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Estudos Económicos e Financeiros Análise Mensal 09 de Fevereiro de 2015 Mercados Financeiros Paula Gonçalves Carvalho Agostinho Leal Alves Luisa Teixeira Felino Pedro Miguel Mendes Teresa Gil Pinheiro Vânia Patrícia Duarte As Previsões de Inverno Na actualização do cenário macroeconómico de Inverno, a Comissão Europeia reviu em alta as suas projecções de crescimento económico para os países da zona euro, que apenas em 2015 deverão ultrapassar os patamares de riqueza gerada antes da crise financeira internacional de 2007/08. O sentido da revisão de crescimento não deixa de ser também marcante, na medida em que se trata da primeira instituição supranacional a efectuar uma revisão em alta do cenário para o PIB. A Comissão espera agora que, em conjunto, os países da UEM registem um crescimento de 1.3% e 1.9% em 2015-16, que compara com 1.1% e 1.7%, respectivamente, nas previsões de Outono. Todavia, ainda é cedo para afirmar que a actividade económica vai acelerar sustentadamente. De facto, evidenciando as dúvidas que ainda persistem e os factores de risco que prevalecem, recentemente o Fundo Monetário Internacional reviu em baixa o crescimento da região, para +1.2% e +1.4%, para os mesmos anos. Mais do que discutir ritmos exactos de crescimento esperado, importa reconhecer que a tendência é positiva e, pela primeira vez desde há algum tempo, confluem vários factores de suporte e estímulo à actividade nas economias desenvolvidas – políticas monetárias amplamente laxistas, políticas fiscais mais neutrais, depreciação do câmbio (no caso da UEM) e, sobretudo, preços do petróleo mais baixos. Todavia, não há certezas quanto ao funcionamento dos mecanismos de transmissão habituais. Efectivamente, para além dos riscos de natureza política, crescem os receios de regresso da instabilidade nos mercados financeiros num ambiente de evidente dependência da ampla almofada de liquidez e das políticas monetárias ultra-expansionistas. Acresce referir que se é certo que os níveis de alavancagem desceram em alguns países e em alguns sectores (no sector privado dos países periféricos, por exemplo), os montantes de dívida global aumentaram. Nalguns casos por aumento da dívida pública (caso de Portugal, por exemplo), noutros pelo reforço da posição de instituições não reguladas em alguns países: caso do shadow-banking na China. O euro aproximou-se de valores mínimos relativamente ao dólar, em torno de 1.10, na sequência do anúncio do programa de medidas quantitativas pelo BCE, mais vasto que o antecipado. Apesar da correcção que se seguiu, a moeda europeia tenderá a manter-se condicionada pela situação de ampla liquidez e distância da expectativa de possível inversão do ciclo de taxas de juro na Europa. A paridade funcionará como um importante polo de atracção a médio prazo, sobretudo se as actuais políticas forem percepcionadas como não sendo suficientes para estimular o crescimento e o emprego. A Reserva Federal acrescentou a leitura e avaliação das condições financeiras internacionais à sua lista de factores a monitorar e a ter em conta antes da decisão de subir as suas taxas de referência. Sinal de que as autoridades monetárias receiam eventuais picos de instabilidade nos mercados financeiros internacionais numa situação de quase esgotamento das políticas tradicionais. Entretanto, na região do euro, o BCE iniciará em Março a compra de activos de dívida pública. As taxas de juro implícitas dos títulos benchmark continuam em mínimos e observa-se um crescente número de países e maturidades em que as respectivas yields se encontram em terreno negativo. Este comportamento reflecte o teor ultra-acomodatício da política monetária, inflação em níveis reduzidos e perspectivas de que os níveis neutrais das taxas juro sejam mais baixos neste ciclo face a anteriores. Até final do ano, as taxas de juro de longo prazo manter-se-ão baixas, mas espera- se a construção de uma tendência de inversão, tirando partido dos esperados efeitos positivos do QE europeu na confiança dos agentes económicos. A queda dos preços dos títulos soberanos será muito moderada e mais evidente nos EUA do que na zona euro. Numa envolvente dominada de forma crescente pela ampla liquidez no sistema financeiro, as bolsas europeias tenderão a beneficiar. Efectivamente, o sector empresarial europeu deverá tirar partido de uma moeda mais enfraquecida, ancoragem de custos de financiamento em valores mínimos, expectativa de redução do grau de fragmentação financeira e preços dos combustíveis em valores mínimos. Em contrapartida, nos EUA teme-se o impacto da apreciação do dólar nos resultados das empresas, dada a sua exposição aos mercados externos. Nesta publicação analisa-se, em artigo de opinião, "A Importância da Fileira Florestal".

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Análise de mercados financeiros

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Estudos Económicos e Financeiros

Análise Mensal09 de Fevereiro de 2015

Mercados FinanceirosPaula Gonçalves Carvalho

Agostinho Leal AlvesLuisa Teixeira Felino

Pedro Miguel MendesTeresa Gil Pinheiro

Vânia Patrícia Duarte

As Previsões de Inverno

Na actualização do cenário macroeconómico de Inverno, a Comissão Europeia reviu em alta as suas projecções de crescimento económico para os países da zona euro, que apenas em 2015 deverão ultrapassar os patamares de riqueza gerada antes da crise financeira internacional de 2007/08. O sentido da revisão de crescimento não deixa de ser também marcante, na medida em que se trata da primeira instituição supranacional a efectuar uma revisão em alta do cenário para o PIB. A Comissão espera agora que, em conjunto, os países da UEM registem um crescimento de 1.3% e 1.9% em 2015-16, que compara com 1.1% e 1.7%, respectivamente, nas previsões de Outono. Todavia, ainda é cedo para afirmar que a actividade económica vai acelerar sustentadamente. De facto, evidenciando as dúvidas que ainda persistem e os factores de risco que prevalecem, recentemente o Fundo Monetário Internacional reviu em baixa o crescimento da região, para +1.2% e +1.4%, para os mesmos anos.

Mais do que discutir ritmos exactos de crescimento esperado, importa reconhecer que a tendência é positiva e, pela primeira vez desde há algum tempo, confluem vários factores de suporte e estímulo à actividade nas economias desenvolvidas – políticas monetárias amplamente laxistas, políticas fiscais mais neutrais, depreciação do câmbio (no caso da UEM) e, sobretudo, preços do petróleo mais baixos. Todavia, não há certezas quanto ao funcionamento dos mecanismos de transmissão habituais. Efectivamente, para além dos riscos de natureza política, crescem os receios de regresso da instabilidade nos mercados financeiros num ambiente de evidente dependência da ampla almofada de liquidez e das políticas monetárias ultra-expansionistas. Acresce referir que se é certo que os níveis de alavancagem desceram em alguns países e em alguns sectores (no sector privado dos países periféricos, por exemplo), os montantes de dívida global aumentaram. Nalguns casos por aumento da dívida pública (caso de Portugal, por exemplo), noutros pelo reforço da posição de instituições não reguladas em alguns países: caso do shadow-banking na China.

O euro aproximou-se de valores mínimos relativamente ao dólar, em torno de 1.10, na sequência do anúncio do programa de medidas quantitativas pelo BCE, mais vasto que o antecipado. Apesar da correcção que se seguiu, a moeda europeia tenderá a manter-se condicionada pela situação de ampla liquidez e distância da expectativa de possível inversão do ciclo de taxas de juro na Europa. A paridade funcionará como um importante polo de atracção a médio prazo, sobretudo se as actuais políticas forem percepcionadas como não sendo suficientes para estimular o crescimento e o emprego.

A Reserva Federal acrescentou a leitura e avaliação das condições financeiras internacionais à sua lista de factores a monitorar e a ter em conta antes da decisão de subir as suas taxas de referência. Sinal de que as autoridades monetárias receiam eventuais picos de instabilidade nos mercados financeiros internacionais numa situação de quase esgotamento das políticas tradicionais. Entretanto, na região do euro, o BCE iniciará em Março a compra de activos de dívida pública.

As taxas de juro implícitas dos títulos benchmark continuam em mínimos e observa-se um crescente número de países e maturidades em que as respectivas yields se encontram em terreno negativo. Este comportamento reflecte o teor ultra-acomodatício da política monetária, inflação em níveis reduzidos e perspectivas de que os níveis neutrais das taxas juro sejam mais baixos neste ciclo face a anteriores. Até final do ano, as taxas de juro de longo prazo manter-se-ão baixas, mas espera-se a construção de uma tendência de inversão, tirando partido dos esperados efeitos positivos do QE europeu na confiança dos agentes económicos. A queda dos preços dos títulos soberanos será muito moderada e mais evidente nos EUA do que na zona euro.

Numa envolvente dominada de forma crescente pela ampla liquidez no sistema financeiro, as bolsas europeias tenderão a beneficiar. Efectivamente, o sector empresarial europeu deverá tirar partido de uma moeda mais enfraquecida, ancoragem de custos de financiamento em valores mínimos, expectativa de redução do grau de fragmentação financeira e preços dos combustíveis em valores mínimos. Em contrapartida, nos EUA teme-se o impacto da apreciação do dólar nos resultados das empresas, dada a sua exposição aos mercados externos.

Nesta publicação analisa-se, em artigo de opinião, "A Importância da Fileira Florestal".

As Previsões de Inverno

Embora distante dos ritmos históricos de crescimento, gradualmente os cenários vão assumindo contornos mais optimistas reflectindo a confluência de vários factores de suporte à actividade, nomeadamente nas economias desenvolvidas.

Nos mercados financeiros, aumenta o grau de divergência das políticas monetárias dos três maiores bancos centrais, pois enquanto a Reserva Federal encerrou as aquisições de títulos de dívida e se prepara para aumentar taxas, o Banco do Japão continua activamente a aumentar o seu balanço e o BCE prepara-se para iniciar a sua política de estímulo quantitativo. Neste contexto, que se prolongará nos próximos meses, as taxas de juro vão manter-se próximo de zero ou em valores negativos e a volatilidade cambial será uma constante.

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS ECONÓMICOS E FINANCEIROS Paula Gonçalves Carvalho Economista ChefeTeresa Gil PinheiroLuísa Teixeira FelinoPedro Miguel MendesVânia Patrícia Duarte

Análise TécnicaAgostinho Leal Alves

Tel.: 351 21 310 11 86 Fax: 351 21 353 56 94 Email: [email protected] www.bancobpi.pt www.bpiinvestimentos.pt/Research

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

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ÍNDICE Pág.

Perspectivas Globais e Principais Factores de Risco 04

Principais Mercados: Recomendações 05

Temas em destaque

O Programa do BCE - Impacto na dívida pública portuguesa 07Previsões de Inverno - Mais crescimento mas ainda muitas sombras 11Suiça - Fim da indexação do franco suíço ao euro 12

Economias

Global - Crescimento revisto em alta nas economias desenvolvidas 15Zona Euro - FMI reviuem baixa as previsões de crescimento económico 16Portugal - Os recados do FMI 17Espanha - Bom desempenho em 2014 18Brasil - Banco Central volta a aumentar a taxa Selic 19México - Resiliência da economia apesar da queda dos preços do petróleo 20Angola - Orçamento rectificativo deve ser aprovado no final de Fevereiro 21Moçambique - Factores climatéricos afectam a actividade no início do ano 22África do Sul - PMI e Inflação apontam para início de ano positivo 23

Mercados

Mercado CambialEUR/USD menos pressionado depois do registo de novo mínimo 25Ainda a Rússia... 26

Mercado de Dívida PúblicaNovos Mínimos 27

Mercado de Dívida DiversaOptimismo no mercado de dívida corporativa europeu mantém-se 28

Mercados AccionistasSerá que a Europa consegue seduzir os investidores? 29

Mercados de Commodities Preços do petróleo abaixo dos USD70 face a inatctividade da OPEP 30 Previsões

Economias DesenvolvidasMercados Emergentes Previsões Económicas do BPI 33

Taxas de Câmbio Taxas de Juro 34Taxas Oficiais dos Principais Bancos Centrais 35

Taxas de Câmbio dos Mercados Emergentes Taxas de Juro e Spreads dos Mercados Emergentes 36

Opinião

A Importância da Fileira Florestal 37 Bases de Dados 47

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E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

Perpectivas Globais e Principais Factores de Risco

Perpectivas Globais Factores de RiscoGlobal . O crescimento económico global poderá acelerar de forma moderada em 2015-16, beneficiando de uma gradual

melhoria das economias desenvolvidas, sobretudo nos EUA. A queda do preços do petróleo deverá ser o principal factor de suporte, na medida em que terá um efeito positivo no rendimento das famílias e nos custos das empresas. De acordo com as previsões de Inverno da Comissão Europeia, a economia mundial deverá avançar 3.6% em 2015 e 4% em 2016, depois de em 2014 ter crescido 3.3%. Embora evidenciando crescimentos mais moderados face a um passado recente, é esperado uma ligeira aceleração do ritmo de expansão das economias emergentes. Depois de um avanço de 4.4% em 2015, a CE antecipa taxas de crescimento de 5% e 5.3% em 2015 e 2016, respectivamente. Nestas economias observar-se-ão comportamentos díspares, na medida em que os exportadores de petróleo serão prejudicados pela redução do respectivo preços.

. Os factores de ordem política condicionam o cenário de crescimento, podendo fazer descarrilar a recuperação global, mais fraca que o esperado. A confiança das empresas poderá ser abalada, fazendo recuar as intenções de realizar investimentos e novas contratações, sobretudo na Europa, geograficamente mais próxima de zonas de instabilidade; a confiança das famílias poderá também ser negativamente afectada.. A nova fase da política da Reserva Federal poderá gerar instabilidade nos mercados financeiros internacionais, descarrilando a retoma ainda frágil. O espectro da deflação continuará a ditar as opções de política económica nos tempos mais próximos.. Pela positiva, a baixa dos preços do petróleo induz uma reafectação de riqueza a favor dos maiores consumidores (importadores) líquidos e em detrimento dos países que são excedentários desta commodity. Grosso modo, contribui para suportar a actividade global, dado que os principais motores (EUA, UEM, Japão, China) são consumidores (importadores) líquidos.

EUA . De acordo com a Comissão Europeia, a economia deverá ter crescido 2.4% em 2014, podendo o ritmo de expansão acelerar para 3.5% em 2015. A fortaleza da procura interna - consumo privado e investimento - e preços mais baixo do crude suportam a revisão em alta das perspectivas de crescimento desta economia. Ainda assim, o crescimento ficará aquém do seu potencial, na medida em que o fortalecimento do dólar reflectir-se-á desfavoravelmente no comportamento das exportações.. O investimento tenderá a sofrer de forças opostas, na medida em que a redução do preço do petróleo se reflectira desfavoravelmente no investimento das empresas do sector, em outros sectores, é provável que a redução dos custos associados a menores custos com energia crie um ambiente mais propício ao investimento.

. 2015 deverá marcar o ano de inversão do pendor da política monetária nos EUA. Caso se confirme, o processo de retirada de estímulos pela Reserva Federal poderá originar instabilidade nos mercados financeiros, com impacto adverso sob os níveis de confiança e a actividade. Em sentido oposto, o crescimento económico poderá surpreender pela positiva, dada a conjugação de factores de suporte à actividade.

Japão . Depois de um crescimento de 0.4% em 2014, a CE antecipa taxas de expansão de 1.3% em 2015 e 2016. Também nesta economia, serão notórios os efeitos de redução do preços do petróleo. Também a diluição dos efeitos no consumo da subida da taxa do Iva em 2014 tenderá a reflectir-se num reforço do consumo.. Adiamento de medidas de política fiscal de carácter mais restritivo são suporte ao crescimento.

. Riscos para o crescimento estão enviesados no sentido descendente, por via do efeito no consumo privado da subida do IVA; arrefecimento chinês poderá afectar exportações.

Z. Euro . A Comissão espera agora que, em conjunto, os países da UEM registem um crescimento de 1.3% e 1.9% em 2015-16, que compara com 1.1% e 1.7%, respectivamente, nas previsões de Outono. Todavia, ainda é cedo para afirmar que a actividade económica vai acelerar sustentadamente. De facto, evidenciando as dúvidas que ainda persistem e os factores de risco que prevalecem, recentemente o Fundo Monetário Internacional reviu em baixa o crescimento da região, para +1.2% e +1.4%, respectivamente em 2015 e 2016.

. Inflação reduzida e questões de ordem política surgem como os principais factores de risco para o crescimento. Destaque para o conflito Ucrânia-Rússia, pois cerca de 5% das exportações da UE destinam-se à Rússia (no caso dos países do Leste e centro da Europa os valores médios rondam 10%) e cerca de 15% do consumo de gás natural e petróleo tem também origem na Rússia. . Pela positiva, os efeitos da política monetária na depreciação do euro podem favorecer maior dinamismo do sector exportador, contribuindo positivamente para o crescimento e para a aceleração do ritmo de crescimento dos preços.. A redução do preço do petróleo com impacto positivo no consumo e investimento.

R. Unido . As perspectivas são de que se mantenha o bom desempenho da actividade, antecipando a CE a manutenção de uma taxa de crescimento de 2.6% em 2015 e uma ligiera desaceleração para 2.4% em 2016. A procura externa continuará a retirar força ao crescimento, mas a um ritmo mais moderado: -0.2 e -0.1 pontos percentuais em 2015 e 2016, respectivamente, face a -0.6 pp em 2014. Um factor importante nesta economia é a robustez do mercado de trabalho.

. Alteração da política monetária pode limitar a recuperação da economia também pelo impacto potencial sob a libra, com efeitos nas exportações. Note-se, todavia, que este é um risco razoavelmente reduzido, na medida em que não se espera a inversão da política monetária antes do segundo semestre do ano.

Portugal . A Comissão Europiea reviu em alta a previsão de crescimento em 2015 para 1.6%, estimando um contributo de 1.6 pontos percentuais da procura interna. O investimento deverá acelerar para 2.9%, mais 0.5 pontos percentuais do que em 2014. Ainda assim, esta componente continuará a reflectir constrangimentos relacionados com a permanência de elevados nívies de endividamento - apesar dos sinais de redução -, que tendem a limitar a oferta e procura de crédito.. A CE espera a redução da taxa de desemprego para 13.4% em 2015 e para 12.6% em 2016, mas chama a atenção para este ser um sector sujeito a maior incerteza, na medida em que nos próximos anos tenderá a tornar-se menos dependente de medidas políticas e mais do real funcionamento da economia.

. A curto prazo, os principais factores de risco relacionam-se com o andamento das economias externas e factores de natureza política. A decisão de resolução do Banco Espírito Santo, SA poderá reflectir-se negativamente na capacidade de atracção de IDE, para além dos efeitos decorrentes da deterioração da envolvente financeira. Redução do esforço de consolidação associado ao ciclo político pode traduzir-se em deterioração da avaliação do risco-país. . A médio prazo, subsistem importantes constrangimentos e desafios, relacionados com a necessidade de reforçar o potencial de crescimento económico num contexto de prolongado esforço de consolidação orçamental.. A avaliação dos riscos associados aos cenários traçados pelas entidades externas são, na sua essência, idênticos, prendendo-se com a possibilidade de que a redução do esforço reformista e de consolidação das contas públicas se reflicta negativamente na capacidade de crescimento, tanto por via de redução do contributo do sector externo, como por via de uma deterioração das condições de financiamento da economia.

América Latina . O crescimento da região deverá ter desacelerado novamente em 2014, ainda que alguma moderação assinalada no final do ano possa sugerir que o período mais difícil já tenha sido ultrapassado. De acordo com as estimativas do FMI, o crescimento económico da América Latina deverá abrandar para 1.2% em 2014, recuperando em 2015 para apenas 1.3% (bastante abaixo do pontencial da região).. A fragilidade económica da região continua associada a factores externos (nomeadamente a desaceleração do crescimento da China e a quebra dos preços das commodities), mas também a uma multiplicidade de constrangimentos internos particulares de cada economia.. Salienta-se a divergência entre a estagnação do Brasil, a aceleração do crescimento no México e nos países andinos, e a recessão na Argentina e na Venezuela.

. A volatilidade nos mercados financeiros pode regressar com a proximidade do ajustamento da política monetária nos EUA, que poderá originar correcções acentuadas nos preços dos principais activos.. A possível queda dos preços das commodities ou da diminuição da procura externa (nomeadamente uma desaceleração do crescimento na China) poderá ter um impacto significativo sobre as economias exportadoras. . O impacto da queda dos preços do petróleo deverá ter um efeito sobre os países exportadores (Colômbia e Equador) ainda que contraste com os benefícios para países importadores líquidos (Brasil, Chile).. Num cenário mais optimista, o crescimento robusto nos EUA pode favorecer a performance da região, sendo este um dos principais canais para impulsionar o crescimento da região como um todo e do México e América Central em particular.

África Subsariana

. De acordo com as previsões do FMI, o crescimento da região deverá acelerar para 4.9% em 2015, impulsionado pelos investimentos nas indústrias extractivas e infra-estruturas, e suportado pela crescente ligação às economias asiáticas. . A recente queda dos preços do petróleo deverá ter um impacto negativo sobre os principais exportadores da região, nomeadamente sobre a Nigéria, Angola e Camarões. . A trajectória de crescimento na África do Sul continua pouco favorável ainda que se espere que a normalização da situação no mercado de trabalho permita uma recuperação da actividade.

. Para os países exportadores de petróleo, a recente queda dos preços pode pôr em causa a sustentabilidade das finanças públicas e o crescimento económico.. Outros riscos prendem-se com o agravamento das condições de financiamento a nível global, decorrentes da redução dos estímulos monetários da Reserva Federal dos EUA, que poderá afectar negativamente as economias mais vulneráveis a choques externos (principalmente a África do Sul).. As vulnerabilidades fiscais têm-se agravado em alguns países que tentam aproveitar os baixos custos de financiamento para fazer face a investimentos necessários em infra-estruturas.

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

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Principais Recomendações e Factores de Risco

Recomendações Factores de Risco

M. Cambial .A EUR registou novos mínimos de anos em relação a USD e GBP, com o acentuar das tendências de queda de médio/longo prazo. Para além das divergências de ciclo económico e de política monetária, acresce o incómodo e incerteza que reveste a actual situação da Grécia. De facto, a situação financeira grega poderá trazer alguma turbulência aos mercados, podendo o euro voltar a ser penalizado. Existe outro factor importante, mas de mais médio/longo prazo, a gestão dos timings tanto da Reserva Federal norte americana como do Banco de Inglaterra em relação ao início da normalização dos juros, sabendo-se que a inflação baixa e as moedas fortes são condicionantes importantes da actuação dos bancos centrais. Neste contexto, tanto EUR/USD como EUR/GBP mostram menor pressão, advinhando-se alguma dificuldade do mercado em colocar estes câmbios em patamares ainda mais baixos. Também o USD/JPY e o EUR/CHF mostram-se mais estáveis: a moeda nipónica já descontou por completo as medidas monetárias ultra expansionistas; no EUR/CHF, depois do banco central helvético ter terminado com a referência de 1.20 e colocado taxas de juro de referência em níveis negativos, o câmbio incorporou e esgotou todas as pressões e está agora acima da paridade. Assim, em termos gerais defende-se uma atitude menos pró-activa e mais defensiva.

.Desilusão relativamente a atitudes e acções esperadas pelos principais bancos centrais..Decepção com a evolução económica em alguns blocos..Questões políticas e geopolíticas podem enviesar determinadas tendências cambiais.

M. Monetário . As taxas Euribor continuam em mínimos históricos, reflectindo a política ultra-expansionistado BCE. Neste contexto, recomenda-se o financiamento a prazos mais curtos e intermédios. Do ponto de vista da aplicação de poupanças, será preferível o investimento em activos com maturidades mais alargadas de forma a capturar o prémio de maturidade (term premium). . No mercado norte-americano, as taxas também deverão manter-se próximas dos níveis actuais no curto-prazo, mas ao longo do ano dever-se-á construir uma tendência de subida, na medida em que se antecipa uma possivel inversão do ciclo de política monetária a partir do final do primeiro semestre de 2015.

. As taxas de curto prazo nos principais mercados internacionais continuam próximas de zero, alimentadas pela sinalização do percurso futuro (forward guidance) das principais taxas de juro directoras. O risco de um aumento substancial não esperado das taxas de mercado é reduzido e estará relacionado com os efeitos de contágio da redução do QE pela Fed.

Dív. Pública . As yields dos títulos dos benchmark continuam em mínimos e observa-se um crescente número de países em que as respectivas yields se encontram em terreno negativo. Este comportamento reflecte o teor ultra-acomodatício da política monetária, inflação em níveis reduzidos e perspectivas de que os níveis neutrais das taxas juro sejam mais baixos neste ciclo face a anteriores. . Em 2015, as yields manter-se-ão baixas, mas espera-se a construção de uma tendência inversa, tirando partido dos esperados efeitos positivo do QE europeu na confiança dos agentes económicos. A queda dos preços dos títulos soberanos será muito moderada e mais evidente nos EUA do que na zona euro.

. Alteração nas expectativas de evolução da inflação poderão reflectir-se num movimento mais penalizador da dívida pública. Nos mercados da periferia europeia, o estreitamento dos prémios riscos poderá estar a atingir um ponto de estabilização.

Div. Diversa . As condições no mercado de dívida diversa deverão manter-se favoráveis para os emitentes de dívida com qualidade creditícia mais elevada. . No segmento high yield, as emissões começaram a abrandar e os spreads corrigiram. Os primeiros sinais de inversão de tendência no mercado de dívida high-yield, reflectem preocupações relativamente a sobrevalorizações dos activos. Este sentimento foi para já mais acentuado nos EUA do que na Europa, onde o programa de expansão monetária do BCE deverá permitir que os prémios de risco exigidos às classes de risco mais elevado permaneçam reduzidos por um período de tempo mais longo.

. A possibilidade de as empresas nos segmentos high yield terem dificuldades em se refinanciarem no caso de se verificar uma correcção das yields.. O crescimento de intermediários financeiros não bancários (ou shadow banking).. O risco da reduzida liquidez do mercado num contexto do crescimento dos fundos de investimento.. Relaxamento nos critérios de acesso ao crédito patente no mercado norte-americano, traduzido num aumento de leverage loans ou covenent-lite loans.

Acções . Depois da fraca performance das bolsas europeias em 2014, no primeiro mês de 2015 verificou-se uma actividade mais dinâmica que faz adivinhar o regresso dos investidores. É sabido que a maioria das empresas europeias está a "saldo", podendo ser uma boa oportunidade de compra, num ambiente económico e monetário mais favorável. . Nos EUA, por seu turno, assiste-se a uma relativa estagnação, embora os índices bolsistas não se encontrem longe dos valores máximos. De facto, a performance americana será condicionada por expectativas de início de subida das taxas de juro e de um dólar persistentemente forte, sendo necessário que as empresas adequem a gestão a estes desafios. Acreditamos numa maior exigência dos investidores nas suas escolhas em ambas as margens do Atlântico. Existem condições para se manter o interesse nas áreas financeira, tecnológica, saúde e bem estar, retalho e consumo. Desinteresse na energia e materiais.

.Percepção de que as condições (económicas, monetárias, etc.) são menos favoráveis à manutenção da tendência de alta dos últimos dois anos. No caso americano, acresce o facto de os índices bolsistas terem alcançado níveis nunca vistos, gerando-se a ideia de ter sido alcançado um "tecto". Aumento de aversão ao risco por questões políticas e geopolíticas. No caso da Europa, poderá surgir nova turbulência a nível das instituições do euro.

Commodities A queda dos preços do petróleo parece ter sido travada acima da linha dos USD 40 por barril, tendo posteriormente recuperado para cima da linha dos USD 50 por barril, sendo difícil determinar qual a tendência que este vai assumir durante o próximo mês. O gás natural continua a apresentar uma tendência claramente decrescente face às notícias de que os EUA tornaram-se auto-suficientes nesta commodity enquanto aumentou a procura de ouro como segurança face às taxas de juro negativas que se registam em vários países e à possibilidade de um período de deflação na Zona Euro.

. A greve dos trabalhadores petrolíferos nos EUA poderá afectar a produção norte-americana, que é actualmente responsável por grande parte do crescimento da produção mundial, e que causaria uma recuperação mais acentuada dos preços.. Após um período de relativa calma, a crise entre a Ucrânia e a Rússia parece estar novamente acesa, tendo a UE voltado a aplicar sanções sobre a economia russa. A deterioração deste conflito e das relações bilaterais entre a Rússia e a UE poderão voltar a pôr em causa o fornecimente da gás russo à Europa.

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E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

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O programa do BCE - Impacto na dívida pública portuguesa

Temas em Destaque

O Banco Central Europeu não surpreendeu pelo anúncio de um programa alargado de compra de activos de longo prazo, incluindo dívida privada e pública, mas pela dimensão do programa. Entre Março de 2014 e Setembro de 2016 (o termo do programa pode ser adiado, dependendo do comportamento da inflação), o BCE irá comprar 60 mil milhões de euros de dívida pública e privada todos os meses, expandindo o seu balanço em cerca de 1.2 biliões de euros.

As compras mensais para além de incluírem os actuais programas de aquisição de ABS e covered bonds, incluem a aquisição de dívida soberana. Tendo por base o ritmo de aquisição dos programas de compra de covered bonds e ABS, desde Outubro e Novembro de 2014, respectivamente – cerca de 12 mil milhões de euros por mês – admite-se que o montante das compras mensais de títulos de dívida soberana situar-se-á em torno dos 43 mil milhões de euros. Ou seja, no final do programa as compras de

Programa de aquisição de activos de longo prazo

mil milhões de euros

Programa Total em % do PIB

Portugal Total em % do PIB

Mensais Total Mensais Total

ABSPP+CBPP3 11.5 230.0 2.3% 0.29 5.75 3.3%

Agências Europeias 5.8 110.6 1.1% 0.15 2.76 1.6%

Dívida Pública 42.7 810.9 8.1% 1.07 20.27 11.7%

pelo BCE 3.4 64.9 0.6% 0.09 1.62 0.9%

pelos BC Nacionais 39.3 746.0 7.4% 0.98 18.65 10.7%

Total 60.0 1,151.5 11.4% 1.5 28.8 16.6%

Fonte: BCE, calc. BPI

dívida soberana do BCE ascenderão a 811 mil milhões de euros (nível mínimo), representando cerca de 9% do montante de dívida pública emitida por países da zona euro, o que compara com cerca de 15% nos EUA e de 25% no Japão.

Com a implementação deste programa, o BCE conseguirá cumprir o seu objectivo de expansão do balanço para um valor em torno dos 3 biliões de euros, equivalente a cerca de 29% do PIB da zona euro (nos EUA, o peso dos activos no PIB ronda os 27% e no Japão os 60%). As compras abarcam um alargado leque de maturidades, que pode ir dos 2 aos 30 anos. De acordo com o comunicado do BCE, “as aquisições de títulos de instituições europeias (que constituirão 12% das aquisições adicionais de activos e que serão adquiridos pelos bancos centrais nacionais) estarão sujeitas a partilha de perdas.

Fed BoJ BCE*

Dívida pública, detida pelo BC % do PIB 15% 25% 8%

Dív.pub. detida pelo BC, % stock div.pub. 13% 17% 9%

Activo, % do PIB 27% 60% 29%

Nota: * dados estimados para o fim do programa.

As restantes aquisições adicionais de activos pelos bancos centrais nacionais não estarão sujeitas a partilha de perdas. O BCE deterá 8% das aquisições adicionais de activos. Tal implica que 20% das aquisições adicionais de activos estarão sujeitas a um regime de partilha de riscos.”1 Ou seja, o grau de mutualização da dívida é reduzido. Admitindo que as aquisições mensais pelos bancos centrais nacionais ascenderão a cerca de 39 mil milhões de euros, temos que em cerca de 93% das compras de dívida emitida pelos estados membros não há partilha de riscos, pelo que eventuais perdas de valor da dívida de um determinado estado-membro, tenderão a reflectir-se negativamente no balanço do banco central nacional e nas contas públicas desse estado.

O programa incidirá sobre dívida com classificação de risco na zona denominada de investimento, admitindo, todavia, a elegibilidade da dívida de estados-membros classificados na zona de não-investimento, desde que estes estejam sob programas de assistência financeira, abrindo a porta à aquisição de dívida grega, caso o país acorde um novo programa, e dívida cipriota; e as instituições que venderem os títulos poderão usar a liquidez obtida tanto na compra de outros activos, como na concessão de crédito à economia.

As compras de dívida pública não podem superar 33% da dívida de cada país, 25% de cada emissão e serão feitas de acordo com a participação de cada estado-membro no capital do BCE. Não sendo claro qual a prioridade dada a cada um dos limites, admite-se a hipótese mais conservadora, i.e., de que as compras adicionais de dívida pública respeitarão o limite mais baixo das três condições.

A implementação de um programa alargado de compra de dívida pública tenderá a ter efeitos positivos na actividade através de diversos canais, na medida em que o aumento da liquidez reforçará a percepção de que as taxas de juros continuarão em níveis reduzidos, aumentando a apetência pela tomada de risco. No curto prazo, é de esperar que o efeito mais positivo se associe à perda de valor do euro face às principais moedas rivais, na medida em que a percepção de que as taxas de juro 1 http://www.ecb.europa.eu/press/pr/date/2015/html/pr150122_1.pt.html

8

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

tenderão a manter-se em níveis reduzidos, tornará a moeda única menos atractiva. A depreciação do euro tenderá a favorecer o crescimento, tanto através do aumento das exportações, já que os bens e serviços produzidos na zona euro tornar-se-ão mais competitivos, como através do aumento do preço dos bens importados que limitará a actual tendência de queda dos preços no consumidor e os efeitos de segunda ordem associados, por exemplo, à evolução dos custos laborais, favorecendo um comportamento mais dinâmico da procura. Um outro canal através do qual o programa poderá beneficiar a economia relaciona-se com o esperado efeito riqueza associado à valorização de activos financeiros – preço dos títulos de dívida pública (principalmente nos países periféricos, já que nas economia core o espaço de valorização é muito reduzido), da divida diversa e dos índices bolsistas – contribuindo para a melhoria da confiança dos agentes económicos e gerando maior apetência pela realização de investimentos. Um outro canal de transmissão do quantitative easing prende-se com a capacidade de dinamização do mercado de crédito à economia. Este canal poderá ser aquele onde os efeitos não serão visíveis senão a médio prazo, na medida em que a fragilidade do mercado de crédito reflecte ainda uma fraca apetência pela procura de crédito por parte dos agentes económicos e níveis de endividamento ainda elevados.

O programa do BCE - Impacto na dívida pública portuguesa (cont.)

Temas em Destaque

mil milhões de euros

Estado-membro Capital key re-ponderado

Compras de dív. Publica de acordo com a capital key

Dívida pública total* Dív.Pública com maturidade entre 2-30 anos

Alemanha 25.6% 207.6 2,106.1 806.2

França 20.1% 163.0 2,039.2 1,064.2

Itália 17.5% 141.9 2,140.7 1,239.2

Espanha 12.6% 102.2 1,039.0 521.0

Holanda 5.7% 46.2 452.4 260.4

Bélgica 3.5% 28.4 425.4 258.8

Grécia 2.9% 23.5 317.2 54.6

Áustria 2.8% 22.7 286.6 160.0

Portugal 2.5% 20.3 223.2 84.1

Finlândia 1.8% 14.6 121.5 67.0

Irlanda 1.6% 13.0 203.1 93.5

Eslováquia 1.1% 8.9 40.7 24.7

Lituania 0.6% 4.9 14.9 1.2

Eslovénia 0.5% 4.1 30.4 11.6

Letónia 0.4% 3.2 9.7 0.5

Luxemburgo 0.3% 2.4 10.9 3.1

Estónia 0.3% 2.4 1.9 0.0

Chipre 0.2% 1.6 18.6 1.5

Malta 0.1% 0.8 5.6 4.1

Total 100% 810.9 9,487.2 4,655.7Fonte: Ameco, IGCP, BCE, DB.Nota:* Dívida pública total de acordo com o procedimento dos défices excessivos, inclui dívida transaccionável, não transacionável e empréstimos

Evolução do euro vs dólar

(euros)

Expectativas inflacionistas ímplicitas nos swaps 5 Anos

(%)

1.001.051.101.151.201.251.301.351.401.451.50

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Fonte: Reuters

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Fonte: Reuters

Anúncio do QE

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

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O programa do BCE - Impacto na dívida pública portuguesa (cont.)

Temas em Destaque

Evolução da yields do Bund a 10 anos

(%)

Evolução dos índices boslsistas

(Índice)

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1.50

2.00

2.50

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Fonte: Reuters

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12,000.00

jan-

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mar

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abr-

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mai

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CAC DAX IBEX PSI20

Fonte: Reuters

Portugal - Dívida pública no final de 2014

Dívida em euros (mme) 133.3

Transacionável 110.0

OT's 92.4

das quais com maturidade entre 2-30 anos 84.1

Limites das compras:

33% da dívida transacionável 36.3

Capital key de Portugal no BCE (2.5%) 20.3

Hipótese: BCE detem 15 mil milhões de euros de dívida publica portuguesa ao abrigo do SMP

Montante disponível para o programa 5.3

Fonte: IGCP, BCE, calc. BPI.

No caso de Portugal, as compras potenciais ao abrigo deste programa estão limitadas pela participação de Portugal no capital do BCE (2.5%, re-ponderado excluindo países fora da zona euro), ascendendo a cerca de 29 mil milhões de euros, dos quais cerca de 20-25 mil milhões podem ser aplicados na aquisição de dívida pública. Todavia, das declarações de Mario Draghi2 depreende-se que o limite das compras de dívida de cada um dos estados-membro inclui a dívida detida pelo BCE ao abrigo do SMP, que no caso de Portugal ascenderá a 14-15 mme, de acordo com declarações à imprensa de responsáveis do IGCP, reduzindo o montante disponível para 5 mil milhões de euros, equivalente a 6% da dívida elegível para o programa. No entanto, este montante poderá ser superior: a não referência quanto à distribuição das compras entre dívida soberana e dívida diversa, deixa em aberto a possibilidade de que os bancos centrais nacionais possam canalizar o montante de potenciais compras de dívida diversa para a aquisição de dívida pública, elevando, no caso de Portugal, o valor das compras de dívida soberana para cerca de 10 mme.

2 "We don't have any special rule for Greece. We have basically rules that apply to everybody. There are obviously some conditions before we can buy Greek bonds. As you know, there is a waiver that has to remain in place, has to be a program. And then there is this 33% issuer limit, which means that, if all the other conditions are in place, we could buy bonds in, I believe, July, because by then there will be some large redemptions of SMP bonds and therefore we would be within the limit".

A dimensão das compras de dívida pública importa, na medida em que quanto maior for a procura maior será o impacto na redução das yields exigidas à dívida pública portuguesa. No entanto, importa ter presente que a evolução dos custos da dívida soberana nacional será também influenciada pelo facto das yields dos principais títulos europeus se encontrarem em níveis muito reduzidos (quando não negativos), aumentando a apetência dos investidores por aplicações em títulos com melhor rentabilidade, sobretudo tendo presente que a existência de um programa de aquisição de dívida pública por parte do banco central sugere a existência da figura do credor de último recurso (com recursos potencialmente ilimitados), embora este seja minorado pelo sistema de partilha de perdas, que recai maioritariamente em cada estado. Assim, a probabilidade implícita de incumprimento tende a ser avaliada de forma mais favorável para o emitente soberano.

Admitindo que as compras do Banco de Portugal incidem apenas sobre dívida pública portuguesa, seria razoável admitir que enquanto os títulos estiverem na sua posse, o estado estará a beneficiar de um financiamento a custo nulo, na medida em que os juros recebidos seriam devolvidos ao estado na forma de resultados, representando uma potencial redução do grau de restritividade da política fiscal. Todavia, não é certa a amplitude deste efeito, pois os lucros destas operações poderão ser alocados segundo o critério de capital key.

Por outro lado, a percepção de menor risco de incumprimento poderá traduzir-se em redução dos custos de emissão de nova dívida, contribuindo para a redução dos custos associados ao serviço da dívida.

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E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

As necessidades de financiamento em 2015 e as emissão líquidas estimadas de Ot's

mil milhões de euros

2015 % das compras do BCE naemissão líquida de Ots em 2015

1. Necessidades de Financiamento Líquidas 11.2

Défice Orçamental 6.0

Prog. Recapitalização sistema Bancário 0.0

Outras aquisições de activos financeiros1 5.2

Privatizações 0.0

2. Reembolsos 7.1

Obrigações do Tesouro 6.6

PAEF 0.5

Necessidades de Financiamento Brutas (1+2) 18.3

Fontes de financiamento

Utlização de depósitos 2.2

Executado 5.5

Obrigações do Tesouro 5.5

Instrumentos de dívida no retalho

Outros

PAEF

Por executar 10.6

PAEF

Obrigações do Tesouro 8.1

Bilhetes do Tesouro (expectativa de rollover de saldo)

Instrumentos de dívida no retalho 2.5

Emissões líquidas de OT's 7.0

Compras adicionais pelo Banco Central em 2015

Potenciais 10.7 152%

Excl. divida detida pelo BCE ao abrigo do SMP 2.8 40%

Admitindo que o Banco Central só compra dívida pública (não ABS e CB) 5.7 81%

Fonte: IGCP, calc. BPI.Nota: 1Inclui financiamento de outras entidades públicas no ambito da Ad. Pública (EP's e regiões) que não implicam aumento da dívida do Estado. Também inclui recapitalização da CGD, resolução do BPN, participação no MEE e resgate de CoCos.

Para além do programa de aquisição de activos de médio e longo prazo, o BCE anunciou a revisão das condições de acesso às cedências de liquidez de longo prazo direccionadas para a dinamização do mercado de crédito: a taxa de juro das próximas seis operações passa a ser igual à das operações principias de financiamento, ie, igual à taxa principal de refinanciamento (0.05%).

Teresa Gil Pinheiro

O programa do BCE - Impacto na dívida pública portuguesa (cont.)

Temas em Destaque

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

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Previsões de Inverno – Mais crescimento mas ainda muitas sombras

Temas em Destaque

As principais entidades que regularmente reportam previsões económicas globais continuam a antecipar crescimento económico ainda muito tímido, longe do padrão do início do século, e inflação com tendência de declínio, agravada pela queda substancial dos preços do petróleo. Acresce referir que as políticas económicas tradicionais estão aparentemente quase esgotadas: os principais bancos centrais fornecem liquidez sem precedentes ao sistema financeiro, as taxas de juro estão em zero ou mesmo abaixo, e os níveis de endividamento público aumentaram em muitos países, suscitando dúvidas quanto à capacidade de actuação da política orçamental.

Previsões de Crescimento económico - WEO Update, Jan 2015, FMI

PIB: tva, %

2009 2010 2011 2012 2013 2014P 2015P 2016P

Mundo 0,01% 5,4% 4,1% 3,4% 3,3% 3,3% 3,5% 3,8%

3,7% 4,0%

Economias Desenvolvidas -3,4% 3,1% 1,7% 1,2% 1,4% 1,8%2,4%

2,4%2,3%

Economias Emergentes 3,1% 7,5% 6,2% 5,1% 4,7% 4,4%4,3% 4,7%

5,0% 5,2%

EUA -2,8% 2,5% 1,6% 2,3% 2,2%2,4% 3,6%

3,1%3,3%

2,2% 3,1%

Zona Euro -4,5% 2,0% 1,6% -0,7% -0,4% 0,8%1,2% 1,4%

1,3% 1,7%

Reino Unido -5,2% 1,7% 1,1% 0,3% 1,7% 2,6% 2,7% 2,4%

China 9,2% 10,4% 9,3% 7,7% 7,8% 7,4%6,8% 6,3%

7,1% 6,8%

Fonte: WEO Update, Jan 2015, FMI.

risco que prevalecem, recentemente o Fundo Monetário Internacional reviu em baixa o crescimento da região, para +1.2% e +1.4%, respectivamente em 2015 e 2016.

Mais do que discutir ritmos exactos de crescimento esperado, importa reconhecer que a tendência é positiva e, pela primeira vez desde há algum tempo, confluem vários factores de suporte e estimulo à actividade nas economias desenvolvidas – políticas monetárias amplamente laxistas, políticas fiscais mais neutrais, depreciação do câmbio (no caso da UEM) e, sobretudo, preços do petróleo mais baixos. Todavia, não há certezas quanto ao funcionamento dos mecanismos de transmissão habituais. Efectivamente, para além dos riscos de natureza política, crescem os receios de regresso da instabilidade aos mercados financeiros num ambiente de evidente dependência da ampla almofada de liquidez e das políticas monetárias ultra-expansionistas. Acresce referir que se é certo que os níveis de alavancagem desceram em alguns países e em alguns sectores (no sector privado, em Espanha, nos EUA ou no Reino Unido, por exemplo), os montantes de dívida global aumentaram*. Nalguns casos por aumento da dívida pública (caso de Portugal, por exemplo), noutros pelo reforço da posição de instituições não reguladas em alguns países: caso do shadow-banking na China.

Em suma, sobram factores que apontam para a permanência de ritmos de crescimento fracos; as taxas de inflação vão manter a tendência de queda pelo menos até que o salto discreto nos índices de preços devido à queda dos preços do petróleo seja ultrapassado (as taxas de inflação subjacentes reagirão com desfasamento); e o mercado de trabalho continuará a evoluir de forma muito lenta, com excepção das economias anglo-saxónicas onde os progressos têm sido mais rápidos.

Endividamento do Sector Privado

2000 2008 2013 Var. desde 2008

Var. desde 2000

Luxemburgo 391.4 356.2 -35.2 356.2

Chipre 306.3 285.2 344.8 59.6 38.5

Irlanda : 237.4 266.3 28.9 n.a.

Holanda 206.2 217.3 229.7 12.4 23.5

Dinamarca 158.1 222.8 223.2 0.4 65.1

Portugal 137.1 196.2 202.8 6.6 65.7

Suécia 142.1 200.1 200.1 0.0 58.0

Lituânia : 264.9 194.7 -70.2 n.a.

Espanha 102.9 196.6 172.2 -24.4 69.3

Bélgica 114.5 157.9 163.0 5.1 48.5

Finlândia 91.9 131.3 146.6 15.3 54.7

França 99.0 122.2 137.3 15.1 38.3

Malta : 158.6 136.5 -22.1 n.a.

Grécia 53.1 113.5 135.6 22.1 82.5

Bulgária 26.4 134.2 134.8 0.6 108.4

Áustria 121.7 130.3 125.5 -4.8 3.8

Estónia : 136.7 119.4 -17.3 n.a.

Itália 75.8 113.7 118.8 5.1 43.0

Croácia : 109.4 117.6 8.2 n.a.

Alemanha 123.0 109.3 103.5 -5.8 -19.5

Eslovenia : 105.6 101.9 -3.7 n.a.

Hungria 56.2 106.0 95.5 -10.5 39.3

Letónia : 104.3 90.9 -13.4 n.a.

Polónia : 67.7 74.9 7.2 n.a.

Eslováquia 47.2 65.8 74.8 9.0 27.6

República Checa

57.0 63.7 73.7 10.0 16.7

Roménia 26.6 65.5 66.6 1.1 40.0

Valores não consolidados

Estados Unidos 180.8 212.3 196.5 -15.8 15.7

Reino Unido 160.7 210.9 189.0 -21.9 28.3

Fonte: Eurostat, OCDE.

Na actualização do cenário macroeconómico de Inverno, a Comissão Europeia reviu em alta as suas projecções de crescimento económico para os países da zona euro, que apenas em 2015 deverão ultrapassar os patamares de riqueza gerada antes da crise financeira internacional de 2007/08. O sentido da revisão de crescimento não deixa de ser também marcante, na medida em que se trata da primeira instituição supranacional a efectuar uma revisão em alta do cenário para o PIB. A Comissão espera agora que, em conjunto, os países da UEM registem um crescimento de 1.3% e 1.9% em 2015-16, que compara com 1.1% e 1.7%, respectivamente, nas previsões de Outono. Todavia, ainda é cedo para afirmar que a actividade económica vai acelerar sustentadamente. De facto, evidenciando as dúvidas que ainda persistem e os factores de

Paula Gonçalves Carvalho*Estudo da McKinsey de Fev.2015 "Debt and (not much) deleveraging".

12

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

Suíça - Fim da indexação do franco suíço ao euro

Temas em Destaque

A crise financeira de 2008/09 afectou várias economias desenvolvidas, entre elas a Suíça. Em 2009, o país atingiu taxas de crescimento perto dos -3%, embora, mais recentemente, o consumo doméstico tenha impulsionado o crescimento económico e, em 2014, o país tenha conseguido atingir uma taxa de 2% (dados relativos ao 3T 2014, de acordo com o Banco Nacional da Suíça). A par disso, a inflação negativa, gerada pela queda dos preços noutras economias desenvolvidas e com as quais o país tem relações comerciais, assim como o efeito de apreciação cambial do franco que condiciona em baixa os preços dos bens importados, tem afectado o país, apesar de, em 2014, ter já apresentado um valor próximo de 0 (ainda que continue negativa). Apesar dos períodos de deflação, o consumo doméstico não ficou comprometido (cresceu 2.4% entre 2012 e 2013), explicado pelas boas condições no mercado de trabalho (taxa de desemprego nos últimos anos rondou os 3%) e aumento dos salários reais (em 2013, o crescimento dos salários reais rondou 1%).

A economia suíça assenta num sector exportador muito forte (as exportações representaram 61% do PIB, no 3T 2014), especialmente de produtos químicos, farmacêuticos e de bens de luxo. O principal destino das exportações é a Zona Euro, especialmente a Alemanha. Os constantes excedentes da balança corrente (balança excedentária desde 1981), assim como a posição líquida de investimento internacional positiva (quarta mais elevada em 2013, segundo o FMI), tornam a economia suíça uma das mais saudáveis em comparação com outras economias desenvolvidas.

Produto Interno Bruto

(y/y%)

Inflação

(y/y%)

Deste modo, os activos suíços são vistos como activos de refúgio. Durante a última crise financeira, registou-se um aumento muito substancial dos fluxos de entrada no país, assinalando um máximo de 13 anos em 2010 (CHF 78.6 mil milhões). A procura de activos suíços reflecte-se também na moeda helvética, que, em momentos de crise, vê a sua procura aumentar, aumentado o valor face a outras relevantes moedas estrangeiras.

Taxa de câmbio do franco suíço face ao euro, dólar e libra

(francos suíços)

IDE - inflows

(milhões francos suíços)

-4.00

-2.00

0.00

2.00

4.00

6.00

8.00

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

Fonte: BNS

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014

EUR GBP USD Fonte: BNS

Face a estes dados, o Banco Nacional da Suíça (BNS) tinha decidido estabelecer uma taxa de câmbio mínima do franco suíço face ao euro, em CHF 1.20 por euro. Esta decisão tinha sido tomada em Setembro de 2011, quando a crise da dívida soberana se abateu sobre os países da Zona Euro e o receio de uma corrida aos activos suíços adensou-se. A manutenção do franco suíço num nível mais baixo e estável permitia defender as exportações da indústria do país, assim como o sector do turismo. De facto, numa economia praticamente estagnada, manter a moeda artificialmente estável era uma estratégia que visava ajudar a economia a reagir, não perdendo a competitividade artificial por via cambial.

-20,000-10,000

010,00020,00030,00040,00050,00060,00070,00080,00090,000

2000

2001

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2005

2006

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2011

2012

2013

Fonte: BNS

-1

-0.5

0

0.5

1

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3

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014

Fonte: BNS

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

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Suíça - Fim da indexação do franco suíço ao euro (cont.)

Temas em Destaque

Vânia Patrícia Duarte

A fixação do câmbio tinha como contrapartida a compra de grandes quantidades de activos em moeda estrangeira (euros), reduzindo o valor da moeda doméstica e mantendo o câmbio estável. Esta política reflectiu-se numa melhor performance da economia helvética, melhor que a economia da área do euro, mas, em contrapartida, induziu a acumulação de uma grande quantidade de reservas em euros. A compra de elevados montantes de euros aumentou o balanço do BNS para níveis sem precedentes e desajustados comparativamente à dimensão da economia suíça. O risco associado ao aumento do balanço do banco foi aparentemente considerado demasiado grande. Desde 2012 que o balanço do BNS aumentou de forma muito significativa, registando, nesse ano, cerca de 80% do PIB suíço, comparativamente a 44% e 56% em 2010 e 2011, respectivamente. Ao mesmo tempo, as reservas de divisas estrangeiras aumentaram substancialmente em 2012 e atingiram em Novembro de 2014 o valor mais elevado (mais de CHF 462 mil milhões em comparação com CHF 202.7 mil milhões em 2010).

Em Janeiro deste ano, o BNS decidiu abandonar o limite cambial. A justificar, agora, a retirada da decisão, de acordo com o banco central, esteve a menor pressão apreciativa sobre a moeda local, a capacidade que a economia suíça demonstrou para se adaptar a esta nova situação e a desvalorização do euro face a outras moedas, como o dólar, que coloca o franco suíço mais “fraco” face a outras moedas internacionais. As divergentes políticas monetárias adoptadas pelas diferentes regiões eliminou a necessidade de manutenção de um limite mínimo para a taxa de câmbio, de acordo com o banco central.

Balanço do Banco Nacional da Suíça

(percentagem do PIB)

Reservas de divisas estrangeiras

(milhões de francos suíços)

No entanto, outros desenvolvimentos recentes poderão ter estado na base desta opção. A crise na Rússia, que levou a uma fuga de capitais para a Suíça, a forte queda do preço do petróleo e o anúncio que se antecipava (e que veio a concretizar-se) do novo programa de quantitative easing do BCE, que aumentaria a liquidez nos mercados e a pressão sobre a moeda suíça. Importa realçar que cerca de 45% das reservas estrangeiras do BNS são euros, o que implica que uma apreciação do franco em relação ao euro teria impactos negativos muito significativos para o próprio banco central (o BNS estaria a comprar activos que estão a perder valor face à moeda doméstica).

Ao mesmo tempo, o BNS decidiu reduzir em 0.5 p.p. as taxas de juro sobre depósitos para -0.75%, assim como o intervalo para a Libor a 3 meses, que passou de -0.75% e -0.25% para -1.25% e -0.25%.

A apreciação da moeda pode afectar a economia suíça de várias maneiras, embora a mais óbvia seja através do comércio internacional, já que as exportações suíças têm um peso relevante no PIB e cerca de metade tem como destino a Zona Euro. Espera-se que, ao longo do tempo, as exportações se tornem menos competitivas e, pelo peso significativo que esta componente tem no PIB, esta situação pode gerar um declínio do crescimento económico. As empresas exportadoras que poderão ser mais afectadas são as de média dimensão e aquelas cuja produção está mais orientada para o mercado externo, como o retalho e maquinaria, a par do sector dos serviços, especialmente o turismo. Pelo contrário, as grandes farmacêuticas e os produtores de artigos de cuidados de saúde não deverão ser afectados. No entanto, as empresas exportadoras podem beneficiar do preço mais barato das matérias-primas importadas. Com um franco mais forte, fica mais barato às empresas recorrerem a inputs nos mercados externos, beneficiando de preços mais acessíveis e reduzindo a necessidade de aumentar os preços das exportações e, assim, atenuar o impacto negativo da decisão do BNS (“natural hedging”).

Por outro lado, a apreciação do franco faz com que as importações fiquem mais baratas, colocando pressão descendente sobre a taxa de inflação. Apesar de puder impulsionar ainda mais o consumo doméstico, a Suíça tem vivido períodos de deflação, problema que não está totalmente resolvido. Considerando que 23% do consumo doméstico é satisfeito através de importações, com o preço do petróleo a cair nos mercados internacionais e os preços dos produtos importados mais baixos, a inflação pode reduzir até -4%, segundo estimativas da Capital Economics.

- 50,000

100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000 400,000 450,000 500,000

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

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2009

2010

2011

2012

2013

2014

Fonte: BNS

0.0%10.0%20.0%30.0%40.0%50.0%60.0%70.0%80.0%90.0%

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

Fonte: BNS, calc. BPI

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E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

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Economia Global - Crescimento revisto em alta nas economias desenvolvidasEconomias

A Comissão Europeia aponta para uma taxa de crescimento do PIB mundial de 3.6% em 2015 e 4.0% em 2016, valores que seguem a taxa de crescimento de 3.3% que foi registada entre 2013 e 2014. Apesar de esta leitura representar uma revisão em baixa face ao relatório anterior, observa-se uma melhoria das previsões para as grandes economias desenvolvidas: U.E., EUA e Japão, registando-se a maioria das perdas nos mercados emergentes. A queda dos preços do petróleo é um factor importante para explicar esta alteração, sendo que face à situação de importador líquido da U.E. e do Japão (nos EUA, um grande produtor, o impacto da queda de preços não deixa de ser positivo face ao seu efeito no consumo privado), observa-se uma redistribuição de ganhos dos países exportadores para os importadores. Também se espera que a procura mundial recupere durante o ano corrente, com um crescimento das importações mundiais em 4.3% em 2015 e 5.3% em 2016, isto após um aumento de 2.6% durante o ano transacto. As previsões para o comércio mundial foram, porém, revistas em baixa face a piores perspectivas para os países emergentes, onde a forte apreciação do dólar americano deverá desencorajar a actividade importadora.

As perspectivas de crescimento são, de facto, mais animadoras para a União Europeia e a Zona Euro, onde após uma recuperação tímida de 0.8% em 2014 (1.3% na U.E.), esta deverá expandir para 1.3% em 2015 e 1.9% em 2016 (1.7% e 2.1% na U.E.). O crescimento do PIB na União Europeia

Previsões Inverno - Comissão Europeia

PIB Inflação Taxa de desemprego

2013 2014 2015 2016 2013 2014 2015 2016 2013 2014 2015 2016

Bélgica 0.3 1 1.1 1.4 1.2 0.5 0.1 1.1 8.4 8.5 8.3 8.1

Alemanha 0.1 1.5 1.5 2.0 1.6 0.8 0.1 1.6 5.2 5.0 4.9 4.8

Estônia 1.6 1.9 2.3 2.9 3.2 0.5 0.4 1.6 8.6 7.7 6.8 5.9

Irlanda 0.2 4.8 3.5 3.6 0.5 0.3 0.3 1.3 13.1 11.1 9.6 8.8

Grécia -3.9 1.0 2.5 3.6 -0.9 -1.4 -0.3 0.7 27.5 26.6 25.0 22.0

Espanha -1.2 1.4 2.3 2.5 1.5 -0.2 -1.0 1.1 26.1 24.3 22.5 20.7

França 0.3 0.4 1.0 1.8 1.0 0.6 0.0 1.0 10.3 10.3 10.4 10.2

Itália -1.9 -0.5 0.6 1.3 1.3 0.2 -0.3 1.5 12.2 12.8 12.8 12.6

Chipre -5.4 -2.8 0.4 1.6 0.4 -0.3 0.7 1.2 15.9 16.2 15.8 14.8

Letónia 4.2 2.6 2.9 3.6 0.0 0.7 0.9 1.9 11.9 11.0 10.2 9.2

Lituânia 3.3 3.0 3.0 3.4 1.2 0.2 0.4 1.6 11.8 9.5 8.7 7.9

Luxemburgo 2.0 3.0 2.6 2.9 1.7 0.7 0.6 1.8 5.9 6.3 6.4 6.3

Malta 2.5 3.3 3.3 2.9 1.0 0.8 1.0 1.9 6.4 6.0 5.9 5.9

Holanda -0.7 0.7 1.4 1.7 2.6 0.3 0.4 0.7 6.7 6.9 6.6 6.4

Áustria 0.2 0.2 0.8 1.5 2.1 1.5 1.1 2.2 4.9 5.0 5.2 5.0

Portugal -1.4 1.0 1.6 1.7 0.4 -0.2 0.1 1.1 16.4 14.2 13.4 12.6

Eslovenia -1.0 2.6 1.8 2.3 1.9 0.4 -0.3 0.9 10.1 9.8 9.5 8.9

Eslováquia 1.4 2.4 2.5 3.2 1.5 -0.1 0.4 1.3 14.2 13.4 12.8 12.1

Finlândia -1.2 0 0.8 1.4 2.2 1.2 0.5 1.3 8.2 8.7 9 8.8

UEM -0.5 0.8 1.3 1.9 1.4 0.4 -0.1 1.3 12.0 11.6 11.2 10.6

Dinamarca -0.5 0.8 1.7 2.1 0.5 0.3 0.4 1.6 7.0 6.6 6.5 6.4

Hungria 1.5 3.3 2.4 1.9 1.7 0.0 0.8 2.8 10.2 7.7 7.4 6.6

Polónia 1.7 3.3 3.2 3.4 0.8 0.1 -0.2 1.4 10.3 9.1 8.8 8.3

Romênia 3.4 3.0 2.7 2.9 3.2 1.4 1.2 2.5 7.1 7.0 6.9 6.8

Suécia 1.3 1.8 2.3 2.6 0.4 0.2 0.5 1.0 8.0 7.8 7.7 7.5

Reino Unido 1.7 2.6 2.6 2.4 2.6 1.5 1 1.6 7.6 6.3 5.6 5.4

UE 0.0 1.3 1.7 2.1 1.5 0.6 0.2 1.4 10.8 10.2 9.8 9.3

EUA 2.2 2.4 3.5 3.2 1.5 1.6 -0.1 2 7.4 6.2 5.4 4.9

Japão 1.6 0.4 1.3 1.3 0.4 2.7 0.6 0.9 4.0 3.7 3.7 3.6

China 7.6 7.4 7.1 6.9 2.6 2.3 2.5 3 : : : :

Mundo 3.3 3.3 3.6 4.0 : : : : : : : :

Fonte: Comissão Europeia.

deverá ser primariamente devido ao aumento da procura interna, que deverá beneficiar tanto da queda dos preços do petróleo como de políticas monetárias e fiscais relativamente mais expansionistas. Apesar da tendência de depreciação traçada pelo euro aumentar a competitividade dos exportadores europeus, o seu impacto no PIB deverá ser contido, sendo estimado que apenas metade do efeito das variações nas taxas de câmbio se reflectem nos preços, sendo também expectável que o aumento das exportações seja compensado por um aumento das importações. Os riscos associados a estas projecções serão também substanciais, nomeadamente no que respeita à amplitude da recuperação dos preços do petróleo em 2015 e à trajectória da inflação, que dependerá tanto da evolução do petróleo como dos efeitos reais do programa de QE anunciado pelo BCE. A Comissão mostrou-se preocupada com o mercado de trabalho, que apesar da tendência positiva, permanece frágil e desnivelado entre Estados Membros, tal como a falta de investimento onde os efeitos positivos relacionados com o Plano de Investimento da Comissão Europeia só se farão sentir em 2016.

Os EUA deverão continuar a forte expansão da actividade observada em 2014, esperando-se um aumento do PIB de 3.5% em 2015 e 3.2% em 2016. O consumo privado será o principal motor de crescimento da economia nos próximos dois anos, apoiado pela queda dos preços do petróleo e a recuperação do mercado de trabalho. O Japão, após entrar em recessão durante o 2º e 3º trimestre de 2014, deverá voltar a terreno positivo no último trimestre do ano face à gradual recuperação do consumo privado. Para 2015, espera-se que a decisão de adiar o segundo aumento do imposto sobre o consumo para 2017 e a política monetária mais acomodativa por parte do BoJ justifiquem o aumento da perspectiva de crescimento para 1.3% em 2015/16. Na China, apesar do início de 2014 negativo, as medidas de estímulos adoptadas ajudaram a economia a recuperar para níveis próximos da meta estabelecida pelo Governo, tendo a previsão para 2014 sido ampliada para 7.4%. Ainda assim, as indústrias chinesas permanecem fortemente afectadas pela falta de procura externa, pelo que se espera que a trajectória do crescimento do PIB chinês permaneça decrescente, com um aumento de 7.1% em 2015 e 6.9% em 2016. Por último, a economia russa continuará amplamente afectada pelos efeitos da queda dos preços do petróleo, sanções e a forte depreciação do rublo, sendo esperado um decréscimo de 3.5% do PIB em 2015, seguido de uma possível recuperação para +0.2% face a uma possível recuperação dos preços do petróleo e o fim do conflito na Ucrânia.Pedro Miguel Mendes

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E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

Zona Euro - FMI reviu em baixa as previsões de crescimento económicoEconomias

O FMI reviu em baixa as previsões para a actividade económica na Zona Euro, realçando que o crescimento deverá ser impulsionado pelos baixos preços do petróleo, a maior flexibilização da política monetária, uma postura mais neutra face à política fiscal e pela desvalorização do euro face a outras moedas internacionais. No entanto, de acordo com a organização internacional, estes factores serão compensados de forma negativa pelas perspectivas desfavoráveis em relação ao investimento. Assim sendo, o FMI espera um crescimento de 1.2% e 1.4% em 2015 e 2016, respectivamente (comparativamente ao inicialmente previsto: 1.4% em 2015 e 1.7% em 2016). Das quatro principais economias da Zona Euro, destaque para a Alemanha, França e Itália, cujas previsões foram revistas em baixo, contrariamente ao verificado para a economia espanhola.

O agregado monetário M3 cresceu 3.6% em Dezembro, embora o crédito ao sector privado tenha reduzido 0.5% y/y. Apesar disso, o ritmo de queda foi inferior ao verificado no mês de Novembro (-0.9% y/y).

O Eurostat estimou uma taxa de inflação em Janeiro de -0.6%, justificado pela queda dos preços da energia (-8.9%). A taxa de desemprego fixou-se em 11.4% no último mês de 2014, ligeiramente inferior ao que havia sido observado em Novembro (11.5%). As taxas mais elevadas continuam a ser registadas na Grécia e Espanha, 25.8% (dados de Outubro) e 23.7%, respectivamente. A Alemanha continua a ser o país com a taxa mais baixa (4.8%).

Os dados do PMI compósito realçam um ambiente económico mais favorável do que no mês anterior, registando-se 52.6 pontos em Janeiro, comparativamente a 51.4 pontos em Dezembro. Quer a indústria transformadora, quer o sector dos serviços apresentaram melhorias consideráveis face ao mês anterior, reflectindo-se num maior optimismo por parte dos empregadores para criar mais postos de trabalho. Os custos médios dos inputs e outputs diminuíram pela primeira vez em 20 meses, sugerindo que as pressões deflacionárias deverão manter-se em resposta à queda dos preços do petróleo nos mercados internacionais. Espera-se, por outro lado, que esta situação tenha a capacidade de impulsionar o consumo na Zona Euro.

O indicador de sentimento económico aumentou 0.6 pontos em Janeiro para 101.2 pontos, resultado do aumento da confiança no consumo e no comércio retalhista, em contrapartida da queda do indicador no sector dos serviços e da construção. Também o indicador de clima empresarial registou um ligeiro aumento no início do ano, passando de 0.15 pontos em Dezembro para 0.16 pontos em Janeiro.

Agregado Monetário M3

(y/y%)

Taxa de Inflação

(y/y%)

PMI Compósito e Manufactura para a Zona Euro

(média mensal %)

PMI Compósito e das Manufacturas

(pontos)

-1-0.5

00.5

11.5

22.5

33.5

44.5

dez-10 ago-11 abr-12 dez-12 ago-13 abr-14 dez-14

Fonte: Eurostat

-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

3.5

jan-10 nov-10 set-11 jul-12 mai-13 mar-14 jan-15

Fonte: Eurostat

42

44

46

48

50

52

54

56

jan-12 jul-12 jan-13 jul-13 jan-14 jul-14 jan-15

PMI Compósito PMI ManufacturaFonte: Bloomberg

9.5

10

10.5

11

11.5

12

12.5

dez-10 ago-11 abr-12 dez-12 ago-13 abr-14 dez-14Fonte: Eurostat

Vânia Patrícia Duarte

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

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Economias

Saldo devedor record: No âmbito do acompanhamento regular do FMI, depois de terminado o Programa de Ajustamento, a instituição deixa vários alertas a Portugal. Embora reconhecendo os progressos significativos em várias frentes, a instituição alerta, por exemplo, para o ainda muito elevado stock de responsabilidades sob o exterior – a Posição de Investimento Internacional, que incorpora a Dívida Externa, excede 110% do PIB, um dos valores mais elevados entre as economias desenvolvidas. Caso o saldo da Balança Corrente permaneça em torno de +0.5% do PIB, levaria cerca de 13 anos para reduzir este stock para metade, segundo o Fundo. Para acelerar o processo, será fundamental um maior dinamismo das exportações assente no reforço da competitividade externa. Efectivamente, segundo o FMI, o saldo excedentário da Balança Corrente tem vindo a diminuir, reflectindo o baixo crescimento das exportações, em parte graças a factores estruturais, e também à recuperação da procura interna.

Os estrangulamentos ao crescimento mais robusto e criação de emprego continuam significativos, antecipando o Fundo que o ritmo de expansão do PIB estabilize no médio prazo em torno de 1.5%/por ano. Para além das tendências demográficas desfavoráveis, o investimento líquido negativo (Formação Bruta de Capital excluindo amortizações) restringe o output potencial. Pelo que o crescimento projectado assenta no aumento da produtividade total dos factores (pois o factor trabalho e capital encolhem), a qual depende da boa implementação das reformas estruturais. Neste contexto, as reformas fundamentais são as que se destinam a fortalecer a baixa competitividade externa, que restringe as exportações, e o elevado endividamento das empresas, que limita o investimento.

O FMI afirma ainda que os ganhos e vantagens obtidas no campo das condições financeiras correm o risco de se inverter caso não sejam implementadas reformas num contexto de ainda elevados níveis de endividamento, recordando que no final de 2014 as principais agências de rating optaram por não rever em alta a classificação atribuída a Portugal (esperava-se eventual reforço para Investment Grade) citando riscos financeiros e fiscais. Mais crescimento e consolidação orçamental adicional são necessários para ancorar a tendência do rácio de dívida pública numa trajectória sustentadamente descendente.

Portugal - Os recados do FMI

Investimento líquido (excluindo consumo de capital) decresce, limitando output potencial

(% do PIB)

A PII regista um saldo devedor superior a 110% do PIB

(% do PIB)

Endividamento das empresas não financeiras

(% do PIB)

Dívida Pública: espera-se que 2015 marque o início da trajectória descendente

(% do PIB)

-0.04-0.02

00.020.040.060.080.1

0.120.14

1995

1996

1997

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1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

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2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

Fonte: AMECO-130

-120

-110

-100

-90

-80

-70

-60

-50

-40

2005

2005

2006

2007

2007

2008

2009

2009

2010

2011

2011

2012

2013

2013

2014

Fonte: Banco de Portugal

30%

50%

70%

90%

110%

130%

150%

170%

2010 2013 2016 2019 2022 2025 2028 2031 2034

2013: 129%

Fonte: INE, Min Finanças, cenário e cálculos BPI

Paula Gonçalves Carvalho

120130140150160170180190200

dez-

07m

ar-0

8ju

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08de

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-09

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09se

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10de

z-10

mar

-11

jun-

11se

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11m

ar-1

2ju

n-12

set-

12de

z-12

mar

-13

jun-

13se

t-13

dez-

13m

ar-1

4ju

n-14

set-

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Emp.privadas. Emp.públicasFonte: Banco de Portugal

Mar13: 191% Set14:

175%

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E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

Espanha - Bom desempenho em 2014Economias

Economia avança 1.4% em 2014: A publicação da estimativa preliminar para o comportamento do produto mostrou aceleração do ritmo de expansão da actividade no último trimestre de 2014. Naquele período a economia avançou 0.7% em cadeia, mais 0.2 pontos percentuais do que nos dois trimestres anteriores; e em termos homólogos avançou 2%, acima dos 1.6% observados no trimestre anterior. A publicação do detalhe só acontecerá no final de Fevereiro, mas antecipa-se o reforço do contributo da procura interna. Entretanto, a evolução do indicador de sentimento da Comissão Europeia, sugere que a retoma da actividade se consolide nos próximos trimestres. Outros indicadores apontam no mesmo sentido: a confiança dos consumidores registou uma recuperação considerável em Janeiro, situando-se o respectivo índice em -1.4, muito acima da média de -9.6 registada no 4T14; também a confiança no retalho melhorou em Janeiro; e as vendas a retalho e de automóveis continuam a acelerar, registando ritmos de crescimento de dois dígitos. Do lado da oferta, observam-se também sinais positivos, tendo o indicador de confiança melhorado para -4.5 no primeiro mês de 2015, face a um valor médio de -5.3 no 4T14; e a taxa de utilização da capacidade instalada aumentou para 78.1% no 4T14, o nível mais alto desde Setembro de 2008.

Mercado de trabalho ainda débil: Em 2014, a taxa de desemprego situou-se em 24.4%, menos 2.3 pontos percentuais do que no ano anterior, o que representa menos 326 mil desempregados face a 2013. Contudo, o mercado de trabalho continua a apresentar fragilidades, evidentes, por exemplo, no aumento da percentagem de desempregados de longa duração (61.8% em 2014 vs 58.4% em 2013), no aumento do rácio de temporalidade, que mede o peso dos trabalhadores com contracto a termo face àqueles com contracto permanente (24% vs 23.1%) e no rácio de parcialidade, que mede o emprego em parcial face ao emprego a tempo completo (15.9% vs 15.8%). Por seu turno, o número de empregados aumentou no mesmo período em 205 mil.

E a evolução do indicador de sentimento aponta para manutenção da tendência

(%, Iíndice)

O ritmo de crescimento está a acelerar

(contributos para o crescimento, tvh)

Mercado de trabalho: o desemprego está a cair desde Dezembro de 2013

(%, %)

O crédito ao sector privado ainda está a cair, mas apresenta sinais de inversão

(yoy%)

Teresa Gil Pinheiro

-15%-13%-10%-8%-5%-3%0%3%5%8%

10%

dez-

05

dez-

06

dez-

07

dez-

08

dez-

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10

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11

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12

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13

dez-

14

Exportações ImportaçõesConsumo privado Consumo públicoInvestimento PIB Fonte Bloomberg, BPI calc.

50

60

70

80

90

100

110

120

-6

-4

-2

0

2

4

6

mar

-01

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02

mar

-04

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-07

set-

08

mar

-10

set-

11

mar

-13

set-

14PIB var anual Sent. Económico

Fonte: INE, Bloomberg, BPI calc.

-20-10

01020304050

dez-

00se

t-01

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02m

ar-0

3de

z-03

set-

04ju

n-05

mar

-06

dez-

06se

t-07

jun-

08m

ar-0

9de

z-09

set-

10ju

n-11

mar

-12

dez-

12se

t-13

jun-

14

Sector não financeiro Ad.PúblicaENF Particulares

Fonte: Banco de Espanha

0

5

10

15

20

25

30

-10

0

10

20

30

40

50

60

Mar-02 Jun-06 Sep-10 Dec-14Deseemprego (yoy) Taxa de desemprego (RHS)

Fonte: Banco de Espanha

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

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Brasil - Banco Central volta a aumentar a taxa Selic Economias

O Banco Central do Brasil voltou a aumentar a taxa de Selic, desta vez em 50 pontos base para 12.25%, regressando para níveis de 2011. A avaliação do comité de política monetária sublinhou que o facto de a inflação se encontrar actualmente em patamares tão elevados, reflecte em parte o reajustamento dos preços, nomeadamente o realinhamento dos preços domésticos em relação aos preços internacionais e o realinhamento dos preços regulados. Como resultado, o Banco Central continua a considerar a possibilidade de a pressão sobre o aumento dos preços se manter em 2015, mas reiterou o seu objectivo de conduzir a inflação a diminuir para o objectivo dos 4.5% até 2016. É, portanto, provável que o ajustamento da política monetária se mantenha nos próximos meses, isto numa altura em que o Governo deixa transparecer que adoptará uma política monetária menos expansiva de forma a restaurar a credibilidade que tem vindo a ser perdida nos últimos anos.

Os dados da balança de pagamentos de 2014 continuam a patentear a perda de competitividade externa. O défice da conta corrente aumentou em 2014, pelo terceiro ano consecutivo para USD 90 mil milhões (equivalente a 4.17% do PIB), que compara com um défice de USD 81 mil milhões em 2013 (3.62% do PIB). O agravamento deste défice resultou essencialmente da deterioração do saldo da balança de bens, que em 2014 registou o primeiro défice dos últimos 14 anos de USD 3.9 mil milhões (isto apesar de uma desvalorização de cerca de 10% do real face ao dólar), para além de um agravamento dos défices das balanças de serviços e rendimentos. Ainda assim, o défice continuou a ser financiado essencialmente por investimento directo estrangeiro (que ascendeu a cerca de 3.9%) e investimentos de carteira (de cerca de 1.4% do PIB).

As contas públicas também se deterioraram de acordo com os dados finais de 2014. O Governo apresentou pela primeira vez em mais de 10 anos um saldo primário negativo de 32.5 mil milhões de reais (em -0.63% do PIB), comparativamente a um excedente de 91.3 mil milhões de reais (1.88% do PIB) em 2013, e a uma média de saldos positivos na ordem dos 3% nos últimos 10 anos. A degradação das finanças públicas resultou não só de uma redução da receita face à desaceleração da economia, mas também de um aumento da despesa. Desta forma a dívida pública bruta (que inclui Governo Federal, INSS, Governos estaduais e municipais) aumentou em Dezembro em cerca de 6.6 pontos percentuais em relação a 2013 para 63.4% do PIB.

Taxa de inflação dos preços não regulados (transacionáveis e não transaccionáveis)

(taxa de variação homóloga)

Inflação- Preços regulados e não regulados

(taxa de variação homóloga)

Investimento Directo Estrangeiro vs Balança de Conta Corrente

(mil milhões de dólares, acumulado de 12 meses)

IBOVESPA e USD/BRL

(indice; USD/BRL)

0123456789

10

dez-11 jun-12 dez-12 jun-13 dez-13 jun-14 dez-14Preços regulados Preços não reguladosIPC Fonte: BCB

0

2

4

6

8

10

12

jun-11 dez-11 jun-12 dez-12 jun-13 dez-13 jun-14 dez-14

Transaccionáveis Não TransaccionáveisFonte: BCB

40

50

60

70

80

90

100

dez-11 jun-12 dez-12 jun-13 dez-13 jun-14 dez-14

-100

-90

-80

-70

-60

-50

-40

Conta Corrente (ELD) Investimento Directo EstrangeiroFonte: BCB

1.50

1.75

2.00

2.25

2.50

2.7540000

50000

60000

70000

80000

fev-10 fev-11 fev-12 fev-13 fev-14 fev-15IBOVESPA BRL/USD (ELD)

Fonte: Bloomberg

Luisa Teixeira Felino

20

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

México - Resiliência da economia apesar da queda dos preços do petróleoEconomias

Os indicadores mensais de actividade continuam consistentes com uma aceleração do crescimento no último trimestre de 2014, ainda que moderada. O índice mensal de actividade económica aumentou 2.7% y/y em Novembro, registando uma desaceleração face ao crescimento do mês anterior de 2.8% y/y. Apesar de o crescimento ter sido positivo em todos os sectores, as actividades terciárias foram as que cresceram com maior dinamismo (+2.3% y/y), seguidas do sector secundário (+1.7% y/y) e do sector primário (+0.6% y/y). A evolução do índice de produção industrial também foi favorável, com o indicador a crescer 1.8% em Novembro, impulsionado pelo crescimento da actividade na indústria transformadora (+3.6% y/y) e construção (+5.3% y/y), que compensaram a queda da actividade mineira (-5.6% y/y). Entretanto, a taxa de desemprego diminuiu em Dezembro para 3.76%, comparativamente a 4.53% no mês anterior, registando o nível mais baixo desde 2008.

O Banco Central manteve a taxa de política monetária inalterada nos 3%, face ao comportamento moderado da inflação, continuando porém cauteloso face aos riscos da depreciação cambial (o peso desvalorizou cerca de 12% durante o ano de 2014, tendência que se tem mantido nas primeiras semanas de 2015) e ao cenário de aumento das taxas de juro nos EUA. A taxa de inflação desacelerou em Dezembro pelo segundo mês consecutivo para 4.1% y/y, face a 4.2% y/y em Novembro e 4.3% y/y em Outubro. A inflação subjacente abrandou igualmente para 3.2% y/y em Dezembro face a 3.3% y/y no mês anterior.

A agência de rating Moody’s defende que ainda que alguns projectos petrolíferos possam ser adiados, a queda dos preços do petróleo não deverá comprometer a classificação de rating do Governo Central (A3). O novo relatório publicado pela agência lembra que apesar de as receitas fiscais petrolíferas ainda representarem cerca de 1/3 das receitas fiscais, o governo tem as suas posições adequadamente cobertas para o risco da descida dos preços de petróleo. Para além disso, esperam que as exportações da indústria transformadora mais que compensem a queda das exportações de petróleo, beneficiando da recuperação dos EUA e da desvalorização cambial. Ainda assim, o Ministro das Finanças anunciou recentemente que a despesa pública deverá sofrer um corte para preservar a sustentabilidade das finanças públicas (de cerca de 0.7% do PIB), sendo que mais de metade deste valor corresponde a uma redução do investimento da Pemex.

Indice mensal de actividade económica

(variação homóloga)

USD/MXN & MEXBOL

(índice; pesos por USD)

Produção Industrial

(variação percentual anual)

Inflação

(variação percentual anual)

-6.0%

-4.0%

-2.0%

0.0%

2.0%

4.0%

6.0%

8.0%

nov-12 mar-13 jul-13 nov-13 mar-14 jul-14 nov-14

Total Sector Secundário Sector TerciárioFonte: INEGI/Bloomberg

12

12.5

13

13.5

14

14.5

15

15.5

16500520540560580600620640660680

dez-12 abr-13 ago-13 dez-13 abr-14 ago-14 dez-14MEXBOL Index USD/MXN (ELD)

Fonte: Bloomberg

-10-8-6-4-202468

10

nov-12 mai-13 nov-13 mai-14 nov-14Total Ind. Trasformadora Construção

Fonte: INEGI/Bloomberg

0

1

2

3

4

5

out-12 fev-13 jun-13 out-13 fev-14 jun-14 out-14IPC IPC subjacente

Fonte: INEGI/Bloomberg

Luisa Teixeira Felino

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

21

Angola - Orçamento rectificativo deve ser aprovado no final de FevereiroEconomias

Os últimos dados das exportações petrolíferas realçam uma queda do preço médio do barril, que, no final de 2013 era de USD 107.93 e terminou 2014 nos USD 76.04. As receitas de exportação caíram 28% y/y, explicadas, essencialmente, pela queda do preço médio do barril (cerca de 30%), sendo que, em termos de volume, as exportações aumentaram de 1.59 mbd em Dezembro de 2013 para 1.62 mbd em Dezembro de 2014. As receitas orçamentais também sofreram uma redução muito substancial de 32.4% face ao período homólogo.

A queda do preço da matéria-prima levou à necessidade da Comissão Económica do Conselho de Ministros aprovar, recentemente, os termos de referência para a revisão do Orçamento Geral do Estado para 2015, desta vez com um preço médio de referência previsto para os USD 40 (o Governo tinha pressuposto USD 81). Espera-se que esta alteração resulte numa perda das receitas fiscais no total de USD 14 mil milhões, de acordo com o Ministério das Finanças.

Entretanto, o índice de preços do consumidor para a cidade de Luanda abrandou em Dezembro para 7.48% (em comparação com 7.49% em Novembro, revertendo a tendência ascendente iniciada em Junho). A classe de “Bens e Serviços Diversos” registou o maior aumento (+1.36%), seguida das classes de “Vestuário e Calçado” (+1.25%) e “Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção” (+1.17%). Deste modo, a inflação anual acabou por ficar em linha com o projectado pelo Governo Angolano, apesar do agravamento da pauta aduaneira, desvalorização do kwanza e aumento dos preços dos combustíveis. A inflação mensal foi de 0.73%, comparativamente a 0.53% verificada no mês anterior.

Recentemente, o BNA divulgou os dados sobre o crédito concedido à economia e depósitos constituídos no mês de Dezembro, onde se destaca um abrandamento na concessão de crédito em comparação com o período homólogo (+0.7% y/y), mas um decréscimo significativo quando comparado com o mês anterior (-12.3% m/m). Os depósitos, por outro lado, continuaram a aumentar, registando uma variação de 15.6% y/y. Este aumento foi impulsionado pelos depósitos em moeda nacional, que aumentaram 29.6% y/y, comparativamente a um decréscimo nos depósitos em moeda estrangeira (-3.3% y/y).

As reservas internacionais líquidas aumentaram ligeiramente em Dezembro, contrariando a tendência de queda registada desde meados de 2014. Assim, as reservas passaram de USD 26.5 mil milhões em Novembro para USD 27.3 mil milhões no último mês de 2014.

Receitas Petrolíferas

(mil milhões USD)

Preços do Brent

(USD por barril)

Vânia Patrícia Duarte

Reservas Internacionais Líquidas

(milhões USD)

Inflação mensal e homóloga

(%, %)

40

50

60

70

80

90

100

110

120

fev-14 abr-14 jun-14 ago-14 out-14 dez-14 fev-15

Fonte:Bloomberg

0

1

2

3

4

5

6

7

dez-12 jun-13 dez-13 jun-14 dez-14Receitas de exportação Receitas Fiscais Fonte: Minist. das Finanças

25,000

27,000

29,000

31,000

33,000

35,000

dez-1

2

fev-1

3

abr-1

3

jun-1

3

ago-

13

out-1

3

dez-1

3

fev-1

4

abr-1

4

jun-1

4

ago-

14

out-1

4

dez-1

4

Fonte: Banco Nacional de Angola

0.0%

0.2%

0.4%

0.6%

0.8%

1.0%

1.2%

0.0%

2.0%

4.0%

6.0%

8.0%

10.0%

dez-12 jun-13 dez-13 jun-14 dez-14

Mensal (ELD) Homóloga (ELE)Fonte: INE

22

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

Economias

Moçambique - Factores climatéricos afectam a actividade no início do ano

No início deste ano, a actividade económica em Moçambique voltou a ser afectada por factores climáticos, nomeadamente chuvas intensas que provocaram cheias sobretudo nas zonas centro e norte do país. Apesar de esta ser uma característica recorrente durante esta época do ano, é possível que este factor se venha a reflectir negativamente nos indicadores de actividade, em particular no sector agrícola, o que poderá também exercer pressão sobre o crescimento dos preços dos bens alimentares. De acordo com as estimativas do FMI, este factor deverá ter um impacto de cerca de 0.5 pontos percentuais no crescimento do PIB. Ainda assim, as perspectivas económicas continuam a ser amplamente positivas, face a um crescimento robusto e inflação reduzida.

Moçambique terminou o ano com uma taxa de inflação de 1.93% y/y em Dezembro, sendo este um patamar relativamente baixo face aos níveis médios históricos (no final de 2013, o mesmo indicador situava-se em 3.5% y/y), e face ao objectivo do Banco Central (que estipula uma meta de 5-6%). Ainda assim em relação ao mês anterior registou-se uma pequena aceleração, face ao crescimento de 1.79% y/y em Novembro, sendo que, em termos mensais, a taxa de inflação também aumentou para 0.7%, comparativamente a um crescimento de 0.4% no mês anterior. A reduzida taxa de inflação tem persistido perante um arrefecimento do crescimento dos preços dos bens alimentares, para além de que a ligeira valorização do metical face ao rand beneficia uma diminuição dos preços dos bens importados.

Perante o comportamento benigno da inflação, o Banco Central manteve a política monetária expansionista, deixando a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez em 7.5%, a taxa de juro de facilidade permanente de depósito em 1.5% e o coeficiente de reservas obrigatórias em 8%. No sector financeiro, os empréstimos ao sector privado aumentaram em Novembro 3.9% m/m (em cerca de Mt 6.97 milhões), sendo que a componente em moeda nacional contribuiu em cerca de Mt 5.11 milhões (mantendo um peso de cerca de 80% do crédito). Em termos homólogos, o crédito ao sector privado avançou 24%. De acordo com o último comunicado do Banco Central, as reservas internacionais líquidas em Dezembro aumentaram em USD 16 milhões para USD 2862 milhões, invertendo a tendência de queda que se tinha registado nos três meses anteriores.

Inflação

(taxa de variação homóloga)

Taxa de câmbio

(USD/MZN)

Crédito ao sector privado

(taxa de variação homóloga)

Reservas internacionais líquidas

(milhões de USD)

Luisa Teixeira Felino

0%1%2%3%4%5%6%7%8%9%

10%

dez-11 jun-12 dez-12 jun-13 dez-13 jun-14 dez-14

Moçambique Maputo Fonte: INE

0

1

2

3

4

5

6

25.0

27.0

29.0

31.0

33.0

35.0

37.0

39.0

41.0

jan-10 out-10 jul-11 abr-12 jan-13 out-13 jul-14

USD/MZN ZAR/MZN (ELD) Fonte: INE

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

dez-

10

mar

-11

jun-

11

set-

11

dez-

11

mar

-12

jun-

12

set-

12

dez-

12

mar

-13

jun-

13

set-

13

dez-

13

mar

-14

jun-

14

set-

14

Fonte: Banco de Moçambique

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

nov-10 jul-11 mar-12 nov-12 jul-13 mar-14 nov-14Fonte: Banco de Moçambique

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

23

Economias

África do Sul - PMI e Inflação apontam para início do ano positivo

A balança comercial piorou em 2014 face a 2013, tendo-se registado um défice de R 95.3 mil milhões, que compara com os R 71.4 mil milhões em 2013. Esta variação compreende um aumento de 6.63% nas exportações, contraposto com um aumento de 8.55% nas importações. As exportações sul-africanas no ano transacto foram mais diversificadas, ainda que isto se deve maioritariamente à crise registada no sector mineiro, tendo as exportações de metais preciosos caído 11%. Apesar da existência de alguma tensão laboral no sector, as exportações de automóveis aumentaram 19%. As exportações para os restantes países africanos foram, de longe, aquelas que mais aumentaram, sendo responsáveis por 58% do aumento registado.

O indicador PMI para a África do Sul melhorou consideravelmente em Janeiro, registando-se um aumento de 4.0 pontos-índice para 54.2. Este aumento deve-se, em larga parte, a uma forte expansão da actividade empresarial, cujo índice aumentou de 48.3 pontos em Dezembro para 61.7 pontos na última leitura. Porém, este ritmo mais acelerado de expansão poderá não ser sustentável visto que a evolução da procura, que em Janeiro aumentou 1.1 pontos para 53.7, não está a acompanhar esta tendência, evidenciada pelo índice de inventários, que aumentou 9.2 pontos para 61.2. Finalmente, os empresários sul-africanos continuaram a reduzir o número de trabalhadores, com o índice a piorar de 46.3 pontos para 43.8.

Em Dezembro de 2014, a inflação na África do Sul caiu 0.5p.p. para 5.3% y/y, registando o valor mais baixo desde Novembro de 2013. O preço dos alimentos continuou a ser o principal contribuinte para o aumento, porém o ritmo de crescimento tem registado sucessivos abrandamentos nos últimos meses, posicionando-se actualmente nos 7.2% y/y. Por outro lado, o preço dos transportes registou as maiores quebras de preços, principalmente devido a uma diminuição de 68c/litro no preço do combustível.

Na sua primeira reunião de 2015, o Comité de Política Monetária (CPM) da Reserva Federal Sul Africana procedeu a uma forte revisão em baixa das suas previsões de crescimento para a inflação, esperando agora que esta caia para 3.8% em 2015, isto quando na última reunião apontou para 5.3%. Para 2016, o CPM reduziu a sua previsão em 0.1p.p. para 5.4%, face à possibilidade de um aumento dos preços do petróleo. O CPM manifestou-se porém preocupado com a tendência de depreciação do rand face ao dólar, situação que poderá reduzir os efeitos da queda dos preços do petróleo na inflação. Ainda assim, face à evolução da inflação, o CPM mostrou interesse em adoptar um processo de normalização da sua política monetária mais prudente, decidindo unanimemente manter a taxa directora em 5.75%.

PMI Composto

(pontos índice)

Balança Comercial

(rand mil milhões, média 12 meses)

40.0

45.0

50.0

55.0

60.0

jan-13 mai-13 set-13 jan-14 mai-14 set-14 jan-15Fonte: Bureau For Economic Research

-14.00-12.00-10.00-8.00-6.00-4.00-2.000.002.004.00

jan-11 ago-11 mar-12 out-12 mai-13 dez-13 jul-14Fonte: Reserve Bank South Africa

Taxa de câmbio do rand

(rands por USD, rands por EUR)

Inflação

(%)

Pedro Miguel Mendes

0.0

1.0

2.0

3.0

4.0

5.0

6.0

7.0

jan-10 out-10 jul-11 abr-12 jan-13 out-13 jul-14Fonte: Statistics South Africa

1212.51313.51414.51515.516

10.010.210.410.610.811.011.211.411.611.812.0

jan-14 mar-14 mai-14 jul-14 set-14 nov-14 jan-15

USD/ZAR (ELE) EUR/ZAR (ELD) Fonte: Bloomberg

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E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

25

Mercados Mercado Cambial

EUR/USD menos pressionado depois do registo de novo mínimo

A consolidação da tendência de queda do EUR/USD levou ao registo de um novo mínimo dos últimos 12 anos, 1.1098, havendo uma situação de sobre vendido de euros contra dólares. A decisão do BCE em ampliar o QE à compra de dívida pública, para além de inflação e taxas de juro negativas, ajudou ao sentimento desfavorável à moeda europeia em termos de investimento atractivo. O dólar tem a suportá-lo uma economia pujante (que chegou mesmo a surpreender em comparação com a estagnação na Zona Euro) e o fecho em 2014 dos programas de QE, a que acresce a possibilidade de início da normalização das taxas de juro. E este último aspecto irá ser importante ao longo do ano – a gestão pela Fed do timing para o início do novo ciclo dos juros irá definir a evolução dos mercados, concretamente do dólar. Atrasos superiores ao esperado (falava-se em Junho, mas poderá só ser em Dezembro) não favorecem o dólar. A Zona Euro comporta ainda demasiados riscos que resultam das discrepâncias económicas existentes entre os diferentes membros, assim como a estagnação populacional, do crédito, do investimento, etc.. A receita americana do QE pode sair enviesada quando usada na Europa. Acresce a situação da Grécia, aguardando-se com detalhe a resolução do país. Neste contexto, com a maioria dos factores descontados, depois do EUR/USD ter chegado a níveis inferiores ao esperado inicialmente (1.10), é muito provável que se assista no curto prazo a uma estabilização entre 1.10 e 1.15, embora o objectivo da paridade não esteja definitivamente posto de lado.

O EUR/GBP alcançou igualmente um valor mínimo dos últimos 7 anos, 0.74, numa tendência de queda con-struída ao longo dos últimos anos. Comparativamente à Zona Euro, também a economia do Reino Unido mostra uma boa performance, embora possa ser contagiada pelas forças deflacionistas externas. Também o Banco de Inglaterra (BoE) pode vir a ter dificuldade em iniciar a subida dos juros, para mais que a moeda mostra-se bastante forte. O risco político deverá temperar os mercados através das eleições de Maio. Assim, a aposta numa GBP ainda mais forte poderá ser desajustada.

Depois do USD/JPY ter alcançado o valor máximo em Dezembro, perto dos 122 ienes por dólar, perdeu tendên-cia e prosseguiu uma evolução de cariz lateral. A depreciação do iene foi um movimento que acompanhou as medidas de QE introduzidas pelo Banco do Japão (BoJ), encontrando-se esta relação esgotada. Não se aguardam medidas adicionais por parte do BoJ, estando as autoridades a aguardar os efeitos da sua política na actividade económica, para o qual também concorre o baixo preço da energia e a moeda fraca, para além dos estímulos fiscais anunciados pelo governo. Neste âmbito, compreende-se a falta de interesse neste câmbio por parte de investidores e operadores.

O EUR/CHF mostra-se mais calmo, agora acima da paridade, depois de o Banco da Suíça ter esvaziado as pressões, deixando de defender 1.20 e colocando as taxas de referência em níveis negativos.

EUR/USD em queda, próximo de 1.10; USD/JPY perde tendência e estabiliza

(x dólares por EUR; x ienes por USD)

Banco da Suíça deixa de fixar câmbio de EUR/CHF e ele cai; EUR/GBP prossegue queda

(x libras por EUR; x francos suíços por EUR)

Agostinho Leal Alves

100.0

105.0

110.0

115.0

120.0

125.0

1.100

1.150

1.200

1.250

1.300

1.350

1.400

mar-14 mai-14 jul-14 out-14 dez-14

EUR/USD (LHS)

USD/JPY

Fonte: Reuters, BPI

0.96

1.10

1.24

0.720

0.760

0.800

0.840

mar-14 mai-14 jul-14 out-14 dez-14

EUR/GBP (LHS)

EUR/CHF (RHS)

Fonte: Reuters, BPI

Paridade dos Poderes de Compra

2015-02-03

PPC SPOT % SOBRE (+) OU SUB (-)

EUR/USD 1.3688 1.1376 -16.89%

EUR/JPY 141.98 133.48 -5.99%

EUR/GBP 0.8350 0.7540 -9.71%

EUR/CHF 1.2226 1.0526 -13.90%

Fonte: BPI.

Cotações a Prazo

2015-02-03

Moedas 3 Meses 6 Meses 1 Ano

EUR/USD 1.1383 1.1391 1.1421

EUR/JPY 133.51 133.52 133.53

EUR/GBP 0.7550 0.7562 0.7595

EUR/CHF 1.0525 1.0481 1.0434

Fonte: BPI.

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E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

Mercados Mercado Cambial (moedas emergentes)

Ainda a Rússia…

A situação económico-financeira na Rússia tende a agravar-se, merecendo uma análise complementar à efectu-ada no mês passado. Existem várias variáveis a ter em atenção, sabendo-se que a sua resolução pede diferentes respostas (senão antagónicas). Para além da Rússia estar envolvida num conflito com a Ucrânia, tornando-se factor de risco para a economia mundial, em particular para a europeia, a sua economia enfrenta desafios como a alta inflação, juros elevados, moeda fraca, economia em regressão, sanções económicas, a que não ajuda a forte queda do preço do petróleo, essencial à captação de reservas cambiais. Neste contexto, o Banco central da Rússia decidiu reduzir a sua taxa de juro de referência de 17% para 15% em resultado, segundo o comunicado, da mudança no equilíbrio de riscos entre a aceleração dos preços no consumidor e o arrefecimento da economia. Esta decisão acontece depois de, em Dezembro, o banco central ter aumentado de forma significativa os juros devido ao esperado aumento da subida dos preços com a forte depreciação rublo. Passado esse efeito, o banco central da Rússia aguarda agora por uma inflação mais estável em consequência da diminuição da actividade económica. Se, em 2014, a taxa de inflação se fixou em 11.4%, as autoridades esperam que ao longo de 2015 o valor venha abaixo dos 10%. Complementarmente, o governo russo introduziu um plano anti-crise de salvação de bancos e empresas, ao mesmo tempo que propõe a redução da despesa pública, depois da Standard & Poor’s ter colocado o rating do país em “lixo”. Não se sabem detalhes, mas podem vir a ser gastos cerca de 30 mil milhões de euros em contrapartida da redução da despesa noutras áreas. Entretanto, o USD/RUB encontra-se próximo de níveis máximos, variando entre os 70/72 rublos por dólar. O que se passa na Rússia e as medidas tomadas estão a contagiar outras moedas da região, que se mostram igualmente mais fracas.

Na última reunião do Banco central da Índia (RBI) foi decidido manter a taxa de juro directora em 7.75% (em Janeiro tinha descido 25 p.p. de 8.0%), ainda assim a autoridade monetária reduziu a liquidez dos bancos depos-itada no RBI de um rácio de 22% para 21.5%, com o objectivo de permitir que as entidades bancárias concedam mais crédito à economia. A recuperação económica permanece fraca, embora a política monetária menos restritiva e o preço do petróleo aos níveis actuais possam vir a ser uma grande ajuda para o equilíbrio financeiro do país. A rupia, por seu turno, tem vindo a recuperar uma pequena parte da depreciação ocorrida em 2014 em relação ao dólar. Pelo menos estancou a subida do USD/INR.

Tanto o rublo (RUB) como o yuan (CNY) têm vindo a perder valor para o dólar

(x yuans por USD; x rublos por USD)

Prossegue a tendência de depreciação da lira turca (TRY) e do rand da África do Sul (ZAR)

(x rands por USD; x liras turcas por USD)

Real brasileiro (BRL) e peso mexicano (MXN) mantêm as perdas para o dólar

(x pesos por USD; x reais por USD)

Zloty polaco (PLN) e coroa checa (CZK) mostram uma estabilidade controlada pelas autoridades

(x zlotis por EUR; x coroas checas por EUR)

32

40

48

56

64

72

6.00

6.10

6.20

6.30

6.40

6.50

mar-14 mai-14 jul-14 set-14 nov-14 jan-15

USD/CNY USD/RUB Fonte: Reuters, BPI

2

2.1

2.2

2.3

2.4

2.5

10

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10.8

11.2

11.6

12

mar-14 mai-14 jul-14 set-14 nov-14 jan-15

USD/ZAR USD/TRY Fonte: Reuters, BPI

2.1

2.3

2.5

2.7

2.9

12.6

13.4

14.2

15

mar-14 mai-14 jul-14 set-14 nov-14 jan-15

USD/MXN USD/BRLFonte: Reuters, BPI

27

27.5

28

28.5

3.9

4.2

4.5

mar-14 mai-14 jul-14 set-14 nov-14 jan-15

EUR/PLN EUR/CZKFonte: Reuters, BPI

Agostinho Leal Alves

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

27

Mercados Mercado de Dívida Pública

Novos mínimos

Mercados desenvolvidos: i) Mantem-se a tendência de queda das yields dos principais benchmark, tendo o UST a 10 anos observado um mínimo de 1.64% no final do mês, recuperando ligeiramente na primeira semana de Fevereiro (1.8%). Comportamento semelhante observou o Bund a 10 anos, cuja yield registou um mínimo histórico de 0.3%, recuperando depois 7 pontos base. ii) as curvas de rendimento mantêm-se descendentes, em parte reflexo de políticas monetárias que suportam expectativas de que não haverá movimentos acentuados de subida das taxas de juro de longo prazo, mas também receios quanto ao crescimento mundial e comportamento da inflação. iii) cresce o número de países e o prazo em que as taxas de juro nominais das obrigações soberanas se encontram em níveis negativos. Destaque para o caso suíço, onde até aos 10 anos se observam taxas de rendibilidade negativas. O facto de diversas autoridades monetárias – BCE, Banco Nacional da Suíça e Banco Nacional da Dinamarca – terem as respectivas taxas de juro dos depósitos em terreno negativo, reflecte-se na canalização da liquidez existente no sistema financeiro para investimentos considerados de risco reduzido, como é o caso da dívida pública de países com melhor classificação de risco e com menos consumo de capital face, por exemplo, à concessão de crédito. Na Europa, cerca de 1/3 dos títulos de dívida pública apresentam yields negativas. No entanto, pode também haver o risco de uma avaliação incorrecta laxista do risco. No início de Fevereiro a Finlândia emitiu mil milhões de euros de dívida a 5 anos com yield -0.017%, apesar da situação económica deste país não ser actualmente satisfatória, sugerindo a possibilidade de falta de alternativas de investimento para os bancos finlandeses.

Mercados periféricos: continuam a beneficiar da procura de rentabilidade, mantendo-se os respectivos prémios de risco face à dívida alemão próximo dos mínimos de 2014. Única excepção é a Grécia cujo braço de ferro com as autoridades euro-peias tem sido fonte de elevada incerteza. Mas para já não há sinais de contágio para outras economias.

Mercado de Dívida Pública: Taxas nominais

(%)

Inclinação da curva de rendimentos

(pontos base)

Taxas nominais negativas

(%)

Prémios de risco da Dívida Soberana

(pontos base)

Teresa Gil Pinheiro

0.00.51.01.52.02.53.03.5

j-14

f-14

m-1

4

a-14

m-1

4

j-14

j-14

a-14

s-14

o-14

n-14

d-14

j-15

f-15

UST10y Bund10yFonte: Bloomberg

0

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100

150

200

250

300

j-12

m-1

2m

-12

j-12

s-12

n-12

j-13

m-1

3m

-13

j-13

s-13

n-13

j-14

m-1

4m

-14

j-14

s-14

n-14

j-15

EUA (10y-2y) UEM (10y-2y)Fonte: Bloomberg, calc. BPI

-1.5-1.0-0.50.00.51.01.52.0

j-14

f-14

m-1

4

a-14

m-1

4

j-14

j-14

a-14

s-14

o-14

n-14

d-14

j-15

f-15

JPY2Y JPY3Y DEM2Y DEM3YDEM5Y FRF2Y NLG2Y NLG3YNLG5Y SEC2Y SEC5Y CHF2YCHF3Y CHF5Y CHF10Y DKK2YDKK5Y Fonte: Bloomberg

0

200

400

600

800

1000

1200

f-14

m-1

4

a-14

m-1

4

j-14

j-14

a-14

s-14

o-14

n-14

d-14

j-15

Espanha Portugal GréciaItália Irlanda Fonte: Bloomberg, calc. BPI

28

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

Mercado de Dívida DiversaMercados

Optimismo no mercado de dívida corporativa europeu mantém-se

No mercado Europeu, os tumultos políticos em torno da situação na Grécia não foram suficientes para esconder o optimismo do mercado de dívida corporativa face ao anúncio do programa de QE. As emissões de dívida no mercado primário ascenderam a EUR 74 mil milhões no segmento com classificação de rating de investimento e a EUR 14 mil milhões no segmento de dívida high yield, superando em ambos os casos os montantes emitidos no mesmo período do ano anterior. A resposta do mercado ao anúncio do programa de quantitative easing anunciado este mês pelo BCE foi positiva, destacando-se por exemplo uma emissão de Eur 750 milhões, a 7 anos com uma taxa de apenas 0.5% pela empresa Unilever, e a queda das yields de obrigações a 4 anos da empresa Nestlé (uma das empresas com melhor rating no mercado europeu) para patamares negativos. A supressão das yields nos títulos de dívida pública, na sequência do programa de compra destes activos, deverá também funcionar como um incentivo para a procura de maiores rentabilidades no mercado high yield. De facto, os spreads das obrigações nos mercados da periferia tinham-se deteriorado moderadamente na viragem do ano, mas voltaram a corrigir no final do mês de Janeiro, com o índice i-Traxx Crossover a recuperar para os níveis de Outubro.

Pelo contrário, no mercado norte-americano as emissões no mercado primário em Janeiro abrandaram em relação ao mesmo mês do ano anterior, em qualquer dos segmentos de risco. No segmento de grau de investimento destacou-se uma emissão da Apple de USD 6.5 mil milhões e uma emissão de USD 3 mil milhões da Capital One. No mercado secundário, começou-se a assinalar um agravamento dos spreads, mesmo nas categorias de rating mais elevado. Mas é sem dúvida no mercado high yield norte-americano que se tem registado uma maior correcção, em particular face ao agravamento da per-cepção do risco no sector energético, na sequência da queda dos preços do petróleo (recorde-se que o sector energético tem um peso de cerca de 16-18% no mercado high yield dos EUA, enquanto na Europa é de cerca de 2%).

CDS - Índices iTraxx

(pontos base)

Spreads da dívida face ao swap US - High Yield

(pontos base)

Luísa Teixeira Felino

Spreads da dívida diversa face ao swap (US)

(pontos base)

Emissões de Obrigações Corporate

(mil milhões USD e mil milhões EUR)

EUA Europa

IG HY IG HY

jan-14 106 24 56 8

fev-14 84 16 40 8

mar-14 121 38 55 16

abr-14 96 48 35 16

mai-14 99 49 54 7

jun-14 107 46 51 14

jul-14 56 29 22 6

ago-14 42 6 12 3

set-14 108 51 56 12

out-14 89 31 39 2

nov-14 113 37 60 5

dez-14 57 10 10 5

jan-15 95 23 74 14

Fonte:UBS/Bloomberg.

0

25

50

75

100

125

150

100

200

300

400

500

600

700

800

900

fev-13 jun-13 out-13 fev-14 jun-14 out-14 fev-15

iTraxx Crossover iTraxx Europe (eld) Fonte: Bloomberg, Markit

200

300

400

500

600

jan-14 mar-14 mai-14 jul-14 set-14 nov-14 jan-15

US High Yield Fonte: Bloomberg/Credit Suisse

020406080

100120140160180200

jan-14 mar-14 mai-14 jul-14 set-14 nov-14 jan-15

AAA AA A BBB Fonte: Bloomberg

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

29

Mercados Mercados Accionistas

Será que a Europa consegue seduzir os investidores?

No seu conjunto, as bolsas europeias estão a mostrar um bom começo de ano, captando interesse e investi-mento, divergindo da estagnação sentida na outra margem do Atlântico. De facto, se dos EUA vem um sentimento de estagnação em termos de reforço das aquisições de activos com risco, na Europa, os preços baixos de inúmeros papéis, coexistindo com o reforço da liquidez, gera um ambiente mais atraente ao investimento. Complementarmente, a divergência e evolução das respectivas políticas monetárias, em resposta à realidade económica, está a gerar percepções diferentes na formação de expectativas: se nos EUA, com maior ou menor atraso (a inflação baixa pode mudar timings), deverá iniciar-se o ciclo de subida das taxas de juro; na Zona Euro acentuou-se, recentemente, a política expansionista e as taxas de juro nos prazos mais curtos estão negativas, num cenário que tanto abarca a aceleração da queda da inflação como o aumento da confiança de consumidores e empresários.

Deste modo, tanto DJI, como S&P500 e NASDAQ têm falhado a continuação da tendência bullish, embora per-maneçam perto dos valores máximos. A análise gráfica mostra, nos três índices, várias tentativas falhadas de conquista de novos patamares ao longo das últimas semanas. Desde o início de 2015, DJI, S&P500 e NASDAQ registam perdas acumuladas de 4%, 3% e 2%, respectivamente. Na Europa, as performances têm sido positivas. O DAX, o CAC40 e o PSI20 mostram ganhos de 9%, 7% e 5% (o IBEX35 tem uma perda de 2%). Dentro de um contexto de forte volatilidade, o índice nacional verificou um importante arranque desde o início do ano, suportado por uma maior procura de empresas do sector da distribuição e de energia, ao mesmo tempo que se dava a fuga dos bancos. Para além da envolvente económica mais favorável, o PSI20 e os restantes índices europeus estão a beneficiar do lançamento pelo BCE do programa de compra de dívida pública, da depreciação do euro e da queda do preço do petróleo, factores que concorrem para uma maior competitividade das empresas.

A recuperação das bolsas na Europa deverá agora ganhar firmeza, num ambiente de taxas de juro historicamente baixas, evidenciando-se as empresas que têm expectativas de virem a distribuir dividendos elevados. Nos EUA, por seu turno, os resultados e os potenciais dividendos podem vir a ser penalizados com a permanência de um dólar forte, globalmente sobreavaliado.

Ainda permanecem como factores de risco a ter em conta ao longo das próximas semanas a Grécia e a Ucrânia. Ambos podem quebrar o ambiente favorável ao investimento em activos de risco, sobretudo na Europa.

Perante a estabilização/estagnação das bolsas americanas, destacou-se neste início do ano a boa performance das bolsas europeias; as emergentes dão sinais mais positivos

(base 100= Jan 14)

DJI perdeu dinâmica de subida; EUROSTOXX 50 confirma regresso do investimento à Europa

(base 100= Jan 14)

Agostinho Leal Alves

99.90

100.00

100.10

100.20

jan-14 fev-14 mar-14 abr-14 mai-14 jun-14 jul-14 ago-14 set-14 out-14 nov-14 dez-14 jan-15

MSCI Mundo MSCI Emergentes MSCI Europa MSCI América NorteFonte: ThomsonReuters

99.90

99.95

100.00

100.05

100.10

100.15

jan-14 mar-14 mai-14 jul-14 set-14 nov-14 jan-15

DJI EUROSTOXX 50 Fonte: ThomsonReuters

PSI20 mostra querer contrariar tendência de queda; IBEX35 consolida actuais patamares

(base 100= Jan 14)

99.60

99.80

100.00

100.20

jan-14 mar-14 mai-14 jul-14 set-14 nov-14 jan-15

IBEX 35 PSI 20 Fonte: ThomsonReuters

30

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

Mercado de CommoditiesMercados

Preços do petróleo abaixo dos USD70 face a inactividade na OPEP

Durante a maior parte do mês de Janeiro, a evolução dos preços do petróleo manteve a tendência decrescente observada durante a segunda metade de 2014, registando-se uma descida dos preços abaixo dos USD 50 por barril (p/b) pela primeira vez desde Abril de 2009. Observa-se assim que os factores macroeconómicos relacionados com a pressão descendente causada pela situação de desfasamento entre o crescimento da procura abaixo das previsões (para a qual se destaca o fraco ritmo de retoma económica na Europa e o abrandamento das indústrias chinesas) e amplo crescimento da oferta em 2014 (principalmente centrado na expansão da produção de shale oil norte-americano e à decisão da OPEP de não intervir nos mercados com reduções de produção). Dentro desta linha, de acordo com o último relatório da IEA, a procura mundial de petróleo aumentou 620 kb/d (+0.7%) em 2014, cerca de metade do valor apontado antes da queda dos preços em Julho. Para 2015, a IEA manteve inalterada a sua previsão de um aumento da procura em 900 kb/d, admitindo que apesar da retoma da economia mundial favorecer um aumento da procura, a leitura dos PMI para o sector das manufacturas na UEM e na China continua a mostra falta de dinamismo no sector, enquanto a depreciação das moedas de vários países importadores face ao dólar reduzirá os efeitos positivos dos preços mínimos actualmente praticados. No final de Janeiro, começa-se porém, a observar um possível movimento de recuperação dos preços, que regressaram actualmente a níveis de Dezembro do ano anterior, situação esta que é parcialmente devida à greve dos trabalhadores do sector nos EUA, mas que aponta também para receios no lado da oferta. De facto, os preços actualmente praticados nos mercados internacionais estão a levar as empresas petrolíferas a reduzir o seu capex e adiar ou cancelar novos projectos, o que reduz consideravelmente as perspectivas de crescimento da produção petrolífera em 2015. Segundo a IEA, a produção de petróleo fora dos países da OPEP deverá abrandar para 950 kp/b, isto após uma expansão de 1.9 mb/d em 2014, com o crescimento da produção dos EUA a manter-se próximo dos níveis actuais e a representar de longe o maior contributo para o crescimento, compensadas perdas em outros países.

Principais produtores de crude

(milhão de barris por dia)

Peso 'Dez 14

Nov 14 Dez 14 Dez/Nov

OPEP 39.2% 36.89 36.97 0.2%

A. Saudita 10.1% 9.51 9.52 0.1%

Iraque 3.9% 3.41 3.70 8.5%

Líbia 0.5% 0.69 0.44 -36.2%

Não OPEP 60.8% 57.16 57.24 0.1%

OCDE 24.7% 23.05 23.23 0.8%

EUA 13.1% 12.42 12.36 -0.5%

Canadá 4.6% 4.20 4.35 3.6%

Não OCDE 31.7% 29.69 29.85 0.5%

Rússia 11.7% 10.95 10.99 0.4%

Outros Ex-URSS 3.2% 2.91 3.05 4.8%

China 4.4% 4.22 4.15 -1.7%

Brazil 2.6% 2.44 2.48 1.6%

(ajustamentos)1 2.4% 2.22 2.22 0.0%

(total biofueis)2 2.1% 2.21 1.94 -12.2%

Total 100.0% 94.06 94.21 0.2%

Fonte: AIE.Notas: 1.Ganhos e perdas com refinação e transporte marítimo; 2.Etanol do Brasil e dos EUA.

Procura de crude por região

(milhão de barris por dia)

Peso 4T14

3T14 4T14 4T/3T

OCDE 49.5% 45.8 46.2 1.0%

Américas 26.4% 24.2 24.7 1.9%

Europa 14.3% 13.9 13.3 -4.1%

Ásia/Oceania 8.8% 7.7 8.2 7.4%

Não OCDE 50.5% 47.3 47.2 -0.1%

Ásia 24.5% 22.3 22.9 3.0%

Médio-Oriente 8.4% 8.6 7.8 -8.4%

Américas 7.3% 6.9 6.9 -0.9%

Ex-URSS 5.3% 5.0 4.9 -2.0%

África 4.3% 3.8 4.0 3.6%

Europa 0.7% 0.7 0.7 1.5%

Total 100.0% 93.1 93.4 0.4%

Fonte: AIE.

Apesar das baixas temperaturas registadas na América do Norte, o preço do gás natural manteve uma tendência decrescente, posicionando-se actualmente em níveis mínimos de 2012. Apesar da existência de alguma pressão ascendente vinda dos factores geopolíticos (o reacendimento do conflito entre a Ucrânia e a Rússia) e do decréscimo do PIB no Japão, o factor que domina a actual tendência é, de longe, a expansão da produção de shale gas nos EUA que, de acordo com a EIA, registou, em Novembro de 2014, o primeiro mês sem qualquer importação de gás natural desde 1996, encontrando-se o país numa situação de auto-suficiência nesta commodity, sendo de prever que este se torne no maior exportador mundial.

O ouro registou uma recuperação moderada em Janeiro, regressando para níveis de Agosto do ano anterior. De facto, os factores condicionantes da procura de ouro parecem favorecer o aumento da sua compra como refúgio, nomeadamente face às taxas de juro negativas que se registam em vários países, à possibilidade de deflação na zona Euro e a possibilidade de que os fracos níveis de crescimento na Europa e o abrandamento do crescimento na China levem a Fed a considerar um atraso no início do processo de normalização da política monetária nos EUA. Além disso, a compra de ouro por parte dos bancos

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

31

A forte expansão da produção nos EUA continua a contrariar a sazonalidade do gás natural

(USD)

O fim de Janeiro poderá marcar uma possível travagem da queda dos preços do petróleo

(USD/barril)

Mercado de Commodities Mercados

Preços do petróleo abaixo dos USD70 face a inactividade na OPEP (cont.)

centrais em 2014 atingiu as 461 toneladas, o valor mais alto desde 1971, sendo que o Banco Central Russo foi responsável por 1/3 do total de compras, à medida que o país procura reduzir a sua exposição ao dólar, proteger o rublo e diversificar as suas reservas.

Nas commodities industriais, a falta de dinamismo reportada nas indústrias chinesas continua a manter os preços em níveis mínimos, com o algodão e a ferro a registarem uma variação de preços nula enquanto o cobre continuou a depreciar. Todas estas commodities encontram-se em mínimos de 2009. Apesar de uma ligeira recuperação dos preços face à publicação de relatórios que apontavam para a possibilidade de reduções de output por parte da indústria mineira face aos preços mínimos praticados, a presente situação de mercado continua a ditar a evolução dos preços, estando em curso uma clara restruturação do mercado que considera a perda de confiança nas importantes indústrias chinesas numa altura em que a extracção de minérios desloca-se de minas com maiores custos de produção, como na Austrália, em benefício de países emergentes em África e na Ásia Central.

Após uma apreciação de preços iniciada em Outubro, o preço do trigo voltou a cair de forma acelerada em Janeiro, voltando para os níveis mínimos registados em Setembro de 2014. Esta queda de preços, que contrapôs receios relacionados com o efeito das sanções internacionais na produção de trigo na Rússia, prende-se maioritariamente com a valorização do dólar e uma consequente queda da procura externa de trigo norte-americano. A maioria das commodities agrícolas encontra-se actualmente em níveis mínimos, devido a abundância da oferta e a redução dos custos de produção face ao colapso dos preços do petróleo, tendo a ONU registado reduções no custo da alimentação em 8 dos últimos 9 meses.

O preço do trigo voltou a cair face à valorização do dólar e a queda das exportação dos EUA

(USD)

O risco de deflação na UEM, entre outros, fomentou a compra de ouro como refúgio

(USD)

Pedro Miguel Mendes

405060708090

100110120

jan-14 mar-14 mai-14 jul-14 set-14 nov-14 jan-15

WTI Brent Fonte: Bloomberg, BPI

2.5

4

5.5

dez-13 fev-14 abr-14 jun-14 ago-14 out-14 dez-14

2014 2013Fonte: Bloomberg, BPI

1125

1175

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1275

1325

1375

1425

jan-14 mar-14 mai-14 jul-14 set-14 nov-14 jan-15

Fonte: Bloomberg, BPI

450

500

550

600

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700

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jan-14 mar-14 mai-14 jul-14 set-14 nov-14 jan-15

Fonte: Bloomberg, BPI

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E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

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Previsões

Economias Desenvolvidas

Taxa de Inflação Saldo orçamental/PIB

Dívida pública/PIB Necessidades Financ/PIB

Desemprego Crescimento PIB

2014 2015 2016 2014 2015 2016 2014 2015 2016 2014 2015 2016 2014 2015 2016 2014 2015 2016

E.U.A. 1.6 1.0 2.3 -4.3 -3.8 -3.5 95.2 94.8 73.3 -2.4 -2.4 -2.6 6.3 5.5 4.8 2.3 3.3 2.9

Japão 2.6 1.4 1.4 -7.6 -6.5 -5.9 227.7 229.6 213.0 0.4 1.0 1.1 3.7 3.6 3.3 0.4 0.9 1.3

UE 0.7 0.9 1.5 -3.0 -2.6 -2.2 88.4 88.3 87.6 1.6 1.9 1.9 10.2 9.8 9.3 1.3 1.5 1.8

UEM 0.5 0.3 1.2 -2.6 -2.3 -2.1 95.4 95.6 94.5 2.5 2.5 2.4 11.6 11.3 10.9 0.8 1.1 1.6

Alemanha 0.9 0.7 1.7 0.2 0.0 0.0 75.7 73.1 70.5 7.2 7.0 6.9 5.6 5.6 5.9 1.4 1.3 1.7

França 0.6 0.4 1.1 -4.3 -4.1 -4.0 95.9 98.1 99.0 -1.4 -1.1 -1.3 10.1 10.2 10.2 0.4 0.8 1.5

Itália 0.2 0.1 0.9 -3.0 -2.7 -2.4 133.3 134.5 133.6 1.5 1.7 2.0 12.7 12.5 12.5 -0.4 0.4 1.0

Espanha 0.0 -0.1 1.2 -5.6 -4.7 -3.8 98.5 101.6 77.1 0.3 0.8 0.6 24.8 23.5 22.2 1.3 1.8 1.9

Holanda 0.5 0.6 1.2 -2.6 -2.1 -2.0 72.5 72.7 71.2 9.9 9.7 9.8 7.6 7.3 6.8 0.7 1.3 1.5

Bélgica 0.6 0.6 1.4 -2.7 -2.4 -2.2 105.4 105.4 104.8 -0.3 0.0 0.1 8.5 8.4 8.1 1.1 1.2 1.5

Áustria 1.6 1.4 1.8 -2.8 -1.8 -1.2 84.6 83.9 82.9 2.5 2.7 2.8 5.0 5.0 4.9 0.7 1.3 1.6

Finlândia 1.2 1.1 1.4 -2.5 -2.0 -1.9 59.5 61.4 62.6 -1.3 -0.9 -0.8 8.5 8.5 8.4 -0.1 0.8 1.4

Grécia -1.2 -0.8 0.8 -2.3 -0.8 0.4 176.6 174.8 163.8 0.4 0.5 0.8 26.6 25.4 23.4 0.7 2.1 2.6

Irlanda 0.4 0.6 1.6 -4.1 -2.8 -2.4 113.7 111.6 106.4 4.8 4.9 5.1 11.3 10.1 8.9 4.3 3.5 3.8

Reino Unido 1.5 1.1 1.8 -5.1 -4.1 -1.8 91.3 92.9 94.1 -4.6 -4.2 -4.1 6.3 5.7 5.4 2.9 2.7 2.4

Suécia 0.1 0.8 1.4 -1.8 -1.3 -0.8 41.8 41.6 40.4 5.9 5.6 5.2 7.9 7.6 7.4 2.2 2.6 2.9

Dinamarca 0.7 1.1 1.6 -0.7 -2.7 -2.4 45.3 46.1 43.6 6.5 6.4 6.3 6.7 6.6 6.4 1.0 1.6 1.9

Luxemburgo 1.0 1.7 1.6 0.0 -0.6 ND 23.6 25.0 26.7 5.7 4.9 4.2 6.9 6.9 6.4 2.9 2.4 3.2

Suíça 0.1 0.1 0.7 0.3 0.5 0.5 40.5 39.8 32.6 12.3 12.1 11.1 3.5 2.6 3.4 1.6 1.7 1.9

Portugal -0.1 0.3 1.0 -4.6 -3.2 -2.7 129.4 127.6 124.8 1.0 1.3 1.9 14.2 13.2 12.9 0.8 1.3 1.6

Fontes: média simples de previsões mais recentes da OCDE,UE, FMI, BdP, Economist e outras instituições. Nota: O uso de médias de várias previsões pode gerar valores incongruentes entre si.

Mercados Emergentes

Taxa de inflação Crescimento PIB

Taxa de Desemprego

Dívida pública/PIB

Saldo Orçamental/PIB

BTC/PIB Dívida Externa/PIB

2014 2015 2016 2014 2015 2016 2014 2015 2016 2014 2015 2016 2014 2015 2016 2014 2015 2016 2014 2015 2016

Brasil 6.3 6.3 6.7 2.5 0.1 0.6 4.8 4.9 5.5 66.2 65.8 65.6 -3.0 -4.2 -4.5 -3.6 -3.9 -3.8 29.0 32.7 34.1

México 3.8 4.0 3.5 1.1 2.1 3.4 4.9 4.8 4.6 46.4 48.0 49.0 -2.3 -3.6 -3.5 -2.0 -1.9 -2.0 31.3 32.7 32.6

Argentina 10.6 25.1 22.5 2.9 -1.5 -1.0 6.9 7.7 9.0 41.0 48.9 54.2 -0.2 -3.1 -3.9 -1.0 -1.0 -1.1 26.6 28.4 24.1

Chile 1.8 4.4 3.2 4.1 1.7 2.7 6.0 6.3 7.1 12.8 13.9 14.6 -0.9 -2.0 -2.2 -3.5 -1.7 -1.8 44.5 47.8 50.0

R. Checa 1.4 0.4 1.4 -0.8 2.4 2.5 7.0 6.1 7.4 46.0 44.4 44.4 -1.5 -1.7 -2.1 -1.4 -0.3 -0.5 56.1 55.4 53.5

Polónia 0.9 0.0 -0.1 1.7 3.3 3.3 10.4 8.9 11.2 57.1 49.4 49.0 -4.3 -3.3 -2.9 -1.3 -1.3 -1.8 76.0 70.6 67.9

Hungria -0.2 1.9 1.8 1.4 3.3 2.5 8.7 7.9 7.8 79.3 79.1 79.2 -2.2 -2.9 -2.8 3.0 3.3 2.8 118.0 114.3 n.a.

Russia 6.8 7.8 13.0 1.3 0.6 -4.0 5.5 5.2 6.6 13.9 15.7 16.5 -0.9 -0.7 -2.5 2.9 2.5 3.2 34.7 36.7 36.1

China 2.6 2.0 1.8 7.7 7.4 7.0 4.1 4.1 4.1 39.4 40.7 41.8 -1.8 -1.8 -2.4 1.9 2.1 2.5 8.4 7.9 7.5

Fontes: média simples de previsões mais recentes da OCDE,UE, FMI, BdP, Economist e outras instituições. Nota: O uso de médias de várias previsões pode gerar valores incongruentes entre si.

Previsões Económicas BPI - Portugal

2014 2015 2016

Consumo privado 2.0 1.0 1.0

Consumo público -0.6 -0.1 0.3

Investimento 5.0 2.6 3.0

Exportações 2.5 3.0 4.0

Importações 5.2 2.2 2.8

PIB 0.9 1.5 1.7

Défice Orçamental (PDE) 4.8 2.7 2.5

Taxa de inflação média -0.3 0.6 1.5

Taxa média de desemprego 14.0 13.8 13.5

Previsões Económicas BPI - EUA&UEM

PIB Taxa de Inflação*

2014 2015 2016 2014 2015 2016

EUA 2.4% 2.5% 2.8% 1.7% 1.5% 2.0%

Zona Euro 0.8% 1.0% 1.7% 0.4% 0.7% 1.8%

Fonte: Eurostat, Reuters, previsões do Banco BPI. Nota: * Taxa de Variação Média; IPCH para a Zona Euro.Indica-se a laranja, as alterações recentes.

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E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

Previsões

Taxas de Câmbio

09.Fev.15

Taxa actual ...a 1 mês ...a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 ano

EUR/USD 1.14 1.13 1.12 1.11 1.11

EUR/USD (Prev. BPI) - 1.12 1.08 1.12 1.17

USD/JPY 117.46 119.00 122.00 123.50 129.00

USD/JPY (Prev. BPI) - 117.00 122.00 124.00 118.00

EUR/JPY 134.49 134.00 135.00 135.00 138.00

EUR/JPY (Prev. BPI) - 131.04 131.76 138.88 138.06

EUR/GBP 0.75 0.75 0.75 0.74 0.74

EUR/GBP (Prev. BPI) - 0.74 0.73 0.75 0.76

EUR/CHF 1.06 1.00 1.01 1.03 1.11

EUR/CHF (Prev. BPI) - 1.00 1.00 1.05 1.10

Fonte: BPI .Nota: projecções do BPI em confronto com média de previsões de outras instituições financeiras.

Taxas de Juro

09.Fev.15

Taxas de Juro Spreads equivalentes face às taxas americanas

Taxa actual

...a 1 mês

...a 3 meses

...a 6 meses

...a 1 ano

Spread actual

...a 1 mês

...a 3 meses

...a 6 meses

…a 1 ano

Taxas de juro 3 M

EUR 0.06% 0.07% 0.06% 0.06% 0.07% -20 -18 -30 -55 -118

EUR (Prev. BPI) - 0.05% 0.06% 0.06% 0.08% - -20 -24 -34 -92

USD 0.26% 0.25% 0.36% 0.61% 1.25% - - - - -

USD (Prev. BPI) - 0.25% 0.30% 0.40% 1.00% - - - - -

JPY 0.10% 0.10% 0.10% 0.10% 0.10% -15 -15 -26 -51 -115

JPY (Prev. BPI) - 0.10% 0.10% 0.10% 0.10% - -15 -20 -30 -90

GBP 0.56% 0.56% 0.65% 0.90% 1.29% 31 31 29 29 4

GBP (Prev. BPI) - 0.56% 0.60% 0.75% 1.00% - 31 30 35 0

CHF 0.00% -0.70% -0.70% -0.70% -0.60% -26 -95 -106 -131 -185

CHF (Prev. BPI) -- 0.00% 0.00% 0.00% 0.05% - -25 -30 -40 -95

Taxas de juro 10 A

POR 2.46% 2.40% 2.40% 2.50% 2.75% 66 20 0 -15 -12

POR (Prev. BPI) - 2.40% 2.40% 2.50% 2.75% - 40 25 20 0

ALE 0.38% 0.60% 0.80% 0.80% 1.00% -143 -160 -160 -185 -187

ALE (Prev. BPI) - 0.45% 0.60% 0.80% 1.25% - -155 -155 -150 -150

EUA 1.81% 2.20% 2.40% 2.65% 2.87% - - - - -

EUA (Prev. BPI) - 2.00% 2.15% 2.30% 2.75% - - - - -

JAP 0.37% 0.40% 0.40% 0.50% 0.50% -144 -180 -200 -215 -237

JAP (Prev. BPI) - 0.25% 0.25% 0.30% 0.50% - -175 -190 -200 -225

RU 1.53% 2.05% 2.20% 2.38% 2.55% -27 -15 -20 -27 -32

RU (Prev. BPI) - 1.75% 2.00% 2.25% 2.75% - -25 -15 -5 0

SUI -0.09% 0.10% 0.15% 0.18% 0.10% -189 -210 -225 -247 -277

SUI (prev. BPI) - 0.01% 0.10% 0.15% 0.25% - -199 -205 -215 -250

Fonte: BPINota: projecções do BPI em confronto com média de previsões de outras instituições financeiras.

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

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Previsões

Taxas Directoras dos Principais Bancos Centrais

Taxa de referência Nível em31-Dez-13

Nível actual09-Fev-15

Data da última alteração

Data do anúncio da próxima decisão Previsão BPI

Bancos Centrais G-7

Reserva Federal dos EUA 1* Fed Funds Rate 0%-0.25% 0%-0.25% 16-Dez-08 (-75/-100 pb) 18-mar-15 Sem alteração

Banco Central Europeu 2* Minimum Bid Refi Rate 0.25% 0.05% 4-Set-14 (-10 pb) 05-mar-15 Sem alteração

Banco do Japão 3* O/N Call Rate 0.10% 0.07% 5-Out-10 (-5 pb) 18-fev-15 -

Banco do Canadá O/N Lending Rate 1.00% 1.00% 8-Set-10 (+25 pb) 04-mar-15 -

Banco de Inglaterra Repo Rate 0.50% 0.50% 5-Mar-09 (-50 pb) 04-mar-15 Sem alteração

Outros Bancos Centrais

Banco Nacional da Suíça Libor 3M do CHF 0%-0.25% -0.75% 15-Jan-2015 (-50 p.b) 19-mar-15 Sem alteração

Riksbank (Suécia) Repo Rate 0.75% 0.00% 29-Out-14 (-25 bp) 11-fev-15 -

Norges Bank (Noruega) Key Policy Rate 1.50% 1.25% 11-Dez-14 (-25 pb) 19-mar-15 -

Banco Nacional da Dinamarca Lending Rate 0.20% 0.20% 2-Mai-13 (-10 pb) - -

Reserve Bank (Austrália) Cash Rate 2.50% 2.50% 6-Ago-13 (-25 pb) 03-mar-15 -

América Latina

BACEN (Brasil) Selic 10.00% 11.75% 3-Dez-14 (+50 bp) 04-mar-15 -

BANXICO (México) O/N Interbank Funding Rate 3.50% 3.00% 06-Mai-14 (-50 pb) 26-mar-15 -

Europa de Leste

NBP (Polónia) Taxa de intervenção - 14 dias 2.50% 2.00% 08-Out-14 (-50 pb) 15-fev-15 -

NBH (Hungria) Repo Rate - 2 semanas 3.00% 2.10% 21-Jul-14 (-30pb) 24-fev-15 -

CNB (República Checa) Repo Rate - 2 semanas 0.05% 0.05% 2-Nov-12 (-20 pb) 12-fev-15 -

Fonte: Bloomberg.Notas: 1*Normalmente as alterações de taxas são anunciadas nas datas dos FOMC. No entanto poderão ser criadas reuniões intermédias, e as taxas poderão ser alteradas em qualquer altura.2*De acordo com o BCE, apenas a 1ª reunião de cada mês serve para anunciar alterações na sua política monetária. No entanto, existe a possibilidade de poder alterar essa mesma política em qualquer altura.3*A partir de Abril de 2013, o Banco do Japão passou a adoptar como principal instrumento de política monetária o controlo da base monetária em vez da taxa de juro. A taxa actual apresentada refere-se à taxa efectiva.4*Sem datas pré-marcadas, podendo ser alterada em qualquer altura.

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E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

Previsões

Taxas de Câmbio dos Mercados Emergentes

09.Fev.15

Taxa actual ...a 1 mês ...a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 ano

Taxas de câmbio

USD/BRL 2.40 2.69 2.75 2.80 2.94

USD/MXN 13.25 14.60 14.58 14.40 13.90

USD/ARS 7.90 9.00 9.50 10.00 14.20

EUR/CZK 27.51 27.80 27.80 27.60 26.90

EUR/PLN 4.19 4.25 4.24 4.20 4.05

EUR/HUF 307.89 315.00 315.00 312.00 307.50

USD/RUB 34.67 65.60 65.00 64.15 57.50

USD/CNY 6.06 6.21 6.20 6.18 6.10

Fonte: Média de previsões de várias instituições de research.

Legenda: BRL - Real do Brasil PLN - Zloty da Polónia MXN - Peso Mexicano HUF - Forint da Hungria

ARS - Peso ArgentinoRUB - Rublo da RússiaCZK - Coroa ChecaCNY - Renminbi/Yuan da China

Taxas de Juro e Spreads dos Mercados Emergentes

09.Fev.15

Taxas de juro Spreads equivalentes face às taxas americanas 2)

Taxa actual

...a 1 mês

...a 3 meses

...a 6 meses

...a 1 ano

Spread actual

...a 1 mês

...a 3 meses

...a 6 meses

...a 1 ano

Taxas de juro de curto-prazo

BRL 10.50% 12.47% 12.50% 12.50% 12.30% 1025 1222 1214 1189 1105

MXN 3.50% 3.02% 3.10% 3.30% 4.03% 325 277 274 269 278

ARS 12.75% n.d. n.d. n.d. n.d. 1250 n.d. n.d. n.d. n.d.

CZK 0.37% 0.35% 0.35% 0.35% 0.36% 12 10 -1 -26 -89

PLN 2.61% 1.92% 1.88% 1.90% 2.12% 236 167 152 129 87

HUF 2.85% 2.06% 2.06% 2.13% 2.40% 260 181 170 152 115

RUB 6.50% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 625 -25 -36 -61 -125

CNY 6.00% 5.46% 5.31% 5.28% 5.21% 575 521 495 467 396

Taxas de juro 10 A

BRL 4.21% n.d. n.d. n.d. n.d. 239 - - - -

MXN 3.59% 5.84% 6.09% 6.17% 6.50% 181 - - - -

ARS 14.52% n.d. n.d. n.d. n.d. 1203 - - - -

CZK 2.12% 1.01% 1.11% 1.16% 1.43% 47 - - - -

PLN 4.12% 2.25% 2.41% 2.58% 3.05% 247 - - - -

HUF 6.22% 3.54% 3.51% 3.31% 4.05% 457 - - - -

RUB 7.99% n.d. n.d. n.d. n.d. 204 - - - -

CNY 4.07% 3.44% 3.48% 3.52% 3.48% 243 - - - -

Fonte: Média de previsões de várias instituições de research.Notas: A taxa de juro de curto prazo apresentada para o Brasil é a taxa Selic, para o México é a taxa overnight, para a Hungria é a base rate e para a China é a taxa de empréstimo fixada pelo banco central.Os spreads de dívida de longo prazo de CZK, PLZ, HUF e CNY resultam da comparação directa entre a yield do benchmark dos Bunds a 10 anos e a yield aqui apresentada. Os spreads de dívida de longo prazo de BRL, ARS, MXN e RUB são os calculados pela JP Morgan nos índices EMBI.

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

37

A Importância da Fileira FlorestalOpinião

Tanto na análise internacional como doméstica é notória a importância das actividades que integram as fileiras florestais, havendo uma maior consciência do seu contributo presente e futuro em termos económicos, sociais e ambientais. A sua sustentabilidade tem colocado desafios, fazendo apelo a uma exploração moderna, científica, amiga do ambiente e da natureza. As políticas florestais necessitam levar em conta as alterações que vão ocorrendo mundialmente, nomeadamente o aumento da população e as novas necessidades que resultam de uma classe média urbana emergente. Por outro lado, os benefícios sócio económicos das florestas têm de ser compatíveis com uma economia mais verde e sustentável, para além de resultarem de uma gestão mais eficiente e lucrativa.

Em Portugal, a fileira florestal é um sector predominantemente voltado para o exterior, seguindo uma tendência histórica, sendo um dos sectores fornecedores de bens considerados tradicionais. Deste modo, a produção da indústria florestal é composta por produtos transaccionáveis, fortemente internacionalizados, consagrando-se como um dos sectores líderes e um dos maiores exportadores líquidos. Nos últimos anos, as exportações da fileira florestal têm mostrado um grande dinamismo, para o qual tem contribuído o comércio extra comunitário, levando a que o crescente saldo comercial ajude a reduzir o desequilíbrio global das contas externas. Com efeito, em 2012, as exportações do sector florestal representavam 6.5% do total de exportações do país e 2.5% do PIB nacional.

Enquadramento internacional

De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), nos últimos anos tem-se verificado uma recuperação do sector da Floresta, nomeadamente dos seus principais produtos (toros de madeira para a indústria, madeira serrada, painéis à base de madeira, pasta de papel e papel), depois da recessão económica de 2008-2009. Assim, a produção de 2013 excedeu o nível de 2009 em todos estes grupos de produtos, sendo excepção a madeira serrada onde a produção ficou aquém do valor de 2007 (período anterior à recessão). Adicionalmente, a produção de pasta de papel e papel estagnou entre 2012 e 2013. Geograficamente, os mercados onde a recuperação do sector foi mais rápida situam-se na Ásia-Pacífico, América Latina e Caraíbas e América do Norte. Em contraste, a produção e o consumo na Europa estagnou, sobretudo a Oeste e a Sul, significando uma diminuição da sua quota global.

Maiores produtores de produtos florestais, 2012

% do consumo total

Combustível de madeira

Toros de madeira para a indústria

Madeira serrada Painéis de deriva-dos de madeira

Pasta de papel Papel reciclado Papel e cartão

Índia 16% EUA 19% EUA 16% China 39% EUA 28% China 22% China 26%

China 10% Canadá 9% China 13% EUA 11% China 10% EUA 21 EUA 19%

Brasil 8% Brasil 9% Canadá 10% F. Russa 4% Canadá 9% Japão 10% Japão 7%

Etiópia 6% China 9% F. Russa 8% Alemanha 4% Brasil 8% Alemanha 7% Alemanha 6%

R.D. Congo 4% F. Russa 8% Brasil 6% Canadá 4% Suécia 6% Coreia 4% Suécia 3%

Alemanha 5% Brasil 3% Finlândia 6% Reino Unido 4% Coreia 3%

Suécia 4% Polónia 3% Japão 5% Canadá 3%

Turquia 3% F. Russa 4% Finlândia 3%

Indonésia 4% Índia 3%

Chile 3% Indonésia 3%

Brasil 3%

Fonte: FAO, 2014

Maiores consumidores de produtos florestais, 2012

% do consumo total

Toros de madeira para a indústria

Madeira serrada Painéis de deriva-dos de madeira

Pasta de papel Papel reciclado Papel e cartão

EUA 19% EUA 19% China 35% EUA 26% China 35% China 25%

China 11% China 19% EUA 13% China 18% EUA 13% EUA 18%

Canadá 9% Brasil 6% Alemanha 4% Japão 5% Japão 8% Japão 7%

Brasil 9% Alemanha 5% F. Russa 4% Suécia 5% Alemanha 8% Alemanha 5%

F. Russa 7% Canadá 4% Japão 3% Finlândia 5% Coreia 5% Índia 3%

Suécia 4% Japão 4% Canadá 3% Canadá 4% Indonésia 3% Itália 3%

Indonésia 4% F. Russa 3% Brasil 3% F. Russa 3% Reino Unido 3%

França 3% Turquia 3% Brasil 3%

Polónia 3% Alemanha 3%

Índia 3%

Fonte: FAO, 2014

38

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

Opinião

Maiores exportadores de produtos florestais, 2012

% do consumo total

Toros de madeira para a indústria

Madeira serrada Painéis de deriva-dos de madeira

Pasta de papel Papel reciclado Papel e cartão

F. Russa 16% Canadá 21% China 18% Canadá 18% EUA 34% Alemanha 13%

Nova Zelândia 12% F. Russa 17% Alemanha 7% Brasil 17% Japão 8% EUA 11%

EUA 11% Suécia 10% Malásia 7% EUA 14% Reino Unido 8% Suécia 9%

Canadá 6% Alemanha 6% Canadá 7% Chile 9% Holanda 6% Finlândia 9%

França 4% Finlândia 5% Indonésia 4% Indonésia 6% Alemanha 5% Canadá 8%

Letónia 4% EUA 4% Tailândia 4% Suécia 6% França 5% China 4%

Áustria 4% Áustria 4% Finlândia 5% França 4%

F. Russa 4% Áustria 4%

Fonte: FAO, 2014

Maiores importadores de produtos florestais, 2012

% do consumo total

Toros de madeira para a indústria

Madeira serrada Painéis de deriva-dos de madeira

Pasta de papel Papel reciclado Papel e cartão

China 33% China 18% EUA 11% China 30% China 51% Alemanha 10%

Áustria 6% EUA 15% Alemanha 7% EUA 10% Alemanha 7% EUA 9%

Suécia 6% Japão 6% Japão 7% Alemanha 9% Holanda 5% Reino Unido 6%

Alemanha 6% Reino Unido 4% Canadá 4% Itália 7% Índia 4% França 5%

Índia 6% Alemanha 4% Reino Unido 4% Coreia 5% Indonésia 4% China 5%

Coreia 5% França 3% Japão 3% Itália 4%

Finlândia 5% França 3% Bélgica 4%

Holanda 3%

Fonte: FAO, 2014

A China, por seu turno, tem vindo a aumentar a sua importância como produtor e consumidor de produtos florestais. De facto, recentemente ultrapassou vários outros grandes países em diferentes grupos de produtos – por exemplo, ultrapassou o Canadá e os EUA na produção e consumo de madeira serrada, respectivamente. O país é, de longe, o maior produtor e consumidor de painéis derivados de madeira e de papel. A China tem igualmente uma posição cimeira no comércio internacional de produtos florestais, sendo o maior importador mundial de toros de madeira para a indústria, madeira serrada e pasta de papel (celuloses e papel reciclado) e o maior exportador de painéis de derivados de madeira. Em 2013, as importações de toros de madeira para a indústria e de madeira serrada subiram cerca de 18% e alcançaram novos valores recorde. Contudo, a produção e consumo de papel verificou uma ligeira contracção em 2013, a primeira desde a década de 70.

A produção de aglomerados de madeira tem aumentado de forma significativa nos últimos anos, principalmente devido à procura gerada pelas políticas e metas de uso da bioenergia na Europa. A produção global cresceu mais de 12%, atingindo 22 milhões de toneladas em 2013. Mais de metade deste valor (13 milhões de toneladas) foi comercializada internacionalmente. Europa e América do Norte são responsáveis por quase toda a produção global (62% e 34%, respectivamente) e consumo (81% e 15%, respectivamente). O comércio de aglomerados da América do Norte para a Europa (principalmente para o Reino Unido) também duplicou em 2013. A produção e consumo de painéis derivados de madeira e madeira serrada verificam um forte crescimento na maioria das regiões. Em 2013, a produção mundial de painéis aumentou 8% e a de madeira serrada 5%. Nos mercados de papel e celulose, o crescimento global foi modesto ao longo do período 2009-2013, com uma tendência de crescimento abaixo de 1% por ano.

Também na Federação Russa, a estrutura da produção e do comércio alterou-se nos últimos cinco anos, com um declínio das exportações de toros de madeira para a indústria e o aumento da produção e das exportações da madeira serrada e dos painéis à base de madeira. Recentemente, a Federação Russa ultrapassou o Canadá e a Alemanha e tornou-se no terceiro maior produtor e consumidor de painéis derivados de madeira do mundo.

Relativamente a outros números, das Nações Unidas (ONU), podemos confirmar a importância da China (dentro da Ásia e Oceânia) e da Europa (considerada no seu conjunto) tanto na vertente da produção de riqueza (Valor Acrescentado Bruto – VAB), como do emprego. Cerca de 70% da produção é asiática ou europeia (vindo mais atrás a América do Norte), seja qual for a área da fileira florestal. Na comparação com o PIB total de cada região, as áreas mais dinâmicas, como a produção de pasta de papel e de papel têm um maior peso económico em praticamente todos os blocos (entre 0.4% e 0.5% do PIB), com excepção de África, em que o peso decresce para 0.1%. Em contrapartida, nas actividades florestais e madeireiras (produtos menos elaborados), têm maior expressão em África com 0.6%, enquanto o peso dos restantes blocos andam pelos 0.2% e 0.3% do PIB.

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Opinião

De acordo com a ONU, o sector florestal formal proporcionou em 2011 um rendimento global de USD 606 mil milhões, representando 0.9% do PIB mundial. Se a contabilização entrar em conta com a parte considerada informal (produtos retirados da floresta e não contabilizados, usados como energia primária ou para construção de casas, etc.), o valor alcançado será de USD 730 mil milhões, ou 1.2% do PIB mundial (um valor que poderá estar subestimado, dada a falta de dados fiáveis).

Valor acrescentado bruto (VAB) em 2011, por região e subsector

mil milhões USD (a preços correntes)

Actividades florestais e madeireiras

Madeira serrada e produção de painéis derivados da madeira

Produção de pasta de papel e de papel

Total

África 11 6.5% 3 1.8% 3 1.1% 17 2.8%

Ásia e Oceânia 84 49.7% 66 38.8% 111 41.7% 261 43.1%

Europa 35 20.7% 61 35.9% 68 25.6% 164 27.1%

América do Norte 26 15.4% 29 17.1% 61 22.9% 116 19.2%

América Latina e Caraíbas 14 8.3% 12 7.1% 24 9.0% 50 8.3%

Mundo 169 100.0% 170 100.0% 266 100.0% 605 100.0%

Fonte: United Nations, 2012.

Peso do VAB do sector da floresta no total do PIB, 2011

%

Actividades florestais e madeireiras

Madeira serrada e produção de painéis derivados da madeira

Produção de pasta de papel e de papel

Total

África 0.6 0.2 0.1 0.9

Ásia e Oceânia 0.3 0.3 0.5 1.1

Europa 0.2 0.3 0.4 0.9

América do Norte 0.2 0.2 0.4 0.8

América Latina e Caraíbas 0.3 0.2 0.4 0.9

Mundo 0.3 0.3 0.4 1.0

Fonte: United Nations, 2012.

Emprego no sector florestal em 2011, por região e subsector

milhões

Actividades florestais e madeireiras

Madeira serrada e produção de painéis derivados da madeira

Produção de pasta de papel e de papel

Total

África 0.3 0.2 0.1 0.6

Ásia e Oceânia 1.8 2.6 2.5 6.9

Europa 0.8 1.5 0.9 3.2

América do Norte 0.2 0.4 0.5 1.1

América Latina e Caraíbas 0.4 0.6 0.4 1.4

Mundo 3.5 5.4 4.3 13.2

Fonte: United Nations, 2012.

Peso do emprego no sector no total da força de trabalho, 2011

%

Actividades florestais e madeireiras

Madeira serrada e produção de painéis derivados da madeira

Produção de pasta de papel e de papel

Total

África 0.1 0.1 0.0 0.2

Ásia e Oceânia 0.1 0.1 0.1 0.3

Europa 0.2 0.4 0.2 0.8

América do Norte 0.1 0.2 0.3 0.6

América Latina e Caraíbas 0.1 0.2 0.1 0.4

Mundo 0.1 0.2 0.1 0.4

Fonte: United Nations, 2012.

Em termos formais, o sector da floresta emprega mais de 13 milhões de pessoas pelo mundo, ao qual acresce 40 milhões da parte informal do sector (que, muitas vezes, não é captado pelas estatísticas, sobretudo em regiões menos desenvolvidas). Por outro lado, estima-se que perto de 840 milhões de pessoas (12% da população mundial) ainda apanham e armazenam lenha e carvão vegetal para uso pessoal. A energia obtida pela lenha é muitas vezes a única fonte energética existente em áreas rurais de paises menos desenvolvidos, e de particular importância para a população mais pobre. Segundo a ONU, a lenha e o

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Opinião

carvão vegetal é responsável por 27% da oferta total de energia primária em África, 13% na América Latina e Caraíbas e 5% na Ásia e Oceânia. Nos países desenvolvidos é igualmente usada com o objectivo de redução da dependência dos combustíveis fósseis. Por exemplo, cerca de 90 milhões de pessoas na Europa e América do Norte usam actualmente este tipo de energia como fonte principal no aquecimento doméstico.

Regressando ao emprego, do total das 13 milhões de pessoas empregues no sector florestal (formal), metade trabalha na Ásia e Oceânia, mais de 3 milhões na Europa e mais de 1 milhão tanto na América do Norte como na América Latina e Caraíbas. Contudo, o peso dessa mão-de-obra no total da força de trabalho é superior na Europa (0.8%) e na América do Norte (0.4%), enquanto que na Ásia e Oceânia é de 0.3% e em África de 0.2%. Na Europa, a área que ocupa maior mão-de-obra é da madeira serrada e produção de painéis derivados da madeira.

Enquadramento europeu

Globalmente, as florestas e outras terras arborizadas cobrem mais de 40% da superfície terrestre da União Europeia (UE), numa tendência crescente de cerca de mais 0.4% por ano, graças à florestação e à sucessão natural. Contudo, a nível mundial, a superfície florestal continua a diminuir. Segundo estudos e projecções efectuados acerca do uso dos solos e das florestas na Europa, entre 2010 e 2020, as taxas de abate deverão aumentar cerca de 30%, sabendo-se que actualmente é apenas abatido 60-70% do acréscimo florestal anual. Outra realidade indica que aproximadamente 60% das florestas são propriedade de vários milhões de proprietários privados (estimativas apontam para 16 milhões, explicada pela grande fragmentação e reduzida dimensão das terras florestais). A restante floresta pertence ao Estado ou a outros proprietários do sector público.

Quase ¼ da superfície florestal da UE é protegida ao abrigo da rede Natura 2000 e, na restante, grande parte das espécies são protegidas pela legislação da UE no âmbito da protecção da natureza. A importância socioeconómica das florestas é grande: contribui para o desenvolvimento rural e é responsável por 3 milhões de postos de trabalho; a madeira continua a ser a principal fonte de rendimento, também como importante matéria-prima para bioindústrias emergentes; para além de objectivos económicos, tem multifunções sociais, ambientais, de recreio, turismo e de bem-estar humano.

UE - Produção de papel e cartão

1 000 toneladas

2002 2012 E 2013 E Peso % 2013/12

2013/02

UE 28 91 262 93 688 95 149 100.0% 1.6% 4.3%

Zona Euro 68 059 70 056 70 647 74.2% 0.8% 3.8%

Alemanha 18 526 22 603 22 393 23.5% -0.9% 20.9%

França 9 809 8 100 8 043 8.5% -0.7% -18.0%

Áustria 4 419 5 004 4 837 5.1% -3.3% 9.5%

Reino Unido 6 468 4 416 4 501 4.7% 1.9% -30.4%

Portugal 1 537 2 120 2 116 2.2% -0.2% 37.7%

Espanha 5 365 6 177 6 177 6.5% 0.0% 15.1%

Holanda 3 346 2 761 2 750 2.9% -0.4% -17.8%

Finlândia 12 789 10 694 11 755 12.4% 9.9% -8.1%

Suécia 10 724 11 451 11 782 12.4% 2.9% 9.9%

Fonte: Eurostat.

UE - Produção de toros de madeira para a indústria

1000 m3

2002 2012 E 2013 E Peso % 2013/12

2013/02

UE 28 392 491 423 359 434 998 100.0% 2.7% 10.8%

Zona Euro 213 150 228 385 235 252 54.1% 3.0% 10.4%

Alemanha 42 380 52 338 53 207 12.2% 1.7% 25.5%

França 54 812 52 371 52 371 12.0% 0.0% -4.5%

Áustria 14 846 18 021 17 390 4.0% -3.5% 17.1%

Reino Unido 7 789 10 120 10 780 2.5% 6.5% 38.4%

Portugal 8 742 10 184 11 231 2.6% 10.3% 28.5%

Espanha 15 839 14 657 15 600 3.6% 6.4% -1.5%

Polónia 27 137 37 045 38 058 8.7% 2.7% 40.2%

Finlândia 53 389 49 967 55 087 12.7% 10.2% 3.2%

Suécia 66 600 69 499 70 436 16.2% 1.3% 5.8%

Fonte: Eurostat.

Segundo a Comissão Europeia (CE), a biomassa florestal é actualmente a fonte mais importante de energia renovável, representando perto de metade do consumo total de energia renovável da UE. A biomassa utilizada para aquecimento, arrefecimento e electricidade fornece cerca de 42% do objectivo de 20% relativo às energias renováveis até 2020. Prevê-se que, para alcançar esse objectivo, a quantidade de madeira utilizada para fins energéticos na UE teria de ser equivalente à totalidade da madeira abatida actualmente.

Cedo, a estratégia florestal foi matéria de interesse ao nível da UE. Baseada na subsidiariedade e na responsabilidade partilhada, a Estratégia Florestal da UE de 1998 (resolução do Conselho de 15 de Dezembro de 1998) estabeleceu um quadro de acções relacionadas com a floresta e a sua gestão sustentável, assente na cooperação entre políticas e iniciativas da UE e dos estados-membros. O Plano de Acção para as Florestas para o período 2007-2011 tinha uma importante estratégia com quatro objectivos: competitividade, ambiente, qualidade de vida e coordenação e comunicação. O principal meio de financiamento a nível comunitário do desenvolvimento rural tem sido o co-financiamento. Na avaliação posterior identificou-se a necessidade de uma visão comum para a gestão florestal sustentável e multifuncional na Europa.

Em termos de análise dos principais produtos da silvicultura, tem ganho bastante expressão a produção de papel e cartão. Na União Europeia, tem ocorrido um crescimento gradual e sistemático deste segmento, liderado pela Alemanha (com uma quota de 23.5%) e seguido por Finlândia (12.4%), Suécia (12.4%) e França (8.5%). No entanto, nos últimos 12 anos, o campeão do crescimento tem sido Portugal (+37.7%), seguido pela Alemanha (+20.9%) e pela Espanha (+15.1%). No último ano, verificou-se uma ligeira estagnação, embora Finlândia e Suécia se tenham destacado ao crescerem acima do valor da UE 28. Dentro da Europa, Portugal tem uma quota acima dos 2%.

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

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Opinião

UE - Produção de madeira serrada

1000 m3

2002 2012 E 2013 E Peso % 2013/12

2013/02

UE 28 99 664 98 295 100 682 100.0% 2.4% 1.0%

Zona Euro 61 019 56 602 57 996 57.6% 2.5% -5.0%

Alemanha 17 119 21 081 21 478 21.3% 1.9% 25.5%

França 9 815 8 067 8 067 8.0% 0.0% -17.8%

Áustria 10 415 8 952 8 850 8.8% -1.1% -15.0%

Reino Unido 2 710 3 409 3 571 3.5% 4.8% 31.8%

Portugal 1 298 951 1 085 1.1% 14.1% -16.4%

Espanha 3 524 1 971 1 971 2.0% 0.0% -44.1%

Polónia 3 180 4 267 4 515 4.5% 5.8% 42.0%

Finlândia 13 390 9 350 10 140 10.1% 8.4% -24.3%

Suécia* 16 172 15 900 - 16.2% - -1.7%

Fonte: Eurostat.Nota: * rácios relativos a 2012.

Na produção de toros de madeira para a indústria, tem havido um crescimento significativo, tanto ao nível da UE 28 como de Portugal, face às crescentes necessidades internas e externas. De 2012 para 2013, este segmento aumentou 2.7% na UE 28 e 10.3% em Portugal, assim como verificou evoluções positivas noutros países. De 2002 para 2013, a evolução foi bastante expressiva: a produção da UE 28 cresceu 10.8%; na Polónia 40.2%; em Portugal 28.5%; e na Alemanha 25.5%. Em termos de quota, a Suécia tem 16.2% e a Finlândia, Alemanha e França verificam valores acima de 12%. Portugal tem uma quota de 2.6%, o que não deixa de ser interessante para a dimensão territorial do país, quando comparado com a quota da Espanha (3.6%) e do Reino Unido (2.5%).

Na produção de madeira serrada, o cenário individual de cada país não se mostra tão positivo ao longo dos últimos anos, embora este segmento tenha crescido 1.0% de 2002 a 2013 na UE 28. Contudo, em 2013, a evolução foi mais favorável: UE 28 cresceu 2.4%; Portugal cresceu 14.1%; Finlândia cresceu 8.4%. No período de 2002 a 2013, verificaram-se evoluções de sucesso na Polónia (+42.0%), no Reino Unido (+31.8%) e Alemanha (+25.5%). Neste período, Portugal teve uma quebra de 16.4%. Por quotas de produção, este mercado continua a ser dominado pela Alemanha (21.3%), Suécia (16.2%, dado de 2012), Finlândia (10.1%), Áustria (8.8%) e França (8.0%). Portugal detém uma quota de 1.1%.

Novas necessidades

Em 2014, a Comissão Europeia adoptou uma nova estratégia da União Europeia para as florestas e para o sector florestal. Assim, foi necessário um novo enquadramento para: assegurar a gestão sustentável e equilibrada numa lógica multifuncional das florestas da UE; satisfazer a crescente procura de matérias-primas (produtos existentes e novos produtos), surgindo oportunidade de diversificação de mercados; responder a desafios e oportunidades que as indústrias florestais enfrentam ao nível da eficiência de recursos e energia, matérias-primas, logística, adaptação estrutural, inovação, educação, concorrência internacional, política climática, etc.; proteger as florestas e biodiversidade dos efeitos graves de fogos e tempestades, escassez de recursos hídricos e pragas; reconhecer que a UE não depende só da sua própria produção e que o seu consumo tem implicações nas florestas a nível mundial; desenvolver um sistema de informação adequado à monitorização dos aspectos anteriores.

Esta estratégia, bem como a sua execução, assenta na legislação e iniciativas internacionais existentes, nomeadamente nos trabalhos realizados no âmbito da FOREST EUROPE (processo político pan-europeu para a gestão sustentável das florestas do Continente), e contempla a situação especial dos pequenos proprietários florestais, para além de ter em conta os instrumentos do sector privado baseados no mercado, tais como a certificação.

No sector florestal, a eficiência em termos de recursos significa utilizar os recursos florestais de forma a minimizar o impacto sobre o ambiente e o clima e dar prioridade às produções florestais que têm maior valor acrescentado, criar mais postos de trabalho e contribuir para um melhor balanço de carbono.

Para 2020, os objectivos florestais são: assegurar e demonstrar que todas as florestas da UE sejam geridas de acordo com os princípios da gestão florestal sustentável e que a contribuição da UE para a promoção de gestão florestal sustentável e a redução da desflorestação a nível mundial seja reforçada; contribuir para equilibrar as diversas funções das florestas, satisfazendo a procura e prestar serviços eco sistémicos vitais; proporcionar uma base para que a silvicultura e toda a cadeia de valor florestal sejam contribuintes competitivos e viáveis para a bio economia.

As florestas e o sector florestal beneficiam actualmente de um significativo financiamento da UE. As medidas florestais no âmbito do regulamento sobre o desenvolvimento rural constituem os recursos essenciais de estratégia (90% do financiamento total do sector florestal). De acordo com os planos utilizados/actualizados, entre 2007 e 2013 foram atribuídos às medidas florestais EUR 5.4 mil milhões do Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural. Segundo a Comissão, é de esperar para o período 2014-2020 um nível de despesas semelhante ao do período anterior, embora tal dependa dos planos de desenvolvimento rural dos estados-membros.

Por fim, referir que o caminho para a economia verde e a valorização dos benefícios da floresta, assegurando ao mesmo tempo a sua protecção, necessita de um forte empenho e apoio político de todas as partes envolvidas. A estratégia será reexaminada até 2018, nomeadamente os progressos alcançados na sua execução.

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Opinião

Superfície florestal segundo as espécies

unid: 1000 hectares

2005 2010 Peso % 2010/2005

Total floresta 3,299.90 3,242.90 100.0% -1.7%

Pinheiro bravo 659.5 628.9 19.4% -4.6%

Pinheiro manso 161.6 170 5.2% 5.2%

Sobreiro 711.8 717.2 22.1% 0.8%

Eucalipto 716.5 759.3 23.4% 6.0%

Carvalho 61.9 64.7 2.0% 4.5%

Castanheiro 37.5 41.1 1.3% 9.6%

Azinheira 329.4 325.7 10.0% -1.1%

Outras resinosas 79.4 81 2.5% 2.0%

Outras folhosas 182.4 196.1 6.0% 7.5%

Outras áreas* 359.9 258.9 8.0% -28.1%

Fonte: Inventário Florestal Nacional, ICNF.Nota: *ardidas, cortadas, em repouso, etc.

Cenário nacional

Numa primeira aproximação à silvicultura em Portugal, analisa-se a distribuição das principais espécies no território nacional. O lugar cimeiro é disputado entre a implementação territorial do Pinheiro e do Eucalipto, correspondendo a 24.6% e 23.4% da superfície florestal, respectivamente (cerca de 3.2 milhões de hectares em 2010). Os 24.6% do Pinheiro dividem-se entre 19.4% de Pinheiro bravo e 5.2% de Pinheiro manso. Segue-se logo de imediato o Sobreiro com 22.1%. Só estas três espécies representam no seu conjunto mais de 70% do total de hectares.

De acordo com os dados conhecidos, nos últimos anos (2005 a 2010), houve um ligeiro decréscimo do total da superfície florestal, com especial destaque para o grupo de outras áreas (áreas ardidas, cortadas ou em repouso), o que não deixa de ser um sinal positivo em termos de menor devastação causada pelos incêndios e/ou porque foram implementados programas de reflorestação. No caso do Pinheiro, a diminuição de 5% da implementação territorial do Pinheiro bravo foi compensada pelo aumento de 5% do Pinheiro manso. O Castanheiro viu a sua área aumentar perto de 10%, assim como Outras folhosas aumentaram 7.5% e o Eucalipto mais 6%.

No ano em análise, 2012, foi removida mais 11.4% de madeira (sobretudo toros de madeira sem casca) em comparação ao ano anterior. Contudo, ocorreu uma inversão significativa: se houve uma quebra de mais de 24% nas coníferas, aconteceu simultaneamente um aumento de 33% nas folhosas. Por produtos derivados da madeira, aconteceram reduções significativas no papel reciclado (-61.4%), nas pastas químicas (-26.9%) e na madeira serrada (-8.9%). Para equilibrar, verificaram-se recuperações nos painéis de madeira (+24.9%) e na produção de papel e de cartão (+9.5%).

Quantidade de madeira removida

Unidade: 1 000 m3 sem casca

2010 2011 2012 P 2012/2011

Madeira removidaTotal 9 648 9 140 10 184 11.4%

Coníferas (1) 3 652 3 458 2 633 -23.9%Folhosas (2) 5 997 5 682 7 551 32.9%

Lenha (3) Total 600 600 600 0.0%

Coníferas (1) 200 200 200 0.0%

Folhosas (2) 400 400 400 0.0%Madeira redonda industrial (toros de madeira em bruto)

Total 9 048 8 540 9 584 12.2%Coníferas (1) 3 452 3 258 2 433 -25.3%Folhosas (2) 5 597 5 282 7 151 35.4%

Fonte: Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).Notas: (1) Pinheiros, ciprestes, abetos, etc.(2) Eucaliptos, sobreiros, carvalhos, castanheiros, etc.(3) Lenha sem casca, podendo ter como destinos o consumo como tal e/ou a produção de carvão vegetal.

Produção de produtos derivados da madeira

milhões de euros

2009 2010 2011 2012 Peso % 2012/2011

Produção de bens silvícolas

659.04 706.42 754.97 758.33 74.8% 0.4%

Crescimento das florestas (variação de existências)

148.50 142.18 153.13 155.60 15.3% 1.6%

Madeira de resinosas para fins industriais

111.55 119.03 123.69 119.19 11.8% -3.6%

Madeira de folhosas para fins industriais

169.93 195.67 203.43 221.87 21.9% 9.1%

Lenha 31.70 31.39 32.64 33.50 3.3% 2.6%Outros produtos 197.36 218.15 242.08 228.17 22.5% -5.7%

Cortiça 171.79 182.24 204.61 188.48 18.6% -7.9%Plantas florestais de viveiro

3.92 4.22 4.62 5.47 0.5% 18.4%

Outros produtos silvícolas

21.65 31.69 32.85 34.22 3.4% 4.2%

Produção de serviços silvícolas

177.89 193.14 180.72 204.56 20.2% 13.2%

Florestação e reflorestação

73.71 73.81 73.10 77.10 7.6% 5.5%

Outros serviços silvícolas

104.18 119.33 107.62 127.46 12.6% 18.4%

Atividades secundári-as não florestais (não separáveis)

42.68 48.01 43.30 51.28 5.1% 18.4%

Total da produção da silvicultura

879.61 947.57 978.99 1014.17 100.0% 3.6%

Fonte: INE, Contas Económicas da Silvicultura.

Produção de produtos derivados da madeira

unidades 2010 2011 2012 P 2012/2011

Carvão 1 000 t - - 19 -

Aparas e estilhas de madeira 1 000 m3 - - 3 960 -

Madeira serrada 1 000 m3 1 045 1 044 951 -8.9%

Painéis de madeira 1 000 m3 1 363 1 349 1 685 24.9%

Pastas químicas 1 000 t 1 962 2 107 1 541 -26.9%

Papel reciclado 1 000 t 760 760 293 -61.4%

Papéis e cartão 1 000 t 1 456 1 936 2 120 9.5%

Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF); Associação da Indústria Papeleira (CELPA); Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP); Centro PINUS.

A produção total da silvicultura tem vindo a evoluir de forma significativa. Em 2012, aumentou 3.6%, mas nos últimos 4 anos o acréscimo foi de mais de 15%, com especial destaque para as Plantas florestais de viveiro, para os Serviços silvícolas e para a produção de Madeira de folhosas para fins industriais. Este último com maior significado dado o seu peso na produção total ser importante, 21.9%. A classe de Outros produtos tem igualmente um peso significativo (22.5%), que resulta da importância da Cortiça (18.6%). Contudo, em 2012 ocorreu um decréscimo de 7.9% na produção de cortiça, embora desde 2009 se tenha registado um aumento de 10%. A produção de

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

43

Opinião

Madeira de resinosas para fins industriais decresceu 3.6% em 2012, e aumentou 6.8% desde 2009. A variação de existências manteve-se positiva nos dois períodos.

VAB, rendimento e FBCF na silvicultura, a preços correntes (base=2006)

milhões de euros

2009 2010 2011 2012 Peso % 2012/2011

1 Total da produção da silvicultura (1) 879.61 947.57 978.99 1014.17 100.0% 3.6%

2 Consumo intermédio (2) 247.38 263.07 249.86 267.35 26.4% 7.0%

3 Valor acrescentado bruto a preços de base (1 - 2) 632.23 684.5 729.13 746.82 73.6% 2.4%

4 Consumo de capital fixo 109.82 108.81 108.14 115.03 11.3% 6.4%

5 Valor acrescentado líquido a preços de base (3 - 4) 522.41 575.69 620.99 631.79 62.3% 1.7%

6 Outros impostos sobre a produção 1.77 2.01 2.17 2.01 0.2% -7.4%

7 Outros subsídios à produção 4.69 9.19 16.89 19.68 1.9% 16.5%

8 Rendimento dos fatores (5 - 6 + 7) 525.33 582.87 635.71 649.46 64.0% 2.2%

9 Remuneração dos assalariados 100.59 105.67 109.68 106.66 10.5% -2.8%

10 Exced. líquido de exploração ou rendimento misto (8 - 9) 424.74 477.2 526.03 542.8 53.5% 3.2%

11 Rendas 4.56 4.69 4.89 5.03 0.5% 2.9%

12 Juros a pagar 12.49 14.82 15.67 13.07 1.3% -16.6%

13 Juros a receber 2.47 2.43 2.08 2.68 0.3% 28.8%

14 Rendimento empresarial líquido (10-11-12+13) 410.16 460.12 507.55 527.38 52.0% 3.9%

15 Formação bruta de capital fixo (excluindo IVA dedutível) 77.6 87.2 91.88 96.78 9.5% 5.3%

16 Transferências de capital 19.74 7.05 14.05 14.62 1.4% 4.1%

Fonte: INE, Contas Económicas da Silvicultura.

Na análise do VAB desde 2009 é notória uma progressão bastante positiva. Se de 2011 para 2012 se registou um aumento de 2.4%, de 2009 a 2012 o crescimento foi de 18%. O consumo intermédio também acompanhou esta evolução, mas comportou-se de forma mais modesta na comparação mais longa. De facto, de 2011 a 2012 verificou um aumento de 7% e, de 2009 a 2012 cresceu 8%.

De referir ainda que o rendimento empresarial líquido aumentou 3.9% de 2011 para 2012 e 28.6% de 2009 para 2012. Este facto resultou de outros aspectos interessantes: a rúbrica de Outros subsídios à produção registou um acréscimo de 16.5% de 2011 a 2012 e de 319.6% de 2009 a 2012; as rendas e os juros a receber também aumentaram; os juros a pagar caíram 16.6% entre 2011 e 2012 e aumentaram apenas 4.6% de 2009 a 2012.

VAB, consumo intermédio, rendimento e FBCF na silvicultura

(milhões de euros)

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200

400

600

800

2009 2010 2011 2012Consumo intermédio VAB a preços de 2006Rendim. empresarial líquido FBCF

Fonte: INE, Contas Económicas da Silvicultura

VAB Silvicultura/ VAB nacional . 2011 VAB Silvicultura/ Área de floresta . 2011

No que respeita ao FBCF, a progressão é igualmente bastante positiva. Entre 2011 e 2012, o investimento aumentou 5.3%, enquanto que, entre 2009 e 2012, o acréscimo foi de 24.7%.

44

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

Importações dos principais produtos do sector florestal

2012 (Proj) 2013 (Prev) var. 2013/2012 (%)

t 1 000 euros t 1 000 euros t 1 000 euros

Produtos resinosos 54 556 67 012 42 939 51 715 -21.3% -22.8%

Mobiliário, construções de madeira e div. de vime

82 800 174 295 73 191 150 753 -11.6% -13.5%

Madeira 2 573 705 473 348 3 561 196 548 931 38.4% 16.0%

Cortiça 75 194 132 240 78 134 135 719 3.9% 2.6%

Pastas de madeiras 112 216 50 021 146 545 66 140 30.6% 32.2%

Papel e cartão 973 987 928 763 991 804 960 511 1.8% 3.4%

Fonte: INE, Estatísticas agrícolas 2013.

Exportações dos principais produtos do sector florestal

2012 (Proj) 2013 (Prev) var. 2013/2012 (%)

t 1 000 euros t 1 000 euros t 1 000 euros

Produtos resinosos 72 284 133 791 67 512 123 786 -6.6% -7.5%

Mobiliário, construções de madeira e div. de vime

173 111 505 342 210 650 567 423 21.7% 12.3%

Madeira 2 794 952 607 996 3 412 137 674 390 22.1% 10.9%

Cortiça 193 115 836 767 200 933 836 165 4.0% -0.1%

Pastas de madeiras 1 494 194 526 935 1 567 676 535 703 4.9% 1.7%

Papel e cartão 1 977 696 1 602 097 2 039 547 1 703 106 3.1% 6.3%

Fonte: INE, Estatísticas agrícolas 2013.

Saldo comercial dos principais produtos do sector florestal

2012 (Proj) 2013 (Prev) var. 2013/2012 (%)

t 1 000 euros t 1 000 euros t 1 000 euros

Produtos resinosos 17 728 66 779 24 573 72 071 38.6% 7.9%

Mobiliário, construções de madeira e div. de vime

90 311 331 046 137 459 416 670 52.2% 25.9%

Madeira 221 246 134 649 - 149 060 125 459 -167.4% -6.8%

Cortiça 117 921 704 527 122 799 700 446 4.1% -0.6%

Pastas de madeiras 1 381 979 476 914 1 421 131 469 563 2.8% -1.5%

Papel e cartão 1 003 708 673 334 1 047 743 742 595 4.4% 10.3%

Fonte: INE, Estatísticas agrícolas 2013.

Opinião

Evolução do saldo comercial total do sector florestal

(1 000 euros)

Em termos de comércio, a evolução do saldo comercial do sector da floresta é igualmente bastante significativa. Em 2013 atingiu um excedente de 2 526.8 milhões de euros, correspondendo a um aumento de 139.6 milhões de euros em relação a 2012. Esta variação de +5.8% resultou de um aumento das exportações superior ao aumento das importações. Se a comparação for em relação a 2009, onde o saldo comercial foi de +672 milhões de euros, o crescimento do saldo foi de 276%!

Ainda em relação a 2013, de salientar que todos os grupos de produtos apresentaram excedentes comerciais. A taxa de cobertura foi de 232.0% (mais 1.3 pontos percentuais face a 2012). As importações de produtos do sector florestal alcançaram 1,913.7 milhões de euros, correspondendo a um acréscimo de 4.8% em relação a 2012. Por seu turno, as exportações de produtos do sector florestal atingiram 4,440.6 milhões de euros, representando um aumento de 5.4% face ao ano anterior.

Na comparação europeia, Portugal encontra-se bem posicionado relativamente ao VAB da silvicultura na comparação com o VAB nacional. Assim como no rácio do VAB da silvicultura e a área florestal, encontrando-se no grupo dos países que detêm os valores mais elevados.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

2009 2010 2011 2012 2013Fonte: INE, Estatísticas agrícolas 2013

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

45

Valor relativo de importações por produtos, 2013

Principais fornecedores de Papel e cartão, 2013 Principais fornecedores de Madeira, 2013

56.6%

8.9% 7.3% 6.8%4.3%

0.0%

10.0%

20.0%

30.0%

40.0%

50.0%

60.0%

Espanha Alemanha França Itália Suécia

INE, Estatísticas agrícolas 2013

Opinião

56.3%

7.7% 9.0%5.3% 4.6%

0.0%

10.0%

20.0%

30.0%

40.0%

50.0%

60.0%

Espanha França Uruguai Alemanha EUA

INE, Estatísticas agrícolas 2013

Nas importações, tanto em peso como em valor, ocorreu um acréscimo na Madeira e nas Pastas de madeira. Na Madeira, houve um aumento de importação em tonelagem de 38.4% e em valor de 16%. Nas pastas de madeira os acréscimos foram de 30.6% e de 32.2%, respectivamente. Contudo, se a análise incidir somente no valor das mercadorias, o grupo com maior peso nas importações é o do Papel e cartão (50.2%), seguido da Madeira (28.7%), do Mobiliário, construções de madeira e diversos de vime (7.9%) e da Cortiça (7.1%).

No Papel e cartão, o principal fornecedor em 2013 foi a Espanha com 56.6% do total de mercadoria, seguindo-se a grande distância a Alemanha com 8.9%, a França com 7.3%, a Itália com 6.8% e a Suécia com 4.3%. Relativamente ao outro principal produto importado, a Madeira, também a Espanha foi o principal fornecedor com uma quota de 56.3%, seguindo-se o Uruguai com 9.0%, a França com 7.7%, a Alemanha com 5.3% e os EUA com 4.6%.

Valor relativo de exportações por produtos, 20133 Principais fornecedores de Papel e cartão, 2013

38.4%

12.1%18.8%

15.2%

12.8%

2.8%Papel e cartão

Pastas de madeiras

Cortiça

Madeira

Mobiliário, const. demadeira e div. de vime

Produtos resinosos

INE, Estatísticas agrícolas 2013

22.7%

12.5%11.4%

7.5% 6.6%

0.0%

5.0%

10.0%

15.0%

20.0%

25.0%

Espanha Alemanha França Itália EUA

INE, Estatísticas agrícolas 2013

50.2%

3.5%

7.1%

28.7%

7.9%

2.7%Papel e cartão

Pastas de madeiras

Cortiça

Madeira

Mobiliário, const.de madeira e div.de vimeProdutos resinosos

Fonte: INE, Estatísticas agrícolas 2013

46

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

A evolução significativa das exportações resultou de variações acima dos 20%, em tonelagem, e acima de 10%, em valor, tanto do Mobiliário, construções em Madeira e diversos de vime, como da Madeira. Embora sejam classes com menor expressão em termos do valor das exportações total. De facto, Papel e cartão representaram em 2013 um peso relativo de 38.4%, e mostraram um crescimento de 3.1% em tonelagem e de 6.3% em valor. A alguma distância surge a Cortiça com uma quota de 18.8% no total do valor exportado. Em termos de tonelagem registou um aumento de 4.0% e em valor verificou uma muito ligeira contracção de 0.1%. A Madeira surge em terceiro lugar com uma quota de 15.2%.

No Papel e cartão, a Espanha foi igualmente o principal comprador, com uma quota de 22.7% em 2013, seguindo-se a Alemanha com 12.5%, a França com 11.4%, a Itália com 7.5% e os EUA com 6.6%. Na Cortiça, a França e os EUA lideram as compras, com 19.3% e 16.9%, seguindo-se Espanha com 10.8%, a Itália com 9.8% e a Alemanha com 8.9%.

Principais compradores de Cortiça, 2013

19.3%16.9%

10.8% 9.8% 8.9%

0.0%

5.0%

10.0%

15.0%

20.0%

25.0%

França EUA Espanha Itália AlemanhaINE, Estatísticas agrícolas 2013

Conclusões

Em termos internacionais tem vindo a crescer a importância socioeconómica do sector da Floresta, depois da recessão económica de 2008-2009, registando-se uma recuperação mais rápida nos blocos Ásia-Pacífico, América Latina e Caraíbas e América do Norte, havendo uma relativa estagnação da Europa.

Tal como noutros mercados, a China tem vindo a assumir um papel cada vez mais importante tanto como produtor como consumidor de produtos florestais, assumindo uma posição cimeira no comércio internacional.

Para a Europa as florestas são um activo cada vez mais importante, sendo a madeira a principal fonte de rendimento do sector. Existe uma estratégia comunitária que visa assegurar a gestão sustentável e equilibrada numa lógica multifuncional das florestas da UE.

Em Portugal, a Fileira Florestal tem vindo a assumir uma importância económica crescente. Em termos de PIB nacional, o VAB do sector tem vindo a ganhar expressão (2.5%), para além de que os produtos florestais têm contribuído de forma significativa para o crescimento das exportações portuguesas. De facto, a Fileira florestal é um sector de forte pendor exportador, responsável por uma parte importante do comércio externo português (6.5% do total exportado).

Os saldos comerciais dos produtos florestais têm sido crescentemente positivos (com variações significativas de ano para ano), apresentando das maiores taxas de cobertura das importações pelas exportações. Em 2013 foi de 232%. A melhoria do saldo comercial deve-se muito ao segmento do Papel e cartão, onde Portugal é produtor de referência. Seguem-se a Cortiça e a Madeira.

No rácio entre o VAB da silvicultura e a área florestal, Portugal encontra-se no grupo de países líder, a par da Áustria, da República Checa e da Alemanha. E é igualmente dos países que emprega menos mão-de-obra, embora por área florestal o valor da mão-de-obra seja superior ao dos restantes países. Em termos comparativos, dentro da União Europeia, Portugal tem quotas superiores a 2% tanto na produção de toros de madeira para a indústria como na produção de papel e cartão.

É notório o aumento da competitividade e a capacidade de adaptação do país ao contexto internacional (no contexto da globalização, têm surgido novos concorrentes na Ásia e Europa de Leste). Contudo, torna-se evidente que é necessário continuar a estimular a produção florestal nacional para satisfazer a procura interna, para promover a substituição de importações e no aumento da capacidade exportadora.

Opinião

Fontes:Comissão Europeia, “Uma nova estratégia da EU para as florestas e o sector florestal”FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations – “2013 Global Forest Products Facts and Figures”INE, Estatísticas agrícolas 2013Eurostat

Agostinho Leal Alves

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

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BASES DE DADOS

Indicadores EstruturaisEndividamento do Sector Privado

Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos esperados em Fevereiro e Março de 2015

Conjuntura EconómicaIndicadores de Conjuntura Macroeconómica em PortugalIndicadores de Conjuntura Económica Internacional IIndicadores de Conjuntura Económica Internacional II

Mercados CambiaisCotações no mercado SpotTaxas Oficiais de Conversão para o EUROMTC-2

Mercados MonetáriosTaxas de Juro Internacionais

Mercados de ObrigaçõesIndicadores do Mercado Doméstico de ObrigaçõesEvolução dos IndexantesTaxa de Rendimento de Obrigações do Tesouro

Mercados de AcçõesIndicadores dos Mercados Internacionais de Acções IIndicadores dos Mercados Internacionais de Acções II

CommoditiesÍndices CRB de Preços de Futuros de Commodities

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E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

49

Endividamento do Sector Privado

2000 2008 2013 Variação desde 2008

Valores consolidados

Luxemburgo 391.4 356.2 -35.2

Chipre 306.3 285.2 344.8 59.6

Irlanda : 237.4 266.3 28.9

Holanda 206.2 217.3 229.7 12.4

Dinamarca 158.1 222.8 223.2 0.4

Portugal 137.1 196.2 202.8 6.6

Suécia 142.1 200.1 200.1 0.0

Lituânia : 264.9 194.7 -70.2

Espanha 102.9 196.6 172.2 -24.4

Bélgica 114.5 157.9 163.0 5.1

Finlândia 91.9 131.3 146.6 15.3

França 99.0 122.2 137.3 15.1

Malta : 158.6 136.5 -22.1

Grécia 53.1 113.5 135.6 22.1

Bulgária 26.4 134.2 134.8 0.6

Áustria 121.7 130.3 125.5 -4.8

Estónia : 136.7 119.4 -17.3

Itália 75.8 113.7 118.8 5.1

Croácia : 109.4 117.6 8.2

Alemanha 123.0 109.3 103.5 -5.8

Eslovenia : 105.6 101.9 -3.7

Hungria 56.2 106.0 95.5 -10.5

Letónia : 104.3 90.9 -13.4

Polônia : 67.7 74.9 7.2

Eslováquia 47.2 65.8 74.8 9.0

República Checa 57.0 63.7 73.7 10.0

Roménia 26.6 65.5 66.6 1.1

Valores não consolidados

Estados Unidos 180.8 212.3 196.5 -15.8

Reino Unido 160.7 210.9 189.0 -21.9

Fonte: Eurostat, OCDE.Nota: Valores com base na informação do Eurostat, excepto valores não consolidados, com base na OCDE. A dívida do sector privado corresponde ao stock de passivos responsabilidade dos sectores das Empresas não financeiras (S.11) e Famílias e Organizações sem fins lucrativos ao serviços das famílias (S.14_S.15). São considerados os seguintes instrumentos: Dívida, Títulos de Dívida e Empréstimos (F3 e F4). A informação é apresentada numa base consolidada (com as excepções assinaladas) e em percentagem do PIB.Um dos indicadores do MIP scoreboard (Macroeconomic Imbalances Procedure, conjunto de indicadores que pretende detectar desequilíbrios macroeconómicos no âmbito dos mecanismos da EU) é o stock de dívida do sector privado em percentagem do PIB, adoptando-se como nível de referência o patamar de 133%, assinala-do.

50

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Fevereiro e Março de 2015*

Fevereiro

Reino Unido 4/5 Reunião do Banco de Inglaterra

Zona Euro 12 Cimeira de lideres da União Europeia

Zona Euro 16 Reunião ds Ministros das Finanças da zona euro

Zona Euro 16 Reunião extraordinária de Eurogrupo sobre a Grécia

Zona Euro 17 Reunião ds Ministros das Finanças da União Europeia

Japão 18 Reunião de Política Monetária

CE 25 Publicação das previsões de Inverno

Março

Zona Euro 5 Reunião de Política Monetária do BCE

EUA 17-18 Decisão de política monetária do FOMC

Notas: (*) - Este calendário não pretende conter uma enumeração exaustiva de todos os acontecimentos futuros na Europa, Japão e América do Norte, mas sim listar alguns dos eventos que possam ter um impacto significativo nos mercados financeiros.

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

51

Ind

icad

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de

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40.

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--

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-

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--

-

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32.6

--

-

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tvh)

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--

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--

--

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--

-

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--

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--

-

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cado

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--

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M.E

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M.E

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9,12

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9,70

0.0

--

--

Font

es:

Dad

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lo B

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o, r

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ctiv

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13.

(1)

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(2)

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(3)

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52

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

Ind

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Con

jun

tura

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nóm

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Inte

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20

12

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--

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--

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--

--

--

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--

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--

-

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e ju

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EUA

0.31

0.25

0.23

0.22

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0.24

0.23

0.23

0.26

--

--

Zona

Eur

o0.

130.

270.

280.

310.

290.

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180.

130.

060.

060.

06-

--

--

Japã

o0.

180.

150.

140.

140.

140.

130.

130.

130.

120.

110.

110.

11-

--

-

Taxa

s d

e ju

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e lo

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EUA

1.76

3.03

2.72

2.65

2.48

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2.56

2.34

2.49

2.34

2.16

2.17

--

--

Ale

man

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321.

931.

571.

471.

361.

251.

160.

890.

950.

840.

700.

54-

--

-

Japã

o0.

790.

740.

640.

630.

580.

570.

540.

500.

530.

460.

420.

33-

--

-

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mb

io e

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+ v

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ão;-

depr

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2.2

2.2

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0.9

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5.9

--

--

-

Zona

Eur

o-0

.45.

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34.

32.

31.

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.2-0

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--

-

Japã

o-1

2.8

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--

-

Pre

ços

no

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EUA

1.4

1.4

1.8

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--

--

-

Zona

Eur

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.7-1

.7-1

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--

--

Japã

o -0

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7-

--

--

Pre

ços

no

con

sum

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EUA

1.7

1.5

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12

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1.7

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--

--

-

Zona

Eur

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80.

50.

70.

50.

50.

40.

40.

30.

40.

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.2-

--

-

Japã

o -0

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63.

43.

73.

63.

43.

33.

22.

92.

4-

--

--

Mas

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EUA (

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8.1

5.4

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--

--

-

Zona

Eur

o (M

3)3.

51

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81.

11.

61.

82

2.5

2.5

3.1

--

--

-

Japã

o (M

2)2.

64.

23.

63.

53.

33

33

3.1

3.2

3.6

--

--

-

Font

es:

IEA m

arke

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, Ec

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CD

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E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

53

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Eco

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20

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--

--

--

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--

--

--

-

Japã

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0.1

3.5

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--

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--

5.0

--

--

--

-

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EUA

7.9

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6.2

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6.2

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--

--

Zona

Eur

o11

.811

.811

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.611

.611

.511

.611

.511

.511

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--

--

Japã

o4.

33.

73.

63.

63.

53.

73.

83.

53.

63.

53.

5-

--

--

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--

--

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Eur

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--

Japã

o -

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15-

--

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-

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--

Zona

Eur

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Japã

o -

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--

--

Ind

icad

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710

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610

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0-

--

--

--

Zona

Eur

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5-

--

--

--

Japã

o10

1.1

103.

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--

-

PMI

man

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--

-

Japã

o -

Índi

ce d

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11.

54

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

Cotações no Mercado Spot

Data EUR/USD EUR/JPY EUR/GBP EUR/CHF USD/JPY

02-jan-15 1.2043 145.21 0.7800 1.2022 120.58

05-jan-15 1.1915 143.00 0.7827 1.2016 120.02

06-jan-15 1.1914 141.69 0.7842 1.2014 118.93

07-jan-15 1.1831 141.17 0.7823 1.2011 119.32

08-jan-15 1.1768 141.00 0.7811 1.2010 119.82

09-jan-15 1.1813 140.81 0.7799 1.2010 119.20

12-jan-15 1.1804 140.56 0.7791 1.2010 119.08

13-jan-15 1.1782 139.56 0.7767 1.2010 118.45

14-jan-15 1.1775 137.48 0.7753 1.2010 116.76

15-jan-15 1.1708 136.48 0.7672 1.0280 116.57

16-jan-15 1.1588 135.06 0.7637 1.0128 116.55

19-jan-15 1.1605 136.27 0.7664 1.0120 117.42

20-jan-15 1.1579 137.37 0.7637 1.0087 118.64

21-jan-15 1.1593 136.07 0.7671 0.9997 117.37

22-jan-15 1.1618 136.70 0.7644 0.9943 117.66

23-jan-15 1.1198 132.12 0.7473 0.9816 117.99

26-jan-15 1.1244 133.03 0.7490 1.0014 118.31

27-jan-15 1.1306 133.08 0.7473 1.0170 117.71

28-jan-15 1.1344 133.70 0.7466 1.0242 117.86

29-jan-15 1.1315 133.43 0.7478 1.0372 117.92

30-jan-15 1.1305 133.08 0.7511 1.0468 117.72

Var. Mês % -6.13 -8.35 -3.71 -12.93 -2.37

Var. em 2015 % -6.13 -8.35 -3.71 -12.93 -2.37

Média mensal 1.16 137.47 0.77 1.09 118.28

Fonte: BPI, BCE.

Taxas Oficiais de Conversão do Euro

Escudo (PTE) 200.482

Peseta (ESP) 166.386

Franco Francês (FRF) 6.55957

Lira (ITL) 1936.27

Marco Alemão (DEM) 1.95583

Libra Irlandesa (IEP) 0.787564

Markka Finlandesa (FIM) 5.94573

Florim Holandês (NLG) 2.20371

Xelim Austríaco (ATS) 13.7603

Franco Belga (BEF) 40.3399

Franco Luxemburguês (LUF) 40.3399

Dracma Grega (GRD) 340.75

Tolar Esloveno (SIT) 239.640

Lira Maltesa (MTL) 0.429300

Libra Cipriota (CYP) 0.585274

Coroa Eslovaca (SKK) 30.1260

EEK (Coroa estoniana) 15.6466

LVL (Lats letão) 0.702804

LTL (Litas lituana)* 3.45280

Fonte: BCE.Nota: (*) Desde 01/01/2015.

MTC-II

Data de entrada

Taxa Cen-tral face ao Euro

Bandas de Var.

Nominal

Banda Actual

DKK (Coroa dinamarquesa) 01.01.1999 7.46038 +/-2.25% <1%

Fonte: BCE.

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

55

Taxas de Juro Internacionais

03.Fev.15

O/N 1 Mes 3 Meses 6 Meses 1 Ano

EUR -0.08% 0.00% 0.03% 0.09% 0.23%

USD 0.12% 0.17% 0.26% 0.36% 0.63%

JPY 0.04% 0.08% 0.10% 0.14% 0.26%

GBP 0.47% 0.50% 0.56% 0.68% 0.96%

CHF -0.92% -0.90% -0.87% -0.76% -0.65%

Fonte:BPI, ReutersNota: Taxas de juro Libor para todas as moedas

56

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

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E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

57

Evolução dos Indexantes

Taxa EURIBOR (ACT/360) LIBOR / EURO

EONIA Equivalente(1) TBA (2) 1 mês 2 meses 3 meses 6 meses 9 meses 12 me-ses 1 mês 3 meses 6 meses 12 me-

ses

02-jan-15 -0.08 0.050 0.0762 0.0160 0.0440 0.0760 0.1690 0.2430 0.3230 0.0050 0.0579 0.1429 0.2914

05-jan-15 -0.07 0.050 0.0758 0.0150 0.0430 0.0750 0.1690 0.2410 0.3210 0.0036 0.0543 0.1400 0.2871

06-jan-15 -0.08 0.050 0.0758 0.0150 0.0400 0.0730 0.1680 0.2400 0.3190 0.0021 0.0521 0.1386 0.2857

07-jan-15 -0.07 0.050 0.0748 0.0120 0.0380 0.0700 0.1680 0.2410 0.3190 -0.0007 0.0471 0.1336 0.2807

08-jan-15 -0.07 0.050 0.0742 0.0100 0.0380 0.0700 0.1670 0.2410 0.3190 -0.0007 0.0479 0.1321 0.2807

09-jan-15 -0.05 0.050 0.0742 0.0090 0.0380 0.0700 0.1680 0.2400 0.3180 -0.0007 0.0479 0.1314 0.2829

12-jan-15 -0.06 0.050 0.0737 0.0090 0.0390 0.0710 0.1670 0.2380 0.3170 -0.0007 0.0486 0.1307 0.2793

13-jan-15 -0.07 0.050 0.0737 0.0080 0.0380 0.0710 0.1660 0.2370 0.3180 -0.0071 0.4786 0.1279 0.2786

14-jan-15 -0.07 0.050 0.0731 0.0060 0.0380 0.0690 0.1620 0.2380 0.3150 -0.0100 0.0450 0.1257 0.2750

15-jan-15 -0.07 0.050 0.0719 0.0070 0.0380 0.0690 0.1610 0.2350 0.3130 -0.0093 0.0393 0.1157 0.2636

16-jan-15 -0.08 0.050 0.0712 0.0020 0.0310 0.0600 0.1520 0.2240 0.2990 -0.0193 0.0293 0.1064 0.2500

19-jan-15 -0.08 0.050 0.0712 -0.0020 0.0260 0.0560 0.1450 0.2170 0.2890 -0.0207 0.0293 0.1000 0.2450

20-jan-15 -0.08 0.050 0.0699 -0.0050 0.0240 0.0550 0.1420 0.2140 0.2840 -0.0200 0.0307 0.0979 0.2457

21-jan-15 -0.07 0.050 0.0683 -0.0040 0.0220 0.0550 0.1410 0.2130 0.2830 -0.0193 0.0307 0.0986 0.2457

22-jan-15 -0.04 0.050 0.0666 -0.0010 0.0230 0.0550 0.1410 0.2120 0.2820 -0.0093 0.0314 0.0993 0.2471

23-jan-15 -0.02 0.050 0.0649 0.0010 0.0240 0.0530 0.1370 0.2060 0.2750 -0.0071 0.0329 0.0964 0.2386

26-jan-15 -0.03 0.050 0.0631 0.0020 0.0260 0.0540 0.1380 0.2070 0.2770 -0.0064 0.0343 0.0971 0.2386

27-jan-15 -0.02 0.050 0.0612 0.0050 0.0280 0.0550 0.1380 0.2080 0.2770 -0.0029 0.0343 0.0964 0.2393

28-jan-15 -0.03 0.050 0.0593 0.0010 0.0250 0.0530 0.1350 0.2040 0.2730 -0.0036 0.0336 0.0943 0.2350

29-jan-15 -0.03 0.050 0.0575 0.0010 0.0230 0.0520 0.1320 0.2030 0.2710 -0.0050 0.0321 0.0950 0.2364

30-jan-15 0.09 0.050 0.0556 0.0010 0.0230 0.0540 0.1320 0.2020 0.2700 -0.0036 0.0321 0.0936 0.2350

30-dez-14 -0.08 0.050 0.0800 0.0190 0.0450 0.0780 0.1710 0.2470 0.3270 0.0086 0.0579 0.1414 0.2957

31-dez-14 0.14 0.050 0.0766 0.0180 0.0440 0.0780 0.1710 0.2450 0.3250 0.0086 0.0579 0.1400 0.2957Fonte: BPI, Reuters, IGCP, BdP.Notas: (1) Ex. taxa de desconto do BdP. De acordo com a Portaria nº 1227/2001, esta taxa passa a ser igual à taxa mínima de proposta aplicável às operações principais de refinanciamento pelo BCE.(2) Desde 31.12.2002 a TBA passou s ser fixada segundo a seguinte fórmula 0.52*L2+0.47-L2-0.12, em que L3 e L2 representam as médias das últimas 20 observações da Euribor a 3 e 12 meses, respectivamente, terminadas no penúltimo dia últil ao dia a que se refere o cálculo.

58

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

Taxa de Rendimento de Obrigações do Tesouro

06.Fev.15

Título Maturidade Saldo vivo(103 EUR) Anos Vida

Meses Cupão Preço ModifiedDuration YTM

Obrig. do Tesouro

OTs 10 Anos 05 2015-10-15 5,612,000 0 8 3.350% 102.25 0.69 0.021%

OTs 5 Anos 11 2016-02-15 2,605,000 1 0 6.400% 106.20 0.97 0.269%

OTs 10 Anos 06 2016-10-15 5,140,000 1 8 4.200% 106.54 1.65 0.284%

OTs 10 Anos 07 2017-10-16 11,258,000 2 8 4.350% 109.64 2.56 0.704%

Ots 10 Anos 08 2018-06-15 10,853,000 3 4 4.450% 111.59 3.10 0.911%

Ots 10 Anos 09 2019-06-14 10,915,000 4 4 4.750% 114.91 3.91 1.203%

Ots 10 Anos 10 2020-06-15 9,693,000 5 4 4.800% 117.36 4.71 1.404%

OTs 15 Anos 05 2021-04-15 8,462,000 6 2 3.850% 112.60 5.42 1.684%

OTs 15 Anos 08 2023-10-25 8,033,000 8 8 4.950% 122.28 7.21 2.119%

Ots 10 Anos 13 2024-02-15 8,925,000 9 0 5.650% 127.97 7.07 2.196%

Ots 10 anos 15 2025-10-15 3,500,000 10 8 2.875% 104.43 9.01 2.920%

Ots 15 anos 14 2030-02-15 3,500,000 15 0 3.875% 111.80 11.16 2.895%

OTs 30 Anos 06 2037-04-15 6,973,000 22 2 4.100% 114.89 14.62 3.156%

OTs 30 Anos 15 2045-02-15 2,000,000 30 0 4.100% 113.70 16.40 4.13%

Fonte:BPI.Nota: O YTM é uma taxa anual.

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

59

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1an

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EURO

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03,

414.

28.

310

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121

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2015

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DJ

EURO

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347.

78.

612

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523

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0-16

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2015

-02-

0314

.415

.2

DJ

EURO

PE S

TOXX 5

03,

231.

28.

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2015

-01-

2315

.915

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DJ

EURO

PE S

TOXX

370.

38.

611

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222

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2015

-01-

2716

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.6

MSCI

EURO

PE1,

440.

25.

57.

55.

4n.

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14-1

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2015

-02-

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BBG

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RO

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016

.34.

523

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2014

-03-

103.

022

.6

BBG

US I

NTE

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ET92

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92.

60.

522

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-2.9

2014

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075.

222

.4

FTSE

100

6,87

1.8

4.4

2.4

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12.6

2014

-10-

16-1

.020

14-0

9-04

6.0

15.4

DAX

10,8

91.0

11.2

18.6

10.7

30.0

2014

-10-

16-1

.120

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2-03

19.0

14.0

CAC 4

04,

677.

99.

910

.89.

423

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14-1

0-16

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2015

-02-

0313

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.1

PSI-

205,

304.

88.

2-1

0.2

9.5

14.2

2015

-01-

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IBEX

35

10,5

98.2

1.9

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12.5

2014

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14.9

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050.

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2014

-12-

2916

.817

.1

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AQ

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SIT

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2014

-04-

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20.1

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2014

-12-

2614

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.4

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2014

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225

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78.7

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14.2

1.3

27.3

2014

-04-

11-2

.020

14-1

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26.2

19.0

BO

VES

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2014

-03-

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2.1

2014

-09-

033.

410

.9

MSCI

WO

RLD

1,27

9.2

1.4

6.2

1.4

n.a.

2014

-02-

04n.

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14-1

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Font

e: B

loom

berg

.

60

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

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EURO

PE T

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.221

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2015

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EURO

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17.2

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EURO

PE I

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2015

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2610

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EURO

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RAN

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276.

110

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2015

-02-

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EURO

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331

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2015

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DJ

EURO

PE F

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2014

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16.0

DJ

EURO

PE O

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311.

28.

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2.1

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2014

-12-

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9.3

2014

-06-

24-2

.016

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DJ

EURO

PE U

TILI

TY32

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4.2

4.9

3.4

19.1

2014

-02-

05-2

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DJ

EURO

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588.

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2015

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0325

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.9

DJ

EURO

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365.

99.

713

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2014

-06-

0915

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.2

DJ

EURO

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EURO

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-01-

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EURO

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2015

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2015

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27n.

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S&

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Font

e: B

loom

berg

.

E.E.F. Mercados Financeiros Fevereiro 2015

61

Índices CRB de Preços de Futuros de Commodities

Preços Variação

Peso Jan.15 1 mês 3 meses 6 meses 12 meses Dec/13 1 mês 3 meses 6 meses 12 meses ytd

CRB Futuros

Índice Global 100% 226.34 228.98 268.13 294.86 287.06 230.52 -1.2% -15.6% -23.2% -21.2% -1.8%

CRB Energia

Petróleo 51.9 52.7 77.2 98.3 97.2 53.3 -1.5% -32.8% -47.2% -46.6% -2.6%

Heating oil 183.1 179.6 244.3 287.1 298.3 184.7 1.9% -25.1% -36.2% -38.6% -0.9%

Gas natural 2.7 3.0 4.1 3.8 5.4 2.9 -9.3% -34.1% -29.0% -49.3% -5.7%

CRB Metais Preciosos

Ouro 1269.7 1186.2 1167.7 1287.7 1251.7 1184.1 7.0% 8.7% -1.4% 1.4% 7.2%

Platina 1242.2 1203.0 1224.7 1466.6 1373.4 1208.9 3.3% 1.4% -15.3% -9.6% 2.8%

Prata 17.4 15.7 16.0 20.2 19.4 15.6 10.5% 8.9% -14.1% -10.5% 11.7%

CRB Agrícola

Milho 383.3 395.8 364.5 358.8 441.8 397.0 -3.2% 5.1% 6.8% -13.2% -3.5%

Sementes de soja 981.5 1002.5 1010.0 1232.5 1313.3 1019.3 -2.1% -2.8% -20.4% -25.3% -3.7%

Trigo 515.3 581.3 530.5 544.0 584.5 589.8 -11.4% -2.9% -5.3% -11.8% -12.6%

CRB Alimentares

Cacau 2751.0 2927.0 2881.0 3195.0 2877.0 2910.0 -6.0% -4.5% -13.9% -4.4% -5.5%

Café 165.2 161.1 188.2 190.5 136.3 166.6 2.5% -12.2% -13.3% 21.2% -0.9%

Sumo de laranja 139.8 144.5 131.7 142.4 143.5 140.1 -3.3% 6.2% -1.9% -2.6% -0.2%

Açúcar 14.7 14.2 15.7 16.3 16.1 14.5 3.6% -6.4% -10.0% -8.6% 1.1%

CRB Industriais

Cobre 256.2 281.8 301.9 324.4 319.2 282.6 -9.1% -15.1% -21.0% -19.7% -9.3%

Algodão 61.5 59.6 62.8 63.9 85.4 60.3 3.3% -2.0% -3.7% -28.0% 2.1%

CRB Gado

Bovino 153.8 165.7 166.7 158.2 139.6 165.7 -7.2% -7.7% -2.8% 10.1% -7.2%

Suíno 67.2 81.3 88.0 117.1 85.2 81.2 -17.3% -23.6% -42.6% -21.1% -17.2%

Fonte: Bloomberg.

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