bpi análise mercados financeiros jun.2014

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Análise de mercados financeiros

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  • ESTUDOS ECONMICOSE FINANCEIROS

    Anlise Mensal06 de Junho de 2014

    Mercados FinanceirosPaula Gonalves Carvalho

    Agostinho Leal AlvesLuisa Teixeira FelinoNuno Andr CoelhoTeresa Gil Pinheiro

    EM BUSCA DE UMA NOVA NORMAL (IDADE)

    A informao econmica continua a apontar para crescimento moderado nos principaisblocos mundiais, aceitando-se que a economia chinesa dever abrandar para uma fasquiade crescimento entre 7%-7.5%, com alicerces mais saudveis mas tambm comimplicaes no despiciendas na dinmica global. A informao revista relativa aosprimeiros trs meses do ano desapontou - o PIB norte-americano recuou 1%; a UEMcresceu 0.2%, metade do que era previsto - mas os factores climatricos, sazonais e,no caso europeu, o pior desempenho da economia gaulesa e italiana, justificaram estaevoluo, que se acredita seja temporria, antecedendo um segundo trimestre maisrobusto. Entretanto, continuam a procurar-se sinais de retoma do investimento pelosector empresarial, quer na Europa quer nos EUA, perante nveis de utilizao dacapacidade instalada prximo de valores mximos. Refira-se que, no caso Europeu, asmedidas anunciadas em Junho pelo BCE, pela sua abrangncia, podero revelar-serelevantes neste captulo.

    A comunicao dos bancos centrais tem sido o principal factor justificativo das maioresoscilaes e movimentos do cmbio do euro face ao dlar. E ao longo do ms de Maio,a perda de terreno do euro evidenciou o impacto das palavras do Presidente do BCE,que antecipou novas medidas s agora implementadas. A curto prazo, a ultrapassagemda fasquia de 1.35 pelo cmbio EUR/USD seria indicativa de uma alterao estrutural emais forte da tendncia, a favor do dlar.

    As medidas recentemente anunciadas pelo BCE devero assegurar a manuteno deum ambiente financeiro acomodatcio para famlias e empresas na UEM, sendoimportantes para acomodar os actuais nveis de expanso e evitar (ou minorar asprobabilidades de) um cenrio de estagflao ou mesmo deflao. Procuram tambmreavivar o mercado de crdito, sobretudo nos mercados mais afectados pelafragmentao financeira. No certo quais sero os resultados, dado que em parte asquedas do crdito concedido, quer a particulares quer a empresas, reflectem ausnciade procura por financiamento e desequilbrios estruturais no balano das empresas empases e sectores especficos. Trata-se de um ciclo vicioso que importa quebrar, nosendo certo que estas medidas sejam suficientes para tal.

    As taxas de juro implcitas nos ttulos de dvida pblica benchmark continuam a alcanarpatamares mnimos histricos, contrariando as previses feitas no incio do ano. Areconstituio de carteiras por investidores institucionais, que beneficiando dasvalorizaes registadas no passado recente no mercado bolsista procuram agoradiversificar a sua carteira para activos mais consistentes com as suas responsabilidadesde longo prazo, justifica parcialmente a quebra consistente de nveis de referncia. Poroutro lado, a conjugao dos esforos dos bancos centrais na prtica de polticasacomodatcias e a envolvente econmica conferem tambm suporte situao de yieldshistoricamente baixas. Nos mercados da periferia do euro, as medidas anunciadas peloBCE devero estimular uma envolvente financeira mais favorvel e contribuir paraancorar os prmios de risco em nveis baixos. Todavia, estes tornar-se-o gradualmentemais sensveis a factores polticos internos, especficos de cada pas.

    A melhoria das condies de financiamento nos pases de regio do euro, com destaquepara os pases sob alvo de recentes processos de ajustamento, dever impulsionar asvalorizaes nos mercados accionistas, evoluo que poderia ser reforada por umatendncia mais vincada de reposicionamento do euro, no sentido da sua desvalorizao.Todavia, a eventual ascenso destes mercados ter que estar assente numa tendnciaglobal tambm positiva, tendo os factores polticos e econmicos internos capacidadede impor diferenciao das tendncias.

    Nesta publicao disponibilizamos dois artigos de opinio, nomeadamente uma anliseactualizada sob o sector agrcola em Portugal, e um breve olhar sob o mercado deenergia, atendendo crescente opo pelo recurso a produtos no convencionais,designadamente o gs e petrleo de xisto.

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  • EM BUSCA DE UMA NOVA NORMAL (IDADE)

    A trajectria de crescimento econmico teima denovo em desiludir. Seja por questes climatricas,por ajustamentos nos mercados emergentes ou porfactores polticos, 2014 est de novo a revelar-seum ano em que o crescimento no brilha, poucorobusto, sem convico. No obstante existemprogressos a reportar. Efectivamente, trata-seapenas de trilhar o caminho que se antecipou apsa ecloso da crise financeira internacional de 2007-2008 e que terminar na presena de balanos maissaudveis e mais equilibrados. Atente-se que j foipercorr ido algum caminho, penoso, masdeterminante: por exemplo, nos EUA, pioneiro nesteprocesso, o endividamento das famlias desceu de137% do rendimento disponvel em 2007 para 111%em 2012 (OCDE); em Portugal, a dvida financeirados particulares passou de 130% em 2009 para116.8% em 2013 (Banco de Portugal). incertoquando terminar este perodo, se ser apenas umajustamento ou se se trata de uma novanormalidade, com razes possveis em alteraesestruturais na distribuio do rendimento. Certo que o retorno de intenes de investimento pelosector empresarial nos blocos desenvolvidosreduziria certamente as maiores incertezas.

    Nos mercados financeiros, os nveis confortveisde liquidez, crescimento baixo mas positivo eausncia de inflao, continuam a favorecer todasas c lasses de act ivos, com excepo dascommodities, mais afectadas pela desacelerao daeconomia da China. Entretanto, as medidasavanadas pelo BCE devero contribuir parafortalecer esta tendncia, na medida em queconferem fulgor adicional ao ambiente financeiroglobal. De facto, a abrangncia de medidassurpreendeu, podendo ser o elementoimpulsionador de uma recuperao mais vigorosa.

    DEPARTAMENTO DEESTUDOS ECONMICOS E FINANCEIROS

    Paula Gonalves Carvalho Economista ChefeTeresa Gil PinheiroNuno Andr CoelhoLusa Teixeira FelinoPedro Miguel Mendes

    ANLISE TCNICAAgostinho Leal Alves

    Tel.: 351 21 310 11 86 Fax: 351 21 353 56 94Email: [email protected] www.bancobpi.ptwww.bpiinvestimentos.pt/Research

  • NDICEPg.

    Perspectivas Globais e Principais Factores de Risco 04

    Principais Mercados: Recomendaes 05

    TEMAS EM DESTAQUE

    AS CONTAS PBLICAS ENTRE JANEIRO E ABRIL 07BCE ANUNCIA MEDIDAS EXTREMAS PARA COMBATER INFLAO REDUZIDA 09

    ECONOMIAS

    GLOBAL - RETOMA SEM FULGOR MAS CONSISTENTE 11PORTUGAL - INDICADORES PERMANECEM MISTOS 13ESPANHA - MAIOR DINAMISMO NA ACTIVIDADE DOMSTICA 14BRASIL - ECONOMIA VOLTA A DAR SINAIS DE ENFRAQUECIMENTO 15MXICO - CRESCIMENTO DESPONTA NO PRIMEIRO TRIMESTRE 16ANGOLA - INFLAO ATINGE NOVO MNIMO HISTRICO 17MOAMBIQUE - TAXAS DE JURO INALTERADAS PERANTE ACELERAODA INFLAO 18

    MERCADOS

    MERCADO CAMBIALEURO MAIS FRACO 19CENRIO MAIS TRANQUILO 20

    MERCADO MONETRIOFED E BCE POR CAMINHOS OPOSTOS 21

    MERCADO DE DVIDA PBLICAYIELDS SEM TRACO ASCENDENTE 22

    MERCADO DE DVIDA DIVERSACONTINUA A PROCURA POR RENTABILIDADES E AUMENTAM OS RISCOS 23

    MERCADOS ACCIONISTASNDICES ALCANAM NOVOS RECORDES 24

    MERCADO DE COMMODITIESMOVIMENTOS NO MERCADO ENERGTICO 25

    PREVISES

    Economias DesenvolvidasMercados EmergentesPrevises Econmicas do BPI 27

    Taxas de CmbioTaxas de Juro 28

    Taxas Oficiais dos Principais Bancos Centrais 29

    Taxas de Cmbio dos Mercados EmergentesTaxas de Juro dos Mercados Emergentes 30

    OPINIO

    RECENTE EVOLUO DO SECTOR AGRCOLA 31

    O SHALE NO MERCADO EUROPEU 46

    BASES DE DADOS 51

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    da

    Chin

    a, p

    elo

    impa

    cto

    da q

    ueda

    dos

    pre

    os

    das

    com

    mod

    ities

    , co

    ndi

    es d

    e fin

    ancia

    men

    to e

    xter

    no m

    ais

    rest

    ritiv

    as e

    con

    stra

    ngim

    ento

    s do

    lado

    da

    ofer

    ta.

    . To

    davi

    a, a

    per

    form

    ance

    dep

    ende

    r d

    as c

    arac

    ters

    ticas

    de

    cada

    eco

    nom

    ia,

    pode

    ndo

    as e

    cono

    mia

    s m

    ais

    fragi

    lizad

    as (

    Bras

    il, A

    rgen

    tina

    e Ve

    nezu

    ela)

    dep

    arar

    -se

    com

    um

    am

    bien

    te m

    ais

    adve

    rso.

    Por

    out

    ro la

    do,

    asec

    onom

    ias

    da A

    lian

    a do

    Pac

    fico

    (Chi

    le, C

    olm

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    Mx

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    Per

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    mai

    s ab

    erta

    s ao

    com

    rcio

    ext

    erno

    e c

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    onm

    ico o

    rient

    ado

    para

    o in

    vest

    imen

    to

    con

    tinua

    ro

    a ex

    ibir

    taxa

    s de

    cre

    scim

    ento

    mai

    s el

    evad

    ase

    a au

    men

    tar

    o se

    u co

    ntrib

    uto

    para

    o c

    resc

    imen

    to r

    egio

    nal.

    . O cr

    escim

    ento

    eco

    nm

    ico m

    ant

    m-s

    e el

    evad

    o, su

    porta

    do e

    m p

    arte

    por

    flux

    os d

    e ca

    pita

    l est

    rang

    eiro

    orie

    ntad

    ospa

    ra s

    ecto

    res

    de e

    xplo

    ra

    o de

    rec

    urso

    s m

    iner

    ais

    e pa

    ra o

    des

    envo

    lvim

    ento

    de

    infra

    -est

    rutu

    ras.

    Em

    201

    4, o

    cres

    cimen

    to d

    a ec

    onom

    ia d

    ever

    ta

    mb

    m b

    enef

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    de

    um m

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    ntex

    to e

    xter

    no p

    ara

    as e

    xpor

    ta

    es,

    nom

    eada

    men

    te d

    a re

    cupe

    ra

    o da

    s ec

    onom

    ias

    da Z

    ona

    Euro

    . Ex

    istem

    tam

    bm

    ref

    orm

    as e

    stru

    tura

    is em

    curs

    o qu

    e de

    ver

    o se

    r res

    pons

    vei

    s pel

    o au

    men

    to d

    o cr

    escim

    ento

    pot

    encia

    l em

    det

    erm

    inad

    os p

    ase

    s. A

    figur

    am-

    se m

    elho

    res

    pers

    pect

    ivas

    nos

    pa

    ses

    expo

    rtad

    ores

    de

    petr

    leo

    e n

    os p

    ase

    s m

    ais

    pobr

    es,

    o qu

    e de

    ver

    impu

    lsion

    ar o

    cre

    scim

    ento

    da

    regi

    o.

    . O ri

    tmo

    e o

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    esso

    de

    expa

    nso

    con

    tinua

    ain

    da v

    acila

    nte,

    dep

    ende

    nte

    dos

    EUA;

    ass

    ente

    no

    dese

    mpe

    nho

    dos

    mer

    cado

    s fin

    ance

    iros;

    vul

    ner

    vel

    inst

    abili

    dade

    em

    alg

    uns

    emer

    gent

    es;

    depe

    nden

    te d

    o an

    dam

    ento

    da

    econ

    omia

    da

    Chin

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    s n

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    fla

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    per

    odo

    pro

    long

    ado

    de te

    mpo

    , pod

    em tr

    aduz

    ir-se

    num

    are

    du

    o da

    s ex

    pect

    ativa

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    om im

    pact

    o na

    act

    ivid

    ade

    e no

    pes

    o da

    dv

    ida.

    . Nos

    pr

    xim

    os d

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    nos,

    o p

    roce

    sso

    de re

    tirad

    a de

    est

    mul

    os p

    ela

    Rese

    rva

    Fede

    ral p

    oder

    or

    igin

    ar p

    ertu

    rba

    es

    nos m

    erca

    dos f

    inan

    ceiro

    s, co

    m im

    pact

    o na

    eco

    nom

    ia re

    al e

    na

    conf

    ian

    a do

    s age

    ntes

    eco

    nm

    icos.

    Act

    ualm

    ente

    as e

    xpec

    tativ

    as d

    e au

    men

    to d

    os ju

    ros

    pelo

    ban

    co c

    entr

    al d

    os E

    UA e

    sto

    de

    acor

    do c

    om o

    cal

    end

    rio s

    uger

    ido

    pela

    Res

    erva

    Fed

    eral

    (a

    parti

    r de

    mea

    dos

    de 2

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    .

    . Ri

    scos

    par

    a o

    cres

    cimen

    to e

    sto

    lige

    iram

    ento

    env

    iesa

    dos

    no s

    entid

    o de

    scen

    dent

    es,

    pren

    dend

    o-se

    com

    oef

    eito

    no

    cons

    umo

    priv

    ado

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    ubid

    a do

    IVA

    ; ar

    refe

    cimen

    to c

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    s po

    der

    afe

    ctar

    exp

    orta

    es

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    as h

    ta

    mb

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    ctor

    es q

    ue p

    oder

    o r

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    se e

    m c

    resc

    imen

    to m

    ais

    forte

    : ta

    xas

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    ro r

    eias

    neg

    ativ

    as p

    odem

    impu

    lsion

    ar o

    inve

    stim

    ento

    ; po

    ssib

    ilida

    de d

    e re

    form

    a do

    impo

    sto

    sobr

    e os

    lucr

    os e

    mer

    cado

    de

    traba

    lho

    pode

    ro

    supo

    rtar

    cres

    cimen

    to.

    . In

    fla

    o re

    duzid

    a, e

    uro

    forte

    e q

    uest

    es

    de o

    rdem

    pol

    tica

    s su

    rgem

    com

    o os

    prin

    cipai

    s fa

    ctor

    es d

    e ris

    copa

    ra o

    cre

    scim

    ento

    .

    . Est

    j

    inco

    rpor

    ada

    no m

    erca

    do a

    exp

    ecta

    tiva

    de a

    ltera

    o

    de t

    axas

    de

    juro

    no

    inci

    o pr

    xim

    o an

    o, o

    que

    pode

    r c

    ompr

    omet

    er a

    rec

    uper

    ao

    da

    econ

    omia

    atra

    vs

    de c

    usto

    s de

    fina

    ncia

    men

    to m

    ais

    elev

    ados

    ..

    Aind

    a ex

    iste

    um e

    xces

    so d

    e ca

    pacid

    ade

    inst

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    a fa

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    os n

    vei

    s de

    pro

    du

    o ac

    tuai

    s ap

    esar

    da

    rpi

    dare

    cupe

    ra

    o do

    mer

    cado

    de

    trab

    alho

    . O

    inve

    stim

    ento

    em

    pres

    aria

    l con

    tinua

    dep

    rimid

    o e

    cont

    inua

    m a

    ser

    nece

    ssr

    ias

    med

    idas

    de

    aust

    erid

    ade

    para

    con

    solid

    ar a

    s co

    ntas

    pb

    licas

    .

    . Par

    ece

    esta

    r as

    segu

    rado

    o r

    egre

    sso

    no

    rmal

    iza

    o na

    form

    a de

    fina

    ncia

    men

    to d

    o se

    ctor

    pb

    lico.

    Ass

    im a

    curto

    pra

    zo, o

    s pr

    incip

    ais

    fact

    ores

    de

    risco

    est

    o r

    elac

    iona

    dos

    com

    o a

    ndam

    ento

    das

    eco

    nom

    ias

    exte

    rnas

    efa

    ctor

    es d

    e na

    ture

    za p

    olti

    ca.

    .Tod

    avia

    , a m

    dio

    pra

    zo, s

    ubsis

    tem

    impo

    rtant

    es co

    nstra

    ngim

    ento

    s e d

    esaf

    ios,

    rela

    ciona

    dos c

    om a

    nec

    essid

    ade

    de r

    efor

    ar

    o po

    tenc

    ial d

    e cr

    escim

    ento

    eco

    nm

    ico n

    um c

    onte

    xto

    de p

    rolo

    ngad

    o es

    for

    o de

    con

    solid

    ao

    ora

    men

    tal,

    a qu

    e se

    alia

    um

    cal

    end

    rio p

    olti

    co p

    oten

    cialm

    ente

    per

    turb

    ador

    des

    te e

    quil

    brio

    .

    . Num

    cen

    rio

    mai

    s op

    timist

    a, u

    m c

    resc

    imen

    to d

    os E

    UA a

    cima

    do e

    sper

    ado

    pode

    ria fa

    vore

    cer

    a pe

    rform

    ance

    da r

    egi

    o, a

    inda

    que

    atra

    vs

    das

    mel

    horia

    s de

    cre

    scim

    ento

    no

    Mxi

    co e

    na

    Amr

    ica C

    entra

    l.. O

    s pr

    incip

    ais

    risco

    s de

    scen

    dent

    es re

    lacio

    nam

    -se

    com

    o im

    pact

    o da

    sub

    ida

    das

    taxa

    s de

    juro

    nas

    eco

    nom

    ias

    avan

    ada

    s no

    s m

    erca

    dos

    finan

    ceiro

    s, e

    spec

    ialm

    ente

    se

    a re

    tirad

    a de

    cap

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    for

    feita

    de

    form

    a tu

    rbul

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    .. O

    com

    porta

    men

    to s

    er

    dife

    renc

    iado

    , dep

    ende

    ndo

    das

    cara

    cter

    stica

    s in

    trns

    ecas

    de

    cada

    eco

    nom

    ia:

    pase

    sco

    m p

    olti

    cas

    fisca

    is m

    ais

    cont

    idas

    e r

    egim

    es d

    e in

    fla

    o an

    cora

    da m

    ais

    cred

    vei

    s te

    ro

    mai

    or c

    apac

    idad

    e de

    impl

    emen

    tar

    polt

    icas

    cont

    ra c

    clica

    s pa

    ra d

    ar r

    espo

    sta

    a um

    a sit

    ua

    o de

    mai

    or v

    olat

    ilida

    de n

    os m

    erca

    dos

    finan

    ceiro

    s.

    . Os

    risc

    os p

    rend

    em-s

    e pr

    incip

    alm

    ente

    com

    o a

    grav

    amen

    to d

    as c

    ondi

    es

    de

    finan

    ciam

    ento

    a n

    vel

    glo

    bal,

    deco

    rren

    te d

    a re

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    o do

    s est

    mul

    os m

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    rio

    s da

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    rva

    Fede

    ral d

    os E

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    ue p

    oder

    af

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    r neg

    ativ

    amen

    teas

    eco

    nom

    ias

    mai

    s vu

    lner

    vei

    s a

    choq

    ues

    exte

    rnos

    (pr

    incip

    alm

    ente

    a

    frica

    do

    Sul).

    . O

    cres

    cimen

    to p

    oten

    cial p

    erm

    anec

    e em

    mui

    tos

    pase

    s lim

    itado

    pel

    a au

    snc

    ia d

    e re

    form

    as e

    stru

    tura

    is qu

    ere

    solv

    am n

    eces

    sidad

    es b

    sica

    s, p

    rincip

    alm

    ente

    a n

    vel d

    e in

    fra-e

    stru

    tura

    s, e

    pel

    a ba

    ixa

    qual

    ifica

    o

    e el

    evad

    apo

    brez

    a da

    s po

    pula

    es

    ..

    Por

    ltim

    o, o

    cre

    scim

    ento

    das

    eco

    nom

    ias

    emer

    gent

    es (

    prin

    cipal

    men

    te d

    a Ch

    ina)

    dev

    er

    desa

    cele

    rar

    eco

    ntrib

    uir

    men

    os p

    ositi

    vam

    ente

    par

    a o

    cres

    cimen

    to d

    a re

    gio

    .

  • E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014

    5

    Prin

    cipa

    is R

    ecom

    enda

    es

    e F

    acto

    res

    de R

    isco

    Reco

    men

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    esFa

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    , con

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    na

    polt

    ica m

    onet

    ria

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    razo

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    rea

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    s ta

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    cont

    inue

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    mas

    de

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    um

    long

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    com

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    nas

    , se

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    vest

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    es m

    ais

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    gada

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    pr

    mio

    de

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    urid

    ade

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    pre

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    mer

    cado

    nor

    te-a

    mer

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    tax

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    rxi

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    os p

    rincip

    ais

    mer

    cado

    s de

    senv

    olvi

    dos

    atin

    gira

    m m

    nim

    os e

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    sem

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    cte

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    de

    que

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    onet

    ria

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    mui

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    cia,

    a in

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    amb

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    rea

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    de c

    arte

    iras

    por

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    urto

    pra

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    ter-

    se-

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    duzid

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    long

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    vei

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    e d

    vida

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    erem

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    Ent

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    ular

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    o m

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    ura

    por

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    as

    valo

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    tnha

    mos

    pre

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    mos

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    com

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    pect

    ativ

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    A Eu

    ropa

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    s ai

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    esta

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    crise

    sbo

    lsist

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    de

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    , em

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    bolsa

    s no

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    mer

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    er a

    s ge

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    ras

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    ndn

    cias.

    Deve

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    stru

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    ntem

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    te p

    lano

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    stim

    ento

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    a 20

    14 e

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    s vi

    ndou

    ros,

    abr

    indo

    pers

    pect

    ivas

    de m

    ais

    cres

    cimen

    to:

    tecn

    olg

    icas,

    ind

    stria

    s, f

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    ceira

    s, s

    ade

    , m

    ater

    iais

    e ut

    ilitie

    s.

    Vrio

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    s con

    corr

    em p

    ara

    uma

    rela

    tiva

    esta

    bilid

    ade

    dos p

    reo

    s em

    201

    4: o

    mun

    do te

    r u

    ma

    perfo

    rman

    ceec

    onm

    ica m

    elho

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    as n

    o t

    o c

    ateg

    rica

    com

    o se

    pre

    via

    h a

    lgun

    s m

    eses

    atr

    s, n

    omea

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    ente

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    nve

    lda

    s ec

    onom

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    es;

    a n

    o ex

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    e sig

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    te

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    to, a

    con

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    io

    de s

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    s m

    nim

    os n

    eces

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    activ

    idad

    e

    a at

    itude

    mai

    s ad

    equa

    da.

    .Des

    ilus

    o re

    lativ

    amen

    te a

    atit

    udes

    e a

    ce

    s es

    pera

    das

    pelo

    s pr

    incip

    ais

    banc

    os c

    entra

    is..Q

    uest

    es

    geop

    olti

    cas

    pode

    m e

    nvie

    sar d

    eter

    min

    adas

    tend

    ncia

    s ca

    mbi

    ais.

    . As

    taxa

    s de

    cur

    to p

    razo

    nos

    prin

    cipai

    s m

    erca

    dos

    inte

    rnac

    iona

    is co

    ntin

    uam

    pr

    xim

    as d

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    limen

    tada

    s pe

    lasin

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    o

    do p

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    rso

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    das

    prin

    cipai

    s tax

    as d

    e ju

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    . O ri

    sco

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    ncia

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    s ta

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    redu

    zido

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    rela

    ciona

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    com

    a re

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    o do

    exc

    esso

    de

    liqui

    dez

    na z

    ona

    euro

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    tens

    o e

    ntre

    a R

    ssia

    e o

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    ses

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    te n

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    ever

    co

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  • 6E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014

  • E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014

    7

    -10,000

    -8,000

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    0

    2,000Jan Feb M ar Apr M ay Jun Jul Aug Sept Oct Nov Dec

    Observado em 2014 Aplicando mdias historicas execuo

    A trajectria de 2014 evo lui em linha com mdia hist rica

    Fonte: M in.Fin., BPI

    AS CONTAS PBLICAS ENTRE JANEIRO E ABRILTEMAS EM DESTAQUE

    O Ministrio das Finanas publicou informao relativamente execuo oramental, em sede de contabilidade pblica,referente aos quatro primeiros meses do ano. De uma forma global, a execuo est em linha com o perfil mdio deevoluo histrica, em particular aos anos desde 2011, quando se verificou um pendor mais restritivo da poltica oramental.A manter-se, esta trajectria contribuir para o alcance do saldo objectivo, -4% do PIB no final do ano. Refira-se que estaanlise no incorpora os efeitos da deciso anunciada pelo Tribunal Constitucional no final de Maio, relativa a quatromedidas do OE 2014. Todavia, observando a trajectria implcita s taxas de execuo mdias histricas, no parecehaver espao para acomodao de mais despesa.

    Saldo Oramental 2009-2014(contabilidade pblica)(milhes de euros)

    Saldo Oramental(contabilidade pblica)(milhes de euros)

    -16,000

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    Jan-Abr saldo cumulativo

    2009 2010 2011 2012

    Saldo objectivo segundo OE 2014

    2013

    Fonte: M inistrio das Finanas

    2014

    De acordo com a informao conhecida relativamente execuo oramental at Abril, as contas do Estado tmevoludo com uma trajectria semelhante que seria implcita utilizando as taxas mdias de execuo histricas,englobando dados desde 2009, como visvel no grfico da direita. O saldo acumulado da Administrao Pblica (AP) nosquatro primeiros meses do ano situou-se em cerca de -2.2 mil milhes de euros, excedendo em cerca de 250 milhes deeuros o que seria resultante da aplicao das taxas mdias de execuo histrica ao saldo objectivo em contabilidade pblicano final do ano, designadamente 7 430 milhes de euros.

    Observando o comportamento mensal acumulado do saldo da AP, no grfico da esquerda, conclui-se que a execuo de2014 est prxima dos valores registados em 2012 e 2013: este ano o dfice melhorou cerca de 298 milhes de eurosface a 2013 e piorou 98 milhes de euros relativamente a 2012; em contrapartida, a execuo nitidamente melhor face aoregisto de 2009 e 2010, quando em Abril se observavam j dfices superiores a 3 mil milhes de euros.

    Refira-se ainda que, de acordo com o padro mdio histrico e tendo em conta o saldo pblico objectivo (que funcionacomo um limiar mximo), o dfice das contas pblicas acumulado at Maio no dever exceder 1380 milhes deeuros. Repare-se que tipicamente o ms de Maio regista uma execuo favorvel, levando ao encolhimento do dficeconjunto da AP.

    Analisando as contas consolidadas da Administrao Central e da Segurana Social (deixando de fora a AdministraoRegional e Local), regista-se um encolhimento do dfice em EUR 296.9 milhes de euros em comparao com osvalores observados h um ano atrs (ver tabela). Esta melhoria reflectiu sobretudo uma boa performance da receita, queaumentou 2.4% em termos homlogos, por comparao a uma menor expanso da despesa, mais 0.8%. Refira-se, todavia,que enquanto a receita evolui acima da tendncia implcita no OE2014 (+1.7%), a despesa regista uma trajectria acima datendncia desejada: no OE2014 est inscrita uma reduo de 0.9%.

    Receitas do Estado

    Jan-Abr 2014 vs 2014 vs2013 2014 OER 2010-12 2013 2014 2010-12 2013

    Impostos Directos 16,501.8 17,141.7 3,414.6 4,504.7 4,881.3 1,466.7 376.6IRS 12,011.1 12,436.8 2,750.3 3,947.7 4,339.2 1,588.8 391.4IRC 4,480.6 4,524.7 641.9 554.8 540.6 -101.3 -14.2Impostos Indirectos 18,401.2 18,679.0 6,173.2 5,998.4 6,145.5 -27.7 147.1IVA 12,937.6 12,915.8 4,164.0 4,332.7 4,435.2 271.2 102.5Outros 5,463.6 5,763.3 2,009.2 1,665.7 1,710.3 -298.9 44.6Fonte: DGO.

  • 8E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014

    Paula Gonalves Carvalho

    TEMAS EM DESTAQUE

    AS CONTAS PBLICAS ENTRE JANEIRO E ABRIL

    O aumento da receita ficou a dever-se sobretudo expanso da colecta fiscal em 5.3% e das contribuies paraa Segurana Social, mais 4.2%. Entre os principais impostos, destaca-se a colecta de IRS, que aumentou 8.4% nos quatroprimeiros meses do ano relativamente ao perodo homlogo devido melhoria das condies no mercado de trabalho etambm em resultado do combate fraude e evaso fiscal, segundo a Direco Geral do Oramento (aumento do controlosob os impostos retidos pelas empresas em sede de IRS). A colecta de impostos indirectos aumentou 2.1%, reflexo damelhoria da actividade econmica bem como das reformas implementadas nos documentos de transporte e na facturaodas empresas, ainda de acordo com a DGO. Na tabela anterior incluem-se dados comparativos relativos s colectas dosvrios impostos, registada no subsector Estado, desde 2010. Em termos agregados verifica-se que a colecta de impostosdirectos significativamente superior aos valores mdios registados em 2010 a 2012, cerca de 1.5 mil milhes de euros,facto que reflecte essencialmente a colecta de IRS. Relativamente aos impostos indirectos, verifica-se que a colecta de IVAse situa tambm acima dos valores mdios observados desde 2010, ainda que por uma menor margem, sendo nos outrosimpostos indirectos que a comparao indica uma pior performance.

    No que diz respeito s rbricas da despesa, de destacar a reduo em 0.6% da despesa primria, isto , excluindojuros da dvida pblica. Este comportamento ficou a dever-se sobretudo contraco das remuneraes certas e permanentesdos funcionrios pblicos, menos 244 milhes de euros; queda das outras despesas correntes em 166 milhes de euros;e ao encolhimento da despesa de capital em 13 mil milhes de euros. Em contrapartida, a aquisio de bens e servios, astransferncias correntes e os juros e outros encargos contriburam para a expanso da despesa. No que diz respeito aoacrscimo verificado na rbrica de juros, refira-se que o aumento de cerca de 160 milhes de euros se fica a dever aopagamento do primeiro cupo da OT Fev 2014 bem como s operaes de recompra de dvida pblica.

    Contas consolidadas da Administrao Central e Segurana SocialPerodo: Janeiro a Abril

    Execuo acumulada Variao y/y Contributo para VHA VH implcita ao OEMilhes EUR Milhes de EUR % (em p.p.) (%)

    Receita corrente 20,000.3 467.3 2.4 2.3 2.3Receita fiscal 11,449.1 573.0 5.3 2.9 2.7

    Impostos diretos 4,881.3 376.4 8.4 1.9 3.9Impostos indiretos 6,567.8 196.6 3.1 1.0 1.7

    Contribuies de Segurana Social 6,034.2 242.1 4.2 1.2 2.7Transferncias Correntes 339.8 -410.0 -54.7 -2.1 5.3Outras receitas correntes 2,136.3 383.9 21.9 1.9 2.5

    Receita de capital 463.9 18.8 4.2 0.1 -16.6

    Receita efetiva 20,464.2 486.1 2.4 0.0 1.7

    Despesa corrente 21,562.2 202.5 0.9 0.9 -1.3Despesas com o pessoal 3,864.9 -162.0 -4.0 -0.7 -7.5

    Remuneraes Certas e Permanentes 2,809.4 -244.1 -8.0 -1.1 -13.6Abonos Variveis ou Eventuais 207.7 56.8 37.7 0.3 23.9Segurana social 847.9 25.2 3.1 0.1 10.1

    Aquisio de bens e servios 2,932.0 49.8 1.7 0.2 -9.0Juros e outros encargos 1,773.4 315.8 21.7 1.4 0.8Transferncias correntes 12,141.4 121.2 1.0 0.5 0.9Subsdios 639.9 18.8 3.0 0.1 -0.3Outras despesas correntes 185.3 -166.3 -47.3 -0.7 48.9

    Despesa de capital 1,062.5 -13.4 -1.2 -0.1 7.5Investimento 543.9 62.9 13.1 0.3 48.2Transferncias de capital 501.8 -83.2 -14.2 -0.4 -27.3

    Despesa efetiva 22,624.7 189.1 0.8 0.0 -0.9

    Saldo global -2,160.5 296.9 0.0 0.0 0.0Despesa primria 20,851.3 -126.7 -0.6 0.0 0.0Saldo corrente -1,561.9 264.8 0.0 0.0 0.0Saldo de capital -598.6 32.1 0.0 0.0 0.0Saldo primrio -387.1 612.7 0.0 0.0 0.0

    Fonte: Ministrio das Finanas.Notas: Maiores contributos desfavorveis Maiores contributos favorveis

  • E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014

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    BCE ANUNCIA MEDIDAS EXTREMAS PARA COMBATER INFLAO REDUZIDA

    O Banco Central Europeu surpreendeu pela positiva ao anunciar vrias medidas de poltica monetria numa tentativa detrazer a inflao para nveis mais prximos do objectivo de 2% e de reanimar o mecanismo de transmisso da polticamonetria para a economia real. Para alm de reduzir as principais taxas de juro, foram tambm anunciadas operaes derefinanciamento de longo prazo direccionadas para aumentar os emprstimos s empresas, foi anunciada a intensificaodos trabalhos preparatrios para a compra de ttulos ao sector privado, foi alargado o prazo no qual os bancos podemaceder a financiamento ilimitado junto do banco central e foram suspensas as operaes de esterilizao da liquidezcedida com a compra de dvida pblica ao abrigo do programa SMP iniciado em 2010.

    TEMAS EM DESTAQUE

    As taxas principais da regio foram reduzidas, com a taxadirectora a descer para 0.15% (-10 pontos base), a taxacobrada nos emprstimos overnight a ser reduzida para 0.40%(-35 pb) e a taxa aplicvel aos depsitos no banco central aser colocada em -0.10% (-10 pb). A reduo destas taxas eraj esperada pelo mercado, embora o consenso em torno dareduo da taxa dos depsitos para valor negativo no tenhasido to alargado devido incerteza e aplicao prticaassociadas. Desta forma, o BCE est efectivamente a cobrarpelos depsitos que os bancos tenham em excesso das reservasobrigatrias (a taxa negativa ser aplicvel facilidade dedepsito e s reservas excedentrias na conta corrente com obanco central). A reduo da refi ser provavelmente a medidacom menor impacto nas taxas de curto prazo, uma vez que jse encontrava bastante prxima de zero e a alterao apenasresidual. Por outro lado, a reduo da taxa dos depsitos poderdesincentivar a aplicao de recursos excedentrios no BCE e

    Principais taxas de juro da Zona Euro

    (%)

    Amortizaes de emprstimos de BCE continuam

    (EUR mil milhes)

    com recurso s reservas excedentrias

    (mdia mvel de 30 dias em EUR mil milhes)

    canalizar o excesso de reservas para a economia real ou resultar numa transferncia de capitais dos pases centrais (commaiores reservas excedentrias) para os pases perifricos (com maiores necessidades de liquidez). No entanto, pode dar-seum efeito perverso de que o custo de manter as reservas no banco central seja transferido para particulares e empresas soba forma de taxas de juro mais elevadas no crdito ou taxas de depsito mais reduzidas (principalmente nos pases comreservas em excesso no banco central), da mesma forma que poder verificar-se uma sada expressiva de capitais da regiopara outras zonas, nomeadamente Reino Unido e EUA, onde se prepara o retorno normalizao da poltica monetria.

    Paralelamente, as novas operaes de refinanciamento direccionadas de prazo alargado (TLTRO), com maturidade mximade 4 anos (com opo de amortizao antecipada ao final de 2 anos) condicionam os montantes que o sector bancrio podeobter ao saldo de emprstimos ao sector privado no financeiro. Em particular, os bancos podem obter 7% dos seus stocksde emprstimos ao sector privado no financeiro (no considerando emprstimos habitao) data de 30 de Abril de 2014,atravs de dois leiles que decorrero em Setembro e Dezembro deste ano (desde que o valor total dos emprstimos obtidosno ultrapasse os EUR 400 mil milhes). Entre Maro e Junho de 2016, os bancos podero obter financiamento nesteprograma numa base trimestral, num montante at 3 vezes os emprstimos lquidos ao sector no financeiro (novosemprstimos - amortizaes). Esta medida procura desbloquear o mecanismo de transmisso da poltica monetria, porforma a que o excesso de liquidez seja canalizado para emprstimos ao sector real. A eficcia desta medida poder, noentanto, ficar comprometida por factores relacionados com a solvncia do sector privado, na medida em que os nveis de

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    E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014

    BCE ANUNCIA MEDIDAS EXTREMAS PARA COMBATER INFLAO REDUZIDA

    TEMAS EM DESTAQUE

    Nuno Andr Coelho

    Taxas de inflao

    (taxa de variao homloga do IPC harmonizado)

    -1

    0

    1

    2

    3

    4

    Abr-10 Abr-11 Abr-12 Abr-13 Abr-14Zona Euro AlemanhaItlia Espanha Fonte: Eurostat

    Objectivo BCE

    endividamento ainda permanecem elevados. Ainda assim, estes emprstimos podero ajudar a canalizar os recursos dabanca para sectores actividade que apresentem mais dinamismo e que podero constituir o take-off de uma recuperaomais robusta da economia, como o sector exportador.

    A compra de ABS (asset-backed securities) constitui uma forma de o BCE conseguir influenciar directamente os custos definanciamento do sector privado. No entanto, dado o reduzido desenvolvimento deste mercado na regio, necessrio todoum trabalho de preparao que o BCE agora decidiu intensificar, com o objectivo de conseguir aumentar a eficcia desteinstrumento.

    Por ltimo, foi anunciada a extenso da actual lista de activos elegveis como garantia em emprstimos do BCE ao sectorbancrio at Setembro de 2018, foi alargado o perodo em que os bancos podem obter financiamento ilimitado a taxa fixanos leiles regulares efectuados pelo banco central at Dezembro de 2016 e foi suspensa a absoro de liquidez relacionadacom a compra de ttulos de dvida pblica ao abrigo do programa SMP, iniciado em 2010 e terminado em 2012 com o annciodo mais abrangente OMT (que nunca chegou a ser activado).

    A interveno do BCE poder ser suficiente para reanimar a transmisso da poltica monetria, impulsionar o crescimentodo nvel de preos e contribuir para relanar o crescimento da economia da regio. No entanto, vrios riscos persistem,nomeadamente relacionados com o elevado endividamento do sector no financeiro nos pases mais afectados pela crise dadvida soberana e com as expectativas de recuperao ainda deprimidas, que no limite podero limitar a eficcia da interveno.Por outro lado, nunca o BCE tinha adoptado uma postura to activa, com este novo pacote de medidas a aproximar-se dasmedidas apresentadas pelo Banco do Japo e pela Reserva Federal. Enquanto o ltimo j est a preparar o regresso normalizao da poltica monetria, o primeiro comea a dar sinais de estar a sair da esperiral deflacionria em que temestado mergulhado nas ltimas duas dcadas. Desta forma, a actuao do BCE constitui um bom sinal e poder ser um alviopara a procura interna europeia.

    Massa monetria na Zona Euro

    (taxa de variao homloga)

    -2

    0

    2

    4

    6

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    10

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    Abr-08 Abr-09 Abr-10 Abr-11 Abr-12 Abr-13 Abr-14Crescimento M 3 Fonte: BCE

    Valor de referncia

  • E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014

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    GLOBAL - RETOMA SEM FULGOR MAS CONSISTENTEECONOMIAS

    Global: A informao econmica publicada ao longo do ltimo ms confirma um cenrio de crescimento moderado daactividade mundial, traduzindo em parte a construo de uma tendncia positiva mas sem fulgor nas economias desenvolvidas(suportada por polticas monetrias expansionistas e condies financeiras favorveis), em parte o abrandamento no ritmode expanso das economias emergentes, com destaque para o caso chins. Genericamente, os indicadores de sentimentoapresentam-se consistentemente mais positivos, mas os de actividade revelam desempenho misto, ficando, por vezes,aqum das expectativas. Pelo seu elevado grau de correlao com a expanso do produto, destaca-se a evoluo recente dosindicadores de actividade PMI. Nas economias desenvolvidas, estes indicadores apontam para a expanso da actividadetanto no sector das manufacturas como dos servios. Nos EUA, os indicadores sugerem acelerao da actividade em ambosos sectores durante o ms de Maio, sendo que as componentes com cariz mais prospectivo apresentam dinmicas positivas,principalmente nos servios. Na indstria, a avaliao das novas encomendas e das encomendas para exportao continuamem terreno positivo, mas abrandaram ligeiramente. Na zona euro, o PMI compsito manteve-se praticamente inalterado facea Abril, indicando acelerao do ritmo de crescimento no sector dos servios e abrandamento no das manufacturas. Noentanto, este movimento resulta da evoluo desfavorvel do indicador francs, continuando as restantes economias, comdestaque para a alem, a apresentarem evolues indicativas de acelerao da actividade. Por fim, o PMI chins relativo aosector manufactureiro recuperou em Maio, aproximando-se da barreira que divide contraco de expanso da actividade.Mais, o comportamento das componentes relacionadas com a produo evoluam favoravelmente, situando-se em nveisindicativos de crescimento. Esta evoluo poder reflectir os efeitos positivos na procura interna resultantes da implementaode alguns estmulos, contudo importa ter presente que tambm a componente que avalia as encomendas recebidas doexterior apresentou melhorias, possivelmente relacionadas com a consolidao do cenrio de retoma nas economiasdesenvolvidas. No campo dos estmulos econmicos na China, refere-se que estes cobrem diversos sectores da economia,com destaque para o sector financeiro, mercado de capitais, poltica fiscal, sector da construo, principalmente direccionadopara a rea das infra-estruturas, sector exportador e servios.

    EUA: A economia contraiu mais do que o esperado no primeiro trimestre do ano, mas d sinais de que o crescimento nosegundo trimestre poder ser forte. A segunda estimativa para o PIB, apresentou uma contraco de 1% para o primeirotrimestre (taxa anualizada). Com efeito, os dados revelam que a queda resultou do contributo negativo da procura externae da reviso em baixa da acumulao de stocks, que retirou 1.62 p.p. ao crescimento trimestral. Este ltimo aspecto sugerea necessidade de reposio de stocks no segundo trimestre, o que se traduzir no fortalecimento do ritmo de expanso doPIB. Por outro lado, o crescimento do consumo privado foi revisto em alta para 3.1% face anterior estimativa de 3%,indicando que a economia est dinmica, tendo em considerao que esta componente representa cerca de 70% da economianorte americana. Assim, a reviso em baixa do crescimento do PIB, que em parte reflectiu uma correco significativa novalor dos stocks, associado ao bom desempenho dos indicadores PMI, indicador avanado e mercado de trabalho, reforama expectativa de que a economia dever recuperar no segundo trimestre do ano.

    Zona euro: A expanso do PIB no primeiro trimestre desapontou, tendo-se registado um crescimento de 0.2% emcadeia e 0.9% face ao mesmo perodo de 2013. Este comportamento reflectiu os maus desempenhos, entre outros, deFrana, Itlia, Holanda e Portugal, apenas compensado por sinais de maior robustez na Alemanha e Espanha. Nestes doispases o crescimento foi impulsionado por acelerao da procura interna. A Alemanha cresceu 0.8% nos primeiros trs mesesde 2014, o ritmo mais forte dos ltimos trs anos, em resultado da acelerao da procura interna. Em parte a melhoria daactividade domstica reflecte o bom desempenho do sector da construo (3.6% em cadeia) resultante do Inverno ameno,mas tambm o crescimento de 3.3% do investimento em maquinaria e equipamentos. Por seu turno, o consumo privadoaumentou 0.7%, tambm em cadeia.

    PMI compsito

    (pontos)

    PIB zona euro - primeiro trimestre

    Variao trimestral Variao homlogaUEM 0.2 0.9Alemanha 0.8 2.3Frana 0.0 0.8Itlia -0.1 -0.5Espanha 0.4 0.5Holanda -1.4 -0.5Portugal -0.7 1.2Fonte: Eurostat.

    35

    40

    45

    50

    55

    60

    M ai-07 Set-08 Jan-10 M ai-11 Set-12 Jan-14

    Fonte: BloombergChina EUA UEM

  • 12

    E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014

    GLOBAL - RETOMA SEM FULGOR MAS CONSISTENTE

    ECONOMIAS

    Emprego

    (tvh)

    Indicador avanado OCDE

    -6-5

    -4-3-2-1

    0123

    Dez-06 M ar-08 Jun-09 Set-10 Dez-11 M ar-13

    Fonte: EcowinUEM RU Japo EUA

    Teresa Gil Pinheiro

    -8

    -6

    -4

    -2

    0

    2

    4

    6

    8

    M ar-04 Jun-05 Set-06 Dez-07 M ar-09 Jun-10 Set-11 Dez-12 M ar-14

    Fonte: EcowinEUA RU OCDE Japo UEM

  • E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014

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    PORTUGAL - INDICADORES PERMANECEM MISTOSECONOMIAS

    PIB no 1T14 sofre queda significativa: O Produto Interno Bruto recuou 0.7% em cadeia, nos primeiros trs meses doano, surpreendendo negativamente e excedendo a mdia das previses, que apontavam para uma queda trimestral naordem de 0.1% a 0.2%. Em termos homlogos, a actividade registou uma taxa de expanso de 1.2% que compara com1.5% no final de 2013. Segundo o Instituto Nacional de Estatstica, para o abrandamento do crescimento homlogo terocontribudo a procura externa lquida, que pesou desfavoravelmente, reflexo do abrandamento das exportaes de bens eservios e do crescimento significativo das importaes. Em contrapartida, a Formao Bruta de Capital parece ter evoludopositivamente, facto que suporta um cenrio mais favorvel no futuro. A lenta reanimao do investimento , alis, suportadapelo andamento dos indicadores de confiana dos empresrios, pela evoluo dos ndices de capacidade instalada e peloandamento das importaes de bens de capital.

    No obstante, mantemos a nossa previso de crescimento anual em 2014 de 1%: De facto, atendendo aosfactores que estiveram subjacentes ao comportamento da actividade econmica nos primeiros trs meses do ano, relacionadoscom paragens de produo em alguns dos maiores exportadores nacionais, parece plausvel acreditar que ocorrer ummovimento de correco em alta no segundo trimestre do ano, sendo mesmo possvel a ocorrncia de revises aos dadosdivulgados na estimativa rpida. Refira-se que apesar da desacelerao de alguns indicadores (vendas a retalho em Abril),o comportamento dos ndices agregados de confiana e de actividade (o ndice de sentimento econmico da ComissoEuropeia est em mximos desde 2008; o indicador coincidente de actividade calculado pelo Banco de Portugal continua aapontar em sentido ascendente) sugere a retoma a uma trajectria de acelerao.

    Indicadores do lado da oferta melhoram em Abril, aps desacelerao no 1T, em linha com o ciclo de comrciointernacional: O ndice de produo industrial alisado continua a apontar para crescimento significativo - o mais acentuadodesde 2011 - com a informao mais recente (ltimo reporte ao ms de Abril) apontando para crescimento significativo apsalguns meses de desacelerao. Esta uma tendncia que ter que ser confirmada, e que dever reflectir tambm asoscilaes do comrcio internacional.

    Paula Gonalves Carvalho

    PIB em volume - variao homloga e contributospor componente(Taxa de variao homloga, mdia mvel de 3 meses (%))

    Produo industrial sugere abrandamento

    (Taxa de variao homloga, mdia mvel de 3 meses (%))

    Balana Corrente e de Capital

    (% do PIB)

    Indicadores de confiana e de actividade

    (ndice; ndice)

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    E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014

    ECONOMIAS

    ESPANHA - MAIOR DINAMISMO NA ACTIVIDADE DOMSTICA

    Detalhe do PIB no primeiro trimestre: A estimativa final para o crescimento no primeiro trimestre confirmou umcrescimento em cadeia de 0.4% e homlogo de 0.5%. Em termos homlogos, este foi o primeiro trimestre positivo, depoisde nove de contraco. A procura interna contribuiu com 0.7 pontos percentuais (p.p.) para a variao homloga, enquantoque a procura externa retirou 0.2 p.p. ao crescimento. Como se pode verificar na anlise da balana comercial a preoscorrentes, o comportamento da procura externa reflecte o maior dinamismo da procura interna que se traduziu num avanomais acentuado das importaes (9.3%, tvh) do que das exportaes (8.1%). Na procura interna, destaca-se o avano de1.6% homlogos do consumo e o abrandamento do ritmo de queda do investimento para 1.1%. Relativamente ao investimento,chama-se a ateno para o facto da sua contraco continuar a reflectir ajustamentos na construo/imobilirio, observando-se, contudo, uma dinmica muito favorvel no investimento em bens de equipamento, +11.1% homlogos, depois de teravanado 9.5% no trimestre anterior. Os indicadores de sentimento e de actividade (PMI's) para o segundo trimestre,apontam para a consolidao do novo ciclo de crescimento da economia espanhola.

    Balana comercial: O dfice da balana comercial deteriorou-se no primeiro trimestre, reflectindo um crescimento maisforte das importaes (7% em termos homlogos) do que das exportaes (3.2%). Esta evoluo traduz a reduo do saldoda balana energtica em cerca de 3 mil milhes de euros (mme). Excluindo os bens energticos, a balana comercialmelhorou cerca de 14.5% em termos homlogos, reduzindo-se o respectivo dfice para 10.9 mme, menos 2 mme do que nomesmo perodo de 2013. Em termos globais, a evoluo das exportaes reflecte uma contraco das exportaes parapases extracomunitrios (-4.3%), o que estar associado apreciao do euro e ao abrandamento do ritmo de crescimentoem algumas economias emergentes. De facto, as exportaes para a Amrica Latina, que representam 5.8% do total, e paraa sia, que representa 8.9%, estagnaram e contraram 0.3%, respectivamente. Contrariamente, as vendas dentro da UEaumentaram 7.9% e para a zona euro 13.8%. O comportamento das importaes por tipo de produto mostra maior dinamismoda procura interna, tanto nas componente consumo como investimento. De facto, as importaes de bens de equipamentocontriburam com 2 p.p. para o crescimento total das importaes e as do sector automvel com 2.7 p.p.. Os produtosqumicos contriburam com 1.1 p.p..

    Contributos para o crescimento homlogo

    (%, %)

    Sentimento econmico e PIB

    (%, ndice)

    Indicadores de Sentimento

    (ndice, ndice)

    Balana comercial

    mil milhes de euros

    Export. tvh Import. tvh Saldo tvh2013 234.2 5.2% 250.2 -1.3% -16.0 48.1%12 meses 236.1 5.0% 254.4 2.2% -18.4 23.8%1T08 48.5 3.3% 74.7 6.9% -26.2 14.3%1T09 38.5 -20.8% 50.4 -32.6% -11.9 -54.4%1T10 43.9 14.3% 56.7 12.5% -12.8 7.0%1T11 54.8 24.7% 68.0 19.9% -13.2 3.0%1T12 56.4 2.9% 67.4 -0.8% -11.0 -16.3%1T13 56.6 3.9% 60.6 -6.9% -4.0 62.0%

    No energia 53.2 - 44.4 - 8.8 -Energia 3.4 - 16.2 - -12.8 -

    1T14 58.4 3.2% 64.9 7.0% -6.5 -60.4%No energia 54.7 2.9% 50.3 13.3% 4.4 -49.8%Energia 3.7 7.5% 14.6 -9.9% -10.9 14.6%

    Fonte: Ministrio Economia Espanha, calc. BPI.

    Teresa Gil Pinheiro

  • E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014

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    BRASIL - ECONOMIA VOLTA A DAR SINAIS DE ENFRAQUECIMENTO

    ECONOMIAS

    A economia brasileira voltou a apresentar sinais de enfraquecimento da actividade, reflectindo polticas econmicas maisrestritivas, fraca confiana dos agentes econmicos e o impacto da desacelerao do crescimento na China e na Argentina.O crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2014 caiu para +0.2% q/q, face a 0.4% q/q no trimestre anterior e em termoshomlogos desacelerou para 1.9% y/y face a 2.2% y/y no quarto trimestre de 2013. Do lado da procura, o crescimento foitravado por uma contraco do consumo privado (-0.1% q/q), do investimento (-2.1% q/q) e das exportaes (-3.3% q/q),tendo sido o crescimento do consumo publico (+0.7% q/q) a nica componente a suportar o crescimento. Do lado da oferta,os sectores da agricultura e dos servios cresceram 3.6% q/q e 0.4% q/q, respectivamente, mas o sector da indstriacontraiu 0.8% q/q. Por outro lado, o PIB de 2013 foi revisto em alta para 2.5% (vs. 2.3%), como resultado da incorporaoda nova srie de ndices de produo industrial nas contas nacionais que teve efeitos retroactivos para 2013. Ainda assim, osdados do primeiro trimestre, sugerem que o crescimento de 2014 dificilmente ultrapassar os 2%.

    A inflao desacelerou em Abril para 0.67% m/m, face ao crescimento de 0.92% m/m em Maro, mas em termos anuaiscontinuou a subir (6.28% y/y em Abril, comparado com 6.15%y/y em Maro), aproximando-se novamente do limite superiordefinido pelo Banco Central de 6.5% (o BCB tem como objectivo uma taxa de inflao de 4.5% +/-2%). Desta vez, foram ospreos regulados que colocaram maior presso sobre o aumento do nvel geral dos preos, dada a menor margem demanobra do governo para controlar preos (nomeadamente da gasolina e das tarifas energticas). Na reunio de Maio, ocomit de poltica monetria do BCB decidiu manter a taxa Selic nos 11%, depois de um aumento gradual de 375 pontos basedesde Maro de 2013. Todavia, no comunicado, o BCB deixou implcito que esta interrupo poder ter sido temporria,sugerindo que depois das eleies estes aumentos podem ser retomados, especialmente se a inflao continuar a pressionar.

    A balana comercial recuperou marginalmente em Abril e Maio, registando um saldo de USD 0.5 mil milhes em Abril eUSD 0.7 mil milhes em Maio, que compara com uma dfice mdio de USD 2 mil milhes nos 3 primeiros meses do ano. Asexportaes cresceram 5% face ao ms anterior, mas em termos homlogos continuaram a contrair (-5% y/y em Maio vs. -4% y/y em Abril), reflectindo uma forte queda das exportaes para a Argentina (-25.8% y/y). Entretanto a performancenos mercados tem sido positiva mesmo depois do corte de rating pela S&P: o ndice bolsista (Ibovespa) valorizou cerca de13% desde Maro, e desde o incio do ano, o real valorizou 5.7% e as taxas de juro das obrigaes do tesouro a 10 anoscaram 81 pontos base desde o incio do ano.

    Luisa Teixeira Felino

    Crescimento das componentes do PIB

    (variao anual)

    Balana comercial

    (variao anual; mdia mvel 3 meses em milhes de dlares)

    Inflao

    (percentagem)

    IBOVESPA e Taxa genricas das obrigaes dotesouro a 10 anos(indice; percentagem)

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    E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014

    MXICO - CRESCIMENTO DESPONTA NO PRIMEIRO TRIMESTRE

    ECONOMIAS

    O PIB avanou no primeiro trimestre +0.3% q/q e 1.8% em termos homlogos, apresentando uma pequena recuperaoface ao fraco crescimento de 2013, que todavia ter ficado aqum das expectativas do mercado. A fraca recuperao daactividade econmica est contudo relacionada, antes de mais, com o fraco crescimento da economia dos EUA, durante omesmo perodo, que se reflectiu nas exportaes da indstria transformadora. Para alm disso, verificou-se uma queda dasexportaes de petrleo, enquanto no mercado interno, o consumo e o investimento devero ter feito sido afectados peloaumento dos impostos no incio do ano. Assim, a recuperao na indstria transformadora (+4.3% y/y) foi moderada e osector da construo (-2.8% y/y) continuou a pesar na retoma do crescimento do sector secundrio que apresentou umcrescimento de 1.6% y/y. O sector primrio exibiu uma taxa de crescimento mais robusta (+4.9% y/y), embora com umcontributo reduzido para o crescimento do PIB (o sector primrio representa apenas 3.5% do VAB); e o sector terciriocontinuou a crescer mas a um ritmo ainda lento face s variaes histricas.

    Os resultados do PIB do primeiro trimestre conduziram, tanto o Banco Central do Mxico como o governo, a reverem embaixa as suas estimativas para o crescimento do PIB de 2014. O Banco do Mxico baixou as projeces para 2.3%-3.3%(comparado com as previses anteriores de 3%-4%), e o governo aponta agora para um crescimento da economia de 2.7%.Ainda assim, as expectativas so de que no segundo trimestre a economia recupere consideravelmente, acompanhando atendncia que se antev para a economia dos EUA. Para alm disso, o aumento da despesa pblica atravs do programa deinvestimento dever comear a produzir efeitos, enquanto os efeitos das reformas estruturais s devero ter resultados nomdio prazo.

    A inflao desacelerou em Abril para 3.5% y/y (face a +3.8% y/y em Maro) e registou uma variao de -0.19% m/mface a +0.27% m/m em Maro. Estes dados confirmam que a tendncia de acelerao dos preos que se ter sentido noincio do ano (como resultado da introduo de medidas tributrias) ter sido temporria. Neste sentido, o Banco do Mxicona ltima reunio de Abril reviu em baixa as expectativas de inflao (prevendo que esta se dever manter abaixo dos 4%),e decidiu manter a taxa directora de poltica monetria nos 3.5%.

    A conta corrente no primeiro trimestre registou um dfice moderado de USD 4.5 mil milhes, que compara com USD 7.5mil milhes no ltimo trimestre de 2013. Entretanto em Abril, as exportaes cresceram 3.7% y/y (com uma melhorperformance no sector no-petrolfero, um sinal encorajador de que a indstria transformadora est a recuperar), e asimportaes recuaram 1.5%y/y, conduzindo a balana comercial a registar um saldo positivo de USD 510 milhes.

    Luisa Teixeira Felino

    Crescimento do PIB

    (Variao percentual anual)

    Inflao

    (variao anual)

    Balana de conta corrente

    (milhes de dlares)

    Exportaes

    (variao homloga)

  • E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014

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    ANGOLA - INFLAO ATINGE NOVO MNIMO HISTRICO

    ECONOMIAS

    O crescimento anual do nvel de preos voltou a diminuir em Abril, colocando a taxa de inflao num novomnimo histrico. Na provncia de Luanda, os preos cresceram 0.51% entre Maro e Abril, mas a variao anual do IPCdiminuiu para 7.22%, inferior ao crescimento de 7.32% em Maro e menos 1.78 pontos percentuais do que o observado emigual perodo do ano anterior. O crescimento do nvel de preos global foi principalmente influenciado pela inflao nos bensalimentares e bebidas alcolicas, que contriburam com 0.47 pontos percentuais para a inflao mensal. Nas restantesprovncias, o comportamento dos preos foi semelhante. Estes dados continuam a sugerir que a introduo da pauta aduaneirateve um impacto muito limitado sobre o nvel de preos local, embora a poltica monetria seguida pelo banco central devatambm ter contribudo para a desacelerao da inflao. A estabilidade cambial, apesar do perodo de volatilidade decorrentedo ajustamento alterao da lei cambial, tambm tem contribudo para o controlo eficaz do nvel de preos.

    Na ltima reunio de Maio, o Comit de Poltica Monetria do BNA decidiu aumentar a taxa de juro aplicvel Facilidade Permanente de Absoro de Liquidez em 25 pontos base para 1.75%. Ao manter as outras duas taxasinalteradas na reunio de poltica monetria - a taxa BNA mantm-se em 9.25% e taxa de juro aplicvel FacilidadePermanente de Cedncia de Liquidez permanece nos 10% -, esta deciso procura incentivar os bancos a depositar as suasreservas excedentrias no BNA e aumenta o valor mnimo da taxa qual os bancos esto dispostos a emprestar os fundos emexcesso a outros bancos no mercado interbancrio. As taxas LUIBOR continuam a diminuir, principalmente no prazo overnight,numa tendncia iniciada desde Julho de 2013, quando o coeficiente de reservas obrigatrias (aplicvel aos depsitos dosbancos comerciais em moeda nacional) foi reduzido de 20% para 15%. Desde que foi introduzida pela primeira vez, no finalde 2012, a taxa BNA j foi reduzida em 100 pontos base, encontrando-se actualmente nos 9.25%.

    A OCDE reviu em alta o crescimento econmico de Angola para 7.9% este ano, mais 0.1 pontos percentuaisdo que a anterior estimativa indicava. Embora inferior estimativa de 8.8% apresentada pelo Ministrio das Finanas noOramento do Estado para 2014, esta perspectiva muito optimista quando comparada com a nossa previso de 5.3% (emlinha com as previses do FMI). O crescimento da economia dever acelerar para 8.8% em 2015, segundo a instituio.Ainda seguindo o relatrio da OCDE, o crescimento da economia no ano passado ter sido de 5.1% (a nossa estimativaaponta para um crescimento de 4.5%), inferior aos 7.1% previstos inicialmente pelo governo.

    Nuno Andr Coelho

    Taxas do mercado monetrio interbancrio(LUIBOR)(percentagem anual)

    Inflao

    (Variao do IPC da cidade de Luanda)

    Taxa de cmbio

    (x kwanzas por dlar americano)

    Previses de crescimento da economia

    (var. do PIB real, %)

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    E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014

    ECONOMIAS

    MOAMBIQUE - TAXAS DE JURO INALTERADAS PERANTE ACELERAO DA INFLAO

    Nuno Andr Coelho

    O Banco de Moambique voltou a deixar inalteradas as principais taxas de juro da economia local, mantendo-se prudente face aos riscos de inflao. Na reunio de poltica monetria, decorrida no ms passado, o CPMO (Comit dePoltica Monetria do Banco de Moambique) decidiu manter as taxas de juro das facilidades permanentes de depsito ecedncia (taxas cobradas/garantidas em emprstimos/depsitos pelo prazo overnight efectuados entre as instituies decrdito e o banco central) em 1.50% e 8.25%, respectivamente, mantendo uma postura de poltica prudente perante aperspectiva de acelerao do nvel de preos. Apesar da progressiva reduo das taxas de juro desde 2011 (quando a taxade cedncia atingiu um mximo de 16.5% para combater o crescimento rpido dos preos), as taxas de juro praticadas nosemprstimos interbancrios continuam virtualmente inalteradas e as taxas dos emprstimos economia (quer nominais,quer reais, depois de descontada a inflao) mantm-se em nveis muito elevados, reflectindo a dificuldade em concedercrdito de baixo risco.

    O ndice geral de preos no consumidor na cidade de Maputo - o indicador de referncia para a polticamonetria - aumentou 0.63% em Abril (por comparao com o ms anterior) e colocou a taxa de inflao homlogaem 3.6%, representando uma estabilizao face a Maro e uma diminuio de 1.5 pontos percentuais face a Abril de 2013.Por outro lado, o indicador geral de Moambique, que agrega informao referente s cidades de Maputo, Beira e Nampula,avanou apenas 0.12%, deixando a inflao anual em 2.87%, inferior aos 3.0% de Maro. O comportamento da inflaodesde o incio do ano continua a reflectir o efeito das cheias que afectaram a produo e a circulao de produtos agrcolase o crescimento do nvel de preos na frica do Sul, o principal fornecedor de bens alimentares. Por sua vez, a ligeiradesacelerao do crescimento dos preos em Abril em parte um efeito sazonal relacionado com o incio da poca frescapropcia produo agrcola, mas tambm justificada pela estabilizao cambial face ao dlar americano e ao rand sul-africano.

    Ainda assim, os riscos de inflao no curto prazo so reduzidos, o que poder permitir ao banco centralmanter o ciclo de reduo das taxas de juro. A continuao da recente apreciao do metical contra o USD e o Randindica que o crescimento dos preos poder estar limitado no curto prazo, desde que o efeito cambial seja incorporado nospreos locais. Por sua vez, o crescimento lento do crdito concedido economia no por agora uma fonte de pressoinflacionista, o que, associado estabilizao dos preos internacionais das commodities, poder contribuir para uma reduodas taxas de juro fixadas pelo Banco de Moambique nos prximos meses.

    Taxa de inflao

    (taxa de variao homloga no ndice de preos do consumidor, %)

    Taxas de juro

    (%)

    Crdito economia

    (taxa de variao homloga, %)

    Forex

    (x meticais por rand; x meticais por dlar americano)

    0%

    3%

    6%

    9%

    12%

    15%

    18%

    Abr-10 Abr-11 Abr-12 Abr-13 Abr-14

    M oambique M aputo frica do SulFonte: INE, Statistics South Africa

    0%

    5%

    10%

    15%

    20%

    25%

    M ar-10 M ar-11 M ar-12 M ar-13 M ar-14BT 91 dias Emprstimos 1 anoFac. cedncia M AIBOR overnightFac. depsito Fonte: Banco de M oambique

    -40%

    -20%

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    M ar-10 M ar-11 M ar-12 M ar-13 M ar-14

    Total M oeda nacional M oeda estrangeira

    Fonte: Banco de M oambique

    2.5

    2.7

    2.9

    3.1

    3.3

    3.5

    3.7

    M ai-12 Jul-12 Out-12 Dez-12 M ar-13 Jun-13 Ago-13 Nov-13 Fev-14 M ai-1426

    27

    28

    29

    30

    31

    32

    33

    ZAR/M ZN USD/M ZN (ELD)Fonte: Bloomberg

  • E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014

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    MERCADOS MERCADO CAMBIAL

    EURO MAIS FRACO

    No foi surpresa para analistas e operadores de mercado o surgimento de medidas de poltica monetriaintroduzidas pelo Banco Central Europeu na reunio de Junho, aps anteriores sinalizaes deixadas por MarioDraghi. De forma antecipada (como caracterstica dos mercados), o EUR/USD foi testando nveis de suporte(o mais importante, 1.3671) e rapidamente deixou o patamar 1.39 para 1.35 (-3.0%). De lembrar que globalmenteo mercado ainda se encontra longo em euros, sendo necessrio o cmbio vir mais abaixo para se iniciarem alteraes decenrio. Acreditamos que existem inmeros stop-losses abaixo de outro importante ponto de suporte, 1.3475 que, casovenha a ser testado e quebrado, confirmar a inverso da tendncia anterior (que era bullish) e levar execuo dessasordens e a um movimento mais expressivo de queda do cmbio ncora. As medidas do BCE em si e a sua repercusso aonvel de liquidez no sistema sero avaliados (podem ficar aqum do esperado pelo mercado) e criaro invariavelmentevolatilidade.

    Perante a libra e o iene, o euro tem vindo igualmente a perder valor. No 1 caso, no EUR/GBP, a tendncia de quedatem sido uma constante desde meados do ano passado, chegando recentemente perto de 0.80 (de 0.8770 em Agosto,chegou-se a 0.8070 em finais de Maio, -8.0%); no EUR/JPY, assiste-se a uma paragem na c