boletim adunifesp #15 (dezembro de 2015)

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Associação dos Docentes da Universidade Federal de São Paulo A A d d u u n n i i f f e e s s p p Seção Sindical do B B o o l l e e t t i i m m A A d d u u n n i i f f e e s s p p Boletim Adunifesp #15 05 de dezembro de 2014 São PauloSP Em discussão: Carreira Docente, promoção para classe "D" (Professor Associado) www.adunifesp.org.br Adunifesp SSind f AdunifespSSind enquanto entidade voltada para defesa constante de melhoria das condições de trabalho da categoria docente realizou um trabalho minucioso de compilação de informações legais, investigação das regras construídas por outras universidades e vem incentivando a proposição de debates nos campi, e nas assembleias gerais por ela convocadas. As condições aprovadas para promoção à classe “E” (professor titular) pelo MEC, apesar de não plenamente satisfatórias, estão mais próximas da estrutura de carreira docente pela qual o movimento nacional dos professores federais lutou na greve de 2012, com destaque para a conquista obtida em relação à não restrição do número de vagas, de tal forma que se abre agora a possibilidade de que todos os colegas que reúnam os requisitos exigidos possam chegar ao último nível da carreira. Salientese que as normativas para a promoção à classe “E” devem também servir de orientação para a promoção à classe “D” (professor associado). Dando continuidade à discussão desta Seção sobre carreira docente – em que no Boletim Adunifesp #13 apresentamos os detalhes da promoção para classe “E” – convidamos para um olhar mais atento às propostas de normatização emanadas da gestão da Unifesp para promoção à classe “D”. Tratase, como já dito, de pensarmos etapas da carreira docente que são distintas mas que, de nenhuma maneira deveriam ser pensadas e discutidas de forma separada já que têm pontos em comum no que diz respeito à minuta de resolução preparada pela PróPessoas, visando estabelecer diretrizes para sua regulação. A 1) A Livre Docência será considerada para pontuação da promoção, mas incluída na produção científica e não como um item à parte; 2) Os pesos das grandes áreas de atividade serão distribuídos da seguinte forma: Ensino (25 pontos); Pesquisa (35 pontos); Extensão (25 pontos); Gestão (15 pontos). E serão iguais para todos os campi; 3) O período de avaliação da vida acadêmica do candidato terá como ênfase aquele em que esteve na classe de Professor Associado, o que não invalida a importância dada pelo candidato a eventos que estejam fora deste período; 4) As Congregações das Unidades Universitárias poderão dar pontuação diferente para os itens dentro de cada grande área de atividades; 5) Não haverá aula de erudição;* *(Mais detalhes na nota da AdunifespSsind publicada em 27 de novembro, disponível no site da entidade). Relembramos que na reunião extraordinária do Conselho Universitário, realizada no dia 18 de novembro, foram aprovadas as normas para promoção à classe “E” e apontamos, em destaque, seus principais aspectos: Entendemos que tais balizamentos também devem orientar a normativa sobre a promoção à classe D e não é isso que se observa considerando a minuta proposta pela PróPessoas (documento compilado no dossiê preparado pela AdunifespSsind disponível em: http://issuu.com/adunifesp/docs/dossi___ _plano_de_carreira_docente).

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Boletim Adunifesp-SSind #15, gestão 2013-2015, publicado em 05 de dezembro de 2014 Jornalista responsável: Rafael Freitas Projeto gráfico e diagramação: Rafael Freitas

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AAssssoocciiaaççããoo ddooss DDoocceenntteess ddaa UUnniivveerrssiiddaaddee FFeeddeerraall ddee SSããoo PPaauulloo

AAdduunniiffeessppSSeeççããoo SSiinnddiiccaall ddoo BBoolleettiimm AAdduunniiffeesspp

BBoolleettiimm AAdduunniiffeesspp ##1155 ­­ 0055 ddee ddeezzeemmbbrroo ddee 22001144 ­­ SSããoo PPaauulloo­­SSPP

Em discussão: Carreira Docente, promoçãopara classe "D" (Professor Associado)

wwwwww..aadduunniiffeesspp..oorrgg..bbrr AAdduunniiffeesspp SSSSiinnddf

Adunifesp­SSind enquanto entidade voltada para

defesa constante de melhoria das condições de

trabalho da categoria docente realizou um

trabalho minucioso de compilação de informações

legais, investigação das regras construídas por outras

universidades e vem incentivando a proposição de debates

nos campi, e nas assembleias gerais por ela convocadas.

As condições aprovadas para promoção à classe “E”

(professor titular) pelo MEC, apesar de não plenamente

satisfatórias, estão mais próximas da estrutura de carreira

docente pela qual o movimento nacional dos professores

federais lutou na greve de 2012, com destaque para a

conquista obtida em relação à não restrição do número de

vagas, de tal forma que se abre agora a possibilidade de

que todos os colegas que reúnam os requisitos exigidos

possam chegar ao último nível da carreira. Saliente­se que

as normativas para a promoção à classe “E” devem

também servir de orientação para a promoção à classe “D”

(professor associado).

Dando continuidade à discussão desta Seção sobre

carreira docente – em que no Boletim Adunifesp #13

apresentamos os detalhes da promoção para classe “E” –

convidamos para um olhar mais atento às propostas de

normatização emanadas da gestão da Unifesp para

promoção à classe “D”.

Trata­se, como já dito, de pensarmos etapas da carreira

docente que são distintas mas que, de nenhuma maneira

deveriam ser pensadas e discutidas de forma separada já

que têm pontos em comum no que diz respeito à minuta de

resolução preparada pela Pró­Pessoas, visando

estabelecer diretrizes para sua regulação.

A11)) AA LLiivvrree DDooccêênncciiaa sseerráá ccoonnssiiddeerraaddaa ppaarraa

ppoonnttuuaaççããoo ddaa pprroommooççããoo,, mmaass iinncclluuííddaa nnaa pprroodduuççããoo

cciieennttííffiiccaa ee nnããoo ccoommoo uumm iitteemm àà ppaarrttee;;

22)) OOss ppeessooss ddaass ggrraannddeess áárreeaass ddee aattiivviiddaaddee sseerrããoo

ddiissttrriibbuuííddooss ddaa sseegguuiinnttee ffoorrmmaa:: EEnnssiinnoo ((2255 ppoonnttooss));;

PPeessqquuiissaa ((3355 ppoonnttooss));; EExxtteennssããoo ((2255 ppoonnttooss));; GGeessttããoo

((1155 ppoonnttooss)).. EE sseerrããoo iigguuaaiiss ppaarraa ttooddooss ooss ccaammppii;;

33)) OO ppeerrííooddoo ddee aavvaalliiaaççããoo ddaa vviiddaa aaccaaddêêmmiiccaa ddoo

ccaannddiiddaattoo tteerráá ccoommoo êênnffaassee aaqquueellee eemm qquuee eesstteevvee nnaa

ccllaassssee ddee PPrrooffeessssoorr AAssssoocciiaaddoo,, oo qquuee nnããoo iinnvvaalliiddaa aa

iimmppoorrttâânncciiaa ddaaddaa ppeelloo ccaannddiiddaattoo aa eevveennttooss qquuee

eesstteejjaamm ffoorraa ddeessttee ppeerrííooddoo;;

44)) AAss CCoonnggrreeggaaççõõeess ddaass UUnniiddaaddeess UUnniivveerrssiittáárriiaass

ppooddeerrããoo ddaarr ppoonnttuuaaççããoo ddiiffeerreennttee ppaarraa ooss iitteennss

ddeennttrroo ddee ccaaddaa ggrraannddee áárreeaa ddee aattiivviiddaaddeess;;

55)) NNããoo hhaavveerráá aauullaa ddee eerruuddiiççããoo;;**

**((MMaaiiss ddeettaallhheess nnaa nnoottaa ddaa AAdduunniiffeesspp­­SSssiinndd ppuubblliiccaaddaa

eemm 2277 ddee nnoovveemmbbrroo,, ddiissppoonníívveell nnoo ssiittee ddaa eennttiiddaaddee))..

Re­lembramos que na reunião extraordinária do Conselho

Universitário, realizada no dia 18 de novembro, foram

aprovadas as normas para promoção à classe “E” e

apontamos, em destaque, seus principais aspectos:

Entendemos que tais balizamentos também devem orientar

a normativa sobre a promoção à classe D e não é isso que

se observa considerando a minuta proposta pela

PróPessoas (documento compilado no dossiê preparado

pela Adunifesp­Ssind disponível em:

http://issuu.com/adunifesp/docs/dossi___­

_plano_de_carreira_docente).

Historicamente, na Unifesp, a promoção para Professor

Associado era regulamentada pela Resolução nº40 de

2006, que já se encontra em processo de revisão

substituição, levando­se em consideração as novas

diretrizes emanadas do MEC das instâncias anteriormente

citadas, assim como pelos desdobramentos do debate

interno à Unifesp promovido junto à pela categoria docente.

Além da referida esta Resolução, a Unifesp conta com a

Comissão Permanente do Pessoal Docente (CPPD) que

tem se encarregado de todo processo burocrático interno

para viabilizar tanto as promoções como as progressões (a

CPPD possui um regimento próprio disponível em sua

página

http://www.unifesp.br/reitoria/cppd/index.php/regimento).

No dia 15 de outubro de 2014 foi amplamente discutido, em

Assembleia Geral convocada pela Adunifesp­SSind, o tema

da carreira docente com destaque para promoção à classe

“D” e suas relações com a promoção para classe “E”.

Desta assembleia foi aprovado como encaminhamento

alguns pontos que devem estar presentes na proposta de

resolução interna à Unifesp que substituirá a Resolução

nº40 e passará a regulamentar a promoção para classe

“D”.

E é exatamente sobre os critérios de avaliação para tal

promoção que a nova resolução que será em breve votada

no Conselho Universitário versará. Tendo em vista a

importância dessa discussão e seguindo o

encaminhamento da referida assembleia geral, chamamos

a atenção para os seguintes pontos, considerando as

propostas de resolução existentes no Dossiê elaborado

pela Adunifesp­SSind:

2

Primeiramente ficou evidente que a discussão sobre

carreira docente e as decisões votadas no CONSU

deveriam ser feitas de maneira conjunta e simultânea, e

não de forma separada, como foi encaminhada nos

campi e no CONSU, por isso é imprescindível que se

considere como referência as normas aprovadas na

reunião do Consu de 18/11/2014 para promoção classe

“E” visando a apreciação e votação das normas para

promoção à classe “D”.

E, em terceiro lugar é necessário considerar o

momento em que o docente reúne os pré­requisitos

para promoção e apresenta a documentação à CPPD

como o início do prazo para nova posição na carreira,

devendo, assim, receber os meses entre o

protocolamento do pedido e sua aprovação em

retroativo.

Em segundo lugar que a Livre Docência não deve ser

uma condição ou exigência na promoção para classe

“D”, já que será considerada para classe “E” (evitando

maiores dificuldades para promoção e também uma

dupla contagem de pontos).

Assim é importante frisar que otrabalho e as discussões sobre acarreira docente na Unifesp não

acabaram e, é com a mesmamotivação e compromisso que

convidamos aos docentes,principalmente aqueles em vias

de promoção à classe “D” abuscarem informações einiciarem debates sobre a

próxima etapa a ser objeto deaprovação no Consu. Etapa esta

em que a Adunifesp­SSindbuscará ter, novamente, umimportante papel junto aos

docentes para continuarmosconquistando melhorias em

relação à carreira docente, poisA LUTA CONTINUA, colegas!

“Lei natural” do taylorismo universitárioou o produtivismo antropofágico

autodestrutivo

a esfera do processo de produção e reprodução de sentidos e de conhecimento na universidade, a expressãomais acabada da reificação é a transformação dos próprios envolvidos, docentes, técnicos e estudantes, emprodutos que se disseminam como apêndices da máquina burocrática da universidade expressos, inclusive, noscritérios de produtividade acadêmica definidos pelas agências avaliadoras, os quais foram formulados pelos

próprios pares encastelados em gabinetes assépticos e isolados da realidade cotidiana.

Todos são incorporados como parte burocratizada e automatizada do sistema de reprodução do qual passam a fazer parte eao qual devem se submeter, o que o fazem sem qualquer reação, como se fossem um rebanho a caminho do matadouro. Aspropriedades qualitativas humanas coletivas e individuais são cada vez mais eliminadas em benefício do aspecto puramentequantitativo do tempo de trabalho de estudo, abstrato e racionalmente calculável, minuciosamente parcelado, objetivado,destacado, alheio ao diálogo com o conjunto da coletividade acadêmica e da personalidade dos “trabalhadores doconhecimento” calcado em frágil consciência do papel social e na qualidade de sua contribuição intelectual.

Capturados pelos índices, pelos critérios de qualidade e de produtividade,pelos regimentos e regulamentos, pelas normas de processos e deprogressão, pelo status progressivo das categorias de pesquisa e decapacidade de captar verbas para a universidade, os docentes,acreditando­se assim plenamente inseridos na atmosfera universitária, nãose dão conta do quanto comprometem a própria essência do trabalho dereflexão.

Na universidade contemporânea, o princípio da quantificação e dapossibilidade racional de calcular tudo deve englobar o conjunto das formasde manifestação da vida acadêmica. Essa estrutura determinada impedesistematicamente que sejamos capazes de conceber e resolver anecessidade de desenvolver uma condição qualitativamente diferente,orientada pelas balizas da rica criatividade e individualidade em benefíciogeral.

Efeitos perniciosos decorrentes: despolitização, desmobilização, individualismo como princípio e necessidade de realização,tecnicização exacerbada, profissionalização precoce, arrivismos de toda sorte, esvaziamento da importância dos conteúdosde pesquisa e descompromisso social dos pilares [ensino, pesquisa e extensão] da universidade.

Para retomar o texto em epígrafe e os termos de um velho adágio, o bom, neste caso, é inimigo do ótimo, pois ao nostomarmos por bom parâmetro do que há de melhor no trabalho universitário, condenamos qualquer possibilidade deconsideração dos severos limites impostos por esse destroçamento naturalizado como “preço a pagar” e propagamos, umavez mais, o que em verdade poderíamos ter pretendido combater.

N

EEddiittoorriiaall ddaa DDiirreettoorriiaa

““OO bboomm sseennssoo éé aa ccooiissaa mmaaiiss bbeemm rreeppaarrttiiddaa eennttrree ooss hhoommeennss,, ppooiiss ccaaddaa qquuaall ppeennssaaeessttaarr ttããoo bbeemm pprroovviiddoo ddeellee,, qquuee mmeessmmoo ooss qquuee ssããoo mmaaiiss ddiiffíícceeiiss ddee ccoonntteennttaarr eemm

qquuaallqquueerr oouuttrraa ccooiissaa nnããoo ccoossttuummaamm ddeesseejjaarr ttêê­­ ­­lloo mmaaiiss ddoo qquuee oo ttêêmm..””

[[RReennéé DDeessccaarrtteess,, DDiissccuurrssoo ddoo mmééttooddoo.. SSããoo PPaauulloo:: AAbbrriill CCuullttuurraall,, CCooll.. ““OOss PPeennssaaddoorreess””,,11997799,, pp.. 2299..]]

"Capturados pelos índices,pelos critérios de qualidade e deprodutividade, pelos regimentose regulamentos, pelas normasde processos e de progressão,

pelo status progressivo dascategorias de pesquisa e decapacidade de captar verbas

para a universidade, osdocentes, acreditando­se assim

plenamente inseridos naatmosfera universitária, não se

dão conta do quantocomprometem a própriaessência do trabalho de

reflexão".

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s sindicatos são, historicamente, resultado danecessidade que os trabalhadores têm de se unir para sedefenderem contra a precarização dos salários e dascondições de trabalho a que são cada vez mais

submetidos no processo de desenvolvimento das forças produtivas.

Mas parece que o sindicato, sobretudo pelo caso dos governosditos “trabalhistas” ou “de esquerda”, tem sido tomado como umafase no desenvolvimento do empenho político de uma categoriatrabalhista. Depois viriam “naturalmente”, a militância em um partidopolítico, a eleição para um mandato público de representação e,finalmente, a participação em um governo. Em seguida, muitos setornariam consultores privilegiados, gestores seniores ouprofessores, com sorte, eméritos. Antes do sindicato, haveria todauma sorte de experiências em movimentos sociais, de associaçõescomunitárias, clubes, uniões estudantis, pastoraisreligiosas e, mais raramente, em movimentosartísticos e culturais.

Mas além de visto como uma fase, por outro lado,o sindicalismo é também um ponto de vistapolítico, menos passageiro, portanto. Originário de“cindir” (ou scindere), o sentido de ruptura secompleta com o de crítica e de julgamento (emscindicat) e constitui a orientação de um modo deavaliar e intervir no cenário político­trabalhista, oque privilegia uma postura mais ativa, maisparticipativa e reivindicativa e, por isso, menosadaptada ou conformista como o exigem muitasvezes e de formas sutis ou flagrantes ascondições de trabalho e de exercício profissional. O sindicatodispõem, como sabemos, de um potencial, de uma força e de umaprática mais radicais.

O desgaste imposto pelas determinações históricas e culturais(astutamente semeadas e propagandeadas pelo sistemaeconômico­midiático) ao tipo de exigência que faz o sindicatocoage o trabalhador e, mais amplamente, a sociedade a julgaremcomo precipitados, injustificados ou meramente arruaceiros osapelos e as mediações estabelecidos pela fiscalização do sindicato,como, por exemplo, no caso da universidade pública, à gestão, aoMEC e ao Andifes.

CCuullttuurraa SSiinnddiiccaall

Sindicato, associação docente eparticipação política

““ÉÉ eemm ffaaccee ddaa ccoonnsscciiêênncciiaa pprrooffiissssiioonnaall,, ddaa ooppiinniiããoo ddooss ccoolleeggaass,, ddoosseennttiimmeennttoo ddee eessttaarr ttrraabbaallhhaannddoo nnoo rruummoo cceerrttoo qquuee uumm pprrooffeessssoorrccoonnsseegguuee ddaarr oo mmeellhhoorr ddee ssii ee ttoorrnnaarr­­ssee aaggeennttee ccaappaazz nnoo pprroocceessssoo ddeehhuummaanniizzaaççããoo ddoo aalluunnoo ee ppoorrttaannttoo ddaa ssoocciieeddaaddee..””

[[AAnnttoonniioo CCaannddiiddoo,, ““PPrrooffeessssoorr,, eessccoollaa ee aassssoocciiaaççõõeess ddoocceenntteess””,,RReevviissttaa PPrroo­­ppoossiiççõõeess,, vv.. 1144,, nn.. 22,, mmaaiioo//aaggoossttoo ddee 22000033]]

Ao pretender, portanto, “não se deixar levar por um grupo desupostos radicais”, o docente se deixa aprisionar,imperceptivelmente, por uma lógica nefasta que além de enganá­loquanto à autonomia de suas próprias decisões, o faz crer quesozinho, “no mundo contemporâneo”, poderá mais e melhor do quecoletivamente contra a precarização progressiva das condições detrabalho.

Como nos lembra o professor Antonio Candido, quando na direçãoda Adusp, “antes o professor estava interessado em formar outraspessoas, agora está mais interessado em formar a própria carreira”,o próprio currículo, diríamos. E complementa: “Ora, se o professorse demora resolvendo o problemas de um aluno, ou "perde tempo"melhorando a qualidade das suas aulas, isto não aparece na sua féde ofício. Mas pesarão três artigos ou duas palestras.” O ato

docente sempre pressupõe um modo de serelacionar com conhecimento, e por seu trabalhoresultar em formação de novos cidadãos,pressupõem uma concepção de ordem social.

Diante dessa arrevesada aritmética, quase nadase pode fazer se não houver esclarecimento,informação, debate e consolidação de umdiagnóstico de classe, isto é, recompor osmeandros políticos, jurídicos e institucionais queresultam em configurações naturalizadas degestão da coisa pública e de compreensão dolugar social do docente, da universidade e daEducação.

Pela complexidade, extensão e profundidade dos temas envolvidos,esse desafio só pode ser enfrentado coletivamente e a associaçãodocente é, no caso dos professores, a via institucional legítima dapossibilidade de constituição democrática de soluções duradouras,do exercício do espírito de colaboração, do cultivo do respeitofundamental de uns pelos outros e do senso para as necessidadessociais, pois, sabemos há tempos, que resoluções unilaterais depretensos déspotas esclarecidos nunca dão nem darão bonsresultados.

"Origináriode“cindir” (ouscindere), o sentidoderupturase completa comodecrítica ede julgamento (emscindicat) econstitui aorientaçãodeummododeavaliare intervirnocenáriopolítico­trabalhista, oqueprivilegiaumapostura

mais ativa, mais participativa ereivindicativa e, por isso, menos

adaptadaouconformista"

O

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Abusos morais, violênciasexual e a omissão da USP

odos os anos nas universidades brasileiras umasérie de casos de violência física e moral entre osmembros da comunidade universitária são

denunciados. Essa trágica rotina, que se repeteanualmente em trotes e jogos universitários, mastambém diariamente nas relações entreprofessores técnicos e estudantes,hierarquicamente determinadas e perversamentedistorcidas acabam perpetuando os casos deabusos. Nos últimos meses as denúncias na USPvoltaram ao foco por conta do violento troteaplicado aos calouros da Faculdade de Medicina,com vítimas de estupro e assédio físico e moral.Foram denúncias de preconceito, racismo,sexismo, machismo, homofobia e abusos morais por toda auniversidade, e neste caso, em eventos com a presençaexclusiva de membros dacomunidade universitária.Infelizmente, sem muitosdesdobramentos para suasuperação, medidaspunitivas costumam ser aresposta imediata dasinstituições universitárias.Já estamos familiarizadoscom o roteiro: intensacobertura dos grandescanais de mídia, pedidosde aumento da“segurança”, que setraduz, por exemplo,no caso da USP, napresença violenta edesmedida da políciamilitar no campus etudo parece cair noesqueciment o até opróximo escândaloser divulgado.

A Adunifesp­SSind se posiciona contra qualquer tipo deviolência física ou moral, assim como contra essavergonhosa ação das autoridades universitárias da USP que,

ao seesquivaremdaresponsabilidade de apurardos fatos eacolher asvítimas,tornam­secúmplices daação. Não

podemos ignorar essa situação. É necessário refletir,responsabilizar­se e agir coletivamente contra esses abusos.

Que tais denúncias sirvam de indicadorpara ampliarmos a atenção e crítica aoscasos de violação da humanidade nasrelações sociais, já que obviamente essetipo de violência não é restrita à USP. Oscondicionantes e elementos para seuindesejável acontecimento estão presentesem toda nossa organização social, incluindoa universitária. Ou vamos ignorar que taisfatos também podem ocorrer nauniversidade em que trabalhamos,estudamos e construímos conjuntamente?

TEstudante de Ciências Sociais, LetíciaPinto referiu­se à manifestação havidanesta terça­feira na porta da FMUSP,

promovida pela Frente Feminista da USP.Elogiou a coragem das denunciantes de

violência sexual e reclamou que a USP nãodá qualquer amparo às vítimas, tanto

mulheres quanto LGBT.

Representante do DCE da USP, GabrielRegensteiner informou que desde que

começaram a ser divulgadas as deviolações dos direitos humanos, a

entidade começou a receber diversasdenúncias de sexismo, racismo

institucional e contra a população LGBT.Disse que há tendência de se ocultar osproblemas, e que só proibir festas não

adianta, pois é preciso mudar a estruturade poder autoritária existente.

Felipe Pessoa, aluno de pós­graduação,disse que as violações aos direitos humanos

são uma cultura corrente em todas asfaculdades. Na pós­graduação continuam,ainda mais porque há relação de poder e

proximidade entre orientador e orientado, oque possibilita assédio moral e sexual.

Fonte: trechos dos relatos reproduzidos de matéria da Assembleia Legislativa do Estado, redação Monica Ferreiro

5

CARTA DENÚNCIA

Ex.mo Srs. Membros do Conselho Universitário (CO) da Universidade de São Paulo.É com imensa preocupação que observamos nos últimos dias o nome de nossa universidade estampado nos jornais de maiores

alcances regional e nacional de nosso país. As notícias não são boas, associam o nome da Faculdade de Medicina da USP ao descaso e àcompleta falta de apoio frente a denúncias de preconceito, racismo, homofobia, abusos morais e violência sexual, resultando muitasvezes na perseguição das vítimas.

Isto ocorre frente à lentidão e ausência de posicionamento institucional no trato dos casos denunciados nas instâncias internas dafaculdade, culminando no afastamento do Prof. Dr. Paulo Saldiva da Universidade de São Paulo, obrigando portanto, as vítimas abuscarem justiça em instâncias externas à Universidade. Há aproximadamente dois meses o Ministério Público Estadual (MPE) solicitouà Faculdade de Medicina da USP informações sobre casos de trotes violentos e violação de direitos humanos em festas. Somente sob osholofotes e atenção da grande mídia, o diretor da FMUSP se pronunciou, afirmando que até a próxima semana seriam tomadas todasmedidas necessárias para evitar a repetição de tais violações, bem como, enviados os documentos que relatam os incidentes questionadospelo MPE. Se não fosse o suficiente, no dia 14/11/14 (sexta feira) foi publicado pela Rede Brasil Atual a denúncia de que o mesmodiretor da FMUSP, pressionou os Deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo para nãorealizarem a audiência pública das denúncias de abusos, tentando exaustivamente por telefone, realizar uma manobra para inviabilizá­lapor falta de quórum.

A Universidade de São Paulo têm colecionado e protagonizado, ao longo de pelo menos os últimos 5 anos, denúncias de múltiplasformas de violência e desrespeito, afetando especialmente as categorias menos prestigiadas da universidade, como alunos de graduação,pós graduação e funcionários. Denúncias relatando violência moral, como por exemplo, o constante e velado assédio moral por parte deprofessores aos seus alunos graduandos e pós graduandos, sobretudo ao gênero feminino e à comunidade LGBT, como também aviolência sexual, moral e de cunho preconceituoso, praticada entre alunos em festas e trotes universitários, têm sido parte da rotina destauniversidade. Aqui colocamos uma reflexão: se os próprios diretores, professores, alunos e sociedade civil concordam que qualquer tipode violência não pode ser naturalizada e deve ser punida, então essa rotina de violência mais velada ou mais extrema, porém causadorasde danos humanos profundos, deveria ser investigada, punida e prevenida. Contudo, o discurso por parte dos gestores da USP observadona mídia está diametralmente distante da prática que encontramos em nosso cotidiano, como demonstrou a recente tentativa deesvaziamento da audiência da ALESP. Este fato configura uma absoluta negligência de quem deveria, por obrigação, dar o melhorexemplo, seja investigando e punindo com o rigor da lei os responsáveis pelos abusos, seja pela criação de instrumentos, orgãos epolíticas educacionais que evitem a ocorrência de novos casos. Esta negligência demonstra também, os valores ultrapassados, machistas,sexistas, despotistas e antidemocráticos praticados e afirmados nesta instituição e portanto, torna seus gestores co­responsáveis e co­autores de todos os casos e práticas violentas em vigor na universidade.

O mais grave e mais estarrecedor é que, em sendo a USP uma universidade pública, sustentada pelos impostos de toda a populaçãopaulista, dos mais pobres aos mais ricos, ela têm por obrigação moral servir à sociedade e estar sempre na posição vanguarda em tudo,não apenas em sua produção acadêmica ou nos títulos de seus professores que embelezam as paredes da instituição. Essa rotina violentaquase enraizada, institucionalizada pela negligência de seus gestores, se tornou uma importante força motriz do declínio da qualidade doensino e de formação humanística oferecida ao corpo discente como também, do conhecimento que ultrapassa os muros da instituição echega para a sociedade. A negligência e porque não, a negação de todas as formas de violência moral e sexual existentes na USP éoutrossim, uma faceta pouco palatável à opinião pública, de um projeto violento e segregador que vem sendo construído pelos gestores egoverno do estado de São Paulo, que a cada dia torna a universidade menos pública. Isto ocorre na medida em que se dificulta o acessodo público em geral aos acervos nas bibliotecas e de todos os espaços que poderiam ser utilizadas coletivamente, mas não o são emfunção das catracas, camêras de vigilância e PM dentro de campus ­ que supostamente protegeriam o patrimônio estrutural e aintegridade física das pessoas que utilizam tais espaços, o que também não procede, considerando os dados divulgados na mídia, quemostram o crescente aumento de roubos e outras formas de violência desde a instauração da PM dentro do campus. Muitas das vezes emque vítimas denunciam os erros ocorridos no interior desta instituição, imediatamente são colocadas na posição de agentes que visamdepreciar a imagem da universidade, têm suas denúncias dissolvidas sob a alegação de exagero ou pouco discernimento político,passando portanto por um processo de silenciamento e responsabilização por todos os malfeitos. Desta forma, aqueles que violentam oupermitem a violência na instituição, sentem­se protegidos e tudo continua como sempre, em prol de uma moral e um nome a ser zeladodiante da opinião pública. Portanto, os diretores, a reitoria, o governo do estado de São Paulo e todos os que têm vetado as investigaçõesé que são o cerne da violência observada nesta universidade e isto precisa ser revisto, investigado, modificado e retirado. Que se retire ocerne do mal pela raiz.

Neste contexto, viemos por meio desta carta, a denunciar a violência e negligência alertando que todas estas situações são deintegral responsabilidade da instituição e que, se queremos zelar pelo nome, pela qualidade e pela credibilidade dela, investigar e punircom rigor e transparência, doa a quem doer, sendo exemplo no combate e prevenção do racismo, sexismo, machismo e homofobia é aatitude que se espera dos gestores daquela que foi por muito tempo, uma das mais importantes, conceituadas e arrojadas universidades dopaís.

Respeitosamente,Associação dos Pós Graduandos Helenira “Preta” Rezende (APG USP Capital)

6

7

yotzinapa devidamente inquieta, cidadãos mexicanos nas ruas, mais de 250 atos de protesto espalhados pelomundo contra a tragédia mexicana, centenas de manifestantes presos por expressar sua indignação e cobrara transparência e responsabilização do caso, documentos encaminhados as embaixadas mexicanas, inclusive

no Brasil, expressam o repúdio à violência e solidariedade às famílias.

Admirável manifestações, mas ainda nos resta umsentimento profundo de tristeza, alimentada pela impotênciafrente a falência de nosso modelo social, em que asegurança é mercadoria no balcão da cidadania comoconsumo e definitivamente a violência e os abusos deautoridade são permanentes. Como se não bastasse emnosso contexto nacional as supostas autoridadespacificadoras desaparecerem com o pedreiro Amarildo, semexplicação, sem responsabilização, sem vergonha nenhuma.Ainda num contexto mais local o segurança Ricardo,assassinado com oito tiros, sem explicação, semresponsabilização, sem vergonha nenhuma. Temos queengolir a seco, primeiro a morte de 6 estudantes e a notíciado desaparecimento de 43 num mesmo dia de manifestação política. E no mês seguinte a confirmação do assassinatodesses 43, com envolvimento da polícia, dos representantes da sociedade civil no governo e do crime organizado. Comomanter a postura para refletir? Onde encontrar forças para acreditar na mudança social, na justiça e fim da violência edesigualdade?

Jamais esqueceremos da tragédiamexicana, vivos foram levados, vivos nós

os queremos!

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Fonte: Agencia Autonoma de Comunicação Subversiones, ANDES­SN, Carta Capital.

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NNoottíícciiaass AANNDDEESS­­SSNN

Fundação de Previdência Complementar do ServidorPúblico Federal, que administra o Funpresp­Exe ­ fundo deprevidência complementar privado criado pelo governo

para os servidores públicos federais, mudou suas táticas para tentarreverter a pequena adesão entre docentes de Instituições Federais deEnsino (IFE). Depois de enviar cartilhas às casas dos docentes, oFunpresp agora começa a bombardear os professores com ligações,emails e visitas aos departamentos das IFE.

Na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a SeçãoSindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm – Seção Sindical doANDES­SN) tem recebido reclamações de que funcionários doFunpresp tem ligado para a casa dos professorescom o objetivo de agendar reuniões nas quais sediscutiria a adesão ao Fundo. “Eles têm todos osdados pessoais e de remuneração dessesdocentes, o que chama muito a atenção. Algunsprofessores chegaram a achar que poderia ser umgolpe, mas quando foram perguntar à Pró­Reitoriade Recursos Humanos (PRRH), foram informadosde que é o Funpresp mesmo que está fazendoessas ligações”, conta Adriano Figueiró, presidenteda Sedufsm.Cláudia March, secretária geral e encarregada deassuntos da aposentadoria do ANDES­SN, afirmaque é problemática a relação entre asuniversidades e o fundo, pois as instituições estãocedendo dados pessoais dos docentes aoFunpresp. Cláudia ressalta a necessidade de retomar a campanhacontrária à adesão para aqueles professores que não aderiram,explicitando os riscos inerentes ao mercado financeiro. "Seguimoslutando também pela reversão da Reforma da Previdência, e paraexplicitar nossas divergências em relação a esse tema para o conjuntoda categoria", concluiu a docente.

Em busca de ampliaradesão, Funpresp assedia

professores

greve das três universidades estaduais cearenses já se aproxima de três meses deduração, e segue sem perspectiva de negociação com o governo estadual. Os docentesda Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade Regional do Cariri (Urca) e

Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA) estão paralisados para cobrar do governador ocumprimento do acordo que encerrou a greve anterior da categoria, em janeiro de 2014.

O acordo descumprido previa, entre outros pontos, a realização de concursos públicos para577 docentes. “Em setembro desse ano, o governador Cid Gomes sinalizou novamente para apossibilidade de cumprimento do acordo, mas terminado o segundo turno das eleições não tocoumais no assunto, nem recebeu mais os grevistas”, afirma Epitácio Macário, 2º vice­presidente do ANDES­SN e um dos coordenadores do Setor dasInstituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (Iees/Imes).

Os docentes grevistas elaboraram um documento intitulado “Por uma política de estado para as universidades estaduais do Ceará”, que foi entregueà equipe do governador. Epitácio Macário ressalta que a greve continua nas universidades e que em janeiro, quando o novo governador assume, osdocentes ampliarão a mobilização de rua para serem recebidos e atendidos pelo governo do estado.

Greve das universidades estaduais doCeará continua forte

4ª turma do Tribunal Regional Federal (TRF) emitiu parecerfavorável à Associação dos Professores da Universidade Federaldo Paraná (Apufpr ­ Seção Sindical do ANDES­SN) e aos docentes

representados pela entidade, ao reconhecer a prática de assédio moralinstitucional coletivo na Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Essadecisão respalda a nossa luta, demonstrando que o assédio moral éinaceitável e que precisa ser combatido. Com isso, a categoria também ficaprotegida de outras incidências dessa questão”, defende o presidente daApufpr, João Negrão.

Em 2007, a Apufpr entrou com o processo denunciando a prática deassédio moral coletivo na UFPR, em especial cometido peladireção do Setor Litoral. O problema denunciado pelosindicato teve origem na ausência de normatização doentão campus Litoral ­ como determina o estatuto daUniversidade ­, e a falta de um projeto político pedagógico eda avaliação dos docentes em estágio probatório. Todasessas irregularidades deixaram vulnerável toda a categoriadocente da unidade e resultaram no desequilíbrio dasrelações, impulsionando a prática de assédio moral.

De acordo com a assessoria jurídica da Apufpr essa éuma decisão inédita em relação a uma categoria do serviçopúblico. “O ineditismo dessa decisão é um resgate à ideiade que as relações no Estado são de poder, que fragilizamas pessoas de forma incisiva ao ponto das pessoasadoecerem. Nesse sentido, a decisão judicial tenta resgataro equilíbrio nas relações entre pessoas no serviço público,

pois ele não tem espaçopara subjetividades”,destaca o assessorjurídico do sindicato,João Luiz Arzeno.

Justiça reconhece assédiomoral institucional

coletivo na UFPRA A

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m meio à pressão imposta para que as universidades firmemcontratos de adesão com a Empresa Brasileira de ServiçosHospitalares (Ebserh), a comunidade acadêmica destasinstituições, juntamente com outras entidades, intensificam

as mobilizações na defesa da saúde e da educação. Os atos têm comoobjetivos revelar a realidade por trás das promessas de melhoria edenunciar os problemas em hospitais que passaram a ser geridos pelaEmpresa.

Na capital sergipana, a Frente Estadual contra a Privatização daSaúde promove, nesta quarta­feira (22), uma coletiva de imprensa emfrente ao Hospital Universitário, por entender que a implantação daEbserh significa a perda do caráter público do HU, assim como acaracterística nata de instituição de ensino vinculada à UniversidadeFederal de Sergipe (UFS).

Na manhã última sexta­feira (17), servidores do Hospital deClínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), emUberaba (MG), realizaram o ato “Chá com Mentiras” em frente aoambulatório Maria da Glória,pedindo a anulação docontrato com a EmpresaBrasileira de ServiçosHospitalares (Ebserh). Noperíodo da tarde, houve aindamanifestação em frente aoHospital das Clínicas, quecontou com a participação dedocentes e estudantes daUFTM, além dos técnicos.

Em entrevista aoJornal da Manhã, acoordenadora do Sinte­Medafirmou que, com acontratação da Ebserh, os problemas pioraram, o número defuncionários tem caído, a burocracia é cada vez maior e os pacientestêm sido prejudicados. “Queremos o cancelamento do contrato comesta Empresa, e ainda que o governo federal realize concursos paracontratação de novos profissionais, investindo no hospital sem ter depassar por uma empresa terceirizada. Nesta sexta (17) fez um ano daassinatura deste contrato que, durante as férias, o reitor assinou sempassar pelo aval do Conselho Universitário. Sobrepondo duasaudiências públicas e um plebiscito que foi contra a privatização dohospital”, explica.

Ainda de acordo com os servidores, as promessas de melhoriascom a Empresa não foram cumpridas. “Todos que hoje trabalham noHC estão fazendo hora extra, muitos pediram conta devido àdesmotivação, a sobrecarga está alta, é muito paciente para poucostrabalhadores”, explica a coordenadora­geral do Sinte­Med àreportagem.

Comunidade acadêmicasegue mobilizada contra

a Ebserh

m consideração feita pelo procurador da república Júlio

Oliveira ao Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério

Público Federal (MPF) avalia que, ao tentar impor às

universidades federais a implantação da Empresa Brasileira de

Serviços Hospitalares (Ebserh) como gestora dos Hospitais

Universitários (HUs), o governo está agindo de forma inconstitucional,

ilegítima e imoral. A consideração foi feita em dezembro de 2012, ao

encaminhar um processo junto ao TCU solicitando a prorrogação do

prazo especificado pelo acórdão do Tribunal, publicado ainda em 2006,

que mandava substituir os

terceirizados que atuam de forma

irregular em órgãos federais, entre

eles, nos HUs. A solicitação do

MPF acabou sendo atendida pelo

TCU, através do ministro relator,

José Múcio Monteiro, com o prazo

de vigênci do acórdão, que

encerraria em 31 de dezembro de

2012, se estendendo até 31 de

dezembro de 2013.

No texto encaminhado ao

TCU, o procurador citou o

desenrolar da problemática dos terceirizados ao longo dos últimos

anos. Conforme o MPF, o Executivo federal deixou de tomar as

medidas necessárias ao longo de mais de uma década para suprir os

órgãos públicos do número suficientes de servidores. Não bastasse

isso, permitiu que fosse buscada a alternativa dos terceirizados, o que

afetou, em especial, os Hospitais Universitários, com um contingente

de 27 mil no total.

Após a constatação das situações irregulares, em 2006 o TCU

publicou a decisão ordenando que o Executivo substituísse os

terceirizados até 31/12/2010. Ao longo de quatro anos, destaca o

relator, o governo federal buscou solução para os terceirizados em

órgãos como Ibama, Funai, Polícias Federal e Rodoviária Federal, mas

simplesmente ignorou a questão dos HUs. Na última hora, encerrando

seu mandato, o presidente Lula assina, em 31 de dezembro de 2010, a

Medida Provisória (MP) 520 como tentativa de solucionar a questão

específica dos hospitais, criando a Ebserh.

MP ao TCU: imposição daEbserh é ilegítima e

imoral

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