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Reportagens sobre sacolas plasticas, o carnaval 2012 e novo cd de Fabio Fernandes

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BUZZ PÁGina 2

2 Buzz - Fevereiro de 2012

Siga-nos na grande rede. Dê sua opinião!

BUZZ. Nada mais que o necessário! Anuncie (12) 9146-9591

Ano III I Edição 23 I Fevereiro 2012

CARTA AO LEITOR

A revista Buzz é uma publicação mensal da Voz Ativa Comunicações - Diretor Geral: Mauro San Martín - Diretora Comercial: Silvia Regina Evaristo Teixeira - Editor-chefe: Mauro San Martín - DRT 24.180/SP - Repórteres: Mauro San Martín e Paulo Aparecido. Foto da capa: Kiko Sanches - Revisão: Antonia Vassique - Tiragem: 5 mil exemplares - Im-pressão: Jac Gráfi ca e Editora - Email: [email protected] - Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam necessariamente a opinião da revista ou da editora. Não é permitida a reprodução de anúncio publicitário deste número como também das edições anterio-res, exceto com autorização por escrito. POR FAVOR, RECICLE ESTA REVISTA!

O pavão e o corvo

6 Sem raízes e calendário

11 Carnaval 2012A crítica da Liga

BuzzImagens Foto: Kiko Sanches

8 O novo som de Fabinho

ACESSE - WWW.REVISTABUZZ.COM

O carnavalesco Roberto Luiz dos Santos, 60 anos, o Santão, traça um perfi l históri-co do carnaval de Jacareí desde os anos 80 numa entrevista exclusiva. Ele, por exem-plo, acha que a folia na cidade perdeu suas raízes e não possui um calendário para o ano todo. Para o carnavalesco, as escolas precisam olhar mais para a cidade.

O violeiro jacareiense Fábio Fernandes fi -cou conhecido ao se apresentar no progra-ma Raul Gil. Agora, com 17 anos, ele lan-ça seu terceiro CD para dar “novo gás” em sua carreira iniciada numa praça do Jardim Didinha, em Jacareí. O novo álbum terá lançamento nacional no programa “Viola, Minha Viola”, da TV Cultura.

“O pavão, de roda aberta em forma de le-que, dizia com desprezo ao corvo:

▬ Repare como sou belo! Que cauda, hein? Que cores, que maravilhosa plumagem! Sou das aves a mais formosa, a mais perfeita, não?

▬ Não há dúvida que você é um belo bi-cho - disse o corvo. Mas, perfeito? Alto lá!

▬ Quem quer criticar-me! Um bicho pre-to, capenga, desengraçado e, além disso, ave de mau agouro... Que falha você vê em mim, ó ti-ção de penas?

O corvo respondeu: ▬ Noto que para abater o orgulho dos

pavões a natureza lhes deu um par de patas que, faça-me o favor, envergonharia até a um pobre diabo como eu...

O pavão, que nunca tinha reparado nos próprios pés, abaixou-se e contemplou-os lon-gamente. E, desapontado, foi andando o seu caminho sem replicar coisa nenhuma”. (Mon-teiro Lobato. *Fábulas*. São Paulo, Brasiliense, 1994)

Tomo emprestada esta deliciosa fábula de Monteiro Lobato para refl etir sobre uma história a respeito de material escolar que ouvi durante a elaboração desde número da revista. Numa es-cola estadual em Jacareí, um aluno desprezou o material escolar que recebeu do governo.

O aluno que recusou os materiais pensa

como o pavão da fábula. Ele se acha no direito de desprezar porque entende que suas plumas são muito melhores. Afi nal, deve usar roupas de marcas, ouvir muitas besteiras no seu iPod e assistir todas edições do Big Brother Brasil. No entanto, o material, que pode ser o corvo, poderia também questioná-lo. Será que esse sujeito tem capacidade intelectual para usar o material? Será que frequentará todos os dias de aula justifi cando o investimento do governo na educação?

No fi nal, o aluno poderia sentir-se enver-gonhado por não ter capacidade de utilizar o material doado. Poderia ser aconselhado pelo diretor a procurar uma escola particular e com-prar material o material que deseja. Afi nal, no futuro, ele só lembrará mesmo do caderno de grife que comprou porque o conteúdo...

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RADAR

Preparando Natal 2012

Região Metropolitana

Obra do Turi recomeçado

O governador Geraldo Alckmin sancio-nou no dia 9 de janeiro, no Palácio Boa Vista, em Campos do Jordão, o Projeto de lei 66/2011, que criou a Região Metropo-litana do Vale do Paraíba e Litoral Norte. O Estado criará agora instrumentos como conselhos, fundos e agência para fomento das ações metropolitanas. As 39 cidades da região terão seus problemas solucionados em conjunto. Uma das vantagens será o va-lor de ligação local para todas as cidades da região.

Cabeça suja

Arquivo Pessoal

A promotora de eventos Rosângela Sato arrecadou mais de 500 brinquedos com familiares e comerciantes de Jacareí em 2011. A distribuição foi na Santa Casa,

Hospital São Francisco, Unidade de Pronto Atendimento e alguns bairros. Ela guardou o que sobrou para entregar no natal deste ano. Quem desejar colaborar com doação de brinquedos deve entrar em contato com Rosangela pelo fone (12) 3953-6745.

A Prefeitura de Jacareí retomou as obras de despoluição do Córrego do Túri, que visa elevar de 20% para 70% o índice de trata-mento de esgoto em Jacareí. A nova frente de trabalho deverá atingir a rua Tiradentes, no trecho entre as ruas Alzira Sales e Santa Terezinha para implantação de 104 metros do coletor-tronco, que irá recolher e trans-portar o esgoto lançado por diversos bair-ros da região central.

O vereador Edinho Guedes (PMDB) orga-nizou um mutirão para pintar a Estátua do Cristo, mas esqueceu de pintar a cabeça da imagem localizada no Cidade Jardim.

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Talento exportação

Início de ano violento O invasor do Jardim Olímpia

Divulgação

Paella na terra da cerveja

Jacareí teve um início de ano violento. Em 20 dias de 2012, nove pessoas foram assas-sinadas na cidade. Fora a morte do empre-sário paulistano Valdir Marques, todos os outros homicídios têm relação com o tráfi -co de drogas. A Polícia Militar intensifi cou o patrulhamento nos bairros.

O modelo jacareiense Rafael Moreno é uma das estrelas de uma campanha étnica juntamente com o ator de Hollywood, Roy Peter Link, que deverá ser veiculada em ci-dades da Europa (Berlin, Madrid, Moscou, Paris e Londres) no fi nal deste ano. Ele es-teve recentemente no velho continente fa-zendo as fotos para esta campanha e outras de sua agenda. Moreno foi descoberto por olheiros de agência nas ruas de Jacareí aos seis anos de idade. O talento precoce per-mitiu que ele trabalhasse com marcas fa-mosas como Forum, Alexandre Herchcovi-th, Cavalero e lojas de Jacareí. Ele também atuou em dois curtas-metragens. Segundo Moreno, após duas temporadas de trabalho na Europa, ele espera concretizar outras propostas na Ásia.

O promotor de Justiça José Luiz Bednarski solicitou abertura de inquérito para averi-guar invasão de uma área pública localiza-da na rua Antonio Pereira, Jardim Olímpia, onde uma pessoa invadiu para criar ani-mais. A reclamação é de Ivone Andrade.

O Núcleo de Jovens Empreendedores do Ciesp Jacareí reuniu 70 jovens lideranças empresariais para almoço de confraterniza-ção com o tema: “Paella na terra da cerve-ja”. A reunião ocorreu no dia 28 de feverei-ro, na sede do Ciesp Jacareí.

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ENTREVISTA / Roberto Luiz dos Santos, carnavalesco

Carnaval sem identidadeBuzzImagens

“ Podia-se dizer que essa pessoa era Santa Helena, aquela, Unidos do Álcool, este, Império. Hoje você não tem mais isso. ’’

Com 42 anos de carnaval, Santão diz que o carnaval de Jacarei perdeu sua identidade ao não utilizar a cultura popular em seus enredos

6 Buzz - Fevereiro de 2012

Buzz – Como você se envolveu com o carnaval?

Roberto Luiz dos Santos – Como sou natural de São Paulo, a minha origem é a escola Vai-Vai. Na década de 1970, formava-se o carnaval paulistano e eu desfi lei uns dez anos na Vai-Vai. Eu vim trabalhar na Embraer, em 1972, e no iní-cio dos anos 80, havia uma dissidência da Escola Mocidade, coordenada pelo Bosco, Jairo e Faria. Como eu era de São Paulo, me convidaram para a formação do Império do Samba. Ocorria também um movimento pela melhoria das escolas de samba de Jacareí. Fiquei um tempo como diretor de harmonia. Havia ain-da o Zanardi, da Nenê de Vila Matilde, que veio para Jacareí renovar os desfi les. Antes, pelo que sei, o pessoal ia para o Rio de Janeiro comprar fantasia e des-fi lar. Não havia carnaval em Jacareí. O pessoal do “Bafo da Onça” ia para o Rio comprar fantasia. A partir do Império, a ideia era criar um carnaval jacareiense.

Buzz – Qual é sua visão do carnaval jacareiense desde 1980?

Santos – Estou há 32 anos na cidade. Na época em que comecei, ocorreu um crescimento. O carnaval de Jacareí che-gou até a causar medo em Guaratinguetá, considerado um dos melhores do Vale do Paraíba. Ele cresceu muito, havia envol-vimento das comunidades e até rivalida-de entre os integrantes das escolas em fazer uma festa melhor. O pessoal paga-

O técnico de manutenção de aeronaves aposentado Roberto Luiz dos San-tos, 60 anos, conhecido

como Santão, é um apaixonado por carna-val. “É uma cultura muita rica”, afi rma. Ele desfi lou dez anos na escola paulistana Vai-Vai e está há 32 anos participando do carna-val jacareiense. Santão foi um dos respon-sáveis pelo auge dos desfi les na cidade nos anos 80. Segundo ele, o nível jacareiense chegou a preocupar Guaratinguetá, consi-derada como uma das melhores do Vale do Paraíba. Cenário muito diferente do atual porque agora as escolas de samba se reú-nem apenas no início do ano e abandona-ram temas relacionados à sua comunidade, lamenta o carnavalesco. Ele também culpa o poder público, “que não dá a devida aten-ção à folia de momo, deixando de criar, por exemplo, uma comissão para coordenar a festa durante todo o ano”.

va fantasia. Eles trabalhavam durante o ano para fazer o desfi le, independente da verba da prefeitura. Era mais cultural e melhor no sentido do envolvimento das pessoas. Podia-se dizer que essa pessoa era Santa Helena, aquela, Unidos do Ál-cool, este, Império. Hoje você não tem mais isso.

Buzz – Por que ocorreu isso?Santos – Por um lado, eu vi pessoas

trazendo a cultura do carnaval do Rio. Se você traz aquilo para uma cultura como a de Jacareí, as pessoas não entendem. Esse carnaval é feito para um outro tipo de pessoas, como os turistas, por exem-plo. As pessoas não entendem porque não é uma coisa presente no cotidiano delas. O carnaval acaba perdendo suas raízes. Um outro fato é a própria razão do carnaval. No período da ditadura mi-litar, os temas das escolas eram sobre a história do Brasil. Com o fi m da repres-são, criaram temas malucos. Isso tam-bém prejudicou. O povo se identifi cava com enredos que falavam de Tiradentes, Chica da Silva, Marquesa de Santos etc. Veio umas coisas que afastou o povo da

avenida. As pessoas não cantam mais os sambas. Perdeu a identidade. Quando você faz um tema com que a comunidade se identifi ca, há mais inteiração. O carna-val de Jacareí perdeu a identidade ao não passar a cultura popular em seus enredos. No fi m dos anos 80, ocorreu uma deca-dência. No regulamento das prefeituras, há uma cláusula impondo a necessidade de colocar certo número de pessoas por escola. Há escolas que encontram mais facilidades. Outras enfrentam difi culda-des. Teve uma época em que o Império do Samba fez uma parceria com a Unidos do Peruche, de São Paulo. Eles traziam mestre-sala e porta-bandeira para cá e levavam integrantes daqui para lá. Hoje, isso está acontecendo de novo. Com isso, você acaba deixando a sua realidade de lado porque aquele povo de lá vive a vida deles e você continua aqui.

Buzz – Como as escolas de Jacareí deveriam escolher seus enredos?

Santos – Olhar mais para a cidade. O povo daqui gosta mais de pescar, da roça e conversar. É diferente de outras cida-des. As pessoas que vão para a avenida

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Fevereiro de 2012 - Buzz 7

“Hoje, as escolas vivem em função da verba da prefeitura, que é insufi ciente”.

“A prefeitura deveria fornecer mais estrutura às escolas para elas sobreviveram com as próprias pernas”.

“Ela dá uma verba baseada não sei em quê, por des-conhecer o custo de uma fantasia”.

são mais povão. Buzz – Como está a transição de car-

navalesco dentro das escolas?Santos – Tem poucas pessoas antigas,

inclusive porque fi cou parado alguns anos. Criou-se uma característica nova. O pessoal antigo se dispersou. O pessoal novo não deu continuidade. As escolas fi rmes hoje são frutos de uma hierarquia familiar ou participação da comunidade como Santa Helena e Luz do Amanhã. Antes, o pessoal pagava fantasia e par-ticipava dos eventos promovidos pela escola. O carnaval de Jacareí é como em todo lugar. A verba saiu agora. As esco-las não tinham defi nição de nada, do que iriam fazer ou enredo. Ninguém defi niu nada porque não tinha nenhum galho para você segurar. Tem gente que não tem samba-enredo ainda.

Buzz – É possível fazer carnaval sem dinheiro público?

Santos – Não é possível porque o car-naval interessa para a cidade. Tem uma verba municipal para investir em cultura. Sem a participação da prefeitura, a massa não se mexe. O dinheiro público também deixa as escolas no mesmo patamar ao preparar o desfi le. Hoje, as escolas vi-vem em função da verba da prefeitura, que é insufi ciente. A prefeitura deveria fornecer mais estrutura às escolas para que elas caminhem com as próprias per-nas. Um lugar para ensaiar e ganhar di-nheiro. Mesmo que ela desse uma verba alta, não resolveria o problema. A cultura (Fundação Cultural de Jacareí) esquece o carnaval. Terminou o carnaval, acabou tudo. Só pensam em carnaval no mês de janeiro e fevereiro.

Buzz – O que o senhor acha da atual polêmica em torno da Liga das Escolas de Samba?

Santos – Ocorreu e sempre ocorrerá essa situação. Há necessidade da Liga para fazer a ponte entre o vocabulário das escolas de samba com o poder público. A Liga das Escolas de Samba conversa com o batuqueiro ou com o mestre-sala, coisa que os caras de lá (prefeitura) não fazem. A polêmica não é fi nanceira. O valor que a prefeitura dá é sem fundamento. Ela dá uma verba baseada não sei em quê, porque desconhece o custo para se fazer uma fantasia etc. Se não me engano, este ano é R$ 24 mil para escola de primei-ro grupo. E R$ 10 mil para as demais. Desse total, tira 10% para prováveis pe-nalidades e só entrega após o desfi le. O contrato pede, por exemplo, 250 pesso-as, três carros alegóricos para o primeiro grupo e, para o segundo, 150 pessoas, e dois carros alegóricos. Essa verba não dá para fazer o que estabelece o contrato. Por isso, há necessidade da presença da Liga para mediar esse assunto. Pelo atual estatuto da Liga, as novas escolas podem desfi lar, mas somente com recursos pró-prios. Isso ocorreu porque certas escolas e blocos entraram apenas para receber verba pública. A Prefeitura de Jacareí não reconheceu a Liga e decidiu que to-

dos têm direito aos recursos. Até outros projetos da Liga foram abandonados pela prefeitura.

Buzz – Qual seria um custo ideal para cada escola realizar um bom carnaval em Jacareí?

Santos – Eu faço fantasia. Com R$ 40,00, é possível fazer uma boa fantasia. Com sobra, acho que R$ 50 mil para as escolas de primeiro grupo e R$ 25 mil para o segundo grupo.

Buzz – Há possibilidade de as escolas se profi ssionalizarem em Jacareí?

Santos – Há escolas formadas por fa-mílias, que opinam em tudo. Há outras com muita rotatividade de administra-ção. Há necessidade de as escolas serem mais empresariais, independente de ser familiar ou não.

Buzz – E as histórias dos blocos em Jacareí?

Santos – Eles foram extintos por cau-sa de politicagem e vaidade. O respon-sável pelo bloco se tornava conhecido e acabava sendo boicotado pelo poder pú-blico ou pelo patrocinador.

Buzz – Fale das entidades que tentam organizar o carnaval em Jacareí?

Santos – Na década de 1990, criou-se a Unisamba. Ela permaneceu por alguns anos. As escolas fi caram dois anos sem nenhuma entidade responsável. No ano retrasado, criou-se a Liga das Escolas de Samba de Jacareí. Em 2012, será o segundo carnaval com participação da Liga.

Buzz – O que acha da nova avenida para desfi le das escolas?

Santos – O primeiro ano em que foi realizado o carnaval lá foi uma porcaria. Por outro lado, foi uma novidade. No ano passado, eu já gostei porque terminaram as obras da avenida. Eles melhoraram o espaço e fi cou apropriado.

Buzz – Como melhorar o carnaval em Jacareí?

Santos – Há necessidade de um tra-balho de infraestrutura. O poder público precisa reconhecer que isso faz parte do calendário. É cultura. Seria interessante criar uma comissão de carnaval perma-nente que poderia não ser a Liga, para trabalhar durante o ano. O pessoal fi ca correndo atrás da Sonia (Sonia Ferraz, presidente da Fundação Cultural de Ja-careí). Ela não tem uma estrutura para atender a todos. Se cada um vier aqui e pedir uma coisa, não pode dar certo. Um quer cadeira, o outro, palco, e assim por diante. Desse jeito ela fi cará louca. O ideal é que a Liga traga as necessida-des das escolas segundo um calendário. Necessidades gerais que poderiam não satisfazer todo mundo. Nem ela (Sonia) iria satisfazer todo mundo. Há necessida-de de uma comissão para cuidar apenas do carnaval. A Fapija é mais organizada que o carnaval de Jacareí.

Buzz – A partir de que data se deveria pensar o carnaval?

Santos – Hoje, termina o carnaval, faz-se a apuração e presta-se conta. Isso vai até março. Tem um desgaste. O ide-al é fazer um trabalho a partir do meio do ano. Se tivesse um calendário com eventos mensais ou coisa parecida, mas se fi zesse alguma coisa. O Dia Inter-nacional do Samba, comemorado dia 2 de dezembro, deveria ser um marco do movimento. Seria interessante divulgar os sambas de enredo. O ideal seria se o repasse acontecesse no meio do ano e se criasse um cronograma para o ano todo. Dia 2 de dezembro, Dia Internacional do Samba, haveria uma festa com todas as escolas. Noutro dia, escolha do rei momo. Há necessidade de um calendário ou pela Liga ou pela prefeitura. Não sou contra a prefeitura ou a Liga. É uma cri-tica construtiva.

Buzz – O que você sempre quis para o carnaval de Jacareí?

Santos – Carnaval é cultura das tradi-ções do país. Sou favorável ao carnaval que contribua culturalmente. Já respon-di questões em concursos baseado nas informações que aprendi nos sambas-enredo. Hoje, ele não contribui em nada. Ninguém entende nada. É uma bagunça. Não tem um aprofundamento.

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fÁbio fernandes:

Após seis anos sem gravar, o violeiro jacareiense Fabinho da Viola, agora Fábio Fernandes, volta com trabalho mais autoral

visual e álbum novo

Repr

oduç

ão

Sucesso do programa Raul Gil no iní-cio da década passada, Fabinho da Viola volta totalmente repaginado após seis anos sem gravar. Para começar, agora ele assina como Fábio Fernandes, e o estilo é o ser-tanejo universitário, mas a pegada caipira ainda continua presente em seu novo ál-bum – Por-do-sol. O lançamento oficial do terceiro trabalho está programado para me-ados de março no programa “Viola, Minha Viola”, da TV Cultura.

O álbum possui 15 canções, das quais 12 são inéditas e três regravações. Com mais liberdade do que nos tempos em que participou do Raul Gil, ele compôs letra e música de quase todo CD para dar início à nova fase de sua carreira. Fábio Fernandes aposta na dançante “Pra te encontrar” que, segundo ele, deverá cair no gosto do pú-blico. O vídeo da música está no Youtube.

A gravação do novo Cd ocorreu entre setembro e novembro do ano passado, no RC Studios, em São Paulo, e contou com músicos tarimbados da “Banda do Faus-tão”. A novidade do CD é a regravação do clássico “Marvada Pinga” e poup-porri de polca (Milionário e José Rico) e pagode (Tião Carreiro e Pardinho). Fábio Fernan-des diz que esse trabalho é um novo gás para sua carreira após o início no programa de calouro. Segundo ele, a partir de agora poderá também fazer shows próprios e via-jar com sua banda pelo país.

Embora o CD ainda ainda não tenha sido lançado oficialmente, a divulgação já começou. Fábio Fernandes está investindo fora do Estado de São Paulo. Ele trabalhou o novo álbum em Minas Gerais e tem via-gens marcadas para Mato Grosso, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

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Capa do novo CD de Fábio Fernandes

Letra e música de Fábio FernandesPRA TE ENCONTRAR

[ Refrão]Vi Teu sorriso em meu sonho Vi seu olharSenti o gosto doce Da sua boca a me beijarTodas as vezes que eu fecho os olhos É pra te encontrarPra te encontrar.

Nem preciso fechar os olhosPra poder te verMinha mente te procuraEu não sei não te quererNem tento, pois te amar é bom de maisEu me rendo deixar de te amar eu não sou capazTe quero aqui agoraTe desejo toda horaFicar sem te amarNão vai darEu não vou aguentar.

Vi Teu sorriso em meu sonho Vi seu olharSenti o gosto doce Da sua boca a me beijarTodas as vezes que eu fecho os olhos É pra te encontrarPra te beijar.

Vi Teu sorriso em meu sonho Vi seu olhar

Senti o gosto doce Da sua boca a me beijarTodas as vezes que eu fecho os olhos É pra te encontrarPra te encontrar.

Nem tento, pois te amar é bom de maisEu me rendo deixar de te amar eu não sou capazTe quero aqui agora,Te desejo toda hora,Ficar sem te amarNão vai darEu não vou aguentar.

Vi Teu sorriso em meu sonho Vi seu olharSenti o gosto doce Da sua boca a me beijarTodas as vezes que eu fecho os olhos É pra te encontrarPra te beijar.

Vi Teu sorriso em meu sonho Vi seu olharSenti o gosto doce Da sua boca a me beijarTodas as vezes que eu fecho os olhos É pra te encontrarPra te encontrar.

Show – De empresário novo, o cantor prepara shows para atender seus fans espa-lhados pelo Brasil. Ele explicou que can-ta de 25 a 30 músicas nas apresentações, fazendo inclusive cover dos sucessos atu-ais. A banda montada especialmente para atender a agenda de shows é composta por: Gustavo Fernandes/Mateus (sanfona), Tia-go Araújo (violão), Escurinho (percussão) e Leandro (baixo).

Assim que o trabalho começar para va-ler, Fabio Fernandes pretende gravar DVD do novo álbum numa das casas noturnas de Jacareí. Uma outra novidade é a criação de um site para mostrar sua carreira.

Menino de Ouro – Fabinho, ou ago-ra Fabio Fernandes, começou sua carreira ao se apresentar numa festa na quadra do Jardim Didinha, em Jacareí, em 2002. Seus pais lembram que ele ouviu duplas sertane-jas se apresentando no local e não pensou duas vezes: pegou a viola, pediu licença e cantou a moda “Boiada”.

A fama nacional veio com apresenta-ções no programa de Raul Gil e inúmeras outras performances na televisão. A apre-sentora do Viola, Minha Viola, Inezita Bar-roso, o considera o “menino de ouro” da música sertaneja. Em sua curta carreira, Fábio Fernandes já tocou com Sérgio Reis, Almir Sater, Chitãozinho e Xororó, Tino-co, Milionário e José Rico, entre outros. No ano passado, ele recebeu o prêmio Rozini Excelência de Viola Caipira como revela-ção solo. Vendas de CD - (12) 9751-6968

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saCoLas PLÁsTiCas

Paulo Aparecido

A Lei 5513, que proíbe uso de sacolas plásticas nos supermercados em Jacareí, de autoria do vereador Edinho Guedes (PMDB), pela reação dos consumidores parece não estar agradando muito. Para Marcílio da Silva, morador do Jardim das Indústrias, a proibição só beneficiou os supermercados. Ele acha que os supermer-cados deveriam dar opções aos clientes fornecendo sacolas alternativas ou mesmo caixas de papelão para acomodar os pro-dutos. “Na verdade, tinham que proibir tudo, até as embalagens dos produtos. Olhe o meu carrinho, está cheio de embalagens de plástico”, reclama. O vereador Edinho Guedes sai em defesa da lei e considera que muitos consumidores estão confundindo a legislação de Jacareí com o acordo entre o governador Geraldo Alcmin (PSDB) e a Apas (Associação Paulista de Supermerca-dos). “O acordo firmado entre o Governo do Estado de São Paulo e a entidade repre-sentativa dos supermercados, que entrou em vigor recentemente, não tem nada com a lei de minha autoria aprovada em 2010. O acordo do governo é totalmente contra-

Em Jacareí, proibição reflete avanço na conscientização, mas desagrada consumidor

ditório. Proíbe o fornecimento de sacolas plásticas prejudicando o consumidor e não estimula em momento algum a substituição por sacolas biodegradáveis. Na minha opi-nião, um acordo equivocado e incosisten-te”, explica.

Para o vereador, a lei de Jacareí “não proíbe nada” e é educativa. “Minha lei cria o Programa Municipal de Estímulo à Substituição das Sacola Plásticas, define linhas de atuação e cria estímulo tributário ao comércio em geral, desde que prove que substituíram a sacola plástica por uma bio-degradável (papel ou bioplástico, do milho, por exemplo).”

Para a professora Nadir Fontelles, mo-radora do centro, na falta da sacolinha plás-tica o consumidor vai utilizar sacos de lixo, também de plástico, para armazenar os re-síduos da sua residência. “Não vai adiantar nada, nem criar consciência ecológica. O que deveria ser feito é uma campanha de conscientização para a população. O hábito de depositar lixo nas sacolinhas está arrai-gado”, argumenta. Em São Paulo, parece que está funcionando. O governo afirma que há um “acordo de cavalheiros, não é lei”, e o paulista pode levar sacolinhas

plásticas biodegradáveis pagando por elas. Em Jacareí os consumidores se negam a pagar pelas embalagens. Consideram que estão pagando duas vezes, porque, segun-do alguns, o preço das sacolinhas já estava embutido no preço dos produtos.

O governo paulista e a Apas criaram um site: Tire o Planeta do Sufoco, e gas-taram milhões em propaganda. Segundo especialistas, a propaganda não explica que as biodegradáveis são vendidas pelos fabricantes aos supermercados da Apas por R$ 80 o quilo. Isso significa que cada unidade custa R$ 0,02 e os supermerca-dos vendem aos clientes por R$ 0,19. Sem contar que a Apas posa de defensora do meio ambiente.

Marcílio: sem opções

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CarnavaL 2012: A crítica da Liga

O carnaval de Jacareí sofreu um retro-cesso em sua organização quanto aos obje-tivos sociais pretendidos. Essa é a opinião do presidente da Liga que reúne escolas e blocos carnavalescos na cidade. Antônio Sérgio Eduardo não poupa críticas à orga-nização da Festa de Momo, conduzida pela Fundação Cultura de Jacareí. Nascido no berço do samba, nos fundos do barracão da Grande Rio, na cidade fluminense de Duque de Caxias, Serjão, como é conhe-cido, veio do rap para o samba mantendo o mesmo potencial crítico que o tornou re-ferência em termos de militância política e social. Suas críticas não poupam nem se-quer a escolha da Avenida Davi Lino como palco dos desfiles das escolas de samba de Jacareí. “É um equívoco. Num carnaval que tende a crescer – pelos esforços das co-munidades – realizar defiles numa avenida cheia de curvas não dá pra entender.” Ele considera que as quantias de R$ 24 mil, re-passadas para as 6 escolas do primeiro gru-po, e de R$ 10 mil para as 4 do segundo grupo não são suficientes. “Uma fantasia não sai por menos de R$ 60, e ainda há os gastos com infraestrutura para a realização do desfile”, argumenta. Em 2011 a Liga gastou os R$ 140 mil repassados pela pre-feitura em contratação de jurados (R$ 10 mil), gravação de DVDs e CDs (R$ 6 mil), troféus (R$ 1,5 mil), contabilidade e admi-nistração (R$ 2 mil) e logística (R$ 800). A Liga tem um presidente administrativo além do presidente tradicional. Isso, na opinião de Serjão, confere seriedade às en-tidades. Para ele, ao contrário de caminhar

no sentido da profissionalização, o car-naval conduzido pela prefeitura caminha para o clientelismo. “Falta política pública, infraestrutura e ações no sentido de forta-lecer o carnaval das comunidades”, acusa. Ele disse que recentemente a tradicional escola de samba Santa Helena, por falta de quadra, passou a ensaiar na pracinha do Di-dinha, mas foi proibida pela prefeitura, que alegou ilegalidade em usar espaço público para fins particulares. “Isso é um absurdo.

Todo mundo sabe que o Museu de Antro-pologia, um espaço público, realiza even-tos onde se vende bebidas alcoólicas para pessoas bem-nascidas. Aí não há proibição de uso de espaço público ?”, questiona. Para o presidente da Liga, “não interessa à prefeitura fortalecer as escolas de sam-ba, criando condições de sobrevivência das entidades sem o apoio do poder público”. O interesse seria manter as comunidades como “curral eleitoral”, argumenta.

Montagem da passarela do Samba; no destaque, o presidente da Liga

BuzzImagem Arquivo

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12 Buzz - Fevereiro de 2012

sanTa branCa: ProjeTo tira adolescentes da rua

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ção

A ociosidade dos jovens pode facilitar o contato com o mundo das drogas. O ditado é surradíssimo, mas não perde sua atualida-de: “Mente vazia, oficina do diabo”. Em ci-dades pequenas como Santa Branca, a falta do que fazer é grande. O músico santabran-quense Juan Jimenez criou o projeto Batu-cando - Formando Talentos, que fornece gratuitamente oficinas de música, dança e grafite aos jovens entre 14 e 24 anos, para oferecer ocupação após as aulas, evitando assim que muitos entrem para estatísticas da criminalidade.

A primeira turma do Batucando for-mou-se no final do ano passado, com um grande show na Praça Ajudante Braga, região central de Santa Branca. Foram 94 adolescentes que passaram pelas oficinas de percussão com instrumentos de material reaproveitados, bateria, violão, guitarra, contrabaixo, flauta, teclado, dança e gra-fite. Para este ano, as matriculas já estão

abertas e 75 vagas já foram preenchidas. Jimenez trabalha com menores desde

2000, quando fundou a “Banda de Lata”, com alunos do Peca (Programa Educacio-nal à Criança e ao Adolescente) mantido pela Prefeitura de Santa Branca. A “Ban-da de Lata” se apresentou em várias cida-des do Estado de São Paulo. Numa dessas apresentações, Jimenez contatou o pessoal na Fibria e Instituto Votorantim e falou do projeto Batucando - Formando Talentos. O Instituto entrou com 80% dos recur-sos necessários e outros 20% ficaram por conta do idealizador do projeto. Jimenez conseguiu até o momento 10% e precisa de outros parceiros para completar a con-trapartida. Além da Fibria e Instituto Voto-rantim, ele recebeu apoio das empresas JFI Sevicultura, Supermercado Brasileirinho, Capricho Veículos, SR Montagens e Loja da Flávia.

Os participantes do projeto Batucando

recebem uniforme e lanche após as aulas. Eles, acompanhados dos pais, participam de palestras sobre drogas, deveres e obri-gações, meio ambiente, higiene, puberda-de e promiscuidade, valorização familiar e outras conforme interesse durante as aulas.

O estudante Felipe Damião de Moraes Silva, de 20 anos, acha o Batucando ótimo. Ele faz aulas de bateria, violão, guitarra e contrabaixo. Silva já tocava na igreja e usa as aulas para aprimorar seus conhecimen-tos musicais. Ele contou que pretende se-guir a carreira de músico e se tivesse uma bolsa de estudo não pensaria duas vezes em aceitar. Segundo o estudante,o projeto é bom porque os coordenadores cobram desempenho escolar para continuar partici-pando das oficinas musicais.

Participantes do projeto conhecem návio em Santos

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nHoQUe de MandioCaIngredientes

1 kg de mandioca macia1 ovo2 colheres de margarinaSal à gostoFarinha de trigo – quantidade necessária até o ponto50 g de parmesão ralado

Modo de preparoCozinhar a mandioca, escorrer bem ou es-premer no espremedor. Acrescentar à man-dioca cozida, o ovo, o queijo parmesão, a margarina, sal a gosto e o trigo até o ponto de enrolar. Corte os rolinhos e os coloque na água e sal até levantar a massa. Molho – Refogar ½ quilo de carne moída misturada com cheiro verde, temperos a gosto, mais ou menos um quilo de tomate picadinho e molho de tomate à vontade. Montagem do prato – Colocar os rolinhos preparados numa travessa. Acrescente o molho e pol-vilhe com queijo ralado. Obs.: Pode trocar a carne moída por carne seca ou outro re-cheio de sua preferência.

Ingredientes

1 quilo de mandioca ralada50 g queijo ralado2 xícaras de queijo ralado3 ovos50 gramas de coco ralado1 vidro de leite de coco (metade para quei-dainha e outra para o caldo)2 colheres de trigo 1 colher cheia de margarina1 pitada de sal

Modo de preparoJuntar todos os ingredientes e mexer bem. Untar uma forma com margarina, colocar os ingredientes e assar por 30 minutos. Caldo – Levar ao fogo um copo de água, ½ copo de açúcar, meio vidro de leite de coco e deixar até ferver. Após assar a mas-sa, regar com o caldo. Para obter mais cal-do, acrescentar 1 e ½ copo de água com ½ copo de leite de coco. Usar forma média, tanto quadrada como redonda. Pode ainda fazer a queijadinha com forminhas de aço e papel manteiga.

Queijadinha

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BUZZ INAviva Brasil - 24 de janeiroIgreja Só Deus é o SenhorParque dos PrincípesOrganização Pastor Benedito Ramalho

Fotos: Kiko Sanches

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