentemente a descoberta de saídas para enfrentar os

problemas.

A REFLEXÃO, O CONHECIMENTO E OS ALUNOS DA EJA

Mesmo considerando que a reflexão como elemento básico para o conhecimento,

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não podemos esquecer que vivemos numa sociedade onde a reflexão é pouco

incentivada. Habituados a seguir ordens, os alunos da EJA são frágeis do ponto de vista

da prática do pensar e de tomar decisões.

Isso aumenta a responsabilidade da escola como espaço capaz de incentivar essa

capacidade tão fundamental ao ser humano.

Isto significa que a sala de aula da EJA tem a responsabilidade de ser marcadas

pelas atividades que envolvem o pensamento, em detrimento das que apontam a mera

memorização do que se pretende ensinar.

Comentar o que está sendo aprendido, tomar posição diante de um fato ocorrido e

contribuir na sua própria avaliação são situações que certamente contribuirão para o

crescimento desses alunos.

O conhecimento é um dos produtos da ação humana sendo decorrência da

vocação dos seres humanos de relacionarem – se com o mundo de forma ativa e

transformadora. Nesta relação, os homens e mulheres encontram dificuldades, estímulos

e recursos necessários que os levam a agir intervindo no mundo.

Nesta ação, homens e mulheres percebem o próprio ambiente, identificam

situações desfavoráveis, inventam ou descobrem alternativas possíveis para enfrentá –

las, inventam ou descobrem alternativas possíveis para enfrentá – las, experimentam,

avaliam o que fizeram, rejeitam ou aceitam – nas e neste processo produzem e

incorporam uma infinidade de ideias (que também chamamos de representações

mentais ) e constroem conhecimentos.

Foi com o trabalho que o ser humano “desgrudou” um pouco da natureza e pode, pela primeira vez, contrapor – se como sujeito ao mundo dos naturais. Se não fosse o trabalho, não existiria a relação sujeito – objeto. O trabalho criou para para o homem a possibilidade de ir alem da pura natureza. A natureza, como tal, não cria nada de propriamente humano ( … )”

Homem não deixa de ser animal, de pertencer à natureza; porém, já não pertence inteiramente a ela. Os animais agem apenas em função das necessidades imediatas e se guiam pelos instintos ( que são forças naturais ); o ser humano, contudo, é capaz de antecipar na sua cabeça os resultados das suas ações, é capaz de escolher os caminhos que vai seguir para tentar alcançar suas finalidades. A natureza dita o comportamento dos animais; o homem, no entanto, conquistou certa autonomia diante dela”. Leandro Konder

Pensando que conhecer se dá no coletivo, nos lembramos que a variedade de

saberes do coletivo interfere significativamente nas possibilidades de aprender de todos.

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Neste sentido, a heterogeneidade da sala de aula deve ser vista como um fator positivo.

Para isso, é fundamental a criação de um clima de confiança e amizade que permita a

participação de todos no esforço de descobrir o que se busca conhecer.

A diversidade de olhares nascida das diferentes experiências vividas pelos alunos

contribui fazendo crescer as possibilidades de compreender o que está sendo estudado.

Só foi possível existirem armas ou ferramentas de metal depois que os homens

aprenderam a manejar o fogo. Os veículos apareceram depois das rodas. Podemos

perceber um desenvolvimento crescente e cada vez mais complexo nos conhecimentos

da humanidade. Cada um deles vai indo além do conhecimento anterior e por sua vez

torna possível a existência de novos conhecimentos. A humanidade não passou da era da

pedra lascada à conquista espacial de uma só vez. Foi construindo seu conhecimento

gradativamente, um passo após o outro.

No plano pessoal ocorre mesmo fenômeno. As pessoas não passam a conhecer as

coisas de uma vez só. Vão aprendendo por aproximações sucessivas aquilo que

pretendem conhecer. Começam percebendo que ele existe, depois vão se aproximando

dele, admirando – o, identificando suas características, construindo relações, ampliando a

quantidade e qualidade delas e incorporando – as ao universo das relações já

construídas.

Neste processo, cada conhecimento novo supera um conhecimento anterior menos

completo e serve de base para a construção de um novo mais elaborado. Note que não

estamos estabelecendo nenhum juízo de valor.

Quando dizemos que o conhecimento é mais elaborado ou complexo não estamos

dizendo que ele seja necessariamente melhor. Melhor ou pior são avaliações subjetivas.

Quem estiver preocupado com a forma física pode preferir ir de bicicleta ao trabalho do

que de moto ou automóvel, embora estes últimos sejam muito mais complexos e

sofisticados que a primeira. Saber tocar violão em uma roda de amigos é muito mais

realizador do que saber tocar órgão, embora aprender órgão seja mais sofisticado.

Conhecimento melhor é aquele que serve melhor a quem o tem.

Assim como na história da humanidade, as pessoas não passaram do “não saber”

ao saber, de uma vez só, mas foram construindo o seu conhecimento gradativamente.

Também como na história da humanidade, não existem limites para o

conhecimento. Sempre será possível saber o que não se sabe e sempre será possível

saber melhor o que já se sabe.

Cada novo aprendizado só torna possível graças aos conhecimentos anteriores.

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Cada conhecimento obtido torna possível avançar para novos conhecimentos. Podemos

dizer que o conhecimento que se tem é sempre fruto de conhecimentos anteriores e

semente de novos conhecimentos.

4.8 CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA

Estamos vivendo aquilo que alguns chamam de segunda Revolução Industrial ou Revolução da Informática ou Revolução da Automação. E qual é a característica específica dessa nova situação? Penso que se antes, como para as máquinas, o que hoje está ocorrendo é a transferência das próprias operações intelectuais para as máquinas. Por isso também se diz que estamos na era das máquinas inteligentes. ( FERRETTI;ZIBAS;MADEIRA;FRANCO, 1994, p. 164 ).

Tecnologia na Educação é expressão mais abrangente do que “Informática na

educação”, que tradicionalmente privilegia o uso de computadores em sala de aula, mais

recentemente, o uso de computadores em rede para conectar a sala de aula com o

mundo extremo a ela, através da INTERNET.

A expressão Tecnologia na Educação abrange a informática na educação mas não

se restringe a ela. Inclui, também, o uso da televisão, do vídeo, e do rádio na promoção

da educação.

Em consequência de o mundo estar vivendo na “era das máquinas inteligentes”, a

educação escolar, tem como princípio não mais priorizar a formação intelectual específica

e sim a formação geral do educando, para entender e se adequar melhor a essa nova

realidade.

“Parece, pois que estamos atingindo o liminar da consumação do processo de

constituição da escola como forma principal, dominante e generalizada de educação. Se

assim é, a universalização de uma escola unitária que desenvolva ao máximo as

potencialidades dos indivíduos”. ( FERRETTI;ZIBAS;MADEIRA;FRANCO, 1994, p. 164 ).

Tecnologia na Educação é ainda mais abrangente. O termo tecnologia, aqui, se

refere a tudo aquilo que o ser humano inventou, tanto em termos de artefatos como de

métodos e técnicas, para estender a sua capacidade física, sensorial, motora ou mental,

assim facilitando e simplificando o seu trabalho, enriquecendo suas relações interpessoais

ou simplesmente lhe dando prazer.

Entre as tecnologias que o ser humano inventou estão algumas que afetaram

profundamente a educação: a fala baseada em conceitos, a escrita alfabética, a imprensa,

e sem dúvida alguma, o conjunto de tecnologias eletro – eletrônicas que a partir do século

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passado começaram a afetar nossa vida de forma quase revolucionária: telégrafo,

telefone, fotografia, cinema, rádio, televisão, vídeo, computador e hoje todas elas

digitalizadas e integradas no computador.

É compreensível, diante do impacto que essas novas tecnologias têm exercício

sobre nossas vidas, que pensemos quase que exclusivamente nelas quando falamos em “

tecnologia na educação”. No entanto, não podemos nos esquecer de que a educação

continua a ser feita predominantemente pela e pela escrita, e que a fala, a escrita e o

texto impresso são, e vão sempre continuar a ser, tecnologias fundamentais para a

educação. O objetivo principal para nós educadores percebamos que já usamos diversas

tecnologias em nosso trabalho educacional. É apenas por terem se tornado tão familiares

que essas tecnologias passaram a ser quase transparentes, invisíveis no nosso trabalho

diário em sala de aula.

Primeiro, a expansão da comunicação e expressão que as tecnologias digitais proporcionam oferece novas alternativos para a leitura e a escrita sequencial, que é feita usando – se lápis e papel. A questão é se a leitura e a escrita na tela, com o uso de processadores de texto, ou a capacidade de navegar no texto ou em páginas WEB constituem uma mera extensão ou uma cisão com a leitura e a escrita tradicionais ( Revista Pátio, nº 44, p. 13 ).

A escola deve incorporar cada vez mais o uso das tecnologias digitais para que os

alunos e os educadores possam aprender a ler, escrever e expressar – se por meio delas.

Como educadores sabemos que os termos alfabetização e letramento existem

grandes diferenças.

O sujeito alfabetizado sabe decodificar os sinais gráficos do seu idioma, porém de

modo superficial. Ele lê com dificuldade e é capaz de escrever textos simples, como listas

de compras e bilhetes. Já o sujeito letrado não só adquiriu a capacidade de ler e

escrever, como também é capaz de usar esses conhecimentos em práticas sociais de

leitura e escrita.

Embora o termo letramento apresente o prefixo “letra” e tenha sido cunhado no contexto do processo de leitura e escrita, ele tem sido utilizado para designar o processo de aquisição de outros conhecimentos, como, por exemplo, o digital. Por, é comum encontrarmos a expressão letramento digital designando o domínio das tecnologias digitais, no sentido de alguém não ser um mero apertador de botões ( alfabetizado digital ), mas sim ser capaz de usar essas tecnologias em práticas sociais.( Revista Pátio, nº 44, p. 13 ).

A presença das tecnologias digitais em nossa cultura contemporânea cria novas

possibilidades de expressão e comunicação. Cada vez mais elas estão fazendo parte do

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nosso cotidiano e, assim como a tecnologia da escrita, também devem ser adquiridas.

Além disso, as tecnologias digitais estão introduzindo novos modos de comunicação,

criação e o uso de imagens, de som de animação e a combinação dessas modalidades.

Tais facilidades passam a exigir o desenvolvimento de diferentes habilidades, de acordo

com as diferentes modalidades utilizadas, criando uma nova área de estudo, relacionada

com os diferentes tipos de letramento digital ( uso de tecnologias digitais ), visual ( uso

das imagens ) sonoro ( uso de sons ), informacional ( busca crítica da informação ) ou os

múltiplos letramentos.

Os letramentos certamente constituirão os novos desafios da educação. As

tecnologias digitais estão proporcionado diversas facilidades que, mais cedo ou mais

tarde, farão parte do repertório do cidadão da sociedade do conhecimento. É fundamental

que esses letramentos sejam trabalhados na escola, ampliando as possibilidades de

expressão dos aprendizes e permitindo que a sala de aula torne – se contemporânea

dessa sociedade do conhecimento.

As máquinas, como extensão dos braços e agora também do cérebro humano, não são mais que instrumentos através dos quais o homem realiza aquela atividade, ainda que se trate de instrumentos capazes de pôr em movimento operações complexas, múltiplas, amplas e por tempo prolongado. Portanto, o criador desse processo, aquele que o domina plenamente e que o controla em última instância, continua sendo homem.( FERRETTI;ZIBAS;MADEIRA;FRANCO, 1994, p. 165 ).

4.9 CONCEPÇÃO DE ENSINO APRENDIZAGEM

Analisando do ponto de vista etimológico e ensino aprendizagem são duas

categorias com características próprias: ensino pode ser considerado como um

movimento liderado e coordenado por um sujeito profissional, ensinante e habilitado para

intervir, mediar a situação de forma a socializar competentemente os “saberes”,

produzidos historicamente pela sociedade. Aprendizagem é a consequência dessa

mediação, resultando na apropriação, pelos sujeitos aprendentes, de “saberes”,

conhecimentos, habilidades, atitudes que depois de internalizados serão socializados.

No caso da prática pedagógica, o processo refere – se ao ensino e a

aprendizagem, e o espaço tempo em que se dá esse processo é a sala de aula, o

laboratório, o campo de estágio entre outros. Para Masetto 2003, p. 88 , tradicionalmente

a sala de aula tem se constituído como um espaço físico em um tempo determinado

durante o qual o professor transmite seus conhecimentos e experiências aos alunos.

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A sala de aula precisa ser compreendida como espaço tempo de aprendizagem por

parte do aluno. Com essa compreensão ela passa a ser um espaço e tempo durante o

qual os sujeitos de um processo de aprendizagem ( professor e alunos ) encontram – se

para, juntos, realizarem uma série de ações como estudar, ler, discutir e debater, ouvir o

professor, consultar e trabalhar na biblioteca, redigir trabalho entre outros (MASETTO,

2003, p.89 ).

Na EJA, temos que refletir atualmente, se a sala de aula, ainda é considerada um

espaço de aprendizagem, já que vivemos em uma sociedade onde predominam as

tecnologias. Frente a esta realidade devemos procurar transformar as salas de aula onde

estão presentes jovens e adultos em um espaço de troca e socialização de

conhecimentos e experiências. Como um espaço tempo de transmissão da cultura em

que os professores se apropriem dos conhecimentos e das experiências acumuladas dos

alunos trabalhadores e confronte – os com o saber sistematizado historicamente.

“De forma que possam se transformar em espaço tempo de formação de alunos e

de professores. Sala de aula entendida como uma comunidade culturalmente constituída

por meio da participação de diferentes sujeitos, que assumem diferentes papéis no

processo ensino – aprendizagem”. ( MACEDO, 2004 p. 18 ).

O espaço tempo envolve situações individuais e coletivas de sujeitos históricos que

se encontram para caminharem juntos em busca de objetivos comuns e não e não

comuns. Esse caminhar juntos se dá numa perspectiva permanente de buscar, crescer,

desenvolver plenamente, possibilitado pelo ensino – aprendizagem.

As diferentes formas de conceber a sala de aula estão relacionadas às diferentes

concepções de ensino e aprendizagem defendidas por teorias psicológicas do campo da

Psicologia de Aprendizagem.

A teoria histórico – cultural ( ou sócio – histórica ) de base marxista tem como

principais representantes Vygotsky, Luria e Leontiev. Os três pesquisadores se debruçam

sobre a formulação da sua teoria experimental sobre a relação aprendizado –

desenvolvimento.

A turma de Vygotsky sobre a relação entre o aprendizado e o desenvolvimento

desvincula totalmente a ideia de aprendizado da evolução cronológica,ou de fatores

biológicos como a produção e a maturação. Como ele se baseia na ideia de plasticidade

do cérebro que lhe permite estar aberto às interações e influências culturais, não há

limites para o adulto aprender.

“Nesse sentido afirma que “todas as funções mentais básicas tornam – se

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conscientes e deliberadas durante a idade escolar, exceto o próprio intelecto”.

( VYGOTSKY, 1993, p. 78 ).

Essa afirmação é acompanhada do alerta de que, a não ser em casos de lesão

cerebral grave ou de atestado de profunda tensão, em que o adulto pode ter sua

capacidade de desenvolvimento intelectual prejudicada, exigindo as condições

socioculturais convenientes, todos poderão se desenvolver.

Dentre os meios propiciadores dessas condições culturais, aponta a escola como a

instituição fundamental.

A tese da teoria experimental acerca das relações entre aprendizado e

desenvolvimento formulada por Vygotsky oferece a base reflexiva para entender essas

questões, acreditando na possibilidade e efetividade de que pelo ensino que possibilita a

aprendizagem é possível proporcionar condições psicológicas e pedagógicas de

desenvolvimento cultural dos adultos, naqueles níveis em que ele se alienou pela falta de

mediação institucional.

Vygotsky e seu grupo defendem ensino – aprendizagem como processos

indissociáveis. A aprendizagem antecede o desenvolvimento que ocorre evolutivamente a

partir da relação do sujeito biológico com a sua cultura. Para que ocorra é necessário à

intervenção do outro e dos instrumentos através do ensino. Para Vygotsky é através da

escola, como instituição universalmente responsável pela transmissão e socialização do

saber sistematizado, que o processo de aprendizado acontece. Mesmo quando se refere

ao processo de aprendizado da criança, repetimos a sua afirmação de que é o

aprendizado da criança, repetimos a sua afirmação de que é o aprendizado que engendra

a área desenvolvimento potencial, ou seja, que faz nascer, estimula e ativa um grupo de

processos internos de desenvolvimento no âmbito das inter – relações com outros, que,

na continuação são absorvidos pelo curso interior de desenvolvimento e se convertem em

aquisições internas.

É esse processo que ocorre com o adulto quando ele aprende a ler e escrever. Ele

passa a lançar mão de uma série de outros instrumentos tais como a produção de textos,

a reconstrução de histórias, a interpretação e resolução de problemas matemáticos,

acionando uma série de funções superiores como a memória lógica na resolução de

problemas, a capacidade de generalização, a formação de conceitos científicos, etc.

“Nesse sentido, fica clara a explicação de Vygotsky de que a aprendizagem não é,

em si mesma desenvolvimento, mas uma correta organização da aprendizagem conduz

ao desenvolvimento mental, ativa todo o grupo de processos de desenvolvimento, e esta

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ativação não poderia produzir se sem a aprendizagem”.( VYGOTSKY, 1998, p. 115 ).

Essa correta organização da aprendizagem cria a área de desenvolvimento

proximal. Permite que o sujeito avance de nível de conhecimento que já possui para, com

a ajuda do outro e dos instrumentos, atingir níveis até então não experimentados. Esse

conceito de zona de desenvolvimento proximal é fundamental importância para o trabalho

com os adultos.

No campo mais específico das práticas pedagógicas, entende – se que o

conhecimento sobre esses níveis permitirá uma revisão e reformulação total dos

processos e planejamento, desenvolvimento e avaliação das práticas pedagógicas

escolares, tradicionalmente concebidas e organizadas a partir da identificação do nível de

desenvolvimento real dos alunos, daquilo que eles sabem fazer, do seu desenvolvimento

retrospectivo, do produto do seu desenvolvimento e de sua aprendizagem, sem tomar em

consideração seu desenvolvimento prospectivo.

A partir da teoria histórico – cultural é possível entender que mesmo ensino e

aprendizagem tendo suas especificidades, do ponto de vista semântico ensino e

aprendizagem estão totalmente interligados e dependentes, não ocorrem de forma forma

separada. O ensino tem como objetivo último a aprendizagem só ocorre porque existe o

ensino. Freire ( 1997 ) explica essa correlação mostrando que homem só passou a

ensinar quando descobriu que era capaz de aprender . Foi desenvolvendo a capacidade

de aprender que ele se descobriu capaz de ensinar.

O sujeito mediador principal: o professor – ensinante – possibilitador das interações

entre os alunos e entre estes e o objeto do conhecimento. É o parceiro privilegiado porque

tem mais experiências e mais informações no campo da educação escolarizada e na área

do conhecimento em que atua, tem a incumbência, entre outras funções, e de tornar

acessível o aluno o patrimônio cultural já formulado pelos homens. Cabe – lhe, portanto,

desafiar através do ensino os mecanismos cerebrais responsáveis pela aprendizagem e o

consequente desenvolvimento dos sujeitos aprendentes: os alunos.

No caso do processo com pessoas jovens e adultas a intervenção do professor

torna – se necessária e fundamental. A inter – relação vai se dar de forma mais rica e

efervescente porque os “aprendentes” são sujeitos do conhecimento e aprendizagem.

São jovens e adultos do campo e da cidade excluídos da escola quando criança e ou

adolescentes e excluídos dos outros bens sociais produzidos . Os do campo geralmente

são trabalhadores rurais ou pequenos agricultores filhos de trabalhadores rurais não

qualificados e com baixo nível de instrução escolar, muito frequentemente analfabetos.

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Os das cidades são geralmente migrantes que chegam à cidade proveniente de

áreas rurais empobrecidas marcadas pela seca ou pela expropriação da terra pelos

grandes latifundiários.

Tanto os jovens como os adultos têm uma passagem curta e não sistemática pela

escola, trabalhando em ocupações rurais e urbanas não qualificadas e baixa

remuneração. As exigências da vida e do trabalho levam – os a escola tardiamente para

alfabetizar – se ou cursas alguma série da educação de jovens e adultos.

Segundo Oliveira, 1999, p. 62 e 63 o adulto está inserido no mundo do trabalho e

das relações interpessoais de um modo diferente daquele da criança e do adolescente.

Traz consigo uma história mais longa ( e provavelmente mais complexas ) de

experiências conhecimentos acumulados e reflexõess sobre o mundo externo, sobre si

mesmo e sobre as outras pessoas. Com relação a inserção em situações de

aprendizagem, essas peculiaridades da etapa da vida em que se encontra o adulto fazem

com que ele traga consigo diferentes habilidades e dificuldades ( em comparação com a

criança ) e, provavelmente, maior capacidade de reflexão sobre o conhecimento e sobre

seus próprios processos de aprendizagem.

Essas características peculiares fazem com que jovens e adultos tenham motivos

vários para buscar a escola, traduzidos em demandas, necessidades, desejos e

expectativas. Necessidades de buscar os instrumentos que facilitem a inserção no mundo

letrado e melhore a intervenção nesse mundo: desejo de melhor se comunicar, trocar e

interagir com os outros.

Quando conseguem externar suas histórias de vida e conhecimentos de

experiências feitas trazem contribuições impar as informações e conceitualizações

apresentadas pelo professor. Há uma verdadeira troca possibilitadora do estabelecimento

da relação teoria – prática.

Esses sujeitos aprendentes encontram – se e confundem – se com sujeitos

ensinantes que tem característicos semelhantes. São homens e mulheres inseridos numa

temporalidade histórica e cultural que o faz ser inacabado e transcendente, sujeitos

capazes de produzir e produzir e transformar o mundo objetivo e subjetivo.

Professores – ensinantes – alunos – aprendentes – têm a mesma gênese histórico – cultural. Ambos são sujeitos portadores e produtores de cultura. Ao tempo em que nascem em ambientes culturais ricos e diversificados, são sujeitos cognoscentes, dotados de uma estrutura neuro – psicológica que os estimula para necessidades e curiosidades e o empurram para a busca a apropriação do conhecimento. São portadores de todas as condições biológicas, fisiológicas e intelectivas que lhes permitem

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transformar as condições objetivas materiais em fantásticas obras culturais.Paradoxalmente, mesmo nascendo e vivendo para serem livres, criativos, transformadores, são frutos de uma sociedade autoritária e castradora dessa liberdade de ser mais ( FREIRE, 1993).

Desta forma mesmo sendo seres diferentes enquanto indivíduos – cada ser é único

enquanto identidade – devem ser opostos numa situação de igualdade enquanto sujeitos

do mundo e no mundo e consequentemente numa situação de igualdade nas relações

pedagógicas, entendendo – se que a diferença existente entre eles encontra -se na maior

experiência que o professor possui no que se refere à leitura e sistematização do saber.

Os professores, diferentemente dos alunos, tiveram algumas oportunidades

socioculturais que lhes permitiram apropriar – se dos conhecimentos produzidos

historicamente pela humanidade. Seu grande compromisso político – pedagógico está em

colocar essas experiências à disposição e a serviço dos alunos de maneira a permitir –

lhes ter acesso a esse saber. Isso é possível numa relação horizontal em que se partindo

de diferentes níveis de conhecimentos e experiências, através de permanente diálogo,

professores e alunos consigam atingir o mesmo ponto de chegada: a apropriação do

saber sistematizado e a sua utilização como instrumento de intervenção social.

Se há a aprendizagem dos dois lados pode – se falar em “bom ensino”. Esse se dá

num espaço escolar constituído como um espaço privilegiado para desencadear o

processo de aprendizagem do aluno em que o professor adquire importância,

desempenhando o papel de levar os sujeitos a alcançar informações sobre o mundo físico

e social, pensando de maneira competente sobre o mesmo e tendo como objetivo maior

possibilitar condições para que os alunos elaborem, critiquem o conhecimento, dele se

apropriando, o que deve ser alcançado através de e com a colaboração de parceiros ricos

e diversificados. Parceiros que estão em constante busca, em formação permanente,

almejando um ponto de chegada comum: o bem estar pessoal e coletivo.

Nessa perspectiva os professores enquanto ensinam aprendem e os alunos

enquanto aprendem ensinam.

A escola e a sala de aula enquanto espaço tempo de formação para os alunos,

torna – se também laboratório de pesquisa e espaço tempo de formação continuada para

professores.

“A verdadeira aprendizagem só se realiza quando o educando se apropria do

conhecimento, o redescobre e o relaciona com o mundo vivido concreto”.( FREIRE ,

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1997).

4.10 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO

A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a

intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se estuda

e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o

processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados atribuindo-lhes

valor. A avaliação será realizada em função dos conteúdos expressos na proposta

pedagógica.

Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de reflexão

dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser entendida

como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma atitude crítico-

reflexiva frente à realidade concreta.

A avaliação educacional, nesse Estabelecimento Escolar, seguirá orientações

contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes princípios:

• investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações necessárias

para propor atividades e gerar novos conhecimentos;

• contínua: permite a observação permanente do processo ensino-aprendizagem e

possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;

• sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando

instrumentos diversos para o registro do processo;

• abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-escola do

educando;

• permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo educando

no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho pedagógico da escola.

Os conhecimentos básicos definidos nesta projeto serão desenvolvidos ao

longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz

curricular, sendo avaliados presencialmente ao longo do processo ensino-aprendizagem.

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Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados

como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação contemplará,

necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações que marcaram o seu

trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação formal, como durante o atual

processo de escolarização. Desta forma, o educando, ao perfazer 60% da carga horária

total de cada disciplina, poderá ser encaminhado para uma Avaliação da Apropriação de

Conteúdos por Disciplina, elaborada e executada segundo critérios estabelecidos pela

mantenedora em instrução própria, exceto nas disciplinas de Educação Artística, Arte e

Educação Física que, pela sua dinâmica própria, desenvolverão o seu trabalho

pedagógico na carga horária total estabelecida.

4.11 HISTÓRIA E CULTURA AFRO – BRASILEIRA E AFRICANA

Hoje, ensinar a cultura afro – brasileira e africana não é mais questão de vontade

pessoal e interesse particular. É uma questão curricular de caráter obrigatório, que

envolve os diferentes segmentos da escola e da escola e da sociedade e, para tanto, as

administrações dos sistemas, os órgãos normativos, as direções, os professores, o

pessoal de apoio administrativo, bem como as comunidades, precisam tornar – se

competentes para fazer acontecer sua efetivação no plano real e não apenas nos planos

colocados em documentos e relatórios oficiais.

Educar a História e a Cultura afro – brasileira e africana, significa estudar um jeito de ver a

vida, o mundo, o trabalho, de conviver e lutar pela dignidade, própria dos descendentes

de africanos que, ao participar da construção da nação brasileira, vão deixando nos

outros grupos étnicos com quem convivem suas influências, e, ao mesmo tempo, que

recebem e incorporam as daqueles que com eles convivem.

Reconhecer aos negros o direito de serem sujeitos históricos e de se identificarem

como tal significa promover uma releitura da história oficial e tirar das sombras e do

anonimato indivíduos ou grupos que deixaram suas marcas para a posteridade e que se

tornaram credores de respeito e consideração pelo muito que contribuíram para a

construção do patrimônio sociocultural do Brasil e do mundo. Saber desses protagonistas,

conhecer suas trajetórias de vida e quais as suas contribuições para o bem comum

provocam um forte impacto positivo no desenvolvimento da personalidade infantil e nos

adolescentes, especialmente nos afro – brasileiros, considerando que tal conhecimento, a

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melhorar a auto – imagem e a elevar a auto – estima.

Desconstruir a ideologia do racismo, presente em comportamentos extremados, em

preconceitos sentidos e em discriminações manifestadas em relação aos afro –

descendentes, no Brasil e no mundo é necessário para que se criem as condições para a

promoção da igualdade racial.

4.12 EDUCAÇÃO INCLUSIVA

O movimento mundial pela inclusão é uma ação política, cultural, social e

pedagógica, desencadeada em defesa dos direitos de todos os alunos de estarem juntos,

aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. ( BRASIL, Política

Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, 2008 )

A inclusão é uma realidade e está acontecendo em nossas escolas. Sendo

aplicada e aprendida no cotidiano escolar, através da experiência do professor na sala de

aula e da comunidade escolar como um todo. Estamos vivendo na escola um momento

de construção.

O princípio democrático de “educação para todos, só se evidencia nos sistemas

educacionais que se especializam em todos os alunos e não apenas um alguns deles, os

deficientes”, segundo Mantoan ( 1998, p.01 ). Para a autora, a Educação Especial visa à

melhoria qualitativa dos aspectos gerais do ensino e da aprendizagem e

consequentemente, a educação inclusiva será muito importante para que realmente se

construa uma escola que se especialize em todos os educandos.

Os CEEBJAs são espaços inclusivos por natureza, pois trabalham com pessoas

que foram privadas do direito a educação na idade própria. O CEEBJA – Mandirituba, de

acordo com as políticas estaduais de Educação Especial, define como metas e se propõe

a trabalhar de maneira reflexiva considerando a cultura, a história e as experiências

anteriores dos alunos, principalmente aqueles oriundos da Educação Especial. A escola

conta com um CAES ( Centro de Atendimento Especializado na Área de Surdez ) onde

atende alunos de várias faixas etárias com uma proposta bilingue no contraturno escolar

dos mesmos. O CAES desenvolve um trabalho de acompanhamento dos alunos e

orientação aos professores através de visitas constantes da professora às escolas de

origem dos mesmos. Entende a educação como um direito a todos os cidadãos e

utilizando a flexibilização ( espaço, tempo, conteúdos e recursos ) das práticas

pedagógicas, pretende atender a todos os alunos sem distinção através de uma gestão

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democrática, participativa e colegiada.

5. MARCO OPERACIONAL

No CEEBJA de Mandirituba devemos trabalhar de modo com que o coletivo da

escola participe dando sua opinião sobre possíveis problemas e o encaminhamento

necessário para o bom funcionamento da escola.

Percebe-se a necessidade crescente de um trabalho integrado, sendo cada

profissional da escola uma peça fundamental nesta construção.

Todos os profissionais, direção, professores, funcionários e órgãos colegiados,

buscando juntos as soluções metodológicas que possibilitem a execução dos objetivos.

Precisamos ter no Conselho Escolar um colaborador estreito que possibilite a avaliação

permanente do processo. Através dele se poderá recuperar, rever e traçar novas metas.

Motivados pela organização das capacitações dos últimos anos, que colocou junto

todos os profissionais da escola, numa concepção inovadora de gestão, queremos

continuar uma reflexão conjunta para que cada profissional se sinta protagonista. Com

essa finalidade procuraremos refletir juntos, ler trocar ideias , preocupar-nos uns com os

outros para que ninguém esteja fora da construção.

5.1 Linhas de Ação

Orgãos Colegiados:

CONSELHO ESCOLAR: é um órgão colegiado de natureza consultiva, deliberativa

e fiscal, com o objetivo de discutir, definir e acompanhar o desenvolvimento do PPP, que

deve ser visto e debatido e analisado dentro do contexto em que vivemos. O Conselho

Escolar tem papel fundamental na efetivação da gestão escolar, fortalece a administração

colegiada, promove a articulação entre os segmentos da comunidade escolar e os setores

da escola, auxiliando a direção. Cabe ao conselho auxiliar nas decisões, planejamento,

execução, acompanhamento e avaliação das questões administrativas e pedagógicas.

Plano de Ação proposto pelo Conselho Escolar para o 2º Semestre/2010-CEEBJA

Mandirituba.

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APAF: é um órgão de representação dos professores, alunos e funcionários, não

tendo caráter partidário, racial, nem fins lucrativos, cuja finalidade é a integração entre

escola e comunidade.

Temos a consciência que a APAF em nossa escola se faz pouco presente, seus

membros não tomam a iniciativa e sim apenas quando a direção convoca para uma

reunião, onde é necessário apenas o grupo aprovar ou não o que já foi pré estabelecido.

Pretendemos que a APAF do CEEBJA Mandirituba tenha uma participação mais

sólida, efetiva em suas atribuições, conscientizando os alunos da importância desse

órgão colegiado para o nosso Estabelecimento.

HORA ATIVIDADE: a hora atividade no CEEBJA Mandirituba é realizada de forma

individual, pois a dificuldade em reunir todos os educadores na mesma noite, devido a

carga horária e organização das disciplinas.

No entanto, defende-se a existência dessa hora e é possível de ver o bom

aproveitamento da mesma por parte da maioria dos professores.

Quando defende-se a hora atividade é porque esse horário possibilita a

oportunidade de discussão conjunta sobre dificuldades e avanços no trabalho pedagógico

(troca de experiências) e estudos sobre assuntos pedagógicos, visando avanços no

processo educacional.

Ficará a cargo da equipe pedagógica coordenar as atividades coletivas e

acompanhar as atividades individuais a serem desenvolvidas durante a hora atividade.

Caberá a direção do estabelecimento de ensino a distribuição e a verificação do

cumprimento da hora atividade, bem como a sistematização do quadro da distribuição da

hora atividade.

REUNIÕES PEDAGÓGICAS: Serão realizadas as reuniões pedagógicas de

acordo com o calendário escolar ou quando se acharem necessárias.

Considerando as reuniões como efetivo trabalho escolar. Nas reuniões

pedagógicas serão feitas exposições dos problemas enfrentados pelos membros da

equipe escolar, leitura de textos de interesse do grupo e legislação educacional emanada

da SEED, apresentação de atividades práticas realizadas em sala de aula, seleção de

textos e componentes curriculares comuns a todas as disciplinas, entre outros.

FORMAÇÃO CONTINUADA: Comunidade escolar.

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A formação continuada dos funcionários e educadores é fundamental para atingir

as metas estabelecidas no Projeto Político Pedagógico, visando a qualidade da Educação

dos educandos desse CEEBJA. Para tanto, estabelecemos como prioridade ações a

serem desenvolvidas, durante o ano letivo:

Ações desenvolvidas pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná:

– Participação efetiva dos funcionários e educadores em todo o processo de

formação proposto pela SEED.

Ações desenvolvidas pelo CEEBJA, em hora atividade:

– Estudos para aprofundamento das Diretrizes Curriculares Estadual.

– Análise, discussões, avaliação, sugestões e possíveis alterações no PPP e

Regimento Escolar.

– Cada profissional da escola será convidado periodicamente a rever sua prática,

a propor mudanças e apontar alternativas para o crescimento pessoal e

coletivo. Tal prática se dará através de questionários, reuniões e diálogos

informais e atividades culturais.

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR: terá como finalidade orientar e auxiliar o

desenvolvimento das ações relativas a Educação das relações Étnico-Raciais e ao Ensino

de História e Cultura Afro Brasileira, Africana e Indígena ao longo do período letivo na

escola. A equipe é constituída por Pedagogo, Agente Educacional, Instância Colegiada e

Professores

Quadro demonstrativo das ações que serão desenvolvidas para 2º semestre/2010:

Tema Ações Propostas Período Responsável

Como trabalhar com os

alunos que usam drogas

lícitas e ilícitas?

Convidar palestrantes para vir

até a escola e fazer uma fala de

conscientização com alunos

sobre o tema.

Curso de prevenção de drogas

para educadores.(UnB)

Outubro

Outubro

Equipe

Pedagógica

Professores

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Encontro de formação para

professores na fundação Profeta

Elias (município de Mandirituba).

Outubro Professores

Enfrentamento à evasão

escolar

Turno alternativo para os alunos

trabalhadores.

Setembro Professores

Espaço físico próprio Solicitar através de requerimento

aos órgãos responsáveis

construção ou locação de um

prédio próprio.

Outubro Conselho

Escolar

Falta de material específico

para EJA

Cobrar da SEED a produção de

material adequado para EJA.

2ºSemest

re

Conselho

Escolar

Não fixação de professores

QPM no Estabelecimento

Solicitar a SEED fixação de

professores padrões nos

CEEBJA

Setembro Conselho

Escolar

Dificuldade de controle de

frequência dos alunos na

escola.(PROJOVEM,curso

de pedagogia,EJA fase

I,curso de italiano).

Solicitar um inspetor para a

prefeitura municipal do município

para que este preste serviços.

Setembro Conselho

Escolar

Falta de compromisso por

parte de alguns professores

para lecionar,assim

contribuindo para a evasão

escolar dos alunos , e o não

cumprimento da hora

atividade.

Reunião para esclarecer aos

professores e funcionários que a

escola tem uma hierarquia para

ser respeitada.

Setembro Conselho

Escolar

PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

Tema Propostas Período Responsável

Conhecendo as Comunidades Quilombolas

- Promover visitas aos quilombos e quilombolas cadastrados e

No decorrer do Ano Letivo

Equipe Multidisciplinar

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reconhecidos no Estado do Paraná;

Cultura Africana e Afro-Brasileira

- Promover Palestra com grupo afro: Kanaombo, entre outros, para os alunos, professores e comunidade escolar;- Desenvolver ao longo do ano letivo de 2011, Projetos Interdisciplinares que abordem os principais temas: literatura afro-brasileira e africana, arte e artesanato afro-brasileiro e africano, jogos africanos, música e dança afro-brasileira e africana, gastronomia afro-brasileira e africana e religiosidade afro-brasileira

No decorrer do Ano Letivo

Equipe Multidisciplinar

Combatendo o Preconceito

Promover palestras e debates sobre o Racismo.

No decorrer do Ano Letivo

Equipe Multidisciplinar

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6. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PPP

A concepção de avaliação institucional explicitada pela SEED/PR, afirma que

esta “deve ser construída de forma coletiva, sendo capaz de identificar as qualidades e as

fragilidades das instituições e do sistema, subsidiando as políticas educacionais

comprometidas com a transformação social e o aperfeiçoamento da gestão escolar e da

educação pública ofertada na Rede Estadual.” (SEED, 2004, p.11)

Neste sentido, a avaliação não se restringe às escolas, mas inclui também os

gestores da SEED e dos Núcleos Regionais de Educação, ou seja, possibilita a todos a

identificação dos fatores que facilitam e aqueles que dificultam a oferta, o acesso e a

permanência dos educandos numa educação pública de qualidade.

Aliado a identificação destes fatores deve estar, obrigatoriamente, o

compromisso e a efetiva implementação das mudanças necessárias.

Assim, a avaliação das políticas e das práticas educacionais, enquanto

responsabilidade coletiva, pressupõe a clareza das finalidades essenciais da educação,

dos seus impactos sociais, econômicos, culturais e políticos, bem como a reelaboração e

a implementação de novos rumos que garantam suas finalidades e impactos positivos à

população que demanda escolarização.

A avaliação institucional, vinculada a esta proposta pedagógico-curricular,

abrange todas as escolas que ofertam a modalidade Educação de Jovens e Adultos, ou

seja, tanto a construção dos instrumentos de avaliação quanto os indicadores dele

resultantes envolverão, obrigatoriamente, porém de formas distintas, todos os sujeitos que

fazem a educação na Rede Pública Estadual. Na escola – professores, educandos,

direção, equipe pedagógica e administrativa, de serviços gerais e demais membros da

comunidade escolar. Na SEED, de forma mais direta, a equipe do Departamento de

Educação de Jovens e Adultos e dos respectivos NRE’s.

A mantenedora se apropriará dos resultados da implementação destes

instrumentos para avaliar e reavaliar as políticas desenvolvidas, principalmente aquelas

relacionadas à capacitação continuada dos profissionais da educação, bem como

estabelecer o diálogo com as escolas no sentido de contribuir para a reflexão e as

mudanças necessárias na prática pedagógica.

Considerando o que se afirma no Documento das Diretrizes Curriculares

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Estaduais de EJA que “... o processo avaliativo é parte integrante da práxis pedagógica e

deve estar voltado para atender as necessidades dos educandos, considerando seu perfil

e a função social da EJA, isto é, o seu papel na formação da cidadania e na construção

da autonomia.” (SEED, 2005, p.44), esta avaliação institucional da proposta pedagógico-

curricular implementada, deverá servir para a reflexão permanente sobre a prática

pedagógica e administrativa das escolas.

Os instrumentos da avaliação institucional, serão produzidos em regime de

colaboração com as escolas de Educação de Jovens e Adultos, considerando as

diferenças entre as diversas áreas de conteúdo que integram o currículo, bem como as

especificidades regionais vinculadas basicamente ao perfil dos educandos da modalidade.

Os instrumentos avaliativos a serem produzidos guardam alguma semelhança com a

experiência acumulada pela EJA na produção e aplicação do Banco de Itens, porém sem

o caráter de composição da nota do aluno para fins de conclusão. A normatização desta

Avaliação Institucional da proposta pedagógico-curricular será efetuada por meio de

instrução própria da SEED.

Como se afirma no Caderno Temático “Avaliação Institucional”(SEED, 2005, p.17)

cada escola deve ser vista e tratada como uma totalidade, ainda que relativa, mas dinâmica, única, interdependente e inserida num sistema maior de educação. Todo o esforço de melhoria da qualidade da educação empreendido por cada escola deve estar conectado com o esforço empreendido pelo sistema ao qual pertence.

Em síntese, repensar a práxis educativa da escola e da rede como um todo,

especificamente na modalidade EJA, pressupõe responder à função social da Educação

de Jovens e Adultos na oferta qualitativa da escolarização de jovens, adultos e idosos.

6.1 AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Caberá à equipe pedagógica e aos demais membros do corpo docente, a tarefa de

avaliar periodicamente, ao final de um ciclo nas reuniões pedagógicas – no início e/ou no

meio do ano letivo – ou quando se fizer necessário, aspectos de execução do Pano

Político Pedagógico e o próprio Projeto Político Pedagógico, a partir dos resultados das

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atividades organizadas desenvolvidas, da proposta de gestão, do perfil do aluno, do

serviço de atendimento ao aluno, instalações equipamentos e materiais de apoio

pedagógico, do processo de ensino –aprendizagem, relações professor - aluno,

rendimento escolar, evasão – índice e causas e desempenho dos alunos.

Essa avaliação deverá ser feita para que, se necessário, o projeto seja

revisto e suas alterações deverão ser amparadas pela avaliação institucional continuada e

sistematizada, para que se possa ter condições de compreender e planejar suas

mudanças de modo significativo.

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7. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR (PPC)

MATRIZ CURRICULAR

Ensino Fundamental – Fase II

MATRIZ CURRICULAR

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO FUNDAMENTAL – FASE IIESTABELECIMENTO: CEEBJA – MandiritubaENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO: Mandirituba NRE: AM/SULANO DE IMPLANTAÇÃO:1º sem./ 2009 FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440/1452 HORAS-AULA ou 1200/1210

HORAS

DISCIPLINASTotal de

Horas

Total de

horas/aulaLÍNGUA

PORTUGUESA226 272

ARTES 54 64LEM - INGLÊS 160 192

EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64MATEMÁTICA 226 272

CIÊNCIAS NATURAIS 160 192HISTÓRIA 160 192

GEOGRAFIA 160 192ENSINO RELIGIOSO * 10 12

TOTAL 1200/1210 1440/1452

* DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO

E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.

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Ensino Médio

MATRIZ CURRICULAR

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO MÉDIOESTABELECIMENTO: CEEBJA –MandiritubaENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO: Mandirituba NRE: AM/SULANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2009 FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440/1568 H/A ou 1200/1306 HORAS

DISCIPLINASTotal de

Horas

Total de

horas/aulaLÍNGUA PORT. E

LITERATURA174 208

LEM – INGLÊS 106 128ARTE 54 64

FILOSOFIA 54 64SOCIOLOGIA 54 64

EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64MATEMÁTICA 174 208

QUÍMICA 106 128FÍSICA 106 128

BIOLOGIA 106 128HISTÓRIA 106 128

GEOGRAFIA 106 128

LEM-ESPANHOL* 106 128

TOTAL 1200/1306 1440/1568

* DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE

ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.

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7.1 DISCIPLINA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA - INGLÊS

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Acredita-se que o primeiro contato do Brasil com a língua inglesa tenha ocorrido

por volta de 1530, quando um aventureiro inglês conhecido como William Hawkins,

traficante de escravos, desembarcou na costa brasileira, tendo assim o primeiro contato

com os lusitanos e os nativos.

William Hawkins fez outras três lucrativas viagens ao Brasil, sendo que em uma

delas o aventureiro inglês levou um cacique para Londres, um líder brasileiro. Mais tarde,

seu filho John Hawkins e Richard seu neto, continuaram com as incursões nos mercados

negreiros do Brasil e da Guiné.

Sendo bem recebidos na colônia portuguesa, por volta de um século depois, outros

navegantes vieram em busca das riquezas oferecidas pela nossa terra, entre elas o pau-

brasil. Mas foi por volta de 1654 que o relacionamento entre Inglaterra e Brasil se

estreitou.

A Inglaterra impôs um tratado aos portugueses reservando à marinha britânica o

monopólio das mercadorias inglesas com os demais países, rompendo assim o domínio

português no Brasil. Porém, foi através do bloqueio continental decretado à Inglaterra no

início do século XIX que se fortaleceu o relacionamento deste país com o Brasil. Com o

fechamento dos portos europeus aos navios ingleses pelos franceses, Portugal, que antes

era um forte aliado da Inglaterra, foi forçado a se posicionar contra a mesma para evitar

um conflito com as tropas francesas e uma possível guerra.

D. João VI decidiu fugir para o Brasil, o que foi fortemente apoiado pela Inglaterra.

Com esta mudança da corte portuguesa para o Brasil, os Ingleses tiveram a permissão de

estabelecer casas comerciais, dando início ao poder econômico e à grande influência da

Inglaterra na vida de nosso país, causando mudanças significativas como o

desenvolvimento da imprensa Régia, do telégrafo, do trem de ferro e da iluminação a gás.

As companhias inglesas abriram ofertas de empregos para os brasileiros como

engenheiros, funcionários e técnicos. Mas havia um grande obstáculo: nascia então a

necessidade de falar a língua inglesa para receber treinamentos e entender as instruções.

De acordo com Chaves (2004, p.5), “É muito provável que os primeiros professores

de inglês tenham surgido nesse momento”. O ensino formal da língua inglesa no Brasil se

deu com o decreto de 22 de junho de 1809, assinado pelo D. João VI, príncipe regente de

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Portugal, mandando criar uma escola de língua francesa e outra de língua inglesa.

Nesse mesmo ano, D. João VI nomeia o padre irlandês Jean Joyce oficialmente

como professor de inglês, através da carta assinada na corte, que falava sobre a

necessidade de uma cadeira de língua inglesa por sua riqueza, pela abrangência da

língua para a prosperidade da instrução pública. O início do ensino de inglês teve como

finalidade a prática oral, pois era somente para capacitação de profissionais brasileiros

para a demanda do mercado de trabalho através das relações comerciais com nações

estrangeiras, especialmente com a Inglaterra.

A aquisição da língua inglesa visava à comunicação de empregados com

superiores para receber instruções e treinamentos. Em 1837 nasceu o colégio D. Pedro II

no Rio de Janeiro, que teve um papel importante para o desenvolvimento das línguas

modernas. Desde a sua fundação incluía na grade curricular o ensino de língua inglesa,

juntamente com a língua francesa, o latim e o grego. Nessa época a língua francesa tinha

maior importância por ser considerada “língua universal” e por ser obrigatório para o

ingresso em cursos superiores. O ensino de inglês e francês naquela época apresentava

um grande problema, que era a falta de metodologia adequada. A metodologia para o

ensino das chamadas línguas vivas era a mesma das línguas mortas: tradução e análise

gramatical.

A importância da oralidade no início do século XIX deixa de ser primordial, visto

que a finalidade de uso da língua agora seria para ingressar em cursos superiores. Já em

1889, após a proclamação da República, devido às reformas no âmbito educacional

promovidas pelo ministro Benjamim Constant que elabora uma reforma no ensino

baseada nos princípios do positivismo, corrente filosófica que considerava a educação

prática anuladora das tensões sociais, Uma das intenções desta Reforma era transformar

o ensino em formador de alunos para os cursos superiores e não apenas preparador.

Outra intenção era substituir a predominância literária pela científica.

Assim o inglês, o alemão e o italiano foram excluídos do currículo obrigatório,

assim como o estudo das literaturas estrangeiras. Em 1892, após o afastamento do

ministro, as línguas vivas voltaram a ser obrigatórias. Em 1898 com o ministro Amaro

Cavalcanti, as disciplinas humanísticas como a filosofia, o latim e o grego adquiriram

grande importância. Com essa nova reforma, o inglês, o francês e o alemão passam a ser

facultativos e ter uma abordagem literária.

Nesse momento, o Colégio Pedro II ganha um caráter mais prático, influenciando o

ensino das línguas vivas com uma abordagem que incluía não somente as habilidades de

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escrita e leitura, mas também a fala. O grande impulso do inglês no Brasil aconteceu na

década de 1930 sob o governo de Getúlio Vargas, com as tensões políticas ocasionadas

pela Segunda Guerra Mundial. Nessa época, “A língua inglesa era difundida como

necessidade estratégica para contrabalançar o prestígio internacional da Alemanha

devido à imigração alemã ocorrida no século anterior” Shütz (1999).

A Inglaterra cai da primeira posição no mercado e o capital americano começa a

ampliar seu poderio econômico e a prevalecer tanto no comércio exterior como nos

investimentos diretos em atividades produtivas no Brasil. Começava então o início do

poder americano. Em 1931, com a reforma de Francisco de Campos, ministro do governo

de Getúlio Vargas, foram introduzidas mudanças no ensino de línguas estrangeiras. As

mudanças não foram somente nos conteúdos, que indiretamente destacou as línguas

modernas devido à diminuição da carga horária do latim, mas principalmente nas

metodologias. Passa-se a adotar, então, o método direto, que visava o ensino de línguas

estrangeiras através das próprias línguas.

O colégio D. Pedro II foi um dos primeiros a adotar esse método e introduzi-lo em

sala de aula. Ainda na década de 30, começaram a surgir os cursos livres de inglês no

Brasil, que ofereciam o ensino de línguas fora do ambiente escolar público. Apoiado pela

Embaixada Britânica, nascia oficialmente no Rio de Janeiro a Sociedade Brasileira de

Cultura Inglesa em 1934.

Um ano depois surgiu em São Paulo o primeiro instituto binacional com o apoio do

consulado norte-americano: O Instituto Universitário Brasil - Estados Unidos, que mais

tarde passou a ser chamado de União Cultural Brasil - Estados Unidos. Com a reforma

Capanema em 1942, liderada pelo ministro da Educação e Saúde Gustavo Capanema

durante a Era Vargas, o ensino foi dividido em dois tipos: ginásio, com duração de quatro

anos e o segundo com duas ramificações clássico e científico, que durava três anos.

O Clássico priorizava o estudo das línguas clássicas e modernas, enquanto o

último priorizava o estudo das ciências. Em 1961, a lei de Diretrizes e Bases (LDB)

publicada em 20 de dezembro pelo presidente João Goulart, modifica o currículo de

ensino de ginásio e científico para 1º e 2º graus respectivamente.

Essa lei estabelece que o ensino de uma língua estrangeira moderna passa a ter

obrigatoriedade apenas parcial para o 1º grau. Após dez anos, foi publicada a LDB de

1971, publicada em 11 de agosto, durante o Regime Militar que teve uma redução

drástica na carga horária da língua estrangeira (L.E.M.), retirando-a do 1º grau e

reduzindo a carga horária do 2º grau para até 1 hora semanal.

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A LDB de 1996, sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo

ministro da educação Paulo Renato em 20 de dezembro de 1996, baseada no princípio do

direito universal à educação para todos, substitui o 1º e 2º graus por ensinos fundamental

e médio, estabelece a necessidade de uma L.E.M. no ensino fundamental e a sua

obrigatoriedade no ensino médio, havendo a possibilidade de uma segunda optativa de

acordo com as disponibilidades da instituição. Foi com os PCN de 1999 que o ensino de

L.E.M., apesar de não ter uma metodologia específica, passa a ser tratado de uma

perspectiva mais sóciointeracional, sócio cultural que objetiva o ensino de uma L.E.M. á

comunicação real, com ênfase em leituras.

Apesar dessa nova visão de ensino, também houve problemas pela falta de

capacitação dos professores, falta de materiais adequados e falta de uma metodologia

adequada tanto nas escolas públicas como nas particulares.

Com a dificuldade de ensino de L.E.M. nas escolas públicas e particulares, nos

anos 60 começam a surgir os cursos comerciais de diversos tipos, entre eles os institutos

binacionais que priorizam a qualidade de ensino e utilizam um plano didático para o

ensino de línguas estrangeiras. Os cursos franqueados que priorizam o setor comercial,

investindo em propagandas e utilizando um plano didático e materiais próprios sem

intervenção no conteúdo pelo professor. E por fim, as escolas independentes que são

formadas por pessoas com competência própria e que não seguem a didática de um

franqueador.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

A Língua Estrangeira Moderna é tão importante como qualquer outra disciplina,

pois permite ao estudante aproximar-se de várias culturas, integrando-se num mundo

globalizado e contribuindo para o acesso ao conhecimento. Sendo assim, deve ser

integrada e não isolada de outras disciplinas que unam a área. Deve propiciar ao

educando condições que lhe permitam ter acesso a informações de vários tipos, que

contribuam para sua formação geral enquanto cidadão, além de ultrapassar as questões

técnicas e instrumentais, bem como centrar-se na educação, para que o aluno reflita e

transforme a realidade que se lhe apresenta, é preciso que entenda essa realidade, em

seus processos sociais, políticos, econômicos, tecnológicos e culturais e, inclusive,

perceba que esta realidade é inacabada e está em constante movimento e transformação.

O trabalho com a Língua Estrangeira Moderna na escola deve ser entendido como

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uma nova possibilidade de ver e entender o mundo e de construir significados, uma vez

que o conhecimento de uma língua estrangeira colabora para a elaboração da

consciência da própria identidade, contribuindo para a redução de desigualdades sociais

e faz com que o aluno consiga perceber-se como um sujeito histórico e socialmente

constituído. O conhecimento de uma língua estrangeira mostra outras culturas, outras

formas de encarar a realidade, fazendo com que os alunos passem a refletir mais sobre a

própria cultura, ampliando sua capacidade de analisar o seu entorno social com maior

profundidade, tendo condições de estabelecer vínculos, semelhanças e contrastes entre a

sua forma de ser, agir, pensar e sentir e a de outros povos, enriquecendo a sua formação.

Uma importante contribuição da Língua Estrangeira Moderna é, assim, auxiliar a

compreensão de informações políticas e sociais que dependem da leitura crítica e

interpretação de informações divulgadas pelos diversos meios de comunicação. A L.E.M.

permite ampliar a compreensão das culturas estrangeiras e da própria cultura e promover

também a compreensão das diferenças: de expressão, de comportamento. No currículo,

pode desempenhar uma função interdisciplinar, com processo de reflexão sobre a

realidade social, política e econômica, e, portanto, como parte da construção da

cidadania.

Assim, a aprendizagem deve representar para o aluno a possibilidade de usar a

língua para obter acesso ao conhecimento nas diversas áreas da ciência, nos meios de

comunicação, nas relações entre as pessoas de várias nacionalidades e no uso das

tecnologias.

O ensino da Língua Estrangeira Moderna tem, assim, um papel importante na

formação global dos alunos jovens e adultos, por contribuir para o desenvolvimento da

cidadania e participação social, tendo em vista que, para a inclusão social, é necessário

ampliar a compreensão do mundo em que se vive (o contexto regional mais próximo em

relação ao contexto mundial), para poder refletir sobre ele e nele intervir. A aprendizagem

de L.E.M. é, portanto, necessária como instrumento de compreensão do mundo, de

inclusão social e valorização pessoal. Por meio de uma L.E.M., ampliam-se as

possibilidades de conhecimento de outra(s) cultura(s) e, com isso, desenvolvimento de

um olhar crítico a respeito da cultura brasileira, reconhecendo nela seus valores e sua

diversidade.

O ensino de uma língua estrangeira contribui para o desenvolvimento lingüístico

dos educandos e pode ajudá-los no desenvolvimento da leitura e da escrita, bem como no

entendimento das estruturas lingüísticas e discursivas, também na língua materna. Para a

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aprendizagem de novos conhecimentos, o professor deve valorizar os conhecimentos

anteriores dos alunos, pois é a partir daí que poderão construir as concepções mais

elaboradas, sistematizadas pelo trabalho escolar.

Especificamente no contexto de EJA, o ensino de L.E.M. poderá contribuir para o

desenvolvimento de possibilidades de ascensão profissional, de opções de lazer, de

interesse pela leitura e pela escrita; além de ser um espaço que contribuirá para o

desenvolvimento da percepção da escola como um local que auxiliará o aluno na

constituição de sua identidade.

Em relação à contribuição profissional, a Língua Estrangeira Moderna poderá servir

como auxílio tanto no tocante ao alcance de conhecimentos disponibilizados apenas em

outras línguas, como no desenvolvimento de instrumentos linguísticos para atuar em

situações como entrevistas de emprego, leitura de classificados e manuais, escrita de

currículos e relatórios, dentre outros tipos de textos que, trabalhados em L.E.M. poderão

também contribuir para o desenvolvimento da própria língua materna – o português. No

tocante às oportunidades e alternativas de lazer, a L.E.M. contribuirá com a possibilidade

de maior abrangência de situações. Poderá proporcionar aos educandos uma perspectiva

de leitura mais crítica de livros, jornais e revistas, além de permitir maior compreensão de

filmes, telejornais, documentários, entrevistas, novelas, entre outros. Além disso, tornará

possível um maior entendimento do universo estético, abrindo espaço para a leitura de

diferentes obras. É importante salientar que não é condição necessária que o aluno tenha

acesso às obras na L.E.M., mas tenha a chance de desenvolver essa possibilidade na

língua estrangeira e esse conhecimento em língua portuguesa.

Quanto ao interesse pela leitura e escrita, o ensino de L.E.M. poderá desenvolver

esta proposta através de textos na língua estrangeira que sejam compatíveis com os

interesses e necessidades dos alunos. Assim, textos de jornal e revista de grande

circulação, educativos e científicos, de livros, poderão servir de base para leituras críticas

da realidade, ao mesmo tempo em que servirão de insumo para a escrita de novos textos

pelos educandos. Também será possível o desenvolvimento de textos dirigidos a

necessidades específicas como curriculum vitae, relatórios de atividades, pequenas

mensagens, dentre outros.

Quanto à percepção da escola como espaço para constituição de sua identidade, o

trabalho na aula de L.E.M. poderá permitir ao aluno perceber-se como integrante de uma

comunidade de linguagem. A perspectiva de ensino-aprendizagem da língua estrangeira,

voltada para o uso de linguagem em contextos comunicativos, poderá servir de base para

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atividades de sala de aula voltadas para a participação do aluno com contribuições de seu

dia-a-dia, com apoio/auxílio/participação na construção do conhecimento do outro, com

questionamentos sobre a importância do que está aprendendo para sua vida, sua ação

mais informada no mundo.

A partir da abordagem de linguagem desenvolvida de forma contextualizada e

autêntica, será possível aos alunos perceberem suas atuações no mundo através do

discurso.

A forma como entendem os textos lidos ou ouvidos, a forma como os produzem, o

efeito dessas práticas na sua participação num contexto social e crítico mais amplo será

de fundamental importância para seu desenvolvimento como cidadão atuante. De forma

semelhante, ao trabalhar com os temas transversais nas práticas de sala de aula (aqui

entendidas tanto com relação ao conteúdo escolhido, como em relação às próprias ações

e atitudes tomadas por alunos e professores em sala de aula e no dia-a-dia), os alunos

poderão ter um espaço para a percepção de formas de agir no mundo preocupado com

questões ligadas à participação efetiva dos cidadãos em uma sociedade. Pelas

discussões sobre esses temas, novas formas de entender o mundo poderão ser

construídas. Essa forma de entender o ensino de L.E.M. na EJA permitirá a percepção da

escola como um espaço para a construção de novas perspectivas entre si mesmo. Os

alunos terão a chance de participar da constituição conjunta do conhecimento, usando

sua história como fonte e objetivo de aprendizagem.

A nova dimensão dada ao papel do professor oferecerá aos alunos de EJA uma

perspectiva diferenciada sobre como o poder pode ser utilizado. No papel de mediador do

conhecimento, o professor servirá de exemplo de como usar o poder institucional, de

forma que todos tenham chances e responsabilidades de ação em sala de aula. Uma

perspectiva de questionamento e de co-participação poderá ser desenvolvida, o que

servirá de base para a construção de novas formas de agir em situações do dia-a-dia,

principalmente profissional.

OBJETIVOS DA DISCIPLINA DE L.E.M.

Segundo as Diretrizes Curriculares, a Língua Estrangeira Moderna tem como

conteúdo estruturante o discurso enquanto prática social, sendo assim, o professor

deverá embasar as práticas de leitura, oralidade e escrita nos mais diversos gêneros

textuais, verbais e não-verbais.

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Esse trabalho utilizará atividades diversificadas, que priorizem o entendimento da

função e estrutura do texto em estudo, para só depois trabalhar os aspectos gramaticais

que o compõem. Assim, o ensino deixará “de priorizar a gramática para trabalhar com o

texto, sem, no entanto, abandoná-la.” (DCE, 2009, p.63)

No que diz respeito à prática de oralidade, o professor deverá expor os alunos a

textos orais e/ou escritos com o intuito de levá-los a expressar ideias em Língua

Estrangeira Moderna, mesmo que com limitações, e ainda possibilitar que exercitem sons

e pronúncias desta língua. Com esse intuito, o professor pode direcionar debates orais,

seminários, dramatizações, júri simulado, declamações, entrevistas, etc.

Com relação à escrita, deverão ser apresentadas atividades de produção de texto

que assumam o papel significativo para o aluno. Para que isso ocorra, o professor

precisará esclarecer qual o objetivo da produção, para quem se escreve, quais as

situações reais de uso do gênero textual em questão, ou seja, qualquer produção deve ter

sempre um objetivo claro, pré-determinado.

No trabalho com a leitura, as atividades desenvolvidas devem possibilitar ao aluno

um novo modo de ver a realidade; a leitura deverá ir além daquela compreensiva, linear,

para trazer-lhe um “novo modo de ver a realidade” (DCE, 2009, p. 66).

É importante ressaltar que os trabalhos com os aspectos gramaticais não serão

abandonados, no entanto passarão a ser vistos pela ótica da análise linguística, que não

considera a gramática fora do texto.

Em seu trabalho com as práticas discursivas acima, o professor fará uso de livros

didáticos e paradidáticos, dicionários, revistas, jornais, vídeos, internet, DVD, CD, TV

multimídia, jogos, etc. que servirão para ampliar o contato e a interação com a língua e a

cultura.

Considerando a flexibilidade dada pelo trabalho com os gêneros textuais, serão

trabalhados ainda temas como cultura afro-brasileira, cultura indígena, sexualidade,

drogas, meio ambiente, entre outros que possibilitem o estímulo do pensamento crítico do

aluno.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

Alfabeto

Conteúdo específico

Letras; Nomes; Palavras; Frases.

Objetivos

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Apresentar uma visão geral sobre o alfabeto enfatizando as letras menos utilizadas na

língua materna, bem como a sua utilização em nomes de pessoas, palavras do cotidiano

e frases mais conhecidas; Uso do dicionário com identificação de nomenclatura.

Gramática

Conteúdo específico

Cumprimentos; Meses; Dias da semana; Cores; Família; Casa; Escola; Alimentos;

Bebidas; Animais; Parques; Natureza; Cidade; Corpo humano; Saúde; Roupas;

Transportes; Clima; Pontos cardeais; Esportes; Formas geométricas; Lojas; Cinema,

televisão e música; Profissões; Países e nacionalidades; Feriados e datas

comemorativas.

Objetivos

Identificar as palavras em língua estrangeira, para que o educando possa se apresentar,

bem como, conhecer as palavras inseridas em seu cotidiano; Trabalhar junto ao aluno as

diferenças de pronúncias existentes entre a língua materna e estrangeira; Fazer com que

o aluno exercite a escrita para desenvolver o hábito e conhecimento das palavras e

termos; Espera-se que o educando compreenda o vocabulário apresentado, consiga

utilizar de maneira correta a gramática e conheça a cultura, culinária e os hábitos de

outros povos.

Números

Conteúdo específico

Números ordinais e cardinais; Expressões matemáticas; Datas; Horas.

Objetivos

Reconhecer os numerais; Entender e esclarecer os números nas expressões

matemáticas e resolvê-las; Organizar datas de acordo com os números ordinais; Escrever

e ler as horas em outra língua.

Verbos

Conteúdo específico

Verbo To Be; Verbos no passado; Verbos auxiliares; Contrações; Verbos mais utilizados.

Objetivos

Comparar e compreender os verbos mais utilizados; Conjugar os verbos nos tempos

passado, presente e futuro; Realizar exercícios gramaticais referentes à question-tags.

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Estrutura Linguística

Conteúdo específico

Pronomes pessoais, demonstrativos, de tratamento e interrogativos; Artigos definidos e

indefinidos; Preposições; Adjetivos; Gênero dos substantivos; Plural; Advérbios.

Objetivos

Trabalhar junto ao aluno as pronúncias das palavras; Fazer com que o aluno exercite a

escrita para desenvolver o hábito e conhecimento das palavras; Utilizar de maneira

correta e aplicação da estrutura linguística em frases e textos.

AVALIAÇÃO

Ao propor reflexões sobre as práticas avaliativas, objetiva-se favorecer o processo

de ensino e de aprendizagem, ou seja, nortear o trabalho do professor bem como

propiciar que o aluno tenha uma dimensão do ponto em que se encontra no percurso

pedagógico.

Conforme analisa Luckesi (2005, p. 166):

A avaliação da aprendizagem necessita, para cumprir o seu

verdadeiro significado, assumir a função de subsidiar a

construção da aprendizagem bem sucedida. A condição

necessária para que isso aconteça de que a avaliação deixe

de ser utilizada como um recurso de autoridade, que decide

sobre os destinos do educando, e assuma o papel de auxiliar

o crescimento.

Essa concepção se sobrepõe ao caráter eventualmente punitivo e de controle, e do

lugar a um instrumento que oriente intervenções pedagógicas para além do conteúdo

trabalhado, de forma que os objetivos de ensino explicitados neste planejamento sejam

alcançados.

A avaliação da aprendizagem em Língua Estrangeira Moderna deve superar a

concepção de mero instrumento de mediação da apreensão de conteúdos, visto que se

configura como processual e, como tal, objetiva subsidiar discussões acerca das

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dificuldades e avanços dos alunos, a partir de suas produções. De fato, o envolvimento

dos alunos na construção do significado nas práticas discursivas será a base para o

planejamento das avaliações de aprendizagem.

Trabalhar o texto somente na sua linearidade é um hábito nas práticas escolares.

Por isso, romper com a linearidade do texto tem sido uma das principais preocupações

desta proposta de ensino-aprendizagem de L.E.M. Portanto, na avaliação esta orientação

também deve ser considerada. Caberá ao professor observar a participação dos alunos e

considerar que o engajamento discursivo na sala de aula se faz pela interação verbal, a

partir dos textos, e de diferentes formas: entre os alunos e o professor; entre os alunos na

turma; na interação com o material didático; nas conversas em língua materna e língua

estrangeira; no próprio uso da língua, que funciona como recurso cognitivo ao promover o

desenvolvimento de ideias (Vygotsky, 1989).

Ser ativo, neste caso, significa produzir sentidos na leitura dos textos, tais como:

interferir, servindo-se dos conhecimentos prévios; levantar hipóteses a respeito da

organização textual; perceber a intencionalidade etc. Não se trata, portanto, de testar

conhecimentos linguísticos discursivos de um texto – gramaticais, de gêneros textuais,

entre outros -, mas sim verificar a construção dos significados na interação com textos e

nas produções textuais dos alunos, tendo em vista que vários significados são possíveis e

válidos, desde que apropriadamente justificados.

A participação dos alunos no decorrer da aprendizagem e da avaliação, a

negociação sobre o que seria mais representativo no caminho percorrido e a consciência

sobre as etapas vencidas representam ganhos inegáveis ao trabalho docente.

Na EJA, a avaliação de determinada produção em Língua Estrangeira Moderna

considera o erro como efeito da própria prática, ou seja, como resultado do processo de

aquisição de uma nova língua. Portanto, o erro deve ser interpretado como um passo para

que a aprendizagem se efetive e não com um entrave no processo que não é linear, não

acontece da mesma forma e ao mesmo tempo para diferentes pessoas.

Uma vez que é sujeito da aprendizagem, o aluno deve ter seu esforço reconhecido

por meio de ações, tais como: um retorno sobre seu desempenho e o entendimento do

erro como integrante da aprendizagem. Assim, tanto o professor quanto os alunos

poderão acompanhar o percurso desenvolvido até então e identificar dificuldades, bem

como planejar e propor outros encaminhamentos que busquem superá-las.

A explicitação dos propósitos da avaliação e do uso de seus resultados pode

favorecer atitudes menos resistentes ao aprendizado de Língua Estrangeira Moderna e

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permitir que a comunidade, não apenas escolar, reconheça o valor desse conhecimento.

Embora essas considerações evidenciem a avaliação processual, é importante considerar

também as avaliações de outras naturezas: diagnóstica e formativa, desde que se

articulem com os objetivos específicos e conteúdos definidos a partir das concepções e

encaminhamentos metodológicos das Diretrizes Curriculares, de modo que sejam

respeitadas as diferenças individuais e escolares.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ensino de inglês na escola pública. Pelotas: Educat, 2005.

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BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.

Parâmetros curriculares nacionais – ensino fundamental: língua estrangeira.

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BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.

Parâmetros curriculares nacionais – ensino médio: língua estrangeira. Brasília:

MEC/SEF, 1999.

BRASIL. Ministério da Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares

nacionais, códigos e suas tecnologias. Língua estrangeira moderna. Brasília: MEC,

1999 p. 49-63.

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CHAVES, Carla. O ensino de inglês como língua estrangeira na educação infantil:

para inglês ver ou para valer? 2004.26 p. Monografia (curso em Especialização em

Educação Infantil). Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro,

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GIMENEZ, T. Inovação educacional e o ensino de línguas estrangeiras modernas: o

caso do Paraná. Revista Signum, v. 2, p. 169-183, 1999.

LAJOLO, Maria. Livro didático: um (quase) manual de usuário. Brasília: 1996.

LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995.

OLIVEIRA, Luiz Eduardo Menezes. A historiografia Brasileira da Literatura Inglesa:

uma história do ensino de inglês no Brasil (1809-1951). Dissertação (Mestrado em

teoria literária). Campinas: Faculdade de letras, Universidade Estadual de Campinas,

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VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989a.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989b.

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7.2 DISCIPLINA DE CIÊNCIAS

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A disciplina de Ciências tem como objetivo de estudo o conhecimento científico que

resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista científico, entende - se por

Natureza o conjunto de elementos integradores que constitui o Universo em toda sua

complexidade. Ao homem cabe interpretar racionalmente os fenômenos observados na

Natureza, resultantes das relações entre elementos fundamentais como tempo, espaço,

matéria, movimento, força, campo, energia e vida.

A Natureza legitima, então, os objetos de estudo das ciências naturais e da

disciplina de Ciências. Denominar uma determinada ciência natural é uma maneira de

enunciar tal forma de legitimação (LOPES, 2007) Chauí (2005) corrobora tal afirmação ao

lembrar que no século XIX, sob influência dos filósofos franceses e alemães, dividiu - se o

conhecimento científico a partir de critérios como: tipo de objeto estudado, tipo de método

empregado e tipo de resultado obtido. Assim,as chamadas ciências naturais passaram a

ser tomadas como um saber distinto das ciências matemáticas, das ciências sociais e das

ciências aplicadas, vem como dos conhecimentos filosóficos e do saber cotidiano.

As relações entre os seres humanos com os demais seres vivos e com a Natureza

ocorrem pela busca de condições favoráveis de sobrevivência. Contudo, a interferência

do Homem sobre a Natureza possibilita incorporar experiências, técnicas, conhecimentos

e valores produzidos na coletividade e transmitidos culturalmente. Sendo assim, a cultura,

o trabalho e o processo educacional asseguram a elaboração e a circulação do

conhecimento, estabelecem novas formas de pensar, de dominar a Natureza, de

compreendê - la e se apropriar dos seus recursos.

A ciência é uma atividade humana complexa, histórica e coletivamente construída,

que influência a sofre influência de questões sociais, tecnológicas, culturais, éticas e

políticas (KNELLER, 1980; ANDERY et al., 1998).

Uma opção para conceituar ciência é considerá - la

(…) um conjunto de descrições, interpretações, teorias, leis, modelos, etc, visando ao

conhecimento de uma parcela da realidade, em contínua ampliação e renovação, que

resulta da aplicação deliberada de uma metodologia especial (metodologia científica)

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(FREIRE MAIA 2000, P.24)

A ciência não revela a verdade, mas propõe modelos explicativos construídos a

partir da aplicabilidade de método(s) científico(s): De acordo com Kneller (1980) e Fourez

(1995), modelos científicos são construções humanas que permitem interpretações a

respeito de fenômenos resultantes das relações entre os elementos fundamentais que

compõe a Natureza. Muitas vezes esses modelos são utilizados como paradigmas, leis e

teorias.

Diante da complexidade dos fenômenos naturais, os modelos são incapazes de

uma descrição de sua universidade, tendo em vista “que é impossível, mesmo ao mais

completo cientista, dominar todo o conhecimento no âmbito de uma única especialidade”.

Nesse sentido, refletir sobre a ciência implica considerá - la como uma construção

coletiva produzida por grupos de pesquisadores e instruções num determinado contexto

histórico, em cenário sócio-econômico, tecnológico, cultural, religioso, ético e político,

evitando creditar seus resultados a supostos “cientistas geniais”. “[...] para concretizar

este discurso sobre a Ciência”.

Sobre a geração espontânea da vida. Novas pesquisas permitiram o entendimento

de uma unidade da qual se pudesse originar a imensa diversidade de seres vivos. A

evolução tecnológica de microscópios com maior capacidade de resolução possibilitou

observações mais detalhadas dos tecidos animais e vegetais, o que permitiu a proposição

da teoria celular, pela qual todos os seres vivos são formados por células.

Com relação à geração espontânea, estudos levaram ao entendimento de que

novos seres vivos não surgiram de matéria em decomposição, com acreditavam alguns

naturalistas do período pré-científico, ms sim por geração a partir de ovos, com os

resultados das investigações sobre insetos. Nesse momento histórico, os conhecimentos

químicos possibilitaram compreender que não era apropriadamente o ar que provoca o

processo de putrefação, mas algo que estava presente no ar e que poderia ser destruído

pelo aquecimento.

Investigação sobre a geração espontânea associada ao processo de putrefação

foram retomadas por outros estudiosos, como Pasteur (1822-1895) que enfrentaram a

difícil aceitação de que micro-organismos se desenvolviam em matéria não - viva e não

eram advindos da geração espontânea, como se pensava. Algumas experiências,

incluindo as de Pasteur, possibilitaram levantar hipóteses sobre a existência de micro-

organismos mais resistentes às altas temperaturas e sobre o contato com micro-

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organismos provenientes do ar.

Além dos conhecimentos produzidos a partir das pesquisas sobre a constituição da

matéria, desenvolveram – se estudos sobre a transformação e a conservação dessa

matéria na Natureza. Tais estudos, associados aos conhecimentos relativos à lei da

conservação da energia, contribuíram para o atendimento de que na Natureza ocorrem

ciclos de energia, o que se contrapôs à destruição e estabeleceu modelos de

transformação de energia na Natureza. Os procedimentos de transformação e

conservação, tanto de matéria quanto de energia, possibilitaram, então, a construção de

modelos sobre a Natureza que se aproximavam das investigações sobre o fenômeno vida

sob uma perspectiva mecanicista.

Nesse mesmo contexto, a mecânica clássica e o modelo “newtoniano – cartesiano”

influenciaram fortemente o pensamento científico que se apropriou das “verdades”

mecanicistas para explicar o funcionamento dos seres vivos, a dinâmica da natureza, o

movimento dos corpos celestes e os fenômenos ligados à gravitação.

Assim, os conhecimentos da Física eram tomados como referência de verdade

para as demais. Houve, então, uma tentativa de aplicar os princípios de mecânica

newtoniana às ciências humanas e sociais, numa apologia à seguinte afirmação:

“ A Natureza e as leis da Natureza estavam ocultas na noite. Deus disse: Seja

Newton! E tudo fez – se luz”! ( PONCZEK, 2002, P. 128 ).

O período do estado científico foi marcado, também, por publicação de cunho

científico não – literários, como linguagem menos apropriada à divulgação, voltadas a

uma elite intelectual que as acessava por meio dos cursos universirários.

Estado do novo espírito científico

Gaston Bachelard promoveu, com a publicação de suas obras, um deslocamento

da noção de verdade instituída pela ciência clássica, ao considerar o ano de 1995 e a

Teoria da Relatividade como o início de um período em que valores absolutos da

mecânica clássica a respeito do espaço, do tempo e da massa, perderam o caráter de

verdade absoluta, revolucionando as ciências físicas, e por consequência, as demais

ciências da natureza.

É possível selecionar alguns aspectos da ciência do século XX e traçar seu

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desenvolvimento ( … ). Os prodigiosos desenvolvimentos que se realizaram na biologia,

cobrindo a fisiologia humana e animal, a hereditariedade e a evolução, e que também

conduziram à nova disciplina da biologia molecular, campo em que a física, a química e a

teoria genética se uniram de um modo que é, sem dúvida, de maior significação

( RONAN, 1997d, p.78 ).

O estado do novo espírito científico configura – se também como um período

fortemente marcado pela aceleração da produção científica e a necessidade de

divulgação, em que a tecnologia influenciou e sofreu influência dos avanços científicos.

Segundo Sevcenko ( 2001 ), mais de oitenta por cento dos avanços científicos ocorreram

nos últimos cem anos, destes, mais de dois terços após a Segunda Guerra Mundial.

Ainda cerca de setenta por cento de todos os cientistas, engenheiros, técnicos e

pesquisadores desde o inicio da ciência ainda estão vivos, continuam a contribuir com

pesquisas e produzir conhecimento científico.

Ressalta – se que, se o ensino de Ciências na atualidade representasse a

superação dos estados pré – científicos, na mesma expressividade em que ocorre na

atividade científica e tecnológica, o processo de produção do conhecimento cientifico

seria mais bem vivenciado no âmbito escolar, possibilitando discussões acerca de como a

ciência realmente funciona ( DURANT, 2002 ).

O ENSINO DE CIÊNCIAS NO BRASIL

Segundo Marandino ( 2005 ), o processo de socialização conhecimento cientifico

caracteriza – se por grandes desafios e embates, principalmente no que se refere à

polêmica estabelecida a respeito dos objetivos do ensino de Ciências. As necessidades

de uma cultura cientifica a um público cada vez mais amplo, como instrumento de

cidadania, se contrapõe ao perigo de que a divulgação cientifica possa assumir o papel

“manter status daqueles envolvidos na produção do conhecimento, ou mesmo que a

complexidade da ciência impossibilitaria seu domínio pelo público não – iniciado”

( MARANDINO, 2005, P. 162 ).

O ensino de Ciências, no Brasil, foi influenciado pelas relações de poder que se

estabeleceram entre as instituições de produção cientifica, pelo papel reservado à

educação na socialização desse conhecimento e no conflito de interesses entre antigas e

recentes profissões, “frutos das novas relações de trabalho que se originaram nas

sociedades contemporâneas, centradas na informação e no consumo” ( MARANDINO,

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2005, p. 162 ).

Os museus de história natural, juntamente com outras antigas instituições como

universidades e os institutos de pesquisa, contribuíram para a consolidação e

institucionalização das Ciências ao longo do século XIX. O Museu Nacional do Rio de

Janeiro e, depois, o conjunto dos museus brasileiros contribuíram tanto no que diz

respeito à produção do conhecimento científico quanto no ensino de Ciências.

Esses loci institucionais, especificamente com o fim de armazenar coleções e

permitir o desenvolvimento dos estudos taxonômicos e sistemáticos, testemunharam que

não só existiu atividade cientifica no Brasil no Brasil no século XIX, no âmbito das

ciências naturais, como também a quantidade e a continuidade de suas manifestações

superaram as expectativas ( LOPES, 1997, p. 323 )

Na Primeira República ( 1889 – 1930 ), as poucas instituições escolares que

existiam nas cidades, frequentadas pelos filhos da elite, contratavam professores

estrangeiros dedicados a ensinar conhecimento cientifico em caráter formativa. Aos filhos

da classe trabalhadora, principalmente agricultores, era destinado um ensino em que os

professores não tinham formação especializada, trabalhavam em várias escolas e

ensinavam conhecimento cientifico sob caráter informativo ( GHIRALDELLI JR., 1991 ).

Então, o mesmo conhecimento produzido pela pesquisa cientifica era organizado,

selecionado e socializado de formas diferenciadas. Porém, a organização curricular em

disciplinas tem sido prática hegemônica na história do currículo ( MACEDO e LOPES,

2002 ).

Desde os estudiosos de química e física do iluminismo, herdeiro dos filósofos que

tentaram explicar os fenômenos naturais do novo mundo, passando pelos pioneiros do

campo da medicina, todos contribuíram no desenvolvimento de campos de saber que

acabaram reunidos, na escola, sob o nome de ciências, ciências físicas e biológicas,

ciências da vida, ou ciências naturais. ( FERNANDES, 2005, p. 04 ).

No entanto, o ensino de ciências na escola não pode ser reduzido a integração de

campos de referência como a Biologia, a Física, a Química, a Geologia, a Astronomia,

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entre outras. A consolidação desta disciplina vai além e aponta para “questões que

ultrapassam os campos de saber cientifico e do saber acadêmico, cruzando fins

educacionais e fins sociais”. ( MACEDO e LOPES, 202, P. 84 ), de modo a possibilitar ao

educando a compreensão dos conhecimentos científicos que resultam da investigação da

Natureza, em um contexto histórico social, tecnológico, cultural e político.

Encaminhamento metodológico

Os adultos estudantes do Ensino Fundamental de modo geral, se enquadram em

dóli perfis: os que buscam confortavelmente a este espaço e os mais jovens que

conhecem bem o ambiente onde estão inseridos. Para atender satisfatoriamente à

demanda de ambos os grupos o professor precisa utilizar estratégias eficazes, pois

ensinar Ciências de forma atrativa para os alunos na formação de jovens e adultos é um

grande desafio. Quando o ( a ) professor ( a ) não consegue atender a estas condições

satisfatoriamente, depara – se com problemas, como altas taxas de evasão, frutos de

fatores como uso de material didático inadequado para a faixa etária, conteúdos sem

significado e emprego de metodologias infantilizadas que dificultarão ainda mais o

processo ensino – aprendizagem.

O ensino de ciências propõe uma prática pedagógica que leve à integração dos

conceitos científicos e valorize o pluralismo metodológico.

Para isso é necessário que os conteúdos específicos de ciências sejam entendidos

em sua complexidade de relações conceituais, não dissociados em áreas de

conhecimento físico, químico e biológico, estabeleçam relações interdisciplinares e sejam

abordados a partir dos contextos tecnológico, social, cultural, ético e político que os

envolvem.

A história da ciência é fundamental para o professor de cientifica. Transmite aos

seus alunos os conteúdos ( resultados ) dessa ciência, mas também ( consciente ou

inconsciente ) uma concepção sobre o que é ciência. Ora, o conhecimento sobre a

natureza da pesquisa cientifica só pode ser adquirido de duas formas: ou pela prática da

pesquisa e contato com cientistas ( isto é, pela vivência direta ou pelo estudo da história

da Ciência ( Martins,1990, p. 04 ).

Considera – se que a história da ciência contribui para a melhoria do ensino de

ciências porque propicia melhor integração dos conceitos científicos escolares,

prioritariamente sob duas perspectivas: como conteúdo específico em si mesmo e como

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fonte de estudo que permite ao professor compreender melhor os conceitos científicos,

assim enriquecendo suas estratégias de ensino ( Bastos, 1998 ).

Porém, deve – se ter cautela em relação às fontes bibliográficas no que se refere a

história da ciência, principalmente a livros didáticos, pois estes apresentam problemas

que precisam ser superados como: erros conceituais grosseiros, abordagens que ignoram

as relações entre o processo de produção de conhecimento e se fosse de descobertas

fabulosas realizadas por cientistas geniais, menosprezo pelos debates corridos no

passado e o conhecimento científico apresentado como verdade absoluta e imutável

( Bastos, 1998 ).

O professor de ciências, ao optar pelo uso de documentos, textos, imagens e

registros da história da ciência como recurso pedagógico, esta contribuindo para sua

própria formação científica, além de propiciar melhorias na abordagem do conteúdo

específico pois sem a história da ciência perde- s se a fundamentação dos fatos e

argumentos efetivamente observados, propostos e discutidos em certas épocas. “Ensinar

um resultado sem a fundamentação é simplesmente doutrinar e não ensinar ciência”

( Martins, 1990, p. 04 ).

Outro aspecto importante no ensino de ciências é a divulgação cientifica que

consiste em servir de alternativa para cobrir a defasagem entre o conhecimento cientifico

e o conhecimento cientifico escolar, permitindo a veiculação em linguagem acessível do

conhecimento que é produzido pela ciência e dos métodos empregados nessa produção.

O professor, ao optar pelo uso didático de materiais de divulgação cientifica como

revistas, jornais, documentários, visitas a museus e centros de ciências, entre outros,

precisa considerar que este tipo de material não foi produzido para ser utilizado em sala

de aula e, por isso, requer uma adequação didática.

Quando o professor utilizar um documentário que se relacione com um conteúdo

específico da disciplina, o conteúdo do filme deverá ser articulado com o conteúdo

específico abordado e os processos cognitivos a serem desenvolvidos pelos alunos, por

meio de análise, reflexão, problematização, etc. Na utilização de um texto de divulgação

cientifica, por exemplo, o professor precisa identificar os conceitos e/ou informações mais

significativas, fazer recortes e inserções, além de estabelecer relações conceituais,

interdisciplinares e contextuais.

As atividades experimentais estão presentes no ensino de ciências e são

estratégias de ensino fundamentais, pois contribuem para a superação de obstáculos na

aprendizagem de conceitos científicos, não somente por propiciar interpretações,

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discussões e confrontos de ideias entre os estudantes, mas também pela natureza

investigativa.

Entende – se por atividade experimental toda atividade prática cujo objetivo inicial é

a observação seguida da demonstração ou da manipulação, utilizando – se de recursos

como vidrarias, reagentes, instrumentos e equipamentos ou de materiais alternativos, a

depender do tipo de atividade e do espaço pedagógico planejado para a sua realização.

As atividades experimentais possibilitam ao professor criar dúvidas, problematizar o

conteúdo que pretende ensinar e contribuir para que o estudante construa suas hipóteses.

Como agente do processo ensino – aprendizagem e mediador do trabalho

pedagógico, o professor deve dominar os conceitos apresentados na atividade

experimental além de saber manipular equipamentos e reagentes.

As atividades experimentais devem ser tão somente estratégias de ensino que

permitam o estudante refletir sobre o conteúdo em estudo e os contextos que o envolvam.

É necessário deixar bem explicito para os alunos da EJA, no ensino de ciências

que um fenômeno cientifico pode ser investigado através da indução, dedução, acaso e

seguindo – se as etapas clássicas do método: proposição de um problema, observação

de um fenômeno, reformulação de hipóteses para explicá – la, experimentação,

conclusão, confirmação ou refutação das hipóteses, formulação de teorias e leis

universais. Como também é possível não seguir método nenhum para compreender e

controlar um fenômeno cientifico.

O crescimento cognitivo do aluno se dá pela capacidade de formular hipóteses e

testá – las empiricamente.

Para atingir os objetivos propostas na área de ciências e sociedade o docente deve

respeitar o contexto cultural do corpo sem dar um tom romântico aos fenômenos

científicos, ter disponível um laboratório básico de ciências que ofereça segurança na

realização das experiências, planejamento e estar compromissado com a formação da

consciência ética e cientifica.

Ensinar ciências através da história do método científico possibilita dialogar com

outras disciplinas: História Geral, Filosofia, Sociologia e Matemática. Desta forma soma –

se conhecimento.

Métodos de Ensino

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É importante levar os alunos da EJA a compreensão das ciências naturais,

combatendo problema de aprendizagem como falta de atenção, desmotivação, baixo

rendimento e, também tornando as tarefas didáticas mais fáceis pela significação dos

conteúdos.

No desenvolvimento do ensino de ciências utilizam – se recursos didáticos

desenvolvidos com base na combinação de técnicas de leituras, observações,

experimentações, registro de coletas de dados, comparação de teorias, pesquisas,

discussão de fatos e informações e posteriores produções escritas, destacando a

importância de conduzir o aluno a perceber etapas e que ele é o sujeito desta

aprendizagem.

A metodologia no ensino de ciências para o aluno da EJA é importante a

articulação entre teori – prática no processo ensino – aprendizagem, utilizando – se de

recursos alternativos específicos, deixar que cada aluno contribua com a aula é

fundamental para o sucesso das atividades desenvolvidas. Essa união de informações

teóricas com experiência de vida, fazendo a devida valorização de sua ( s ) sabedoria ( s )

e estabelecendo analogias e ligações com a realidade do educando é o fio condutor do

processo ensino – aprendizagem ajudando a romper o desconforto de quem está

aprendendo tardiamente.

Objetivo da disciplina de ciências

– Capacitar o educando a realizar hipóteses para explicar fenômenos inerentes ao

cotidiano do aluno e a luz do conhecimento cientifico: buscar o entendimento do

entendimento, numa cadeia de significantes e significados que não tem fim.

– Identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e

condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução.

– Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de

elementos das ciências naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e

atitudes no aprendizado escolar.

– Saber combinar leituras, observações, experimentações, registros, etc, para coleta,

organização, comunicação e discussão de fatos e informações.

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– Valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a

construção coletiva do conhecimento.

– Compreender a saúde como bem individual e comum que deve ser promovido pela

ação coletiva.

– Compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas,

distinguindo usos corretos e necessários daqueles prejudiciais ao equilíbrio da

natureza e ao homem.

Conteúdo estruturante

– Astronomia

– Conteúdo especifico: universo, sistema solar, movimentos celestes e terrestres,

astros, origem e evolução do universo, gravitação universal, viagens espaciais.

Objetivos dos conteúdos:

• Discutir os fundamentos da astronomia em função dos princípios físicos.

• Dar visão geral da astronomia enfatizando em cada tópico os conhecimentos

existentes e os problemas em aberto.

• Apresentar uma visão geral, sobre modelos da origem e formação do sistema

solar.

• Provocar a compreensão da história da ciência através do desenvolvimento das

concepções do mundo, desde a antiguidade até os tempos atuais.

• Fazer com que os alunos compreendam e esclareçam todos os efeitos

tecnológicos, filosóficos e científicos que a exploração espacial trouxe à vida do

homem moderno.

Conteúdo estruturante

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– Matéria

– Constituição da matéria: extensão, divisibilidade, compressibilidade,

impenetrabilidade, elasticidade.

– Propriedades da matéria: forma, cor brilho sabor, estados físicos matéria: fusão,

vaporização, evaporação, ebulição, calefação, liquefação, solidificação, sublimação

e ressublimação. Quinto estado da matéria: estado de plasma

Objetivos dos conteúdos

• Descrever algumas substâncias utilizadas no cotidiano, na medicina, na agricultura,

etc, e entender sua importância para a sociedade.

• Ilustrar fenômenos físicos e químicos com exemplos do cotidiano.

• Reconhecer algumas propriedades apresentadas pelos materiais que nos cercam e

citar algumas delas que possam caracterizar substâncias de seu cotidiano.

• Citar as mudanças de estado que a matéria pode sofrer.

• Caracterizar os estados sólidos, líquido e gasosos e incluir materiais do cotidiano

entre essas classes.

• Comparar as formas de vaporização: evaporação e ebulição.

Conteúdo estruturante:

– Sistemas biológicos

– Níveis de organização: átomo, molécula, célula, órgão, sistema, organismo,

população, comunidade, ecossistema, biosfera.

– Célula: citologia, histórico celular, organização celular, organelas citoplasmáticas.

– Morfologia e fisiologia dos seres vivos: características dos seres vivos, sisiologia

dos animais e plantas.

– Mecanismos de herança genética: hereditariedade, importância da genética,

organismos transgênicos, conceitos de genética.

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Objetivos dos conteúdos:

• Discutir sobre os sistemas tegumentar ( pele e seus anexos, pelos, unhas e

glândulas ).

• Apresentar sistema esquelético ( tecido cartilaginoso e tecido ósseo ), partes do

esqueleto ( cabeça, tronco, membros e cintura articulares ).

• descrever o sistema muscular esquelético ( fibra muscular estriada e esquelética –

teoria sobre contração muscular ).

• Sistema de nutrição, reconhecer os nutrientes energéticos ( glicídios e lipídios ) e

plásticos ( proteínas ), sais minerais, vitaminas e água.

• Reconhecer as necessidades nutricionais humanas ( dieta protetora e dieta

balanceada ).

• Entender e esclarecer a digestão humana, trajeto do alimento pelo tubo digestivo a

química da digestão.

Conteúdo estruturante

– Energia

– Conversão de energia: energia, conservação de energia, transformação de energia

( máquinas ).

– Formas de energia; energia luminosa, energia térmica, energia elétrica, energia

química, energia sonora, energia magnética, energia nuclear.

– Transmissão de energia: energia potencial, energia cinética, energia gravitacional.

Objetivos dos conteúdos:

• Identificar relações entre ciência, tecnologia e modo de vida, compreendendo o

fazer tecnológic como um meio para atender às necessidades humanas.

• Compreender conceitos científicos básicos, como fenômeno, grandeza, espaço,

tempo, trajetória, repouso, movimento, força, energia, sistema, equilíbrio.

• Interpretar e construir tabelas e gráficos, utilizando as relações matemáticas entre

as grandezas físicas.

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• Através de dicas e sugestões para pesquisa e aprofundamento, conhecer e

analisar fontes de informações.

• Desenvolver, a partir das atividades sugeridas, a capacidade de identificar

regularidades, investigar, experimentar e organizar os fenômenos e agentes

físicos.

• Utilizar modelos, generalizar e fazer previsões, organizando as leis e as teorias

físicas necessárias para resolver situações problema.

• Relacionar o conteúdo apresentado nos textos com a física presente no cotidiano

vivenciado pelo aluno, nos equipamentos utilizados para o o conforto das pessoas

e nos processos industriais.

• Associar a física a outras formas do conhecimento humano.

Conteúdo estruturante:

– Bioversidade

– Conteúdo específico:

– Ecossistemas: forma e tamanho dos seres vivos ( plantas e animais ), transferência

de energia nos ecossistemas ( cadeia animais , transferência de energia nos

ecossistemas ( cadeia alimentar e teia alimentar ), equilíbrio e desequilíbrio dos

ecossistemas, crescimento populacional, ciclos biogeoquímicos.

– Organização dos seres vivos: características dos seres vivos, movimentação,

organização celular, reprodução, ciclo vital, excitabilidade/irritabilidade.

– Sistemática: estudos dos organismos dentro das suas diversidades.

– Distinção entre classificação natural e artificial, nomenclatura, regras.

– Iterações ecológicas: movimentação dos seres vivos, evolução/mutação, relações

harmônicas e desarmônicas.

– Origem da vida: a história da humanidade, ciência e tecnologia

– Evolução dos seres vivos: teoria evolucionista, classificação biológica, mecanismo

da evolução.

Objetivos dos conteúdos:

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– Comparar e entender os ciclos reprodutivos existentes no reino vegetal e animal

assim como suas principais consequências.

– Identificar a importância dos seres unicelulares, características e atividades.

– Explicar situações naturais ou experimentais dos restos de alimentos dos seres

vivos, aplicando o conceito de decomposição.

– Valorizar a preservação e a conservação dos ecossistemas brasileiros para

garantir a manutenção da biodiversidade.

– Reconhecer a importância da biodiversidade e situar o Brasil dentro desse

contexto.

Avaliação

A avaliação é uma atividade essencial do processo ensino – aprendizagem dos

conteúdos científicos e, de acordo com e acordo com a Lei de Diretrizes e Bases número

9394/96 deve ser contínua e cumulativa em relação ao desempenho do estudante, com

prevalências dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.

Uma possibilidade de valorizar aspectos qualitativos no processo avaliativo seria

considerar o que Hoffmann ( 1991 ) conceitua como avaliação mediadora em em

oposição a um processo classificatório, sentencioso, com base no modelo “transmitir –

verificar – registrar”. Assim, a avaliação como prática pedagógico que compõe a

mediação didática realizada pelo professor é entendida com “ação”, movimentos,

provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação

educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando ideias,

reorganizando - as”.

A ação avaliativa é importante no processo ensino – aprendizagem, pois pode

propiciar um momento de interação e construção de significados no qual o estudante

aprende. Para que tal ação torne-se significativa, o professor precisa refletir e planejar

sobre os procedimentos a serem utilizados e superar o modelo consolidado da avaliação

tão somente classificatória e excludente.

Será preciso respeitar o estudante como um ser humano inserido no contexto das

relações que permeiam a construção do conhecimento cientifico escolar. Desse modo, a

considerar o modelo ensino- aprendizagem proposto nestas diretrizes, a avaliação deverá

valorizar os conhecimentos alternativos do estudante, construídos no cotidiano, nas

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atividades experimentais, ou a partir de diferentes estratégias que envolvem recursos

pedagógicos e institucionais diversos. É fundamental que se valorize também, o que se

chama “erro”, de modo a retomar a compreensão( equivocada ) do aluno por meio de

diversos instrumentos de ensino e de avaliação.

O “erro” pode sugerir ao professor a maneira como o estudante está pensando e

construindo sua rede de conceitos e significados e, neste contexto, se apresenta como

importante elemento para o professor rever e articular o processo de ensino, em busca de

sua superação ( BARROS FILHO e SILVA, 2000 ). Cabe, então, a seguinte indagação:

seria o “erro” um indicativo de que o estudante permanece com suas concepções

alternativas não superadas, apesar da aquisição do conhecimento de conceitos científicos

na e escola?

Na aprendizagem significava, o conteúdo especifico ensinado passa a ter

significado real para o estudante e, por isso, interage “com ideias relevantes existentes na

estrutura cognitiva do indivíduo”, ( MOREIRA, 1999, p. 56 ). Mas, como o professor de

Ciências poderia fazer para investigar se a aprendizagem de conceitos científicos

escolares pelo estudante ocorreu de forma significativa?

A compreensão de um conceito cientifico escolar implica a aquisição de

significados claros, precisos, diferenciados e transferíveis ( AUSUBEL, NOVAK e

HANESIAN 1980 ). Ao investigar se houve tal compreensão, o professor precisa utilizar

instrumentos compostos por questões e problemas novos, não – familiares, que exijam a

máxima transformação do conhecimento adquirido, isto é, que o estudante possa

expressar em diferentes contextos a sua compreensão do conhecimento construído, pois

( … ) é muito mais importante ter ideias claras sobre o que é aprendizagem

significativa, organizar o ensino de modo a facilitá – la e avaliá – la coerentemente, talvez

como novos instrumentos, mas sobretudo com outra concepção de avaliação. Para

avaliar a aprendizagem significativa, muito mais essencial do que instrumentos

específicos é a mudança conceitual necessária por quem faz a avaliação. ( MOREIRA,

1999 p. 63 ).

A investigação da aprendizagem significativa pelo professor pode ser poe meio de

problematizações envolvendo relações conceituais, interdisciplinares ou contextuais, ou

mesmo a partir da utilização de jogos educativos, entre outras possibilidades, como o uso

de recursos intrucionais que representem como o estudante tem solucionado os

problemas propostos e as relações estabelecidas diante dessas problematizações.

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Dentre essas possibilidades, a prova pode ser um excelente instrumento de

investigação do aprendizado do estudante e de diagnóstico dos conceitos científicos

escolares ainda não compreendidos por ele, além de indicar o quanto o nível de

desenvolvimento potencial tornou – se um nível real ( VIGOTSKY, 1991 b ). Para isso, as

questões da prova precisam ser diversificadas e considerar outras relações além

daquelas trabalhadas em sala de aula.

O diagnóstico permite saber como os conceitos científicos estão sendo

compreendidos pelo estudante, corrigir os “erros” conceituais para a necessária retomada

do ensino dos conceitos ainda não apropriados, diversificando – se recursos e estratégias

para que ocorra a aprendizagem dos conceitos que envolvem:

• Origem e evolução do universo;

• Constituição e propriedades da matéria;

• Sistemas biológicos de funcionamento dos seres vivos;

• Conservação e transformação de energia;

• Diversidade de espécies em relação dinâmica com o ambiente em que vivem, bem

como os processos evolutivos envolvidos.

Nestes termos, avaliar o ensino Ciências, implica intervir no processo ensino –

aprendizagem do estudante do estudante, para que ele compreenda o real significado dos

conteúdos científicos escolares e do objetivo de estudo de Ciência, visando uma

aprendizagem realmente significativa para sua vida.

REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS

Diretrizes Curriculares Estaduais ( CDCs ) de ciências para Ensino Fundamental, 2008.

Diretrizes Curriculares de EJA no Estado do Paraná, versão preliminar, janeiro de 2005.

Cecília Vall . Coleção Ciências. Editora positivo, 2005.

Biologia / Vários autores - Curitiba: SEED - Pr, 2006.

ANDREOLLI, Francisco. Ciências: Ambiente. São Paulo: Ed. Do Brasil, 1989.

BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson Roberto. FÍSICA – QUÍMICA. 52 ED. São Paulo:

Ática, 1998.

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BROTENES, Paulo Sergio. Os segredos do Sistema Solar. 2 ed. São Paulo: Atual, 1993.

CRUZ, Daniel. O corpo Humano. 12 ed. São Paulo: Ática, 1995.

FARIA, Romildo Povoa. Visão para o universo. 2 ed. São Paulo: Ática, 1993.

MARCONDES, Ayrton César; SARIEGO, José Carlos. Água e solo. 2 ed. São Paulo:

Scipione, 1998.

SOARES, José Luís. Os seres vivos. 4 ed. São Paulo: Moderna, 1995.

Site: http://astro.if.ufrgs.br – Astronomia e Astrofísica

Site: www.dominiopublico.gov.br - Domínio Público ( imagens, músicas, textos, vídeos ).

Site: www.feiradeciencias.com.br – Feira de Ciências ( experimentos ).

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7.3 DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Desde o momento que a Educação Física foi considerada entre nós como algo

elementar, tanto pela sua natureza como pelos seus processos, ela é parte integrante dos

aspectos sociais, caracterizada como atividade orientada para o conhecimento e

transformação da natureza física do ser humano.

O resultado adquirido pela atividade física é manifestado pelo estado de saúde

geral, sua longevidade, criatividade, capacidades físicas, nível de preparação física para o

trabalho nas várias formas de atividades sociais entre outras. Além disso, no processo de

desenvolvimento da Educação Física, criam-se os valores específicos científicos, bem

como os técnicos e materiais.

O surgimento e desenvolvimento da Educação Física são condicionados pela

história evolutiva da sociedade e suas relações. Como resultados, foram definidas as

funções, e a direção principal de sua aplicação como meio auxiliar na solução de

problemas sociais.

Mediante tais afirmações, entende-se que a Educação Física na Educação de

Jovens e Adultos representa importante possibilidade de contato dos educandos com a

diversidade da cultura corporal de movimento, sem perder de vista o papel da EJA, que

segundo KUENZER (PARANÁ, 2005, p.28),

“Deve estar voltado para uma formação na qual os educandos-trabalhadores

possam aprender permanentemente; refletir criticamente; agir com

responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva;

comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicismo das mudanças

sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e

rapidez”.

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As características biológicas da prontidão do indivíduo para a atividade, ocupam

um lugar especial, pois determina as capacidades do ser humano de manifestar sua

criatividade intelectual. A falta de atividade motora leva a destruição dos mecanismos

interno que asseguram o alto nível de vitalidade do organismo, e as novas patologias.

A atividade motora, sendo a essência da Educação Física assegura a alta eficácia,

condições adequadas para a atividade social do homem em seu dia-a-dia.

Ao garantir o desenvolvimento biológico e social, determina-se o lugar e o papel da

Educação Física no sistema de formação do indivíduo como um todo, através da solução

dos problemas e das práticas educativas.

A Educação Física como processo pedagógico constitui a essência da pesquisa

científica, que inclui o ensino das ações motoras, aperfeiçoamento das capacidades

físicas bem como o domínio dos conhecimentos das bases teóricas da cultura física.

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METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Analisando que a Educação Física, na Educação Básica, é fundamentada nas

reflexões sobre as necessidades atuais de ensino com base na superação de

contradições para que aconteça de forma concreta a valorização da educação. Verifica-se

a necessidade de tornarem-se certas considerações fundamentais para que contextos e

experiências de diferentes regiões sejam diretamente interligados e contextualizados na

transformação crítica do educando.

Neste sentido percebe-se que a cultura corporal representada nas formas de

movimentos, busca entender as diferentes práticas pedagógicas da Educação Física no

âmbito escolar, a qual deve tematizar atividades expressivas nos seguintes conteúdos

estruturantes: Esporte; Ginástica; Lutas; Dança; Jogos, Brinquedos e Brincadeiras. Desta

maneira, procura-se possibilitar aos alunos o acesso ao conhecimento produzido pela

humanidade, relacionando-o às práticas corporais, ao contexto histórico, político,

econômico e social.

Visando certas práticas pedagógicas nota-se que elas devem ir muito além da

preocupação com a aptidão física, aprendizagem motora, performance esportiva, entre

outras. Para que todas as vivências pedagógicas procurem em seu contexto entender

que o movimento tem inúmeras repercussões sobre todas as dimensões comportamento

seja ele físico intelectual ou social. Portanto, aquela ideia de que atuando sobre o físico

estamos automaticamente e atuando sobre as outras dimensões, precisa ser superada

para reconhecer o gênese da cultura corporal, que reside na atividade humana para

garantir a existência da espécie.

Neste sentido, fica claro que o princípio de ensino e estudo na Educação Física é a

cultura corporal em toda a sua teoria a qual deverá ser aliada diretamente a sua prática,

para que o acesso ao conhecimento da atividade física venha ser de acordo com o

desenvolvimento da turma.

Desta maneira fica claro, que para os alunos da EJA os quais possuem uma gama

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significativa de conhecimento em outras estâncias sociais, visto que a escola não é o

único espaço de produção e de socialização de saberes, portanto o atendimento não se

refere há uma faixa etária, mas, uma diversidade sócio-cultural.

Partindo desta visão nota-se que as atividades para a EJA, deverão ser

desenvolvidas através de uma investigação temática, conversas, convites a pensar sobre

as apresentações corporativas e também práticas de exercícios. Desta maneira a

Educação Física irá valorizar mais as diversidades culturais de nossos educandos, suas

riquezas e manifestações corporais. Pois à medida que procurarmos atingir a

“corporeidade” e não “corporalidade” estaremos seguindo o princípio da Educação Física

que se faz uma constante reflexão criativa sobre este corpo que trabalha se movimenta e

pensa.

Portanto esta ação pedagógica na Educação Física deverá estimular a reflexão

sobre todo o acervo de representações do ser humano de forma exteriorizada pela

expressão corporal para que haja uma contextualização do conhecimento com a

realidade.

Considerando os três eixos norteadores do EJA que são a Cultura, Trabalho e o

Tempo, podemos verificar que o planejamento deverá ser com os alunos, refletindo sobre

suas experiências anteriores, aliando aos novos conhecimentos adquiridos à prática ser

vivenciada por eles. Partindo do seguinte questionamento: a atividade física como

melhoria da saúde e reflexão da corporeidade, proporcionamos um encontro com o corpo

discente e os conceitos de atividades mencionadas, aprofundando maiores

conhecimentos, quais estão comprometidos com a Educação Física.

Analisando então a contextualização aos temas sociais e contemporâneos

buscamos uma constante reflexão para a importância das aulas de Educação Física na

formação do cidadão e na conscientização da atividade física orientada em melhoria do

etilo de vida.

Visando esta formação o aluno deverá distinguir as preocupações com o “corpo”

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desmistificando o saber distanciado pelo saber construtivo, reflexivo e transformador de

todas as práticas corporais concretas.

Seguindo assim essas normas metodológicas se faz necessário que os estudantes

compreendam a natureza da Educação Física e a sua relevância na vida da humanidade.

MÉTODOS DE ENSINO

AULA EXPOSITIVA E DIALOGADA: mesmo sendo uma técnica tradicional, a

aula expositiva também é necessária, porém deve ser dinamizada por meio de

um diálogo constante com os alunos – propondo questões para que eles

antecipem alguma conclusão, apresentando dúvidas para que sejam respondidas

oralmente – e também pelo uso de slides, apostilas e transparências dos temas

abordados.

MÚSICAS: as músicas estarão ligadas diretamente a ritmo e ao compasso,

mostrando diferentes expressões corporais. Tornando os alunos mais motivados

e a aula torna-se mais dinamizada e descontraída.

PESQUISAS: deverão ser indicadas para complementar e aprofundar o estudo

dos conteúdos trabalhados, com posterior apresentação dos resultados coletados

oralmente, ou em painéis organizados para este fim.

MAQUETES: Expondo as mudanças da cultura corporal desportivada entre

técnicas e táticas exposta pela mídia e como influenciam em nossa vida.

TRABALHOS EM GRUPO: deverão ser estimulados e realizados para que o

aluno aprenda e socialize suas aptidões e reconheça a contribuição do outro. Os

trabalhos poderão ser executados em duplas ou em grupos.

PRODUÇÃO DE TEXTOS: é fundamental para que o aluno desenvolva a

habilidade de formar e expressar o pensamento. Escrever é antes de tudo

aprender a pensar.

ESTUDO DE REGRAS DOS DIFERENTES ESPORTES: Analise regras e sua

importância em se contextualizar com a mídia atual através de discussões e

debates sobre a influência da mídia em suas alterações.

SESSÃO DE FILMES: os filmes trabalhados serão de curta duração, onde serão

selecionados trechos para discussão com a turma, de acordo com o conteúdo

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estudado.

AULA PRÁTICA: com vivências de diferentes culturas corporais manifestações

em todo o seu contexto social.

OBJETIVO GERAL DO ENSINO FUNDAMENTAL

Desenvolver o conhecimento do corpo valorizando e adotando hábitos saudáveis

para a qualidade de vida.

Aperfeiçoar aspectos afetivos, cognitivos e psicomotores a fim de socializar-se em

diferentes grupos.

Adquirir informações e formação para compreender o equilíbrio e a melhoria da

qualidade de vida.

Valorizar diferentes culturas corporais, adotando uma postura despojada de

preconceitos por razões sociais e culturais, aplicando-os com discernimento em situações

problema que surjam no dia a dia.

Conhecer os efeitos que a atividade física exerce sobre o organismo e a saúde.

Evidenciar a cultura afro-brasileira através da dança, jogos cooperativos, jogos

competitivos, lutas e manifestações culturais aplicadas a Educação Física.

Aprimorar a criatividade do aluno partindo de um pressuposto teórico que leve o

mesmo a uma atitude crítica perante a cultura corporal em seu todo contexto seja ele

histórico, político, econômico e social.

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CONTEÚDOS ESTRUTURANTES PARA ENSINO FUNDAMENTAL

Conteúdos estruturantes

ESPORTES

- Origem

-Elementos básicos

- Pré-desportivos

- Práticas esportivas com ou sem material esportivo

-Elementos básicos – fintas, arremessos, dribles, passes e toque

- Sentido

- Princípios básicos

-Esporte como fenômeno de massa

- Possibilidade dos esportes com atividade corporal

GINÁSTICA

- Origem

- Histórico

- Evolução

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- Prática de ginásticas

- Recreação

- Diferentes tipos

- Cultura da rua

- Cultura do circo

- Malabares

- Acrobacias

DANÇA

- Mímica

- Imitação e representação

- Por que dançamos?

- Desenvolvimento de formas corporais rítmicas e expressivas

- Expressão corporal com e sem material

- Diferentes tipos de dança

- Dança tradicionais e folclóricas

- Dança e teatro como possibilidades de manifestação corporal

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JOGOS, BRINCADEIRAS

- Por que brincamos?

- Rodas e cirandas

- Oficinas de brinquedos

- Construção coletiva de jogos e brincadeira

- Diferentes manifestações e tipos de jogos

- Diferença entre jogo e esporte

LUTAS

- Tipos de lutas

- Luta e mídia

- A importância da luta no currículo de Educação Física

4.2 – Elementos articulares para ensino fundamental

A partir dos conteúdos estruturante de Educação Física, apontamos alguns

elementos articulares que se integram e interligam juntamente com as práticas corporais

aprofundando-se no diálogo e conhecimento sobre o corpo.

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4.2.1 – Elementos Articulares

- O corpo que brinca e aprende: manifestações lúdicas;

- Desenvolvimento corporal e construção saúde;

- O corpo no mundo de trabalho

CONTEÚDOS PARA ENSINO FUNDAMENTAL

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO CONTEÚDO DE ESPORTE PARA O ENSINO

FUNDAMENTAL

Conhecer o funcionamento do organismo humano desenvolvendo assim uma

melhoria na prática de atividades físicas voltada ao estilo de vida saudável.

Desenvolver habilidades físicas dos esportes;

Conhecer os fundamentos dos esportes;

Conhecer e tomar consciência de diversos hábitos saudáveis relacionados à

qualidade de vida;

Desenvolver manifestações do dia a dia e os efeitos de um bom estilo de vida.

Saber os benefícios da prática esportiva para o corpo humano;

Entender que tais práticas podem ser vivenciadas no tempo/espaço de lazer, como

esporte de rendimento ou como aptidão física e saúde.

Compreender a influência da mídia no desenvolvimento dos diferentes esportes.

Conhecer e vivenciar diferentes modalidades esportivas.

Aprofundar os conhecimentos sobre o desporto e suas novas regras.

ESPORTE

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Histórico da Educação Física;

Valores emocionais, sociais e étnicos da Educação Física;

Qualidade de vida e lazer

Benefícios da atividade física;

Conceitos básicos de nutrição e saúde.

Voleibol

Exercícios educativos para adaptação ao esporte e a bola;

Fundamentos básicos: Saque por baixo, Manchete, Toque.

Jogos pré-desportivo.

Basquete

Histórico do desporto;

Fundamentos básicos: Passe, Drible, Arremesso, Recepção.

Jogos pré-desportivos.

Handebol

Histórico do desporto;

Adaptação ao jogo e a bola

Fundamentos básicos: Passes, Arremessos, Dribles.

Jogos pré-desportivo.

Atletismo:

Tipos de corridas: Corridas de velocidade e resistência

Caminhadas (níveis de caminhadas)

Futsal

Histórico do desporto;

Jogos pré-desportivo.

Futebol

Histórico do desporto;

Jogos pré-desportivo.

Considerações sobre a técnica e tática do esporte.

A importância da desportivização e a mídia no desenvolvimento do esporte.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO CONTEÚDO DE GINÁSTICA PARA O ENSINO

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FUNDAMENTAL

Conhecer os tipos de ginásticas e como elas auxiliam no desenvolvimento

do corpo;

Conhecer a ginástica laboral e seus benefícios;

Conhecer a coluna vertebral e saber quais os problemas que podem surgir;

Conhecer e executar diversos tipos de alongamentos;

Conhecer males e causas da obesidade e sedentarismo;

Evidenciar os diferentes distúrbios alimentares e sua prevenção.

Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir das atividades de

solo com equilíbrios.

Experimentar e vivenciar os fundamentos básicos da ginástica:

Saltar;

Equilibrar;

Rolar/girar;

Trepar;

Balançar/embalar.

Conhecer os aspectos históricos da ginástica rítmica desportiva (GRD);

Conhecer e vivenciar as técnicas das ginásticas ocidentais e orientais.

Compreender a relação existente entre a ginástica artística e os elementos

presentes no circo.

A influência da ginástica na busca pelo corpo perfeito.

GINÁSTICA

Tipos de ginásticas

Ginástica aeróbica e anaeróbica;

Função da ginástica

Massoterapia

Estresse;

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Postura (coluna vertebral);

Reflexões

Sedentarismo;

Obesidade;

Anorexia e bulimia;

A saúde x mídia = estética corporal.

Gasto calórico de diversas atividades físicas;

Auto-estima e busca de ideal;

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO CONTEÚDO DE DANÇA PARA O ENSINO

FUNDAMENTAL

Conhecer o próprio corpo;

Desenvolver ritmo corporal;

Obter conhecimento das qualidades físicas;

Compreender a importância dos exercícios para controle do peso;

Conhecer os efeitos das atividades físicas no corpo humano;

Desenvolver noções teatrais;

Reconhecer a importância das diferentes manifestações presentes nas

danças e seu contexto histórico.

Conhecer os diferentes ritmos, passos, posturas, conduções, formas de

deslocamento, entre outros elementos presentes no forró, vanerão e nas

danças africanas.

Criar e vivenciar a dança em diferentes criações coreográficas.

DANÇA

• Biodança (dança da vida);

• Ritmo, tempo e espaço.

• Tipos de Dança (danças folclóricas paranaenses – Cuá-Fubá, Mestre -

Domingues, Fandango de São Gonçalo, Chote das Tirivinhas e etc),

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quadrilha dança da fita, dança da peneira, Danças circulares – danças de

roda com cantigas.

Dança – Afro- brasileira como maculelê, escravos de Jô e capoeira.

Qualidades físicas: força, resistência, agilidade e flexibilidade;

Efeito dos exercícios sobre o coração, pulmão, ossos e etc.

Utilização da gordura durante o exercício;

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO CONTEÚDO DE LUTAS PARA O ENSINO

FUNDAMENTAL

Conhecer os benefícios de alguns alimentos de seus valores calóricos;

Incentivar a melhoria de vida.

Conhecer os diferentes tipos de lesões causadas pelo esforço repetitivo e

sua prevenção.

Conhecer os benefícios do alongamento na prevenção de LER/DORT;

Conhecer a história das lutas e alguns movimentos básicos como as quedas

e os rolamentos;

Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da utilização de

materiais alternativos e dos jogos de oposição.

Conhecer os aspectos históricos das diferentes lutas e se possível vivenciar

algumas manifestações.

Desenvolver práticas corporais que auxiliem o aluno a manter o

autocontrole.

Conhecer diversos tipos de lesões e como preveni-las durante a realização

de praticas corporais.

LUTAS

Histórico das lutas como: Capoeira, Taekwando, Judô, Sumô, Karatê, Jiu-jitsu e

vale tudo.

Principais campeonatos, desportivização e a mídia.

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A importância das lutas no currículo de Educação Física

LER (lesões por esforços repetitivos) e o mundo de trabalho;

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO CONTEÚDO JOGOS e BRINCADEIRAS PARA O

ENSINO FUNDAMENTAL

Desenvolver criatividade e raciocínio;

Proporcionar atividades recreativas que promovam socialização entre os

alunos.

Conhecer valores nutricionais de alguns alimentos;

Saber identificar alguns sinais de estresse;

Conhecer o contexto histórico em que foram criados os diferentes jogos,

brinquedos e brincadeiras, bem como experimentar e vivenciar, ou seja, se

apropriar efetivamente das diferentes formas de jogar;

Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da construção de

brinquedos com materiais alternativos.

Difusão dos jogos e brincadeiras populares e tradicionais no contexto

brasileiro.

Conhecer as diferenças e as possíveis relações existentes entre os jogos,

brincadeiras e brinquedos.

Construir individualmente ou coletivamente diferentes jogos e brinquedos.

Conhecer os diferentes jogos cooperativos, competitivos ou de tabuleiro.

Conhecer o contexto histórico em que foram criados os diferentes jogos,

brincadeiras e brinquedos.

JOGOS e BRINCADEIRAS

Xadrez;

Betes

Bolinha de gude

Rodas e cirandas

Oficinas de brinquedos e recreação

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Construção coletiva de jogos e brincadeira

Regastes dos brinquedos cantados e a ludicidade

A importância da ludicidade da diversidade e do lazer para a saúde.

O corpo e a cultura corporal

A importância de cuidar deste corpo – saúde

OBJETIVO GERAL DO ENSINO MÉDIO

Cativar os alunos para a prática constante de atividades físicas, ensinando-lhes os

principais cuidados com o próprio corpo, a fim de educá-los para a saúde do mesmo,

obtendo assim o respeito pelas diferenças.

Desenvolver durante as aulas os conteúdos propostos enfatizando a critica, valores

éticos, sociais e culturais na busca de potenciais expressivos em sua relação com o

mundo de trabalho.

Evidenciar a cultura afro-brasileira através da dança, jogos cooperativos, jogos

competitivos, lutas e manifestações culturais aplicadas a Educação Física.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES PARA O ENSINO MÉDIO

Conteúdos para o ensino médio

Ginástica

- Ginástica laboral e acrobática

- Ginástica rítmica

- Ginástica artística

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- Ginástica geral

- Ginástica de academia

- Condicionamento aeróbico e muscular

- Relaxamento – Yoga, Taichi e Balancê

Esporte

- Atletismo

- Handebol

- Punhobol

- Futebol de campo

- Futsal

- Voleibol

- Futebol de areia

- Basquete

- Voleibol areia

- Esportes radicais

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Lutas

- Capoeira

- Taekwando

- Judô

- Sumô

- Karatê

- Jiu-jitsu

- Vale tudo

Dança

- Cantiga de Roda

- Expressão corporal

- Danças regionais

- Danças internacionais

- Danças de salão

Jogos

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- Brincadeiras de rua e populares

- Jogos cooperativos

- Dramatizados e interpretativos

- Jogos de raquete, peteca, bocha.

- Construção de brinquedo

- Jogos de salão e pré-desportivos

ELEMENTOS ARTICULARES PARA O ENSINO MÉDIO

A partir dos conteúdos estruturante de Educação Física - esportes, jogos,

ginásticas, danças e lutas - apontam alguns elementos articulares que se integram e

interligam as práticas corporais aprofundando-se no diálogo e conhecimento do corpo.

Elementos Articulares

- Corpo

- Saúde

- Desportivização

- Tática e técnica

- Lazer

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- Ludicidade

- Mundo e trabalho

- Diversidade

- Mídia

CONTEÚDOS PARA O ENSINO MÉDIO

OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA O CONTEÚDO DE GINÁSTICA DO ENSINO MÉDIO

Conhecer o funcionamento do organismo humano desenvolvendo assim a prática

de atividade física voltada à melhoria da qualidade de vida.

Conhecer valores nutricionais de alguns alimentos.

Aprofundar as noções conceituais de esforço, intensidade e frequência levando-o a

pensar e planejar suas práticas corporais regularmente.

Aprofundar e compreender as questões biológicas, ergonômicas e fisiológicas que

envolvem a ginásticas.

Compreender a função social da ginástica.

Discutir sobre a influência da mídia, da ciência e da indústria cultural na ginástica.

Proporcionar aos alunos conhecimentos mais amplos sobre os benefícios da

ginástica.

Compreender e aprofundar a relação entre a ginástica e trabalho.

Evidenciar os diferentes distúrbios alimentares e sua prevenção.

Conhecer como o organismo processa a digestão alimentar e como ele adquire

peso.

Conhecer males e causas da obesidade e sedentarismo;

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Page 123: CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E … · 1.3.2 Relação Agente Operacional II … ... OBJETIVOS GERAIS … ... primeiro da EJA será garantir a formação dos jovens

Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir das atividades de solo

com equilíbrios.

Experimentar e vivenciar os fundamentos básicos da ginástica:

Saltar;

Equilibrar;

Rolar/girar;

Trepar;

Balançar/embalar.

GINÁSTICA

Saúde: Nutrição e controle de peso

Conceitos básicos sobre o consumo de energia;

Obesidade – risco e causas;

Magreza e excessiva – risco e causas;

Fatores hormonais e sexuais;

Anemia, bulimia, anorexia, ortorexia, alcoorexia e vigorexia.

A saúde x mídia = estética corporal.

Tipos de Ginástica

O corpo e o movimento

Função da ginástica no corpo/mundo do trabalho

Ginástica Olímpica (GA) – técnicas e táticas

A cultural corporal e a desportivização

A influência da mídia na ginástica

Ginástica Rítmica (GRD)

Histórico da ginástica;

Lançamentos (massa, cordas, arco, fitas) - técnicas e táticas

Coreografias elaboradas com estes materiais.

Ginástica localizada, voltada ao trabalho aeróbico e anaeróbico;

A cultural corporal a desportivização e o mundo de trabalho para as ginastas.

A influência da mídia na ginástica rítmica desportiva.

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA O CONTEÚDO DE DANÇA NO ENSINO MÉDIO

Conhecer os benefícios que a dança proporciona a saúde.

Conhecer as diferentes culturas e suas manifestações corporais.

Conhecer os benefícios e os malefícios do doping a saúde.

Participar da compreensão de diferentes manifestações referente à cultura

corporal, valorizando assim, o desempenho, a linguagem expressiva e suas

potencialidades.

Identificar o corpo como “sujeito pensante” e conscientiza-dor da corporalidade

entre diferentes culturas.

Valorizar as diferentes culturas corporais, adotando uma postura despojada de

preconceitos por razões sociais e culturais, aplicando-os com discernimento em

situações problema que surjam no dia a dia.

Conscientizar a importância da cultura afro-brasileira.

Proporcionar atividades recreativas que promovam socialização entre os alunos.

Conhecer os diferentes passos, posturas, conduções, formas de deslocamento,

entre outros.

Reconhecer e aprofundar as diferentes formas de ritmos e expressões culturais,

por meio da dança.

Discutir e aprofundar a forma de apropriação das danças pela indústria cultural.

Compreender as questões sobre o doping, recursos ergogênicos utilizados e

nutrição.

DANÇA

Doping e as influências da mídia

Males causados pelo fumo ao sistema respiratório;

Flexibilidade – procedimento, conceitos e cuidados;

Debilidades posturais e o mundo de trabalho;

Estudo das principais debilidades relacionadas à postura;

Exercícios corretivos;

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Técnicas para socorrer pessoas engasgadas;

Primeiros socorros;

Biodança / mundo do trabalho e ludicidade.

Expressões corporais;

Tipos de Dança: Bolero, Chá Chá Chá, Mambo, Merengue, Rumba, Salsa, Tango,

Jazz, Sapateado, Dança afro, Dança, Carimbo, Calango, Fandango, Lambada,

Catira, Macule-lê, Lord of the dance, Valsa, Vanerão, Balé Clássico, Forró, Zouk,

Rock, Samba rock, Hip- Hop, Contry, Samba, Pagode, Gafieira, Axé, Dança do

ventre, Batuque, Frevo, Bumba-meu-boi, Bugio, Balaio entre outros tipos de

dança.

Dança – Afro- brasileira como maculelê, escravos de Jô e capoeira.

Cultura Afro-brasileira: jogos praticados pelos afro-descendentes e africanos numa

perspectiva histórica;

Coreografias.

Auto-estima;

Relaxamento

A cultural corporal a desportivização e o mundo de trabalho para a dança.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA O CONTEÚDO DE ESPORTE NO ENSINO MÉDIO

Conhecer os músculos e ossos do corpo e como trabalham durante uma

contração.

Evidenciar os princípios de treinamentos e como elas agem na musculatura.

Conhecer o funcionamento das fibras musculares durante uma contração.

Compreender a influência da mídia no desenvolvimento dos diferentes

esportes.

Conhecer e vivenciar diferentes modalidades esportivas.

Aprofundar os conhecimentos sobre o desporto e suas novas regras.

Desenvolver habilidades físicas dos esportes;

Conhecer os fundamentos dos esportes;

Conhecer diferentes esportes que ainda não são conhecidos e praticados no

Brasil.

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Vivenciar campeonatos pré-desportivos, para adquirir o gosto pela prática de

esportes.

Aprofundar e compreender as diferenças entre esporte da escola, o esporte

de rendimento e a relação entre esporte e lazer.

Compreender a função social do esporte.

Reconhecer a influencia da mídia, da ciência e da indústria cultural no

esporte.

ESPORTE

Resistência Aeróbica

Definições, características do trabalho aeróbico;

Efeitos sobre a musculatura cardíaca;

Princípios de treinamento;

Perda de gordura.

Resistência Anaeróbica

Conceitos e cuidados;

Aptidão física

Individualidade biológica, sobrecarga e adaptação.

Volume, intensidade e frequência dos princípios do treinamento.

Força

Grupos musculares – localização e função;

Fisiologia de treinamento – ATP, ADP, e CREATINA FOSFATO

Conceitos e tipos de força;

Princípios do trabalho com sobrecarga;

Fibras musculares, tipos e estímulos;

Aplicabilidade da força nos esportes

Voleibol

Revisão dos fundamentos;

Regras e suas penalidades;

Técnicas e táticas, desportivização e a mídia.

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Handebol

Regras e as penalidades;

Jogos.

Basquete

Regras e as penalidades;

Jogos.

Caminhada orientada

Níveis de caminhada

Futsal

Regras e penalidades;

Jogos.

Futebol

Regras e penalidades;

Jogos;

Atletismo:

Tipos de corridas:

Corridas de velocidade e resistência

A importância da desportivização e a mídia no desenvolvimento do esporte.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA O CONTEÚDO DE LUTAS NO ENSINO MÉDIO

Conhecer a história das diferentes lutas;

Conhecer os aspectos históricos, filosóficos e as características das

diferentes formas de lutas e se possível vivenciar algumas manifestações.

Desenvolver práticas corporais que auxiliem o aluno a manter o

autocontrole.

Aprofundar alguns elementos da capoeira procurando compreender a

constituição, os ritos e os significados da roda.

Desenvolver um senso crítico sobre a integridade física dos lutadores,

expondo assim as lutas como cultura e representações folclóricas e não com

o símbolo de violência.

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Discutir a questão que se refere à diferença entre lutas e artes marciais.

Vivenciar os diferentes estilos de jogo/luta/dança.

Discutir e aprofundar sobre a forma de apropriação das lutas pela indústria

cultural.

Conhecer os diferentes ritmos golpes, posturas, conduções, formas de

deslocamento, entre outros.

Organizar um festival de demonstração, no qual os alunos apresentem os

diferentes tipos de golpes.

Conhecer o funcionamento do organismo humano desenvolvendo assim

uma melhoria na prática de atividades físicas voltada ao estilo de vida

saudável.

Conhecer noções de esforço, intensidade e frequência de treinamento

quanto à carga e sobrecarga baseada na frequência cardíaca (FC) e no

volume de oxigênio (VO²).

Identificar uma contração muscular aeróbica e anaeróbica.

LUTAS

Efeitos da R.M.L. Sobre a musculatura e esquelética;

Efeitos da R.M.L. sobre a estética corporal;

Benefícios da R.M.L. sobre a musculatura cardíaca;

Exercícios compensatórios através da R.M.L;

Explicações fisiológicas

Utilização do oxigênio na realização de ações corporais;

Entrada de oxigênio e saída de gás carbônico;

Pressão arterial

Conhecimento do sistema de manutenção da P.A.

Fatores que alteram ou não a P.A.

Histórico das lutas como: Capoeira, Taekwando, Judô, Sumô, Karatê, Jiu-jitsu e

vale tudo.

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Campeonatos oficiais e principais regras

Técnicas e táticas, desportivização e a mídia.

A importância das lutas no currículo de Educação Física

OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA OS CONTEÚDOS JOGOS E BRINCADEIRAS NO

ENSINO MÉDIO

Evidenciar dietas saudáveis para a manutenção de praticas corporais.

Identificar os sintomas do estresse e como combatê-lo.

Proporcionar atividades recreativas quais despertem nos alunos o espírito

de liderança e competição, porém com respeito mútuo entre os colegas.

Identificar a importância do lazer como um meio potencializador do

desenvolvimento pessoal e social o qual proporciona um aguçamento da

sensibilidade de forma recreativa e prazerosa.

Trabalhar a importância de se ter uma auto-estima evidenciada.

Desenvolver conceitos sobre a importância do relaxamento corporal e do

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alongamento pra a saúde.

Conhecer os benefícios da meditação e da massoterapia para o

relaxamento corporal

Identificar os jogos não competitivos como conscientiza-dor das

corporalidade entre diferentes culturas.

Proporcionar atividades recreativas que desperte o espírito de socialização e

união entre os alunos.

Analisar o desenvolvimento da coordenação motora fina dos alunos

Reconhecer a apropriação dos jogos pela indústria cultural, buscando

alternativas de superação.

Instigar a criação e resgate de atividades de sua infância.

JOGOS e BRINCADEIRAS

Recreação: jogos cooperativos

Dramatizados e interpretativos

Jogos de raquete, peteca, bocha.

Construção de brinquedo

Jogos de salão e pré-desportivos

A importância da ludicidade da diversidade e do lazer para a saúde.

O corpo e a cultura corporal

Estresse;

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Sintomas;

Como se manifesta;

Doenças causadas pelo estresse;

Formas de controlar.

Tipos de dietas

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Diante das discussões desenvolvidas sobre os temas os quais compõem o

currículo da Educação Física, faz necessário entender que a avaliação não deve ser vista

como um paradigma tradicional, baseado na aptidão física, esportivização,

desenvolvimento motor e psicomotricidade, pois estes conceitos não são suficientes para

compreender do fenômeno educativo em toda a sua complexidade.

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Partindo desta concepção verifica-se que ao elaborar uma avaliação, não

devemos nos prender em testes ou provas, mas também avaliar o contexto em todas as

suas possibilidades de transformações sejam elas: linguagens, saberes e processo de

evolução pedagógica as quais venham subsidiar e orientar adequadamente a prática

pedagógica do professor. Nesta perspectiva fica fácil entender uma avaliação contínua,

diagnóstica, qualitativa e formativa.

A partir disto, nota-se que o professor deverá utilizar-se diversos instrumentos

avaliativos com inúmeras técnicas, para redimensionar o ênfase na participação efetiva do

aluno, valorizando os trabalhos teórico e práticos como: debates e seminários, elaboração

e aplicação de projetos alternativos, auto-avaliação, oficinas, relatórios, testes de

aproveitamento orais, práticos e escritos, trabalhos de pesquisas, maquetes e técnicas de

arbitragem, além da participação efetiva do aluno durante as aulas.

Portanto cabe ressaltar que deste modo o aluno estará constantemente sendo

avaliado em todas as situações que envolvam o aprendizado escolar. Desta maneira

verifica-se o aproveitamento escolar de modo integral incidindo sobre o desempenho do

aluno, sendo de forma efetiva de duas avaliações, sendo que o peso será estabelecido

pelo professor, podendo ser: prática, teórica, trabalhos de pesquisas, maquetes,

apresentações em forma de seminários e elaborações de projetos. Avaliando sempre o

aluno como um todo nas diversas situações que envolvam aprendizado nas relações do

convívio escolar. A recuperação paralela ocorrerá a todo o momento em que se perceba

um déficit no conteúdo aprendido, para que sejam sanadas as dificuldades do aluno em

diferentes métodos de aplicação a fim de buscar constantemente um aprendizado

concreto, reflexivo e crítico sobre o conteúdo proposto.

Portanto a avaliação será contínua e diária, levando-se em conta:

• O desenvolvimento e interesse do aluno pelas diversas atividades sugeridas;

• A demonstração de algum tipo de capacidade ou habilidade;

• A sua busca em aperfeiçoar seus conhecimentos apesar de suas

dificuldades e se valoriza suas conquistas;

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• Capricho e organização dos trabalhos;

• Utilização adequada dos materiais;

• Pesquisas bibliográficas escritas;

• Apresentação oral e práticas de trabalhos;

• Apresentação das maquetes;

• Resenhas críticas de filmes e textos

• Relatórios escritos sobre as aulas práticas;

• Participação efetiva das aulas;

• Avaliação oral, escrita ou prática;

• Trabalhos individual e/ou em equipe;

• Recuperação paralela.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERNANDES, José Luis , 1947, Atletismo; CORRIDAS.

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NOGUEIRA, Cláudio José Gomes, Educação Física em sala de Aula.

NAHAS, Markus Vinicius, 2003, Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida.

FILHO,Luis Antonio Domingues, 2002, Obesidade e Atividade Física.

MARQUES, I. Dançando na Escola. In: Revista de Educação Física. Rio Claro:

UNESP, vol. 3, n. 1, jun./1997.

LABAN, R. – Dança Educativa Moderna. SP, Editora, 2000.

CAMPOS, Mauricio de Arruda, Exercícios abdominais: uma abordagem prática

e científica.

MORENO, Guilherme, 1000 Jogos: Condicionamento Físico.

MATOS, Mauro Gomes & NERES Marcos Garcia, Educação Física na

adolescência, construindo o conhecimento na escola.

TEIXEIRA, Wudson, Educação Física e Desporto.

NANNI, D. Dança Educação - Pré à Universidade. 2º edição,São Paulo.

Diretrizes Curriculares de Educação Física- Governo do Estado do Paraná –

Superintendência da Educação.

Revistas do CREF e CONFEF e portal Educação Física, www.educacoafisica.com.br,

www.diadiaeducacao.com.br.

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7.4 DISCIPLINA DE ARTE

DIMENSÃO HISTÓRICA DA ARTE

A dimensão histórica, apresentada neste documento, destaca alguns marcos do

desenvolvimento da Arte no âmbito escolar. Serão analisadas as concepções de alguns

artistas e teóricos que se preocuparam com o conhecimento em Arte e instituições

criadas para atender esse ensino. Conhecer, tanto quanto possível, essa história,

permitirá aprofundar a compreensão sobre a posição atual do ensino de Arte em nosso

país e no Paraná.

Durante o período colonial, nas vilas e reduções jesuíticas, a congregação católica

denominada Companhia de Jesus desenvolveu, para grupos de origem portuguesa,

indígena e africana¹, uma educação de tradição religiosa cujos registros revelam o uso

pedagógico da arte. Nessas reduções, o trabalho de catequização dos indígenas se

dava com os ensinamentos de artes e ofícios, por meio da retórica, literatura, música,

teatro, dança, pintura, escultura e artes manuais. Ensinava-se a arte ibérica da Alta Idade

Média e renascentista, mas valorizavam-se, também, as manifestações artísticas locais

(BUDASZ, in NETO, 2004, p. 15).

Esse trabalho educacional jesuítico perdurou aproximadamente por 250 anos, de 1500 a

1759 e foi importante, pois influenciou na constituição da matriz cultural brasileira. Essa

influência manifesta-se na cultura popular paranaense, como por exemplo, na música

caipira em sua forma de cantar e tocar a viola (guitarra espanhola), no

folclore, com as Cavalhadas em Guarapuava; a Folia de Reis no litoral e segundo

planalto; a Congada da Lapa, entre outras, que permanecem com algumas variações.

No mesmo período em que os jesuítas atuaram no Brasil – século XVI ao XVIII – a

Europa passou por transformações de diversas ordens que se iniciaram com o

Renascimento e culminaram com o Iluminismo. Nesse processo houve a superação do

modelo teocêntrico medieval em favor do projeto iluminista, cuja característica

principal era a convicção de que todos os fenômenos podem ser explicados pela

razão e pela ciência.

1 Havia diferentes encaminhamentos para cada etnia, nas missões para os índios, a ênfase era nas artes manuais,

nas vilas para os portugueses, era nas artes liberais e ainda há registros de afro-descendentes que foram educados

nestes seminários das vilas, mas são registros individualizados.

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Nesse contexto, o governo português do Marquês de Pombal expulsou os Jesuítas do

território do Brasil e estabeleceu uma reforma na educação e em outras instituições da

Colônia. A chamada Reforma Pombalina fundamentava-se nos padrões da

Universidade de Coimbra, que enfatizava o ensino das ciências naturais e dos estudos

literários.

Apesar dessa Reforma, na prática não se registrou efetivas mudanças. Nos espaços dos

colégios jesuítas passaram a funcionar colégios-seminários dirigidos por outras

congregações religiosas, onde padres-mestres eram responsáveis pelo ensino que

continuou organizado sob a tradição pedagógica e cultural jesuítica, ou seja, uma

educação estritamente literária, baseada nos estudos de gramática, retórica, latim

e música (AZEVEDO, 1971).

Entre esses colégios-seminários, destacaram-se o de Olinda e o Franciscano do Rio de

Janeiro. Constituídos no início do século XIX, incluíam em seus currículos, estudos do

desenho associado à matemática e da harmonia na música como forma de priorizar a

razão na educação e na arte, o que estava de acordo com os princípios do

iluminismo.

Em 1808, com a vinda da família real de Portugal para o Brasil, uma série de obras e

ações foram iniciadas para atender, em termos materiais e culturais, a corte portuguesa.

Entre essas ações, destacou-se a vinda de um grupo de artistas franceses

encarregado da fundação da Academia de Belas-Artes, na qual os alunos poderiam

aprender as artes e ofícios artísticos.

Esse grupo ficou conhecido como Missão Francesa cuja concepção de arte vinculava-se

ao estilo neoclássico, fundamentado no culto à beleza clássica. Em termos

metodológicos, propunham exercícios de cópia e reprodução de obras

consagradas, o que caracterizou o pensamento pedagógico tradicional de arte.

Esse padrão estético entrou em conflito com a arte colonial e suas

características, como o Barroco presente na arquitetura, escultura, talhe e pintura das

obras de Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho), na música do Padre José Maurício,

e nas obras de outros artistas, em sua maioria, mestiços de origem humilde

que, ao contrário dos estrangeiros, não recebiam remuneração pela sua produção.

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Nesse período, houve a laicização do ensino no Brasil, com o fim dos colégios-

seminários e sua transformação em estabelecimentos públicos como o Colégio

Pedro II, no Rio de Janeiro, ou exclusivamente eclesiásticos, como o Colégio

Caraça em Minas Gerais. Nos estabelecimentos públicos houve um processo de

dicotomização do ensino de Arte: Belas Artes e música para a formação estética e o de

artes manuais e industriais.

No Paraná, foi fundado o Liceu de Curitiba (1846), hoje Colégio Estadual do Paraná, que

seguia o currículo do Colégio Pedro II e a Escola Normal (1876), atual Instituto de

Educação para a formação em magistério.

Em 1886 foi criada por Antonio Mariano de Lima, a Escola de Belas Artes e Indústrias que

desempenhou um papel importante no desenvolvimento das artes plásticas e da

música na cidade; dessa escola, foi criada em 1917, a Escola Profissional

Feminina², que oferecia, além de desenho e pintura, cursos de corte e costura, arranjos

de flores e bordados, que faziam parte da formação da mulher.

Com a proclamação da República, em 1890 ocorreu a primeira reforma

educacional do Brasil republicano. Tal reforma foi marcada pelos conflitos de idéias

positivistas e liberais. Os positivistas defendiam a necessidade do ensino de Arte

valorizar o desenho geométrico como forma de desenvolver a mente para o

pensamento científico. Os liberais preocupados com o desenvolvimento econômico e

industrial defendiam a necessidade de um ensino voltado para a preparação do

trabalhador.

Benjamin Constant, responsável pelo texto da reforma, direcionou o ensino para a

valorização da ciência e da geometria e propagou o ideário positivista no Brasil. Essa

proposta educacional procurou atender aos interesses do modo de produção

capitalista e secundarizou o ensino de Arte, que passou a abordar, tão somente, as

técnicas e artes manuais.

2 Oficializada em 08/08/1917, através do decreto nº 548 (Diário Oficial/PR), em 1992, esta escola passa a denominar-se Centro de

Artes Guido Viaro e em 2005 torna-se o Centro Estadual de Capacitação em Artes Guido Viaro.

De fato, as políticas educacionais centradas no atendimento às demandas da produção e

do mercado de trabalho têm sido uma constante, como, por exemplo, no período do

Governo de Getúlio Vargas (1930 a 1945) com uma legislação que propunha a

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generalização do ensino profissionalizante nas escolas públicas; na ditadura

militar (1964 a 1985) com o ensino técnico compulsório para o segundo grau; e na

segunda metade da década de 1990, com a pedagogia das competências e habilidades

que fundamentaram os Parâmetros Curriculares Nacionais.

Entretanto, o ensino de Arte nas escolas e os cursos de Arte oferecidos nos mais diversos

espaços sociais são influenciados, também, por movimentos políticos e sociais. Nas

primeiras décadas da República, por exemplo, ocorreu a Semana de Arte Moderna de

1922, um importante marco para a arte brasileira, associado aos movimentos

nacionalistas da época.

A exposição, no Teatro Municipal de São Paulo, foi um dos eventos desse movimento

modernista e contou com diversos artistas, como: Villa Lobos e Guiomar Novaes

(músicos), Antonio Moya e George Prsyrembel (arquitetos), Anita Malfatti e Di Cavalcante

(pintores), Brecheret (escultura), Yvonne Dalmerie (dança) entre outros. Tal

movimento, teve como precursores nas artes plásticas, Anita Malfatti, Lasar Segall e Di

Cavalcante com suas exposições na década de 1910 e, na literatura, Oswald

de Andrade, Menotti del Picchia e Mario de Andrade.

O sentido antropofágico do movimento era de devorar a estética européia e transformá-la

em uma arte brasileira, valorizando a expressão singular do artista, rompendo com os

modos de representação realistas. Esses artistas direcionaram seus trabalhos para a

pesquisa e produção de obras a partir das raízes nacionais.

O movimento modernista valorizava a cultura popular, pois entendia que desde o

processo de colonização, a arte indígena, a arte medieval e renascentista européia e a

arte africana, cada qual com suas especificidades, constituíram a matriz da cultura

popular brasileira.

O ensino de Arte passou a ter, então, enfoque na expressividade, espontaneísmo

e criatividade. Pensada inicialmente para as crianças, essa concepção foi gradativamente

incorporada para o ensino de outras faixas etárias.

Apoiou-se muito na pedagogia da Escola Nova, fundamentada na livre expressão de

formas, na individualidade, inspiração e sensibilidade, o que rompia com a

transposição mecanicista de padrões estéticos da escola tradicional.

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Esse foi o fundamento pedagógico da Escolinha de Arte, criada em 1948, no Rio de

Janeiro, pelo artista e educador Augusto Rodrigues, organizada em ateliês-livres de

artes plásticas. A forma de organização desta escolinha tornou-se referência para

a criação de outras no território nacional, no entanto, manteve o caráter extra-curricular

do ensino de arte.

Pela primeira vez uma tendência pedagógica – Escola Nova – centrava sua ação no aluno

e na sua cultura, em contraposição às formas anteriores de ensino impostas por modelos

que não correspondiam ao universo cultural dos alunos, como por exemplo, a arte

medieval e renascentista dos Jesuítas sobre a arte indígena; ou a cultura neoclássica da

Missão Francesa sobre a arte colonial e Barroca, com características brasileiras.

Entretanto, somente com o trabalho do músico e compositor Heitor Villa Lobos, o

ensino de Arte se generalizou e uma mesma metodologia foi adotada na maioria das

escolas brasileiras. Como Superintendente de Educação Musical e Artística do

Governo de Getúlio Vargas, Villa Lobos tornou obrigatório o ensino de música nas escolas

por meio da teoria e do canto orfeônico³, numa política de criação de uma identidade

nacional. A música foi muito difundida nas escolas e conservatórios e os professores

trabalhavam com o canto orfeônico, com o ensino dos hinos e com o canto coral,

realizando apresentações para grandes públicos4., numa política de criação de uma

identidade nacional.

Apesar do regime ditatorial do Governo Getúlio Vargas, o ensino de música proposto

por Villa Lobos foi importante para as escolas pois constituiu uma pedagogia

musical e divulgou suas composições que expressavam a integração entre música

3 Canto Orfeônico: coro escolar/agremiação, sociedade ou escola dedicado ao canto coral (sem

acompanhamento instrumental)

4 O ensino do Canto Orfeônico serviu de referência para a criação de conservatórios de música como o Conservatório

Estadual de Canto Orfeônico, fundado em 1956, e transformado em 1967 na Faculdade de Educação Musical do

Paraná (FEMP) e, em 1991, na Faculdade de Artes do Paraná (FAP), que forma professores em música, artes visuais,

teatro e dança.

erudita e popular. Esse trabalho permaneceu nas escolas com algumas modificações

até meados da década de 1970, quando o ensino de música foi reduzido ao estudo da

teoria musical e, novamente, à execução de hinos ou outras canções cívicas.

O ensino de Arte e os cursos oficiais públicos se estruturaram de acordo com a classe

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social à qual se destinavam, como por exemplo, a corporação de músicos e a corporação

de artesãos em Vila Rica, no século XVIII; as aulas particulares de piano das senhoritas

burguesas do século XIX; nos circos com atores, músicos e malabaristas e de diversos

outros grupos sociais.

No Paraná, houve reflexos desses vários processos pelos quais passou o ensino da Arte,

assim como no final do século XIX, com a chegada dos imigrantes e, entre eles, artistas ,

vieram novas idéias e experiências culturais diversas, como a aplicação da Arte aos

meios produtivos e o estudo sobre a importância da Arte para o desenvolvimento da

sociedade. As características da nova sociedade em formação e a necessária valorização

da realidade local estimularam movimentos a favor da Arte se tornar disciplina escolar.

Entre os artistas e professores que participaram desse momento histórico destacaram-se,

Mariano de Lima, Alfredo Andersen, Guido Viaro, Emma Koch, Ricardo Koch, Bento

Mossurunga e outros considerados precursores do ensino da Arte no Paraná.

Mariano de Lima, por sua vez, abriu espaço para o ensino artístico e

profissional, associando a técnica com a estética, num contexto histórico em que o

trabalho artesanal era substituído pela técnica industrial. A metodologia de ensino de

Mariano de Lima baseava-se em modelos5 do neoclassicismo e filosofias do

liberalismo e positivismo. Essa escola ofertava cursos, tanto para profissionais

liberais quanto para educadores, entre eles: Auxiliar de Línguas e Ciências, Música,

Desenho, Arquitetura, Pintura, Artes e Indústrias, Propaganda e Biblioteca.

5 Esses modelos já eram ensinados no passado, em instituições como o Liceu de Artes e Ofícios do Rio

de Janeiro, criado em 1856, por Bithencourt da Silva.

Em termos metodológicos, o artista Alfredo Andersen, por exemplo, trouxe influências

da Escola de Barbizon que privilegiava estudos da natureza, trabalhados em estúdio e

atividades ao ar livre, difundidos pelo movimento impressionista que buscava o

exercício na observação direta do ambiente natural.

Das escolas formadas por iniciativas pioneiras, destaca-se também a criada pelo artista

Guido Viaro, em 1937, a Escolinha de Arte do Ginásio Belmiro César6.

Sua proposta era de oferecer atividades livres e funcionava em período alternativo às

aulas dos alunos. Adotava correntes teóricas e pedagógicas vindas da Europa e dos

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Estados Unidos fundamentadas na liberdade de expressão. Guido Viaro, que também

trabalhou na Escola Profissional Feminina, no Liceu Rio Branco e no Colégio Estadual

do Paraná, apreciava as idéias de teóricos como Herbert Read, e Lowenfeld, que

defendiam os aspectos psicológicos na produção artística infantil e

desenvolvimento do potencial criador. Teve como parceira de trabalho a educadora

Eny Caldeira, que estudou com Maria Montessori e foi sensibilizada pelas questões

relacionadas à arte (OSINSKI,1998).

Em 1956, a antiga Escola de Arte de Viaro, passa a denominar-se Centro Juvenil de

Artes Plásticas, ligado ao Departamento de Cultura da Secretaria de Educação e

Cultura do Paraná.

A artista Emma Koch, também influenciada por Lowenfeld, não restringiu seu trabalho

apenas à corrente da livre expressão, acreditava no uso de temas e de conhecimento

específico e a experiência do aluno, de modo a valorizar a reflexão e a crítica no ensino

de Arte (OSINSKI, 1998).

Emma Koch, durante a gestão de Erasmo Piloto como Secretário de Estado da Educação

e Cultura do Paraná, participou da criação do Departamento de Educação

Artística nessa Secretaria e propôs a instituição de clubes infantis de cultura e de

assistência técnica às escolas primárias.

6 Essa escolinha é anterior à famosa Escolinha de Arte do Brasil, dirigida pelo

artista Augusto

Rodrigues, fundada somente em 1948.

Em 1957, participou da elaboração de uma concepção teórico-metodológica

para a Escola de Arte7 do Colégio Estadual do Paraná (CEP).

A partir da década de 1960, as produções e movimentos artísticos se

intensificaram: nas artes plásticas, com as Bienais e os movimentos contrários a ela; na

música, com a Bossa Nova e os festivais; no teatro, com o Teatro Oficina e o Teatro de

Arena de Augusto Boal; e no cinema, com o Cinema Novo de Glauber Rocha. Esses

movimentos tiveram forte caráter ideológico, propunham uma nova realidade social e,

gradativamente, deixaram de acontecer com o endurecimento do regime militar.

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Com o Ato Institucional nº 5 (AI-5), em 1968, esses movimentos foram reprimidos

e vários artistas, professores, políticos e intelectuais que se opunham ao regime foram

perseguidos e exilados. Em 1971, foi promulgada a Lei Federal nº 5692/71, cujo

artigo 7° determinava a obrigatoriedade do ensino da arte nos currículos do

Ensino Fundamental (a partir da 5ª série) e do Ensino Médio, na época denominados de

1º e 2º Graus, respectivamente.

Numa aparente contradição, foi nesse momento de repressão política e cultural

que o ensino de Arte (disciplina de Educação Artística) tornou-se obrigatório no Brasil.

Entretanto, seu ensino foi fundamentado para o desenvolvimento de habilidades

e técnicas, o que minimizou o conteúdo, o trabalho criativo e o sentido estético da arte.

Cabia ao professor, tão somente, trabalhar com o aluno o domínio dos materiais que

seriam utilizados na sua expressão.

No currículo escolar, a Educação Artística passou a compor a área de

conhecimento denominada Comunicação e Expressão. A educação artística por sua vez,

ficou sujeita aos atos que instituíram a censura militar. Na escola, o ensino de artes

plásticas foi direcionado para as artes manuais e técnicas, e o ensino de música

enfatizou a execução de hinos pátrios e de festas cívicas.

7 Nessa escola ministrava-se, desde 1947, o ensino de Artes Plásticas e Teatro, além da Música, com o

Maestro Bento Mossurunga e seu trabalho com o Canto Orfeônico. Com o passar do tempo, essas

atividades foram incorporadas às classes integrais e implementadas no calendário escolar do CEP ,

onde permanecem até os dias atuais.

A partir de 1980, o país iniciou um amplo processo de mobilização social pela

redemocratização e elaborou-se a nova Constituição, promulgada em 1988. Nesse

processo, os movimentos sociais realizaram encontros, passeatas e eventos que

promoviam, entre outras coisas, a discussão dos problemas educacionais para

propor novos fundamentos políticos para a educação.

Dentre os fundamentos pensados para a educação, destacam-se a pedagogia histórico-

crítica, elaborada por Saviani da PUC de São Paulo e a Teoria da

Libertação, com experiências de educação popular realizadas por Organizações e

movimentos sociais, fundamentados no pensamento de Paulo Freire. Essas teorias

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propunham oferecer aos educandos acesso aos conhecimentos da cultura para uma

prática social transformadora.

A pedagogia histórico-crítica fundamentou o Currículo Básico para Ensino de 1o grau,

publicado em 1990, e o Documento de Reestruturação do Ensino de 2o grau da Escola

Pública do Paraná, publicado em seguida. Tais propostas curriculares pretendiam fazer

da escola um instrumento para a transformação social e nelas, o ensino de Arte retomou

a formação do aluno pela humanização dos sentidos, pelo saber estético e pelo trabalho

artístico.

Após quatro anos de trabalho de implementação das propostas, esse processo

foi interrompido em 1995 pela mudança das políticas educacionais que se apoiavam em

outras bases teóricas. O Currículo Básico ainda estava amparado por resolução do

Conselho Estadual, mas foi, em parte, abandonado como documento orientador da

prática pedagógica. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), publicados no

período de 1997 a 1999, foram encaminhados pelo MEC diretamente para as escolas e

residências dos professores e tornaram-se os novos orientadores do ensino.

Os PCN em Arte tiveram como principal fundamentação a proposta de Ana Mae

Barbosa, denominada de Metodologia Triangular, inicialmente pensada para o trabalho

em museus, foi inspirada na DBAE (Discipline Based Art Education) norte-americana, que

teve origem no final dos anos de 1960 nos Estados Unidos

No Ensino Médio a Arte compõe a área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

junto com as disciplinas de Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna e

Educação Física. Essa estrutura curricular reproduz o mesmo enquadramento

dado pela Lei nº 5.692/71 à disciplina de Educação Artística que a inseriu na área de

Comunicação e Expressão e enfraqueceu seus conteúdos de ensino. Além disso, os

encaminhamentos metodológicos apresentados pelos PCN's, sugerem que o

planejamento curricular seja centrado no trabalho com temas e projetos, o que relega

a segundo plano os conteúdos específicos da arte.

Questiona-se, também, a pouca participação dos professores na produção dos PCN,

que foram escritos e distribuídos antes da elaboração das Diretrizes Curriculares

Nacionais (DCN) que, segundo a LDB nº 9394/96, deveriam ser a base legal para a

formulação dos PCN.

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Tanto as DCN quanto os PCN do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, tomaram o

conceito de estética sob os fundamentados da estética da sensibilidade, da política da

igualdade e da ética da identidade.

Assim, o conceito de estética foi esvaziado do conteúdo artístico e utilizado para analisar

as relações de trabalho e de mercadoria. Essa concepção de estética é fundamentada na

aparência e na superficialidade, que mascara as relações de opressão e

exploração da classe trabalhadora, para justificar a submissão e o

conformismo, pois se prende apenas aos efeitos da divisão de classes e ignora a origem

econômica das desigualdades (TROJAN, 20 05, p. 169).

Na década de 1990, as empresas de capacitação de executivos e demais profissionais

passaram a ver a arte e os conceitos de estética como meio e princípio nos seus cursos.

Esse padrão foi muito adotado nas capacitações (também denominadas de

reciclagem) de professores da Rede Pública em Faxinal do Céu (município de Pinhão)

de 1997 a 2002. Nesses eventos, eram constantes as atividades artísticas

desprovidas de conteúdo, sendo aplicadas, na maioria das vezes, como

momentos terapêuticos, de descontração e de alienação, distantes da realidade escolar.

Além deste caráter motivacional e de sensibilização que marcou a capacitação

de professores naquele período, outra característica é a de professores da academia

ministrando cursos para os professores da educação básica, em situações

idealizadas, com reflexos poucos palpáveis no cotidiano da escola.

Em 2003 iniciou-se, no Paraná, um processo de discussão com os professores

da Educação Básica do Estado, Núcleos Regionais de Educação (NRE) e Instituições

de Ensino Superior (IES), pautado na retomada de uma prática reflexiva para a

construção coletiva de diretrizes curriculares estaduais. Tal processo tomou o professor

como sujeito epistêmico, que pesquisa sua disciplina, reflete sua prática e registra sua

práxis. As novas diretrizes curriculares concebem o conhecimento nas suas

dimensões artística, filosófica e científica, e articulam-se com políticas que valorizam a

arte e seu ensino na rede estadual do Paraná.

Um exemplo dessas políticas é a Instrução Secretarial nº 015/2006 que

estabelece o mínimo de 2 e o máximo de 4 aulas semanais/ano para todas as disciplinas

do Ensino Médio, proporcionando maior equidade entre elas, o que resultou no

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aumento do número de aulas de Arte. Outro exemplo é a retomada dos concursos

públicos para professores, pois consolida cada vez mais, o quadro próprio do magistério

com profissionais habilitados na disciplina de atuação, o que favorece a continuidade e

qualidade dos estudos teóricos e pedagógicos propostos, principalmente para a

Arte.

Além disso, os livros de literatura universal e os livros de fundamentos teórico-

metodológicos de todas as áreas de arte enviados às escolas da rede; a produção e

distribuição do Livro Didático Público de Arte; o acesso, nas escolas, a

equipamentos e recursos tecnológicos (computador, TV, portal, canais televisivos); a

diversificação das oportunidades de formação continuada com os grupos de estudo

autônomos e os simpósios e seus mini-cursos, ampliam as possibilidades de estuda

reestimulam os estudos do professor pesquisador.

Reconhece-se, então, que os avanços recentes podem levar a uma transformação

no ensino de arte. Entretanto, ainda é necessário reflexões e ações que permitam a

compreensão da arte como campo do conhecimento, de modo que não seja reduzida a

um meio de comunicação para destacar dons inatos ou a prática de entretenimento e

terapia. Assim, o ensino de arte deixará de ser coadjuvante no sistema educacional para

se ocupar também do desenvolvimento do sujeito frente a uma sociedade construída

historicamente e em constante transformação.

2 - OBJETIVOS DA DISCIPLINA DE ARTE NA EJA

2.1 - Objetivos em Artes Visuais na EJA

Dentro do amplo campo da arte podemos considerar como objetivos específicos

das Artes Visuais que o aluno:

a) Perceba que o mundo visual em seu entorno é intencionalmente criado por artistas e

profissionais da comunicação visual e que isso tem um impacto sobre

cada indivíduo e a sociedade em geral;

b) Entenda que é característica do trabalho de arte a intencionalidade, isso distingue a

imagem criada pelo homem da imagem natural ou incidental;

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c) Compreenda que a aproximação e o entendimento da obra visual se

ampliam na medida em que buscamos compreender a intenção do artista;

d) Seja capaz de analisar uma imagem a partir das teorias que estudam e explicam os

mecanismos próprios à imagem;

e) Produza obras visuais que expressem sua própria intencionalidade de comunicação;

f) Investigue e explore com autoconfiança novas possibilidades e recursos

criativos para se expressar visualmente;

g) Experimente o máximo de técnicas possíveis em Artes Visuais;

h) Entre em contato com a produção de outros artistas locais e mundiais;

i) Entre em contato com obras que foram consagradas mundialmente através da história

da arte e se sinta confiante em analisá-las e criticá-las na busca de compreendê-las;

j) Tenha a oportunidade de criar meios para expor sua própria produção.

2.2 - Objetivos em Dança na EJA

Dentro do amplo campo da arte podemos considerar como objetivos específicos de

dança que o aluno:

a)Perceba a dança como expressão e representação de valores humanos que estão

presentes nos indivíduos e na sociedade em geral;

b)Compreenda a importância de que a dança seja carregada de intencionalidade do

indivíduo ou corpo de dança, distinguindo-a da simples imposição e repetição de

padrões coreográficos externos destituídos de significado;

c)Perceba as intencionalidades dos dançarinos, compreendendo melhor as

representações da sociedade em seu entorno;

d) Adquira autoconfiança para desenvolver seus próprios padrões de movimento e

repouso em dança, de acordo com suas necessidades expressivas;

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e)Entre em contato com a produção de dançarinos locais e mundiais de diferentes

períodos, seja pela TV, internet ou ao vivo;

f)Tenha a oportunidade de criar meios para apresentar seus espetáculos.

2.3- Objetivos em Teatro na EJA

Os objetivos específicos do ensino de Teatro na EJA podem ser considerados como os de

desenvolver no aluno:

a ) a percepção de que a vivência simbólica é tão real para o ser humano quanto as

experiências concretas do dia-a-dia;

b) a expressividade intencional de seu corpo e sua utilização na representação

cênica;

c) a desinibição para se expor em palco, expressando sentimentos e sensações

humanas;

d ) autoconfiança para desenvolver seu próprio estilo expressivo;

e) competências vivenciais e teóricas para a apreciação de produções teatrais

clássicas e da contemporaneidade;

f) a oportunidade para poder atuar em grupo;

g) autonomia para criar e desenvolver projetos em teatro;

h) conhecimentos que permitam ao aluno conhecer as regras e trâmites do mercado de

trabalho em teatro.

2.3- Objetivos em Musica na EJA

Como objetivos específicos do ensino da Música na EJA podemos considerar que o

aluno:

a) Entenda a música como meio de expressão artística presente nas mais diversas

épocas da humanidade;

b) Compreenda que a aproximação e o entendimento da obra musical se ampliam na

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medida em que buscamos compreender a intenção do artista, seus valores estéticos, as

técnicas e procedimentos dos quais se utilizou;

c) Tenha contato com o máximo de meios e técnicas de produção musical;

d) Produza obras musicais que expressem sua própria intencionalidade de comunicação

e expressão;

e) Entre em contato com um repertório diversificado, das mais diversas épocas e

representativo de diversas culturas nacionais e internacionais;

f) Adquira autoconfiança para desenvolver seus próprios padrões de interpretação,

improvisação e composição, de acordo com suas necessidades expressivas;

g) Tenha a oportunidade de poder atuar em grupo;

h) Adquira conhecimentos que lhe permitam conhecer as regras e trâmites do mercado

de trabalho em Música;

i) Desenvolva autonomia para criar e desenvolver projetos musicais;

j) Tenha a oportunidade de criar meios para expor sua própria produção.

3 - ORIENTAÇÕES METODOLOGICAS

3.1 - Artes Visuais na EJA

A expressão Artes Visuais refere-se a um amplo leque da produção cultural humana

ligado à imagem. A questão do estudo da imagem ultrapassa o que, no sentido clássico

acadêmico, usou-se chamar artes plásticas e, nesse sentido, ultrapassa os campos

restritos da pintura, desenho, gravura e escultura.

Observa-se no mundo pós-contemporâneo a imensa quantidade de informação que nos

chega por meios visuais. Incluindo a tecnologia clássica das artes plásticas, essa área de

conhecimento amplia-se à produção fílmica (tanto de cinema, quanto de televisão),

publicitária, à moda, decoração, arquitetura, enfim, às questões gerais da imagem que

se produz e que consumimos em nosso cotidiano, sob as mais variadas formas.

Esse novo entendimento sobre as artes visuais abre muitas possibilidades ao professor,

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podendo facilitar seu trabalho, pois o aproxima da realidade que o aluno vivencia nessa

área.

Desde a chance de abrir um jornal e efetuar uma análise das imagens que nos são

passadas diariamente através de um meio de comunicação e os reflexos que isso tem

sobre nossas vidas, a assistir um filme e observar as estratégias de imagem utilizadas por

um cineasta para explorar determinado conteúdo, ou resgatar a clássica pintura e realizar

um quadro a óleo, passear pelas ruas do bairro e observar o impacto que a visualidade da

arquitetura, das ruas, seu entorno, podem ter sobre nossa representação como grupo.

Assim, a possibilidade de atuação do professor de arte em Artes Visuais é praticamente

infinita, sempre que nos mantivermos abertos aos novos conceitos e produções.

Portanto, a metodologia para Artes Visuais nos permite transitar entre várias

possibilidades do fazer artístico no campo visual: o desenho; a pintura sobre diversos

suportes e recorrendo-se a várias tintas; a escultura, inclusive a construção de objetos

com materiais diversos e mesmo sucatas; mas também filmagens; artes

gráficas; interferências no meio ambiente; computação gráfica;etc.

Não necessariamente o aluno deva transitar por todas as técnicas possíveis na produção

visual (o que seria impossível mesmo para o artista). O importante é que o aluno em EJA

possa perceber as características de um produto visual e compreender o significado que o

artista tentou expressar e técnica com que utilizou os símbolos e imagens para poder

passar sua mensagem.

A particularidade das Artes Visuais é encontrar um modo de comunicar-se pela imagem.

Não importa se essa imagem foi pintada, fotografada, filmada ou se é resultado da

construção de um objeto. Para expressar seu conteúdo, o artista recorreu não a um som,

ou um texto, mas a uma imagem.

3.1.1 - Metodologia para o fazer artístico de Artes Visuais

O fazer artístico nessa área deve concentrar seus esforços em fazer com que o aluno

consiga se expressar através da criação intencional de uma imagem.

Exercícios que permitam a compreensão e o domínio da forma, bem como dos materiais

plásticos são fundamentais para o desenvolvimento do fazer artístico nessa área.

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3.1.2 - Metodologia para apreciação e leitura de imagens

A leitura de imagens e a compreensão daquilo que cada imagem expressa e porquê, de

acordo com sua própria estratégia, tem sido um campo amplamente estudado desde

meados do século 20.

Embora a contextualização histórica e sócio-política da obra de arte seja importante para

a compreensão de uma história da cultura humana e não deva ser posta de lado, é

importante que o professor de arte na área de Artes Visuais considere que a leitura de

imagens tem seu próprio repertório, fundamentado na própria imagem, e que esse

conhecimento deve ser apropriado pelo aluno para que ele possa desenvolver uma

apreciação crítica das Artes Visuais.

Nas aulas de Artes Visuais o professor deve dar oportunidade para o aluno entrar em

contato com obras visuais de diversos artistas, podendo fazê-lo através da televisão, dos

cadernos culturais de jornais e revistas, pela internet e, sempre que possível, ao vivo em

praças, museus, centros culturais, etc. A prática de observar essas produções, locais e

mundiais, apreciá-las, analisá-las e interpretá-las é fundamental para que o aluno

desenvolva a autonomia e criticidade nessa área do conhecimento.

Igualmente importante é o exercício da análise crítica da própria obra e da dos colegas de

classe para que se possa desmistificar a criação artística entendida como dom e percebê-

la como fruto do trabalho e da construção do conhecimento humano que pode e deve ser

adquirido e compreendido.

3.2 -Dança na EJA

Ao compreendermos a arte como linguagem e a dança como arte, podemos refletir que

dançar é a linguagem artística mais primitiva do ser humano.

Como forma de arte, a dança busca dar expressão aos sentimentos humanos através de

seu instrumento mais básico: o próprio corpo.

É necessário que a dança não seja vista como simples coreografia, seja de tradições

folclóricas, seja de representações contemporâneas.

E, embora como representação coletiva de um grupo social, atenda a alguns objetivos do

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ensino da dança na EJA, não podemos nos esquecer que é necessário que

desenvolvamos, igualmente, as expressões individuais.

Para as aulas de dança na EJA o professor deve possibilitar que o aluno reconheça que

organizando e expressando seus movimentos ele pode agregar-lhes intencionalidade

artística.

As aulas de dança deve possibilitar a apreciação de apresentações diversas de dança e

sua leitura e análise crítica, pois ampliarão o repertório dos alunos, permitindo uma

melhor compreensão de seus próprios gestos e o aprimoramento desses.

Na educação em dança o professor pode e deve manter o objetivo de trabalhar as

tradicionais coreografias, através de um trabalho de resgate do significado dos

movimentos do próprio corpo do aluno e do grupo do qual ele participa, das danças que

vivencia em seus momentos de lazer (festas, bailes, grupos culturais e folclóricos da sua

comunidade, encontros com amigos, etc), para então tomar nova consciência desses

gestos, criticamente.

3.2.1 - Metodologia fazer Artístico em Dança

O fazer artístico em dança deve observar a experimentação do aluno sobre seus

próprios movimentos, resgatando as expressões oriundas desses.

As aulas devem proporcionar experiências onde os alunos interajam uns com os outros

já que a questão do corpo envolve a relação entre indivíduos, sempre visando uma

intencionalidade expressiva que é o que caracterizará um trabalho artístico.

Aulas com representação coletiva, resgate e a contextualização histórica das danças

tradicionais e novas criações propostas pelo grupo.

3.3 - Teatro na EJA

O teatro talvez seja uma das mais antigas manifestações artístico-culturais do ser

humano, pois se supõe que já exista desde a pré-história na forma de rituais que serviam

à magia de dominar a natureza.

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Ele tem a peculiaridade de unir diversas linguagens artísticas.

De um lado sua base é a dramaturgia do ator: o trabalho com o próprio corpo na intenção

de expressar determinados sentimentos e dramas humanos; por outro, utiliza-se de textos

(dramaturgia), das artes visuais (cenários, objetos de cena, indumentárias, cartazes de

divulgação, maquilagem, etc.), da música (composições que enriquecem as cenas, sons,

ruídos, etc.). Desse modo é uma linguagem artística capaz de desenvolver diversas

potencialidades do ser humano quando esse tenta se fazer representar socialmente.

Porém a metodologia para as aulas de teatro não deve se desviar do foco essencial que

está em vivenciar pela interpretação os dramas e conflitos humanos, independentemente

de que a realização desses conflitos se dê na forma da tragédia ou da comédia

Através da construção, reconstrução e interpretação de histórias diversas o indivíduo

Pode vivenciar simbolicamente experiências que irão aprimorar seu repertório de vida.

3.3.1 - Metodologia para Fazer Artístico em Teatro

As aulas de teatro na EJA devem proporcionar ao aluno a vivência da representação

dramática, permitindo que o aluno perceba a expressão dos grandes mitos que há por

detrás de toda criação narrativa.

Aulas com improvisação de cenas e montagem de peças teatrais permitindo a livre

iniciativa dos alunos.

Aulas com imagens de apresentações teatrais do teatro amador e profissional, através da

TV pen drive.

Exibição do trabalho dos alunos para outros alunos, já que é da natureza dessa

linguagem representar para alguém. Nesse aspecto, o próprio grupo deve se converter

em platéia crítica e exigente dos exercícios desenvolvidos em aula.

3.4 - Música na EJA

O trabalho de Música na EJA, da mesma maneira que em outras linguagens em Arte,

deve partir da realidade musical vivenciada pelo aluno, do repertório que ele traz, das

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atividades musicais corriqueiras no grupo social do qual participa.

É importante dar a oportunidade não só para se apreciar, mas também para fazer música

nos mais diversos gêneros e estilos e com o maior número possível de meios, sempre

partindo do referencial do aluno.

Aulas com vídeos que mostrem diferentes músicas étnicas, sejam concertos ou músicas

populares, procurando discuti-las para entender seus modos de produção.

Assim como nas demais artes, é possível encontrar pontos de contato entre as criações

musicais de diferentes épocas da história da música ou de diferentes culturas de nosso

país e do mundo e o repertório dos alunos .

Utilizar materiais alternativos, tanto na construção de instrumentos, quanto na sua

utilização direta para produzir som, pode ser um caminho rico para a vivência

instrumental, se explorado de forma sistemática e consciente.

Da mesma forma a improvisação traz o desafio de colocar na prática e de modo

espontâneo o que foi aprendido. Nesse sentido o professor deve procurar aplicar

diferentes modelos de improvisação e propostas de criação, que tornem a prática do

grupo interessante e estimulante.

Vale lembrar que hoje as novas tecnologias da informação podem representar um

Grande auxílio na educação musical, ao tornarem acessíveis ferramentas de gravação,

sequenciamento e edição de áudio.

O ponto central, a ser buscado através de qualquer método que se coloque em prática, é

levar o aluno ao domínio da linguagem musical como meio de expressão artística.

3.4.1 - Metodologia do Fazer Artístico em Música

Aulas que propiciem aos alunos a oportunidade de: apreciação; prática instrumental e

vocal; criação musical, através da improvisação e da composição; e discussão de toda

essa produção.

Esses quatro aspectos se complementam, para poder desenvolver o domínio da

linguagem musical, no aluno da EJA

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A discussão a respeito da produção deve ser aberta e apoiar-se em critérios que nasçam

do próprio grupo e de suas vivências, enriquecidos pelo professor que, pode acrescentar

com sua experiência e conhecimento específico na área.

Outra tarefa importante durante as aulas, no que concerne à prática instrumental e vocal,

é equilibrar o peso da execução individual e em grupo, não deixando que a soma das

sonoridades dos vários elementos grupais dê ao aluno a impressão de que pode

descuidar da qualidade da sua sonoridade individual.

4 – CONTEÚDOS

“Das reflexões feitas no processo de elaboração das Diretrizes Curriculares Estaduais

para a Educação de Jovens e Adultos, identificaram-se os eixos cultura, trabalho e tempo

como articuladores de toda ação pedagógico-curricular. Tais eixos foram definidos a partir

da concepção de currículo, como processo de seleção da cultura e do perfil do educando

da EJA.” (Diretrizes Curriculares de Jovens e Adultos –Curitiba – 2006)

“Se o currículo orienta a ação pedagógica, ele deve expressar os interesses dos educa-

dores e educandos: oferecer os conhecimentos necessários para a compreensão histórica

da sociedade; usar metodologias que dêem voz a todos os envolvidos nesse processo e

adotar uma avaliação que encaminhe para a emancipação. “ (Diretrizes Curriculares de

Jovens e Adultos –Curitiba – 2006)

4.1 – Conteúdos para ARTES VISUAIS

Conteúdo Estruturante: Elementos Formais – Composição - Movimentos e Períodos

Conteúdo Específico: Funções da Arte

Objetivos:

• Definir conceito de Arte

• Definir as Funções da Arte

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Conteúdo Específico: Cores Primárias – Cores Secundárias

Cores complementares

Objetivos:

• Reconhecer as cores primárias

• Reconhecer as cores secundárias mediante a mistura de pigmentos

• Desenvolver as noções de harmonia de cores

• Desenvolver trabalhos policromáticos e monocromáticos

Conteúdo Específico: Ponto - linhas.

Objetivos:

• Saber conceituar, reconhecer, empregar o ponto como elemento geométrico, como

elemento físico e como elemento gráfico

• Reconhecer as linhas como expressão artística, analisando os diferentes tipos de

interpretação dado às obras de artes.

• Utilizar de vários meios para expressar-se através da arte.

Conteúdo Específico: Arte Figurativa e Arte Abstrata

Objetivos:

• Saber diferenciar a Arte abstrata da Arte Figurativa

Conteúdo Específico: Textura

Objetivos:

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• Reconhecer textura tátil.

• Reconhecer textura gráfica.

Conteúdo Específico: Temas de Pintura

Objetivos:

• Reconhecer Paisagens e Marinhas como tema de pintura.

• Conhecer artistas que retrataram obras de artes com este tema.

• Reconhecer Retratos e Auto – Retratos como tema de pintura.

• Conhecer artistas que retrataram obras de artes com este tema.

Conteúdo Específico: Escultura

Objetivos:

• Conhecer a arte da escultura

• Conhecer diferentes técnicas de esculturas

Conteúdo Específico: Grafitti

Objetivo:

• Analisar de forma crítica a arte do Grafitti, diferenciando claramente, a pintura em

muros e a pichação.

Conteúdo Específico: Formas geométricas

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Objetivo:

• Reconhecer as formas geométricas como elemento do espaço visual;

• Fazer composição com figuras geométricas;

• Conhecer a arte milenar do Tangram utilizando as formas geométricas nas

composições artísticas.

Conteúdo Específico: Op Arte

Objetivos

• Reconhecer a Optical art como expressão artística.

• Reconhecer imagens bidimensionais com sensações de movimento.

• Conhecer os móbiles como plástica do movimento.

Conteúdo Específico: Folclore

Objetivo:

• Reconhecer as manifestações folclóricas do Brasil;

• Reconhecer as lendas regionais e nacionais;

• Conhecer a existência de outros grupos culturais além do seu.

• Reconhecer e respeitar o modo de vida e expressões culturais de outros grupos da

sociedade brasileira.

• Conhecer a diversidade do patrimônio étnico cultural brasileiro, tendo atitude de

respeito para com as pessoas e grupos que compõe.

• Identificar histórias, personagens e fatos marcantes, característico de diferentes

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regiões do Brasil.

Conteúdo Específico: Arte brasileira e Modernismo no Brasil

Objetivos:

• Reconhecer a arte brasileira do séc XX: O Movimento modernista.

• Conhecer a vida e obra de Portinari; Tarsila do Amaral;

• Conhecer a vida e obra de Lazar Segal.

• Conhecer a vida e obra de Anita Mafaltti.

Conteúdo Específico: Artistas e Movimentos após a Semana de Arte Moderna

Objetivos:

• Conhecer a vida e obra de Alfredo Volpi;

• Analisar formas e cores inseridas nas obras de artes;

• Conhecer a vida e obra de Candido Portinari

Conteúdo Específico: Técnicas de gravura – Monotipia, calcogravura

Objetivo:

• Conhecer a técnica da monotipia;

• Conhecer a técnica da calogravura

Conteúdo Específico: Técnicas de gravura – Papelografia

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Objetivo:

• Conhecer a técnica da papelografia;

• Utilizar materiais alternativos para o fazer artístico.

Conteúdo Específico: Técnicas de gravura – Xilogravura

Objetivo:

• Conhecer a técnica da xilogravura;

• Reconhecer a vida e obra de Escher;

• Reconhecer a vida e obra do artista gravador Samico;

Conteúdo Específico: Propaganda e Publicidade

Objetivos:

• Conhecer elementos que compõem a propaganda a interlocução nas propagandas

e análise de propagandas.

Conteúdo Específico: Indústria Cultural

Objetivos:

• Compreender o sentido da industria cultural na arte;

• Compreender como a sociedade capitalista transformou as manifestações culturais

em produto.

Conteúdo Específico: Arte na Pré-História

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Objetivos:

• Conhecer a arte no Paleolítico Superior;

• Conhecer a arte no Neolítico.

Conteúdo Específico: Arte no Egito

Objetivos:

• Conhecer a arte no Egito através das pinturas, esculturas, baixo relêvos, entre

outras manifestações artísitcas.

Conteúdo Específico: Arte na Grécia

Objetivos:

• Conhecer a arte na Grécia;

• Saber reconhecer os períodos na evolução da arte grega.

Conteúdo Específico: Arte brasileira

Objetivos:

• Reconhecer a arte brasileira do séc XX: O Movimento modernista;

• Conhecer a vida e obra de Portinari; Romero Britto, Tarsila do Amaral.

Conteúdo Específico: Arte Paranaense

Objetivos:

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• Conhecer um pouco da arte do Paraná;

• Conhecer a vida e obra de Alfredo Andersen;

• Conhecer a vida e obra de João Turim;

• Conhecer a vida e obra de Guido Viaro;

• Conhecer a vida e obra de Poty Lazarotto.

Conteúdo Específico: Escultura

Objetivos:

• Conhecer a arte da escultura;

• Conhecer diferentes técnicas de esculturas.

Conteúdo Específico: Arte Gótica

Objetivos:

• Reconhecer o período da arte gótica na história;

• Reconhecer a pintura gótica.

Conteúdo Específico: Surrealismo

Objetivos:

• Conhecer o movimento surrealista dentro da arte do séc XX;

• Conhecer a vida e obra de surrealistas.

Conteúdo Específico: Impressionismo

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Objetivos:

• Reconhecer o Impressionismo como movimento artístico que revolucionou a

pintura, dando início às grandes tendências da arte no séc. XX;

• Conhecer a vida e obras de artistas impressionistas como Monet, Renoir e Dega;

• Fazer leituras de imagens.

Conteúdo Específico: Expressionismo

Objetivos:

• Reconhecer o Expressionismo como movimento artístico;

• Conhecer a vida e obras de artistas expressionistas;

• Conhecer trabalho de Portinari;

• Conhecer a vida e obras de Modigliani;

• Explorar a exageração, distorção e desproporção do Expressionismo;

• Fazer leitura de obras de artes.

Conteúdo Específico: Cubismo

Objetivos:

• Reconhecer o movimento Cubista dentro da arte moderna;

• Reconhecer o cubismo analítico e o cubismo sintético desenvolvido por Picasso e

Braque;

• Reconhecer a vida e obra de Picasso;

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• Fazer leitura de obras de artes.

Conteúdo Específico: Teatro

Objetivos:

• Conhecer Jogos Dramáticos;

• Propiciar um ambiente desafiador na aula;

• Estimular o raciocínio;

• Conhecer teatro de Pantomima;

• Conhecer o teatro Comédia Del àrt.

Conteúdo Específico: Indústria Cultural - Arte Xeróx.

Objetivos:

• Oportunizar ao aluno condições de elaborar a montagem de uma composição

artística, fundindo planos; linhas e sombras, sem qualquer instrumento auxiliar que

a técnica do desenho exige;

• Fazer a inter-relação de linhas, traços, sombras e figuras através de um processo

eletrônico criando harmoniosamente uma composição visual.

4.2 - Conteúdos para MÚSICA

Conteúdos Estruturantes: Elementos Formais – Composição – Movimentos e

Períodos

Conteúdos Específicos: Ritmo – Melodia – Harmonia

Objetivos:

• Compreender os elementos que estruturam e organizam a música;

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• Reconhecer o ritmo, a melodia e a harmonia em diferentes gêneros musicais;

• Perceber ritmo e intervalos melódicos e harmônicos.

• Conteúdos Específicos: Musica Popular (Folclore),

Musica Brasileira

Musica Paranaense

Musica Caipira e Sertaneja

Objetivos:

• Compreender as diferentes formas musicais populares e suas origens.

Conteúdos Específicos: Musica Eletrônica

Musica Rap, Rock, Hip Hop

Musica MPB

Objetivos:

• Compreender a música como fator de transformação social;

4.3 - Conteúdos para TEATRO

Conteúdos Estruturantes: Elementos Formais – Composição – Movimentos e Períodos

Conteúdos Específicos: Personagem;

Ação;

Espaço;

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Objetivos:

• Compreender os elementos que estruturam e organizam o teatro;

Conteúdos Específicos: Técnicas teatrais

jogos, improvisação, mímica

representação, monólogo

Objetivos:

• Apropriar-se da prática e da teoria de técnicas e modos de composição teatral;

• Vivenciar práticas teatrais junto ao seu meio;

• Diminuir a timidez para apresentações em público.

Conteúdos Específicos: Teatro Comédia dell’art;

Teatro Popular – Brasileiro – Paranaense.

Objetivos:

• Compreender as diferentes formas de representação presentes no cotidiano suas

origens e práticas contemporâneas.

4.3 - Conteúdos para DANÇA

Conteúdos Estruturantes: Elementos Formais –

Composição –

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Movimentos e Períodos.

Conteúdos Específicos: Movimento Corporal - Tempo - Espaço

Objetivos:

• Compreender os elementos que estruturam e organizam a dança;

• Praticar o movimento corporal com ritmos musicais diferentes.

Conteúdos Específicos: Dança Popular –

Dança Folclórica-

Dança Moderna

Objetivos:

• Compreender a dança como fator de transformação social;

• Produzir trabalhos com dança;

Conteúdos Específicos: Dança Africana

Dança Indígena

Dança Brasileira

Dança Paranaense

Objetivos:

• Compreender as diferentes formas de dança, suas origens e práticas

contemporâneas.

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5 - AVALIAÇÃO

A avaliação é um meio e não um fim em si. É um processo contínuo, diagnóstico,

dialético e deve ser tratada como integrante das relações de ensino-aprendizagem.

Para Luckesi (2000), a avaliação da aprendizagem é um recurso pedagógico útil e

necessário para auxiliar o educador e o educando na busca e na construção de si mesmo

e do seu melhor modo de estar na vida.

Na relação dialética presente na avaliação, o educando confronta-se com o objeto do

conhecimento que o levará à participação ativa, valorizando o fazer e o refletir. Assim, o

erro no processo de ensino e aprendizagem assume caráter mediador, permitindo tanto

ao educando como ao educador reverem os caminhos para compreender e agir sobre o

conhecimento, sendo um ponto de partida para o avanço na investigação e suporte para a

internalização.

O erro serve para direcionar a prática pedagógica, como diagnóstico que permite a

percepção do conhecimento construído. Com isso, descaracteriza-se o processo de

controle como instrumento de aprovação ou reprovação. Por outro lado, o acerto

desencadeia no educando ações que sinalizam possibilidades de superação dos saberes

apropriados para novos conhecimentos.

Os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados como ponto de partida

real, realizando a avaliação a partir das experiências acumuladas e das transformações

que marcaram o seu trajeto educativo. A avaliação será significativa se estiver voltada

para a autonomia dos educandos.

A avaliação implica o coletivo da escola e possibilita a indicação de caminhos mais

adequados e satisfatórios para a ação pedagógica. Em outras palavras, a avaliação não

pode ser um mecanismo para classificar, excluir ou promover o aluno, mas um parâmetro

da práxis pedagógica que toma os erros e os acertos como elementos sinalizadores para

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o seu replanejamento.

Assim, a prática avaliativa deve superar o autoritarismo, o conteudismo e o ato de

avaliar como objeto de punição, estabelecendo-se uma nova perspectiva, marcada pela

autonomia do educando.

A avaliação não pode ser um processo meramente técnico; exige o domínio de

conhecimentos e técnicas com o uso, dentre outros, de critérios claros e objetivos.

Pautados no princípio da educação que valoriza a diversidade e reconhece as

diferenças, o processo avaliativo como parte integrante da práxis pedagógica deve

estar voltado para atender as necessidades dos educandos, considerando o seu perfil

e a função social da EJA, isto é, o seu papel na formação da cidadania e na construção

da autonomia.

O aluno será orientado em cada etapa da evolução do trabalho e ao final avaliado

segundo os seguintes critérios:

• Capacidade de identificação dos conteúdos apresentados durante a análise

estética obras de artes estudadas;

• Atenção e participação;

• Compreensão da proposta do fazer artístico;

• Grau de compreensão dos conteúdos que organizam e estruturam as artes visuais

e sua relação com o movimento artístico no qual se originam

• Demonstra criatividade e se esforça por realizar a proposta da composição visual

da melhor maneira possível;

• Apropriação prática e teórica do conteúdo abordado

• Capricho com sua produção;

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5.1 - INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

• Participação individual e em grupo.

• Trabalhos artísticos individuais e em grupo;

• Pesquisas bibliográficas;

• Debates em forma de seminário e simpósios;

• Provas práticas;

• Registros em forma de relatórios.

6 – REFERENCIAS

AZEVEDO, Fernando de. A cultura brasileira. 5. ed., rev. e ampl. São Paulo:

Melhoramentos, USP, 1971.

DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da

Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. São Paulo: Cortez Ed. e

MEC, 1999.

FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. 13. ed. Rio de Janeiro, Paz e

Terra, 1982.

FERRAZ, M. H. C. de T.; FUSARI, M. F. de R. e. Metodologia do Ensino de Arte. São

Paulo, Cortez, 1993.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.

30.ed., São Paulo: Paz e Terra, 2004.

KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem

do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000.

LUCKESI, Cipriano Carlos. O que é mesmo avaliar a aprendizagem? Pátio, Revista

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Pedagógica, Porto Alegre, Artmed, ano III, n.12, fev./abr. 2000.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 15. ed. São Paulo:

Cortez, 2003.

DIRETRIZES CURRICULARES DE ARTE PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL E PARA O ENSINO MÉDIO – 2008

DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – CURITIBA

2006 –

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - 2006

LIVRO DIDÁTICO – SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ

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7.5 DISCIPLINA DE QUÍMICA

1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Para iniciar as discussões sobre o ensino de química, considera -se essencial

retomar fatos marcantes da história do conhecimento químico em suas inter-relações

econômicas, política e social. Inicialmente, o ser humano teve a partir do fogo seus

benefícios.

O desenvolvimento de saberes e de práticas ligadas a transformação da matéria e

presentes nas transformações das diversas civilizações , foi estimulada por necessidades

humanas, tais como: a comunicação, o domínio do fogo e posteriormente, o domínio do

processo de cozimento.

Os saberes e práticas de manipulação de metais, vitrificação e iatroquímica, por

exemplo, em sua origem não podem ser classificados como a ciência moderna

denominada química, mas como um conjunto de ações e procedimentos que contribuíram

para a elaboração do conhecimento químico desde o século XVIII.

O domínio do fogo representava, sem dúvida, uma das mais antigas descobertas

químicas, e aquela que mais profundamente revolucionou a vida do homem. Já no

paleolítico, há cerca de 400.000 anos, o homem conservava lareiras em seus

habitáculos na Europa e na Ásia (...) no neolítico, o fogo foi utilizado para cozer a

argila para a fabricação de cerâmica. Mais tarde, graças aos conhecimentos

adquiridos pelo artífice na prática da combustão, e da construção dos fornos, irá

permitir a metalurgia. (...) A tinturaria é uma indústria muito antiga. Utilizavam sucos

vegetais para tingir as roupas. Os corantes minerais foram objetos de uma larga

utilização de produtos de beleza. A cerusa ( carbonato de chumbo) clareava, pela

sua cor branca a pele das romanas. O sinábrio ( sulfeto de mercúrio) entrava na

composição do vermelho para o rosto das Atenienses. As mulheres da região do

Nilo, recorriam à malaquite para pintar o rosto. O mínio, utilizado como pintura

servia aos gregos para betumar os seus navios a fim de proteger a madeira de que

eram feitos ( VIDAL, 1986, p.9).

Desses benefícios, a extração, produção e o tratamento de metais como o cobre,

o bronze, o ferro e o ouro, merecem destaque na história da humanidade, no que diz

respeito aos fatos políticos, religiosos e sociais que os envolvem.

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Na história do documento químico, por exemplo, vários fatos podem ser

relembrados como forma de forma de entender a constituição desse saber, entre

eles a alquimia. Nascida dos trabalhos da metalurgia, das idéias chineses de cura

equilíbrio, da metalurgia, das idéias chinesas da cura e equilíbrio, da magia estrelar

persa, do hermitismo egípcio e da interpretação mística da filosofia grega, a

Alquimia, investigação sobre a natureza da matéria e prática laboratorial para nela

interferir, define-se primordialmente pelo desejo de conquistar o tempo. Porque

nela o mundo é pensado como um todo vivente e porque cada ser, do menor ao

maior, é concedido como microcosmo a espelhar o macrocosmo, a natureza é

pensada como nascimento ( semente ou germem), vida, maturação, morte ou

imortalidade ( CHAUÍ, 2005, in LAFONSO-GOLDFARB, 2005, p.11-12).

Na Europa a alquimia chegou através de traduções de textos árabes, os quais,

por sua vez, já eram traduções e adaptações de velhos textos Helenísticos ou traduções

caldaicas, conforme Goldfarb, 2001, p.29.

Os alquimistas europeus buscavam o elixir da vida eterna e a pedra filosofal

( pratica da transmutação de metais em ouro). Dedicavam-se a esses procedimentos,

mas agiam de maneira discreta pois temiam a sociedade, que na época acreditava que tal

prática se tratassem de bruxaria.

(...) eles buscavam o elixir da longa vida, o que hoje se busca nos remédios :

melhorar a qualidade de vida e até prolonga -la. A busca por novos materiais para o

fabrico de vestuário e para a construção de habitações se assemelham ao que

faziam os alquimistas, que com a evaporação dos líquidos ou com a recalcinação

dos sólidos procuravam melhorar as substâncias. As retortas, os crisóis, os

alambiques que hoje estão nos laboratórios modernos em forma de aparelhagem

sofisticada e vidros especiais( CHASSOT, 2004, p. 119)

No final do século XVI e inicio do século XV, com o fim do feudalismo, a alquimia

adquiriu uma configuração. Esse período foi caracterizado. Esse período foi caracterizado

por aglomerações urbanas emergentes, por péssimas condições sanitárias, pela fome,

pelas pestes, incluindo a peste negra em 1347, e isso gerou um desequilíbrio demográfico

além de problemas relacionados ao trabalho, que também se modificava estruturalmente.

De um modo geral, os químicos modernos, procuraram conhecer os materiais da

natureza, tentam transformá-los em produtos mais úteis à nossa vida e procuraram uma

explicação para as transformações que ocorrem com esses materiais. O fato é que a

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química, como a ciência teve seu berço na Europa, num cenário de desenvolvimento de

produção capitalista, dos interesses econômicos da classe dirigente da lógica das

relações de produção das relações de poder que marcaram a constituição desse saber.

Um dos químicos mais influentes da França nesse período foi Antoine Laurent Lavoisier

que colaborou com a consolidação dessa ciência no século XVIII e elaborou o tratado

elementar da química, publicando em março de 1789 , referência para a química moderna

da época. Lavoisier propôs uma nomenclatura universal para os compostos químicos que

foi aceita internacionalmente. A química ganhou não apenas uma linguagem universal

quanto à nomenclatura, mas também quanto seus conceitos fundamentais.

Diariamente o jornal, o rádio e a televisão nos trazem noticias de poluição,

desastres e mortes causados pela “química”. Fala -se na poluição do ar que sufoca as

grandes cidades, na poluição dos rios que mata os peixes, na poluição do solo e dos

vegetais por agrotóxicos. Mostra -se os vazamentos de petróleo nos oceanos, que

envenenam a fauna e a flora marinha. Divulgam noticias de corantes, adoçantes e outros

aditivos que podem tornar os alimentos perigosos à nossa saúde. Comenta -se sobre

medicamentos com contra -indicações muito sérias, porém, a química não esta presente

apenas em laboratórios e ligada a desastres e poluições. Dentre outros exemplos, a

química está presente na vida de todos os cidadãos do mundo, quando respiram e seus

pulmões fazem as trocas gasosas levando o oxigênio até as células, para que estas

produzam ATP, energia que proporciona a vida e retirando o gás carbônico. A química

também está presente na mesa, pois ao cozinhar faz -se diversas combinações, misturas

enfim, experiências que ao serem degustadas repõem as vitaminas, sais minerais,

proteínas e “energia” gastas durante o dia.

Ao analisar a história da química pode -se observar que os estudos e descobertas

feitas até hoje tiveram o intuito de melhorar a qualidade de vida da população, porém,

alguns estudos e descobertas trouxeram prejuízo para o meio ambiente.

A tecnologia usada para o progresso não está livre de falhas, e sua utilização não

deve ser usada para a destruição, mas isso não cabe à química decidir, mas sim à ética e

os valores do ser humano.

A disciplina de química no EJA tem por objetivo proporcionar ao aluno a

compreensão das transformações químicas que ocorrem no mundo físico e assim poder

julgar de forma fundamentada, as informações provenientes da tradição cultural, da mídia

e da escola, possibilitando ao aluno tomar suas próprias decisões enquanto indivíduo e

cidadão, são ainda objetivos da EJA:

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Preparar o aluno para que ele passe a compreender cientificamente seus

conhecimentos empíricos.

Relacionar o conhecimento do aluno com o conteúdo, despertando a

curiosidade de forma que se construa o conhecimento científico.

Formular questões diagnosticando e propondo soluções para problemas

reais a partir da química, praticando os conceitos, procedimentos e atitudes

desenvolvidas no aprendizado escolar.

2. CONTEÚDOS

2.1- Conteúdos estruturantes: MATÉRIA E SUA NATUREZA

2.1.1 Conteúdos específicos:

*Constituição da matéria e suas transformações.

*Natureza elétrica da matéria: matéria e energia.

*Processos de separação de misturas.

*Modelos atômicos: teoria de Dalton, teoria de Thomson, teoria de Rutherford-Bohr.

* Radioatividade.

*Tabela atômica: elementos químicos e seus símbolos.

*Identificação dos átomos: número atômico, número de massa, íons, isótopos, isóbaros e

isótonos.

*Os estados energéticos dos elétrons: níveis energéticos, subníveis energéticos, orbitais,

spin.

*Distribuição eletrônica.

*Classificação periódica dos elementos: períodos, colunas.

*Configuração eletrônica dos elementos químicos.

*Ligações químicas: ligação iônica, ligação covalente, ligação metálica.

*Geometria molecular: estrutura espacial das moléculas, alotropia, ligações polares,

ligações apolares, oxidação, redução e forças intermoleculares.

*Funções inorgânicas: conceito ácido -base, eletrólitos, dissociação iônica,

ionização,ácido, base, sais, óxidos.

*Reações químicas: balanceamento das equações químicas, reações de síntese, reação

de análise, reação de deslocamento e reação de dupla troca.

*Estudos dos gases: o estado gasoso, o volume dos gases, a pressão dos gases e a

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temperatura dos gases.

Objetivos:

O aluno deve esta preparado para perceber que a química está presente em seu dia a

dia, compreender que a energia não pode ser criada, mas sim transformada, diferenciar

os estados físicos da matéria, classificar os fenômenos químicos -físicos

Realizar processos de separação de misturas, entender os modelos atômicos,

caracterizar um átomo,perceber como os elementos estão organizados na Tabela

atômica. Entender, diferenciar e caracterizar as ligações químicas,classificar as

substâncias com propriedades funcionais semelhantes.

2.2 Conteúdos estruturantes: BIOGEOQUÍMICA

2.2.1 Conteúdos específicos:

*Soluções: concentração comum, título, fração em mols, concentração molar.

*Termoquímica: conceitos gerais, calorimetria, entalpia, lei de Hess,

*Cinética química: velocidade das reações, teoria das colisões, o efeito da temperatura na

velocidade das reações, catalisadores.

*Eletroquímica: reações de oxi -redução, a pilha de Daniel.

Objetivos:

O aluno devera entender o processo de classificação das soluções. Perceber que os

estudos das quantidades de calor, liberadas ou absorvidas durante as reações químicas

auxiliam na compreensão de fatos observados no dia-a-dia, entender que as quantidades

de calor podem ser medidas, compreender por que as reações ocorrem com liberação ou

absorção de calor, aplicar a lei de Hess. Saber o conceito de velocidade de uma reação

química,e as condições necessárias para a ocorrência delas. Calcular a velocidade de

uma reação química, utilizar a teoria das colisões.

2.3 Conteúdos estruturantes : QUÍMICA SINTÉTICA

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2.3.1 Conteúdos específicos:

*Química orgânica: características e classificação do átomo de carbono.

*Funções orgânica: hidrocarbonetos, álcoois, fenóis, éteres, aldeídos, cetonas, ácidos

carboxílicos, aminas, amidas, nitrilas, haletos orgânicos, nitrocompostos.

*Nomenclatura das funções orgânicas.

*Aplicações dos compostos orgânicos.

*Polímeros sintéticos: plásticos, tecidos, silicones.

Objetivos:

O aluno deve perceber a evolução da química orgânica, compreender que o átomo

de carbono tem características que o destacam dos demais elementos, perceber a

importância dos compostos orgânicos na vida diária por meio da observação de seu uso e

aplicação, definir e identificar um polímero.

3. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Para iniciar os fundamentos teórico-metodológicos do ensino de química na EJA,

faz -se necessário considerar algumas questões mais amplas que afetam diretamente os

saberes relacionados a esse campo do conhecimento.

De acordo com MALDANER, 2003, acredita -se num ensino de química voltado

para construção e reconstrução de significados de conceitos científicos nas atividades de

sala de aula.

O ensino de química, na perspectiva conceitual, retoma a cada passo o conceito

estudado, na intenção de construí -lo com a ajuda de outros conceitos envolvidos, dando

-lhes significados em outros contextos.

Isso ocorre por meio da inserção do aluno na cultura científica, seja no

desenvolvimento de práticas experimentais, na análise de situações cotidianas, ainda na

busca de relações da química com a sociedade e a tecnologia. Isso implica compreender

o conhecimento científico e tecnológico para além do domínio escrito dos conceitos de

química.

Cabe ao professor criar situações de aprendizagem de modo que o aluno pense

mais criticamente sobre o mundo, sobre as razões dos problemas ambientais. Essa

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análise proporcionará uma visão mais abrangente dos diversos motivos que levaram, por

exemplo, a substituição da madeira com o plástico.

De acordo com BERNARDELLI(2004), muitas pessoas resistem ao estudo da

química pela falta contextualização de seus conteúdos, portanto, deve -se criar condições

favoráveis e agradáveis para o ensino e aprendizagem.

Para tornar a aprendizagem mais eficaz e dinâmica, são utilizados os seguintes

recursos didáticos e tecnológicos:

- Aulas expositivas, partindo -se do resgate de elementos de domínio de

conhecimento prévio dos alunos, não como uma forma de limitar os conhecimentos, mas

para dar significado a aprendizagem desde o início;

- Aulas dialogadas (discussões em grupo), onde os conhecimentos são

apresentados pelo professor vinculados com a realidade do dia-a-dia do aluno, buscando

a compreensão do todo intervindo de modo inovador;

- Atividades de pesquisa, para incentivar e estimular o dinamismo e auto confiança;

- Confecção de maquetes e cartazes;

- Utilização de recursos audiovisuais, como TV pen-drive e computadores;

- Trabalhos em equipes , para desenvolver e fortalecer o vínculo entre os colegas.

14.Ensino individualizado, observando e respeitando o ritmo próprio do aluno, pois

cada um necessita de um tempo diferente para aprender e reconstruir o

conhecimento a partir das experiências pessoais, de seus interesses e

necessidades.

4- AVALIAÇÃO

A avaliação não é cobrança de uma série maior ou menor de informações

específicas, mas aferição da construção de conceitos e competências relevantes. Isso

significa que a simples memorização não indica aprendizado.

O ponto de partida do aprendizado, em Química como nas demais disciplinas, é a

competência de leitura e interpretação. O sucesso no processo na apreensão do sentido e

dos significados de textos, gráficos e tabelas deveriam ser objeto de aferição contínua.

O processo avaliativo do educando da EJA deve ser formativo e processual,

levando em conta o conhecimento prévio do aluno e a sua construção e reconstrução de

significados dos conceitos científicos, ou seja, sua capacidade de aprender um conceito e

não apenas a sua definição, sendo capaz de transcender esses conceitos a situações

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diversas.

O professor deve utilizar instrumentos de avaliação diversificados para que todas

as formas de expressão dos alunos sejam contemplação, como: pesquisas, leituras e

interpretações de textos, postura nas aulas teóricas e práticas, apresentação de

trabalhos, prova escrita e oral.

A recuperação deve ser paralela de modo que o aluno assimile os conteúdos

trabalhados que ainda restam dúvidas.

5- REFERÊNCIAS

PARANÁ, SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO/SUPERINTENDÊNCIA DA

EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Química para o Ensino Médio.

BAUMLER, E. Um século de Química. Melhoramentos. São Paulo.

CHASSOT, A. Educação consciência. Santa Cruz do Sul.EDUNISC, 2003.

KUWABARA. Química I. volume único. São Paulo, Cortez, 2002.

SARDELLA, Antonio. Química, volume único.São Paulo, ed.Ática, 2003.

PERUZO, Tito Miragaia. Eduardo Leite do Canto. Química, volume único. São Paulo, ed.

Moderna, 1999.

FELTRE, Ricardo. Química geral. Volume único, São Paulo, ed. Ática, 1999.

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7.6 DISCIPLINA DE GEOGRAFIA

ENSINO FUNDAMENTAL

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A educação de um grande contingente de jovens e adultos, que não a tiveram em

idade própria, faz-se essencial para o desenvolvimento da nação, entretanto, esta

formação deve ser completa e voltada aos problemas enfrentados diariamente pelo

estudante da EJA. Nesta perspectiva do ensino da Geografia tem um papel central, visto

que a mesma possibilita uma leitura crítica do mundo, já que o seu objeto de estudo é a

sociedade e o espaço geográfico, tanto em nível local, como mundial.

As diferentes concepções da Geografia e a Geografia Escolar

Considerada por alguns como uma das mais antigas disciplinas acadêmicas, a Geografia

surgiu na Grécia Antiga, sendo no começo chamada de História Natural, ou Filosofia

Natural. Segundo Lacoste (2002, p.25) "...a Geografia existe há muito mais tempo, não

importa o que dizem os universitários: as grandes descobertas não seriam talvez

Geografia? E as descrições dos geógrafos árabes da Idade Média, também não?" Na

verdade, desde que o homem passou a transformar e organizar os espaços está fazendo

Geografia, as relações familiares e comunitárias, também, nada mais são que um

contexto geográfico. Desta forma, pode-se afirmar que a Geografia esteve presente desde

o início dos tempos.

Até o final do século XVIII, alguns temas, hoje tidos e estudados em Geografia

eram mencionados em obras literárias de determinados pensadores, porém sem uma

conexão entre eles. Segundo Moraes (1997, p.33) "...o conhecimento geográfico se

encontrava disperso. Por um lado, as matérias apresentadas com essa designação eram

bastante diversificadas, sem um conteúdo unitário. Por outro lado, muito do que hoje se

entende por Geografia, não era apresentado com este rótulo." Assim, até o início do

século XIX não há uma sistematização desta disciplina com conteúdos específicos e

significativos, o que se faz são lugares exóticos, estatísticas, observação e descrição dos

fenômenos naturais, etc..., ou seja, neste período não há uma concentração, um

agrupamento do saber geográfico.

Somente a partir do século XIX, na Alemanha, que a Geografia começou a existir

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como ciência pedagógica. Moraes (1997, p.42) relata que "os autores considerados os

pais da Geografia, aqueles que estabelecem uma linha de continuidade nesta disciplina,

são alemães -Humboldt e Ritter." O autor continua dizendo que "é da Alemanha que

aparecem os primeiros institutos e as primeiras cátedras dedicadas a esta disciplina, é de

lá que vêm as primeiras teorias e as primeiras propostas metodológicas; enfim, é lá que

se formam as primeiras correntes de pensamento."

O mundo passou por profundas transformações: crise de 29, globalização, avanços

tecnológicos, entre outras. Neste contexto, a busca pela renovação da Geografia ganhou

espaço com novas técnicas e métodos de pesquisa e análise do conjunto geográfico da

época. Entretanto, segundo Moraes (1997, p.98) "se a insatisfação com as propostas

tradicionais é um traço comum entre os geógrafos, os níveis de questionamento variam

bastante, outros avançam buscando as razões mais profundas na base social e na função

ideológica desse conhecimento". Como se pode observar o movimento de renovação, ao

contrário do pensamento tradicional não possui uma unidade, segue caminhos diversos o

que origina duas correntes de pensamento, a Pragmática e Crítica. Nas duas vertentes,

aparecem posturas filosóficas, porém os fundamentos metodológicos são diversificados.

A Geografia Pragmática busca uma nova linguagem, novas técnicas e uma

participação mais ativa na sociedade. Conforme Moraes (1997, p. 100) "nesse sentido, os

autores pragmáticos vão propor uma ótica prospectiva, um conhecimento voltado ao

futuro, que instrumentalize uma Geografia aplicada". No entanto, a crítica à Geografia

Tradicional é apenas formal e superficial, visto que, não mencionam os compromissos

sociais do pensamento tradicional, buscando apenas uma mudança de forma, porém que

não alterando o conteúdo social.

A Geografia Crítica, de acordo com Moraes (1997, p. 117) "tem suas raízes na ala

mais progressista da Geografia Regional francesa". Neste país abre-se uma discussão

mais política na análise geográfica e o homem passa a ser um agente influenciado pela

natureza, porém, atua transformando-a. O autor continua, dizendo que "... tal abertura

embasou-se na crescente importância do elemento humano na Geografia Francesa, que

aparece: na diferenciação entre o meio e o meio geográfico, na sujeição da Geografia

Física à Humana, e na ideia da região como produto histórico (e sua valorização como

objeto primordial)". A geografia deixa de ser estática e isolada das demais ciências e

passa a andar junto, em especial, com a História e a Economia.

Portanto, cabe a cada geógrafo/educador, aceitar e utilizar, ou criticar e aperfeiçoar

a vertente de pensamento geográfico que melhor se adapte à sua filosofia de vida e à

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realidade do educando, levando sempre em consideração que o aluno é o centro do

processo ensino-aprendizagem. Desta forma o currículo, a metodologia e a corrente de

pensamento escolhida devem ir de encontro com os objetivos/anseios dos estudantes, já

que, vive-se a era do conhecimento, sendo este o alicerce da sociedade. É com base

nesse aspecto que temos que "formar" seres pensantes, criativos, críticos, pessoas que

se sintam parte integrante e atuante do contexto sócio-econômico e cultural a que

pertencem. Esse é o verdadeiro papel da Geografia, e o ponto fundamental da produção

intelectual.

A Educação de Jovens e Adultos

A educação de adultos é uma prática tão antiga quanto à história da raça humana,

ainda que só recentemente ela tenha sido objeto de pesquisa científica. Se tomarmos

como exemplo a Bíblia, Livro Sagrado, escrito a cerca de 2.000 mil anos, ter-se-á fartos

exemplos de relacionamento educacional adulto através dos patriarcas, sacerdotes e o

próprio Jesus Cristo, que através de suas parábolas e exemplos, conseguiu resultados

espetaculares, com uma clientela mista de aprendizes/analfabetos e doutores, visto que

até hoje seus ensinamentos são seguidos e, portanto, podendo ser considerado o maior

educador de adultos de todos os tempos.

Atualmente, conforme Cury (2000, p.5) "a Educação de Jovens e Adultos (EJA)

representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso a ela e

nem domínio da escrita e leitura como bens sociais, na escola ou fora dela, e tenham sido

a força de trabalho empregada na constituição de riquezas e na elevação de obras

públicas." Portanto, ela surge com uma espécie de função reparadora, importante para a

construção da cidadania, já que a escolarização promove a participação em atividades

sociais, econômicas, políticas e culturais, além de ser um elemento básico para a

educação continuada durante toda a vida.

Segundo Binz (1993, p.17) "a aprendizagem do adulto se estabelece a partir da

relação do conteúdo trabalhado pelo professor com aproveitamento deste conteúdo na

sua vida prática, ...". O adulto visa crescimento imediato e é por isso que as abordagens

devem estar vinculadas à realidade do aluno; o currículo não pode ser estático, mas

atender o aluno em suas necessidades; devem ser consideradas as suas diferenças

individuais, o seu ritmo de aprendizagem, a bagagem de conhecimento que traz consigo e

suas experiências de vida.

Desta forma, Pinto (1997, p. 83) relata que "o educador tem de considerar o

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educando como um ser pensante. É um portador de ideias e um produtor de ideias,

dotado frequentemente de alta capacidade intelectual", assim sendo, compete ao

educador praticar um método crítico, que dê ao aluno adulto a oportunidade de atingir

uma consciência crítica instruída, de si e de seu mundo. O método e o conteúdo não

podem ser impostos ao aluno, e sim propostos como adequado às etapas do processo de

autoconsciência crescente do aluno, bem como uma contribuição para a possível melhora

nas condições de vida humana, ou seja, o papel do professor é orientar o educando para

que este seja capaz de ler, interpretar, analisar e avaliar criticamente, não apenas os

conteúdos básicos da educação, mas principalmente os fatos, informações, o dia-a-dia de

sua comunidade, país e planeta.

O processo de educação escolar no Brasil está marcado, historicamente, pela

exclusão das camadas populares da sociedade. Para a camada economicamente

favorecida proporciona-se um saber elaborado, já para os menos favorecidos, um saber

rudimentar. Percebe-se, uma elitização evidente na distribuição do saber letrado. Buscou-

se sempre atender os interesses dominantes, esquecendo-se da educação da população,

gerando um contingente assustador de analfabetos ou semi-analfabetos em nosso país,

na verdade negou-se o direito à educação de qualidade para estes homens e mulheres,

excluindo-os assim, da possibilidade de crescimento. Esta exclusão da escolaridade gera

problemas sociais que afetam o nosso dia-a-dia. O desemprego, a fome, a violência,

enfim a desumanização dos humanos. Numa tentativa de fuga desta dura realidade, que

afeta grande contingente da população do planeta, em especial dos países

subdesenvolvidos, é que pessoas de diversos níveis e segmentos da sociedade buscam

escolarizar-se e incluir-se no mundo monopolista, onde quem detém o saber, detém

também o poder.

Os educandos da EJA, possuem objetivos/aspirações diferenciadas dos

frequentadores da Educação Regular. Buscam crescimento imediato, ou seja, uma melhor

qualidade de vida, para si e para a família, qualidade esta que por vários e/ou diferentes

motivos lhes fora negada e/ou tirada.

A Geografia, através da roupagem crítica possibilita ao educando uma melhor

compreensão e, em consequência, uma melhor e maior adaptação ao novo, às

constantes e profundas mudanças que vêm ocorrendo diariamente no mundo. Entretanto,

na maioria das vezes o estudante não tem esta visão da Geografia, já que no passado,

quando frequentava os bancos escolares, era uma disciplina escolar apenas de

descrição, conceitualização e memorização, não correlacionando a teoria com a prática -

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embora hoje isto também ocorra em alguns estabelecimentos de ensino. Sem este elo

teórico-prático, o aluno não vê aplicabilidade para esta disciplina em sua vida e assim,

seu interesse também não é dos maiores.

O ensino da Geografia na EJA: ratificando a necessidade do diferencial e da

interdisciplinaridade

Na atualidade, o papel da educação é o de preparar para a vida como um todo, e

não apenas para o trabalho, como no século passado. Vive-se na sociedade pós-

industrial (pós-moderna), o que impera é o capital intelectual, a capacidade de idear, criar

e projetar. Sendo assim, o grande objetivo da EJA é fazer com que estes alunos apreciem

cada vez mais as alegrias do conhecimento e da pesquisa individual, já que é somente

através da educação, que o ser humano tem a possibilidade de se encontrar no contexto

ao qual está inserido. Neste momento, entra a Geografia Escolar, que através de

conteúdos práticos, concretos e atuais, ajuda-o neste processo de construção do

conhecimento, uma vez que estes educandos buscam aprender conteúdos que

contribuam para suas atividades profissionais ou para resolver problemas, do seu dia-a-

dia.

O ensino da Geografia coloca a todos uma considerável responsabilidade: a

formação de cidadãos. Este fator torna-se essencial, em especial, quando trata-se de

adultos, que já fazem parte de uma comunidade e necessitam ser ativos dentro dela, pois

de suas atitudes/reflexões, depende o futuro de seus filhos/família.

Desta forma, o estudo da Geografia da EJA deve estar voltado ao local, entretanto

sem esquecer o global, uma vez que, na era da globalização precisamos ser voláteis e

compreender as inter-relações existentes no planeta. É preciso mostrar aos educandos os

recursos tecnológicos e dar subsídios intelectuais para que ele os compreenda e aplique

este conhecimento em seu ambiente familiar, comunitário e profissional. Faz-se

necessário ainda, combater os preconceitos, enfatizar a ética, o respeito aos direitos

alheios e às diferenças, a sociabilidade e a inteligência emocional, bem como desenvolver

habilidades como: raciocínio, aplicação/elaboração de conceitos, capacidade de

observação e de análise critica, dentre outros.

Os conteúdos devem ser selecionados, não baseados num currículo estanque,

programado muitas vezes por pessoas que não conhecem as reais

necessidades/aspirações da turma, mas flexível e adaptável ao que esta objetiva

conhecer, sem, é claro, deixar de explorar conteúdos essenciais.

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ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

A metodologia utilizada precisa trazer os conteúdos sempre para a realidade e a

vida cotidiana dos educandos, para assim proporcionar interesse e compreensão, visto

que estes, na maioria das vezes sentem dificuldade em se projetar no espaço/território

desconhecido. As aulas devem ser dinâmicas e criativas, o professor necessita

proporcionar um ambiente de aprendizado e satisfação, isso pode ser atingido através de

debates, trabalhos em grupo (transmite mais segurança), vídeos, manuseio de revistas,

jornais e discussão de notícias que estão na mídia (proporcionando uma compreensão e

análise crítica, bem como o uso de mapa e técnicas de revisão movimentadas). Enfim

deve cativar o aluno, visto que este tem uma jornada múltipla - trabalho, estudo, família,

comunidade, lazer - e este é o ponto central que o diferencia das crianças e adolescentes

do Ensino regular.

O professor deve ser facilitador da construção do conhecimento, e o profissional da

Geografia escolar da EJA, em especial, deve primar pela dialogicidade dos conteúdos,

desenvolvendo assuntos relevantes e significativos que levem o educando a conhecer a si

próprio, o meio ao qual faz parte e correlacionar este local, com o global, transferir a teoria

para a prática e vice-versa. E educador precisa ser pesquisador, observador, analítico e

crítico para poder transmitir isto aos seus educandos. Ninguém orienta/transmite o que

não sabe, o que não vivência. Assim o discurso e a prática necessitam andar paralelos e

estarem de acordo com a realidade da clientela, caso contrário, os fundamentos da

Geografia Crítica se perdem e as aulas tornam-se apenas repasse de informações.

Assim, a análise dos fatos do cotidiano devem estar subsidiados em dados científicos, ou

seja, o professor precisa proporcionar uma análise da atualidade, mas aproveitar para

fazer ganchos com estudos específicos da disciplina.

Portanto, o estudo da geografia na EJA deve proporcionar ao educando: abrir seus

horizontes, buscar criar oportunidades que lhe propiciem uma vida digna e com qualidade,

subsidiá-lo na compreensão de sua situação/posição na sociedade e desenvolver um

espírito mais humano, neste contexto onde o capitalismo, a globalização transformam as

relações interpessoais. Para tal, a Geografia deve abordar questões polêmicas, atuais e

que estão presentes no dia-a-dia do aluno, correlacionando-as com os aspectos

geográficos, porém nunca deixando assuntos teóricos terem maior ênfase que os

práticos. Os conteúdos realmente significativos e que merecem ser estudados são

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aqueles que possuem uma aplicabilidade na vida das pessoas. Chega de memorização,

agora é chegada à hora da compreensão e construção do saber.

A construção do conhecimento geográfico pressupõe a escolha de um corpo

conceitual e metodológico capaz de satisfazer à formação plena do educando.

A simples relação de conteúdo não é suficiente para a formação do aluno, porque a sala

de aula é um universo bastante complexo onde o professor deverá ter consciência de que

muitos deverão ser os recursos didáticos utilizados no processo de aprendizagem para

favorecer a diversidade (afetividade, maturidade e individualidade) dentro da sala de aula.

O ensino da Geografia começa pela compreensão de seu objeto de estudo –

espaço geográfico – que é entendido como interdependente do sujeito que o constrói.

Para isso, a Geografia usa conceitos chaves, como instrumento capaz de realizar uma

análise cientifica do espaço. O primeiro desses conceitos chaves é o de paisagem,

entendida como unidade visível do arranjo espacial que a nossa visão alcança. A

paisagem tem um caráter social, pois ela é formada de movimentos impostos pelo homem

através do seu trabalho, emoção e cultura. Segundo as Diretrizes EJA, é necessário

manter o foco na diversidade cultural, percebendo, compartilhando e sistematizando as

experiências vividas pela comunidade escolar, estabelecendo relações a partir do

conhecimento que esta detêm para a reconstrução de seus saberes.Desta forma é

necessário que haja um processo seletivo de apreensão para que se torne um verdadeiro

conhecimento geográfico.

O conceito de lugar guarda uma dimensão prático sensível que a análise vai aos

poucos relevando. Lugar é a porção do espaço apropriável para a vida, que é vivido,

reconhecido e cria identidade.

Guarda em si o movimento da vida, enquanto dimensão do tempo passado e presente. É

no lugar que ocorrem as relações de consenso e conflito, dominação e resistência. É a

base da reprodução da vida, onde o banal e o familiar revelam as transformações do

mundo e servem de referencia para identificá-la.

Os conceitos de território e territorialidade enquanto espaço definido delimitado

por e a partir das relações de poder, ou seja, quem domina ou influencia e como domina e

influencia uma área. A territorialidade é a relação entre os agentes sociais, políticos e

econômicos, interferindo na gestão do espaço geográfico.

Por fim, um importante conjunto de conceitos refere-se à globalização, técnica e redes. É

necessário ter clareza que a globalização é um fenômeno decorrente da implementação

de novas tecnologias de comunicação e informação, isto é, de novas redes técnicas, que

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permitem a circulação de idéias, mensagens, pessoas e mercadorias num ritmo

acelerado, e que acabaram por criar a interconexão entre os lugares em termo

simultâneo.

No que se refere à técnica, devemos ressaltar ainda a importância da compreensão do

papel das inovações tecnológicas na esfera da produção de bens e serviços,

engendrando novas formas de organização social no trabalho e no consumo criando

novos arranjos espaciais.

Este conjunto de conceitos chaves não deve ser entendido como uma listagem de

conteúdos, mas como elemento norteador da organização curricular e da definição dos

conteúdos e objetivos básicos a serem desenvolvidos no Ensino Fundamental e Médio, a

partir dos referenciais postos pelo conhecimento cientifico da Geografia.

A sala de aula é um universo, pois muitos fatores interagem em seu interior, como

a afetividade, nível de maturidade individualidade do aluno, nível de conhecimento prévio

de cada aluno, como está explicito nas Diretrizes do EJA, os educandos trazem consigo

um legado cultural, os quais devem ser considerados na dialogicidade das práticas

educativas. O espaço físico, material didático utilizado na sala de aula e as interferências

inusitadas que ocorrem com os alunos e seus familiares, e como também o cotidiano fora

da escola devem ser levados em conta.Tudo isso leva a reflexão sobre as seguintes

condições que deverão ser propiciadas no interior da sala de aula:

• Desenvolver um clima de aceitação e respeito mutuo em que o erro seja encarado

como desafio para o aprimoramento e construção da personalidade e que todos se

sintam seguros e confiantes para pedir ajuda.

• A organização da aula estimule a ação individualizada do aluno para que possa

desenvolver sua potencialidade criadora, mas que também, esteja aberto a

compartilhar com mo outro suas experiências vividas na escola e fora dela.

Segundo as Diretrizes do EJA o ponto de partida deve ser a experiência dos

sujeitos envolvidos para que se possa reorganizar o conhecimento originário na

cultura vivida e dar significado ao conhecimento escolar.

• Oferecer oportunidade, por meio das tarefas organizadas para a aula, em que

vários passam a ser os pontos de vista, permitindo ao aluno um posicionamento

autônomo, fortalecendo, assim sua auto- estima, atribuindo alguns significados ao

produto de seu trabalho intelectual, como cita as Diretrizes do EJA devem ser

considerados os saberes adquiridos na informalidade das suas vivencias e do

mundo do trabalho face à diversidade de suas características.

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• Adequar a quantidade de informações com a disponibilidade de tempo, ou seja, as

organizações das aulas e dos programas deverão criar um dinamismo que

contemple essa diversidade inclusive o grau de dificuldade que cada tipo de

conteúdo apresenta para ser trabalhado pelos alunos.

• A cada aula, inicialmente apresentar o tema, expondo os objetivos da aula.

• Explicar os conteúdos de forma que os alunos participem da aula.

• Possibilitar os alunos a fazerem perguntas durante as aulas e as dúvidas

esclarecidas.

Deve-se levar em conta que a relação entre a adequação da quantidade de

informações e a apropriação de conteúdo, exige uma diversidade de recursos

materiais, os quais possam oferecer múltiplas possibilidades de utilização, em função

das diferentes necessidades dos conteúdos.

Trabalhar a Lei 9.795/99 Educação Ambiental e Lei 10.639/03 História e Cultura Afro-

Brasileira.

O material utilizado pelo docente poderá estimular os alunos na compreensão dos

conteúdos, desta forma serão utilizados: fotos, jornais, revistas, vídeos, DVD,

informática, sendo estes relacionados com os conteúdos, de forma que desperte o

interesse dos alunos para a aprendizagem.

OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Espera-se que, os alunos construam um conjunto de conhecimentos referentes a

conceitos, procedimentos e atitudes relacionados à Geografia, que lhes permita ser capaz

de:

Conhecer o mundo atual em sua diversidade, favorecendo a compreensão de

como as paisagens, os lugares e os territórios se constrói;

Identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e suas conseqüências em

diferentes espaços e tempos, de modo que construam referenciais que possibilitem

uma participação propositiva e reativa nas questões socioambientais locais;

Conhecer o funcionamento da natureza em suas múltiplas relações, de modo que

compreendam o papel das sociedades na construção do território, da paisagem e

do lugar;

Compreender a espacialidade e temporalidade dos fenômenos geográficos

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estudados e suas dinâmicas e interações;

Compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos políticos, os

avanços tecnológicos e as transformações socioculturais são conquistas ainda não

usufruídas por todos os seres humano0s e, dentro de suas possibilidades,

empenhar-se em democratizá-las;

Conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa da Geografia para

compreender a paisagem, o território e o lugar, seus processos de construção,

identificando suas relações, problemas e contradições;

Compreender a importância das diferentes linguagens na leitura da paisagem,

desde as imagens, música e leitura de dados e de documentos de diferentes fontes

de informação, de modo que interpretem, analisem e relacionem informações sobre

o espaço;

Saber utilizar a linguagem gráfica para obter informações e representar a

espacialidade dos fenômenos geográficos.

Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a sociodiversidade, reconhecendo-

os como direitos dos povos e indivíduos e elementos de fortalecimento da

democracia.

ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Dimensão Econômica do Espaço Geográfico

Dimensão Política do Espaço Geográfico.

Dimensão Cultural do Espaço Geográfico.

Dimensão Socioambiental do Espaço Geográfico.

CONTEÚDOS BÁSICOS

Formação e transformação das paisagens naturais e culturais.

Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e

produção.

A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.

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A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re) organização do espaço

geográfico.

As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista.

h) A evolução demográfica, a distribuição espacial da população e os indicadores

estatísticos

i) A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade

cultural.

j) As diversas regionalizações do espaço geográfico.

A Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração

produção

As manifestações socioespaciais da diversidade cultural

A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os indicadores

estatísticos

Movimentos migratórios e suas motivações

O espaço rural e a modernização da agricultura.

A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a

urbanização

A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re) organização do espaço

geográfico.

A circulação de mão de obra, das mercadorias e das informações

A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do Continente

Americano

As diversas regionalizações do Espaço Geográfico

Localização, exploração e utilização dos recursos naturais da América.

Recursos naturais Paranaense

A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.

O comércio em suas implicações socioespaciais

A circulação da mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações

Relações comerciais do Brasil com o Continente Africano

A distribuição espacial das atividades produtivas e a reorganização do espaço

geográfico

As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista

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O espaço rural e a modernização da agricultura

A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os indicadores

estatísticos.

Os movimentos migratórios e suas motivações

As manifestações socioespaciais da diversidade cultural

As diversas regionalizações do espaço geográfico

A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.

A revolução técnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço da

produção.

O comércio mundial e as implicações socioespaciais.

A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios.

A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os indicadores

estatísticos

As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.

Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações

A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a (re)

organização do espaço geográfico

A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e

produção.

O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração

territorial.

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

• Conceito de paisagem, espaço e lugar, região, território, natureza e sociedade.

• Formação e transformação da paisagem (paisagem natural e paisagem geográfica).

• Paisagens preservadas.

• Orientação no Espaço Geográfico (pontos cardeais, colaterais e subcolaterais).

• Localização no Espaço Geográfico (coordenadas geográficas).

Localização do Espaço Geográfico Paranaense

Localização Geográfica do Continente Africano

• Movimentos da Terra (zonas climáticas e fuso horário).

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• Espaço geográfico como local das relações sociais, políticas, econômicas e culturais.

• O trabalho humano, sua ação no meio ambiente e as conseqüências ambientais,

econômicas, políticas e sociais.

Localização dos recursos naturais (petróleo, carvão mineral, gás natural)

• Os recursos naturais como fontes de energia (petróleo, carvão mineral, gás natural,

vento, sol...)

• Localização de pólos industriais e pólos agrícolas.

• Relações existentes entre o espaço urbano e rural.

• Atividades produtivas.

• Movimento migratório = Êxodo rural.

• Problemas ambientais rurais e urbanos.

• Distribuição espacial da população.

• Taxas de natalidade e mortalidade = crescimento vegetativo.

• Os países mais populosos e a situação econômica dos mesmos.

• Fatores históricos, naturais e econômicos responsáveis pela distribuição populacional.

• Movimentos migratórios

• Indicadores demográficos e sua influência na organização espacial.

• Manifestações espaciais dos diferentes grupos culturais.

Contribuição da cultura africana na sociedade brasileira.

2 Diferentes formas de regionalização do espaço geográfico.

3 A Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasileiro.

• As diversas regionalizações do espaço brasileiro

• Conceitos de região, território, paisagem, natureza, sociedade e lugar.

• Orientação no território brasileiro, por meio de linguagem cartográfica.

• Processo de formação do território brasileiro e as diferentes formas de regionalização

do espaço geográfico.

• A importância do povo africano na formação étnica da população brasileira

• O processo de formação das fronteiras agrícolas e a apropriação do território.

• Aproveitamento econômico das bacias hidrográficas e do relevo.

• Áreas de proteção ambiental e sua importância para a preservação dos recursos

naturais

• O espaço brasileiro dentro do contexto mundial, compreendendo suas relações

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econômicas, culturais e políticas com outros países.

• Diversidade cultural regional no Brasil construída pelos diferentes povos.

• Processo de crescimento da população e sua mobilidade no território brasileiro

• Migrações e a ocupação do território brasileiro

• A importância dos fatores naturais e o uso de novas tecnologias na agropecuária

brasileira.

• Relação entre a estrutura fundiária e os movimentos sociais no campo.

• O processo de formação e localização dos microterritórios urbanos.

• A industrialização e urbanização brasileira

• Processo de transformação das paisagens brasileiras levando em consideração as

formas de ocupação, as atividades econômicas desenvolvidas, a dinâmica

populacional e a diversidade cultural.

• Atividades econômicas do território Paranaense.

• A industrialização, a exploração dos elementos da natureza e conseqüências

ambientais.

• Configuração do espaço de circulação de mão-de-obra, mercadorias e sua relação

com os espaços produtivos brasileiros

• A formação histórica do Continente Americano.

• Formação dos territórios e das fronteiras no Continente Americano

• Identificação, diferenciação e conceituação de região, território, paisagem e natureza,

sociedade e lugar.

• Identificação da configuração socioespacial da América.

• Localização e regionalização do continente Americano, através dos aspectos naturais

e socioeconômicos. Identificação das diferentes paisagens e a compreensão da sua

exploração econômica no Continente Americano

• Relação entre as questões ambientais com a utilização dos recursos naturais no

Continente Americano.

• O Processo de Globalização Mundial

• A constituição dos blocos econômicos considerando a influência política e econômica

na regionalização do Continente Americano.

• A importância da rede de transporte, comunicação e circulação das mercadorias,

pessoas e informações na economia regional.

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• A interferência das atividades produtivas na organização espacial e nas questões

ambientais

• As inovações tecnológicas, sua relação com as atividades produtivas industriais e

agrícolas e suas consequências sociais e ambientais. Relação entre o processo de

industrialização e urbanização

• Processo de industrialização e a produção agropecuária em relação à apropriação dos

recursos naturais.

• Indicadores demográficos e suas implicações socioespaciais.

• Fatores que influenciam na mobilidade da população e sua distribuição espacial.

• Migração (emigrantes/imigrantes) no Paraná.

• Configurações espaciais dos diferentes grupos étnicos americanos em suas

manifestações culturais e em seus conflitos étnicos e políticos. Conceitos geográficos

de lugar, território, natureza, sociedades e região.

• Configuração socioespacial por meio de leitura dos mapas, gráficos, tabelas e

imagens.

• A atual configuração do espaço mundial em suas implicações sociais, econômicas e

políticas.

• A constituição dos blocos econômicos considerando a influência política e econômica

na regionalização mundial.

• As relações entre países e regiões no processo de mundialização.

• Os espaços geográficos inseridos em uma ordem econômica e política global e suas

particularidades.

• A revolução técnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço da

produção.

• A importância econômica, política e cultural mundial.

• Os conflitos étnicos e separatistas e suas conseqüências no espaço geográfico.

• Implicações socioespaciais na atuação das organizações econômicas internacionais.

• Indicadores sociais e econômicos e compreenda a desigual distribuição de renda.

• Estrutura da população mundial e as políticas demográficas adotadas nos diferentes

espaços

• As diferentes formas de apropriação espacial e a diversidade cultural.

• Os fatores que possibilitam os fluxos migratórios mundiais.

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• As conseqüências ambientais geradas pelas atividades produtivas.

• As transformações na dinâmica da natureza decorrentes do emprego de tecnologias

de exploração e produção.

• A importância estratégica dos recursos naturais paras as atividades produtivas.

• O processo de transformação dos recursos naturais em fontes de energia.

• A importância das redes de transporte e comunicação no desenvolvimento das

atividades produtivas.

OBJETIVOS DOS CONTEÚDOS

Reconheçer o processo de formação e transformação das paisagens geográficas.

Formar e significar os conceitos de paisagem, lugar, região, território,

natureza e sociedade.

Localizar no espaço utilizando os meios de orientação naturais e os

desenvolvidos pelo ser humano.

Localizar o Espaço Geográfico Paranaense e nele possa se localizar.

Localizar, através dos meios cartográficos, o Continente Africano.

Compreender os movimentos da Terra e entender as conseqüências destes

para a sociedade humana.

Identificar as formas de apropriação da natureza, a partir do trabalho e suas

conseqüências econômicas, socioambientais e políticas.

Identificar a localização dos principais recursos naturais.

Entender o processo de transformação de recursos naturais em fonte de energia.

Compreender a evolução e a distribuição espacial das atividades produtivas, como

resultado de fatores históricos, naturais e econômicos.

Identificar as relações existentes entre o espaço urbano e rural: questões econômicas,

ambientais, políticas, culturais, movimentos demográficos e atividades produtivas.

Entender a evolução e a distribuição espacial da população, como resultado de fatores

históricos, naturais e econômicos.

Compreender o significado dos indicadores demográficos refletidos na organização

espacial.

Identificar as manifestações espaciais dos diferentes grupos culturais.

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Identificar as contribuições culturais trazidas pelos povos africanos.

Reconheçer as diferentes formas de regionalização do espaço geográfico.

Estabeleçer diferença entre os conceitos de região, território, paisagem, natureza,

sociedade e lugar.

Localizar-se e orientar-se no território brasileiro, através da linguagem cartográfica.

Identificar o processo de formação do território brasileiro e as diferentes

formas de regionalização do espaço geográfico.

Compreender a formação étnica da população brasileira constituída

também pelo povo africano.

Entender o processo de formação das fronteiras agrícolas e a apropriação

do território.

Entender o espaço brasileiro dentro do contexto mundial, compreendendo suas

relações econômicas, culturais e políticas com outros países.

Verificar o aproveitamento econômico das bacias hidrográficas e do relevo.

Identificar as áreas de proteção ambiental e sua importância para preservação dos

recursos naturais

Identificar a diversidade cultural, regional no Brasil construída pelos diferentes povos.

Compreender as relações econômicas, culturais e políticas entre os países.

Compreender o processo de crescimento da população e sua mobilidade no território.

Relacione as migrações e a ocupação do território brasileiro.

Identifique a importância dos fatores naturais e o uso de novas tecnologias na

agropecuária brasileira.

Estabeleçer relações entre a estrutura fundiária e os movimentos sociais no campo.

Entender o processo de formação e localização dos microterritorios urbanos.

Compreender como a industrialização influenciou o processo de urbanização

brasileira.

Entender o processo de transformação das paisagens brasileiras, levando em

consideração as formas de ocupação, as atividades econômicas desenvolvidas, a

dinâmica populacional e a diversidade cultural.

• Entender como a industrialização acelerou a exploração dos elementos da

natureza e trouxe consequências ambientais.

• Identificar as principais atividades econômicas do Paraná

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• Estabeleçer relação entre o uso de tecnologias nas diferentes atividades

econômicas e as conseqüentes mudanças nas relações socioespaciais e

ambientais.

Reconheçer a configuração do espaço de circulação de mão-de-obra, mercadorias e

sua relação com os espaços produtivos brasileiros.

Identificar, através de leitura de mapas, gráficos, tabelas e imagens, a configuração

socioespacial da América.

Compreender o processo de formação histórica do Continente Americano.

Compreender a formação dos territórios e a reconfiguração das fronteiras do

Continente Americano.

Identificar, diferenciar e conceituar: região, território, paisagem, natureza, sociedade e

lugar;

Realizar a interpretação e leitura de mapas, gráficos e tabelas;

Identificar e diferencie as diversas regionalizações do Continente Americano;

Compreender o processo de formação e transformação das paisagens mundiais.

Entender a localização e importância estratégica dos recursos naturais para a

sociedade contemporânea.

Compreender a relação existente entre o tipo de paisagem natural e a exploração

econômica ocorrida nesses diferentes espaços.

Entender os problemas ambientais a partir da utilização dos recursos naturais do

continente americano.

Identificar os diferentes recursos naturais do Estado do Paraná.

Compreender a nova ordem mundial baseada no processo de Globalização.

Reconhecer a constituição dos blocos econômicos e sua influência política e

econômica na regionalização do Continente Americano.

Compreender as diferentes relações comercias entre os países da América

Reconhecer a importância da rede de transporte, comunicação e circulação das

mercadorias, pessoas e informações na economia regional.

Analisar as relações comerciais entre Brasil e a África.

Entender como as atividades produtivas interferem na organização espacial e nas

questões ambientais

Compreender as inovações tecnológicas, sua relação com as

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atividades produtivas industriais e agrícolas e suas consequências

ambientais e sociais.

Estabelecer relação entre o processo de industrialização e

urbanização

Entender o processo o processo de industrialização e a produção agropecuária em

sua relação com a apropriação dos recursos naturais

Reconhecer e analisar os diferentes indicadores demográficos e suas implicações

socioespaciais.

Compreender os fatores que influenciam na mobilidade da população e sua

distribuição espacial.

Reconhecer as configurações espaciais dos diferentes grupo étnicos americanos em

suas manifestações culturais e em seus conflitos étnicos e políticos.

Formar e significar os conceitos geográficos de lugar, território, natureza, sociedade e

região.

Identificar configuração socioespacial mundial por meio da leitura dos mapas, gráficos,

tabelas e imagens.

Compreender a atual configuração do espaço mundial em suas implicações sociais,

econômicas e políticas.

Reconhecer a constituição dos blocos econômicos considerando a influência política e

econômica na regionalização mundial.

Entender as relações entre países e regiões no processo de mundialização

Compreender que os espaços estão inseridos numa ordem econômica e política

global, mas também apresentam particularidades.

Compreender como ocorreram os problemas sociais e as mudanças demográficas

geradas no processo de industrialização.

Relacionar o desenvolvimento das inovações tecnológicas nas atividades produtivas.

Entender a importância econômica, política e cultural do comércio mundial.

Identificar as implicações socioespaciais na atuação das organizações econômicas

internacionais.

Reconhecer a reconfiguração das fronteiras e a formação de novos territórios

nacionais.

Identificar os conflitos étnicos e separatistas e suas consequências no espaço

geográfico.

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Fazer a leitura dos indicadores sociais e econômicos e compreender a desigual

distribuição de renda.

Identificar a estrutura da população mundial e relacione com as políticas demográficas

adotadas nos diferentes espaços.

Compreender a diversidade cultural existente no espaço geográfico.

Reconhecer as motivações dos fluxos migratórios mundiais.

Entender as consequências ambientais geradas pelas atividades produtivas.

Analisar as transformações na dinâmica da natureza decorrentes do emprego de

tecnologias de exploração e produção.

Reconhecer a importância estratégica dos recursos naturais para as atividades

produtivas.

Compreender o processo de transformação dos recursos naturais em fontes de

energia.

Entender a importância das redes de transporte e comunicação no desenvolvimento

das atividades produtivas.

AVALIAÇÃO

Avaliação formativa, diagnóstica e processual, devendo acompanhar a

aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor. Nessa concepção de

avaliação, considera-se que os alunos têm diferentes ritmos de aprendizagem,

identificam-se dificuldades e isso possibilita a intervenção pedagógica a todo tempo. O

professor pode, então procurar caminhos para que todos os alunos aprendam e

participem das aulas.

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As atividades desenvolvidas durante o ano letivo devem possibilitar ao aluno a

apropriação dos conteúdos e posicionamento crítico frente aos diferentes contextos

sociais. O processo de avaliação deve considerar, a mudança de pensamento e atitudes

do aluno, alguns elementos que demonstrem o êxito do processo ensino aprendizagem,

quais sejam: a aprendizagem, a compreensão, o questionamento e a participação dos

alunos.

A prática docente, indicada nas Diretrizes Curriculares apontando o método

dialético contribui para a formação do aluno crítico, que atua em seu meio cultural e, por

tanto é capaz de aceitar, rejeitar ou mesmo transformar o meio.

Os principais critérios de avaliação em geografia: a formação dos conceitos

geográficos básicos e o entendimento das relações socioespaciais para compreensão e

intervenção na realidade.

É importante que o professor tenha registrado, de maneira organizada precisa,

todos os momentos do processo de ensino aprendizagem, bem como as dificuldades e

avanços obtidos pelos alunos, de modo que estes registros tanto explicitem o caráter

processual e continuado da avaliação quanto atenda as exigências burocráticas de notas.

Além de provas, serão utilizadas outras formas de avaliar:

- interpretação e produção de textos de geografia;

- interpretações de fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas;

- pesquisas bibliográficas;

- apresentação e discussão de temas em seminários;

- construção, representação e análise do espaço através de maquetes, entre outros.

A avaliação é parte do processo pedagógico e, por isso, deve tanto acompanhar a

aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor. Ela permite a melhoria

do processo pedagógico somente quando se constitui numa ação reflexiva sobre o fazer

pedagógico. Não deve ser somente avaliação do aprendizado do aluno, mas também uma

reflexão das metodologias do professor, da seleção dos conteúdos, dos objetivos

estabelecidos e podem ser um referencial para redimensionamento do trabalho

pedagógico; assim, espera-se que o aluno possa, durante e ao final do percurso, avaliar a

realidade socioespacial em que vive, sob a perspectiva de transformá-la, onde quer que

esteja.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BINZ, Jussara Ferreira. O ensino supletivo no Rio Grande do Sul: um estudo introdutório

sobre seus fundamentos, funções e características. In.: Educação para crescer: educação

de jovens e adultos: reflexões sobre o contexto teórico-prático. Porto Alegre: Governo do

Estado,1993, p.15-19.

CURY, Carlos Roberto Jamil. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de

Jovens e Adultos. Processo no 230001.0000 40/2000-55, parecer CEB no 11/2000,

aprovado em 10.05.2000.

LACOSTE, Yves. A Geografia - isso serve antes de mais nada para fazer a guerra.

Campinas, SP: Papirus, 2002.

MOLL, Jaqueline. Histórias de vida, história de escola: elementos para uma pedagogia da

cidade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

MORAES, António Carlos Robert. Geografia: pequena história crítica. 15. ed. São Paulo:

Hucitec, 1997.

PINTO, Álvaro Vieira. Sete lições sobre a educação de adultos. 10.ed. São Paulo: Cortez,

1997.

SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto

Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda, 1998.

YUS, Rafael. Educação Integral: uma educação holística para o século XXI. Porto Alegre:

Artmed, 2002.

DIRETRIZES CURRICULARES DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL.

Secretaria do Estado da Educação, Superintendência da Educação.

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DISCIPLINA DE GEOGRAFIA

ENSINO MÉDIO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A educação de um grande contingente de jovens e adultos, que não a tiveram em

idade própria, faz-se essencial para o desenvolvimento da nação, entretanto, esta

formação deve ser completa e voltada aos problemas enfrentados diariamente pelo

estudante da EJA. Nesta perspectiva do ensino da Geografia tem um papel central, visto

que a mesma possibilita uma leitura crítica do mundo, já que o seu objeto de estudo é a

sociedade e o espaço geográfico, tanto em nível local, como mundial.

As diferentes concepções da Geografia e a Geografia Escolar

Considerada por alguns como uma das mais antigas disciplinas acadêmicas, a Geografia

surgiu na Grécia Antiga, sendo no começo chamada de História Natural, ou Filosofia

Natural. Segundo Lacoste (2002, p.25) "...a Geografia existe há muito mais tempo, não

importa o que dizem os universitários: as grandes descobertas não seriam talvez

Geografia? E as descrições dos geógrafos árabes da Idade Média, também não?" Na

verdade, desde que o homem passou a transformar e organizar os espaços está fazendo

Geografia, as relações familiares e comunitárias, também, nada mais são que um

contexto geográfico. Desta forma, pode-se afirmar que a Geografia esteve presente desde

o início dos tempos.

Até o final do século XVIII, alguns temas, hoje tidos e estudados em Geografia

eram mencionados em obras literárias de determinados pensadores, porém sem uma

conexão entre eles. Segundo Moraes (1997, p.33) "...o conhecimento geográfico se

encontrava disperso. Por um lado, as matérias apresentadas com essa designação eram

bastante diversificadas, sem um conteúdo unitário. Por outro lado, muito do que hoje se

entende por Geografia, não era apresentado com este rótulo." Assim, até o início do

século XIX não há uma sistematização desta disciplina com conteúdos específicos e

significativos, o que se faz são lugares exóticos, estatísticas, observação e descrição dos

fenômenos naturais, etc..., ou seja, neste período não há uma concentração, um

agrupamento do saber geográfico.

Somente a partir do século XIX, na Alemanha, que a Geografia começou a existir

como ciência pedagógica. Moraes (1997, p.42) relata que "os autores considerados os

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pais da Geografia, aqueles que estabelecem uma linha de continuidade nesta disciplina,

são alemães -Humboldt e Ritter." O autor continua dizendo que "é da Alemanha que

aparecem os primeiros institutos e as primeiras cátedras dedicadas a esta disciplina, é de

lá que vêm as primeiras teorias e as primeiras propostas metodológicas; enfim, é lá que

se formam as primeiras correntes de pensamento."

O mundo passou por profundas transformações: crise de 29, globalização, avanços

tecnológicos, entre outras. Neste contexto, a busca pela renovação da Geografia ganhou

espaço com novas técnicas e métodos de pesquisa e análise do conjunto geográfico da

época. Entretanto, segundo Moraes (1997, p.98) "se a insatisfação com as propostas

tradicionais é um traço comum entre os geógrafos, os níveis de questionamento variam

bastante, outros avançam buscando as razões mais profundas na base social e na função

ideológica desse conhecimento". Como se pode observar o movimento de renovação, ao

contrário do pensamento tradicional não possui uma unidade, segue caminhos diversos o

que origina duas correntes de pensamento, a Pragmática e Crítica. Nas duas vertentes,

aparecem posturas filosóficas, porém os fundamentos metodológicos são diversificados.

A Geografia Pragmática busca uma nova linguagem, novas técnicas e uma

participação mais ativa na sociedade. Conforme Moraes (1997, p. 100) "nesse sentido, os

autores pragmáticos vão propor uma ótica prospectiva, um conhecimento voltado ao

futuro, que instrumentalize uma Geografia aplicada". No entanto, a crítica à Geografia

Tradicional é apenas formal e superficial, visto que, não mencionam os compromissos

sociais do pensamento tradicional, buscando apenas uma mudança de forma, porém que

não alterando o conteúdo social.

A Geografia Crítica, de acordo com Moraes (1997, p. 117) "tem suas raízes na ala

mais progressista da Geografia Regional francesa". Neste país abre-se uma discussão

mais política na análise geográfica e o homem passa a ser um agente influenciado pela

natureza, porém, atua transformando-a. O autor continua, dizendo que "... tal abertura

embasou-se na crescente importância do elemento humano na Geografia Francesa, que

aparece: na diferenciação entre o meio e o meio geográfico, na sujeição da Geografia

Física à Humana, e na ideia da região como produto histórico (e sua valorização como

objeto primordial)". A geografia deixa de ser estática e isolada das demais ciências e

passa a andar junto, em especial, com a História e a Economia.

Portanto, cabe a cada geógrafo/educador, aceitar e utilizar, ou criticar e aperfeiçoar

a vertente de pensamento geográfico que melhor se adapte à sua filosofia de vida e à

realidade do educando, levando sempre em consideração que o aluno é o centro do

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processo ensino-aprendizagem. Desta forma o currículo, a metodologia e a corrente de

pensamento escolhida devem ir de encontro com os objetivos/anseios dos estudantes, já

que, vive-se a era do conhecimento, sendo este o alicerce da sociedade. É com base

nesse aspecto que temos que "formar" seres pensantes, criativos, críticos, pessoas que

se sintam parte integrante e atuante do contexto sócio-econômico e cultural a que

pertencem. Esse é o verdadeiro papel da Geografia, e o ponto fundamental da produção

intelectual.

A Educação de Jovens e Adultos

A educação de adultos é uma prática tão antiga quanto à história da raça humana,

ainda que só recentemente ela tenha sido objeto de pesquisa científica. Se tomarmos

como exemplo a Bíblia, Livro Sagrado, escrito a cerca de 2.000 mil anos, ter-se-á fartos

exemplos de relacionamento educacional adulto através dos patriarcas, sacerdotes e o

próprio Jesus Cristo, que através de suas parábolas e exemplos, conseguiu resultados

espetaculares, com uma clientela mista de aprendizes/analfabetos e doutores, visto que

até hoje seus ensinamentos são seguidos e, portanto, podendo ser considerado o maior

educador de adultos de todos os tempos.

Atualmente, conforme Cury (2000, p.5) "a Educação de Jovens e Adultos (EJA)

representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso a ela e

nem domínio da escrita e leitura como bens sociais, na escola ou fora dela, e tenham sido

a força de trabalho empregada na constituição de riquezas e na elevação de obras

públicas." Portanto, ela surge com uma espécie de função reparadora, importante para a

construção da cidadania, já que a escolarização promove a participação em atividades

sociais, econômicas, políticas e culturais, além de ser um elemento básico para a

educação continuada durante toda a vida.

Segundo Binz (1993, p.17) "a aprendizagem do adulto se estabelece a partir da

relação do conteúdo trabalhado pelo professor com aproveitamento deste conteúdo na

sua vida prática, ...". O adulto visa crescimento imediato e é por isso que as abordagens

devem estar vinculadas à realidade do aluno; o currículo não pode ser estático, mas

atender o aluno em suas necessidades; devem ser consideradas as suas diferenças

individuais, o seu ritmo de aprendizagem, a bagagem de conhecimento que traz consigo e

suas experiências de vida.

Desta forma, Pinto (1997, p. 83) relata que "o educador tem de considerar o

educando como um ser pensante. É um portador de ideias e um produtor de ideias,

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dotado frequentemente de alta capacidade intelectual", assim sendo, compete ao

educador praticar um método crítico, que dê ao aluno adulto a oportunidade de atingir

uma consciência crítica instruída, de si e de seu mundo. O método e o conteúdo não

podem ser impostos ao aluno, e sim propostos como adequado às etapas do processo de

autoconsciência crescente do aluno, bem como uma contribuição para a possível melhora

nas condições de vida humana, ou seja, o papel do professor é orientar o educando para

que este seja capaz de ler, interpretar, analisar e avaliar criticamente, não apenas os

conteúdos básicos da educação, mas principalmente os fatos, informações, o dia-a-dia de

sua comunidade, país e planeta.

O processo de educação escolar no Brasil está marcado, historicamente, pela

exclusão das camadas populares da sociedade. Para a camada economicamente

favorecida proporciona-se um saber elaborado, já para os menos favorecidos, um saber

rudimentar. Percebe-se, uma elitização evidente na distribuição do saber letrado. Buscou-

se sempre atender os interesses dominantes, esquecendo-se da educação da população,

gerando um contingente assustador de analfabetos ou semi-analfabetos em nosso país,

na verdade negou-se o direito à educação de qualidade para estes homens e mulheres,

excluindo-os assim, da possibilidade de crescimento. Esta exclusão da escolaridade gera

problemas sociais que afetam o nosso dia-a-dia. O desemprego, a fome, a violência,

enfim a desumanização dos humanos. Numa tentativa de fuga desta dura realidade, que

afeta grande contingente da população do planeta, em especial dos países

subdesenvolvidos, é que pessoas de diversos níveis e segmentos da sociedade buscam

escolarizar-se e incluir-se no mundo monopolista, onde quem detém o saber, detém

também o poder.

Os educandos da EJA, possuem objetivos/aspirações diferenciadas dos

frequentadores da Educação Regular. Buscam crescimento imediato, ou seja, uma melhor

qualidade de vida, para si e para a família, qualidade esta que por vários e/ou diferentes

motivos lhes fora negada e/ou tirada.

A Geografia, através da roupagem crítica possibilita ao educando uma melhor

compreensão e, em consequência, uma melhor e maior adaptação ao novo, às

constantes e profundas mudanças que vêm ocorrendo diariamente no mundo. Entretanto,

na maioria das vezes o estudante não tem esta visão da Geografia, já que no passado,

quando frequentava os bancos escolares, era uma disciplina escolar apenas de

descrição, conceitualização e memorização, não correlacionando a teoria com a prática -

embora hoje isto também ocorra em alguns estabelecimentos de ensino. Sem este elo

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teórico-prático, o aluno não vê aplicabilidade para esta disciplina em sua vida e assim,

seu interesse também não é dos maiores.

O ensino da Geografia na EJA: ratificando a necessidade do diferencial e da

interdisciplinaridade

Na atualidade, o papel da educação é o de preparar para a vida como um todo, e

não apenas para o trabalho, como no século passado. Vive-se na sociedade pós-

industrial (pós-moderna), o que impera é o capital intelectual, a capacidade de idear, criar

e projetar. Sendo assim, o grande objetivo da EJA é fazer com que estes alunos apreciem

cada vez mais as alegrias do conhecimento e da pesquisa individual, já que é somente

através da educação, que o ser humano tem a possibilidade de se encontrar no contexto

ao qual está inserido. Neste momento, entra a Geografia Escolar, que através de

conteúdos práticos, concretos e atuais, ajuda-o neste processo de construção do

conhecimento, uma vez que estes educandos buscam aprender conteúdos que

contribuam para suas atividades profissionais ou para resolver problemas, do seu dia-a-

dia.

O ensino da Geografia coloca a todos uma considerável responsabilidade: a

formação de cidadãos. Este fator torna-se essencial, em especial, quando trata-se de

adultos, que já fazem parte de uma comunidade e necessitam ser ativos dentro dela, pois

de suas atitudes/reflexões, depende o futuro de seus filhos/família.

Desta forma, o estudo da Geografia da EJA deve estar voltado ao local, entretanto

sem esquecer o global, uma vez que, na era da globalização precisamos ser voláteis e

compreender as inter-relações existentes no planeta. É preciso mostrar aos educandos os

recursos tecnológicos e dar subsídios intelectuais para que ele os compreenda e aplique

este conhecimento em seu ambiente familiar, comunitário e profissional. Faz-se

necessário ainda, combater os preconceitos, enfatizar a ética, o respeito aos direitos

alheios e às diferenças, a sociabilidade e a inteligência emocional, bem como desenvolver

habilidades como: raciocínio, aplicação/elaboração de conceitos, capacidade de

observação e de análise critica, dentre outros.

Os conteúdos devem ser selecionados, não baseados num currículo estanque,

programado muitas vezes por pessoas que não conhecem as reais

necessidades/aspirações da turma, mas flexível e adaptável ao que esta objetiva

conhecer, sem, é claro, deixar de explorar conteúdos essenciais.

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ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

A metodologia utilizada precisa trazer os conteúdos sempre para a realidade e a

vida cotidiana dos educandos, para assim proporcionar interesse e compreensão, visto

que estes, na maioria das vezes sentem dificuldade em se projetar no espaço/território

desconhecido. As aulas devem ser dinâmicas e criativas, o professor necessita

proporcionar um ambiente de aprendizado e satisfação, isso pode ser atingido através de

debates, trabalhos em grupo (transmite mais segurança), vídeos, manuseio de revistas,

jornais e discussão de notícias que estão na mídia (proporcionando uma compreensão e

análise crítica, bem como o uso de mapa e técnicas de revisão movimentadas). Enfim

deve cativar o aluno, visto que este tem uma jornada múltipla - trabalho, estudo, família,

comunidade, lazer - e este é o ponto central que o diferencia das crianças e adolescentes

do Ensino regular.

O professor deve ser facilitador da construção do conhecimento, e o profissional da

Geografia escolar da EJA, em especial, deve primar pela dialogicidade dos conteúdos,

desenvolvendo assuntos relevantes e significativos que levem o educando a conhecer a si

próprio, o meio ao qual faz parte e correlacionar este local, com o global, transferir a teoria

para a prática e vice-versa. E educador precisa ser pesquisador, observador, analítico e

crítico para poder transmitir isto aos seus educandos. Ninguém orienta/transmite o que

não sabe, o que não vivência. Assim o discurso e a prática necessitam andar paralelos e

estarem de acordo com a realidade da clientela, caso contrário, os fundamentos da

Geografia Crítica se perdem e as aulas tornam-se apenas repasse de informações.

Assim, a análise dos fatos do cotidiano devem estar subsidiados em dados científicos, ou

seja, o professor precisa proporcionar uma análise da atualidade, mas aproveitar para

fazer ganchos com estudos específicos da disciplina.

Portanto, o estudo da geografia na EJA deve proporcionar ao educando: abrir seus

horizontes, buscar criar oportunidades que lhe propiciem uma vida digna e com qualidade,

subsidiá-lo na compreensão de sua situação/posição na sociedade e desenvolver um

espírito mais humano, neste contexto onde o capitalismo, a globalização transformam as

relações interpessoais. Para tal, a Geografia deve abordar questões polêmicas, atuais e

que estão presentes no dia-a-dia do aluno, correlacionando-as com os aspectos

geográficos, porém nunca deixando assuntos teóricos terem maior ênfase que os

práticos. Os conteúdos realmente significativos e que merecem ser estudados são

aqueles que possuem uma aplicabilidade na vida das pessoas. Chega de memorização,

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agora é chegada à hora da compreensão e construção do saber.

A construção do conhecimento geográfico pressupõe a escolha de um corpo

conceitual e metodológico capaz de satisfazer à formação plena do educando.

A simples relação de conteúdo não é suficiente para a formação do aluno, porque a sala

de aula é um universo bastante complexo onde o professor deverá ter consciência de que

muitos deverão ser os recursos didáticos utilizados no processo de aprendizagem para

favorecer a diversidade (afetividade, maturidade e individualidade) dentro da sala de aula.

O ensino da Geografia começa pela compreensão de seu objeto de estudo – espaço

geográfico – que é entendido como interdependente do sujeito que o constrói.

Para isso, a Geografia usa conceitos chaves, como instrumento capaz de realizar uma

análise cientifica do espaço. O primeiro desses conceitos chaves é o de paisagem,

entendida como unidade visível do arranjo espacial que a nossa visão alcança. A

paisagem tem um caráter social, pois ela é formada de movimentos impostos pelo homem

através do seu trabalho, emoção e cultura. Segundo as Diretrizes EJA, é necessário

manter o foco na diversidade cultural, percebendo, compartilhando e sistematizando as

experiências vividas pela comunidade escolar, estabelecendo relações a partir do

conhecimento que esta detém para a reconstrução de seus saberes. Desta forma é

necessário que haja um processo seletivo de apreensão para que se torne um verdadeiro

conhecimento geográfico.

O conceito de lugar guarda uma dimensão prático sensível que a análise vai aos poucos

relevando. Lugar é a porção do espaço apropriável para a vida, que é vivido, reconhecido

e cria identidade.

Guarda em si o movimento da vida, enquanto dimensão do tempo passado e presente. É

no lugar que ocorrem as relações de consenso e conflito, dominação e resistência. É a

base da reprodução da vida, onde o banal e o familiar revelam as transformações do

mundo e servem de referencia para identificá-la.

Os conceitos de território e territorialidade enquanto espaço definido delimitado por e a

partir das relações de poder, ou seja, quem domina ou influencia e como domina e

influencia uma área. A territorialidade é a relação entre os agentes sociais, políticos e

econômicos, interferindo na gestão do espaço geográfico.

Por fim, um importante conjunto de conceitos refere-se à globalização, técnica e redes. É

necessário ter clareza que a globalização é um fenômeno decorrente da implementação

de novas tecnologias de comunicação e informação, isto é, de novas redes técnicas, que

permitem a circulação de idéias, mensagens, pessoas e mercadorias num ritmo

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acelerado, e que acabaram por criar a interconexão entre os lugares em termo

simultâneo.

No que se refere à técnica, devemos ressaltar ainda a importância da compreensão do

papel das inovações tecnológicas na esfera da produção de bens e serviços,

engendrando novas formas de organização social no trabalho e no consumo criando

novos arranjos espaciais.

Este conjunto de conceitos chaves não deve ser entendido como uma listagem de

conteúdos, mas como elemento norteador da organização curricular e da definição dos

conteúdos e objetivos básicos a serem desenvolvidos no Ensino Fundamental e Médio, a

partir dos referenciais postos pelo conhecimento científico da Geografia.

A sala de aula é um universo, pois muitos fatores interagem em seu interior, como a

afetividade, nível de maturidade individualidade do aluno, nível de conhecimento prévio de

cada aluno, como está explicito nas Diretrizes do EJA, os educados trazem consigo um

legado cultural, os quais devem ser considerados na dialogicidade das práticas

educativas. O espaço físico, material didático utilizado na sala de aula e as interferências

inusitadas que ocorrem com os alunos e seus familiares, e como também o cotidiano fora

da escola devem ser levados em conta. Tudo isso leva a reflexão sobre as seguintes

condições que deverão ser propiciadas no interior da sala de aula:

k) Desenvolver um clima de aceitação e respeito mutuo em que o erro seja encarado

como desafio para o aprimoramento e construção da personalidade e que todos se

sintam seguros e confiantes para pedir ajuda.

l) A organização da aula estimule a ação individualizada do aluno para que possa

desenvolver sua potencialidade criadora, mas que também, esteja aberto a

compartilhar com mo outro suas experiências vividas na escola e fora dela.

Segundo as Diretrizes do EJA o ponto de partida deve ser a experiência dos

sujeitos envolvidos para que se possa reorganizar o conhecimento originário na

cultura vivida e dar significado ao conhecimento escolar.

m) Oferecer oportunidade, por meio das tarefas organizadas para a aula, em que

vários passam a ser os pontos de vista, permitindo ao aluno um posicionamento

autônomo, fortalecendo, assim sua auto- estima, atribuindo alguns significados ao

produto de seu trabalho intelectual, como cita as Diretrizes do EJA devem ser

considerados os saberes adquiridos na informalidade das suas vivencias e do

mundo do trabalho face à diversidade de suas características.

n) Adequar a quantidade de informações com a disponibilidade de tempo, ou seja, as

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organizações das aulas e dos programas deverão criar um dinamismo que

contemple essa diversidade inclusive o grau de dificuldade que cada tipo de

conteúdo apresenta para ser trabalhado pelos alunos.

o) A cada aula, inicialmente apresentar o tema, expondo os objetivos da aula.

p) Explicar os conteúdos de forma que os alunos participem da aula.

q) Possibilitar os alunos a fazerem perguntas durante as aulas e as dúvidas

esclarecidas.

Deve-se levar em conta que a relação entre a adequação da quantidade de

informações e a apropriação de conteúdo, exige uma diversidade de recursos

materiais, os quais possam oferecer múltiplas possibilidades de utilização, em função

das diferentes necessidades dos conteúdos.

Trabalhar a Lei 9.795/99 Educação Ambiental e Lei 10.639/03 História e Cultura Afro-

Brasileira.

O material utilizado pelo docente poderá estimular os alunos na compreensão dos

conteúdos, desta forma serão utilizados: fotos, jornais, revistas, vídeos, DVD,

informática, sendo estes relacionados com os conteúdos, de forma que desperte o

interesse dos alunos para a aprendizagem.

OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Espera-se que, os alunos construam um conjunto de conhecimentos referentes a

conceitos, procedimentos e atitudes relacionados à Geografia, que lhes permita ser capaz

de:

• Conhecer o mundo atual em sua diversidade, favorecendo a compreensão de

como as paisagens, os lugares e os territórios se constrói;

• Identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e suas conseqüências em

diferentes espaços e tempos, de modo que construam referenciais que possibilitem

uma participação propositiva e reativa nas questões socioambientais locais;

• Conhecer o funcionamento da natureza em suas múltiplas relações, de modo que

compreendam o papel das sociedades na construção do território, da paisagem e

do lugar;

• Compreender a espacialidade e temporalidade dos fenômenos geográficos estuda-

dos e suas dinâmicas e interações;

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• Compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos políticos, os

avanços tecnológicos e as transformações socioculturais são conquistas ainda não

usufruídas por todos os seres humano0s e, dentro de suas possibilidades, empe-

nhar-se em democratizá-las;

• Conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa da Geografia para compreen-

der a paisagem, o território e o lugar, seus processos de construção, identificando

suas relações, problemas e contradições;

• Compreender a importância das diferentes linguagens na leitura da paisagem, des-

de as imagens, música e leitura de dados e de documentos de diferentes fontes de

informação, de modo que interpretem, analisem e relacionem informações sobre o

espaço;

• Saber utilizar a linguagem gráfica para obter informações e representar a espaciali-

dade dos fenômenos geográficos.

• Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a sociodiversidade, reconhecen-

do-os como direitos dos povos e indivíduos e elementos de fortalecimento da de-

mocracia.

ENSINO MÉDIO

Conteúdos estruturantes

Dimensão econômica do espaço geográfico.

Dimensão política do espaço geográfico.

Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico.

Dimensão socioambiental do espaço geográfico.

Conteúdos básicos

• A formação e transformação das paisagens.

• Orientação e localização no espaço geográfico.

• Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e

produção.

• A distribuição espacial das atividades produtivas e a reorganização do espaço

geográfico.

• A evolução demográfica, a distribuição espacial da população e os indicadores

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estatísticos.

• Os movimentos migratórios e suas motivações

• As manifestações socioespaciais da diversidade cultural

• A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da

produção.

• O espaço rural e a modernização da agricultura

• As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista

• A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a

urbanização recente

• A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.

• O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração

territorial

• As diversas atividades produtivas do espaço geográfico brasileiro.

• As questões socioambientais no espaço geográfico

Conteúdos específicos

Espaço, paisagem, lugar, região, território, natureza.

Orientação no espaço geográfico (pontos cardeais, colaterais, subcolaterais).

Localização no espaço geográfico (coordenadas geográficas).

Movimentos da Terra (zonas climáticas e fusos horários).

16.Origem do Universo.

17.Origem da Terra.

18.O surgimento da natureza e sua dinâmica

Aspectos físicos do Espaço Geográfico Paranaense.

o A transformação da natureza.

o A importância dos recursos naturais nas atividades produtivas.

o A reorganização do espaço geográfico nas atividades

agrícolas.

o A reorganização do espaço geográfico nas atividades

industriais.

o Teorias demográficas.

o PEA (População economicamente ativa) e PEI (População

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economicamente inativa). Crescimento vegetativo: analisando

diversas situações

• Políticas migratórias internacionais.

• Migrações no Brasil.

Riquezas culturais existentes no espaço geográfico.

Contribuição da cultura africana na sociedade brasileira.

c) Fases do capitalismo.

• Revoluções industriais.

• A tecnologia e a informação.

• Produção agrícola no mundo e no Brasil.

4 O impacto socioambiental na tecnologia agrícola.

5 Relação de dependência entre cidade e campo.

6 Problemas socioambientais na evolução da tecnologia agrícola.

7 Os impactos provenientes do espaço urbano invadindo o espaço rural.

21.Urbanização.

Urbanização Paranaense

22.Hierarquia das cidades (megacidades, cidades globais, conurbação,

metrópoles, áreas metropolitanas, megalópoles).

23.O processo recente de urbanização no Brasil.

24.Aglomerações urbanas.

25.Desigualdades sociais.

Discriminação étnica racial africana no contexto brasileiro.

26.Emprego nas regiões metropolitanas.

27.Regionalização do espaço mundial.

28.O território e o poder.

29.Formação dos territórios supranacionais.

30.Blocos econômicos.

31.Organizações econômicas internacionais: FMI e Banco Mundial.

32. Indústrias.

33.Fontes de energia.

34.Redes de transporte e comunicação.

35.Organização das redes mundiais no espaço geográfico.

36.Circulação de mercadorias, mão de obra, capital e das informações na

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organização do espaço mundial.

37.A especialização da mão de obra.

A exploração da mão de obra africana no território brasileiro.

14.Capital e tecnologia.

15.Força de trabalho.

16.O comércio e as implicações socioespaciais

2. Comércio exterior brasileiro.

3. Balança comercial.

4. De colônia a país subdesenvolvido industrializado.

5. O Brasil no comércio mundial.

6. O Brasil e o Mercosul.

15.O modelo econômico brasileiro recente.

A atividade industrial no Brasil.

A atividade agropecuária no Brasil.

• Sociedade e meio ambiente.

• A dinâmica da natureza.

• Biomas brasileiros.

• Impactos ambientais.

Impactos ambientais no Paraná.

11.Tratados ambientais.

12.Legislação ambiental.

13.Medidas de proteção e conservação do meio ambiente.

14.Estrutura fundiária, êxodo rural e violência no campo.

Objetivos dos conteúdos

Apropriar-se dos conceitos de região, território, paisagem, natureza e lugar.

Compreender a formação natural e transformação das diferentes paisagens pela ação

humana e sua utilização em diferentes escalas na sociedade capitalista.

• Localizar-se e orientar-se no espaço através da leitura cartográfica.

• Compreender as conseqüências dos movimentos da Terra destacando as

interferências dos mesmos em nossas vidas.

• Compreender o processo de origem do universo e do Planeta Terra através das

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teorias.

Analisar a importância dos recursos naturais nas atividades produtivas.

Compreender o uso da tecnologia na alteração da dinâmica da natureza nas

atividades produtivas.

Estabelecer relação entre a exploração dos recursos naturais e uso de fontes de

energia na sociedade industrializada.

Caracterizar os principais aspectos físicos do Estado do Paraná.

Evidenciar a importância das atividades extrativas para produção de matérias-

primas e a organização espacial.

Analisar as novas tecnologias na produção industrial e agropecuária como fator de

transformação do espaço.

Entender as teorias demográficas através de seus conceitos.

Compreender as diferenças entre a PEA e PEI.

Analisar o crescimento vegetativo de acordo com os países desenvolvidos e

subdesenvolvidos.

Entender como se constitui a dinâmica populacional em diferentes países.

Reconhecer a influência dos avanços tecnológicos na distribuição das atividades

produtivas, nos deslocamentos de população e na distribuição de população.

Reconhecer o caráter das políticas migratórias internacionais referentes aos

fatores de estímulo dos deslocamentos populacionais.

Reconhecer as influências das manifestações culturais dos diferentes

grupos étnicos no processo de configuração do espaço geográfico.

Identificar as heranças culturais africanas no Brasil.

Compreender a importância da Revolução Técnico Científica informacional e

sua relação com os espaços de produção, circulação de mercadorias e nas

formas de consumo.

Compreender a importância da tecnologia na produção econômica, nas

comunicações, nas relações de trabalho e na transformação do espaço geográfico.

Identificar a concentração fundiária resultante do sistema produtivo agropecuário

moderno.

Analisar a expansão das fronteiras agrícolas, o uso das técnicas agrícolas na

atualidade e sua repercussão ambiental e social.

Reconhecer as interdependências econômicas e culturais entre campo e cidade e

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suas implicações socioespaciais.

Compreender as relações de trabalho presentes nos espaços produtivos rural e

urbano.

Estabelecer a relação entre impactos culturais e demográficos e o processo de

expansão das fronteiras agrícolas.

Identifique a relação entre produção industrial e agropecuária e os problemas

sociais e ambientais.

Compreender o processo de urbanização considerando as áreas de segregação,

os espaços de consumo e de lazer e a ocupação das áreas de risco.

Identificar as áreas mais urbanizadas do Estado do Paraná.

Entender o processo de crescimento urbano e as implicações socioambientais.

Compreender a espacialização das desigualdades sociais evidenciadas nos

indicadores sociais.

Analisar as desigualdades sociais provenientes da discriminação racial africana no

Brasil.

Identificar os problemas ambientais decorrentes do crescimento urbano.

Compreender o processo de hierarquia das cidades.

Compreender as ações adotadas pelas organizações econômicas internacionais,

FMI e Banco Mundial, em suas implicações na organização do espaço geográfico

mundial.

Diferenciar as formas de regionalização do espaço mundial, considerando a divisão

Norte e Sul e a formação dos blocos econômicos.

Compreender a regionalização do espaço mundial e a importância das relações de

poder na configuração das fronteiras e territórios.

Identifique os problemas ambientais globais decorrentes da forma de exploração e

uso dos recursos naturais.

Entenda como as guerras fiscais atuam na reorganização espacial das regiões

onde as indústrias se instalam.

Entenda a importância das redes de comunicação e de informação na formação

dos espaços mundiais.

Estabelecer relação entre a exploração dos recursos naturais e o uso de fontes de

energia na sociedade industrializada.

Reconhecer a importância da circulação das mercadorias, mão de obra, capital e

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das informações na organização do espaço mundial.

Identificar as conseqüências da exploração da mão de obra africana para a

sociedade brasileira.

Reconhecer a influência dos avanços tecnológicos na distribuição das atividades

produtivas e a importância da mão de obra qualificada.

Entender a importância econômica, política e cultural do comércio mundial.

3 Identificar as implicações socioespaciais na atuação das organizações econômicas

internacionais.

4 Diferenciar a expansão comercial dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos e

suas implicações no contexto mundial.

5 Compreender os conceitos de déficit e superávit na Balança Comercial estabelecendo

relações no cotidiano.

6 Compreender a importância da tecnologia na produção econômica e na transformação

do espaço geográfico.

Analisar as novas tecnologias na produção industrial e agropecuária como

fator de transformação do espaço.

Explicar a importância da agropecuária no comércio brasileiro.

Identificar os conflitos existentes no campo, analisando suas

conseqüências.

Estabelecer relações entre a estrutura fundiária e os movimentos sociais

no campo.

Entender a configuração da sociedade no meio ambiente.

Compreender a importância da natureza no espaço geográfico.

Identificar as áreas de proteção ambiental e sua importância para a

preservação dos recursos naturais.

Caracterizar os principais biomas brasileiros, citando os impactos

ambientais ocasionada pela ação antrópica.

Analisar, criando possíveis soluções para a diminuição dos impactos

ambientais no Paraná

Estabelecer relação entre o uso de tecnologias nas diferentes atividades

econômicas e as conseqüentes mudanças nas relações socioespaciais e

ambientais.

Conhecer conceitos importantes da legislação ambiental e a sua

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aplicabilidade.

Caracterizar os principais tratados ambientais e sua aplicabilidade no

contexto mundial.

Citar medidas mitigadoras de proteção e conservação do meio ambiente.

AVALIAÇÃO

Avaliação formativa, diagnóstica e processual, devendo acompanhar a

aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor. Nessa concepção de

avaliação, considera-se que os alunos têm diferentes ritmos de aprendizagem,

identificam-se dificuldades e isso possibilita a intervenção pedagógica a todo tempo. O

professor pode então procurar caminhos para que todos os alunos aprendam e participem

das aulas.

As atividades desenvolvidas durante o ano letivo devem possibilitar ao aluno a

apropriação dos conteúdos e posicionamento crítico frente aos diferentes contextos

sociais. O processo de avaliação deve considerar a mudança de pensamento e atitudes

do aluno, alguns elementos que demonstrem o êxito do processo ensino aprendizagem,

quais sejam: a aprendizagem, a compreensão, o questionamento e a participação dos

alunos.

A prática docente, indicada nas Diretrizes Curriculares apontando o método

dialético contribui para a formação do aluno crítico, que atua em seu meio cultural e, por

tanto é capaz de aceitar, rejeitar ou mesmo transformar o meio.

Os principais critérios de avaliação em geografia: a formação dos conceitos

geográficos básicos e o entendimento das relações socioespaciais para compreensão e

intervenção na realidade.

É importante que o professor tenha registrado, de maneira organizada precisa,

todos os momentos do processo de ensino aprendizagem, bem como as dificuldades e

avanços obtidos pelos alunos, de modo que estes registros tanto explicitem o caráter

processual e continuado da avaliação quanto atenda as exigências burocráticas de notas.

Além de provas, serão utilizadas outras formas de avaliar:

- interpretação e produção de textos de geografia;

- interpretações de fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas;

- pesquisas bibliográficas;

- apresentação e discussão de temas em seminários;

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- construção, representação e análise do espaço através de maquetes, entre outros.

A avaliação é parte do processo pedagógico e, por isso, deve tanto acompanhar a

aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor. Ela permite a melhoria

do processo pedagógico somente quando se constitui numa ação reflexiva sobre o fazer

pedagógico. Não deve ser somente avaliação do aprendizado do aluno, mas também uma

reflexão das metodologias do professor, da seleção dos conteúdos, dos objetivos

estabelecidos e podem ser um referencial para redimensionamento do trabalho

pedagógico; assim, espera-se que o aluno possa, durante e ao final do percurso, avaliar a

realidade socioespacial em que vive, sob a perspectiva de transformá-la, onde quer que

esteja.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS

BINZ, Jussara Ferreira. O ensino supletivo no Rio Grande do Sul: um estudo introdutório

sobre seus fundamentos, funções e características. In.: Educação para crescer: educação

de jovens e adultos: reflexões sobre o contexto teórico-prático. Porto Alegre: Governo do

Estado,1993, p.15-19.

CURY, Carlos Roberto Jamil. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de

Jovens e Adultos. Processo no 230001.0000 40/2000-55, parecer CEB no 11/2000,

aprovado em 10.05.2000.

LACOSTE, Yves. A Geografia - isso serve antes de mais nada para fazer a guerra.

Campinas, SP: Papirus, 2002.

MOLL, Jaqueline. Histórias de vida, história de escola: elementos para uma pedagogia da

cidade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

MORAES, António Carlos Robert. Geografia: pequena história crítica. 15. ed. São Paulo:

Hucitec, 1997.

PINTO, Álvaro Vieira. Sete lições sobre a educação de adultos. 10.ed. São Paulo: Cortez,

1997.

SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto

Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda, 1998.

YUS, Rafael. Educação Integral: uma educação holística para o século XXI. Porto Alegre:

Artmed, 2002.

DIRETRIZES CURRICULARES DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO MÉDIO.Secretaria do

Estado da Educação, Superintendência da Educação.

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7.7 DISCIPLINA DE HISTÓRIA

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA

“A história pode ser entendida como o conjunto das experiências humanas que

constituem a vida de um grupo ou de uma sociedade. Ao se fazer um estudo desses

grupos, consideram-se os significados das práticas coletivas de acordo com as ações

dos atores sociais e das convenções instituídas pelas comunidades.”

(CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre certezas e inquietudes. Porto

Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 2002).

Enquanto campo de conhecimento, a História é a interpretação dos documentos

que registram o passado das sociedades, no seu processo de mudança e de

permanência. Os estudos históricos serão sempre renovados, à medida que nossas

indagações ao passado mudam de acordo com as exigências do tempo presente. Isso

não quer dizer explicar o presente pelo passado, mas estabelecer relações possíveis

entre essas dimensões de temporalidades. Para a vida e sociedade, os estudos do

passado são importantes porque “iluminam” o presente; sem o conhecimento do passado,

“o presente é pura irreflexão”. Os procedimentos metodológicos – que têm como objetivo

a formação dos pensamentos analítico, reflexivo e crítico – consideram as competências e

habilidades necessárias para o estudo das diferentes sociedades em temporalidades

diversas. Para o desenvolvimento do trabalho em História, devem-se considerar os

seguintes pressupostos:

Para o desenvolvimento do trabalho em História, devem-se considerar os seguintes

pressupostos:

Compreender as características da sociedade atual, identificando as relações sociais e

econômicas, os regimes políticos, as questões ambientais, comparando-as com as

características de outros tempos e lugares.

Construir uma ideia clara dos acontecimentos e de sua sucessão no tempo.

Localizar os acontecimentos no tempo e relacioná-los segundo critérios de

anterioridade, posterioridade e simultaneidade.

Questionar a realidade atual, identificando os principais problemas e apresentando

propostas de solução, considerando seus próprios limites e possibilidades.

Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar as diferenças entre as pessoas e os

povos, considerando-as um elemento importante da vida democrática.

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Desenvolver uma atitude de solidariedade e compromisso social, valorizando a justiça

e os direitos fundamentais do ser humano.

Valorizar a paz e repudiar a violência como forma de solução dos conflitos.

Desenvolver a competência leitora, aprendendo a observar, interpretar e emitir

opiniões sobre diferentes tipos de textos, contínuos ou descontínuos.

Problematizar os conteúdos para refletir, discutir, argumentar sobre questões

propostas;

Propor pesquisa para que o aluno faça uso de dados para serem analisados e

interpretados;

Apresentar documentos para que o aluno tenha contato com o trabalho do historiador;

Chamar atenção para as relações que se estabelecem entre o presente e o passado;

Situar os acontecimentos no tempo;

Demonstrar o trabalho com a interpretação das fontes históricas;

Desenvolver hábitos de leitura, interpretação, argumentação e exposição de idéias

fundamentadas em conceitos históricos;

Pensar as relações sociais, valorizando colegas na busca de alternativas conjuntas

para questões propostas;

Expressar por escrito e oralmente as reflexões realizadas.

ABORDAGEM METODOLÓGICA

O ensino da História deve propiciar aos alunos um melhor conhecimento da

realidade em que vivem. Deve servir, sobretudo, para que o aluno possa situar-se

conscientemente no mundo, além de conhecer de maneira crítica a sua herança pessoal

e coletiva, entendo porque e quando deve compartilhar das atitudes, valores e memórias

próprias de sua comunidade. Assim, o ensino de História deve partir da compreensão e

reconstrução da vida cotidiana do aluno, para que ele possa entender esta dimensão na

vida de todos os homens. A importância do trabalho com a vida cotidiana justifica-se, na

medida em que é nessa instância que acontece a vida concreta de todas as pessoas, que

são protagonistas da história. É na vida cotidiana que aparecem os conflitos, as alegrias,

as tristezas, as relações. Ela revela que o homem – que vive em sociedade – cria, desde

objetos de uso pessoal até a arte, as instituições e as ideias.

O ensino da História permite enriquecer o conhecimento e a compreensão do aluno

acerca da natureza social e individual do ser humano, porque a História tem por objeto,

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principalmente, o estudo da experiência humana no tempo. Ele poderá compreender a

pluralidade e diversidade das experiências individuais e coletivas, compreendê-las no seu

processo de mudança e permanência, bem como analisá-las de forma relacional,

procurando explicitar as semelhanças, diferenças, desigualdades, cooperações e

conflitos.

Além de proporcionar ao aluno uma grande variedade de experiências individuais,

aprender História pode ajudá-lo a tornar suas experiências de vida menos limitadas,

superando o caráter trivial e maniqueista que tem, por exemplo, o conhecimento da

realidade obtido através dos meios de comunicação.

O ensino de História tem um papel educativo, como meio de adquirir certas

habilidades cognitivas, como a capacidade de análise, inferência, interpretação crítica,

síntese, juízo de valor no manejo das fontes informativas e também como meio para

desenvolver atitudes intelectuais e socialmente tolerantes e críticas. Neste sentido, o

ensino de História tem uma função precípua de ensinar ao aluno que o conhecimento

científico é antidogmático, provisório e discutível, sem deixar de ser rigoroso. Ao mesmo

tempo, ele pode aprender como é necessário ser compreensível e não preconceituoso

com outras sociedades do presente e do passado.

O ensino de História deve servir de maneira clara e objetiva para que o aluno

aprenda a respeitar e valorizar a solidariedade entre os homens, o papel de todos os

indivíduos na construção da História, além de fazê-lo entender a importância de todos os

vestígios do passado, não somente as obras e monumentos mais famosos. O aluno deve

aprender a olhar a realidade com “olhos históricos”, inclusive a valorizar adequadamente

o que é considerado como menos valioso do ponto de vista material, a ver tudo o que o

cerca como objetos diretamente ligados aos seus antepassados, às condições de vida

cotidiana, aos seus sonhos, frustrações e lutas.

Por meio do ensino de História, os alunos devem aprender a ser cidadãos de seu

tempo, a desenvolver uma sensibilidade estética, social e histórica, procurando fazer com

que eles aprendam a “pensar historicamente”. É por isto que os conteúdos selecionados

para cada turma devem buscar, fundamentalmente criar uma relação mais próxima

possível entre os alunos e a sua vida cotidiana, a sua história e a história de sua gente e

da localidade onde vivem.

Por seu lado, os procedimentos metodológicos que constituíram a organização

desses conteúdos privilegiaram os seguintes elementos: a formação de conceitos, os

procedimentos explicativos e os procedimentos de investigação e verificação históricas.

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Torna-se importante destacar que todo aluno possui, acerca da maioria dos

conteúdos de História, certas aproximações e saberes que são construções pessoais,

elaboradas durante a sua vida em diferentes instâncias educativas (em casa, com outros

jovens, na própria escolarização). Muitas vezes estes saberes podem não ser

cientificamente adequados, mas, para o aluno, são “verdades” por que tem servido para

que ele possa compreender a realidade. Nesse sentido, deve-se sempre partir destes

conhecimentos prévios para que o ensino de História seja validado pelo próprio aluno, ao

reformular seus conceitos e conhecimentos.

ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS

7 aula expositiva e dialogada;

8 produção de fósseis;

9 leitura e interpretação de tiras

humorísticas;

10 leitura e análise de mapas

históricos;

11 produção de mural coletivo;

12 registro de pesquisas;

13 leitura de imagens;

14 produção de entrevistas;

15 análise de músicas;

16 produção de verbetes;

17 exposição oral;

18 leitura de telas e pinturas;

19 análise de esquemas;

20 produção de cartazes;

21 promoção de debates;

22 produção de relatórios;

23 análise de tabelas;

24 produção de folhetos

explicativos;

25 tomadas de notas;

26 produção de esquemas;

27 análise de gráficos e infográficos;

28 produção de texto argumentativo;

29 registro de pesquisas por meio de

relatos e desenhos;

30 leitura de charges;

31 análise de letras de canções;

32 produção de resumos;

33 criação de textos e imagens para

cartaz;

34 produção de história em quadrinhos;

35 questões discursivas;

36 produção de sínteses;

37 questões objetivas;

38 produção de charges;

39 palavras cruzadas;

40 leitura de poemas;

41 caça-palavras;

42 leitura de símbolos;

43 produção de gráficos;

44 relato oral de experiência vivida;

45 produção de maquetes;

46 produção de parágrafos expositivos;

47 pesquisa de textos em suporte

jornalístico;

48 interpretação de contos, poemas e

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obras literárias;

49 produção de entrevistas;

50 registro de pesquisa por meio de

imagens;

51 registro de pesquisa por meio de

produção de texto expositivo;

52 produção de parágrafo

argumentativo;

53 produção de textos expositivos;

54 produção de painéis;

55 interpretação de poemas;

56 pesquisa biográfica;

57 comparação de imagens (fotos);

58 elaboração de esquemas;

OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA

Compreender a história em seu contexto, aprendendo a explicar questões

históricas mostrando uma consciência detalhada da ideia de mudança.

Compreender os pontos de vista e interpretações históricas, demonstrando que

sabe relacionar diferentes interpretações históricas com a fonte utilizada para

construí-las.

Adquirir e avaliar a informação histórica, reconhecendo o valor dos documentos

históricos, sabendo analisá-los e construir interpretações a partir deles;

Organizar e comunicar os resultados dos seus estudos históricos, sabendo

selecionar informações relevantes a fim de realizar exposições completas, precisas

e equilibradas, fazendo uso de conceitos e convenções históricas.

Manejar quantidades crescentes de informações históricas, aprendendo a

selecionar conhecimentos, descobrir relações entre eles e elaborar descrições

gerais dos acontecimentos históricos.

Demonstrar capacidade de seleção, sabendo discriminar as informações

necessárias à explicitação das temáticas abordadas e centrar-se em questões

significativas e que dizem respeito aos Direitos Humanos e à Cidadania.

Empregar os conceitos e a própria imaginação de maneira disciplinada,

aprendendo a utilizar abstrações e empregar termos que são próprios da História,

considerando a ordem das informações, os diferentes pontos de vista e as relações

entre as diferentes informações.

Estabelecer comparações e conexões, selecionando e contextualizando

informações históricas em períodos temporais e espaciais significativos, além de

aprender um número cada vez maior de dimensões históricas.

Ser consciente da relatividade do conhecimento histórico, sabendo trabalhar e

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interrogar documentos, evitando dogmatismos.

Ser adequado e preciso, preocupando-se em discernir argumentações históricas,

bem como a construir a sua própria argumentação de forma adequada e precisa.

Mostrar independência de pensamento , colocando perguntas , utilizando e

valorizando informações históricas, colocando hipóteses, inferindo, comparando,

contrastando e comunicando as suas ideias.

PLANEJAMENTO ANUAL - HISTÓRIA - ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDOS

O que é História?

Os grupos humanos da Pré-História.

Os primeiros habitantes da América.

A formação das primeiras cidades.

As civilizações do Crescente Fértil: A Mesopotâmia e o Egito.

Hebreus, fenícios e persas.

Grécia Antiga.

Roma Antiga.

A expansão do mundo muçulmano.

A Europa Feudal.

A Europa e a crise do Sistema Feudal.

Renascimento.

Reformas religiosas.

O Antigo Regime.

Mercantilismo e Expansão Marítima.

Os navegadores europeus chegam à África.

Os navegadores europeus chegam à América.

Os antigos habitantes do Brasil.

Exploração e colonização europeia na América.

Sociedade, trabalho e cultura na América Portuguesa.

Revoluções Inglesas.

Iluminismo.

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Revolução Francesa.

A Revolução Industrial.

O Império brasileiro.

O fim do império brasileiro.

A onda liberal.

A Primeira Guerra Mundial.

A Revolução Russa e o surgimento do Socialismo.

A crise do capitalismo e os regimes totalitários.

A República Velha.

A Segunda Guerra Mundial.

A Guerra Fria.

O populismo na América Latina.

A Era Vargas.

O processo de descolonização da África e da Ásia.

Tensões e conflitos no Oriente Médio.

As décadas de 50 e 60 e o Regime Militar.

A crise do regime socialista.

A nova ordem e a globalização da economia.

O processo de redemocratização e a Nova República.

PLANEJAMENTO ANUAL - HISTÓRIA - ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS

Os seres humanos conquistam a Terra.

O Oriente Próximo.

A Antiguidade Clássica.

A Idade Média.

A formação do mundo moderno.

A América pré-colombiana.

A América colonial e as guerras europeias.

Liberdade,Igualdade e Fraternidade.

Sob o domínio do capital.

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O mundo em guerra.

A terra dividida.

Ricos e pobres no mundo globalizado.

OBJETIVOS

Refletir sobre o que é História e como se escreve.

Relacionar a importância das fontes para a escrita da História.

Adquirir noções de tempo e relacionar sua importância para os trabalhos históricos.

Adquirir conhecimentos acerca da origem da humanidade.

Conhecer as características do trabalho do arqueólogo.

Refletir sobre o modo de viver dos primeiros seres humanos.

Identificar as relações que os seres humanos tiveram com a natureza para satisfazer

suas necessidades básicas.

Identificar as limitações do emprego da expressão Pré-História.

Trabalhar com mapas.

Trabalhar em grupos.

Expressar suas ideias por escrito e oralmente.

Refletir acerca da importância da agricultura e da pecuária para o desenvolvimento

das aldeias e cidades.

Identificar a capacidade criadora do ser humano o que o diferencia de outros animais.

Destacar a importância do trabalho para a realização e organização da vida humana.

Analisar a contribuição dos seres humanos da Pré-História para o desenvolvimento da

ciência e organização social.

Relacionar as transformações do período Neolítico para a vida em sociedade.

Refletir acerca das manifestações artísticas e filosóficas dos seres humanos na Pré –

História.

Conhecer as características da Arte Rupestre.

Identificar o trabalho dos arqueólogos no Brasil.

Valorizar as cavernas como parte do patrimônio natural.

Identificar a região geográfica onde se localizavam as civilizações egípcia e

mesopotâmica.

Relacionar as condições naturais que possibilitaram a organização do trabalho nas

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sociedades do Crescente Fértil

Refletir sobre a importância do trabalho humano para o aproveitamento das condições

naturais oferecidas pelas cheias dos rios Nilo, Tigre e Eufrates.

Identificar as várias formas de trabalho desenvolvidas pela sociedade egípcia.

Comparar as condições dos trabalhadores que constituíam as camadas sociais da

sociedade egípcia.

Comparar as condições dos trabalhadores que constituíam as camadas sociais da

sociedade egípcia.

Caracterizar o trabalho realizado pelos administradores e pessoas de confiança do

faraó.

Identificar o modo de viver das camadas sociais que caracterizavam a sociedade

egípcia.

Destacar a condição feminina.

Caracterizar o processo de formação política do antigo Egito.

Identificar os períodos que constituíram a história política do Antigo Egito.

Conhecer o modo de governar dos faraós.

Relacionar as diferentes funções incorporadas ao poder dos faraós.

Identificar a importância da religiosidade para a sociedade egípcia.

Caracterizar a religião egípcia.

Estabelecer relações entre a crença na imortalidade da alma e as técnicas utilizadas

para a preservação dos corpos.

Conhecer as expressões artísticas e arquitetônicas que fizeram do povo egípcio um

dos construtores das civilizações do Mundo Antigo.

Caracterizar a concepção religiosa que marcou a sociedade dos antigos povos que

habitavam a Mesopotâmia.

Conhecer outros povos que se estabeleceram na região hoje conhecida por Oriente

Médio.

Identificar as particularidades que marcaram as trajetórias culturais desses povos.

Localizar, geograficamente, os povos estudados.

Localizar, no mapa, o território que constituía a Grécia Antiga.

Relacionar os grupos que invadiram a Península Balcânica e formaram o povo grego.

Localizar geograficamente a cidade de Bizâncio e o Império Bizantino, observando a

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localização estratégica de sua capital.

Compreender como o Império Romano do Oriente conseguiu sobreviver às invasões

bárbaras e prosseguiu sua história política mesmo após a queda de Roma.

Estabelecer semelhanças e diferenças entre a forma de governo dos Imperadores do

Oriente e do Ocidente.

Estabelecer relações entre o fator geográfico de localização de Constantinopla e a sua

organização econômica.

Entender a importância capital da religião com as suas particularidades na formação

do caráter cultural do Império Bizantino.

Estabelecer relações entre as diversas culturas coexistentes na região.

Entender as razões culturais que levaram ao Cisma da religião cristã.

Localizar geograficamente a Península Arábica e, por meio do estudo de mapas,

avaliar e entender o processo de expansão islâmica.

Compreender o processo de formação histórica da cultura árabe, a partir do período

pré-islâmico até a unificação.

Estabelecer relações entre esse processo e o surgimento da religião.

Compreender o período denominado feudalismo.

Conhecer as principais características do Período Feudal.

Compreender o conceito de feudo e suas abrangências, entendendo a organização da

sociedade feudal.

Entender por meio de que forças, interesses e alianças as monarquias feudais

passaram a se formar a partir do século XII.

Compreender como as populações passaram a se submeter à autoridade real,

identificando-se com os seus territórios, desenvolvendo assim, um novo sentimento de

nacionalidade insistente até então.

Estabelecer relações com o surgimento dos primeiros estados europeus.

Compreender as razões que levaram os monarcas a adotarem o poder hereditário em

seus reinos.

Compreender as principais razões da crise que atingiu boa parte da Europa no final da

Idade Média e relacioná-las com o declínio da sociedade medieval.

Compreender o processo de transição da Idade Média para a Idade Moderna.

Perceber a diferença em relação ao tempo/ espaço.

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Estabelecer relações entre a crise do feudalismo e a formação dos Estados Nacionais

Modernos.

Identificar as principais características dos Estados Nacionais Modernos.

Compreender a influência do pensamento político dos filósofos na organização do

regime absolutista.

Estabelecer relações entre o sistema capitalista e o poder absolutista.

Identificar os conflitos políticos e religiosos no Estado Francês.

Analisar o absolutismo inglês e suas relações com o parlamento.

Compreender que o expansionismo marítimo a partir do século XV se deu em função

da crise econômica e política em que se encontrava a Europa após a Queda de

Constantinopla.

Compreender os motivos que levaram Portugal e Espanha a estabelecer tratados

políticos sobre os limites territoriais e geográficos das novas conquistas.

Entender o tráfico, a comercialização de escravos e a pirataria como ‘prática

econômica’ garantida e incentivada por muitos estados europeus.

Diferenciar as principais características do movimento renascentista dos diversos

países onde se manifestou.

Compreender as causas que levaram à Reforma Religiosa.

Conhecer os precursores da Reforma religiosa, suas reivindicações e as mudanças

por ela pretendidas.

Compreender as semelhanças e diferenças no processo de conquista da América

pelos europeus.

Entender as principais razões pelas quais o absolutismo entrou em decadência na

Inglaterra.

Estabelecer relações entre a Revolução Comercial, a ascensão econômica e política

da burguesia local e o fim do regime absolutista.

Entender a importância das fundamentações teóricas propostas pelos pensadores

iluministas e suas influência no pensamento político da América Latina.

Compreender como aconteceu a colonização inglesa na América do Norte.

Analisar o conflito de interesses existentes na América Inglesa.

Analisar a luta dos colonos pela independência da América.

Compreender os fatos que levaram à colonização espanhola na América.

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Entender as influências das ideias iluministas no Brasil.

Analisar o declínio do Brasil Colônia.

Entender o processo histórico de mudança das relações de trabalho ocorridas na

Inglaterra a partir do século XVIII.

Entender os aspectos que levaram a Inglaterra a ser pioneira na industrialização

(século XVIII).

Analisar a formação do proletariado.

Analisar os fatores que levaram à transferência da corte portuguesa para o Brasil.

Caracterizar o processo de Independência do Brasil.

Analisar os principais aspectos do Primeiro e Segundo reinados.

Compreender o processo de início e fim da escravidão africana no Brasil.

Investigar a influência do ciclo cafeeiro na economia do Brasil.

Perceber o início do processo de industrialização no Brasil.

Analisar as causas e consequências da Guerra do Paraguai para os países

envolvidos.

Perceber as transformações de caráter ideológico que orientaram a dinâmica política e

econômica do século XIX nos países ocidentais.

Distinguir os fatores do processo histórico das transformações geradas pela revolução

Industrial.

Distinguir os fatores do processo histórico das transformações geradas pela

Revolução Industrial.

Conhecer alguns aspectos da organização urbana ocidental no século XIX.

Perceber alguns aspectos que contribuíram para a consolidação política e territorial

dos EUA.

Compreender o encaminhamento político e econômico adotado pelas potências

mundiais durante o século XIX e início do século XX.

Compreender o final do processo histórico que possibilitou a proclamação da

República do Brasil.

Conhecer a alguns aspectos da dinâmica político-econômica do período final do

século XIX e início do século XX.

Entender os fatores que levaram à eclosão da Primeira Guerra Mundial.

Compreender como a Revolução Bolchevique implantou o sistema socialista na

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Rússia.

Relacionar a Primeira Guerra Mundial e o Imperialismo do século XIX.

Caracterizar as relações políticas entre as grandes potências européias no início do

século XIX.

Identificar as duas alianças políticas e militares e seus respectivos países

componentes.

Compreender as relações políticas e socioeconômicas, presentes no conflito.

Diferenciar as três fases do conflito.

Compreender a retirada da Rússia do conflito.

Analisar o papel dos EUA no processo da Guerra.

Entender os interesses expostos no Tratado de Versalhes e suas principais

consequências.

Compreender a situação política, social e econômica da Rússia czarista.

Relacionar o “Domingo Sangrento” à oposição popular do regime czarista.

Caracterizar a Rússia rural e urbana da fase pré-revolucionária.

Diferenciar as revoluções de fevereiro e de outubro de 1917.

Estabelecer relações entre a NEP, os planos quinquenais e o processo de

desenvolvimento da URSS.

Compreender o complexo contexto histórico do mundo entre - guerras.

Identificar os principais episódios da Segunda Guerra Mundial.

Analisar a descolonização da África e da Ásia.

Analisar a China Contemporânea.

Analisar o contexto histórico do Oriente Médio.

Compreender a história da América Latina após 1945.

Compreender a complexidade dos problemas enfrentados pelos presidentes Deodoro

da Fonseca e Floriano Peixoto.

Analisar as permanências no que diz respeito aos símbolos, bem como a ordem

econômica e social.

Analisar a Revolta da Armada e a Revolução Federalista.

Compreender a economia brasileira no período de 1894 a 1930.

Analisar a economia brasileira e as conexões com a economia mundial.

Analisar as estruturas sociais do período.

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Compreender a situação da mulher brasileira nas primeiras décadas do século XX.

Identificar as condições de vida dos trabalhadores.

Compreender como as elites brasileiras utilizaram os mais diversos mecanismos para

se perpetuarem no poder.

Compreender a história política desse período;

Analisar a cultura brasileira, bem como o importante impacto provocado pela Semana

de Arte Moderna.

Analisar os diversos movimentos sociais ocorridos no período.

Identificar a importância e as conseqüências desses movimentos.

Compreender a era Vargas nos aspectos social, político e econômico.

Identificar os movimentos de oposição a Vargas e analisá-los.

Caracterizar o Estado Novo.

Analisar criticamente o fenômeno populista.

Compreender os fatores que contribuíram para que ocorresse o Golpe de 1964.

Identificar os governos populistas.

Analisar o regime militar implantado no Brasil, contextualizando-o com a situação

internacional.

Identificar os governos militares e analisá-los.

Analisar a história do Brasil no período posterior a 1985.

Identificar os governos da Nova República e caracterizá-los.

Analisar o processo de formação da sociedade brasileira.

AVALIAÇÃO

A avaliação ao longo do Ensino Fundamental será diagnóstica e contínua, e será

registrada de maneira criteriosa, acompanhando o processo de ensino-aprendizagem,

atribuindo maiôs valor ao aspecto qualitativo que ao quantitativo. A recuperação de

conteúdos será retomada, sendo esta a mais importante, e não somente a recuperação

de notas.

O processo de avaliação deverá favorecer a busca da coerência entre a concepção

de História defendida e as práticas avaliativas que integram o processo de ensino-

aprendizagem, definidos no Projeto Político Pedagógico da escola. Segundo as Diretrizes

Curriculares, a avaliação deve fazer parte de um processo de construção, onde o aluno

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possa avaliar as diferentes conjunturas históricas, a partir das dimensões política,

econômica, social e cultural.

Para isto serão utilizadas diferentes atividades avaliativas, como leitura,

interpretação e análise de textos históricos, mapas, documentos, filmes, produções

textuais, trabalhos de pesquisas, seminários, debates, etc. É importante lembrar que

dentro das diversas atividades que o professor venha a desenvolver, alguns critérios

devem ser observados, como por exemplo, se os conteúdos e conceitos históricos estão

sendo apropriados pelos alunos, se o conceito de tempo foi construído, se conseguem

empregar os conceitos históricos na análise de diferentes contextos, se compreendem a

história como prática social da qual participam, se problematizam os assuntos estudados,

se respeitam a diversidade cultural, se as interpretações históricas estão sempre se

renovando. Estes questionamentos feitos constantemente pelo professor como forma de

direcionar seu trabalho, podem construir dentro da escola, um processo democrático de

avaliação.

BIBLIOGRAFIA

SCHMIDT, Maria Auxiliadora & CAINELLI, Marlene. Ensinar História São Paulo:

Scipione, 2005.

FIGUEIRA, Divalte Garcia. História: Novo Ensino Médio. São Paulo: Ática, 2004.

NEMI, Ana Lúcia Lana & MARTINS, João Carlos. Didática da História São Paulo: FTD,

1996.

KHOURY, Yara Mª Aun & VIEIRA, Maria do Pilar de Araújo. A Pesquisa em História São

Paulo, Ática: 1996.

DELL’AGOSTINO, Adriana de Oliveira Gabardo. História: Trabalho, Cultura e Poder

Curitiba, Base: 2005.

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7.8 DISCIPLINA DE FÍSICA

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA DE FÍSICA

O conhecimento científico construído ao longo do tempo encontra-se presente hoje

nas tecnologias do setor produtivo e de nossas casas. Daí a sua importância para as

práticas sociais contemporâneas, e a compreensão da cultura produzida pelo homem

para entender a relevância histórica dessa produção dentro da história da humanidade.

Não fosse o bastante; a elegância das teorias físicas, a emoção dos debates, a

grandeza dos princípios físicos; desafia a todos nós. E, ainda com um pouco de

matemática, compartilha os conceitos e a evolução das idéias, presentes desde que o

homem. Por curiosidade ou necessidade, passou a se preocupar com o estudo dos

fenômenos naturais.

Por alguma razão, os fenômenos da natureza obedecem a equações matemáticas.

Portanto, o papel do físico consiste em elaborar modelos, para os fenômenos se

expressarem por meio de equações matemáticas.

Tem-se a expectativa que o ensino de física no ensino médio, contribua para a

formação de uma cultura científica efetiva, que permita ao educando a interpretação de

fatos, de fenômenos e processos naturais; situando e dimensionando a interação do ser

humano com a natureza e fazendo parte do próprio processo de transformação.

Para tanto é necessário que o estudo de Física no ensino médio comece,

inicialmente, como um processo histórico; passando por uma transformação de modo

contínuo e não concluído, e associado de outras formas de expressão e produção

humana. É também necessário que essa ciência inclua a compreensão do conjunto de

equipamentos e procedimentos, técnicas e tecnologias do cotidiano doméstico, social ou

profissional. Para que esse processo apresente a compreensão dinâmica do universo,

devemos desvincular a tradicional apresentação de conceitos, leis e fórmulas, de maneira

desarticulada; o que distancia o jovem do mundo vivido, deixando a ele alguns vazios de

significados, privilegiando a teoria e o que se domina como abstrato; excluindo-se a

prática e vivencias concretas de tais conceitos, leis, etc.

O processo não trata de listar novos conteúdos, mas significa possibilitar um

melhor entendimento do mundo, e uma formação para a cidadania; mais adequada e que

promova um conhecimento contextualizado e integrado a vida de cada educando.

Apresentar um estudo de física em que o jovem possa perceber seu significado e

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relações no momento em que aprende tal tema, tem como idéia imprescindível considerar

o mundo vivencial dos mesmos, sua realidade próxima ou distante, os objetivos e

fenômenos com que efetivamente lidam, ou os problemas e indagações que movem sua

curiosidade.

Considerando que o ensino médio é um momento particular do desenvolvimento

cognitivo do aluno, o aprendizado de física tem característica especificas que podem

favorecer uma construção rica em abstrações e generalizações, tanto de sentido prático

como conceitual; levando em conta o momento de transformação em que vivemos

promover a autonomia para aprender, sendo esta a sua preocupação central, já que o

saber de futuras profissões pode ainda estar em gestação; devendo buscar-se

competências que possibilitem as interdependências de ação e aprendizagem futuras.

Assim, como o olhar sobre a natureza, a Física tem como objetivo estudar os

fenômenos que nela acontecem. Em busca da compreensão sobre as mudanças sociais,

culturais e econômicas profundas, as informações podem dar ao aluno uma bagagem

adequada nas resoluções de problemas que estão incorporados no seu dia-dia, tendo

como meta buscar soluções criativas para o desenvolvimento e a evolução tecnológica.

Em alguns casos, a utilidade original foi com o tempo, superada por novas

técnicas, mas a relevância teórica se manteve.

Para que esses objetivos se transformem em linhas orientadas para a organização

do ensino da física no ensino médio é indispensável traduzi-los em termos de habilidade e

competências caracterizam por se transformarem em ações, objeto, assuntos,

experiências, que envolvem um determinado olhar sobre a realidade a qual denominamos

Física; podendo ser desenvolvidas em tópicos diferentes, assumindo formas diferentes

em cada caso e tornando-se mais ou menos adequadas, dependendo do contexto em que

estão profundamente interdependentes; e condicionados aos temas onde serão

trabalhados.

OBJETIVO DA DISCIPLINA DE FÍSICA

Desde que começou a brilhar, o cérebro do homem, à luz da racionalidade; o brilho

e o movimento dos astros desafiaram a sua curiosidade. Em todas as etapas da

civilização, o homem procurou dar uma explicação para os fascinantes problemas que a

natureza que lhe impõe. Os sábios deduziam e outros formulavam teorias; tornando assim

a física fascinante. Assim, temos como objetivos gerais:

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Torna o aluno capaz de interpretar fatos, processos e fenômenos naturais, no que

diz respeito ao movimento, como forma de conduzi-lo ao exercício da cidadania, formando

um a cultura científica efetiva, sem ocultar a beleza que o conhecimento da física

desvenda e leva a permear a sadia relação entre nós, os seres humanos.

Compreender o papel estruturador da matemática dentro da Física.

Contribuir para que o aluno através do estudo do movimento, não só construa um

esquema conceitual, mas também sua visão crítica; para que possa lidar com o grande

volume de informações trazidas pelos meios de comunicação de forma tão diversificada.

Tornar o aluno capaz de resolver questões sobre o movimento; cobradas nos mais

diversos concursos e vestibulares.

Compreender anunciados que envolvam códigos e símbolos físicos.

Compreender manuais de instalações e utilização de aparelhos, tanto domésticos

como industriais.

Utilizar e compreender tabelas e gráficos, bem como as relações matemáticas e

gráficas, para a expressão do saber físico; e assim, ser capaz de diferenciar e traduzir as

linguagens matemática e discursiva.

Expressar-se corretamente utilizando a linguagem da física, e os elementos de sua

representação simbólica; apresentando de forma clara e objetiva o conhecimento

aprendido através de tal linguagem.

Conhecer fontes de informações e formas de obter informações relevantes,

sabendo interpretar notícias científicas.

Elaborar esquemas e sínteses estruturados aos temas físicos trabalhados.

Desenvolver a capacidade investigativa; classificar, organizar, sistematizar e

identificar regularidades. Observar e estimar ordens de grandeza. Compreender o

conceito de medida. Fazer hipóteses e testes. Conhecer e utilizar conceitos físicos.

Relaciona grandezas, quantificar e identificar parâmetros relevantes. Compreender e

utilizar leis e teorias físicas.

Reconhecer a física enquanto construção humana, aspectos de sua história em

relações com o contexto cultural, social, político e econômico.

Estabelecer relações entre o conhecimento físico e outras formas de expressão da

cultura humana.

Reconhecer o papel da física no sistema produtivo, compreendendo a evolução

dos meios tecnológicos e sua relação dinâmica com a evolução do conhecimento

científico.

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Dimensionar a capacidade ausente do homem propiciada pela tecnologia.

Entender os movimentos dos corpos, inicialmente os celestes, para depois

compreender os fenômenos ligados ao cotidiano como caminhar, o movimento de

projeteis e automóveis; assim como os equilíbrios dos corpos.

Entender as mudanças relacionadas às trocas de calor, o movimento dos gases,

expressos através da temperatura, pressão e volume.

Tornar o aluno capaz de interpretar fatos, fenômenos e processos naturais, no que

diz respeito à Termologia e a Óptica, como forma de conduzi-lo ao exercito da cidadania,

formando uma cultura científica efetiva, sem ocultar a beleza que o conhecimento da

física desvenda e leva a permear a sadia relação entre os seres humanos.

Contribuir para que o aluno, através do estudo da Eletricidade, do Magnetismo e do

Eletromagnetismo, não só construa um esquema conceitual, mas também a sua visão

critica, para que possa operar com o grande volume de informações trazidas pelos meios

de comunicação de forma diversificada.

METODOLOGIA DA DISCIPLINA DE FÍSICA

Os conteúdos devem permitir ao aluno desenvolver as competências descritas

dentro dos conteúdos estruturantes: movimento, termodinâmica e eletromagnetismo;

avançando do ponto em que se encontra. Para isso serão relacionados temas lógicos

entre diferentes idéias e conceitos para garantir uma maior significação para a

aprendizagem, possibilitando ao mesmo tempo o estabelecimento de relações de forma

consciente, no sentido de caminhar em direção aos objetos da área, e ate mesmo tornar

mais eficaz com a utilização do tempo disponível.

Será utilizada uma linguagem clara e acessível, sem contudo esquecer o rigor

cientifico, possibilitando ao aluno questionar, formular hipóteses e conceitos próprios com

base no conhecimento dos fenômenos que o acompanham no seu cotidiano.

A leitura de novos textos traz informações para a compreensão do conceito

pretendido. Os experimentos, utilizando técnicas de investigação, devem ser

acompanhados de questões que permitam a reflexão, a analise e a organização de

dados.

Também devemos incentivar os debates, servindo como mediador; respeitando:

ouvir e falar no momento correto, e mostrando a sua capacidade de reter conhecimentos.

As aulas de campo, os dados das observações (registrados e organizados) e

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interpretados; e as aulas expositivas: recursos audiovisuais, estudos dirigido, pesquisas,

tarefas e atividades externas.

A cinemática será estudada do ponto de vista analítico (escalar) e gráfico (vetorial);

a dinâmica devera fornecer ferramentas para diferenciar peso e massa, bem como os

assuntos relacionados à gravitação universal; a estática, com leis e condições mantidas

continuamente com a natureza, estabelecendo assim uma relação movimento-repouso e

sua utilização relevante de cálculos de grandes estruturas, tais como: pontes e edifícios,

onde a ausência de rotação e translação é condição necessária e suficiente para

mantêlas; a hidrostática fará o aluno entender o que pressão atmosférica e como exemplo

poderá notar a diferença entre nadar na água doce e na água salgada; e também saberá

como é o funcionamento de uma prensa; a termodinâmica passará o conceito de

transformação entre calor e trabalho, devido à variação da temperatura e levando-se em

consideração o acumulo ou a perda de massa; o eletromagnetismo devera conduzir o

aluno a conceituar, de maneira geral, a carga elétrica; tanto no campo da eletrostática

como no campo da física de partículas, partindo dos conceitos mais elementares ou até

filosóficos.

Os conteúdos teóricos devem ser, sempre que possível vivenciado na prática, e

alguns até antes do embasamento teórico, ou seja, experimentados no cotidiano do aluno.

Conteúdos Estruturantes e Básicos

ESTRUTURANTE: MECANICA / DINÂMICA

Básicos: Descrição de Movimentos / Trajetórias / Referencial / velocidade aceleração /

Inércia Momentum / Leis de Newton / Gravidade

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

- a noção de medida de uma grandeza;

- notação cientifica;

- grandezas escalares e vetoriais;

- algarismo significativo;

- conceitos básicos: posição, movimento e repouso, referencial, corpo extenso, caminho

percorrido e deslocamento, trajetórias.

- movimento, combinação no espaço, tempo e matéria;

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- velocidade;

- aceleração;

- tipos de movimento: progressivo e retrógrado, acelerado e retardado;

- movimento uniformemente variado;

- função horária da velocidade;

- a equação de Torricelli;

- as Leis de Newton e a definição de força e inércia;

- as aplicações das Leis de Newton nos movimentos;

- tipos de força: peso, tração, normal, atrito, etc;

- a força de atrito: definição e aplicações;

-a hidrostática: pressão, pressão atmosférica, densidade e massa especifica;

Gravitação

- a gravitação universal: as Leis de Kepler e Newton;

- movimento e binário de um sistema de forças;

- equilíbrio de um corpo rígido;

- trabalho de uma força constante e de forças variáveis;

- a potencia média e o rendimento;

- a energia: definição, aplicações e tipos; a energia cinética e potencia;

- o Princípio da Conservação da Energia Mecânica;

OBJETIVOS:

- Caracterizar a atividade científica como produção humana, condicionada por fatores

externos de caráter cultural, social, econômico e político.

- Relacionar aspectos do cotidiano com a Física.

- Utilizar as unidades de medidas das grandezas físicas, enfatizando o Sistema

Internacional de Unidades.

- Reconhecer a importância da observação e da experimentação, aliadas à reflexão e ao

campo de idéias.

- Efetuar transformações de unidades em medidas.

- Efetuar operações com números científicos.

- Reconhecer a Física como um ramo de estudo muito amplo.

- Identificar ponto material e corpo extenso.

- Reconhecer que repouso e movimento dependem do referencial adotado.

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- Determinar a trajetória e a posição de um corpo em movimento.

- Conceituar o deslocamento e o espaço percorrido por um corpo.

- Conceituar e calcular velocidade.

- Caracterizar o movimento uniforme.

- Determinar a função horária do movimento uniforme.

- Representar graficamente a posição e a velocidade em função do tempo no movimento

uniforme.

- Reconhecer que no movimento uniformemente variado a velocidade varia

uniformemente no decorrer do tempo.

- Utilizar a equação de Torricelli em situações – problema.

- Representar Graficamente o movimento uniformemente variado.

- Identificar as forças em várias situações reais.

- Descrever diferentes efeitos da aplicação de forças.

- Determinar a relação entre força, massa e aceleração.

- Determinar a força resultante de duas ou mais forças que agem sobre um corpo.

- Enunciar o princípio da Inércia.

- Distinguir entre massa e peso de um corpo.

- Enunciar a lei de Kepler da gravitação universal.

- Identificar a força gravitacional como uma força responsável pelo movimento de um

planeta em torno do Sol ou de um planeta em torno de outro.

- Distinguir o conceito físico do conceito vulgar de trabalho.

- Caracterizar o trabalho de uma força como medida da energia mecânica transferida

entre sistemas.

- Conceituar energia cinética e energia potencial.

- Analisar as transformações das diversas formas de energia em sistemas consecutivos.

- Expressar analiticamente a lei de conservação de energia mecânica.

- Aplicar o princípio da conservação da energia mecânica no cotidiano.

ESTRUTURANTE: TERMODINÂMICA

Básicos: Lei Zero da Termodinâmica

Conteúdos específicos:

- a Lei Zero da Termodinâmica e o equilíbrio térmico;

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- a temperatura: conceito e medida;

- as substancias e as grandezas termométricas;

- construção de um termômetro e escalas de temperatura;

- a dilatação térmica: linear, superficial, volumétrica;

- as mudanças de fase;

– as Leis de Termodinâmica: primeira e segunda, calor e trabalho; e calor e entropia.

OBJETIVOS:

- Conceituar temperatura como medida de energia cinética média dos átomos do material.

- Estabelecer diferenças entre calor e temperatura.

- Relacionar e aplicar temperatura e equilíbrio térmico.

- medir temperaturas com um termômetro.

- Definir as escalas de temperatura e aplica-las no cotidiano.

- Definir o zero absoluto.

- Definir coeficientes de dilatação linear, superficial e volumétrica.

- Estabelecer a equação que relaciona a dilatação com a temperatura.

- Concluir que coeficientes de dilatação diferentes correspondem a materiais ou líquidos

diferentes.

- Reconhecer a realização de trabalho à custa de calor e vice – versa.

- Enunciar e interpretar a primeira e a segunda lei da termodinâmica.

- Identificar diferentes formas de energia em diferentes tipos de máquinas térmicas.

ESTRUTURANTE: ELETROMAGNESTISMO

BÁSICOS: Carga Elétrica / força Elétrica / corrente elétrica / Campo Elétrico / Ondas

Eletromagnéticos.

ESPECÍFICOS:

- carga elétrica;

- campo elétrico;

- corrente elétrica;

- eletromagnetismo;

- força eletromagnética;

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- Ondas eletromagnética;

- a natureza da luz e a suas propriedades.

OBJETIVOS:

- Reconhecer a importância dos fenômenos eletrostáticos no desenvolvimento da

eletricidade.

- Reconhecer a existência de dois tipos de carga elétrica: positiva e negativa.

- Definir unidades de carga elétrica.

- Definir a influência de um corpo carregado eletricamente na região vizinha.

- Descrever como se detecta a presença de um campo elétrico.

- Interpretar a corrente elétrica como fluxo de elétrons num condutor metálico.

- Definir intensidade de corrente elétrica.

- Descrever as propriedades de um imã.

- conceituar campo magnético.

- Caracterizar indução magnética.

- Caracterizar a luz como forma de energia.

- Verificar que a luz se propaga em todas as direções.

- Indicar a velocidade de propagação de luz no vácuo.

AVALIAÇÂO

Devem ser levados em consideração os pressupostos teóricos adotados,

envolvendo: aspectos conceituais e culturais, a evolução dos conceitos, e ainda o objetivo

de garantir o conteúdo físico. A avaliação terá um caráter diversificado, levando em conta:

a compreensão dos conceitos físicos, a capacidades de analise textual, literária ou

cientifica, a formulação de opiniões que contemplem o conteúdo físico e elaborem um

relato sobre os experimentos ou eventos que envolvam a Física.

Assim, a avaliação não visa tão somente o processo de aprendizagem, mas ela

deve intervir no mesmo processo, fazendo com que o aluno cresça como pessoa humana.

Na avaliação propriamente dita serão aplicadas durante o bimestre letivo: provas escritas

e orais (com ou sem consultas), trabalhos, exercícios e acompanhamento em sala de

aula; tendo sempre como foco os conteúdos estruturantes. Para os alunos que não

atingirem a média de cada avaliação, serão feitas, provas de recuperação, após uma

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revisão dos conteúdos estudados (recuperação paralela).

Referências Bibliográficas

PARANÁ, Djalma Nunes, Física Volume Único, 1ª edição. Editora Àtica, São Paulo- 2003.

BONJORNO e MÁRCICO, Física Volume Único, 3ª edição. Editora FTD, São Paulo-

2003.

TIPLER, Paul A., Física Volume Único, 4ª edição. Editora LTC, Rio de Janeiro -2000.

MÀXIMO, Antonio e ALVARENGA, Beatriz, Física Para o Ensino Médio Volume Único, 1ª

edição. Editora Scipione, São Paulo-2007.

FÍSICA COMPLETA, Volume Único, Editora FTD, São Paulo – 2003.

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7.9 DISCIPLINA DE BIOLOGIA

1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

No decorrer da história das Ciências Biológicas, a Igreja exerceu forte poder sobre

a sociedade e procurava mascarar e/ou condenar as descobertas científicas. Mesmo os

pesquisadores que lançavam teorias a respeito da origem da vida, por exemplo, faziam

isso em consonância com a Igreja, sem deixar de atribuir a um ser superior, tudo o que

não podia ser explicado cientificamente. Um desses pesquisadores foi o filósofo grego

Aristóteles ( 384 a.C. - 322 a.C. ), o qual, já na Antiguidade, iniciou os estudos sobre a

Biologia, conseguindo catalogar, através de observações e descrições, cerca de 500

espécies. Aristóteles foi também um dos grandes defensores da Hipótese da Geração

Espontânea ou Abiogênese, na qual propunha que a vida surgiria da matéria inanimada.

Essa hipótese foi aceita por muito tempo e também adotada pela Igreja. Só no século

XVII, o italiano Francesco Redi ( 1626 – 1697 ) realizou um célebre experimento utilizando

pedaços de carne colocados em frascos de vidro, uns tampados e outros abertos,

observando o surgimento de larvas apenas nos frascos abertos, onde moscas puderam

pousar e depositar seus ovos. Com isso, Redi refutou a Hipótese da Geração Espontânea

em detrimento de uma nova teoria: a Teoria da Biogênese, a qual propunha que todos os

seres vivos só se geravam a partir de outro preexistente. Nos séculos posteriores,

experimentos como os de Lázzaro Spallanzani ( 1729 – 1799 ) e Louis Pasteur ( 1822 –

1895 ) vieram a comprovar a Biogênese como sendo a teoria correta.

Muitas outras foram as pesquisas e os pesquisadores que se propuseram a

explicar a natureza ou estabelecer hierarquias para os diversos seres vivos que habitam o

Planeta Terra. Dentre eles, podemos citar o criador da Nomenclatura Binominal e

conhecido como o maior sistema de todos os tempos, Carl Von Linné ( 1707 – 1778 ); o

biólogo inglês Charles Darwin ( 1809 – 1882 ), que lançou a teoria sobre a evolução das

espécies, publicada em 1859 em seu conhecido livro “A origem das Espécies”; o monge

austríaco Gregor Mendel ( 1822 – 1884 ), que formulou as leis da hereditariedade que

serviram como base para a genética atual; e, já no século XX, Oswald Avery ( 1877 –

1955 ), que descobriu a molécula do DNA, e James Watson ( 1928 ) e Francis Crick

( 1916) que em 1953, desvendaram a conformação estrutural desta molécula. A partir de

então, muitas preposições foram refutadas e muito foi acrescentado à compreenção da

natureza.

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Como podemos notar, a Biologia não é uma ciência estática, nem tão pouco os

seres vivos o são. Os processos evolutivos estão constantemente acontecendo e os

estudos têm que acompanhar essa evolução, não considerando as descobertas como

verdades absolutas, mas sempre buscando a atualização e aprofundamento . Nesse

contexto, a disciplina de Biologia, tendo em vista seu objeto de estudo, a Vida, pretende

apresentar e oferecer ao aluno da EJA, subsídios para que ele compreenda este

fenômeno de forma abrangente, interligada e significativa visto que: “a educação de

adultos engloba todo o processo de aprendizagem, formal ou informal, onde pessoas

consideradas adultas pela sociedade desenvolvem suas habilidades, enriquecem seus

conhecimentos e aperfeiçoam suas qualificações técnicas e profissionais, direcionando –

as para a satisfação de suas necessidades e as de sua sociedade. A educação de adultos

inclui a educação formal, a educação não – formal e o espectro da aprendizagem informal

e incidental disponível numa sociedade multicultural, onde os estudos baseados na teoria

e na prática devem ser reconhecidos”. ( Declaração de Hamburgo sobre Educação de

Adultos, 1997 ).

A partir desses princípios, o educando EJA que frequentar as aulas de Biologia,

deve ser capaz de estabelecer as relações existentes entre ele e os demais sistemas

vivos, compreendendo o seu papel fundamental, por exemplo, na preservação das

espécies, na manipulação dos recursos biológicos, etc. Os quatro conteúdos

estruturantes, propostos pelas Diretrizes Curriculares Estaduais para Biologia ( DCEs –

Biologia, 2008 ), quais sejam, Organização dos Seres Vivos, Mecanismos Biológicos,

Biodiversidade e Manipulação Genética, englobam os conhecimentos necessários e dão

suporte para o reconhecimento dessa importância da ação humana, não subentendendo

o ser humano como “O supra – sumo da Criação”, mas parte constituinte da enorme teia

da vida existente no Planeta Terra.

2 – ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

A partir da década de 1940, a Educação de Jovens e Adultos, começou a se

delinear e se constituir como política educacional ( MANFREDI, 1978 ). De lá para cá,

muitas foram as mudanças nas ações pedagógicas, considerando que o aluno de EJA

apresenta um perfil particular e traz consigo um histórico de vida, devendo as práticas

pedagógicas – metodológicas estarem voltadas a atender a esse perfil diferenciado.

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Souza & Mota ( 2007 ) afirmam que “a postura homogeneizante da escola regular não

abarca a diversidade sociocultural dos alunos, patrimônio cultural que se sustenta na

tradição de um conjunto de habitus responsável pela produção dos discursos de

identidade marcados pelas diferenças de gênero, etnia, trabalho, filiação religiosa,

territórios geográficos, entre outras”.

Ora, se essa homogeneidade não existe nem na escola regular, onde há ao

menos, uma relativa equidade de idades entre os alunos, não há, tão pouco, no aluno de

EJA. Para satisfazer essa heterogeneidade, as Diretrizes Curriculares da EJA ( DCEs da

EJA, 2005 ) , propõe os eixos articuladores Cultura, Trabalho e Tempo.

No que diz respeito a Cultura, o ensino de Biologia, hoje, deve extrapolar a função

de simplesmente contribuir para a aquisição de cultura geral, constituindo – se em um

momento de tomada de consciência, um espaço de reflexão e discussão que deverá

permitir um posicionamento claro do discente frente a questões, tais como: a manipulação

genética ( responsável pela evolução na agricultura, na zootecnia e na medicina );

soluções para problemas da fome, da miséria e de doenças; a ética e a moral a respeito

da conservação da biodiversidade, do respeito à vida e do preconceito ( BUSATO, 2001 ).

E para obtenção de sucesso nesse sentido, os docentes devem levar em

consideração os aspectos próprios da região onde estão inseridos os alunos, isto é,

trabalhar de acordo com a realidade local, para que os assuntos ministrados sejam

prazerosos e melhor entendíveis ( DCEs da EJA, 5005 ). É importante prestar atenção

quanto ao modo de ensinar, pois quando as informações veiculados em sala de aula não

estão relacionadas ao seu dia – a – dia, surge a seguinte pergunta: Por que aprender

isso? ( BUSSATO, 2001 ). Nesse contexto, considerando que os jovens e adultos,

diferentemente das crianças, já trazem trajetórias de vida sedimentadas, a escola deverá

reconhecer e acolher as tradições de oralidade trazidas pelas culturas de origem e integrá

– las às práticas propostas pela escola ( SUZA & MOTA, 2007 ).

O eixo articulador Trabalho, diz respeito não só a elevação do nível de

escolaridade dos alunos, que atenda as exigências do mercado de trabalho, ou que tenha

a única intenção de ascenção profissional. Ele deve abarcar aspectos mais amplos, tais

como, autonomia e emancipação ( DCEs da EJA, 2005 ).

Já o eixo Tempo, leva em consideração a heterogeneidade dos discentes de EJA,

no que se refere a período de escolarização e aprendizagem ( DCEs da EJA, 2005 ).

Tendo em vista esses parâmetros, a metodologia do ensino da disciplina de

Biologia, destinada ao aluno de EJA, e aqui contemplada, tenciona permitir um

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conhecimento efetivo da disciplina, conferindo – lhe significado próprio, contextualizando

e apresentando os conteúdos numa visão sistêmica. Essa forma sistêmica e holística de

apresentar os conteúdos, é pressuposto para uma compreensão mínima das complexas

inter - relações entre suas partes, sendo de vital importância no ensino de Biologia, pois

leva a compreensão do comportamento dos organismos como um todo integrado, que

não pode ser entendido somente a partir do estudo das partes

( BUSSATO, 2001 ).

Através de atividades dinâmicas de ensino, o docente deve buscar desenvolver o

pensar biológico do discente como sendo parte essencial da formação cidadã que, ao ser

crítica, permita questionar o relacionamento entre as pessoas, com as futuras gerações e

seres vivos em geral. É necessário que o professor selecione os conteúdos relevantes e

que estes sejam trabalhados de forma sequencial, permitindo essa visão abrangente por

parte do aluno, de forma a criar interesse e desenvolver um trabalho criativo. Cabe ao

professor gerar questionamentos, reflexões, oferecer pistas que desencadeiem um

trabalho ativo para a apreensão da razão de ser do objeto de conhecimento. Também é

fundamental que haja sólidos laços de amizade e compreensão entre os alunos e destes

para com o professor, visto que o aluno EJA anseia e, ás vezes precisa, de um

atendimento individualizado.

2.1 – Métodos de ensino

aulas expositivas, partindo – se do resgate de elementos de domínio

vivencial dos alunos, não como uma forma de limitar os conhecimentos, mas

para dar um significado ao aprendizado desde o seu início;

aulas dialogadas ( discussões em grupo ), onde os conhecimentos são

apresentados pelo professor vinculados à realidade do dia – a – dia do

aluno, buscando a compreensão do todo e intervalo de modo inovador;

aulas práticas de microscopia, como forma de compreensão da realidade

invisível aos olhos, mas que podem ser incorporada às nossas visões e

explicações do mundo;

atividades de pesquisa, para incentivar e estimular o dinamismo e auto –

confiança;

confecção de maquetes e cartazes;

utilização de recursos audiovisuais, como TV pen – drive e computadores;

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trabalhos em equipe, para desenvolver e fortalecer o vínculo entre os

colegas;

o ensino individualizado, observando – se e respeitando o ritmo próprio do

aluno, pois cada um necessita de um tempo diferente para aprender e

reconstruir o conhecimento a partir das experiências pessoais, de seus

interesses e necessidades.

3 - OBJETIVO GERAL

O objetivo geral do ensino de Biologia, além de priorizar o aprendizado disciplinar,

também é formar cidadãos que, tendo um conhecimento mais efetivo sobre si e a

realidade que o cerca, adquira um pensar biológico, respeitoso e afetivo na sua

relação com a natureza.

4 – CONTEÚDOS

Os conteúdos básicos de Biologia elencados para o currículo de EJA, levam em

consideração os quatro conteúdos estruturantes propostos pelas DCEs de Biologia ( 2008

): Organização dos Seres Vivos, Mecanismos Biológicos, Biodiversidade e Manipulação

Genética. Porém, devido a carga horária da disciplina , alguns conteúdos básicos que são

trabalhados no Ensino Regular, dentro do Ensino Fundamental e aprofundados

novamente no Ensino Médio, aqui foram divididos entre as disciplinas de Ciências e

Biologia.

4.1. Conteúdos estruturantes – Organização dos Seres Vivos e Biodiversidade

4.1.1 Conteúdo específico: Classificação dos Seres Vivos: critérios taxonômicos e

filogenéticos

A célula: teoria celular, características gerais.

Reino Monera: características gerais, doenças e benefícios das bactérias.

Reino Protista: características gerais, curiosidades.

Reino Fungi: características gerais, a importância dos fungos, curiosidades.

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Reino Plantae: características gerais, ou grupos vegetais, a importância dos

vegetais no ambiente e na economia, curiosidades.

Reino Animalia: características gerais, os grupos animais, a importância dos

animais no ambiente e na economia, curiosidades.

Vírus: estrutura e doenças relacionadas.

Árvore evolutiva dos seres vivos: breve consideração a respeito de filogenia.

4.1.1.1 Objetivos específicos

Compreender noções básicas sobre célula e reconhecê – las como unidade básica

de todos os seres vivos.

Reconhecer a existência de uma realidade invisível aos olhos, o mundo

microscópico, que pode ser investigado cientificamente e incorporado às nossas visões e

explicações do mundo.

Entender que nem todos os microrganismos são causadores de doenças.

Perceber a grande biodiversidade que nos cerca e estabelecer relações de

parentesco entre os seres vivos.

4.1.2 Conteúdo específico: Teorias para a Formação da Vida e Teorias Evolutivas

Abiogênese.

Biogênese.

Teoria autotrófica.

Teoria heterotrófica.

Panspermia cósmica.

Criacionismo.

O lamarkismo.

O darwinismo: a seleção natural.

A teoria sintética da evolução: o neodarwinismo.

4.1.2.1 Objetivo específico

Compreender algumas das visões científicas atuais sobre as origens do Universo e

do Sistema Solar, na Terra e dos Seres Vivos, de modo a poder ampliar a capacidade de

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pensar e de interpretar a relação com os outros seres vivos e com o mundo em que

vivemos.

4.2 Conteúdo estruturante – Mecanismos Biológicos

4.2.1 Conteúdo específico: Sistemas Biológicos: anatomia, morfologia, fisiologia.

Sistema respiratório: fisiologia e doenças relacionadas.

Sistema digestório; fisiologia, alimentos e seus valores energéticos.

Sistema circulatório: fisiologia e doenças relacionadas.

Sistema excretor: fisiologia e doenças relacionadas.

Tecido epitelial: anatomia e função.

Tecido conjuntivo: anatomia e função.

Tecido muscular: anatomia e função.

Tecido nervoso; anatomia e função.

4.2.1.1 Objetivo específicos

Reconhecer o corpo humano como um todo integrado, onde todos os sistemas

estão interligados, não havendo maior ou menor importância.

Compreender a importância de bons hábitos alimentares para o bom

desenvolvimento do organismo.

4.2.2 Conteúdo específico: Mecanismos de Desenvolvimento Embriológico.

59 Mitose.

60 Meiose.

61 Embriologia humana

4.2.2.1 Objetivo específicos

Conhecer os fundamentos celulares da reprodução e o desenvolvimento dos

animais de modo a poder encarar com naturalidade temas como reprodução e

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sexualidade humana.

4.3 Conteúdo estruturante – Manipulação Genética

4.3.1 Conteúdo específico: Transmissão das Características Hereditárias.

DNA: estrutura, funções, DNA nuclear, DNA mitocondrial, importância

Os genes e o genoma humano.

Síndromes relacionadas ao DNA ( poli e aneuploidias ).

4.3.1.1 Objetivos específicos

Conhecer os fundamentos básicos de genética.

Conhecer as síndromes mais comuns relacionadas a alterações no lote

cromossômico.

Compreender, basicamente, o que é aconselhamento genético.

4.3.2 Conteúdo específico: Organismos Geneticamente Modificados.

Os transgênicos na agricultura.

A ética e a transgenia animal.

Clonagem.

4.3.3.1 Objetivos específicos

Ter visão crítica acerca de assuntos atuais como transgenia e clonagem.

Reconhecer a importância da ética nas pesquisas científicas.

5 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

O processo avaliativo destinado ao educando de EJA, deve se apresentar em

consonância com a prática metodológica adotada, isto é, deve levar em consideração o

perfil do aluno. Deve considerar o ambiente onde ele está inserido, seu conhecimento

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empírico e o seu tempo individual de aprendizagem. Por assim saber, as práticas

avaliativas citadas a baixo, mesmo sendo, em tese, as mesmas utilizadas ao longo da

história da educação, na prática deverão ser flexíveis e pautar pela valorização da

diversidade e, assim atender as necessidades do aluno de EJA. São elas:

prova escrita e/ou oral;

debates;

resumos e/ou resenha de filme;

trabalhos em grupo ou individuais;

interesse pelas atividades propostas em sala de aula;

demais atividades que possam surgir espontaneamente durante a aula.

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUSATO, I do R.H. Desenvolvimento de metodologia adequada à disciplina de

Biologia, que permita uma diminuição da visão fragmentada do saber e contemple

uma visão mais integrada e holística. Florianópolis, 2001. Dissertação ( Mestrado em

Engenharia da Produção ) - Universidade Federal de Santa Catarina.

Declaração de Hamburgo sobre Educação de Adultos, V CONFINTEA, UNESCO, 1997,

P. 42. In: SOARES, L. O educador jovens e adultos e sua formação. Educação em

Revista. nº 47. Belo Horizonte, 2008.

Diretrizes Curriculares de EJA no Estado do Paraná, versão preliminar, janeiro de 2005.

Diretrizes Curriculares Estaduais ( DCEs ) de Biologia para Ensino Médio, 2008.

MANFREDI, S. M. Política: educação popular. São Paulo: Símbolo, 1978.

SOUZA, J. F. De & MOTA, K. M. S. O silêncio é de ouro e a palavra de prata?

Considerações acerca do espaço da oralidade em educação de jovens e adultos. Revista

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Brasileira de Educação. V12, n° 36. Rio de Janeiro, 2007.

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7.10 DISCIPLINA DE FILOSOFIA

1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Surgiu nos séculos VII – VI a .C, nas cidades Gregas situadas na Ásia Menor. A

história da Filosofia é um ramo da história e da Filosofia. Ela é uma disciplina filosófica a

parte, e ocupa bastante espaço no ensino secundário e universitário de filosofia no Brasil.

Enquanto ramo da história, ela se ocupa de documentar e preservar os debates

filosóficos. Enquanto ramo da filosofia, tendo em vista o problema do anacronismo e os

conceitos filosóficos do passado.

A História da Filosofia é a disciplina que se encarrega de estudar o pensamento filosófico

em seu desenvolvimento diacrônico, ou seja, a sucessão temporal das ideias filosóficas e

de suas relações. Ela é uma parte da ciência positiva da História, exigindo o mesmo rigor

nos métodos, a fim de reconstruir a sequência da Filosofia.

Como as ideias influenciam os acontecimentos e vice -versa, é comum que a História da

Filosofia precise recorrer a conhecimento da História Geral, para esclarecer seus

conteúdos, assim como é costumeiro que esta recorra àquela, para contribuir na

explicação dos determinantes de certos fatos. Dentro da História da Filosofia é possível

fazer delimitações materiais e formais. No primeiro caso, assim como a História da

Filosofia é subdivisão da História, pode haver a História da Lógica, do Empirismo ou do

Aristotelismo. No segundo caso, os das limitações formais, a divisão que se faz diz

respeito ao tempo, caso em que se equipara à organização empreendida pela História

Geral.

Assim costuma – se estudar a História da Filosofia com a seguinte disposição: Filosofia

Antiga, Filosofia Medieval, Filosofia Moderna e Filosofia Contemporânea.

A História da Filosofia rastreia as várias teorias que buscaram ou buscam algum tipo de

compreensão, conhecimento ou sabedoria sobre questões fundamentais, como por

exemplo a realidade, o conhecimento, o significado, o valor, o ser e a verdade. O fazer

filosófico, como toda construção do conhecimento requer acúmulo das contribuições dos

pensadores do passado . Sempre que um pensador se debruça seriamente sobre uma

questão filosófica, está, mais ou menos conscientemente, rendendo tributo a seus

antecessores, seja para contrapor - se a eles, seja para ratificar suas ideias, esclarecê –

las e melhorá – las.

Podemos resumir que a filosofia consiste no estudo das características mais gerais e

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abstratas do mundo e das categorias com que pensamos: Mente ( pensar ), matéria ( o

que sensibiliza noções como quente ou frio sobre o realismo ), razão ( lógica ),

demonstração e verdade. Pensamento vem da palavra Epistemologia “Episteme” significa

“ter Ciência” “logia” significa Estudo.

2. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Tendo em vista os objetivos propostos na Diretriz Curricular de Filosofia, as aulas

serão no sentido de levar o aluno a questionar sua realidade, analisar, comparar, decidir,

planejar, julgar, justificar, investigar as ideias até sus últimas consequências bem como

ouvir e respeitar as de outrem configurando um sujeito crítico e criativo. Igualmente, as

atividades nas aulas ocorrerão conforme o tema a ser tratado exigir: a sensibilização

propriamente dita ( através de um trecho de um filme, uma música, um texto de revista ou

jornal ou mesmo um questionamento que parta dos próprios alunos ), aulas expositivas

( com abertura a debates, seminários ), estudo e reflexão de textos de caráter filosófico ou

que possam dar margem à reflexão de cunho filosófico. Produção de textos, resenhas,

apresentação de trabalhos através dos quais os alunos demonstrarão ou não a apreensão

dos temas e problemas investigados. Espera – se que o aluno possa pensar, discutir,

argumentar, que, nesse processo, crie e recrie para si os conceitos. Dessa forma, cremos

estar caminhando em direção ao desenvolvimento de valores importantes para a

formação do estudante do Ensino Médio: solidariedade, responsabilidade, honestidade,

amizade e compromisso pessoal.

3. OBJETIVOS GERAIS

• Contribuir para a compreensão dos elementos que interferem no processo social

através da busca do esclarecimento dos universos que tecem a existência humana:

trabalho, relações sociais e cultura simbólica.

• Formar o hábito de reflexão sobre a própria experiência possibilitando a formação

de juízos de valor que subsidiem a conduta do sujeito dentro da escola e fora dela.

• Estimular a atitude de respeito mútuo e o senso de liberdade e responsabilidade na

sociedade em que vive considerando a escola como parte da vida do aluno.

• Desenvolver procedimentos próprios do pensamento crítico: apreensão de

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conceitos, argumentação e problematização.

3.1. Objetivos Específicos

• Oportunizar momentos que facilitem, o pensar sobre o pensar;

• Trabalhar com textos que incluam termos e conceitos cotidianos que facilitem a

interação no contexto social;

• Debater questões contemporâneas que facilitem a compreensão da realidade a

partir dos problemas filosóficos destacados;

• Realizar atividades que levam o aluno a perceber a multiplicidade de pontos de

vista e articulações possíveis entre os mesmos;

• Ler textos filosóficos de modo significativo;

• Ler, de modo filosófico, textos de diferentes estruturas e registros;

• Elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo, de forma a reconstruir

os conceitos aprendidos;

• Debater, tomando uma posição, defendendo-a argumentativamente e mudando de

posição em face de argumentos mais consistentes

• Articular conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos e modos discursivos das

diversas áreas do conhecimento, e em outras produções culturais através da

produção de conceitos.

• Articular teorias filosóficas e o tratamento de temas e problemas científicos,

tecnológicos, éticos e políticos, sócio – culturais com as vivências pessoais.

• Contextualizar conhecimentos filosóficos, tanto no plano de sua origem específica

quanto em outros planos: o pessoal, o entorno sócio – político, histórico e cultural;

a sociedade científico – tecnológica.

3.2. Justificativa

O ensino de Filosofia no Ensino Médio, é importante, pois é através desta disciplina que

o aluno aprenderá a relacionar – se com sigo mesmo, com os outros, com o texto, com o

ensino de filosofia com o mundo. Com o ensino da disciplina o aluno terá condições de

organizar perguntas num problema filosófico, ler e escrever filosoficamente, a investigar e

a dialogar filosoficamente, avaliar filosoficamente, criar saídas filosóficas para o problema

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investigado e criar conceitos.

“ Vou afirmar que um professor de filosofia é aquele que acima de tudo, consegue

construir um espaço de problematização compartilhado com seus alunos ( … ). Ensinar

filosofia é antes de mais nada ensinar uma atitude em face da realidade, diante das

coisas, e o professor de filosofia tem que ser, a todo momento, consequente com esta

maneira de orientar o pensamento ”. ( CERLETTI, 2003, p.62 ).

4. CONTEÚDOS ESTRUTURANTE

4.1. MITO E FILOSOFIA

Conteúdo Básico

• Saber mítico;

• Saber filosófico;

• Relação mito e filosofia;

• Atualidade do mito;

• O que é filosofia.

Objetivos

APRESENTAR e explicar o que caracteriza o pensamento mitológico e racional.

ESTABELECER relações entre a história do mito, o surgimento da Filosofia e sua

importância para a sociedade atual.

ESTABELECER relações entre o pensamento mítico e racional, suas nuâncias e

distinções.

COMPREENDER o contexto histórico, político do surgimento da filosofia.

COMPREENDER o conhecimento filosófico para a superação do senso comum.

COMPREENDER o pensamento dos primeiros filósofos e e conseguir aplicar a teoria a

vida cotidiana.

Conteúdos Específicos

1. O que é mito;

2. Passagem do mito à Filosofia/Razão;

3. Filosofia, Mito e senso comum;

4. Nascimento da Filosofia;

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5. Ironia e Maiêutica;

6. O que é filosofia;

7. Mitos contemporâneos;

8. Mitologia grega/deuses da Mitologia;

9. O mito da Filosofia, continuidade e roptura;

10.As funções do Mito;

11.A contradição do mito;

12.A Filosofia na História;

13.Contra Ideologia;

14.Mito e Filosofia;

15.Trajetória da Filosofia;

16.Campos e reflexões filosóficas.

4.2. TEORIA DO CONHECIMENTO

Conteúdo Básico

• possibilidade do conhecimento;

• As formas de conhecimento;

• O problema da verdade;

• A questão do método;

• Conhecimento e lógica.

Objetivos

EVIDENCIAR os limites do conhecimento.

PERCEBER os fatores históricos para retomar as problemáticas pensadas pelos filósofos.

RELACIONAR com a modernidade as problemáticas estudadas e construir uma

concepção pessoal sobre o assunto.

COMPREENDER a concepção e distinção entre empirismo, racionalismo, ceticismo,

dogmatismo e liberalismo.

APRESENTAR um panorama sobre a epistemologia moderna e a influência dos filósofos

no pensamento moderno.

Conteúdos Específicos

1. O problema do conhecimento;

2. Filosofia e método;

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3. Perspectiva do conhecimento;

4. A Filosofia e o conhecimento em si;

5. Trabalho e realização;

6. Trabalho alienado;

7. O mundo do trabalho e as formas de alienação;

8. Consequências da alienação na vida social e individual;

9. Trabalho realizador e ócio na sociedade contemporânea;

10.Os diversos tipos de conhecimentos nos diversos períodos da Filosofia

( Antiga,Patrística, Medieval, Moderna e Contemporânea ).

4.3. ÉTICA

Conteúdo Básico

Ética e moral;

Pluralidade ética;

Ética e violência;

Razão, desejo e vontade;

Liberdade: autonomia do sujeito e a necessidade das normas.

Objetivos

COMPREENDER os conceitos de ética e moral.

DIFERENCIAR os conceitos de ética e seus dobramentos.

COMPREENDER a ética sob o ponto de vista da relação entre o sujeito e a norma.

ANALISAR a ética de maneira crítica com relação as atribuições de valores.

RELACIONAR o pensamento dos filósofos que discutem a questão ética.

ESTABELECER relações entre ética, liberdade escolhas e responsabilidade.

Conteúdos Específicos

1. Concepções éticas;

2. Liberdade;

3. Liberdade em Sartre;

4. Autonomia e Liberdade;

5. Objeto da Ética;

6. Ética e moral;

a) universais

7. O que é valor;

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8. Determinismo;

9. Virtude em Aristóteles e Sêneca;

10.Amizade;

11.Poder e força/Estado e Poder;

12.As relações étnicas: autonomia, heteronomia e anomia;

13.Constituinte do campo ético;

14.a moral na História;

15.A tolerância como virtude;

16.Juízo de fato e de valor;

17.A cultura Afro – brasileira e africana / Cotas;

18.Movimento Feminista – Lei Maria da Penha

19.O caso brasileiro;

20.Moral e Ética.

4.4. FILOSOFIA POLÍTICA

Conteúdo Básico

Conteúdo entre comunidade e poder;

Liberdade e igualdade política;

Política e ideologia;

Esfera Pública e privada;

Cidadania formal e/ou participativa.

Objetivos

COMPREENDER e relacionar os conceitos de democracia e seus opostos, poder,

liberalismo e absolutismo.

ANALISAR a subjetividade e a liberdade individual como conquistas da modernidade.

RELACIONAR os fundamentos do pensamento político moderno com a vida social em

que vive.

PROBLEMATIZAR os conceitos de cidadania, democracia, justiça, igualdade e liberdade.

Agir de maneira crítica e reflexiva de modo a vivenciar uma política efetiva.

Conteúdos Específicos

1. Invenção da Política;

2. Essência da Política;

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3. Política e Poder;

4. Política e Violência;

5. Jusnaturalismo/contratualismo e Materialismo;

6. Liberalismo/Neoliberalismo;

7. Estruturas de governo;

8. Os Partidos Políticos;

9. O caso brasileiro;

10.Fundamentalismo religioso e a Política contemporânea.

4.5. FILOSOFIA DA CIÊNCIA

Conteúdo Básico

• Concepções de ciência;

• A questão do método científico;

• Contribuições e limites da ciência;

• Ciência e ideologia;

• Ciência e ética.

Objetivo

DIFERENCIAR os conceitos de senso comum e conhecimento científico.

COMPREENDER os conceitos de cientificismo, dogmatismo científico, fundamentos

ideológicos da ciência, bioética.

REFLETIR e analisar criticamente o conhecimento científico e o pensamento dos filósofos

que abordam esta temática.

COMPREENDER que o conhecimento científico é provisório, tributário de fundamentos

ideológicos, religiosos, econômicos, políticos e históricos.

Conteúdos Específicos

1. Concepções de ciência;

2. Progresso da ciência;

3. Bioética;

4. Senso comum e ciência;

5. Atitude científica;

6. Cientificismo;

7. Caráter provisório da ciência.

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4.6. ESTÉTICA

Conteúdo Básico

• Natureza da arte;

• Filosofia da arte;

• Categorias estéticas – feio, belo, sublime, trágico, cômico, grotesco, gosto etc.;

• Estética e sociedade.

Objetivos

COMPREENDER os conceitos de belo, gosto, arte erudita, popular e indústria cultural.

COMPREENDER a sensibilidade, a representação criativa, a apreenção pessoal do

mundo concreto e como estas determinam as relações do homem com o mundo e

consigo mesmo.

ANALISAR a arte na modernidade e suas relações com a técnica e como produto

comercial.

COMPREENDER a realidade pela sensibilidade.

PERCEBER o conhecimento além da atividade intelectual, mas também da imaginação,

da intuição e da fruição para construir pessoas críticas e criativas.

Conteúdos Específicos

1. Pensar a Beleza;

2. A beleza da cultura afro e indígena;

3. A universidade do gosto;

4. Necessidade ou fim da arte;

5. Cinema e uma nova percepção;

6. A arte como forma de conhecer o mundo;

7. Arte e sociedade;

8. Estética e desenvolvimento da sensibilidade e da imaginação;

9. Concepções de Estética;

10.Arte e filosofia;

a) valores universais

5. AVALIAÇÃO

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A proposta de trabalho para os alunos e a avaliação, será de caráter diagnóstico,

cumulativo, conforme o desempenho individual e/ou coletivo. Serão adotados os

seguintes instrumentos de avaliação:

• Textos produzidos pelos alunos;

• Participação em sala de aula;

• Atividades e exercícios realizados em classe ou extraclasse;

• Atividades de pesquisa através do Laboratório de Informática;

• Apresentação oral das pesquisas;

• Apresentação escrita das pesquisas;

• Testes escritos;

• Apresentação dos temas em estudo;

• Registro das aulas, conforme a necessidade.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIRETRZ CURRICULAR DE FILOSOFIA. Secretaria de Estado da Educação.

Departamento do Ensino Moderno. Paraná, Curitiba: junho, 2006.

LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO DE FILOSOFIA. DEM. Paraná, 2006.

TEIXEIRA, Luciana. Plano Curricular de Filosofia

CERLETTI, 2003, p. 62.

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7.11 DISCIPLINA DE MATEMÁTICA

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Educação Matemática é um importante ramo do conhecimento humano. A

sua origem remonta à antiguidade clássica greco-romana. Os gregos conceberam a

Matemática como um dos conteúdos da filosofia, portanto, como um dos instrumentos da

arte de conhecer o mundo em sua totalidade.

O ensino da Matemática, vem sofrendo alterações na sua forma de

organização e de conceber os conteúdos. Pode-se destacar as seguintes fases: até

meados de 1960, prevaleceu a chamada “Matemática Tradicional”, em que predominava

a valorização do conteúdo desvinculado da prática e com ênfase na memorização de

regras. Depois, surgiu o “Movimento da Matemática Moderna”, cujo objetivo principal era

a unificação dos vários campos da Matemática, tais como, a Aritmética, a Álgebra e a

Geometria. O seu grande objetivo era o trabalho pedagógico por meio da linguagem dos

conjuntos, mas que ficou reduzida a um simbolismo exagerado a ser memorizado pelo

aluno.

Os membros da comissão do Movimento da Matemática Moderna, por sua vez,

assinalaram vários defeitos no currículo tradicional difundido, afirmando a importância de

se abandonar o conteúdo tradicional em favor dos novos conteúdos, entre eles a álgebra

abstrata, a topologia, a lógica simbólica e a álgebra de Boole.

Com o advento da Lei 5692/71, a ênfase passou a ser a metodologia,

justificada pela necessidade do educando poder desenvolver toda sua potencialidade, ou

seja, valorizou-se a manipulação de materiais concretos, relegando-se a segundo plano a

fase de automação, priorizando-se o atendimento à criança em sua fase de

desenvolvimento, mas descuidando-se da sistematização dos conhecimentos

matemáticos sócio-históricos acumulados pela humanidade. A grande dificuldade dos

professores foi, então, a passagem do concreto para o abstrato, o que é fundamental para

a matemática.

Na atual proposta pedagógica para a EJA, procura-se a interação entre o

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conteúdo e as formas. A perspectiva, nesse sentido, é estabelecer uma relação dialética -

teoria e prática - entre o conhecimento matemático aplicado no processo de produção da

base material de existência humana e as manifestações teórico-metodológicas que

estruturam o campo científico da própria Matemática. Dessa forma, o ensino da

Matemática deve ser concebido de modo a favorecer as necessidades sociais, tais como:

a formação do pensamento dialético, a compreensão do mundo social e natural, a ciência

como obra decorrente do modo de cada sociedade - Grega, Feudal, Moderna – produzir a

vida.

Concebida desta forma, a Educação Matemática desempenhará um papel

fundamental na aquisição da reflexão filosófica por parte dos educandos, isto é, da

consciência crítica que supera o senso comum que toma a aparência das coisas como

sendo verdades absolutas, ou seja, a Matemática deve ser vista, como uma ciência viva e

dinâmica, produto histórico, cultural e social da humanidade.

Ao revelar a Matemática como uma produção humana, demonstrando as

necessidades e preocupações das diferentes culturas em diferentes épocas e ao

relacionar os conceitos matemáticos de hoje com os construídos no passado, o educador

permite que o educando reflita sobre as condições e necessidades que levaram o homem

a chegar até determinados conceitos, ou seja, o educador estará proporcionando no

processo de ensino-aprendizagem a reflexão da construção da sobrevivência dos homens

e da exploração do universo, dessa forma, estará caracterizando a relação do homem

com o próprio homem e do homem com a natureza.

O produto do desenvolvimento da humanidade pode ser demonstrado através

da historicidade. Isto indica que ao trabalhar nos bancos escolares a abstração, o

conhecimento sistematizado e teórico, o educando entenderá o avanço tecnológico, a

elaboração da ciência, a produção da vida em sociedade.

Portanto, a abordagem histórica da matemática permite ao educando jovem,

adulto e idoso, compreender que o atual avanço tecnológico não seria possível sem a

herança cultural de gerações passadas. Entretanto, essa abordagem não deve restringir-

se a informações relativas a nomes, locais e datas de descobertas, e sim ao processo

histórico, viabilizando com isso a compreensão do significado das idéias matemáticas e

sociais.

Mas, além de compreender que o conhecimento matemático é sócio-histórico,

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faz-se necessário que o educando estabeleça relações entre os elementos internos da

própria Matemática - conteúdos escolares - e os conceitos sociais.

Esse conhecimento prescinde de um tratamento metodológico que considere a

especificidade da Educação de Jovens e Adultos - EJA e deve constituir o ponto de

partida para todo o ensino-aprendizagem da Matemática, ou seja, os educandos devem

ter oportunidades de contar suas histórias de vida, expor os conhecimentos informais que

têm sobre os assuntos, suas necessidades cotidianas, suas expectativas em relação à

escola e às aprendizagens em matemática.

Embora, os jovens, adultos e idosos, com nenhuma ou pouca escolaridade,

dominem algumas noções básicas dos conteúdos matemáticos que foram apreendidas de

maneira informal nas suas vivências, a EJA tem a função de transformar essas noções

elementares, conceitos espontâneos, em conceitos científicos, fazendo o educando

dominar a Linguagem Matemática e suas Representações, os Conceitos Matemáticos e

Sociais, os Cálculos e os Algoritmos, a História da Matemática e a Resolução de

Problemas.

A compreensão e apreensão desses pressupostos metodológicos por parte

dos educandos e dos educadores, dão significado aos conteúdos escolares a serem

ensinados e estudados. Embora seja importante considerar que esses significados

também devem ser explorados em outros contextos, como por exemplo, nas questões

internas da própria Matemática e em problemas históricos.

Desconsiderar esses pressupostos metodológicos na Educação de Jovens e

Adultos uma prática centrada no desenvolvimento do pensamento linear e fragmentado,

numa concepção de ciência imutável, estabelecendo definitivamente o rompimento entre

o lógico e o histórico, entre o conteúdo e as formas, entre a teoria e a prática, entre a

lógica formal e a lógica dialética, entre a totalidade e as unidades, enfim, entre o mundo

social e natural.

A Educação Matemática deve ter, então, os seus pressupostos bem definidos

e delimitados, uma vez que a teoria se desdobra em “prática científica”:

Ao professor, como um profissional do ensino, é dada a responsabilidade não

só de dominar a teoria como a de inscrevê-la no universo de um cotidiano que a

justificaria(...). As abstrações reunidas na teoria, organicamente dispostas em definições e

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conceitos, devem transitar por um caminho inverso. O professor precisa demonstrar a

utilidade ou funcionamento do sistema teórico no real. A teoria precisa transmutar-se em

dados ou exemplos concretos, que garantam, justifiquem ou expliquem o já defendido

(hipoteticamente) no discurso. Nesse sentido, a teoria precisa desmembrar-se, na voz do

professor, no relato de múltiplas interações ou mediações que repõem o problema no

rastro de sua solução.(NAGEL, pp. 3-4, 2003) (Grifos nossos)

Nessa perspectiva, há de se considerar como ponto de partida a construção do

conhecimento, os saberes desenvolvidos no decorrer da vivência dos educandos, que se

manifestam em suas interações sociais e compõem suas bagagens culturais, que são

freqüentemente desconsiderados na prática pedagógica da EJA. No entanto, a superação

desses saberes e a incorporação dos conceitos científicos são trabalhos que a escola

deve planejar e executar.

É importante enfatizar que, os conteúdos matemáticos quando abordados de

forma isolada, não são efetivamente compreendidos nem incorporados pelos educandos

como ferramentas eficazes para resolver problemas e para construir novos conceitos,

pois, é perceptível que o conhecimento só se constrói plenamente quando é mobilizado

em situações diferentes daquelas que lhe deram origem, isto é, quando é transferível para

novas situações. Isto significa que os conhecimentos devem ser descontextualizados,

abstraídos, para serem novamente contextualizados, isto é, fazer a transposição didática.

Nesse sentido, a educação matemática para o educando jovem, adultos e

idoso deve ter como objetivo a reversão do atual quadro em que se encontra o ensino da

Matemática, ou seja, a definição dos conteúdos anteriormente fragmentados deve ser

visto em sua totalidade, sem o qual não é possível querer mudar qualquer prática

pedagógica consistente.

Dessa forma, é necessário que o ensino de Matemática e o seu significado

sejam restabelecidos, visto que, o ensino e a aprendizagem de Matemática devem

contribuir para o desenvolvimento do raciocínio crítico, da lógica formal e dialética, da

coerência e consistência teórica da Ciência – o que transcende os aspectos práticos. Com

isso faz-se necessário repensar o ensino de Matemática, pois o processo de

emancipação política e social da humanidade estão diretamente ligados ao domínio do

conhecimento. Ele é parte constitutiva da elaboração do pensamento reflexivo.

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OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA

Propiciar ao educando os conhecimentos, ideias e intuições construídas

através das experiências que vivenciam em seu grupo sociocultural.

A pluralidade de etnias no Brasil possibilita esses diferentes modos de vida.

Por exemplo, os alunos chegam à sala de aula com diferenciadas ferramentas básicas

para classificar, ordenar, quantificar e medir.

Diante dessa realidade a matemática deve procurar contribuir os conceitos

essenciais, como também conhecimentos técnicos científico das disciplinas afins e outras

áreas do conhecimento que devem ser trabalhadas de forma contextualizada, inclusive,

através de temas transversais e multidisciplinares.

Colocar a matemática ao alcance de todos, tendo consciência de que a

matemática não é olhar para as coisas prontas e definidas, mas sim a construção e

apropriação de um conhecimento pelo educando, que se servir dele para compreender e

transformar a realidade.

O ensino da matemática tem como objetivo complementar o conhecimento

do educando sobre números, álgebra, geometria e medidas e avançar para que a

matemática seja entendida como linguagem das ciências a serviço das demais

disciplinas, proporcionando a descrição de relações entre fatos e grandezas que poderão

ser interpretadas e analisadas através de sua representação matemática.

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CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

• Números, Operações e Álgebra.

CONTEÚDO BÁSICO:

• Números naturais.

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

• As quatro operações com números naturais;

• Múltiplos, divisores e M.M.C;

• Números primos;

• Potenciação e radiciação.

OBJETIVOS DOS CONTEÚDOS:

• Identificar as quatro operações;

• Resolver atividades envolvendo as quatro operações;

• Expressar matematicamente, oral ou por escrito, situações-problemas

que envolvam as operações;

• Identificar e resolver atividades com múltiplos e divisores;

• Reconhecer o MMC entre dois ou mais números naturais;

• Identificar e resolver atividades com números primos;

• Identificar e resolver atividades com potenciação e radiciação;

• Relacionar as potências e as raízes quadradas com padrões numéricos

e geométricos.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

• Números, Operações e Álgebra

CONTEÚDO BÁSICO:

• Frações

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CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

• As quatro operações com frações;

• Números decimais.

OBJETIVOS DOS CONTEÚDOS:

• Resolver adição e subtração de frações, por equivalência de frações

e/ou M.M.C.

• Resolver multiplicação e divisão de frações;

• Estabelecer relação de igualdade e transformação entre fração e

número decimal, fração e número misto;

• Resolver atividades que envolvam os números decimais;

• Mostrar para o educando a importância das frações e números decimais

para resolução de problemas no seu dia a dia.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

• Geometria.

CONTEÚDO BÁSICO:

• Geometria.

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

• Sólidos geométricos;

• Figuras planas e espaciais;

• Ângulos;

• Triângulos e quadriláteros.

OBJETIVOS DOS CONTEÚDOS:

• Investigar as relações entre as formas geométricas;

• Identificar distintos elementos e analisar algumas propriedades das

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formas geométricas.

• Reconhecer, utilizar, interpretar e propor modelos para situações-

problema,

do dia a dia do educando envolvendo ângulos.

• Reconhecer e interpretar triângulos e quadriláteros e suas propriedades.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

• Números, Operações e Álgebra

CONTEÚDO BÁSICO:

• Números inteiros

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

• Número negativo;

• Representação geométrica dos números inteiros;

• Operações com números inteiros.

OBJETIVOS DOS CONTEÚDOS:

• Compreender o que são números inteiros;

• Reconhecer os números inteiros;

• Resolver soluções problemas com números inteiros;

• Analisar situações do dia-a-dia onde encontramos os números inteiros;

• Resolver questões do dia a dia com números inteiros.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

• Números, Operações e Álgebra

CONTEÚDO BÁSICO:

• Números racionais

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

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• Representação geométrica com números racionais;

• Operações com números racionais;

• Transformação de frações em números decimais;

• Operações com números decimais;

• Potenciação e radiciação;

• Razão e Proporção;

• Regra de Três;

• Porcentagem.

OBJETIVOS DOS CONTEÚDOS:

• Representar geometricamente os números racionais;

• Comparar números racionais com números decimais;

• Resolver atividades com números racionais;

• Identificar razão e proporção;

• Resolver atividades com razão e proporção;

• Utilizar a regra de três para resolver situação problema;

• Identificar e analisar a importância da porcentagem no dia a dia;

• Comparar e resolver atividades sobre porcentagem.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

• Números, Operações e Álgebra

CONTEÚDO BÁSICO:

• Semelhança de figuras planas

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

• Teorema de Tales;

• Figuras semelhantes.

OBJETIVOS DOS CONTEÚDOS:

• Produzir e interpretar diferentes escritas algébricas.

• Observar a variação entre grandezas, estabelecendo relação entre elas

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e construir estratégias de solução para resolver situações problemas

envolvendo semelhança de figuras.

• Comparar de diversas formas as principais diferenças entre as figuras.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

• Números e álgebra

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

• Linguagem algébrica;

• Expressões algébricas;

• Operações com monômios;

• Operações com polinômios.

• Equações do 1º grau;

• Sistema de equações do 1º grau.

OBJETIVOS DOS CONTEÚDOS:

• Produzir e interpretar diferentes escritas algébricas;

• Operar com frações algébricas e resolver equações fracionárias;

• Criar escritas algébricas para situações do dia a dia.

• Desenvolver situações problemas relacionados com comparações;

• Resolver atividades que envolvam Sistemas de Equações.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

• Números e álgebra

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

• Teorema de Pitágoras.

• Equações do 2º grau;

• Relações métricas no triângulo retângulo;

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• Trigonometria no triângulo retângulo.

OBJETIVOS DOS CONTEÚDOS:

• Identificar os diversos tipos de medidas aplicando em diferentes

contextos;

• Resolver situação problema, validando estratégias e resultados,

utilizando conceitos e procedimentos matemáticos;

• Construir e ampliar noções de medida, pelo estudo de diferentes

grandezas, a partir de sua utilização no contexto social;

• Obter e expressar resultados de medições, utilizando as principais

unidades padronizadas de medidas de comprimento, capacidade, massa,

superfície e volume.

CONTEÚDOS ENSINO MÉDIO

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

• Funções

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

• Função afim;

• Função quadrática;

• Função polinomial;

• Função exponencial;

• Função logarítmica;

• Sequência numérica;

• Progressão aritmética.

OBJETIVOS DOS CONTEÚDOS:

• Reconhecer funções lineares, quadráticas, exponenciais e logarítmicas;

• Construir, ler e interpretar gráficos de funções;

• Analisar gráficos e leis de funções para estabelecer sinal, crescimento,

decrescimento, domínio e imagem;

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• Determinar a razão, termo geral, o limite e a soma de n termos

consecutivos de uma sequência;

• Resolver problemas que envolvam PA e PG.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

• Números e Álgebra

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

• Números reais;

• Sistemas lineares;

• Matrizes e determinantes;

• Polinômios;

• Equações exponenciais, logarítmicas e modulares.

OBJETIVOS DOS CONTEÚDOS:

• Identificar diferentes campos numéricos e sua propriedades;

• Representar intervalos na reta real;

• Resolver equações do 2º grau cujas raízes não são reais;

• Compreender um polinômio de grau qualquer;

• Estudar relações entre coeficientes e raízes;

• Utilizar a linguagem matricial e as operações com matrizes como

instrumento para interpretar dados, relações e equações;

• Utilizar o cálculo de determinantes para a resolução e discussão de

sistemas lineares.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

• Grandezas e medidas

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

• Medidas de área e volume;

• Medidas de informática;

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• Medidas de energia;

• Medidas de grandezas vetoriais;

• Trigonometria.

OBJETIVOS DOS CONTEÚDOS:

• Calcular as áreas e perímetro de figuras planas;

• Resolver problemas que envolvam cálculo de volume de figuras

tridimensionais;

• Expressar a medida de um ângulo em graus e radianos;

• Calcular distâncias inacessíveis usando relações trigonométricas.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

• Geometria

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

• Geometria plana;

• Geometria espacial;

• Geometria analítica;

OBJETIVOS DOS CONTEÚDOS:

• Representar valores usando notação científica;

• Ampliar e aprofundar noções geométricas e métricas em figuras planas e

figuras não planas;

• Identificar figuras semelhantes;

• Identificar propriedades de triângulos e quadriláteros relativas a lados e

ângulos;

• Aplicar os teoremas de Tales e Pitágoras na resolução de problemas;

• Identificar posições relativas entre retas e planos: paralelos e

perpendiculares;

• Conhecer e aplicar, na resolução de problemas, as relações fundamentais

entre razões trigonométricas;

• Resolver problemas que envolvam o cálculo da distância entre dois

pontos e entre ponto e reta.

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CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

• Tratamento da informação

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

• Análise combinatória;

• Probabilidades;

• Estatística;

• Matemática financeira.

OBJETIVOS DOS CONTEÚDOS:

• Resolver situações-problema que envolva o raciocínio combinatório e a

determinação da probabilidade de sucesso de determinado evento por meio de

uma razão;

• Deduzir e aplicar fórmulas par cálculo de área de superfícies planas e

para cálculo de volumes de sólidos geométricos;

• Resolver problemas envolvendo cálculo de aplicações financeiras;

• Resolver problemas que envolvam coleta, organização e representação

de dados;

• Utilizar porcentagem em cálculos estatísticos;

• Desenvolver um vocabulário relacionado à Estatística, Contagem e

Probabilidade;

• Identificar experimentos aleatórios, espaço amostral e eventos na

resolução de problemas;

• Utilizar conhecimento de contagem e probabilidade para analisar

chances e possibilidades.

METODOLOGIA DA DISCIPLINA

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Para dimensionar o papel da Matemática na formação do jovem, adulto e idoso

é importante que se discuta a natureza desse conhecimento, suas principais

características e seus métodos particulares, e ainda, é fundamental discutir suas

articulações com outras áreas do conhecimento.

As diversas contingências históricas têm levado os educadores a deixar de

lado a importância do conhecimento teórico, no entanto, é de fundamental importância

que o(a) educador(a) tenha clareza que, sem o qual, não é possível mudar qualquer

prática pedagógica de forma significativa. Com isso, só se tem conseguido mudanças

superficiais no que se refere à reposição de conteúdos, por meio de estratégias

metodológicas tradicionais que não levem os educandos a uma transposição didática.

É perceptível que, a mera seleção de conteúdos não assegura o

desenvolvimento da prática educativa consistente. É necessário garantirmos, como

dissemos anteriormente, a relação entre a teoria e a prática, entre o conteúdo e as

formas, entre o lógico e o histórico.

Portanto, é de suma importância que o educador se aproprie dos

encaminhamentos metodológicos do ensino da Matemática, e acrescente, esses

elementos a reflexão pedagógica da Educação de Jovens e Adultos.

Nessa perspectiva, a contextualização do saber é uma das mais importantes

noções pedagógicas que deve ocupar um lugar de maior destaque na análise da didática

contemporânea. Trata-se de um conceito didático fundamental para a expansão do

significado da educação escolar. O valor educacional de uma disciplina expande na

medida em que o educando compreende os vínculos do conteúdo estudado com uma

contextualização compreensível por ele(...). O desafio didático consiste em fazer essa

contextualização sem reduzir o significado das idéias matemáticas que deram ao saber

ensinado.” (PAIS, 2001, pp. 26-27).

De forma equivocada, a abordagem de determinados conceitos fundamentais

na construção do conhecimento matemático é muitas vezes suprimida ou abreviada, sob

a alegação de que não fazem parte do cotidiano dos educandos. Tal concepção de

ciência e de conhecimento viabiliza na escola uma visão reducionista da Matemática, cuja

importância parece ficar restrita a sua utilidade prática; ao pragmatismo.

Nesse contexto, a noção de contextualização permite ao educador uma

postura crítica priorizando os valores educativos, sem reduzir o seu aspecto acadêmico

(PAIS, 2001, p.27).

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O processo de seleção dos conteúdos matemáticos escolares, envolve um

desafio, que implica na identificação dos diversos campos da Matemática e o seu objeto

de estudo; processo de quantificação da relação do homem com a natureza e do homem

com o próprio homem.

No entanto, não devemos deixar de identificar os conteúdos escolares

matemáticos que são socialmente relevantes para a EJA, pois os mesmos devem

contribuir para o desenvolvimento intelectual dos educandos.

As Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de

Estado da Educação do Paraná, versão preliminar, em seu capítulo “Orientações

Metodológicas”, aponta quatro critérios para a seleção de conteúdos e das práticas

educativas. São eles:

. a relevância dos saberes escolares frente à experiência social

construída historicamente.

. os processos de ensino e aprendizagem, mediatizados pela ação

docente junto aos educandos.

. a organização do processo ensino-aprendizagem, dando ênfase às

atividades que permitem a integração entre os diferentes saberes.

. as diferentes possibilidades dos alunos articularem singularidade e

totalidade no processo de elaboração do conhecimento.

Nessa forma de organização curricular, as metodologias são um meio e não

um fim para se efetivar o processo educativo. É preciso que essas práticas metodológicas

sejam flexíveis, e que adotem procedimentos que possam ser alterados e adaptados às

especificidades da comunidade escolar.

Nessa perspectiva, é de suma importância evidenciar que o ensino-

aprendizagem de Matemática sejam permeados pela(os): História da Matemática;

Resolução de Problemas; Conceitos Matemáticos e Sociais; Linguagem Matemática e

suas Representações; Cálculos e/ou Algoritmos; Jogos & Desafios. Estes elementos

devem permear a Metodologia de Ensino da Matemática, pois eles expressam a

articulação entre a teoria e a prática, explicitando no ato pedagógico a relação entre o

signo, o significado e o sentido dos conteúdos escolares nos diversos contextos sociais e

históricos.

É importante enfatizar que a relação de conteúdos não deve ser seguida

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linearmente, mas desenvolvida em conjunto e de forma articulada, proporcionando ao

educando a possibilidade de desenvolver a capacidade de observar, pensar, estabelecer

relações, analisar, interpretar justificar, argumentar, verificar, generalizar, concluir e

abstrair. Dessa forma, serão estimulados a intuição, a analogia e as formas de raciocínio

indutivo e dedutivo.

Os conteúdos matemáticos presentes no ensino fundamental, a serem

ensinados nas escolas de EJA, estão organizados por eixos. são eles: números e

operações, geometria, medidas e tratamento de informação, que compreendem os

elementos essenciais da organização curricular.

Os eixos e seus respectivos conteúdos deverão ser trabalhados de forma

articulada. esta relação pode ser viabilizada entre os eixos e/ou entre os conteúdos.

É importante ter clareza da especificidade de cada eixo, bem como, que estes

não devem ser trabalhados de maneira isolada, pois, é na inter-relação entre os

conteúdos de cada eixo, entre os eixos de conteúdos e entre os eixos metodológicos, que

as idéias matemáticas ganham significado.

Os conteúdos matemáticos presentes no Ensino Médio, a serem ensinados

nas escolas de EJA, deverão propiciar o desenvolvimento de conceitos: numéricos,

algébricos, geométricos e gráficos e da mesma forma, devem ser trabalhados como um

conjunto articulado. Isso significa que o tratamento dos conteúdos em compartimentos

estanques deve dar lugar a uma abordagem em que as conexões sejam favorecidas e

destacadas.

Nesse contexto, a avaliação em Matemática na EJA deve permitir ao educador

fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos da apreensão do

conhecimento pelo educando, estabelecendo inter-relações entre o conhecimento

matemático e o contexto social.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

A avaliação em matemática deve permitir ao educador fazer observações

sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos da apreensão do conhecimento pelo

educando, estabelecendo inter-relações entre o conhecimento matemático e o contexto

social.

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Para que a avaliação seja um instrumento que acompanha e analisa todo o

desenvolvimento do ensino/aprendizagem do aluno na disciplina de matemática é preciso

possuir os seguintes componentes: conceitos matemáticos, procedimentos matemáticos,

atitudes e raciocínio. Ou seja, é preciso que na avaliação sejam trabalhados todos os

conceitos matemáticos pertinentes ao conteúdo em questão, que o aluno utilize de todos

os procedimentos matemáticos para a realização da atividade proposta como:

comunicação, algoritmos e construção geométrica. O aluno deve sentir-se estimulado a ir

em busca da solução, que sejam críticos com o seu trabalho e dos seus colegas. Assim

conseguindo fazer relação com outros conteúdos, ampliando o seu raciocínio lógico.

Não devemos considerar apenas como forma de avaliação as chamadas “provas

ou testes” bimestrais, não é errado, mas não é uma maneira completa de avaliar, pois

dessa forma estaremos analisando apenas a capacidade que o aluno possui de

memorizar técnicas e regras, assim não oferecendo informações sobre a aprendizagem

efetiva do aluno.

É fundamental que a avaliação seja coerente com a metodologia utilizada pelo

educador, bem como, com os objetivos que se pretende alcançar, visto que, esta tem a

finalidade de fornecer informações do processo de desenvolvimento do educando - a ele

mesmo e ao educador. Essas informações permitem ao educador, uma reflexão crítica

sobre a sua pratica pedagógica, no sentido de captar seus avanços, suas resistências,

suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os

obstáculos, uma vez que os educandos possuem diferentes tempos de aprendizagem.

REFERÊNCIAS

Matemática: livro do estudante: ensino fundamental/coordenação Zuleika de Felice

Murrie. – Brasília: MEC: INEP, 2002

Matemática: matemática e suas tecnologias: livro do professor: ensino fundamental

e médio/ coordenação Zuleika de Felice Murrie. – Brasília: MEC: INEP, 2002

BICUDO, M. A. V. e GARNICA, ª V. M. Filosofia da educação matemática. Belo

Horizonte: Autêntica, 2001.

BOYER, C. B. História da matemática. Tradução: Elza F. Gomide. São Paulo>

Edgard Blucher, 1974

BRASIL, Ministério da Educação. Secretária de Educação Fundamental, 2002 –

Proposta Curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do

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ensino fundamental: 5ª a 8ª série: introdução.

DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos. São Paulo:

Cortez, 1994.

FONSECA, Maria da Conceição F.R. Educação Matemática de Jovens e Adultos:

especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

MATO GROSSO DO SUL, Secretária de Estado de Educação. Subsídios de

matemática. V, 8ª: 1 ed. Campo Grande: 2000.

MIORIM, Maria Ângela. Introdução à história da matemática. São Paulo: Graal,

1973.

PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da

Educação de jovens e adultos no Estado do Paraná – DCE. Versão preliminar.

Jan/2005.

PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares do Ensino

Fundamental no Estado do Paraná – DCE. Versão preliminar. Jan/2005.

PAIS, L. C. Didática da matemática – uma análise da influência francesa. Belo

Horizonte: Autêntica, 2001.

SMOLE, K. S., DINIZ, M. I. Ler escrever e resolver problemas. Porto Alegre:

ARTMED, 2001.

NAGEL, Lízia Helena. Em questão: profissionalismo no ensino. Maringá: UEM,

2003(texto digitado)

PETRONZELLI, Vera Lúcia Lúcio. Educação Matemática e a aquisição do

conhecimneto matemático: alguns caminhos a serem trilhados, 2002.

(Dissertação de Mestrado, UTP) 166p.

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7.12 DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

O Ensino Religioso em meados do século XIX era tradicionalmente passado como

ensino da Religião Católica e obrigatório, após a Proclamação da Republica o Ensino

Religioso passou a ser admitido na escola pública porém com matricula facultativa,

consequentemente no século XX o Ensino Religioso passou a ser matéria do currículo e

de frequência livre,para os alunos de caráter confessional de acordo com o credo da

família.

Nesse contexto o Ensino Religioso perdeu sua função catequética, devido as

manifestações do pluralismo religioso na sociedade brasileira.

De acordo com a LDB 4024/61 no título "Disposições Gerais Transitórias" O

ensino religioso foi citado no art. 97, que determina que essa disciplina deve ser

ministrada de acordo com a confissão religiosa do aluno e aos docentes um cadastro que

deveria ser realizado perante as autoridades religiosas das respectivas tradições

religiosas.

O tratamento a ser dado ao Ensino Religioso, durante a vigência do regime militar

foi expresso pela Lei nº 5692/71, o Ensino Religioso foi implantado como disciplina

escolar em 1972 no Estado do Paraná, a partir da criação da Associação

Interconfessional de Curitiba (ASSISTEC).

De acordo como artigo 33 da LBEM 9394/96: "O Ensino Religioso, de matricula, é

parte integrante da formação básica do cidadão é constituir disciplina dos horários

normais das escolas publicas de Educação Básica assegurando o respeito a diversidade

cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer forma de proselitismo.

1º - Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para definição dos

conteúdos de ensino Religioso e estabelecerão as normas para habitação e admissão dos

professores.

2º - Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil,para a definição dos conteúdos de

ensino religioso.

OBJETIVOS:

• Refletir sobre a alteridade e o respeito às diferenças, reconhecendo o direito a

liberdade de expressão religiosa do outro.

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• Identificar as diferentes tradições religiosas, reconhecendo a importância da

religião na vida das pessoas.

• Conhecer os textos sagrados, percebendo-os como referenciais de

• ensinamentos sobre a fé e a pratica das tradições religiosas.

• Conhecer algumas espiritualidades, analisando seu significado.

• Identificar ritos e rituais, descrevendo seus significados.

• Identificar espaços sagrados, analisando a sua função.

• Compreender o significado da palavra "Ética" seus princípios e fundamentos.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

5ª SÉRIE

• Textos Sagrados:

O ENSINO RELIGIOSO NA ESCOLA PÚBLICA

26. Orientações legais Objetivos

27. Diferenciar aulas de Religião e o Ensino Religioso como disciplina Escolar.

RESPEITO A DIVERSIDADE RELIGIOSA

1) Instrumentos legais que visam assegurar a liberdade religiosa

1. Declaração Universal dos Direitos humanos e Constituição Brasileira: respeito à

liberdade religiosa

2. Direito a professar fé e liberdade de opinião e expressão

3. Direito a liberdade de reunião e associação pacíficas.

4. Direitos Humanos e sua vinculação com o Sagrado

2) Símbolos: Lugares Sagrados

Caracterização dos lugares e templos sagrados: lugares de peregrinação, de

reverencia, de culto de identidade, principais práticas de expressão do sagrado nestes

locais.

• Lugares na natureza: Rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras, etc.

• Lugares construídos: Templos, Cidades Sagradas

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• Textos orais e escritos - Sagrados

• Ensinamentos Sagrados transmitidos de forma oral e escrita pelas diferentes

culturas religiosas.

• Literatura oral e escrita (Cantos, narrativas, poemas, orações,etc) Exemplos: Vidas

- Hinduismo, Escrituras Bahá is Fé - Bahá 1, Tradições Orais Africanas, Afro-

brasileiras e Ameríndias, Alcorão Islamismo, etc.

3) Paisagem Religiosa

Organizações Religiosas

As organizações religiosas compõe os sistemas religiosos organizados

institucionalmente e os conteúdos deverão expressar as diferentes formas de

compreensão e de relações com o sagrado.

Fundadores e/ou lideres religiosos, Estruturas Hierárquicas. Exemplos de

organizações Religiosas Mundiais e Regionais: Budismo ( Sidarta Gautama)

Confucionismo (Confúcio), Espiritismo (Allan Kardec) Taoísmo (João Tse) etc.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

6ª SÉRIE

Alteridade:

• A valorização de si mesmo e de outro

• As pessoas e suas diferentes crenças

Tradições Reliqiosas

• A religião no cotidiano

• A pluralidade religiosa em nossa comunidade

Textos Sagrados

• O que são textos sagrados?

Ritos e Rituais

• O que são ritos e rituais?

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Espaços Saqrados

• Espaços sagrados e diferentes tradições religiosas

• Ética

• Definição, fundamentação, liberdade e responsabilidade, fazer e agir, virtude.

Processo de melhoria continua.

METODOLOGIA

Propor o encaminhamento metodológico da disciplina de Ensino Religioso, não se

reduz a determinar formas, método, conteúdos ou materiais que subsidiarão este

trabalho.

Assim uma das inovações propostas por estas diretrizes é a abordagem dos

conteúdos de ensino Religioso, tendo como objeto de estudos "o sagrado" e que será a

base a partir do qual serão tratados todos os conteúdos de Ensino Religioso.

Dessa forma, pretende-se assegurar a especificidade dos conteúdos da disciplina,

sem desconsiderar a sua multidisciplinaridade e contribuir efetivamente com o processo

de formação dos educandos.

A partir disso, indica-se alguns conteúdos estruturantes: paisagem religiosa,

símbolos e textos sagrados para serem observados pelo professor na 5ª e 6ª série do

Ensino Fundamental. E a forma de apresentação dos conteúdos específicos, explícita a

intenção de partir de abordagens de manifestações religiosas ou expressão do sagrado

desconhecidas ou pouco conhecidas dos alunos, para, em seguida, inserir os conteúdos

que tratam de manifestações religiosas mais comuns e que fazem parte do universo

cultural da comunidade.

Nesse propósito convém, destacar que todo conteúdo a ser tratado nas aulas de

Ensino Religioso contribuirá para a superação: do preconceito a ausência ou a presença

de qualquer crença religiosa, bem como da discriminação de qualquer expressão do

sagrado e que a escola não é um espaço de doutrinação, evangelização, de expressão de

ritos, símbolos, campanhas e celebrações.

Ao adotar essa abordagem em relação aos conteúdos, o professor estabelecerá

uma relação pedagógica com os conhecimentos que compõe o universo sagrado das

manifestações religiosas como construção histórico-social, agregando ao patrimônio

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cultural da humanidade e respeitando o direito a liberdade de consciência e a opção

religiosa do educando.

Tendo em vista a diversidade de conteúdos e o necessário processo de pesquisa

a ser realizado pelo professor na identificação de referências teóricos que subsidiem o

planejamento de suas aulas, recomenda-se que a seleção priorize as produções de

pesquisadores daquela manifestação do sagrado ou da própria manifestação que se

pretende tratar.

Com essa pratica evitará o uso de fonte de informações e de pesquisa

comprometidas com os interesses de uma ou de outra tradição religiosa.

AVALIAÇÃO

• Reconhece o outro, vivenciando o respeito às diferenças religiosas no convívio

social.

• Identifica a diversidade religiosa, demonstrando abertura ao dialogo com pessoas

de outras crenças religiosas.

• Reconhece os textos sagrados, percebendo-os como referenciais de ensinamentos

de fé e pratica das tradições religiosas.

• Conhece algumas espiritualidades e analisa o significado das mesmas na vida das

pessoas.

• Identifica ritos e rituais de algumas tradições religiosas, descrevendo seu

significado Identifica e descreve espaço sagrados e analisa sua função.

• Define diferenças entre pessoas para conviver em grupo e a importância dos

valores e regras de convívio que constitui a ética.

REFERÊNCIAS

LOBATO, Monteiro. Estórias e fabulas de Monteiro Lobato. São Paulo: Abril, s/d

SATIRO, Angélica e WVENSCH, Ana M. Pensando Melhor: iniciação ao filosofar São

Paulo: Saraiva, 1998

BENNET, Willian J. O livro das virtudes. Luiz B. Machado. Rio de Janeiro. Nova Fronteira,

1195.

CISALPIANO, Murilo. Religiões. São Paulo: Ed. Scipione Ltda , 1~94 CHAUí, Marilena.

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Convite a filosofia. São Paulo: Ática, 1998

GHADER, Jostein, O mundo de Sofia: romance da historia da filosofia. Rio de Janeiro:

Agir,1968

CORREA, Avelino Antonio. Estudo dirigida de Educação Moral e Cívica. Editora

Atica.

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7. 13 DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA

Apresentação Geral da Disciplina:

A promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96) abre

novas perspectivas para a inclusão da sociologia nas grades curriculares, uma vez que

dita no art. 36 parágrafo 1º, inciso III, a importância do domínio dos conhecimentos de

filosofia e sociologia como necessário ao exercício da cidadania.

Diante da realidade contemporânea não há mais espaços para discussões

pretensamente neutras da Sociologia no século XIX. A Sociologia no presente tem um

papel histórico que vai muito além da leitura e explicações teóricas da sociedade. Não

cabem mais explicações e compreensões das normas sociais e institucionais, para a

melhor adequação social, ou mesmo para a mera crítica social, mas sim a desconstrução

e a desnaturalização do social no sentido de sua transformação. Os grandes problemas

que vivemos hoje, provenientes do acirramento das forças do capitalismo mundial e do

desenvolvimento industrial desenfreado, entre outras causas, exigem indivíduos capazes

de romper com a lógica neoliberal da destruição social e planetária. É tarefa inadiável da

escola e da Sociologia a formação de novos valores, de uma nova ética e de novas

práticas sociais que apontem para a possibilidade de construção de novas relações

sociais.

Objetivos Gerais:

Pensar que a complexidade e a amplitude que caracterizam as sociedades

contemporâneas, nos desafiam para o estudo, para a pesquisa e para uma melhor

compreensão e atuação política no mundo em que vivemos. É importante mostrarmos aos

alunos do Ensino Médio que o poder e a ideologia que permeiam as relações políticas,

podem e devem ser sempre problematizadas.

Desenvolver a Sociologia em todos os segmentos da sociedade, levando em

Consideração sua época em diferentes sociedades, relacioná - las com a atualidade, levar

o aluno a ter compreensão de conceitos e práticas no campo do ensino da Sociologia;

Analisar e discutir: exclusão, desemprego, violência urbana e no campo,

segurança, cidadania, consumo, individualismo educação, saúde precária e outros;

Desenvolver: um olhar crítico explicativo, interrogador que conduza às mudanças

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de atitudes a respeito da organização da sociedade;

Contribuir: para mudanças de atitudes, para o desenvolvimento de um

pensamento reflexivo, livre de noções preconceituosas e estanques da sociedade;

Refletir: sobre o papel da escola e de seus autores, professores, alunos,

funcionários, (direção), nas sociedades atuais.

Justificativa dos Conteúdos

A Sociologia no Ensino Médio deve possibilitar o reconhecimento da existência do

outro, ou seja, fazer com que o aluno perceba que na sociedade convivemos com

diferentes grupos sociais. Estes podem ser diferentes em suas crenças e formas de agir,

mas baseando - se no princípio da alteridade, devemos respeitar as diferenças. Só assim

é possível estabelecer a cidadania dentro do Estado Democrático de Direito. Os caminhos

são os combates ao preconceito que permeiam as relações nas diferentes esferas da vida

social.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

● O surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas:

- O surgimento da Sociologia;

- As teorias sociológicas na compreensão do presente;

- A produção sociológica brasileira.

- Os novos desafios para a Sociologia.

● Instituições Sociais:

- A Instituição Escolar;

- A Instituição Religiosa;

- A Instituição Familiar.

● Cultura e Indústria Cultural:

- Cultura ou culturais: uma contribuição antropológica;

- Diversidade Cultural Brasileira;

- Cultura: criações ou apropriações?

● Trabalho, Produção e Classes Sociais:

- O processo de trabalho e a desigualdade social;

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- Globalização.

● Poder, Política e Ideologia:

- Ideologia

- Formação do Estado Moderno

● Direito, Cidadania e Movimentos Sociais:

- Movimentos Sociais

- Movimentos Agrários no Brasil

-Movimento Estudantil:

● Outros:

- Violência

- Desemprego

- Criminalidade

- Meios de comunicação ou de acordo com o interesse do aluno.

Metodologia:

O aluno do Ensino Médio deve ser considerado em sua especificidade etária e em

sua diversidade cultural, além de importantes aspectos como a linguagem, interesses

pessoais e profissionais, necessidades materiais, deve se ter em vista as peculiaridades

da região em que a escola está inserida e a origem social do aluno, para que a

metodologia utilizada possa responder as necessidades desse grupo social.

O ensino da Sociologia pressupõe metodologias que coloque o aluno como

sujeito de seu aprendizado, não importa que seja a leitura, o debate, a pesquisa de

campo, ou análise de filmes, mas importa que o aluno esteja constantemente provocado a

relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos e reconstruir coletivamente

conhecimentos.

O livro didático público, ou outro material didático, não esgota ou supre todas as

necessidades de ensino de Sociologia.

Avaliação:

O processo de avaliação no âmbito do ensino da Sociologia, necessita de um

tratamento metódico e sistemático, elaborada de forma transparente e coletiva, seus

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critérios devem ser debatidos, criticados e acompanhados por todos os envolvidos pela

disciplina.

A apreensão de alguns conceitos básicos, articulado com a prática social: a

clareza, a coerência na exposição das ideias, oral ou escrito, são alguns critérios

possíveis de serem verificados no decorrer do curso.

As formas de avaliação em Sociologia acompanham as práticas do ensino da

disciplina, seja reflexão crítica, nos debates, que acompanham os textos e filmes na

pesquisa de campo, enfim várias podem ser as formas, desde que se tenha como

perspectiva a clareza dos objetivos a atingir, no sentido da apreensão, compreensão e

reflexão dos conteúdos pelos alunos.

Entendemos que não é só o aluno, mas também professores e a instituição

escolar, devem constantemente serem avaliados em suas dimensões práticas e

discursivas principalmente em seus princípios políticos com a qualidade e a democracia.

A partir do nível do aluno, o professor acompanhará a evolução do processo de

aprendizagem, as dificuldades e suas possíveis causas, a eficácia das práticas

pedagógicas, para a retomada deste, bem como melhorar o ensino, assim o professor

será mediador do conhecimento compromissado com a aprendizagem do aluno.

Na disciplina de Sociologia é essencial que os alunos adquiram uma consciência

crítica e criativa capaz de gerarem resposta adequada a problemas atuais enfrentando

situações novas decorrentes do avanço da ciência e de seus desdobramentos na

reorganização do mundo do trabalho e da sociedade, conhecendo seus direitos e deveres

de cidadão, desenvolvendo a consciência ética e política, geradores de práticas sociais,

em posturas e condutas critica/colaborativas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Livro Didático Público de

Sociologia.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Conteúdos Básicos para a

Disciplina de Sociologia.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de

Sociologia para o Ensino Médio, 2009.

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7.14 DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Considerando-se as indicações das Diretrizes Curriculares Estaduais da

Educação de Jovens e Adultos que propõem o compromisso com a formação

humana e com o acesso à cultura geral, bem como o respeito à diversidade

cultural, à inclusão e ao perfil do educando, o estudo da linguagem na organização

da proposta pedagógica do ensino de Língua Portuguesa está pautado na

concepção sociointeracionista, a qual dá ênfase ao uso social dos diferentes

gêneros textuais.

Nesse sentido, a escola está sendo entendida como um espaço onde se

produz o conhecimento e tem por objetivo propiciar uma formação intelectual, cognitiva e

política, por meio de pesquisas, leituras, estudos que favoreçam o respeito aos diferentes

falares e aos saberes próprios da cultura do educando, preparando-o para produção de

seu próprio texto, oral ou escrito, adequado às exigências dos diversos contextos sociais.

O trabalho pedagógico proposto para as práticas de linguagem está

fundamentado nos pressupostos teóricos de alguns estudiosos que entendem a

linguagem como interação.

VYGOTSKY (1989) dedicou-se a estudos sobre a origem cultural das funções

superiores do ser humano, isto é, o funcionamento psicológico, a partir da interação social

e da relação linguagem-pensamento. Por isso, propõe que se estudem as mudanças

ocorridas no desenvolvimento mental, inserindo o indivíduo num determinado contexto

cultural, a partir da interação com os membros de seu grupo e de suas práticas sociais.

Para esse autor, a cultura é uma espécie de palco de negociações. Seus membros estão

em movimentação constante de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e

significados.

Nessa mesma direção, BAKHTIN (2003) afirma que os seres humanos

apreendem a realidade e a constroem na medida em que se relacionam com o outro,

atribuindo assim, sentido ao seu próprio viver, permeado pelo exercício efetivo da

linguagem. Esse autor propõe o confronto dos diversos discursos a partir de temáticas do

cotidiano, com ênfase na polifonia, dialogismo e polissemia. O primeiro constitui as

diversas vozes do discurso oral e escrito; o segundo, consiste na interação do “eu” com o

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“outro”; por último, a polissemia, que compreende os diferentes significados da palavra,

de acordo com a vivência sociocultural de cada sujeito.

As idéias de BAKHTIN e FREIRE (2004) convergem, no sentido de que a

prática pedagógica deve se dar numa relação dialógica, entre os sujeitos envolvidos no

processo ensino-aprendizagem. Para FREIRE, a relação pedagógica consiste no diálogo

entre educador e educando, como sujeitos mediatizados pelo mundo.

As propostas teóricas dos autores citados valorizam o processo interativo como

espaço de construção dos sentidos do texto, confrontando situações a partir do contexto

histórico, político, filosófico, social, entre outros.

Nessa perspectiva, GERALDI (2001, p. 41) identifica, historicamente, três

concepções de linguagem: como expressão do pensamento, destacada nos estudos

tradicionais; como instrumento de comunicação; como uma forma de interação humana.

A linguagem como interação propõe estudar as relações que se constituem

entre os sujeitos no momento em que falam, e não simplesmente estabelecer

classificações e dominar os tipos de sentenças. Portanto, o objeto de estudo da língua

deve ser o texto oral e escrito produzido nas diversas situações de interação social.

A partir desses pressupostos, Val (1993, p.3) estabelece como

propriedades do texto, a unidade sociocomunicativa – interação social e a unidade

semântica – em que a coerência é o fator responsável pela unidade formal e

material, ou seja, “pode-se definir texto ou discurso como ocorrência lingüística

falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa,

semântica ou formal”.

Essa autora afirma que, para o texto ser compreendido, precisa ser avaliado

sob três aspectos: o pragmático, que se pontua em situação informal e comunicativa; o

semântico, que depende da coerência; e o formal, que diz respeito à coesão.

Ainda de acordo com a autora, “a textualidade é o conjunto de características que

fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma seqüência de frases”

(VAL, 1993, p.5). Embasada em Beaugrande e Dressler, VAL relaciona sete fatores

responsáveis pela textualidade de um discurso qualquer: coerência, coesão,

intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e

intertextualidade.

Portanto, pode-se afirmar que o texto, em suas diferentes formas de

apresentação ou gêneros, se constrói no aspecto sociocomunicativo por meio dos

fatores pragmáticos funcionais, em constante interação entre os sujeitos.

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Os gêneros, segundo BAKHTIN (1997, p.179), são caracterizados pelo conteúdo

temático, pelo estilo e pela construção composicional, que numa esfera de

utilização apresentam tipos relativamente estáveis de enunciados, tais como o

conto, o relato, o texto de opinião, a entrevista, o artigo, o resumo, a receita, a

conta de luz, os manuais, entre outros. A escolha do gênero depende do contexto

imediato e, conseqüentemente, da finalidade a que se destina, dos destinatários e

do conteúdo.

O trabalho com a diversidade de gêneros textuais possibilita o confronto de

diferentes discursos sobre a mesma temática e ainda, permite uma metodologia

“interdisciplinar com atenção especial para o funcionamento da língua e para as

atividades culturais e sociais” (MARCUSCHI, 2005, p.18). Além disso, contribui para que o

educando perceba a organização e os elementos de construção dos diferentes gêneros

ou tipos textuais para que o educando possa reconhecer a finalidade, as características e

produzir textos, seja do tipo narrativo, descritivo, argumentativo ou expositivo, entre

outros.

A enunciação é dotada de tema e significação. O tema dá sentido na realização

da enunciação, uma vez que ele é determinado não só pelas formas lingüísticas, mas

também pelos elementos não verbais da situação. Segundo Bakhtin (1986, p. 132) “ toda

palavra usada na fala real possui não apenas tema e significação no sentido objetivo, de

conteúdo, desses termos, mas também um acento de valor ou apreciativo, isto é, quando

um conteúdo objetivo é expresso (dito ou escrito) pela fala viva, ele é sempre

acompanhado por um acento apreciativo determinado. Sem acento apreciativo não há

palavra”.

O tema e a significação indicam as particularidades de estilo e composição do

enunciado, esclarecendo a que gênero pertence o texto, se é composto por um ou por

diferentes tipos de discurso, considerando um acento de valor, ou seja, “convém discernir

igualmente o grau de firmeza ideológica, o grau de autoritarismo e de dogmatismo que

acompanha a apreensão do discurso” Bakhtin (1986, p.149). Nesse enfoque há que se

considerar o contexto de produção e o conteúdo temático que o sujeito utiliza para

produzir um texto, envolvendo os três mundos distintos, interiorizados por ele: o mundo

físico, o mundo social e o mundo subjetivo, Assim, o contexto de produção ou a situação

comunicativa exercem influências na forma como um texto se apresenta.

Ler um texto, nessa perspectiva, significa perceber o contexto histórico, social,

econômico, filosófico e político em que ele se insere, assim como a ideologia, a finalidade

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do texto, a posição do autor e o possível interlocutor, dentre outros elementos tais como a

escolha pela linguagem utilizada, os elementos gramaticais e seus efeitos na construção

do texto nos diferentes gêneros textuais nos momentos de reflexão sobre a língua.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A concepção assumida em Língua Portuguesa pressupõe ações pedagógicas

pautadas na construção do conhecimento de forma crítica, reflexiva, engajada na

realidade, de modo a privilegiar a relação teoria-prática, na busca da apreensão das

diferentes formas de apresentação do saber. Nesse sentido, a organização do

planejamento pedagógico pressupõe a reflexão sobre a linguagem a partir de temáticas

que exploram os diferentes gêneros discursivos e tipos de textos, com o objetivo de

analisar as práticas de linguagem, ou seja, leitura, análise lingüística e produção textual.

A prática de leitura pressupõe a análise de diferentes linguagens, seja na forma

verbal ou não verbal: iconográfica (imagens, desenhos, filmes, charges, outdoors, entre

outros), cinética (sonora, olfativa, tátil, visual e gustativa) e alfabética, nos diferentes

níveis.

Os diferentes níveis de leitura constituem-se num meio para identificar, nos

diversos gêneros, os elementos de construção do texto, localizar as informações

explícitas, subentender as implícitas, fazer ligação entre o conhecimento do educando e o

texto, bem como estabelecer relações intertextuais.

Os gêneros textuais apresentados aos educandos precisam contemplar as

possíveis situações de uso social da linguagem nas atividades propostas, tendo por

objetivo identificar a finalidade do texto, a posição assumida pelo autor, o contexto social,

político, histórico, econômico, filosófico, entre outros, com destaque para as variedades

lingüísticas, os mecanismos gramaticais e os lexicais na construção do texto.

Nesse contexto, salienta-se a importância de apreender os dados sobre o autor

(biografia), a fonte referencial (data, local, suporte de texto), além do interlocutor a quem

se destina o texto.

Os mecanismos gramaticais e lexicais não são estudados de forma

descontextualizada ou com a intenção da apropriação da metalinguagem, mas a partir do

texto para que o educando possa reconhecê-los como elementos de construção textual

dos gêneros estilísticos e do cotidiano, uma vez que o objetivo do ensino da língua é

orientar para o uso social da linguagem, de acordo com a norma padrão.

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Para isso, faz-se necessária a prática orientada da produção oral e escrita de

textos dos diferentes gêneros do discurso. O desenvolvimento dessa prática é importante

porque o texto do educando revela, além do conhecimento de mundo, os conteúdos

aprendidos e os que devem ser priorizados no planejamento do educador.

Para a seleção de conteúdos essenciais do Ensino Fundamental e Médio, bem

como para as práticas de linguagem , foram utilizados os seguintes critérios: o perfil do

educando da EJA; a diversidade cultural; a experiência social construída historicamente e

os conteúdos significativos a partir de atividades que facilitem a integração entre os

diferentes saberes. É importante destacar que embora os conteúdos sejam os mesmos

para os dois níveis de ensino, o que difere é o grau de complexidade dos textos

apresentados para a reflexão sobre a linguagem.

A avaliação precisa ser entendida como instrumento de compreensão do nível de

aprendizagem dos alunos em relação às práticas de linguagem: leitura, produção

de texto e análise lingüística, para que o educador possa reencaminhar seu

planejamento.

O processo avaliativo deve ser coerente com os objetivos propostos e com os

encaminhamentos metodológicos. Desse modo, a avaliação deve ser dialética, ou seja, o

educando confronta-se com o objeto do conhecimento, com participação ativa,

valorizando o fazer e o refletir. Sendo assim, o erro no processo ensino-aprendizagem

indica os conteúdos que devem ser retomados. Portanto, o trabalho com as práticas de

linguagem deve partir das necessidades dos educandos.

Para isso, é importante que o educador dê significado ao objeto do conhecimento,

lance desafios aos educandos, incentive os questionamentos e exerça a função de

mediador da aprendizagem, valorizando a interação.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Variedades lingüísticas

Norma culta, dialetos, gírias, regionalismos, outras formas de registros.

Funções da linguagem.

Linguagem verbal e não-verbal.

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Gêneros textuais ou discursivos

Elementos da construção dos diferentes gêneros discursivos e tipos de textos

(informativo, instrucional, poético, narrativo, carta, bilhete, sinopse, etc.)

Análise do discurso: linguagem, aspecto formal, finalidade, estilo, ideologia, posição

do autor, ideologia, contexto histórico, social, econômico, político, entre outros.

Elementos coesivos e coerência textual: unidade temática, elementos lógico-

discursivos, tese, organização dos parágrafos, contexto discursivo, interlocutor,

idéia central, seqüência lógica, progressão, retomada dos elementos coesivos,

título como elemento coesivo entre outros.

Discurso direto e indireto.

Recursos visuais, sonoros, olfativos, gráficos, etc.

Relações referenciais: elipse, repetição, sinais de pontuação.

Aspectos formais do texto: acentuação, pontuação, ortografia, paragrafação, título ,

legibilidade, aceitabilidade, entre outros.

Ambigüidade como recurso de construção do texto.

Ambigüidade como problema de construção do texto.

Informações explícitas, implícitas e intertextualidade.

Relações entre imagem e texto.

Elementos Gramaticais na construção do texto

Pontuação e seus efeitos de sentido na construção do texto: vírgula, ponto-e-vírgula,

ponto final, ponto de interrogação, exclamação, dois pontos, aspas, parênteses,

travessão, reticências, entre outros.

Emprego da crase na construção do texto.

Classes de palavras: substantivo, adjetivo, verbo, preposição, conjunção, artigo,

numeral, pronome, advérbio e interjeição na construção do texto.

Sujeito e predicado na construção do texto.

Vozes do verbo na construção do texto.

Adjunto adnominal e complemento adnominal na construção do texto.

Aposto e vocativo na construção do texto.

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Orações coordenadas, subordinadas, reduzidas e intercaladas na construção do

texto.

Concordância verbal e nominal na construção do texto.

Colocação pronominal na construção do texto.

Figuras de linguagem na construção do texto.

Formação de palavras: prefixo, sufixo, radical, derivação e composição.

Para o Ensino Ensino Médio devem ser acrescidos os seguintes conteúdos

de Literatura:

Arte literária e as outras artes.

História e literatura.

Os gêneros literários e os elementos/recursos que os compõem.

Periodização e estilos de época da literatura brasileira: O Quinhentismo brasileiro

(literatura de informação), Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo e

Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, vanguarda européias, Pré-Modernismo,

Modernismo, Pós-Modernismo.

Os períodos literários e a relação com o período histórico, as artes e o cotidiano.

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, Mikhail (In: VOLOSHINOV, V.N). Marxismo e filosofia da linguagem.

São Paulo: Hucitec, 1986.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da

Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão preliminar),

Curitiba, 2004.

FARACO, Carlos Alberto; CASTRO, Gilberto de. Por uma teoria lingüística que

fundamente o ensino de língua materna (ou de como apenas um pouquinho de

gramática nem sempre é bom). In: Educar, n.15, Curitiba: UFPR, 1999.

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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática

pedagógica educativa. 30. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

GERALDI, João Wanderlei (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2001.

MARCUSCHI, Luiz antônio. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e

circulação. In: KARWOSKI, Acir Mário; GAYDECKZKA, Beatriz; BRITO, Karim S.

(Orgs.) Gêneros textuais: reflexões e ensino. União da vitória: Gráfica Kaygangue,

2005.

VAL, Maria da Graça Costa. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes,

1993.

VYGOTSKI, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

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7.15 DISCIPLINA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA-ESPANHOL

1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

No Brasil, o ensino de línguas estrangeiras está vinculado à organização social

e histórica do país. No início da colonização, os jesuítas ensinavam latim às comunidades

indígenas com o propósito de dominação e expansão do catolicismo. De 1581 a 1640,

período em que se estabelecu a União Ibérica, os jesuítas foram considerados pelos

espanhóis um entrave para as demarcações territoriais, o que culminou com a expulsão

da Ordem dos territórios portugueses na América. A partir de 1759, foi constituído o

ensino régio no Brasil, o qual era garantido pelo Estado.

O ensino de línguas modernas ganhou reconhecimento com a chegada da

família real ao Brasil e a abertura dos portos ao comércio. A abordagem tradicional, que

tinha como método ensinar através da escrita e da gramática, durou desde a educação

jesuítica até o advento da Reforma Francisco Campos, a qual instituiu o Método Direto.

Neste, a língua materna perdia a função de mediadora no processo de aprendizagem, o

professor se comunicava exclusivamente em língua estrangeira durante as aulas.

No governo Vargas (1937), o francês apresentava pouca vantagem em relação

ao inglês. O espanhol começou a ser ensinado em detrimento ao alemão, o italiano e o

japonês por motivo da 2ª Guerra Mundial, e o latim permaneceu como língua clássica. A

língua espanhola foi valorizada como língua estrangeira porque representava um modelo

de patriotismo a ser seguido pelos estudantes e o respeito do povo espanhol às suas

tradições. A disciplina de língua estrangeira moderna deveria contribuir tanto para a

formação do aprendiz quanto para o acesso ao conhecimento e a reflexão sobre as

civilizações. Isso explica por que o Espanhol passou a ser permitido oficialmente para

compor o curso secundário, uma vez que a presença de imigrantes da Espanha era

restrita no Brasil.

Na década de 60, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº.4.024,

promulgada em 1961, determinou a retirada da obrigatoriedade do ensino de língua

estrangeira no colegial. Com a lei n. 5692/71 e sob a égide de um suposto nacionalismo,

o governo militar desobrigou a inclusão de línguas estrangeiras nos currículos de primeiro

e segundo graus, com o argumento de que a escola não deveria se prestar a ser a porta

de entrada de mecanismos de impregnação cultural estrangeira. Em 1996, a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº.9394 determinou a oferta obrigatória de pelo

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menos uma língua estrangeira moderna no Ensino Fundamental e que fosse incluída no

Ensino Médio. Em 5 de agosto de 2005, foi criada a lei nº. 11.161, que tornou obrigatória

a oferta de Língua Espanhola nos estabelecimentos de Ensino Médio.

Diante da obrigatoriedade da lei citada e tendo em vista os benefícios que irá

trazer ao desenvolvimento dos alunos, o CEEBJA Mandirituba, desejar implantar o

CELEM- Língua Espanhola - neste Estabelecimento de Ensino, pois a Língua Estrangeira

é tão importante como qualquer outra disciplina, pois permite ao estudante aproximar-se

de várias culturas, integrando-se num mundo globalizado e contribuindo para o acesso ao

conhecimento. Sendo assim, deve ser integrada e não isolada de outras disciplinas que

unam a área. Deve propiciar ao educando condições que lhe permitam ter acesso a

informações de vários tipos, que contribuam para sua formação geral enquanto cidadão,

além de ultrapassar as questões técnicas e instrumentais, bem como centrar-se na

educação, para que o aluno reflita e transforme a realidade que se lhe apresenta, é

preciso que entenda essa realidade, em seus processos sociais, políticos, econômicos,

tecnológicos e culturais e, inclusive, perceba que esta realidade é inacabada e está em

constante movimento e transformação.

O trabalho com a língua estrangeira moderna na escola deve ser entendido

como uma nova possibilidade de ver e entender o mundo e de construir significados, uma

vez que o conhecimento de uma língua estrangeira colabora para a elaboração da

consciência da própria identidade, contribuindo para a redução de desigualdades sociais

e faz com o que o aluno consiga perceber-se como um sujeito histórico e socialmente

constituído. O conhecimento de uma língua estrangeira, mostra outras culturas, outras

formas de encarar a realidade, fazendo com que os alunos passem a refletir mais sobre a

própria cultura, ampliando sua capacidade de analisar o seu entorno social com maior

profundidade, tendo condições de estabelecer vínculos, semelhanças e contrastes entre a

sua forma de ser, agir, pensar e sentir e a de outros povos, enriquecendo a sua

formação.

A língua estrangeira deve ser pensada de maneira abrangente, pois é o

vínculo de comunicação do povo, a qual transmite sua cultura, suas tradições, seus

conhecimentos. O objetivo do ensino da língua estrangeira moderna é o desenvolvimento

da capacidade de produzir, interpretar e compreender a leitura e a produção (oral, escrita

e visual) de diferentes gêneros textuais.

É preciso fazer da aula de língua estrangeira moderna um espaço para que o

aluno reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, oportunizando-o a

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engajar-se discursivamente e a perceber possibilidades de construção de significados em

relação ao mundo em que vive e também aconteça o resgate da função social e

educacional desta disciplina na Educação Básica.

2. CONTEÚDOS

Para o ensino e aprendizagem de Língua Estrangeira Moderna, concebe-se

o conteúdo estruturante que é o Discurso como prática social, bem como os conteúdos

básicos propostos nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica para LEM, que serão

trabalhados de forma dinâmica. O ponto de partida será o texto, verbal e não verbal, por

meio de leitura, de oralidade e de escrita que são as práticas que efetivam o discurso,

porém, os textos não são o bastante, é importante provocar reflexões e considerar o

contexto de uso e os seus interlocutores.

Os gêneros do discurso segundo Bakhtin (1952, p. 279), são definidos como

“tipos relativamente estáveis e heterogêneos de enunciados dentro de uma esfera de utilização

da língua” e ainda caracterizados por três elementos: o conteúdo temático, o estilo e a

construção composicional.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL

CONTEÚDOS BÁSICOS :

GÊNEROS DISCURSIVOS

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística, serão

adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais

de circulação. Caberá ao professor fazer a seleção de gêneros, nas diferentes esferas, de

acordo com o Projeto Político Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o

Plano Trabalho Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e

com o nível de complexidade adequado a cada uma das turmas.

LEITURA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Aceitabilidade do texto;

•Intertextualidade;

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• Informatividade;

•Elementos composicionais do gênero;

• Léxico;

• Repetição proposital de palavras;

•Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem.

ESCRITA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Informatividade;

•Elementos composicionais do gênero;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem;

•Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;

• Ortografia;

•Concordância Verbal/nominal.

ORALIDADE

• Tema do texto;

• Finalidade;

•Informatividade;

• Papel do locutor e interlocutor;

•Elementos extralinguísticos: entonação, expressão facial, corporal e gestual, pausas...;

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas;

•Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;

•Marcas linguísticas : coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos.

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3. METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Segundo as Diretrizes, a Língua Estrangeira tem como conteúdo estruturante o

discurso enquanto prática social, sendo assim o professor deverá embasar as práticas de

leitura, oralidade e escrita nos mais diversos gêneros textuais, verbais e não-verbais.

Esse trabalho utilizará atividades diversificadas, que priorizem o entendimento da

função e estrutura do texto em estudo, para só depois trabalhar os aspectos gramaticais

que o compõem. Assim, o ensino deixará “de priorizar a gramática para trabalhar com o

texto, sem, no entanto, abandoná-la.” (DCE, 2009, p. 63)

No que diz respeito à prática de oralidade, o professor deverá expor os alunos a

textos orais e/ou escritos com o intuito de levá-los a expressar ideias em Língua

Estrangeira, mesmo que com limitações, e ainda possibilitar que exercitem sons e

pronúncias desta língua. Com esse intuito, o professor pode direcionar debates orais,

seminários, dramatizações, júri simulado, declamações, entrevistas, etc.

Com relação à escrita, deverão ser apresentadas atividades de produção de texto

que assumam papel significativo para o aluno. Para que isso ocorra, o professor precisará

esclarecer qual o objetivo da produção, para quem se escreve, quais as situações reais

de uso do gênero textual em questão, ou seja, qualquer produção deve ter sempre um

objetivo claro, pré-determinado.

No trabalho com a leitura, as atividades desenvolvidas devem possibilitar ao aluno

um novo modo de ver a realidade; a leitura deverá ir além daquela compreensiva, linear,

para trazer-lhe um “novo modo de ver a realidade” (DCE, 2009, p. 66).

É importante ressaltar que os trabalhos com os aspectos gramaticais não serão

abandonados, no entanto passarão a ser vistos pela ótica da análise linguística, que não

considera a gramática fora do texto.

Em seu trabalho com as práticas discursivas descritas acima, o professor fará uso de

livros didáticos e paradidáticos, dicionários, revistas, jornais, vídeos, revistas, internet,

DVD, CD, TV multimídia, jogos etc., que servirão para ampliar o contato e a interação com

a língua e a cultura.

Considerando a flexibilidade dada pelo trabalho com os gêneros textuais, serão

trabalhados ainda temas como cultura afro-brasileira, cultura indígena, sexualidade,

drogas, meio-ambiente entre outros que possibilitem o estímulo do pensamento crítico do

aluno.

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4. AVALIAÇÃO

Segundo Luckesi (1995, apud DCE, 2009, p. 69), para que a avaliação assuma “o

seu verdadeiro papel, ela deve subsidiar a construção da aprendizagem bem-sucedida”,

deixando de ser um simples instrumento de mediação da apreensão de conteúdos.

Assim, o processo avaliativo deverá servir para reflexão acerca dos avanços e

dificuldades dos alunos e ainda, servirá como norteadora do trabalho do professor, que

poderá, a partir dele, identificar “identificar as dificuldades, planejar e propor outros

encaminhamentos que busquem superá- las.” (DCE, 2009, p. 71)

Para que isso se efetive, o professor deverá observar a participação do aluno, sua

interação verbal, o uso que este faz da língua durante as atividades propostas, bem como

a capacidade que ele demonstra para levantar hipóteses a respeito da organização

textual, para perceber a intencionalidade do texto e seu autor, etc. Sendo assim, a

avaliação será diagnóstica, somatória e cumulativa.

Ainda, ao avaliar o desempenho dos alunos, serão levados em consideração os

objetivos propostos no Regimento e no Projeto Político-Pedagógico da escola e serão

utilizados os seguintes instrumentos: provas, trabalhos orais e escritos (individuais e em

grupos), produção de textos orais e escritos que demonstram capacidade de articulação

entre teoria e prática. A recuperação para o aluno que não atingir resultado satisfatório se

dará por meio de recuperação de conteúdo. A expressão dos resultados desse processo

será feita conforme o previsto no Regimento Escolar deste estabelecimento, referente ao

sistema de avaliação.

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