caderno de processo do trabalhoii

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1 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Bibliografia: CLT do Valentin Carrion, Vagner Giglio (muito bom) Sérgio Pinto Martins (não é o melhor manual – tem posições muito específicas dele) Carlos Henrique Bezerra Leite (é o melhor) Prova: terá uma peça. Noções Gerais sobre a Disciplina I – Processo e Procedimento: Os tipos de processos existentes são o de conhecimento, o de execução e o de cautelar. Isso vale também para o processo do trabalho. O processo Civil fez uma junção da execução com o conhecimento, acoplando-se ao conhecimento, uma parte significativa (fase de cumprimento de sentença). Com a idéia de processo sincrético. No processo do trabalho sempre se teve essa idéia de processo sincrético. Dentro de uma reclamatória trabalhista temos tanto o aspecto de conhecimento, quanto execução, quanto cautelar e inclusive, aspectos de antecipação de tutela. Assim, essa grande novidade trazida para o processo civil, sempre esteve presente no processo do trabalho (simplicidade, sincretismo). Não se precisa de uma provocação nova para que o processo vá adiante. Reclamação: PI Juntada de documentos ... Para executar, sequer precisa de petição, ao contrário do Processo Civil.

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Page 1: Caderno de Processo Do TrabalhoII

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

Bibliografia: CLT do Valentin Carrion,

Vagner Giglio (muito bom)

Sérgio Pinto Martins (não é o melhor manual – tem posições muito específicas dele)

Carlos Henrique Bezerra Leite (é o melhor)

Prova: terá uma peça.

Noções Gerais sobre a Disciplina

I – Processo e Procedimento:

Os tipos de processos existentes são o de conhecimento, o de execução e o de cautelar. Isso vale também para o processo do trabalho.

O processo Civil fez uma junção da execução com o conhecimento, acoplando-se ao conhecimento, uma parte significativa (fase de cumprimento de sentença). Com a idéia de processo sincrético.

No processo do trabalho sempre se teve essa idéia de processo sincrético. Dentro de uma reclamatória trabalhista temos tanto o aspecto de conhecimento, quanto execução, quanto cautelar e inclusive, aspectos de antecipação de tutela. Assim, essa grande novidade trazida para o processo civil, sempre esteve presente no processo do trabalho (simplicidade, sincretismo).

Não se precisa de uma provocação nova para que o processo vá adiante.

Reclamação: PI Juntada de documentos ...

Para executar, sequer precisa de petição, ao contrário do Processo Civil.

O nosso Processo tem na sua essência a dinâmica de andamento natural, de ofício.

Procedimento:

Há o sumário - sumaríssimo, o ordinário e os especiais.

Procedimento comum: sumaríssimo e ordinário (o sumário é absorvido pelo sumaríssimo).

Ver lei 5584 de 1970 procedimento sumário para causas com até 2 salários mínimos

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Lei 9957/2000 incorporou à CLT o art. 852, com as suas letras. É a referência para o procedimento sumaríssimo até 40 salários mínimos, abrangendo o sumário. A idéia é de que o sumário foi abrangido pelo sumaríssimo. Assim, a maioria dos autores afirma que o sumário não existe mais, no exame de ordem sempre cai alguma coisa sobre o rito sumário.

O procedimento ordinário está regulado a partir do art. 763 da CLT. É o mais utilizado.

Procedimentos especiais no CPC estão no art. 890 e SS. Ex: ação de consignação em pagamento (cabe no processo do trabalho, mas só está previsto no CPC). A maior parte dos procedimentos especiais (depósito, entre outros) previstos no CPC estarão presentes no Processo do Trabalho.

II – Autonomia X Subsidiariedade:

Ler texto do professor.

O art. 769 da CLT diz que, nos casos omissos, o direito processual comum será fonte ao processo do trabalho, exceto o que for incompatível. Assim, a CLT não é suficiente no processo do trabalho, assim teremos que buscar no Processo Civil esse suporte.

Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.

Alguns autores afirmam que, nas omissões por princípio da CLT, não deve ser buscado no CPC para não complicar.

Deve ser compatibilizado com princípios do Direito do Trabalho. Ex: princípio da proteção é ou não aplicado no direito processual? Será visto adiante.

Art. 8º da CLT é uma regra de comunicação tudo que for possível trazer do Direito Civil ao Direito do Trabalho será trazido.

Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.

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Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste.

Art. 889 da CLT comunica o sistema de execução (remete a lei 6830 – lei dos executivos fiscais). É também uma forma de comunicação.

Art. 889 - Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.

Autonomia propriamente dita, nenhum ramo tem, todos são interligados, deve-se buscar os princípios e buscar a subsidiariedade quando necessária.

III – Condições da Ação:

Legitimidade “ad causam”;

Interesse de agir;

Possibilidade jurídica do pedido;

Isso se aplica ao processo do trabalho.

No processo civil, se eu discuto se a parte é legítima para propor ou contestar essa ação, e eu entendo que ela é ilegítima, há a extinção da ação sem julgamento de mérito por carência de ação. No processo do trabalho, a maioria dos juízes não aplica isso. O Buzaid é quem traz a teoria das condições da ação no CPC.

Após entendeu-se que possibilidade e legitimidade entravam no exame de mérito. Assim, se entende que não há vínculo empregatício, extingue-se o processo com julgamento do mérito. A CLT não entra nessa discussão. A base da CLT é de 1939. O CPC influencia a CLT em certos limites.

Legitimidade ad causam: a relação processual deve reproduzir a relação material. Quem deve estar legitimado para estar em juízo, como regra, são os sujeitos da relação material. Quando se diz que tem uma relação material de emprego, eu seria parte legítima para estar na ação. O que se pode dizer é que a relação material não é empregatícia, mas de outra natureza.

Possibilidade Jurídica do Pedido: antes se dizia que era a possibilidade de, no ordenamento jurídico, ter uma previsão legal para aquela postulação em juízo. Evoluiu para o sentido de que, para haver a impossibilidade jurídica, deve haver um veto para aquela situação. Como o nosso ordenamento é aberto, não se pode dizer que não se tem previsão legal.

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Interesse de agir: é tudo aquilo que eu não puder fazer por meios próprios, e que se tem que buscar pelo judiciário. Ex: falta grave do empregado (a empresa pode demitir sem ir ao judiciário, salvo se ele estiver estável). Se precisar fazer de uma maneira forçada, deverá ser feito através do judiciário. Às vezes é entendida como a única condição necessária para uma ação (reclamatória ou reclamação trabalhista).

Reclamação = Reclamatória

Reclamação é o processo, que envolve vários pedidos e cada pedido corresponde a uma ação. No direito do trabalho, há um acúmulo de ações dentro do mesmo processo.

A base da reclamação é a cumulação objetiva (vários pedidos dentro da mesma reclamação). Quando o juiz dará sua sentença analisando cada um dos pedidos.

Cumulação subjetiva: há mais de um reclamante ou mais de uma reclamada. Analisa-se a subjetividade e a responsabilidade de cada uma das empresas, solidárias ou subsidiárias.

O direito do trabalho proporciona que o empregador, de uma forma mínima, pré-constitua a prova, inclusive a lei, às vezes, o obriga a fazê-lo.

O processo é a forma civilizada de resolver o conflito.

IV- Pressupostos Processuais:

Se analisa tanto na sentença, quanto no processo inteiro. Defesa indireta é tudo que ataca o processo.

a) Subjetivos:AA) Juiz: o juiz deve ter competência para julgar. Aqui há a competência absoluta; isso significa uma análise em razão da matéria. Se for incompetência relativa (ex. em razão do lugar), daí se utilizará a exceção de incompetência (só quando for relativa).A incompetência absoluta deverá ser feita por preliminar de mérito.A defesa se faz por meio de exceções, contestações e reconvenções.BB) Partes: tem a ver com a legitimidade “ad processum”: é a legitimidade para estar nesse processo (se o sujeito tem capacidade – é maior -, se não sendo maior, está adequadamente representado).Jus postulandi da parte (ao contrário do processo civil, que é do advogado). Contudo o processo flui muito melhor com advogado.Possibilidade de eventual cumulação passiva/ ativa. Na reclamatória com vários reclamantes é plúrima (arts. 842 e 843 da CLT). Temos limites para a cumulação plúrima? A resposta está no art. 842.

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Art. 842 - Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acumuladas num só processo, se se tratar de empregados da mesma empresa ou estabelecimento.Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria. (Redação dada pela Lei nº 6.667, de 3.7.1979) § 1º - É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente. § 2º - Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.A cumulação passiva ocorre quando houver vários reclamados, que poderão ser responsabilidade subsidiária ou solidária.

b) ObjetivosAA) Pedidos: quando o pedido for mal elaborado, há a inépcia da inicial. Ou seja: em relação a esse pedido não há como haver defesa e posterior análise. Coisa julgada pode ser alegada;Litispendência; exclusão por outro processo com as mesmas partes e mesmo pedidos.Tudo que estiver a ver com os pedidos, será analisado aqui.

Prejudicial de Mérito: são questões de mérito, nada a ver com os pressupostos.Compensação: deve ter a mesma natureza de parcela para haver a compensação, tendo como resultado a extinção parcial ou total da obrigação.Retenção: é a situação clássica do hóspede que não paga. De forma rara, pode acontecer no Direito Processual do Trabalho. A retenção se faz em termos de patrimônio, de maneira a viabilizar a questão do crédito alheio. É remotíssima essa hipótese.Prescrição:

Aula que vem: princípios.

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14 de março de 2011

1. Princípios:a) Princípios e Regras = Normas: O sistema normativo brasileiro

utiliza tanto de princípios quanto de regras. O princípio é mais abstrato, mais flexível, se molda à aplicação concreta de forma mais ampla, o princípio convive com outro, ao passo que a regra é mais dura, não convive com outra regra. Uma regra elimina a outra em relação à especificidade e a natureza dessa regra. Regra mais nova revoga a mais antiga naquilo que for compatível.

b) Funções: B1) Informativa: a função informativa é aquela que inspira, motiva o legislador para a formulação de uma regra ou para normatizar um princípio, ela é pré-jurídica. Seriam os princípios básicos: lógico, econômico, ultrapassam o aspecto jurídico.B2) Interpretativa: auxilia o aplicador da lei, bem como o destinatário dessa aplicação. Uma regra processual é interpretada pelo destinatário e pelo operador do direito.B3) Normativa: o princípio está posto na lei, está expresso na lei. A nossa CF, por exemplo, é muito forte nessa estrutura principiológica. Os primeiros arts. da CF nos diz o que significa a nossa sociedade, nosso estado. A base do direito está justamente na contraposição ao poder. O direito serve para estabelecer os limites ao poder. Essa característica vem muito mais do direito anglo-saxônico do que o romano (que é a nossa tradição).

c) Princípios Fundamentais: são princípios que estão basicamente na CFC1) Igualdade – 1º, 3º, 5º, CF: o Processo do Trabalho adota a igualdade processual entre as partes? A relação material é desigual. No processo, a base é a igualdade, a exceção seria o tratamento desigual. Ex: prazo recursal é o mesmo para ambas as partes. O que mudará são as situações específicas em lei que excepcionará a igualdade, para que tornem iguais.Ex: se o trabalhador não aparece na audiência única, foi intimado sob a pena do art. 844 da CLT.Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato. Parágrafo único - Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, designando nova audiência.

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Absolvição de instância: se não aparecesse, extingue-se o processo (arquiva-se), mas pode iniciar outro. No outro dia pode iniciar nova ação. Se o trabalhador entrou com o processo inicial no último dia da prescrição, interrompe-se a prescrição, passando-se a contar o prazo integral da prescrição de novo. Assim, pode ajuizar 6 meses depois do primeiro processo, que mesmo assim não tem problema.Decorre a revelia se o empregador, por sua vez não aparece. Que é a falta de defesa, instado a se defender, o réu não o faz. No processo do trabalho, o conceito muda: é a ausência da parte à audiência inicial, que é o momento em que é produzida a defesa.PT revelia: ausência à audiência inicial. E é nesse momento que se deve ser apresentada a defesa além das provas.Presunção ficta de veracidade.Há o chamado jus postulandi da parte. Se o reclamado não tiver advogado, pode fazer acordo. Se disser que não tem nada a declarar não é revel, mas os efeitos são os mesmos, pois não se opôs a tese da inicial. O jus postulandi, consoante o art. 791, é dos dois.Às vezes um tratamento desigual é que leva à igualdade.Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. § 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. § 2º - Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado.C2) Contraditório – 5º LV, CF: existente no DPT. O contraditório é a possibilidade de a outra parte se manifestar principalmente quanto a aspectos relacionados a documentos. Sempre o juiz tem que dar vista a outra parte. Há no DPT a chamada réplica? Não, o advogado não tem que falar nada da defesa, apenas do documento juntado pela defesa.Se não impugnar a documentação apresentada, ela é tida por verdadeira, depois não adianta trazer testemunha.A prova que deve ser produzida pela parte são os recibos e os controles de entrada.Se não impugnar, o juiz poderá entender que estão corretos esses pagamentos.A idéia do contraditório é de utilidade, ou seja, dá oportunidade a outra parte quanto a um documento ou coisa do gênero.

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Sempre que uma parte recorre, o juiz concede o prazo legal para contrarrazões e a parte pode ou não contrarrazoar. Se não contrarrazoar, o tribunal analisará da mesma forma.A reforma será feito no limite do que está sendo feito. O tribunal não pode extrapolar os limites da lide posto no processo.C3) Ampla Defesa – 5, LV: às vezes a defesa é apenas para não incidir o 457. Às vezes é apenas para gerar uma controvérsia falsa. A idéia desse princípio é possibilitar às partes a produção de uma defesa ampla.Limite: momento processual adequado para apresentação da defesa.TST: implacável quanto à presença de audiência para apresentação da defesa. Intolerância quanto ao horário. Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953) § 1º - Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953) § 2º - Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam de 50% (cinqüenta por cento) do salário percebido pelo empregado. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953) § 3º - Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também aquela que fôr cobrada pela emprêsa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer título, e destinada a distribuição aos empregados. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)C4) Imparcialidade – 95, CF: Há imparcialidade no CPT: a parcialidade é a atitude consciente do juiz no sentido de se posicionar a favor de um ou de outro. Não se pode confundir com a neutralidade. Se diz que neutralidade não existe, pois há formação pessoal, acadêmica que te conduz a determinadas interpretação. No DT não há de fato neutralidade, pois tende-se a proteger ideologicamente o trabalho. Isso não é ser parcial.C5) Motivação das Decisões – 93, IX, CF: uma sentença vale pela sua autoridade fundamentada ou deve convencer alguém de que essa sentença está correta? Essa segunda hipótese nunca vai ocorrer, pois a parte sempre acha que tem razão. Quem perde no processo, sempre acha que estará injustiçado.Essa decisão vale pela autoridade dela de expressão estatal. Deve ser motivada, fundamentada.

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A motivação da decisão serve para dar possibilidade à parte que não se conforma a recorrer. C6) Devido Processo Legal/ Juiz Natural / Duplo Grau de Jurisdição – 5º, LIV, CF: o devido processo legal é ter regras previsíveis, não se pode ter cartas na manga. O processo tem uma seqüência, uma estrutura previsível. Há momentos adequados para a produção de determinados atos. O suporte disso é a idéia de juiz natural: não pode haver juízo de exceção, não se pode escolher um juiz para julgar aquele processo, há regras de competência previamente estipuladas. Não pode haver avocação de processo.Duplo Grau de Jurisdição: não é um princípio isolado, até porque alguns processos/ procedimentos não comportariam esse duplo grau de jurisdição.Procedimento sumário: até 2 salários mínimos: ele não exige qualquer registro do aspecto fático discutido no processo. O recurso nesse processo está limitado à matéria de direito. A idéia de duplo grau de jurisdição está na possibilidade de discussão ampla (fato e direito) da decisão proferida.Os tribunais superiores não estão na idéia de duplo-grau de jurisdição, mas graus especiais, extraordinários e os processos não têm necessariamente acesso. A idéia de duplo-grau de jurisdição é de mais uma vez.C7) Indeclinabilidade da Jurisdição – 5º XXXV, CF: nenhuma ameaça ou ofensa a direitos escapará da apreciação do judiciário. Às vezes há algumas exigências processuais que colocam em xeque essa questão de indeclinabilidade. No DPT há as Comissões de Conciliação Prévia, que começaram como solução extrajudicial de conciliação de conflitos. Todas as coisas extrajudiciais acabam afastando a indeclinabilidade da jurisdição. Art. 625-A, letra D diz que é obrigatória a passagem por essas comissões em alguns casos. Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho. Parágrafo único. As Comissões referidas no caput deste artigo poderão ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráter intersindical. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)

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§ 1º A demanda será formulada por escrito ou reduzida a tempo por qualquer dos membros da Comissão, sendo entregue cópia datada e assinada pelo membro aos interessados. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) § 2º Não prosperando a conciliação, será fornecida ao empregado e ao empregador declaração da tentativa conciliatória frustada com a descrição de seu objeto, firmada pelos membros da Comissão, que devera ser juntada à eventual reclamação trabalhista. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) § 3º Em caso de motivo relevante que impossibilite a observância do procedimento previsto no caput deste artigo, será a circunstância declarada na petição da ação intentada perante a Justiça do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) § 4º Caso exista, na mesma localidade e para a mesma categoria, Comissão de empresa e Comissão sindical, o interessado optará por uma delas submeter a sua demanda, sendo competente aquela que primeiro conhecer do pedido. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)No direito coletivo se criam direitos, daí pode a exigência de prévia arbitragem, por exemplo. Aqui não há uma jurisdição propriamente dita, não há direito ofendido, se busca a criação de direitos, só há interesses em pauta. Juízo arbitral pode em processos individuais do trabalho? Não. No processo coletivo do trabalho pode.O problema do laudo arbitral é a irrecorribilidade dessa decisão.A jurisdição deve ser exercida de uma forma indeclinável.C8) Razoável Duração do Processo – 5º LXXVIII, CF: é a grande solução do constitucionalismo. O que é uma razoável duração? Depende do tipo de processo. Acaba desvalorizando a nossa constituição colocar coisas que não possa ser implementado é complicado. Há certo caráter demagógico. Isso depende muito mais da implementação material do que constar.

d) Princípios Comuns ao Processo Civil e ao Processo do Trabalho: são princípios comuns ao PC e ao PT.

12/03/12

D1) Dispositivo – Art. 2º do CPC: é o mesmo que o da demanda, que significa que a jurisdição só existe mediante provocação. No DPT essa é a regra, mas comporta exceções.No art. 856, CLT, que fala sobre dissídios coletivos isto aqui não vale mais, pois superado pelo art. 114, §2º e 3º da CLT, pois essa instância instaurada (ajuizamento do dissídio) se faz por sindicato,

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antes, o presidente do tribunal instaurava, hoje não pode mais. O MPT pode propor dissídio coletivo apenas quando houver greve em atividade essencial. Art. 856 - A instância será instaurada mediante representação escrita ao Presidente do Tribunal. Poderá ser também instaurada por iniciativa do presidente, ou, ainda, a requerimento da Procuradoria da Justiça do Trabalho, sempre que ocorrer suspensão do trabalho.Fora disso, quem tem que propor essa ação será sindicato.Outra hipótese que tínhamos como exceção ao princípio dispositivo estava no art. 39 da CLT, que dizia que se houvesse uma reclamação trabalhista, e o reclamante postulasse reconhecimento de vínculo de emprego e não postula anotação na CTPS, o juiz pode determinar isso mesmo sem haver um pedido. Aqui não há exceção ao princípio do dispositivo, o que há é uma ultrapetição, que é uma espécie de princípio explícito. O processo do trabalho também adota o princípio dispositivo/ demanda, ou seja, age mediante provocação das partes. Art. 39 - Verificando-se que as alegações feitas pelo reclamado versam sôbre a não existência de relação de emprêgo ou sendo impossível verificar essa condição pelos meios administrativos, será o processo encaminhado a Justiça do Trabalho ficando, nesse caso, sobrestado o julgamento do auto de infração que houver sido lavrado. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) § 1º - Se não houver acôrdo, a Junta de Conciliação e Julgamento, em sua sentença ordenará que a Secretaria efetue as devidas anotações uma vez transitada em julgado, e faça a comunicação à autoridade competente para o fim de aplicar a multa cabível. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) § 2º - Igual procedimento observar-se-á no caso de processo trabalhista de qualquer natureza, quando fôr verificada a falta de anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social, devendo o Juiz, nesta hipótese, mandar proceder, desde logo, àquelas sôbre as quais não houver controvérsia. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)O processo civil é naturalmente dispositivo, mas não deixa de ter conotação inquisitivo.D2) Inquisitivo/ Impulso Oficial – 262, 267, II, III, CPC e 765, CLT: começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial. Art. 765, CLT ampla liberdade na direção do processo comparável ao 129 e 130 do CPC. O comando, direção do processo é do juiz.É a obrigação de o juiz dirigir o processo. No momento em que o juiz deixa uma parte ou outra dirigir o processo, ele está se desigualando.

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As audiências processuais são ambientes de disputa de poder. Se o juiz não exerce esse poder uma parte/ advogado o fará, e isso desequilibrará o processo.Art. 765 - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.Art. 129. Convencendo-se, pelas circunstâncias da causa, de que autor e réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim proibido por lei, o juiz proferirá sentença que obste aos objetivos das partes. Art. 130. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias.D3) Instrumentalidade – 154 e 244 do CPC: o art. 154 se aplica tranquilamente ao processo do trabalho, que tem como base a simplificação dos atos processuais. O art. 244 trata das nulidades (instrumentalidade do processo). Nos arts. 794 a 798 trata-se da mesma questão. Deve-se sobrepor a finalidade do processo do que a forma.Art. 154. Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade essencial. Parágrafo único. Os tribunais, no âmbito da respectiva jurisdição, poderão disciplinar a prática e a comunicação oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP - Brasil. (Incluído pela Lei nº 11.280, de 2006) § 2o Todos os atos e termos do processo podem ser produzidos, transmitidos, armazenados e assinados por meio eletrônico, na forma da lei. (Incluído pela Lei nº 11.419, de 2006). Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, Ihe alcançar a finalidade. Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes. Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.

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§ 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios. § 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua decisão. Art. 796 - A nulidade não será pronunciada: a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato; b) quando argüida por quem lhe tiver dado causa. Art. 797 - O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende. Art. 798 - A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam conseqüência.D4) Impugnação Específica – 302 do CPC: art. 302 do CPC impõe a quem contesta, manifestar-se contra todos os pedidos do autor na inicial. Isso se aplica ao processo do trabalho.Quando se tem advogado atuando no processo, se aplica o 303, pois é uma regra técnica.Quando não há advogado, não se pode ser tão rigoroso quanto a isso.Uma situação não impugnada passa a categoria de fato incontroverso, que não dependerá de prova.Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo: I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão; II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato; III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público. Art. 303. Depois da contestação, só é lícito deduzir novas alegações quando: I - relativas a direito superveniente; II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo.D5) Estabilidade da Lide – 41 e 294 do CPC: tem-se dois tipos de estabilidade da lide: uma subjetiva e outra objetiva.A estabilidade subjetiva da lide é saber quem são as partes e os litigantes no processo. Pode-se ter uma alteração nessa estrutura

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com intervenções de terceiros. Mas essa estabilidade se dá na audiência principal, com a defesa.A audiência inicial também estabiliza objetivamente. Após a contestação, só se pode pedir outra coisa mediante ação própria.No processo do trabalho, há a possibilidade de pedir outra coisa por dependência.No processo civil, se estabiliza a parte objetiva (art. 219 do CPC), com a citação válida. Com a citação, se estabiliza a lide. No processo do trabalho só se estabiliza na audiência. Não basta a notificação (equivalente à citação no processo civil).A audiência é o momento que se efetua a relação processual propriamente dita. A notificação é feita administrativamente, o juiz não despacha o recebimento da inicial. No trabalho não há o recebimento da inicial, o sistema funciona por si só.Na audiência pode-se aditar a inicial e pedir mais coisas, pois não foi feito ainda o aperfeiçoamento dessa ação.A inépcia da inicial é quando se tem os pedidos e não tem os fundamentos. Se não tem o pedido, o reclamado não precisa falar nada. Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)D6) Eventualidade – 300, CPC: art. 300 do CPC: na inicial não precisa dizer as provas que se produzirá, mas tanto na defesa, quanto na contestação, deve-se alegar todos os fatos possível. Ex: pedido de reconhecimento de vínculo empregatício. Desse vínculo decorrem efeitos, horas-extras. Não se pode contestar apenas a inexistência de vínculo, tem que contestar tudo, pois se o reclamado ganhasse o vínculo, ganhava tudo.Alega-se tudo.No art. 301 em diante tem todos os meios de defesa indireta, é contra o processo e não contra direitos.Art. 300. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.D7) Preclusão – 795, 879, §2º, CLT: -Consumativa: art. 795 da CLT: as partes deverão argüir no primeiro momento em que puder. É uma matéria eminentemente processual. Exceto à coisa julgada (preclusão máxima), o resto é tudo processual. Protesto anti-preclusivo é a manifestação da parte contra uma decisão do juiz, do qual não caiba recurso previsto.

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Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. § 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios. § 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua decisão.Ex: reclamado traz testemunha e juiz se nega a ouvi-lo. No DPT não seria agravo de instrumento, daí se utiliza dessa expressão que a jurisprudência e a doutrina criaram do protesto anti-preclusivo. Não precisa fundamentar o protesto. Ele só cumpre com a finalidade não preclusiva. O momento é o imediatamente posterior ao indeferimento. No caso, seria na própria audiência.Processo é um andar para frente. As coisas vão se consumando em momentos próprios.Art. 879, §2º da CLT pena de preclusão, na verdade é um ônus.Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos. (Redação dada pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954) § 2º - Elaborada a conta e tornada líquida, o Juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo de 10 (dez) dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão. (Incluído pela Lei nº 8.432, 11.6.1992)-Lógica: -Temporal -Ordinária-Máxima-Pró-judicato (para o juiz)D8) Economia Processual: todo sistema se conduz pra isso. Idéia de utilidade para o processo, procura-se um resultado mais adequado e mais rápido. A cumulação subjetiva será que significa uma economia processual? Depende da situação, se forem realmente semelhante melhora, senão, não.Em termos práticos devemos estar atentos se a cumulação vale a pena (ex: em termos de testemunhas não serão para cada reclamante, mas 3 para todos).D9) Perpetuação da Jurisdição – art. 87 do CPC: a competência é definida pelo art. 87 determinação da competência no momento em que é proposta, exceto se trocar competência em relação à matéria ou à hierarquia. Isso começou com a EC45 que trouxe para a

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justiça do trabalho competência por danos materiais ou morais em relação a acidentes do trabalho. Os processos que estavam correndo na justiça comum se tivessem ao menos decisão de 1º grau ficavam na justiça comum. Os que não tinham decisão vinham para a justiça do trabalho.D10) Ônus da Prova – 818, CLT e 333, CPC: a prova das alegações incube às partes que a fizer (818), 333 fatos constitutivos (autor), fatos impeditivos, modificativos e extintivos (réu).A discussão é se aplica o 333 ou 818. Prevaleceu o 333, pois ele é posterior e mais técnico. Senão, todos deveriam provar tudo. A distribuição do ônus da prova é um aspecto de racionalidade. Por isso, se adota o 333 e o autor deve provar os fatos constitutivos e o reclamado os extintivos, modificativos e extintivos. Art. 333. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Parágrafo único. É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando: I - recair sobre direito indisponível da parte; II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.Art. 818 - A prova das alegações incumbe à parte que as fizer.Exceção: inversão do ônus da prova as inversões são aquelas previstas em lei. No art. 74, §2º, p. ex, diz que o empregador que tiver mais de 10 empregados deverá realizar controle expresso. Quem deverá comprovar é a empresa.A desqualificação do vínculo de emprego (ex: para autônomo), quem deve comprovar é o empregador. Art. 74 - O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma. § 2º - Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) D11) Oralidade: 840, 846, 847, CLT, 852, letras, CLT. A oralidade é mais procedimental do que processual em si. É no sentido de prevalência.

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O processo terá escritos para maior segurança. No futuro, os escritos não serão físicos, mas eletrônicos. Na JT isso demora mais que na JF, pois tem um aspecto probatório grande.A oralidade está muito presente no PT. A oralidade tem a ver com a relação dos advogados com o juiz, juiz e partes e advogados com as partes de forma imediata, presencial.Há um contato físico bem mais amplo do que o procedimento escrito (petições e mais petições). É por isso que temos mais audiências do que outro ramos do Direito. O Processo Civil é mais objetivo e mais técnico, ao passo que no PT fica-se mais na audiência (exceção: direito de família e direito penal).Isso está no art. 840, CLT. Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior. Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria. (Redação dada pela Lei nº 6.667, de 3.7.1979) § 1º - É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente. § 2º - Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato. Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. (Redação dada pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995) § 1º - Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos litigantes, consignando-se o prazo e demais condições para seu cumprimento. (Incluído pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995) § 2º - Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser estabelecida a de ficar a parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer integralmente o pedido ou pagar uma

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indenização convencionada, sem prejuízo do cumprimento do acordo. (Incluído pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995) Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.(Redação dada pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995)Essa oralidade exigia que o advogado lesse a inicial e se houvesse defesa escrita, também deveria ser lida. Hoje não é mais assim.852- letras trata do procedimento sumaríssimo, com audiência una, em que a maioria das coisas são resolvidas aqui.

- Imediação: A imediação ou imediatidade é o contato direto do juiz com as provas e com as partes. Quem colhe a prova judicial é o juiz.Mesmo em cartas precatórias, a figura do juiz estará presente.A prova pré-constituída são apenas as necessárias à relação material, e não ao processo propriamente dito.Essa prova mesmo da relação material se submete ao crivo do poder judiciário.- Identidade Física do Juiz: juiz natural é o juiz cujo sistema o coloca para julgar determinadas coisas. Identidade física do juiz é que o juiz que colheu a prova é vinculado ao julgamento. É a vinculação do juiz ao processo que colheu a prova e que instruiu.No PT, era para existir a identidade física do juiz, mas a súmula 136 do TST diz que não se aplica às varas do trabalho. Essa súmula é anterior a mudança da justiça do trabalho em 1998 (até aqui tinham as juntas de conciliação um juiz togado e dois juízes classistas). Essa súmula vem dessa situação. Se tinha uma junta não poderia haver identidade física do juiz. Isso passou batido, e a redação da súmula apenas adequou a questão da junta para a da vara.Isso ofende a identidade física do juiz e do juiz natural.Sempre é diferente produzir sentença em um processo que não se instruiu.Ofende o princípio do juiz natural (idéia mais ampla, de estrutura), pois tira do juiz em que naturalmente o processo estava com jurisdição para essa vara e passará para outro juiz (normalmente substituto).Os tribunais chamam isso de gestão do processo política judiciária.A súmula lamentavelmente é respeitada, o que não é respeitada é a lei.- Concentração: o subprincípio da concentração (846 e 847, CLT revelam bem isso nessa audiência deve haver tudo). É a concentração dos atos processuais.

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O art. 852, CLTArt. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) Decide-se de plano tudo que aconteça nessa audiência. No procedimento ordinário, pode haver um adiamento desta audiência.Quando o processo tem algum problema, o JT coloca em pauta (no cível é o contrário).

D12) Lealdade Processual – 16/18 e 599/ 601, CPC. A necessidade de lealdade processual é tão óbvia que a CLT nem se preocupou com isso.O CPC já se preocupa com isso.16 a 18 do CPC litigância de má-fé conseqüência: possibilidade da pena de litigância de má-fé. Art. 16. Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou interveniente. Art. 17. Reputa-se litigante de má-fé aquele que: (Redação dada pela Lei nº 6.771, de 1980) I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; (Redação dada pela Lei nº 6.771, de 1980) II - alterar a verdade dos fatos; (Redação dada pela Lei nº 6.771, de 1980) III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; (Redação dada pela Lei nº 6.771, de 1980) IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; (Redação dada pela Lei nº 6.771, de 1980) V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; (Redação dada pela Lei nº 6.771, de 1980) Vl - provocar incidentes manifestamente infundados. (Redação dada pela Lei nº 6.771, de 1980) VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. (Incluído pela Lei nº 9.668, de 1998) Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que efetuou. (Redação dada pela Lei nº 9.668, de 1998)

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§ 1o Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção do seu respectivo interesse na causa, ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. § 2o O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em quantia não superior a 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, ou liquidado por arbitramento. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 1994)Hoje se fala em assédio processual, gerando um dano processual é derivado da falta processual. Se isso ficar comprovado, pode-se aplicar uma indenização por dano processual.Isso acontece no processo de conhecimento e também no processo de execução (fases).O PT desde sempre foi sincrético, nunca teve processo de execução.Pode-se aplicar sanção processual no conhecimento (trânsito em julgado), mas no processo de execução, ele não muda sua conduta e pratica atos para procrastinar a execução. Lá, pelo art. 599, o juiz poderá advertir a parte e sancionar pelo 601 uma penalidade (multa). Art. 599. O juiz pode, em qualquer momento do processo:(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) I - ordenar o comparecimento das partes;(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) II - advertir ao devedor que o seu procedimento constitui ato atentatório à dignidade da justiça. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) Art. 600. Considera-se atentatório à dignidade da Justiça o ato do executado que: (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). I - frauda a execução; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) III - resiste injustificadamente às ordens judiciais; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) IV - intimado, não indica ao juiz, em 5 (cinco) dias, quais são e onde se encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores. (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). Art. 601. Nos casos previstos no artigo anterior, o devedor incidirá em multa fixada pelo juiz, em montante não superior a 20% (vinte por cento) do valor atualizado do débito em execução, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material, multa essa que reverterá em proveito do credor, exigível na própria execução.(Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994) Parágrafo único. O juiz relevará a pena, se o devedor se comprometer a não mais praticar qualquer dos atos definidos no

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artigo antecedente e der fiador idôneo, que responda ao credor pela dívida principal, juros, despesas e honorários advocatícios. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)O TRT-4 acaba quase sempre retirando a multa.

e) Princípios Peculiares (específicos)

E1) Proteção: é caro ao direito material. É um princípio forte no direito material. Isso se transfere ao PT? Sim, a maioria dos doutrinadores diz que o PT deve levar em conta o princípio protetivo em razão que ele busca instrumentalizar um direito material protetivo.

O art. 844 da CLT trata de uma forma diferente a ausência do trabalhador e do empregador. Se o empregado faltar, extingue-se o processo sem resolução de mérito, se faltar o empregador segue a revelia (confissão) exemplo.

Não pode o juiz, a certa altura, se posicionar de maneira a proteger o trabalhador quando isso não tem previsão legal.

E2) Finalidade Social: O professor não concorda com o Bezerra Leite. Ainda que o PT coloque em proteção os núcleos de direitos sociais (trabalhista), não é apenas o PT que faz isso. Ex: Justiça comum no direito à saúde. O professor acha que todos os processos teriam, como no Processo Civil e Processo Penal.

E3) Verdade Real: o professor critica esse princípio. O PT busca a verdade real (art. 765, CLT autoriza o juiz a tomar providências para esclarecer o processo). Contudo, o 129, 130 do CPC vão no mesmo caminho. Este 765, CLT é mais perto da idéia de ordem/ de comando do processo o juiz é responsável pelo andamento do processo e por isso o 765 dá esse tratamento, e não pela busca da verdade real.

Essa noção de verdade real veio em razão da idéia de que o processo é formalista isso é contraditório. Ex: o PP busca a verdade real, contudo é um dos processos mais formalista que tem.

A verdade real é apenas para que o juiz decida com mais convicção.

Não se pode extrapolar os ônus das partes.

Essa verdade real existe?

O que existe são versões.

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E4) Indisponibilidade: no PT, seria um desdobramento do princípio da irrenunciabilidade/ indisponibilidade do Direito Material. Se no DM não se pode renunciar, no PT não se poderia renunciar. Pode um juiz não homologar um acordo? Sim, mas deve-se fundamentar.

O Juiz não homologa quando o valor é aviltante ou quando verifica que o acordo seria uma espécie de conluio.

A idéia de indisponibilidade tanto no DM quanto no processo estão perdendo um pouco de força no DM, a doutrina pretende um núcleo de direitos irrenunciáveis e outro não.

No PT, o empregado está com o juiz na frente dele.

E5) Conciliação: não é peculiar ao PT.

Sempre esteve presente no PT, mas hoje existe em todos os ramos do judiciário, inclusive no âmbito geral.

Permeia o processo de uma forma geral, no sentido da solução do litígio.

Ressalta a idéia de solução de litígio.

Conciliação hoje não é peculiar ao PT.

E6) Normatização Coletiva: quem traz esse princípio é o Giglio (assim como o E7 ao E9). É a possibilidade de o judiciário trabalhista poder exercer o chamado poder normativo.

Isso tem influência em relação ao PT? Muito pouco, pois tem mais a ver com o processo coletivo. Quando vamos ao Processo Coletivo do Trabalho, daí sim temos uma situação de processo coletivo, é possível alguma categoria de trabalhadores propor algum dissídio coletivo que será proposto no Tribunal do Trabalho de 1º grau.

Processo coletivo só tem na JT (conjunto de regras que normatizam sindicatos para normatização coletiva sentença normativa que é resultado de um dissídio coletivo). É o resultado é a sentença normativa.

Art. 856 da CLT para frente.

O 856 está basicamente revogado quanto à iniciativa (é apenas do sindicato).

É apenas como resultado no Processo Coletivo, é peculiar ao PC.

E7) Simplicidade das Formas: se busca essa simplicidade no PT.

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Art. 794 e ss da CLT. nulidades processuais.

840, CLT possibilidade de ação (reclamação) verbal.

Art. 791, CLT jus postulandi da parte (a parte pode comparecer em juízo independentemente da constituição de advogado).

Não é específico do PT, mas é priorizado no PT.

E8) Despersonalização do Empregador: tem a ver com o processo na ponta. Originariamente isso está no art. 10 no 448 da CLT.

O contrato de emprego é personalíssimo ao empregado. Quanto ao empregador, a idéia é de despersonalização (fusão, incorporação, etc).

Isso se projeta também para o processo.

Ex: tenho processo contra Pepsi, Coca compra a Pepsi naturalmente haverá essa substituição por sucessão.

É só comunicar (demonstrar) essa sucessão.

E9) Extrapetição: em regra a parte pedir uma coisa e o juiz dar outra? Em regra não, mas o juiz pode adequar.

Ex: pedido de reintegração ao emprego com pagamento de salários vencidos ou vincendos ou sucessivamente pagamento correspondente ao pagamento da garantia.

Se não pedir a indenização pelo período de garantia, o juiz pode dar se pede o mais pode o juiz dar o mesmo desde que justifique, por força do art. 497 da CLT.

No 497 diz que se o trabalhador for despedido e tiver estabilidade, o juiz pode aplicar a reintegração ou indenização. Nesse tipo de situação, pede-se uma coisa, mas pode-se ganhar outra.

Outra situação: postula-se vínculo de emprego com os direitos decorrentes dessa situação, mas não se pede expressamente a anotação da CTPS. O juiz pode determinar essa anotação, mesmo que não haja esse pedido é tipo um pedido implícito.

Multa do 467, CLT reclamado que chegar na audiência e reconhecer os pedidos, em relação ao que reconheceu, deve pagar imediatamente, sob pena de multa de 50%. Mesmo se não pedir, o juiz pode aplicar essa multa.

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A extrapetição é sim um princípio peculiar do PT que pode ser usado dentro de limites (não é em situações constantes, mas em situações excepcionais).

JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA

1. Distinções: há diferença entre jurisdição e competência?

Jurisdição é um poder dever estatal. Jurisdição é dizer o direito. Todos os juízes legalmente investidos têm jurisdição.

A competência é uma porção (parte) da jurisdição.

Essa competência é a distribuição dessa jurisdição, que se fará pela matéria, em razão da pessoas, funcional ou em razão do lugar.

Art. 114, CF

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do T rabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

2. Competência Material:

Art. 114, I, CF: relação de trabalho

Relação de trabalho é toda aquela relação que o prestador de serviços seja necessariamente pessoa física. Trabalho é qualquer modificação da natureza feita pelo homem.

Se for pessoa jurídica, não haverá contrato de trabalho, haverá uma prestação de serviços estrito senso não interessa ao direito do trabalho.

Relação de trabalho se divide em relação de emprego, autônomo, avulso, eventual, empreitada, servidor público.

Tudo que envolve relação de emprego, inclusive danos materiais, danos morais, será analisado na JT.

A principal característica da relação de emprego é a subordinação.

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Representante comercial se tiver subordinação, é vendedor, empregado. Se tem autonomia é autônomo, vai para a JT (a legislação prevê alguns direitos ao representante comercial autônomo).

A maioria destas figuras que se inseriram nessa relação de trabalho não tem direitos estabelecidos.

Ex: trabalhado eventual é afigura do chapa.

Se não pagar o chapa, o chapa reclama na JT o que não foi pago. O chapa não tem direitos estabelecidos como o empregado.

Se não tiver direitos materialmente estabelecidos, pouco vai adiantar trazer isso para a JT.

A empreitada é uma PF que faz um trabalho específico.

O inciso I amplia a competência da JT sai da idéia de que a JT é voltada apenas para resolver as relações de emprego.

Trabalhador avulso não tem empregador direto tem seu trabalho intermediado por sindicato ou OGMO (órgão gestor de mão-de-obra 8630/98) relação é com o sindicato e não com o tomador de serviços. Acontece normalmente na zona portuária.

Lei 8.630

Hoje se cria o trabalhador avulso urbano (portos secos, etc). Desde que haja um sindicato organizado.

Traz a idéia de que o SP estaria diante da JT. O empregado público entra na relação de emprego. O SP é aquele estatutário (relação de Direito Administrativo). Houve uma ADI promovida pela AJUFE 3395-6, que ainda não foi julgada, mas houve um deferimento liminar (por interpretação conforme e pela lei 8112), esta competência não poderia ser da JT, dada a sua relação, que é institucional e não contratual. Esta ação ainda não foi julgada.

Ex um trabalhador contrato pelo Munícipio em situação de emergências, não abrem concurso, este sujeito vem para a JT, querendo vincular seu vinculo, conforme a decisão da ministra Carmem, Lúcia, esta competência será da justiça do trabalho,

Isso ainda está na emenda paralela.

Enquanto isso, vale a suspensão de parte do inciso I só vale para a relação de emprego e não das institucionais.

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Relação de trabalho X Relação de Consumo

Mesmo no STF ainda há divergências quanto à abrangência do art. 114 como o todo, principalmente pelo inciso I.

Inciso II: ações que envolvam o exercício do direito de greve na lei 7783/79 diz que as responsabilidades da greve serão analisadas nas esferas trabalhistas, penais e civis.

Piquete se o empregador não aceitar, a ação a ser promovida será um interdito proibitório (proteção da posse e propriedade do empresário e o direito de ir e vir) que será proposta na JT pois é decorrente do exercício do direito de greve.

A súmula vinculante n.º 23 vai nesse sentido.

Inciso III: tudo que envolva representação sindical eleições sindicais (até a EC/45, a JC decidia sobre eleições sindicais); representação (nomes para estes efeitos). Ação de cumprimento art; 872, § único, é uma ação de conhecimento, dai sim terei uma sentença condenatória.

A idéia é a de representação.

Ex: cobrança de contribuições (sindical, assistencial, confederativas, estatutárias) ação de cumprimento ou ação de cobrança, mas também podem ser cobradas aos empregadores, ou seja, sindicatos contra as empresas, é na justiça do trabalho.

Inciso IV: mandado de segurança, HC, HD quando o ato impugnado for de matéria sujeita a sua competência.

Hipótese de MS na JT: antes era exclusivamente contra ato judicial cometido necessariamente pelo juiz (cabia apenas perante o tribunal contra ato de juiz). Hoje, com a EC/45 pode ser feito em relação a atos administrativos. Quem pode cometer esses atos?

Ex: fiscal do trabalho autua e fecha a máquina pode cometer abusos a empresa impetra MS para deslacrar a máquina.

HC a única hipótese era para o depositário infiel hoje não podem prender mais ninguém.

O juiz só pode implementar a prisão se houver hipótese de flagrante ex: depoimento falso.

HD o professor nunca viu. Ex: empresa que detém dados e não quer dar ao funcionário quase impossível.

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Inciso VI: é desnecessário em face do inciso I (relação de trabalho já entra na relação de emprego). Ex: não houve inscrição desse trabalhador para efeitos de inscrição no PIS.

Constatada essa não inscrição, paga-se indenização.

Ex: não fornece as guias para o seguro-desemprego indenização.

Começou uma discussão quanto a acidente do trabalho.

Um acidente tem 4 desdobramentos: com lesão grave ou morte (desdobramento penal justiça comum); previdenciário (desdobramento JF ou comum); civil (responsabilidade civil do empregador frente ao empregado (estava na JC e veio para a JT).

Quer seja indenização em face de teoria objetiva ou subjetiva, é analisada pela JT.

O último desdobramento é o trabalhista estrito eventual garantia de emprego em relação a essa circunstância. Ex: auxílio-doença acidentário.

Um acidente do trabalho nesse desdobramento pode gerar dano material, quanto dano moral.

Material gastos mais redução da capacidade laborativa projeção pagamento entre a diferença do que vai deixar de ganhar.

Isso acontece com morte também.

Ação acidentária é a previdenciária, que não é de competência da JT serve para o INSS.

A competência da JT é para a responsabilização do empregador.

Responsabilidade por acidente de trabalho: este dano de ordem moral ou material é de responsabilidade do empregador ou não. Isso se via na Justiça comum, hoje é na JT, com duas hipóteses de exclusão de responsabilidade civil do empregador, isenção da empresa, culpa exclusiva da vítima ou de terceiros. É ônus da empresa provar.

114, Inciso V, CF: conflitos de competência aqui seriam os conflitos que envolvem jurisdição trabalhista de um juiz de direito de forma excepcional, o juiz de direito aplica a lei trabalhista no caso de um município não ter justiça do Trabalho.

No RS não há essa hipótese, pois todos os municípios têm alguma vara do trabalho.

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Mas esse conflito pode ocorre de forma secundária conflito negativo cada um entende não ser competente para julgar aquele tipo de ação.

102, I, o, CF competência do STF conflito de competência entre o STJ e TST.

114, inciso VII ações que envolvam a fiscalização do auditor fiscal do trabalho é o direito administrativo do trabalho. O auditor fiscal do trabalho é o que permanentemente fiscaliza. Se empregador não concordar, deverá propor ação de desconstituição dessa autuação (ou de anulação). Hoje, isso se processa na JT.

Empregador também pode utilizar MS contra este ato proporá numa vara do trabalho.

Ver art. 626 e SS da CLT regulação do auto de infração, o que tem que constar, as visitas, os requisitos.

114, VIII, CF: contribuições sociais envolvem as contribuições ao INSS. A composição de receitas do INSS vem de contribuições dos trabalhadores, empregadores, dentre outras.

Ex: se houver condenação de 20 mil reais e 15 mil tem natureza salarial (é aquela para contraprestar o trabalho). O resto é a não salarial ou indenizatória.

Desses 15 mil, há a contribuição do trabalhador de 8,5 a 9,5% e do empregador que vai de 20% a 29.5%. Desses 15 mil, será descontado esses valores + imposto de renda.

O bom é que sobre os juros não incide IR.

A competência da JT é restrita à CS. Não pode ver IR.

A obrigação da retenção é deste devedor.

Alguns juízes orientam a refazer também as GFIPs (guias em que há a informação de todos os recolhimentos desse trabalhador junto ao INSS). Tudo que compõem essas guias vão gerar os salários de contribuição.

Se fizer um recolhimento único dos 20% sobre 15 mil o INSS não sabe que período levar em conta.

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O professor acha que os juízes deveriam fazer isso de ofício.

Outro desdobramento da competência do inciso VIII é a súmula 368 do TST (é anterior à redação dada ao art. 876, §único).

876, §único recolhimento sobre os 15 mil seria de um contrato já reconhecido.

Se o empregador, no curso do contrato, não recolhe o INSS, de quem é a competência para determinar o recolhimento? Interesse é do INSS e do trabalhador será proposta na JF.

A JT só é competente para vínculos condenatórios.

PROVA: trabalhador não tinha carteira assinada justiça do trabalho disse que houve 4 anos de trabalho, com salário de 700 reais por mês. No curso dessa relação não houve recolhimento previdenciário?

Se dizia que ele era autônomo.

No curso desse contrato, agora reconhecido, é competente a JT, pelo 876, §único. Se reconhece o vínculo agora, então é competência da JT executar as parcelas decorrentes desse período bem como da condenação.

Uma coisa é a condenação e outra é o aspecto declaratório, que declara a existência de vínculo (que serve ao INSS).

TRT 4 apesar do 876, § único, deve prevalecer a súmula 368, pois ela não se modificou, devendo prevalecer a súmula essa súmula é anterior e vai contra a lei. Assim, entende-se que a competência não é da JT.

O professor entende que é competência da JT.

Essa súmula é tão estranha pois atribui competência para executar a competência para reter IR segundo o professor, isso é um absurdo.

Se o juiz executa o IR, o empregado pode opor MS.

Se não houve o recolhimento, deve-se oficiar a RF e o MP por haver apropriação indébita em relação a este dinheiro.

O inciso VIII vem reforçar essa competência, inclusive a lei posterior a competência e uma súmula anterior contraria tudo isso.

STF diz que o sistema de CS é um sistema de contribuição solidária.

PROVA: adotar o entendimento da lei.

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Como calcula mês a mês p recolhimento? Pega o salário de 4 anos atrás, faz incluir as horas extras, aplica a alíquota, mas com que índice?

Com o crédito trabalhista, parcela de janeiro de 2007 de 5 reais, transforma no fator (fator de atualização do débito trabalhista) aplica o índice chega em 2011 aplica o valor do fator e chega ao valor atualizado.

Querem as empresas que o valor da contribuição incida sobre 5 reais, seja atualizada pelo FADT até 2007 e após a citação a taxa SELIC.

O professor entende que a taxa SELIC deve ser paga desde que o empregador deixa de pagar.

Se não, não será o empregador que será lesado, mas a sociedade.

A JT deve ser mais rígida quanto a isso.

Até 2000, se o empregador não recolhesse o INSS, ficava por isso mesmo, só quem pagava era o trabalhador.

O empregador esperava que o INSS cobrasse dele.

Hoje houve uma grande evolução, no sentido de obrigar os juízes a verificar isso.

114, inciso IX da CF: pegar artigo do professor.

A tese desse inciso é de um lado dizendo que não precisava existir, pois todas as controvérsias estariam no inciso I (decorrentes X oriundas).

Outra corrente diz ser necessário o inciso IX possibilidade de uma abertura para que, por meio de lei infraconstitucional, haja ampliação da competência da JT. Professor concorda com essa corrente.

EX: competência da JT para postular em nome próprio o dano moral decorrente da morte de um trabalhador. Há essa competência.

Se essa esposa do trabalhador, pela perda deste ente, entenda que haja um dano moral para ela tem se entendido como competência da JT.

Nos TS, isso oscila STJ entende que é JC e TST entende que é JT.

Se viesse uma lei dizendo ser competência da JT, não seria inconstitucional, por conta desse inciso.

Abre a possibilidade de a lei regular outras competências da JT.

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Outra situação seria o seguro de vida dos empregados feito pela empresa. A JC, quando havia essas causas, as empresas denunciavam a lide essas seguradoras (denunciação obrigatória).

Na JT não se pode fazer da mesma forma, pois há o reclamante e a reclamada. Entre a reclamada e a seguradora, a JT não tem competência.

Na JC, condenava-se a empresa a pagar e regressivamente a empresa pagava, ou então já condenava direto a seguradora.

A JT está recebendo essa provocação como chamamento ao processo.

Autor réu chamado ao processo (seguradora).

A empresa será condenada e a seguradora será apenas uma garantidora.

Se condenar a empresa, a seguradora deverá pagar até o limite combinado.

Na JT não tem a estória de regresso. Ficará apenas como garantidora até o limite da apólice.

Para a empresa é uma boa, pois tem a garantia de pagar menos.

Art. 652, CLT abrange competência material, mas foi engolido pelo 114, CF.

3. Competência em razão das pessoas:

O trabalhador (de forma mais ampla que o empregado) e o empregador- tomador de serviços podem ir até a JT.

Trabalhador (empregador + trabalhador autônomo, avulso, etc).

Empregador (na relação de emprego) + tomador de serviço (em relação ao autônomo, avulso).

Na JF comum, se um ente público federal promover uma ação, será promovida na JF. Menos a relação trabalhista.

Se o ente público for empregador, será competente a JT. 114, CF, I entes públicos externo e interno, desde que RELAÇÃO DE EMPREGO.

Se for relação estatutária, administrativa, será promovida na JF (justiça comum).

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Se trabalhador brasileiro trabalhar contra o consulado da Venezuela no Brasil. Presta serviço a um ente público externo justiça do trabalho brasileiro.

Não há o argumento de imunidade de jurisdição na fase de conhecimento.

Mas, na execução, há a imunidade de execução. O meio para executar é o meio diplomático o juiz oficia o Itamaraty para que sejam promovidas negociações nesse sentido.

Assim, nessas relações trabalhistas não há o deslocamento para a JF.

A competência em razão das pessoas na JT não tem figuras específicas.

Até 1988, ações trabalhistas movidas contra ente público federal eram movidas perante a JF.

4. Competência Funcional:

Trabalha com a estrutura do judiciário.

STF

TST

TRTs

Varas

Naturalmente, as ações trabalhistas são promovidas nas varas do trabalho (1º grau). Naturalmente há a implementação de recursos para os graus superiores, passando para os TRTs.

Art. 670, CLT composição e funcionamento desses tribunais.

Cada estado, desde a CF 88, tem um tribunal. Exceto SP que tem 2: SP e Campinas.

Cada TRT tem um número.

TRT1: RJ

TRT2: SP

TRT3: Minas

TRT4: RS, e assim sucessivamente.

Há algum tipo de ação, que pela competência começa em outro grau.

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Sim, ex: o primeiro grau de uma ação rescisória será no TRT.

Ato do juiz do trabalho atacado por MS promoção no TRT, se for contra aspecto administrativo, a competência será na vara.

Dissídio Coletivo não pode ser ajuizado em 1º grau.

A audiência até pode acontecer em primeiro grau mediante carta de ordem.

Por uma questão de competência funcional, quem promove a execução, de uma forma geral, são as varas.

Execuções quer das sentenças, quer de títulos extrajudiciais.

O TST terá um papel, como regra, de um grau especial, mas que pode ter competência originária, tal como uma ação rescisória que pretende rescindir um acórdão do TRT.

485, CPC hipóteses de ação rescisória.

STF seria num grau extraordinário.

TST dissídio coletivo de categoria de abrangência nacional, ou, no mínimo, interestadual.

5. Competência em razão do lugar:

Art. 651, CLT.

Regra: o que conduz a competência para efeitos do lugar? Será o lugar da prestação do trabalho. É a chamada Lex executiones (a lei será a do local do trabalho).

Exceções:

a) §1º, 651: quando for parte agente/ viajante comercial local em que a empresa tem agência/ filial a quem o empregado estiver subordinado. Na falta, onde o empregado tiver domicílio.

Sede/ filial empresa (1º)

Domicílio do trabalhador (2º)

Se não tiver vara no domicílio, o mais próximo (3º).

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É a única hipótese que leva em conta o domicílio. Pois, presta trabalho em uma área muito grande.

b) §2º, 651: brasileiro que trabalha no estrangeiro. Ex: admitido no Brasil para trabalhar no BB do Lisboa. Promove ação na JT Brasileira na agência em que foi admitido aqui e que estava vinculado aqui. A legislação material será a legislação brasileira trabalhista e o que tiver de melhor na legislação trabalhista estrangeira. A aplicação da legislação será o do local da execução e de forma subsidiária, a CLT.O pressuposto é que o trabalhador e a empresa sejam brasileiros.

c) §3º, 651: é o que chamamos de foro facultativo prestação ou contratação. Ex: contratado em POA para trabalhar em RG, o empregado pode optar pelos dois foros. Por vezes, a empresa faz a captação aqui, mas assina todos os documentos em RG. Incube a este trabalhador comprovar que houve todo o processo aqui, para ajuizar aqui. Se for contratado em POA, transferido para RG e transferido para PF não foi contratado para promover atividades foro nessa hipótese o último local trabalhado será o competente. Aqui, não se trata de foro facultativo.Se promoveu essa ação em qualquer dos lugares, os juízes tem aceitado, pois a competência se estabelece em favor do trabalhador.

Existe foro de eleição para a competência trabalhista? Não há foro de eleição na competência em razão do lugar trabalhista.

19 de março de 2012

PETIÇÃO INICIAL

1. Requisitos: art. 840, §1º + 282, CPC

Precisa-se buscar no 282 mais algum requisito essencial, ou já se tem todos os requisitos na CLT.

CLT:

Juízo

Partes, (qualificação das partes)

Exposição Fática

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Pedidos

Requerimentos

data

Assinatura

282, CPC:

Juízo ok

Qualificação das Partes

Fato e fundamento jurídico se precisa fundamentar com a lei a minha petição inicial? Não, não é necessário argumento jurídico em uma reclamatória trabalhista, é necessária apenas a exposição fática. Isso é a regra, mas quando houver regulamentação específica de um regimento interno, de lei estadual, municipal, de dissídio coletivo. O direito posto o juiz deve saber. Mas não necessariamente saberá a lei municipal, daí a parte tem que trazer a lei municipal.

Pedidos é o coração da ação É o que define a discussão a ser posta. 286 e SS do CPC (pedido certo e determinado, ou genérico nas ações universais). Pedido certo no processo do trabalho é, p. ex., horas extras.

Tudo que se deixar de pedir, não será visto.

“Horas extras, com repercussão de férias, FGTS, etc, etc”.

O pedido é simples, enxuto e direto.

Ainda sobre pedidos, o 288 do CPC diz que o pedido será alternativo quando em relação à natureza, o devedor poderá cumprir de vários modos pedido alternativo no PT é de muito difícil implementação. Normalmente será pedido sucessivo.

Pedido sucessivo ex: pedido de insalubridade e de periculosidade. Insalubridade é mais benéfico. Ex: reintegração de emprego ou garantia de emprego, com indenização. 193, §2º.

Valor da causa é preciso no PT? Pela CLT não. Mas isso valia até 1970. Nesse ano, veio a lei 5584/1970 (lei que é uma colcha de retalhos traz o procedimento sumário, unifica sistema de peritos “perito único do juízo”, sistema de remissão, AJG, depósito recursal) Pelo fato de trazer o rito sumário (até 2 salários mínimos), passou-se a exigir a menção do valor da

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causa. A partir de 70 até 2 salários mínimos (rito sumário); mais de 2 (rito ordinário).

Isso foi superado em 2000, com a lei 9957 mudou o 852 e letras da CLT, que institui o rito sumaríssimo.

A partir de 2000, o valor da causa passou a ser necessário para a interposição da PI, pois o valor da causa determinará o rito da causa requisito essencial.

Requerimento da citação do réu é necessário requerer a citação do réu na reclamatória trabalhista? Não, pois haverá notificação administrativa que vai ser feita, independentemente do requerimento de notificação.

No PT nem precisa dizer nada quanto à prova.

Os requerimentos no PT são pró-forma. Ex: requerer depoimento da outra parte. Senão, haverá interrogatório, ao invés de depoimento.

Ex: 2 exibição de documento, oitiva de testemunha por precatória.

Deve-se fazer os requerimentos específicos e necessários.

Se não requereu na inicial, pode requerer depois.

O sujeito só se complica na inicial se quiser.

Se faltar qualquer requisito essencial, o juiz mandará emendar a inicial art. 284 do CPC.

Pode ainda o juiz não perceber e a parte perceber a parte dirá que essa inicial será inepta (quando faltar qualquer um dos requisitos essenciais).

Art. 292, CPC cumulação de vários pedidos ainda que não haja conexão contra um mesmo réu. A regra no PT é a de cumulação objetiva.

293, CPC todos os pedidos são feitos de forma expressa, objetiva. Entretanto tem se entendido que juros e correção monetária, mesmo que não pedidos seriam analisados pelo juiz por ser um pedido implícito.

Pedido de férias é necessário o pedido de acréscimo de 1/3? Não, pois está implícito.

294, CPC antes da citação, o autor pode aditar o pedido. O aditamento no PT pode ser até o momento imediatamente anterior à defesa, ou seja, na audiência. Assim, é depois da notificação. Assim, é diferente do 294.

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O reclamado poderá pedir a devolução do prazo para apresentação no dia (na audiência inicial). Há um referência de prazo. a audiência inicial não pode ser marcada antes de 5 dias art. 841, CLT.

É marcada nova audiência para apresentação de defesa (regra geral).

Art. 295, § único inépcia da petição inicial aplica-se ao PT. Mas o JT tem resistência em acolher ao pedido de inépcia. Se houver alguma possibilidade de se entender o que está sendo pedido, o juiz não acolherá o pedido de inépcia. Assim, pelo princípio da eventualidade, deve-se fazer a contestação direta.

A preliminar será a de inépcia da inicial.

Fazer PI como tema de casa

Juízo prof

Partes nós

Trabalhava das 07h às 19h, de segunda à sábado.

Trabalhava em contato com graxas, óleos.

Desenvolvia atividades idênticas ao seu colega João da Silva, que recebia mil reais por mês, enquanto o reclamante recebia 700.

Com base nesse itens formular petição inicial.

2. Estrutura:

04 de abril de 2011

DEFESA DO RÉU

A defesa pode ser indireta ou direta.

Defesa exceção, contestação ou reconvenção.

1. Defesa Indireta: a defesa indireta será sempre contra o processo. São situações processuais que devem ser mencionadas pela defesa, mais ou menos na ordem do 300, 301 do CPC.1.1. Exceções: ainda que sejam defesa indireta, se faz de uma forma

diferente no PT do que se faz no PC. Só há duas exceções com

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peças apartadas. É feito dessa forma, pois a exceção de incompetência ou suspeição, são as únicas formas que suspendem o processo. Art. 799 e 800.1.1.1. Incompetência: competência relativa, é em razão do lugar

(arts. 799 e ss. da CLT). A parte fará uma peça específica própria, ou seja, a parte da contestação, ou da reconvenção. O juiz quando recebe a suspeição indicar quem é o juízo competente, dá vista a outra parte, que tem 24h para se manifestar, consoante o art. 800, CLT. Ou o excepto já apresenta sua defesa terá 24h (art. 651, §3º opção de escolha de foro). Já se faria a instrução e o juiz emitiria sua decisão. A possibilidade de decisão do juiz quando à exceção é acolher essa exceção e dizer que o foro competente é outro e remeter ou autos para lá, ou rejeitar a exceção e dizer que ele é sim o competente para julgar essa ação.PROVA: cabe recurso da decisão de exceção de incompetência – art. 799, §2º não cabe recurso. Esta decisão, não se sabe bem se é sentença terminativa ou extintiva ou se é decisão interlocutória (893, §1º - são irrecorríveis de imediato). No PT, diferente do PC, não se pode recorrer de imediato. No PC, usaríamos um AI.No PT, o AI só serve para atacar o despacho que não recebe o recurso.Súmula 214 do TST cria uma espécie de recurso. Letra “c” remessa de autos para TRT distinto do que aquele em que se proferiu a decisão. Assim, a regra é que não cabe, exceto se mandar para outro tribunal, daí cabe recurso ordinário (recorre para o tribunal o qual o juiz que emitiu a decisão está vinculado). Ela confirma a irrecobilidade.Ou seja, deve estar preparado pois depois da suspeição, no juízo para apresentar a constestação,

1.1.2. Suspeição: o procedimento é basicamente o mesmo. Art. 134 e 139 do CPC Quando existiam Juntas na JT, eram os membros da juntas que julgavam essas exceções. Assim que criaram as varas, juízes dos trabalhos, existe somente uma figura. No PC, a decisão ocorre no tribunal fazer uma pesquisa sobre isso.

Contestação se divide em preliminares e méritos exceções estão antes das preliminares são chamadas de defesa indireta pois ataca o processo, porque estão fora das contestações, quando entramos em contestação (preliminares), entram as

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condições da ação e pressupostos processuais preliminares de contestação. As preliminares são defesas indiretas.Antes de 1973 as decisões terminativas eram terminadas por agravo.

1.2. Condições da Ação: possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade “ad causam” tudo isso e em preliminar de mérito na contestação. Ex: pedido juridicamente impossível empregado público e o Município passa a ter estatutários e quer sacar os fundos do FGTS pela mudança de regime (não pode em razão de uma lei que proíbe isso). É uma situação clássica de impossibilidade jurídica do pedido, pois há um veto legal em relação a isso. Na ilegitimidade ad causam e possibilidade jurídica do pedido se julga como improcedente. Os juízes do trabalho têm entendido apenas o Interesse de Agir como condição da ação, o resto seria “improcedente”.Carência de ação (art. 301, X do CPC) é o efeito da não observância das condições da ação.

1.3. Pressupostos Processuais: tanto essa classificação, quanto a de negativo e positivo servem. Art. 301, CPC e seus 11 incisos.Pressuposto processual também é preliminar de mérito1.3.1. Subjetivos:

1.3.1.1.1. Juiz: pode-se alegar incompetência absoluta.1.3.1.1.2. Partes: incapacidade da parte, defeito de

representação ou falta de autorização é a legitimidade “ad processum”.

1.3.2. Objetivos: 1.3.2.1. Listispendência: 1.3.2.2. Coisa Julgada: 1.3.2.3. Inépcia: quando não se tem condições de defender.

Ex: se quer horas extras, mas não se diz a jornada.1.3.2.4. Perempção:

Preliminar é a mesma coisa que prejudicial? Toda preliminar só pode ser de mérito. Tudo que vem antes do mérito é preliminar, o resto é mérito. Dentro do mérito se podem tem prejudiciais (prescrição, compensação...).

Tudo que estiver relacionado aos pedidos, será um pressuposto objetivo.

2. Defesa Direta: ultrapassada a defesa indireta, passa-se a direta, que é a defesa de mérito.2.1. Prescrição: é direito material. Ex: trabalhou de 02.10.2005 até

10.10.2010. Ajuizou a ação em 20.03.2011. Art. 7º, XXIX, CF (2 anos e 5 anos). A prescrição é de 5 anos, mas tem que combinar com dois anos contados do rompimento do contrato. Se em 09.10.2012 não ajuizar, haverá a prescrição total do DT. O marco para a prescrição é

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a lesão do direito. Conta-se o 5 anos para trás do ajuizamento da ação.Há a prescrição parcial.É possível dano moral posterior ao rompimento do contrato? Sim, os juízes do trabalho dizem que a competência é dele, não devendo ir para a JC. A JC diz que a competência é dela.No caso acima, perde 5 meses, podendo exigir até 20.03.2006.A primeira coisa que se alega no mérito é a prescrição total ou parcial. A total é quando passaram-se os dois anos, mas se tem uma discussão em relação aos dois anos (ex: prazo do aviso prévio). Deve-se computar o período do aviso prévio. Se computar o aviso prévio, fez a ação em dois anos e só alegou a prescrição total. Se não falar em parcial, não reconhecerá de prescrição. O juiz não pode reconhecer a prescrição de ofício do Direito do Trabalho.O sujeito pode alegar a prescrição em que momento? Nos graus ordinários, pode alegar a qualquer momento, durante o curso do processo.

2.2. Compensação: é matéria de defesa – art. 767 da CLT. Súmulas 18 e 48 do TST. Está restrita a dividas de natureza trabalhista. Só poderá ser argüida com a contestação. A prescrição pode ser argüida em qualquer momento do processo até o recurso ordinário. A compensação preclui, ou seja, necessariamente deve ser apresentada com a contestação. Normalmente há confusão nas contestações para estes efeitos. Se condenar a horas extras e a empresa pagava horas extras a dedução dessas parcelas já pagas não são compensação.É a compensação do C.C: forma de extinção das obrigações (368 e ss do CC). Só se tem compensação quando se tiver reciprocidade de crédito e débito.O empregado que não tem as horas pagas, ele é credor do empregador.Deve-se ter a situação de débito e crédito. Se há pagamentos já feitos, há a simples dedução de valores.Ex: deferir diferenças de horas extras. Se defere horas extras durante o contrato de trabalho e não menciona nada das pagas, não está dizendo que foram compensadas. O abatimento e a dedução de valores pagos sequer necessitam ser alegados.Já a compensação deve ser analisada.Se não pedir compensação, tem-se entendido que esse valor foi dado por mera liberalidade. O professor não concorda com isso, pois entraria na dedução ou abatimento de valores.

2.3. Retenção: quando pode haver a retenção no DT? Quando o juiz defere parcelas de natureza salarial, sobre esses valores têm

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incidência previdenciária, parte do empregado, parte do empregador, fala-se em retenção mas é um simples ato (de permanecer com os empregadores estes valores para fazer o recolhimento à previdência) e não do instituto da retenção.A retenção, que precisa ser alegada, é aquela situação de atitude material do credor de garantir o seu crédito.Isso é uma circunstância de auto-tutela.Dificilmente ocorre o DT.Ex: empregado tem mostruário de produtos, foi despedido e não recebeu os valores, assim não entrega ao empregador esse mostruário.

2.4. Nega – O fato: Negativa pode ser quanto aos fatos ou contra as conseqüências desses fatos. Ex: pedido de horas extras. Se negar que realizava as horas extras, nega-se um fato (relaciona-se à prova). Quem deverá provar o fato constitutivo é o autor.Alega-se um fato impeditivo, modificativo ou extintivo.Ex de fato extintivo: as horas extras foram pagas.Ex de fato modificativo: as horas extras eram para compensar o trabalho no sábado.

- As conseqüências:

Quando eu produzo uma defesa, o que devo fazer:

JUÍZO (normalmente já está identificado)

QUALIFICAÇÃO DO RECLAMADO, não precisa identificar o reclamante.

I- PRELIMINARMENTE: alega tudo voltado ao processo. II- MÉRITO: tudo que está em relação ao mérito. Deve-se impugnar

tudo!!!III- REQUERIMENTOS: depoimento pessoal normalmente são

voltados para aspectos diferenciados nos processos. Situações voltadas para a pretensão do reclamado de trazer ao processo mais alguém (hipóteses de intervenção de terceiros do art. 70 para frente). O litisconsórcio assistencial deve estar no requerimento. Ex: art. 455, CLT.

As preliminares e o mérito, o juiz analisa conjuntamente na sentença. Se fizer no requerimento, o juiz vai analisar desde logo o chamamento ao processo: vê se a outra parte concorda e, se concordar, chama ao processo, se não concordar, o juiz, no PT, vai indeferir porque aqui não existe o litisconsórcio necessário, só o facultativo.

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Reclamada é a empreiteira empresaria e quer chamar o empregador, que é o subempreiteiro (art. 455, CLT). Isso não é preliminar por que a preliminar é analisada na sentença no processo do trabalho. Aqui a sentença leva em conta todo o conjunto, preliminares e mérito.

Se fizer no requerimento, o juiz vai desde logo analisar o chamamento ao processo: vê se a outra parte concorda e, se concordar, chama ao processo; se não concordar, o juiz, no processo do trabalho, vai indeferir por que aqui não existe o litisconsórcio necessário, só o facultativo.

Litisconsórcio facultativo: podem estar no pólo um e outro. Ex: denunciação da lide

Litisconsórcio necessário: devem estar no pólo um e outro.

No processo do trabalho não há litisconsórcio necessário. Então sempre o juiz vai perguntar ao autor se concorda com a vinda daquele terceiro ao processo. Se ele não concordar, o juiz vai indeferir. Cabe ao autor definir o pólo passivo.

Em relação à inicial que fizermos, deveremos produzir uma defesa com os seguintes dados:

- trabalhava em regime de compensação de jornada semanal e também com banco de horas, conforme convenção coletiva. Além disso as horas extras realizadas foram pagas.

- adicional de insalubridade: o sindicato da categoria move uma ação contra a empresa substituindo os empregados. De qualquer forma, havia fornecimento de EPIs para a realização das atividades. Por fim, recebia adicional de insalubridade de grau médio.

- em relação à equiparação salarial, o paradigma indicado foi admitido a mais de dois anos do que o reclamante. Trabalhava em localidade distinta daquela do reclamante, ainda que no mesmo município.

PROVAS

Não cairá na prova a parte de sentença.

A sentença ficará no G2.

No G2 cairá no máximo uma questão do G1.

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1. Conceito: a prova é para convencer o juízo. Segundo Bezerra Leite, é o meio lícito para demonstrar a veracidade dos fatos. Até porque, como objeto da prova são fatos (98% dos casos). Art. 337, CPC (situação excepcional em que se prova o direito objetivo, pois há uma presunção de conhecimento da normatividade pelo juiz, mas em relação à legislação federal e não estadual, municipal ou convenção coletiva. A normatividade é que será provada nesse caso específico.Art. 332, CPC “verdade dos fatos”

2. Princípios:2.1. Contraditório e Ampla Defesa: art. 5º, LV, CF. Toda prova

produzida no processo terá a característica necessária de contraditório. Ampla defesa não é a parte fazer o que quiser, mas respeitar o 130 do CPC e o 765 da CLT, que, por esse dever de proteção de processo que tem o juiz, ele pode indeferir ou impedir a produção de determinada prova. Essa ampla defesa é no sentido da utilidade, necessidade para o processo

2.2. Necessidade da Prova: está relacionada com o ônus da prova. Quem tem o ônus de provar determinado fato é que deve fazer a prova. Ex: trabalhador diz que trabalhou 1 ano sem carteira assinada, reclamante diz que trabalhou com autônomo. Se ninguém produziu qualquer prova, o resultado desse processo. Quem tem que comprovar que é autônomo é a empresa, senão prevalecerá a tese que essa é uma relação de emprego.Art. 334 do CPC não dependem de prova fatos notórios, os fatos alegados por uma parte e confessados a outra, os fatos admitidos no processo como incontroversos, em cujo favor milita presunção de existência ou veracidade (são presunções relativas, que admitem prova em contrário necessidade da prova por quem tem o ônus de produzir).

2.3. Unidade da Prova: a prova não precisar ser feita no mesmo momento, até porque há provas pré-constituídas que se fazem no curso da relação (ex. controle de horas). Há provas que serão produzidas em audiência. Esse princípio é em relação à analise da prova. A análise da prova é feita de forma conjunta e unitária.

2.4. Proibição de Prova Ilícita: art. 5º, LVI da CF: é uma regra ampla, que vale em todos os processos de uma forma geral. A prova ilícita não pode ser fundamento da decisão, mas vindo ao processo, acaba influenciando o julgador.

2.5. Princípio do Livre Convencimento ou Persuasão Racional: se sobrepõe ao livre convencimento. O livre convencimento não existe, pois deve-se ter uma fundamentação para esse convencimento naquilo que se tem no processo. A análise deve conduzir a um determinado resultado. O juiz sempre deverá fundamentar essa decisão.

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2.6. Princípio da Oralidade: é onde vai haver a coleta dessa prova, que é na audiência – art. 848, 852 da CLT.

2.7. Princípio da Imediação: art. 765, 848, 852 da CLT. A coleta da prova se faz necessariamente em juízo, ainda que seja por precatória.

2.8. Princípio do “In Dubio Pro Misero”: o professor desconfia desse princípio na hora da coleta da prova. Segundo esse princípio, a míngua de prova, se posicionaria a favor do trabalhador. O professor acha duvidoso. É um princípio muito controvertido.

2.9. Princípio da aptidão para a prova: é um paralelo com o anterior, o juiz dentro do processo analisaria quem tem mais aptidão para a prova, o que é feito no Direito do Consumidor, no art. 6º do CDC. Esse princípio também é duvidoso. O professor diz que só será razoável se definir isso antes e não no final do processo.

3. Objeto: são fatos e excepcionalmente a normatividade/ direitos.

11 de abril de 2011

4. Ônus da Prova: é a matéria de processo mais importante. Sempre há uma grande dúvida de quem prova o que no processo e isso acaba sendo crucial para a defesa e para a inicial.

- Artigos 818, CLT e 333 do CPC o art. 818 não se preocupava muito com o ônus da prova para a CLT, todo mundo tinha que provar tudo. Isso se tornou inviável do ponto de vista prático do processo. Com isso, terminou prevalecendo essa distribuição do inciso I e II do 333 do CPC, no sentido de que o autor prova os fatos constitutivos de seu direito, enquanto o réu deve provar os extintivos, modificativos ou impeditivos do direito do autor.

O 769 diz que o CPC será subsidiário (quando não haver nada na CLT). Uns autores dizem que, por isso, deveria prevalecer o 818. Mas prevalece o 333.

O art. 852, que trata do procedimento sumaríssimo, não só na letra “d”, mas na letra “c” e na “h”, traz aspectos relacionados com a prova.

A letra “d” se aproxima muito ao art. 6º, VIII do CDC que diz que o juiz poderá estabelecer a quem provar o que, ou seja, o juiz fazer essa distribuição do ônus da prova, levando em conta o princípio da aptidão para a prova.

Normalmente isso não é feito. Se adota o ônus da prova distribuído normalmente por meio da lei. Por exemplo, o art. 74 da CLT.

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- Artigo – 74, CLT e 6º, VIII, CDC

74 da CLT é a nossa primeira referência legal da inversão do ônus da prova.

Art. 74, §2º seria do reclamante, mas por força desse dispositivo, tempos a inversão. Tendo a empresa mais de 10 empregados, será dela o ônus da prova e não o do reclamante.

Nessa mesma linha, mas de forma obtusa, vem a súmula 338, TST

- Súmulas: 338 TST O inciso I dessa súmula diz que é ônus do empregador o registro da jornada de trabalho. Inciso II traz a presunção relativa da jornada de trabalho, a qual, pode ser ilidida por prova em contrário.

Mesmo assim, a empresa poderá fazer prova da jornada de trabalho por outros meios, tal como testemunhas.

O sistema abre uma empresa a possibilidade de sacanear, o que não seria o propósito da lei.

Esta súmula surgiu em razão dos exageros das iniciais, principalmente nas ações envolvendo bancários.

Ainda que essa súmula permita uma segunda chance para nova prova, é uma prova meio diabólica, pois terá que dizer que estava sempre lá observando a jornada de trabalho.

No inciso II dessa súmula, os empregadores queriam que prevalecesse que a jornada real de trabalho é aquela que aparece nos controles de jornadas. A súmula diz que se pode comprovar pro testemunhas que não era aquele horário. Não é cláusula de convenção coletiva que vai tornar verdadeiro um fato que não é verdadeiro.

No inciso III, diz que os cartões de ponto que sempre dá o mesmo horários (registro britânico) inverte o ônus da prova, que passa a ser do empregador. Se não provar, prevalecerá a inicial.

O mesmo reclamante que impugna os cartões-pontos dizendo que são horários britânicos e diz que trabalhava da 07h às 24h (isso também não deixa de ser horário britânico).

212 TST vai tratar do ônus da prova quanto à despedida – o ônus de provar o término do contrato de trabalho é do empregador pois o princípio da continuidade do emprego beneficia o empregado. Se nega-se o vínculo de emprego, como haver a despedida, tendo que provar o trabalhador essa tese não prevaleceu justamente em razão dessa

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súmula. Pois senão, a presunção do motivo ou da circunstância dessa despedida será a da ordinária (e não da justa causa).

6 TST há 10 incisos nesses súmula. No inciso VIII dessa súmula dirá que é do empregador o ônus da prova o fato impeditivo, modificativo e extintivo da equiparação salarial.

- OJs – 215 SDI – 1 TST ônus da prova do vale transporte. É do empregado o ônus de comprovar que satisfaz os requisitos necessários para o vale transporte. Ex: se mora em um local longe do trabalho e precisa desse valor. O não precisar é que necessita ser demonstrado pela empresa (vai de moto, dorme dentro da empresa). Só que não é isso que diz a OJ, pois diz que o empregado deve demonstrar a necessidade daquele vale, o que é um disparate no ônus de prova.

Mora em Guaíba e trabalha em Canos. Precisa de 2 vales. Quem tem que pagar é a empresa, pelo menos em parte. A outra é do empregado. Isso levou a alguma empresas a não contratar que morava longe. Muitos empregados passaram a mentir e depois colocavam na justiça.

301 – SDI – 1 TST diz sobre o ônus da prova acerca do FGTS. Continua sendo da empresa o ônus de provar, mas se desincumbe desse ônus trazendo os documentos, tendo que a outra parte e o juiz analisar se estão corretos. Se a outra parte não falar nada, se dirá que serão corretas. Ainda que não seja do reclamante, ou ele reclama ou ele requer uma perícia contábil.

Súmula 16 do TST ajuizada a reclamação, essa ação será distribuída, protocolada, notifica a reclamada. Da remessa dessa notificação, conta-se 48h para a presunção de recebimento pelo reclamado. Marca a audiência, não retorna o AR, e não comparece o reclamado. O reclamante requer a revelia. O ônus de comprovar o contrário (fato negativo da notificação) é do reclamado.

Quando não retorna o AR, o professor normalmente adia à audiência.

5. Meios de Prova:a) Depoimentos (820, 848, CLT e 342, CPC): temos que enxugar o

artigo para dizer que quem ouve as partes a qualquer momento. Isso significa que são depoimentos que geram confissão ou são meramente interrogatórios (servem para simples esclarecimentos). Hoje prevalece a idéia do depoimento. Tudo que a parte disser contra os interesses dela, importará em confissão (admissão por uma das partes de fato contrário a seu interesse).

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A confissão (principalmente a real), acaba sendo a prova mais forte dentro do processo.No PT, ainda que a confissão não bastasse na sua origem, pois era um processo essencialmente inquisitivo. Para esses efeitos, veio a súmula 74 do TST, que diz que aplica-se a pena de confissão à parte que não comparecer na audiência a qual deveria depor (presunção ficta).No começo, o PT tinha a audiência una, hoje tinha uma idéia de audiência inicial e principal. No sumaríssimo, apareceu de novo a audiência uma. Se não comparecesse, extinção ou revelia. Se no outro momento, que não a audiência inicial, o reclamante faltar, não se extingue o processo, aplica-se a pena de confissão.O inciso II dessa súmula diz que a prova dos autos, pode ser levada em conta para afastar a presunção ficta. Se tiver prova pré-constituída e não confrontada pelo reclamante e a reclamada é confessa. Aqui prevalece a confissão ficta ou a prova? Vai prevalecer a prova pré-constituída.Por isso, é importante sempre pedir que a outra parte deponha, pois é um elemento de prova significativo.

b) Testemunhas: B1) Número (821 + 852-H, CLT): no procedimento comum ordinário, pode-se ouvir de cada parte 3 testemunhas. A exceção seria no caso de inquérito para apuração de falta grave em que serão ouvidas 6 testemunhas. No procedimento sumaríssimo serão ouvidas 2 testemunhas por cada parte. Trata-se se um procedimento mais simples, pois trata de 40 salários mínimos. Não é 2 para cada fato, mas para tudo. B2) Quem pode depor (829, 405, CLT): testemunha parente até 3º grau civil, amigo ou inimigo não pode ser testemunha, apenas informante. Isso acontece no momento da qualificação. Se não diz que é parente, mas é. O advogado da outra parte deverá contraditar a testemunha.Contradita: deverá ser feita antes do compromisso.O art. 405 da CLT também traz as figuras impedidas de depor (incapazes, impedidas ou suspeitas). Se o juiz acolhe a contradita, daí será a hipótese do 829, pois será ouvida como mero informante.B3) Testemunhas Referidas (418, I, CLT): no PT, tem-se a idéia de que a testemunha tem que ter tido um contato sensível com o fato (olhou, sentiu, viu). Requerida esta oitiva, o juiz é obrigado a ouvi-la? Não, é uma faculdade do juiz. Se a parte trouxe uma testemunha que só ouviu falar do fato, perde-se uma testemunha.B4) Ordem de oitiva: primeiro se houve as testemunhas do autor, normalmente. Pode até haver a inversão disso se as partes concordarem. Reclamada alega que foi despedida por justa causa

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(ônus do empregador). O reclamante teria em tese a contra prova. Seria sensato ouvir primeiro as testemunhas do reclamante? Seria mais razoável começar com a reclamada. Mas as partes devem aceitar isso. Se o juiz não observar isso, cabe protesto ou uma correição parcial contra esse juiz.B5) Arrolamento: a parte assume o ônus de levar as suas testemunhas em juízo (art. 825, CLT). O que vale como regra é o 825, CLT. Como regra não se tem o arrolamento. Excepcionalmente poderá haver sim esse arrolamento. O §único diz que as que não comparecerem serão intimadas de ofício, ficando sujeitas a recondução. Regra: não há arrolamento. As que se negarem a comparecer serão intimadas pelo juiz e se for o caso, conduzi-las. 852-H, §§2º e 3º, CLT ele torna essa discussão um pouco mais específica, pois diz que se deve COMPROVAR que convidou a testemunha a comparecer.Na prática, chega-se na audiência, em que não se ouve ninguém, só recebe a defesa e a documentação, com vista ao reclamante, marcando-se nova audiência. No final da ata as partes ficam obrigadas a trazer suas testemunhas (art. 825). Quando há prosseguimento e a parte se obrigou a trazê-la, não poderá invocar co § único.Pegar caderno do Digo.Se for uma audiência que se desdobra, assumiremos o ônus de trazer essa testemunha.Se tiver de arrolar, arrolarei com a inicial ou com a defesa no momento da audiência. O professor não concorda com isso, pois a reclamada seria prejudicada.O arrolamento é excepcional. Se houver, tem que ser na inicial e na apresentação de defesa

c) Documental (777, 760, 787, 830, CLT): será todo aquele instrumento capaz de demonstrar aquele fato. A idéia de documento é também por meio eletrônicoC1) Juntada – inicial – 787, CLT: os documentos são juntados com a inicial. Da mesma forma, a defesa deverá juntar os documentos junto com a defesa.Vício da JT: requisição de prazo para juntadas de documento (o reclamante normalmente concorda com isso, mas há sempre um risco em relação a isso). Se o reclamante não concordar já era. A idéia de juntada posterior está vinculada a idéia de documento novo (não havia acesso esse documento, por mais que ele seja antigo.

Defesa – 396, CPCC2) Forma (464, 59, §§ e 135 a 145 da CLT): a forma escrita do documento. O 464 trata do recibo (comprovação de valores de

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pagamentos). Pode-se comprovar pagamentos de salários por testemunhas? Não. O 464 se leva ao extremo. Deve ter recibo. O art. 59, §2º trata do acordo de compensação de jornada de trabalho, que se exige seja formulado de maneira escrita. O acordo de compensação de jornada é aquela situação em que o sujeito trabalha mais horas na semana para não trabalhar no sábado, ou por banco de horas.130 para frente trata de férias, principalmente no caso de férias coletivas, que deverá haver uma documentação expressa nesse sentido.

d) Pericial – 420 a 439, CPC quais os temas que demandam perícia? Sempre que houver necessidade de uma manifestação técnica, deveremos produzir uma prova pericial. Na JT se chama de perícia técnica a voltada par situações de:D1) TIPOS- Técnica: insalubridade, periculosidade e prova de equiparação. Ela é feita por engenheiro, arquiteto, médico que tenha formação em segurança e medicina do trabalho. Se reclamante postular adicional de insalubridade e horas extras. Se houver revelia, em relação às horas extras, prevalecerá a inicial. Mas em relação às condições insalubres e perigosas não, pois necessariamente haverá de ter perícia. Nem mesmo a confissão será existente para que se atribua ao trabalhador esse adicional de periculosidade. Art. 195, §2º, CLT.- contábil: apesar desse nome, não é necessariamente contábil, pois não tem nada a ver com contabilidade. No processo do trabalho se usa essa perícia para fazer um cotejo para dizer, p. ex, levantamento das horas realizadas e pagas, apontando diferenças para esses efeitos. É dispensável, pois ocorrerá de acordo com a necessidade do processo.- Médica: segue o mesmo padrão das outras perícias e agora tem sido necessário para a verificação de doença profissional. Essa perícia médica tem por finalidade estabelecer o nexo de causalidade entre a doença alegada e a atividade desse trabalhador. E mais: se houve redução da capacidade laborativa e em que limites. Isso é importante para definir determinados valores de indenização. Nexo de causalidade e extensão da lesão.- Grafodocumentoscópica: chega um documento no processo e uma das partes diz que aquela assinatura não é sua. Daí vai para um setor do TRT que examina esse documento e por meio de técnicas adequadas, verificará se essa assinatura foi feita por ele.D2) Perito Único: é a idéia do art. 3º da Lei 5584/70. O PT admite um perito, nomeado pelo juiz, e as partes podem nomear assistentes.

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Inspeção judicial como meio de prova não será visto. A inspeção judicial deve notificar as partes para acompanhar, descrever o que viu, dar vista as partes. Acaba sendo um trabalhão. O professor fato essa coleta de dados e na audiência seguinte descreve os atos e dá vista às partes.

PROVA:

Princípio da eventualidade: art. 300 do CPC. O réu tem que impugnar tudo. É a produção de toda argumentação que eu tenha em relação aqueles elementos trazidos na inicial. Ex: defesa diz que não é empregado, mas autônomo. Não se pode deixar de impugnar o resto, pois não se terá outra oportunidade. A oportunidade é o meio da defesa. O momento é na audiência, que se concentra todos os aspectos de defesa. A conseqüência elementar é a preclusão se eu não falei tudo o que tinha que falar na exceção, contestação e reconvenção.

Execução de ofício das contribuições previdenciárias significa que o juiuz do trabalho, mesmo sem provocação da União vai executar as contribuições previdenciárias decorrentes da relação do trabalho. O cálculo será apresentado levando em conta essa situação e o juiz de ofício vai executar.

A JT não tem competência para executar as contribuições do curso da relação se tem carteira assinada. Se não tem carteira assinada, tem-se entendido majoritariamente que não (tribunais), mas o professor acha que pode.

02 de maio de 2011

SENTENÇA E COISA JULGADA

1. Razões Finais: no PT, conforme art. 850, CLT, poderão as partes produzir razões finais. Essas razões finais é aquilo que chamamos no PC de debates orais. As razões finais no PT é mais simplificada, sem debate, se reportando as suas provas e atos já praticados no processo. O prazo não pode exceder a 10 minutos cada uma.Se não for produzida, não há problema algum.De qualquer forma é um ato muito mais formal e reportam-se as partes ao que já foi produzido no processo.Às vezes alguns elementos são importantes.

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É aquela situação muito específica para ressaltar essa ou aquela prova ou situação do processo.Em seguida, o juiz renovará a proposta de conciliação.Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão. Parágrafo único - O Presidente da Junta, após propor a solução do dissídio, tomará os votos dos vogais e, havendo divergência entre estes, poderá desempatar ou proferir decisão que melhor atenda ao cumprimento da lei e ao justo equilíbrio entre os votos divergentes e ao interesse social.

2. Acordo/ Conciliação – art. 831 CLT + súmula 259 TST: é uma última tentativa de conciliação, feita após as razões finais. A conciliação é tão importante que, se o juiz não fizer a proposta de conciliação do 850, o processo poderá ser declarado nulo no tribunal.Se o acordo for implementado, vai para o art. 831, §único, CLT (é irrecorrível, salvo para a previdência social).Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação. Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas. (Redação dada pela Lei nº 10.035, de 25.10.2000)É irrecorrível. Mas pode haver, como todo ato judicial, uma rescisão desse ato, através de uma rescisória, ou o ato judicial pode ser atacado por uma ação anulatória. Assim, são duas possibilidades: ou ação rescisória (485, CPC) ou anulatória.Se há um acordo, a discussão que sempre se teve é se esse acordo equivale a uma sentença e poderia ser atacado por uma rescisória ou é um ato e deve ser feito por anulatória.O 486 do CPC traz, na verdade, uma ação anulatória.Como o juiz apenas homologa esse acordo, venceu a tese da ação rescisória.Súmula 259, TST. É só por ação rescisória.TST Enunciado nº 259 - Res. 7/1986, DJ 31.10.1986 - Mantida - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003Rescisória Trabalhista - Termo de Conciliação Só por rescisória é atacável o termo de conciliação previsto no parágrafo único do Art. 831 da Consolidação das Leis do Trabalho.

Ainda que houvesse fundamento doutrinário que aceite rescisória e anulatória, a súmula diz que só pode ser ajuizada ação rescisória.

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Entende-se que não é uma mera homologação, pode até recusar essa homologação, pois faz uma extensa análise.O salvo para previdência social é no sentido de que essa sentença (acordo) não fará coisa julgada material e formal para a previdência social, pois a previdência não fez parte desse processo.A previdência pode recorrer, pois, para ela não é irrecorrível e para ela não produz coisa julgada material ou formal.Por vezes, nessas situações, as partes declaram que é tudo indenizatória. E a previdência tem interesse que sejam salariais para que se faça o recolhimento previdenciário quanto a essas parcelas.A conciliação hoje é o grande mote para que o judiciário ande mais rápido.Após a conciliação, se inexitosa, será proferida a decisão.

3. Atos do Juiz – sentença: 831, 832, 833 e 834 da CLT.3.1. Conceito: os atos do juiz estão definidos no art. 162 do CPC (a

CLT não define o que é uma decisão interlocutória, um despacho ou uma sentença).Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005) § 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente. § 3o São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma. § 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)Sentença: §1º - é o ato do juiz que implica alguma das situações do 267 ou 269 do CPC. O art. 267 traz as hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito é terminativa, pois extingue o processo sem resolução de mérito, daí é terminativa. No 269, teremos uma sentença com resolução do mérito, ou seja, definitiva.Todas as situações que envolvem aspectos processuais (preliminares) estarão na sentença terminativa. Os aspectos que estão voltados ao mérito da discussão entrarão na sentença definitiva.Decisão Interlocutória: é definida no §2º do 162: é o ato pelo qual, no curso do processo, resolve questão incidente. Seria qualquer situação que implique ato do juiz para regular processamento do feito, de instrução desse processo, aspectos voltados à produção de

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provas. Não é apenas um despacho de mero expediente. Na DI, há um fundo de decisão, que pode interferir no curso do processo. Despacho: não comporta qualquer ataque, são os atos ordinatórios.No PC, a diferenciação entre o despacho e a DI é muito importante, pois a DI comporta recurso e o despacho não. Já no PT, os dois atos são irrecorríveis de imediato (893, §1º, CLT). § 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva. (Parágrafo único renumerado pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946)Até a entrada em vigor do novo CPC, tínhamos um recurso específico para a sentença terminativa (agravo de petição) e outro para a definitiva (apelação). O atual CPC juntou tudo com a apelação. No PT, o recurso ordinário equivale à apelação.O recurso de revista é o que vai para o TST.Após há o extraordinário, que vale para todos os âmbitos.Assim, no PC, sumiu o agravo de petição.No PT há ainda o agravo de petição, mas deslocando a sua competência, pois ao invés de atacar uma sentença terminativa, ataca todas as decisões proferidas em uma execução.

3.2. Sentença Terminativa:3.3. Sentença Definitiva:3.4. Classificação Ordinária das Sentenças: tal qual no PC,

também temos essa classificação quinaria. O grande defensor dessa tese é o Pontes de Miranda.3.4.1. Declaratória: o art. 4, I e II do CPC se refere a sentença

declaratória. Se pode ter uma sentença declaratória se o autor assim postular. Ex disso no PT seria o reconhecimento de vínculo de emprego. Mas no PT isso perde um pouco a força pois se pede o reconhecimento de vínculo para determinar outras conseqüências (de ofício para recolhimento de parcelas previdenciárias, apesar de discussão). Dificilmente temos ações exclusivamente declaratórias, ou constitutivos ou condenatórios. De maneira geral, o efeito declaratório é a base da sentença.Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência ou da inexistência de relação jurídica; II - da autenticidade ou falsidade de documento.

3.4.2. Constitutiva: quando eu tenho um inquérito para apuração de falta grave (853, CLT) (garantia e estabilidade), devemos primeiro declarar a existência de um fato suficientemente grave para constituir o direito desse empregador de desconstituir o contrato. Isso será quando for procedente. O

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cipeiro não precisa de inquérito, mas o dirigente sindical tem. O empregado também tem ação parecida, quando o empregador comete algum ato faltoso do art. 483, CLT, postulando rescisão indireta – nessa hipótese o juiz vai constituir o direito do empregado no sentido de romper esse vínculo. Também é uma sentença declaratória de fundo, mas essencialmente constitutiva. No direito coletivo, a sentença normativa tem caráter declaratório (declara fato) e constitutivo (constitui direitos). A partir do trânsito em julgado dessa sentença, produzirá direitos. SN nunca será condenatória, será sempre constitutiva ou declaratória constitutiva.

3.4.3. Condenatória: nunca é meramente condenatória, pois normalmente temos que declarar a existência desses fatos. É a mais comum. É 99% das ações da JT. Quando se busca o reconhecimento de um vínculo, se postula a condenação das parcelas decorrentes dessa relação de emprego, pedindo-se a condenação do reclamado (de fazer, de pagar, etc, etc).

3.4.4. Mandamental: o mandado de segurança e o HC (ações de suporte constitucional) normalmente implicam decisão de caráter mandamental. Possuem procedimentos específicos, não demandam dilação probatória significativa e possuem um caráter de urgência.

3.4.5. Executiva: é executiva no seu sentido lato. Art. 876, CLT diz que termos de ajuste de conduta e termos de ajuste nas conciliações prévias são títulos extrajudiciais suficientes a uma ação executiva no PT. Uma certidão de lançamento de dívida ativa do contribuinte no PT é possível de promover algum tipo de ação? Sim, as multas do art. 826 agora são cobradas pela JT, por força do art. 114, VII. Uma sentença penal poderia ser objeto de execução no PT, no caso em que ficar demonstrado na JC que o sujeito ofendeu a moral (crimes contra a honra), postula-se danos morais em relação a isso. Teoricamente isso seria uma mera execução, devendo apenas quantificar isso. Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida neste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) Parágrafo único. Serão executadas ex-officio as contribuições sociais devidas em decorrência de decisão proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho, resultantes de

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condenação ou homologação de acordo, inclusive sobre os salários pagos durante o período contratual reconhecido. (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007)

4. Requisitos Essenciais da Sentença: a falta de requisito essencial: se for do relatório, não leva à nulidade.O art. 852 - I, dispensa expressamente o relatório no rito sumaríssimo.Tem-se entendido por nulidade do processo quando não houver fundamentos, em razão do art. 93, IX, que exige a fundamentação dessa sentença. Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)A ausência de dispositivo não levará a nulidade, mas a inexistência da sentença, pois não terá qualquer conseqüência.Um ato nulo, até a sua declaração pode gerar efeitos. Um ato inexistente, não.4.1. CLT – 832: diz os elementos essenciais.

Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.4.1.1. Nome das Partes: é necessário o nome das partes para

identificar os limites subjetivos dessa decisão, em relação a quem está decidindo, condenando, etc.

4.1.2. Resumo dos Pedidos e da Defesa: isso pode ser feito tanto no relatório (normalmente) ou até mesmo dispensável se trouxer isso nos fundamentos. A melhor maneira de fazer uma sentença é fazer o relatório de forma ampla (demonstrar que o juiz examinou o processo). Nos fundamentos, deve-se colocar a tese inicial, a tese da defesa e a análise dos fundamentos. Fazendo dessa forma a sentença fica mais adequada. Assim, chegaremos no dispositivo como um extrato da decisão.

4.1.3. Apreciação das Provas:4.1.4. Fundamentos:4.1.5. Conclusão:

4.2. CPC – 458:Art. 458. São requisitos essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;

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III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes Ihe submeterem.4.2.1. Relatório: essa estrutura de relatório com o nome das partes,

o resumo.4.2.2. Fundamentos:4.2.3. Dispositivo: só precisa constar as parcelas que foram

deferidas, o resto será tido por improcedência é uma análise mais extratificada.

5. Requisitos Complementares: estão no art. 832 da CLT. Na CLT usa-se a expressão “procedência dos pedidos”. 5.1. Prazo e Condições: é para o seu cumprimento. Normalmente se

remonta ao prazo legal para o cumprimento. É um prazo de 48h da citação. Juiz determina 48h a partir da citação para pagamento.Se não tiver valores apurados, diz que terá de ser feita uma liquidação (por cálculo, por arbitramento ou por artigos). Se não disser nada, o normal que seja por cálculo. Se houver liquidação por arbitramento ou por artigos, deve-se mencionar isso na sentença (se não for líquida, deve ser liquidável).

5.2. Despesas:5.3.1. Custas: art. 789 a 790, CLT. As custas que incidem no

processo do trabalho é de 2% do valor da condenação, ainda que o valor final seja maior ou que o valor final seja menor. É importante fixar esse valor da condenação para definir o preparo para efeitos de recursos. O preparo é feito por itens. O preparo se compõe de custas e do valor da condenação. O valor da condenação será limitado a um valor fixado hoje na JT (hoje: 6mil reais é o teto). Se condenar a menor, terá de depositar apenas o valor da condenação.Se quiser recorrer de revista, diz que tem que depositar + o dobro do valor do recurso ‘’ordinário. Se tiver mais embargos infringentes, mais o dobro, extraordinário, mais o dobro. Óbvio que se o valor da condenação for menor que tudo isso, o limite do valor será o valor da condenação. Normalmente o reclamado será isentado de pagamento.O valor das custas é de 25 e o de depósito é em razão de uma tabela do TST.790-A: diz que os beneficiários da Justiça Gratuita são isentos de custas. As custas sempre serão pagas ao final. Ente público e MP não pagarão custas.O 790-A fala da isenção dessas custas

5.3.2. Honorários Periciais: explicitará na sentença a quem incumbe o pagamento. Art. 790, CLT.

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Até um determinado momento dizia-se que na JT não se tinha sucumbência parcial.Se o perito não considerava as atividades insalubres, o reclamado tinha que pagar. A súmula 236 do TST diz que se disser que não tem adicional de periculosidade, a reclamada não tem que pagar.Após essa súmula foi produzido o art. 790-B. Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária de justiça gratuita. (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)Hoje há uma resolução do TRT-4 que possibilita que o juiz arbitre honorários para ser pago pelo tribunal.O perito assistente será remunerado apenas pela parte, pois no PT, no art. 3º da Lei 5584/70 estabelece o sistema de perito único.

5.3. Contribuição Previdenciária: no dispositivo, temos que identificar quais as parcelas são sujeitas à contribuição previdenciária e indicar quem deverá arcar com elas (art. 832, §3º da CLT). Os §§4º, 5º e 6º do 832 também se relacionam a essa discussão de contribuições previdenciárias. Isso tudo deverá estar no decisum. § 3o As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso. (Incluído pela Lei nº 10.035, de 25.10.2000) § 4o A União será intimada das decisões homologatórias de acordos que contenham parcela indenizatória, na forma do art. 20 da Lei no 11.033, de 21 de dezembro de 2004, facultada a interposição de recurso relativo aos tributos que lhe forem devidos. (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007) § 5o Intimada da sentença, a União poderá interpor recurso relativo à discriminação de que trata o § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007) § 6o O acordo celebrado após o trânsito em julgado da sentença ou após a elaboração dos cálculos de liquidação de sentença não prejudicará os créditos da União. (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007) A sentença ideal é a que não componha os embargos declaratórios.

6. Julgamento: o ideal é que esteja nos limites dos arts. 128 e 460 do CPC, ou seja, o juiz proferirá sentença nos limites da lide. O ideal é que não houvesse sentença citra, ultra ou extra petita. Citra, ultra e extra petita são hipóteses excepcionais.

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6.1. Citra Petita: está dando menos do que a parte está pedindo. Tem se entendido que se ela é citra petita, pode o tribunal pode deferir aquilo que não for deferido. A outra teoria diz que se fizesse isso no tribunal, haveria uma supressão de instância. Assim, outras turmas determinam que se devolva o processo ao juiz para que decida sobre o assunto. O art. 515, §2º permite que o tribunal já aprecie a matéria, como, p. ex, no caso de o juízo de primeiro grau declarar prescrito.Tem-se prevalecido a tese de retorno dos autos.Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. § 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.Art. 484, CLT quando se postula todas as parcelas da rescisão e houver culpa recíproca, daí não seria 40%, mas 20%. Se diz que é citra, pois não houve a formulação desse pedido. Aqui seria citra, pois o juiz verifica que tem culpa recíproca.Art. 484 - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade.

6.2. Ultra Petita: deu mais. Se o juiz der mais do que o pedido, o tribunal pode cortar o que foi dado a mais, não precisa determinar que se volte ao tribunal, só se tira o excesso.

6.3. Extra Petita: dar diferente. Seria deferir um pedido distinto daquele que foi proposto. Há o princípio da extrapetição como, p. ex., na indenização do período correspondente, mesmo sem pedir, na hipótese de garantia de emprego (art. 496, CLT). Art. 496 - Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o grau de incompatibilidade resultante do dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa física, o tribunal do trabalho poderá converter aquela obrigação em indenização devida nos termos do artigo seguinte.

7. Coisa Julgada:7.1. Definição: art. 467, CPC. É aquela situação imutável protegida

pela CF. Mas os elementos da coisa julgada estão no 301, §1º do CPC. Ação idêntica é com as mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedidos. Para haver CJ, deve-se repetir ação que foi decidida por sentença que não caiba recurso.Art. 467. Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário.Art. 301.

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§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.

7.2. Formal: é uma espécie de preclusão máxima que acontece dentro do processo. Se limita ao processo. Na verdade, a sentença tanto do 267 quanto do 269 (definitiva ou terminativa) produz coisa julgada formal. O 467 do CPC se refere à coisa julgada formal e à material.

7.3. Material: se expande. Os efeitos vão além das partes. Art. 467, CLT. As situações contra o processo possibilitam novo ajuizamento de ação. Toda coisa julgada material é formal, mas nem toda coisa julgada formal é materialhyu. A coisa julgada, o direito adquirido e o ato jurídico perfeito sempre foram dogmas do direito.

7.4. Relativização: o art. 884, §5º, CLT relativiza a coisa julgada. A regra é que seja absoluta. Muitas leis estaduais chegaram ao STF que declarou-as inconstitucional. Antes desse artigo se dizia que já havia coisa julgada, não podendo ser mudado. Mas esse artigo abre a possibilidade de essa sentença não se tornar exeqüível. Esse parágrafo é um marco para efeitos dessa coisa julgada que era tida como intocável.Art. 884. § 5o Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)

7.5. Limites:7.5.1. Subjetivos: o art. 472 do CPC diz que a sentença faz coisa

julgada à partes as quais é dada. A regra é que os efeitos são entre as partes que participam dessa relação processual. Temos de acrescentar o art. 103, CDC que vai dar uma outra dimensão para a coisa julgada em relação às ações coletivas em sentido lato senso (ação civil pública). Na ação civil pública só temos efeitos de coisa julgada positiva e não negativa. Se um direito for reconhecido nessa ACP valerá para todos os prejudicados. Mas se indeferir, cada um dos prejudicados poderá propor sua ação individualmente. Isso está vindo para JT em ações de substituição processual.Art. 472. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros. Nas causas relativas ao estado de pessoa, se houverem sido citados no processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produz coisa julgada em relação a terceiros.

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7.5.2. Objetivos: estão no art. 468, CPC. Limites da lide das questões decididas – o objeto dessa ação que faz coisa julgada está definido pela inicial e pela defesaArt. 468. A sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas.

Ler 469 ao 475.

Art. 469. Não fazem coisa julgada: I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; Il - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença; III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo. Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a parte o requerer (arts. 5o e 325), o juiz for competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide. Art. 471. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide, salvo: I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença; II - nos demais casos prescritos em lei. Art. 472. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros. Nas causas relativas ao estado de pessoa, se houverem sido citados no processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produz coisa julgada em relação a terceiros. Art. 473. É defeso à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, a cujo respeito se operou a preclusão. Art. 474. Passada em julgado a sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e defesas, que a parte poderia opor assim ao acolhimento como à rejeição do pedido. Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 2001) I – proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 2001) II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI). (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 2001)

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§ 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 2001) § 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 2001) § 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 2001)

09 de maio de 2011

Fazer trab.

1. Descreva os princípios a) Da manutenção dos efeitos da sentença.

Consoante o disposto no art. 899 da CLT, a regra geral é que os recursos interpostos por meio de petição não terão caráter suspensivo, apenas devolutivo. A devolutividade é atributo inerente a todos os recursos, que consiste submeter a matéria impugnada a novo julgamento por um mesmo ou por outro órgão judicial hierarquicamente superior. Assim, entende-se por efeito devolutivo a delimitação da matéria submetida à apreciação e julgamento pelo órgão judicial destinatário do recurso.

Apesar do supracitado artigo da legislação trabalhista explicitar que os recursos trabalhistas serão interpostos por simples decisão, a jurisprudência dessa seara tem entendido que devem ser apresentadas as respectivas razões para verificar, dentre outras hipóteses, quais matérias estariam sujeitas ou não à coisa julgada.

Como toda regra geral, a norma de não atribuir efeito suspensivo aos recursos trabalhistas possui exceções. Exemplo disso está o disposto no art. 14 da Lei 10.192/01, que explicita a hipótese de que o recurso interposto da decisão normativa da justiça do trabalho terá efeito suspensivo, na medida e extensão conferidas em despacho de Presidente do Tribunal Superior do Trabalho.

b) Da singularidade, unirrecorribilidade da unicidade recursal

Desse princípio extrai-se a idéia de que a cada decisão corresponde a único recurso. Isso se depreende do fato de que no ordenamento jurídico

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trabalhista é vedada a interposição de mais de um recurso contra a mesma decisão. Os recursos, assim, não poderão ser interpostos simultaneamente, mas sim sucessivamente, obedecendo à hierarquia dos órgãos jurisdicionais.

c) Conversibilidade ou fungibilidade

Na legislação processual trabalhista, ao contrário da processual civil, admite a interposição de um recurso trabalhista em lugar do outro. Assim, se um recurso for interposto equivocadamente dentro do prazo do recurso correto, aquele será aproveitado. Isso acontece pelo fato de os recursos trabalhistas terem, em regra, o mesmo prazo processual.

Cumpre salientar que esse princípio será devidamente afastado no caso de evidente má fé.

2. Identifique os pressupostos recursais

Para que um recurso seja admitido, ele deve estar de acordo com os pressupostos recursais, que a doutrina os classifica em subjetivos (intrínsecos), objetivos (extrínsecos), ou ainda, extraordinários (nos casos de RE, RR e Embargos no TSE).

Os pressupostos subjetivos têm a ver com as características pessoais do recorrente e se subdividem em:

a) Legitimidade : tem legitimidade a pessoa física ou jurídica, ainda que revel, que tenha participado como parte, no processo de primeiro grau de jurisdição; e, ainda, terceiro prejudicado ou interessado quando for (i) sucessor ou herdeiro, (ii) empresa condenada solidária ou subsidiariamente, (iii) o subempreteiro, o empreiteiro principal ou o dono da obra, (iv) os sócios de fato nas sociedades não juridicamente constituídas, além das pessoas físicas e jurídicas por força de normas de Direito Civil, que se vinculem à parte que figurou na demanda, (v) os litisconsortes e os assistentes e o (vi) substituto processual. Há, ainda, a legitimidade processual do MPT.

b) Capacidade : no momento da interposição do recurso, o recorrente deverá estar plenamente capaz; caso não o esteja, deverá ser legalmente representado nos termos da legislação civilista.

c) Interesse : para interpor um recurso, a providência judicial pleiteada deverá ser útil, além disso a via que se escolhe para obter essa providência deverá ser necessária. Assim, o binômio necessidade e utilidade transcendem a mera sucumbência.

Já os pressupostos objetivos são aqueles que se relacionam com os aspectos extrínsecos dos recursos:

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a) Recorribilidade do ato : esse requisito impõe que só será admitido um recurso, se no ordenamento jurídico não houver óbice ao direito de recorrer. Há alguns atos que não comportam recursos, tais como os despachos de mero expediente e as decisões interlocutórias.

b) Adequação : o recurso deve ser próprio e adequado para atacar a decisão impugnada. O princípio da fungibilidade é exceção a esse pressuposto. Contudo, o Ministério Público do Trabalho não pode se beneficiar desse princípio, em razão de ser um órgão eminentemente técnico.

c) Tempestividade : o direito de recorrer deverá ser exercido dentro do prazo peremptório legal do recurso. A regra geral nos prazos de recursos trabalhistas é de oito dias, a exceção seria no caso de embargos declaratórios, que o prazo é de cinco dias. Importante salientar que, como o processo do trabalho preconiza a celeridade, não se aplica a este a regra processual civilista do prazo recursal dobrado no caso de os litisconsortes terem diferentes procuradores. Um recurso interposto fora do prazo será denegado pelo juízo a quo e, caso esse não o faça, não será conhecido pelo juízo ad quem.O prazo processual recursal do Ministério Público do Trabalho tem sido amplamente discutido pela doutrina. A minoritária separa a função do MPT como órgão agente, isto é, como parte, ou como órgão interveniente, ou seja, como custos legis. Para que faz essa separação, diz que o prazo para o MPT parte será o comum a todos, ou seja, de oito dias; e, para o MPT custos legis seria em dobro. Contudo a doutrina majoritária, corroborada pelas decisões jurisprudenciais, tem entendido que independente da função do MPT o prazo recursal deste será dobrado.

d) Representação : apesar do direito processual laboral admitir o jus postulandi da parte, uma vez representada por advogado, deverá este estar devidamente constituído nos autos. Entretanto, os tribunais vêm relativizando esse pressuposto, admitindo o mandato tácito (quando o advogado tiver praticado em nome da parte vários atos no processo), bem como admitindo a procuração apud acta (quando o advogado figurar como assistente da parte em ata de audiência).Importante salientar que o jus postulandi da parte só existe na relação de emprego, não existindo nas demais relações trabalhistas julgadas pela Justiça do Trabalho. Assim, nas outras relações, sempre deverá a parte ser assistida por advogada, com a referente representação.

e) Preparo : é a combinação das custas processuais com o depósito recursal. As custas são tributo, mais precisamente, uma taxa, em razão da contraprestação de um serviço público. As custas em recursos no processo de conhecimento incidirão a base de 2% sobre a causa, respeitando o mínimo de R$ 10,64. As custas serão fixadas na sentença e, não sendo líquidas, o juiz a determinará. A interpretação quanto às

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custas deve ser feita de forma restritiva. Importante salientar que no processo de execução, ao contrário do de conhecimento, as custas serão pagas no final.Em relações trabalhista que não as de emprego, pode ocorrer o fenômeno da sucumbência recíproca quanto às custas, devendo ambas as partes a pagarem de forma proporcional ao dispositivo da sentença.Outrossim, não pagarão as custas os beneficiários das justiça gratuita, as pessoas jurídicas de direito público e o Ministério Público do Trabalho.Já o depósito recursal incidirá apenas se houver condenação pecuniária e só será pago pelo empregador e jamais pelo empregado. Além disso, estão isentos de arcar com os depósitos as pessoas jurídicas de direito público, o Ministério Público do Trabalho e a Massa Falida.

3. O que é e quem faz o juízo de admissibilidade recursal?Um recurso, em regra, passa por dois juízos de admissibilidades: um

feito pelo juízo a quo e outro pelo juízo ad quem. Exceção a isso seria o recurso de Embargos de Declaração.

O juízo de admissibilidade é a análise dos pressupostos processuais, tanto os objetivos quanto os subjetivos, feitos por esses dois juízos. Assim, no juízo de admissibilidade jamais se analisa o mérito.

(TRABALHAR MELHOR ESTA QUESTÃO).

16 de maio de 2011

Perguntas – principais aspectos: princípios dos efeitos da sentença e unirrecorribilidade, pressupostos processuais objetivos e subjetivos (questão do preparo no processo do trabalho, depósito recursal).

I. Recursos em espécie – são 8 recursos possíveis:

1. Embargos – 894, CLT: não são os declaratórios, são recurso específico frente ao TST. Tem 3 tipos:

Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias: (Redação dada pela Lei nº 11.496, de 2007)

I - de decisão não unânime de julgamento que: (Incluído pela pela Lei nº 11.496, de 2007)

a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e

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estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e (Incluído pela pela Lei nº 11.496, de 2007)

b) (VETADO)

II - das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, salvo se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela pela Lei nº 11.496, de 2007)

- infringentes

- de nulidade

- de divergência

2. Ordinário – 895, CLT: é o mais utilizado, clássico, equivale à apelação. Julgado, em regra, pelo TRT.

Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: (Vide Lei 5.584, de 1970)

I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e (Incluído pela Lei nº 11.925, de 2009).

II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. (Incluído pela Lei nº 11.925, de 2009).

§ 1º - Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso ordinário: Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

I - (VETADO). Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor; Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão; Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

IV - terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos,

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a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão. Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

§ 2º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo. Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

3. Revista – 896, CLT: corresponderia ao recurso especial no sistema civil, é julgado pelo TST.

Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou a Súmula de Jurisprudência Uniforme dessa Corte; (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

§ 1o O Recurso de Revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será apresentado ao Presidente do Tribunal recorrido, que poderá recebê-lo ou denegá-lo, fundamentando, em qualquer caso, a decisão. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

§ 2o Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

§ 3o Os Tribunais Regionais do Trabalho procederão, obrigatoriamente, à uniformização de sua jurisprudência, nos termos do Livro I, Título IX, Capítulo I do CPC, não servindo a súmula respectiva para ensejar a admissibilidade do Recurso de Revista quando contrariar Súmula da Jurisprudência Uniforme do

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Tribunal Superior do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

§ 4º A divergência apta a ensejar o Recurso de Revista deve ser atual, não se considerando como tal a ultrapassada por súmula, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. alterado pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

§ 5º - Estando a decisão recorrida em consonância com enunciado da Súmula da Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, poderá o Ministro Relator, indicando-o, negar seguimento ao Recurso de Revista, aos Embargos, ou ao Agravo de Instrumento. Será denegado seguimento ao Recurso nas hipóteses de intempestividade, deserção, falta de alçada e ilegitimidade de representação, cabendo a interposição de Agravo. (Redação dada pela Lei nº 7.701, de 21.12.1988)

§ 6º Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho e violação direta da Constituição da República. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

4. Agravo de Petição e de Instrumento – 897, CLT: o agravo de petição serve exclusivamente para decisões proferidas na execução. Ex: da decisão que julga embargos na execução.

Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: (Redação dada pela Lei nº 8.432, 11.6.1992)

a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções; (Redação dada pela Lei nº 8.432, 11.6.1992)

b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos. (Redação dada pela Lei nº 8.432, 11.6.1992)

§ 1º - O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença. (Redação dada pela Lei nº 8.432, 11.6.1992)

§ 2º - O agravo de instrumento interposto contra o despacho que não receber agravo de petição não suspende a execução da sentença. (Redação dada pela Lei nº 8.432, 11.6.1992)

§ 3o Na hipótese da alínea a deste artigo, o agravo será julgado pelo próprio tribunal, presidido pela autoridade recorrida, salvo se se tratar de decisão de Juiz do Trabalho de 1ª Instância ou de Juiz de Direito, quando o julgamento competirá a uma das Turmas do Tribunal Regional a que estiver

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subordinado o prolator da sentença, observado o disposto no art. 679, a quem este remeterá as peças necessárias para o exame da matéria controvertida, em autos apartados, ou nos próprios autos, se tiver sido determinada a extração de carta de sentença. (Redação dada pela Lei nº 10.035, de 25.10.2000)

§ 4º - Na hipótese da alínea b deste artigo, o agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada. (Incluído pela Lei nº 8.432, 11.6.1992)

§ 5o Sob pena de não conhecimento, as partes promoverão a formação do instrumento do agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do recurso denegado, instruindo a petição de interposição: (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, do depósito recursal referente ao recurso que se pretende destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito recursal a que se refere o § 7o do art. 899 desta Consolidação; (Redação dada pela Lei nº 12.275, de 2010)

II - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito controvertida.(Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

§ 6o O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso principal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos.(Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

§ 7o Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal, observando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento relativo a esse recurso. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

§ 8o Quando o agravo de petição versar apenas sobre as contribuições sociais, o juiz da execução determinará a extração de cópias das peças necessárias, que serão autuadas em apartado, conforme dispõe o § 3o, parte final, e remetidas à instância superior para apreciação, após contraminuta. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.035, de 25.10.2000)

Agravo de instrumento: um dos princípios do PT é a irrecorribilidade das interlocutórias. Então o AI aqui perde espaço, servindo única e exclusivamente para atacar despacho que não recebe recurso (serve para destrancar um recurso) – isso vai cair na prova e na OAB.

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5. Embargos de Declaração – 897-A, CLT + 535, CPC: não tínhamos ED na CLT, mas a partir de 2000 esse recurso ingressou também no processo do trabalho. Tem a mesma estrutura do processo civil (omissão, contradição ou obscuridade).

Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

Parágrafo único. Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

Art. 535. Cabem embargos de declaração quando: (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 1994)

I - houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade ou contradição; (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 1994)

II - for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz ou tribunal. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 1994)

6. Extraordinário – 102, III, CF: como em todo sistema processual, o RE é o último recurso a ser utilizado. Aplicam-se as restrições gerais: ofensa direta à CF, esgotamento do sistema recursal

7. Adesivo – 500, CPC + Súmula 283/TST: reclamante recorre ordinariamente em relação aos pedidos que perdeu reclamado pode recorrer adesivamente quanto aos que ele perdeu. Se o principal não é recebido, há desistência etc., o adesivo vai junto. Ele não se sustenta sozinho, para efeitos técnicos vai ter o mesmo destino do recurso principal.

Art. 500. Cada parte interporá o recurso, independentemente, no prazo e observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte. O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas disposições seguintes: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)

I - será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso principal, no prazo de que a parte dispõe para responder; (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 1994)

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II - será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no recurso extraordinário e no recurso especial; (Redação dada pela Lei nº 8.038, de 1990)

III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou se for ele declarado inadmissível ou deserto. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)

Parágrafo único. Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)

TST Enunciado nº 283 - Res. 16/1988, DJ 18.03.1988 - Mantida - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Recurso Adesivo - Processo Trabalhista - Cabimento

O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho e cabe, no prazo de 8 (oito) dias, nas hipóteses de interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte contrária. (Revisão do Enunciado nº 196 - TST)

8. Agravo Regimental – Regimento Interno: tipo de recurso previsto nos RI dos Tribunais (TRT, TST, STF). Normalmente é veiculado dentro do Tribunal em razão de decisões monocráticas. Ex: recebe o recurso e monocraticamente não conhece não deu seguimento AR para a Turma, para que ela examine o recurso.

II. Recurso Ordinário

1. Denominação: é igual à apelação. O art. 895, CLT, fala em “instância”, mas não temos mais isso, mas sim “graus de jurisdição”.

É diferente do recurso ordinário do RO do art. 102, CF. Este tem matérias específicas na CF.

Prazo dos recursos em geral: 8 dias.

2. Cabimento: hipóteses de cabimento do RO estão no 895:

a) Decisões definitivas ou terminativas das Varas:

- definitiva: aprecia o mérito (269, CPC), que não necessariamente está vinculada ao pedido. Ex: acolhimento de prescrição, compensação. EXCEÇÃO: no 269, só não vai caber RO quando as partes transigirem, pois aí teremos uma decisão irrecorrível (831, §, CLT). Poderia, eventualmente, comportar ação rescisória, que não é recurso, é ação autônoma, com outra configuração.

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- terminativa: sem julgamento de mérito (267, CPC), basicamente voltada a aspectos processuais (ex: acolhimento de preliminar).

b) Decisões TRTs em competência originária: tanto decisões terminativas quando definitivas, em dissídios individuais e em dissídios coletivos.

Que tipo de ação de dissídio individual é proposta no TRT, que tem decisão que comporta RO? Ação rescisória e MS contra ato do juiz RO para o TST.

Ex: acolhimento de preliminar de inépcia da inicial da rescisória decisão terminativa RO para o TST.

Ações originárias do TRT decisão RO para o TST

E no dissídio coletivo? O que vai comportar o RO, então é a sentença normativa.

ACP é dissídio individual!

Dissídio coletivo envolve sindicatos, que resulta em sentença normativa, que gera direitos, é fonte de direito. É como se fosse uma lei, não pode ser executada. Não tem força por si mesma, é declaratório-constitutiva, não é executiva.

Sindicato verifica que determinada empresa não está cumprindo a sentença normativa. Que ação ele vai mover? 872: ação de cumprimento, que tem natureza de ação de conhecimento.

c) Súmula 214/TST: TST criou 3 hipóteses de RO:

- decisão de TRT contrária a súmula ou OJ do TST: caso do relator, que caberia agravo regimental. TST diz que cabe RO.

- decisão suscetível de impugnação por recurso para o mesmo Tribunal.

- decisão que acolhe exceção de incompetência territorial em favor de outro TRT: é a que acontece mais (99% dos casos da súmula).

3. Devolutibilidade: é um dos efeitos do recurso. Art. 515 do CPC define: é a matéria que vai ser examinada pelo Tribunal no recurso.

Sentença condena a horas extras, adicional de periculosidade e diferenças de salário RO sobre as 2 últimas matérias, não falo nada sobre as HE chega no Tribunal, o TRT não vai poder examinar as HE.

A matéria devolvida ao Tribunal é aquela objeto de impugnação, de análise pelo RO. O que não foi provocado no recurso não será analisado pelo Tribunal. Exceção é o conhecimento de ofício de matérias que são de ordem pública.

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Para o direito do trabalho, prescrição não é de ordem pública. Tem que haver provocação. Art. 219, § 5º, CPC, não se aplica ao direito e ao processo do trabalho. Existem posições diferentes.

É pacífico que a decadência é sim de ordem pública.

Nulidade absoluta, intransponível no processo Acórdão poderá identificá-la e determinar o retorno do processo ao 1º grau.

a) efeito meramente devolutivo: além do efeito meramente devolutivo (art. 899 da CLT), pode haver efeito suspensivo. No processo civil, o juiz recebe o recurso no duplo efeito. No processo do trabalho não se mencionam os efeitos em que o recurso é recebido, caso em que se entende que só é recebido no devolutivo, caso em que já se pode proceder à execução provisória.

Vejo que a execução provisória pode me causar danos o que fazer para que o juiz também receba o recurso no efeito suspensivo tem que propor ação cautelar

b) ação cautelar para atribuição de efeito suspensivo: discussão se ela é proposta no juízo de origem ou no Tribunal.

Professor diz pode ser nos dois, pois ambos fazem juízo de admissibilidade. Ele diz que no 1º grau poderia ser feito por simples direito de petição, caso em que não caberá recurso (interlocutória). Então o melhor seria entrar com a cautelar direto no Tribunal.

Isso também se aplica às ações coletivas.

Sentença coletiva sindicato patronal vai recorrer ordinariamente ao TST vai querer a atribuição de efeito suspensivo.

c) conhecimento de ofício de matéria de ordem pública: visto.

4. Tramitação:

a) Interposição do recurso no juízo de origem (a quo): isso acontece também porque há o primeiro juízo de admissibilidade: examina se há preparo, se é tempestivo, se o recorrente é parte legítima etc.

b) Aplicabilidade ou não do art. 518, § 1º, CPC: Bezerra Leite entende aplicável. Se o juiz ver que o recurso aborda matéria que contraria súmula do TST ou do STF, o juízo de origem poderia não receber o recurso.

Mas isso não acontece normalmente.

Na hipótese do não recebimento pelo 518, § 1º, CPC, caberia o recurso de agravo de instrumento.

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Art. 518. Interposta a apelação, o juiz, declarando os efeitos em que a recebe, mandará dar vista ao apelado para responder. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 1994)

§ 1o O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver em conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal. (Renumerado pela Lei nº 11.276, de 2006)

c) Contrarrazões – art. 900, CLT: é o argumento da outra parte, querendo que a sentença seja mantida. Também pode abordar aspectos relacionados à admissibilidade do recurso.

Art. 900 - Interposto o recurso, será notificado o recorrido para oferecer as suas razões, em prazo igual ao que tiver tido o recorrente.

d) Juízo de admissibilidade: visto.

Depois de juntas as CR, os autos vão para o TRT, para o setor de distribuição.

e) TRT:

- distribuição: ao juiz do TRT

- parecer do MPT: por Resolução do TRT4, é feito oralmente na sessão, o que agilizou bastante o andamento do processo. Ele não atua no 1º grau de regra.

- indeferimento pelo relator: pode o relator indeferir o recurso, inclusive com base no 518, § 1º, CPC. É novo juízo de admissibilidade. Se ele nega seguimento, entrar com agravo regimental.

- revisor: feito o voto do relator, vai para o revisor.

- julgamento: é designado dia para julgamento. Cada um leva, mais ou menos, 50 processos. Então em um dia se julgam normalmente 150 processos.

-- relatório

-- sustentação oral

-- voto:

--- relator

--- revisor

--- 3º

*Matéria:

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a) conhecimento: no acórdão se faz de novo um juízo de admissibilidade, a Turma pode não conhecer o recurso, até mesmo por questão levantada pelo revisor ou pelo terceiro julgador.

b) preliminares: validade de documentos juntados no recurso, análise de indeferimento de prova com protesto antipreclusivo.

c) prejudiciais: passadas as preliminares, examinam-se as prejudiciais, que são as mesmas da contestação: são mérito, mas não estão relacionadas com os pedidos propriamente ditos. Ex: prescrição, compensação, quitação.

d) mérito: depois disso passa-se ao exame da matéria discutida.

*Acórdão: tudo isso leva ao acórdão, cf. art. 895, CLT, que é decisão colegiada. O § 1º, IV, diz que o único julgamento isento de produzir acórdão é aquele efetuado pelo Tribunal em processo sumaríssimo, caso em que há certidão de julgamento (OBS: em relação à sentença, no sumaríssimo não há relatório).

Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: (Vide Lei 5.584, de 1970)

I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e (Incluído pela Lei nº 11.925, de 2009).

II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. (Incluído pela Lei nº 11.925, de 2009).

§ 1º - Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso ordinário: Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

I - (VETADO). Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor; Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão; Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

IV - terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos,

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a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão. Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

§ 2º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo. Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

III. Embargos declaratórios

Ingressou no sistema pelo 897-A, CLT. Referência é o art. 535, CPC.

Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

Parágrafo único. Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

Prazo de 5 dias.

Cabível contra omissão e contradição. Diferentemente do CPC, foi omitida a obscuridade.

Omissão: juiz deixou de se manifestar sobre algum pedido. Ex: não analisa o pedido de horas extras. Mas não só pedido. Às vezes a reclamada traz 5 argumentos para derrubar a tese da inicial juiz acolhe 1 deles e não se manifesta sobre os demais entra com ED para se manifestar sobre todos juiz não precisa se manifestar sobre tudo, desde que se convença de 1 deles.

Em relação à sentença, se eu recorrer ao Tribunal, poderei pedir a ele que examine os outros pontos caso rejeite aquele acolhido pelo juiz. Não há necessidade de prequestionamento (caso do recurso de revista). Não há prequestionamento de sentença, só de acórdão.

Contradição: tem que examinar dentro da sentença. Ex: diz nos fundamentos que o reclamante não realizava horas extras e no decisum condenada a reclamada a seus pagamentos.

Má apreciação de prova não é contradição! Nesse caso tem que recorrer ordinariamente.

Para opor ED, tem que haver contradição dentro da própria sentença.

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Pode ter efeito infringente/modificativo: possibilidade de modificação, anunciada já no 897-A, sempre dentro da perspectiva de omissão/contradição. Ex: modifica a decisão para condenar ao pagamento de adicional, no que a sentença estava omissa.

4 pontos principais:

- só omissão/contradição

- efeito modificativo estrito a elas, não serve para reforma da decisão (caso de RO)

- não há prequestionamento de sentença

- prazo de 5 dias

23 de maio 2011

EXECUÇÃO

1. Estrutura Normativa: o diploma legal base para a execução está na CLT entre os arts. 876 e 892. Entretanto essa normatividade é mais simplificada, pois nem tudo de que precisamos estará aqui. Mas a CLT continua sendo a base.É melhor uma execução mais normatizada (detalhada) ou uma execução mais tosca, mais direta? A execução no processo do trabalho funciona muito melhor, pois tem uma atuação mais judicial, mais direta do que legislativa.Essa base da CLT pode ser insuficiente. Portanto, a lei 6.830/80 (LEF), poderá ser aplicada. O art. 899 da CLT remete a esta lei quando a CLT for omissa.Art. 889 - Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.CLT omissa Lei 6830/80.Os arts. 8º, 769 e 889 da CLT são artigos quem comunicam. O 8º faz uma comunicação entre o direito material (busca-se no CC).O art. 769 diz que se no processo de conhecimento, houver lacuna ou omissão na CLT, busca-se a subsidiariedade no CPC.O 889 diz que na execução, no que ela for omissa, busca-se na Lei 6830/80.Em terceiro lugar (se não tiver na CLT ou na LEF), busca-se o CPC.

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O trabalhador adquire o mesmo status que tem o ente público para fins de execução.O Bezerra Leite desenvolve na linha das reformas do CPC (idéia de cumprimento da sentença e de todo o aparato do art. 475, letras do CPC).O foco na execução para títulos executivos judiciais no PC está no art. 475, letras. O que levou essa modificação no CPC é o sincretismo processual.O Bezerra Leite coloca o CPC na linha de seqüência logo depois da CLT (e não a LEF). Mas não é isso o que tem prevalecido em termos jurisprudenciais do TST. Esse tribunal diz que as regras do CPC são aplicadas de forma subsidiária.Sentença Liquidação Citação para pagamento em 48h (usa essa citação ou a regra do 475-J para cumprimento da obrigação no prazo de 15 dias sob pena de multa de 10%? Alguns juízes estão usando o 475-J com a intimação (o TRT fica em dúvida e o TST em sua maioria diz que tem que usar a CLT, pois há regra para isso). Na CLT não há a citação inicial no processo, há a notificação. Até aqui não há toda a segurança no Processo. Por isso que o 890 fala em citação, pois será pessoal, é uma forma de dar mais segurança ao processo.Nesse momento, ainda está preservada a idéia de que se usa as regras da CLT de forma preponderante (talvez, ao longo do tempo isso mude para a aplicação do CPC).Na prova a ordem será: CLT 6830/80 + 5584/70 (art. 13) CPC.O art. 13 da 5584 trata da remição (satisfação da dívida). Art 13. Em qualquer hipótese, a remição só será deferível ao executado se êste oferecer preço igual ao valor da condenação.

2. Estrutura Orgânica: é da seguinte forma que se dividem todas as execuções (mesmo a processual civil)- Quantificação: é conhecida como liquidação da sentença. Significa traduzir essa sentença em números.- Constrição: o ato por excelência é a penhora (ato judicial que leva a constrição patrimonial no sentido de limitar o direito de propriedade do devedor). Primeiro se tenta fazer uma constrição como sinalização de que se este devedor não pagar, se retirará esse bem do patrimônio do devedor e depois vendê-lo.Quando nomeamos um leiloeiro e esse anuncia em jornal, nada mais é do que a venda do bem para efeito de apurar valores para a quitação da dívida.- Expropriação: é a “venda”.

3. Princípios: o professor deixou de fora dois só do Bezerra Leite. Tem autores que arrolam 30 princípios.

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a) Igualdade: está no art. 5º da CF. Não há aquela igualdade em termos amplos como há no processo de conhecimento. Mas há um mínimo de igualdade para efeitos de tratamento do processo.Se dá vista para um, deve dar para o outro. Há necessidade de igualdade a fim de não gerar nulidade por falta de contraditório e de defesa.Há coisas que o juiz determina (atos de constrição, de retirada do patrimônio do devedor) que serão implementadas.

b) Natureza Real: art. 591 do CPC. Diz que o devedor responde com suas obrigações com todos os seus bens presentes e futuros, ou seja, a execução é essencialmente sobre os bens do sujeito (patrimônio). É real no sentido de coisa/bens. Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.Com isso, se afasta a execução contra a pessoa.No sistema romano, se passou a fazer a execução patrimonial e não mais sobre a pessoa (sistema romano evoluído). Se não tem bens, o processo será arquivado com dívida. Isso não se confunde com a hipótese que o sujeito, por sonegação fiscal, se mantém preso. O direito trabalhista não tem essa hipótese penal por não ter bens.A prisão civil do depositário infiel não era uma forma de se eximir da obrigação, servia apenas para implementar a execuçãoExpressão do art. 591 “todos” os seus bens presentes e futuros. Até mesmo com bens passados no caso de fraude à execução ou fraude a credores (resgata-se os bens e o traz para responder por essas dívidas).Fraude à execução se dá quando já se tem uma ação em curso e o fato de alienar um bem pode levar a insolvência.A fraude a credores pode ocorrer mesmo sem ação, desde que haja a intenção do que está se desfazendo de patrimônio de prejudicar terceiros.Na fraude à execução, há uma presunção de que a alienação desse bem se faz em fraude. O ajuizamento da ação no conhecimento pode conduzir a essa circunstância.Na fraude contra credores, deve-se comprovar essa fraude por ação própria. É denominada de ação pauliana (é a demonstração de que o desfazimento desse patrimônio tinha o objetivo de prejudicar credores). É um tipo de ação que o juiz do trabalho poderia julgar se houvesse um credor trabalhista (mas teria que ter uma lei para isso. Atualmente, mesmo nesses casos seria a justiça cível).

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Na falência, se o síndico verificar que o falido se desfez do patrimônio, faz uma ação pauliana para trazer o patrimônio para a massa.Na fraude a execução se declara nos próprios autos.

c) Limitação Expropriatória: art. 649 e 650, CPC + Lei 8.009/90.Existem bens que não se pode, em tese, expropriar. O Bezerra Leite diz que se usa os art. 659 e 692 do CPCEsse princípio significa um limite da possibilidade de avançar e retirar do patrimônio do devedor (é um limite de proteção) é uma exceção.8009 trata do bem de família.O Bezerra Leite diz que esse princípio significa que devemos penhorar apenas o suficiente para garantir a satisfação da execução.O professor não concorda com a interpretação deste autor. É evidente que toda e qualquer expropriação vai ser de tantos bens quanto bastem a satisfação da execução. Ninguém penhorará 1 milhão se deve 10 mil.A idéia de limitação expropriatória deve ser vista de maneira restrita e excepcional pois a regra geral está no 591 (todos os bens presentes e futuros e talvez até passados).Por isso na JT tem se dado interpretação relativizada ao art. 649 (diz que há impenhorabilidade absoluta, definidos por lei ou por vontade do proprietário desse bem).Seria muito fácil atribuir a todo o patrimônio uma cláusula de impenhorabilidade. Para o DT se leva em conta o que a lei atribui como impenhorável, mas não necessariamente aquilo que o devedor atribui como impenhorável.Há uma discussão de relativizar o 649 (questão do salário 20% aplicação subsidiária dos empréstimos descontados em folha).A Lei. 8009/90 protege o chamado bem de família (interessa se o sujeito usa esse bem para sua moradia).O professor entende que a 8009 não se aplica a legislação trabalhista (crédito executivo para aquisição dessa casa, crédito oponível a relação de emprego doméstica, despesas relativas a existência dessa propriedade são oponíveis a 8009). O professor acrescenta a hipótese de impenhorabilidade em casa de execução trabalhista, mas o TRT e o TST não pensam assim.Art. 3º da 8009 traz essas situações de inoponibilidade.Hoje há um relativização a isso.Do ponto de vista do direito civil e processual civil é necessária garantir o mínimo de sustento e de sua moradia.No direito do trabalho isso é discutido, pois não se preocupou com a subsistência do empregado.

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De forma geral, tem prevalecido a proteção.

d) Utilidade para o credor: art. 659 e 692 do CPC.A execução deve ter um sentido para o credor, não pode ser por vingança. Deve ter a satisfação necessária de um crédito. Por isso se expropria os bens suficientes a essa execução.É com base nesse princípio de utilidade para o credor quando a execução é sobre as custas e é pífia à União. Acaba-se arquivando o processo sem dívida, pois para o Estado sai mais caro executar do que efetivamente vai receber.

e) Não-prejudicialidade do Devedor: art. 620, CPC.Quando por mais de uma forma puder o executado satisfazer a sua obrigação, se fará pelo meio menos gravoso. Não pode a execução gerar um gravame desnecessário.Na medida em que se passou a adotar a penhora online do 655-A do CPC (bloqueio online e depois se efetiva a penhora). Esses bloqueios são feitos a ativos bancários. Conta-corrente, aplicações, etc.A efetividade que se tinha em relação a esses bloqueios está baixando (vão para cooperativas de créditos, que o judiciário não tem acesso).O executado não pode estar escolhendo quais bens serão penhorados e quais bens não são.O dinheiro é o ativo com maior liquidez que se tem.

f) Não-aviltamento do Devedor: tem a ver com a idéia de preço vil.O Bezerra Leite trada dessa situação pelo art. 1º, III CF mais o 649 do CPC e a Lei 8009 no sentido da dignidade do devedor. Essa execução não poderia extrapolar a dignidade do devedor.Para o professor essa análise deve estar na linha mais objetiva da idéia de preço vil.Essa idéia da dignidade da pessoa humana comporta uma subjetividade significativa.Tem a ver com o patrimônio que a pessoa tem, que não pode ser levado a venda, senão por um valor adequado.A JT não se importa com a idéia de preço vil, consoante o TST e o TRT, dizendo que os bens serão vendidos pelo melhor lanço (art. 880, CLT).Na outra ponta, se o bem for vendido por um valor que avilta e se estabelece como abaixo de 20% do bem, o professor anula o leilão e remete a outro. O professor adota a idéia de preço vil.Para o professor, a execução está relacionada ao patrimônio do devedor.É um mínimo de condições para a subsistência e existência desse devedor para o Bezerra Leite.

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4. Legitimação: é quem é passível de estar no pólo ativo ou passivo. Não há um processo de execução distinto. Desde 1943 há o processo sincrético, há execução nos mesmos autos, sequer havendo a necessidade de petição para isso.a) Ativa: 878 CLT + 567, CPC.

A1) Credor: o credor obviamente é legitimado para isso.A2) Juiz: o art. 878 da CLT fala que a execução terá início por qualquer interessado ou pelo juiz, de ofício. Leia-se qualquer interessado como o credor. Se este não fizer nada, o juiz, de ofício, iniciará essa execução.A3) Espólios, Herdeiros, Sucessão: se o reclamante morreu no curso do processo ou após a sentença, quem estará legitimado para receber o alvará, etc, será a representação do espólio (massa patrimonial de uma pessoa). Os herdeiros desse trabalhador estarão legitimados também (quando não se tem definido a representação do espólio, todos os herdeiros estarão legitimados – cada um deles terá parte e não tudo). Mas qualquer um deles pode provocar essa execução se esta estiver parada.A sucessão (já com representante) no PT, valoriza-se essa sucessão a partir da Lei 6858/80, em seu art. 1º, que estabelece que será legitimado a receber FGTS e créditos trabalhistas aquelas pessoas que o trabalhador declarar junto à previdência social (não é a sucessão do CC, mas o da Lei 6858/80). Todos aqueles que estiverem arrolados como dependentes na previdência estarão legitimados. Se não tiver dependentes arrolados junto a previdência, daí se usará a ordem da sucessão civil.Essa situação é chamada de habilitação incidental da representação da sucessão (junta certidão de óbitos e de dependentes). Se não tiver isso definido, o juiz nomeará a companheira ou esposa na condição de sucessão e na condição de representação dos filhos menores.A4) Cessionário (?): art. 567, II e III figuras do cessionário e do sub-rogado. Pode haver cessão de créditos trabalhistas? Não há possibilidade de cessão desses créditos, porque se entende que esses são créditos personalíssimos.A5) Sub-rogado (?): não há a figura da sub-rogação, que é muito próxima do caso acima, pois um terceiro assumiria a condição de credor. Não pode por o crédito ter natureza personalíssima.A6) MPT: será legitimado quando for autor da ação (não é credor), nos casos, por exemplo, de quando move ACP (obrigação de fazer, sob pena de multa, que não reverte ao MPT, mas em função de fundos). Ou nas hipóteses que representam (art. 703).

b) Passiva: 880, CLT + Lei 6830/80, art. 4º. São os que tem que pagar. O 880 fala em executado, que se desdobra nas seguintes figuras:

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B1) Devedor: é quem normalmente é executado. É normalmente aquele figura que consta no pólo passivo do processo de conhecimento.B2) Fiador: não há nem em tese, nem na prática a possibilidade de execução de fiador, pois não existe a figura de fiador na relação de trabalho.B3) Espólio, herdeiros, sucessores, massa falida: é a massa ainda indefinida ou definida apenas em relação ao patrimônio do que faleceu. Se já tiver definido os quinhões para efeitos da divisão dos espólios, os herdeiros poderão também responder, ressalvado o limite do seu quinhão para esses efeitos. Se a herança for inferior aos débitos deixados, pode-se renunciar a essa herança evidentemente.A figura de sucessão está no art. 10 e 448 da CLT. Nesta execução, a figura da sucessão seguirá a mesma coisa que a sucessão do empregador do direito material.A empresa que compra (sucessora arcará com os débitos trabalhistas anteriores). Por isso que se faz auditoria para ver passivos (em relação às contratações e em relação aos já analisados na JT).No processo, deve-se informar ao juiz a circunstância de venda e demais hipóteses de fusão para que o juiz inclua no pólo passivo essa empresa cedida para esses efeitos.Quanto à massa falida, há a sua responsabilização em situação peculiar. Pode executar diretamente a massa falida na JT em razão do princípio da universalidade do juízo da falência e todos os trâmites serão na JT até definir o valor. A fase de constrição e expropriação não se realizarão na JT, haverá apenas a certidão de um crédito que será executado no juízo falimentar.A falência é uma forma de execução coletiva, pois leva-se em conta os créditos preferenciais.O art. 83 da Lei 11.101 tem as categorias dos créditos.B4) Novo devedor: pode haver essa figura desde que o exeqüente concorde. Isso pode acontecer diante de negociação entre empresas. O juiz admitirá desde que o exeqüente concorde.B5) Empregador: é nos casos das ações de execuções de multas administrativas (art. 626 em diante da CLT). Fiscalização do trabalho, a empresa é autuada e dessa autuação ocorre uma multa. Isso será discutido na JT por força do 114, VII, CFB6) Responsável solidário/ subsidiário: o solidário já poderia estar dentro da figura do devedor, pois o devedor solidário é devedor principal tal qual o devedor originário (é devedor na mesma intensidade e por tudo). Se houver mais de um devedor solidário,

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pode exigir de todos tudo. Se houver a satisfação por um deles, a obrigação estará adimplida e posteriormente eles se acertarão.A súmula 331 do TST é que traz a figura do devedor subsidiário. Veio para o nosso sistema nas hipóteses de terceirização. A característica desse devedor ficou definida como responsabilidade depois da responsabilidade do devedor principal.Deve-se esgotar a minha execução contra o devedor principal, e, verificando que não há mais patrimônio, volta-se contra o devedor subsidiário. Será executado de forma secundária, derivada.B7) Sócios: poderão responder quando houver a desconsideração da personalidade jurídica. Isso está positivado no art. 50, CC. Excesso de mandato (abuso de finalidade ou confusão patrimonial). Em qualquer dessas hipóteses, poderá o juiz, de ofício, desconsiderar a personalidade jurídica e responsabilizar o sócio.A base do art. 50 normalmente é a confusão patrimonial. Se penhora os bens pessoais.Se demonstra que constitui o patrimônio com seu pró-labore, ou por herança ou por distribuição de lucros, quando essa empresa deu lucros (nunca conseguem).

30 de maio de 2011

5. Liquidação de Sentença: CLT trabalha com o art. 879 e seus §§. No CPC encontramos isso dos arts. 475-A/H.a) Definição/ finalidade: há a fase de liquidação, já chegou a ser um

processo, em um determinado momento chegou a ser agregado ao processo de execução.A finalidade é de quantificação. Identifica-se um bem. A maioria das questões são de quantificação.Pressupõe uma sentença ilíquida, em que há enunciados apenas os direitos do reclamante e com isso a necessidade de liquidação para torná-lo líquido e certo.No rito sumaríssimo, a lei teve a intenção de que já se fizesse uma sentença líquida. Uma sentença desde já exigível facilita as coisas.Individualização do bem é também uma finalidade, ou seja, saber qual é esse bem especificamente.

b) Princípio da não modificação da sentença: isso está no 879, §1º, da CLT é a mesma regra do 475-G do CPC.Neste momento, se tem que traduzir essa sentença em números. Não se pode discutir aspectos de mérito nessa sentença.Todo o processo serve para discutir o mérito. Se a sentença for incluído horas extras é a hora + o adicional. Não pode em liquidação quantificar apenas o adicional.

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A idéia de não-modificação.A regra é cumprir a literalidade da sentença.

c) Sistemas: art. 879 e §§ X art. 884 da CLT (impugnação nos embargos à execução): se fala em sistemas de liquidação pois há dois artigos que regulam essa matéria de forma diferente.O 879, §§, em especial o §2º, que diz que quando transitada em julgado a sentença ilíquida, o juiz abre prazo para as partes apresentarem um cálculo e no caso de não apresentarem, o juiz pode nomear um 3º para isso.Pode passa a valer a regra do 879. Quando tem esse cálculo nos autos, o juiz poderá abrir vista as partes.Quanto ao 879:- Destinatários: 879, §2º exeqüente e executado, §3º mais o INSS- Prazo: 10 dias para a manifestação que trata o §2º - trata-se de prazo legal, improrrogável, cuja não manifestação implica a preclusão.- Preclusão: não manifestação no prazo acima.- Faculdade: o 879, §2º representa uma faculdade. O juiz pode ou não abrir vista às partes. Se optar por abrir vista às partes, os destinatários do §2º são tanto o exeqüente quanto o executado. No §3º deve-se dar vista a mais um: o INSS (união).Até o 879 não precisa garantir o juízo (depósito do valor da condenação ou a penhora de bens suficientes a tanto).O juiz pode não usar o 879, pode apenas homologar o cálculo.Por força do 884, §3º da CLT.O importante é saber que há um sistema em que se discute essa liquidação sem garantia (879) e outro sistema que tem garantia (884).O juiz tem a possibilidade de adota um dos sistemas, a respeito da manifestação da liquidação.No caso, se tem um valor de liquidação. Destes cálculos, o juiz poderá dar vista às partes (879, §2º), salvo, evidentemente, se os cálculos for apresentado por um, que dará ao outro. Ser der vista, o prazo será de 10 dias, sob pena de preclusão, sobre todos os itens ali formulados.Esta impugnação formulada corresponde a um simples direito de petição das partes.Isso é uma faculdade, o juiz pode optar por não fazer nada disso.Passa direto desse cálculo para a dita homologação, ou sentença de liquidação de sentença.No 879 também há homologação de sentença, depois das vistas.Da homologação de sentença, podem as partes proporem impugnação à sentença de liquidação de sentença.

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O 884, §3º permite que o exeqüente utilize essa impugnação de forma autônoma, ou o executado fará essa impugnação dentro dos embargos à execução, como permite o §3º.A vantagem de ter vista é que não precisa garantir o juízo.No 884 precisa garantir o juízo, mas pode discutir tudo, não se limita ao que já discutiu na vista como caso do 879.Só o executado precisará garantir o juízo. O exeqüente não precisará.

d) Tipos: pode ser feita por: na CLT não há a definição dessas estruturas, logo devemos ir ao CPC.

- Cálculo: está prevista no art. 475-B do CPC. Operações aritméticas para chegar a um resultado final. Se tem elementos no processo suficiente a chegar a um valor, se faz por simples cálculo.

Ex: cartão-ponto registrou 10 horas extras e o recibo de pagamento consta 5 horas extras, o resultado da liquidação é de 5 horas extras.

Corresponde a 90% das situações de liquidação.

O perito, em tese, seria o sujeito que teria condições técnicas específicas, não é o caso aqui, pois qualquer um pode fazer a liquidação por cálculo, não precisa ter formação específica. Diferentemente seria uma análise de algum balanço, de algum aspecto técnico

- Arbitramento: art. 475-C do CPC.

Quando houver algum aspecto técnico a ser definido, poderá o juiz nomear um perito para efeitos de arbitramento daquela condenação. Normalmente esse arbitramento que é feito por técnico leva em conta padrões estabelecidos pelo juiz.

Ex: levantamento para fim de quantificação de cesta básica.

Deve haver uma pesquisa para chegar a um determinado valor.

Quando o juiz fixa uma média não faz liquidação por arbitramento, apenas fixa uma quantidade de horas para depois fazer uma liquidação por cálculo.

- Artigos: este tipo de liquidação, que está no 475-E, é quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.

Há todo o processo de conhecimento, com a sentença e na liquidação há um espaço probatório amplo (usa-se qualquer meio de prova) a fim de chegar a uma quantificação.

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Isso é mais difícil de acontecer.

O juiz tem certeza de que há aquele direito, mas não tem como quantificar naquele momento.

O juiz tendo pelo menos uma referência pode fixar.

Há 15 anos atrás, o trabalhador que fosse motorista não ganhava horas extras na JT. A partir de desenvolvimento de tecnologia, como o tacógrafo, mudou-se a jurisprudência no sentido de que há esse trabalhador direito a horas extras. Ás vezes se fixa um determinado número de horas extras isso é uma aproximação. Pois, se deixar isso para liquidação por artigos terá todo um desgaste para se chegar a mesma conclusão.

Evita-se a liquidação por artigos, para que no curso do conhecimento já se tenham reconhecidas essas situações.

6. Títulos Executivos – art. 876, CLT + 475-N, em parte e 585, CPC: a CLT traz quatro títulos (sentença, acordo, TAC, TCCCP).- Sentença: é o título executivo judicial clássico. Se pode ter execução sem o trânsito em julgado (provisória). - Acordo: a conciliação realizada e não cumprida (título judicial)- TAC: é um título extrajudicial. Quem normalmente faz é o MPT (Lei 75/93). Normalmente estabelecido a partir de um inquérito civil público. O MT, por seus órgãos de fiscalização autuam uma empresa por não cumprir regras de segurança ao trabalhador, instaura inquérito civil público, chama o empresário, diz o que deve ser feito sob pena de ajuizar uma ação civil pública.Para que não haja o ajuizamento dessa ACP, pode-se estabelecer um termo de ajustamento de conduta. Fica detalhado esse ajuste.Se a empresa não cumprir, e execução não será a obrigação de fazer, mas de multas pelo não cumprimento do ajustado. O juiz não pode obrigar o sujeito a comprar equipamento de proteção. O juiz mandará pagar as multas.O juiz pode até interditar a atividade da empresa até que ela cumpra com a obrigação assumida.- TCCCP: é um título extrajudicial. Termo de Conciliação na Comissão de Conciliação Prévia. Isso está no art. 625-letras da CLT.Essas comissões estabeleciam em nível de sindicato, mas não se tinha qualquer fiscalização. Nem mesmo os sindicatos eram confiáveis.A figura do TAC e do TCCCP é que coloca a mesma estrutura do CPC há uma parte de títulos executivos que sempre se fez de forma sincrética, como uma espécie de cumprimento de sentença e uma outra

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figura que até 2000 não tinha que é de um processo autônomo de execução, quando há um título executivo extrajudicial.Além desses 4 títulos há outros:- Sentença Penal: a tendência é que serve como título executivo na JT. Ex: sentença penal que condena ao empregador crime de ofensa a honra. O valor a título de indenização se pede na JT. Se ficar demonstrado essa ofensa, temos que quantificar esse dano na JT. Isso está no 475-N, II.- Certidão de Dívida Ativa: multas aplicadas pela fiscalização do Ministério do Trabalho faz uma certidão de multa incluída na Dívida Ativa e será executado na JT. (VII).- Sentença Arbitral: em tese é possível, mas o professor nunca viu. O Laudo arbitral em termos de direito individual não existe. Poderia ter no processo coletivo do trabalho. 475-N, III.O professor não acredita que um acordo extrajudicial possa ser título executivo extrajudicial em razão de ser um direito indisponível (475-N, V).Sentença estrangeira homologada pelo STJ: é título executivo extrajudicial.Os títulos normalmente têm a característica da autonomia, não se sabe se esse título é em relação àquela obrigação. Circula títulos de créditos, sem saber muito bem a causa.

7. Penhora: É a circunstância da constrição patrimonial. É o ato violento da execução no sentido de limitação do patrimônio do devedor. É uma espécie de gravame judicial em relação a este patrimônioa) Base legal:

- 880/883, CLT: quando tínhamos uma situação parecida no CPC, em que o prazo era de 24h (hoje não tem mais prazo no CPC). A CLT ainda estabelece o prazo de 48h.O procedimento é que o oficial de justiça vai lá e cita. Mas hoje se manda citação pelo correio por AR para pagamento em 48h. Não havendo esse pagamento, passa-se ao procedimento de penhora online.- 591, CPC:

b) Impenhorabilidade:c) Penhoras:

- Créditos: é depois da “on line”. Pode-se caracterizar a penhora no rosto dos autos (671, CPC). Se for um crédito de particular, pode o juiz penhorar o crédito do devedor do devedor (não necessariamente é no processo).O problema que esse crédito pode circular, principalmente se circular o crédito. O professor determina que o crédito seja colocado em depósito na JT.

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Pode ser uma penhora no rosto dos autos quando o devedor tiver um processo em que é autor e tiver um crédito para receber. Oficia-se o juízo para que não pague ao nosso devedor, para que pague na JT.Ás vezes há confusão de penhora no rosto dos autos. Penhora no rosto dos autos é quando o devedor da JT é credor em outra ação, que não precisa ser da JT.- Empresa: é a pior das hipóteses. Na JT dificilmente se faz isso, pois se tem consciência do que significa penhorar essa empresa.Nas situações em que ocorre isso acaba mal. O interventor nem sempre tem conhecimento da atividade econômica. Normalmente penhora-se a renda, os frutos, mas não a empresa.

- “On Line”: 655-A, CPC. É um convênio com o BACEN, para que este individualize as contas do CPC na JT. Hoje se faz um acesso a esse sistema e o juiz expede esse mandado ao banco central e em 24h recebe uma resposta das contas em dinheiro. Há empresas que já estão nesse sistema de burla.O sistema cooperativo de crédito está fora do BACEN. Não existindo bens nesse sentido, se vai para o RENAJUD, que é o acesso que se tem na JT, ao DETRAN para saber se essa empresa possui veículos em seu nome. Havendo, determina-se o bloqueio desse veículo e posteriormente executar uma penhora. Isso se faz pelo sistema junto ao DETRAN.Se com essa restrição o sujeito não se mexe, se determina a penhora.Antes da penhora, deve haver um exame de quanto vale o veículo, determinar o depositório.A penhora online é só em relação à empresa. Os sócios só serão atingidos se houver desconsideração de personalidade jurídica.Está se desenvolvendo um sistema de comunicação de registro de imóveis, vai ser antes do renajud, quando implementado.Já passou na CD a certidão de débitos trabalhistas para efeito de protesto, para que possa ser inscrito no SERASA, etc.Há juízes que determinam protesto da sentença, sinalizando a possibilidade de inscrição desse pessoal no SERASA e tudo mais.Esses meios representam mais executividade do que reformas feitas nesses moldes no CPC

d) Avaliação: art. 887 da CLT foi revogado pela lei 5442/68, que deu nova redação ao art. 721 da CLT. Não há mais esse sistema de avaliação. O 887 foi então revogado, valendo em substituição o art. 721, CLT.Quem faz a avaliação dos bens na JT é o oficial de justiça. Ele não ganha emolumentos, custas nem nada para esses efeitos.

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Além de fazer esses atos, sendo a ponta de lança do juiz, ele vai lá e avalia esse bem. Não há uma fase de discussão dessa avaliação. Aquele que se sentir lesado em relação a essa avaliação pode peticionar, trazendo elemento para essa discordância.O executado normalmente entende que o bem vale mais. Às vezes impugna como mero direito de petição.Poderá alegar nos embargos a execução o excesso de penhora. A avaliação feita não demanda imediatamente abertura de prazo ou preclusão em relação a isso.Esse sistema simplificado funciona.Há parâmetros nesse sentido e a própria internet facilita esse tipo de trabalho.Feita a avaliação, com o projeto de penhora, há a nomeação de um depositário, que tem por função guardar, manter esse bem em estado adequado.

e) Depósito: há a figura de uma ação de depósito específica e há também um depositário judicial.O juiz pode impor a condição de depositário? Tem se entendido que a condição de depositário é necessariamente espontânea. Não pode ter essa condição imposta pelo juiz.Às vezes o ato de negar a ficar como depositário te gera mais prejuízo. Assim, gera toda uma série de despesas e tudo mais.A súmula vinculante 25 do STF disse que é ilegal a prisão do depositário infiel. No mais das vezes tem-se determinado o recolhimento desse bem, pois não há mais como impor responsabilidade ao vencimento.- 664, CPC:- 666, CPC:- Súmula 619, STF: não é necessária a ação de depósito autônoma, pois se pode fazer isso nos autos da execução. Determinação para que o depositário devolvesse o bem ou depositasse o valor do bem, sob pena de prisão (com a súmula vinculante isso foi negado).Por isso os juízes têm determinado o recolhimento dos bens.O sistema preferiu aderir aos maus pagadores do que o sistema funcionando como estava (bem).- Súmula Vinculante 25, STF: já visto.

f)

Sentença Ilíquida Liquidação Laudo Sentença de Liquidação de Sentença

Cálculo

Vista às partes (879, §1º, CLT) IMPUGNAÇÃO AOS CÁLCULOS. Deve se manifestar sobre todos sob pena de preclusão.

Homologa ou não o laudo essa é uma sentença irrecorrível, mas não inatacável. No PC, caberia AI se for para prosseguimento dessa execução e caberá apelação se extinguir a execução.

É a sentença do processo de conhecimento.

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Arbitramento

Arigos

Mandado de Citação/ Penhora Garantia do Juízo

Embargos à execução impugnação Impugna-se a impugnação

Outra sentença.

Pode-se indicar bens fora da ordem do 655? Há várias posições doutrinárias. O professor normalmente dá vista ao exeqüente. Há juízes que não aceitam se for fora da ordem.

A penhora de bens significa a garantia do juízo.

O executado terá como meio impugnatório a essa execução os embargos à execução que discute as matérias do 884 (penhora, prescrição, liquidação de sentença...).

Até os embargos o exeqüente não sabe de tudo isso. Dá-se vista dos embargos ao executado para a impugnação no prazo de 5 dias (é o mesmo prazo dos embargos).

A impugnação aos embargos tem a natureza jurídica que uma contestação, já que os embargos se constituem uma ação.

Essa impugnação do 879 é simples direito de petição de qualquer das partes (para voltar contra o laudo).

Se em 48h não houver pagamento, haverá a penhora. Se pagar estará extinto. Pode ainda indicar bens (art. 882, CLT c/c 655 – ordem de bens para a penhora). Se não fizer isso ocorrerá a penhora.

Art. 884, CLT. Se abre a possibilidade de embargos à execução. As matérias estão nos parágrafos desse art. Já o art. 741, CPC

É a resposta desses embargos, que na verdade é uma ação. Impugnação à sentença de liquidação de sentença

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Os embargos é promovível apenas pelo executado. A impugnação dos embargos só pode ser feita pela exeqüente.

884, §3º poderá o exeqüente promover uma impugnação à sentença de liquidação. Esta impugnação tem a mesma natureza dos embargos, mas é sempre utilizada pelo exeqüente, pois a impugnação do executado estará dentro dos embargos.

Há uma impugnação à impugnação à sentença de liquidação, que será considerado uma contestação.

A sentença do juízo da execução por força do 884, §4º analisará os embargos e as impugnações postas. Deve ser feita essa sentença no mesmo tempo pois as matérias são similares (ex: impugnações à liquidação).

Dessa sentença proferida na execução cabe agravo de petição.

6 de junho de 2011

Recurso de Revista

Hipóteses de cabimento: 896, “a”, “b” e “c” CLT:

Faz às vezes do recurso especial do processo civil.

As instâncias são semelhantes, com a mesma idéia de hierarquia.

Normalmente sai o julgamento do TRT-4 sobre um recurso ordinário.

As hipóteses do cabimento do 896 são taxativas.

Do julgamento do RO se faz um RR e vai para o TST.

É um recurso de instância extraordinária, com requisitos bem fechados. A dificuldade de subir esse recurso é imensa.

A maioria das súmulas é no sentido de impedir a subida do recurso.

Se interpõe o RR para quem proferiu a decisão que será recorrida.

Hipóteses de cabimento – 896, “a”, “b” e “c” + §2º:

Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior (quem julga é uma turma) do Trabalho das decisões proferidas em grau de

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recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou a Súmula de Jurisprudência Uniforme dessa Corte; (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) A primeira hipótese aqui é quando a decisão recorrida der interpretação diferente de outro tribunal. Ex: 2ª turma do TRT-4 conferiu adicional de insalubridade incidindo sobre a remuneração. O TRT-12 diz que é sobre salário mínimo. Não pode ser divergência entre o mesmo tribunal, mas de tribunal.

A segunda hipótese é contrariar súmula (é uma das mais fáceis de enquadrar). As súmulas do TST são muito claras e é fácil de ter situações de afronta a essas súmulas.

Ex: honorários advocatícios na JT, diferentemente do cível, não são por sucumbência. Súmula 219, TST (credencial sindical [carta do sindicato]; e renda até 2 salários mínimos ou que alegue não ter condições). É só para reclamante.

O termo certo deveria ser honorários assistenciais (que fazem a assistência sindical).

Não recebe honorários os advogados da reclamada, salvo exceções.

Se dessem honorários sem credencial, e o TRT confirmasse isso, poderia fazer um RR, descrevendo a passagem do R.O., súmula 219.

Se chegar ao TST, quem recorrer vai ganhar.

b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

- Quando a decisão recorrida contrariar lei estadual.

- “ Acordo Coletivo:

- “ Sentença Normativa:

- “ Regulamento de empresa

c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

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Contrariar lei federal

Contrariar Constituição Federal: no PT tem RE. Mas ele não é muito comum, pois há um recurso anterior, que é o de revista que uma das hipóteses é a violação à CF. Só se entrará com R.E. quando o próprio TST, ao julgar um RR, contrariar a CF.

Se a violação for no RO, se faz um RR e não um R.E.

A violação deve ser direta e frontal (deve ser expressa, clara e visível essa violação).

É muito difícil no PT violação à Constituição Federal.

Súmulas TST:

-126: é a súmula mais usada no exame de admissibilidade do RR. RR não serve para reexame de fatos e provas.

Ex: caso de reconhecimento de vínculo de emprego, se for julgado improcedente no 1º e 2º grau. Não vai subir, pois não há como analisar vínculo de emprego sem analisar as provas.

No Resp, não se pode examinar fatos e provas.

RR é só para discutir matéria de direito (matéria probatória/fática).

-296: diz que a divergência são as hipóteses de cabimento. Diz que a divergência deve ser específica. Deve ser a mesma decisão, a mesma matéria. Ex: Base de cálculo do adicional de periculosidade.

-337: vai dizer que tem que ser “comprovada” a divergência. Hoje isso está muito tranqüilo, pois o TST e o TRT são considerados como repositórios oficiais. Essa é uma súmula um pouco mais antiga

-23: deve abranger todos os pedidos da decisão recorrida. Deve ser exata. Não pode haver diferença. A situação de confronto deve ser exata:

-333: é muito usada para barrar o RR. Quando a iterativa (constante), notória e atual jurisprudência do TST.

Esse juízo de admissibilidade é feito tanto pelo TRT, quanto pelo TST. Ocorre em casos em que a jurisprudência já está pacificada, mesmo que ainda não haja súmula.

Às vezes, a busca da jurisprudência, percebe-se um julgado antigo, que sequer é o posicionamento atual daquele julgador.

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Atual é o posicionamento atual daquela turma, daquela pessoa.

- OJ 219, SDI-1:

§§ do 896:

§ 1o O Recurso de Revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será apresentado ao Presidente do Tribunal recorrido, que poderá recebê-lo ou denegá-lo, fundamentando, em qualquer caso, a decisão. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

Efeito devolutivo: o RR, como a maioria do R. Trabalhistas, é recebido com efeito devolutivo, não suspende eventual execução provisória.

Toda a matéria recorrida é colocada à disposição do juiz para ele julgar. Não pode julgar coisas que não estejam no recurso, só se limitar a matéria recorrida.

O RR é dirigido ao Presidente do Tribunal: Exmo Sr. Dr. Desembargador PRESIDENTE do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região.

Processo: (em prova da OAB não se cria nada) ______ XXXXXX

Cabeçalho normal de todas as peças X ou João, já qualificado nos autos da reclamação trabalhista, movida contra ou em face de X, vem a presença de Vossa Excelência interpor

RECURSO DE REVISTA,

Pelas razões que passa a expor:

Na peça prática, fazer menção das custas e do depósito recursal se for o caso (de ser reclamada).

Requer sejam as razões anexas remetidas para julgamento na superior instância.

Data, assinatura da OAB

Essa acima é a folha de rosto.

A segunda folha será dirigida ao TST.

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Na prova da OAB, deve-se mencionar todas as súmulas e leis que embasam.

No processo do trabalho não se faz a dicotomia “dos fatos” e “do direito”. Se faz tudo junto, por não ser usual.

§ 2o Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) É uma quarta hipótese de RR.

Embargos à execução: 5 dias contados da ciência da penhora.

Do julgamento desses embargos, cabe o recurso de agravo de petição. Do julgamento do agravo de petição, somente se violar a CF, cabe RR.

No PC, se faz RESP com facilidade na execução.

Recorrente:

Recorrido: Não precisa colocar isso na prova da OAB

Processo:

Origem:

COLENDA TURMA DO EGRÉGIO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

- Inconformidade (parágrafo curto).

- Na hora de analisar a matéria, fazer por tópicos

- DO CABIMENTO (tentar mostrar rapidamente como meu recurso cabe, demonstrar a decisão recorrida, a divergência, com a transcrição de um pedaço da decisão recorrida, o paradigma (decisão que eu pretendo que seja adotada)).

- PRELIMINARES

- DA BASE DE CÁLCULO DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

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Instâncias superiores servem para situações extremas.

§ 3o Os Tribunais Regionais do Trabalho procederão, obrigatoriamente, à uniformização de sua jurisprudência, nos termos do Livro I, Título IX, Capítulo I do CPC, não servindo a súmula respectiva para ensejar a admissibilidade do Recurso de Revista quando contrariar Súmula da Jurisprudência Uniforme do Tribunal Superior do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) Essa uniformização de jurisprudência existe como as próprias súmulas e orientações jurisprudenciais (são muito usadas, assim como o a súmula, pois tem o mesmo efeito de objetivar um pouco a matéria).

§ 4º A divergência apta a ensejar o Recurso de Revista deve ser atual, não se considerando como tal a ultrapassada por súmula, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. alterado pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

§ 5º - Estando a decisão recorrida em consonância com enunciado da Súmula da Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, poderá o Ministro Relator, indicando-o, negar seguimento ao Recurso de Revista, aos Embargos, ou ao Agravo de Instrumento. Será denegado seguimento ao Recurso nas hipóteses de intempestividade, deserção, falta de alçada e ilegitimidade de representação, cabendo a interposição de Agravo. (Redação dada pela Lei nº 7.701, de 21.12.1988) No caso, aqui, é AI.

§ 6º Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho e violação direta da Constituição da República. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) É muito importante. Se refere ao procedimento sumaríssimo. No Sumaríssimo, a limitação para RR é grande, pois só caberá em duas hipóteses (violação à súmula do TST e CF). Isso é o que faz o Rito Sumaríssimo ser mais rápido.

OJ 219, SDI-1: A OJ 219 vai criar um novo cabimento de hipótese de RR: violação à orientação jurisprudencial do TST.

Não se aplica a essa situação o rito sumaríssimo, pois o §6º do art. 896 da CLT explicita as únicas hipóteses do rito sumaríssimo.

Essa OJ é só para procedimento ordinário.

No Rito Sumaríssimo, o RR é muito mais restrito.

Outras Súmulas TST

- S. 312

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- OJ 147, SDI-1

- OJ 147, II SDI-1

- S. 221, II

Art. 894

Agravo de Instrumento

- 897, “b”, CLT Prazo: 8 dias, não 10 dias como no CPC, contados da publicação da decisão que negou seguimento ao recurso. No Processo Civil, há o agravo retido e o de instrumento.Em princípio, no PT, não tem agravo retido, só o de instrumento.Quando se falar em agravo, então, será agravo de instrumento. Que serve para destrancar um recurso que foi negado seguimento.O prazo não é de 10 dias, mas de 8 dias no PTOs quatro recursos trabalhistas típicos que são o ordinário, de revista, embargos e agravo de petição são de 8 dias.Os que não são típicos trabalhistas seriam do CPC ou de 8.Embargos declaratórios: 5 dias, consoante CPC.R. Ext: 15 dias.AI contados da decisão que negou seguimento ao recurso.Negar seguimento seria matar o recurso por ausência de algum requisito formal (pressupostos – intempestividade, sem procuração, ausência de procuração).A situação de não seguimento ou de não conhecimento (mesma coisa), ocorrem na maioria dos recursos.- 897, §4º, CLT

- Depósito Recursal 897, §3º c/c 899, §7º + 12.275/10

Essa lei de 2010 mudou o AI, inserindo o novo depósito recursal na CLT.

Essa inserção de 2000 disse que no PT, deve-se pagar um depósito recursal de 50% do valor do recurso que se pretende destrancar.

Ex: valor arbitrado na condenação de 50 mil.

Para fazer o RR, será 11mil e pouco. Se denegarem o RR, pela aplicação da súmula 126 do TST, para fazer um AI para destrancar esse recurso, deve por 50% do valor do recurso que se pretende destrancar. Ex: 5.500.

50% do valor do depósito recursal do recurso que pretende destrancar.

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No momento em que chega no montante da condenação, não paga mais nada para continuar recorrendo.

Na prática é muito raro as condenações serem menores que os valores do teto dos depósitos recursais.

Depósito recursal é uma garantia da execução, fica depositado em uma conta judicial, correndo correção monetária, e pode ser usado para liberação por alvará ou para pagar parte da ação ou toda a ação.

Esse dinheiro é da reclamada. Deve ser feito o pedido para converter o depósito para a reclamada.

O Depósito recursal no caso do AI é 50% do valor do DR do recurso que eu pretendo destrancar.

O PT fez a escolha da efetividade, podendo pecar em segurança.

Art. 897, § 4º - Na hipótese da alínea b deste artigo, o agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada. (Incluído pela Lei nº 8.432, 11.6.1992) O AI deve será julgado pelo tribunal que seria competente para o recurso.

Se eu quero destrancar RO, TRT.

Se eu quero destrancar o RR, dirige ao TST.

§ 5o Sob pena de não conhecimento, as partes promoverão a formação do instrumento do agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do recurso denegado, instruindo a petição de interposição: (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, do depósito recursal referente ao recurso que se pretende destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito recursal a que se refere o § 7o do art. 899 desta Consolidação; (Redação dada pela Lei nº 12.275, de 2010) Isso é muito importante na prática do AI.

Isso é a formação do traslado. Para fazer ele deve tirar cópia de todas essas peças. O AI deve conter essas cópias dos documentos que estão nesse art.

II - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito controvertida.(Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) As primeiras são obrigatórias.

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O agravo fica sozinho, não sobe o processo, por isso dessas cópias. Tem o instrumento autônomo em relação ao processo e a formação desse instrumento é em relação a essas cópias.

Hoje está pacificado de que o advogado faz uma declaração de que reputa válidos os documentos e se responsabiliza por ele.

Resposta de um agravo contrarrazões.

No PT, algumas pessoas chama de contraminuta, mas é a mesma coisa que as contrarrazões.

O prazo é também de 8 dias.

No RR, o recorrido também é intimado para contrarrazões em 8 dias.

§ 6o O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso principal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos.(Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) O §2º do 897 diz que esse recurso será recebido apenas com efeito devolutivo (é a regra do Processo do Trabalho).

§ 7o Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal, observando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento relativo a esse recurso. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

§ 8o Quando o agravo de petição versar apenas sobre as contribuições sociais, o juiz da execução determinará a extração de cópias das peças necessárias, que serão autuadas em apartado, conforme dispõe o § 3o, parte final, e remetidas à instância superior para apreciação, após contraminuta. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.035, de 25.10.2000)

O Agravo Retido que é comum no PC, seria daquela decisão interlocutória e fica paralisado para que, depois, em outro recurso, seja apreciado.

No PT não cabe recurso de Decisões Interlocutórias.

No PT não tem agravo retido. Mas alguns autores sustentam que o protesto antipreclusivo por cerceamento de defesa equivaleria ao Agravo Retido.

Esse protesto, registrado em ata, faz as vezes de um agravo retido.

Há uma súmula do TST que diz que não é impedimento de uma testemunha ser ouvida em razão de haver uma reclamatória contra essa testemunha.

Para que esse protesto e para que registrá-lo em ata? No PT não cabe recurso das decisões interlocutórias DE IMEDIATO, mas depois, na sentença de mérito, pode-se recorrer em relação a isso.

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Se deixa registrada a minha inconformidade, quando se faz o recurso ordinário, se abre o R.O., dizendo “nulidade do processo por cerceamento de defesa”.

É muito comum o TRT anular aquela parte do processo.

13 de junho de 2011

PROCESSO ELETRÔNICO

É uma novidade importante

Esse tema não cai na prova

Provavelmente ano que vem teremos o processo eletrônico.

1. Diplomas relevantes:a) Lei 9.800/99 – Uso do Fax: só por esse aspecto de ter permitido o

uso de fax como meio de transmissão de peças processuais, já rompeu com aquela idéia presencial de protocolo de peças/petições na Justiça.Não se aceita mais o fax, pois já se aceita hoje o peticionamento eletrônico, ou seja, através do e-doc, que é o encaminhamento dessas petições por meio eletrônico.Por isso, não se permite mais a utilização do fax.O fax era só para não perder o prazo, pois, depois, tinha que entregar fisicamente.

b) Lei 11.419/2006 – processo eletrônico: é a lei do processo eletrônico.Principais postulados da Lei:- Firma Digital: art. 1º, §2º, III, “a”.- Expediente forense de 24h online: art. 3º, §único e art. 10, §1º.- Ampliação de prazo no caso de indisponibilidade de acesso (art. 10, §2º)- Alteração no conceito de citação pessoal (art. 5º, §6º da Lei).Permanecerá por 10 dias e depois terá tido por citado.- Juntada automática: não precisa mais numerar os autos, a juntada das peças vem automaticamente aos autos, conforme art. 10 dessa lei.Principais Conseqüências da Lei:- Não haverá mais prazo comum ou sucessivo, os autos virtuais estarão disponíveis para todo mundo a todo tempo.

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- Facilidade de prolação de decisões parciais: a nossa característica de processo é de cumulação objetiva, com isso, algum desses pedidos já poderia se resolver de forma mais rápida (ex: parcelas rescisórias não precisa de perícia, nem dilação probatória mais ampla). Apenas se abre um outro desdobramento que correrá tranquilamente com prazos diferentes.Outras Conseqüências:Não estão adstritas ao processo, mas as relações materiais.- Documentação eletrônica: ex: cartão-ponto. Não será necessário imprimir.Muda não só o aspecto processual, mas de constituição dessa documentação.Esse tipo de processo, tem nos proporcionado outros usos atuais:- Peticionamento eletrônico: pelo sistema do e-doc. Se remete a peça, bem como documentos digitalizados.- Já se tem publicações de despachos e de sentença via internet.- Intimação por meio de diário oficial eletrônico. Não há mais a necessidade de OJ, correio.Não é mais o da CORAG.Hoje se faz tudo por diário oficial eletrônico.Deve ser feito um cadastro dentro do sistema do que está postulando. No futuro, teremos uma espécie de inicial pré-pronta. O advogado vai dar um clique, vai chegar a defesa com essas características e a sentença também será isso.Possibilidade de convênios com o BACEN para o chamado BACENJUD (vai na conta do sujeito), convênios com o sistema de registro de automóveis (RENAJUD).Interrogatórios por vídeo-conferência – é mais na Esfera Penal.

c) Emenda Constitucional – 45/2004 – CNJ: alargou a competência da JT. Foi a que fez a reforma no judiciário de uma maneira geral, criando, inclusive, a súmula vinculante. Criou Tb o CNJ, como uma estrutura que unifica critérios para a administração da justiça.Esse CNJ tem formação plural (juízes de todos os graus e de todas as esferas, MP, advogados, representantes do SF, da CD). O CNJ tem estabelecido algumas metas para a administração da justiça, entre elas, do Processo Eletrônico Judicial.

d) Lei 11900/2009 – videoconferência: e) Resolução 417/ Outubro/2009 – STF – Regulamenta: validou a

possibilidade de vídeo-conferência.f) O meio eletrônico de tramitação do PEJg) Ato 651/ OUT/ 2009 – STFh) Admite portas da rede mundial como repositório autorizado de

jurisprudência

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Rezende Chaves arrola os seguintes princípios do processo eletrônico:

- Imaterialidade

- A conectividade

- Intermedialidade

- Instantaneidade

- Desterritorialização

O STF está envolvido com esse processo!!!

RR ofensa à lei federal e a divergência entre acórdãos proferidos numa ou noutra região. Antes tínhamos livros autorizados de repositórios de jurisprudências.

Hoje, com a internet, se faz a busca em relação às ementas.

PROVA:

1 Questão envolvendo competência

1 Questão sobre inicial

E todo o G2

Efeitos clássicos do recurso:

- Devolutivo – devolve o objeto da impugnação. A CLT dá a entender que devolveria tudo, pois diz que será feito por simples petição. Mas não é isso q prevalece, prevalece o sistema do PC, no sentido da devolução da provocação.

- Suspensivo: é feito de forma excepcional. A regra é a não implementação desse efeito. A exceção seria atribuir efeito suspensivo.

- Translativo: é quando em algumas situações, eu já tenha elementos suficientes no juízo ad quem para julgar o processo, ele já efetua o julgamento. Ex: juiz diz que não havia vínculo de emprego, desembargador diz q sim. Se for matéria exclusivamente de direito, o tribunal já poderia julgar.

Uns dizem que isso seria supressão de instância e outros que dizem que não.

Manutenção dos efeitos da sentença leva que se tenha restrição ao efeito suspensivo.

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RESUMO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

1. Noções Gerais:1.1. Processo e Procedimento: os tipos de processos existentes são

o de conhecimento, o de execução e o cautelar. O PC fez uma junção da execução com o conhecimento (processo sincrético). Mas isso já é feito no PT há muito tempo (simplicidade e sincretismo). Não precisa sequer de uma nova provocação para que o processo seja executado. Há um andamento natural, de ofício do PT. Quanto ao procedimento, há o sumário, sumaríssimo, o ordinário e os especiais. O procedimento sumário é absorvido pelo sumaríssimo (art.852 e letras da CLT), pois o sumaríssimo são causas de até 40 salários mínimos e o sumário são até dois, por isso se tem a idéia de que o sumário foi incorporado pelo sumaríssimo. O ordinário está regulado no art. 763 em diante da CLT. Os procedimentos especiais estão previstos no art. 890 e SS, da CLT, além de outros previstos no CPC.

1.2. Autonomia X Subsidiariedade: Nos casos omissos, segundo o art. 769 da CLT, o direito processual comum será fonte do PT, exceto o que for incompatível e nas omissões por princípio da CLT. Os arts. 8º e 889 da CLT são formas de comunicação do PT com o Direito Civil e com o sistema de execução fiscal, respectivamente. Não há autonomia em nenhum ramo do direito, devendo-se buscar a subsidiariedade, quando necessária.

1.3. Condições da Ação: no PT, diferentemente do PC, se considera a possibilidade jurídica do pedido e a legitimidade ad causam uma questão de mérito.1.3.1. Legitimidade “ad causam”: a relação processual deve

reproduzir a relação material.1.3.2. Interesse de agir: no PT, às vezes é entendida como a única

condição da ação, o interesse de agir é aquilo que não se pode fazer por meios próprios, ou seja, que tem que se buscar o Poder Judiciário.

1.3.3. Possibilidade jurídica do pedido: para haver a impossibilidade jurídica do pedido, deve haver um veto por parte de nosso ordenamento jurídico.

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1.4. Reclamação (=Reclamatória) Trabalhista: é um processo que envolve vários pedidos e cada pedido corresponde a uma ação. No PT, há um acúmulo de ações dentro do mesmo processo.1.4.1. Cumulação objetiva: vários pedidos dentro da mesma

reclamação.1.4.2. Cumulação subjetiva: quando há mais de um reclamante ou

mais de uma reclamada, devendo-se analisar a subjetividade e a responsabilidade (subsidiária ou solidária) de cada uma. Ex: reclamação plúrima.

1.5. Pressupostos Processuais: se analisa o processo inteiro.1.5.1. Subjetivos:

1.5.1.1. Juiz: deve ser competente. A incompetência absoluta será argüida por preliminar de mérito, enquanto a relativa é feita por meio de exceção.

1.5.1.2. Partes: é a legitimidade para estar no processo (“ad processum”) – verifica-se a capacidade. No PT, a parte tem o “jus postulandi”

1.5.2. Objetivos:1.5.2.1. Pedidos: se for mal elaborado, há a inépcia da

inicial. Pode ser alegada a litispendência ou a coisa julgada.

1.6. Prejudicial de Mérito: são questões de mérito:1.6.1. Compensação: para haver a compensação, as parcelas

devem ter a mesma natureza, tendo como resultado a extinção total ou parcial da obrigação.

1.6.2. Retenção: se faz em termos de patrimônio, de maneira a viabilizar a questão do crédito alheio.

1.6.3. Prescrição2. Princípios:

2.1. Princípios e Regras = Normas: o princípio é mais abstrato e flexível, se mondando à aplicação concreta. O princípio convive com o outro, ao passo que a regra é mais dura, não convivendo com outro, pois uma regra elimina a outram em relação à especificidade e a natureza dessa regra.

2.2. Funções:2.2.1. Informativa: é aquela que inspira, motiva o legislador para a

formulação de uma regra ou para normatizar um princípio. É uma função pré-jurídica – princípio básicos lógico, econômico etc.

2.2.2. Interpretativa: auxilia o aplicador da lei e o destinatário da aplicação.

2.2.3. Normativa: o princípio está expresso na lei. A base do direito está na contraposição ao poder e o direito serve para estabelecer os limites ao poder.

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2.3. Princípios Fundamentais: são os que estão basicamente na CF:2.4.1. Igualdade (artS. 1º, 3º e 5º, CF): no processo, a base é a

igualdade, a exceção seria o tratamento desigual. Ex: o prazo recursal é o mesmo para as partes. Exemplo das exceções: art. 844, CLT (não comparecimento a audiência por parte do empregador faz com que ocorra a revelia, coma conseqüente confissão; por parte do empregado, extingue o processo, fazendo com que possa propor outro igual e interrompendo a prescrição o processo extinto – absolvição de instância). Na audiência inicial é o momento que deve ser apresentada a defesa e as provas. Assim, é na AI que ocorre o saneamento do processo.

2.4.2. Contraditório (art. 5º, LV, CF): o contraditório é a possibilidade de a outra parte se manifestar principalmente quanto a aspectos relacionados a documento. Não há réplica no DPT. Se não impugnar o documento juntado pela defesa, ele terá tido por verdadeiro. A idéia desse princípio é de utilidade, ou seja, de dar oportunidade a outra parte quanto a um documento ou coisa do gênero.

2.4.3. Ampla Defesa (art. 5º, LV CF): a idéia desse princípio é possibilitar às parte a produção de uma defesa ampla, sendo o limite o momento processual adequado para a apresentação da defesa. Às vezes a defesa é apenas para não incidir o art. 457, CLT.

2.4.4. Imparcialidade (art. 95, CF): a parcialidade é a atitude consciente do juiz no sentido de se posicionar a favor de um e de outro, o que é vedado pelo DPT. A neutralidade, ao contrário, não existe, pois há a formação pessoal e acadêmica do julgador que conduz a determinadas interpretações. No DT não há neutralidade, pois se tente a proteger ideologicamente o trabalho.

2.4.5. Motivação das Decisões (art. 93, IX, CF): serve para dar possibilidade à parte que não se conforma a recorrer.

2.4.6. Devido Processo Legal/ Juiz Natural/ Duplo Grau de Jurisdição (art. 5º, LIV, CF): o devido processo legal é ter regras previsíveis, pois o processo deve ter uma seqüência, uma estrutura previsível, tendo momentos adequados para a produção de determinados atos. O suporte disso é a idéia de juiz natural, ou seja, não pode haver juízo de exceção, existindo regras de competência previamente estipuladas, não podendo haver avocação de processo. O duplo grau de jurisdição está na possibilidade de discussão ampla da

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matéria de fato e de direito da decisão proferido (é uma idéia de mais uma vez).

2.4.7. Indeclinabilidade da Jurisdição (art. 5º, XXXV, CF): nenhuma ameaça ou ofensa a direitos escapará da apreciação do PJ. As Comissões da Conciliação Prévia colocaram em xeque esse princípio. A jurisdição deve ser exercida de uma forma indeclinável.

2.4.8. Razoável Duração do Processo (art. 5, LXXVIII, CF): esse princípio foi posto na CF com um caráter demagógico, pois é de difícil implementação.

2.4. Princípios Comuns ao Processo Civil e ao Processo do Trabalho:2.4.1. Dispositivo (art. 2º, CPC): é o mesmo que o princípio da

demanda, que significa que a jurisdição só existe mediante provocação. No DPT essa é a regra, mas há exceções (que foram se perdendo – presidente do TRT, etc). São os princípios que levam a provocação jurisdicional da parte. Normalmente é o ajuizamento da ação. Estão vinculados as proposituras da ação. Hoje não temos situações em que o judiciário vá promover alguma ação, ou será provocado pela parte, pelo MP, pelo sindicato. A idéia é da jurisdição. O pedido implícito não faz exceção ao princípio da demanda.

2.4.2. Inquisitivo/ Impulso Oficial (arts. 262, 267, II, III, CPC e 765, CLT): o processo começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial. O comando e a direção do processo é do juiz.

2.4.3. Instrumentalidade (art. 154 e 244, CPC): deve-se sobrepor a finalidade do processo em relação à forma

2.4.4. Impugnação Específica (art. 302, CPC): quem contesta, deve se manifestar contra todos os pedidos do autor na inicial. Quando há defesa técnica se aplica esse artigo, em razão de esta ser uma regra técnica. Se não impugnado, passa-se a categoria de fato incontroverso (não dependerá de prova).

2.4.5. Estabilidade da Lide (arts. 41 e 294, CPC): há a estabilidade subjetiva e a objetiva. A primeira é saber quem são as partes no processo (pode-se ter uma alteração na estrutura, com intervenções de terceiros), mas essa estabilidade se dá na audiência principal, com a defesa. A segunda se estabiliza também na audiência principal, com a defesa. Assim, após a contestação, só se pode pedir outra coisa mediante ação própria (pode ser por dependência no PT). No PC, se estabiliza a parte objetiva com a citação válida. No PT, não basta a notificação, a audiência é que se efetua a relação

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processual propriamente dita. No PT, na audiência, pode haver o aditamento da inicial e pedir mais coisas.

2.4.6. Eventualidade (art. 300, CPC): na inicial não é necessário dizer as provas que serão produzidas, mas tanto na inicial, quanto na contestação, deve-se alegar todos os fatos possíveis. ???

2.4.7. Preclusão (arts. 795 e 879, §2º, CLT): 2.4.7.1. Consumativa (art. 795, CLT): as partes deverão

argüir no primeiro momento em que puder. Exceto em relação à coisa julgada (preclusão máxima), o resto é tudo processual. Protesto anti-preclusivo é a manifestação da parte contra uma decisão do juiz, do qual não caiba recurso previsto (não precisa fundamentá-lo, visto que ele só cumpre com a finalidade não preclusiva, sendo o momento adequando o imediatamente posterior ao indeferimento). A pena de preclusão, na verdade, é um ônus.

2.4.7.2. Lógica2.4.7.3. Temporal2.4.7.4. Ordinária2.4.7.5. Máxima2.4.7.6. Pró-judicato (para o juiz)

2.4.8. Economia Processual: é a idéia de utilidade para o processo, pois se procura um resultado mais adequado e mais rápido

2.4.9. Perpetuação da Jurisdição (art. 87, CPC): a determinação da competência ocorre no momento em que é proposta, exceto se trocar a competência em relação à matéria ou a hierarquia.

2.4.10. Ônus da Prova (arts. 818, CLT e 333, CPC): a prevalência de aplicação é do art. 33 do CPC, pois ele é posterior e mais técnico, senão, todos deveriam provar tudo. A distribuição do ônus da prova é um aspecto de racionalidade, assim, ao autor incumbe provar os fatos constitutivos e o reclamado os extintivos, modificativos e extintivos. A exceção é a inversão do ônus da prova, que são situações previstas em lei, como, p. ex., o controle expresso do art. 74, §2º da CLT.

2.4.11. Oralidade (arts. 840, 846, 847 e 852, letras, CLT): a oralidade é mais procedimental do que processual. A oralidade, muito presente no PT, tem a ver com a relação entre os sujeitos em si.

2.4.11.1. Imediação (imediatidade): é o contado direto do juiz com as provas e com as partes. Quem colhe a prova judicial é o juiz. A prova pré-constituída é necessária

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apenas à relação material e não ao processo propriamente dito.

2.4.11.2. Identidade Física do Juiz: o juiz que colheu a prova é vinculado ao julgamento. No PT era para existir a identidade física do juiz, mas a Súmula 136 do TST diz que não se aplica às varas do trabalho e, mesmo sendo anterior a mudança da JT de 1998, a súmula apenas adequou a denominação junta para a da vara e continua a ser aplicada, ofendendo inclusive, o princípio do juiz natural (idéia mais ampla, de estrutura). Os tribunais chamam isso de gestão do processo (política judiciária).

2.4.11.3. Concentração (arts. 846 e 847 da CLT): é a concentração dos atos processuais em uma audiência.

2.4.12. Lealdade Processual (arts. 16 a 18 e 599 a 601, CPC): exemplo disso é a vedação da litigância de má-fé com a sua conseqüente pena. Se houver assédio processual que gere um dano processual, pode-se aplicar uma indenização por dano processual (isso acontece nas diversas fases processuais.

2.5. Princípios Peculiares (específicos):2.5.1. Proteção: a maioria dos doutrinadores diz que o PT deve

levar em contra o princípio protetivo, em razão de ele buscar instrumentalizar um direito material protetivo. Claro que para haver a proteção, deve haver uma previsão legal (ex: 844, CLT)

2.5.2. Finalidade Social: ao contrário do Bezzerra Leite, o professor não concorda que esse princípio seja específico ao PT, mas comum a todos os processos, ainda que o PT coloque em proteção os núcleos de direitos sociais (trabalhistas).

2.5.3. Verdade Real: na verdade está mais próxima da idéia de que o juiz é o responsável pelo andamento do processo, e portanto, comum a todos os direitos processuais. Além disso, a verdade real vem em razão do formalismo processual, estando presente em todos os ramos processuais. Além disso, o que existe são versões.

2.5.4. Indisponilbilidade: seria um desdobramento do princípio da irrenunciabildade, indisponibilidade do Direito Material. Essa idéia está perdendo forças tanto no DM quanto no PT, visto que a doutrina já diz que há um núcleo de direitos irrenunciáveis e outro não.

2.5.5. Conciliação: apesar de sempre estar presente no PT, não é peculiar ao PT, visto que existe em todos os ramos do judiciário, no sentido da solução de litígios.

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2.5.6. Normatização Coletiva: é a possibilidade de o judiciário trabalhista poder exercer o chamado poder normativo. Isso mais tem a ver como o Processo Coletivo do Trabalho, do que com o PT em si. A sentença normativa é resultado de um dissídio coletivo.

2.5.7. Simplicidade das Formas: é buscado isso no PT, com relação às nulidades, à possibilidade de reclamação verbal, ao jus postulandi da parte. Apesar de não ser específico do PT, é priorizado por ele.

2.5.8. Despersonalização do Empregador: o contrato de emprego é personalíssimo ao empregado. Já quanto ao empregador, a idéia é de despersonalização (fusão, incorporação, etc). Isso se transporta ao processo. Ex: sucessão processual.

2.5.9. Extrapetição: a regra é que o juiz não pode dar o que não foi pedido. Entretanto, o juiz pode adequar o pedido. Se o juiz pode dar o mais, pode dar o menos, desde que justifique. Há também os pedidos implícitos (ex: anotação na CTPS quando se postula declaração de vínculo de emprego). Esse sim é um princípio peculiar do PT, que pode ser usado dentro de certos limites em situações excepcionais.

3. Jurisdição e Competência:3.1. Distinções: jurisdição é um poder estatal, é dizer o direito. Todos

os juízes legalmente investidos têm jurisdição. A competência é uma porção de jurisdição, é a distribuição da jurisdição, que se fará em razão da matéria, da pessoa, da função ou do lugar.

3.2. Competência Material: art. 114, CF. Compete a Justiça do Trabalho processar e julgar:I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: trabalho é qualquer modificação da natureza feita pelo homem (PF). A relação de trabalho se divide em relação de emprego, autônomo, avulso, eventual, empreitada e servidor público. A principal característica da relação de emprego é a subordinação. Mas apesar de o Direito do Trabalho só ser aplicado à relação de emprego, a JT analisará todas essas figuras. Inclusive o SP estaria submetido à JT (o empregado público já entrava antes por ser uma relação de emprego), mas por uma liminar concedida pelo STF, nos autos da ADI 3395-6, movida pela AJUFE, no sentido de esta competência não poder ser da JT, dada a sua relação que é institucional e não contratual.II – as ações que envolvam exercício do direito de greve: ex: piquete, o interdito proibitório (proteção da posse e propriedade do empresário e o direito de ir e vir) será analisado pela JT, em razão de ser decorrente do direito de greve.

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III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores: tudo que envolver representação sindical será apreciado pela JT, inclusive as eleições sindicais, representação, cobrança de contribuições (ação de cumprimento ou ação de cobrança de contribuições sindicais, assistenciais, confederativas e estatutárias).IV – mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição: antes, o MS na JT cabia apenas perante o tribunal contra atos do juiz, com a EC/45, pode ser impetrado MS contra atos administrativos (ex: do fiscal do trabalho). HD é muito mais difícil de ocorrer, um exemplo seria quando a empresa detém dados do funcionário e não quiser oferecê-los.V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o: de forma excepcional o juiz de direito aplica a lei trabalhista no caso de um município não ter JT. Mas quando houver um conflito negativo o STF terá competência para julgar conflito de competência entre o STJ e o TST.VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho: é desnecessário em face o inciso I. Um exemplo seria a não inscrição desse trabalhador para efeitos de inscrição no PIS, ou ainda quando não fornece as guias para o seguro-desemprego. Um acidente do trabalho pode gerar tantos danos morais, quanto materiais, isso tudo será analisado pela JT (antes era analisado pela JC).VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho: são ações que envolvam a fiscalização do auditor fiscal do trabalho. Se o empregador não concordar com essa autuação, deverá propor ação de desconstituição dessa autuação (ou de anulação). O empregador também pode utilizar MS contra esse ato em uma vara de trabalho.VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir: é restrita à possibilidade de CS. Não pode ser em relação ao IR. As CS envolvem contribuições ao INSS. Alguns juízes também orientam a refazer as GFIPs (guias em que há informações de todos os recolhimentos desse trabalhador junto ao INSS – tudo que compõem essas guias vão gerar os salários de contribuição). A JT só é competente para efeitos condenatórios. Deve prevalecer a súmula 368 do TST em relação ao art. 876, §único da CLT. Assim, entende-se que a competência não é da JT, mas o professor entende que é. ???

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IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei: uns entendem que esse inciso não precisaria existir, pois todas as controvérsias encaixar-se-iam no inciso I. Outra corrente diz ser necessário esse inciso, em razão da possibilidade de uma abertura para que, por meio de lei infraconstitucional, haja uma ampliação da competência da JT (professor concorda com esta corrente). Ex: competência da JT para postular em nome próprio o dano moral decorrente da morte de um trabalhador (há essa competência), se viesse uma lei dizendo ser a competência da JT, não seria inconstitucional (atualmente há controvérsias quanto a quem seria competente nesse caso)

3.3. Competência em razão das pessoas: se ente público promover uma ação, será na JF, menos se for empregador, que será competente a JT. Não há argumento de imunidade de jurisdição na fase de conhecimento (ex: JT é competente para julgar causa de trabalhador brasileiro em face de consulado da Venezuela no Brasil). Na execução sim, há imunidade de execução, sendo o meio para executar o diplomático.

3.4. Competência Funcional: as ações trabalhistas são promovidas naturalmente nas varas do trabalho, com recurso para o TRTs. Há ações que não começam no primeiro grau. Exemplo disso seria uma rescisória, que começa no TRT. Outro exemplo é ato do JT atacado por MS (TRT), dissídio coletivo (não pode ser proposto em 1º grau). Mas quem promove as execuções, de uma forma geral são as varas. TST tem competência em caso de dissídio coletivo de categoria de abrangência nacional, ou, no mínimo, interestadual.

3.5. Competência em razão do lugar: em regra, há a Lex executiones (a lei será a do local do trabalho). Exceções: 3.5.1. Quando for parte agente/ viajante comercial, que será

competente o juízo do local em que a empresa tem agência/ filial a quem o empregado estiver subordinado. Na falta, onde o empregado tiver domicílio e, na sua falta, o mais próximo do domicílio do empregado. É a única hipótese em que leva em conta o domicílio.

3.5.2. Brasileiro que é admitido no Brasil para trabalhar no estrangeiro com empresa brasileira: a legislação material será a legislação brasileira trablahista e o que tiver de melhor na legislação trabalhista estrangeira. A aplicação da legislação será o do local da execução e de forma subsidiária a CLT.

3.5.3. Foro facultativo do arrt. 651, §3º: pode ser o foto da prestação ou da contratação, quando contratado em um lugar e passar a trabalhar em outro. Se for transferência (executa aqui e depois executa em outra cidade não há foro facultativo, será o foto do último local trabalhado o competente).

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4. Petição Inicial:4.1. Requisitos (art. 840, §1º, CLT e 282, CPC): não é necessário

fundamentar com argumentos jurídicos uma reclamatória trabalhista, ao contrário do que propõe o art. 282 do CPC, sendo necessária apenas a exposição fática. Contudo, lei municipal e estadual específica, devem ser trazidas aos autos. O pedido deve ser certo e determinado, ou genérico nas ações universais. O pedido alternativo no PT é muito difícil (em relação à mesma natureza), normalmente será pedido sucessivo. Valor da causa, apesar de não expresso na CLT, é um requisito essencial, em razão de definir o rito a ser utilizado. Não é necessário pedir a citação do réu, pois há apenas a notificação que é feita de forma administrativa, independentemente de requerimento. O requerimento de provas são pró-forma.

5. Defesa do Réu: pode ser indireta ou direta. Defesa pode se dar por meio de exceção. Contestação ou reconvenção.5.1. Defesa Indireta: é sempre contra o processo, que devem ser

mencionadas na ordem dos art. 300, 301 do CPC.5.1.1. Exceções: é diferente do PC. Só existem a de incompetência

e de suspeição.5.1.1.1. Incompetência: é em razão do lugar. É uma peça

apartada da contestação ou da reconvenção. Quando o juiz recebe a exceção, dá vista a outra parte que tem 24h para se manifestar. O excepto já apresenta sua defesa, se faria a instrução e o juiz emitiria sua decisão. O juiz pode acolher a exceção e remeter os autos ao juízo competente, ou pode rejeitar e se declarar competência. Não cabe recurso dessa decisão. No PT, diferente do PC, não se pode recorrer de imediato com um AI (no PT, AI só serve para atacar despacho que não cabe recurso). A súmula 214, “c” do TST cria uma hipótese de recurso para a hipótese supra (remessa de autos para TRT distinto do que aquele em que se proferiu a decisão, daí caberia recurso ordinário).

5.1.1.2. Suspeição: ???5.1.2. Condições da Ação: devem ser analisadas em preliminar na

contestação. Os Juízes do Trabalho têm entendido que apenas o interesse de agir é uma condição da ação, sendo a possibilidade jurídica do pedido e a legitimidade ad causam como questão de mérito. O efeito da não observância das condições da ação é a carência de ação.

5.1.3. Pressupostos Processuais: também é preliminar de mérito.5.1.3.1. Subjetivos:

5.1.3.1.1. Juiz: pode-se alegar incompetência absoluta.

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5.1.3.1.2. Partes: incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização. É a legitimidade ad processum.

5.1.3.2. Objetivos: tudo que estiver relacionado aos pedidos, será um pressuposto objetivo.

5.1.3.2.1. Litispendência5.1.3.2.2. Coisa Julgada5.1.3.2.3. Inépcia: quando não se tem condições de se

defender5.1.3.2.4. Perempção

5.2. Defesa Direta: é a defesa de mérito. A prejudicial de mérito entra aqui.5.2.1. Prescrição: é direito material. A prescrição é de 5 anos, mas

tem que combinar com os dois anos do rompimento do contrato. O marco para a prescrição é a lesão do direito. Conta-se o 5 anos para trás do ajuizamento da ação. Existe a prescrição parcial. O juiz não pode reconhecer a prescrição de ofício no DT. O sujeito pode alegar a prescrição durante todo o curso do processo.

5.2.2. Compensação (art. 767, CLT e súmulas 18 e 48 do TST): é matéria de defesa e está restrita a dívidas de natureza trabalhista. A compensação preclui, ou seja, necessariamente deve ser apresentada com a contestação. É a compensação do CC (forma de extinção das obrigações), quando há reciprocidade de crédito e de débito. O abatimento e a dedução de valores pagos sequer necessitam ser alegados, já a compensação necessita. Se não pedir compensação, tem-se entendido que esse valor foi dado por mera liberalidade.

5.2.3. Retenção: necessita ser alegada na defesa. É aquela situação de atitude material do credor de garantir o seu crédito. Seria uma circunstância de auto-tutela. Dificilmente ocorre no DT. Ex: empregado é demitido e retém o mostruário de produtos que estava em sua posse pelo não pagamento dos seus valores devidos.

5.2.4. Negativa quanto aos fatos e quanto às conseqüências: Se negar o fato, quem deverá provar o fato constitutivo é o autor. Se alegar um fato impeditivo, modificativo ou extintivo, quem deverá provar é o réu.

6. Provas:6.1. Conceito: é o meio lícito para demonstrar a veracidade dos

FATOS. Exceção: prova do direito objetivo municipal, estadual ou de convenção coletiva.

6.2. Princípios:

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6.2.1. Contraditório e Ampla Defesa (art. 5º, LV, CF): toda prova produzida no processo terá a característica necessária de contraditório. Ampla defesa é no sentido de utilidade, necessidade para o processo.

6.2.2. Necessidade da Prova: quem detém o ônus de provar determinado fato é quem deve fazer a prova. Não dependem de prova fatos notórios, fatos alegados por uma parte e confessados a outra, fatos admitidos no processo como incontroversos ou em cujo favor milita presunção de existência ou veracidade (são presunções relativas, que admitem prova em contrário).

6.2.3. Unidade da Prova: É em relação à análise da prova, pois a análise da prova é feita de forma conjunta e unitária.

6.2.4. Proibição de Prova Ilícita: vale em todos os processos. A prova ilícita não pode ser fundamento da decisão.

6.2.5. Princípio do Livre Convencimento ou Persuasão Racional: o livre convencimento não existe, pois se deve ter uma fundamentação naquilo que se tem no processo. O juiz sempre deve fundamentar sua decisão.

6.2.6. Princípio da Oralidade: é onde vai haver a coleta dessa prova, que é na audiência.

6.2.7. Princípio da Imediação: a coleta da prova se faz necessariamente em juízo, ainda que seja por precatória.

6.2.8. Princípio do “In Dubio Pro Misero”: consoante esse princípio, a míngua da prova, se posicionaria a favor do empregador – o professor não concorda.

6.2.9. Princípio da Aptidão para a Prova: é paralelo ao anterior. O juiz analisa quem tem mais aptidão para produzir a prova naquele processo. O professor diz que só é razoável esse princípio se definir quem tem aptidão antes e não no final do processo.

6.3. Objeto: são fatos e excepcionalmente a normatividade/ direitos.6.4. Ônus da Prova:

6.4.1. Arts. 818 e 333 do CPC: para a CLT tudo que se alega, deve ser provado (é inviável). No CPC, o autor prova os fatos constitutivos de seu direito e o réu os extintivos, modificativos ou impeditivos do direito do autor. Apesar do art. 769 dizer que a aplicação do CPC é subsidiária (e parte da doutrina entende que deveria prevalecer o 818), a doutrina majoritária é no sentido do 818. O art. 852-D leva em conta o princípio da aptidão da prova (mas isso não é muito adotado, se adota mais o ônus da prova distribuído normalmente por meio da lei).

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6.4.2. Art. 74, CLT e 6º, VIII do CDC: o art. 74 da CLT é a nossa primeira referência legal sobre a inversão. O §2º estabelece que se a empresa tiver mais de 10 empregados, será dela o ônus da prova quanto ao registro de jornada.

6.4.3. Súmula 338, TST: diz que é ônus do empregador o registro da jornada de trabalho, a qual pode ser ilidida por prova em contrário. A empresa ainda poderá fazer prova da jornada de trabalho por outros meios, tal como testemunhas (acaba sendo uma prova diabólica). Por mais que haja convenção coletiva, não pode haver previsão de que a jornada real é a que aparece nos controles de jornadas.

6.4.4. Súmula 6, TST: o inciso VIII diz que é do empregador o ônus da prova o fato impeditivo, modificativo e extintivo da equiparação salarial.

6.4.5. OJ 215 SDI-1, TST: diz que é do empregado a necessidade de demonstrar a necessidade do vale transporte (o que é um disparate).

6.4.6. Súmula 16 do TST: ajuizada a reclamação será distribuída, protocolada e notificada a reclamada. Da remessa dessa notificação, conta-se 48h para a presunção de recebimento pelo reclamado. O ônus de comprovas que não foi notificado (fato negativo) é do reclamado.

6.5. Meios de Prova:6.5.1. Depoimentos (820, 848, CLT e 342, CPC): hoje se prevalece

a idéia de depoimentos (que geram confissão) à de interrogatórios (que serviriam para simples esclarecimentos). A súmula 74 do TST diz que se aplica a pena de confissão à parte que não comparecer na audiência a qual deveria depor (presunção ficta). Mas essa mesma súmula diz que as provas dos autos poderão afastar a confissão ficta.

6.5.2. Testemunhas:6.5.2.1. Número (821 e 852-H, CLT): no procedimento

comum ordinário, pode-se ouvir 3 testemunhas por parte. No procedimento sumaríssimo pode-se ouvir 2 testemunhas por parte.

6.5.2.2. Quem pode depor (829, 405, CLT): parente até o 3º grau civil, amigo ou inimigo só pode ser informante. Se for alguma dessas hipóteses, o advogado da outra parte deverá contraditar a testemunha antes do compromisso. São impedidos de depor os incapazes, impedidos ou suspeitos.

6.5.2.3. Testemunhas Referidas (418, I, CLT): a testemunha deve ter tido um contato sensível com o processo.

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6.5.2.4. Ordem de oitiva: primeiro se houve as testemunhas do autor e depois do réu. Só pode haver a inversão se as partes concordares, senão caberia protesto e correição parcial contra o juiz.

6.5.2.5. Arrolamento (825, CLT): a parte assume o ônus de levar as suas testemunhas a juízo. Como regra não se tem o arrolamento. Se não comparecerem , serão intimadas de ofício, sujeitas a recondução. Mas para isso, a parte deve comprovar que convidou a testemunha a comparecer. Se tiver de arrolar, arrola na inicial ou na defesa. Mas o arrolamento é excepcional

6.5.3. Documental (777, 760, 787, 830, CLT): será todo aquele instrumento capaz de demonstrar aquele fato. A idéia de documento é também por meio eletrônico.

6.5.3.1. Juntada – inicial – 787, CLT: os documentos são juntados com a inicial. A defesa deverá juntar os documentos com a exceção, reconvenção e contestação. A idéia de juntada posterior é idéia de documento novo. Defesa 396, CPC.

6.5.3.2. Forma (464, 59, §§ e 135 a 145 da CLT): o recibo é o comprovante dos pagamentos, não tendo como comprovar por outros meios.

6.5.4. Pericial (420 a 439, CPC): são perícias técnicas voltadas para situações de:

6.5.4.1. Técnica: é para auferir insalubridade, periculosidade de prova de equiparação. É feita por profissional que tenha formação na segurança e medicina do trabalho. Essas condições precisam sempre de perícia, mesmo que ocorra a revelia ou confissão do empregador.

6.5.4.2. Contábil: não tem nada a ver com contabilidade. Serve para fazer um cotejo entre o levantamento de horas realizadas e pagas, apontando diferenças para esses efeitos. É prova dispensável.

6.5.4.3. Médica: necessária para a verificação de doença profissional. Tem por função estabelecer o nexo de causalidade entre a doença alegada e a atividade desse trabalhador.

6.5.4.4. Grafodocumentoscópica: é um setor do TRT que faz essa perícia (verificação de autenticidade da assinatura).

6.5.4.5. Perito único: o PT admite um perito, nomeado pelo juiz. Mas as partes podem nomear assistentes.

6.5.4.6.