boletim adunifesp #01 (outubro de 2013)

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Adunifesp cobra fim da crise política do campus Diadema Assembleia Comunitária debate crise com diretoria e reitoria na próxima segunda (14) O processo de expansão da Unifesp irá completar oito anos sem que muitos problemas básicos dos novos campi tenham sido resolvidos. A situação do campus de Diadema, por exemplo, é de crise. Em seus sete anos de existência os méritos acadêmicos não são poucos: a razoável aprovação dos cursos de graduação e pós-graduação em andamento, prêmios de pesquisadores e alunos, e a materialização de algumas iniciativas de extensão. Entretanto, o campus ainda apresenta sérios problemas, como um modelo de gestão fragmentado que conflita com a sua definitiva consolidação. A comunidade universitária vem se mobilizando para superar tais problemas e consolidar o campus, com a reconstrução de seu projeto de desenvolvimento institucional, de seu projeto pedagógico, e o início do projeto de desenvolvimento de infraestrutura. Entre os principais problemas apontados pela comunidade podemos citar: Inadequada infraestrutura, o que já faz algumas pessoas levantar a hipótese de não abrir vagas no próximo vestibular. Falta de publicação da aplicação dos recursos financeiros do campus, conforme cobrado pela Adunifesp na Audiência pública de 27/06/13. Falta de publicação do acordo entre a Unifesp e a empresa Uniforja, um dos desdobramentos da mesma Audiência pública. Esclarecimento à comunidade sobre o uso indevido dos e-mail institucionais pela empresa Spike Empreendimentos em 29/08/13, questionado publicamente pela comunidade entre os dias 30/08-02/09/2013. Resolução do processo de contratação do serviço de bombeiros no valor de R$ 1.683.849,96, o equivalente a 38% do orçamento destinado ao custeio do campus e que foi questionado publicamente pela Reitoria em 10/07/13. Resolução em definitivo dos serviços de Restaurante Universitário, questionado publicamente pela Reitoria em 10/07/13. Falta de publicação de um plano de ações estratégicas para reverter o quadro de insatisfações políticas e administrativas no campus. Fato já cobrado por um grupo de docentes em 26/09/13 e pelo Grupo de Planejamento Estratégico na Congregação de 30 /09/13. Estratégias para diminuir os índices de evasão de discentes, técnicos e docentes do campus e esclarecimento sobre o afastamento do Professor Titular João V. Comasseto. Esses problemas de gestão justificam a significativa depauperação da relação entre a comunidade e a sua diretoria acadêmica. Não é coincidência que os índices de evasão estejam elevados. Em um período de aproximadamente um ano o campus perdeu cerca de 10% dos 87 técnico-administrativos, 2% dos 223 docentes e 20% dos 2500 estudantes. Tais dados alarmantes merecem atenção especial e é preciso descobrir até que ponto estão relacionados às questões estruturais ou a situação política que hoje vive o campus. A fim de contribuir com a resolução de tais entraves políticos, a Adunifesp-SSind. convida a comunidade a debater os problemas do campus em uma Assembleia Comunitária com as presenças da diretoria do campus e da reitoria da Unifesp. A atividade está marcada para a segunda-feira, dia 14 de outubro de 2013, no anfiteatro da Unidade Manoel da Nóbrega (Florestan Fernandes) das 12 às 14 horas. Assembleia Comunitária do Campus de Diadema Quando: Segunda-feira 14 de outubro de 2013, das 12 às 14 horas Onde: Anfiteatro da Unidade Manoel da Nóbrega (Florestan Fernandes) Pauta: Debater, com a diretoria acadêmica e a reitoria da Unifesp, a crise política do campus Presenças da diretora acadêmica Virginia Berlanga Junqueira e da reitora Soraya Smaili

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Boletim Adunifesp-SSind #01, gestão 2013-2015, publicado em 11 de outubro de 2013. Jornalista responsável: Rodrigo Valente; Projeto gráfico e diagramação: Rodrigo Valente.

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Page 1: Boletim Adunifesp #01 (outubro de 2013)

Adunifesp cobra fim da crise política do campus DiademaAssembleia Comunitária debate crise com diretoria e reitoria na próxima segunda (14)

O processo de expansão da Unifesp irá completar oito anos sem que muitos problemas básicos dos novos campi tenham sido resolvidos. A situação do campus de Diadema, por exemplo, é de crise. Em seus sete anos de existência os méritos acadêmicos não são poucos: a razoável aprovação dos cursos de graduação e pós-graduação em andamento, prêmios de pesquisadores e alunos, e a materialização de algumas iniciativas de extensão. Entretanto, o campus ainda apresenta sérios problemas, como um modelo de gestão fragmentado que conflita com a sua definitiva consolidação.

A comunidade universitária vem se mobilizando para superar tais problemas e consolidar o campus, com a reconstrução de seu projeto de desenvolvimento institucional, de seu projeto pedagógico, e o início do projeto de desenvolvimento de infraestrutura. Entre os principais problemas apontados pela comunidade podemos citar:

Inadequada infraestrutura, o que já faz algumas pessoas levantar a hipótese de não abrir vagas no próximo vestibular.

Falta de publicação da aplicação dos recursos financeiros do campus, conforme cobrado pela Adunifesp na Audiência pública de 27/06/13.

Falta de publicação do acordo entre a Unifesp e a empresa Uniforja, um dos desdobramentos da mesma Audiência pública.

Esclarecimento à comunidade sobre o uso indevido dos e-mail institucionais pela empresa Spike Empreendimentos em 29/08/13, questionado publicamente pela comunidade entre os dias 30/08-02/09/2013.

Resolução do processo de contratação do serviço de bombeiros no valor de R$ 1.683.849,96, o equivalente a 38% do orçamento destinado ao custeio do campus e que foi questionado publicamente pela Reitoria em 10/07/13.

Resolução em definitivo dos serviços de Restaurante Universitário, questionado publicamente pela Reitoria em 10/07/13.

Falta de publicação de um plano de ações estratégicas para reverter o quadro de insatisfações políticas e administrativas no campus. Fato já cobrado por um grupo de docentes em 26/09/13 e pelo Grupo de Planejamento Estratégico na Congregação de 30 /09/13.

Estratégias para diminuir os índices de evasão de discentes, técnicos e docentes do campus e esclarecimento sobre o afastamento do Professor Titular João V. Comasseto.

Esses problemas de gestão justificam a significativa depauperação da relação entre a comunidade e a sua diretoria acadêmica. Não é coincidência que os índices de evasão estejam elevados. Em um período de aproximadamente um ano o campus perdeu cerca de 10% dos 87 técnico-administrativos, 2% dos 223 docentes e 20% dos 2500 estudantes. Tais dados alarmantes merecem atenção especial e é preciso descobrir até que ponto estão relacionados às questões estruturais ou a situação política que hoje vive o campus.

A fim de contribuir com a resolução de tais entraves políticos, a Adunifesp-SSind. convida a comunidade a debater os problemas do campus em uma Assembleia Comunitária com as presenças da diretoria do campus e da reitoria da Unifesp. A atividade está marcada para a segunda-feira, dia 14 de outubro de 2013, no anfiteatro da Unidade Manoel da Nóbrega (Florestan Fernandes) das 12 às 14 horas.

Assembleia Comunitária do Campus de DiademaQuando: Segunda-feira 14 de outubro de 2013, das 12 às 14 horas

Onde: Anfiteatro da Unidade Manoel da Nóbrega (Florestan Fernandes)Pauta: Debater, com a diretoria acadêmica e a reitoria da Unifesp, a crise política do campus

Presenças da diretora acadêmica Virginia Berlanga Junqueira e da reitora Soraya Smaili

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Assessoria Jurídica da Adunifesp reivindica direitos de docentesA Assessoria Jurídica da Adunifesp-SSind. tem sido acionada por vários docentes procurando elementos de defesa em decorrência do não cumprimento de alguns direitos. Entre tais direitos estão:

o não pagamento de funções gratificadas ou cargos de direção; insalubridade retroativa; retrocesso na carreira ao se transferir de outra IFE para a Unifesp; adoecimento com dificuldades de atendimento nas dependências assistenciais da própria Unifesp; dificuldades no pagamento de aposentadorias especiais; eventuais descontos de imposto de renda sobre terço das férias.

A Adunifesp-SSind. orienta os associados que apresentam os problemas supracitados a procurar a sede da Associação até o dia 25 de outubro, protocolando uma carta assinada descrevendo o problema, anexando os documentos que comprovem a situação descrita, para que a Assessoria Jurídica tome as devidas providências. Esses serviços são feitos sem custo para os associados em dia com as suas contribuições. Eles podem ser extensíveis aos docentes não associados, mas estes deverão pagar o serviço diretamente ao escritório de advocacia da Adunifesp-SSind. ([email protected]).

Comunidades da USP e Unicamp realizam mobilizações por democraciaNos últimos dias, as comunidades das estaduais paulistas USP e Unicamp realizaram grandes mobilizações por democracia e condições adequadas de educação e trabalho. Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) deflagraram greve na terça-feira, dia 01 de outubro, e decidiram ocupar o prédio da reitoria por tempo indeterminado para exigir a realização de um debate sobre a estrutura de poder na instituição e a proposta de eleições para reitor.

A decisão da greve e da ocupação foi tomada em assembleia que contou com a presença de mais de mil discentes. O movimento reivindica o fim da lista tríplice, eleição direta e paritária para reitor, e a paridade na composição de todos os conselhos da universidade. Estudantes, funcionários e professores paralisaram as aulas e realizaram um ato em frente à reitoria por volta das 13 horas da terça (1), onde o Conselho Universitário da USP estava discutindo, entre outros temas, as regras para eleição de reitor, composição dos conselhos e lista tríplice.

Os sindicatos dos docentes (Adusp – SSind) e dos funcionários (Sintusp), junto com o Diretório Central dos Estudantes da USP, por meio um protocolo, tentaram acompanhar as discussões no Conselho e solicitar que a audiência fosse aberta. O pedido das entidades foi recusado e a reunião realizada a portas fechadas. Representantes dos funcionários no Conselho sequer puderam retornar à reunião depois que deixaram a sessão por alguns minutos. Diante destes episódios, os estudantes resolveram ocupar a reitoria.

Segundo informações do DCE, os representantes discentes no Conselho Universitário já protocolaram uma proposta exigindo o cancelamento imediato da sessão do Conselho de 1 de outubro, a convocatória imediata de uma nova reunião, dessa vez aberta a todos, e a convocação de um plebiscito oficial da instituição a respeito das eleições diretas na USP. O atual reitor da USP, João Grandino Rodas foi escolhido em 2009 pelo então governador José Serra (PSDB), mesmo sem ser o líder de votos da lista tríplice.

Adusp é intimada por ocupação da reitoria

A Associação dos Docentes da USP recebeu no dia 4 de outubro um mandato de citação e intimação referente à ação de reintegração de posse feita pelo reitor da Universidade de São Paulo, João Grandino Rodas. No documento, a seção sindical do ANDES-SN é acusada de participar e de promover a ocupação do prédio da Reitoria. Mais uma vez a gestão da USP tenta intimidar a comunidade universitária, desta vez com uma acusação sem fundamentos contra a Adusp. O mandato de Rodas termina em 25 de janeiro do próximo ano. Até o fechamento desta matéria a ocupação continua e a justiça negou na quarta-feira (09) um pedido de reintegração de posse da reitoria.

Contra a polícia na Unicamp, estudantes ocupam reitoria

Paralelamente aos acontecimentos da USP, os estudantes da Unicamp também ocuparam a reitoria, desta vez no dia 3, contra a presença da polícia militar na instituição. Os protestos começaram após a autorização institucional de patrulhamento em decorrência da morte de um estudante, que foi assassinado durante uma festa. A reitoria conseguiu um mandado de reintegração de posse, mas até o momento afirma que tentará resolver a questão através do diálogo.

Page 3: Boletim Adunifesp #01 (outubro de 2013)

Solidariedade às lutas na USP e na Unicamp

A diretoria da Adunifesp-SSind. solidariza-se com as lutas por democracia das comunidades da USP e da Unicamp. A entidade repudia qualquer tentativa de uso de efetivo policial para acabar com as ocupações estudantis e conclama ao diálogo todas as autoridades supracitadas, para resolver os impasses existentes com a comunidade e evitar novos fatos de violência que comprometam o pleno exercício da educação.

Por fim a Adunifesp-SSind. também repudia a intimação da Adusp-SSind. feita pelo reitor da Universidade de São Paulo, João Grandino Rodas, que em uma clara tentativa de intimidação, pretende responsabiliza a entidade pela ocupação do prédio da reitoria.

*Matéria produzida a partir de uma original do ANDES-SN

Comunidade mobilizada diz não à Ebserh na UFRJReitor recua sobre deliberação a respeito de contrato com a empresa

O vigor da mobilização da comunidade universitária fez história nesta quinta-feira (26), na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A presença de quase mil estudantes, técnicos e professores no auditório do Centro de Tecnologia no campus do Fundão da universidade conseguiu arrancar da pauta do Conselho Universitário a deliberação sobre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), como previa a convocação da reunião.

Trata-se de uma vitória política inquestionável diante de forças poderosas interessadas em transferir para a empresa a gestão de hospitais da rede da universidade.

Diante da pressão contra a empresa criada pelo Ministério da Educação (MEC), o reitor Carlos Levi recuou da agenda prevista e se disse favorável “a encaminhar solução mais consensual”. A massa de pessoas atraídas ao CT – há anos o auditório não recebia tanta gente – impressionou tanto que, ao encerrar a sessão, o reitor anunciou que chamaria interlocutores da comunidade em busca de solução que represente “o sentimento da maioria da UFRJ”. O colegiado desta quinta mostrou a capacidade de mobilização e a unidade dos três segmentos que dão vida à UFRJ.

A presidente do ANDES-SN, Marinalva Oliveira, esteve presente à reunião. Convidada a falar, Marinalva fez um forte discurso contra o processo de sucateamento da Saúde e da Educação públicas. "Não aceitamos que nos tirem o desenvolvimento do conhecimento com qualidade. O ANDES-SN está presente porque o nosso modelo de universidade e de Educação tem garantida a autonomia universitária", afirmou.

As palavras de Carlos Levi prometendo esforços em busca do diálogo foram recebidas com cautela pelo movimento. O reitor não deixou claro que descartará a proposta de contrato com a empresa. No curso desse exaustivo processo de discussão – no qual os movimentos têm procurado esclarecer e neutralizar a ameaça de se mercantilizar os hospitais universitários – a reitoria tem irradiado autoritarismo. E o custo não tem sido baixo, com a tentativa de se atropelar regimentos e estatuto e de dividir a UFRJ.

Plebiscito

Representações de várias universidades federais vieram acompanhar a reunião do conselho. A expectativa é grande pela importância da UFRJ, que abriga a maior rede de Hospitais Universitários do país. Logo, as decisões tomadas nessa universidade terão influência sobre outras instituições federais de ensino. No seio desse debate, surgiu com força o tema da democracia. E uma das propostas recorrentes em várias intervenções feitas no plenário da sessão foi a de realização de um plebiscito – se este for o caminho necessário para tornar mais incontestável ainda o repúdio da comunidade da UFRJ à Ebserh.

*Fonte: Adufrj-SSind. com edição do ANDES-SN e da Adunifesp-SSind.* Fotos: Marcos Fernandes / Adufrj-SSind.