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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 91

AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA DE CINCO NOVAS VARIEDADES DE CANA‐DE‐AÇÚCAR  

Luis Eduardo Vieira Pinto1, Angela M. M. Godinho2 

 1Mestre em Agronomia (Produção Vegetal) – UNOESTE. [email protected] 

  RESUMO A  grande  expansão  do  setor  sucroalcooleiro  no  Brasil,  principalmente  na  região  Sudeste, caracteriza‐se  pelas  condições  edafoclimáticas  existentes  e  pela  disponibilidade  de  áreas  para plantio. Objetivando estudar as características tecnológicas (Brix, Pol, Açúcares Redutores, Fibra e Pureza)  de  cinco  novas  variedades  de  cana‐de‐açúcar  fornecidas  pela  empresa  Canaoeste  de Sertãozinho‐SP, foi realizado um experimento a campo na Universidade do Oeste Paulista, durante o período de 07/05/2010 a 30/08/2011. O experimento constou de linhas individuais (parcela) de cada variedade contendo 60 metros de comprimento, onde foram realizadas as amostragens em três pontos distintos para a determinação das análises tecnológicas no mês de agosto de 2011. As variedades  CTC  09,  IAC‐SP  963060  e  IAC‐SP  955000  se  destacaram  em  relação  as  demais variedades avaliadas no experimento, obtendo os valores mais representativos em relação ao Brix e Pol, porém não havendo diferença nos parâmetros de Pureza e AR. Palavras‐chave: Saccharum officinarum. Sacarose. Análises Tecnológicas. Açúcar. Álcool  

 

INTRODUÇÃO 

O  setor  canavieiro  passa  atualmente  por  um  processo  de  incrível  crescimento, 

impulsionado principalmente pelo aumento na demanda do etanol, tanto no mercado interno, em 

função  do  avanço  da  tecnologia  dos  veículos  bicombustíveis,  como  por  um  interesse mundial 

crescente na utilização do etanol, em mistura à gasolina. Para   que ocorra o  suprimento dessa 

demanda há a necessidade da contribuição do melhoramento genético vegetal com o lançamento 

de  novas  variedades  geneticamente  superiores,  e  do  desenvolvimento  e  aperfeiçoamento  de 

técnicas, tanto fitotecnias de manejo da cultura, como industriais. (NOBREGA e DORNELAS, 2006). 

O melhoramento da cana tem significativa importância no crescimento da atividade 

canavieira, não apenas pelo desenvolvimento de novas variedades, que eram cinco a seis por volta 

de 1970 para aproximadamente 500 atualmente, como também pelo aumento da produtividade, 

que  no mesmo  período  teve  um  aumento  próximo  de  40  toneladas  por  hectare  (OLIVEIRA  e 

VASCONCELOS, 2006). 

O setor sucroenergético, ao  longo dos anos,  investe em pesquisas e na qualidade 

dos equipamentos utilizados, tanto para a produção de cana‐de‐açúcar, quanto para os processos 

realizados dentro das  indústrias para a obtenção de açúcar, etanol, entre outros. Segundo Silva 

(2007),  toda matéria‐prima  que  entra  na  empresa  é  submetida  à  quantificação  de massa  e  as 

amostragens dos caminhões são submetidas a análises para quantificação dos açúcares presentes. 

Colloquium Agrariae, vol. 8, n. Especial, jul–dez, 2012

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Essas análises são realizadas a partir de amostras coletadas diretamente nos caminhões, por meio 

de sondas de amostragem. A análise dessas amostras é importante para cálculos de rendimentos 

industriais e pagamentos aos fornecedores, obedecendo às normas da Consecana (2006). 

 

OBJETIVO  

O objetivo deste trabalho foi avaliar as características tecnológicas de cinco novas 

variedades de cana‐de‐açúcar para a região de Presidente Prudente. 

 

METODOLOGIA 

O experimento  foi  realizado na área experimental do campus  II da Universidade 

do Oeste Paulista ‐ UNOESTE, durante o período 07/05/2010 a 30/08/2011. As cinco variedades 

de cana‐de‐açúcar foram dispostas em sistema de faixas em  linhas  individuais de 60 metros de 

comprimento. As variedades avaliadas no experimento foram IACSP 96‐3060, IACSP 95‐5000, RB 

93‐5744, CTC 09 e CTC 15. A adubação foi realizada no sulco de plantio, utilizando 200 Kg. ha‐1 

do formulado 08‐28‐16. 

O  solo  do  experimento  foi  caracterizado  com  Argissolo  Vermelho‐Amarelo 

Distroférrico,  típico  a  moderado,  textura  médio‐argilosa  (EMBRAPA,  1999).  A  característica 

climática  de  Presidente  Prudente  é  do  tipo  CWa,  conforme  Koppen,  com  temperatura media 

anual de 25º C e regime pluviométrico caracterizado por dois períodos distintos, um chuvoso de 

outubro a março com média mensal de 158,9 mm, e outro menos chuvoso de abril a setembro 

com média mensal de 66,6 mm (ALVES, 1999).  

As amostras  foram realizadas em cinco  linhas  (parcela) cada  linha de  (60 metros), 

foram coletados três pontos de cada variedade por parcela. 

As  análises  tecnológicas  foram  realizadas  na  usina USALPA  (Usina  Alta  Paulista), 

situada  no municipio  de  Junqueiropolis  ‐  SP. Os  equipamentos  utilizados  para  a  realização  das 

análises  tecnológicas  de  Brix,  Pol,  Pureza  e  Açúcares  redutores  foram  o  desfribrador,  balança 

analítica, prensa hidráulica,  refratômetro digital,  funil de  filtragem e  sacarímetro digital.  Foram 

coletadas 3 amostras de três pontos diferentes por parcelas e sendo cada parcela uma variedade 

gerando três amostras de 500g de cana de açúcar por parcela para a verificação das características 

através das análises tecnológicas. Estas foram devidamente identificadas e levadas ao laboratório 

da usina USALPA onde foram trituradas pelo desfribrador ao ser triturada e homogeneizada a cana 

foi levada para o laboratório (PCTS) onde foi pesada na balança analítica 500g por amostra de cada 

de cada parcela, após a pesagem a amostra  foi prensada pela prensa hidráulica por um minuto 

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com  pressão  de  250  kg/cm2. Após  isso  retirou‐se  da  prensa  o  bolo  úmido,  que  é  pesado  para 

obtenção da fibra da cana, o caldo extraído da prensagem foi utilizado para medir o brix através 

do  refratômetro digital, ao  realizar a  leitura  refratômetrica 100 ml do  caldo extraído da prensa 

hidráulica foi adicionado 100 ml de água destilada e feita uma homogeneização ele é clarificado 

com 8 g de octapol  que é um clarificante que melhora a visualização do caldo para fazer a leitura 

sacarimetrica através do sacarimetro digital, é utilizado 8 gramas de octapol (clarificante). Através 

das leituras realizadas os valores das leituras foi adicionado em um modelo matemático segundo 

CONSECANA, (2011) já obtendo assim os resultados das analises tecnológicas Brix, Pol, Pu e AR. 

As  análises  estatísticas  das  variáveis  estudadas  foram  realizadas  segundo Gomes 

(1992), o contraste entre médias utilizado foi Scott‐Knott, que segundo Silva et al., (1999), é uma 

metodologia estatística com baixa taxa de erro e não apresenta ambigüidade nos resultados. 

 

RESULTADOS 

Tabela 1. Resultados de análises estatísticas da variável analisada, “Pol do caldo (%)” em relação as 

variedades analisadas. 

VARIEDADE  POL CALDO    

RB 935744  21.08  B CTC 15  21.42  B IACSP 963060  22.57  A IACSP 955000  22.62  A CTC 09  22.91  A 

CV (%) = 3.49     

MÉDIA GERAL = 22.12    Letras diferentes na coluna, para cada variedade, indicam diferenças estatísticas ao nível de 5%. 

 

Tabela 2. Resultados de análises estatísticas da variável analisada, “Brix do caldo (%)” em relação 

as variedades analisadas. 

VARIEDADE  BRIX CALDO   

RB 935744  23.44  B CTC 15  23.78  B CTC 09  24.90  A IACSP 963060  24.91  A IACSP 955000  25.08  A 

CV (%) = 2.79     

MÉDIA GERAL = 24.42    Letras diferentes na coluna, para cada variedade, indicam diferenças estatísticas ao nível de 5%. 

 

Colloquium Agrariae, vol. 8, n. Especial, jul–dez, 2012

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Tabela 3. Resultados de análises estatísticas da variável analisada, “Pureza do caldo (%)” em 

relação as variedades analisadas. 

VARIEDADE  PUREZA   

IACSP 955000  87.22  A 

RB 935744  89.96  A 

CTC 15  90.04  A 

IACSP 963060  90.59  A 

CTC 09  91.99  A 

CV (%) = 3.26     

MÉDIA GERAL = 89.96    

Letras diferentes na coluna, para cada variedade, indicam diferenças estatísticas ao nível de 5%. 

 

Tabela 4. Resultados de análises estatísticas da variável analisada, “Açúcares Redutores do caldo 

(%)” em relação as variedades analisadas. 

VARIEDADE  AR   

RB 935744  0.47  A CTC 15  0.45  A IACSP 963060  0.44  A IACSP 955000  0.44  A CTC 09  0.40  A 

CV (%) = 18.67   

MÉDIA GERAL = 0.44    Letras diferentes na coluna, para cada variedade, indicam diferenças estatísticas ao nível de 5%. 

 

DISCUSSÃO 

Houve diferença  significativa em  relação a produção de Pol e Brix  (Tabela 1 e 2) 

para as variedades avaliadas no experimento, onde destacaram‐se a IACSP 963060, IACSP 955000 

e  CTC  09  com  um  valor  médio  superior  as  demais.  A  média  geral  de  Pol  encontrada  no 

experimento foi superior a descrita por Marques et. al (2008) quando trabalhou com a avaliação 

de 6 variedades de cana‐de‐açúcar, onde a média de Pol obtida no experimento foi de (20,01), já a 

média de Brix descrita por Marques  foi  superior  a encontrada no experimento  com o  valor de 

(25,27).  

Para  os  parâmetros  Pureza  e  Açúcares  Redutores  (Tabela  3  e  4),  não  houve 

diferença  estatistítica  significativa,  mostrando  assim  que  para  todas  as  variedades  foram 

representativamente iguais. A média geral de Pureza foi maior do que a descrita por Marques et. 

al  (2008)  no  qual  encontrou  um  valor  de  (79,39),  para  a  variável  AR  do  caldo  os  resultados 

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encontrados no experimento foram inferiores aos descritos por Marques, pois o mesmo cita uma 

média de (0,9) quando os encontrados no experimento foram de 0,44 isso é positivo pois quanto 

menor os valores de açúcares redutores no caldo, maior é a concentração de sacarose contida no 

mesmo. 

 

CONCLUSÃO 

As  variedades CTC 09,  IAC‐SP 963060 e RB 955000  se destacaram em  relação  as 

demais variedades avaliadas no experimento, obtendo os valores mais representativos em relação 

ao Brix e Pol, porém não havendo diferença nos parâmetros de Pureza e AR. 

 

REFERÊNCIAS 

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