buzz # 16 abril

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fabEntrevista com Dra Sonia Rachid, materia com Fabinho da Viola e texto sobre privatização do esgoto

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A revista Buzz é uma publicação mensal da Voz Ativa Comunicações - Diretora Geral: Silvia Regina Eva-risto Teixeira - Conselho Editorial: Silvia Regina Evaristo Teixeira, José Roberto Teixeira, Jefferson Teixeira - Diretora Comercial: Silvia Regina Evaristo Teixeira - Editor-chefe: Mauro San Martín - DRT 24.180/SP - Repórteres: Mauro San Martín e Sandro Possidonio Diretor de Criação: Marcel Esliper - Editor de texto: Pedro Rodrigues Júnior - Tiragem: 5 mil exemplares - Impressão: Jac Gráfica e Editora - Email: [email protected] - Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam necessariamente a opinião da revista ou da editora.

CARTA AO LEITOR

BUZZ PÁGINA 2Ano 2 | Edição 16 | Abril 2011

Por favor, recicle esta revista

2 Buzz - Abril de 2011

Siga-nos na grande rede

BUZZ. Nada mais que o necessário! Anuncie (12) 9146-9591

A ARTE DE AMAR. A marca da médica Sonia Rachid Mamoud é a humildade e um profundo amor pelo o que faz. Entende, como poucos de sua área, sobre o sofrimento alheio e se esforça ao máximo para amenizar a dor de quem a sente. Foi com essa profissional que conversamos para a entrevista das páginas 8 e 9. Ela fala de assuntos diversos na infectologia como superbactéria e Aids.

LITERATURA NOS TRILHOS

Talentos

Jacareí é uma cidade cheia de pessoas talentosas. A presente edição da Buzz traz exemplos desses talentos nas mais diferen-tes áreas. A nossa entrevistada, Sonia Ra-chid Mamoud, é uma médica infectologis-ta que teve um grande papel em Jacareí no início da epidemia da Aids.

Ela revela dados interessantes e preo-cupantes acerca da Aids, as superbactérias, os cuidados com o planeta e o ser humano nos dias atuais. Sonia é dedicada ao que faz e ama seu trabalho como poucos em sua área.

Outra pessoa talentosa presente nesta edição é o cantor Fabinho da Viola. Desde pequeno quis enveredar-se pelos caminhos da música. Não pensou nas dificuldades. Aos 16 anos, ele luta para dar uma revi-ravolta em sua carreira – passar da criança dos programas de tevê para o adolescente antenado com seu tempo.

A Academia Jacarehyense de Letras promove uma feira à procura de talentos na literatura. E o escritor da cidade, Benedicto Sérgio Lencioni, lança um novo livro, que fala de um personagem jacareiense.

O assunto mais delicado é a discussão a respeito da privatização do esgoto da ci-dade. Cumpre-nos desejar feliz aniversário para a cidade e pedir que ela continue brin-dando-nos com grandes talentos. Buzzzz!

Novos e antigos escritores deverão estar presentes na I Feira de Escritores de Jacareí promovida pela Academia Jaca-rehyense de Letras, nos dias 9 e 10 de abril. O evento é uma oportunidade para discutir e consumir literatura na cidade. Varal poético, sarau e palestras farão parte do encontro.

SALMAO É OPÇÃO PARA A PÁSCOA

A seção gastronômica de abril traz um delicio-so filé de salmão com molho de tomate. Uma opção saudável e muito fácil de preparar.

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JACAREÍ QUE PENSA

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Em sua opinião, esconder os radares é um artifício desonesto e serve para aumentar a indústria das multas ou algo neces-sário para coibir os apressadinhos que diminuem a velocidade somente ao se aproximarem de um radar?

“Creio que é desonesto porque todos abu-sam do mesmo jeito. Eles passam pelo radar e não respeitam. Para resolver isso, deveria existir um limite de velocidade menor. Daí todos respeitariam. A maioria das pessoas passa por eles e só vai perceber depois, quando recebem a multa”.

DANI POSAM, ATRIZ E ARTESÃ

“Eu penso que o radar escondido torna-se uma coisa desleal. Desonesta totalmente. Eu não sou contra o radar móvel, desde que você tenha uma sinalização indicando que naquela localização existe um radar. Ago-ra, quando ele está escondido, acho bem desonesto. Não é legal”.

CLAUDIMAR LUIS DE MELO, EMPRESÁRIO

“Eu acredito que é uma atitude honesta, porém deveria ter a sinalização indicando que ali tem um radar móvel. A partir do momento que você esconde alguma coisa é uma atitude desonesta”.

ALEXANDRA CRISTINA VALENTE, EMPRESÁRIA

BUZZ. Nada mais que o necessário! Anuncie (12) 9146-9591

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RADAR

ESPAÇO PARA OS ARTISTAS

BANCO DE TUMORES

NÚCLEO DE HEMODINÂMICA

MAIS VEREADORES PARA 2014

AUMENTO FOI SUSPENSO

ECONOMIA DE ENERGIAO projeto “Domingo na Praça”, mantido pelo Saae, está com inscrições abertas para artistas e artesãos interessados em expor seus trabalhos na Praça da Matriz, aos do-mingos, das 8 às 13 horas. Mais informa-ções poderão ser obtidas através do telefo-ne (12) 3954-0304.

Cerca de 350 crianças e adolescentes serão beneficiadas diretamente nas 39 cidades do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira, com a inauguração da pri-meira fase do projeto Banco de Tumores do Gacc (Grupo de Apoio à Criança com Câncer), em São José dos Campos. Trata-se de um centro de pesquisa que terá como missão coletar e armazenar amostras bio-lógicas como base de informações sobre os processos que causam o câncer infanto-juvenil e permitirá aprimorar o diagnósti-co e tratamento da doença em todo Brasil. A conclusão total do projeto está prevista para ocorrer entre 2012 e 2013. Segundo a presidente do Gacc, Rosemary Sanz, o Banco de Tumores permitirá traçar um per-fil genético da população brasileira, além de aprimorar o diagnóstico e o tratamento do câncer no país.

O Hospital São Francisco de Assis, de Jaca-reí, inaugurou o seu Núcleo de Hemodinâ-mica (Hemodin) no dia 24 de março, com a presença do ex-ministro da Saúde, Adib Ja-tene. O novo serviço permitirá a realização de angiografia digital e hemodinâmica com atendimento nas áreas vascular, cardíaca e neurologia através de procedimentos mini-mamente invasivos. “A população de Jaca-reí é privilegiada por contar com um servi-ço de ultima geração que será fundamental em momentos de grande crise de pessoal”, disse Adib Jatene. A Prefeitura de Jacareí mantém um convênio com o São Francisco de mais de R$ 12 milhões anuais.

Os vereadores de Jacareí estão discutindo o possível aumento do número de parla-mentares para a próxima legislatura (2014-2017). O presidente da casa, Itamar Alves, explicou que existe divergência no número de cadeiras nos partidos (uns querem 15, outros 19 e, outros ainda, 21). A cidade, ba-seando-se na população atual, pode ter 21 vereadores. O município gasta R$ 267 mil com cada vereador/ano. O orçamento da Câmara Municipal é de R$ 14,5 milhões, ou seja, 5,39% do orçamento municipal no ano de 2010.

A (EDP) Bandeirantes estabeleceu uma parceria com a Prefeitura de Jacareí, para substituir as 877 lâmpadas dos semáforos da cidade por LED. A troca fará com que ocorra uma economia de energia da ordem de 90%, enfatiza o prefeito, Hamilton Ri-beiro Mota. Além de econômicas, as lâm-padas de LED queimam 30% a menos que as convencionais. O custo da substituição será de R$ 251 mil. A prefeitura entra com a mão de obra e a EDP Bandeirantes for-necerá as novas lâmpadas. De acordo com a prefeitura, a troca ocorrerá na segunda quinzena de abril.

A Justiça de Jacareí suspendeu o aumento na zona azul na cidade. A hora, que custa R$ 1,20, com o reajuste, passaria para R$ 1,60. A Promotoria de Justiça do Consu-midor entrou com uma ação para impedir esse aumento. O promotor José Luiz Bed-narski alegou que há decisão judicial, con-siderando a zona azul um tributo, e, como tal, só poderá ser aumentada por lei ou por decreto, passando a valer somente no ano seguinte à sua instituição. A Prefeitura de Jacareí recorreu da decisão da Justiça. O MP já solicitou que a nova ação seja jun-tada com outra já realizada, que considerou uma taxa para evitar decisões contraditó-rias.

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A história de Ivaldo Torres Ferreira, ou simplesmente Baianinho, se confunde com a história da indústria fonográfica brasileira. Ele nasceu na cidade de Tun-Tun, no estado do Maranhão. Brinca com a alcunha atribuída aos migrantes das regiões norte e nordeste do Brasil com muito bom humor sempre.

Ivaldo é casado pela segunda vez com Maria de Lourdes. Tem quatro filhos. Neste ano, ele comemora mais uma marca em sua vida. Está completando 11 anos com sua loja, a Center Music, na Galeria 12 Horas.

Embora não toque nenhum instrumento, toda sua vida está ligada à música. Ele ven-deu discos de vinil, CD, DVD e atualmente vende instrumentos musicais. Aos 57 anos, administra junto com o filho, Jefferson, a Center Music.

Bolachões - O vinil surgiu no Brasil por volta de 1948, após a transição para os jurás-sicos e charmosos 78 rotações. A música en-trou na vida de Ivaldo através de seu contato com Mandu, um precursor dos DJ’s atuais, senhor que fazia festas no interior maranhen-se, em Barra do Corda, usando as antigas vi-trolas.

De Barra do Corda, ele resolveu tentar a sorte em São Paulo como milhares de mi-grantes das regiões norte e nordeste do Bra-sil. Ao chegar à capital paulista, trabalhou um ano na Tapeçaria Chic e voltou novamente para área do antigo vinil ou LP (abreviatura de Long Play).

Como estava no comércio de disco e en-tendia do assunto, Ivaldo aceitou um convite para gerenciar a Diniz Discos, em Jacareí. Era 1982, o vinil ainda dominava o comércio de música no Brasil. O negócio era bom e ele abriu sua própria loja. Aliás, isto se justifica,

porque Ivaldo conta que teve três lojas de dis-cos em Jacareí nesse período.

Os campeões de venda eram Roberto Car-los, Amado Batista e trilhas sonoras de nove-la. Havia semanas que ele ia de três a quatro vezes para São Paulo comprar mercadoria. O sucesso era tanto que ele chegou a registrar 17 funcionários. Suas lojas ficavam na região das ruas Floriano Peixoto e Rui Barbosa.

Compact Disc - No início dos anos 90, ele continuava com o vinil, mas entrava no mercado jacareiense como no resto do país o CD (Compact Disc). Menor que as antigas bolachas pretas, os CD’s têm 12 centímetros de diâmetro e possuem um som muito supe-rior em qualidade, o que não existia até então. Foi aos poucos se adaptando ao novo suporte para o comércio de música.

O CD também não durou muito. De cin-co anos para cá, as vendas diminuíram mui-to. Ele, evidentemente, sentiu essa queda. Já com apenas uma loja, ele teve que buscar al-ternativas para sobreviver no ramo. Ele acre-dita que as gravadoras ‘dormiram no ponto’, não acompanharam o advento da internet, a pirataria e o comércio baratíssimo do produto nas grandes redes como Lojas Americanas.

Para continuar no ramo musical, resolveu vender instrumentos musicais e acessórios há cinco anos. Mais uma vez acertou. Falando assim parece fácil, mas Ivaldo diz que enfar-tou devido às contas que se acumulavam e as mercadorias que não saíam da prateleira.

Hoje, os tempos são outros e a Center Music tornou-se uma das referências da ci-dade na venda de instrumentos musicais. Os CD’s de seu estoque foram sendo substituí-dos gradativamente. Hoje, não tem sequer um cd para vender.

Sua história em Jacareí completa 28 anos. Somente na galeria são 11 anos. Ele costuma lembrar que passou por todas essas fases sem perder o bom humor e o amor pela música. “Esta no sangue”, afirma.

Não poderíamos encerrar este texto sem falar sobre o time de futebol de nosso entre-vistado, o Corinthians. Falar de Ivaldo Torres Ferreira e não se lembrar do Timão é esque-cer a sua outra principal paixão por esses anos todos.

IVALDO, UM COMPOSITOR NAarte de vender música

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FEIRA DE ESCRITORES DE JACAREÍA Academia Jacarehyense de Letras re-

alizará nos dias 9 e 10 de abril a primeira edição da Feira de Escritores de Jacareí, no pátio dos trilhos e Sala Mario Lago. Um dos objetivos principais do evento é pro-vocar um entrosamento entre os escritores que tenham ou não trabalhos publicados. Outro desejo da Academia é que a Feira ganhe força e se transforme na Feira de Escritores do Vale do Paraíba, programada

para ocorrer em novembro deste ano.No sábado, haverá palestra do ex-pre-

feito e escritor Benedicto Sérgio Lencioni, que lança novo livro “O Corneta da Morte”, no dia 2 de abril. Lencioni falará no perío-do da manhã, na Sala Mario Lago. Ainda no sábado está programado um sarau com os integrantes da Academia. No domingo, a feira terá palestra com o proprietário da JAC Gráfica e Editora, Cristóvão Cursino,

que falará sobre o mercado gráfico para li-vros na região.

O encontro dos escritores terá o Varal Poético, estendido com textos de vários es-critores da cidade no Pátio dos Trilhos. O visitante poderá levar as poesias que lhes interessar. Haverá oportunidade para ad-quirir exemplares dos integrantes da Aca-demia que já publicaram seus volumes. Além disso, a Feira espera estimular escri-tores a tirarem o livro da gaveta, para quem ainda não teve a obra impressa.

EX-PREFEITO LANÇOU NOVO LIVROO ex-prefeito e escritor Benedicto Sér-

gio Lencioni lançou no dia 2 de abril, às 17 horas, no MAV (Museu de Antropologia do Vale do Paraíba) seu livro “O Corneta da Morte – ensaio sobre a verdade na histó-ria”. Com tiragem inicial de apenas 300 exemplares, o livro não é uma biografia do corneteiro jacareiense João José de Jesus, um dos heróis da Guerra do Paraguai, ex-plica. “O Corneta da Morte” é seu oitavo volume publicado e o sétimo que fala a respeito da história de Jacareí. Ele também lançou um livro de poemas: “Do meu amor e do meu amar”.

BSL ressalta que não se trata de uma biografia do escravo João José de Jesus,

mas um ensaio baseado na vida do corne-teiro para discutir até que ponto um fato narrado é verdadeiro ou não. O trabalho requereu a leitura de dez livros teóricos e filosóficos da história como parte da pes-quisa. Antes pensado como um capítulo do livro “Colcha de Retalhos”, “O Corneta da Morte” mostra informações inéditas do personagem principal. Lencioni não sabe dizer, por exemplo, se ele nasceu em Ja-careí, mas que somente partiu daqui para lutar na Guerra. O escritor narra o episódio da Batalha do Tuyuti, que deu fama ao cor-neteiro.

Em 24 de maio de 1866, Jesus foi en-carregado de ser o corneteiro, o soldado

responsável de transmitir as ordens para a tropa com uma corneta. Um tiro no braço direito retirou o instrumento de sua mão, porém continuou sua missão com o braço esquerdo. O inimigo atingiu sua perna em seguida e ainda assim ele seguiu tocando. Somente um tiro certeiro no peito conse-guiu silenciar o corneteiro Jesus.

Essa batalha ceifou a vida de mais ou menos 10 mil homens para os dois lados (Paraguai e os aliados Brasil, Argentina e Uruguai). Uma das mais sangrentas guer-ras da América do Sul. Após o lançamento no MAV, Lencioni informa que o livro es-tará à venda na livraria Skilo e também na livraria do Shopping.

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ENTREVISTA / Sônia Rachid, médica infectologista

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A arte de cuidar do próximo

A médica infectologista, Sonia Rachid Mamoud, foi a primeira médica a trabalhar na rede pública de saúde de Ja-careí como infectologista. Ela participou da criação dos primeiros leitos para portadores de AIDS tanto no Hospital São Francisco de Assis como na Santa Casa. Casada com Wael Mamoud e mãe de duas garotas, Victoria e Layla,

essa jacareiense entende que a Aids deveria ser abordada como uma constante ação, durante todo o ano, e não somente no Car-naval ou próximo ao Dia Mundial de Combate à doença, que é comemorado em 1º de dezembro. Sonia é descendente de libaneses e preferiu a infectologia, por causa das aulas do professor Ivan de Oliveira Castro. Além da Aids, ela fala de superbactéria e o fato de a população se descuidar em higienização, facilitando a tarefa dos inúmeros microrganismos.

Buzz – Quem é Sonia Rachid?Sonia Rachid Mamoud – Sou uma pessoa

tranquila, dedicada ao trabalho e gosto muito do que faço.

Buzz – Como é seu trabalho atualmente em Jacareí?

Sonia – Sou médica do ambulatório de infectologia da prefeitura há 22 anos. Tenho consultório particular e faço parte do Hospital de Clínicas Antonio Afonso.

Buzz – Por que a senhora escolheu a área da infectologia?

Sonia – Na época em que estudei, a in-fectologia não era tão conhecida de todos. Eu tive um professor de infectologia, Ivan de Oliveira Castro (já falecido), que vibrava com os assuntos relacionados a doenças in-fecciosas. Foi ele que me abriu a visão para essa área. Assim que entrei para a residência no Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, no primeiro ano, tínhamos uma salinha, em que atendíamos pessoas com suspeita de HIV. Isso foi em 1986. Logo, no segundo e terceiro ano, o Emilio Ribas acabou sendo referência. Nós só tratávamos HIV. Foram anos difíceis e de adaptação à epidemia que se instalava aqui no Brasil.

Buzz – O infectologista está trabalhando mais com a prevenção ou no tratamento dos inúmeros casos provocados pelos microrga-nismos?

Sonia – Se formos ver pelo comporta-mento da infectologia ultimamente, o infec-tologista atua principalmente no tratamento. Para todas as doenças infectocontagiosas tem como se fazer a prevenção. Eu sinto que há muito casos de doenças reemergentes, que já existiram, ficaram latentes sem grande surto e agora voltaram. Tem relação com o cresci-mento populacional e a invasão de mato. Pre-venção sempre tem que haver.

Buzz – O que acha do seriado de televisão “House”, cujo protagonista é um médico in-fectologista bom em diagnóstico, porém man-tém distanciamento do paciente?

Sonia – Já assisti a um capitulo. É mui-to interessante, mas foge um pouco da nos-sa realidade. Na verdade, sou da linha que o diagnóstico é importante, mas se você não tiver uma boa relação com seu paciente, não investigar direitinho todas as situações, tal-vez não precise de mais exames para chegar ao diagnóstico. A infectologia usa muito de subsídios laboratoriais. A epidemiologia é importante também. O que é isso? É saber de onde ela veio e onde ela (paciente) esteve nos últimos meses. Assim você pode até descartar algumas doenças, porque todas as doenças vi-rais têm um quadro clínico semelhante. Uma boa medicina não pode existir só com labora-tório. É interessante abordar as doenças nos seriados e filmes, mas não trazer pânico para a população.

Buzz – O Homem está em perigo de extin-ção com o aparecimento de tantas epidemias e pandemias?

Sonia – Nós não podemos ser tão alar-mistas, mas o perigo existe. Nós nunca sabe-mos como uma epidemia vai se comportar. Ela pode ter proporções gravíssimas e, outra, você acha que ela está se alastrando, mas pode ser menos grave. Foi o que aconteceu com a gripe H1N1 (gripe suína). Ela teve uma pene-tração importante, mas não teve uma morta-lidade significativa perante outras epidemias. Existem pontos em todo o mundo, inclusive o

Brasil, onde se estudam a penetração de de-terminados vírus. Daí se faz um estudo e se vê se é algo que necessita de medidas urgentes ou não.

Buzz – Por que é cada vez mais comum ouvirmos falar das superbactérias nos hospi-tais?

Sonia – Superbactéria é uma bactéria que foi criando resistência aos antibióticos usa-dos. Tudo o que é usado em excesso pode não ser bom. Às vezes, usamos antibióticos para uma situação que não requereria esse medica-mento. Quanto se usa antibiótico sem neces-sidade, a bactéria fica mais potente. Isso em linhas gerais. Quando se precisa de antibió-tico, esse não será mais eficaz. Essa medida de vendê-los com receitas controladas evitará um pouquinho esse mau hábito. No Brasil, as pessoas compram remédios, tomam dois ou três comprimidos, acham que já estão bem, e param de tomar. Isso é outra causa de resis-tência. Daí, passam uns 20 a 30 dias, têm os mesmos sintomas, vão lá e tomam mais três comprimidinhos. E acham que resolveu. Na verdade, ela está ajudando a criar uma super-bactéria até pelo uso indevido. A receita para antibiótico vai limitar um pouco isso. Acho bom. Antibiótico é com prescrição médica.

Buzz – Qual é o risco das superbactérias?Sonia – O risco é pequeno se naquele

hospital se identifica as medidas de controle de infecção hospitalar. A prevenção maior é lavar bem as mãos. Isso limita a proliferação de doenças. Os cuidados básicos de higiene. A infecção hospitalar surgiu justamente quando notou-se que numa enfermaria lavava-se as mãos e, em uma outra, não, por exemplo. Os casos de mortes eram maiores naquela em que não se tinha os cuidados devidos.

Buzz – Em pleno século 21, estamos dis-cutindo higienização das mãos. Isso não era problema do início do século passado?

Sonia – Isso não era nem para ser discu-tido. Era para ser incorporado no dia a dia da população. Na correria, acho que as pessoas perderam esse critério. Na minha área, além da higiene, há ainda a questão do saneamento básico como algo essencial. As pessoas ainda não têm o conhecimento de que há necessi-dade do senso coletivo para salvar vidas. Há casos em que não adianta pensar só em si pró-prio, temos que pensar no outro também.

Buzz – A senhora teve papel importante no tratamento dos primeiros casos de Aids em Jacareí. Como foi isso?

Sonia – Eu sou a primeira infectologista a trabalhar na área em Jacareí. Quando che-guei já havia alguns casos e quem tratou foi o pneumologista Doutor Leonardo. No início, eram poucos casos. Depois vieram outros co-legas como Doutora Suzeli Tonello, Teresa Cristina Rocha, Joper Fonseca e Rubens Pai-xão. Isso foi nos primeiros anos. A gente tinha muita dificuldade, com internação e acom-panhamento. A gente batalhou bastante para implantar a ala de infectologia na Santa Casa de Jacareí. Conseguimos. Faz 12 anos que não estou mais na Santa Casa. Estou no ambulató-rio e agora encaminhamos os casos para lá. O serviço persistiu e tem a Doutora Ana Cristina Zagato que faz o acompanhamento lá.

Buzz – Como está a situação da Aids em Jacareí?

Sonia – Infelizmente, continua aumentan-do o número de casos. Diminuiu o número de mortes, principalmente com o uso de antire-

trovirais. Se a pessoa faz uma boa adesão e trata-mento, é uma doença em que se consegue fazer o controle. Não é mais uma sentença de morte. As pessoas têm que entender que ainda não há cura. Uma vez contaminado é para a vida toda. As medi-cações fazem com que suas defesas melhorem e não haja multiplicação do vírus. A medicação faz com que a multiplicação viral seja mínima. Ela se torna indetectável, mas não significa zero na contagem de vírus. Isso acontece devido ao uso incorreto da me-dicação. Aqueles que não têm uma boa aderência ao tratamento terão seus quadros complicados, como infecção ou algum comprometimento que pode ser fatal. Vejo que voltou a aumentar os casos da do-ença entre os heterossexuais. Percebo que também entre os homossexuais. Este grupo, na época do iní-cio da doença, se mobilizou e se estabilizou com as campanhas. Falo de Jacareí e de um modo geral no país. Depois da estabilização, com o aparecimento do antiviral e um pouco de descuido na prevenção, eu passei a ter casos com homossexuais mais jo-vens. Eles alegam que há a medicação e confiam no parceiro. Não é por aí. É a mesma coisa com relação aos heterossexuais. Eles achavam que não pegavam com parceiros fixos. Muitos casais se separam e esquecem do preservativo. As pessoas pensam que

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ENTREVISTA / Sônia Rachid, médica infectologista

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A arte de cuidar do próximo

A médica infectologista, Sonia Rachid Mamoud, foi a primeira médica a trabalhar na rede pública de saúde de Ja-careí como infectologista. Ela participou da criação dos primeiros leitos para portadores de AIDS tanto no Hospital São Francisco de Assis como na Santa Casa. Casada com Wael Mamoud e mãe de duas garotas, Victoria e Layla,

essa jacareiense entende que a Aids deveria ser abordada como uma constante ação, durante todo o ano, e não somente no Car-naval ou próximo ao Dia Mundial de Combate à doença, que é comemorado em 1º de dezembro. Sonia é descendente de libaneses e preferiu a infectologia, por causa das aulas do professor Ivan de Oliveira Castro. Além da Aids, ela fala de superbactéria e o fato de a população se descuidar em higienização, facilitando a tarefa dos inúmeros microrganismos.

não vai acontecer com elas. Como em qualquer do-ença, tem que se falar sempre. Com relação ao HIV, fala-se dele somente em duas datas: no Carnaval e em 1º de Dezembro (Dia Mundial do Combate à Aids). É como se você fosse liberado para fazer o quer, mas penso que não é bem assim.

Buzz – A campanha “Fique Sabendo”, do go-verno estadual, realizou uma pesquisa baseada nas pessoas que fazem o exame em Jacareí e chegou a um dado preocupante. A informação é de que 63,9% das pessoas que fazem o exame em Jacareí têm idade entre 40 e 49 anos. Os mais jovens não fazem o exame. O que a senhora acha disso?

Sonia – Talvez, por falta de informação. Pen-sam que está tudo tranquilo e não se fala muito mais como quando começou os primeiros casos. Não é uma doença que as pessoas gostam de falar muito sobre ela. Ainda tem muito preconceito. Por ter mui-to preconceito, deveria ser muito comentada para ti-rar esse estigma. Todo mundo corre risco. Tem que se ter muita informação na escola e antes do início da atividade sexual. Os pais precisam falar a respei-to com os filhos. É difícil, mas os jovens precisam de informação. Nós vemos os mais jovens, que não consideramos promíscuos, porque têm um ou dois parceiros, se contaminarem. É muito triste. Muitas

mulheres vão descobrir somente na gravidez, porque hoje é obrigatório o teste de HIV no pré-natal. O paciente precisa dar permissão para a realização do exame, até pelo que vem depois de um resultado positivo.

Em anos passados, eu recebi casos de so-ropositivo em que um colega (outro médico) que nem falou ao paciente que o resultado ti-nha sido positivo. O doutor pediu a ele que procurasse um infectologista. O paciente não entendia muito bem o caso. Hoje, tem muitos deles que dizem que querem fazer o exame.

Buzz – O que muda na vida (social, pro-fissional e afetiva) de uma pessoa afetada pelo vírus HIV?

Sonia – Tudo. Passado o primeiro impac-to do diagnóstico, deve-se ter uma orientação psicológica. O paciente precisa se situar den-tro desse novo quadro em sua vida. Eu cos-tumo falar que não é uma sentença de morte, mas uma mudança de vida. É muito individu-al. Tem que se levar a vida numa boa. Outros, por mais que você oriente, não conseguem entender o por quê. ‘Por que isso aconteceu comigo?’ Tem ainda o preconceito do próprio paciente contra ele mesmo. Há muitos que precisam tirar esse preconceito de ser um por-tador e viver como um.

Buzz – O que a senhora acha da política pública de saúde do governo para com a Aids?

Sonia – Em termos de tratamento, não po-demos nos queixar em relação a isso. Todos nossos pacientes recebem remédios. Precisa-se de campanhas amplas que ajudariam mais. No Brasil, não é preciso comprar o remédio, ao contrário de outros países em que eles são vendidos.

Buzz – Como se pega Aids?Sonia – O vírus é transmitido através de

qualquer tipo de prática sexual sem preven-ção, contato com agulhas contaminadas entre os usuários de drogas, transmissão de mãe para filho e transfusão de sangue. Em termos de transfusão, os bancos de sangue possuem testes e isso diminui os casos.

Buzz – Aids tem cura?Sonia – Não. A Aids não tem cura. O que

existe é controle com o tratamento medica-mentoso. Em muitas pacientes, não detecta-mos o vírus. Ele não está se multiplicando, mas está presente. Não se pode parar de tomar o remédio. É o remédio que faz com que isso ocorra. Se parar de tomar o remédio, em al-guns casos a carga viral ficará elevadíssima. É importante que as pessoas tenham essa no-ção: não tem cura. É muito melhor viver sem o HIV do que com ele. As pessoas precisam mudar seu comportamento de vida. Os jovens precisam ter controle sobre seus ímpetos.

Buzz – Tem remédio genérico para trata-mento de Aids?

Sonia – Não. Tem os remédios de marca e os que o governo quebrou a patente e come-çou a produzir. A maioria é feita aqui.

Buzz – O planeta está mais sujo do que antes e por isso temos que estar mais atentos a nossa higiene pessoal?

Sonia – Temos que ter cuidados com o sa-neamento básico e o meio ambiente. Chegou o momento em que não se pode mais jogar lixo em qualquer lugar, temos de fazer reci-clagem, cuidarmos do mar e de fontes natu-rais de água. Não é que o mundo está ficando sujo, as pessoas necessitam cuidar melhor do planeta. Em uma casa suja chegará o momen-to em que não se conseguirá nem mais entrar.

É a mesma coisa com o planeta. Buzz – O que é vida?Sonia – Bem estar físico e emocional. Es-

tar bem com você mesmo para estar bem com outras pessoas.

Buzz – A doutora gosta de política?Sonia – Não. Nunca fui envolvida com

ela. Às vezes, a gente espera muito e tem pouco. Noutras, não se espera e se tem algo interessante. Nós tivemos uma luta e um certo respaldo dos prefeitos na época em que come-çamos. Jacareí foi uma das primeiras cidades que conseguiu ter leitos para soropositivos. Isso foi muito bacana. Noutras cidades de-morou um pouco para se conseguir. Fomos a primeira cidade a organizar leitos para HIV. Quatro leitos primeiro foi no Hospital São Francisco. Eu e outros colegas como o doutor Glauco Tupinambá e Roberto Rosemback im-plantamos os leitos no São Francisco. Depois montamos os primeiros quatro leitos também na Santa Casa.

Buzz – O que a senhora acha da saúde em Jacareí?

Sonia – Todos os lugares têm as suas difi-culdades. Jacareí não seria diferente. Eu acho que se deveria investir mais na saúde. Tem vários programas municipais de atendimento à mulher e ao idoso e parece que não vemos isso. Além do investimento, há a necessida-de da visualização para a população saber o que está sendo feito. É importante essa troca. Temos muitas deficiências: exames que de-moram e poucos leitos. Tudo acaba deixando a situação precária. Um hospital municipal seria importantíssimo. Até se gerenciaria me-lhor a saúde. Um hospital municipal ajudaria bem a população. Nós vemos que isso em ou-tros lugares deu certo.

Buzz – Se a senhora fosse uma secretária de Saúde, qual seria sua primeira medida?

Sonia – (risos) Eu não tenho perfil para ser secretária de Saúde. O meu perfil não é para delegar – ‘faça isso, faça aquilo’. Vejo que existe aquele tratamento de apagar o incêndio. Fica muito voltado a isso. Surge uma situação e se fica voltado para aquela situação. Penso em mutirão para resolver determinado pro-blema. Menos reunião e mais ação. Não sei. Nunca estive à frente disso.

Buzz – A última pergunta é um espaço para senhora dizer o que sente vontade de compartilhar com nossos leitores.

Sonia – Queria agradecer a oportunidade. Coloco-me a disposição para outras orienta-ções médicas, que é o que sei fazer. Não sou muito de falar, mas gosto mais do prestar as-sistência, por isso que eu não seria secretária, ou supervisora ou política, porque gosto de estar no meu local de trabalho atendendo.

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10 Buzz - Abril de 2011

MUDANÇAS NO NOVO CD de Fabinho da Viola

O cantor e violeiro Fabinho da Viola está preparando seu novo CD para o se-gundo semestre de 2011. Famoso por apre-sentar-se no programa de calouros do Raul Gil, o músico jacareiense prepara uma grande virada na sua carreira com músicas que deverão cair no gosto da galera.

O estilo das dez primeiras canções prontas para gravar será o sertanejo univer-sitário, juntamente com a música caipira que o consagrou. Quatro delas estão pron-tas e outras em processo de seleção, mas ele continua recebendo composições dos artistas da região interessados em partici-

par de seu novo trabalho.Aos 16 anos, Fabinho quer acrescentar

algo a mais à bonita lembrança de criança que ficou na memória das pessoas quando ele começou a sua carreira de cantor preco-ce. A música que escolheu para trabalhar o CD e construir uma imagem mais madura e renovada para os seus fãs é “Pra te encon-trar”. Ele diz que está fazendo “uma viola pop”, mistura de pop com moda de viola.

Segundo ele, as canções falam de amor, mas nada de dor de cotovelo, melado ou fundo do poço. “Gosto de fazer música para aqueles que estão apaixonados e gos-tam de passar os momentos juntos ouvindo um som”. Além disso, ele quer muita ani-mação nos shows com seu novo trabalho.

Nos próximos dias, Fabinho deverá en-contrar um maestro e estúdio para gravar seu novo CD e de maneira independente como os dois primeiros dele – “Fabinho e sua viola”, de 2004, e “Contemplando a natureza”, de 2007. O cantor é defensor de nossa região e pretende gravar um DVD do seu terceiro CD, ainda sem título, em Jacareí.

Nos shows que realiza desde o início deste ano, ele conta que está sentindo o im-pacto de seu novo repertório junto ao pú-blico. A previsão é que até agosto deste ano o novo CD chegue às lojas do país.

Quadra – Fabinho da Viola começou sua carreira em julho de 2002 ao se apre-sentar numa festa na quadra do Jardim Di-dinha. Ele mora em frente ao local e ouviu os integrantes do Rincão Sertanejo se apre-sentando. Ele pediu para os organizadores e fez sua primeira apresentação cantando a música “Boiada”.

Desde então não parou mais. Aprendeu a tocar viola com João Camargo e Aridel. Apresentou-se em diversas cidades do Vale do Paraíba. A sua fama nacional veio com a performance no programa de calouros do Raul Gil primeiramente, seguido de inúme-ros outros programas de televisão.

Fabinho da Viola é definido pela apre-sentadora do programa ‘Viola, Minha Vio-la’, Inezita Barroso, como “Menino de ouro” da música sertaneja. Inezita acredita muito na carreira do cantor jacareiense. Ele tocou com todas as feras da música serta-neja como Sérgio Reis, Almir Sater, Chi-tãozinho e Xororó, Tinoco e Milionário e José Rico.

O artista recebeu o prêmio Rozini Ex-celência da Viola Caipira, como revelação solo de 2011, e foi indicado por três anos seguidos para o premio “Criança do Bra-sil”, oferecido pela entidade Ação Criança, por seu reconhecimento e destaque na so-cidade.

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Fabinho da Viola: “Defensor de nossa região, ele

pretende gravar um DVD do seu tercei-ro CD, ainda sem título, em Jacareí”.

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Um paraíso

chamado MALDIVAS

O paraíso terrestre possui um nome: Ilhas Maldivas. A sua água cristalina de um azul-esverdeado é de tirar o fôlego. Co-queiros tropicais e areia branca. Você, certamente, já usou no computador um wallpaper com uma imagem assim. Ou ainda assistiu algum comercial de televisão, cujo cenário era o des-crito acima. Este é o destino que a Buzz indica na sua próxima viagem.

As Maldivas estão localizadas na costa sul da Índia e a sudo-este do Sri Lanka. Com o dólar em queda constante, é possível programar uma viagem para lá e voltar com muitas fotos para mostrar aos amigos.

Há voos partindo de Guarulhos pelas empresas Emirates, Qa-tar Airways e South African para as Maldivas. A primeira possui conexão em Dubai e é a melhor opção. A segunda via tem para-das em Johannesburg/África do Sul e Doha/Qatar, sendo preciso pernoitar na África do Sul. Um pacote de 21 dias custa em mé-dia US$3,806, com a parte área, hospedagem, pensão completa e alguns passeios. Com o aquecimento global, as Ilhas Maldivas correm sérios riscos de desaparecerem com o aumento do nível dos oceanos. Então, programe sua viagem o quanto antes.

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PREFEITURA QUER PRIVATIZAR o esgoto, diz sindicato

A privatização do sistema de água e esgoto de Jacareí voltou a ser discutida. A primeira vez foi no final do governo Thel-mo de Almeida Cruz, em 1996. Foi com muita pressão popular que a água e o es-goto não foram passados para a iniciativa privada. O presidente do SindSaae (Sindi-cato dos Trabalhadores do Saae – Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Jacareí), Décio Moreira, alardeou aos quatro cantos que a atual administração está tentando pri-vatizar o esgoto e depois irá fazer o mesmo com a água.

Em carta aberta à população, ele in-formou que três empresas (Fortnort De-senvolvimento Ambiental e Urbano Ltda., Companhia de Água do Brasil – CAB Am-biental e a Cidade Brasil Ltda.) foram auto-rizadas a fazer um estudo técnico, visando à concessão. A informação saiu no Boletim Oficial número 719, de 23 de dezembro de 2010. Disponível no site da prefeitura.

Para o presidente do sindicato, a auto-rização é um indício de que a Prefeitura de Jacareí pretende passar a operação do siste-ma de esgoto à iniciativa privada. Moreira questiona o fato de a autarquia autorizar as empresas a fazerem o estudo e não a faze-rem uma licitação para esse serviço.

Segundo o boletim nº 719, as três em-presas farão “estudo técnico funcional, es-tudo de viabilidade de empreendimentos, investigações, levantamentos e demais ele-mentos previstos na legislação competente, visando à execução de obras e serviços para a implantação do sistema de esgotos sani-tários do município de Jacareí, bem como a análise acerca da operação do sistema”.

O presidente do SindSaae enumerou vários fatos pelos quais acredita que a pre-feitura estaria tentando privatizar o esgoto da cidade. Segundo ele, a nomeação do ad-vogado João Moreno Passetti, para o cargo de Diretor Geral da autarquia, sempre foi preenchida por engenheiros; o estudo está sendo feito pela CAB Ambiental que pos-sui ligação com a Galvão Engenharia, res-ponsável pela execução das obras do Cór-rego do Turi; e o fato de o representante da CAB, Yves Besses, ter passado pela multi-nacional francesa Lyonnaise des Eaux, que tentou comprar o Saae, em 1996, dão sinais da clara intenção da prefeitura.

Diante de tantas acusações, a reporta-gem da revista Buzz procurou o setor de Comunicação da Prefeitura de Jacareí para checar tais informações.

A assessoria enviou o seguinte comu-

nicado: “A Prefeitura de Jacareí, por meio do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), está empenhada em ampliar sig-nificativamente o índice de coleta e trata-mento de esgoto na cidade. Para isso foram encomendados estudos sobre a viabilidade da universalização da coleta e tratamento de esgotos, a fim de identificar quais as demandas necessárias para que Jacareí se torne a primeira cidade do Estado de São Paulo a contar com 100% de esgotos co-letados e tratados. Com os projetos em an-damento, especialmente a despoluição do Córrego do Turi, Jacareí deve atingir 70% desse índice – os demais 30%, portanto, são objeto dos estudos em andamento, por meio de parcerias público-privadas”.

A assessoria da CAB Ambiental tam-bém foi procurada para falar sobre o assun-to, mas não respondeu aos questionamen-tos enviados pela Buzz.

Improvável - Foi na primeira gestão do ex-prefeito Benedicto Sergio Lencioni, 1977 a 1983, que o Saae foi implantado na cidade. A lei para sua criação e os projetos das redes de água e esgoto foram feitos na administração do prefeito Antonio Nunes de Moraes Júnior.

A maioria das cidades do Vale do Para-

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Privatizar é o último recurso

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Arrigo Bagattini Neto: “pode terceirizar serviços com-

plexos, mas deve-se manter o controle da autarquia”.

íba passaram seu sistema de água e esgoto paraa Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

Para BSL, o Saae tem condições de re-alizar o tratamento de esgoto. “Não acho que o Hamilton fará isso”, afirmou o ex-prefeito, acrescentando que a autarquia é um exemplo de empreendimento público vitorioso.

Na criação do Saae, o ex-prefeito lem-bra que Jacareí sofreu pressões de Brasília, que desejava todas as cidades da região nas mãos da Sabesp. Jacareí é uma das poucas cidades do Vale que possui tratamento au-tônomo. O governo federal, na época, não emprestou dinheiro para fazer a autarquia. O Saae de Jacareí foi construído totalmente com dinheiro do município.

Opinião - O promotor de Justiça da Ci-dadania, José Luiz Bednarsky, disse que o não esclarecimento de critérios na escolha das empresas que estudam o sistema de es-goto pode configurar indícios de futuro di-recionamento da licitação dessa prestação de serviço.

O estudante Gabriel Rodrigues Vergí-lio, conhecido como Graxa, do Movimento Jovens Unidos, é contra a privatização. Ele trabalha em São José dos Campos e faz um comparativo com essa cidade que é admi-nistrada pela Sabesp. Segundo ele, a Sa-besp não realiza um bom trabalho porque sempre está faltando água.

No caso do Saae, ele acha que é neces-sário realizar concursos para a autarquia repor as pessoas que faltam na realização dos serviços.

Um levantamento do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamen-to), órgão vinculado ao Ministério das Ci-dades, sobre os moradores do Vale do Para-íba atendidos pelos sistemas autônomos de água e esgoto da região, informa que estes pagam até 70% menos pelos serviços em comparação com localidades operadas pela Sabesp.

A polêmica está armada. O SindSaae distribuiu carta aberta e também utilizou a Tribuna Livre da Câmara Municipal para expor o caso aos vereadores. Os próximos passos dessa história vão depender do que a Prefeitura de Jacareí fará com os dados que sairão dos estudos encomendados.

O desafio de transformar um departa-mento de água e esgoto da prefeitura em autarquia coube ao engenheiro Arrigo Ba-gattini Neto. Ele administrou o serviço nos dois mandatos do ex-prefeito Benedicto Sérgio Lencioni (1977-1983 e 1997-2000). Bagattini diz que o Saae é viável. “A pri-vatização do sistema de esgoto deve ser o último recurso caso não tenha verba para fazer o tratamento”.

Na opinião de quem implantou o sis-tema em Jacareí, o Saae tem competência para operar o esgoto. Bagattini entende que pode terceirizar serviços complexos, mas deve-se manter o controle da autar-quia. “Eu não preciso saber fazer. Contra-to alguém que saiba”.

A implantação - Após a implantação do Saae, uma das primeiras medidas foi a instalação de hidrômetros nas casas dos moradores da cidade, para conter o des-perdício e aumentar a vazão na rede. Para dar exemplo, a casa do prefeito BSL foi a primeira a receber o equipamento. Com a instalação do hidrômetro, Bagattini conse-guiu seus primeiros objetivos à frente do

Saae. Nessa primeira gestão, ainda foram adquiridos equipamentos e a autarquia começou a funcionar como uma empresa, com engenheiros e técnicos. O sistema pas-sou de um setor falido para algo rentável.

Entre a primeira e a segunda gestão, Bagattini lembra que Nicolau Kohle, no governo Arouca, também ampliou o trata-mento de água em Jacareí.

Ao assumir a segunda administração do Saae, o serviço autônomo estava incha-do e muito burocrático nas soluções dos problemas. O engenheiro fez mudanças para que a distância entre o aparecimen-to de um problema e quem decidia fosse a menor possível. Foi nessa segunda gestão que ele contratou uma empresa para ela-borar um Plano Diretor para água e esgo-to até 2020. Esse projeto está sendo utili-zado até hoje. Através do Plano Diretor, o tratamento do esgoto foi dividido em seis)bacias (Bandeira Branca, Parque Meia-Lua, São Silvestre, Centro e São João). O tratamento está sendo feito rio acima para que a água chegue o mais limpa possível na estação de captação.

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FILÉ DE SALMÃO AO MOLHOde tomate e hortelã

INGREDIENTES

4 filés de salmão2 colheres (chá) de Mostarda DijonPimenta do reinoNuma tigela, misture o tomate com os de-mais ingredientes do molho e deixe tomar gosto. Reserve.

MOLHO2 xícaras de tomate picado2 colheres (chá) de folhas de manjericão picadas2 colheres (sopa) de cebola ralada1 colher (sopa) de hortelã picada2 colheres (chá) de suco de limão1 colher (chá) de pimentão

MODE DE PREPARO. Aqueça uma frigideira antiaderente. Pincele cada filé de salmão com a mostarda e salpique a pimenta. Coloque na frigideira e gratine - cada lado por 5 minutos - ou até ficar macio ao toque de um garfo. Aguarde 2 minutos antes de servir. Sirva regado com o molho de tomate e hortelã.

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Abril de 2011 - Buzz 15

Shibata São JoãoA nova loja da rede Shibata de Supermer-cado foi inaugurada no dia 17 de março no bairro do São João, em Jacareí. O prefeito Hamilton Ribeiro Mota, os proprietários do grupo, o padre Dimas Cornelio do Nascimento e o presidente da Câmara de Vereadores, Itamar Alves, participaram do lançamento. O novo supermercado gerou 168 empregos diretos e está instalado numa área de mais de 9 mil m2. Além do bairro do São João, a rede possui outras duas lojas, uma no centro e outro no Jardim Primavera. A região do São João conta agora com quatro diferentes super-mercados.

Jacareiense vence Copa de Tênis

O tenista Rafael Tossetto, de Jacareí, venceu a 28ª Copa Gerdau de Tênis, para atletas até 12 anos (Sub-12), ao derrotar Nicolas Caetano por dois sets a zero, com parciais de 6/4 e 6/2. A partida ocorreu no dia 27 de março em Porto Alegre. A Copa Gerdau de Tênis é uma das mais impor-tantes competições latino-americanas juvenis de tênis. Com a vitória, Rafael de-verá saltar para a 5ª colocação no ranking brasileiro dos Sub-12 e retorna aos treinos, visando à continuação do calendário do tênis juvenil.

Fotos Divulgação

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