boletim adunifesp #05 - gestão 2015-17 (maio 2016)

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Boletim Adunifesp Boletim Adunifesp #05 (Gestão 2015/17) 20 de maio de 2016 São PauloSP www.adunifesp.org.br Adunifesp SSind f f 14 de abril , dia nacional de luta contra o PLP 257 Ato público comunitário dos servidores federais da Unifesp Legalidade, Democracia e Universidade Pública A crise capitalista em 1970, 2008 e hoje: a unidade das contradições Crise e Universidade Pág. 12 Pág. 14 Pág. 13 10 de maio: dia de luta em defesa da Democracia e da Universidade Pública Conselho Universitário da Unifesp aprova paridade na consulta pública para reitor Carreira Docente: precarizada e desestruturada Pág. 04 Pág. 15 Pág. 16 Nota sobre a ação coletiva de auxílio transporte aos docentes da Unifesp Pág. 18 "Foi aprovada no Conselho Universitário da Unifesp realizado em 04 de maio de 2016 a paridade na consulta pública para reitor, ou seja, as categorias da universidade – estudantes, docentes e técnicos administrativos em educação – terão os mesmos 1/3 dos votos nas eleições de reitor e diretores dos campi." Pág. 03

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Boletim Adunifesp #05 (gestão 2015/17) - publicado em 20 de maio de 2016. Jornalista responsável: Rafael Freitas Projeto gráfico e diagramação: Rafael Freitas

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Boletim AdunifespBoletim Adunifesp #05 (Gestão 2015/17) ­ 20 de maio de 2016 ­ São Paulo­SP

www.adunifesp.org.br Adunifesp SSindff

14 de abril , dia nacional de lutacontra o PLP 257 ­ Ato público

comunitário dos servidores federaisda Unifesp

Legalidade, Democracia eUniversidade Pública

A crise capitalista em 1970, 2008 ehoje: a unidade das contradições

Crise e Universidade

Pág.12

Pág.14

Pág.13

10 de maio: dia de luta em defesa daDemocracia e da Universidade Pública

Conselho Universitário da Unifesp aprovaparidade na consulta pública para reitor

Carreira Docente: precarizada edesestruturada

Pág.04

Pág.15

Pág.16Nota sobre a ação coletiva de auxíliotransporte aos docentes da Unifesp

Pág.18

"Foi aprovada no Conselho Universitárioda Unifesp realizado em 04 de maio de

2016 a paridade na consulta pública parareitor, ou seja, as categorias da

universidade – estudantes, docentes etécnicos administrativos em educação –

terão os mesmos 1/3 dos votos naseleições de reitor e diretores dos campi."

Pág.03

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Editorial da Diretoria

Contra o ilegítimo governo Temer e emdefesa da Universidade Pública e Gratuita: é

hora de mobilização!!

o dia 10 de maio, um dia antes da efetivaçãoda votação no Senado Federal que deu opoder ao ilegítimo governo Temer, houve

uma expressiva mobilização nos campi Osasco eBaixada Santista da Unifesp. Em ambos os casos,centenas de docentes, TAE`s e alunos realizaram atose paralisações parciais das atividades. Taismanifestações expressaram o repúdio aos ataques àdemocracia no país, qualificando como golpeparlamentar, judiciário e midiático o processode impeachment. Mais ainda, houve adenúncia ao clima de repressão em curso nopaís que tem incluído até mesmo proibiçõesjudiciais a atividades políticas dentro dasUniversidades, cujo caso mais emblemático éo que ocorreu na UFMG no fim de abrilquando uma liminar proibiu um debateorganizado pelo Centro Acadêmico do cursode Direito.

As manifestações do dia 10 de maiotambém expuseram preocupação quanto aosignificado do governo de Temer e seusaliados para as Universidades Públicas.Afinal, estão no “cardápio” tanto em seu documento“Ponte para o Futuro” como em declarações de seusrepresentantes ainda mais cortes de verbas para oEnsino Superior, a cobrança de mensalidades paraestudantes, o fim da estabilidade para os servidores e aconsagração de uma lógica privatista em que asUniversidades devem passar a buscar o seu sustentono mercado, comprometendo fatalmente suaautonomia. A indicação de Mendonça Filho (DEM) parao Ministério da Educação tende a corroborar os temoresquanto à uma política de ataques às Federais.

Por outro lado, pensamos que a aprovação peloConselho Universitário da UNIFESP realizado

no dia 4 de maio da paridade para eleições para Reitore Diretor de Campus é uma vitória da comunidadeuniversitária. A partir de agora, as três categorias terãoum peso relativo igual de 1/3 dos votos em taiseleições. Gostaríamos aqui de dialogar com nossoscolegas docentes que têm críticas à paridade. Para nósda Adunifesp, trata­se não apenas de garantir umarepresentação democrática e equivalente dos

segmentos que compõem a Universidade.Mais ainda, diante do quadro turbulento quevivenciaremos é fundamental forjar aunidade de toda a comunidade universitáriapara garantirmos a mobilização e aorganização em defesa de nossos direitos.Numa conjuntura que a democracia e aprópria Universidade estão sob risco, aparidade vem em boa hora para encararmosos desafios que teremos pela frente.

Dentre estes desafios, um essencial é anecessidade que temos de lutar contra odesmantelamento de nossa carreiradocente. No fim do mês passado aAdunifesp promoveu debates que reuniram

dezenas de docentes nos campi São Paulo, Osasco,Baixada e Diadema sobre este assunto com a presençade Amauri Fragoso, diretor do ANDES. Neste boletimvocês poderão ler um detalhado relato de um estudo doANDES sobre a precarização de nossa carreira docenteque vem se desenvolvendo desde os anos 1990. Umcapítulo à parte e atual desse processo é o PLP257/2016 apresentado pelo governo Dilma e que aindaestá em pauta no Congresso com ameaças à salários,direitos e progressão na carreira. A partir de iniciativados docentes de Diadema, estamos lançando umapetição contra este PLP. Afinal, é hora de mobilização!Boa leitura a todos.

N

"diante do quadroturbulento que

vivenciaremos éfundamental forjar

a unidade de toda acomunidade

universitária paragarantirmos a

mobilização e aorganização em

defesa de nossosdireitos"

Conselho Universitário da Unifesp aprovaparidade na consulta pública para reitor

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ainda que na comunidade acadêmica seus papéis sejam distintos.O critério paritário, ou seja, aquele no qual as eleições e a

composição de colegiados superiores e comissões obedeçam aproporção de 1/3 para cada categoria, tem sido utilizado, em parte,pelo próprio governo federal, como atesta a lei nº 11.892 de 2008que criou 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia

(IFETS) e que assim definiu o processo de consulta parareitores.Some­se a isso o fato de, em 2013, 44% das universidadesfederais já utilizarem sistemas paritários nas consultas às 3categorias para eleições de diretores e reitor, à revelia do quereza a LDB; apesar de nos conselhos centrais seguiremcomposições assimétricas.Não se pode, contudo, vincular a ideia de democracia

universitária pura e simplesmente à configuração dos processosdecisórios que definem seus quadros dirigentes, colegiados e

comissões. Edward Said já alertara para a necessidade deimplementação de práticas democráticas para muito além darealização de eleições: “Por mais que a pessoa seja a favor daseleições não se pode fugir da verdade amarga de que elas nãoproduzem automaticamente democracia ou resultadosdemocráticos”. Apesar de a adoção de um sistema paritário para a

realização de processos eleitorais, bem comopara a composição e funcionamento de

órgãos e instâncias colegiadas nauniversidade, serem importantespassos em direção à democratizaçãodas universidades, não constituem otodo.

Devemos celebrar a conquista daparidade na consulta para reitor, mas

ao mesmo tempo reconhecer suainsuficiência para democratização da

universidade em seus processosdecisórios, nos posicionando pela paridade

plena, em concordância com as deliberações do I Congressoda Unifesp que, soberanamente e em plenária paritária, aprovou aparidade na consulta para reitor, cargos de direção e para acomposição de comissões e colegiados superiores da Unifesp.

oi aprovada no Conselho Universitário da Unifesprealizado em 04 de maio de 2016 a paridade na

consulta pública para reitor, ou seja, as categorias dauniversidade – estudantes, docentes e técnicosadministrativos em educação – terão osmesmos 1/3 dos votos nas eleições dereitor e diretores dos campi.

Uma conquista que deve sercelebrada pois a estrutura nãoparitária dos processos decisóriosna universidade nega direitos ereafirma privilégios determinandoque diretores de unidadesuniversitárias e reitores sejamescolhidos entre professores,conforme determina a Lei 9394/96 deDiretrizes e Bases da Educação Nacional(LDB), na proporção de 70%; tendo poderreduzido na definição dos rumos da universidade aquelesque são considerados, segundo o mantra há muito entoado,“transitórios”, incapazes de contemplar o tempo da longaduração por estarem acorrentados aos seus interessesimediatistas. Como se a categoria docente não tivessetambém interesses imediatos, como se técnicos eestudantes não existissem permanentemente nauniversidade e como se de longa duração não fossem osseus interesses enquanto categoria.

A luta pela construção de sistemas paritários deve serencampada não apenas numa frente interna àsuniversidades, mas articuladamente travada também noplano nacional em razão dos constrangimentos legais queameaçam sua implementação e funcionamento inscritos noartigo 56, parágrafo único, da LDB e cujo teor é de saídacontraditório ao conceber como possibilidade de “gestãodemocrática” um sistema em que docentes ocupam 70%dos assentos em órgãos colegiados e comissões, valendo amesma proporção para a escolha de dirigentes.

Trata­se, mais amplamente, de uma luta peloreconhecimento de que funcionários técnico­administrativose discentes são iguais a professores, em termos de gozo dedireitos e na capacidade de vocalização de seus interesses,

F"O critério paritário, ouseja, aquele no qual as

eleições e a composiçãode colegiados

superiores e comissõesobedeçam a proporção

de 1/3 para cadacategoria, tem sido

utilizado, em parte, pelopróprio governo federalnos Institutos Federais."

"Devemos celebrara conquista da

paridade naconsulta para reitor,

mas ao mesmotempo reconhecersua insuficiência

parademocratização da

universidade"

14 deabril,dianacionaldelutacontraoPLP257–AtoPúblicoComunitáriodosservidoresfederaisdaUnifesp

este dia nacional de luta contra o PLP257,

os servidores da Unifesp se reuniram no

campus São Paulo – cerca de 100 servidores

técnicos­administrativos paralisaram suas

atividades – para mobilização e protestos contra os

ataques diretos aos serviços essenciais e aos

servidores públicos, previstos no PLP257/16.

O ato começou às 13h e contou com a

presença de representantes da Associação dos

Docentes da Universidade Federal de São Paulo

(Adunifesp­Ssind) e do Sindicato dos Trabalhadores

da Universidade Federal de São Paulo

(Sintunifesp­Fasubra).

Foram apresentadas e rechaçadas as ameaças

previstas pelo PLP257 aos Direitos básicos dos

servidores públicos (federais, estaduais e

municipais) – suspensão dos concursos públicos,

congelamento de salários, não pagamento de

progressões e outras vantagens (como

gratificações), destruição da previdência social e

revisão dos Regimes Jurídicos dos Servidores. E

reforçada a gravidade de tais medidas quando

associadas ao aumento dos cortes no orçamento

das políticas sociais para o pagamento da dívida

pública.

O clima foi de intensificação da mobilização e

ampliação da luta política contra as nefastas

medidas previstas no PLP257.

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Legalidade, Democracia e Universidade Públicao dia 15 de abril de 2016 o Coletivo de MobilizaçãoPermanente em defesa da Democracia e da Universidade

Pública – que conta com o apoio das entidades da Unifesp,Adinifesp, Apg e Sintunifesp – realizou o debate “Legalidade,Democracia e Universidade Pública” para discussão da atualconjuntura política e análise do processo de judicialização dapolítica e da inconstitucionalidade do processo de impedimentoda presidente Dilma.

Com a presençade uma série deconvidados, AndréBezerra – Associação dosJuízes pela Democracia;Antonio Roberto Espinosa– Unifesp, ex­presopolítico; Breno Altman –Opera Mundi; EduardoFagnani – InstitutoEconomia, Unicamp;Eduardo Suplicy – ex­secretário de DireitosHumanos de São Paulo;Gilberto Maringone –UFABA, Psol; Laurindo Lalo LealFilho – Eca/USP; Paulo Zochi – Presidente do Sindicato dosJornalistas de São Paulo, foram feitas uma série de análises docontexto histórico da crise política, dos governos do PT, dosabusos do poder judiciários, da inconstitucionalidade do processode impedimento e a grave ameaça à democracia brasileira.Alguns destaques:

A atividade foi iniciada com a fala de AndréBezerra destacando os problemas da judicializaçãoda política, que na figura de juízes “salvadores dapátria” legitima pela via legal a retirada de direitosameaçando um equilíbrio entre os poderes do Estadoe a consolidação da democracia. O Estadofuncionando a partir de “delírios hermenêuticos”, comum judiciário protagonista associado ao crescimentodo estado policial revela um estado de exceção emoperação.

OeconomistaEduardoFagnanirecuperou atransiçãodemocráticacomo pontode partida

da crise política atual, uma vez que nosanos seguintes não é consolidada a democracia,

não realiza significativas reformas política e não superadesigualdades históricas, revelando­se como um pactoconservador. E se a constituição garantiria condições para esseavanço toda a potencialidade fica interditada por qualquer queseja a resolução da “farsa” do impedimento, já que são ignoradassuas máximas, é “rasgada” a constituição. Defende também a

tese de que “o golpe não é de hoje”, as políticasexternas do PT, em priorizar o Mercosul ao invés daALCA, da opção dos BRICS mexeu com interesses docapital e a direita se mobilizou para sua derrubada. Enuma sequência de equívocos políticos o próprio PTabriu o caminho para que esses interesses ganhassemapelo popular, por exemplo ao não se defender daestratégia de transferência da cobrança pelainsatisfação popular com o transporte público dosestados e municípios para federação ou mesmo aoaceitar e adotar o discurso de crise mesmo quando elanão existia em 2015.

Gilberto Maringone ressaltou o saldo do processocom a mobilização de setores sociais progressistasque estão fora de partidos políticos, configurando umanova forma de discussão e de luta política. Tambémressaltou os equívocos políticos cometidos pelo PT

culminando com o rompimento com a base social e aumentandoa vulnerabilidade do governo aos ataques da direita.

Laurindo Leal ressaltou a necessidade de uma amplamobilização e destacou o importante legado do PT para o ensinosuperior público, com a expansão universitária. Como profissionalde comunicação criticou o papel da globo no golpe, afirmandoque a emissora “martela o facismo”na

cabeça da população epropõe um debateemocional e não racional,inutilizando de saída osargumentos daProcuradoria Geral daUnião. E constatou comtristeza que hoje é precisorecorrer a canais decomunicação internacionaispara encontrar notíciasdiversificadas sobre oBrasil, assim como durantea ditadura militar.

Antonio Espinosa,resistência viva do golpe

de 1964, ressaltou a nossa condição de país com umademocracia não consolidada, que o que atingimos foi um estadode direito muito frágil, e este amplamente ameaçado pela atualarticulação política e policial. Ressaltou a importância histórica dapresidente Dilma, primeira mulher a ocupar o cargo máximo dopaís afirmando que isto nenhum golpista conseguirá apagar.

A atividade reuniu um público de cerca de 150 pessoas,membros da comunidade acadêmica, que ao encerramentoentoou “Não vai ter golpe!”, se a conjuntura já mudou de lá paracá, temos marcado na Unifesp um excelente debate e um pontode partida sólido para continuidade da mobilização. Temer,jamais!

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Crise e Universidadeo dia 25 de abril de 2016 a Adunifesp organizou odebate “Crise e Educação” com a prof.ª Eblin

Farage docente da Universidade Federal Fluminense ecandidata à presidência do ANDES­SN. Em sua exposiçãoanalisou a crise dauniversidade pública ecomentou algumas daspropostas da novadiretoria do sindicatonacional.

Em sua exposiçãoiniciou afirmando que oretrato da universidadepública de hoje éconsequência de umprocesso de desmonteque data de 20 anos atrás.Após a conquista dademocracia e aconstituição de 1998 queestabeleceu a fundamental presença do Estado naeducação, saúde e previdência si inicia umacontrarreforma que ataca justamente esse tripé deserviços essenciais. E o principal objetivo dacontrarreforma liberal é a privatização do tripé. No que dizrespeito à educação e a universidade pública a arma davez é a intensificação da terceirização. Se já pode serterceirizada a atividade meio é com a aprovação dapossibilidade de ampliação da terceirização para atividadefim que o cenário liberal se completa.

Além da terceirização o avanço da reforma naeducação nos moldes neoliberais se baseia nadesestruturação da carreira, já em 2012 as medidasaprovadas pelo governo ameaçam a dedicação exclusiva,abrindo outras possibilidades de regime de contratação einevitavelmente precarizando o trabalho docente nasuniversidade. E novo marco de tecnologia e inovaçãoconsolida a extinção da dedicação exclusiva como regimede trabalho docente. Temos portanto com a terceirizaçãoda atividade fim aprovada, com uma carreiradesestruturada sem aumentos lineares e sem regime únicode dedicação exclusiva o caminho aberto paraprecarização que se completa com regularização dacontratação de servidores públicos via organizaçõessociais e com o PLP 257 que suspende os concursospúblicos.

Esse é o quadro de crise da universidade hoje, semfinanciamento, sem unidades da expansão consolidadas esem incentivos ao trabalho docente. Com a carreiracompletamente desestruturada, com regimes de trabalhoalternativos, uma universidade sem financiamento ohorizonte é de um professor empreendedor que

deve buscar no mercado investimentos para suapesquisa ou outra atividade principal, deixando a docênciacom complementação de renda.

Quadro que segundo a prof. Eblin finalmente ancorao Brasil no caminho á trilhado por grande parte dospaíses europeus tendo como referência a máximaneoliberal na reforma da educação social, adeclaração de Bolonha, que estabelece o objetivo“elevar a competitividade do ensino superior” criando “centros de excelência em pesquisa e ensino” comcursos de dois anos para formação de ensino superiore é claro com custos proporcionais a “qualidade” doensino oferecido. Como se os critérios do mercadofossem adequados e suficientes para orientarem oensino superior.A partir dessa contextualização da crise na

universidade pública brasileira retoma a importânciado papel do sindicato e das seções sindicais paramobilização e resistência desse processo de

desmonte. Ressaltando o funcionamento do ANDES­SN econvocando a categoria em especial a categoria docentee sua entidade representativa a Adunifesp a participar dasinstâncias deliberativas do sindicato Nacional. O ANDES­Sn tem dois fundamentais espaços de deliberação queacabam por decidir as pautas e o posicionamento dosindicato. São o Congresso do ANDES­SN e o CONAD,todas as entidades enviam representantes de suacategoria local, apresentam posicionamentos e é votadoum posicionamento coletivo. Por isso a importância dasAssociações à formação do ANDES­SN.

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A crise capitalista em 1970, 2008 e hoje: aunidade das contradições

Seminários Adunifesp

o dia 2 de maio de 2016 foi iniciado o ciclo deSeminários da Adunifesp com o objetivo principal dediscutir a crise de financiamento nas Instituições

Federais de Ensino Superior (IFES) brasileiras. Em sua primeiraatividade foi realizada uma contextualização da crise mundial,abordando condicionantes e determinantes estruturais da ordemmacroeconômica mundial, estabelecendo um ponto de partidaampliado para a sequência de debates ereflexões sobre a crise nacional e maisespecificamente sobre a crise nasuniversidades públicas.

Com a presença do convidadoLeonardo Ferreira Guimarães –doutorando em Economia doDesenvolvimento pela USP e mestre emEconomia Política pela PUC­SP – oseminário tematizou a crise capitalista dosanos 1970, 2008 e atual buscando aunidade das contradições do modo deprodução capitalista.

A exposição foi iniciada com aapresentação de distintas interpretaçõessobre a crise econômica atual, entre elas aperspectiva ortodoxa liberal que concentrasua argumentação na ineficiência dos Estadosem administrar suas contas e sua incapacidade de incentivarinvestimentos capitalistas e outra heterodoxa subconsumista queentende uma tendência geral à queda das taxas de lucro, dequeda da atividade comercial e os próprios ajustes liberais comoprejudiciais à economia pela redução de incentivos ao consumo.Entretanto, ambas as visões não são capazes de analisar alémda superfície da crise e buscar seus fundamentos maisestruturais. Com isso, permanece a questão: comoentender a crise econômica atual, capazde fechar fábricas, aumentar odesemprego e ampliar a desigualdadesocial?

A construção da argumentaçãoseguiu pela análise das crises dosperíodos anteriores, tanto a mais recente,de 2008, quanto a de 1970. Em 2008ficou evidente que os ciclos econômicoscapitalistas, de alternância entre alta ebaixa – aumento de investimentos,capacidade produtiva, emprego epotencial de distribuição de renda,seguido da completa inversão docenário –, ganham em complexidadecom a opção da financeirização docapital. Essa complexidade criou uma opçãopara a recuperação econômica – pela ampla e irrestritaespeculação na bolsa de valores – que não se traduziu emrecuperação real da economia, apenas uma miragem econômico­contábil, uma vez que não é criada ou retomada a capacidadeprodutiva, com isso não são criados empregos, muito menos

crescimento econômico real, bem como meios reais de sustentarcontínuos aumentos das taxas de lucro ou então capazes deoferecer elementos para melhorar a distribuição de renda.

A crise de 2008, segundo Leonardo, é resultado de cicloseconômicos mundiais, centralizados nas operações dos EUA,sustentados artificialmente pelo aumento abusivo dafinanceirização e da especulação, das quais decorrem uma

bolha, que quando estourou revelou umacrise longe de ter sido superada.

Tendo essa interpretação da crise de2008 como referência, pode­se analisar,sob o mesmo prisma, a crise de 1970 esua relação estrutural com a criseeconômica atual. A organizaçãoeconômica mundial da década de 1970 jáapresentava os limites estruturais queseriam impostos ao desenvolvimentoeconômico subsequente e reunia oselementos interpretativos para a criseatual para além das perspectivasaparentes. Segundo Leonardo, a partir dacombinação de elementos como oaumento da capacidade ociosa eestratégias competitivas pela redução de

preços é possível, já em 1970, a observação da tendência deredução das taxas de lucro. Essa redução contínua das ésuficiente para deflagrar uma crise econômica generalizada, jáque o que movimenta o capital é sua constante valorização.

Essa tendência não foi revertida senão pela opção dafinanceirização das décadas seguintes, que como já analisadoanteriormente criou tão somente uma ilusão de recuperaçãodessas taxas, sem a correspondência de fatores produtivos reaiscapazes de sustentá­la. Esse conjunto de elementos explicaria,

segundo Leonardo Ferreira, a criseeconômica atual, uma visão estrutural daorganização capitalista que temdificuldades de se reorganizar para seguiraumentando a taxa de remuneração docapital desde 1970.

Podemos, portanto, a partir de sua tese,interpretar todas as respostas dadas poreconomias nacionais ­ como Grécia,Espanha, Portugal, Argentina, Brasil, etc – àcrise atual, como tentativas de ajustes paragarantir a recuperação da remuneração docapital. Ajustes que necessariamenteatingem o outro lado da moeda: o trabalho,com a sua intensificação, flexibilização eprecarização. Entretanto, ainda ficam asperguntas: se as taxas de remuneração do

capital não se recuperaram, efetivamente, desde pelo menos adécada de 1970, o que resta dos trabalhadores para serexplorado? Qual o limite da reestruturação capitalista?

Para Leonardo, não há saída para as crises no capitalismo;há saída do capitalismo.

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10 de maio: dia de luta em defesa daDemocracia e da Universidade Pública!

m apoio ao dia nacional de luta emdefesa da Democracia os campi da

Baixada Santista e Osasco da UniversidadeFederal de São Paulo – Unifesp paralisaramsuas atividades e realizaram atos em apoioà luta política, contra o golpe em andamentono país e em defesa da UniversidadePública.

Na Baixada Santista, com aparticipação dos docentes, técnicos emeducação e estudantes dos cursos deserviço social, psicologia, educação física e terapiaocupacional, além de representantes do Sindicato dosPrevidenciários de Santos eda Associação dos Docentesda Unifesp (Adunifesp)foram realizadas atividadesque mesclaramapresentações culturais edebates sobre a conjunturapolítica.

O principal objetivo doato foi a mobilização docampus contra o golpe deestado em curso no país que ameaça a consolidaçãodemocrática e também o futuro da universidade pública. Sobrea ameaça direta à universidade foi discutido o PLP257/16 queprevê a completa precarização das condições de trabalho dosservidores públicos, exigindo uma mobilização permanente da

categoria.

Em Osasco foram duas atividades,no período da tarde entre as 14h as15h no período da noite entre 19h e20h, com paralisação parcial dasaulas, reunindo cerca de 200 pessoase evolvimento das três categorias,docentes, estudantes e técnicosadministrativos em educação. Os atoscontaram também com a presença derepresentantes da Associação dosDocentes (Adunifesp), do centroacadêmico estudantil, representantes

da Frente Brasil Popular de Osascoe de movimentos sociaislocais.

Além dos debatese discussões sobre aatual conjuntura políticae das ameaças àuniversidade públicarealizados nessaoportunidade acomunidade acadêmicado campus Osasco

organizou um comitê de mobilização permanente que se reunisemanalmente para continuidade às atividades demobilização e luta em defesa dauniversidade.

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Carreira Docente: precarizada edesestruturada

os dias 28 e 29 de maio de 2016, a Adunifesporganizou uma rodada multicampi dediscussões sobre a carreira docente, atividades

qualificadas pela presença do Prof. Amauri Fragoso –docente da Universidade Federal de Campina Grande etesoureiro do Andes­SN. As atividades tiveram comoprincipais objetivosavaliar criticamente oplano atual de carreiradocente, entender qual éa proposta defendidapelo sindicato nacional ediscutir as possíveisinflexões a partir deprojetos de lei quetramitam no Legislativo eque ameaçam aindamais as condições detrabalho da categoriacomo, por exemplo, o PLC 257/2016.

Em sua exposição, denominada “Carreira Docente ePrecarização”, Amauri de início relacionando o processode precarização da carreira com aspectos estruturais daorganização macroeconômica mundial e brasileira. Emsuas considerações, a reestruturação capitalista na ordemmundial exige a flexibilização e a precarização do trabalhopara garantir a continuidade da máxima valorização docapital, nesses termos os Estado e governos seguemuma estratégia patronal de modificação dos regimes detrabalho e necessariamente de sua remuneração.

A precarização do trabalho, segundo Amauri, deveser entendida de maneira mais detalhada a partir de seispontos: 1) Vulnerabilidade das formas de inserção eampliação das desigualdades sociais; 2) Intensificaçãodo trabalho e ampliação da terceirização; 3) Insegurançae problemas de saúde no trabalho; 4) Perda dasidentidades individual e coletiva; 5) Fragilização dasorganizações dos trabalhadores; 6) A condenação edescarte dos direitos trabalhistas.

Todos esses pontos em alguma medida já podemser observados no cotidiano dos trabalhadores ou então

nas políticas dos governos. No Brasil, foram significativasas recentes medidas de precarização do trabalho, asalterações no regime de previdência ampliando o tempode serviço que, ao mesmo tempo, configura suaintensificação e descarta direitos trabalhistas; a mudançaconstitucional que ampliou o modo de contratação para aatividade fim aprofundou essa lógica, intensificando aexploração da força de trabalho sob regimes maisflexíveis, menos direitos, mais horas trabalhadas, semestabilidade ou carreira; os obstáculos criados para oacesso ao seguro desemprego, aumentandosignificativamente a vulnerabilidade de inserção oureinserção do trabalhador no mercado, que sem renda deapoio junta­se ao exército de reserva de mão­de­obraobrigado a aceitar condições ainda piores. Sãonumerosos os recentes ataques aos direitos dostrabalhadores com o objetivo de precarizar o trabalho eremunerar ainda mais o capital.

No que diz respeito aos trabalhadores da categoriadocente, mais especificamente os docentes dasInstituições Federais de Ensino Superior (IFES) aprecarização do trabalho assume a forma de ataque aoplano de carreira. Desde a década de 1990 o plano decarreira docente passou a ser desestruturado: em 1992

com a criação daGratificação de AtividadeExecutiva – GAE pela Leinº 13/1992 e em 1998com a criação daGratificação de Estímuloà Docência – GED pelaLei 9678. Essas duasmedidas abrem ocaminho para a liquidaçãodas conquistas históricasda categoria em termosde carreira, uma vez que

dividem o valor recebido pelos docentes em duas distintasqualificações: o que hoje conhecemos por vencimentobásico criando as gratificações (que hoje assumem aforma da “retribuição por titulação”).

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Os direitos adquiridos em termos de aumentos eajustes salariais passaram a ser diminuídossignificativamente já em 2006 e 2008, sem grandesproblemas legais, pois foram alterados os valores degratificação, com a aparente manutenção ou até mesmoaumento dos vencimentos básicos. Essa divisãoprejudicou até mesmo um eventual movimento contrário,uma vez que com a conquista de reajuste salarial, estepassou a incidir, legalmente, apenas sobre o vencimentobásico, proporcionalmente muito menor que asgratificações. Está na década de 1990 a origem daRetribuição por Titulação – RT, que atualmente representamais de 50% dos salários dos docentes. Entretanto,podemos ainda nos perguntar, qual é o grande problemados vencimentos serem discriminados e qualificados deforma distinta? E a resposta, considerando as ameaças àcarreira docente, pode seguir por dois caminhos: numacarreira que possui uma relação problemática entretitulação, regime de trabalho e vencimentos, essadiscriminação aprofunda sua desestruturação, comoveremos em detalhes adiante.

E principalmente se a ameaça avança sobre os

direitos adquiridos em termos de salário, alteram­se osvalores a serem recebidos pelos docentes semnecessariamente alterar os “vencimentos”. Essa estratégiafica evidente quando são analisados os ataques nohorizonte do PLP 257/16, que se aprovado suspende osbenefícios dos servidores, ou seja, os docentes perderiama parte de seu contra­cheque referente a RT, atingindonuma medida só cerca de 50% do salário, sem “mexer”nos vencimentos básicos.

Esse fundamental ponto de inflexão écomplementado e a desestruturação aprofundada por umasérie de anomias e distorções no plano de carreiraaprovado em 2012: a variação nos steps, a diferença deremuneração na passagem entre níveis de carreira e adiferença entre RT e VB considerando os distintos regimesde trabalho e posição na carreira, ao não seguiremnenhuma lógica ou critérios formais, não valorizam ouincentivam a progressão e/ou promoção, pelo contrário,criam obstáculos, ausência de incentivo para dedicaçãoexclusiva e maior instabilidade. Vejamos nos detalhes edados apresentados pelo Prof. Amauri:

CCoomm rreellaaççããoo aa vvaarriiaaççããoo nnooss sstteeppss::

GGRRÁÁFFIICCOO 0011

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Os steps são as variações de aumento salarial entre os níveis de carreira. Numa carreira estruturada eles teriam sempreo mesmo valor, enquanto a isonomia entre os steps garantiria ao docente estabilidade e previsão sólida de ganhos futuros –essa é inclusive a proposta do ANDES­SN, uma variação fixa de 5% como aponta o gráfico 01. Entretanto, com o plano decarreira vigente, com as alterações de 2012, a variação não é nada regular e não segue nenhum critério de incentivo aodocente – como pode ser visto no gráfico 01 –, porcentagens tanto no regime de dedicação exclusiva, quanto de 20 ou 40horas, maiores nos intervalos entre o nível 2 e 3, menores entre 1 e 2 ou mesmo 3 e 4, enfim, sem seguir nenhum padrãológico.Entretanto, a ausência de isonomia nos steps esconde uma anomia fundamental: a gritante diferença entre o step deprogressão do nível 8 para o 9, ou seja, de professor adjunto para professor associado. Essa variação esconde uma política decontenção de gastos disfarçada de incentivo para progressão de adjunto para associado. A grande maioria dos docentes, sejamativos ou aposentados, está concentrada na condição de adjuntos – como ilustram os gráficos 02 e 03 –, dada a grandedificuldade de progressão para associado pois envolve a participação em pesquisa e nem todas as universidades oudepartamento possuem programas de mestrado e doutorado aprovados, o que é ainda mais improvável dada a crise definanciamento nas universidades públicas, em especial aquelas ainda não consolidadas durante a expansão havida com aimplementação do programa REUNI. Portanto, do ponto de vista dos steps, premiam­se os associados, em detrimento dosdemais níveis principalmente dos adjuntos, ou seja, remunera­se o nível com poucos professores em detrimento do nível quepossui muitos. Há uma anomia correspondente à relação entre steps e níveis de carreira.

GGRRÁÁFFIICCOO 0022

GGRRÁÁFFIICCOO 0033

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CCoomm rreellaaççããoo aa rreettrriibbuuiiççããoo ppoorr ttiittuullaaççããoo::

Quando se analisa a variação do percentual de

Retribuição por Titulação em relação ao Vencimento

Básico, como se pode observar nos gráficos 04 e 05, a

gratificação por titulação de doutor segue a mesma

distorção dos steps, remunera menos os níveis

correspondentes aos adjuntos, que concentra 47% de

todos os docentes das IFES. Mais uma vez o plano de

carreira estabelecido em 2012, com relação à

gratificação por titulação principalmente de doutor, não

segue nenhum padrão lógico, quebrando a isonomia,

premiando a minoria de titulares, auxiliares e assistentes

em detrimento da grande maioria de adjuntos. Nas

palavras de Amauri, do ponto de vista do orçamento

geral, essa anomia é uma estratégia matemática muito

bem articulada, ao mesmo tempo nefasta, pois

remunera os docentes com um montante muito inferior

quando comparado aos anos anteriores, premiando uma

minoria e onerando a maioria, no caso os adjuntos.

GGRRÁÁFFIICCOO 0044

GGRRÁÁFFIICCOO 0055

CCoomm rreellaaççããoo aaooss rreeggiimmeess ddee ttrraabbaallhhoo::As distorções seguem pela remuneração dos distintos regimes de trabalho, onde mais uma vez não há nenhum fator

constante, não se respeita a relação entre 20h e 40h, do dobro de horas de dedicação em termos de remuneração comopodemos verificar no gráfico 06, muito menos a relação entre os demais regimes e a dedicação exclusiva (DE):

Considerando uma jornada de 100h para umadedicação de 20h semanais e de 200h para dedicação de40h e 40hDE, as distorções na carreira vigente acabampremiando o regime de 20h, pois nesse exercício decalcular uma estimativa do custo de uma hora de trabalhoem cada regime, as horas mais bem pagas são as doregime de 20h – gráfico 06. Entre todos os níveis de carreiraa remuneração por hora da dedicação 40h varia entre R$15,00 a R$ 20,00 e a da dedicação 20h entre R$ 20,00 a R$27,50, muito próxima da variação do regime de dedicaçãoexclusiva, entre R$ 20,00 e R$ 30,00. Portanto aquele quepossui regime de dedicação exclusiva, ganha por hora detrabalho uma quantia muito próxima de quem tem regime de20h, se levarmos em consideração que sua avassaladoramaioria se inscreve na condição de professor adjunto; trata­se de quase o dobro daqueles que têm regime de 40h. Oincentivo portanto está concentrado no regime de 20h,flexibilizando e intensificando o trabalho, ao invés deestabelecer na DE uma remuneração dignacapaz degarantir melhores e estáveis condições ao docente,privilegiando aqueles que sem dedicação exclusiva podembuscar outro emprego a fim de compor renda. A distorção edesestruturação com relação aos regimes de trabalho ficamainda mais evidentes quando temos os dados cruzados comas gratificações por titulação.

Como podemos ver a partir do gráfico 07, há uma

relação indevida entre titulação e regime de trabalho e umadiferença de remuneração entre mestre/doutor emdedicação de 20h, para mestre/doutor em dedicação de 40he mestre doutor em dedicação exclusiva. A gratificação portitulação para mestres e doutores em regime de 20h ésignificativamente maior do que os demais regimes, aliás oque remunera menos pela gratificação é o regime dededicação exclusiva. Mais uma vez incentiva­se o regimede 20h, com a desqualificação do título de mestre e doutor,agora diretamente associado ao regime de trabalho. podembuscar outro emprego a fim de compor renda.

A distorção e desestruturação com relação aosregimes de trabalho ficam ainda mais evidentes quandotemos os dados cruzados com as gratificações portitulação. Como podemos ver a partir do gráfico 07, há umarelação indevida entre titulação e regime de trabalho e umadiferença de remuneração entre mestre/doutor emdedicação de 20h, para mestre/doutor em dedicação de 40he mestre doutor em dedicação exclusiva. A gratificação portitulação para mestres e doutores em regime de 20h ésignificativamente maior do que os demais regimes, aliás oque remunera menos pela gratificação é o regime dededicação exclusiva. Mais uma vez incentiva­se o regimede 20h, com a desqualificação do título de mestre e doutor,agora diretamente associado ao regime de trabalho.

GGRRÁÁFFIICCOO 0066 GGRRÁÁFFIICCOO 0077

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RReessuullttaaddooss ddaass ddiissttoorrççõõeess::

Podemos ver claramente nas tabelas abaixo o resultado da desestruturação da carreira docente. A partir da perspectivade regime de trabalho há um achatamento horizontal e vertical da carreira:

A tabela do achatamento horizontal dos vencimentos é construída sobre o pressuposto de que um regime de 40h deveriaremunerar o dobro de um regime de 20h e o regime de dedicação exclusiva, 55% a mais do que o regime de 40h.Considerando o exemplo em destaque, professor adjunto I, classe que concentra a grande maioria dos docentes, aremuneração atual do regime de 20h é de R$ 2.347,75, enquanto a remuneração do regime de 40h é de R$ 3.277,97. Se oregime de trabalho é o dobro de horas semanais, não deveria ser remunerado em dobro? Não é o que acontece, a diferençanesse caso chega a 43%, se pensarmos que o salário do professor adjunto I com regime de 40h deveria ser R$ 4.695,50,. E oprofessor de mesma classe e nível com DE recebe R$ 4.954,56 quando deveria receber R$ 7.278,03 como incentivo àexclusividade. O novo plano de carreira, imposto em 2012, esconde atrás desses quadrados e células das tabelas umaachatamento da remuneração em relação aos regimes de trabalho: remunera­se muito próximo os regimes distintos,escondendo­se uma diferença média de 40% de perda entre os regimes de 20h e 40h e um percentual ainda maior entreregimes de 40h e DE.

TTAABBEELLAA 0011:: AACCHHAATTAAMMEENNTTOO HHOORRIIZZOONNTTAALL DDOOSS VVEENNCCIIMMEENNTTOOSS

BBÁÁSSIICCOOSS DDOOSS DDOOCCEENNTTEESS

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As tabelas de remuneração propostas e implementadas pelo governo em 2012 ainda escondem um achatamento vertical,considerando a ausência de isonomia entre os steps. A perda é gradual quando analisamos as colunas em destaque.Aproxima­se o último nível de carreira ao primeiro, ao invés de manter uma regularidade no aumento salarial.

Tendo em vista todas essas distorções e anomias que acabam por desestruturar completamente a carreira docente, oANDES ­SN formula a seguinte proposta:

1) Quantidade de níveis = 13 níveis.

2) Interstício para ascensão = 2 anos.

3) Critérios internos para ascensão = Média de140 pontos. Obrigatoriedade de ministrar 8horas aula por semana e atuar em pesquisa ouextensão.

4) Qualificação é critério para ascender maisrápido na carreira.

5) Chegar ao nível 13 é uma consequência dacarreira. Todos poderiam atingi­la.

6) Tempo máximo para chegar ao topo dacarreira 24 anos.

7) Salário base estabelecido pelo índice doDIEESE para o cargo do T­20, dobrando para o T­40 e acrescentando 50% para o DE.

8) Diferença máxima entre quem entra noprimeiro nível e quem sai no último nível de 3 a 3vezes e meia.

9) Única linha no contracheque e paridade entreativos e aposentados.

TTAABBEELLAA 0022:: AACCHHAATTAAMMEENNTTOO VVEERRTTIICCAALL

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As propostas do sindicato nacional barrariam a desestruturação da carreira; essa é a mesma proposta das mobilizaçõesde 2012 e de 2015, sem nenhuma correspondência com a proposta implementada pelo governo. Infelizmente o quadro atual éainda mais preocupante uma vez que o PLC 257/16 aprofunda a precarização do trabalho docente, com as seguintesmedidas:

Frente ao brutal histórico de perdas de direitos, o quadro atual é o de intensificação dos

ataques aos servidores públicos em todos os níveis, ao passo do desmonte da universidade

pública e do comprometimento de suas funções mais primais.

Por isso, a única solução é a mobilização e, para tal, é imprescindível organizarmos a luta

pela base, comparecendo nas assembleias e atos chamados pela Adunifesp­SSind e

fortalecendo nosso sindicato nacional, o ANDES­SN!

Privatizações

Congelamento salarial

Suspensão de concursos

Demissão de servidores

Imposição de previdência complementar

Elevação da contribuição previdenciária (11% para 14%)

Limitação de progressões funcionais

Redução de indenizações

Suspensão da política de aumento real do salário mínimo

Fim da licença prêmio

Fim da licença sabática

Fim dos quinquênios

Suspensão das progressões, promoções e as vantagens de natureza transitória(como, por exemplo, gratificações)

Suspensão da contratação de pessoal e da criação de cargos, empregos efunções

O impedimento de mudanças nas carreiras dos servidores

Congelamento das despesas de custeio

Instituição de “programas de desligamento voluntário e licença incentivada deservidores e empregados”

PPLLPP 225577//1166

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17

Expediente

EEmm lluuttaa:: AAggeennddaa

JJuunnhhoo 22001166

17 AudiênciaPublica: paridade

Horário: 19hLocal: Anf. Jandira Masur (R.Botucatu, 862 ­ campus SP

AAdduunniiffeessppSSSSiinndd.. –– AAssssoocciiaaççããoo ddooss DDoocceenntteess ddaa UUnniivveerrssiiddaaddee FFeeddeerraall ddee SSããoo PPaauulloo ––GGeessttããoo 22001155//22001177::

RRooddrriiggoo MMeeddiinnaa ZZaaggnnii –– PPrreessiiddeennttee;; CCaarrllooss AAbbeerrttoo BBeelllloo ee SSiillvvaa –– VViiccee­­pprreessiiddeennttee;; DDaanniieell FFeellddmmaannnn –– SSeeccrreettáárriiooGGeerraall;; VViirrggíínniiaa JJuunnqquueeiirraa –– TTeessoouurreeiirraa GGeerraall;; FFáábbiioo BBaarrrroossoo –– DDiirreettoorr ddee PPoollííttiiccaa UUnniivveerrssiittáárriiaa;; MMaarriiaa GGrraacciieellaa GGoonnzzáálleezzPPéérreezz ddee MMoorreellll –– DDiirreettoorraa ddee RReellaaççõõeess SSiinnddiiccaaiiss,, JJuurrííddiiccaass ee DDeeffeessaa PPrrooffiissssiioonnaall;; RReennaattaa CCrriissttiinnaa GGoonnççaallvveess ddoossSSaannttooss –– DDiirreettoorraa ddee PPoollííttiiccaa SSóócciiooCCuullttuurraall;; CCllááuuddiiaa MMaarriiaa FFrraannççaa MMaazzzzeeii NNoogguueeiirraa –– DDiirreettoorraa CCaammppuuss BBaaiixxaaddaaSSaannttiissttaa;; AAllbbeerrttoo HHaannddffaass –– DDiirreettoorr CCaammppuuss OOssaassccoo..

EEnnddeerreeççoo:: RRuuaa NNaappoolleeããoo ddee BBaarrrrooss,, nnoo 884411,, VViillaa CClleemmeennttiinnoo,, SSããoo PPaauullooSSPP CCEEPP 0044002244000022

PPáággiinnaa:: wwwwww..aadduunniiffeesspp..oorrgg..bbrr FFaacceebbooookk:: AAdduunniiffeesspp SSSSiinndd

BBoolleettiimm AAdduunniiffeesspp ­­ JJoorrnnaalliissttaa rreessppoonnssáávveell// PPrroojjeettoo ggrrááffiiccoo // DDiiaaggrraammaaççããoo:: RRaaffaaeell FFrreeiittaass

Nota sobre a ação coletiva de auxílio transporte aos docentes da Unifespeunidos em Assembleia os docentes encaminharam oajuizamento da ação referente ao vale transporte paracategoria. A Assessoria Jurídica da Adunifesp

atualmente prepara a ação e vem esclarecer quanto às dúvidasrelativas ao objeto desta ação. Embora todos os servidores civisfederais façam jus ao auxílio­transporte, nos moldes do Decreto2.880/98, nem todos se beneficiariam da sua percepção. Prevê oartigo 2º deste decreto:

“Art. 2º O valor do Auxílio­Transporte resultará dacorrespondência estabelecida entre o valor diário total dadespesa realizada com transporte coletivo e o idêntico ou, na suaausência, o imediatamente superior encontrado em tabela doAuxílio­Transporte, escalonada a partir de R$ 1,00 (um real) emintervalos progressivos de R$ 0,20 (vinte centavos), multiplicadapor vinte e dois dias, observado o desconto de seis por cento do:I ­ vencimento do cargo efetivo ou emprego ocupado peloservidor ou empregado, ainda que ocupante de cargo emcomissão ou de natureza especial;II ­ vencimento do cargo em comissão ou de natureza especial,quando se tratar, de servidor ou empregado que não ocupe cargoefetivo ou emprego.(...)”

Desta forma, no cálculo do auxílio­transporte, é deduzidodo valor a ser pago o percentual de 6% sobre os diastrabalhados, cabendo, portanto, verificar se o valor gasto comtransporte supera estes 6%. Somente neste caso é que haverávantagem econômica decorrente da realização deste direito.

Na ação, em vias de ser ajuizada, a tese jurídica defendeque a base de cálculo tomada como adequada ao cálculo devaser o vencimento básico. Entretanto, há jurisprudência tantoneste sentido quanto no sentido de que a base de cálculo a sertomada é o vencimento básico + retribuição por titulação +demais verbas salariais, como adicionais por tempo de serviço ede insalubridade.

Neste caso, a título de exemplo: Docente Adjunto 2,Dedicação Exclusiva com Doutorado, (Venc Básico R$ 5.004,11)tem­se o cálculo:

(R$ 5.004,11 / 30) x 22 = R$ 3.669,686% de 22 dias trabalhados correspondem a R$ 220,18

R Valor do auxílio transporte: se o total gasto na ida e volta por transporte público x22 dias for menor que o valor acima, não haveria auxílio a receber. Só haverá percepçãodo benefício, no exemplo dado, se, após o valor que a lei determina seja retido, houveralguma diferença. Por isso a solicitação de que cada um dos professores apresentasse orequerimento e fizesse esse cálculo, pois como visto, os valores variarão, conforme ocaso. Destaque para o fato de que a ação a ser ajuizada é uma ação coletiva, a alcançartodos os docentes e, se julgada procedente, somente na fase de execução da ação é quese analisariam os requerimentos e os valores eventualmente a receber. Finalmente, valelembrar que a ação coletiva a ser ajuizada pela entidade seria para:

1 – reconhecimento e determinação de que os professores recebam o auxílio e que a basede cálculo do auxílio seja relativa ao vencimento básico dos professores, não osvencimentos totais dos docentes; 2 ­ receber o retroativo dos últimos 5 anos.