boletim adunifesp #02 - gestão 2015 /17 (novembro 2015)

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Boletim Adunifesp Boletim Adunifesp #02 (Gestão 2015/17) 09 de novembro de 2015 São PauloSP www.adunifesp.org.br Adunifesp SSind f f Conquista para Carreira Docente na Unifesp: Retroatividade da concessão do aumento salarial na progressão ou promoção é acordada entre Adunifesp-Ssind, Reitoria e Pró-Reitoria de Gestão com Pessoas nova diretoria da AdunifespSSind tomou posse em agosto de 2015 e já iniciou seu trabalho de defesa da categoria docente pautando junto a Reitoria da Unifesp a retroatividade da concessão do aumento salarial na progressão ou promoção na carreira docente – pauta levantada pela diretoria anterior e ainda em aberto desde a aprovação das novas resoluções internas que orientam a evolução na carreira docente. Nesse sentido a AdunifesspSsind anuncia que esta pauta foi conquistada pela categoria docente da Unifesp. Haverá, com o compromisso da Reitoria e da PróReitoria de Gestão com Pessoas, a retroatividade da concessão do aumento salarial, por conta de progressão ou promoção, à data da requisição, desde que nesta data o docente esteja há pelo dois anos na fase anterior da carreira. Apesar deste ponto específico ainda não estar presente na resolução, o compromisso firmado entre AdunifespSsind, Reitoria e Pró Reitoria de Gestão com Pessoas é que a retroatividade seja objeto de resolução institucionalizando a situação que já está sendo praticada, ou seja, já é uma medida válida,m garantindo mais justiça e dignidade ao processo de evolução na carreira do docente que obterá o reajuste salarial na data imediata de sua requisição. Outra importante atuação da Adunifesp Ssind, ainda dentro da pauta geral da carreira docente que merece atenção e acompanhamento da categoria, é a proposta de uma resolução da instituição quanto aos docentes admitidos na Unifesp que, quando já forem docentes de outra IFE, sejam reposicionados na classe e no nível a que pertenciam na instituição anterior, com os efeitos funcionais e financeiros do reposicionamento sendo contados a partir da data de admissão na Unifesp, como já é prática de outras IFEs. Pauta ainda aberta a discussões, mas que já está sendo considerada em sua dimensão jurídica pela assessoria da AdunifespSsind e que em breve deve ser apresentada como proposta à Reitoria. A

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Boletim Adunifesp-SSind #02, gestão 2015-2017, publicado em 09 de novembro de 2015 Jornalista responsável: Rafael Freitas Projeto gráfico e diagramação: Rafael Freitas

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Boletim AdunifespBoletim Adunifesp #02 (Gestão 2015/17) ­ 09 de novembro de 2015 ­ São Paulo­SP

www.adunifesp.org.br Adunifesp SSindff

Conquista para Carreira Docente na Unifesp:Retroatividade da concessão do aumento

salarial na progressão ou promoção é acordadaentre Adunifesp-Ssind, Reitoria e Pró-Reitoria

de Gestão com Pessoas

nova diretoria da Adunifesp­SSindtomou posse em agosto de 2015 e jáiniciou seu trabalho de defesa da

categoria docente pautando junto a Reitoria daUnifesp a retroatividade da concessão doaumento salarial na progressão ou promoçãona carreira docente – pauta levantada peladiretoria anterior e ainda em aberto desde aaprovação das novas resoluções internas queorientam a evolução na carreira docente.

Nesse sentido a Adunifessp­Ssind anunciaque esta pauta já foi conquistada pelacategoria docente da Unifesp. Haverá, com ocompromisso da Reitoria e da Pró­Reitoria deGestão com Pessoas, a retroatividade daconcessão do aumento salarial, por conta deprogressão ou promoção, à data da requisição,desde que nesta data o docente esteja há pelodois anos na fase anterior da carreira.

Apesar deste ponto específico ainda nãoestar presente na resolução, o compromissofirmado entre Adunifesp­Ssind, Reitoria e Pró­Reitoria de Gestão com Pessoas é que a

retroatividade seja objeto de resoluçãoinstitucionalizando a situação que já está sendopraticada, ou seja, já é uma medida válida,mgarantindo mais justiça e dignidade aoprocesso de evolução na carreira do docenteque obterá o reajuste salarial na data imediatade sua requisição.

Outra importante atuação da Adunifesp­Ssind, ainda dentro da pauta geral da carreiradocente que merece atenção eacompanhamento da categoria, é a proposta deuma resolução da instituição quanto aosdocentes admitidos na Unifesp que, quando jáforem docentes de outra IFE, sejamreposicionados na classe e no nível a quepertenciam na instituição anterior, com osefeitos funcionais e financeiros doreposicionamento sendo contados a partir dadata de admissão na Unifesp, como já é práticade outras IFEs. Pauta ainda aberta adiscussões, mas que já está sendo consideradaem sua dimensão jurídica pela assessoria daAdunifesp­Ssind e que em breve deve serapresentada como proposta à Reitoria.

A

EEddiittoorriiaall ddaa DDiirreettoorriiaa

2

ara que universidade pública egratuita? A resposta a esta pergunta

pode ser óbvia para a maioria de nósprofessores que nos dedicamos dia a dia aoensino, à pesquisa e à extensão e sabemosdo papel insubstituível que tais instituiçõestem na produção de conhecimento, reflexão,serviços, valores e ideias para o conjunto dasociedade brasileira.

Infelizmente, esta não parece ser a visãode nossos governantes, como também deboa parte da mídia e de certos segmentosprivatistas da sociedade. Os professores etécnicos universitários – assim como boaparte do funcionalismo federal – saem deuma longa e justa greve em situação materialpior do que entraram, como poderá ser vistoem detalhe em matéria deste boletim. Juntocom a precarização de nossos salários, estáem curso um processo nítido de deterioraçãodas condições de trabalho e da estruturamaterial das IFES.

Nós, que trabalhamos nas IFES – maisuma vez aqui juntamente com o conjunto dofuncionalismo – passamos a sercaricaturados como “lenientes” e chegamosmesmo a sermos responsabilizados de formaabsurda pela situação fiscal do EstadoBrasileiro. Crescem as vozes que queremacabar com a estabilidade do emprego nasIFES, ao mesmo tempo em que se buscaregulamentar cursos pagos como forma

“alternativa” de financiamento do ensinosuperior público (ver matéria). Com isto,tenta­se ocultar os verdadeiros problemasdas finanças públicas como a carga de jurosestratosférica da dívida pública, a sonegaçãode impostos por parte de grandes empresase a nossa estrutura tributária concentradorade renda herdada da ditadura militar.

Nestas condições, a diretoria daAdunifesp acredita que a mobilização não éuma mera escolha mas sim um pressupostonão apenas para a manutenção de nossosdireitos como para o futuro da própriaUniversidade Pública e Gratuita, futuro estecada vez mais sob risco. É só a mobilizaçãoe organização que permite nossa categoriater conquistas, como a relatada na matéria decapa deste boletim. É por isto, também, queestamos organizando para breve umaaudiência pública junto à Reitoria, em queesta última apresentará os efeitos dos cortesde verbas recentes na Unifesp, para quepossamos tomar pé das informações eprosseguirmos em nossas lutas.

P

Termina a greve dos docentes nas IFEsmas conjuntura exige mobilização

política permanente

Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES­SN encaminhou no dia 11 de outubro de 2015 asaída unificada da greve nacional para o período

de 13 a 16 de outubro. Após mais de quatro meses (139dias) de greve dos docentes federais a avaliação geral doCNG foi de que a mobilização “foi um importante instrumentopara expor e impedir o avanço da destruição de um dosmaiores patrimônios dasociedade brasileira – AsInstituições Federais deEnsino (IFEs) (Comunicadonº46)”.

Entretanto, efetivamente, emtermos dos direitos dosprofessores e das condiçõesmateriais das IFEs, saímos dagreve pior do que entramos –os reajustes propostos nãorepõem nem mesmo a inflaçãodo período, os cortesorçamentários foram mantidose ampliada a precarização dascondições de trabalho dos servidores federais em plenagreve com o lançamento do “pacotaço” de ajuste fiscal.Todavia, a greve se justifica posto que sem ela é provávelque estaríamos em situação ainda pior. Numa avaliação maisdetalhada, considerando a conjuntura nacional e asespecificidades do movimento dos docentes federais, o CNGformulou as seguintes reflexões:

2 ­ Movimento dos docentes federais: uma grevenecessária

O

3

CCoonntteexxttoo NNaacciioonnaall

No contexto nacional, no âmbito específico da educação,particularmente de nível superior, para além dos cortes noorçamento das IFE o governo avança nas medidasprivatizantes. Assim, ao mesmo tempo em que o governoreduziu cerca de R$ 12 bilhões da educação pública, emcortes e contingenciamento, destinou, em 2015, mais deR$ 17 bilhões para o FIES, evidenciando que o lema“Pátria Educadora” sustenta­se na ampliação da

1 ­ Conjuntura: avanço do capital sobre a educação edemais direitos sociais

Iniciada no dia 28 de maio de2015, a greve aconteceu emum ambiente acadêmico emque as consequências nefastasda precarização em várias IFEassumiram maior visibilidade:obras inacabadas, turmas comdisciplinas sem docente,ausência de salas de aula esalas de trabalho para osdocentes, de bibliotecas elaboratórios. Esse movimentodesenvolveu­se a partir datotal ausência de resposta dogoverno federal à pauta

aprovada pela categoria a partir de 5pontos centrais: defesa do caráter público da educação,condições de trabalho, garantia da autonomiauniversitária, restruturação da carreira e valorizaçãosalarial de ativos e aposentados.

Ao longo desses quatro meses de greve nacional, aadesão de 50 instituições federais demonstrou acapacidade de mobilização da categoria. Mesmo dianteda unidade e mobilização construída, a resposta doMinistério do Planejamento, Orçamento e Gestão, pormeio da Secretaria de Relações do Trabalho(SRT/MPOG) foi a apresentação da proposta de confiscodos salários, legitimando perdas passadas e futuras,com o índice de 21,3% parcelado em quatro anos, 2016a 2019, propondo, também, a revisão dos benefícios, deacordo com a inflação acumulada no período de 2010 a2015 (auxílio alimentação, saúde e creche). A respostado Fórum, em relação ao índice salarial foi a rejeiçãounânime de tal proposta.

privatização da educação, com substancialfinanciamento público para o setor privado.

Fonte: Matéria realizada a partir do Comunicado nº46 do CNG ANDES­SN. Confira na íntegra do Comunicado 46 do CNG.

4

O “pacotaço” anunciado em setembro pelos ministros daFazenda e Planejamento impactou diretamente na pautada Campanha Salarial Unificada dos SPF. Isso implicouno aprofundamento dos ataques ao serviço público, como rebaixamento da proposta anteriormente apresentadapelo governo, ampliando o confisco do salário dos SPF,passando o famigerado “reajuste” de 5,5% de janeiropara agosto de 2016, e precarizando ainda mais osserviços públicos, com a suspensão de concursos e ofim do abono permanência.

tal posicionamento confirma a disposição dos docentesem continuar lutando contra o avanço da precarizaçãodo trabalho docente, da desestruturação da carreira, daprivatização e mercantilização das atividadesacadêmicas.

O ANDES­SN, enquanto um sindicato de base, por meiodo seu CNG, encaminhou para apreciação das SeçõesSindicais a proposta do MPOG. A maioria absoluta abase da categoria, nas assembleias realizadas entre 6 e8/10/2015, rejeitou a proposta do governo. Dessa forma,não há possibilidade de aceitar uma proposta rebaixada,que não cobre nem a inflação de 2015, que no mês desetembro, segundo dados do IBGE, já alcançou a marcade 7,6% e continua em um crescente, havendo oprognóstico que alcançará 9,5% em dezembro desteano.

Encerra­se a greve, mas não a luta. Os ataques emcurso contra os direitos sociais serão intensificados eexigirão articulação dos docentes federais com demaisSPF, conjunto dos trabalhadores e estudantes, medianteações unitárias de resistência e luta. A organizaçãodocente deve continuar apontando rumos que indiquema possibilidade de manutenção e ampliação de direitos,a defesa da educação pública e a construção de umasociedade que respeite e dignifique o ser humano.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC)139/2015, que acaba com o abono­permanência dosservidores públicos, está no Congresso Nacionaldesde 23 de setembro. A PEC, que faz parte dopacote de arrocho do governo federal para cortarinvestimentos sociais e conseguir gerar superávitprimário, agora será analisada pela Comissão deConstituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O abono­permanência foi instituído pela EmendaConstitucional 41/2003, e é um bônus concedido aosservidores que optam por continuar trabalhandoapós atingir todas as condições para aaposentadoria, evitando a diminuição dos quadrosde trabalhadores. O abono corresponde ao valor dacontribuição previdenciária mensal do servidor queo requerer, desde que tenha cumprido os requisitospara aposentadoria e opte em permanecer ematividade. Na forma do texto proposto, o servidornão precisa ter mais dúvidas: a PEC nº 139/2015,extingue totalmente o abono de permanência. Nãosó para o futuro, mas também para todos osservidores que já vêm percebendo tal direito. Todosdeixarão de recebê­lo.

3 ­ Saída unificada da greve nacional: manter aunidade da categoria docente e a mobilização emdefesa da educação pública e gratuita

Com a convicção da necessidade de preservar e ampliaressa capacidade de resistência e luta acumuladadurante a greve nacional, a ampla maioria das 39Seções Sindicais em greve, aprovou a saída unificadado movimento paredista. A disposição de luta dacategoria, mesmo com o fim da greve, é evidenciadacom a negação, também pelas assembleias de bases,da assinatura de Acordo nos termos propostos pelogoverno. Para além da rejeição do confisco dos salários,

“A saída unificada da greve foi aprovada nasassembleias, e ela não significa abrir mão da luta.Ao contrário, nós não chegamos a um acordo, asassembleias rejeitaram a proposta do governo de

reajuste por dois anos, abaixo da inflação.Continuamos cobrando negociação com o

governo e ao mesmo tempo buscando manter aunidade com os SPF na luta contra as medidasque o governo vem tomando contra o serviço

público (Paulo Rizzo, presidente do ANDES­SN)”

A greve nacional dos decentes foi encerrada após maisde quatro meses mas a conjuntura nacional, comrecorrentes ataques à universidade pública, e a posturainflexível do governo exige a continuidade damobilização política da categoria assim como o maiordiálogo entre as categorias e a classe trabalhadoracomo um todo.

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Cursos pagos nas Universidades Públicas já são umarealidade mas agora devem ser legitimados por

Emenda Constitucional“O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite de 21 de outubro de 2015, em primeiro turno, o texto­base da

Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 395/14, que põe fim ao princípio constitucional da gratuidade dasatividades de cursos de especialização oferecidas pelas universidades públicas”

ais um passo foi dado rumo ao desmonte da universidade pública e

gratuita, abrindo espaço para o avanço privatista na educação. A

Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa a Proposta de

Emenda Constitucional (PEC) 395/2014 aprovou em 24 de setembro de 2015,

por unanimidade, a proposta que altera a redação do inciso IV do artigo 206 da

Constituição Federal sobre os princípios do ensino, que garante "gratuidade do

ensino público em estabelecimentos oficiais”. O texto aprovado é o substitutivo

do relator, deputado Cleber Verde (PRB­MA), à proposta de autoria do

deputado Alex Canziani (PTB­PR). De acordo com a

proposta, as universidades poderão cobrar taxas e

mensalidades de cursos pagos de extensão, pós­

graduação latu sensu e mestrados profissionais. E na

noite de 21 de outubro de 2015, o Plenário da Câmara

dos Deputados aprovou em primeiro turno, o texto­

base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC)

395/14. A proposição foi aprovada por 318 votos a

129.

Ao mesmo tempo que faltam professores, salários são

arrochados, acabam com abono permanência

aprovam essa PEC que abre porta para privatização;

a medida desobriga o Estado a se comprometer com

o financiamento das instituições públicas de ensino,

oferecendo a venda de serviços como uma

alternativa. “Mesmo que as universidades venham

tornar isso como uma alternativa para suprir as suas

necessidades orçamentárias, o montante arrecadado

com esses cursos não conseguirá de forma alguma garantir o pleno

funcionamento das instituições”, Jacob Paiva 1º secretário do ANDES­SN.

Apesar da constituição ainda não ter sido alterada – uma vez que a PEC 395/14

ainda passa pelo segundo turno de votação na Câmara dos Deputados –, do

inciso IV do Artigo 206 ainda estabelecer e garantir a “gratuidade do ensino

público em estabelecimentos oficiais” os cursos de especialização pagos em

universidades públicas não são nenhuma novidade e já se acumulam entre as

brechas legais universitárias.

Sabemos a dificuldade que é conciliar os interesses orientados

para o jogo de mercado e uma legítima preocupação com a

formação dos cursistas. A cobrança de mensalidade

fatalmente criará duas categorias de alunos e duas categorias

de professores nas universidade. Aqueles que pagam e que

passariam a exigir mais direitos e voz na universidade, contra

o resto dos alunos que não pagam. Assim como aqueles

professores de cursos pagos que supostamente trariam

recursos a mais e que assim supostamente estariam

numa outra categoria em relação aos outros

docentes. Sem contar o fato de que se criaria uma

divisão entre cursos e áreas do conhecimento com

maior ou menor potencial mercadológico, etc.

É evidente que mesmo com a constituição garantindo

a gratuidade do ensino, atribuindo ao Estado a

exclusividade de certos serviços, o mercado encontra

suas brechas legais para oferecer seus produtos, são

organizações privadas que possuem estatuto legal

de fundações e se relacionam diretamente com as

universidades públicas. Infelizmente a aprovação da

PEC 395/14 facilitará a continuidade e ampliação dos

cursos pagos, legitimando relações de convênios e

incorporando essas relações já existentes. E

necessariamente dificultará a resistência daqueles

que defendem a universidade pública gratuita, de

qualidade, autônoma – inclusive em relação ao

mercado e financiada com dinheiro público.

M

“A PEC 395 é mais um

instrumento da política

educacional neoliberal para o

ensino superior público

visando à ampliação do

processo de privatização e

mercantilização da educação

e do conhecimento”, explica

Francisco Jacob Paiva da

Silva, 1º Secretário do

ANDES­SN e um dos

coordenadores do Grupo de

Trabalho Política Educacional

(GTPE) do Sindicato Nacional.

Aprovada no dia 24 de setembro pela Comissão Especialda Câmara que examina o conteúdo da proposta, a PECserá encaminhada a mesa e votada em dois turnos peloplenário da Casa, antes de ir ao Senado. Para seraprovada, a PEC deverá obter os votos de três quintos, nomínimo, do número total de deputados federais da Câmaraem cada turno da votação. Ou seja, aprovação de 308 dos513 deputados.

*Matéria realizada com informações do ANDES­SN em “Comissão Especial aprova PEC que acaba com gratuidade em cursos públicos de especialização” (29/09/15) e em “Câmara aprova PEC queacaba com gratuidade em cursos de especialização e extensão” (22/10/15).

CCoonntteexxttoo EEssttaadduuaall

6

Reorganização escolar da Rede Estadual de São

Paulo: mais um ataque a educação básica pública

“Após a maior greve da história dos professores da Rede Estadual de São Paulo denunciando as precáriascondições de trabalho e ensino sem nenhuma negociação por parte do governo do Estado a educação básica

pública recebe mais um ataque com a reorganização escolar”

m setembro de 2015 o secretário da educação do

Estado de São Paulo Herman Voorwald apoiado pelo

governador Geraldo Alckmin anunciou a mudança

que será implementada já no início do ano letivo de 2016. Sem

qualquer consulta aos maiores envolvidos no cotidiano escolar,

professores, funcionários, pais e alunos foram completamente

surpreendidos. Sob o pretexto de

respeitar as especificidades e

necessidades de cada faixa

etária a reorganização escolar

implementará um amplo

fechamento de escolas

estaduais, atingindo 94 escolas

por todo Estado e 25 somente

na capital* (segundo a Apeoesp

– Sindicato dos Professores do

Ensino Oficial do Estado, o

número ultrapassa 150 escolas

por todo o Estado), a demissão de

servidores estaduais além de

alterar significativamente a rotina

daqueles que continuarão em

exercício, das famílias e dos estudantes – cerca de 2

milhões de alunos serão obrigados a mudar de escola já que a

medida, progressiva, atingirá no início do próximo ano letivo 752

escolas, e ainda conviver com as salas superlotadas

principalmente no ensino médio (que registra salas com mais de

50 alunos, uma faixa etária, 15 a 17 anos, que ainda possui

cerca de 270 mil fora da escola).

Segundo a Apeoesp de São Paulo a medida ainda dificultará

Ebastante a vida dos professores uma vez que “será

mais difícil compor jornada em apenas uma unidade

escolar, se ministrarem aulas para o segundo ciclo do

ensino fundamental e no ensino médio. Professores das

escolas que serão fechadas irão disputar aulas com os

colegas das demais unidades, assim

como os das escolas

'reorganizadas'. Se não

conseguirem aulas, poderão

ficar 'adidos', ou seja,

'encostados', recebendo

salários menores”. E a

presidenta, Maria Izabel

Azevedo Noronha, do

sindicato ainda completa as

informações com as

possíveis e prováveis

alterações salariais dos

servidores:

“Por exemplo, um professor

PEB II, com jornada de 40 horas

semanais, hoje recebe R$ 2.415,89 em início de

carreira. Na disputa por aulas, poderá ter sua jornada

reduzida para 30 horas semanais ou 24 horas semanais

de trabalho, com redução salarial. No limite, poderá

ficar adido, recebendo salário equivalente à jornada

inicial (12 horas semanais de trabalho). No caso do

PEB II, significa míseros R$ 724, 77. No caso de PEB I,

poderá passar de R$ 2.086,93 (40 horas semanais)

para irrisórios R$ 626,07. O que está em

(*dados oficiais da Secretaria Estadual da Educação)

7

jogo é a sobrevivência desses professores. O Governo do PSDB

quer mesmo transformar o magistério em um 'bico'.”

Desde o anúncio da proposta estudantes, professores e

funcionários iniciaram legítimas manifestações destacando os

problemas que serão desencadeados pela reorganização e

também o desrespeito da secretaria e do governo ao

desconsiderar a possibilidade de diálogo e discussão para

aprovar tal medida. Confirmando a ausência de diálogo e a

truculência do processo, os manifestantes foram recebidos com

violência pela Polícia Militar e pela Tropa de Choque, que na

manifestação do dia 09 de outubro ainda prendeu o professor

Luiz Carlos de Melo por “desacato”, leia­se questionamento

público de um processo antidemocrático e posicionamento

contra a violência policial.

A Adunifesp­Ssind já se manifestou repudiando a falta

de diálogo do Governo Estadual ao aprovar a medida

sem qualquer consulta ou discussão pública, à forma

violenta como está lidando com as legítimas

manifestações e à própria medida (moção reproduzida

na íntegra abaixo). Difícil não entender essa medida

de corte de gastos, disfarçada como reorganização

escolar, como mais um passo dado em direção ao

desmonte da educação básica pública.

Moção de repúdio à reorganização escolar na Rede Estadual de São Paulo

A Adunifesp­Ssind repudia a reorganização escolar na Rede Estadual de São Paulo em ciclos únicos, que sob opretexto de respeitar as especificidades e necessidades de cada faixa etária implementará um amplo fechamentode escolas públicas no Estado, a demissão em massa de servidores estaduais além de alterar significativamentea rotina daqueles que continuarão em exercício, das famílias e dos estudantes, que serão obrigados a mudar deescola e ainda conviver com as salas superlotadas.

Em setembro de 2015 o secretário da educação do Estado de São Paulo Herman Voorwald apoiado pelogovernador Geraldo Alckmin anunciou a mudança que será implementada já no início do ano letivo de 2016. Semqualquer consulta aos maiores envolvidos no cotidiano escolar, professores, funcionários, pais e alunos foramcompletamente surpreendidos. Desde o anúncio da proposta estudantes, professores e funcionários iniciaramlegítimas manifestações destacando os problemas que serão desencadeados pela reorganização e também odesrespeito da secretaria e do governo ao desconsiderar a possibilidade de diálogo e discussão para aprovar talmedida. Confirmando a ausência de diálogo e a truculência do processo, os manifestantes foram recebidos comviolência pela Polícia Militar e pela Tropa de Choque, que na manifestação do dia 09 de outubro ainda prendeu oprofessor Luiz Carlos de Melo por “desacato”, leia­se questionamento público de um processo antidemocrático eposicionamento contra a violência policial.

Nesse sentido a Adunifesp­Ssind manifesta sua solidariedade aos servidores estaduais e aos estudantes ereforça o repúdio ao caminho escolhido pelo governo do Estado de São Paulo, de ausência de diálogo, violênciae repressão policial.

É importante lembrarmos que no início deste ano de 2015 os professores da Rede Estadual de São Paulofizeram a maior greve da história da categoria denunciando as precárias condições de trabalho, os baixossalários e a superlotação das salas de aula. A greve foi encerrada em abril sem conseguir qualquer negociação,demonstrando a inflexibilidade e desconsideração do governo estadual com a educação básica pública. Difícilnão entender essa medida de corte de gastos, disfarçada como reorganização escolar, como mais um passodado em direção ao desmonte da educação básica pública.

Diretoria da Adunifesp­SSind

Expediente

AAdduunniiffeessppSSSSiinndd.. –– AAssssoocciiaaççããoo ddooss DDoocceenntteess ddaa UUnniivveerrssiiddaaddee FFeeddeerraall ddee SSããoo PPaauulloo ––GGeessttããoo 22001155//22001177::

RRooddrriiggoo MMeeddiinnaa ZZaaggnnii –– PPrreessiiddeennttee;; CCaarrllooss AAbbeerrttoo BBeelllloo ee SSiillvvaa –– VViiccee­­pprreessiiddeennttee;; DDaanniieell FFeellddmmaannnn –– SSeeccrreettáárriiooGGeerraall;; VViirrggíínniiaa JJuunnqquueeiirraa –– TTeessoouurreeiirraa GGeerraall;; MMaarriiaa GGrraacciieellaa GGoonnzzáálleezz PPéérreezz ddee MMoorreellll –– DDiirreettoorraa ddee RReellaaççõõeessSSiinnddiiccaaiiss,, JJuurrííddiiccaass ee DDeeffeessaa PPrrooffiissssiioonnaall;; RReennaattaa CCrriissttiinnaa GGoonnççaallvveess ddooss SSaannttooss –– DDiirreettoorraa ddee PPoollííttiiccaa SSóócciiooCCuullttuurraall;;AAllbbeerrttoo HHaannddffaass –– DDiirreettoorr CCaammppuuss OOssaassccoo..

EEnnddeerreeççoo:: RRuuaa NNaappoolleeããoo ddee BBaarrrrooss,, nnoo 884411,, VViillaa CClleemmeennttiinnoo,, SSããoo PPaauullooSSPP CCEEPP 0044002244000022

PPáággiinnaa:: wwwwww..aadduunniiffeesspp..oorrgg..bbrr FFaacceebbooookk:: AAdduunniiffeesspp SSSSiinndd

BBoolleettiimm AAdduunniiffeesspp::JJoorrnnaalliissttaa rreessppoonnssáávveell// PPrroojjeettoo ggrrááffiiccoo // DDiiaaggrraammaaççããoo:: RRaaffaaeell FFrreeiittaass

EEmm lluuttaa:: AAggeennddaa

NNoovveemmbbrroo 22001155

09Assembleia Geraldos Docentes da

UnifespHorário: 11h 30 min

Local: Anfiteatro JandiraMasr ­ Ed. Anfiteatros ­ 1º

andar

06Assembleia de posse do

Conselho de Representantesda Adunifesp­SSind

Horário: 11hLocal: Sede da Adunifesp 25*

Audiência Pública com aReitoria da Unifesp

Pauta: efeitos dos cortes naUnifesp

*Data indicativa, ainda a serconfirmada, podendo ser

alterada para o dia 02/dez