aula3

39
ITEM 4.Burocracia ITEM 9. Relações entre política e administração; limites e possibilidades de atuação da esfera pública na produção e regulação de bens públicos; instituições não-governamentais e o exercício do poder público.

Upload: alexsandro-amaral

Post on 10-Oct-2015

5 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • ITEM 4.Burocracia

    ITEM 9. Relaes entre poltica e administrao; limites e possibilidades de atuao da esfera pblica na produo e regulao de bens pblicos; instituies no-governamentais e o exerccio do poder pblico.

  • Item 4BUROCRACIA

    HEGELa burocracia um mediador entre a sociedade civil e o estado

    Sociedade civil a dimenso onde os indivduos pensam realizar a sua liberdade individual e subjetiva; trabalham, realizam trocas, concluem contratos, mas de tal modo que pensam que trabalham, produzem e trocam para si mesmos, como se a vontade individual fosse a vontade racional [...] o mundo da economia poltica, o mundo da burguesia industrial ascendente e da sua ideologia,

  • O verdadeiro estado, cujos membros so cidadosconscientes de quererem a unidade do todo, eleva-se por cima da sociedade civil. Ele a sua alma e igualmente o seu fim. somente querendo conscientemente o estado que o indivduo ultrapassa a contingncia do livre arbtrio para entrar na terra nativa da liberdade [...] O estado o racional em si e para si.

  • Hegel distingue com preciso as classes sociais, cujo papel na vida do todo muito diverso.

    Os camponeses e, sobretudo, os burgueses s indiretamente participam no esprito da totalidade; s uma nobreza capaz de sacrificar a sua vida e bens pela unidade do estado se pode elevar moralidade absoluta.

    Mais tarde, sob a influncia de Napoleo, em quem Hegel tanto admirou o sentido de estado, a nobreza foi substituda no seu esprito por um corpo de funcionrios capazes de se dedicarem absolutamente ao estado.

  • Hegel concebeu que esses funcionrios com sentido do dever tivessem a misso de encarnar a unidade e a totalidade do estado, em oposio a uma burguesia demasiado absorta nos interesses privados para que pudesse ultrapassar o agregado da sociedade civil.

    A burocracia, para Hegel, um corpo social de elementos da classe mdia, dotado de um tipo de organizao que impe ao burocrata o sacrifcio da satisfao pessoal e de quaisquer pretenses objetivas portanto, onde se requer uma atuao impessoal e racional (tendo em vista os interesses superiores do estado)

  • KARL MARXA burocracia um crculo ao qual nada pode escapar [...];A cabea remete para os crculos inferiores a preocupao de compreender os detalhes, e os inferiores julgam que a cabea pode compreender o geral. Assim se enganam mutuamente [...]

    O esprito geral da burocracia o segredo, o mistrio guardado no seu seio pela hierarquia e no exterior pelo seu carter de corporao fechada; a autoridade , consequentemente, o princpio da sua sabedoria e a idolatria da autoridade constitui o seu sentimento [...];

    Para um burocrata tomado individualmente, a finalidade do estado transforma-se na sua finalidade privada sob a forma de luta pelos postos mais elevados;

  • MARX 18 Brumrio de Lus Bonaparte, de um exrcito de funcionrios de mais de meio milho de indivduos, que mantm, portanto, uma quantidade enorme de interesses e exigncias na mais absoluta dependncia, onde o estado encerra, controla, regula, superintende e mantm sob tutela a sociedade civil, desde as mais amplas manifestaes da sua existncia at aos seus mais nfimos movimentos, desde as formas mais gerais de existncia at vida privada dos prprios indivduos, onde esse corpo parasita, graas mais extraordinria centralizao, adquire uma ubiquidade, uma oniscincia, uma maior capacidade de movimento e elasticidade, que s encontram paralelo na dependncia absoluta, na disformidade incoerente do corpo social.Mas o interesse material da burguesia francesa est precisamente ligado de modo ntimo manuteno desta vasta e complicada mquina governamental. aqui que ela emprega o excedente populacional e compensa sob a forma de vencimentos o que no pode embolsar sob a forma de lucros,rendas e honorrios

  • BUROCRACIAPONTOS CENTRAIS DA VISAO DE MARXa) A burocracia contemplada sempre a administrao doestado;b) No 18 Brumrio mantm-se a referncia explcita dicotomia estado/sociedade civil;c) A burocracia sempre concebida como corpo parasitrio e, simultaneamente, como uma correia de transmisso de que o estado de classes no pode prescindir; quer os interesses privados da sociedade civil ,quer a burguesia (do 18 Brumrio), necessitam dela para exercer o seu domnio;d) Embora a burocracia seja dotada de uma autonomia capaz de tornar a sua atuao politicamente relevante em certos momentos, ela nunca considerada uma classe social propriamente dita, e ainda menos como classe social dominante. A CORREIA DE TRANSMISSO DOS INTERESSES DA CLASSE DOMINANTE

  • Max Weber seis caractersticas da burocracia:

    a) Existe um princpio de competncias da autoridade, geralmente ordenado segundo regras fixas; isto , as competncias so delimitadas estatutariamente;

    b) Existe uma hierarquia de funes e de diferentes nveis de autoridade;

    c) A toda a atividade da burocracia esto ligados documentos escritos;

    d) A funo burocrtica pressupe normalmente uma formao profissional intensa;

  • e) A mesma funo absorve a vida do funcionrio;

    f) Ao desempenh-la, este aprende as regras do funcionamento da burocracia, o que representa uma aprendizagem tcnica especializada.

    A administrao burocrtica sucede administrao dos notveis, onde o soberano faz executar as suas medidas por intermdio da sua corte pessoal, dos seus companheiros de mesa e dos fiis da corte.

    O burocrata remunerado, -lhe assegurado um certo nvel de vida, o seu emprego normalmente estvel e as possibilidades de promoo baseiam-se em fatos normalmente calculveis e previsveis

  • a razo decisiva dos avanos da organizao burocrtica foi, desde sempre, a sua superioridade puramente tcnica em relao a qualquer outra forma de organizao, devido preciso, rapidez, ausncia de ambiguidade, manejo de documento, continuidade, discrio, unidade, subordinao estrita, reduo de conflitos, [...] de que d prova.

    A eliminao no seu seio das relaes pessoais, o carter calculvel e previsvel dos resultados das suas atividades, tornaram-na um instrumento racional ao servio do estado e das empresas e um organismo social perfeitamente identificado com um movimento de racionalizao crescente na moderna sociedade capitalista

  • Max Weber no procura tanto formular um conceito de burocracia enquanto categoria social, como caracterizar um tipo de funcionamento ou de organizao que impregna, com maior ou menor intensidade, as atividades sociais.

    A burocracia um atributo dessas atividades, ou uma forma que "as pode moldar uma forma susceptvel de ser aplicada a diversos contedos.

    aplicvel tanto administrao estatal, como s empresas ou aos partidos polticos; e, do mesmo modo, pode ser inserida nos mais diversos regimes polticos: monarquia 'absoluta, regime parlamentar, socialismo de estado (Weber prev explicitamente esta ltima hiptese).

  • A expanso atual da burocracia uma marca do movimento de racionalizao do mundo moderno. Refira-se que a racionalidade para Weber definida ao nvel dos comportamentos considerada do ponto de vista do ator. A racionalizao implica um maior predomnio da ao racional na prossecuo de um fim extrnseco tpica do burocrata, ou, pelo menos, da ao racional referida a um valor e uma menor relevncia da ao emotiva ou tradicional.

  • Ao social um comportamento humano, ou seja, uma atitude interior ou exterior voltada para ao ou absteno. Esse comportamento s ao social quando o ator atribui a sua conduta um significado ou sentido prprio, e esse sentido se relaciona com o comportamento de outras pessoas

    Weberdistino entre quatro tipos de ao social:a ao racional com relao a um objetivo determinada por expectativas no comportamento tanto de objetos do mundo exterior como de outros homens e utiliza essas expectativas como condies ou meios para alcance de fins prprios racionalmente avaliados e perseguidos. uma ao concreta que tem um fim especifico, por exemplo: o engenheiro que constri uma ponte.

  • a ao racional com relao a um valor aquela definida pela crena consciente no valor - interpretvel como tico, esttico, religioso ou qualquer outra forma - absoluto de uma determinada conduta. O ator age racionalmente aceitando todos os riscos, no para obter um resultado exterior, mas para permanecer fiel a sua honra, qual seja, sua crena consciente no valor, por exemplo, um capito que afunda com o seu navio.

    a ao afetiva aquela ditada pelo estado de conscincia ou humor do sujeito, definida por uma reao emocional do ator em determinadas circunstncias e no em relao a um objetivo ou a um sistema de valor, por exemplo, a me quando bate em seu filho por se comportar mal.

  • a ao tradicional aquela ditada pelos hbitos, costumes, crenas transformadas numa segunda natureza, para agir conforme a tradio o ator no precisa conceber um objeto, ou um valor nem ser impelido por uma emoo, obedece a reflexos adquiridos pela prtica.

    WEBERburocratizao processo histrico de mudana da organizao baseada em valores e ao (a chamada autoridade tradicional) para uma organizao orientada para os objetivos e ao (chamada legal-racional). O resultado, segundo Weber, uma "noite polar de frio glacial" na qual a crescente burocratizao da vida humana a coloca numa gaiola de ferro de regras e de controlo racional.

  • ITEM 9: RELAES ENTRE POLTICA E ADMINISTRAO Organizao burocrtica aquela que se baseia num sistema formal-impessoal

    WEBERo surgimento do estado burocrtico implicaria a renncia de responsabilidade pela liderana poltica e na usurpao das funes polticas por parte dos administradores.

    A questo por detrs desta problemtica o contraste, a distino e a tenso entre a racionalidade substantiva da busca de interesses e a racionalidade instrumental-formal do exerccio da autoridade

  • Weber pe em evidncia os riscos da desintegrao entre poltica e administrao, processo de inverso da racionalidade burocrtica, cuja tendncia ao absolutismo burocrtico ameaa a legitimidade do Estado

    Quando no se consegue tal controle, a burocracia usurpa o processo de deciso poltica de acordo com sua tendncia fundamental ... de transformar todos os problemas polticos em problemas administrativos

    QUESTAO:Como estabelecer um padro de interao entre poltica e administrao que atenda simultaneamente aos requisitos de insero social e regulao poltica no alcance de nveis de autonomia relativa que so negociados nas relaes contratuais (de delegao ou representao de interesses) entre os principais atores da ao pblica?

  • Fonte: Rua, baseado em B. G. Peters.

    ModeloCarter das InteraesResoluo de ConflitosEstilo das InteraesControle do ProcessoImpactosFormal LegalIntegrativo ComplementarComandoAutoridade FormalPolticosMudana de OrientaoVillage Life(paroquial)Integrativo CoalescenteBarganhaMutualidadeElites Polticas e BurocrticasEstabilidadeFuncionalCoalescente ConcorrencialBarganhaEspecializao setorialElites SetoriaisMudana Setorial IncrementalAdversrioConflituosoCompetio e BarganhaDisputa por Recursos de PoderVarivelMudana de OrientaoTecnocrtico AutoritrioConflituosoExcluso, Barganha, Incorporao SeletivaControle do Processo PolticoBurocratasMudana IncrementalEstado AdministrativoIntegrativo ComplementarAbdicaoSuperioridade TcnicaBurocratasMudana Incremental

  • Paradigma agente x principal As transaes sociais entre atores na esfera tradicional do Estado e do mercado podem ser enfocados a partir de uma relao tipo contratado (agente) e contratante (principal) (MELO, 1996).

    Requisitos de insero e regulao so tratados enquanto interdependncia sistmica de trs espcies de relao: I)entre Estado (burocracia e sistema poltico) e agentes econmicos:II)entre polticos e burocratas;III)entre cidados e polticos

    Como assegurar que o contratado (agente, burocracia) tenha autonomia para agir em nome do contratante (cidado, poltico) sem, contudo, privilegiar seu interesse em detrimento do interesse do contratante?

  • O modelo da racionalidade tridimensional contraditria, de OFFE (1984)a ao administrativa correta uma resultante de trs vetores de racionalidades contraditrias:

    1)conformao com o carter formal-legal do estado de direito (burocracia);

    2)adequao s demandas da clientela (interesses localizados da sociedade civil, ou insero);

    3)e adequao s concepes polticas sobre valor (regulao poltica).

    A legitimidade da ao pblica repousa no processamento desta tripla racionalidade.

  • Autonomia Inserida elevada capacidadegovernativa relacionada implementao de projetos de desenvolvimento, caracterizada por um alto grau de cooperao de atores privados mediante fraca superviso poltica (PETER EVANS, 1989)

    para que as agncias governamentais ganhem eficcia e sejam capazes de realizar transformaes, devem estar imersas em uma densa rede de relaes sociais que as vinculam aos seus aliados na sociedade a partir de objetivos de mudana.

    Esta seria a forma de assegurar a democracia, evitando que a burocracia venha a se tornar governo, em substituio aos polticos.

  • Tipos de Integrao entre poltica e administrao: (i)integrao competitiva, poliarquia presidencialistanorte-americana, onde o congresso compete com e influencia aadministrao; (ii) integrao cooperativa, poliarquias parlamentaristas europias, onde a administrao formada de dentro do parlamento.

  • Tipos de Integrao entre poltica e administrao: ausncia de integrao, com duas possibilidades:

    (i)captura, situao de pouca autonomia burocrtica e excessiva regulao poltica, padro tipicamente clientelista; e (ii)insulamento, situao de excessiva autonomia burocrtica e baixa regulao poltica, que pode resultar em auto-orientao ou alianas esprias do tipo anis burocrticos. Mecanismo pelo qual o sistema poltico compreende vnculos entre as burocracias pblica e privada, de forma que partes da primeira so capturadas pelo sistema de interesses privado ao mesmo tempo que partes do setor privado se aliam a segmentos da burocracia pblica, fazendo com que determinados interesses da sociedade civil passem a existir dentro do Estado.

    E (iii)situao de paralisia, na qual a ao burocrtica perde autonomia, no se insere e no est politicamente regulada.

  • A utopia ps-burocrtica traz um dilema: ou se submete a burocracia instrumental ao controle poltico, incrementando-se o exerccio da poltica, ou se cria uma burocracia que no seja puramente instrumental, mas integrada e permeada pela racionalidade do sistema poltico (regulao) e da sociedade (insero), no pela sua prpria racionalidade.

    BRESSER h uma contradio intrnseca ao modelo de administrao pblica vigente no mundo ocidental moderno desde o sculo XIX: o modelo de administrao burocrtica:...a administrao pblica burocrtica, que Weber descreveu como uma forma de dominao racional-legal, trazia embutida uma contradio intrnseca. A administrao burocrtica racional, nos termos da racionalidade instrumental, medida em que adota os meios mais adequados (eficientes) para atingir os fins visados. , por outro lado, legal, medida em que define rigidamente os objetivos e os meios para atingi-los na lei. Ora, em um mundo em plena transformao tecnolgica e social, impossvel para o administrador ser racional sem poder adotar decises, sem usar de seu julgamento discricionrio, seguindo cegamente os procedimentos previstos em lei. (BRESSER PEREIRA, 1997:41).

  • Petersseis pr-requisitos para que um grupo ou indivduo seja capaz de prover governo: 1-a capacidade de formular intenes polticas, 2-de ajustar suas intenes a procedimentos governamentais j estabelecidos, 3-de competir pelo preenchimento de cargos governamentais, 4-de ocupar posies centrais no governo; 5-a posse de qualificaes de comando ou gerenciamento das atividades governamentais; e 6-a capacidade de controlar a implementao das decises pblicas.

  • Embora a burocracia seja sempre um como o ator central na tomada de decises, o seu papel se torna ainda mais proeminente em alguns contextos e polticas, assumindo um padro muito semelhante ao governo burocrtico sugerido por Peters.

    Em certos casos, os agentes burocrticos elaboram as suas alternativas e controlam o processo de formulao,exibindo elevado grau de autonomia. Ao mesmo tempo, quandoas suas preferncias no implicam confronto com os interesses privados, buscam constituir alianas estratgicas com este ltimo, inclusive no interior do prprio governo, na forma de anis burocrticos, que constituem um recurso poltico essencial s disputas interburocrticas.

  • Em outros contextos, os agentes governamentais no apenas formulam propostas adversas aos interesses privados como tambm so capazes de impor a estes ltimos as suas preferncias, destacando-se pelo seu isolamento e pela absoluta excluso dos atores privados.

    Em outros casos, ainda, burocracia passa a adotar comportamentos tpicos dos polticos, substituindoa nfase nos argumentos tcnicos pela atuao estratgica junto aos atores relevantes e tomando decises orientadas por concepes polticas mais amplas e no voltadas exclusivamente para interesses setoriais e imediatos.

  • Street Level Bureaucracy Michael Lipsky, em 1980a implementao de polticas no final, resume-se a pessoas que realmente a implementam. Funcionrios pblicos, como a polcia e assistentes sociais, bombeiros, professores, etc possuem poder poltico e devem ser vistos como parte de uma comunidade de polticas pblicas. Lipsky problemas com a burocracia de nvel de rua: escassez de recursos, a negociao permanente, e as relaes com clientes."

    Tony Evans e John Harris" a proliferao de regras e normas no deve automaticamente ser equiparado a um maior controle do poder profissional, paradoxalmente, mais regras podem gerar mais discrio.

  • Steven Maynard Moody da Universidade de Kansas os trabalhadores de rua "nvel realmente fazem escolhas polticas em vez de simplesmente aplicar as decises das autoridades eleitas. E os seus preconceitos influenciam o seu tratamento de cidados . Em 2007, Emil Mackey confirmou que esses funcionrios exercem o seu poder para mudar a poltica ao nvel da execuo. Alm disso, essas mudanas na implementao da poltica reflete mos valores individuais de cada burocrata , mais do que a vontade dos responsveis polticos.

  • 1)(ESAF\IPEA\2004) Q. 27- Sobre a organizao burocrtica do Estado possvel afirmar que:

    1- H trs condies indispensveis para a formao dos aparelhos burocrticos: a existncia de um sistema de racionalidade legal, o desenvolvimento de uma economia monetarizada e a expanso quantitativa e qualitativa das funes administrativas.2- A concentrao dos meios de administrao e de gesto nas mos dos detentores do poder e a reduo do impacto das diferenas sociais devido impessoalidade dos processos e critrios de recrutamento de funcionrios so duas importantes conseqncias da organizao burocrtica do Estado.3- Um dos potenciais motivos de conflito, inerente organizao burocrtica do Estado democrtico, a tenso entre a justia substantiva e a justia formal, que pode ser exemplificada pela formao de castas privilegiadas, ainda que meritocrticas, apesar dos processos objetivos e abertos de seleo de quadros.4- Um dos mais crticos desafios democracia no Estado moderno e contemporneo o controle do lder poltico sobre o aparelho burocrtico, o qual, por sua competncia tcnica e recursos organizacionais de poder, capaz de disputar e conquistar o controle do processo poltico e legislativo.Examine as assertivas acima e selecione a opo correta.a) Somente 1 e 4 so corretas.b) Somente 1, 2 e 3 so corretas.c) Somente 2, 3 e 4 so corretas.d) Somente 1, 2 e 4 so corretas.e) Somente 1, 3 e 4 so corretas.

  • 2)(ESAF\Gestor\2008) Q.58- Com a crescente racionalizao da sociedade, ocorre uma extenso qualitativa das tarefas administrativas, aumentando a indispensabilidade do conhecimento especializado, que se torna, cada vez mais, a base da posio de poder do governante. Ocorre tipicamente que o senhor j no se satisfaz com a consulta ocasional a pessoas de sua confiana pessoal, ou mesmo a uma assemblia dessas pessoas, convocada intermitentemente e em situaes difceis. Entre as formas institucionais abaixo, selecione aquela que deu origem burocracia ocidental moderna.a) As corporaes de ofcio que, na Idade Moderna, deram origem s organizaes sindicais, com sua diviso de trabalho, conhecimento especfico e lideranas especializadas.b) Os rgos colegiados, que deliberavam em sesso contnua, e cujo ncleo era constitudo por funcionrios e ex-funcionrios, que dominavam o conhecimento especializado e que formaram estruturas duradouras, independentes da pessoa.c) As juntas de controle existentes nas estruturas burocrticas da moderna economia privada, que se completavam com a admisso de notveis, incorporados pelo seu conhecimento especializado ou por seus vnculos com credores bancrios.d) Os parlamentos medievais, formados pela aristocracia e pelo clero, reunindo grandesdetentores independentes dos feudos e cargos em estruturas polticas patrimoniais ou feudais.e) Os grupos de interesses econmicos privados, formados pelas camadas economicamente mais influentes, aos quais se associaram os membros das instituies religiosas, cujo poder estava em declnio, mas permaneciam sendo o repositrio do conhecimento geral e especializado.

  • 3)(ESAF\Gestor\2005) Q. 18- Com base no pensamento de Max Weber, julgue as sentenas sobre a burocracia atribuindo (V) para a afirmativa verdadeira e (F) para a afirmativa falsa, assinalando ao final a opo correta.( ) A constituio prvia de uma economia monetria condio sine qua non para o surgimento da organizao burocrtica.( ) O Estado moderno depende completamente da organizao burocrtica para continuar a existir.( ) A burocracia elemento exclusivo do Estado moderno capitalista, no sendo verificvel em outros momentos da histria.( ) O modelo burocrtico a nica forma de organizao apta a desempenhar as tarefas necessrias para o bom funcionamento do capitalismo.a) V, F, F, Vb) V, V, F, Fc) F, F, V, Vd) F, V, F, Ve) F, F, F, V

  • 4)(ESAF\APO\2003) Q.08- Uma importante tradio de estudos mostra que as relaes de burocratas com outros atores podem assumir variados padres. Um deles, bastante presente na institucionalidade poltica brasileira, o insulamento burocrtico. Entre as opes abaixo, marque aquela que descreve corretamente o insulamento burocrtico.a) Uma relao entre a burocracia e a sociedade, baseada na troca de dados e informaes, visando constituir mecanismos formais para a representao de interesses no interior do aparato burocrtico e tornar transparentes as influncias particulares sobre as decises pblicas.b) Uma relao entre agncias governamentais que compartilham objetivos de reduo de custos ou otimizao de resultados, visando proporcionar qualificao e treinamento especializado aos seus funcionrios, a fim de capacit-los para o exerccio de tarefas complexas.c) O estabelecimento de padres de hierarquia, diviso de funes, busca de excelncia e eficincia mxima, com a finalidade de eliminar o contato entre decisores pblicos e a sociedade, para que as aes de governo espelhem estritamente os interesses gerais da nao.d) O estabelecimento de barreiras institucionais destinadas tanto a bloquear presses partidrias e o encaminhamento de demandas personalsticas quanto a assegurar a eficincia na alocao dos recursos necessrios gesto das polticas governamentais.e) Um esforo de racionalizao burocrtica destinada a imprimir aos funcionrios do Estado a tica da convico, traduzida pelo predomnio de uma viso tecnicista do processo legislativo, e a reservar aos polticos a tica das responsabilidades, mais apropriada representao de interesses e negociao de demandas conflitantes.

  • 5)(ESAF\STN\2002) Q. 56- Num dos trabalhos mais importantes da sociologia poltica brasileira, o socilogo Fernando Henrique Cardoso criou o conceito anis burocrticos. Entre as opes abaixo, aponte a que representa mais apropriadamente este conceito.a) (...) quanto menos se considera a organizao com relao ao futuro da carreira, mais contam os contatos pessoais como meio de promoo. Ademais, depois de algumas mudanas entre diferentes rgos, todo burocrata pertence a uma rede de ex-colegas de trabalho, agora distribudos pelo aparato de Estado, com os quais pode contar para informao e apoio. A circulao, portanto, cria no apenas o desejo como tambm a oportunidade para a poltica pessoal.b) (...) um sistema de representao de interesses no qual as unidades constitutivas so organizadas em nmero no-especificado de categorias mltiplas, voluntrias, competitivas, no-hierarquicamente ordenadas e autodeterminadas (em termos do tipo ou escopo de seus interesses), que no so especialmente licenciadas, reconhecidas, subsidiadas, criadas ou controladas de qualquer forma em seus processos de seleo de lideranas ou articulao de interesses pelo Estado e que no exercem um monoplio na atividade de representao em suas respectivas categorias.

  • c) (...) um sistema de representao de interesses em que as unidades constitutivas esto organizadas em um nmero limitado de categorias singulares, compulsrias, no-competitivas, hierarquicamente ordenadas e funcionalmente diferenciadas, reconhecidasou permitidas (seno criadas) pelo Estado e que tm a garantia de um deliberado monoplio de representao dentro de suas categorias respectivas, em troca da observncia de certos controles na seleo de lderes e na articulao de demandas e apoios.d) (...) um processo scio-poltico especfico no qual organizaes representando interesses funcionais monopolsticos se engajam em trocas polticas com agncias estatais para definir polticas pblicas que envolvem essas organizaes, e assumem um papel que combina a representao de interesses e a implementao da poltica via delegao auto-imposta.e) (...) uma teia de cumplicidades mais difusas (que os lobbies), mais orientada para relaes e lealdades pessoais que tornavam cmplices desde o vereador, o deputado, o funcionrio de uma repartio fiscal, o industrial, o comerciante ou o banqueiro, at o ministro, quando no o prprio presidente. A burocracia funcionava, portanto, como parte de um sistema mais amplo e segmentado: no existindo eficazmente partidos e classes, (...) os interesses organizavam-se em crculos mltiplos (...) que cortavam perpendicularmente e de forma multifactica a pirmide social, ligando em vrios subsistemas de interesse e cumplicidade segmentos do governo, da burocracia, das empresas, dos sindicatos etc..

  • 6) (ESAF\STN\2002) Q. 48- Weber foi um dos principais estudiosos do Estado moderno. Chamou a ateno, em seus escritos, para o processo de racionalizao burocrtica como um dos aspectos fundadores de um novo tipo de dominao poltica denominada racional- legal. Indique abaixo a opo que melhor caracteriza o tipo de relao entre a Burocracia e o Parlamento, na Alemanha de seu tempo, a qual ele considerava uma disfuno do sistema poltico daquele pas.a) Os burocratas tinham pouco poder poltico, devido a uma baixa racionalizao do aparato administrativo do Estado alemo, e, por conta disso, facilmente se tornavam refns de polticos populistas e corruptos.b) Os burocratas alemes eram muito mais capazes de definir as linhas de ao do Estado alemo que os polticos, o que causava um distanciamento entre as aes do governo e as vontades dos eleitores.c) A burocracia se caracterizava pela prevalncia de clientelismo e patrimonialismo, enquanto a poltica partidria era essencialmente dominada por lideranas carismticas e populistas.d) A burocratizao teria avanado demasiadamente no aparato estatal mas no o suficiente nas estruturas partidrias, de modo que a racionalizao das agncias governamentais no encontrava paralelo nos partidos polticos.e) A racionalizao burocrtica consolidou, entre os funcionrios do Estado, a tica da convico, traduzida pelo predomnio de uma viso tecnicista do processo legislativo; j entre os polticos prevalecia a tica das responsabilidades, mais afeita s negociaes e solues de compromisso entre demandas conflitantes. Isso dificultava as relaes entre Executivo e Legislativo, gerando conflitos institucionais e paralisia decisria.

  • 7)Uma das mais instigantes questes acerca das relaes entre poltica e administrao diz respeito ao significado, a desejabilidade e os limites da neutralidade burocrtica nas democracias contemporneas. O conceito de neutralidade aparentemente muito simples, baseando-se nos princpios de separao entre as carreiras polticas e administrativas e de despolitizao do servio pblico. Com base no modelo tpico-ideal weberiano, a separao entre poltica e administrao est contemplada em todos os enunciados abaixo, EXCETO: a)Cumprimento, pela burocracia, de tarefas segundo regras calculveis e sem relao com pessoas.b)Execuo conscienciosa, pelos burocratas, das decises legais dos polticos, como se resultassem de suas prprias convices. c)Preservao do envolvimento dos burocratas com partidos ou lideranas polticas, de modo a atuarem como instrumentos de qualquer governo legtimo.d)Seleo para o exerccio de cargos, mediante sua competncia tcnica em arena de competio administrativa.e)Responsabilizao pessoal dos burocratas pelas conseqncias polticas de decises e aes executadas com base no poder e atribuies dos seus cargos.

  • 8)O processo inexorvel de racionalizao da sociedade moderna, o avano tecnolgico, a crise de credibilidade da classe poltica e o crescente papel do Estado, entre outros fatores, tm tornado a burocracia um ator cada vez mais relevante nas sociedades modernas. A literatura sobre o assunto indica que a burocracia capaz de preencher todos os requisitos abaixo, como condio para se tornar governo, EXCETO:a)capacidade de formular intenes polticas, inclusive expressas como metas baseadas em vises de mundo prprias.b)capacidade de ajustar suas intenes a procedimentos governamentais j implementados, formulando polticas viveis pela sua adequao s rotinas pblicas pr-definidas.c)capacidade de competir pelo preenchimento de cargos governamentais, mediante a concorrncia pela alocao de recursos oramentrios.d)disponibilidade de qualificaes para comando e gerenciamento das atividades governamentais e capacidade para controlar a implementao de decises pblicas;e)capacidade para superar a fragmentao dos interesses polticos e a e desarticulao setorial e construir consensos amplos em torno de estratgias polticas abrangentes.

    *