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  • C CUURRSSO O OON N--LLIINNE E D DIIRRE EIITTO O CCIIVVI ILL RREEGGUULLA ARR P PRRO OFFE ESSSSOOR R: : LLA AUURRO O EESSCCOOBBAAR R

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    AULA 07

    DIREITO DAS OBRIGAES

    = PARTE GERAL =

    (arts. 233 a 420, CC)

    Meus Amigos e Alunos

    Iniciamos agora uma nova etapa em nossos estudos. At agora analisamos a Parte Geral do Cdigo Civil. Lgico que no decorrer da exposio da matria j adiantamos muitos assuntos da Parte Especial. Sempre fizemos questo de dizer que ao analisarmos a Parte Geral j estvamos vendo muita coisa referente Parte Especial do Cdigo. E dizamos que iramos aprofundar mais determinados temas em aulas vindouras. Pois agora hora de entrarmos nestes assuntos em definitivo. Entraremos, pois, na Parte Especial do Cdigo Civil, formada pelo: Direito das Obrigaes (onde veremos tambm os contratos parte geral e especial), Direito das Coisas, Direito de Famlia e Direito das Sucesses. Lembrem-se de que o Cdigo Civil possui mais um item importante, o Direito de Empresa. Porm esse tema, apesar de estar contido no Cdigo Civil, pertence ao Direito Comercial e no aprofundado neste nosso curso.

    Agora vamos iniciar a anlise da Parte Especial com a aula: Direito das Obrigaes Parte Geral. Observem que estamos seguindo a ordem do Cdigo Civil. Para isso necessrio que o aluno tenha uma boa base do que foi falado anteriormente. Vejamos: quem pode assumir uma Obrigao? As Pessoas! Quais as pessoas que podem assumir estas obrigaes? Para responder a isso devemos estar afiados com o que foi visto na aula referente s Pessoas (Naturais e Jurdicas)! Depois: o que pode ser objeto de uma Obrigao? Os Bens! Que tipos de bens? Para responder a isso devemos estar afiados com o que foi visto na aula referente aos Bens - Objeto do Direito. E, finalmente: Como as pessoas podem se relacionar para criar as Obrigaes? Para responder a isso devemos ter, na ponta da lngua, as aulas sobre Fatos e Atos Jurdicos. E olhem que foram duas aulas sobre este importante tema do Direito.

    Hoje, seguindo a ordem do Cdigo, trataremos de outro ponto importante. Tanto para concursos, como para nossa vida prtica. Trata-se de uma aula longa. Com muitos pontos a serem abordados. No entanto, posso afirmar que ela est completa; abrangendo tudo o que vem caindo nos concursos atuais. Confiram depois... No uma aula difcil. Mas o aluno deve ter uma boa base acerca dos temas tratados anteriormente. Portanto se o aluno tiver qualquer

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    dvida, retorne s aulas anteriores, analise os quadros sinticos e tambm revejam os testes fornecidos. Comecemos.

    CONCEITO DE OBRIGAO

    Todo direito encerra sempre uma idia de obrigao. Podemos dizer que no existe direito sem obrigao e nem obrigao sem o correspondente direito. Muitas vezes podemos usar as expresses obrigao e dever como sinnimos. No entanto h uma diferena doutrinria. O dever relaciona-se a uma norma de conduta, desvinculada de qualquer direito de outrem, relacionando-se apenas com a imposio explcita (s vezes implcita) da lei diante de determinada situao. J obrigao corresponde sempre a um direito.

    Podemos assim, conceituar obrigao como sendo a relao jurdica, de carter transitria, estabelecida entre devedor e credor, e cujo objeto consiste numa prestao pessoal econmica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento (cumprimento) atravs de seu patrimnio. Confere-se assim ao credor (sujeito ativo) o direito de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestao, sendo que no caso de descumprimento poder o credor satisfazer-se no patrimnio do devedor (art. 391, CC). Vejam que o conceito dado muito longo, possuindo diversos elementos. Por isso vamos desmembrar e analisar cada um desses elementos do conceito de obrigao. Com isso ficar mais fcil o entendimento da matria.

    ELEMENTOS CONSTITUTIVOS

    Observem que no conceito fornecido citei algumas expresses como: devedor e credor; sujeito ativo e passivo; prestao pessoal; adimplemento, etc. Estes so os componentes de uma Obrigao. De uma forma tcnica, podemos dizer que so Elementos Constitutivos das Obrigaes:

    Elemento Subjetivo (Sujeito Ativo e Sujeito Passivo) Elemento Objetivo Prestao Elemento Imaterial Vnculo

    1 Elemento Subjetivo so os sujeitos (ou as partes) de uma obrigao:

    , o beneficirio da obrigao; a pessoa (fsica Sujeito Ativo o credor ou jurdica) a quem a prestao (positiva ou negativa) devida, tendo, para isso, o direito de exigir o seu cumprimento.

    ; aquele que deve cumprir a obrigao, de Sujeito Passivo o devedor efetuar a prestao, sob pena de responder com seu patrimnio.

    Observao possvel que os polos (passivo e/ou ativo) sejam ocupados por uma ou vrias pessoas (naturais ou jurdicas). Exemplo: A pode fazer um contrato de locao com B. Neste caso h um Sujeito Ativo e um Passivo. Mas A e B (que so casados) podem fazer um contrato de locao com C e D

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    (que tambm so casados). Continua havendo dois polos (ativo e passivo). Mas neste caso, em cada polo, h uma pluralidade de pessoas. Pode ocorrer tambm que haja alterao de um dos sujeitos (Exemplo: sub-rogao, ou seja, transferncia do crdito ou da dvida, de uma pessoa para outra, conforme veremos adiante).

    2 Elemento Objetivo (ou material) o objeto de uma obrigao:

    O objeto da obrigao a prestao. Esta pode ser positiva (obrigao de dar ou fazer) ou negativa (obrigao de no fazer). Veremos esta classificao logo adiante de forma bem detalhada. Toda prestao deve ser lcita, possvel (fsica e juridicamente), determinada ou determinvel e economicamente aprecivel. Tambm veremos isso logo adiante. admissvel a obrigao que tenha por objeto um bem no econmico, desde que seja digno de tutela o interesse das partes.

    3 Elemento Imaterial ou Vnculo Jurdico

    Trata-se do o elo que sujeita o devedor a determinada prestao (positiva ou negativa) em favor do credor. o liame legal que une o devedor ao credor. Abrange o dever da pessoa obrigada (chamamos isso de debitum) e sua responsabilidade em caso de no cumprimento (chamamos de obligatio). (Obs. no usem a expresso elo de ligao. Isto, tecnicamente no correto; se elo, est implcito que de ligao. Portanto, basta dizer elo).

    Exemplo: podemos dizer que um contrato de locao de uma casa (ou qualquer outro contrato) o vnculo. este contrato que ir ligar o locador (proprietrio), o locatrio (inquilino) e o bem que est sendo alugado. Vejam que locador e locatrio fazem parte do Elemento Subjetivo. J a casa o Elemento Objetivo. E o contrato, propriamente dito o vnculo.

    O vnculo pode criar uma ou diversas obrigaes, para uma ou ambas as partes. Exemplo: no mtuo de dinheiro cria-se apenas a obrigao para o muturio devolver a importncia emprestada. J na compra e venda criam-se vrias obrigaes para ambas as partes: o comprador deve pagar o preo e o vendedor deve entregar a coisa.

    FONTES DAS OBRIGAES

    Fonte uma expresso figurada, indicando o elemento gerador, no caso, o fato jurdico que deu origem ao vnculo obrigacional. Podemos apontar como fontes de obrigaes:

    Lei fonte primria ou imediata de obrigaes (como sabemos: Ningum obrigado a fazer ou deixar de fazer seno em virtude da... lei). No entanto alguns autores entendem que a lei no seria fonte de obrigao; segundo eles a lei pode permitir a criao dos direitos de crdito, mas nunca cri-los diretamente.

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    Negcio Jurdico Bilateral duas pessoas criam obrigaes entre si. O exemplo clssico, que veremos em uma aula especial, o contrato; qualquer espcie de contrato. Exemplo: compra e venda; neste contrato uma pessoa se obriga a pagar o preo e a outra a entregar a coisa. O mesmo ocorre na troca, na locao, etc. em que as duas partes se obrigam.

    Negcio Jurdico Unilateral trata-se do ato unilateral de vontade. Nestes casos s h uma vontade, ou seja, apenas uma pessoa se obriga. Exemplo: na promessa de recompensa, eu coloco uma faixa na rua perdeu-se cachorrinho... recompensa-se bem (quem j no viu uma faixa deste tipo?). Pois isso se trata de uma declarao unilateral de vontade; uma promessa de recompensa, onde apenas uma pessoa est se obrigando. Outros exemplos: um ttulo ao portador, a gesto de negcios, etc. Falaremos mais sobre essa espcie obrigacional no final desta aula.

    Atos Ilcitos o dever de reparar eventuais prejuzos sofridos. Exemplo: obrigao de reparar os danos causados por um acidente de veculos. J vimos isso na aula passada. Apenas para recordar: quem comete um ato ilcito (art. 186, CC) fica obrigado a reparar o dano (art. 927, CC) dele decorrente. Portanto o ato ilcito tambm fonte de obrigao. A doutrina tambm acrescenta o abuso de direito (art. 187, CC) como fonte de obrigao, por tambm ser um ato ilcito.

    CLASSIFICAO DAS OBRIGAES

    De acordo com a importncia e aplicabilidade prtica, podemos classificar as obrigaes em diversas categorias. Como vocs j puderam perceber, gosto, inicialmente, de fazer uma classificao geral. Depois vou explicando item por item, bem devagar. E o que faremos com esta enorme classificao das obrigaes:

    CLASSIFICAO GERAL

    I QUANTO AO OBJETO

    A) Positivas

    1 Obrigao de Dara) coisa certa b) coisa incerta

    2 Obrigao de Fazera) fungvel b) infungvel

    B) Negativas

    1 Obrigao de No Fazer

    II QUANTO A SEUS ELEMENTOS

    A) Simples um sujeito ativo, um sujeito passivo e um objeto.

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    B) Compostas pluralidade de objetos ou de sujeitos.

    1 Pluralidade de Objetos a) cumulativa b) alternativa c) facultativa (ou faculdade de soluo ou substituio)

    2 Pluralidade de Sujeitos (Solidariedade) a) ativa b) passiva

    III QUANTO AOS ELEMENTOS ACIDENTAIS

    puras e simples condicionais a termo modais

    IV OUTRAS MODALIDADES

    lquidas ou ilquidas divisveis ou indivisveis de resultado, ou de meio, ou de garantia instantneas, fracionadas, diferidas ou de trato sucessivo principais ou acessrias propter rem naturais

    De toda esta vasta classificao, eu diria que a Obrigao quanto ao Objeto a principal; a mais importante em termos de concursos. A obrigao positiva quando a prestao do devedor implica dar ou fazer alguma coisa e negativa quando importa numa absteno (no fazer). Vejamos:

    I OBRIGAO POSITIVA DE DAR

    Obrigao de dar aquela em que o devedor se compromete a entregar alguma coisa (certa ou incerta). importante deixar claro que a obrigao de dar, por si s, confere ao credor somente o direito pessoal e no o direito real. Isto , o contrato cria apenas a obrigao, mas no opera a transferncia da propriedade. Esta somente se concretiza com a tradio (entrega - bens mveis) ou pelo registro (bens imveis). A obrigao de dar tambm chamada de obrigao de prestao de coisa. Ela pode ser dividida em: a) especfica - obrigao de dar coisa certa (ex: uma jia, um carro, um livro, etc.); b) genrica - obrigao de dar coisa incerta (ex: a obrigao de dar um boi, dentre uma boiada). Vejamos cada uma delas.

    A) OBRIGAO DE DAR COISA CERTA (arts. 233/242, CC)

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    O devedor se obriga a entregar uma coisa certa e determinada, totalmente individualizada (ex: a vaca Mimosa ou o cavalo Furaco), podendo ser mvel ou imvel, sendo que suas caractersticas j foram acertadas pelas partes anteriormente. A regra bsica a de que o credor no obrigado a receber outra coisa, ainda que mais valiosa (art. 313, CC). Se for estipulada a entrega de um determinado bem, o devedor somente se desonera da obrigao com a entrega deste bem que foi contratado. A entrega de objeto diverso do prometido importa em modificao da obrigao, que somente possvel com a anuncia de ambas as partes (veremos isso mais adiante). Abrange a obrigao de transferir a propriedade (ex: compra e venda), ou a de entregar a posse (ex: locador ou comodante que deve entregar a coisa).

    importante esclarecer que a obrigao de dar a coisa certa se equipara obrigao de restituir (devolver). Exemplo: celebro um contrato de locao de uma casa, por 30 meses. Quando o contrato termina, o locatrio deve restituir o bem. Qual bem? O mesmo bem que foi emprestado! O locatrio deve restituir a mesma casa que recebeu para locao. O mesmo ocorre com o comodato e o depsito, em que findo o contrato, devolve-se o mesmo bem, uma vez que o mesmo j est totalmente individualizado. A diferena entre a obrigao de dar e a obrigao de restituir tem importncia no Direito Processual, pois se a pessoa no devolver o bem, h a possibilidade de se ingressar com uma ao de busca e apreenso da coisa. Portanto a entrega da coisa ao credor somente tem cabimento na obrigao de restituir.

    Se a coisa a ser entregue tiver um acessrio, a obrigao abrange tambm os acessrios (lembrem-se da regra de que o acessrio acompanha o principal acessorium sequitur principale), salvo se as partes estipularem de modo diverso (art. 233, CC). Exemplo: vendo a chcara Alegria, mas estabeleo que posso retirar todos os bens mveis da chcara.

    O devedor deve conservar adequadamente a coisa que ir entregar ao credor, bem como defend-la contra terceiros, como se fosse sua. Mas mesmo assim a coisa pode se perder. At a entrega da coisa esta ainda pertence ao devedor. Consequncias jurdicas do perecimento (perda ou destruio total) da coisa antes da tradio:

    a) sem culpa do devedor (caso fortuito ou fora maior) resolve-se (extingue-se) a obrigao, para ambas as partes, que voltam situao primitiva (status quo ante). Se o vendedor j recebeu o preo da coisa que pereceu, sem culpa sua, deve devolv-lo com correo monetria.

    b) com culpa do devedor indenizao pelo valor da coisa (o equivalente em dinheiro) mais perdas e danos (hoje usaremos muito esta expresso; esta expresso ser analisada de forma autnoma e com maior profundidade ainda na aula de hoje - arts. 402/405, CC).

    Consequncias jurdicas da deteriorao (perda ou destruio parcial) da coisa antes da tradio:

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    a) sem culpa do devedor resolve-se a obrigao, com restituio do preo mais correo monetria ou o credor pode receber a coisa, com um abatimento proporcional no preo que se perdeu.

    b) com culpa do devedor o credor pode optar entre: extinguir a obrigao pagando o devedor o equivalente em dinheiro mais perdas e danos ou receber a coisa no estado em que se encontra recebendo uma indenizao pelos prejuzos causados.

    Obs. Notem que em qualquer situao de culpa do devedor, h o direito s perdas e danos.

    Aps a entrega a coisa pertence ao credor. Portanto, se j ocorreu a tradio e a coisa vier a se perder logo em seguida, o prejuzo ser suportado pelo credor (comprador), pois ele j o seu dono. Salvo se ocorreu negligncia ou fraude do vendedor (ex: vende um animal doente, sabendo deste fato).

    Importante. No caso de obrigao de devoluo de bens (como na locao ou no comodato), aplica-se a regra res perit domino (a coisa perece para o dono; o dono sofre o prejuzo). Esta uma frase em latim muito conhecida no mundo jurdico. Se a obrigao for de restituir coisa certa e esta se perder antes da tradio, sem culpa do devedor, sofrer o credor a perda e a obrigao se extinguir, ressalvados os seus direitos at o dia da perda. Reparem o disposto no art. 393, CC: O devedor no responde pelos prejuzos resultantes de caso fortuito ou fora maior, se expressamente no se houver por eles responsabilizado. Exemplo: empresto um bem a uma pessoa e ela assaltada, perdendo este bem. Ela no ser obrigada ressarcir o dano, pois no teve culpa no evento; neste caso eu (que sou o proprietrio) ficarei com o prejuzo e a obrigao ser extinta. de se esclarecer que a doutrina e a jurisprudncia vm entendendo que o assalto (tecnicamente se trata de um roubo, ou seja, subtrao de patrimnio alheio mediante violncia ou grave ameaa) hiptese de fora maior. Acrescente-se que o pargrafo nico do art. 393, CC prev que o caso fortuito ou de fora maior verifica-se no fato necessrio, cujos efeitos no eram possvel evitar ou impedir.

    No entanto, pode ter havido culpa do possuidor. Exemplo: tivemos um caso concreto em que uma empresa de reportagem fotogrfica alugou de outra, diversos equipamentos modernos e caros para realizar um evento. Os funcionrios da primeira empresa deixaram esses equipamentos sem vigilncia em local onde transitavam muitas pessoas e alguns equipamentos foram furtados. Ora, neste caso houve culpa; portanto no se aplica a regra res perit domino.

    Cmodos Trata-se de um termo muito usado pela doutrina. Cmodos so as vantagens produzidas pela coisa. Como vimos, at a tradio (entrega) a coisa pertence ao devedor, com todos os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poder pedir aumento no preo. Exemplo: uma pessoa vende a vaca Mimosa, que antes da entrega deu uma cria. Observem que o devedor se obrigou a entregar a vaca, no sendo obrigado a entregar o bezerro. Surgem ento duas opes: a) devedor entrega o filhote, podendo exigir um aumento

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    no preo; b) se o credor no aceitar a pagar o aumento resolve-se (extingue-se) a obrigao (este um exemplo clssico que costuma cair em concursos). Neste caso no podemos dizer que o bezerro um acessrio; ele no acompanha o principal. Confiram o art. 237, CC. Quanto aos frutos: os percebidos at a tradio pertencem ao devedor; j os pendentes pertencem ao credor (so acessrios que acompanham o principal).

    Obs. interessante reforar e deixar bem claro que o acordo das partes cria a obrigao de entrega da coisa, mas ainda no transfere a propriedade dos bens. Como vimos, se o bem for mvel a transferncia se dar pela tradio (entrega). Mas se o bem for imvel, a transferncia se dar pelo registro na matrcula do ttulo aquisitivo (registro de imveis).

    B) OBRIGAO DE DAR COISA INCERTA (arts. 243/246, CC)

    Coisa incerta indica que a obrigao tem objeto indeterminado (o objeto indicado apenas de forma genrica no incio da obrigao). No entanto o objeto deve ser indicado, ao menos pelo gnero e quantidade, faltando determinar a qualidade, mediante um ato de escolha na ocasio do cumprimento da obrigao. Exemplo: entregar dez bois. Trata-se de uma obrigao de dar coisa incerta. A princpio parece ser uma obrigao de dar coisa certa. No entanto eu tenho uma boiada de mil bois e devo entregar dez! Quais os dez bois que eu irei entregar? Eles ainda no foram individualizados! Por isso chamados de obrigao de dar a coisa incerta (ou genrica). Observem que j h determinao quanto ao gnero=bois. E tambm quanto quantidade=dez. Falta agora individualizar quais os bois que sero entregues. a que reside a incerteza. Assim, coisa incerta no quer dizer qualquer coisa. Trata-se de uma coisa que ainda est indeterminada, porm ser suscetvel de determinao futura. Portanto o estado de indeterminao transitrio. Essa indeterminao deve ser apenas relativa. No se admite a indeterminao absoluta, pois inviabilizaria o futuro cumprimento da obrigao. Lembrem-se de que qualquer vcio no objeto (objeto impossvel, ilcito, etc.) torna o contrato nulo. Qualquer dvida, revejam esse ponto na aula sobre Fatos e Atos Jurdicos (segunda parte).

    Se o bem ainda no foi determinado, um dia haver a sua individualizao. Essa individualizao se faz pela escolha. Trata-se de um ato jurdico unilateral, tambm chamado de concentrao (trata-se de mais um termo que no est previsto expressamente no Cdigo, mas que costuma cair em concursos), que se exterioriza pela pesagem, medio, contagem, etc. Notem: escolha e concentrao so termos que so usados como sinnimos. A lei fala em escolha, mas costuma cair concentrao nos concursos (para que facilitar se eu posso complicar??). A escolha cabe, em regra ao devedor, salvo se for estabelecido de modo diverso no contrato (neste caso, por exceo, a escolha caber ao credor ou a uma terceira pessoa estranha ao negcio).

    Antes da escolha no pode o devedor alegar perda ou deteriorao da coisa, ainda que por fora maior ou caso fortuito. Realizada a escolha acaba

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    a incerteza; a obrigao genrica, inicialmente de dar a coisa incerta, se transforma em obrigao de dar a coisa certa (havendo a individualizao da prestao), aplicando-se todas as regras que vimos mais acima. Agora pergunto: No momento da escolha o devedor (ou quem o contrato determinar) pode escolher qualquer bem? Resposta: No! Vejam o que nosso Cdigo estabeleceu a respeito:

    Obrigao Pecuniria

    Obrigao pecuniria ou obrigao de solver dvida em dinheiro uma espcie de obrigao de dar que abrange prestao em dinheiro, reparao de danos e pagamento de juros. Segundo o art. 315, CC, o pagamento em dinheiro ser feito em moeda corrente. Deve ser realizado no lugar do cumprimento da obrigao e pelo seu valor nominal, ou seja, em real (que nossa unidade monetria atual).

    muito importante o que vamos dizer agora: So nulas as convenes de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira (chamamos isso de obrigao valutria valutaria = valuta = divisa, moeda estrangeira), salvo os contratos e ttulos referentes importao e exportao. o que diz o art. 318, CC. Assim, se cair alguma questo sobre a possibilidade de pagamento de dvidas em dlar ou em ouro, a resposta que pelo Cdigo Civil no pode, sob pena de nulidade absoluta (salvo, como vimos, alguns contratos especiais, come de importao/exportao - contratos estes que no esto previstos no Cdigo Civil).

    Outras formas de pagamento (ex: cheque, carto de crdito ou dbito, etc.) so facultativas, podendo o comerciante (fornecedor) optar em no receb-los. Alguns estabelecimentos colocam uma placa bem mostra no aceitamos cheques. Isso permitido? Sim!! Trata-se de um risco que o comerciante est assumindo em no atrair clientes que iriam pagar com cheques. No entanto, a doutrina e a jurisprudncia costumam afirmar que se o fornecedor aceita que o pagamento seja feito em cheque (que uma ordem de pagamento vista), no pode, de forma arbitrria e unilateral, condicionar a aceitao deste cheque ao tempo de existncia da conta bancria. No h amparo legal nesta exigncia.

    Devemos lembrar tambm que na obrigao pecuniria o devedor sofrer com as consequncias da desvalorizao da moeda, mas pode-se incluir em algumas convenes, clusula de atualizao da prestao. O art. 316, CC permite se convencionar um aumento progressivo, no caso de prestaes sucessivas. Finalmente o art. 317, CC prev que no caso de ocorrer algum motivo imprevisvel e, em decorrncia disso, sobrevier manifesta desproporo entre o valor da prestao devida e o do momento de sua execuo, poder o

    Na falta de disposio contratual, estabelece a lei que o devedor no poder dar a coisa pior, nem ser obrigado a prestar melhor (art. 244 do CC). Ficamos, assim, num meio termo (chamamos isso de mediae aestimationis).

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    Juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, o quanto possvel, valor real da prestao. Trata-se da aplicao do Princpio da Funo Social do Contrato (que veremos na aula sobre contratos).

    II OBRIGAO POSITIVA DE FAZER (arts. 247/249, CC)

    Obrigao de Fazer consiste na prestao de uma atividade (prestao de um servio ou execuo de uma tarefa) positiva (material ou imaterial) e lcita do devedor (ex: trabalho manual, intelectual, cientfico ou artstico, etc.). Tambm chamada de obrigao de prestao de fato. Vincula o devedor a um ato ou servio seu ou de terceiro, em benefcio do credor ou de terceiros.

    O problema surge neste tpico : e se o devedor no faz o que deveria fazer? O que ocorre? Resposta: a impossibilidade do devedor de cumprir a obrigao de fazer, bem como a recusa em execut-la, acarretam o inadimplemento contratual (que significa o no cumprimento do contrato). Sim... mas e se eu desejo que o ato ou servio seja realizado? Posso obrig-la a cumprir a tarefa? Vimos que nas obrigaes de dar possvel a atuao do Estado no sentido de se obter a execuo especfica da obrigao, por meio das aes judiciais. Mas... e nas obrigaes de fazer? Nestas, geralmente ocorre o contrrio, porquanto difcil compelir compulsoriamente o devedor a realizar uma prestao que se obrigou, j que a nossa ordem jurdica repudia o emprego de fora fsica para isso. Portanto, em primeiro lugar precisamos saber se o devedor agiu com culpa. Nos termos do art. 248, CC, se no houver culpa (fora maior ou caso fortuito) resolve-se a obrigao sem indenizao (volta-se tudo ao estado anterior). Exemplo: cantor que ficou afnico, mercadoria que deveria ser entregue no mais achada no mercado, etc. Repem-se as partes no estado anterior da obrigao. Por outro lado, se o prprio devedor criou a impossibilidade, ele responder por perdas e danos. A recusa voluntria induz culpa do devedor. Mas a obrigao em si ser cumprida? Resposta: Depende... Depende do que? Resposta: Depende se esta obrigao de fazer fungvel ou infungvel. Vejamos.

    Espcies:

    Obrigao de Fazer Fungvel lembrem-se da aula sobre bens. Fungvel quer dizer que pode haver a substituio do bem. No caso das obrigaes quer dizer que a prestao do ato pode ser realizada pelo devedor ou por terceira pessoa (ex: obrigao de pintar um muro em tese qualquer pessoa pode pintar um muro, por isso uma obrigao fungvel). Se houver recusa ou mora (que o atraso, a demora) no cumprimento da obrigao, sem prejuzo da cabvel ao de indenizao por perdas e danos, o credor pode mandar executar o servio custa do devedor. O credor est interessado no resultado da atividade do devedor, no se exigindo capacidade especial deste para realizar o servio. Trata-se da aplicao do art. 249 do Cdigo Civil e dos arts. 633 e 634 do Cdigo de Processo Civil.

    Obrigao de Fazer Infungvel a prestao s pode ser executada pelo prprio devedor ante a natureza da prestao (aptides ou qualidades

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    especiais do devedor) ou disposio contratual; no h a possibilidade de substituio da pessoa que ir cumprir a obrigao, pois esta pessoa, contratualmente falando, insubstituvel. Exemplo: contrato um artista famoso para pintar um quadro; ou um cirurgio especialista para realizar uma operao, ou um advogado de renome para fazer um Jri, etc. A obrigao de fazer infungvel tambm chamada de prestao personalssima ou intuitu personae.

    A recusa ao cumprimento da obrigao resolve-se, tradicionalmente, em perdas e danos (art. 247, CC), pois no se pode constranger fisicamente o devedor a execut-la. No entanto, atualmente, admite-se a execuo especfica da obrigao. Isto , pode ser imposta pelo Juiz (e somente pelo Juiz), uma multa peridica (chamada de astreinte trata-se de mais uma expresso criada pela doutrina e que no est prevista no Cdigo, mas que pode cair em concursos; alis, j vi este termo cair em diversas provas, porm em Processo Civil).

    Astreinte uma expresso francesa. Deriva do latim astringere ou ad stringere, que significa compelir, sujeitar, obrigar. Trata-se de uma coero em sentido econmico para que algum cumpra determinada obrigao imposta em uma deciso judicial. Em outras palavras, trata-se da multa judicial, geralmente diria (tambm chamada de multa cominatria). Lembrando que este um tema do Direito Processual Civil e no do Direito Civil, propriamente dito. Mas como j vi cair em concursos e sempre algum me pergunta algo sobre ele, vamos falar um pouquinho deste instituto. Podemos conceitu-lo com sendo uma penalidade imposta ao devedor, mediante ao judicial (da ser processual civil), consistente em uma prestao peridica, que vai sendo acrescida enquanto a obrigao no cumprida, ainda que no haja no contrato a clusula penal (ou seja, a multa contratual). Est previsto no art. 461 e seu 4 do CPC (vejam tambm os arts. 287, 644 e 645 do CPC). Exemplo Voc deseja que algum faa um determinado servio (pintar um quadro) e ela, apesar de aceitar a obrigao, no faz o que deveria fazer. Voc entra com uma ao judicial em face desta pessoa. O Juiz concede um prazo razovel para o devedor cumpra a obrigao. No o fazendo dever pagar multa diria at o seu cumprimento. Atualmente h a possibilidade do Juiz fixar astreinte na obrigao de fazer, no fazer e tambm na obrigao de dar coisa certa. Esta uma concluso retirada dos artigos 461-A e seu 3o e 621, pargrafo nico, do C.P.C. em vigor. Tal regra, segundo a melhor doutrina, no vale para a obrigao de dar coisa incerta, para a obrigao de pagar quantia em dinheiro e para a obrigao de restituir dvida em dinheiro. Isso por falta de previso legal no caso concreto.

    O inadimplemento de emitir declarao de vontade no caso de um compromisso de compra e venda d ensejo propositura de ao de adjudicao compulsria. A expresso adjudicao provm do vocbulo latino adjucare, que significa transferir algo do patrimnio do devedor para o do credor por meio de uma sentena. A deciso judicial supre a vontade da parte inadimplente, tendo o mesmo efeito da declarao omitida, satisfazendo-se, assim, a obrigao de fazer. Exemplo clssico: Comprei a casa de Alfredo.

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    Assinamos um compromisso de compra e venda onde eu me comprometi a pagar a importncia em 10 prestaes. Cumpri minha parte no acordo. Agora precisamos ir ao Cartrio de Notas para lavrar a escritura. Porm Alfredo sempre alega uma desculpa para no realizar tal ato... Um dia, perco a pacincia com a situao e ingresso com uma ao de obrigao de fazer: exijo que Alfredo v ao Tabelionato para lavrar a escritura e peo astreinte do caso de no cumprimento. No caso de Alfredo continuar se recusando o Juiz, alm de conden-lo (inclusive com astreintes), ainda pode dar uma ordem ao cartrio, suprindo a vontade de Alfredo e possibilitando o registro do imvel para fins de transmisso da propriedade.

    Resumindo inadimplemento da obrigao de fazer

    A) Sem culpa do Devedor extino da obrigao sem qualquer indenizao (volta-se tudo ao estado anterior).

    B) Com culpa do Devedor:

    1) Obrigao fungvel credor manda a obrigao ser realizada por terceiro e executa o devedor inicial, ressarcindo-se pelas despesas no cumprimento da obrigao, mais perdas e danos.

    2) Obrigao no-fungvel (infungvel) situaes:

    a) indenizao por perdas e danos (Direito Civil).

    b) ao judicial requerendo o cumprimento da obrigao (Direito Processual Civil) imposio de astreinte. Em algumas situaes adjudicao compulsria.

    Observao:

    A diferena entre a obrigao de dar e fazer repousa no fato de que na obrigao de dar o devedor no precisa faz-la previamente, enquanto na obrigao de fazer o devedor deve confeccionar a coisa para depois entreg-la. Alm disso, na obrigao de dar, que requer a tradio, a prestao pode ser fornecida por terceiro, estranho aos interessados, enquanto na obrigao de fazer, em princpio, o credor pode exigir que a prestao seja realizada exclusivamente pelo devedor.

    III OBRIGAO NEGATIVA DE NO FAZER (arts. 250/251, CC)

    Obrigao de no fazer aquela pela qual o devedor se compromete a no praticar certo ato que at poderia livremente praticar se no houvesse se obrigado. Seu contedo uma absteno, um ato negativo. Exemplo: proprietrio se obriga a no construir um muro acima de certa altura para no obstruir a viso do vizinho; inquilino se obriga a no trazer animais domsticos para o cmodo alugado, etc. Se praticar o ato que se obrigou a no praticar, tornar-se- inadimplente e o credor poder exigir o desfazimento do que foi realizado, sob pena de se desfazer sua custa, ressarcindo o culpado pelas perdas e danos. Em caso de urgncia o credor pode desfazer ou mandar

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    desfazer independentemente de autorizao judicial. H casos, porm, em que no possvel o desfazimento, restando somente o caminho da indenizao. Exemplo: pessoa se obriga a no revelar um segredo industrial. A obrigao de no fazer sempre uma obrigao pessoal e s pode ser cumprida pelo prprio devedor (personalssima e indivisvel).

    IV OBRIGAES QUANTO A SEUS ELEMENTOS

    Trata-se de outra espcie de classificao das Obrigaes. Aconselho neste momento a voltarem ao grfico fornecido atrs sobre a classificao geral das obrigaes apenas para melhor situar a presente matria. No tocante a esta classificao as obrigaes podem ser divididas em:

    1 OBRIGAES SIMPLES (ou singulares) So as que se apresentam com um sujeito ativo, um sujeito passivo e um nico objeto, destinando-se a produzir um nico efeito. bem simples = um credor, um devedor e um objeto. Exemplo: A empresta para B a quantia de cem reais. S isso! Por causa de sua simplicidade, muito raro cair em um concurso.

    2 OBRIGAES COMPOSTAS (complexas ou plurais) So as que apresentam uma pluralidade de objetos (obrigaes cumulativas ou alternativas) ou uma pluralidade de sujeitos (obrigaes solidrias ativa ou passiva). Vamos falar das duas situaes:

    a) OBRIGAES CUMULATIVAS (ou conjuntivas) So as compostas pela multiplicidade de prestaes; o devedor deve entregar dois ou mais objetos, decorrentes da mesma causa ou do mesmo ttulo (ex: obrigao de dar um carro e um apartamento). O inadimplemento de uma prestao envolve o descumprimento total da obrigao; o devedor s se desonera dela cumprindo todas as prestaes. Lembrando das aulas que tive de portugus: o e, neste caso, funciona como uma conjuno coordenativa sindtica aditiva.

    b) OBRIGAES ALTERNATIVAS (ou disjuntivas arts. 252/256, CC) Tambm so compostas pela multiplicidade de prestaes, porm estas esto ligadas pela disjuntiva ou, podendo haver duas ou mais opes. O devedor se desonera com o cumprimento de qualquer uma das prestaes. Deve-se entregar uma coisa ou outra. Neste caso o ou funciona como uma conjuno coordenativa alternativa sindtica. Exemplo: obrigo-me a entregar um touro ou dois cavalos. A finalidade da prestao alternativa dar maior liberdade de escolha ao devedor, aumentando as garantias e as perspectivas de cumprimento da obrigao para o credor. Todavia o devedor no pode obrigar o credor a recebe parte de uma prestao e parte de outra. Sua opo deve ser total, salvo se se tratar de prestaes peridicas nas quais se admite a renovao da opo para cada perodo. Exemplo: entrega mensal alternativa de determinados alimentos ou de certa quantia em dinheiro.

    Nas obrigaes alternativas, a escolha, em regra, pertence ao devedor, se o contrrio no for estipulado no contrato. Comunicada a escolha

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    (lembrem-se que o ato de escolha tambm chamado de concentrao), no se pode mais modificar o objeto. Se uma das prestaes no puder ser objeto de obrigao, ou se tornar inexequvel, subsistir o dbito quanto outra. Exemplo: devo entregar um touro ou quatro cavalos; o touro morreu sem culpa das partes; deve-se ento cumprir a obrigao que restou: a entrega dos cavalos. Se a impossibilidade for de todas as prestaes (sem que haja culpa do devedor), resolve-se (extingue-se) a obrigao, sem que haja o dever de indenizao. E se houver culpa do devedor? Neste caso, depende: Se a escolha cabia ao devedor, ficar ele obrigado a pagar o valor da que por ltimo se impossibilitou (mais perdas e danos). Mas se a escolha pertencia ao credor, pode ele (credor) exigir o valor de qualquer das prestaes (mais perdas e danos).

    O Cdigo Civil no dispe sobre a decadncia do direito de escolha. Tal disposio est prevista no art. 571 do CPC: Nas obrigaes alternativas, quando a escolha couber ao devedor, este ser citado para exercer a opo e realizar a prestao dentro em 10 (dez) dias, se outro prazo no lhe foi determinado em lei, no contrato, ou na sentena. 1o - Devolver-se- ao credor a opo se o devedor no a exercitou no prazo marcado.

    c) OBRIGAES FACULTATIVAS A obrigao inicialmente simples (h apenas uma prestao), mas h a possibilidade (faculdade) para o devedor em substituir o objeto da obrigao. No prevista expressamente na lei, sendo uma variante de obrigao alternativa, aceita plenamente pela doutrina (vi cair recentemente em um concurso). Difere da alternativa, pois nesta h diversas prestaes na obrigao, enquanto na facultativa a obrigao de prestar determinado fato, havendo uma possibilidade de substituio da prestao para o devedor. Na alternativa a impossibilidade em relao a uma prestao importa em obrigao de cumprir a outra. Exemplo: agncia de viagens que oferece determinado brinde, mas se reserva no direito de substitu-lo por outro. Outro exemplo: o art. 1234, CC estabelece para o proprietrio da coisa perdida a obrigao de pagar a quem achou a coisa uma recompensa mnima de 5% mais indenizao pelas despesas que houver feito com a conservao e transporte da coisa. Todavia o mesmo dispositivo permite o simples abandono da coisa perdida. Assim, o proprietrio pode, ao invs de pagar o que deve, simplesmente abandonar a coisa. A doutrina tambm costuma cham-la de obrigao com faculdade de soluo ou com faculdade de substituio, por serem termos mais tcnicos.

    d) OBRIGAES SOLIDRIAS (arts. 264 a 285, CC) Ocorrem quando h pluralidade de credores ou devedores (ou de ambos), sendo que eles tm direitos e/ou obrigaes pelo total da dvida. Havendo vrios devedores cada um responde pela dvida inteira, como se fosse um nico devedor. O credor pode escolher qualquer um e exigir a dvida toda. Mas se houver vrios credores, qualquer um deles pode exigir a prestao integral, como se fosse nico credor (art. 264, CC). Nota-se, portanto, trs espcies de obrigaes solidrias (tambm chamadas de in solidum):

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    : na conta Solidariedade Ativa Pluralidade de credores. Exemplo bancria e/ou qualquer correntista credor solidrio dos valores depositados, podendo movimentar a conta exigir do banco a entrega de todo o numerrio. Outro exemplo: mandato outorgado a vrios advogados, sendo que qualquer um deles poder exigir os honorrios integralmente do cliente. Notem que o art. 2o da lei de locaes (Lei n 8.245/91) estabelece que havendo mais de um locador ou mais de um locatrio, entende-se que so solidrios se o contrrio no se estipulou.

    : o Solidariedade Passiva Pluralidade de devedores. Exemplo credor pode demandar tanto o devedor principal, como o seu avalista, pois ambos so devedores solidrios. Exemplo de solidariedade passiva decorrente de lei: art. 585, CC: Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatrias de uma coisa, ficaro solidariamente responsveis para com o comodante. O prprio art. 2o da Lei de Locao fornece outro exemplo.

    Solidariedade Mista (ou recproca) Neste caso h uma pluralidade de devedores e de credores.

    Tanto a solidariedade ativa, quanto a passiva, possuem algumas regras especiais de aplicao. Devido a sua importncia, vamos estud-las de forma separada.

    1) SOLIDARIEDADE ATIVA

    Aplicam-se as seguintes regras na Solidariedade Ativa:

    cada um dos credores pode exigir a prestao por inteiro (art. 267, CC). Ou seja, devedor no pode pretender pagar a dvida ao credor demandante de forma parcial (apenas a sua quota-parte), sob a alegao de que deveria ratear a quantia entre todos os credores. Ele deve pagar tudo a quem lhe exigir a prestao.

    cada um dos credores poder promover medidas assecuratrias do direito do crdito e constituir o devedor em mora (vamos analisar este tema melhor logo adiante), sem o concurso dos demais credores.

    qualquer cocredor poder ingressar em juzo visando a satisfao patrimonial; mas s poder executar a sentena o prprio credor-autor, e no outro estranho lide.

    se um dos credores se tornar incapaz, este fato no influenciar a solidariedade prevista.

    Regra bsica Isso muito importante!! Vejo a frase seguinte cair com muita frequncia nos concursos:

    A solidariedade no se presume, resultando da lei ou da vontade das partes (art. 265, CC).

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    enquanto no for demandado por algum dos cocredores, o devedor pode pagar a qualquer um (art. 268, CC).

    o pagamento feito a um dos credores extingue inteiramente a dvida (art. 269, CC), o mesmo ocorrendo em caso de novao, compensao e remisso (estes temas tambm sero vistos ainda hoje, logo adiante).

    a converso da prestao em perdas e danos no extingue a solidariedade; ela continua existindo para todos os efeitos (art. 271, CC). Os juros de mora revertem em proveito de todos os credores.

    o credor que tiver remitido (perdoado) a dvida ou recebido o pagamento responde aos outros pela parte que lhes caiba (art. 272, CC).

    o julgamento contrrio a um dos credores solidrios no atinge os demais, entretanto o julgamento favorvel aproveita-lhes, exceto se baseado em exceo pessoal ao credor que o obteve (art. 274, CC). Lembrem-se que a expresso exceo foi usada para se referir aos meios de defesa (caso tenha alguma dvida, releiam a aula sobre Fatos e Atos Jurdicos 1a

    Parte Prescrio e Decadncia art. 190, CC). O dispositivo em questo quer dizer que se uma ao entre um dos credores solidrios e o devedor for julgada procedente, esta deciso extensvel aos demais credores (isto porque satisfaz o interesse dos demais credores solidrios, sem causar prejuzo injustificado ao devedor, pois ele teve oportunidade de se defender no primeiro processo); no entanto se este credor perdeu a demanda esta deciso no extensiva aos demais credores solidrios (evitando-se, assim, que estes sejam afetados pela inpcia ou pouca diligncia do credor acionante na conduo do processo ou mesmo evitando-se um possvel conluio do credor perdedor da ao e o devedor).

    no importar renuncia solidariedade a propositura de ao pelo credor contra um ou alguns dos devedores (art. 275, pargrafo nico, CC).

    Extino:

    Se os credores desistirem dela (da solidariedade) pactuando que o pagamento da dvida ser pro rata (ou seja, por rateio), cada credor ser responsvel por sua quota.

    Se um dos credores falecer seu crdito passar a seus herdeiros sem a solidariedade. Estes tero direito apenas quota do crdito correspondente ao seu quinho hereditrio (salvo se a prestao for indivisvel ex: entregar um cavalo).

    2) SOLIDARIDADE PASSIVA

    Aplicam-se as seguintes regras na Solidariedade Passiva:

    o credor pode escolher qualquer devedor para cumprir a prestao; pode exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente o valor da dvida comum; se o pagamento for parcial, mantm-se a solidariedade passiva quanto ao remanescente (art. 275, CC).

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    morrendo um dos devedores, a dvida se transmite aos herdeiros, mas cada herdeiro s responde por sua quota da dvida, salvo se indivisvel a obrigao; neste caso, todos os herdeiros reunidos so considerados como um devedor solidrio em relao aos demais devedores (art. 276, CC).

    o pagamento parcial feito por um devedor ou a remisso (perdo da dvida) obtida s aproveitam aos demais devedores pelo valor pago ou relevado (art. 277, CC).

    nenhuma clusula estipulada entre um devedor e o credor pode agravar a situao dos demais devedores, sem o consentimento deles (art. 278, CC).

    impossibilitando-se a prestao: a) sem culpa dos devedores extingue a obrigao; b) por culpa de um devedor a solidariedade continua para todos; todos os devedores continuam com a obrigao e respondero pelo equivalente em dinheiro; mas s o devedor culpado responder pelas perdas e danos (art. 279, CC).

    todos os devedores respondem pelos juros de mora, ainda que a ao tenha sido proposta contra um, mas o culpado responde aos outros pelo acrscimo (art. 280, CC).

    propondo a ao contra um devedor, o credor no fica inibido de acionar os demais, no importando renncia. (art. 275, pargrafo nico, CC).

    o devedor demandado pode opor as excees (formas de defesa) pessoais e as comuns a todos; porm no pode opor as pessoais de outro devedor (art. 281, CC). Exemplo: A e B devem para C. No entanto C tambm deve para B. Por este dispositivo, somente B pode alegar a compensao, pois esta considerada como uma "exceo pessoal". E continuando: B no pode alegar a eventual compensao entre A (o outro devedor) e C, pois esta uma exceo pessoal de A e no de outro devedor.

    se o credor renunciar solidariedade em favor de um ou de alguns devedores, s poder acionar os demais abatendo o valor do dbito a parte ou queles correspondentes, entretanto, se um dos co-obrigados for insolvente, o rateio da obrigao atingir tambm o exonerado da solidariedade (art. 282, pargrafo nico, CC).

    o devedor que paga toda a dvida tem o direito de regresso, isto , pode exigir a quota dos demais devedores, rateando-se entre todos o quinho do insolvente, se houver; presumem-se iguais as partes de cada devedor; essa presuno admite prova em contrrio (juris tantum - art. 283, CC).

    se a dvida interessa apenas a um dos devedores, responde este perante o qual a paga. Exemplo: avalista que paga uma nota promissria; como garantidor da obrigao, ele deve ser reembolsado pelo total pago; neste caso no se fala em quotas (art. 285, CC).

    Extino

    Morrendo um dos codevedores, desaparece a solidariedade em relao a seus herdeiros, embora continue a existir quanto aos demais coobrigados.

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    Renncia total do credor a obrigao solidria se transforma em fracionria: cada devedor responde apenas pela sua quota.

    Observaes

    1) Se um devedor solidrio for demandado sozinho em um processo de conhecimento, no se eximir de pagar a dvida que est sendo cobrada. No entanto poder trazer os demais devedores a este processo, utilizando-se do instituto conhecido como chamamento ao processo. Trata-se de um incidente processual pelo qual o devedor demandado chama, para integrar o mesmo processo, os demais coobrigados pela dvida, de modo a faz-los tambm responsveis pelo resultado do feito. uma forma de interveno de terceiros em um processo a fim de que a sentena disponha sobre a responsabilidade de todos os envolvidos. Assim, o devedor j obtm sentena que pode ser executada contra os demais codevedores. Este instituto (chamamento ao processo), na verdade matria de Direito Processual Civil (art. 77 do Cdigo de Processo Civil). Estamos apenas fornecendo ao aluno uma viso do que um devedor solidrio pode fazer para que os outros devedores sejam responsabilizados.

    2) Observem uma deciso interessante do Tribunal de Justia do Distrito Federal: A solidariedade no se presume, decorre da lei ou da vontade das partes no negcio jurdico, conforme estipula o art. 265, CC. Assim, no h solidariedade passiva em acidente de trnsito provocado por taxista, vinculado rdio-txi por meio de contrato, quando no constar no pacto celebrado, clusula instituindo a responsabilidade discutida, mormente quando a solidariedade no restar sugerida pelo conjunto da regulamentao (TJ/DF, 6a Turma Cvel - Rel. Des. Joo Batista Teixeira).

    V OUTRAS IMPORTANTES MODALIDADES DE OBRIGAO

    A) Obrigaes quanto ao Contedo (de resultado, meio ou garantia).

    1) Obrigaes de Resultado (ou de fim) Quando s se considera cumprida com a obteno de um resultado, geralmente oferecido pelo prprio devedor. Exemplo: contrato de transporte (levar o passageiro a seu destino so e salvo); a doutrina tambm costuma citar o exemplo do mdico especialista em cirurgia plstica-esttica. Na obrigao de resultado o devedor responde independentemente de culpa (h, portanto, responsabilidade objetiva). Porm, possvel a demonstrao de que o resultado no foi alcanado por fator alheio atuao do devedor (ex: caso fortuito, fora maior, culpa exclusiva do credor, etc.).

    2) Obrigaes de Meio (ou de diligncia) Quando o devedor s obrigado a empenhar-se para conseguir o resultado, mesmo que este no seja alcanado. Se o resultado visado no for alcanado s poder ser considerado o inadimplemento do devedor se se provar a sua falta de diligncia (ou seja, a sua culpa responsabilidade subjetiva). Exemplo: o ato do advogado em defender

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    os interesses de um cliente. Ele deve empregar seus conhecimentos e se esforar ao mximo para ganhar a causa; mas nem sempre ganha a ao. Portanto ele no se obriga a vencer a causa, mas trabalhar com empenho para ganh-la. E, mesmo no vencendo a ao faz jus aos honorrios advocatcios. O mesmo ocorre com um mdico para salvar a vida de um paciente.

    3) Obrigaes de Garantia seu objetivo uma estipulao em um contrato de uma garantia pessoal (ex: fiana).

    B) Obrigaes quanto Divisibilidade

    1) Obrigaes Divisveis (art. 257, CC) So as que comportam fracionamento (cumprimento parcial), quer quanto prestao, quer quanto ao prprio objeto sem prejuzo de sua substncia ou de seu valor. Havendo pluralidade de credores ou devedores ser feito um rateio (ou concurso) entre eles (as partes se satisfazem pelo concurso).

    2) Obrigaes Indivisveis (art. 258 CC) So aquelas em que a prestao nica, s podendo ser cumprida por inteiro. Devido conveno das partes (ex: pagamento vista) ou, dada a natureza do objeto (ex: um cavalo, um touro), no admitem ciso na prestao. Ainda que o objeto seja divisvel (ex: dinheiro), no pode o credor ser obrigado a receber em partes, se assim no se ajustou. No entanto os autores costumam dizer que na verdade, o que divisvel ou indivisvel no a obrigao em si, mas a prestao. E a relevncia jurdica desta classificao s ocorre quando h uma pluralidade de credores e/ou devedores. Havendo apenas um credor e um devedor as obrigaes so em regra indivisveis, pois o credor no obrigado a receber pagamentos parciais (salvo se outra coisa foi estipulada no contrato).

    Ateno quanto a esta espcie de obrigao!! Este tema uma das maiores incidncias em concursos pblicos. O examinador gosta muito de exigi-la, pois pode confundir com a obrigao solidria (j analisada anteriormente). Por este motivo citamos abaixo algumas regras especiais quanto indivisibilidade. Mais adiante daremos um exemplo clssico, que vem caindo muito nos exames.

    Regras aplicveis s obrigaes indivisveis:

    Havendo dois ou mais devedores cada um ser obrigado pela dvida toda. O devedor que paga a dvida inteira sub-roga-se no direito do credor, havendo ao de regresso em relao aos demais coobrigados.

    Havendo pluralidade de credores, o devedor (ou devedores) somente se desobrigar pagando a todos conjuntamente ou a um dos credores, dando este cauo (garantia) de ratificao dos outros credores.

    Caso somente um dos credores receba toda a dvida, os demais podero exigir deste a parte que lhes cabia.

    No caso de remisso (perdo) por parte de um dos credores, a obrigao no ficar extinta em relao aos demais, que podero exigir as suas quotas, descontada a parte remitida.

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    No cumprida a obrigao ou se o objeto vier a perecer por culpa dos devedores, surge a responsabilidade, que se reveste a forma de indenizao (o equivalente em dinheiro mais perdas e danos). A obrigao passa a ser divisvel. Cada um dos devedores ser responsvel apenas pela sua quota. Sendo a culpa de um s, este responder pelas perdas e danos.

    As obrigaes de dar e fazer podem ser divisveis ou indivisveis. J as de no fazer somente podem ser indivisveis.

    Exemplo Clssico Imaginem que A e B se obrigam a entregar a C um touro reprodutor, premiado em exposies. Esta uma obrigao divisvel ou indivisvel? indivisvel, claro! Pois um touro reprodutor no pode ser dividido, dada a sua natureza. E a obrigao de entregar o touro solidria? Como vimos anteriormente, a solidariedade no se presume! Ela deve estar expressa na lei ou no contrato (vontade das partes). Como a pergunta nada menciona sobre a solidariedade, devemos entender que a obrigao apenas indivisvel (e no solidria). Desta forma, se o examinador deseja perguntar algo sobre a solidariedade, deve deixar isto bem claro na questo. Confiram os testes sobre o assunto no final da aula. E se o touro morrer antes da entrega, por culpa do devedor? Como vimos, a obrigao de entregar o touro que morreu ser substituda pela indenizao (dinheiro que divisvel) e por tal motivo a obrigao passar a ser divisvel.

    Diferenas bsicas entre a solidariedade e a indivisibilidade

    a) Na indivisibilidade, se ocorrer a converso em dinheiro, ela deixa de existir (a obrigao passa a ser divisvel). No entanto se a obrigao solidria e a coisa pereceu, a solidariedade continua. Exemplo: boi (objeto de uma obrigao solidria) morreu; neste caso a obrigao se transforma em dinheiro; o credor continua com a possibilidade de exigir a quantia integral de qualquer um dos devedores. No entanto, neste caso, as perdas e danos s podem ser exigidas do culpado pelo perecimento do objeto, conforme os arts. 271 e 279, CC.

    b) A solidariedade est baseada em relao jurdica subjetiva , resultante da lei ou da vontade das partes, trazendo maior garantia ao credor; j a indivisibilidade est baseada em relao jurdica objetiva, em razo da natureza indivisvel do objeto da prestao.

    c) A solidariedade cessa com a morte, no se transmitindo aos sucessores; j uma obrigao indivisvel se transmite aos sucessores como tal (ou seja, a obrigao, mesmo com a morte de um dos contratantes, no se desnatura, continua sendo indivisvel).

    OUTRAS CLASSIFICAES

    Embora haja menor incidncia em concursos pblicos, interessante mencionar outras maneiras de se classificar as obrigaes. Vejamos:

    A) QUANTO AOS ELEMENTOS ACIDENTAIS

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    1) Obrigaes Puras e Simples so as que no esto sujeitas a nenhum elemento acidental, como a condio, o termo ou o encargo.

    2) Obrigaes Condicionais so as que contm clusula que subordina seu efeito a evento futuro e incerto. Podem ser suspensivas (h uma expectativa de direito) ou resolutivas (perdem a eficcia quando implementada a condio).

    3) Obrigaes a Termo so aquelas que contm clusula que subordina seu efeito a evento futuro e certo.

    , um nus 4) Obrigaes Modais so as oneradas de um encargo pessoa contemplada pela relao jurdica (ex: dou-lhe dois terrenos, mas em um deles deve ser construda uma escola).

    B) QUANTO INDEPENDNCIA

    1) Obrigaes Principais so as que independem de qualquer outra para ter validade (ex: compra e venda, locao, etc.).

    2) Obrigaes Acessrias so as que tm sua existncia subordinada a outra relao jurdica (ex: a fiana uma obrigao acessria em relao ao contrato de locao; da mesma forma a multa contratual acessria em relao a uma obrigao qualquer, etc.). A extino, ineficcia, nulidade ou prescrio da obrigao principal reflete-se na acessria. Lembre-se da regra segundo a qual o acessrio segue a sorte do principal (princpio da gravitao jurdica). O inverso, porm, no verdadeiro, pois se houver algum vcio na obrigao acessria, em nada afetar a principal.

    C) QUANTO LIQUIDEZ

    1) Obrigaes Lquidas So aquelas certas quanto existncia e determinadas quanto ao objeto. Exemplos: entregar uma casa; entregar R$1.000,00, etc. Nelas se acham especificadas, de modo expresso, a quantidade, a qualidade e a natureza do objeto devido. O inadimplemento de obrigao positiva e lquida constitui o devedor em mora (falaremos dela ainda nesta aula).

    2) Obrigaes Ilquidas So aquelas incertas quanto sua quantidade; dependem de uma apurao prvia, posto que o montante da prestao ainda indeterminado. O exemplo clssico deste tipo de obrigao a sentena penal condenatria com trnsito em julgado (ou seja, no cabe mais nenhum recurso). Um Juiz criminal condenou uma pessoa pelo crime, digamos, de leso corporal. A vtima deste crime, com base na sentena criminal que lhe foi favorvel, j pode ingressar com uma ao cvel de reparao de dano. Ocorre que ainda no existe um valor exato a ser cobrado. Assim, quando o montante da prestao for incerto ou indeterminado, no podendo ser expressa por um algarismo ou uma cifra, a obrigao chamada de ilquida. Para que a obrigao ilquida seja cobrada, necessrio que antes seja tornada lquida (certa e determinada). Sem a liquidao o credor no ter como executar seu crdito. Para transformar uma obrigao ilquida em lquida, mister se faz que haja uma apurao antecipada. Esta apurao realiza-se atravs de liquidao

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    de sentena que fixa o respectivo valor, em moeda corrente, a ser pago ao credor. A liquidao das obrigaes pode ser realizada por conveno das partes, por disposio legal ou de forma judicial (que a mais comum na prtica). O processo deve ser movido no Juzo Cvel. Tornando-se lquida a obrigao, ingressa-se com a ao principal e executa-se a obrigao no Juzo Cvel.

    D) QUANTO AO MOMENTO PARA O CUMPRIMENTO

    1) Obrigaes Instantneas so as que so cumpridas no momento em que o negcio celebrado (ex: compra e venda vista).

    2) Obrigaes Fracionadas quando o objeto do pagamento fracionado em prestaes. A obrigao de pagar o preo uma s, mas a execuo de cada uma delas feita ao longo do tempo (ex: compro um terreno por 10 mil, pagando mil por ms, durante dez meses).

    3) Obrigaes Diferidas quando a execuo realizada por um nico ato, em momento posterior ao surgimento da obrigao (ex: compra e venda com pagamento vista, mas a entrega da coisa se dar em 30 dias).

    4) Obrigaes de trato sucessivo (ou peridicas ou execuo continuada) so as que se resolvem em intervalos de tempo (regulares ou no). Exemplo: compra e venda a prazo ou em prestaes peridicas; obrigao do inquilino em pagar aluguel; do condmino em pagar as despesas condominiais. Quando uma parcela paga a obrigao est quitada. Mas neste instante inicia-se a formao de outra prestao que dever ser paga no fim do prximo perodo.

    Alm de todas estas espcies de obrigaes, a doutrina ainda acrescenta outras:

    Obrigaes Propter Rem so obrigaes hbridas, ou seja, parte direito real, parte direito pessoal. Melhor explicando: elas recaem sobre uma pessoa (da ser um direito pessoal), mas por fora de um direito real (como por exemplo, a propriedade). Exemplos: obrigao de um proprietrio de no prejudicar a segurana, sossego e sade dos vizinhos; a do condmino de contribuir para a conservao da coisa comum ou de no alterar a fachada externa do edifcio; adquirente de imvel hipotecado de pagar o dbito que o onera, etc. Um exemplo muito comum e mais visado em concursos o do condmino que, devendo contribuies condominiais, vende sua unidade; a pessoa que adquiriu o apartamento no devia nada ao condomnio, mas quando se torna proprietrio assume as dvidas do bem, inclusive as contribuies passadas e no pagas pelo antigo proprietrio (art. 1.345, CC). O adquirente, no entanto, tem direito de regresso contra o alienante. Trata-se, portanto de obrigao que acompanha a coisa (da real, res = coisa). Vai aqui um conselho de ordem prtica, para nosso dia-a-dia. Se voc for comprar um apartamento, exija do vendedor uma declarao do sndico do prdio de que ele (vendedor) est quite com as obrigaes condominiais. Essa simples declarao pode evitar grandes dissabores no futuro...

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    Obrigaes Naturais (tambm chamadas de imperfeitas ou incompletas) so aquelas em que o credor no pode exigir judicialmente a prestao do devedor; no h direito de ao para isso, por lhe faltar a garantia, a sano. No entanto, em caso de pagamento por parte do devedor capaz, considerado vlido e irretratvel. Exemplo: dvida prescrita (j vimos isso: se algum pagar uma dvida prescrita, valeu o pagamento); dvidas resultantes de jogo e apostas no permitidas legalmente (arts. 814 e 815, CC trata-se da mesma regra: no obrigatrio o pagamento de dvida do jogo; mas se algum a pagar... valeu); mtuo feito a menor sem a prvia autorizao daquele sob cuja guarda estiver, etc.

    CLUSULA PENAL (arts. 408/416, CC)

    Clusula Penal a penalidade imposta expressamente no contrato pela inexecuo culposa, parcial ou total da obrigao (infrao contratual), ou pela mora (atraso ou demora) no cumprimento da obrigao. pactuada pelas partes no caso de violao do contrato, motivo pelo qual tambm chamada de multa contratual (ou pena convencional). Trata-se de obrigao acessria que visa garantir o cumprimento da obrigao principal, bem como fixar o valor de eventuais perdas e danos em caso de descumprimento. Pode ser estipulada no prprio contrato ou em ato posterior. Para se exigir a pena no necessrio que o credor alegue prejuzo; ela decorre do prprio descumprimento do contrato.

    Por ser acessria, no caso de nulidade do contrato principal, ela tambm ser considerada nula (lembrem-se mais uma vez: o acessrio acompanha o principal). Mas se somente ela for nula, no atinge o contrato principal.

    Funes:

    Coero intimida o devedor a saldar a obrigao principal para no ter que pagar a acessria; possui carter preventivo, pois refora o vnculo obrigacional.

    Ressarcimento pr-fixao das perdas e danos no caso de inadimplemento da obrigao; carter repressivo.

    Espcies. A clusula penal pode se classificada em:

    Compensatria estipulada para a hiptese de total inadimplemento (inexecuo) da obrigao art. 410, CC.

    Moratria estipulada para evitar o retardamento culposo no cumprimento da obrigao ou em segurana especial de outra clusula determinada art. 411, CC.

    Limite

    O limite da clusula penal compensatria o valor da obrigao principal (art. 412, CC). Tal valor no pode ser excedido. Se um eventual excesso estiver estipulado em um contrato, o Juiz determinar a sua reduo. Algumas leis limitam ainda mais o valor da clusula penal moratria. Exemplos: 10% da dvida ou do valor da prestao em atraso no compromisso de compra e

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    venda de imveis loteados; 02% da dvida em contratos sob a gide do Cdigo de Defesa do Consumidor (Lei n 8.078/90); 02% da dvida em condomnio cio, etc.

    Se houver o cumprimento parcial da obrigao ou se o valor da penalidade for manifestamente excessivo o valor pode ser reduzido equitativamente pelo Juiz (art. 413, CC - Princpio da Funo Social do Contrato, que veremos na aula seguinte).

    Clusula Penal X Perdas e Danos

    Diferem-se porque na clusula penal o valor antecipadamente pactuado pelos prprios contratantes. Nas perdas e danos o valor ser fixado pelo Juiz com base nos prejuzos alegados e provados (danos emergentes e/ou lucros cessantes).

    Clusula Penal X Arras

    A clusula penal somente ser exigvel em caso de inadimplemento ou mora, ou seja, h uma promessa de pagamento se houver inadimplemento ou mora. As arras (vamos ver melhor esse assunto sobre arras na prxima aula, mas por enquanto fiquemos com um sinnimo de arras sinal) so pagas de imediato, por antecipao, servindo para garantir o cumprimento do contrato. A clusula penal pode ser reduzida pelo Juiz; j o valor das arras pode ser pactuado livremente pelas partes.

    Clusula Penal nas Obrigaes Indivisveis e Divisveis

    Referindo-se obrigao indivisvel, e existindo mais de um devedor, incorrendo um devedor em falta, todos estaro incorrero na pena (ex: dois locatrios do mesmo imvel; se um deles transgredir o contrato, os dois sero penalizados). A pessoa que no for culpada ter direito de ao regressiva contra o que deu causa aplicao da pena.

    Referindo-se obrigao divisvel, e existindo mais de um devedor, incorrendo apenas um devedor em falta, s ele responde e incorre na pena (ex: dois compradores de uma boiada, metade para cada um, atrasando um no pagamento quanto a sua quota, somente ele responder pela penalidade).

    PERDAS E DANOS (arts. 402/405, CC)

    Esta expresso foi e ainda ser muita usada na aula de hoje. Perdas e danos constituem o equivalente do prejuzo ou dano suportado pelo credor, em virtude do devedor no ter cumprido, total ou parcialmente a obrigao, expressando-se em uma soma de dinheiro correspondente ao desequilbrio sofrido pelo lesado. Aquele que causa prejuzo a algum pelo descumprimento de um contrato ou pela prtica de um ato ilcito, deve reparar o dano. A indenizao por perdas e danos abrange:

    Danos Emergentes (ou Positivos) trata-se do prejuzo real e efetivo no patrimnio de um dos contratantes.

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    Lucros Cessantes (ou frustrados) ou Danos Negativos trata-se do lucro que o contratante deixou de auferir, em razo do descumprimento da obrigao pelo devedor.

    Em qualquer das duas situaes acima necessria a comprovao do nexo de causalidade entre a inexecuo da obrigao pelo devedor e os eventuais prejuzos. Em outras palavras: necessrio que haja uma relao de causa e efeito entre o fato e os danos sofridos. Alm disso, dependendo da hiptese, a parte prejudicada ainda pode pleitear os danos morais (art. 5o, incisos V e X, CF/88).

    Exemplo clssico: o condutor de um veculo particular abalroa outro veculo, dirigido por um taxista. Este pode reclamar no s os danos ocorridos em seu veculo (danos emergentes), como aquilo que deixou de ganhar com as eventuais corridas que faria enquanto seu carro estava na oficina (lucros cessantes).

    As perdas e danos tambm incluem atualizao monetria segundo os ndices oficiais, clusula penal (se houver previso no contrato), juros, custas e despesas processuais, alm dos honorrios advocatcios. Os juros de mora devem ser contados desde a citao inicial no processo.

    DOS EFEITOS DAS OBRIGAES

    Constituda a obrigao, dever ser cumprida, de modo que o credor poder exigir a prestao e o devedor ter o dever de efetu-la.

    O Cdigo Civil estabelece algumas regras gerais sobre a extino das obrigaes, e sobre as consequncias de sua inexecuo, que o descumprimento da obrigao ou inadimplemento.

    Regra geral: A obrigao, no sendo personalssima, opera entre as partes e entre seus herdeiros.

    Isto quer dizer que, como regra, as obrigaes se transferem aos herdeiros (ou seja, elas se transmitem aos sucessores em caso de morte do devedor), que devero cumpri-las at o limite das foras da herana, salvo quando se tratar de obrigao personalssima (isto , contrada em ateno s qualidades especiais do devedor). Exemplo: obrigao de um pintor famoso que faleceu sem realizar a obra trata-se de uma obrigao personalssima, posto que ela no se transmite aos seus herdeiros.

    EXTINO DAS OBRIGAES

    As obrigaes se extinguem, em regra, pelo seu cumprimento. Com ele o sujeito passivo se libera da obrigao. O Cdigo chama esse ato de pagamento, ou seja, execuo voluntria da obrigao. O pagamento no consiste apenas na satisfao de uma obrigao em dinheiro; o conceito de pagamento abrange qualquer cumprimento voluntrio da obrigao.

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    O pagamento pode ser direto ou indireto (ex: dao em pagamento, novao, compensao, etc, conforme veremos mais adiante). Alm disso, tambm pode ser por via judicial (execuo forada). Finalmente pode haver a extino da obrigao sem pagamento (ex: prescrio, remisso ou perdo, implemento de condio ou advento de termo). Vamos fazer aqui um grfico sobre a Extino das Obrigaes e iremos analisar item por item, bem devagar, como temos feito desde o incio de nossas aulas.

    Extino das Obrigaes

    1) Pagamento Direto Execuo Voluntria

    2) Formas Especiais de Pagamento

    a) Pagamento em Consignao

    b) Pagamento com Sub-rogao

    c) Imputao do Pagamento

    3) Pagamento Indireto

    a) Dao em Pagamento

    b) Novao

    c) Compensao

    d) Confuso

    Observao: O atual Cdigo Civil no considera mais a Transao e o Compromisso (arbitragem) como formas de pagamento indireto, mas sim como contratos tpicos ou nominados (arts. 840/850 e 851/853, respectivamente). Assim, somente trataremos destes temas em aulas adiante, quando o edital exigir expressamente estas modalidades de contratos.

    4) Extino sem Pagamento

    a) Prescrio

    b) Advento do Termo

    c) Implemento de Condio

    d) Remisso (perdo)

    5) Judicial Execuo Forada Processo Civil

    1 PAGAMENTO DIRETO (arts. 304 e seguintes, CC)

    As obrigaes extinguem-se normalmente pelo pagamento direto. Pagamento (do latim pacare, que significa apaziguar) sinnimo de soluo, cumprimento, adimplemento, implemento, execuo, etc. Vejam a quantidade de expresses que podem ser usadas pelo examinador para se referir mesma situao. Estas expresses designam o comportamento natural do devedor. utiliza-se, tambm, a expresso satisfao da prestao. Mas esta utilizada

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    quando o credor consegue, por meio de uma ao judicial, a venda do patrimnio do devedor, a satisfao de seu crdito.

    O pagamento ou adimplemento deve ser realizado no tempo, forma e lugar previstos no contrato. So requisitos essenciais para caracterizar o pagamento:

    a) existncia de um vnculo obrigacional decorrente da lei ou de um negcio jurdico, pois o pagamento pressupe a existncia de uma dvida.

    b) animus solvendi inteno de solver (pagar), pois o pagamento execuo voluntria.

    c) prestao exata do que devido exonera-se da obrigao entregando efetivamente a coisa devida (obrigao de dar) ou praticando determinada ao (obrigao de fazer) ou abstendo-se de certo ato (obrigao de no fazer).

    d) presena da pessoa que efetua o pagamento (solvens) e da pessoa que recebe o pagamento (accipiens).

    interessante deixar claro que somente ter eficcia o pagamento que importa transmisso de propriedade, quando feito por pessoa capaz para alienar a coisa. Vejamos agora os elementos que compe o Pagamento:

    A) SOLVENS a pessoa que deve pagar; geralmente trata-se do prprio devedor, salvo se a obrigao for personalssima. Os herdeiros do devedor se substituem ao falecido em todas as vantagens e deveres de carter patrimonial, at o limite das foras da herana. Qualquer pessoa pode pagar uma dvida sua ou de outrem. Por isso o pagamento tambm pode ser realizado por outras pessoas que no o devedor propriamente dito. Assim, podem efetuar o pagamento, alm do devedor:

    Qualquer pessoa interessada na extino da dvida. Trata-se, evidentemente de um interesse jurdico patrimonial. O interesse usado em sentido tcnico. Ou seja, qualquer pessoa que pode ser responsabilizada pelo dbito. O exemplo clssico o do fiador que acaba pagando a dvida para no agravar sua responsabilidade (como multas, juros, etc.). Outro exemplo o do subinquilino que paga a dvida do inquilino principal perante o locador, pois caso contrrio ser ele quem sofrer o despejo. Essa pessoa se sub-roga nos direitos do credor, sendo-lhe transferidos todos os direitos, aes e garantias do primitivo credor (art. 346, CC).

    Terceiro no interessado (juridicamente), se o fizer em nome e por conta do devedor (ex: eu viajo e deixo uma pessoa encarregada de pagar o condomnio em meu nome; o procurador de uma forma geral). Terceiro no interessado aquele que no est vinculado relao obrigacional existente entre credor e devedor (embora possa ter um interesse moral ou afetivo como o pai que paga a dvida do filho). Se o terceiro pagar em nome prprio, tem direito de reembolso pelo devedor (por meio de uma ao chamada de in rem verso), mas no se sub-roga nos direitos de

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    credor. O credor no pode recusar o pagamento de terceiro, mesmo sendo do terceiro desinteressado (salvo se houver clusula expressa proibindo, ou nas obrigaes intuitu personae, ou seja, personalssimas). Mesmo que o devedor se oponha ao pagamento por parte do terceiro, este pode ser feito. Ou seja, a oposio do devedor no impede ou invalida o pagamento. No entanto, neste caso o terceiro no ter direito sequer ao reembolso do que pagou. Alm disso, em qualquer hiptese o pagamento de terceiro no pode piorar a situao do devedor. Exemplo: se o terceiro paga a dvida antes do vencimento, somente aps este que poder exigir do devedor eventual reembolso da quantia paga.

    B) ACCIPIENS a pessoa a quem se deve pagar; trata-se, como regra, do credor. O credor no obrigado a aceitar pagamento parcial. O pagamento deve ser feito ao(s):

    credor, propriamente dito. representantes legais (ex: pais, tutores, curadores) ou convencionais

    (mandatrios com poderes especiais para receber o pagamento) do credor.

    sucessores do credor (ex: herdeiros, legatrios, etc.). Fora da, o pagamento s vale se o credor ratificar (confirmar) o

    recebimento ou se este, comprovadamente, reverter em seu proveito. O pagamento tambm no valer se: a) o devedor efetua o pagamento a credor incapaz de quitar (ex: absolutamente incapaz); b) o credor estiver impedido legalmente de receber (ex: crdito penhorado). Havendo dvida, o devedor deve consignar judicialmente o pagamento (veremos isso mais adiante).

    O pagamento feito indevidamente obriga o devedor a pagar novamente. Lembrem-se do brocardo:

    "Quem paga mal ... paga duas vezes"

    No entanto o devedor poder reaver a quantia paga daquele a quem pagou indevidamente, fundamentando nas regras sobre o pagamento indevido (veremos adiante) e da vedao do enriquecimento sem causa.

    No entanto, h uma exceo a esta regra: o pagamento feito de boa-f ao credor putativo (onde h uma suposio de legitimidade) vlido, ainda que provado depois que ele no era credor verdadeiro (art. 309, CC). Ou seja, se o devedor, agindo de boa-f, paga para uma pessoa a quem aparentava ser credor (mas no o era), o pagamento, ainda que feito de forma errnea, considerado vlido. Isto pode ocorrer quando uma pessoa apresenta ao devedor um ttulo aparentemente vlido, sendo que posteriormente o mesmo julgado nulo.

    Objeto e Prova do Pagamento Direto (arts. 313/326, CC)

    O objeto do pagamento a prestao. Pelo art. 313, CC o credor pode se negar a receber outra prestao da que lhe devida, mesmo que mais valiosa.

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    J pelo art. 314, CC o credor no obrigado a receber, nem o devedor a pagar em partes, salvo previso expressa no contrato, mesmo que o objeto seja divisvel. A entrega, quando feita em dinheiro faz-se em moeda corrente e pelo valor nominal (art. 315, CC princpio do nominalismo). Para se evitar os efeitos da inflao, antigamente era muito comum aos credores a aplicao de ndices de correo monetria que podiam ser aplicados sem limite temporal. O art. 318, CC determina que so nulas as convenes de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferena entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislao especial (ex: contratos referentes a importao e exportao de mercadorias). Antes disso, era comum e at admitida por nossos Tribunais a estipulao contratual em moeda estrangeira (dlar), devendo ser efetuada a converso de seu valor para moeda nacional na ocasio do pagamento. Atualmente qualquer conveno neste sentido torna nulo o contrato.

    No entanto, pelo princpio da justia contratual pode o Juiz corrigir o valor da prestao, para mais ou para menos, quando verificar que h uma desproporo significativa entre o valor vigente quando do negcio e aquele verificado quando do cumprimento da obrigao (art. 317, CC).

    O devedor que paga tem direito quitao, fornecida pelo credor (art. 319, CC). A quitao a prova efetiva de que houve o pagamento; um documento pelo qual o credor reconhece que recebeu o pagamento e exonera o devedor da obrigao. Trata-se do que conhecemos por recibo. Se o credor promover a cobrana judicial da dvida, cabe ao devedor o nus de demonstrar que o pagamento foi realizado. A quitao do capital faz presumir o pagamento de eventuais juros. A quitao deve ter os elementos do art. 320, CC (ex: instrumento particular, valor da obrigao, identificao de quem est pagando, tempo, lugar, assinatura do credor, etc.). No entanto estes elementos no so essenciais; o que se deve provar que o valor foi revertido para o credor. interessante acrescentar que a quitao referida no art. 319, CC engloba outras, como a dada por meios eletrnicos e demais formas onde no h a presena corprea das partes ou de seus representantes. A quitao admite qualquer forma. Mas deve ser escrita, se o montante da dvida for superior a dez vezes o maior salrio mnimo

    Se o credor no der a quitao, o devedor pode exigi-la judicialmente. Cabe ao de consignao em pagamento (que veremos logo adiante) quando o credor se recusa ou dificulta o cumprimento da prestao, quando o credor for desconhecido ou ausente, ou quando ocorrer dvida sobre quem deva receber.

    A regra que a quitao da ltima prestao ou quota peridica faz presumir a quitao das anteriores, salvo prova em contrrio (art. 322, CC). Trata-se de uma presuno relativa, que admite prova em contrrio (juris tantum). Por isso, no caso de pagamento de despesa condominial do ltimo ms, no se presume a quitao dos meses anteriores. Neste caso a prova facilmente obtida. Basta a administrao apresentar os boletos no quitados pelo condmino. O nus da prova se inverte e o condmino que deve provar que efetuou o pagamento das demais parcelas. Por isso o pagamento de uma parcela do condomnio no pode implicar na quitao de todas as anteriores no

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    pagas. J pensou se fosse assim? Eu fico um ano sem pagar prestao alguma. Passado um tempo eu pago a ltima. E agora? Vamos presumir que todas as anteriores j esto pagas? No! Seria uma falta total de lgica admitir isso! Alm do mais o prprio ttulo pode ter uma ressalva no sentido de que o pagamento da ltima no presume a quitao de eventuais prestaes anteriores.

    Finalmente, a entrega do ttulo ao devedor firma a presuno de pagamento (juris tantum). No entanto o credor pode impugnar alegando que esta quitao foi obtida de forma fraudulenta.

    Lugar do Pagamento (arts. 327/330, CC)

    Lugar do Pagamento o local do cumprimento da obrigao. Na prtica o lugar do pagamento estipulado no prprio ttulo constitutivo do negcio jurdico (princpio da liberdade de escolha). Ou seja, o prprio contrato estipula o domiclio onde devem se cumprir as obrigaes e se determina a competncia do juzo onde eventual ao ser proposta em caso de descumprimento do contrato. Se forem designados dois ou mais lugares para o pagamento o credor quem escolher em qual deles a prestao ser realizada.

    O art. 329, CC prev que ocorrendo motivo grave (a lei no diz quais so eles) para que no se efetue o pagamento no lugar pactuado, o devedor poder faz-lo em outro, sem prejuzo para o credor. Com isso, est se mitigando a fora obrigatria de um contrato, em razo do princpio da funo social do contrato. Da mesma forma, o pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir que o credor renunciou ao previsto no contrato (art. 330, CC). Trata-se de outra presuno relativa (admite prova em contrrio), relativizando mais uma vez a rigidez do contrato.

    Se o pagamento consistir na entrega de imvel (ou em prestaes relativas a imvel), este dever ser feito no lugar onde estiver situado o bem. Sobre o local do pagamento existem duas situaes. A primeira quando se paga no domiclio do devedor (neste caso dizemos que a dvida qurable) e a outra quando se paga no domiclio do credor (dizemos que a dvida portable). Vejamos:

    1 Qurable (ou quesvel deriva do verbo latino quaerere=procurar o credor procura o devedor para receber) quando o pagamento se faz no domiclio do devedor. Quando no houver nada estipulado, h uma presuno de que o pagamento quesvel (esta a regra geral), uma vez que deve ser procurado pelo credor no domiclio do devedor, salvo se o contrato, nas circunstncias, a natureza da obrigao ou a lei impuserem em contrrio.

    2 Portable (portvel) quando se estipula expressamente no contrato que o local do cumprimento da obrigao no domiclio do credor (ou onde ele indicar); o devedor deve levar o ttulo e oferecer o pagamento nesse local (o devedor porta o ttulo e o paga no domiclio do credor).

    Observao Meus amigos e alunos. Eu tambm j fui aluno. J prestei alguns concursos de grande porte. Por isso tambm senti certa dificuldade

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    quanto a este tema. Fazia muita confuso entre qurable e portable. Por isso comecei a fazer o seguinte esqueminha, que me ajudou a memorizar melhor as hipteses e no confundi-las:

    = Q.D. P.C. = (Qurable Devedor - Portable Credor).

    Tempo do Pagamento (arts. 331/333, CC)

    O momento em que se pode reclamar a dvida chama-se vencimento, que o momento a partir do qual se verifica a exigibilidade da obrigao (princpio da pontualidade). A data do pagamento pode ser fixada livremente pelas partes no contrato. A regra de que o credor no pode cobrar a dvida antes do vencimento, nem o devedor pagar aps a data prevista (sob pena de mora - atraso). O devedor tambm no pode forar o credor a receber antes do vencimento.

    Salvo disposio em contrrio, no se ajustando uma data determinada para o pagamento, o credor pode exigir seu cumprimento imediatamente. No entanto a doutrina entende que a expresso imediatamente (do art. 331, CC) no deve ser entendida ao p da letra, pois s vezes necessrio que haja um certo tempo (por menor que ele seja) para que a prestao seja cumprida. E isso ir depender da natureza do negcio, do lugar onde ser cumprida a obrigao (que muitas vezes pode ser diverso do local da celebrao) ou de suas circunstncias. Portanto este dispositivo deve ser combinado com o art. 134, CC (j analisado na aula sobre Fatos e Atos Jurdicos 2a Parte).

    As obrigaes condicionais devem ser cumpridas na data do implemento da obrigao, cabendo ao credor a prova de que o devedor teve cincia do advento da mesma (art. 332, CC).

    O Cdigo Civil prev algumas hipteses em que o credor pode cobrar a dvida antes de vencida. Assim:

    Abertura de concurso creditrio, ou seja, uma ao de execuo contra o devedor (insolvncia civil), ou quando ele falir, etc. Exemplo: A deve para diversas pessoas. As dvidas comearam a vencer e o devedor no as paga. O primeiro credor ingressa com uma ao. A dvida de A para com voc a ltima a vencer. No razovel esperar que todas as dvidas venam para s a voc ter direito de ingressar com a sua ao. Neste caso, voc pode cobrar essa dvida, mesmo que ainda no vencida.

    Se os bens dados em garantia real para voc (ou seja, uma hipoteca, penhor ou anticrese) forem penhorados em uma ao de execuo por outro credor. Se isso ocorrer, voc simplesmente perde a garantia. Por isso voc tambm pode cobrar a dvida de forma antecipada, protegendo seu crdito.

    Se cessarem ou tornarem-se insuficientes as garantias reais ou fidejussrias e o devedor se negue a refor-las. Melhor esclarecendo:

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    Garantia Real o Penhor, a Hipoteca e a Anticrese (veremos melhor este tema na aula sobre Direito das Coisas). Garantia Fidejussria o mesmo que garantia pessoal, ou seja, a fiana e o aval. Tambm Falaremos melhor desses temas em outras aulas adiante.

    Havendo solidariedade passiva entre os devedores, a antecipao de vencimento em relao a um dos devedores no importa em vencimento do dbito dos coobrigados solidrios.

    MORA (arts. 394/40