boletim adunifesp #20 (junho 2015)
DESCRIPTION
Boletim Adunifesp-SSind #20, gestão 2013-2015, publicado em 01 de junho de 2015 Jornalista responsável: Rafael Freitas Projeto gráfico e diagramação: Rafael FreitasTRANSCRIPT
AAssssoocciiaaççããoo ddooss DDoocceenntteess ddaa UUnniivveerrssiiddaaddee FFeeddeerraall ddee SSããoo PPaauulloo
BBoolleettiimm AAdduunniiffeessppBoletim Adunifesp #20 01 de Junho de 2015 São PauloSP
AAdduunniiffeessppSSeeççããoo SSiinnddiiccaall ddoo
wwwwww..aadduunniiffeesspp..oorrgg..bbrr AAdduunniiffeesspp SSSSiinnddff
Não é contingenciamento de gastos muito menosotimização, a realidade das IFES, inclusive da
Unifesp, é de corte orçamentário e precarizaçãodas condições de trabalho e ensino!
nunciado o ajuste fiscal como estratégia do governo
para lidar com suas contas, priorizando o
pagamento dos juros da dívida pública, temos a tentativa de
atenuação do cenário quando passamos a ler nos meios de
comunicação que são apenas “contingenciamentos” ou
mesmo “otimização” dos gastos públicos, uma cantilena que
coloca sobre os ombros da gestão os efeitos da falta de
financiamento das políticas públicas pelo governo federal,
eufemismos que são repetidos pelas autoridades, inclusive
pelo Ministro da Educação de plantão. Tratase, de muito
mais: são cortes significativos dos gastos públicos, cortes
orçamentários que comprometem significativamente as
condições materiais nas áreas a que são dirigidos.
A dimensão dos cortes, anunciados em maio de 2015
pelo governo federal, é de R$ 69,9 bilhões e só para a
educação o corte atinge o montante de R$ 9,42 bilhões. Os
números assustam já que qualquer redução, ainda mais
desta ordem, para área da educação indica que a prioridade
do governo está em outro lugar. Mas, quanto exatamente
deste montante reduzido afetará, por exemplo, as
Instituições Federais de Educação (IFES)? Exatamente qual
verba será cortada? Quais os desdobramentos para o
cotidiano das universidades federais? E em nosso contexto,
como a Unifesp está sendo afetada por esses cortes?
A situação orçamentária da Unifesp vem sofrendo
perdas constantes no “Custeio Básico” que é a verba para
pagar serviços essenciais para seu funcionamento,
conforme quadro abaixo disponibilizado pela reitoria da
Unifesp:
A
O histórico, portanto, é contrário à política
irresponsável de franca expansão da universidade pública,
ocorrida de 2009 a 2014, na medida em que a verba
destinada ao custeio básico de 2014 é menor que de 2009.
Contudo ainda fica o questionamento: como estamos em
2015?
Fonte: Gráfico retirado da "Nota sobre orçamento da Unifesp no primeiro quadrimestre de 2015",documento publicado pela Reitoria da Unifesp em 25 de maio de 2015.
2
Desde o início do ano de 2015 as universidades
federais têm sofrido com cortes no orçamento ou se
preparando para eles. Na Unifesp medidas foram tomadas e
o resultado delas já é de conhecimento de toda a
comunidade acadêmica: uma redução de aproximadamente
25% dos serviços terceirizados (principalmente vigilância e
limpeza); dificuldades para pagar contas de luz e água e
suspensão de verbas destinadas à composição de bancas
de exame e participação em eventos.
Todos os campi, sofrem com a redução orçamentária e
iniciaram o ano aplicando tais medidas. Entretanto, cada
campus tem suas especificidades e lida com as reduções de
maneiras distintas. Nesse sentido, buscando dados mais
precisos sobre os desdobramentos do corte orçamentário
em cada um, a diretoria da AdunifespSSind, cumprindo seu
papel de informar e tornar mais transparentes os dados,
enviou ofícios, em 18/05/15, solicitando maiores informações
à Próreitoria de Administração e a todas às Diretorias
Acadêmicas dos campi da Unifesp. Infelizmente, recebemos
apenas respostas dos diretores dos campi de São José dos
Campos, Baixada Santista e Guarulhos, a quem
agradecemos.
CAMPUS SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Desde o fim do ano passado, Campus SJC vem
recebendo, mensalmente, uma verba orçamentária de
aproximadamente R$ 330.000,00 (1/12 avos do orçamento)
para empenhar uma despesa mensal de R$ 485.347,73, ou
seja, o campus tem recebido 32% a menos do que necessita
para manter os serviços essenciais. Vale ressaltar, que
muitos contratos não estão sendo celebrados ou renovados
em decorrência da falta de recursos orçamentários como os
seguintes:
Manutenção de elevadores (unidade Pq. Tecnológico);
Manutenção do sistema de ar condicionado (unidade Pq.
Tecnológico);
Manutenção do sistema de CFTV (unidade Pq. Tecnológico);
Manutenção da estação de tratamento de água e esgoto
(unidade Pq. Tecnológico);
Manutenção das cabines primárias (unidades Pq.
Tecnológico e Talim);
Manutenção do gerador (unidade Pq. Tecnológico).
Em virtude da falta de recursos orçamentários o
campus foi obrigado a diminuir em 25% seus contratos, o
que acarretou a demissão de 26 trabalhadores. Logo hoje
temos um quadro de precarização na vigilância, limpeza e
manutenção, e foi gerado mais desemprego, deixando em
situação vulnerável diversas famílias. Seguem os detalhes
no quadro ao lado:
Contratos ICTUnifesp
Anterior Atual
Motoristas 4 3
Vigilantes 60 44
Bombeiros 4 4
Manutenção predial 8 6
Limpeza 28 21
TOTAL: 104 78
Fonte: Informações cedidas pela Diretoria Acadêmica do Campus São José dos Campos em Memo44/2015/Dir.Acd.
Sucateamento da Universidade:
Precarização do trabalho:
3
CAMPUS BAIXADA SANTISTA:
O campus Baixada Santista recebeu em 2015, até o
momento, o montante de R$ 3.603.154,99 (média mensal de
R$ 720.630,99) em recursos orçamentários. Após esforços
em ações de readequação, redução e rescisão de contratos,
debatidas e aprovadas pela Congregação, a despesa
mensal em abril foi de R$ 768.673,53, o que significa um
percentual de 22,07% menor que o mesmo período no ano
passado.
O campus iniciou o ano com um passivo por volta de
R$ 1.500.000,00 e, apesar das despesas estarem, neste
momento, quase em equilíbrio com a receita, não foi
possível quitar essa dívida, atualmente em torno de R$
1.200.000,00.
As medidas de readequação e corte orçamentário
implicaram em uma redução dos trabalhadores terceirizados,
e o campus Baixada Santista conta hoje com 98
trabalhadores terceirizados.
Abaixo seguem dados comparativos, entre abril de
2014 e 2015, das despesas de maior impacto no custeio do
campus:
Objeto Mensal Abril/2014 (R$) Mensal Abril/2015 (R$) Diferença (%)
Vigilância desarmada 229.791,70 186.882,98 18,67
Limpeza 162.370,32 114.952,02 29,20
Manutenção predial 163.021,38 141.242,00 13,36
Transporte de estudantes (entre
unidades e trabalho de campo
atividades curriculares)
103.583,33 43.419,76 58,08
Aluguel de imóvel 31.812,00 29.900,00 6,01
Copeiragem + Insumos 28.435,97 0 100
Locaçãod e máquinas
multifuncionais
31.000,00 23.250,00 25,00
Saneamento de água e esgoto 21.203,51 21.203,51 0,00
Energia elétrica 24.494,29 22.044,86 10,00
Malote 1.958,00 0 100,00
Almoxarifado 7.275,00 0 100,00
Fonte: Informações cedidas pela Diretoria Acadêmica do Campus Baixada Santista em resposta ao Ofício nº013/2015 Adunifesp.
4
CAMPUS GUARULHOS:
O campus de Guarulhos, assim como ocorreu em
todos os demais campi, excedeu suas receitas em 2014,
suas especificidades fizeram com que ultrapassasse o valor
inicial orçado em 22%, acumulando um montante em aberto
de R$ 277.000,00.
A situação se deteriorou em 2015 por conta da redução
dos repasses mensais, cujos valores variaram entre R$ 607
mil e R$ 402 mil, todos inferiores ao rateio previsto pela
Comissão Institucional de Orçamento (superior a R$ 700
mil/mês). Enquanto o orçamento anual não é liberado, a
forma de repasses aos campi está privilegiando atender
situações mais emergenciais e notas em aberto mais
antigas.
Atualmente, o campus acumula R$ 1,04 milhão de
notas em atraso referente àquelas emitidas nos meses de
abril e maio dos contratos vigentes, sendo que metade deste
valor corresponde ao aluguel da unidade provisória. A
prioridade na aplicação dos recursos são os contratos de
fornecimento de mão de obra contratada (funcionários
terceirizados). Mesmo diante do quadro adverso, o campus
não teve interrupção dos serviços prestados.
Segundo a direção do campus, não houve diminuição
no número de funcionários terceirizados contratados, pois
não havia excesso. A renovação dos contratos (manutenção,
transporte institucional, vigilância e serviços gerais) foi
planejada e bem sucedida em todos os casos (exceto da
cantina, por problemas na licitação).
***
Começamos, portanto, a dimensionar precisamente os desdobramentos na Unifesp do corte de verbas federal. Apartir dos dados apresentados, constatamos em nosso cotidiano a política de desmantelamento da universidadepública federal e de qualidade. Tratase, pois, de graves motivos para serem levados em conta numa avaliação sobre aposição a ser adotada pelos docentes da Unifesp no âmbito do movimento nacional de mobilização contra a crescenteprecarização e desmonte das condições de trabalho nas IFES.
Nesse sentido, não adianta a promessa do MEC, referente à garantia de recursos de custeio, posto que os dadosapresentados demonstram que são insuficientes para a Unifesp, mesmo com a “política de otimização de gastos,promovida pela atual reitoria”. A comunidade universitária tem a responsabilidade histórica de parar, para refletir e agirpor um futuro melhor, ou será obrigada a parar, para contabilizar as perdas, decorrentes da real falta de prioridadegovernamental com o pleno desenvolvimento do sistema de educação brasileiro.
Para encerrar deixamos algumas questões, para que nossa comunidade continue refletindo, enquanto há tempo:Se não há corte no custeio, o que pode dizer o MEC e a Reitoria, no que se refere aos programas de bolsasrelacionados aos programas de monitoria e extensão? Bancas de avaliação de Dissertações/Teses? Que pode ser ditoreferente às rubricas de “capital”, para os projetos de infraestrutura que estão em andamento, e aqueles que aindaestão no papel? Na hipótese positiva em que as obras prometidas sejam materializadas, como será garantida amanutenção das mesmas? Essas questões não são para semear o pânico, todo o contrário, as respostas, para essesquestionamentos devem dar uma previsão de quanto tempo nos resta, para tentar salvar às universidades públicas deuma morte programada.
O quadro salarial é de perda real
reajuste salarial da categoria docente do ensino
superior público precisa ser avaliado considerando
a inflação acumulada durante os anos e sua alta nos últimos
meses, já que afeta diretamente o poder de compra do
salário. Nesse sentido propomos a avaliação a partir de pelo
menos duas perspectivas: 1) Um quadro geral comparativo
do ajuste salarial da categoria entre 2010 e 2014
considerando a inflação acumulada no período; 2) A relação
entre os reajustes específicos conquistados pela mobilização
em 2012, cuja última parcela foi incorporada em março de
2015, com a inflação acumulada do período.
As informações do ANDESSN e DIEESE reforçam a
legitimidade da pauta pela necessidade do reajuste salarial.
O cálculo compara o reajuste no período em análise em
contrapartida com a inflação acumulada em igual período,
apurando se houve ganho (reajuste acima da inflação) ou
perda (reajuste abaixo da inflação). No caso da ocorrência
de perda, apresenta o percentual para recompor o poder de
compra da remuneração do docente no início do período em
estudo.
O
A mobilização nacional das IFES com deflagração de greve iniciada em 28/maiojá conta com 48 universidades federais e tem como principal ponto de
reivindicação as condições de trabalho e ensino diretamente afetadas peloscortes orçamentários, mas a pauta nacional também inclui a necessidade de
ajustes na carreira docente e no salários.
A Tabela apresenta o cálculo da Evolução Salarial dos Docentes do Ensino Superior com jornada de 40h emdedicação exclusiva em 01.07.2010 e 31.12.2014, comparando os reajustes conquistados e a inflação
acumulada no período, através do ICVDIEESE e do IPCAIBGE.
Do
uto
rad
o
Fonte: Tabelas elaboradas pela subseção do DIEESE no ANDES para subsidiar a discussão sobre Remuneração Docente nas IFES.Disponível em: http://portal.andes.org.br/imprensa/noticias/impult1045166703.pdf
5
A partir da tabela acima é possível afirmar que
nominalmente houve um reajuste de em média 30% em
cada nível de cada classe da carreira docente, entretanto,
quando consideramos a inflação acumulada entre os anos
de 2010 e 2014 os reajustes reais não chegam a uma média
de 0,4%, com perdas reais para Associado Nível 1 de 2,43%
e Adjunto Nível 2 de 0,39%.
A partir da segunda perspectiva proposta,
considerando especificamente o reajuste conquistado pela
mobilização nacional em 2012, com um reajuste salarial
acumulado de aproximadamente 15% em três parcelas de
5% com vencimentos para 1º de março de 2013, 1º de
março de 2014 e 1º de março de 2015 e a inflação
acumulada do período constatamos que seu valor, em
termos de poder de compra, já está completamente corroído.
Para termos uma ideia da insuficiência dos ajustes
frente a inflação temos os índices acumulados anuais
(IPCA): 5,91% em 2013; 6,41% em 2014 e por enquanto
4,56% em 2015. O quadro é de perda real e não de
ganho. Portanto apesar do aumento conquistado, em
abril de 2015 seu valor traduzido em poder de compra foi
completamente perdido.
Daí a importância do ponto de reivindicação do
reajuste salarial na pauta nacional de mobilização das IFES.
É uma luta que deve ser travada imediatamente uma vez
que os parâmetros para o orçamento de 2016 no MEC são
estabelecidos até julho de 2015. Não é possível, no contexto
de uma inflação elevada e dos prazos para fechamento dos
orçamentos estatais, esperar até março de 2016 para
constatar que o salário do professor não sofreu reajuste. A
hora da negociação é agora e, para que ela ocorra, a
mobilização da categoria é fundamental.
6
EExxppeeddiieenntteeAAdduunniiffeessppSSSSiinndd.. –– AAssssoocciiaaççããoo ddooss DDoocceenntteess ddaa UUnniivveerrssiiddaaddee FFeeddeerraall ddee SSããoo PPaauulloo ––GGeessttããoo 22001133//22001155::
RRaaúúll BBoonnnnee HHeerrnnáánnddeezz –– PPrreessiiddeennttee;; VViirrggíínniiaa JJuunnqquueeiirraa –– VViicceepprreessiiddeennttee;; AAnnttoonniioo MMiihhaarraa –– SSeeccrreettáárriioo GGeerraall;; JJuulliioo CCeessaarr ZZoorrzzeennoonnCCoossttaa –– 11ºº SSeeccrreettáárriioo;; CCaarrllooss AAllbbeerrttoo BBeelllloo ee SSiillvvaa TTeessoouurreeiirroo GGeerraall;; MMaarrccooss FFeerrrreeiirraa ddee PPaauullaa –– 11ºº TTeessoouurreeiirroo;; MMaarriiaa GGrraacciieellaaGGoonnzzáálleezz PPéérreezz ddee MMoorreellll DDiirreettoorraa ddee RReellaaççõõeess SSiinnddiiccaaiiss,, JJuurrííddiiccaass ee DDeeffeessaa PPrrooffiissssiioonnaall;; FFrraanncciissccoo AAnnttoonniioo ddee CCaassttrroo LLaaccaazzDDiirreettoorr ddee IImmpprreennssaa ee CCoommuunniiccaaççããoo;; DDeenniillssoonn SSooaarreess CCoorrddeeiirroo DDiirreettoorr ddee PPoollííttiiccaa SSóócciiooCCuullttuurraall;; LLuuzziiaa FFááttiimmaa BBaaiieerrll DDiirreettoorraaCCaammppuuss BBaaiixxaaddaa SSaannttiissttaa.
EEnnddeerreeççoo:: RRuuaa NNaappoolleeããoo ddee BBaarrrrooss,, nnoo 884411,, VViillaa CClleemmeennttiinnoo,, SSããoo PPaauullooSSPP CCEEPP 0044002244000022
PPáággiinnaa:: wwwwww..aadduunniiffeesspp..oorrgg..bbrr FFaacceebbooookk:: AAdduunniiffeesspp SSSSiinndd
BBoolleettiimm AAdduunniiffeesspp:JJoorrnnaalliissttaa rreessppoonnssáávveell // RReeggiissttrrooss ffoottooggrrááffiiccooss// PPrroojjeettoo ggrrááffiiccoo // DDiiaaggrraammaaççããoo:: RRaaffaaeell FFrreeiittaass
7 EEmm lluuttaa:: AAggeennddaa
JJuunnhhoo 22001155
02Assembleia Geral
Comunitária
Horário: 12h
Local: Afiteatro MoacyrÁlvaro campus São Paulo
11Assembleia Geral dos
Docentes
Pauta: Indicatico de greveHorário: 12hLocal: Afiteatro LemosTorres campus São Paulo