aula3- revisado gw

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  Funções da Linguagem Olá, seja bem-vindo (a) a nossa aula sobre Funções de Linguagem. Para iniciá-la, que tal rememorar conceitos estudados na aula passada? Você se lembra dos Elementos do Processo de Comunicação de Roman Jakobson? Faça um esforço para lembrar todos. Quais são? Emissor ou remetente, receptor ou destinatário, canal, mensagem, contexto ou referente, e código. Esses seis elementos do Processo de Comunicação dão origem às Funções de Linguagem, estudadas nesta nossa aula. A predominância de um desses componentes no discurso definirá a função da linguagem. Vamos analisar um quadro com os elementos de comunicação e suas respectivas funções de linguagem? Elementos da Comunicaçã o Funções da Linguagem Contexto ou referente Referencial Emissor ou remetente Emotiva Mensagem Poética Receptor ou destinatár io Conativa ou Apelativa Canal Fática Código Metalinguística Segundo Souza e Carvalho (2005, p. 11), “a divisão de tipos básicos de comunicação não ocorre de forma pura, ou seja, o uso de qualquer uma das funções não implica o anulamento de outras. Um sermão, por exemplo, de caráter predominante conativo, desde que busca persuadir os receptores para um determinado comportamento, pode também manifestar e despertar emoções, cumprindo então função emotiva. Poderá ainda incluir referências, ao narrar, por exemplo, fatos históricos”. Função Referencial A função referencial aponta para o sentido real dos seres e das coisas. É centrada no contexto ou referente e é predominantemente cognitiva. As mensagens da função referencial transmitem conhecimentos sobre objetos, de forma transparente, informacional, simples e convencional. Corresponde à terceira pessoa. Um bom exemplo são os textos científicos.

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Aula3- Revisado GW

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  • Funes da Linguagem

    Ol, seja bem-vindo (a) a nossa aula sobre Funes de Linguagem. Para inici-la, que tal rememorar conceitos estudados na aula passada? Voc se lembra dos Elementos do Processo de Comunicao de Roman Jakobson? Faa um esforo para lembrar todos. Quais so? Emissor ou remetente, receptor ou destinatrio, canal, mensagem, contexto ou referente, e cdigo.

    Esses seis elementos do Processo de Comunicao do origem s Funes de Linguagem, estudadas nesta nossa aula.

    A predominncia de um desses componentes no discurso definir a funo da linguagem. Vamos analisar um quadro com os elementos de comunicao e suas respectivas funes de linguagem?

    Elementos da Comunicao Funes da Linguagem

    Contexto ou referente Referencial

    Emissor ou remetente Emotiva

    Mensagem Potica

    Receptor ou destinatrio Conativa ou Apelativa

    Canal Ftica

    Cdigo Metalingustica

    Segundo Souza e Carvalho (2005, p. 11), a diviso de tipos bsicos de comunicao no ocorre de forma pura, ou seja, o uso de qualquer uma das funes no implica o anulamento de outras. Um sermo, por exemplo, de carter predominante conativo, desde que busca persuadir os receptores para um determinado comportamento, pode tambm manifestar e despertar emoes, cumprindo ento funo emotiva. Poder ainda incluir referncias, ao narrar, por exemplo, fatos histricos.

    Funo Referencial

    A funo referencial aponta para o sentido real dos seres e das coisas. centrada no contexto ou referente e predominantemente cognitiva. As mensagens da funo referencial transmitem conhecimentos sobre objetos, de forma transparente, informacional, simples e convencional. Corresponde terceira pessoa.

    Um bom exemplo so os textos cientficos.

  • Funo Emotiva

    a funo centrada no sujeito emissor ou remetente e tenta passar a impresso de um sentimento verdadeiro ou simulado. A funo emotiva traduz sua emoo a respeito do que ele, o emissor, fala. Corresponde primeira pessoa (eu).

    Como exemplo, temos as interjeies palavras invariveis que exprimem estados emocionais, sensaes, ou servem como auxlio para expressar o que o emissor sente. Podem ser de alegria (oba!, que bom!), de saudao (oi, ol), de admirao (oh, puxa, caramba, cus), de medo (cruzes, socorro), entre outras.

    Funo Potica

    Centra-se na mensagem e h a predominncia da conotao e do subjetivismo. Trabalha principalmente com os signos, o discurso, independente dos objetos. Ateno: apesar do nome, a funo potica no existe apenas na poesia. Ocorre na linguagem coloquial, na msica, na linguagem publicitria, entre outras.

    fatores ajudam na consolidao da crise, materializada na homogeneizao de forma e contedo dos textos crticos. Dentro desse panorama, o ciberespao ser visto, ao mesmo tempo, como ltimo estgio da padronizao da crtica e como estrutura tecnolgica que possibilita a reestruturao da esfera pblica. Isso traria crtica a retomada de sua funo original de resistncia cultural. Para realizar essa anlise, trao um panorama histrico da interseo entre crtica, cinema e jornalismo. As teorias crticas, ps-modernas, os estudos do cinema, do jornalismo e do ciberespao fornecem a moldura terica da dissertao.

    CARREIRO, Rodrigo Octvio dAzevedo. O gosto dos outros: Consumo, cultura pop e internet na crtica de cinema de Pernambuco. Dissertao de Mestrado.

    UFPE: 2003, p. 2.

    A crtica de cinema, exercida nos meios de comunicao que utilizam a linguagem escrita (jornais, revistas e sites na internet), atravessa uma crise. O objetivo deste trabalho realizar uma leitura histrica da trajetria da crtica jornalstica de cinema em Pernambuco, durante todo o sculo XX, no sentido de identificar os desvios de rota a que ela foi submetida. Parto do pressuposto de que as causas da crise no esto localizadas apenas em Pernambuco; a crtica local apenas reverberou uma crise global da crtica. A indstria cultural, o dilema entre alta cultura e cultura de massa, a ascenso da juventude posio de categoria hegemnica no mapa do consumo ps-moderno, a cultura pop; todos esses fatores

  • Outro exemplo de funo potica pode ser observado na poesia concreta de Augusto de Campos.

    Figura 1 - Fonte: CAMPOS, Augusto de, PIGNATARI, Dcio, CAMPOS Haroldo de. Teoria da

    Poesia Concreta: textos crticos e manifestos 1950/1960. Cotia, SP: Ateli Editorial, 2006.

    Funo Ftica

    Procura estabelecer, interromper ou prolongar a comunicao e serve para testar a eficincia do canal. As mensagens da funo ttica testam a eficincia de contato do canal. Exemplo: numa conversa telefnica, o emissor se dirige ao receptor dizendo al, certo?, n?, ah.

    Figura 2 - Fonte: Portal do Professor (MEC)

    Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortesO tenho um apetite voraz e os delrios mais loucos.

    Voc pode at me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:

    - E da? Eu adoro voar!

    No me deem frmulas certas, porque eu no espero acertar sempre. No me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir meu corao. No me faam ser quem no sou. No me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente. No sei amar pela metade. No sei viver de mentira. No sei voar de ps no cho. Sou sempre eu mesma, mas com certeza no serei a mesma pra sempre.

    Clarice Lispector

  • Funo Metalingustica

    Tambm chamada de metalinguagem. a lngua (cdigo) que tenta explicar ou trata de alguma forma a prpria lngua. Ou um discurso lingustico usado para descrever sobre outras linguagens. A metalinguagem transmite reflexes sobre as mais variadas formas de utilizao da linguagem.

    Para exemplificar a funo metalingustica, analisemos uma Gramtica da Lngua Portuguesa, usada por voc na escola. A Gramtica possui centenas de discursos (conceitos, regras, anlises, explicaes) usados para descrever a Lngua Portuguesa.

    Aulas de lnguas estrangeiras tambm so um timo exemplo de funo metalingustica. Um dicionrio tambm se enquadra como exemplo dessa funo, pois apresenta milhares de verbetes de anlise das utilizaes da linguagem.

    O cinema repleto de exemplos de metalinguagens quando mostra filmes explicando ou mostrando as formas de construir um filme. Quando voc for ao cinema e assistir a um filme explicando o modo de fazer outro filme, estar imergindo na funo metalingustica. E um clssico nesse exemplo de metalinguagem na stima arte o italiano Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornatore, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 1990, lanado na Brasil em DVD e Blue-Ray.

    Figura 3 - Cena clssica de Cinema Paradiso numa sala de projeo

    At mesmo nas artes plsticas h diversos exemplos de funo metalingustica. Copie e cole o seguinte link em outra janela ou aba do seu navegador de internet: http://www.google.com.br/search?q=van+gogh+auto+retrato&hl=pt-BR&prmd=imvns&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=koYqT7GlOofAtgfAq6zmDw&ved=0CC0QsAQ&biw=1366&bih=667

    Essa uma busca do Google para van gogh auto retrato. O pintor ps-impressionista holands Vicent Van Gogh pintou 35 autorretratos de 1886 a 1889, introduzindo, dessa forma, o prprio corpo e reflexes sobre seu estado de sade como forma de se expressar artisticamente. Analise a figura abaixo.

  • Figura 4 - "Auto-Retrato Diante do Cavalete"

    H duas maneiras de analisarmos a metalinguagem na obra acima. Em primeiro lugar, trata-se de um autorretrato, onde o prprio pintor retratado o autor da obra artstica. Em segundo lugar, vemos Van Gogh manuseando uma srie de pincis e uma paleta com tintas sobre o brao direito, de frente para uma tela. Agora nos aprofundamos um pouco na funo metalingustica. No apenas o pintor. A prpria arte da pintura se torna elemento constitutivo do discurso metalingustico desse quadro. O pintor pinta a si mesmo em plena atividade. Metalinguagem pura.

    Funo Conativa ou apelativa

    centrada no sujeito receptor ou destinatrio e tem como principal caracterstica a persuaso, sendo muito utilizada na Propaganda. Corresponde segunda pessoa (tu).

    Segundo Jakobson (1970, p. 126), a funo conativa encontra sua expresso mais pura no vocativo e no imperativo.

    O imperativo o modo verbal que expressa uma ordem, um pedido, uma recomendao, ou ainda, um convite. Outro exemplo o vocativo, termo da orao por meio do qual chamamos ou interpelamos o interlocutor, real ou imaginrio.

  • Exemplo extrado do blog http://supremamaegaia.blogspot.com/2010/11/viver-nao-e-facil-nao.html Acesso em 30 de janeiro de 2012.

    Outro belo exemplo de funo conativa a msica Tente outra vez, de Raul Seixas.

    Voc pode assistir ao vdeo dessa msica copiando e colando este link no seu navegador: http://www.youtube.com/watch?v=oT1SplA4Yr8 ou esta outra opo http://www.youtube.com/watch?v=8OxlAOvAmZk

  • Estamos chegando ao final da nossa terceira aula, prezado aluno. Esperamos que voc esteja gostando. Saiba que elas sero muito enriquecedoras para o seu futuro profissional, porque a utilizao correta da Lngua Portuguesa essencial para qualquer rea de atuao. Na nossa prxima aula, estudaremos as Variaes Lingusticas e os Nveis de Linguagem. At o nosso prximo encontro!

    Veja! No diga que a cano Est perdida Tenha f em Deus Tenha f na vida Tente outra vez!...

    Beba! (Beba!) Pois a gua viva Ainda t na fonte (Tente outra vez!) Voc tem dois ps Para cruzar a ponte Nada acabou! No! No! No!...

    Oh! Oh! Oh! Oh! Tente! Levante sua mo sedenta E recomece a andar No pense Que a cabea aguenta Se voc parar No! No! No! No! No! No!...

    H uma voz que canta Uma voz que dana Uma voz que gira (Gira!) Bailando no ar Uh! Uh! Uh!...

    Queira! (Queira!) Basta ser sincero E desejar profundo Voc ser capaz De sacudir o mundo Vai! Tente outra vez! Humrum!...

    Tente! (Tente!) E no diga Que a vitria est perdida Se de batalhas Que se vive a vida Han! Tente outra vez!..