caderno de processo penal iii

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Curso de Direito PROCESSO PENAL III 2009.2 (Proibida a Reprodução) 1

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Page 1: CADERNO DE PROCESSO PENAL III

Curso de Direito

PROCESSO PENAL III

2009.2

(Proibida a Reprodução)

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Page 2: CADERNO DE PROCESSO PENAL III

ExpedienteCurso de Direito — Coletânea de Exercícios

Coordenação Nacional do Curso de Direito da Universidade Estácio de SáProfa. Solange Ferreira de Moura

Coordenação do ProjetoNúcleo de Apoio Didático-PedagógicoPresidência Prof. Sérgio Cavalieri Filho

Coordenação PedagógicaProfa. Tereza Moura

Organização da ColetâneaProf. Cláudio Silva Mascarenhas Lima

AssessoriaProfa.

Professores Colaboradores

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Page 3: CADERNO DE PROCESSO PENAL III

APRESENTAÇÃO

Caro Aluno

A Metodologia do Caso Concreto aplicada em nosso Curso de Direito, é centrada na articulação entre teoria e prática, com vistas a desenvolver o raciocínio jurídico. Ela abarca o estudo interdisciplinar dos vários ramos do Direito, permitindo o exercício constante da pesquisa, a análise de conceitos, bem como a discussão de suas aplicações.

O objetivo é preparar os alunos para a busca de resoluções criativas a partir do conhecimento acumulado, com a sustentação por meio de argumentos coerentes e consistentes. Desta forma, acreditamos ser possível tornar as aulas mais interativas e, consequentemente, melhorar a qualidade do ensino oferecido.

Na formação dos futuros profissionais, entendemos que não é papel do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá tão somente oferecer conteúdos de bom nível. A excelência do curso será atingida no momento em que possamos formar profissionais autônomos, críticos e reflexivos.

Para alcançarmos esse propósito, apresentamos a Coletânea de Exercícios, instrumento fundamental da Metodologia do Caso Concreto. Ela contempla a solução de uma série de casos práticos a serem desenvolvidos pelo aluno, com auxílio do professor.

Como regra primeira, é necessário que o aluno adquira o costume de estudar previamente o conteúdo que será ministrado pelo professor em sala de aula. Desta forma, terá subsídios para enfrentar e solucionar cada caso proposto. O mais importante não é encontrar a solução correta, mas pesquisar de maneira disciplinada, de forma a adquirir conhecimento sobre o tema.

A tentativa de solucionar os casos em momento anterior à aula expositiva, aumenta consideravelmente a capacidade de compreensão do discente.Este, a partir de um pré-entendimento acerca do tema abordado, terá melhores condições de, não só consolidar seus conhecimentos, mas também dialogar de forma coerente e madura com o professor, criando um ambiente acadêmico mais rico e exitoso.

Além desse, há outros motivos para a adoção desta Coletânea. Um segundo a ser ressaltado, é o de que o método estimula o desenvolvimento da capacidade investigativa do aluno, incentivando-o à pesquisa e, consequentemente, proporcionando-lhe maior grau de independência intelectual.

Há, ainda, um terceiro motivo a ser mencionado. As constantes mudanças no mundo do conhecimento – e, por conseqüência, no universo jurídico – exigem do profissional do Direito, no exercício de suas atividades, enfrentar situações nas quais os seus conhecimentos teóricos acumulados não serão, per si, suficientes para a resolução das questões práticas a ele confiadas.Neste sentido, e tendo como referência o seu futuro profissional, consideramos imprescindível que, desde cedo, desenvolva hábitos que aumentem sua potencialidade intelectual e emocional para se relacionar com essa realidade.E isto é proporcionado pela Metodologia do Estudo de Casos.

No que se refere à concepção formal do presente material, esclarecemos que o conteúdo programático da disciplina a ser ministrada durante o período foi subdividido em 15 partes, sendo que a cada uma delas chamaremos “Semana”. Na primeira semana de aula, por exemplo, o professor ministrará o conteúdo condizente a Semana nº1. Na segunda, a Semana nº2, e, assim, sucessivamente.

O período letivo semestral do nosso curso possui 22 semanas. O fato de termos dividido o programa da disciplina em 15 partes não foi por acaso. Levou-se em consideração não somente as aulas que são destinadas à aplicação das avaliações ou os eventuais feriados, mas, principalmente, as necessidades pedagógicas de cada professor.

Isto porque, o nosso projeto pedagógico reconhece a importância de destinar um tempo extra a ser utilizado pelo professor – e a seu critério – nas situações na qual este perceba a necessidade de enfatizar de forma mais intensa uma determinada parte do programa, seja por sua complexidade, seja por ter observado na turma um nível insuficiente de compreensão.

Hoje, após a implantação da metodologia em todo o curso no Estado do Rio de Janeiro, por intermédio das Coletâneas de Exercícios, é possível observar o resultado positivo deste trabalho, que agora chega a outras localidades do Brasil. Recente convênio firmado entre as Instituições que figuram nas páginas iniciais deste caderno, permitiu a colaboração dos respectivos docentes na feitura deste material disponibilizado aos alunos.A certeza que nos acompanha é a de que não apenas tornamos as aulas mais interativas e dialógicas, como se mostra mais nítida a interseção entre os campos da teoria e da prática, no Direito.

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Por todas essas razões, o desempenho e os resultados obtidos pelo aluno nesta disciplina estão intimamente relacionados ao esforço despendido por ele na realização das tarefas solicitadas, em conformidade com as orientações do professor. A aquisição do hábito do estudo perene e perseverante, não apenas o levará a obter alta performance no decorrer do seu curso, como também potencializará suas habilidades e competências para um aprendizado mais denso e profundo pelo resto de sua vida.

Lembre-se: na vida acadêmica, não há milagres, há estudo com perseverança e determinação. Bom trabalho.

Coordenação Geral do Curso de Direito

PROCEDIMENTOS PARA UTILIZAÇÃO DAS COLETÂNEAS DE EXERCÍCIOS

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1- O aluno deverá, antes de cada aula, desenvolver pesquisa prévia sobre os temas objeto de estudo de cada semana, envolvendo a legislação, a doutrina e a jurisprudência e apresentar soluções, por meio da resolução dos casos, preparando-se para debates em sala de aula. 2- Antes do início de cada aula, o aluno depositará sobre a mesa do professor o material relativo aos casos pesquisados e pré-resolvidos, para que o docente rubrique e devolva no início da própria aula.3- Após a discussão e solução dos casos em sala de aula, com o professor, o aluno deverá aperfeiçoar o seu trabalho, utilizando, necessariamente, citações de doutrina e/ou jurisprudência pertinentes aos casos.4- A entrega tempestiva dos trabalhos será obrigatória, para efeito de lançamento dos graus respectivos (zero a um), independentemente do comparecimento do aluno às provas.4.1- Caso o aluno falte à AV1 ou à Av2, o professor deverá receber os casos até uma semana depois da prova, atribuir grau e lançar na pauta no espaço específico.5- Até o dia da AV 1 e da AV2, respectivamente, o aluno deverá entregar o conteúdo do trabalho relativo às aulas já ministradas, anexando os originais rubricados pelo professor, bem como o aperfeiçoamento dos mesmos, organizado de forma cronológica, em pasta ou envelope, devidamente identificados, para atribuição de pontuação (zero a um), que será somada à que for atribuída à AV1 e AV2 (zero a nove). 5.1- A pontuação relativa à coletânea de exercícios na AV3 (zero a um) será a média aritmética entre os graus atribuídos aos exercícios apresentados até a AV1 e a AV2 (zero a um).6- As provas (AV1, AV2 e AV3) valerão até 9 pontos e serão compostas de questões objetivas, com respostas justificadas em até cinco linhas, e de casos concretos, baseados nos casos constantes das Coletâneas de Exercícios, salvo as exceções constantes do regulamento próprio.

SUMÁRIOSemana 01

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Comunicação dos Atos Processuais. CITAÇÃO e INTIMAÇÕES e NOTIFICAÇÕES

Semana 02 Atos Jurisdicionais Penais.

Semana 03 Processo e procedimento

Semana 04 Procedimento por crime da competência do Tribunal do júri.

Semana 05 Procedimento por crime da competência do Tribunal do júri (continuação)

Semana 06 Procedimento na Lei nº 9.099/1995 - Juizados Especiais Criminais.

Semana 07 Procedimento na Lei nº 9.099/1995 - Juizados Especiais Criminais (Continuação)

Semana 08 Procedimento nos crimes contra a honra, nos crimes de responsabilidade de funcionário público e nos crimes contra a propriedade intelectual.

Semana 09 Nulidades no processo penal

Semana 10 Teoria dos Recursos

Semana 11 Do Recurso em sentido estrito

Semana 12 Do Recurso de Apelação

Semana 13 Embargos infringentes e de nulidade. Embargos de declaração. Carta testemunhável. Recurso extraordinário e recurso especial

Semana 14 Da ação de Revisão Criminal.

Semana 15 Do Habeas CorpusDo Mandado de Segurança

SEMANA 1 Comunicação dos Atos Processuais. CITAÇÃO e INTIMAÇÕES (e NOTIFICAÇÕES)Atos Processuais. Conceito. Atos das partes e atos do juiz. Atos de auxiliares e de terceiros. Atos simples e complexos. Termo. Limites de lugar, tempo e forma. Prazos.

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Contagem e espécies. Garantia de publicidade dos atos processuais. Comunicação dos atos processuais. Citação: Conceito. Citação e vinculação à instância. Citação e princípio da ampla defesa. Notificação prévia e citação posterior. Formas de citação: Citação por mandado, requisitos intrínsecos e extrínsecos; Citação por precatória; Citação do militar; Citação do réu preso; Citação do funcionário público; efeitos da citação válida e a revelia. Citação por edital: Cabimento; Prazos. Suspensão do processo e do prazo prescricional.Intimação. Conceito. Finalidade. Formas. Intimação de defensor dativo e do Ministério Público. Expedição de precatória e intimação. Contagem e devolução de prazo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deverá ser capaz de:

identificar as formas e distinção da comunicação dos atos processuais (citação, intimação e notificação);

distinguir os efeitos das formas de citação; compreender as formas de comunicação do atos processuais como forma de

garantia do contraditório e ampla defesa; identificar as formas de intimação das partes e do defensor

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:

1 – OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Processo Penal. Editora Lúmen Iuris. Rio de Janeiro- 2008. Capítulo 13 – “Das Citações e Intimações”.2 – TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. Editora Saraiva. Rio de Janeiro, 2007. Volume 3. Capítulo 39 – “DA CITAÇÃO, NOTIFICAÇÃO E INTIMAÇÃO”.

CASO CONCRETO 1

O promotor de justiça denuncia Geraldo imputando-lhe o fato tipificado como estelionato. A justa causa esta presente pelo inquérito policial. O juiz natural do fato recebe a inicial e determina a formação da relação jurídica com a citação do denunciado no endereço fornecido no I.P. O oficial de justiça ao comparecer no endereço, toma ciência de que o denunciado reside em comarca diversa. Noticiado ao juiz do feito, este determina nova citação, realizando os atos processuais cabíveis. Em nova diligência, outro oficial de justiça certifica que compareceu no local e não localizou o denunciado e que o mesmo estaria em local incerto e não sabido. Pergunta-se:A) Qual a espécie da primeira citação, indicando seus requisitos intrínsecos e extrínsecos.B) Indique qual a espécie da segunda citação.C) Que espécie de citação deve ser realizada em razão do resultado da segunda citação, e qual (ais) o (s) efeito (s) do não comparecimento do réu?

CASO CONCRETO 2

Proposta ação penal onde se imputa a prática de crime de estupro a réu preso em outra unidade da federação, o juiz natural, analisando a inicial, recebe a mesma e determina a citação do denunciado para que compareça à audiência de interrogatório designada para 30 dias após. A citação foi realizada considerando que o réu esta em local incerto e não sabido e a súmula 351 STF. Na data marcada, o réu não comparece e o juiz decreta a revelia, nomeando Defensor Público para defesa. O procedimento

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utilizado encontra-se em compasso com o ordenamento jurídico atual? Faça um relatório, enfocando a formação do processo.

QUESTÕES OBJETIVAS

1ª QuestãoSobre o tema CITAÇÃO e INTIMAÇÃO, marque a opção incorreta:A) O processo terá completado sua formação quando realizada a citação válida;B) A intimação é meio procedimental que noticia a existência de ato processual realizado as partes, ou terceiros no processo penal;C) O Defensor Público deve ser intimado através da imprensa.D) O assistente de acusação será intimado pessoalmente da sentença condenatória.

2ª QuestãoSobre o tema CITAÇÃO e INTIMAÇÃO, marque a opção correta:A) No rito sumaríssimo, não é cabível a citação por edital;B) O código de processo penal não prevê a citação por precatória itinerante;C) A citação por hora certa acarreta a suspensão do processo e da prescrição;D) Se o acusado citado pessoalmente não apresentar resposta no prazo legal, o juiz decretará a revelia, com julgamento antecipado.

SEMANA 2 Atos Jurisdicionais Penais.Despacho ordinatório ou de mero expediente. Espécies de decisões: Decisões definitivas. Interlocutórias mistas, interlocutórias simples. Sentença: Conceito; Sentença absolutória (própria e imprópria) e condenatória; Requisitos e elementos; Efeitos; Publicação e intimação da sentença. Sentenças executáveis, não executáveis e condicionais. Sentenças simples e sentenças subjetivamente complexas. Correlação entre acusação e sentença. Emendatio libelli e mutatio libelli pela ótica da Constituição e dos Tribunais.

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

O aluno deverá ser capaz de:

identificar os atos processuais emanados pelo juiz monocrático e pelo colegiado, compreender a natureza do ato judicial, principalmente a sentença e sua forma. A

relação do pedido com a tutela pedida, redigir um ato processual e saber que tipo de impugnação é cabível, analisar nos casos concretos qual o ato judicial objeto da questão, solucionar os casos concretos, aplicando os princípios pertinentes e a legislação

cabível

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:

OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. 10. ed. Ver. Atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2008. – Capítulo 14 – Dos Atos Processuais e dos Atos Judiciais;TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. Editora Saraiva. Rio de Janeiro, 2007. Volume 4. Capítulos 56 e 57 – “DA SENTENÇA I e II”.

CASO CONCRETO 1O Ministério Público ofereceu denúncia em face de José. Segundo a acusação, o réu praticou conjunção carnal com Maria, no dia em que a vítima comemorava seu aniversário de doze anos. O órgão ministerial, após expor em detalhes os fatos ocorridos, requereu a condenação do acusado pela prática do crime de atentado violento ao pudor com violência presumida (art. 214, caput, do CP, c/c art. 224, a, do CP). Após a instrução do feito, embora o denunciado tenha negado a prática criminosa, ficou comprovado que o réu efetivamente introduziu seu pênis na vagina da vítima, aproveitando-se de sua total ingenuidade. No momento da sentença, convencido com base nas provas produzidas em juízo, o juiz decidiu condenar o réu. Entretanto, alterou a capitulação constante na denúncia e, assim, condenou o acusado pelo crime de estupro com violência presumida (art. 213, caput, do CP, c/c art. 224, a, do CP). Inconformada, a defesa interpôs recurso de apelação por violação aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LIV e LV, da CF), alegando o seguinte: (1) a mudança na capitulação no momento da sentença só é possível se a acusação alterar a denúncia previamente; (2) mesmo que não houvesse alteração da denúncia, cabia ao juiz, diante da possibilidade de mudança na capitulação, permitir que as partes se manifestassem antes da prolação da sentença. Enfrente as teses sustentadas de forma fundamentada.CASO CONCRETO 2

O Ministério Público ofereceu denúncia em face de José, imputando-lhe a prática do crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302, caput, da Lei 9503/97). Segundo a narrativa constante na denúncia, o acusado causou a morte da vítima porque dirigiu seu veículo de forma imprudente. Entretanto, após a instrução do feito, não obstante o acusado tenha afirmado que a própria vítima causou a sua morte, ficou comprovado que o denunciado, na verdade, agiu com negligência. No momento da sentença, o juiz condenou o réu, ressaltando, contudo, que a sua conduta foi negligente, e não imprudente. A defesa interpôs recurso de apelação, sustentando violação aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LIV e LV, da CF), pois foi surpreendida com a fundamentação constante na sentença, já que procurou comprovar, durante todo o processo, que o réu não atuou de forma imprudente, conforme

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narrado pelo Ministério Público na peça de acusação. Enfrente a tese sustentada de forma fundamentada.

QUESTÕES OBJETIVAS

1ª QuestãoÉ sabido que, diante do princípio da inocência (art. 5º, LVII, da CF), em regra, o acusado deve responder ao processo em liberdade. Apenas excepcionalmente, é possível que o magistrado decrete a prisão preventiva do réu, desde que estejam presentes o fumus comissi delicti (art. 312, 2ª parte, do CPP) e o periculum libertatis (art. 312, 1ª parte, do CPP). Assim, considerando o ato jurisdicional que determina que o réu aguarde encarcerado o seu julgamento, é possível afirmar o seguinte:

(a) trata-se de decisão interlocutória mista terminativa, já que se resolve uma questão incidente que acarreta a extinção do processo;(b) trata-se de despacho de mero expediente, o qual apenas provê a marcha processual; (c) trata-se de verdadeira sentença, uma vez que o juiz necessariamente reconhece a culpa do réu e, por isso, lhe decreta a prisão;(d) trata-se de decisão interlocutória simples.

2ª QuestãoSobre as decisões judiciais, assinale a assertiva incorreta.(A) As decisões interlocutórias são, em quaisquer hipóteses, irrecorríveis no direito processual penal.(B) A sentença penal condenatória deve, sob pena de nulificação, ser devidamente fundamentada, com a exposição das razões de fato e de direito que conduziram o magistrado àquela decisão.(C) A decisão penal absolutória não fundamentada, apesar de falha, não poderá ser anulada, já que favorável ao réu.(D) As sentenças deverão conter a parte de identificação, o relatório, a fundamentação, o dispositivo e a parte autenticativa.(Questão nº 43 – Exame de Ordem RS 03/2007)

SEMANA 3 Processo e procedimentoDiferença e conceituação: processo e procedimento. Procedimento e princípio do devido processo legal. Procedimento comum e especial. Caracterização. Procedimento comum ordinário. Instauração. Recebimento da inicial e resposta do Réu. Suspensão do Processo. Absolvição sumária. A Audiência de Instrução e Julgamento (A.I.J.); Excesso de prazo e o princípio da razoabilidade da entrega jurisdicional (art. 5º, inciso LXXXVIII CRFB). Decisões incidentes. Peculiaridades. Sentença. Procedimento comum sumário. Instauração. Recebimento da inicial e resposta do Réu. Suspensão do Processo. Absolvição sumária. A Audiência de Instrução e Julgamento (A.I.J.); Excesso de prazo e o princípio da razoabilidade da entrega jurisdicional (art. 5º, inciso LXXXVIII CRFB). Decisões incidentes. Peculiaridades. Sentença.

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

O aluno deverá ser capaz de:

identificar a cada infração penal, qual o procedimento que deverá ser utilizado. Compreender a razão e a diferença entre os procedimentos comum e especial;

ordinário, sumário e sumaríssimo. Redigir as peças processuais mais relevantes em cada procedimento. Analisar os casos concretos, verificando existência de nulidades. Solucionar os problemas que são apresentados sobre o tema de forma clara e

objetiva.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. 10. ed. Ver. Atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2008. – Capítulo 15 – “Dos Procedimentos”.

CASO CONCRETO 1O promotor de justiça com atribuições na vara criminal da comarca X, em 02/09/2008 oferece denúncia imputando a Cleber a prática de tentativa de crime de furto simples. O Juiz recebe a inicial e determina a citação do réu, que estava preso em razão do flagrante delito, para apresentar resposta na forma da lei. Ultrapassado o prazo legal sem apresentação de resposta, o juiz recebe, novamente, a inicial, decreta a revelia do acusado na forma do art. 367 CPP e designa audiência de instrução e julgamento. Na data aprazada, o juiz nomeia advogado dativo ao réu tendo em vista a ausência de Defensor Público em atuação naquele momento, para efetivação de defesa. Ao final da audiência o réu é condenado a pena de furto simples. Ciente da sentença, o réu pede para ser patrocinado pela Defensoria Pública e esta, em apelação, arguí nulidade pela ausência de resposta, nulidade pela decretação de revelia, nulidade pelo duplo recebimento da inicial, nulidade pela ausência de proposta de suspensão de processo e prescrição da pretensão punitiva retroativa considerando que o lapso temporal deve ser da data do fato até o segundo recebimento.

Analisando o procedimento acima responda:

1) Pelo crime imputado e os atos processuais realizados, indique o procedimento aplicado?2) Assiste razão a Defensoria Pública quanto às nulidades arguidas?

CASO CONCRETO 2

Tiago é preso em flagrante em 01/09/08 pela prática de roubo qualificado pelo emprego de arma de fogo. Denunciado em 20/9/08, é citado e apresenta resposta. Verificando que não é hipótese de absolvição sumária, o juiz designa audiência de conciliação e julgamento para a data de 15/11/08. O Ministério Público, após ouvir duas testemunhas, solicita o adiamento para a oitiva de mais três testemunhas que, intimadas, não compareceram. Entendendo serem imprescindíveis, o Juiz designa nova audiência para 18/12/08. Nesta data, o juiz adoece e é remarcada a audiência para o dia 08/01/09, logo após o recesso forense. Na qualidade de advogado do réu, haveria alguma medida e seus fundamentos, para restabelecer a liberdade do cliente?

QUESTÕES OBJETIVAS

1ª Questão

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Assinale a opção corretaA) O crime de infanticídio segue o procedimento comum ordinário em razão da pena de de 6 anos;B) O crime de homicídio culposo através de veículo automotor segue o procedimento sumário;C) O crime de calúnia segue o procedimento sumaríssimo;D) O crime de Latrocínio segue o procedimento dos crimes dolosos contra a vida em razão da morte.

2ª Questão No procedimento comum ordinário, marque a opção cabível para decretação de absolvição sumária.A) Alegação de ultrapassado 6 meses entre a data do fato e da queixa-crime;B) Quando o réu alegar doença mental e negativa de autoria;C) Quando o réu alegar prescrição da pretensão punitiva;D) Num crime de furto, alegar que já devolveu a res furtiva ao dono.

SEMANA 4 Procedimento por crime da competência do Tribunal do júri.A Competência Constitucional e na lei ordinária. Conflito entre competência do tribunal do júri e foro por prerrogativa de função. Característica. Força atrativa. O sistema bi-fásico ou escalonado. O Juízo de formação da culpa -1ª fase (judicium accusationis): A petição inicial, seu recebimento e a resposta do Réu; A Audiência de Instrução e Julgamento (A.I.J.); Prazo para conclusão do procedimento; As decisões de encerramento da fase: Pronúncia. Natureza jurídica. Princípio da congruência. Pronúncia e crimes conexos. Pronúncia e qualificadoras. Impronúncia. Natureza jurídica. Requisitos. Impronúncia em crimes conexos. Despronúncia. Absolvição sumária. Natureza jurídica. Fundamento. Requisitos. Absolvição sumária e crimes conexos; Desclassificação. Desclassificação e crimes conexos..

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

O aluno deverá ser capaz de:

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Compreender o desenvolvimento do judicium accusationis, ressaltando a intenção do legislador com o advento da Lei 11689/08 bem como explicitar o cabimento de cada uma das decisões judiciais finalizadoras do juízo de acusação

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:

1º) OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de; “Curso de Processo Penal”, 10ª Edição, RJ, Editora Lúmen Júris, 20082º) NUCCI, Guilherme de Souza; Tribunal do Júri/Guilherme de Souza Nucci. – São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2008

CASO CONCRETO 1

Sávio, juiz de direito estadual, e Fernando, senador da república, em festa íntima realizada na suíte do hotel London Love, na presença da garota de programa de nome Suzete, resolvem, de forma dolosa e em comunhão de desígnios, asfixiá-la, o que fez Suzete perder os sentidos para em seguida, falecer. Considerando isto, responda:

a) Devem os dois ser julgados juntos? Qual o órgão competente?b) O que aconteceria se, durante o processo criminal, Fernando renunciasse ao

mandato?

CASO CONCRETO 2

João, dirigindo o seu automóvel, acompanhado pela mulher Margarida, grávida de 6 meses, perde o controle do veículo em razão de derrapagem provocada pelo excesso de velocidade em pista molhada eis que, no momento do acidente, caía uma chuva fina. Em conseqüência, o carro vem a capotar e Margarida, embora não sofrendo qualquer lesão corporal, aborta. João é então denunciado e está sendo processado criminalmente pelo injusto de aborto, no Tribunal do Júri. Na qualidade de juiz competente para o feito, como você decidiria ?

QUESTÕES OBJETIVAS

1) Quanto às alterações na primeira fase do Procedimento do Júri, decorrentes da Lei 11689/08, é INCORRETO afirmar que:

a) Realização de AIJ durante o judicium accusationis,b) Oferecimento de alegações finais orais;c) Citação do Réu para oferecimento de Defesa Preliminar;d) Desnecessariedade de aditamento da denúncia em caso de alteração da definição

jurídica do fato – Vide artigo 411, § 3º, CPP

2) Rodolfo foi denunciado por suposta infração à norma tipificada no artigo 121, parágrafo 2º, IV, pois o mesmo teria atirado em sua namorada Carla, enquanto esta dormia. Durante o juízo de acusação, o réu se submeteu a exame de insanidade mental e ficou constatado que, no momento do crime, era parcialmente incapaz de discernir sobre os seus atos. Com isto, a defesa, em alegações finais orais, requer, tão-somente, a declaração de sua semi - imputabilidade. Sendo você o juiz competente para o feito, o que faria ? Marque a alternativa correta.

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a) Impronunciaria o réu em virtude da ausência de justa causa;b) Absolveria sumariamente por analogia ao artigo 415, IV, CPP;c) Pronunciaria o acusado , caso exista prova da materialidade e indícios de

autoria; - Segundo Guilherme Nucci, se o réu é considerado perturbado (art. 26, parágrafo único, CP), ele deve ser pronunciado pois, in casu, o réu é culpável merecendo apenas, se for condenado, a uma diminuição de pena.

d) Desclassificaria para homicídio culposo, declinando de sua competência.

SEMANA 5 Procedimento por crime da competência do Tribunal do júri (continuação) O Juízo da causa (judicium causae) - 2ª fase: A fase da preparação para o Plenário plenário: Preparação do plenário. Alistamento, Desaforamento, convocação e sorteio dos jurados.; Do Julgamento. Instalação da sessão, desenvolvimento, produção de prova e debates. Dissolução anormal do Conselho de Jurados. A Instrução em Plenário. Dos Debates. Questionário e Votação: Regras; Fontes. Estrutura. Votação, inclusive nas hipóteses de desclassificação e de infrações conexas. Sentença. Peculiaridades. Interposição de recurso. As atribuições do Juiz Presidente do Tribunal do Júri.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Dando continuidade ao tema iniciado na semana 4, o aluno deverá ter contato com a fase de preparação para o plenário, sabendo como se constitui o tribunal do júri, quem pode ser jurado, seus impedimento, e o procedimento a ser adotado no julgamento em plenário, principalmente conhecer a forma de julgar mediante a quesitação e votação.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:

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1º) OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de; “Curso de Processo Penal”, 10ª Edição, RJ, Editora Lúmen Júris, 20082º) NUCCI, Guilherme de Souza; Tribunal do Júri/Guilherme de Souza Nucci. – São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2008

CASO CONCRETO 1

Na comarca X, o Ministério Público denuncia Elvira pela prática de homicídio qualificado, tendo como vítima Valéria. O caso gerou grande repercussão perante a sociedade, sendo noticiado na imprensa. Pronunciada no art. 121, §2º, incisos I e IV, do CP, as partes são intimadas pelo juiz presidente para fins do art. 422 CPP.

O promotor de justiça, verificando que a acusada é pessoa de grande influência na cidade, pois filha de pessoas com poder econômico e político, que estavam gerando grande pressão na população, inclusive com abaixo-assinado em favor da acusada e, também, sob o argumento do abalo que a sociedade sofreu com o fato, com receio de comprometer a imparcialidade dos jurados, requer o desaforamento do julgamento, para que este se realizasse na comarca da capital. O Juiz presidente recebe o pedido e remete, imediatamente, ao Tribunal de Justiça do estado. Pelos fatos acima narrados, considerando os argumentos usados e o procedimento legal, o desaforamento deve ser deferido?

CASO CONCRETO 2

Luciano foi denunciado por ter, no dia 5 de junho de 2006, por volta das 00 h 30 min, em frente à Igreja São Judas Tadeu, no bairro Moema, São Paulo – SP, desferido, com intenção de matar, disparos de arma de fogo contra Eduardo, os quais, por sua natureza e sede, foram a causa eficiente da morte deste, razão pela qual Luciano estaria incurso nas penas do art. 121, caput, do Código Penal (CP). Após regular trâmite, sobreveio a decisão de pronúncia, determinando que Luciano fosse submetido a júri popular, segundo a capitulação da denúncia. No dia do julgamento, terminada a inquirição das testemunhas, o promotor de justiça deu início à produção da acusação. Durante sua explanação perante o conselho de sentença, com o fito de influenciar o ânimo dos julgadores quanto à conduta pretérita de Luciano, o promotor mostrou aos jurados, sem a concordância da defesa, documentos relativos a outro processo, no qual o réu Luciano era acusado de crime de homicídio qualificado praticado em 2/5/2005. Salientou, ainda, o órgão ministerial que os jurados deveriam “pensar o que quisessem” acerca da recusa, pela defesa, da produção da nova prova. Finda a acusação, foi dada a palavra ao defensor, que pediu ao magistrado o registro, em ata, de que o promotor de justiça havia mostrado aos jurados documentos relativos a outro processo a que respondia o réu, a despeito da discordância da defesa. O pleito defensivo foi deferido. Ademais, tratou a defesa das questões de mérito, bem como advertiu os jurados acerca da primariedade do réu. Por fim, Luciano foi condenado, pelo Tribunal do Júri de São Paulo/SP, como incurso no art. 121, caput, do CP, à pena de 7 anos de reclusão, que deveria ser cumprida em regime inicialmente fechado.(questão nº 1, 135º exame Ordem São Paulo – prova prático-profissional).

Considerando a situação hipotética descrita, descreva, na condição de advogado(a) contratado(a) por Luciano, a peça processual — diversa de habeas corpus — que deve ser apresentada no processo, com seus devidos fundamentos. (pergunta adaptada pelo professor).

QUESTÕES OBJETIVAS

1ª Questão

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Sobre procedimento dos crimes dolosos contra a vida, na fase do plenário, marque a opção correta.A) O processo de fixação da pena cabe ao conselho de sentença;B) Ocorrendo absolvição quanto ao crime doloso contra a vida, caberá ao juiz presidente julgar o crime conexo;C) Desclassificado o infanticídio para outro doloso contra a vida, caberá ao juiz presidente julgá-lo;D) Ao prolatar a sentença, o julgador pode reconhecer circunstância agravante ou atenuante apesar de não constar da decisão de pronúncia.

2ª QuestãoSobre os jurados no tribunal do júri, marque a opção incorreta.A) Para composição do tribunal do júri será necessário 26 jurados;B) Para a instalação do tribunal do júri se faz necessário, no mínimo, 15 jurados;C) Para a constituição do conselho de sentença se faz necessário 7 jurados;D) As partes podem recusar, imotivadamente, até 3 jurados.

SEMANA 6 Procedimento na Lei nº 9.099/1995 - Juizados Especiais Criminais. Princípios informadores. Conceito de infração de menor potencial ofensivo. O termo circunstanciado. Competência (Procedimento a ser adotado no juízo comum, como decorrência do deslocamento de competência - art. 66, parágrafo único, e art. 77, § 2º, da Lei nº 9.099/95). Incidência da Lei em outros crimes (Estatuto do idoso; Crimes contra o meio ambiente; Lei de combate ao tráfico ilícito de entorpecente). Conciliação civil: cabimento. As causas despenalizadoras aplicadas na fase preliminar e seu cumprimento.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

O aluno deverá ser capaz de conhecer os critérios de aplicação da lei. Entender o objetivo filosófico e os fundamentos legais da participação efetiva da vítima no procedimento. Compreender a aplicação das causas despenalizadoras. Identificar a competência.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:

1º) OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de; “Curso de Processo Penal”, 10ª Edição, RJ, Editora Lúmen Júris, 20082º) NUCCI, Guilherme de Souza; Tribunal do Júri/Guilherme de Souza Nucci. – São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 20083º) GRINOVER, Ada Pellegrini . . . (ET. AL.) – Juizados especiais criminais: comentáriosà Lei 9.099/95 . 5ª Ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005.

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CASO CONCRETO 1

Em audiência de conciliação, Brigite, vitima de lesões corporais leves, não comparece enquanto o autor do fato comparece e, perante o juiz leigo, apresenta proposta de pagamento dos danos materiais da vítima, considerando os recibos acostados aos autos pela credora. Remetido os autos do processo ao Juiz de direito, deve o mesmo homologar a proposta?. Analise a questão sob o enfoque da contumácia da vítima.

CASO CONCRETO 2

Após apresentação de proposta de transação penal aceita pelo autor do fato e seu advogado, o juiz de direito homologa a mesma. No primeiro mês dos seis acordados, o autor do fato cumpre a determinação de prestação de serviço de ajuda em estabelecimento público. A partir do segundo mês, não mais comparece. Ciente, o Ministério Público peticiona ao juiz da execução requerendo a conversão da pena acordada em privativa de liberdade. É possível o acolhimento do pleito?

QUESTÕES OBJETIVAS

1ª Questão Assinale a alternativa correta.Pelo conceito de infrações de menor potencial ofensivo descrita no art. 61 da Lei 9.099/95, não são consideradas, para fins de competência do JeCrim, a seguinte infração:A) Art. 304 da Lei 9.503/97 (código de trânsito);B) Art. 28 da lei 11.343/06 (Lei de drogas);C) Art. 35 da lei 9.605/98 (Meio ambiente);D) Art. 21 da lei 5.250/67 (lei imprensa).

2ª QuestãoEm relação ao procedimento sumaríssimo, marque a opção incorreta sobre competência.A) A remessa dos autos ao juízo comum, na hipótese do art. 66, parágrafo único da Lei 9.099/95, após realizado a citação, devolve-se a competência do JeCrim;B) A complexidade da causa poderá acarretar sua devolução para juízo comum;C) A proposição de exceção da verdade poderá acarretar o afastamento da competência do JeCrim; D) O crime de calúnia praticado em presença de várias pessoas não será processado e julgado pelo JeCrim.

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SEMANA 7 Procedimento na Lei nº 9.099/1995 - Juizados Especiais Criminais (Continuação) .Oferecimento de denúncia. Questões controvertidas. Procedimento sumaríssimo. Tentativa de transação penal. Resposta do autor do fato. Recebimento da denúncia ou queixa. Audiência de Instrução de Julgamento. Recursos. Questões controvertidas. Descumprimento de transação homologada. Questões controvertidas. Suspensão condicional do processo: Natureza jurídica; Sujeito ativo e momento da proposta; Aceitação ou recusa e assistência por advogado; Prorrogação do prazo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Neste segundo momento de estudo da lei 9.099/95, o aluno deverá conhecer a fase do julgamento e os atos componentes do procedimento. A incial, a citação, a resposta, o recebimento e a audiência de instrução e julgamento. Os recursos cabíveis e a suspensão condicional do processo

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:

1º) OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de; “Curso de Processo Penal”, 10ª Edição, RJ, Editora Lúmen Júris, 20082º) NUCCI, Guilherme de Souza; Tribunal do Júri/Guilherme de Souza Nucci. – São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 20083º) GRINOVER, Ada Pellegrini . . . (ET. AL.) – Juizados especiais criminais: comentáriosà Lei 9.099/95 . 5ª Ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005.

CASO CONCRETO 1

Antonio e João cometem, em concurso, infração de menor potencial ofensivo de iniciativa pública incondicionada. Em audiência de transação penal, Antonio celebra acordo que é devidamente homologado. João não aceita a proposta e é denunciado,

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sendo ao final condenado a pena privativa de liberdade convertida em restritiva de direito. Inconformado, recorre da decisão requerendo apresentação das razões após juízo de admissibilidade recursal. Em razões argüiu falta de justa causa para oferecimento da ação penal, ausência de prova convincente para condenação e conseqüente prescrição da pretensão punitiva. O recurso é provido por unanimidade. PERGUNTA-SE:A) Gera nulidade a apresentação das razões recursais após a petição de interposição do recurso?B) Sendo provido o recurso pelas razões apresentadas no caso, é possível a decisão se estender a Antonio?

CASO CONCRETO 2

Em denúncia pela prática de crime de lesões corporais leves, que teve como base da materialidade o boletim de atendimento médico da vítima e o termo circunstanciado, a acusada é citada e apresenta resposta através de seu advogado constituído, recebendo o juiz a inicial após esta fase. Como a acusada residia em outro estado da federação, o juiz expediu carta precatória para que a mesma fosse interrogada. Cumprido a precatória, designou audiência de instrução e julgamento que teve a participação de advogado dativo, ante a ausência da defesa, apesar de devidamente intimada. Ao final, o juiz condena a acusada considerando as provas testemunhais sobre a materialidade e autoria. Intimada da sentença, a acusada interpõe recurso, argüindo nulidade do procedimento a partir do recebimento da inicial, face a nulidade do interrogatório, a ausência de corpo de delito como determina o art. 158 CPP. Em analise ao caso responda:A) Ocorreu nulidade do ato de interrogatório?B) No caso, a ausência de corpo de delito gera nulidade da decisão?

QUESTÕES OBJETIVAS

1ª QuestãoSobre as causas despenalizantes aplicadas no procedimento sumaríssimo, marque a opção correta:A) É cabível a transação penal nas ações exclusivamente privadas.B) Após homologado acordo civil em crime de ameaça, passa-se para a fase seguinte da transação penal;C) A ocorrência da composição civil em crime de ação pública condicionada a representação, impede a transação penal;D) A legitimidade para oferecer proposta de transação penal é do Ministério Público.

2ª QuestãoQuanto ao tema RECURSO na lei 9.099/95, marque a opção incorreta.A) As turmas recursais não são órgãos de 2º grau dos Tribunais de Justiças estaduais;B) Cabe recurso em sentido estrito da rejeição da queixa-crime.C) Cabe Recurso extraordinário das decisões proferidas pelas turmas recursais.D) As turmas recursais tem competência para julgar as ações constitucionais de hábeas corpus e mandado de segurança.

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SEMANA 8 Procedimento nos crimes contra a honra, nos crimes de responsabilidade de funcionário público e nos crimes contra a propriedade intelectual. Adoção ou não do procedimento da Lei nº 9.099/95. Procedimento nos crimes contra a honra. Natureza jurídica da audiência de reconciliação. Natureza jurídica da exceção da verdade. O art. 85, CPP, e a exceção da verdade. Procedimento nos crime de responsabilidade. A justa causa para a ação penal e o art. 513, CPP. O art.514 do CPP e a ação penal alicerçada em inquérito policial ou processo administrativo submetido a contraditório. Natureza jurídica da notificação prévia e da decisão referida no art. 516, CPP. Procedimento nos crimes contra a propriedade intelectual. Condição especial de procedibilidade. Prazo para o exercício da queixa. Discussão acerca da competência do juízo em face da Lei nº 10.259/2001. Questões controvertidas pertinentes aos procedimentos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ( INDICAR O QUE O ALUNO DEVERÁ SER CAPAZ DE FAZER/SABER/COMPREENDER...... AO FINAL DAQUELA AULA; )

O aluno deverá ser capaz de:

identificar quais os procedimentos a serem utilizados nos crimes contra a honra, praticados por funcionário público, e contra a propriedade imaterial,

compreender os atos processuais que compõe cada procedimento, analisar os atos e verificar possíveis nulidades solucionar as nulidades através dos meios impugnativos.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:

Manual de processo penal e execução penal – Guilherme de Souza Nucci (pág 656/658); Curso de Processo Penal – Marcellus Polastri ( pág 69/71); Curso de Processo Penal – Eugênio Pacelli (pág 598/600)Manual de Processo Penal – Guilherme Nucci (págs 659 e 650) e Curso de Processo Penal, VIII ( págs 73 e74).

CASO CONCRETO 1

FULANO, funcionário público, valendo-se de tal condição, subtrai do órgão em que atua um computador e posteriormente uma impressora.

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Denunciado, o juiz recebe a inicial e determina a citação do acusado para responder a ação penal. Diante do caso hipotético, responda: A) Qual o procedimento a ser adotado no caso em tela?B) Agiu corretamente o magistrado?C) E se antes da propositura da ação penal FULANO não ostentasse mais a qualidade de funcionário público? Haveria alguma relevância processual?

CASO CONCRETO 2

FULANO está sendo processado por crime de calúnia praticado na presença de várias pessoas (artigo 138 c/c 141 III, ambos do CP).O querelante, regularmente intimado para audiência de conciliação (artigo 519 CPP), não comparece de forma injustificada. Pergunta-se:A) Qual a conseqüência da ausência injustificada do querelante?B) E se a ausência fosse do querelado?QUESTÕES OBJETIVAS

1ª Questão - (OAB/RJ 28º EXAME DE ORDEM – 1ª FASE – 23ª questão)Sobre os crimes contra a honra, é correto afirmar:A) A retratação é causa excludente da culpabilidadeB) O funcionário público que se sinta ofendido por outrem em sua honra tem legitimidade concorrente para representar ao Ministério Público ou deflagrar, ele mesmo, a ação penal privada (queixa crime)C) A ação penal privada subsidiária da pública está sujeita à perempçãoD) Nenhuma das resposta acima está correta.

2ª Questão - Sobre os crimes contra a propriedade intelectual, assinale a opção incorreta:A) nos crimes contra a propriedade imaterial de ação penal de iniciativa privada o exercício do direito de queixa será precedido da medida cautelar de busca, apreensão e perícia dos objetos que constituam o corpo de delitoB) o exame de corpo de delito constitui verdadeira condição de procedibilidadeC) nos crimes de ação privativa do ofendido, não será admitida a queixa com fundamento em apreensão e em perícia, se decorrido o prazo de 15 dias, após a homologação do laudoD) quando encerradas todas as diligências pertinentes, os autos deverão ser conclusos ao juiz para homologação do laudo

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SEMANA 9 Nulidades no processo penalInvalidade e ineficácia dos atos processuais. Formas e atipicidades dos atos processuais. Atos inexistentes, atos nulos e atos irregulares (anuláveis). Sistema das invalidades. Princípios e disposições gerais: da tipicidade das formas (mitigado no CPP); do prejuízo; da causalidade; do interesse; da convalidação. Regras especiais (arts. 568, 569 e 570, CPP). Nulidade absoluta e relativa: violação de norma de interesse público (absoluta); de norma cogente de interesse da parte (relativa); de norma dispositiva de interesse da parte (anulabilidade). Análise das hipóteses elencadas no art. 564, CPP. Súmulas do STF e STJ pertinentes. Momentos e meios para decretação da nulidade

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

O aluno deverá ser capaz de:

compreender o sistema de nulidades do código de processo penal e os princípios informadores, identificando-os. Os vícios e os momentos adequados para sua arguição.

Analisar os casos concretos, sabendo como se apresenta o princípio do prejuízo e como deve ser questionado perante o judiciário.

Conhecer a postura do STF e do STJ sobre o tema.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:

LIMA, Marcellus Polastri, Curso de Processo Penal, vol. III, Rio de Janeiro:Lumen Juris. 2006(págs. 177/227). LIMA, Marcellus Polastri, Manual de Processo Penal, Rio de Janeiro:Lumen Juris, 2007(págs. 753/793). TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal, vol. 3. São Paulo:Saraiva, págs.108/170;

CASO CONCRETO 1

Belmiro respondia a procedimento disciplinar administrativo por ter, como funcionário público, fraudado licitação. Concomitantemente, o Ministério Público Estadual, através da 1º Promotoria de Investigação Penal, iniciou investigação para apurar crime em tese. O advogado de Belmiro interpôs Mandado de Segurança, através do qual, além de pedir a realização de diligência que tinha sido indeferida no inquérito administrativo, pediu o trancamento da investigação criminal sob a alegação de que o Ministério Público não poderia investigar. O Juiz da Vara de Fazenda Pública, concedendo a segurança, deferiu a realização da diligência e determinou o trancamento da investigação criminal. O promotor da Vara de Fazenda Pública, ao

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tomar ciência da sentença, não recorreu, tendo a mesma transitado em julgado.O promotor de investigação penal foi notificado da determinação de trancamento da investigação. Analise a hipótese e aponte eventual solução jurídica.

CASO CONCRETO 2

Determinado Juiz, ao assumir uma nova Comarca, examinando o acervo cartorário se depara com um processo cuja citação era absolutamente imprestável, já que não continha ao menos o endereço do acusado. Observe-se, porém, que o processo já estava findo, com trânsito em julgado, tendo sido o agente condenado. Pergunta-se: 1. O juiz pode tomar alguma medida de ofício? Porque? 2. E o réu condenado, poderá tomar alguma medida? Porque e de que forma? 3. Aproveitando o enunciado acima, pergunta-se: E se o acusado tivesse sido absolvido, qual a medida cabível?

QUESTÕES OBJETIVAS

1ª QuestãoSobre nulidades, assinale a assertiva correta.(A) A demonstração do prejuízo sofrido é fundamental para a anulação do ato judicial, quer se trate de nulidade absoluta ou relativa.(B) A instrumentalidade das formas deve ser observada na avaliação da anulação por nulidade relativa.(C) A argüição das nulidades absolutas precluirá após a prolação da sentença.(D) As omissões da denúncia poderão ser sanadas a qualquer tempo antes da sentença, desde que não prejudiquem o exercício da defesa, caso em que haverá nulidade relativa.(Questão nº 43 – Exame de Ordem – RS – 03/2007)

2ª QuestãoQuanto às nulidades no processo penal, assinale a opção correta.A) Há nulidade absoluta se houver violação a direito ou garantia processual penal fundamental, ainda que não prevista na legislação processual ordinária.B) As hipóteses de nulidade são apenas as previstas em lei, em decorrência do princípio processual-penal da legalidade.C) A regra do prejuízo é aplicável em qualquer hipótese de nulidade.D) Toda nulidade, em tese, pode ser convalidada.(Questão nº 55 – 134º Exame de Ordem – SP – 1ª fase – 27/01/2008)

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SEMANA 10 Teoria dos RecursosFundamento Constitucional do recurso. O princípio do duplo grau de jurisdição. O pacto de São José da Costa Rica. Conceito. Fontes normativas. Princípios e regras. Pressupostos subjetivos e objetivos. Efeitos dos recursos. Tantum devolutum quantum appellatum no processo penal. Recurso amplo e recurso limitado. Reformatio in pejus e in mellius. Posicionamento do STF e STJ. Juízo de admissibilidade. Duplo grau de jurisdição obrigatório e facultativo. Extinção anormal dos recursos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Neste momento, o aluno já conheceu os atos processuais que compõem os procedimentos, as decisões judiciais e agora necessita conhecer os instrumentos de impugnação. Na teoria dos recursos, o aluno compreenderá que existem pressupostos a serem observados, prazo, e forma determinada. Deverá aprender a utilizar os instrumentos corretos para impugnação das decisões judiciais.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:

OLIVEIRA, Eugênio Pacelli, Curso de Processo Penal, RJ: Editora Lumen Júris 10ª Edição – 2008 – Capítulo 17, item 17.1 – Teoria dos Recursos;NUCCI, Guilherme de Souza, Código de Processo Penal Comentado: SP: Editora Revista

dos Tribunais, 3ª. Edição ver., atual. e ampl. - 2007. Capítulo XXII – Recursos.

TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal /Fernando da Costa Tourinho Filho – Editora: Saraiva, Vol. 4, 29ª edição, Rio de Janeiro, 2007. Capítulo 59 – Dos Recursos.

CASO CONCRETO 1

O Ministério Público ofereceu denúncia em face de José, imputando-lhe a prática do crime previsto no art. 155, caput, do CP. A denúncia foi recebida pelo juiz da 16ª Vara Criminal da Comarca da Capital – RJ, o qual, após a regular instrução do feito, proferiu a sentença condenando o acusado pela prática do furto simples, fixando a pena em um ano de reclusão e dez dias-multa, no valor mínimo unitário. As partes foram intimadas do teor da sentença. O Parquet não interpôs recurso, mas a defesa, inconformada, interpôs o recurso de apelação, com base no art. 82 da Lei 9099/95, nove dias após a sua intimação. O magistrado, percebendo que foi interposto o recurso inadequado, aplicou o princípio da fungibilidade recursal, recebeu o recurso e consignou que seria aplicado o procedimento relativo ao recurso correto, que é previsto no art. 593, I, do CPP. Indaga-se: (1) o juiz agiu de forma correta ? (2) de que forma a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal vem aplicando o princípio da fungibilidade recursal ?

CASO CONCRETO 2

O Ministério Público ofereceu denúncia em face de José, pela prática do crime previsto no art. 171, caput, do CP. Após a regular instrução do feito, o Parquet, em suas alegações finais, requereu a absolvição do réu, afirmando que restou comprovada a inexistência do fato imputado ao denunciado. A defesa, em suas alegações finais, acompanhou a tese ministerial. O magistrado proferiu sentença absolutória, com base

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no art. 386, VII, do CPP, com a redação dada pela Lei 11690/08, destacando que o conjunto probatório deixa dúvida quanto à prática da conduta descrita na denúncia por parte do acusado. Indaga-se: (1) no caso concreto apresentado, a defesa pode interpor recurso de apelação contra a sentença absolutória ? (2) o Ministério Público pode interpor recurso contra a sentença absolutória buscando melhorar a situação do denunciado?

QUESTÕES OBJETIVAS

1ª QuestãoSobre os efeitos dos recursos na esfera processual penal, considere as assertivas abaixo.I - Em regra, é o recorrente quem delimita a extensão da devolução da questão ao juízo ad quem.II - O efeito suspensivo de um recurso suspenderá os efeitos da decisão impugnada enquanto não for decidida a matéria pelo órgão ad quem.III - No caso de concurso de agentes, a decisão favorável ao réu recorrente poderá aproveitar ao co-réu.Quais são corretas?(A) Apenas I(B) Apenas II(C) Apenas II e III(D) I, II e III(Questão nº 41 - Exame da Ordem RS. 03/2007)

2ª QuestãoAssinale a opção correta acerca do recurso de apelação.A) O regular processamento de recurso de apelação do condenado depende do seu recolhimento à prisão.B) O Código de Processo Penal (CPP) não permite que o apelante recorra de apenas uma parte da sentença, como, por exemplo, do regime de cumprimento da pena, visto que a apelação deve ser interposta em relação a todo o julgado.C) O acesso à instância recursal superior consubstancia direito que se encontra incorporado ao sistema pátrio de direitos e garantias fundamentais.D) A apelação da sentença absolutória impedirá que o réu seja posto imediatamente em liberdade.(Questão nº 60 – 135º Exame de Ordem – São Paulo – 1ª fase – 18/05/08)

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SEMANA 11 Do Recurso em sentido estritoProcedimento recursal. Recurso em sentido estrito. Significado da expressão e natureza do rol do art. 581, CPP. Exames das hipóteses de cabimento do recurso em sentido estrito no CPP e na legislação extravagante. Processamento do recurso. Prazos. Juízo de retratação. Efeitos. O recurso em sentido estrito e o assistente da acusação. O princípio da unirrecorribilidade. As decisões do juízo da execução (lei 7.210/84 e o recurso de agravo, art. 197).

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:

OLIVEIRA, Eugênio Pacelli, Curso de Processo Penal, RJ: Editora Lumen Júris 10ª Edição – 2008;RANGEL, Paulo, Direito Processual Penal, RJ: Editora Lumen Júris 14ª. Edição –

2008;NUCCI, Guilherme de Souza, Código de Processo Penal Comentado: SP: Editora

Revista dos Tribunais, 5ª. Edição - 2006.

CASO CONCRETO 1

Caio foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime previsto no art.121, caput do Código Penal, sendo certo que ao final do iudicium accusationis, o juiz proferiu a decisão de pronúncia, na forma do art.413 do Código de Processo Penal, o que ensejou recurso em sentido estrito da defesa, com fulcro no art.581, IV do citado diploma processual, não contra-razoado pela parte adversa. Todavia, a ilustre autoridade judiciária, ao ingressar no juízo de retratação, na forma do caput do art.589 do CPP, resolveu reformar sua decisão para impronunciar o réu, conforme previsto no art.413 da lei adjetiva penal, notadamente porque as razões recursais demonstraram a ausência de indícios suficientes de autoria. Intimado da nova decisão, do douto representante do parquet, por simples petição, resolveu recorrer, na forma do parágrafo único do art.589 do CPP. O novo recurso do Ministério Público merece prosperar? Justifique a resposta.

CASO CONCRETO 2

Oferecida a denúncia pelo promotor de justiça em face de Pedro Miau, por suposta prática do crime previsto no art.165 do Código Penal, o juiz, após a análise da defesa apresentada, resolveu não receber a ação penal, o que ensejou a imediata interposição do recurso em sentido estrito pela acusação, com fulcro no art.581, I do CPP. Na qualidade de autoridade judiciária que irá apreciar o juízo de admissibilidade do recurso interposto, qual a decisão a ser proferida? Resposta Justificada.

QUESTÕES OBJETIVAS

1ª QuestãoDa decisão que indefere pedido de unificação de penas proferida pelo Juízo da Execução Criminal caberáA) recurso de apelação.B) agravo em execução.C) recurso em sentido estrito.D) agravo de instrumento.(Questão nº 47 - Exame da Ordem RS. 03/2007)

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2ª QuestãoAssinale a alternativa correta, justificando e indicando os dispositivos legais aplicáveis:A) o recurso em sentido estrito não admite, em nenhuma hipótese, o prazo recursal acima de 05(cinco) dias;B) contra a decisão do juiz que absolve sumariamente o acusado, na forma do art.415 do CPP, caberá recurso em sentido estrito, na forma do art.581, VI da lei adjetiva penal;C) é possível o juízo de retratação no recurso em sentido estrito;D) quando o recurso em sentido estrito for recebido com efeito suspensivo, na forma do art.584 do CPP, a peça recursal terá o seu curso paralisado.

SEMANA 12 Do Recurso de Apelação

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Cabimento: Da Sentença absolutória e condenatória do juízo singular; Das decisões definitivas strictu sensu e decisões com força de definitiva (ou interlocutória mista, não impugnável mediante recurso em sentido estrito); apelação das decisões do Tribunal do Júri. Regularidade procedimental: Pressupostos recursais objetivos e subjetivos. Trâmite do julgamento no tribunal. Extinção anormal da apelação: deserção, Art. 595 (e sua incompatibilidade com o parágrafo único do art. 387); Art. 601, §1º; Art. 806, § 2º (ação privada). O prequestionamento no recurso de apelação como pressuposto para interposição do recurso extraordinário.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

O aluno deverá ser capaz de: Identificando a natureza da decisão a ser impugnada, interpor o recurso de apelação. Identificar os pressupostos objetivos e subjetivos para interposição da apelação. Dominar os prazos e trabalhar os efeitos do recurso. Aprender a enfocar a questão federal no recurso de apelação como prequestionamento. Utilizar as terminologias adequada (conhecimento, provimento, apelante, apelado, juízo a quo, ad quem,)

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:

OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de – Curso de Processo Penal / Eugênio Pacelli de Oliveira – Rio de Janeiro : Lumem Iuris, 2008, capítulo 17, Dos Recursos.TOURINHO, Fernando da Costa – Processo Penal, Vol. 4 – editora: Saraviva – Rio de Janeiro, 2007 – Capítulo 59 “DOS RECURSOS”

CASO CONCRETO 1

Em 11/1/2008, Celso foi preso em flagrante pela prática do crime previsto no art. 213 do Código Penal. Regularmente processado, foi condenado a 6 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado. Somente a defesa recorreu da decisão e, logo após a interposição do recurso, Celso fugiu da prisão.Considerando essa situação hipotética, redija um texto dissertativo acerca da situação processual de Celso, indicando, com a devida fundamentação legal e com base nos princípios constitucionais:1) O recurso interposto pela defesa;2) A possibilidade de conhecimento e de julgamento do recurso interposto em face da

fuga de Celso.3) Aproveitando o caso concreto, desenvolva uma questão que caracterize um

prequestionamento para eventual recurso extraordinário.

(QUESTÃO Nº 3, EXAME DE ORDEM – CADERNO DE PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL E DE TEXTOS DEFINITIVOS – 2008.1) – A PERGUNTA Nº 3 FOI INCLUÍDA PELO PROFESSOR.

CASO CONCRETO 2

Lauro foi denunciado e, posteriormente, pronunciado pela prática dos crimes previstos no art. 121, § 2.º, incisos II e IV, em concurso material com o art. 211, todos do Código Penal Brasileiro (CPB). Em 24/6/2008, Lauro foi regularmente submetido a julgamento perante o tribunal do júri. A tese de negativa de autoria não foi acolhida pelo conselho de sentença e Lauro foi condenado pelos dois crimes, tendo o juiz fixado a pena em 16 anos pelo homicídio qualificado e, em 3 anos, pela ocultação de cadáver. O Ministério Público não recorreu da decisão. A defesa ficou inconformada com o resultado do julgamento, por entender que havia prova da inocência do réu em relação aos dois crimes e que a pena imposta foi injusta.

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Considerando a situação hipotética apresentada, indique, com os devidos fundamentos jurídicos:1) o recurso cabível à defesa de Lauro;2) a providência jurídica cabível na hipótese de o juiz denegar o recurso.3) Sendo conhecido e negado provimento ao recurso por maioria, haveria outra forma da defesa buscar a reforma da condenação?(Questão nº 2 EXAME DE ORDEM – CADERNO DE PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL E DE TEXTOS DEFINITIVOS – 2008.1) – A PERGUNTA Nº 3 FOI INCLUÍDA PELO PROFESSOR.

QUESTÕES OBJETIVAS

1ª QUESTÃOAssinale a opção correta acerca do recurso de apelação.A) O regular processamento de recurso de apelação do condenado depende do seu recolhimento à prisão.B) O Código de Processo Penal (CPP) não permite que o apelante recorra de apenas uma parte da sentença, como, por exemplo, do regime de cumprimento da pena, visto que a apelação deve ser interposta em relação a todo o julgado.C) O acesso à instância recursal superior consubstancia direito que se encontra incorporado ao sistema pátrio de direitos e garantias fundamentais.D) A apelação da sentença absolutória impedirá que o réu seja posto imediatamente em liberdade.

2ª QUESTÃOAssinale a opção incorreta a respeito do recurso de Apelação no processo penal:A) É cabível para impuganar a decisão de impronúncia, o recurso de apelação;B) É possível haver deserção da Apelação por fuga do réu-apelante segundo doutrina e jurisprudência dominante;C) Aplica-se ao recurso exclusivo do réu o princípio da non reformatio in pejus;D) A apelação das decisões do tribunal do júri é chamada de “recurso clausulado ou de fundamentação vinculada”.

SEMANA 13 Embargos infringente e de nulidade. Conceito. Cabimento. Legitimidade. Efeitos. Competência. Prazo.Embargo de declaração. Conceito. Cabimento. Efeito. Prazo. Meio de pré-questionamento. Petição de declaração. CompetênciaCarta testemunhável. Conceito. Cabimento nas 1ª e 2ª Instâncias. Conhecimento do mérito.

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Correição parcial: Conceito. Cabimento. Pressuposto. Prazo. Efeito.Recurso Extraordinário e Especial. Conceito. Cabimento. Procedimento. Prequestionamento. Prazo. Efeitos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

O aluno deverá ser capaz de analisar os casos concretos, identificando qual a decisão a ser impugnada e qual o recurso cabível. Ter o controle dos prazos e dos pressupostos objetivos e subjetivos para interposição. Conhecer os órgão julgadores e o procedimento a ser adotado.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:

OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de – Curso de Processo Penal / Eugênio Pacelli de Oliveira – Rio de Janeiro : Lumem Iuris, 2008, capítulo 17, Dos Recursos.TOURINHO FILHO, Fernando da Costa – Processo Penal, Vol. 4 – editora: Saraviva – Rio de Janeiro, 2007 – Capítulo 59 “DOS RECURSOS”

CASO CONCRETO 1

Alberto foi condenado a 16 anos pela prática de latrocínio. Na sentença condenatória, o juiz demonstra clara contradição entre as razões de sua fundamentação com sua decisão, principalmente ao acolher os depoimentos favoráveis das testemunhas de defesa (fls. 124 e 135/136), bem como ao considerar boa a tese de desclassificação apresentada em alegações finais orais sob o argumento de violação de princípio constitucional (prova obtida por meio ilícito). Sabendo que a decisão foi prolatada na A.I.J (audiência de instrução e julgamento), dia 26/9/2008, 6ªf. pergunta-se:1) Qual o instrumento que o processo penal coloca a disposição para a defesa obter o esclarecimento da contradição? Teria efeito infringente o acolhimento das razões enfocadas no instrumento utilizado?2) Qual o último dia para interposição deste instrumento?3) Sendo uma decisão condenatória, qual a data máxima para interposição de recurso de apelação, considerando a interposição do instrumento interposto no item 1 acima?4) Analise a possibilidade de prequestionamento.

CASO CONCRETO 2

Alberico é condenado pela prática de furto qualificado (art. 155, parágrafo 4º, incisos I e IV, CP). Em recurso defensivo, com pedido preliminar de nulidade, e no mérito de absolvição e, subsidiariamente, desclassificação para a forma simples, os Desembargadores da colenda Câmara Criminal em sessão de julgamento emitem a seguinte votação: O relator acolhia a tese de nulidade, enquanto o revisor e o vogal a rejeitavam. No mérito, o Relator desclassificava para forma simples, o revisor retirava uma qualificadora e o vogal mantinha a tipificação na totalidade. Considerando que só tinham estes três desembargadores na sessão de julgamento, pergunta-se:1) Qual o resultado final do acórdão?2) Qual o recurso, o prazo, e quem tem legitimidade para impugnar a decisão (sob a ótica da defesa e da acusação)?

QUESTÕES OBJETIVAS

1ª QuestãoSob o tema RECURSOS no processo penal, marque a opção correta:

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A) É cabível correição parcial da decisão proferida pelo juiz de direito com error in procedendo, desde que não impugnável por outro recurso;B) É cabível recurso especial para o STJ das decisões proferidas pelas turmas recursais;C) É cabível Recurso extraordinário no processo penal, quando houver violação de norma infraconstitucional;D) É cabível carta testemunhável quando negado seguimento ao recurso de apelação.

2ª QuestãoCom relação ao recurso especial, é correto dizer:A) exige-se a demonstração da repercussão geral das matérias versadas em recurso especial.B) o prequestionamento, por não ser previsto em lei, não constitui pressuposto de admissibilidade recursal.C) não se exige conflito analítico em caso de este ser fundamentado em dissídio jurisprudencial.D) quando se fundar em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência mediante certidão, cópia autenticada ou pela citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado.(Questão nº 58 – 134º Exame de Ordem – SP – 1ª fase)

SEMANA 14 Da ação de Revisão Criminal.Conceito. Natureza jurídica. Objeto. Condições para o exercício. Formas de revisão. Pressupostos legais. Ônus da prova. Reiteração do pedido. Competência para julgamento da Revisão. Revisão de decisão não condenatória. Efeitos da revisão criminal. Revisão e sentença penal estrangeira.. Revisão criminal e soberania dos vereditos no tribunal do júri.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

O aluno deverá ser capaz de: Identificar o cabimento da ação;

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Compreender os pressupostos e requisitos; Redigir uma petição inicial, identificando o pedido e sua causa de pedir;Analisar o procedimento e seus incidentes.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:

Seguindo a doutrina de Tourinho Filho, Curso de Processo Penal Volume IV, podemos citar, dentre outros, e Eugênio Pacelli de Oliveira (Curso de Processo Penal, Lumen Juris Editora, 8ª edição, Rio de Janeiro, 2008, p. 748).

CASO CONCRETO 1

Pedro e Paulo foram processados e condenados a 3 anos de reclusão cada um pela prática, em concurso de agentes, do delito de lesão corporal grave que resultou em incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias (art. 129, §1º, inciso I, do Código Penal) de Maria. Após a sentença condenatória de 1º grau, a defesa interpôs recurso de apelação perante uma das Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a qual, no entanto, negou provimento ao apelo defensivo, mantendo in totum a sentença de 1ª instância. Como derradeira tentativa, a defesa interpôs ainda Recurso Especial perante o STJ, alegando violação ao art. 185, §2º, do CPP, o qual, no entanto, foi conhecido mas teve seu provimento negado por aquele tribunal superior.Transitada em julgado a decisão condenatória, o novo patrono constituído por Pedro percebeu que o decreto condenatório em questão fora prolatado sem que houvesse sido elaborado o laudo pericial complementar a que alude o art. 168,§2º, do Código de Processo Penal, tampouco tendo sido suprida tal ausência pela prova testemunhal a que faz menção o art. 168, §3º do mesmo diploma legal. Diante destes fatos, o novo patrono de Pedro, entendendo ter ocorrido nulidade do processo, pretende requerer Revisão Criminal da referida decisão condenatória. Nesta hipótese, pergunta-se:A) A alegada nulidade, consistente na ausência do exame complementar ou de prova testemunhal que ateste a incapacidade da vítima para ocupações habituais por mais de 30 dias, conforme acima exposto, pode servir como fundamento autorizador da revisão criminal pretendida? Justifique sua resposta!B) A qual órgão do Poder Judiciário competiria o julgamento da referida revisão criminal? Justifique sua resposta!C) Eventual julgamento de procedência da revisão criminal em favor de Pedro favoreceria Paulo? Justifique sua resposta!

CASO CONCRETO 2

Juvêncio Antena, economista e comerciante, foi condenado à pena de 8 anos de reclusão pela prática de crime de estupro (art. 213, caput, Código Penal). Após o trânsito em julgado do decisum condenatório, Juvêncio requer diretamente, sem assistência de um advogado ou mesmo de um defensor público, revisão criminal da sentença que lhe fora desfavorável, sustentando vício processual insanável consistente na ausência da intimação de seu então patrono para a apresentação de defesa prévia. O Tribunal de Justiça competente acolhe o pleito de revisão criminal de Juvêncio, anulando o referido processo. Nesta hipótese, pergunta-se:A) Considerando o teor do art. 1º da Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia), é possível que Juvêncio Antena requeira revisão criminal sem a intermediação de um advogado legalmente constituído ou de um defensor público? Justifique sua resposta!B) Será juridicamente possível que, após a anulação, por meio de revisão criminal, do primeiro julgamento de Juvêncio Antena, seja proferida, em um segundo julgamento

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pelo juízo de 1º grau, sentença condenatória com imposição de sanção penal mais gravosa do que aquela que lhe fora anteriormente imposta? Justifique sua resposta!

QUESTÕES OBJETIVAS

1ª Questão)A respeito da revisão criminal, assinale a opção correta:A) Não será admitida, em sede de revisão criminal, a reiteração do pedido.B) A decisão que julgar procedente a revisão criminal pode alterar a classificação da infração, alterar a pena ou absolver o réu, mas não poderá anular o processo.C)Para que o Tribunal conheça da revisão criminal, o acusado não precisa recolher-se à prisão.D)A revisão criminal pode ser requerida somente pelo condenado.

2ª Questão)No sistema brasileiro, em relação à revisão criminal, é correto afirmar:A)Não cabe revisão criminal quando se trata de decisão proferida pelo Tribunal do Júri porque a Constituição Federal prevê a soberania dos veredictos.B)A revisão criminal é possível tanto pro reo como pro societate.C)Não se permite que a revisão criminal seja proposta depois de o condenado ter falecido, por falta de interesse em seu resultado.D)Não se admite a revisão criminal contra sentença penal estrangeira homologada no Brasil.

SEMANA 15 Do Habeas CorpusConceito. Origem. Natureza jurídica. Espécies de hábeas corpus. Objeto do hábeas corpus. Legitimidade ativa. Autoridade coatora. Competência para concessão. Competência recursal. Duplo grau de jurisdição obrigatório. Liminar no hábeas corpus. Extensão. Reiteração. Substitutivo de Recurso Extraordinário e especial. Ato do particular e hábeas corpus. Trancamento de inquérito e de processo. Hábeas corpus e prisão civil e disciplinar. Mandado de Segurança no Processo Penal.

Do Mandado de SegurançaConceito. Legitimidade. Base legal. Autoridade coatora. Liminar. Competência.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

identificar o valor das ações constitucionais de garantia.

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Compreender o cabimento das ações através da coação existente. Redigir a ação ao juízo competente. Saber quando é possível impetrar a ação em vez de um recurso.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:

TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal, Volume IV, 29ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007.OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. 10. ed. Ver. Atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2008.NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 3. ed. Ver. Atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007, LIMA, Marcellus Polastri, Curso de Processo Penal, Volume III, Rio de Janeiro:Lumen Juris. 2008.

CASO CONCRETO 1

Sandro encontrava-se em determinada boate da cidade, bebendo e dançando com seus amigos. Apesar de apresentar uma certa sonolência em virtude do excesso de álcool ingerido naquela noite, resolve, de maneira inconseqüente, voltar para casa. Chegando ao estacionamento, dirige-se ao seu automóvel, tentando abrir a porta e não consegue, forçando a fechadura e ocasionando a quebra da chave. Eis que nesse exato momento surge Álvaro, acompanhado por policiais militares, este apresenta documentos do veículo e a chave do carro, abrindo a porta do carona, não danificada, com facilidade.

Em razão disso, os policiais militares detiveram Sandro por furto. Antes que Sandro afirmasse tratar-se de um engano, é algemado, apesar de não esboçar qualquer reação de fuga face seu estado de embreaguêz, e conduzido à Delegacia de Polícia local. Após ouvir o condutor, as testemunhas, o lesado e, por último Sandro, que não conseguia se expressar em razão do nervosismo e do álcool ingerido, o delegado de policia resolveu lavrar auto de prisão em flagrante por furto qualificado mediante emprego de chave falsa, determinando o recolhimento de Sandro ao cárcere.

No dia seguinte, “curado” da noite anterior, Sandro convence os policiais a irem até o local do fato e certificam-se de que o seu carro de Sandro é idêntico ao de Álvaro, conduzindo, inclusive, o veículo para o pátio da delegacia. Considerando que a prisão em flagrante já foi comunicada ao juiz competente, conforma art. 5.º LXII da CRFB, que abriu vista o Ministério Público para a ciência da prisão e do engano, inequivocadamente comprovado, pergunta-se:A) Quem seria a autoridade coatora na questão, diante da possibilidade da impetração de um habeas corpus?B) Qual o órgão jurisdicional competente para conhecer de um eventual habeas corpus no caso apresentado?C) Seria possível que a autoridade policial, nesta qualidade, percebendo o equívoco, pudesse impetrar ordem de habeas corpus em favor de Sandro?

D) O referido habeas corpus seria preventivo ou repressivo? Por quê?E) Analise o uso das algemas no ato da prisão.

CASO CONCRETO 2

José é impedido pelo médico diretor de sair de um determinado hospital por não ter condições financeiras de pagar dívida assumida em razão de internação. Pergunta-se: É possível habeas corpus contra ato de particular? Ao responder informe também se

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existe algum prazo específico para a interposição do referido writ, bem como sua natureza jurídica, indicando as controvérsias porventura existentes.

QUESTÕES OBJETIVAS

1ª QuestãoNo que se refere às ações autônomas criminais, assinale a opção correta.A) Em face da soberania dos veredictos, das decisões de mérito do tribunal do júri não se admite revisão criminal.B) A revisão criminal pode ser requerida, desde que antes da extinção da pena, pelo réu ou por procurador, independentemente de habilitação.C) Cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa ou quando já estiver extinta a pena privativa de liberdade.D) Admite-se mandado de segurança para o advogado poder acompanhar diligência em processo judicial, ainda que sigiloso.(Questão nº 95 – Exame de Ordem – 2008.1 Caderno GAMA)

2ª QuestãoSobre mandado de segurança, assinale a opção correta.A) Não se admite impetração de mandado de segurança para resguardo de interesse violado em feitos penais, pois, em qualquer situação, há a violação da liberdade do investigado, cuja tutela jurisdicional ocorre por impetração de hábeas corpus.B) Não se admite a aplicação da fungibilidade se o mandado de segurança for impetrado em face de ilegalidade que deveria ser contestada por meio da impetração de habeas corpus, extinguindo-se o feito sem julgamento do mérito.C) Será concedido mandado de segurança para tutela de direito líquido e certo, comprovado de plano, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público.D) Pode ser interposto, pela parte juridicamente interessada, recurso ordinário à decisão proferida em mandado de segurança decidido em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais dos estados, do Distrito Federal e territórios, quando concessiva a decisão.(Questão nº 57 – 134º Exame de Ordem – SP – 1º fase)

PROCESSO PENAL III

BIBLIOGRAFIABásica:TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal, 29ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007.OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. 7. ed. Ver. Atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2008.NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 3. ed. Ver. Atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007, NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do Júri de acordo com a REFORMA DO CPP , Leis 11.689/2008 e 11.690/2008, - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008.LIMA, Marcellus Polastri, Curso de Processo Penal, vol. II e III, Rio de Janeiro:Lumen Juris. 2008 GRINOVER, Ada Pellegrini . . . (ET. AL.) – Juizados especiais criminais: comentáriosà Lei 9.099/95 . 5ª Ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005.

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