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BOLETIM Edição Janeiro / Fevereiro / Março 2015

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BOLETIME d i ç ã o

J a n e i r o / F e v e r e i r o /M a r ç o 2 0 1 5

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PALAVRA DO PRESIDENTE

A SBNPp - Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia foi instituída para representar tudo o que se refere a área de Neuropsicopedagogia, tanto nos aspectos da aprendizagem, de pesquisa científica como da atuação profissional.

As diretrizes que nos regem estão dispostas no Código de Ética Técnico-Profissional, disponível no site, www.sbnpp.com.br. Lá encontraremos todas as demandas sobre a atuação profissional, dos aspectos legais, de conduta profissional e de formação acadêmica.

É importante salientar que temos uma caminhada e que estamos focados para que tão logo tenhamos representação política para a validação, legitimação e reconhecimento como profissão.

Para que tenhamos, portanto, rápidos avanços com a legitimação profissional, precisamos ter esta representatividade com um grupo de associados ligados à formação

neuropsicopedagógica e através das ações fundamentadas na cientificidade das áreas que se dão através de grupos de pesquisas que a SBNPp apoia ou está conveniada as instituições que promovem estas ações. Em breve, através destas frentes de trabalho teremos testes específicos para Neuropsicopedagogos. A jornada terá cada vez mais força com o apoio de todos.

Uma vez associado e anualmente em dia com suas obrigação junto à SBNPp você pode divulgar seu registro, validando seu posicionamento profissional, além de receber as vantagens de ser um associado, com descontos e materiais específicos.

A SBNPp tem o dever de apoiar as instituições e os profissionais que estiverem em sintonia com as prerrogativas da entidade.

Um abraço atencioso em todos em nome dos membros da SBNPp.

Luiz Antonio CorrêaPresidente

Marlene GonzattoVice-Presidente

Aline Carolina RausisSecretária Executiva

Clarice Luiz Sant’AnnaSecretária Institucional

Rikeli Ferreira T. HackbarthTesoureira

João BeauclairMayra Minohara

Rosa Elena Seabra Gaspar Conselho Fiscal

Joselma Gomes Vanessa Machado

Zilanda de Souza Conselho de Ética

Cristiano PedrosoFabrício Bruno Cardoso

Rita M. T. RussoVera Lúcia de Siqueira Mietto

Conselho Técnico-Profissional

Psicólogo, Pedagogo.Doutor em PsicologiaPresidente da SBNPpSociedade Brasileira deNeuropsicopedagogia

Prof. Dr. Luiz Antonio Corrêa

Boletim Informativo daSociedade Brasileira de

NeuropsicopedagogiaEdição 01 - Dezembro de 2014

As boas-vindasao Universo daNeuropsicopedagogia

2 | Boletim Informativo da SBNPp ed.01 | Janeiro de 2015 Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia | Janeiro de 2015 | 3

ExpedienteCoordenação de Projetos

Carlos Alexandre S. RodriguesCRA/SC 6.00972

Diagramação e designer gráfico

OES Comunicação e EditoraLuiz Ivan Schroeder

Revisão e Supervisão Gráfica

Denilson Luis Uzinski

Geração de Conteúdos e Imagens

SBNPp e banco de imagens cedido

Secretária Administrativa

Patrícia CardosoColaboração

Luiz A.Corrêa, Marlene Gonzatto, Aline C. Rausis, Clarice L. Sant’Anna,

Rikeli F. T. Hackbarth,

João Beauclair, Mayra Minohara, Rosa E. S. Gaspar, Joselma Gomes,

Vanessa Machado, Zilanda de Souza, Cristiano

Pedroso, Fabrício B. Cardoso, Rita M.T. Russo,

Vera L. S. MiettoRevisão Final

Carlos Alexandre S. Rodrigues

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Índice

ÍNDICE

4 | Boletim Informativo da SBNPp ed.01 | Janeiro de 2015 Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia | Janeiro de 2015 | 5

Palavra do PresidenteAs boas-vindas ao Universo da Neuropsicopedagogia - p.3

EventoLançamento Oficial daSociedade Brasileira deNeuropsicopedagogia(SBNPp) em Brasília. - p.6 e 8

Informe Neuropsicopedagógico.NeuropsicopedagogoInstitucional E Clínico - p.9 à 11

EventoSBNPp participa deencontro que propõe grupode Pesquisas na área de Neuropsicopedagogia - p.12 à 15

Artigo CientíficoTDAH e controle inibitório: relevância de um programa neuropsicopedagógico de estimulação das funções executivas em sala de aula - p.16 à 25

VantagensConvênios SBNPp (Livraria e Editora) - p.26

PainelMembros da SBNPpGestão 2014/2015 - p.27 e 28

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A Conferência em Educação Especial no Distrito Federal é um projeto que nasceu em 2008, objetivando promover informações de qualidade a todos que, direta ou indiretamente, estivessem ligados às pessoas com deficiência ou que tivessem alguma dificuldade de aprendizagem. Seu início foi marcado por dificuldades, pois poucos acreditaram no projeto. Embora as idealizadoras, as Professoras Marta Ires e Carla Cátia, pertencessem ao quadro efetivo da Secretaria de Educação do Distrito Federal, necessitavam do auxílio de patrocinadores, e ainda eram poucos os que acreditavam nesta causa. Abaixo segue relato sobre a história e o case de sucesso que tornou este evento uma conferência nacional.

“A partir de um sonho nascido em 2008 plantamos uma semente que vem germinando ao longo dos anos. A visibilidade do projeto aconteceu em 2010, quando vários profissionais da área da Saúde e da Educação somaram forças, e surgiram então alguns patrocinadores, que colaboraram na medida do possível, porém as dificuldades continuaram nos anos posteriores.

Em 2014 começamos a cursar uma desafiadora pós-graduação, oferecida na região pelo Instituto CENSUPEG, e

em pouco tempo nos apaixonamos pelo curso e pela área de Neurociências aplicadas à Educação. É nesse momento que percebemos o quanto seria importante levar esse conhecimento para agregar a Conferência em Educação Especial e Dificuldades de Aprendizagem, já em seu sétimo ano. Mesmo não conhecendo pessoalmente a coordenação do curso de Neuropsicopedagogia e a diretoria da instituição CENSUPEG, tomamos a iniciativa e fizemos o convite para que houvesse uma possível parceria de modo que eles pudessem patrocinar o evento. E a resposta para a nossa surpresa foi imediata: Decidiram que iriam investir, acreditando no projeto e apostaram no sucesso do evento. Destarte, um novo momento acontece e uma parceria mais que especial acontece: o CENSUPEG doou-se inteiramente, encantando a todos pela simplicidade, organização, competência e qualidade em todos os Palestrantes e Cursos com os quais nos presentearam... Ficamos muito gratas, enquanto mentoras do evento, por contarmos com o apoio total e incondic ional do que chamamos hoje de uma verdadeira famíl ia , o CENSUPEG que acolheu a nós e todos os

VII Conferência em Educação Especial e Dificuldades de Aprendizagem sela uma parceria de sucesso entre instituição associada e SBNPp

Lançamento Oficial daSociedade Brasileira

de Neuropsicopedagogia(SBNPp) em Brasília

EVENTO

nossos colaboradores de forma ímpar.Para coroar ainda mais essa grande parceria,

tivemos a honra de sediar o lançamento oficial da Sociedade Brasileira em Neuropsicopedagogia – SBNPp. Foi uma solenidade maravilhosa, com auditório lotado com as presenças ilustres dos membros da entidade e verdadeiros nomes de peso da área e com encerramento de uma palestra com o Presidente da SBNPp (Prof. Dr. Luiz Antônio Corrêa) ao qual nos privilegiou oportunizando a todos a ampliação do conhecimentos na área ao fazer as relações com o cotidiano da sala de aula e

a família. Além disso, tivemos mais representantes da Sociedade como palestrantes, a Profa. Dra. Rita Russo, o Prof. Msc. Fabrício Bruno Cardoso, Profa. Marlene Gonzatto, Profa. Zilanda de Souza.

Só podemos agradecer e exaltar a instituição que nos mostra humanidade, coragem, empreendedorismo, honestidade, solidariedade e amor a EDUCAÇÃO de qualidade. São visionários e estarão sempre em nossos corações. O nosso agradecimento carinhoso a Equipe/Família CENSUPEG e ao privilégio de receber a SBNPp em nosso ambiente.”

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NEUROPSICOPEDAGOGOINSTITUCIONAL E CLÍNICO

Para que possamos entender o trabalho do Neuropsicopedagogo Clínico, faz-se necessário descrever a definição e o campo de atuação da Neuropsicologia e da Psicopedagogia no sentido de esclarecer que a Neuropsicopedagogia Clínica não é uma especialização dessas duas áreas. A Neuropsicopedagogia Clínica, embora estude o funcionamento do cérebro e o comportamento humano, tem os alicerces de sua prática nas teorias de aprendizagem e nas estratégias para o ensino-aprendizagem.

A Neuropsicologia, enquanto ciência, foi oficialmente reconhecida no Brasil, em 1988, com a fundação da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (Ortiz et al, 2008); enquanto profissionalização, surgiu em 2004 com a publicação da Resolução º 002/2004 do Conselho Federal de Psicologia, que regulamentou a prática da Neuropsicologia como especialidade para Psicólogos (Andrade & Santos, 2004. Conselho Federal de Psicologia, 2004)

Segundo a Resolução CFP 002/2004, a Neuropsicologia “atua no diagnóstico no tratamento e na pesquisa da cognição, das emoções, da personalidade e do comportamento sob o enfoque da relação entre estes aspectos e o funcionamento cerebral”. Utiliza, para isso, conhecimentos teóricos angariados pelas neurociências e pela prática clínica com metodologia estabelecida experimental ou clinicamente.

A Neuropsicologia faz uso de instrumentos especificamente padronizados para a avaliação das funções neuropsicológicas envolvendo principalmente habilidades de atenção, percepção, linguagem, raciocínio, abstração, memória, aprendizagem, habilidades acadêmicas, processamento da informação, visuoconstrução, afeto, funções motoras e executivas. Na sua atuação, estabelece parâmetros para a emissão de laudos com fins clínicos, jurídicos ou de perícia, assim como complementa o diagnóstico na área do desenvolvimento e da aprendizagem.

Além do diagnóstico, a Neuropsicologia e sua área interligada de Reabilitação Neuropsicológica visam realizar as intervenções necessárias junto aos pacientes, para que possam melhorar, compensar, contornar ou se adaptar às dificuldades; junto aos familiares, para que atuem como coparticipantes do processo reabilitativo; junto a equipes multiprofissionais e instituições acadêmicas e profissionais, promovendo a cooperação na inserção ou reinserção de tais indivíduos na comunidade, quando possível, ou ainda, na adaptação individual e familiar quando as mudanças nas capacidades do paciente forem mais permanentes ou a longo prazo.

Além disso, fornece dados objetivos e formula hipóteses sobre o funcionamento cognitivo, atuando

Artigo Comentado. (Art. 29 do Código de Ética Técnico Profissional)Definições e proposições de diferenças na atuação Neuropsicopedagógica.

INfORME NEUROPSICOPEDAGóGICO

“A Neuropsicopedagogia, como porta de acesso ao conhecimento transdisciplinar é fundamental para que, de fato se faça acontecer a inclusão. É impossível olhar a aprendizagem por uma via única e ter êxito. É preciso transitar, flexibilizar o olhar e enriquecer escolas e clínicas com as inúmeras possibilidades que propõe a Neuropsicopedagogia. Uma vez desafiados olhar a aprendizagem sob os princípios neuropsicopedagógicos, somos presenteados com o conhecimento de novos recursos para desenvolver a nós mesmos e por consequência, contribuir para o desenvolvimento de outros”

Profa. Zilanda Souza

Depoimento

Membro do Conselho de Ética – SBNPpNeuropsicopedagoga, Psicopedagoga, Pedagoga. Idealizadora do “Dia do Cérebro” em MG.Espaço Vida – Desenvolvendo Pessoas (Psicopedagogia / Neu-ropsicopedagogia / Psicologia: Neuropsicologia /Psicanálise.Consultora Educacional do Instituto CENSUPEG-FASFI

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Profa. Dra. Rita M.T. RussoPsicóloga. Professora Doutora em Letras pela USP. Mestre em Comunicação Social UMESP. Neuropsicopedagoga, Neuropsicóloga, Psicopedagoga. Membro do Conselho Técnico-Profissional da SBNPp

Prof. Msc. Cristiano Pedroso

Psicólogo. Professor Mestre em Distúrbios do

Desenvolvimento. Neuropsicólogo.

Membro do Conselho Técnico-

Profissional da SBNPp

EVENTO

e acompanhando o desempenho desses no projeto e na escola.

Para a SBNPp, a atuação do Neuropsicopedagogo na área Institucional, ou de educação especial, de educação inclusiva deve contemplar:

a) Observação, identificação e análise do ambiente escolar nas questões relacionadas ao desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras, cognitivas e comportamentais;

b) Criação de estratégias que viabilizem o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem do aluno;

c) Encaminhamento do aluno a outros profissionais quando o caso for de outra área de atuação/especialização.

O Neuropsicopedagogo Clínico atua em equipe multiprofissional em consultórios, clínicas, posto de saúde, terceiro setor, etc., fazendo avaliação e intervenção em crianças e adolescentes com dificuldades escolares. Para tanto, necessitará de supervisão clínica.

Na avaliação neuropsicopedagógica, o Neuropsicopedagogo clínico, além de aplicar testes e escalas padronizadas para a população brasileira, utiliza a observação clínica, lúdica, e do material escolar para a elaboração da hipótese

diagnóstica. O contato com a escola, com a família, com demais membros que residem com o sujeito; e com os demais profissionais que atuam no caso, torna-se relevante para a compreensão do quadro e do projeto de intervenção.

O arcabouço teórico que sustenta a formação do Neuropsicopedagogo Institucional e Clínico está relacionado à Neurociência e à Educação. Luria, Piaget, Vygotsky, Wallon são alguns dos teóricos estudados pelo Neuropsicopedagogo Clínico e Institucional.

Compreender o funcionamento do cérebro, a plasticidade cerebral, os transtornos do neurodesenvolvimento, as síndromes, as metodologias de ensino e aprendizagem direcionam o Neuropsicopedagogo no seu campo de atuação, que é voltado à aprendizagem e suas dificuldades.

O Plano Nacional da Educação – PNE, a Legislação da Educação Inclusiva, o Estatuto da Criança e do Adolescente, entre outros, devem fazer parte da compreensão do Neuropsicopedagogo Clínico e/ou Institucional no sentido de estabelecer diálogos, visando à qualidade educacional, e de pertencimento.

como auxiliar na tomada de decisões de profissionais de outras áreas, fornecendo dados que contribuam para as escolhas de tratamento medicamentoso e cirúrgico, excetuando-se as psicocirurgias, assim como em processos jurídicos nos quais estejam em questão o desempenho intelectual de indivíduos e a capacidade de julgamento e de memória. Na interface entre o trabalho teórico e prático, seja no diagnóstico ou na reabilitação, também desenvolve e cria materiais e instrumentos, tais como testes, jogos, livros e programas de computador que auxiliem na avaliação e reabilitação dos pacientes.

O Neuropsicólogo desenvolve atividades em instituições acadêmicas, realizando pesquisa, ensino e supervisão; em instituições hospitalares, forenses, clínicas, consultórios privados e atendimentos domiciliares, realizando diagnóstico, reabilitação, orientação à família e trabalho em equipe multiprofissional.

São muitos os teóricos que definem a Neuropsicologia Clínica. Utilizaremos neste capítulo a definição postulada pelo professor de Neurologia, Roger Gil, que diz:

A neuropsicologia tem por objeto o estudo dos distúrbios cognitivos e emocionais, bem como o estudo dos distúrbios de personalidade provocados por lesões no cérebro, que é o órgão do pensamento e, portanto, a sede da consciência (Gil,2007:1);

É da prática do Neuropsicólogo enfatizar que o exame europsicológico é inseparável do exame neurológico e do exame geral. Eles não se substituem e sim se complementam.

A Psicopedagogia surgiu na França e posteriormente na Argentina, introduzindo-se no Brasil

na década de 70, para atender à grande demanda de crianças com dificuldades de aprendizagem. Segundo a definição descrita no Código de Ética da Psicopedagogia, da ABPp-SP – Associação Brasileira de Psicopedagogia – ela é definida como “um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito , a família, a escola, a sociedade e o contexto sócio-histórico utilizando processos próprios, fundamentados em diferentes referenciais teóricos”.

A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar e utiliza métodos, instrumentos e recursos próprios para a compreensão do processo de aprendizagem, cabíveis na intervenção (Artigo 2, do Código de Ética da ABPp)

A especialização lato sensu em Neuropsicopedagogia contempla duas áreas de atuação: a Neuropsicopedagogia Institucional e a Neuropsicopedagogia clínica.

Segundo a SBNPp (art.29), o Neuropsicopedagogo, com formação na área Institucional, atua exclusivamente em ambientes escolares e/ou instituições de atendimento coletivo.

Na área Institucional fará parte da equipe técnica-pedagógica e do corpo de professores visando à construção de projetos de trabalho nas áreas de conhecimento formal; na orientação de estudos; e na prevenção da qualidade de vida por meio de campanhas internas relacionadas à saúde, à educação e ao lazer.

Em espaços do terceiro setor, que apresentam projetos relacionados às dificuldades de aprendizagem, o Neuropsicopedagogo atua em equipe multidisciplinar, fazendo triagens para encaminhamentos aos profissionais da saúde quando necessários; inserindo as crianças e/ou adolescentes em oficinas pedagógicas;

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“A proposta do Encontro do CENSUPEG-FASFI em Campinas para a discussão sobre o curso de Neuropsicopedagogia foi uma grata surpresa!

Parte do colegiado do curso se reuniu para alinharmos os conteúdos das disciplinas do curso de Neuropsicopedagogia Clínica a fim de que os alunos pudessem usufruir ainda mais de sua formação. A preocupação constante em melhorar os fundamentos teóricos e práticos do curso foi o mote de nossas discussões. E, com isso, esse curso inovador segue cada vez melhor.

Além disso, o ponto alto do evento foi a discussão sobre a elaboração de um Grupo de Pesquisa em Neuropsicopedagogia. Com a formação de diversos profissionais Neuropsicopedagogos pelo CENSUPEG-FASFI no país, a necessidade de pensar e se envolver diretamente com a produção acadêmica nessa área se torna urgente, e o CENSUPEG pretende assumir uma posição ativa também nessa questão. O evento foi o selo de compromisso entre a Instituição e seus colaboradores.

A troca de ideias e propostas entre os profissionais e pesquisadores presentes foi bastante frutífera e vários planos foram delineados. Além dos projetos específicos na área, foi pensada a necessidade da elaboração de um Comitê de Ética em Pesquisa do próprio Grupo Educacional CENSUPEG, que nos dará maior autonomia nos processos de pesquisa.

Confesso que meu orgulho com o curso de Neuropsicopedagogia cresceu ainda mais e, a cada dia, penso ser mais possível pensarmos na interface entre neurociência, psicologia e educação de uma forma consistente e profissional.

Entramos em uma nova etapa da Neuropsicopedagogia. O caminho é longo, mas estamos o trilhando de forma firme e planejada, com muita dedicação e ideais de contribuição efetiva para a educação e sociedade. A proposta de um Grupo de Pesquisa Institucional soma esforços nessa caminhada e estou muito feliz em poder participar da proposta. Meus votos são de que, em breve, todos possam usufruir dessa conquista.”

O Grupo Educacional CENSUPEG juntamente com a Faculdade FASFI foram os idealizadores do encontro, e segundo o Diretor-Presidente do Grupo, Prof. Msc. Sandro Albino Albano:

“Incluímos mais este projeto dentre nossas atividades de extensão e de responsabilidade social com nossos alunos e professores. A nossa intenção é cada vez mais promover o interesse na pesquisa científica para esta área, com investimentos sólidos na coordenação e nos avanços da ciência, ampliando assim a produção de novos conhecimentos para a Neuropsicopedagogia, tornando possível a médio prazo testes específicos para os formados e atuantes da Neuropsicopedagogia”.

SBNPp participa deencontro que propõe

Grupo de Pesquisas na área de Neuropsicopedagogia

Nos dias 24 e 25 de setembro na cidade de Campinas, estado de São Paulo, houve a segunda etapa do gru-po de estudos de iniciação científica e formação de Grupo de Pesquisas para a área de Neuropsicopedago-gia. A instituição pioneira na área promoveu um encontro com as li-deranças, professores e pesquisa-dores, em que destes foram con-vidados a participar integrantes da SBNPp para uma abertura de discussões e trocas de saberes

entre todos que estavam reuni-dos. No grupo estavam diversos nomes de referência no Brasil na área, totalizando a presença de 18 profissionais.

O encontro teve total apoio da SB-NPp e a partir disso haverá muitos avanços para a comunidade da Neu-ropsicopedagogia, desde a padroni-zação dos instrumentos de avalia-ção e os métodos de intervenção, até o desafio de testes específicos para Neuropsicopedagogos.

Associado Institucional promove encontro para elaboração de projeto para a criação de Grupo de Pesquisas da Neuropsicopedagogia.

Reunião contou com a participação de membros da SBNPp

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ARTIGO CIENTÍfICO

“A proposta de discutir e amadurecer ideias de intervenção Neuropsicopedagógicas, a partir do ponto de vista de pesquisadores, seja de nível de ciência básica e clínica ou de atuação educacional foi vívida no encontro promovido pela gestão do Centro Sul Brasileiro de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação – CENSUPEG. Estratégias pertinentes baseadas na prática educacional e na visibilidade do profissional holístico que estamos comprometidos em formar. O indivíduo comprometido com o educar deve estar preparado para desafios constantes exigidos no mercado de trabalho, que hoje clama por evidências científicas em sua perspectiva de atuação.

No século XIX e grande parte do século XX, a educação fundamentava-se nos paradigmas tradicionais, ou seja, a abordagem conservadora, escola novista e a tecnicista. Essas abordagens tinham como foco a fragmentação e a reprodução do conhecimento. Constatando este fato, Behrens (2000) menciona que: “O século XX manteve a tendência do século XIX, fortemente influenciado pelo método cartesiano, que separa mente e matéria e propõe a divisão do conhecimento em campos especializados”. A nova abordagem do Neuropsicopedagogo é translacional, contesta o especialista e tem como sua linha de frente globalizar conceitos da neurociência para a prática educacional, primando a evidência científica na prática de ensino, entendendo o potencial de plasticidade de cada aluno para otimizar sua aprendizagem. Esse cuidado em qualificar o profissional comprometido com a educação contribuirá para uma efetiva mudança positiva no perfil de cidadania.”

Depoimento Depoimento

“A proposta do Encontro do CENSUPEG-FASFI em Campinas para a discussão sobre o curso de Neuropsicopedagogia foi uma grata surpresa!

Parte do colegiado do curso se reuniu para alinharmos os conteúdos das disciplinas do curso de Neuropsicopedagogia Clínica a fim de que os alunos pudessem usufruir ainda mais de sua formação. A preocupação constante em melhorar os fundamentos teóricos e práticos do curso foi o mote de nossas discussões. E, com isso, esse curso inovador segue cada vez melhor.

Além disso, o ponto alto do evento foi a discussão sobre a elaboração de um Grupo de Pesquisa em Neuropsicopedagogia. Com a formação de diversos profissionais Neuropsicopedagogos pelo CENSUPEG-FASFI no país, a necessidade de pensar e se envolver diretamente com a produção acadêmica nessa área se torna urgente, e o CENSUPEG pretende assumir uma posição ativa também nessa questão. O evento foi o selo de compromisso entre a Instituição e seus colaboradores.

A troca de ideias e propostas entre os profissionais e pesquisadores presentes foi bastante frutífera e vários planos foram delineados. Além dos projetos específicos na área, foi pensada a necessidade da elaboração de um Comitê de Ética em Pesquisa do próprio Grupo Educacional CENSUPEG, que nos dará maior autonomia nos processos de pesquisa.

Confesso que meu orgulho com o curso de Neuropsicopedagogia cresceu ainda mais e, a cada dia, penso ser mais possível pensarmos na interface entre neurociência, psicologia e educação de uma forma consistente e profissional.

Entramos em uma nova etapa da Neuropsicopedagogia. O caminho é longo, mas estamos o trilhando de forma firme e planejada, com muita dedicação e ideais de contribuição efetiva para a educação e sociedade. A proposta de um Grupo de Pesquisa Institucional soma esforços nessa caminhada e estou muito feliz em poder participar da proposta. Meus votos são de que, em breve, todos possam usufruir dessa conquista.”

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Psicóloga pela Faculdade Paulistana de Ciências e Letras. Mestrado em Ciências da Saúde (Psicobiologia-UNIFESP). Doutorado em Ciências-Neurociência UNIFESP e Pós-Doutorado em Cognição e Revisão Sistemática pela UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo.

Parceira Internacional Licenciada do Pathways Health and Research Center (Brisbane, Austrália) com o Método FRIENDS de desenvolvimento de Habilidades Socioemocionais. Professora de Ensino Superior, em cursos de graduação e pós-graduação nas instituições de ensino: ESPM, UNINOVE, CENSUPEG/FASFI e ICTC; Experiência como supervisora de estágios clínicos, básicos e profissionalizantes em Psicologia; experiência como líder de grupo de pesquisa (Saúde Mental-UNINOVE) vinculado à plataforma CNPq, membro parecerista de Comitê de Ética em Pesquisa e parecerista Ad Hoc da Diretoria de Pesquisa da UNINOVE; e experiência na Diretoria de Cursos de Capacitação para profissionais da Saúde e Educação no Instituto Numen. Atualmente

é Coordenadora do curso de especialização lato sensu em Neuropsicologia e Professora convidada na pós-graduação do CENSUPEG/FASFI; Coordenadora do curso de Neuropsicologia do ICTC, Co-diretora da Formação do Método FRIENDS no Brasil pelo ICTC/CENSUPEG; Psicóloga Clínica e Consultora Acadêmica. Tem experiência na área de Neurociência e Psicologia, atuando principalmente nos seguintes temas: aprendizagem e memória emocional, neuropsicologia, habilidades socioemocionais, neurociência e educação, divulgação científica.

Graduada em Biologia; Doutora em Neurologia (UNIFESP); Pós-Doutora pela Universidade da Califórnia San Diego (UCSD); Pesquisadora do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto Evandro Chagas/Centro Nacional de Primatas do Ministério da Saúde. Atualmente desenvolve pesquisas em modelagem experimental in vivo e in vitro, e métodos quantitativos e qualitativos de análises no campo das neurociências; investe na indução de células tronco pluripotentes de modelos animais, utilizados em doenças neurodegenerativas e do desenvolvimento, bem como na avaliação e estratégias de aprendizagem desses animais; Docente em cursos de pós-graduação de temas variados de Neurociências, em especial Neuroeducação.

Profa. Dra. Larissa ZeggioProfa. Dra. Laila Brito Torres S. Araujo

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Um dos transtornos comportamentais mais estudados na atualidade e que tem demandado pesquisas em diversas áreas da educação e da saúde, o TDAH (transtorno do déficit da atenção e hiperatividade ) é um transtorno neurobiológico , que aparece na infância e frequentemente acompanha o individuo por toda vida. Tem como sintomatologia a tríade: desatenção , inquietude e impulsividade.

Independentemente do sistema classificatório utilizado, as crianças com TDAH são facilmente reconhecidas em clínicas, em escolas e em casa. E como é um transtorno DIMENSIONAL (que depende da intensidade dos sintomas e não da presença ou ausência deles), é preciso que esses sintomas se apresentem por mais de seis meses, em mais de um ambiente e que causem problemas na vida da criança.

As características do TDAH aparecem bem cedo para a maioria das pessoas, logo na primeira infância. O transtorno é caracterizado por comportamentos crônicos, com duração de no mínimo seis meses, que se instalam definitivamente antes dos 7 anos. Uma das características mais marcantes em nossas crianças com TDAH/I é a falta de controle inibitório, acarretando impaciência, impulsividade e comportamento opositor e desafiador por não terem suas necessidades atendidas.

As questões neurobiológicas tem seu peso nesse descontrole comportamental e precisamos compreender como as funções executivas são desenvolvidas, que peso tem na vida social e acadêmica e como são disfuncionais nas crianças com TDAH/I.

O neuropsicopedagogo tem em sua práxis habilidades para elaborar estratégias assertivas pelo seu

entendimento de como esse cérebro aprende e de como estimular as funções executivas em sala de aula para que possamos facilitar o manejo comportamental e a aprendizagem das crianças com desatenção e hiperatividade.

Assim esse artigo abordará a relevância das funções executivas, suas habilidades cognitivas e como o controle inibitório interfere na vida social, acadêmica e afetiva de crianças com desatenção e hiperatividade, prejudicando seu desempenho acadêmico.

A existência de uma base biológica na origem das TDAH é fato: em estudos mais recentes foi possível estabelecer uma relação entre a capacidade de uma pessoa prestar atenção às coisas e a sua atividade cerebral. Áreas do cérebro menos ativadas em pessoas portadoras de TDAH do que em pessoas sem esta problemática foram observadas, dando margem a suspeita de uma disfunção do lóbulo frontal e das estruturas diencéfalomesenfálicas.

O transtorno se relaciona as disfunções de regiões frontoestriatais do cérebro e dos circuitos cerebelares. Quatro regiões distintas no córtex frontal se relacionam diretamente com os sintomas neurobiológicos do TDAH: a dificuldade da atenção seletiva, os sintomas da disfunção executiva e os sintomas de hiperatividade e sintomas de impulsividade.

Os sintomas relacionados á dificuldade de atenção tem estreita relação com o processamento ineficiente das informações na região do córtex do giro cíngulo anterior; os relacionados a disfunção executiva com

1 INTRODUÇÃO

2 NEUROBIOLOGIADO TDAH

TDAH E CONTROLE INIBITóRIO: RELEVÂNCIA

DE UM PROGRAMANEUROPSICOPEDAGóGICO

DE ESTIMULAÇÃO DAS fUNÇÕES EXECUTIVAS EM

SALA DE AULA

Neuropsicopedagogia. TDAH.Funções Executivas. Cérebro.

Este artigo tem como objetivo refletir sobre a importância do desenvolvimen-to das funções executivas no âmbito escolar como ferramenta fundamental no controle inibitório de nossas crianças com TDAH/I. As Funções Executivas tem sido estudadas por pesquisadores voltados para as neurociências da aprendi-zagem, tentando desvendar como elas influenciam e norteiam as futuras apren-dizagens e o comportamento de nossas crianças. Numa perspectiva de facilitar ao neuropsicopedagogo a elaboração de estratégias mais assertivas e o enten-dimento das habilidades que compõe as funções executivas,esse artigo também mapeará as áreas cerebrais e sua relação com as habilidades cognitivas, assim como sua influência no desenvolvimento emocional e cognitivo de nossas crian-ças: a neurobiologia do TDAH e o comprometimento das habilidades cognitivas e seu impacto comportamental.

¹Fonoaudióloga, Psicopedagoga Institucional e Especialista em Neurociência Pedagógica. E-mail:[email protected]²Professora Orientadora. E-mail:[email protected]

Vera Lucia de Siqueira Mietto¹Vanessa Leite Machado²

Introdução

Palavras Chave:

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fármacos com ação noradrenérgica e distribuição anatomica de noradrenalina deficitária . O papel modulador da noradrenalina em funções corticais como a atenção, a vigilância e as funções executivas parece ser relevante.

Já na hipótese serotoninérgica estaria a serotonina modulando a hiperatividade sem produzir alterações nas concentrações de dopamina. Esses circuitos quando ativados podem estimular excessivamente o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, que induziria ao estresse fisiológico e ao aumento do cortisol, que nesses casos, poderia levar a atrofia cerebral, diminuindo os mecanismos da neurogênese de áreas importantes para a memória, como o hipocampo, e dos mecanismos neuroquímicos e neurobiológicos relacionados à plasticidade .

Podemos concluir que dois sistemas atencionais tem sua relevância no TDAH: um dopaminérgico relacionado a atenção anterior pré-frontal e noradrenalérgico, relacionado a atenção posterior, envolvidos na expressão da tríade do transtorno: desatenção, hiperatividade e impulsividade.

O grau de comprometimento dessas vias estaria intrinsecamente ligada a disfunções comportamentais como: alteração da motivação, processamento temporal das informações, planejamento e organização motora, que compõem a base neuropsicológica disfuncional representada por falhas das funções executivas, atencionais e falhas na inibição do comportamento.

A dopamina é um neurotransmissor intimamente ligado ao controle executivo, ao domínio e à inibição do comportamento motor, à memória operacional e aos sistemas que relacionam as reações de recompensa não imediata.

Já a noradrenalina é relacionada ao acoplamento aos estímulos relevantes, à modulação neurocomportamental e a mudanças fisiológicas ,no sistema de controle da vigilância, acoplamento e desacoplamento de informações relevantes e para memória de trabalho viso-espacial, dada a sua representação cerebral mais difusa e mais ampla nas áreas posteriores (associativas e visuais) do cérebro.

A serotonina é outro neurotransmissor importante na neuroquímica do TDAH para a modulação da liberação de dopamina pré-sináptica assim como as neurotrofinas, que são proteínas secretadas no SNC e que têm um papel importante na modulação da atenção e estão relacionadas a respostas de facilitação da cognição e da atenção relacionadas ao exercício físico, que é conhecidamente um dos fatores de aumento da produção desses moduladores cerebrais.

Como vimos, a região pré-frontal tem grande participação nos sintomas e comportamentos do TDAH e as funções executivas têm, nessa região, sua grande expressão.

“Como uma grande corporação, uma grande orquestra ou um grande exercito, o cérebro consiste em componentes distintos que desempenham diferentes funções. E assim, como essas organizações humanas o cérebro tem os seus diretores executivos, seu regente, seu general, os lobos frontais”

Elkhonon GoldebergVários autores têm feito suas

considerações á cerca do que sejam as funções executivas. Em um conceito bem simples e objetivo, podemos dizer que se referem à capacidade do sujeito

3 fUNÇÕES EXECUTIVAS

Nem todos indivíduos tem o mesmo grau de comprometimento dessas funções, e estudos recentes nos sugerem que as diferentes topografias das anormalidades pré-frontais associam-se aos diferentes endofenótipos comportamentais.

Isso nos leva hipóteses de que cada uma dessas áreas do córtex pré-frontal pode estar ligada a outras áreas cerebrais e também a áreas subcorticais, através do circuito córtico-estriatal-talâmico-cortical.

Assim podemos dizer que: 1 - a disfunção das áreas do córtex pré-frontal levam a dificuldades na organização, planejamento e autorregulação, bem como na manutenção de informações mentais (memória operacional). 2-o córtex orbitofrontal é a parte mais envolvida no controle dos impulsos e do controle inibitório e está também intimamente relacionada com o núcleo accumbens, que é um dos mais importantes sistemas relacionados ao sistema de recompensa de neurotransmissão dopaminérgica.

A causa da disfunção nessas várias áreas do córtex frontal

ainda é hipotética, e hoje temos conhecimento das anormalidades moleculares decodificadas por genes, pela neuromodulação dopaminérgica anormal e de genes ligados a modulação noradrenérgica. Quanto a sua neurobiologia o TDAH está ligado a um mecanismo inadequado de vigilância associado ao sistema inibidor do comportamento.

Crianças com TDAH têm inadequada ativação de áreas pré-frontais frente tarefas que envolvam habilidades executivas de organização e planejamento. Uma excessiva estimulação dopaminérgica e noradrenérgica associada à ansiedade, ao transtorno de humor, bem como às alterações do ciclo sono-vigília também podem ser evidenciadas.

Três hipóteses ligadas a sistemas de neurotransmissão são evidenciadas: sistema dopaminérgico, noradrenérgico e serotoninérgico. Na hipótese dopaminérgica temos a ação da dopamina no comportamento motor, e alguns fármacos eficazes no tratamento do TDAH possuem atividades dopaminérgicas.

Na hipótese noradrenérgica há uma semelhança com a dopaminérgica:

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Figura 1 a. Giro cíngulo; b. Pré Frontal dorso latceral; c. Área órbito-frontal

http://www.serene.com.br/site/neuro/noticias/2503-tdah-interdisciplinaridade---mauro-muszkat

a inabilidade de sustentar a atenção e a dificuldade de resolução de problemas relaciona-se com a região dorsolateral do córtex pré-frontal e os relacionados a hiperatividades

ligados à área motora suplementar e ao córtex pré-motor e os sintomas ligados a impulsividade com a modulação de áreas orbitofrontais.

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são as primeiras aprendizagens (regras e disciplinas agregadas ao acolhimento, dando sequência a modelação á arquitetura cerebral).

A amígdala cerebral é responsável pelo acionamento do comportamento emocional participando das sensações de medo e ansiedade: aciona o sistema nervoso autônomo e parassimpático, desencadeando manifestações como prontidão, circulação sanguínea, alterações do tônus muscular, do hipotálamo com seus precursores hormonais onde suas ações interferem no metabolismo cerebral e na vitalidade dos neurônios.

Pouco a pouco a atividade da amígdala vai se regulando através do cíngulo e da área orbitofrontal, que aumenta de volume e fica maior que a amígdala nos três primeiros anos de vida. Isso devido a sua atuação funcional pela sucessão de experiências cognitivoemocionais, que a criança vai acumulando na sua relação e ajuste com o meio.

Esses são os primeiros passos para a organização das funções executivas. As aprendizagens vão se alicerçando essas organizações e caberá à família vivências e convívio com suas frustrações e não permitir que tudo seja viável e possível. Os limites são importantes, pois a criança vai aprender a conviver com frustrações e a inibir comportamentos importantes para a instauração da vida psíquica e da capacidade mental da criança produzindo repercussões na circuitação cerebral, modelando e remodelando, dentro de certos limites, respeitando a plasticidade cerebral.

Para alguns autores, as funções executivas podem ser classificadas em quentes e frias.

As funções executivas “frias” estão

relacionadas a habilidades puramente cognitivas do córtex pré-frontal dorso lateral e são ativadas por problemas abstratos, descontextualizados e que requerem a capacidade de suprimir processos automáticos ou respostas preponderantes, e as “quentes” aos aspectos afetivos do córtex pré-frontal orbitofrontal e ventromedial e são ativadas quando alguém é obrigado a reavaliar o valor afetivo/motivacional de um estimulo e quando há situações que envolvam a empatia e tomadas de decisões relacionadas aos aspectos motivacionais, como ter que escolher uma recompensa tanto sendo imediata e pequena, ou grande e tardia. A isso denominamos de capacidade de atraso da consequência reforçada. Essa visão nos direciona a entender que as habilidades executivas variam quanto ao seu significado emocional.

Entendemos as funções executivas, portanto, como a capacidade de nos comportarmos de forma autônoma, intencional e planejada, torna-se necessário compreender as etapas constituintes desse processo. Por exemplo, se tenho como objetivo melhorar minhas notas escolares, devo me empenhar em uma série de comportamentos para atingir esse meu objetivo. Estabelecer um cronograma de estudos e analisar quais as disciplinas que devo me concentrar mais (planejamento), devo também prestar mais atenção nas aulas que tenho maior dificuldade (atenção seletiva), resistindo à tentação de mandar bilhetinhos para minhas colegas (controle inibitório). Caso surja algum imprevisto, mudar meu cronograma ou minhas estratégias de estudo (flexibilidade cognitiva). Para conseguir manter-me empenhado em tais comportamentos, é fundamental que eu sempre tenha em mente meu objetivo final, ou seja, melhorar minhas notas, e que saiba aproveitar as informações do ambiente e minhas experiências, de

4 CONTROLE INIBITóRIO E TDAH

de engajar-se em comportamentos orientados a objetivos, realizando ações voluntarias, independentes, auto-organizadas e direcionadas a metas especificas: um conjunto de capacidades que possibilitam o desempenho de ações voluntárias orientadas a metas.

As funções executivas são especialmente importantes diante de situações novas para o sujeito ou em situações que exigem, com rapidez, o ajustamento ou flexibilidade do comportamento para as demandas do ambiente. Direcionam e regulam varias habilidades intelectuais, emocionais e sociais e permitem deliberar os diferentes desafios necessários para a resolução com sucesso de ações direcionadas.

Para Golderman(2002), o CPF(cortéx pré frontal) é a estrutura cerebral que mais está implicado em uma rede rica de caminhos neurais, pois se conecta com varias estruturas, intercomunicando-se a elas: córtex de associação posterior,córtex pré – motor,gânglios basais,cerebelo, núcleo talâmico dorso medial, hipocampo e estruturas relacionadas, como o córtex cingulado,amídalas, hipotálamo e núcleos do tronco cefálico.

Segundo Rotta(2007),desde o período gestacional estruturas macro e micro apresenta suas modificações frente a migração neuronal e organização da arquitetura neuronal

e no nascimento a completude neuronal acontece, por meio de sinaptização e mielinização de suas estruturas.

O bebê já tem seu cérebro razoavelmente bem constituído, mas é um ser ainda somatossensorial, cuja sequencia da organização circuitária cerebral é dependente de estímulos sensoriais e afetivos oriundos do meio ambiente. Isso quer dizer que sua genética o predispõe aos mais variados comportamentos e capacidades, passando a receber influencia do meio em que vive.

As vivências e aprendizagens diárias irão reestruturar uma rede neurobiológica que será responsável pela expressão, atitudes e ações em busca de autonomia. É nessa fase que os primeiros cuidados irão desenvolver as relações e vivencias afetivo-somatossensoriais.

Para Rotta,essa relação mãe/bebê tem sua expressão no SNC e em suas redes funcionais, pois serão determinantes para o processo de organização das redes neurais funcionais e na expressão e adequação dos comportamentos e ações futuras. A relação mãe/bebê traz consequências na organização neuronal de ambos, mas é no bebê que será o alicerce de futuras aquisições.

Esses circuitos neurais acontecem no hemisfério direito por intermédio da amígdala, área orbitofrontal e do cíngulo anterior, que serão a bases de sistemas de maior complexidade mais tarde.

É no decorrer das primeiras semanas que o bebê percebe que a mãe é outro indivíduo: início do diálogo (eu /não eu). Quando tem fome chora e tem que se adequar a sua solicitação pela ausência da mãe e assim se inicia o processo de simbolização. Essas

Pré-frontale suas conexões

http://www.fqm.com.br/site/br/publico/Meditacao.aspx

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VANTAGENS

de recursos e oportunidades afeta o desenvolvimento das funções executivas e a ideia de que os efeitos da falta de oportunidades poderiam explicar parcialmente as disparidades no desempenho escolar nos primeiros anos e na prontidão para o trabalho escolar.

Os resultados de alguns estudos recentes proporcionam perspectivas valiosas sobre o desenvolvimento das funções executivas na primeira infância. A demonstração das relações entre as experiências nos primeiros anos de vida e as funções executivas e entre as funções executivas e os resultados sócio-emocionais e escolares deu origem a estudos de intervenção analisando as funções executivas como um alvo potencial dos esforços para promover a competência sócio-emocional e escolar em crianças com um risco elevado de insucesso escolar.

As constatações desses estudos sugerem ou indicam que as mudanças relacionadas ao programa em funções executivas servem até certo ponto de mediadores para os efeitos do programa em resultados escolares e comportamentais.

As evidências que associam as habilidades das funções executivas à prontidão para o trabalho escolar e ao desempenho escolar nos primeiros anos de vida sugerem a possibilidade de desenvolver novas abordagens curriculares ou de modificar as abordagens existentes nos programas da primeira infância e dos primeiros graus do ensino fundamental para se concentrar mais explicitamente nas habilidades das funções executivas.

Sabemos que as FE dependem do córtex pré-frontal e são compostas de três competências essenciais:

Controle inibitório (autocontrole): a criança precisa ter controle de inibição e a capacidade de resistir a uma forte inclinação para fazer uma coisa e fazer o que é mais adequado ou necessário. Para exercer este controle a criança deve ser capaz de: prestar atenção: permanecer na tarefa apesar de distração e inibir o agir impulsivamente. A

palavra-chave aqui é disciplina. As evidencias mostram que ter disciplina é melhorar o rendimento e nosso conhecimento acadêmico e profissional, para que a disciplina seja treinada.

Memória de Trabalho: é a capacidade de manter as informações na memória enquanto mentalmente trabalha esta informação. A memória de trabalho é fundamental para dar sentido a algo que se desenrola ao longo do tempo, para algo que exige ter em mente o que aconteceu anteriormente em relação ao que o que esta acontecendo agora.

Flexibilidade Cognitiva: é ser capaz de mudar rapidamente e facilmente perspectivas ou o foco de atenção. É ter flexibilidade de ajuste ás exigências de alterações do ambiente, ou prioridades. É ser capaz de “pensar fora da caixa”. A flexibilidade cognitiva é fundamental para a resolução criativa de problemas. Quais são as maneiras para reagir quando algo acontece? Quais são as maneiras que eu possa conceituar um problema? Quais são as maneiras que eu possa tentar superar um problema? As funções executivas também são importantes para o sucesso escolar. A memória de trabalho e o controle inibitório, cada um independentemente, preveem a competência em matemática e leitura ao longo dos anos escolares. Desenvolve-las em sala de aula é fundamental e algumas estratégias serão aqui pontuada. Como alcançar esse entendimento em sala de aula e melhorar o rendimento da criança com TDAH/I? A curiosidade, assim como a novidade, nos mantém atentos, focados e excitados com “o que está por acontecer”. A motivação vinda de experiências anteriores positivas, ou seja, de sucesso consegue superar a baixa expectativa de recompensas. Quando há a expectativa de sucesso e prazer a criança fica atenta, se esforça e a dopamina, neurotransmissor responsável por esse processo entra em ação e atenta, memoriza com mais facilidade .Ao reduzirmos os fatores estressantes, a criança com TDAH/I se sente confortável e

5 fUNÇÕES EXECUTINAS EM SALA DE AULA

modo a otimizar minha meta (memória de trabalho).

No TDAH as dificuldades em manter esse gerenciamento são evidentes: a atenção seletiva e o controle inibitório encontram-se pouco ativados e assim, os prejuízos comportamentais, acadêmicos e sociais são impactantes.

A atenção seletiva é a capacidade de selecionar informações relevantes do ambiente e, paralelamente, inibição de outras informações irrelevantes para determinada tarefa. O comportamento orientado para um objetivo requer, além da sustentação e manipulação de informações, a seleção de informações relevantes à tarefa, habilidade esta que também é característica de tarefas associadas ao CPF lateral.

Estudos revelaram a existência de duas maneiras de selecionar estímulos por meio de processos atencionais: as maneiras automática e controlada. Na maneira automática a atenção é focada sem que haja manifestação voluntária do sujeito, podendo também resultar de uma aprendizagem ocorrida, como acontece após indivíduos aprenderem a dirigir. Na controlada (Sistema Atencional Supervisor (SAS)) o sujeito seleciona o foco da sua atenção a partir da sua vontade e necessita aprender uma nova resposta, consciente e voluntariamente.

Uma característica desses sistemas é a competição, entre ambos, pela seleção de uma informação. Um exemplo disso ocorre em diversos contextos em que se faz necessária a inibição de uma resposta automática em detrimento de outra controlada voluntariamente. Essa capacidade de selecionar e/ou inibir respostas, é proporcionada pelo SAS.

No TDAH o comprometimento da atenção seletiva e do controle inibitório leva a uma inabilidade para inibir ações e pensamentos, resultando num comportamento impulsivo e desprovido de atenção.

A autorregulação é um aspecto fundamental e central no individuo e está intimamente ligada ao bom desempenho e desenvolvimento das funções executivas. Para que possamos aprender, as funções executivas precisam ter sido desenvolvidas desde a primeira infância para que possamos fazer uso delas quando necessitamos de foco, atenção seletiva e inibir comportamentos e para nos manter direcionados a objetivos e metas.

A baixa tolerância de nossas crianças com TDAH à frustração e a busca da gratificação imediata podem levar a condutas impulsivas e a comportamentos de risco. A impulsividade está associada a atuação do córtex orbitofrontal (funções executivas quentes)e que são ativadas, como vimos, por fatores motivacionais e emocionais significativo e funções que entram em ação quando problemas que envolvam a regulação do afeto e da motivação se apresentam, ou seja, regulação das funções do sistema límbico. A ausência de controle inibitório leva a uma falta de capacidade de parar, pensar, refletir e agir.

Os estudos sobre o desenvolvimento do Transtorno de Déficit de Atenção por Hiperatividade (TDAH) e os problemas de comportamento, assim como as pesquisas sobre deficiências de aprendizado indicaram que as funções executivas podem ser um aspecto central desses distúrbios.

Considerando que a evidência indica que as funções executivas são importantes para a prontidão para o trabalho escolar e que elas representam um aspecto central de autorregulação na criança, existem questões fundamentais relacionadas à identificação das influências relevantes no desenvolvimento das funções executivas e em sua maleabilidade.

São de interesse particular as questões relacionadas às maneiras como a falta

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Painel

Vanessa Leite MachadoVera Lucia de Siqueira Mietto

BARKLEY RA et al. Transtornos de Déficit da Atenção/Hiperatividade. Man-ual para diagnóstico e tratamento.Porto Alegre: Artmed; 2008.

CAPOVILLA, Alessandra Gotuzo Seabra; DIAS, N. M.. Desenvolvimento de habilidades atencionais em estudantes da 1ª a 4ª série do ensino fundamental e relação com rendimento escolar. Psi-copedagogia. Associação Brasileira de Psicopedagogia,v.25, p.198-211, 2008.

DIAS, N. M. Avaliação neuropsicológi-ca das funções executivas: Tendências desenvolvimentais e evidências de val-idade de instrumentos. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento. Uni-versidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2009.

DIAS, N. M., TREVISAN, B. T., MENEZES, A., GODOY, S.; SEABRA, A. Dificuldades de aprendizagem e funções executivas. Em F. C. Capovilla & J. M. Montiel (Orgs.), Transtornos de Aprendizagem. São Pau-

lo: Artes Médicas, no prelo.

FONSECA V.Cognição, neuropsicologia e aprendizagem:abordagem neuropsi-cológica e psicopedagógica. Petrópolis: Editora Vozes, 2008.

LENT, Roberto. Cem bilhões de neurô-nios: conceitos fundamentais. São Paulo: Atheneu, 2002.

MUSZKAT, Mauro.TDAH e Interdisci-plinidade, intervenção e reabilitação.São Paulo: All Print Editora, 2012.

N.T. Rotta, L.Ohlweiler, R.S.Riesgo. Transtornos da aprendizagem: abord-agem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.

OLIVEIRA, R. M.O conceito de Executivo Central e suas origens. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 23, n. 4, p. 399-406, 2007.

REBOLLO MA,MONTIEL,S. Atencion y funciones ejecutivas. Revista de neurolo-gia 2006.

REfERÊNCIAS BIBLIOGRÁfICAS

ao estimulá-la com palavras de sucesso e que está progredindo no aprendizado, a leva a se esforçar cada vez mais (recompensa). Entendemos que o aprendizado será mais intenso, mais sólido e facilmente evocado quando nossos alunos são capazes de entender o que estão aprendendo e fizer ligações a outras aprendizagens e fazer uso desse conhecimento também em outras situações e resolução de problemas.

Evitar surpresas ameaçadoras (provas e atividades avaliativas surpresas), que geram medo (o estresse surge). Uma aula com situações previsíveis, sem o estresse de provas surpresas, gera um ambiente confortável á aprendizagem.

Organização da sala e de seus materiais é o primeiro passo para ensinar a criança a sua própria organização: priorize também tempo e tarefas, evitando a procrastinação. Crianças com TDAH/I são desorganizadas, e deixam para depois tudo que possam ter que fazer, pela necessidade de prazer imediato.

Planejamento e desenvolvimento de estratégias é outra habilidade cognitiva que precisa ser desenvolvida: ensinar a planejar e a ter tomada de decisões e resolução de problemas diminui as dificuldades que a falta de planejamento e de estratégias impõe à aprendizagem. No TDAH/I, essas duas habilidades estão desativadas. Parar para pensar e planejar os retira das atividades prazerosas e com recompensas imediatas.

Controle inibitório é fundamental para que se possa ter a demanda da aprendizagem; refletir antes de agir, controlando as emoções e pensando e repensando frente a situações de conflito. Ser flexível é ter bom relacionamento social e familiar e ter mais condições de elaborar estratégias, ou seja, mudar o foco e alternar (FE). Crianças Impulsivas não tem controle

inibitório desenvolvido e agem sem pensar e assim são inflexíveis. Não conseguem para e escutar o que estamos a dizer. A aprendizagem fica comprometida por não consegue ter atenção seletiva, memória de trabalho atuante e planejar uma resposta apropriada ao que o meio demanda como resposta.

Como vimos, inúmeras estratégias podem ser elaboradas e desenvolvidas em sala de aula, através de jogos e brincadeiras que vão desenvolver habilidades cognitivas das funções executivas. De posse de conhecimento, o neuropsicopedagogo estará facilitando o desenvolvimento do controle inibitório e auxiliando no manejo da criança com TDAH/I em sala de aula.

Pelos aspectos abordados sobre o a importância do controle inibitório de nossas crianças com TDAH e o impacto social e acadêmico que esse descontrole impõe, fica evidente nesse artigo a necessidade de um programa de estimulação das funções executivas em sala de aula.

Uma releitura de diversos autores norteou esse trabalho aliadas à pratica clínica fonoaudiológica voltada ao manejo de crianças com TDAH/I e suas dificuldades em sala de aula.

O entendimento e aprofundamento dos estudos sobre o controle inibitório e sua interface com as habilidades que compõe as funções executivas é fundamental para todos os profissionais que atuam na área de educação e saúde.

A neuropsicopedagogia em sua atuação clínica e escolar de posse desse conhecimento possibilitará estratégias assertivas para que o manejo dessa criança com TDAH/I seja eficiente e sua aprendizagem eficaz.

6 CONSIDERAÇÕES fINAIS

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Membros da SBNPpGestão 2014-2016

Luiz Antonio CorrêaPresidente

Curitiba - PR

Aline Carolina Rausis Secretária Executiva

Joinville – SC

Rikeli Ferreira T. HackbarthTesoureira

Schroeder – SC

Marlene Gonzatto Vice-PresidenteVideira – SC

Clarice Luiz Sant’AnnaSecretária InstitucionalSanta Maria – RS

João BeauclairConselho FiscalCachoeiras de Macacu – RJ

Convênios SBNPppara Associados

Entre os objetivos da SBNPp está o de representar tudo o que se refere a área de Neuropsicopedagogia, tanto nos aspectos da aprendizagem, de pesquisa científica e da atuação profissional. Sendo a entidade de referência da área e com reconhecimento nacional, atuante em suas ações. Ser um Associado da SBNPp é contribuir para o desenvolvimento e a divulgação da Neuropsicopedagogia. Além disso você tem uma série de vantagens e

benefícios que somente associados pode ter.

Dentre as editoras que os associados poderão aproveitar condições especiais, estão as publicações do Grupo A .

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Joselma GomesConselho de Ética

Imperatriz – MA

Zilanda de SouzaConselho de Ética

Governador Valadares – MG

Fabrício Bruno CardosoConselho Técnico-Profissional

Rio de Janeiro – RJ

Vera Lúcia de Siqueira MiettoConselho Técnico-Profissional

Niterói – RJ

Vanessa MachadoConselho de ÉticaRio de Janeiro – RJ

Cristiano PedrosoConselho Técnico-ProfissionalSão Paulo – SP

Rita M. T. RussoConselho Técnico-ProfissionalSão Caetano do Sul – SP

Mayra MinoharaConselho Fiscal

Imperatriz – MA

Rosa Elena Seabra GasparConselho FiscalBotucatu – SP

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