bpi perspectivas globais e principais factores de risco - out. 2015

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4 E.E.F. Mercados Financeiros Outubro 2015 Perspectivas Globais e Principais Factores de Risco Perpectivas Globais Global . O FMI reviu em baixa o crescimento global em 0.2 pontos percentuais para 3.1% em 2015; em 2016 espera uma recuperação moderada, antecipando um crescimento de 3.6.%. Do lado das economias desenvolvidas, realça-se a boa performance da economia norte-americana e mantêm-se as expectativas de recuperação na zona euro, mas para as economias emergentes as expectativas são de abrandamento da actividade económica (em 0.6 pontos percentuais para 4.0% em 2015). O processo de transição de modelo de crescimento na China, a normalização da política monetária nos EUA e queda dos preços das commodities, justificam em grande parte o comportamento das economias emergentes. Em particular, destaca-se a perspectiva de agravamento da recessão na Rússia (-3.8%) e no Brasil (-3%), para além de uma desaceleração do crescimento da China para 6.8%. . Os factores de risco voltaram a aumentar e estão associados aos eventuais efeitos de um arrefecimento mais pronunciado da China na economia mundial. Também a eventualidade de um final desordenado da política de taxas de juro quase nulas da Reserva Federal representa um risco para o crescimento mundial, ainda que talvez mais moderado. Nas economias exportadoras de commodities, normalmente economias emergentes, o crescimento poderá ser afectado pela queda dos preços desses activos. . Pela positiva, a manutenção em níveis relativamente baixos dos preços do petróleo, a política orçamental mais neutral (sobretudo na UEM), a correcção nos balanços financeiros, e uma possível retoma mais forte que o esperado da Formação Bruta de Capital Fixo, poderão justificar crescimento acima do esperado. EUA . A última estimativa relativa ao crescimento do PIB para o segundo trimestre indica que o ritmo de expansão anualizado da economia norte-americana recuperou para 3.9%, face a uma taxa de crescimento de 0.6% no primeiro trimestre. Os indicadores económicos mais recentes têm vindo a confirmar o bom andamento da economia, embora apontem para um abrandamento das exportações e da indústria transformadora. . Incerteza quanto ao momento de inversão do pendor da política monetária nos EUA e potencial instabilidade que poderá gerar nos mercados financeiros, com impacto adverso sob os níveis de confiança e a actividade. Japão . De acordo com o Banco do Japão a economia mantém uma tendência de recuperação moderada e a taxa de inflação encontra-se ancorada em torno de zero. No entanto, há sinais de que a actividade poderá abrandar, como por exemplo, o facto de a procura industrial ter apresentado recentemente uma evolução desfavorável. Neste cenário, as estimativas apontam para que a autoridade monetária nipónica reforce as medidas não convencionais da sua política monetária. O FMI estima um crescimento de 0.6% em 2015 e de 1.0% em 2016. . Riscos para o crescimento continuam enviesados no sentido descendente, sobretudo por via do eventual arrefecimento em alguns dos principais parceiros comerciais, com destaque para a China. Z. Euro . O PIB aumentou 0.4% q/q no 2T15 (0.5% no 1T15) e 1.5% y/y (1.2% no 1T de 2015), de acordo com a segunda estimativa. O facto de os inventários terem contribuído negativamente para o crescimento é um factor positivo para a expansão no 3T. No conjunto do ano, o optimismo suportado pela política monetária do BCE, a queda dos preços do petróleo e a depreciação do euro continuam a ser factores determinantes na construção da retoma económica na área do euro, ainda que se proceda a um ritmo mais lento que o antecipado. . A primeira estimativa para a inflação em Setembro aponta para uma queda dos preços para terreno negativo (-0.1%), impulsionada pelos preços da energia. Este deverá ser o factor central na determinação dos preços na área do euro nos próximos meses, até que os efeitos de base decorrentes do baixo preço do petróleo sejam mitigados, o que deverá acontecer no final do ano. . Questões de ordem política surgem como os principais factores de risco para o crescimento. Num segundo plano surge o conflito Ucrânia-Rússia, pois cerca de 5% das exportações da UE destinam-se à Rússia e cerca de 15% do consumo de gás natural e petróleo tem origem também na Rússia. . Considera-se que a desaceleração económica na China poderá ter algum impacto na retoma económica na região do euro, embora não se esperem efeitos muito significativos. . Pela positiva, os efeitos na valorização dos activos financeiros associados ao programa de aquisição de activos de longo prazo pelo BCE contribuirão para a melhoria da confiança dos agentes económicos, dinamizando consumo e investimento.

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Análise financeira

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Page 1: BPI Perspectivas Globais e Principais Factores de Risco - Out. 2015

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E.E.F. Mercados Financeiros Outubro 2015

Perspectivas Globais e Principais Factores de Risco

Perpectivas Globais

Global . O FMI reviu em baixa o crescimento global em 0.2 pontos percentuais para 3.1% em 2015; em 2016 espera uma recuperação moderada, antecipando um crescimento de 3.6.%. Do lado das economias desenvolvidas, realça-se a boa performance da economia norte-americana e mantêm-se as expectativas de recuperação na zona euro, mas para as economias emergentes as expectativas são de abrandamento da actividade económica (em 0.6 pontos percentuais para 4.0% em 2015). O processo de transição de modelo de crescimento na China, a normalização da política monetária nos EUA e queda dos preços das commodities, justificam em grande parte o comportamento das economias emergentes. Em particular, destaca-se a perspectiva de agravamento da recessão na Rússia (-3.8%) e no Brasil (-3%), para além de uma desaceleração do crescimento da China para 6.8%.

. Os factores de risco voltaram a aumentar e estão associados aos eventuais efeitos de um arrefecimento mais pronunciado da China na economia mundial. Também a eventualidade de um final desordenado da política de taxas de juro quase nulas da Reserva Federal representa um risco para o crescimento mundial, ainda que talvez mais moderado. Nas economias exportadoras de commodities, normalmente economias emergentes, o crescimento poderá ser afectado pela queda dos preços desses activos.. Pela positiva, a manutenção em níveis relativamente baixos dos preços do petróleo, a política orçamental mais neutral (sobretudo na UEM), a correcção nos balanços financeiros, e uma possível retoma mais forte que o esperado da Formação Bruta de Capital Fixo, poderão justificar crescimento acima do esperado.

EUA . A última estimativa relativa ao crescimento do PIB para o segundo trimestre indica que o ritmo de expansão anualizado da economia norte-americana recuperou para 3.9%, face a uma taxa de crescimento de 0.6% no primeiro trimestre. Os indicadores económicos mais recentes têm vindo a confirmar o bom andamento da economia, embora apontem para um abrandamento das exportações e da indústria transformadora.

. Incerteza quanto ao momento de inversão do pendor da política monetária nos EUA e potencial instabilidade que poderá gerar nos mercados financeiros, com impacto adverso sob os níveis de confiança e a actividade.

Japão . De acordo com o Banco do Japão a economia mantém uma tendência de recuperação moderada e a taxa de inflação encontra-se ancorada em torno de zero. No entanto, há sinais de que a actividade poderá abrandar, como por exemplo, o facto de a procura industrial ter apresentado recentemente uma evolução desfavorável. Neste cenário, as estimativas apontam para que a autoridade monetária nipónica reforce as medidas não convencionais da sua política monetária. O FMI estima um crescimento de 0.6% em 2015 e de 1.0% em 2016.

. Riscos para o crescimento continuam enviesados no sentido descendente, sobretudo por via do eventual arrefecimento em alguns dos principais parceiros comerciais, com destaque para a China.

Z. Euro . O PIB aumentou 0.4% q/q no 2T15 (0.5% no 1T15) e 1.5% y/y (1.2% no 1T de 2015), de acordo com a segunda estimativa. O facto de os inventários terem contribuído negativamente para o crescimento é um factor positivo para a expansão no 3T. No conjunto do ano, o optimismo suportado pela política monetária do BCE, a queda dos preços do petróleo e a depreciação do euro continuam a ser factores determinantes na construção da retoma económica na área do euro, ainda que se proceda a um ritmo mais lento que o antecipado.. A primeira estimativa para a inflação em Setembro aponta para uma queda dos preços para terreno negativo (-0.1%), impulsionada pelos preços da energia. Este deverá ser o factor central na determinação dos preços na área do euro nos próximos meses, até que os efeitos de base decorrentes do baixo preço do petróleo sejam mitigados, o que deverá acontecer no final do ano.

. Questões de ordem política surgem como os principais factores de risco para o crescimento. Num segundo plano surge o conflito Ucrânia-Rússia, pois cerca de 5% das exportações da UE destinam-se à Rússia e cerca de 15% do consumo de gás natural e petróleo tem origem também na Rússia.. Considera-se que a desaceleração económica na China poderá ter algum impacto na retoma económica na região do euro, embora não se esperem efeitos muito significativos.. Pela positiva, os efeitos na valorização dos activos financeiros associados ao programa de aquisição de activos de longo prazo pelo BCE contribuirão para a melhoria da confiança dos agentes económicos, dinamizando consumo e investimento.

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E.E.F. Mercados Financeiros Outubro 2015

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Perspectivas Globais e Principais Factores de Risco

Perpectivas Globais

R. Unido . A ultima estimativa para o crescimento do PIB no 2T15 foi de 0.7% qoq e de 2.4% yoy. Entretanto, os indicadores de actividade fortemente correlacionados com o PIB - indicadores PMI - apresentam uma tendência de abrandamento, sugerindo que o final do ano poderá ser marcado por ritmos de crescimento mais reduzidos. O FMI estima crescimentos de 2.5% e de 2.0% em 2015 e 2016, respectivamente.

. Arrefecimento da procura global com impacto negativo no comportamento das exportações.

Portugal . O Banco de Portugal confirmou, em Outubro, a previsão de que o PIB avançará 1.7% este ano, mas reviu os contributos das diversas componentes. O contributo da procura interna para o crescimento foi revisto em alta, reflectindo um crescimento mais forte do consumo privado e também um ligeiro aumento do consumo público. Esta performance é acompanhado por um ritmo de expansão mais forte das importações, em parte, mas não totalmente, compensado por um cenário mais favorável para a exportações. Nesta medida o saldo das Balanças de bens e serviços e corrente e de capital foram revistos em baixa para 1.7% (menos 0.4 pontos percentuais do que em Junho) e para 2.3% (menos 0.6 pp), respectivamente.. No campo das finanças públicas, a análise do detalhe da informação divulgada recentemente, leva-nos a atribuir uma probabilidade elevada a que o saldo orçamental de 2015 ultrapasse os 3% do PIB (ver artigo de opinião)

. Os principais factores de risco relacionam-se com o andamento das economias externas e factores de natureza política. . A médio prazo, subsistem importantes constrangimentos e desafios, relacionados com a necessidade de reforçar o potencial de crescimento económico num contexto de prolongado esforço de consolidação orçamental.. A avaliação dos riscos associados aos cenários traçados pelas entidades externas são, na sua essência, idênticos, prendendo-se com a possibilidade de que a redução do esforço reformista e de consolidação das contas públicas se reflicta negativamente na capacidade de crescimento, tanto por via de redução do contributo do sector externo, como por via de uma deterioração das condições de financiamento da economia.

América Latina

. A economia da América Latina poderá estagnar em 2015, ou mesmo apresentar uma ligeira contracção, tal como sugerido pelas últimas projecções do FMI (-0.3% em 2015 vs. 1.3% em 2014). . Face à forte dependência das economias da região nas receitas da exportação de commodities, a desaceleração do crescimento da China e a quebra dos preços das matérias-primas, devem continuar a prejudicar o desenvolvimento da actividade na região.. O Brasil, que representa cerca de 40% do PIB da região, tem estado na frente desta desaceleração da actividade na região, prevendo-se que apresente a recessão económica mais acentuada das últimas décadas (-3% em 2015).

. Possível manutenção dos preços das commodities em níveis reduzidos e uma desaceleração mais acentuada do crescimento na China, podem contribuir para agravar as receitas fiscais e externas dos países exportadores de commodities. . A vulnerabilidade das contas externas e as perspectivas de subida das taxas de juro nos EUA devem continuar a pressionar as moedas dos países da região, em particular nos países mais expostos a uma possível saída de capitais.. Por outro lado, a melhoria das perspectivas nas economias avançadas, em particular nos EUA pode beneficiar o sector externo dos países da região

África Sub-sariana

. O crescimento da região está a ser adversamente afectado pela crise da queda dos preços das commodities, e em particular pelo agravamento do contexto económico na África do Sul e na Nigéria (sendo que estas duas economias representam mais de metade do PIB da região). Desta forma espera-se que o crescimento desacelere em 2015, para +3.8% de acordo com o FMI.. A queda dos preços do petróleo está a ter um impacto bastante severo sobre os principais exportadores da região, nomeadamente sobre a Nigéria, Angola e Zâmbia. . Por outro lado, a queda dos preços dos bens alimentares deverá continuar a ajudar os restantes países da região (nomeadamente o Quénia e o Uganda), reduzindo a factura de importações e aliviando pressões inflacionistas.

. Para os países exportadores de petróleo, apesar das medidas de ajustamento implementadas, a permanência dos preços do petróleo em níveis baixos, ameaça a sustentabilidade das finanças públicas e o crescimento económico.. Entretanto, a maioria dos países da região continua a apresentar défices externos, e portanto as suas moedas deverão continuar sob pressão, tanto nos países com câmbios flexíveis (Zâmbia e Moçambique) como em países com regimes de câmbio fixo (Nigéria e Angola). . O possível agravamento das condições de financiamento a nível global, decorrentes do ajustamento das taxas de juro nos EUA, poderá também afectar as economias mais vulneráveis a saídas de capitais (principalmente a África do Sul).

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E.E.F. Mercados Financeiros Outubro 2015

Principais Recomendações e Factores de Risco

Recomendações

M. Cambial . A indefinição tem marcado os principais câmbios nas últimas semanas. Tanto EUR/USD, como EUR/GBP e USD/JPY têm evoluído sem uma tendência de curto/médio prazo clara, embora a volatilidade nunca tenha deixado de existir, sendo uma das características deste mercado. Os câmbios têm evoluído ao sabor da divulgação dos indicadores económicos dos dois lados do Atlântico, mas o factor que está sempre presente é o início da normalização das taxas de juro por parte da Reserva Federal, tanto no sentido de poder acontecer em breve, como na perspectiva de mais um adiamento (mantém-se a especulação que poderá ocorrer em Dezembro, mas é cada vez mais provável que ocorra no início de 2016). Continuamos a defender que a actual evolução mais estável poderá dar lugar a um movimento de queda, tanto de EUR/USD como EUR/GBP e EUR/JPY, se for perceptível a subida dos juros. Assim uma atitude mais neutral dará lugar a uma maior aposta no dólar, libra e iene contra euros.

. Desilusão relativamente a atitudes e acções esperadas pelos principais bancos centrais.. Decepção com a evolução económica em alguns blocos.. Questões políticas e geopolíticas podem enviesar determinadas tendências cambiais.

M. Monetário . As taxa Euribor para os prazos até 3 meses continuam em terreno negativo e a tendência permanece enviesada no sentido de que se poderão observar novos mínimos no curto prazo. As taxas implícitas nos preços dos futuros a 3 meses indicam que novos mínimos poderão ocorrer. As perspectivas de que a taxa de inflação continue reduzida e de que a política monetária do BCE mantenha ou reforce o teor acomodatício, sugere que as taxas de curto prazo se manterão em níveis reduzidos durante grande parte de 2016. Continuamos a considerar preferível a obtenção de financiamentos em prazos curtos/médios. Do ponto de vista da aplicação de poupanças, será preferível o investimento em activos com maturidades mais alargadas de forma a capturar o prémio de maturidade (term premium).

. As taxas de curto prazo nos principais mercados internacionais continuam próximas de zero (ou negativas), alimentadas pela sinalização de que as políticas monetárias manterão um cariz acomodatício e dado que a liquidez continua elevada. O risco de um aumento substancial não esperado das taxas de mercado é reduzido.

Dív. Pública . O cenário de maior incerteza quanto ao crescimento mundial e o retorno a um ambiente de desaceleração do ritmo de crescimento dos preços voltou a beneficiar o mercado de taxa fixa, interrompendo o movimento de subida das yields. No curto-prazo é provável que as yields dos títulos de referência se mantenham em torno dos actuais níveis - 2.0% no caso dos UST a 10 anos e 0.5% no caso do Bund com o mesmo prazo - mas até ao final do ano, espera-se uma correcção gradual do movimento observado ao longo de Setembro. Este é, no entanto, um cenário incerto.

. Alteração nas expectativas de evolução da inflação e incerteza quanto ao arrefecimento da economia chinesa poderão reflectir-se num movimento menos penalizador da dívida pública. Com efeito, poderá até verificar-se um movimento de valorização dos principais títulos. No curto prazo poderá verificar-se um aumento dos prémios de risco exigidos aos títulos de dívida pública dos países da periferia da zona euro, dada a proximidade de eleições em diversas dessas economias ou perturbações pós eleitorais.

Div. Diversa . O aumento da volatilidade nos mercados financeiros condicionou as condições do mercado de dívida diversa, que se traduziu numa correcção dos Spreads da dívida, desta vez mais acentuada no mercado de dívida high-yield.. O nível de emissões recuperou em Setembro, e podem continuar elevadas nos próximos meses.. Entretanto, os investidores têm continuado a desfazer-se das suas posições no mercado obrigacionista das economias emergentes.

. A possibilidade de as empresas terem dificuldades em se refinanciarem no caso de se verificar uma correcção das yields, principalmente no segmento high yield. . Exposição a empresas do sector energético com menor qualidade creditícia. . O crescimento de intermediários financeiros não bancários (ou shadow banking).. O risco da reduzida liquidez do mercado.. Exposição aos mercados emergentes.. Relaxamento nos critérios de acesso ao crédito, traduzido num aumento de leverage loans (empréstimos a empresas bastante alavancadas) ou covenent-lite loans (empréstimos com menor protecção para o credor).

Acções . Apesar das recentes quedas nos mercados europeus, poderão voltar a registar-se valorizações nos próximos meses, dada a elevada liquidez nos mercados. As avaliações atractivas das empresas europeias podem ser uma boa oportunidade de compra, num ambiente económico e monetário mais favorável. No entanto, os receios quanto à desaceleração económica na China poderão continuar a condicionar o desempenho das bolsas europeias. . A performance americana continua a ser condicionada pelas expectativas de início de subida das taxas de juro por parte da Reserva Federal, situação que poderá continuar a afastar os investidores para os mercados europeus e japoneses.. As principais apostas mantêm-se nas empresas exportadoras europeias, nomeadamente as que assentam em negócios cíclicos. Existem condições para se manter o interesse nas áreas financeira, tecnológica, saúde e bem estar, retalho e consumo; desinteresse na energia e materiais.

. No caso americano, a possibilidade de aumento das taxas de juro até ao final do ano poderá continuar a afastar os investidores para os mercados europeus e japoneses. Ao mesmo tempo, um dólar mais forte, a manutenção dos preços do petróleo em níveis relativamente baixos e a eventual subida das taxas de juro no final do ano poderão afectar os resultados das empresas norte-americanas. . Questões políticas e geopolíticas, com destaque para a incerteza política na Grécia (ainda que o risco pareça menor do que anteriormente) e o agravamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, mantêm-se como factores de risco. . Desaceleração económica na China e novas políticas de estímulo que as autoridades chinesas possam desencadear.

Commodities . Em termos globais, permanece o cenário de oferta sem constrangimentos e uma procura globalmente estável. No mercado energético, a oferta é superior à procura; contudo, o movimento de queda acentuada dos preços levou ao fecho das explorações mais dispendiosas e, por isso, menos viáveis financeiramente, e à contracção do investimento. Um maior equilíbrio deverá permitir preços mais suportados. . Num contexto de maior volatilidade nos mercados accionistas, os metais preciosos podem voltar a atrair investidores.

. A situação económica da China, num processo de grande transformação, é de grande relevância para a totalidade dos mercados de matérias-primas dada a sua situação cimeira como produtor e consumidor..Os conflitos no Médio Oriente e no Norte de África continuam a ser factores geoestratégicos importantes.