caderno de processo do trabalho

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  • 7/28/2019 Caderno de Processo Do Trabalho

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    1Caderno de Direito Processual do Trabalho: Aula 01- 28/05/2012

    CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL DOTRABALHO

    Contedo Aula 01- 28/05/2012........................................................ 1

    Aula 02: 11/06/2012........................................................ 5

    Aula 03: 19/06/2012...................................................... 11

    Aula 04: 26/6/2012........................................................ 18

    Aula 05: 03/07/2012...................................................... 29

    Aula 01- 28/05/2012

    COMISSES DE CONCILIAO PRVIA

    1. NOES INTRODUTRIASComo so discutidas verbas de natureza

    alimentar, a Justia do Trabalho nasceu clere eeficiente, preservando a sua finalidade precpua.Ocorre que, com o acmulo de processos e a altademanda, passou a seguir as caractersticas morosasdas outras dimenses jurdicas.

    Ao serem averiguadas as causas, verificou-seque quaisquer intrigas entre empregador e

    empregado, por menores que fossem, eram levadasao judicirio, causando o mencionado acmulo. Talpanorama s poderia ser resolvido atravs dasconciliaes.

    Surge ento um problema de ordemprocessual: a ausncia de coisa julgada nos acordosfirmados fora da Justia do Trabalho.

    Frise-se que os prprios empregadores noviabilizavam os acordos extrajudiciais por interesseprprio, j que tais ajustes no tinham efeito da coisa

    julgada. Como exemplo, se determinada empresadevesse 10 mil reais ao trabalhador, efetuandoacordo sobre metade do valor, era possvel que ofuncionrio ingressasse posteriormente comreclamao trabalhista para reaver os 5 mil restantes.

    Na mesma toada, os acordos poucointeressavam aos empregados, pois teriam querenunciar a grande parte das verbas para que fossepossvel o ajuste, alm de serem frequentementealvo de trapaas.

    Em suma, o acordo extrajudicial a ninguminteressava, fazendo com que todos os entravesfossem levados ao Judicirio.

    Surge como soluo a efetivao daconciliao e, consequentemente, a necessidade deum novo mecanismo capaz de emanar segurana

    jurdica ao trabalhador e empregador.

    nesse panorama que surgem as comissesde conciliao prvia.

    A ideia simples: por meio de uma comisso,busca-se uma conciliao.

    Segue o art. 625-A, CLT:

    Do dispositivo percebe-se que as empresas eos sindicatos podem instituir as comisses deconciliao prvia.

    Ademais, devero ter representantes dosempregados e dos empregadores, tendo comoobjetivo tentar conciliar os conflitos individuais detrabalho.

    Frise-se novamente: o objetivo solucionarconflitos individuais (do prprio trabalhador), e nocoletivos, que podem gerar eventual dissdio coletivode trabalho.

    Questiona-se: trata-se de um procedimento

    obrigatrio ou a instituio da comisso deconciliao prvia facultativa?

    Conforme expe o prprio dispositivo, trata-sede uma faculdadee no uma obrigao (podeminstituir).

    A leitura superficial do caput traduz queapenas as empresas e sindicatos podem instituircomisses de conciliao prvia. Ocorre que o prpriodispositivo (pargrafo nico) aduz que

    Sumariamente, as comisses podem serformadas por:

    Empresas ou grupos de empresas; Sindicatos e grupos de sindicatos.

    Ressalte-se: possvel a formao decomisses em grupos de empresas e em grupos desindicatos, e no s em empresas e sindicatos.

    No bastante, vale afirmar que existediferena na criao das comisses no mbito dasempresas e no mbito dos sindicatos.

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    De acordo com a redao transcrita, nascomisses formadas no mbito dos sindicatos, no hcomo saber previamente as normas que seroestabelecidas, j que estas sero definidas emconvenes ou acordos coletivos (art. 625-C, CLT).

    As comisses formadas nas empresas serocompostas de no mnimo 2 e no mximo 10membros, ou seja, o nmero de membros varia entre2 e 10 (Art. 625-B, CLT). Ademais, frise-se quemetade ser indicada pelo empregador e a outrametade ser eleita pelos empregados.

    No bastante, haver tantos suplentes quantotitulares.

    O mandato de 1 ano, permitida uma nicareconduo.

    Os representantes dos empregados, titularesou suplentes, tm garantia at 1 ano aps o final domandato (garantia de emprego).

    Sumariamente, seguem as diferenas entre ascomisses formadas nas empresas e nos sindicatos:

    Comisses formadas

    em sindicatos

    Regras previstas em

    acordo coletivo ouconveno coletiva

    Comisses formadasnas empresas

    Membros: 2 a 10; Metade indicada

    pelo empregador e a outrametade pelos empregados(eleio);

    Titulares esuplentes;

    Mandato de 1 ano

    (1 reconduo); Os representantesdos empregados (titularesou suplentes) tm garantiaat 1 ano aps o trminode mandato

    O empregado eleito representante dosempregados no ser obrigado a parar de trabalhar.Se o sindicato requisitar sua presena permanente, aempresa no poder negar sua ida, mas no serobrigada a pagar salrio.

    Caso a empresa marque tentativa deconciliao durante a sua jornada de trabalho, orepresentante dos empregados atuar e no ser

    descontado o perodo de trabalho (recebernormalmente por sua atuao); se marcar fora doperodo de trabalho, o representante receber horasextras.

    2. CONSTITUCIONALIDADE DOBRIGATORIEDADE DE TENTATIVA DECONCILIAO

    Art. 625-D, CLT:

    Em suma, de acordo com a redao, todas asdemandas sero submetidas s comisses deconciliao prvia, caso exista na localidade.

    Em um primeiro momento, o legislador defineque a criao das comisses uma faculdade.Contudo, se na localidade houver sido instituda,haver obrigatoriedade de tentativa de conciliaopela redao exposta.

    Nessa toada, diz-se que os trabalhadores nomais teriam livre acesso ao Judicirio, pois teriam aobrigao de tentar a conciliao prvia.

    O exposto gerou um grande conflitodoutrinrio e jurisprudencial: a constitucionalidade dodispositivo.

    A CF garante livre acesso ao Poder Judicirioe, assim sendo, qualquer norma que crie algum tipode bice ser inconstitucional. Ocorre que a CLTafirma que se houver comisso de conciliao prvia,o ingresso no Poder Judicirio s ser permitido apsa tentativa de conciliao.

    Quando a questo analisada pelo tribunalconstitucional, o STF proferiu entendimento nosentido de que facultativa a submisso comisso

    de conciliao prvia (ADI 2139 e 2160), ou seja, no obrigatria a tentativa de conciliao antes doingresso no Poder Judicirio.

    Frise-se: o STF no aduziu que as comissesso inconstitucionais, apenas conferiu interpretaoconforme texto, retirando a obrigatoriedade detentativa de conciliao.

    Nada impede que haja juntada de algumdocumento que comprove a no efetuao de acordoquando tentada a conciliao. Frise-se, contudo, queno h obrigatoriedade no procedimento diante doentendimento proferido pelo STF.

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    Caso exista comisso instituda por empresa eoutra por sindicato, o interessado optar entre uma eoutra, ou seja, no h hierarquia entre elas.

    Art. 625-E, CLT:

    Aps a efetivao da conciliao, ser lavradoum termo de conciliao.

    Ademais, o dispositivo afirma que o termo um ttulo executivo extrajudicial e ter eficcialiberatria geral, exceto quanto a parcelasdevidamente ressalvadas.

    feito um acordo para pagamento de 5 milreais em 20 de maio de 2012. Como o legisladorafirma que o termo constitui ttulo executivoextrajudicial, o trabalhador pode dar incio a umaexecuo trabalhista, j que ttulo executivoextrajudicial.

    Se o termo de conciliao no fosseconsiderado ttulo executivo extrajudicial, otrabalhador teria 2 opes: ingressar com ao oumonitria ou com uma ao trabalhista.

    Nesse contexto, o que seria a eficcialiberatria geral?

    A eficcia liberatria geral traduz que, casoseja feito acordo, haver liberao geral das verbastrabalhistas.

    possvel que a eficcia no seja geral, masdesde que haja meno expressa das verbas que noesto sendo incorporadas.

    Exemplo1: Determinada empresa deve 10 milem horas extras e 4 mil de uma gratificao

    concedida. Aps proposta de acordo feita emcomisso de conciliao, o empregado aceitoureceber 2 mil no ato, ao invs dos 14 mil que teriadireito. lavrado um termo de conciliao, que temeficcia liberatria geral. Em razo do exposto, aempresa estar liberada de pagar os 12 mil restantes.

    Exemplo2: Determinada empresa deve 10 milem horas extras e 4 mil de uma gratificaoconcedida. Aps proposta de acordo feita emcomisso de conciliao, o empregado aceitoureceber 2 mil no ato apenas no que tange gratificao,retirando do acordo as horas extras.Nesse caso, ser possvel que ingresse no Judiciriopara requerer as horas extras, mas no agratificao.

    Em face dos exemplos, poderia o empregadoingressar com demanda reclamando adicionalnoturno, instituto que no fora mencionado nos casosacima transcritos?

    A jurisprudncia brasileira foi alterada com opassar dos anos e, atualmente, a eficcia liberatriageral atinge o que fora levado comisso e tambmo que no fora levado. Zechin no concorda com esteentendimento, mas o que deve ser defendido emprovas de concurso.

    Diante da tese defendida atualmente, nosexemplos acima transcritos, qualquer espcie deproblema quanto ao adicional noturno no poderiaser levada ao Judicirio, j que no houve ressalvaacerca do instituto no acordo realizado.

    Art. 625-F, CLT:

    Partindo do pressuposto que o acesso aoJudicirio s ocorreria aps a comisso, o legisladordefiniu prazo de 10 dias para a realizao datentativa de conciliao depois da provocao.

    O pargrafo nico afirma que, esgotado oprazo, o trabalhador receber uma declarao para

    que fosse possvel ingressar no Judicirio.Diante do entendimento do STF, no h que

    se falar em inconstitucionalidade, mas o dispositivono mais usado.

    Art. 625-G, CLT:

    A inteno do legislador ao suspender o prazoprescricional versava sobre a necessidade deconciliao prvia antes de ingressar no Judicirio.

    Como no mais h obrigatoriedade da tentativa deconciliao em comisso antes de reclamaotrabalhista, parte da doutrina entende que vale apreviso sobre a prescrio, parte defende que nomais vale.

    A maioria da doutrina afirma o dispositivocontinua vigente, ou seja, suspende-se a prescrio.

    Art. 625-H, CLT:

    RGOS TRABALHISTAS

    A Constituio Federal afirma que a Justia doTrabalho formada em 1 instncia pelos juzes dotrabalho (varas do trabalho).

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    A 2 instncia formada pelos TRTs e a 3instncia formada pelo TST.

    Obviamente, acima do TST est o STF, oguardio constitucional.

    TSTTRT

    Varas (juzes de trabalho)

    JURISDIO E COMPETNCIA

    A jurisdio o direito/dever do Estado emresolver os conflitos entre as pessoas. Nasceu dianteda necessidade de erradicar a soluo de conflitosprivadamente.

    A competncia a medida de jurisdio, ouseja, traduz a repartio da jurisdio. Ademais, talforma de repartio pode ser feita de vriasmaneiras, quais sejam:

    1. Competncia em razo da matria (exratione materiae);

    Sumariamente, a jurisdio dividida emrazo da matria sobre a qual versa (v.g., cvel,

    trabalhista, militar). Ademais, h diversas subdivisesdentro desta.

    2. Competncia em razo do lugar (ex rationeloci);

    O local pertinente ao julgamento da demandaderiva da competncia em razo do lugar.

    3. Competncia funcional (hierrquica).

    Trata-se das divises de competncia feita emrazo da hierarquia entre os rgos.

    A competncia hierrquica para o julgamentode um dissdio coletivo em Campinas ser o TRTsediado em Campinas; se em Belo Horizonte, no TRTde Minas.

    Se o dissdio envolver mais de um TRT(sindicatos intermunicipais, interestaduais ounacionais), o dissdio ser suscitado no TST.

    Se a base do dissdio coletivo envolver reasque envolver o TRT/Campinas e TRT/So Paulo acompetncia para julgamento deveria ser do TSTpela regra geral. Ocorre que a prpria lei que instituiu

    o TRT/Campinas aduz que, nestes casos, haverdeslocamento para o TRT/So Paulo.

    4. Competncia material

    A EC 45 alterou o art. 114 da CF, que define acompetncia material da Justia do Trabalho.

    At 2004, a Justia do Trabalho versavabasicamente sobre emprego (conceito restrito), e nosobre o trabalho (conceito amplo). poca aproteo era garantia quase que exclusivamente aoempregado. Ademais, existia um subaproveitamentofuncional, j que havia uma grande estruturao daJustia do Trabalho para tutelar coisas simples comofrias e horas extras, deixando de lado temasrelevantes, como o caso dos dissdios.

    A Justia do Trabalho antes da EC 45 somentefocava no trabalhador empregado. As demaisrelaes de trabalho no abrangidas eram decompetncia da justia comum.

    Com a redao atual, a Justia do Trabalho teve acompetncia ampliada.

    Passou a ser competente para julgamento derelaes de trabalho, inclusive as de entes de direitopublico externo e da administrao publica direta e

    indireta. A poca, foi concedida liminar pelo MinistroNelson Jobim, referendada pelos demais membros doSTF, entendendo que:

    - Servidor Pblico celetista: competncia daJustia do Trabalho.

    - Servidor Pblico estatutrio: competncia daJustia Comum.

    J com relao a prestao de servios, Se de natureza trabalhista, competncia da

    Justia do Trabalho Se de natureza consumerista, de competncia

    da Justia Comum.Se o tomador for destinatrio final do servio, arelao de consumo.

    Se o tomador recebe o servio para viabilizar oseu negcio e oferec-lo ao pblico em geral, arelao jurdica no mais de consumo, mastrabalhista.

    Assim, em uma relao entre mdico e hospitalque tem natureza trabalhista, e outra entre mdico epaciente, que de consumo.

    Do mesmo modo a relao entre advogado ecliente. o que dispe o enunciado da Smula 363do STJ: compete a justia estadual julgar e processara ao de cobrana ajuizada por profissional liberalcontra cliente.

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    igualmente competente a Justia do Trabalhopara julgamento de aes que envolvam o direito degreve.

    Em caso de greves com tentativa de ocupao, oempregador poder valer-se do interdito proibitrio,que ser de competncia da justia do trabalho. odispe o enunciado da SV 23: competente para julgamento de ao possessria ajuizada emdecorrncia do exerccio do direito de greve pelostrabalhadores da iniciativa privada.

    tambm competente em casos de disputaintersindical de representatividade.

    A representatividade sindical pode seguir doisprincpios diversos:

    Principio da unicidade Princpio dapluralidade

    H uma nica entidadesindical de qualquer grau,representativa de umamesma categoriaprofissional ou econmicaem uma mesma baseterritorial.

    Nunca pode ser inferiora rea de um Municpio,podendo ser superior. Ex.sindicado dos bancrios do

    ABC.

    H uma pluralidadesindical.

    Amaury Mascaro defende a unicidade napluralidade: uma unicidade decorrente da pluralidadeem que um sindicato se destaca dos demais por sermuito superior em termos de representatividade.

    Por tal dispositivo com relao a disputa sindical,mas passou a ser da competncia da justia dotrabalho a ao de consignao em pagamento decontribuies sindicais.

    H, do mesmo modo, competncia para

    julgamento de mandado de segurana e habeascorpus, e habeas data quando envolver matriasujeita a sua jurisdio.

    E, ainda, os conflitos de competncia entre rgoscom jurisdio trabalhista. O conflito de competnciaentre juzes vinculados a tribunais diversos: juiz dedireito e juiz trabalhista: julgamento pelo STJ.

    Julgar, ainda, aes de indenizao por danomoral ou patrimonial decorrentes da relao detrabalho.

    Aula 02: 11/06/2012

    VI) AES DE INDENIZAO POR DANOMORAL OU PATRIMONIAL, DECORRENTES DARELAO DE TRABALHO

    No que tange competncia da Justia doTrabalho para o julgamento das aes de indenizaopor dano moral ou patrimonial, decorrentes darelao de trabalho, esta ser da Justia do Trabalho.

    Exemplo: Determinado empregado queingressa com ao de indenizao por danodecorrente de relao de trabalho para reaver todasas verbas oriundas do acidente (transporte, mdico,medicamentos, abalo psquico por no poder praticarsuas atividades fsicas, etc.). Neste caso, acompetncia para o julgamento ser da Justia doTrabalho.

    O clculo da indenizao do dano patrimonial objetivo. Basta que o empregado junte as notasdos servios e bens que consumiu para que se tenhao valor final.

    Acerca do dano moral, frise-se que no hfrmula. Para a estipulao, deve-se ter em mente aextenso do dano (v.g., quem perde o brao recebevalor maior que aquele que perdeu somente a mo)e a capacidade financeira do empregador (v.g.,empresa multinacional deve pagar indenizao emdimenso superior ao valor da condenao de umaempresa de pequeno porte).

    Antes da reforma ocorrida em 2004, acompetncia para o julgamento das aes deindenizao por acidente do trabalho era da justiacomum estadual (vara cvel comum).

    Aps o avento do novo diploma legal, emmbito constitucional, frise-se que o STF, por maioriade votos, decidiu que a competncia para o

    julgamento de aes de indenizao por acidente dotrabalho continuava a ser da justia comum. O rgo

    limitou o alcance do sexto inciso.Ocorre que, por descontentamento com a

    deciso proferida, determinado magistrado expediuuma nota dirigida aos ministros, explicando osmotivos da deciso nodoada. Aps tal entendimento,os ministros mudaram o entendimento do STF, demodo que, atualmente, a competncia da Justiado Trabalho.

    O panorama culminou com a edio daSmula Vinculante 22, STF:

    Segue a anlise da Smula Vinculante 22:

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    A justia do trabalho competenteparaprocessar e julgar aes de indenizao por danosmorais e patrimoniais decorrentes de acidente dotrabalho (...);

    (...) Propostas por empregado contraempregador;

    Imagine-se que determinado empregadomorre em virtude do acidente de trabalho, motivopelo qual os sucessores ingressam com ao judicial.Ser que a competncia continuar a ser da Justiado Trabalho, j que a Smula Vinculante 22 afirmaque a ao dever ser proposta pelo empregadocontra empregador?

    O STJ, responsvel por julgar conflitos decompetncia, firmou jurisprudncia no sentido de quea competncia para processar e julgar aesindenizatrias propostas por vivas e filhos deempregado falecido em acidente de trabalho da

    justia comum (Smula 366, STJ). Contudo, aoanalisar o tema, o STF cancelou a smula editadapelo STJ em setembro de 2009, j que oposicionamento era antagnico em face do contextogeral da Justia do Trabalho se a competncia para

    julgar aes de empregados era da justia

    trabalhista, a competncia deveria ser a mesma para julgar as propostas por sucessores (Conflito Negativode Competncia 7545).

    (...) Inclusive aquelas que ainda nopossuam sentena de mrito em primeiro grauquando da promulgao da Emenda Constitucional n.45/04.

    Frise-se que o advento de novo diploma legal exceo diante do princpio da perpetuatio

    jurisdicionis, ou seja, embora a jurisdio seperpetue, caso haja alterao de competncia, osautos devem ser remetidos justia correta.

    Assim foi feito nas aes de indenizaodecorrentes de acidente do trabalho. Ocorre que asaes em trmite no estavam no mesmo momentoprocessual. Em algumas j havia sentena, outrasestavam na fase instrutria, algumas tinham acabadode ser propostas.

    Diante da contradio, surge um graveproblema.

    As aes propostas na justia comum erampropostas tendo como endereamento um juiz de

    direito, e no um juiz do trabalho. Ademais,as aes passveis de recurso de apelao eramdirigidas aos Tribunais de Justia, e no aos TribunaisRegionais do Trabalho.

    Os processos que corriam nas vrias cveisdeveriam ser remetidos Justia do Trabalho.Contudo, se o juiz de direito j tinha proferidosentena, qual seria o procedimento correto?

    Surge um fato curioso: se o juiz de direitoremete os autos do processo quando j h sentena,qual seria o papel do juiz do trabalho?

    Nesses casos, o juiz do trabalho mandariacitar o empregador para que apresentasse recursoordinrio. Contudo, os TRTs no tm competnciapara julgamento de decises proferidas por juzes dedireito, mas sim juzes do trabalho.

    O STF e STJ decidiram, ento, que o divisorde guas para a remessa dos autos era a sentena:se j havia deciso na justia comum, as aes deindenizao decorrentes de acidentes do trabalhodeveriam continuar a correr na justia comum; seainda no havia deciso, os autos deveriam serremetidos Justia do trabalho.

    VII AES RELETAVIAS S PENALIDA ADMINISTRATIVAS IMPOSTAS AOS EMPREGPELOS RGOS DE FISCALIZAO DAS RELADE TRABALHO;

    Exemplo: Determinado auditor recebedenncia de que os empregados de certa empresaultrapassam diariamente o horrio do trabalho. Aochegar ao estabelecimento, o auditor constata que aempresa no tem controle de horrio, embora tenhamais de 10 empregados ( necessrio que tenha

    controle de horrio em empresas com mais de 10funcionrios). Assim sendo, aplicada uma multa emrazo da irregularidade. A empresa tem todo o direitode questionar o auto de infrao, seja atravs dedefesa, seja atravs de recurso, ambas no mbitoadministrativo. possvel ainda que discuta aquesto em mbito judicial, impetrando mandado desegurana, ingressando com ao anulatria, etc.No bastante, antes da EC 45/04, tais aes eram

    julgadas pela justia federal comum, e no pela justia do trabalho, j que versavam sobre auditoresfederais. por razes como esta que o inciso VII foieditado.

    Frise-se que a Justia do Trabalho sempre foicompetente para o julgamento das aes de

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    segurana (v.g., mandado de segurana). Ocorre quehavia costume de impetrao de mandado desegurana contra ato abusivo/ilegal provocado por

    juiz do trabalho. Nestes casos, a competncia para julgamento das aes era do TRT local, motivo peloqual muitos pensam que o julgamento dos mandadosde segurana sempre do TRT. Tal afirmao errnea.

    Com o inciso VII, frise-se que a competnciapara julgamento das aes em face dos rgos defiscalizao do trabalho no do TRT, mas sim do

    juiz de 1 grau do trabalho.

    Questiona-se: A justia do trabalho temcompetncia para julgamento das aes que versamsobre penalidade administrativa imposta porconselhos de classe, como a OAB?

    A competncia, nesses casos, no da justiado trabalho, mas sim da justia comum.

    VIII - A EXECUO, DE OFCIO, DASCONTRIBUIES SOCIAIS E SEUS ACRSCIMOSLEGAIS (ART. 195, I, A E II, CF).

    Exemplo: Imagine-se que A empregado dedeterminada empresa, recebendo salrio de R$

    1.000,00. Sobre a folha de pagamento, incide acontribuio previdenciria. Frise-se: o empregadorpara salrio e recolhe INSS. Ademais, o empregadotambm participa do trmite: contratado paraganhar R$ 1.000,00, mas desconta-se de seu salrioa contribuio previdenciria. Ocorre que o INSS noincide apenas no salrio stricto sensu, mas sim sobrequalquer verba de natureza salarial. Assim sendo, seo empregado fazia horas extras habituais, conferindo-lhe R$ 200,00 a mais por ms, recolhe-secontribuio sobre a base de R$ 1.200,00. Imagine-

    se ainda que o empregador pagou salrio de R$1.000,00, recolheu INSS, s que o empregado fezhoras extras habituais, sem que recebesse pelashoras a mais trabalhadas. Se no pagou as horasextras, no recolheu INSS sobre as horas a mais.Depois de 4 anos na situao, o empregado ajuzaao trabalhista para receber todas as verbas queteria direito. Assim, reclama horas extras, dando causa o valor de R$ 15.000,00, valor referente atodas as horas extras. Ao julgar a ao, o magistradod procedncia aos pedidos, condenando a empresaem efetuar o pagamento de horas extras naimportncia de R$ 15.000,00, de natureza salarial.Devero o empregado e o empregador recolher INSSsobre os R$ 15.000,00 (o empregador paga mais de

    15 mil reais, e o empregado recebe menos de 15 milreais, j que o Estado ir abocanhar parte do valor).

    O juiz do trabalho executar, de ofcio, no advida trabalhista, mas tambm as contribuiessociais.

    por este motivo que, ao proferir umasentena, o magistrado deve ter em mente anatureza jurdica dos valores da condenao: se tivernatureza salarial, haver a necessidade derecolhimento de contribuies; se tiver naturezaindenizatria, no h que se falar em recolhimentode contribuies.

    O legislador da CLT, aps a EC 45/04, alterouo pargrafo nico do art. 876, trazendo uma grandenovidade em relao ao trecho da Magna Carta: apossibilidade de execuo sobre os salrios pagosdurante o perodo contratual reconhecido.

    Em suma, alm da execuo das contribuiessociais decorrentes das verbas anunciadas nasentena, pela nova redao do pargrafo nico doart. 876 da CLT, poderia o juiz do trabalho proferirsentena sem natureza condenatria e, mesmoassim, executar valores de contribuies sociais.

    Exemplo: Trabalhador fica exatamente 2 anosem determinada empresa (10.01.2008 a 10.01.2010).Imagine-se que recebia o pagamento de R$10.000,00 mensais. Os dados afirmados soreferentes a um vnculo empregatcio. Sobre osalrio, sabe-se que h incidncia de INSS doempregador e do empregado. Muito embora tenhatrabalhado 2 anos e recebido efetivamente R$10.000,00, a empresa no o reconheceu comoempregado: no houve registro em carteira, nemrecolhimento de INSS sobre os 10 mil. O empregado

    recebia os valores por fora. O empregado ajuzaao trabalhista, pedindo o reconhecimento devnculo empregatcio e anotao na CTPS, sem pedirverbas trabalhistas. Se o juiz reconhece que houvevnculo de empregado, mandar que seja feitaanotao na CTPS, reconhecendo a natureza salarialdos R$ 10.000,00. Se o magistrado reconheceu ovnculo empregatcio, os valores tm natureza desalrio e, mesmo que no haja sentenacondenatria, haver a necessidade de execuo dascontribuies sociais sobre os salrios que forampagos durante o perodo contratual.

    Em face de todo o alegado, houve alegaode inconstitucionalidade do pargrafo nico do art.

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    8Caderno de Direito Processual do Trabalho: Aula 02: 11/06/2012

    876 da CLT, j que seu texto ultrapassa os ditamesconstitucionais.

    Ao analisar o tema em setembro de 2008, oSTF proferiu entendimento no sentido de que odispositivo inconstitucional (RE 569.056), ou seja, aJustia do Trabalho no tem competncia paraexecutar contribuies caso no haja condenao nasentena.

    IX OUTRAS CONTROVRSIASDECORRENTES DA RELAO DE TRABALHO, NAFORMA DA LEI;

    Alguns doutrinadores afirmam que seriapossvel o acrscimo de competncia aduzido pelopargrafo nico do art. 876 da CLT com base noinciso IX. Ocorre que esta afirmativa no mereceprosperar.

    Parte da doutrina afirma que o inciso IX foieditado para permitir o acrscimo de competnciapara a justia do trabalho, desde que haja algumacontrovrsia em relao ao tema.

    Ser que a justia do trabalho j no tem acompetncia para julgar os conflitos decorrentes decontrovrsia?

    Quaisquer espcies de controvrsia j so decompetncia da justia do trabalho, em face do incisoI (relao de trabalho). O inciso IX deriva do fatode que, no texto original, a ideia era fazer com que oinciso I abarcasse relaes de emprego, e norelaes de trabalho (aes oriundas das aes derelaes de emprego). Ocorre que, com a EC 45/04,o inciso I versa sobre relaes de trabalho, jenglobando a competncia definida no inciso IX.

    INSTRUO NORMATIVA 27/05Quando houve a alterao provocada pela EC

    45/04, muitos juzes do trabalho ficaram perdidos, jque nunca tinham enfrentado alguns problemas deordem cvel (v.g., representantes comerciais). Nessepanorama, as fontes para a solues de conflitosderivariam da CLT ou do Cdigo Civil?

    A Instruo Normativa 27/05 trouxe as regrasprocessuais para julgamento das aes que noderivavam das relaes de emprego, mas sim dasrelaes de trabalho.

    Na realidade, deve-se fazer distino entreduas espcies de lide: a) relaes de emprego; b)outras relaes.

    As lides decorrentes das relaes de empregosempre foram alvo da justia do trabalho (v.g.,reconhecimento de vnculo empregatcio, pagamentode horas extras, fundo de garantia, etc.). As outraslides passaram a ser de competncia da justia dotrabalho aps a EC 45/04.

    Segue os pontos mais relevantes a InstruoNormativa 27/05:

    RELA ES DEEMPREGO

    OUTRASRELAES

    RITO

    DA CLT (comexceo das jprevistas comrito especial,

    como o caso domandado desegurana)

    DA CLT (comexceo das jprevistas comrito especial,

    como o caso domandado desegurana)

    SISTEMTICA RECURSAL

    CLT (recursoem 8 dias,

    competncia doTRT, etc.).

    +Depsitorecursal (art.899, CLT) +

    Custas

    CLT (recursoem 8 dias,

    competncia doTRT, etc.).

    +Depsitorecursal (art.899, CLT) +

    Custas

    HONORRIOS

    ADVOCATCIOS

    Smula 219,TST:

    Seguem asestipulaes

    sobre oshonorrios:

    Nuncasero superioresa 15%;

    Nodecorrepuramente dasucumbncia;

    Deve aparte(empregado)estar assistidapelo Sindicato daCategoriaProfissional paraque hajacondenao por

    Oshonorrios

    advocatcios sodevidos pela

    merasucumbncia

    (art. 5,InstruoNormativa

    27/05), que aregra do

    Processo Civil quem perdeu

    paga oshonorrios do

    vencedor.

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    9Caderno de Direito Processual do Trabalho: Aula 02: 11/06/2012

    honorrios;Se o

    trabalhadoringressou comao pelo juspostulandi, indosozinho at aJustia doTrabalho, no hque se falar emcondenao dehonorrioadvocatcio.

    Ademais, secontratou omelhor advogadodisponvel,tambm nohavercondenao porhonorriosadvocatcios. Shavercondenao sehouverparticipao dosadvogados dosindicato.

    Vale afirmarque a Smula219 do TST sserve para asrelaes deemprego, e nopara as outrasrelaes.

    Otrabalhador devecomprovar a

    percepo desalrio inferior aodobro do salriomnimo ou, seganhar mais queisso, deve estarem situaoeconmica queno lhe permitademandar semprejuzo dosustento e suafamlia (pobre);

    Para que hajacondenao, oempregado deve

    ganhar salrioem patamarmuito baixo.

    Assim sendo, nobasta que estejaassistido pelosindicato, mastambm quereceba valores desalriosabsurdamentebaixos.

    Em suma,so requisitos dopagamento desalrios nasrelaes deemprego:

    Assistncia sindical;

    Salrioinferior ao dobrodo mnimo oupobre.

    HONORRIOS PERICIAIS

    No cabe

    depsito prviode honorriospericiais.

    Cabe

    depsito prviode honorriospericiais.

    Em regra,quem perdeu

    paga ohonorrio do

    perito (art. 6,Instruo

    Normativa 26),

    salvo se forpobre naacepo do

    termo.O dispositivo

    apenasreafirmou o que

    j havia sidoalegado no art.790, CLT.

    Se quempaga o perito quem perdeu, aresponsabilidade com relaoaos peritos s

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    10Caderno de Direito Processual do Trabalho: Aula 02: 11/06/2012

    surge depois dadeciso sobre ocaso.

    Assim sendo,o juiz dotrabalho, aocontrrio doque ocorre noprocesso civil,no poderiadeterminar aantecipao dehonorrios.

    Nessa toada,poderia haver aantecipao dopagamento doshonorrios?Muitoembora odispositivoconfira aimpresso deque no podehaverantecipao dehonorrios, opargrafo nico

    do art. 6faculta ao juizexigir depsitoprvio doshonorrios.

    Transcreve-se o art. 1, 2, 6, InstruoNormativa 27/05:

    Segue a OJ 98, SDI-II, TST:

    Em suma, se o juiz do trabalho afirmar queno far a percia caso no haja depsito, ser casode impetrao de mandado de segurana.

    COMPETNCIA TERRITORIAL DA JUSTIA DOTRABALHO (RATIONI LOCCI) EM RAZO DOLUGAR

    Segue o art. 651, CLT:

    A competncia para o julgamento das aes determinada pela localidade onde o empregado,reclamante ou reclamado, prestar servios ao

    empregador, ainda que tenha sido contratado emoutro local.

    Exemplo: A domiciliado em Campinas eacaba sendo contratado em Belo Horizonte paratrabalhar em uma empresa cuja sede fica em Brasliapara prestar servios em Jundia. Frise-se: competente a justia trabalhista de Jundia (local emque presta servios).

    Ocorre que existem excees. So elas:

    EXCEO 1 Agente ou viajante comercialque presta servios em vrias localidades. Nestecaso, a competncia ser do local onde a empresatenha agncia ou filial a qual o agente subordinado.

    Se o agente ou viajante no est subordinadoa agncias ou filiais, a competncia ser do domicliodo empregado ou a localidade mais prxima.

    Exemplo: Imagine-se que determinadoviajante trabalha no interior do Estado de So Paulo(Campinas, Americana, Limeira, Mogi Mirim

    Vinhedo). A matriz da empresa fica em Salvador. Sehouver uma filial em Campinas e o trabalhadorestiver a ela subordinado, certamente a foro paraeventual ao ser Campinas. Se no h filial, caso a

    regra fosse de competncia da matriz, o panoramaseria absolutamente prejudicial ao empregado, queteria que se dirigir a Salvador regularmente. poreste motivo que o legislador definiu que acompetncia do domiclio do empregado.

    EXCEO 2 - Se o dissdio ocorrer em agnciaou filial no estrangeiro e no houver conveno emcontrrio, a Justia do Trabalho ser competentepara o julgamento, mesmo que o servio tenha sidoprestado no estrangeiro (2).

    EXCEO 3 - Empregador que promove arealizao de atividades fora do lugar do contrato.Neste caso a empresa que se move, como ocorrecom os circos. A competncia para o julgamentodessas aes do foro da celebrao do contrato ouforo da prestao dos servios, a cargo doempregado.

    Empregado viajante

    Se subordinado aagncia ou filiar:competncia dalocalidade da agncia oufilial;

    Se no subordinado a

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    11Caderno de Direito Processual do Trabalho: Aula 03: 19/06/2012

    agncia ou filiar:competncia de seudomiclio ou localidademais prxima.

    Prestao de serviono estrangeiro + falta de

    conveno

    Justia trabalhistabrasileira

    Empresa que se move

    Empregado podeescolher entre:

    Foro de celebrao docontrato

    Foro de prestao dosservios

    POSSIBILIDADE DE JULGAMENTO DE MATRIATRABALHISTA PELA JUSTIA COMUM

    Embora seja raro, em alguns casos serpossvel que o juiz de direito julgue demandatrabalhista.

    Nas comarcas no compreendidas na jurisdio das varas do trabalho, os juzes de direitopodero julgar demandas trabalhistas.

    Toda vara do trabalho criada por lei, tendoum espao de jurisdio. O fenmeno significa queuma vara pode compreender mais de um municpio.

    Frise-se que nas comarcas onde no houver justia do trabalho possvel que varas encontradasem outras cidades cuidem das aes trabalhistasdaquela. Poreste motivo, no se pode falar que nascidades onde no h justia do trabalho acompetncia para as reclamaes trabalhistas ser da

    justia comum (art. 668, CLT). Apenas se no forem

    abrangidas por jurisdies de outras comarcas queser da justia comum.

    Nesses casos, o julgamento dos recursospropostos contra sentenas proferidas por juzes dedireito investidos com jurisdio trabalhista decompetncia do TRT.

    Aula 03: 19/06/2012PRINCPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO

    TRABALHO

    1. PRINCPIO DE PROTEO AOTRABALHADOR

    O princpio de proteo ao trabalhador pertinente ao Direito do Trabalho e ao DireitoProcessual do Trabalho.

    Conforme visto, clara a necessidade deproteo ao trabalhador no que tange ao direitomaterial. Esse panorama tambm vale para o mbitoprocessual.

    No Direito Processual do Trabalho tambmexiste o princpio de proteo ao trabalhador.

    Exemplo1: Tratamento desigual nas custasprocessuais, onde h clara proteo ao trabalhador.

    Exemplo2: Ausncia das partes na audinciagera consequncias diferentes.

    Exemplo3: Inverso do nus da prova (emmuitos casos o ru deve comprovar os fatosconstitutivos do direito do autor).

    2. PRINCPIO DISPOSITIVO (INRCIA DJURISDIO)

    O princpio dispositivo, tambm conhecidocomo inrcia da jurisdio, preconiza que a jurisdiono se mexe por vontade prpria. Sumariamente, a

    jurisdio aguarda a provocao.Exemplo: Se determinada magistrada

    encontrar irregularidades trabalhistas em algumestabelecimento comercial, no poder iniciar umademanda ex officio.

    A provocao, em regra, tem incio com oprprio titular do direito. Ocorre que h situaes emque um terceiro o provocador.

    O instituto da substituio processual claramente presente na provocao do Judicirio peloMinistrio do Trabalho e Emprego.

    Segue no art. 36, 39 da CLT:

    Exceo1: Em suma, se a empresa(empregador) se recusar a fazer a inscrio na CTPSou se abster de devolv-la, a partir de umareclamao (administrativa) apresentada naDelegacia Regional ou rgo autorizado possvelque o Ministrio do Trabalho encaminhe talmanifestao administrativa Justia do Trabalho.

    Para tanto necessria a verificao daexistncia ou no da relao de emprego. Neste caso

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    12Caderno de Direito Processual do Trabalho: Aula 03: 19/06/2012

    o julgamento do auto de infrao sobrestado atque se apure em mbito judicial.

    Todo o panorama exposto demonstra umtpico caso de substituio processual em que umterceiro (Ministrio do trabalho) ingressa com areclamao em nome do empregado.

    Segue o art. 878 da CLT:

    Exceo2: frise-se que a execuo trabalhistapode ter incio ex officio ou por provocao dointeressado. Assim sendo, afirma-se que o princpiodispositivo no aplicvel execuo trabalhista.

    3. PRINCPIO INQUISITIVO (IMPULSOOFICIAL)

    O impulso oficial demonstra que, iniciado oprocesso, o desenvolvimento ocorre por impulso deofcio.

    Em curta sntese, o incio do processodepende de provocao e, uma vez provocado, entraem ao o impulso oficial diversos atos sopraticados de ofcio pelo magistrado.

    Evidentemente h situaes excepcionais em

    que no h impulso oficial (exemplo: na liquidaopor artigos no h que se falar em impulso oficial).

    A ttulo de exemplo, O princpio do impulsooficial perfeitamente encontrado no art. 765 daCLT:

    Pelo dispositivo transcrito, tem-se que o juiz o diretor do processo, tendo ampla liberdade, atmesmo determinando quaisquer diligncias para oesclarecimento das causas trabalhista.

    4. PRINCPIO DA INSTRUMENTALIDADE(FINALIDADE, INSTRUMENTALIDADE DASFORMAS)

    Inicialmente, frise-se que o processo ocaminho que deve ser percorrido para que se chegueao seu propsito. Ademais, vale afirmar que essa rotano sempre uniforme, j que pode sofrer desviosde percurso.

    Sumariamente, diz-se que as regrasprocessuais no so extremamente rgidas, podendosofrer alteraes ao longo do percurso.

    Pela regra processual civil, os atos e termosprocessuais no dependem de forma determinada(art. 154, CPC). No h uma forma geral para aprtica de atos, seno quando a lei expressamenteexigir tal formalidade.

    Assim sendo, so reputados vlidos os atosrealizados que preencham a finalidade especial, aindaque haja previso especfica sobre determinadaprtica.

    Na explanao realizada fica clara ainstrumentalidade.

    No que se refere CLT, frise-se que h umasequencia de artigos dispondo sobre as regrasprocessuais do direito processual do trabalho: art.794 ao 798, CLT.

    REGRA PROCESSUAL 1

    Pela redao do art. 794 da CLT, tem-se aregra da transcendncia: no h nulidade semprejuzo.

    Se houver a prtica de determinado ato demaneira distinta da prevista, este s ser declaradonulo se houve prejuzo.

    REGRA PROCESSUAL 2

    J o art. 795 da CLT preconiza que adeclarao de nulidade depende de provocao daspartes, devendo faz-lo logo na primeiraoportunidade. O panorama demonstra que omagistrado no pode declarar a nulidade ex officio.

    Ressalte-se novamente: o momento para aprovocao da declarao de nulidade coincide com a

    primeira oportunidade que tiver para se manifestar,seja em audincia, seja nos autos.

    Se determinada nulidade foi formada emaudincia, a provocao deve ser feita na prpriaaudincia, mais precisamente no momento dasrazes finais (v.g., magistrado que indefere oitiva detestemunha, cerceando a defesa de uma das partes);se no curso do processo, ser feita nos autos.

    Parte da jurisprudncia afirma que a nulidadede atos praticados em audincia deve ser arguida nomomento em que o ato foi praticado, sem anecessidade de aguardar as razes finais, sob penade indeferimento. Esse entendimento aduz que as

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    13Caderno de Direito Processual do Trabalho: Aula 03: 19/06/2012

    razes finais apenas servem para ratificar o pedido jrealizado.

    Assim sendo, mais prudente que osadvogados trabalhistas arguam a nulidade j nomomento posterior prtica do ato, evitando possvelindeferimento ao tempo das razes finais.

    No caso de arguio de nulidade na audincia,deve ficar atento o advogado aos termos aduzidospelo magistrado, evitando que em grau de recursoseja afirmado que o defensor concordou com oencerramento da instruo.

    Exceo: Vale afirmar que a nulidade deincompetncia de foro deve ser declarada ex officio(1).

    Ressalte-se: foro tem relao com matria(competncia material), e no territrio (competnciaterritorial).

    A interpretao correta para o pargrafoprimeiro deve ser no sentido de que foro fazreferncia a matria, e no a lugar. Nesses casosdeve-se ter em mente foro trabalhista, forocriminal, foro cvel.

    Frise-se que a competncia territorial relativa, e no absoluta. Ou seja, se a incompetnciaterritorial meramente relativa, no poder omagistrado conhec-la de ofcio.

    Contudo, se for caso de incompetncia de foro(v.g., foro criminal), poder o magistrado conhec-lade ofcio.

    Nesses casos de incompetncia de foro nohaver prorrogao e no depende de provocao

    das partes.Exemplo: Determinado reclamante

    contratado em So Paulo, domiciliado em Campinase trabalha em Jundia. Nesse caso, a competnciaterritorial de Jundia (local de prestao do servio).Ocorre que o reclamante ajuizou reclamaotrabalhista em Campinas. Assim sendo, pode o juizdo trabalho de Campinas declarar de ofcio a suaincompetncia? Pela letra da lei (art. 651, CLT), omagistrado claramente incompetente. Contudo, nose trata de incompetncia de foro, mas simcompetncia territorial. Nesse caso o magistrado nopoder declarar a incompetncia de ofcio. Ademais,se no houver manifestao das partes, haverprorrogao do foro.

    Se se declarar incompetente, deve omagistrado remeter os autos ao juzo competente(2).

    REGRA PROCESSUAL 3

    A redao do art. 796 da CLT aduz claramenteque a nulidade no ser declarada quando forpossvel suprir a falta ou a repetio do ato.

    No bastante, no se declara a nulidadequando arguida por quem deu causa.

    REGRA PROCESSUAL 4 E 5

    Os arts. 797 e 798 da CLT, interpretadosconjuntamente demonstram que a nulidadeespecfica no contamina o processo como um todo.

    Aproveita-se o que de bom tem o processo.

    Assim sendo, frise-se que o magistradodeclara quais atos so nulos. Tais nulidades apenasprejudicam os atos posteriores que dele dependamou sejam consequncia.

    Exemplo: Se houver o indeferimento de oitivade testemunha, apenas os atos posteriores sero

    declarados nulos, sendo aproveitados os anteriores.5. PRINCPIO DA IDENTIDADE FSICA

    JUIZ

    O princpio da identidade fsica do juiz no processual trabalhista, mas sim processual civil. Noh meno na CLT, assim como no CPC.

    Embora no haja meno especfica, deve-seter em mente o art. 132, CPC:

    Sumariamente, tem-se que o juiz que concluia audincia deve proferir julgamento, salvo asexcees expressas (convocao, licena, promoo,aposentadoria, morte, etc.). O panorama tem emmente a qualidade da prestao jurisdicional.

    fato que o juiz que esteve prximo dasprovas ter muito mais capacidade de avaliar averdade e proferir julgamento.

    Frise-se que essa regra incompatvel com odireito processual do trabalho.

    Em tempos pretritos, o motivo da noaplicao da identidade fsica do juiz em mbito

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    14Caderno de Direito Processual do Trabalho: Aula 03: 19/06/2012

    trabalhista decorrida de que a primeira oportunidadede anlise da reclamao era feita pela junta deconciliao e julgamento, composta por 3 juzes: 1

    juiz togado e mais 2 juzes classistas representantesdos empregados e dos empregados que eramindicados (no formados em Direito, no aprovadosem concurso pblico).

    Tais turmas existiam em primeiro e emsegundo grau, bem como no mbito do TST.

    O mandato dos juzes classistas eratemporrio, j que exerciam tal funo por apenas 3anos, com permisso para uma reeleio.

    Ora, se havia juzes temporrios, como quepoderia ser aplicado o princpio da identidade fsicado juiz em mbito trabalhista? Se era possvel amodificao da composio das juntas a todomomento, seria possvel aplicar a identidade fsica do

    juiz?

    Com a EC 45, no mais existem as juntas deconciliao e julgamento. Assim sendo, a Smula136, que outrora afirmava que a identidade fsica do

    juiz no era aplicvel s juntas, teve a redaoalterada. Atualmente a redao preconiza que aidentidade fsica do juiz no se aplica s Varas do

    Trabalho, j que o instituto contrrio celeridade.Dentro do regimento interno de alguns

    tribunais h regras especficas de que o juiz queinstruiu o processo coincida com o que proferir o

    julgamento. Mas so regras especficas.

    APLICAO DO CDIGO DE PROCESSO CIVIL

    Em razo da ausncia de regramentosprocessuais trabalhistas, quando houver omisso, o

    direito processual comum ser aplicado de formasubsidiria.

    Assim sendo, frise-se que a aplicao dodireito processual comum depende omisso ecompatibilidade (art. 769, CLT).

    APLICAO SUBSIDIRIA NO PROCESSO DECONHECIMENTO E PROCESSO DE EXECUO

    PROCESSO DECONHECIMENTOTRABALHISTA

    PROCESSO DEEXECUO

    TRABALHISTA Art. 769, CLT:

    Utiliza-se a CLT para o

    Art. 889, CLT:

    Utiliza-se da CLT para

    processo deconhecimento.

    Se houver omisso ecompatibilidade, utiliza-sesubsidiariamente o CPC.

    o processo de execuo.Se houver omisso e

    compatibilidade, utiliza-sesubsidiariamente a Lei deExecues Fiscais (LEF).

    Caso no seja possvela utilizao da LEF,utiliza-se o CPC.

    CUSTAS PROCESSUAIS

    a) CUSTAS NO PROCESSO DECONHECIMENTO

    Art. 789, CLT:

    As custas no processo de conhecimentoincidiro base de 2%, sendo esse valor imutvel.

    Frise-se que as custas sero calculadas:

    I Quando houver acordo ou condenao,sobre o respectivo valor;

    Quando h acordo ou condenao, poucoimporta o valor da causa. A incidncia de 2% ocorresobre o valor acordo ou condenao.

    Nos casos em que o magistrado acolhedeterminado pedido e condena uma das partes,calcular uma determinada porcentagem sobre ovalor da causa. Esse valor servir como base para oclculo dos 2%.

    Questiona-se: Em alguma situao os 2% socalculados sobre o valor da causa?

    A incidncia dos 2% sobre o valor da causa

    ocorre no caso do inciso II.II Nos casos de extino sem julgamento de

    mrito ou improcedncia total, os 2% so calculadossobre o valor da causa;

    Em ambos os casos o reclamante no ganhoudinheiro algum.

    III Nos casos de ao condenatria ouconstitutiva, os 2% tambm so calculados sobre ovalor da causa;

    Os 2% sero calculados sobre o valor da causa em3 casos:

    Extino sem resoluo de mrito;

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    15Caderno de Direito Processual do Trabalho: Aula 03: 19/06/2012

    Improcedncia; Ao declaratria/constitutiva.

    IV Se o valor for indeterminado, omagistrado determinar.

    RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DASCUSTAS NO PROCESSO DE CONHECIMENTO

    Seguem as situaes que versam sobre opagamento de custas:

    ACORDO

    Art. 789, 3, CLT:

    Frise-se que em caso de acordo, as custassero pagas por ambos em partes iguais.

    possvel que haja conveno para opagamento de forma diversa. O panorama demonstraque possvel que as partes estipulem no prprioacordo que as custas sero pagas de forma distintaentre os litigantes.

    JULGAMENTO

    Se o magistrado profere sentena, o vencido

    deve pagar as custas, ou seja, quem perdeu deverrecolher as custas.

    EXEMPLO

    Em determinada reclamao, o empregadopleiteia horas extras no valor de 2 mil e verbasrescisrias na ordem de 3 mil. O valor da causa,portanto, de 5 mil reais.

    Nesse caso, se houve acordo de 2 mil reais,

    os 2% so calculados sobre o valor do acordo, ouseja, 2% sobre 2 mil reais, devendo ser pago deforma igual entre as partes. Em suma, as custas sode 40 reais, devendo cada parte pagar 20 reais.

    No mesmo exemplo, caso todos os pedidostivessem sido julgados improcedentes, a base declculo ser o valor da causa, ou seja, os 2% serocalculados sobre 5 mil. Nessa hiptese ser operdedor o responsvel pelo pagamento das custas.Sumariamente, o reclamante dever pagar sozinho aimportncia de 100 reias.

    Se o magistrado acolhe todos os pedidos,profere uma sentena de condenao. Nesse caso, ovalor da condenao de 5 mil reais. Assim sendo,

    as custas so de 100 reais, devendo o valor serrecolhido pelo reclamado.

    Caso o magistrado tenha acolhido o pedido dehoras extras, mas tenha rejeitado os outros pedidos,tem-se uma sentena parcialmente procedente. Nahiptese de julgamento parcialmente, a doutrina e jurisprudncia entendem que o vencido, ainda queparcialmente, o reclamado, ou seja, dever oreclamado recolher o valor das custas.

    O reclamante s paga custas em uma nicasituao: se todos os seus pedidos sejam julgadosimprocedentes.

    MOMENTO DO PAGAMENTO DAS CUSTASPROCESSO DE CONHECIMENTO

    O pagamento deve ser realizado quando dotrnsito em julgado. Caso haja recurso, as custasdevem ser recolhidas dentro do prazo recursal (art.789, 1, CLT).

    Frise-se que no adianta pagar as custasdentro do prazo sem realizar a comprovao antes dotrmino do prazo processual.

    Sumariamente, o pagamento e a

    comprovao devem ser feitas dentro do prazorecursal. Caso haja o pagamento, mas no acomprovao, haver desero.

    O dispositivo no menciona que o pagamentodeve ser feito junto ao recurso, mas sim no prazorecursal.

    O panorama demonstra que a apresentaodo recurso e o recolhimento/comprovao podem serfeitos em momentos diferentes, mas dentro do prazo

    recursal.Nada obsta que o protocolo seja feito, por

    exemplo, no 5 dia do prazo, e que o recolhimento ea comprovao sejam feito no 8 dia. Nessa situaoambas as aes so feitas dentro dos 8 dias, mas emmomentos distintos.

    b) CUSTAS NO PROCESSO DE EXECUO

    Art. 789-A, CLT:

    No processo de execuo, diferente do queocorre no processo de conhecimento, as custas sosempre de responsabilidade do executado.

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    16Caderno de Direito Processual do Trabalho: Aula 03: 19/06/2012

    Se h condenao e pagamento, no h quese falar em processo de execuo. Assim sendo, oprocesso de execuo s pertinente quando oreclamado no efetua o pagamento, devendo essearcar com as custas do processo.

    O momento para o pagamento das custas naexecuo coincide com o seu final.

    Respostas bsicas para provas de concurso noprocesso de execuo:

    1. So devidas custas no processo de execuo.2. As custas na execuo so pagas pelo

    executado.3. As custas na execuo devem ser pagas ao

    final.

    EMOLUMENTOSSo as despesas referentes a cpias,

    certides, etc.

    Frise-se que os emolumentos so devidos porquem os requereu (v.g., quem pediu cpias deverpagar por elas).

    H uma tabela com preos especficos.

    ISENO DE CUSTAS (JUSTIA GRATUITA)Segue o art. 790, 3, CLT:

    O benefcio da justia gratuita pode serdeterminado ex officio ou atravs de requerimentoem qualquer instncia.

    Assim sendo, se foi negado o pedido de justia gratuita em 1 grau, nada obsta de o pedidoser deferido em 2.

    Imagine-se que o reclamante ajuza demandasem pedir os benefcios da justia. O magistradotambm no declara ex officio tais benefcios. Ao finaldo processo, com a improcedncia dos pedidos, ovalor das custas dever ser recolhido pelo reclamante(2% sobre o valor da causa). Ao recorrer, deve orecorrente recolher os valores das custas ecomprovar tal recolhimento. Contudo, plenamentepossvel que requeira o benefcio da justia gratuitano recurso (em qualquer tempo ou grau de

    jurisdio), desde que, na fase recursal, orequerimento seja formulado no prazo alusivo aorecurso (OJ 269, SDI-1, TST).

    Se o juiz de 1 grau no concedeu osbenefcios da justia gratuita e o recorrente deixou derequerer na fase recursal, no mais ser concedido.

    Segue o art. 790-A, CLT:

    Sumariamente, so isentos do pagamento decustas, alm dos beneficirios:

    Unio, Estados, DF, municpios, autarquias efundaes pblicas que no explorem atividadeeconmica rgos da administrao pblica;

    Caso relevante: Fundao pblica que exploraatividade econmica deve recolher custas.

    Ministrio Pblico do Trabalho.

    Ademais, frise-se que, pela redao dopargrafo nico, OAB, CRM, CREA e demaientidades fiscalizadoras no esto isentas em custas.

    No bastante, os entes da administraopblica devem reembolsar as despesas realizadaspela parte vencedora.

    Exemplo: A tem os pedidos julgadosimprocedentes em demanda contra o municpio,

    tendo que recolher custas para recorrer. Em graurecursal seus pedidos so julgados procedentes. Aqui, o municpio dever reembolsar os valores pagospor A independente da iseno que possui no quetange ao recolhimento dos recursos.

    Vale afirmar que as sociedades de economiamista devem sempre recolher custas, j que no soabrangidas pelo dispositivo.

    DISSDIOS INDIVIDUAIS DO TRABALHO

    Inicialmente, vale afirmar que os dissdioscoletivos ocorrem quando existe controvrsia coletiva(v.g., problema na data base). Este no deve serconfundido com dissdios individuais plrimos, nosquais h mais de um reclamante em uma mesmademanda.

    Segue o art. 791, CLT:

    Em suma, no h necessidade de advogadopara reclamar na Justia do Trabalho, seja parapropor demanda, seja para se defender. As partesdetm o jus postulandi.

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    17Caderno de Direito Processual do Trabalho: Aula 03: 19/06/2012

    Questiona-se: H a necessidade da presenade advogado para a apresentao de recurso? O juspostulandi vlido em grau recursal?

    Segue a Smula 425, TST:

    Frise-se que o jus postulandi envolve inclusiveo exerccio recursal, ou seja, a apresentao derecurso no depende da presena de advogado, maslimitando-se s varas e TRT.

    O jus postulandi, portanto, no atinge:

    Ao rescisria; Ao cautelar; Mandado de segurana; Recursos de competncia do TST.

    Nesses 4 casos a presena de advogado obrigatria.

    Segue o art. 841, CLT:

    O legislador entendeu sabiamente que oreclamado precisa de um prazo mnimo para sedefender. Assim sendo, estipulou prazo mnimo de 5dias entre a citao do reclamado e a audincia.

    Ademais, a notificao citatria no dependeexclusivamente de oficial de justia. A citao, emregra, feita por correio.

    Caso haja embaraos ou no seja encontrado,faz-se a citao por edital.

    Frise-se que este regramento quase no obedecido. Os magistrados quase nunca determinama citao por edital nos casos de embarao ereclamado no encontrado.

    A jurisprudncia aceita outras formas decitao antes da determinao de citao por edital,embora a legislao disponha o contrrio.

    No h exigncia de notificao pessoal. Naprtica, se o porteiro do prdio recebeu a notificao,ser considerada vlida a citao.

    Sumariamente, se a citao foi postada comendereo certo, a citao ser tida como realizada epertinente.

    H presuno de recebimento da citao 48horas depois da postagem, sendo nus da prova dodestinatrio qualquer alterao (Smula 16, TST).

    REPRESENTAO EM AUDINCIA

    Art. 843, CLT:

    Frise-se que nas reclamaes plrimas ouaes de cumprimento (promovidas por sindicatospara obrigar as empresas a aplicar normasconvencionais) os reclamantes podem sersubstitudos pelo sindicato.

    O empregador pode ser substitudo porgerente ou qualquer outro preposto, desde quetenham conhecimento dos fatos constantes dareclamao trabalhista.

    Tudo que for alegado obrigar o reclamado,podendo, inclusive, dar causa ao que se chama confisso real do empregador.

    H a necessidade de o preposto serempregado da empresa?

    A nica exigncia do dispositivo que opreposto tenha conhecimento do fato. Essepanorama confere a ideia inicial de que no hnecessidade de o preposto ser empregado daempresa.

    Contudo, se o dispositivo coloca o gerentecomo um possvel substituto e esse um empregado,o termo preposto no estaria fazendo referncia aqualquer outro empregador com vnculo com aempresa?

    A Smula 377 do TST, resolvendo a questo,aduz que o preposto deve ser necessariamenteempregado do reclamado, com exceo dosempregados domsticos e nos casos envolvendo

    micro ou pequeno empresrio (art. 34, LC 123/06).Um contador de um escritrio de

    contabilidade, por exemplo, pode ser preposto emuma reclamao trabalhista envolvendo micro oupequeno empresrio.

    AUSNCIA DAS PARTES EM AUDINCIA

    Segue o art. 844, CLT:

    Frise-se que a consequncia da ausncia diferente para reclamante e reclamado.

    a) AUSNCIA DO RECLAMANTE Arquivamento;

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    18Caderno de Direito Processual do Trabalho: Aula 04: 26/6/2012

    Do ponto de vista processual, o arquivamentotraduz a extino do processo sem resoluo domrito.

    b) AUSNCIA DO RECLAMADO Revelia/confisso.

    Se a revelia traduz a falta de contestao, porqual motivo a ausncia em audincia tem essaconsequncia?

    No processo do trabalho e as defesas deforma geral so atos praticados na prpria audincia.

    Assim sendo, se o reclamado no aparece naaudincia, no poder apresentar contestao,motivo pelo qual so atribudos os efeitos da revelia(confisso quanto matria de fato).

    A presena do advogado pode impedir aatribuio dos afeitos da revelia quando o reclamadoou o preposto no comparecerem?

    Smula 122, TST:

    Ainda que presente o advogado presente deprocurao, se a parte/preposto no comparecer,ser caso de revelia.

    Frise-se, contudo, que a apresentao deatestado mdico por advogado, comprovando a realimpossibilidade de locomoo do empregador oupreposto, pode impedir os efeitos da revelia.

    Aula 04: 26/6/2012

    Tema: Trmite da audincia de conciliao

    Art. 831 - A deciso ser proferida depois derejeitada pelas partes a proposta de conciliao.Pargrafo nico. No caso de conciliao, o termo

    que for lavrado valer como deciso irrecorrvel,salvo para a Previdncia Social quanto scontribuies que lhe forem devidas.(Redao dadapela Lei n 10.035, de 25.10.2000)

    No cabe recurso pelas partes do termo deconciliao.

    Mas quem tem interesse de recorrer alm daspartes? Artigo 831, nico: a previdncia social poderecorrer.

    Art. 831 - A deciso ser proferida depois derejeitada pelas partes a proposta de conciliao.

    Pargrafo nico. No caso de conciliao, o termoque for lavrado valer comodeciso irrecorrvel,

    salvo para a Previdncia Social quanto scontribuies que lhe forem devidas.(Redao dadapela Lei n 10.035, de 25.10.2000)

    A parte podero atacar o termo de conciliao pormeio de ao rescisria smula 259 do TST: S porao rescisria impugnvel o termo de conciliaoprevisto no pargrafo nico do art. 831 da CLT.Ento se for a previdncia quem vai atacar otermo de conciliao ser por recurso, j se for aparte ser atacada por ao rescisria.

    Art. 832 - Da deciso devero constar o nome daspartes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciaodas provas, os fundamentos da deciso e arespectiva concluso.

    1 - Quando a deciso concluir pela procednciado pedido, determinar o prazo e as condies para oseu cumprimento.

    2 - A deciso mencionar sempre as custas quedevam ser pagas pela parte vencida. 3o As decises cognitivas ou homologatrias

    devero sempre indicar a natureza jurdica dasparcelas constantes da condenao ou do acordohomologado, inclusive o limite de responsabilidade decada parte pelo recolhimento da contribuioprevidenciria, se for o caso.(Includo pela Lei n10.035, de 25.10.2000)

    4o O INSS ser intimado, por via postal, dasdecises homologatrias de acordos que contenham

    parcela indenizatria, sendo-lhe facultado interporrecurso relativo s contribuies que lhe foremdevidas.(Includo pela Lei n 10.035, de 25.10.2000)

    4o A Unio ser intimada das decises homologatrias de acordos que contenham parcela indenizatria, na forma do art. 20 da Lei no 11.033, de 21 dedezembro de 2004, facultada a interposio de recursorelativo aos tributos que lhe forem devidos.(Redaodada pela Lei n 11.457, de 2007) (Vigncia)

    A unio pode recorrer. 5o Intimada da sentena, a Unio poder interp

    or recurso relativo discriminao de que trata o 3o

    deste artigo.(Includo pela Lei n 11.457, de2007) (Vigncia)

    6o O acordo celebrado aps o trnsito em julgadoda sentena ou aps a elaborao dos clculos de liquidao de sentena no prejudicar os crditos daUnio.(Includo pela Lei n 11.457, de2007) (Vigncia)

    A condenao foi 10, 5 indenizao, 5condenatrio, ento no 100% indenizatrio?! No,metade salarial e metade indenizao.

    7o O Ministro de Estado da Fazenda poder, mediante ato fundamentado, dispensar a manifestao da Unio nas decises homologatrias de acordos emqueo montante da parcela indenizatria envolvida oca

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10035.htm#art831http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10035.htm#art831http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10035.htm#art831http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10035.htm#art831http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10035.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10035.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10035.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art42http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art42http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art51http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art42http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art42http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art51http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art42http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art42http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art51http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art51http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art42http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art42http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art51http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art42http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art42http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art51http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art42http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art42http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10035.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10035.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10035.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10035.htm#art831http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10035.htm#art831http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10035.htm#art831http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10035.htm#art831
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    19Caderno de Direito Processual do Trabalho: Aula 04: 26/6/2012

    sionar perda de escala decorrente da atuao do rgo jurdico.(Includo pela Lei n 11.457, de2007) (Vigncia)

    ATENO: a defesa da parte pela lei aduzida:Oralmente;Em 20 minutos.Obs.: embora a praxe tenha sido de apresent-lapor escrito, inclusive constando da intimao, isso

    decorre dos usos e costumes para agilizar aaudincia, porm continua vlida a previso do artigo847 da CLT, ou seja, a parte pode querer os 20minutos para aduzir defesa oral. (ento se acontecede esquecer a defesa, pode requerer ao juiz parafaz-la oralmente e ele no pode negar, pois o artigocontinua vlido.)

    Art. 847 - No havendo acordo, o reclamado tervinte minutos para aduzir sua defesa, aps a leiturada reclamao, quando esta no for dispensada porambas as partes.(Redao dada pela Lei n 9.022, de5.4.1995)

    Art. 848. No havendo acordo, seguir-se- ainstruo do processo, podendo o presidente, ex-officio ou a requerimento de qualquer vogal,interrogar os litigantes.

    Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se- ainstruo do processo, podendo o presidente, exofficio ou a requerimento de qualquer juiztemporrio, interrogar os litigantes.(Redao dada

    pela Lei n 9.022, de 5.4.1995) 1 - Findo o interrogatrio, poderqualquer dos litigantes retirar-se, prosseguindo ainstruo com o seu representante.

    2 - Sero, a seguir, ouvidas astestemunhas, os peritos e os tcnicos, se houver.

    Art. 849 - A audincia de julgamento sercontnua; mas, se no for possvel, por motivo defora maior, conclu-la no mesmo dia, o juiz oupresidente marcar a sua continuao para aprimeira desimpedida, independentemente de nova

    notificao. Art. 850 - Terminada a instruo, podero aspartes aduzir razes finais, em prazo no excedentede 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o

    juiz ou presidente renovar a proposta de conciliao,e no se realizando esta, ser proferida a deciso.

    Pargrafo nico - O Presidente da Junta,aps propor a soluo do dissdio, tomar os votosdos vogais e, havendo divergncia entre estes,poder desempatar ou proferir deciso que melhoratenda ao cumprimento da lei e ao justo equilbrioentre os votos divergentes e ao interesse social.

    Obs.: no h prejuzo se no aduzir as razesfinais, mas bom fazer frisando os pontoscontrovertidos principais chamando a ateno do juizpara esses pontos, embora tudo j esteja na pea

    escrita, mas bom trazer os pontos quando temmuito detalhe bom reforar os pontos principais esuas pontuaes doutrinrias.

    A CLT contm regras de direito processual e soessas rgras que devemos utilizar, a aplicao de

    regras processuais A CLT omissa quanto a distribuio do nus daprova? Vejamos o artigo 818 da CLT:

    Art. 818 - A prova das alegaes incumbe parteque as fizer.

    Essa regra praticamente intil, embora ela noseja omissa a regra no clara ou mesmo incompletaento matria incontroversa na justia do trabalhode que o juiz poder utilizar o artigo 333 do CPC,quanto ao nus da prova.

    Art. 333. O nus da prova incumbe:

    I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seudireito;II - ao ru, quanto existncia de fato impeditivo,

    modificativo ou extintivo do direito do autor.Pargrafo nico. nula a conveno que distribui

    de maneira diversa o nus da prova quando:I - recair sobre direito indisponvel da parte;II - tornar excessivamente difcil a uma parte o

    exerccio do direito.

    O autor prova o fato constitutivo de seu direito.O ru o fato impeditivo, modificativo ou extintivo

    de seu direito.No devemos nos esquecer de que s depende de

    prova o fato: Controvertido, a contrario senso ofato incontroverso no depende de prova.

    Se no existe controvrsia contra o fato prova oque? J o fato que for controvertido esse depende deprova, e aqui que utilizamos o nus da prova.

    Se uma pessoa diz que emprestou e outra nega,esse fato se torna controvertido e ai ele tem que serprovado.

    E pelo artigo 333 cabe ao autor a prova do nusconstitutivo.

    Se o ru diz que j pagou voc confirma o fato,mas ope fato extintivo, neste caso o nus da prova

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art42http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art42http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art51http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9022.htm#art847http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9022.htm#art847http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9022.htm#art848http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9022.htm#art848http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9022.htm#art848http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9022.htm#art848http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9022.htm#art847http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9022.htm#art847http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art51http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art42http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11457.htm#art42
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    passa ao ru, tambm do ru a prova do fatomodificativo.

    Transportando isso para a justia trabalhista.Ex.:O reclamante

    postula na petioinicial, diz que:

    Na contestao aempresa diz:

    Saa s 20 horas,pleiteando 2 horasextras por dia.

    Diz que saia s 18 horas.

    O fato constitutivo foinegado, ento ele deve serprovado pelo autor. Otrabalhador que ter queprovar que ele saia maistarde, e no a empresa.

    Agora se a empresa dizque ele saia s 20h, maspaguei.

    Ela admite o fatoconstitutivo, mas deverprovar que pagou.

    Diz que saia s 20h, masdiz que o cara exercia cargode gesto (art. 62)

    Agora vamos imaginar que essa empresa possui20 empregados, embora a tese continue a mesma:

    A CLT diz que empresa que tenha mais de 10empregados obrigada a manter registro deempregados, controle de horrio, isso significa que aempresa deve ter esse carto, mas se ela no junta ocarto de ponto o juiz pode at presumir que hcoisa de errado.

    Se a empresa sem motivo justificado tem mais de10 empregados a empresa obrigada a juntar com a

    contestao os cartes de ponto, mas se no o fazele pode presumir que no tem documento decontrole de frequncia e ento pelo artigo 2] da CLTa no apresentao injustificada dos controles defrequncia gera presuno relativa de veracidade, aqual pode ser elidida por prova em contrrio.

    Agora o juiz pode no acatar, pois a empresapoder provar que horrio de sada no era aquele.

    Nada obsta que a empresa no junte o carto deponto e ainda assim saia vencedora.

    ATENO: o examinador pega nisso, ele diz quese a parte no junta o carto ela perder ao, isso errado, pois neste caso apenas inverte o nus daprova que passa a ser da empresa, que o far portestemunha.

    COAO ECONMICAempregador manda queempregado marque todos os dias as horas deentrada como 8 e sada como 18, claro que ele far,pois est sob a chamada coao econmica.

    CUIDADO: Cartes de ponto que demonstramregistro de entrada e sada uniformes so invlidoscomo meio de prova, invertendo-se o nus da prova,relativo s horas extras, que passa a se doempregador, prevalecendo a jornada...

    O que dizia a OJ 215 da SDI 1 do TST (OJcancelada em maio de 2011) vale transporte.nibus da prova. do empregado o nus decomprovar que satisfaz os requisitos indispensveis obteno do vale-transporte.

    Ela foi cancelada pois o TST entendeu que noseria ser justo jogar para o trabalhador o nus daprova. Agora ento do empregador o nus daprova, j que ele geralmente tem um documento doempregado dizendo que pega ou no o transportepblico.

    OJ 301 da SDI -1 do TST. (cancelada) Aqui o trabalhador tem livre acesso a sua conta

    vinculada. Ento o empregado deve verificar antes seteve ou no o recolhimento.

    Prova testemunhal Artigo 821 da CLT Art. 821 - Cada uma das partes no poder indicar

    mais de 3 (trs) testemunhas, salvo quando se tratar

    de inqurito, caso em que esse nmero poder serelevado a 6 (seis).(Redao dada pelo Decreto-lei n8.737, de 19.1.1946)

    Artigo 825 Art. 825 - As testemunhas comparecero a

    audincia independentemente de notificao ouintimao.

    Pargrafo nico - As que no comparecerem serointimadas, ex officio ou a requerimento da parte,ficando sujeitas a conduo coercitiva, alm daspenalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado,

    no atendam intimao.O que vai acontecer se a testemunha nocomparecer? Ser intimada de ofcio ou arequerimento da parte.

    Ento se formos, por exemplo, advogado doreclamante: chega a audincia a testemunha nocomparece informar o juiz que a testemunha emboraconvidada no tenha comparecido, o juiz a ir intimarpara nova audincia, e se novamente no compareceela ficar sujeita a uma multa e a conduocoercitiva. Isso pode ocorrer tanto para empresaquanto para o empregador.

    Ningum ir exigir da parte a prova do convite,basta dizer que sim ou no, isso no procedimentoordinrio, no sumarssimo diferente.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del8737.htm#art821http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del8737.htm#art821http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del8737.htm#art821http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del8737.htm#art821
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    21Caderno de Direito Processual do Trabalho: Aula 04: 26/6/2012

    A CLT no faz distino de suspeio,impedimento e o artigo 829 nos diz:

    Art. 829 - A testemunha que for parente at oterceiro grau civil, amigo ntimo ou inimigo dequalquer das partes, no prestar compromisso, eseu depoimento valer como simples informao.

    Smula 357 do TST.Testemunha. Ao contra a mesma reclamada,suspeio. No torna suspeita a testemunha osimples fato de star litigando ou de ter litigado contrao mesmo empregador.

    Pelo nico do artigo 825

    Lei 5584/70 art. 3. Art 3 Os exames periciais sero realizados por

    perito nico designado pelo Juiz, que fixar o prazopara entrega do laudo.

    Pargrafo nico. Permitir-se- a cada parte aindicao de um assistente, cujo laudo ter que serapresentado no mesmo prazo assinado para o perito,sob pena de ser desentranhado dos autos.

    Art. 195 da CLT Art . 195 - A caracterizao e a classificao da

    insalubridade e da periculosidade, segundo asnormas do Ministrio do Trabalho, far-se-o atravsde percia a cargo de Mdico do Trabalho ouEngenheiro do Trabalho, registrados no Ministrio doTrabalho.(Redao dada pela Lei n 6.514, de

    22.12.1977) 1 - facultado s empresas e aos sindicatosdas categorias profissionais interessadas requereremao Ministrio do Trabalho a realizao de percia emestabelecimento ou setor deste, com o objetivo decaracterizar e classificar ou delimitar as atividadesinsalubres ou perigosas.(Redao dada pela Lei n6.514, de 22.12.1977)

    2 - Argida em juzo insalubridade oupericulosidade, seja por empregado, seja porSindicato em favor de grupo de associado, o juiz

    designar perito habilitado na forma deste artigo, e,onde no houver, requisitar percia ao rgocompetente do Ministrio do Trabalho.(Redaodada pela Lei n 6.514, de 22.12.1977)

    3 - O disposto nos pargrafos anteriores noprejudica a ao fiscalizadora do Ministrio doTrabalho, nem a realizao ex officio dapercia.(Redao dada pela Lei n 6.514, de22.12.1977)

    Honorrio do assistente tcnico.Se a parte tem a faculdade de apresentar um

    assistente e ele apresenta o que ir acontecer com opagamento desta pessoa? Vamos utilizar a mesmaregra de pagamento dos honorrios periciais?

    A parte no obrigada a indicar assistente, elatem a faculdade de arcar com o assistente.

    Smula 341 do TST Honorrios do assistentetcnico. A indicao do perito assistente faculdadeda parte, a qual deve responder pelos respectivoshonorrios, ainda que vencedora no objeto dapercia.

    Prova documental Art. 830 da CLT Art. 830. O documento em cpia oferecido para

    prova poder serdeclarado autntico pelo prprioadvogado, sob sua responsabilidadepessoal.(Redao dada pela Lei n 11.925, de 2009).

    Pargrafo nico. Impugnada a autenticidade dacpia, a parte que a produziu ser intimada paraapresentar cpias devidamente autenticadas ou ooriginal, cabendo ao serventurio competenteproceder conferncia e certificar a conformidadeentre esses documentos.(Includo pela Lei n11.925, de 2009).Hoje o advogado pode juntar cpia simples e elemesmo pode declara autentico, sob suaresponsabilidade pessoal. Agora se impugnada aautenticidade o juiz pode determinar que seapresente as originais ou autenticadas para anlise.

    RITO1) Procedimento sumrio AT 2 SALRIOS

    MINIMIOS.Foi criado para causas de pequeno valor, ou seja,

    aquelas que no ultrapassem 2 salrios mnimos.

    Cuidado no confundir com o sumarssimo que para at 40 salrios mnimos.2) SUMARSSIMO+ DE 25 MINIMOS AT 40

    SALRIOS MINIMOS.3) ORDINRIO+ DE 40 SALRIOS MNIMOS.

    Artigo 852-A da CLT. Art. 852-A. Osdissdios individuais cujo valor no

    exceda a quarenta vezes o salrio mnimo vigente nadata do ajuizamento da reclamao ficam submetidosao procedimento sumarssimo.(Includo pela Lei n9.957, de 12.1.2000)

    Pargrafo nico.Esto excludas do procedimentosumarssimo as demandas em que parte a Administrao Pblica direta, autrquica efundacional.(Includo pela Lei n 9.957, de12.1.2000)

    ATENO CUIDADO PEGADINHA DCONCURSO: aplica-se o procedimento sumarssimnos dissdios coletivos? No. Os dissdios coletivostem rito prprio, para os dissdios coletivos no seaplica o procedimento sumarssimo, como se extraido artigo 852-A, e isso pode ser pegadinha deconcurso, o artigo fala apenas em dissdiosindividuais, ento o sumarssimo apenas para osdissdios individuais.

    Quando corre pelo sumarssimo? Quando for causade valor que no exceda a 40x o salrio mnimo.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art195http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art195http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art195http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art195http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art195http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art195http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art195http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art195http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11925.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11925.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11925.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852ahttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852ahttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852ahttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852ahttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852ahttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852ahttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852ahttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852ahttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11925.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11925.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11925.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art195http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art195http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art195http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art195http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art195http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art195http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art195http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art195
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    ATENO: O nico do artigo 852-A, Se for partena demanda a administrao pblica diretaautrquica e fundacionalnunca ir correr pelosumarssimo, independentemente do valor.

    Ex. de como o examinado pega este ponto: elenos traz a questo dizendo que servidor pblicoceletista (pq se for estatutrio no ser competnciada justia do trabalho) do municpio da cidade Xajuza reclamao trabalhista cujo valor da causaequivale a 10 salrios mnimos, qual ser o ritoprocedimental? Se respondermos sumarssimosteremos errado.

    H uma razo para isso: examinaremos mais afrente que dentre as caractersticas do sumarssimo que esta causa tem que ser apreciada no prazomximo de 15 dias do ajuizamento, levando-se emconsiderao que a audincia tem que ser uma, aomenos o que vem previsto na lei, tem que estartudo resolvido em 15 dias, da data do protocolo dainicial, se isso vai dar certo, tem funcionado assim naprtica outra coisa, mas a inteno do legislador essa.

    Ocorre que na administrao pblica h umaincompatibilidade com relao a este prazo, poiscomo j estudamos anteriormente deve existir umtempo mnimo que vai mediar o recebimento dacitao pelo ru e a audincia, esse prazo mnimo de 5 dias, ocorre que quando for parte no dissdio a

    administrao pblica esse prazo contado emqudruplo, quer dizer que para a administraopblica o prazo ser de 21 dias, e ai enterra o prazode 15 dias para apreciao da reclamao, pois comopode o juiz julgar uma ao em 15 dias se ele temque esperar 21 s para marcar a audincia quandofor a administrao pblica? No tem como e por issofoi excludo.

    1. Sumarssimo.Caractersticas

    Art. 852-B

    Art. 852-B. Nas reclamaes enquadradas noprocedimento sumarssimo:(Includo pela Lei n9.957, de 12.1.2000)

    I - o pedido dever ser certo ou determinado eindicar o valor correspondente;(Includo pela Lein 9.957, de 12.1.2000)

    II - no se far citao por edital, incumbindo aoautor a correta indicao do nome e endereo doreclamado; (Includo pela Lei n 9.957, de12.1.2000)

    III - a apreciao da reclamao dever ocorrer noprazo mximo de quinze dias do seu ajuizamento,podendo constar de pauta especial, se necessrio, deacordo com o movimento judicirio da Junta deConciliao e Julgamento.(Includo pela Lei n9.957, de 12.1.2000)

    1 O no atendimento, pelo reclamante, dodisposto nos incisos I e II deste artigoimportar noarquivamento (=extino) da reclamao econdenao ao pagamento de custas sobre o valor dacausa. (Includo pela Lei n 9.957, de 12.1.2000)

    2 As partes e advogadoscomunicaro ao juzoas mudanas de endereo ocorridas no curso doprocesso, reputando-se eficazes as intimaesenviadas ao local anteriormente indicado, naausncia de comunicao.(Includo pela Lei n9.957, de 12.1.2000)

    1.1. CUIDADO: caracterstica do sumarssimopetio inicial lquida. (artl. 852-B,I)

    No sumarssimo no basta deduzir as pretenses,deve valorar o valor de cada pretenso, E ISSO NOTEM NADA HAVER COM ATRIBUIR VALOR Cso coisas distintas, uma coisa dar valor a cause eque alis a CLT nem obriga a dar, e a lei 5574/70 dizclaramente o que vai acontecer se no atribuir valor causa, quem manda dar valor causa o CPC emuita gente aplica isso no processo do trabalho, masa questo que quando o 852-B, inciso I, que dopedido deve indicar o valor correspondente, ele noest se referindo a atribuir valor causa, o que elediz que ao deduzir as pretenses eu tenho queindicar o valor de cada pretenso e evidentemente a somatria de todos esses valores que iroresultar no valor da causa.

    Ento em outras palavras, vamos imaginar que euajuze uma reclamao pedindo verbas rescisriaspelo procedimento ordinrio, e sabemos que noprocedimento ordinrio a inicial no precisa serlquida, isso caracterstica do sumarssimo, entovamos imaginar que no rito ordinrio na hora dededuzir minhas pretenses, o famoso posto istopleiteio, coloco o seguinte:

    Ex.: ....Posto isto, pleiteia: a) saldo salarial R$....;b) aviso prvio R$...; c) frias + 1/3 R$...

    Se fosse rito ordinrio valeria da forma supra,

    agora se for sumarssimo devemos especificar o valoreconmico, devemos especificar o valorcorrespondente dos pedidos, cada pedido ter o seuvalor, desde que afervel por bvio.

    1.2. O inciso II do artigo 852-B diz: no se farcitao por edital.

    No sumarssimo No haver citao por edital!Quando citaremos o ru por edital? Quando ele

    estiver em LINS.Ento imaginemos uma empresa que sumiu do

    mapa e temos um crdito trabalhista ento vamosajuizar a reclamao, posso fazer por edital? No, No

    juzo trabalhista no pode citar por edital no ritosumarssimo, deve ter ento a correta indicao donome e endereo do reclamado.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art852b
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    O arquivamento previsto no 1 do artigo 852-Bem termos processuaissignifica extino do processosem resoluo do mrito, o que nada obsta de seingressar novamente com a ao trabalhista se elafor extinta sem julgamento do mrito.

    1.3. Prazo mximo de 15 dias para apreciao. Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito

    sumarssimo sero instrudas e julgadas em audincianica, sob a direo de juiz presidente ou substituto,que poder ser convocado para atuarsimultaneamente com o titular.(Includo pela Lei n9.957, de 12.1.2000)

    No ordinrio a audincia deve ser una consoanteaduz a CLT, na pratica no , mas deveria ser, e aqui a mesma coisa, tambm corre da mesma formairemos ter situaes em que a Audincia no seruna.

    Art. 852-D. O juiz dirigir o processo comliberdade para determinar as provas a seremproduzidas, considerado o nus probatrio de cadalitigante, podendo limitar ou excluir as que considerarexcessivas, impertinentes ou protelatrias, bem comopara apreci-las e dar especial valor s regras deexperincia comum ou tcnica.(Includo pela Lei n9.957, de 12.1.2000)

    Segundo o professor aqui neste artigo temos

    tambm uma impropriedade terminolgica, pois o juizno determina as provas a serem produzidas, masapenas ir dirigir o processo, vai ter liberdade paraordenar as provas a serem produzidas etc, tudoconforme ocorre no ordinrio.

    Art. 852-E. Aberta a sesso, o juiz esclarecer aspartes presentes sobre as vantagens da conciliao eusar os meios adequados de persuaso para asoluo conciliatria do litgio, em qualquer fase daaudincia.(Includo pela Lei n 9.957, de 12.1.2000)

    a mesma sequencia da audincia do ordinrio,

    audincia trabalhista, pois a primeira coisa que elefaz quando abre a audincia a tentativa de acordo.O ingrediente novo previsto neste artigo que emqualquer fase da audincia ele pode renovar apersuaso para soluo conciliatria, no que nopossa fazer no ordinria tambm, mas aqui previso legal, enquanto l no h Igual previso.

    No ordinrio h obrigao de o juiz tentar aconciliao nas duas fases da audincia, quando daabertura e ao final antes de proferir a sentena. Aquia obrigatoriedade em um momento, na abertura dasesso, ele no tem que repetir aps as alegaesfinais, aqui um pouco mais aberto podendo o juizrenovar a proposta em qualquer fase da audincia, eno necessariamente aps as razes finais.

    Art. 852-F. Na ata de audinciasero registradosresumidamente os atos essenciais, as afirmaesfundamentais das partes e as informaes teis soluo da causa trazidas pela provatestemunhal.(Includo pela Lei n 9.957, de12.1.2000)

    Art. 852-G. Sero decididos, de plano, todos osincidentes e excees que possam interferir noprosseguimento da audincia e do processo. Asdemais questes sero decididas nasentena.(Includo pela Lei n 9.957, de 12.1.2000)

    Os dois artigos supra tm a mesma previso daaduzida