aula 07 - direito administrativo - aula 01

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PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO – TSE MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá pessoal, Bem vindos ao nosso curso para o TSE. Eu sou o professor Edson Marques e, juntos, vamos nessa caminhada com o intuito de sermos aprovados e classificados neste concurso. Vou cuidar do Direito Administrativo e das Normas Aplicáveis aos Servidores. Nosso conteúdo de Direito Administrativo está distribuído em aulas, do seguinte modo: AULA 01: Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e Organização; natureza, fins e princípios. AULA 02: Organização administrativa da União: administração direta e indireta. AULA 03: Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder. AULA 04: Lei nº 8.666/1993: Licitações: conceito, objeto, finalidades e princípios, obrigatoriedade, dispensa, inexigibilidade, vedação, modalidades, procedimentos e fases, revogação, invalidação, desistência e controle. AULA 05: Serviços públicos: conceito, classificação, regulamentação e controle; forma, meios e requisitos; delegação: concessão, permissão, autorização. AULA 06: Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo; No outro módulo, Normas Aplicáveis aos Servidores, teremos duas aulas, assim distribuídas: AULA 01: Lei nº 8.112/90 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União) e alterações: Das disposições preliminares; Do provimento, vacância, remoção,

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Olá pessoal,

Bem vindos ao nosso curso para o TSE. Eu sou o professor Edson Marques e, juntos, vamos nessa caminhada com o intuito de sermos aprovados e classificados neste concurso. Vou cuidar do Direito Administrativo e das Normas Aplicáveis aos Servidores.

Nosso conteúdo de Direito Administrativo está distribuído em aulas, do seguinte modo:

AULA 01: Estado, governo e administração pública:

conceitos, elementos, poderes e Organização; natureza, fins

e princípios.

AULA 02: Organização administrativa da União:

administração direta e indireta.

AULA 03: Poderes administrativos: poder hierárquico; poder

disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e

abuso do poder.

AULA 04: Lei nº 8.666/1993: Licitações: conceito, objeto,

finalidades e princípios, obrigatoriedade, dispensa,

inexigibilidade, vedação, modalidades, procedimentos e

fases, revogação, invalidação, desistência e controle.

AULA 05: Serviços públicos: conceito, classificação,

regulamentação e controle; forma, meios e requisitos;

delegação: concessão, permissão, autorização.

AULA 06: Controle e responsabilização da administração:

controle administrativo; controle judicial; controle legislativo;

No outro módulo, Normas Aplicáveis aos Servidores, teremos duas aulas, assim distribuídas:

AULA 01: Lei nº 8.112/90 (Regime Jurídico dos Servidores

Públicos Civis da União) e alterações: Das disposições

preliminares; Do provimento, vacância, remoção,

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redistribuição e substituição. Dos direitos e vantagens: do

vencimento e da remuneração; das vantagens; das férias;

das licenças; dos afastamentos; das concessões; do tempo

de serviço; do direito de petição.

AULA 02: Do regime disciplinar: dos deveres e proibições;

da acumulação; das responsabilidades; das penalidades; do

processo administrativo disciplinar.

Como sabemos a banca examinadora é a Consulplan, de modo que não teremos um grande volume de questões para nos direcionar, assim faremos uso de basicamente questões da FCC, que adota modelo similar, até porque a banca examinadora também prima pela literalidade da lei, em detrimento da jurisprudência.

Porém, quando necessitarmos, vou buscar questões de outras bancas (que utilizem o sistema de múltipla escolha) a fim de complementar o conteúdo. Então, vamos ao que interessa.

QUESTÕES COMENTADAS

1. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – DNPM – CESGRANRIO/2006) De acordo com o livro "Direito Administrativo Brasileiro", de Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo tem quatro fontes principais. Nesse sentido, correlacione as fontes do Direito Administrativo que se encontram na coluna da esquerda com as afirmativas a elas referentes que se encontram na coluna da direita. I - Doutrina II - Jurisprudência III - Costume --------------------------------------------------------------------------- X - Influencia fortemente o Direito Administrativo por traduzir reiteração de decisões contenciosas. Y - Tem tido utilização crescente nos demais ramos do direito, sendo importante para o Direito Administrativo em razão da deficiência da legislação.

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Z - Distingue as regras que convêm a cada um dos subramos do saber jurídico e influi tanto na elaboração da Lei quanto nas decisões contenciosas ou não contenciosas. --------------------------------------------------------------------------- A relação correta é: a) I - X; II - Z; III - Y b) I - Y; II - X; IV - Z c) I - Y; III - Z; IV - X d) I - Z; II - X; III - Y e) II - Z; III - Y; IV - X

Comentário:

O Direito é concebido como ramo da ciência criado pelo homem na medida em que as regras e normas não estão dispostas na natureza no sentido de serem observadas e, assim, empreender uma padronização. Por isso, diz-se que o Direito é essencialmente criação humana. Sendo, no entanto, uno.

Todavia, a fim de facilitar seu estudo, decompõe-se em ramos, do qual, modernamente, adviriam de uma fonte comum, ou seja, da Constituição, muito embora haja pensamento, de certo modo ultrapassado, de divisão em dois ramos: o direito público e o direito privado.

Com efeito, nessa linha de pensamento, o direito privado seria encarregado de regular as relações em que os sujeitos atuem preponderantemente em igualdade de condições, ainda que, em certas ocasiões haja certa proteção para um dos lados. Cuida-se, portanto, de relações de interesses privados, sendo exemplo o Direito Civil, Empresarial etc.

O Direito Público, por outro lado, estaria encarregado de reger as relações envolvendo especialmente o Estado, quando agindo em superioridade, a fim de preservar e realizar o interesse público, tendo como exemplo o Direito Administrativo, Tributário, Econômico etc.

Por isso, o Direito Administrativo seria um dos ramos do direito público que tem por objeto a função administrativa e os entes

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ou entidades que exercem tal função. Todavia, para melhor compreensão do conceito dessa ciência jurídica, é preciso entender os critérios que nortearam e norteiam a definição desse importante ramo do direito.

Nesse sentido, é importante a lição da profa. Di Pietro, segundo a qual a definição de direito administrativo pode ser vista sob diversos critérios, sintetizando os seguintes:

• Escola do Serviço Público • Critério do Poder Executivo • Critério das relações Jurídicas • Critério Teleológico • Critério negativo ou residual • Critério distintivo entre atividade jurídica e social do Estado • Critério da Administração Pública

Para a Escola do serviço público formada na França, tendo como expoentes Duguit e Jéze, o Direito Administrativo seria definido como a realização dos serviços públicos, ou seja, seria o exercício de todo e qualquer atividade desempenhada pelo Estado.

A Escola ou Critério do Poder Executivo entendia que o Direito Administrativo tratava do Poder Executivo. Significa dizer que seria o direito administrativo restrito a atuação do Poder Executivo. Segundo o critério das relações jurídicas o Direito Administrativo seria o conjunto de normas que regem as relações entre a Administração e os administrados.

Para o Critério teleológico o Direito Administrativo é o sistema dos princípios jurídicos que regulam a atividade concreta do Estado para o cumprimento de seus fins, ou seja, seria a realização de atividade do Estado no sentido de empreender ações de utilidade pública.

Ao se adotar o Critério negativo ou residual, o Direito Administrativo teria por objeto as atividades desenvolvidas para a consecução dos fins estatais, excluídas as funções legislativa e jurisdicional, ou pelo menos essa última atividade, ou seja, tratar-se-

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ia de definir o Direito Administrativo excluindo-se algumas das atividades realizadas pelo Estado (legislativa, jurisdicional, e ainda as atividades de direito privado e patrimoniais).

Por outro lado, sob o Critério da distinção entre atividade jurídica e social do Estado, o Direito Administrativo é o ramo do direito público interno que regula a atividade jurídica não contenciosa do Estado (sentido objetivo) e a constituição dos órgãos e meios de sua ação em geral (sentido subjetivo).

E, finalmente, sob o Critério da Administração Pública, o Direito Administrativo é o conjunto de princípios que regem a Administração Pública.

De certa forma, esse é o critério adotado por Hely Lopes Meirelles, para quem o Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.

Para Di Pietro, no entanto, o Direito Administrativo é o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública.

Na abalizada lição de Celso Antônio Bandeira de Mello, o Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que disciplina o exercício da função administrativa, e os órgãos que a desempenham.

É possível, então, afirmar que a definição do Direito Administrativo poderá ser reduzida a três sentidos, qual seja: subjetivo, objetivo e formal.

Com base no aspecto subjetivo, a Administração Pública é o conjunto de órgãos, entes e entidades, ou seja, das pessoas jurídicas e dos órgãos que integram a Administração. Sob o objetivo, seriam as atividades do Estado destinadas a atender o interesse público. E, no tocante ao aspecto formal, compreenderia a atuação do Estado ou de

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quem lhe faça às vezes, submetido a regime especial, ainda que parcialmente.

Para concluir, pode-se conceituar o Direito Administrativo como ramo do direito público destinado a reger a organização administrativa do Estado e a realização de suas atividades pela Administração Pública ou por quem por ela delegada, submetido a regime de direito público, ainda que parcialmente.

Diante disso, é preciso entender quais são as fontes desse direito, ou seja, suas bases fundamentais, de onde emana, surge. Assim, podem ser indicadas como fontes a Lei, a Jurisprudência, a doutrina e os costumes.

Lei, nesse aspecto, deve ser entendida sob acepção ampla, ou seja, todo o arcabouço normativo, englobando a Constituição, seus princípios expressos e implícitos, suas regras, as Leis em sentido estrito, Medidas Provisórias e demais espécies legislativas, assim como os regulamentos administrativos (Decretos, Regulamentos etc).

É importante destacar que no Brasil, por aderir à corrente positivista, a principal fonte do direito é o ordenamento jurídico (Lei em sentido amplo).

A jurisprudência é proveniente de reiteração de julgamentos no mesmo sentido, sobre fatos ou matérias assemelhadas, ou seja, são julgados dos Tribunais, em especial, do Supremo Tribunal Federal e

FONTE

DIRETA (IMEDIATA) LEI

CONSTITUIÇÃO

LO, LC, MP ETC

DECRETOS,REGULAMENTOS ETC

INDIRETA (MEDIATA)

JURISPRUDÊNCIA

DOUTRINA

COSTUMES

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demais Tribunais Superiores que adotam, de maneira repetida, reiterada, uma mesma decisão. É possível, ainda, que a jurisprudência seja firmada pela Administração, denominada de jurisprudência administrativa, em especial a dos Tribunais de Contas.

Doutrina é o trabalho realizado pelos estudiosos do Direito Administrativo, sobretudo os juristas, que se empenham em pesquisar os contornos dessa ciência jurídica. Deve-se entender, no entanto, que a doutrina não é vinculante, tratando-se de fonte auxiliar na solução dos casos administrativos.

Os costumes é a reiteração de uma forma de atuar da Administração, ou seja, a prática administrativa desempenhada cotidianamente em determinadas situações.

É preciso, no entanto, esclarecer que o costume não derroga a regra positivada e, deve ser utilizado de forma supletiva, ou seja, diante da omissão legislativa e com restrições, eis que não se pode criar deveres, tampouco obrigações para o administrado por meio de costumes simplesmente, ou seja, o costume deve estar de acordo com a Lei (secundum legem), não podendo ser contrário (contra legem) ou além da lei (praeter legem).

Alguns autores ainda colocam os princípios gerais do direito, como fonte a preencher eventuais lacunas (o melhor é dizer que se tratar de regra de integração).

Vamos, assim, associar as alternativas:

I – Doutrina: Z - Distingue as regras que convêm a cada um dos sub-ramos do saber jurídico e influi tanto na elaboração da Lei quanto nas decisões contenciosas ou não contenciosas.

II – Jurisprudência: X - Influencia fortemente o Direito Administrativo por traduzir reiteração de decisões contenciosas.

III – Costume: Y - Tem tido utilização crescente nos demais ramos do direito, sendo importante para o Direito Administrativo em razão da deficiência da legislação.

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Gabarito: “D”

2. (FISCAL DE RECEITA – SEFAZ/AC – CESPE/2009) Com referência a conceitos, fontes e princípios do direito administrativo, assinale a opção correta. a) Os costumes são fontes do direito administrativo, não importando se são contra legem, praeter legem ou secundum legem. b) As expressões serviço público centralizado e serviço público descentralizado equivalem a administração pública direta e administração pública indireta, respectivamente. c) Em uma sociedade democrática, a correta aplicação do princípio da supremacia do interesse público pressupõe a prevalência do interesse da maioria da população. d) A aplicação do princípio da segurança jurídica pode afastar o da mera legalidade.

Comentários:

A alternativa “a” está errada. De fato, os costumes são fontes do direito administrativo. Porém, seu uso deve ser sempre secundumlegem, ou seja, de acordo com a lei. O costume não pode ser contrário a lei (contra legem) e nem serve para preencher lacunas legais, ou seja, ir além da lei (praeter legem).

A alternativa “b” está errada, pois um serviço público poderá ser prestado, de forma descentralizada, por uma pessoa não integrante do Estado (concessionária), e daí não integrante da Administração Pública indireta, por exemplo.

Não se deve confundir a Administração indireta que, de fato, surge por descentralização administrativa, com a descentralização de serviços públicos, pois esta é gênero e, portanto, mais abrangente, podendo ocorrer inclusive para permitir que a iniciativa privada preste o serviço público (delegação, por exemplo).

A alternativa “c” está errada, porque nem sempre a correta aplicação do princípio da supremacia do interesse público pressupõe a

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prevalência do interesse da maioria da população, na medida em que em certas ocasiões há que se defender ou garantir o interesse da minoria, como prevê a Constituição nos direitos e garantias fundamentais.

Afora isso, é necessário separar o interesse público primário (da coletividade) e o interesse público secundário (do Estado enquanto pessoa jurídica). Em regra, o que deve prevalecer é o interesse público primário, mas sempre respeitando os direitos e garantias individuais.

Assim, a alternativa “d” está correta. De fato, a aplicação do princípio da segurança jurídica pode afastar o da mera legalidade. É que poderá, mesmo diante de ato ilegal, a situação ser resguardada por força da segurança jurídica, tal como nos casos em que a situação já está consolidada por um longo prazo e indivíduo está de boa-fé.

Gabarito: “D”

3. (ADVOGADO – CIENTEC/RS – MS CONCURSOS/2010) No tocante aos temas conceito, objeto e fontes do Direito Administrativo, podemos afirmar: a) Sendo a lei considerada como fonte primária do Direito Administrativo, importa em que toda e qualquer lei deverá ser considerada na formação do Direito Administrativo, independentemente da matéria tratada. b) O Direito Administrativo rege as atividades em que a Administração Pública atua, excepcionalmente, em condições de igualdade com o particular, afastando as normas do Direito Privado. c) Ao disciplinar as atividades, o Direito Administrativo busca o eficiente funcionamento da Administração Pública. d) São três as fontes do Direito Administrativo, a saber: a lei, os costumes e a jurisprudência. e) Todas as alternativas acima estão incorretas.

Comentário:

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A alternativa “a” está errada, pois nem toda lei diz respeito às questões de âmbito administrativo, e, portanto, não será considerada na formação do Direito Administrativo.

A alternativa “b” está errada. O Direito Administrativo rege as atividades em que a Administração Pública atua, em regra, em grau de superioridade em relação ao particular. Já, excepcionalmente, quando a Administração Pública atuar em grau de igualdade, aplica-se, no que couber, as normas do Direito Privado.

A alternativa “c” está correta. De fato, ao disciplinar as atividades, o Direito Administrativo busca o eficiente funcionamento da Administração Pública.

A alternativa “d” está errada. Observa-se que são quatro as fontes do Direito Administrativo, a saber: a lei, os costumes, a doutrina e a jurisprudência.

A alternativa “e” está errada, na medida em que temos a alternativa “c” como correta.

Gabarito: “C”.

4. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/PA – UNAMA/2006) Na questão abaixo analise as duas afirmações: O Brasil não admite a existência de Tribunais com funções meramente administrativas .......... PORQUE ......... a Constituição Federal adotou o Sistema de Jurisdição Única. Assinale a alternativa correta: a) as duas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. b) as duas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. c) a primeira é verdadeira e a segunda é falsa. d) a primeira é falsa e a segunda é verdadeira.

Comentário:

A questão trata dos sistemas administrativos, ou seja, do regime adotado pelo Estado para o controle de seus atos na realização da

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função administrativa.

Com efeito, temos dois sistemas administrativos ou de controle dos atos estatais, sendo: sistema inglês e sistema francês.

O sistema inglês também é conhecido como sistema de jurisdição uma ou única, sistema judiciário ou sistema de controle judicial. Neste sistema todos os litígios, sejam administrativos ou particulares, são submetidos à apreciação de órgãos do Poder Judiciário, que é o único que tem força para decidir de forma definitiva (coisa julgada).

O sistema francês, também denominado de sistema de dualidade de jurisdição ou de contencioso administrativo é aquele em que há duas jurisdições, uma denominada comum e outra administrativa. Neste sistema, os atos da administração pública somente podem ser apreciados pela jurisdição administrativa. A jurisdição comum não detém competência para apreciar os atos da Administração.

O Brasil, desde a Carta Constitucional inaugural da República, 1891, sob a influência norteamericana, até a atual Constituição, vem adotando o sistema de jurisdição única, ou seja, os atos praticados pela administração pública são passíveis de controle pelo Poder Judiciário. Não sendo recepcionado, portando, o sistema do contencioso administrativo.

Assim, somente o Judiciário é que teria competência para apreciar em definitivo qualquer lesão ao ameaça a direito, nos termos do princípio da inevitabilidade ou inafastabilidade de jurisdição (art. 5º, inc. XXXV, CF/88). No entanto, a Emenda Constitucional nº 7/77, estabeleceu a possibilidade da criação de contencioso administrativo, conforme os artigos 111 e 203 da Constituição de 1967/69, que, de fato, não chegou a ser instalado.

Referida Emenda, ademais, em seu art. 205, excluía da apreciação do Poder Judiciário as questões entre a União, os Estados, o Distrito Federal, os municípios e respectivas autarquias, empresas públicas e

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sociedades de economia mista, ou entre umas e outras, as quais ficariam a cargo da autoridade administrativa, na forma da lei.

Assim, a primeira assertiva está errada, pois muito embora não adotemos o sistema do contencioso administrativo (francês), não significa que não tenhamos Tribunais com função meramente administrativa, como é o caso dos Tribunais de Contas, conforme prevê o art. 70 e seguintes da CF/88, e a segunda está correta.

Gabarito: “D”.

5. (JUIZ DE DIREITO – TJ/MG – EJEF/2007) No estudo do Direito Administrativo brasileiro, a doutrina é rica em apontar sua origem, objeto e conceito. São FALSAS as seguintes assertivas, EXCETO a) surgiu como ramo autônomo do Direito no Brasil com a Constituição de 1988- “Constituição cidadã” do Estado Democrático de Direito. b) do direito norte-americano common law herdou o sistema da unidade de jurisdição. c) e o ramo do Direito que se limita ao estudo da Ciência da Administração. d) seu exato conceito se obtém segundo critério das relações jurídicas.

Comentário:

A alternativa “a” está errada. No Brasil o Direito Administrativo como ramo autônomo do Direito teve um desenvolvimento diferente do que ocorreu na Europa. Vê-se que a elaboração doutrinária se deu a partir da criação das cadeiras específicas de direito administrativo em São Paulo e Olinda (posteriormente transferida para Recife) em 1851, tendo em Antônio Joaquim Ribas e Vicente Pereira do Rego os primeiros catedráticos da disciplina, em São Paulo e Pernambuco, respectivamente.

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Em 1859 Veiga Cabral publicou o livro “Direito administrativo brasileiro”. E, Ribas publicou, no ano de 1861, “Direito Administrativo Brasileiro”.

Portanto, o Direito Administrativo não surgiu como ramo autônomo somente na Constituição de 1988, tendo surgido já no século XIX.

A alternativa “b” está correta. Herdamos do direito norte-americano da common law o sistema da unidade de jurisdição, já que muito embora tivéssemos forte influência francesa, não chegamos a adotar, em definitivo, o sistema de dualidade de jurisdição ou o contencioso administrativo.

A alternativa “c” está errada. O Direito Administrativo tem por objeto o estudo da Administração Pública, de suas funções, de suas finalidades, seus agentes, isto é, não se limita ao estudo da Ciência da Administração, que tem por objeto o estudo da Administração das organizações.

A alternativa “d” está errada. Como vimos, há diversos critérios que definem o Direito Administrativo, dentre eles o critério das relações jurídicas, não se podendo afirmar ser este critério o exato.

Gabarito: “B”

6. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRF 5ª REGIÃO – FCC/2008) Os princípios informativos do Direito Administrativo (A) ficam restritos àqueles expressamente previstos na Constituição Federal. (B) consistem no conjunto de proposições que embasa um sistema e lhe garante a validade. (C) ficam restritos àqueles expressamente previstos na Constituição Federal e nas Constituições Estaduais. (D) são normas previstas em regulamentos da Presidência da República sobre ética na Administração Pública. (E) são regras estabelecidas na legislação para as quais estão previstas sanções de natureza administrativa.

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Comentário:

Segundo o Prof. Carvalho Filho “princípios administrativos são os postulados fundamentais que inspiram todo o modo de agir da Administração Pública”.

Para Diógenes Gasparini, os princípios constituem um conjunto de proposições que alicerçam ou embasam um sistema e lhe garantem validade, ou seja, como bem apontam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, os princípios são as idéias centrais de um sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo a ele um sentido lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma adequada compreensão de sua estrutura.

É importante sabermos que é a Constituição Federal que estabelece de forma expressa ou implícita os princípios fundamentais que orientam a Administração Pública.

Nesse sentido, consoante o art. 37, caput, CF/88 temos, de forma expressa, os denominados princípios básicos da Administração Pública, sendo: Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, nestes exatos termos:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer

dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,

também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 19, de 1998)

Para fixar, temos:

PrincípiosExpressos

( L I M P E )

Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência

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Com efeito, o princípio da Legalidade (administrativa) expressa que a administração somente pode fazer o que a lei permite que se faça.

É, consoante magistral lição de José Afonso da Silva, “princípio basilar do Estado Democrático de Direito”, “porquanto é da essência do seu conceito subordinar-se à Constituição e fundar-se na legalidade democrática. Sujeitar-se ao império das Leis”.

Cuidado, pois, há a legalidade geral (ou princípio da autonomia da vontade), que permite aos particulares que se faça qualquer coisa que a lei não proíba, conforme prevê o art. 5º, inc. II, da CF/88, segundo o qual “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.

Todavia, ao administrador somente cabe realizar o que a lei permita ou autorize (princípio da legalidade administrativa ou estrita), visto que vige o princípio da indisponibilidade do interesse público e que os atos administrativos devem estar calcados em normas que permitam sua realização.

É necessário distinguir o princípio da legalidade do princípio da reserva legal, assim como qual o alcance da legalidade, se seria estrita ou ampla.

O princípio da legalidade deve ser visto como respeito, submissão à lei, no entanto, devemos entender aqui lei em sentido amplo, ou seja, qualquer ato normativo, desde a Constituição (norma fundamental), passando pelos atos infraconstitucionais (espécies normativas do art. 59, CF/88), até os atos infralegais (decretos, regulamentos, instruções normativas).

Nesse aspecto, deve-se considerar inclusive os princípios expressos e implícitos na Constituição Federal, ou seja, não se exige a legalidade estrita, de modo que não só a lei em sentido estrito obriga a Administração, mas todo o ordenamento jurídico lhe subordina, o que se tem denominado de princípio da jurisdicidade, na feliz expressão da Profa. Raquel Melo Urbano.

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Por outro lado, o princípio da reserva legal traduz a idéia de necessidade de lei, no sentido formal, para dispor, regulamentar, certas matérias, conforme exigência constitucional. Quer dizer que determinados temas devem necessariamente ser regulamentos por meio de lei em sentido estrito.

Cumpre dizer que o princípio da legalidade não se restringe apenas à legalidade geral ou a administrativa, podemos citar ainda o princípio da legalidade penal, da legalidade tributária etc.

A propósito, em sintonia com o princípio da legalidade é possível destacar o princípio da finalidade, segundo o qual o administrador público deve observar em todos os seus atos o fim estabelecido pela lei, que se traduz no atendimento ao interesse público.

Com efeito, acaso o administrador pratique o ato não cuidando da finalidade pública incidirá em vício, denominado de desvio de finalidade, modalidade de abuso de poder, o que causa a nulidade do ato.

O princípio da impessoalidade é visto sob duas vertentes, a primeira no sentido de impedir que a administração atue de forma discriminatória, ou seja, que favoreça ou prejudique alguém por critérios pessoais, devendo atuar de forma isonômica. Noutra acepção estabelece a vedação da promoção pessoal de agentes públicos ou autoridades administrativas, conforme preconiza o §1º do art. 37, CF/88, assim expresso:

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e

campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,

informativo ou de orientação social, dela não podendo

constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem

promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Nesse aspecto, é bom esclarecer que os atos realizados pelos agentes públicos não são imputados a si mesmos, mas às pessoas jurídicas que pertencem, ou seja, à Administração Pública. (§1º do art. 37)

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Por isso, o agente que usa a máquina administrativa visando promoção pessoal deverá sofrer as sanções legais na medida em que não atua em seu nome, mas em nome da coletividade, isto é, em nome da Administração Pública, que representa o interesse coletivo.

Para Hely Lopes Meirelles, o princípio da impessoalidade está relacionado ao princípio da finalidade, pois a finalidade se traduz na busca da satisfação do interesse público, interesse que se subdivide em primário (interesse coletivo) e secundário (entendido como interesse da Administração enquanto pessoa jurídica).

Noutro sentido é a lição de Celso Antonio Bandeira de Mello, que liga a impessoalidade ao princípio da isonomia, que determina tratamento igual a todos perante a lei. E afirma que o princípio da finalidade é inerente ao princípio da legalidade, ou seja, está contido nele, na medida em que estabelece o dever de a lei cumprir seu objetivo.

O princípio da moralidade está assentado na ética, moral, lealdade, ou seja, no sentido de promover a probidade administrativa, a honestidade. Trata-se de princípio abrangente, porém jamais se pode dizer inútil, visto servir de parâmetro para coibir arbitrariedades e excessos, devendo ser tonalizado sob o aspecto jurídico, de modo a caracterizar o conjunto de preceitos advindos da disciplina administrativa no tocante à condução da coisa pública.

Nesse sentido, a Constituição, no seu art. 37, §4º, estabelece que os atos de improbidade administrativa importarão em suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível.

Como bem ensina Hely Lopes Meirelles é a atuação dentro dos padrões da ética, moral, honestidade, probidade.

Percebe-se, portanto, que a Constituição deu especial atenção à probidade, já que, nos dizeres de José Afonso da Silva, a improbidade administrativa é uma imoralidade qualificada.

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O princípio da publicidade consiste na obrigação que tem a administração pública, como atividade e ente público, de dar transparências aos seus atos, como meio de assegurar a todos o conhecimento de suas realizações, a fim de fiscalizá-la e exercer o controle sobre esses atos.

Todavia, a Constituição ressalva alguns atos que são protegidos pelo sigilo, eis que necessários aos imperativos de segurança nacional ou que digam respeito aos interesses privados. Aqueles são resguardos por sigilo especial, oponível contra todos.

A publicidade poder ser feita pelos mais diversos meios, tal como a utilização de jornal oficial ou em local onde se possa dar ampla divulgação dos atos administrativos. Por vezes será necessário que a publicidade seja realizada diretamente ao interessado (notificação) ou somente em boletim interno.

O principio da eficiência, erigido a princípio expresso a partir da EC 19/98, traduz a idéia de resultado, busca pela excelência no exercício das atividades administrativas. Para tanto, criou-se diversos mecanismos tal como as escolas de governos, avaliações periódicas e políticas de desenvolvimento da administração.

Como bem destaca José Afonso da Silva, o princípio da eficiência “orienta a atividade administrativa no sentido de conseguir os melhores resultados com os meios escassos de que dispõe e a menor custo”, “consiste na organização racional dos meios e recursos humanos, materiais e institucionais para a prestação de serviços públicos de qualidade com razoável rapidez”. (art. 5º, LXXVIII)

Trata-se da tentativa de mudar o foco da Administração, ou seja, passar-se a uma Administração gerencial, que busca o resultado, em detrimento da Administração burocrática, que prima pelo controle.

A par desses princípios básicos existem outros princípios expressos e implícitos na CF/88, sendo importante destacar, dentre eles, dois princípios basilares, o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado e da indisponibilidade do interesse público, considerados por parte da doutrina como super-

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princípios na medida em que estabelecem as prerrogativas e restrições no âmbito da Administração Pública.

O princípio da supremacia do interesse público traduz-se na ideia de que o interesse público deve prevalecer sobre o interesse particular, de modo que, em regra, quando houver um confronto entre o interesse público e o particular, deve-se dar primazia ao interesse público.

Diz-se, em regra, tendo em vista que a Constituição conferiu uma série de direitos e garantias individuais, que mesmo em confronto com o interesse público devem ser respeitados e resguardados. Com efeito, é em razão desse princípio que se funda as prerrogativas ou poderes especiais conferidos à administração pública.

O princípio da indisponibilidade do interesse público nos orienta no sentido de que a Administração Pública não é proprietária, detentora do interesse público, ela apenas o tutela, protege, ou seja, apenas representa a coletividade, de modo que não pode dispor do que não lhe pertence, significa dizer que, de um modo geral, não há possibilidade de a Administração Pública abdicar, dispor, abrir mão, daquilo que se refere ao interesse público.

Por isso, em decorrência desse princípio, surgem as sujeições da Administração Pública a restrições especiais ou diferenciadas.

Decorrência lógica desses dois princípios, e aplicação do princípio da legalidade, surge o princípio da autotutela, segundo o qual a administração pública pode controlar seus próprios atos, ou seja, pode anular os atos que contenham vício de legalidade e revogar os inconvenientes e inoportunos, respeitados os direitos de terceiros de boa-fé.

Podemos ainda citar os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, da continuidade, da motivação, dentre outros que orientarão a atividade administrativa.

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De todo modo, necessário ainda dizer que a Lei nº 9.784/99, lei que regula o processo administrativo no âmbito federal, positivou diversos princípios que estavam implícitos no bojo da Constituição, estabelecendo o seguinte:

Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros,

aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,

razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,

contraditório, segurança jurídica, interesse público e

eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão

observados, entre outros, os critérios de:

I - atuação conforme a lei e o Direito;

II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia

total ou parcial de poderes ou competências, salvo

autorização em lei;

III - objetividade no atendimento do interesse público,

vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;

IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e

boa-fé;

V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as

hipóteses de sigilo previstas na Constituição;

VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de

obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas

estritamente necessárias ao atendimento do interesse

público;

VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que

determinarem a decisão;

VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos

direitos dos administrados;

IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar

adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos

dos administrados;

X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de

alegações finais, à produção de provas e à interposição de

recursos, nos processos de que possam resultar sanções e

nas situações de litígio;

XI - proibição de cobrança de despesas processuais,

ressalvadas as previstas em lei;

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XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem

prejuízo da atuação dos interessados;

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que

melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige,

vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

Assim, diante dessa breve introdução, vamos às alternativas.

(A) ficam restritos àqueles expressamente previstos na Constituição

Federal.

A alternativa “a” está errada, pois temos princípios expressos e implícitos na Constituição. É, por exemplo, princípio administrativo implícito o da supremacia do interesse público, o da indisponibilidade, a proporcionalidade, dentre outros.

(B) consistem no conjunto de proposições que embasa um sistema e

lhe garante a validade.

A alternativa “b” está correta. De fato, os princípios consistem no conjunto de proposições que embasa um sistema e lhe garante a validade.

(C) ficam restritos àqueles expressamente previstos na Constituição

Federal e nas Constituições Estaduais.

A alternativa “c” está errada, pelo mesmo fundamento da Alternativa “a”. Como afirmado, temos princípios expressos e implícitos na Constituição Federal.

(D) são normas previstas em regulamentos da Presidência da República

sobre ética na Administração Pública.

A alternativa “d” também está errada, e é absurda, pois subverte o sentido dos princípios, na medida em que esses dão fundamento de suporte ao regime jurídico, de modo que não são normas previstas em regulamentos, pois ou estão expressos na Constituição ou decorrem diretamente dela (implícitos).

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(E) são regras estabelecidas na legislação para as quais estão previstas

sanções de natureza administrativa.

A alternativa “e” está errada. É que os princípios, além de não serem regras (são vetores, fundamentos, alicerces do sistema), não estabelecem sanção administrativa para seu descumprimento. A sanção para o descumprimento de um princípio é a declaração de inconstitucionalidade ou ilegalidade do ato. Os princípios, na verdade, são fontes de onde emanam as regras.

Gabarito: “B”

7. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CISAMAPI/VALE DO PIRANGA - CONSULPLAN/2011) A Administração Pública em todos os seus níveis, de acordo com o disposto no art. 37 da Constituição Federal, deverá obedecer aos seguintes princípios A) Interesse Público, Finalidade, Legalidade, Razoabilidade e Eficiência. B) Legalidade, Supremacia do Interesse Público, Moralidade, Continuidade e Publicidade. C) Indisponibilidade, Proporcionalidade, Igualdade, Especialidade e Controle Judicial. D) Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. E) Autotutela, Impessoalidade, Hierarquia, Poder-dever e Indisponibilidade.

Comentário:

Faço a ressalva, novamente. Não há um número razoável de questões da Consulplan para que possamos ter uma dimensão exata, ou seja, um padrão de suas provas. Mas, é possível observarmos a cobrança do conhecimento literal da legislação.

Assim, com essa questão, podemos inferir que não haverá um aprofundamento sobre princípios, ficando na superficialidade. De todo modo, até por cuidado, seguiremos a fórmula que tem dado certo, ou seja, dosando do básico ao avançado.

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Observe, a propósito, que a banca pretendia cobrar o conteúdo do art. 37, caput, CF/88. No entanto, esqueceu que além dos princípios insertos expressamente no caput, há os demais contidos nos incisos, bem como os princípios implícitos. Por isso, a questão deveria ser anulada, pois não se restringiu ao caput do art. 37.

Contudo, tendo como parâmetro apenas o art. 37, caput, CF/88, de forma expressa, temos os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

D) Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.

Gabarito: “D”

8. (PROCURADOR – PGE/AL – FCC/2008) O regime jurídico administrativo possui peculiaridades, dentre as quais podem ser destacados alguns princípios fundamentais que o tipificam. Em relação a estes, pode-se afirmar que o princípio da (A) supremacia do interesse público informa as atividades da administração pública, tendo evoluído para somente ser aplicado aos atos discricionários. (B) supremacia do interesse público informa as atividades da administração pública e pode ser aplicado para excepcionar o princípio da legalidade estrita, a fim de melhor representar a tutela do interesse comum. (C) legalidade estrita significa que a administração pública deve observar o conteúdo das normas impostas exclusivamente por meio de leis formais. (D) indisponibilidade do interesse público destina-se a restringir a edição de atos discricionários, que só podem ser realizados com expressa autorização legislativa. (E) indisponibilidade do interesse público destina-se a restringir a atuação da administração pública, que deve agir nas hipóteses e limites constitucionais e legais.

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Comentário:

Com efeito, o princípio da supremacia estabelece prerrogativas para a Administração, ou seja, confere-lhe poderes para atuar visando atingir, satisfazer, o interesse coletivo.

Daí é que decorre a superioridade da Administração em relação ao particular, por exemplo, impondo-lhe obrigações de forma unilateral, criando cláusulas exorbitantes em contratos administrativos, conferindo presunção de validade aos atos administrativos, dentre outros poderes.

Em contrapartida, junto com tais poderes, surgem limitações, restrições à atuação da Administração Pública, que acaba tendo o dever e não o simples poder de agir para tutelar o interesse público.

Diante disso, verifiquemos cada item.

A alternativa “a” está errada. A supremacia do interesse público informa toda a atividade da Administração Pública, de modo que não se aplica somente a atos discricionários, ela incide tanto em atos vinculados, quanto em discricionários, desde que haja a atuação da Administração Pública investida em prerrogativa de modo a assegurar a realização do interesse público.

A alternativa “b” também está errada, pois o princípio da supremacia não excepciona o princípio da legalidade estrita. Na verdade, como bem esclarece a profa. Di Pietro, ele está presente no momento da elaboração da lei, como no momento da sua execução, de modo que o exercício da função pública está submisso ao traçado na Constituição e nas Leis.

A alternativa “c” está errada. Observe que a legalidade administrativa, também chamada de estrita, estabelece o dever de observar a lei em sentido amplo, ou seja, desde a Constituição até os atos infralegais, tal como portarias, regulamentos, instruções normativas, e não apenas lei em sentido formal, ou seja, lei ordinária, lei complementar ou outra espécie normativa.

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A alternativa “d” também está errada. Por força das explicações anteriores, podemos concluir que a indisponibilidade, por ser o contraponto da supremacia, aplica-se a qualquer atuação da Administração, não só aos atos discricionários.

Assim, a alternativa “e” é a correta. A indisponibilidade do interesse público destina-se a restringir a atuação da administração pública, que deve agir nas hipóteses e limites constitucionais e legais.

Gabarito: “E”.

9. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/PA – FCC/2009) Os princípios da Administração Pública que têm previsão expressa na Constituição Federal são: (A) autotutela, publicidade e indisponibilidade. (B) legalidade, publicidade e eficiência. (C) moralidade, indisponibilidade e razoabilidade. (D) publicidade, eficiência e indisponibilidade. (E) eficiência, razoabilidade e moralidade.

Comentário:

Então, como já sabemos, de acordo com o art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988, os denominados princípios básicos da Administração Pública, expresso na Constituição, são a Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. Portanto, a alternativa correta é a “B”.

Gabarito: “B”.

10. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/RS – FCC/2011) Na relação dos princípios expressos no artigo 37, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil, NÃO consta o princípio da a) moralidade. b) eficiência. c) probidade.

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d) legalidade. e) impessoalidade.

Comentário:

De acordo com o art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988, os denominados princípios básicos da Administração Pública, expressosna Constituição, são: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.

Portanto, dentre tais princípios expressos não consta o princípio da probidade administrativa.

Gabarito: “C”.

11. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/TO – FCC/2011) São princípios da Administração Pública, expressamente previstos no artigo 37, caput, da Constituição Federal, dentre outros, a) eficiência, razoabilidade e legalidade. b) motivação, moralidade e proporcionalidade. c) legalidade, moralidade e impessoalidade. d) publicidade, finalidade e legalidade. e) eficiência, razoabilidade e moralidade.

Comentário:

De acordo com o art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988, os denominados princípios básicos da Administração Pública, expressona Constituição, são Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.

Assim, os princípios da razoabilidade, proporcionalidade estão implícitos na Constituição e o da finalidade é decorrência do princípio da impessoalidade.

Gabarito: “C”.

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12. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/PA – FCC/2009) Quando se diz que a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, estamos diante do princípio da (A) especialidade. (B) legalidade ou veracidade. (C) impessoalidade ou finalidade. (D) supremacia do interesse público. (E) indisponibilidade.

Comentário:

O princípio da impessoalidade visa impedir que a administração atue de forma discriminatória, não favorecendo, nem prejudicando o administrado por critérios pessoais e estabelece, ainda, a vedação da promoção pessoal de agentes ou autoridades públicas.

Com efeito, Hely Lopes Meirelles entende que o princípio da impessoalidade representa a própria expressão do princípio da finalidade, traduzindo-se na busca da satisfação do interesse público.

Vale salientar, ademais, que o Prof. Celso Bandeira entende que o princípio da finalidade é inerente ao princípio da legalidade, ou seja, está contido nele, na medida em que estabelece o dever de a lei cumprir seu objetivo.

É importante, dentre as alternativas, destacar que o princípio da especialidade, na feliz dicção, de Bruno Mattos, diz respeito ao dever dos órgãos e entidades da Administração de cumprir o papel para os quais foram criadas, sendo vedadas as atividades estranhas à missão legalmente destinada a esses órgãos e entidades.

Ou seja, uma entidade (Administração Indireta) será criada para titularizar uma atividade determinada, de modo que não poderá desvirtuar desse fim, pois deve se especializar nesta missão.

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É expressão desse princípio a criação de entidades administrativas para desempenharem uma atividade administrativa específica. Por exemplo, a ser criada a UnB (Fundação Universidade de Brasília), para desempenhar a prestação de serviços educacionais, trata-se de especializar uma atividade para uma pessoa específica.

Portanto, a alternativa “c” é a correta.

Gabarito: “C”.

13. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 20ª REGIÃO – FCC/2011) No que concerne à Administração Pública, o princípio da especialidade tem por característica a) a descentralização administrativa através da criação de entidades que integram a Administração Indireta. b) a fiscalização das atividades dos entes da Administração Indireta. c) o controle de seus próprios atos, com possibilidade de utilizar-se dos institutos da anulação e revogação dos atos administrativos. d) a relação de coordenação e subordinação entre uns órgãos da Administração Pública e outros, cada qual com atribuições definidas em lei. e) a identificação com o princípio da supremacia do interesse privado, inerente à atuação estatal.

Comentário:

Como destacado, o princípio da especialidade traduz a idéia de observância, de realização, do dever funcional que fora estabelecido aos órgãos e entidades da Administração.

Assim, quando se cria uma entidade administrativa (Administração Pública indireta) estará se realizando o princípio da especialidade na medida em que se cria uma pessoa para titularizar uma atividade que estaria na gama geral de atividades do ente público (Administração direta).

Gabarito: “A”.

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14. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 23ª REGIÃO – FCC/2011) O Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta o seguinte conceito para um dos princípios básicos da Administração Pública: De acordo com ele, a Administração e seus agentes têm de atuar na conformidade de princípios éticos. (...) Compreendem-se em seu âmbito, como é evidente, os chamados princípios da lealdade e boa-fé. Trata-se do princípio da a) motivação. b) eficiência. c) legalidade. d) razoabilidade. e) moralidade.

Comentário:

De acordo com Bandeira de Mello, o princípio da moralidade administrativa traduz no dever que a Administração e seus agentes têm de atuar na conformidade de princípios éticos. Violá-los implicará violação ao próprio Direito, configurando ilicitude que as sujeita a conduta viciada a invalidação, porquanto tal princípio assumiu foros de pauta jurídica, na conformidade do art. 37 da Constituição.

E, assim, completa o mestre, destacando que o princípio da moralidade administrativa também compreende os princípios da lealdade e da boa-fé.

Gabarito: “E”.

15. (PROCURADOR DE CONTAS – TJ/RR – FCC/2008) “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. O texto acima transcrito, do art. 37, §1º, da Constituição Federal é aplicação do

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princípio da (A) moralidade, pois determina que o conteúdo da informação publicitária não poderá atentar contra a moral e os bons costumes. (B) impessoalidade, pois desvincula a atuação da Administração de qualquer alusão pessoal à figura de um agente político. (C) publicidade, pois regula a veiculação da publicidade oficial e impede os abusos que possam ser cometidos em seu exercício. (D) eficiência, pois determina que haja o menor dispêndio possível relativo à publicidade oficial. (E) motivação, pois implica a realização de publicidade oficial que tenha estrita correlação com serviços públicos prestados pela Administração.

Comentário:

A alternativa “a” está errada, o dispositivo não trata diretamente de questões ligadas à moral e aos bons costumes. Portanto, não decorre de aplicação do princípio da moralidade.

A alternativa “b” está correta. De fato, trata-se do princípio da impessoalidade, pois desvincula a atuação da Administração de qualquer alusão pessoal à figura de um agente político, na vertente vedação à promoção pessoal.

É importante ressaltar que muito embora o dispositivo cite a publicidade, a aplicação do princípio da publicidade (transparência) não é o objeto central (apenas indiretamente quando fala do caráter da informação), sendo o ponto central a vedação da promoção pessoal, uma das vertentes do princípio da impessoalidade, naquilo que Hely Lopes chama de imparcialidade.

A alternativa “c” está errada. Como ressaltado, a o princípio da publicidade somente se verifica de forma indireta, e não se pode confundir a propaganda (publicidade) com o princípio, que é bem mais abrangente.

A alternativa “d” está errada. Eficiência busca os melhores resultados, e isso não quer dizer, necessariamente, que haja o menor dispêndio possível relativo à publicidade oficial.

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A alternativa “e” está errada. A motivação é a exposição das razões de se realizar certo ato, não se confunde com a propaganda (publicidade oficial) que é a exposição dos atos e feitos da Administração.

Gabarito: “B”.

16. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/RS – FCC/2010) A publicidade, como um dos princípios básicos da Administração, a) deve ser observada em todo e qualquer ato administrativo, sem exceção. b) é elemento formativo do ato. c) é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos externos. d) é obrigatória apenas para os órgãos a Administração direta, sendo facultativa para as entidades da Administração indireta. e) também pode ser usada para a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, salvo no período eleitoral.

Comentário:

O princípio da publicidade estabelece a transparência administrativa, a obrigação de a Administração atuar de forma clara. Ademais, é o que impõe o marco deflagrador da produção de efeitos dos atos administrativos.

Diante disso:

A alternativa “a” é errada, pois é possível, em razão de previsão constitucional, a restrição da publicidade de alguns atos, que deve ser resguardados pelo sigilo, mormente o que diz respeito à vida privada, honra, intimidade ou a segurança nacional.

Lembre-se que “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de

seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no

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prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja

imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”. (Art. 5º, inc. XXXIII, CF/88)

E que, nos termos do art. 93, inc. IX, “todos os julgamentos dos órgãos

do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões,

sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados

atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos

nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo

não prejudique o interesse público à informação”.

Além disso, nos termos do art. 5º, inc. X, CF/88, são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

A alternativa “b” é errada. A publicidade não é elemento formativo do ato, ela é elemento que exterioriza os efeitos do ato, torna-o conhecido, bem como em alguns casos, dá efetividade (torna-o exigível), mas não o integra.

Cuidado: Há duas correntes quanto à natureza jurídica da

publicidade. A corrente majoritária entende que a publicidade é

condição de eficácia do ato (ou seja, o ato é válido, mas

enquanto não for publicação, não pode produzir seus efeitos). A

corrente minoritária entende que é elemento de existência do ato,

de modo que se o ato não for publicado não ingressa no mundo

jurídico.

Os elementos que formam o ato, conforme doutrina clássica, são: competência, finalidade, forma, motivo e objeto.

A alternativa “d” está errada. A publicidade é princípio constitucional que se impõe a toda Administração Pública, conforme art. 37, caput, CF/88.

A alternativa “e” está errada. A publicidade não poderá ser utilizada para a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, conforme §1º, art. 37, eis que terá os fins de orientar, educar e informar.

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Gabarito: “C”

17. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/PA – FCC/2009) Princípio da eficiência na Administração Pública é o dever (A) do administrador de indicar os fundamentos de fato e de direito de suas decisões. (B) que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. (C) a que se impõe a Administração de atuar segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé. (D) segundo o qual a Administração só pode agir segundo a lei, jamais contra ou além da lei. (E) pelo qual se exige do administrador atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências.

Comentário:

Alternativa “a” está errada, pois a indicação dos motivos é a motivação.

O princípio da motivação exige que a Administração, em regra, apresente (exponha) expressamente as razões, isto é, os fundamentos de fato e de direito de sua atuação.

Alternativa “c” está errada na medida em que a atuação dentro dos padrões éticos de probidade, decoro, boa-fé diz respeito ao princípio da moralidade administrativa.

Alternativa “d” está errada, é a legalidade que determina que a Administração atue nos termos da lei (secundum legem), e jamais contrária a lei (contra legem) ou além da lei (praeter legem).

Alternativa “e” também está errada, é o princípio da finalidade que exige do administrador atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências.

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Desse modo, a alternativa “b” é a correta. É que, consoante lição do professor José dos Santos Carvalho Filho, o princípio da eficiência “é a procura de produtividade e economicidade e, o que é mais importante, a exigência de reduzir desperdícios de dinheiro público, o que impõe a execução dos serviços públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional”.

Gabarito: “B”

18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/AM – FCC/2010) A respeito dos princípios básicos da Administração, é correto afirmar: a) Em razão do princípio da moralidade o administrador público deve exercer as suas atividades administrativas com presteza, perfeição e rendimento funcional. b) Os princípios da segurança jurídica e da supremacia do interesse público não estão expressamente previstos na Constituição Federal. c) A publicidade é elemento formativo do ato e serve para convalidar ato praticado com irregularidade quanto à origem. d) Por força do princípio da publicidade todo e qualquer ato administrativo, sem exceção, deve ser publicado em jornal oficial. e) O princípio da segurança jurídica permite a aplicação retroativa de nova interpretação de norma administrativa.

Comentário:

A alternativa “a” está errada na medida em que atuar com presteza, perfeição e rendimento funcional diz respeito ao princípio da eficiência.

A alternativa “b” está correta. De fato, os princípios da segurança jurídica, decorrente do primado que protege o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido, e a supremacia do interesse público não estão expressamente previstos na CF/88, são princípios implícitos.

O princípio da segurança jurídica, também chamado de proteção da confiança, estabelece a necessidade de estabilidade das relações

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jurídicas em virtude do transcurso de tempo e da boa-fé do administrado.

É decorrência desse princípio a decadência, a prescrição, bem como os postulados constitucionais do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada.

Esse princípio é visto sob duas vertentes, a perspectiva de certeza, ou seja, no sentido de que as normas e regras são de conhecimento comum, e a perspectiva de estabilidade, isto é, de que as relações constituídas se consolidam com o tempo.

A alternativa “c” está errada. É que a publicidade não é elemento formativo do ato, tampouco serve para convalidar ato praticado com irregularidade. É princípio que estabelece a transparência dos atos, tornando-os conhecido, bem como o marco deflagrador dos efeitos ato.

A alternativa “d” está errada. Nem todo ato administrativo deve ser publicado, por que alguns estão resguardados pelo sigilo. Ademais, há atos que mesmo devendo ser publicados, não precisam ser em jornal de grande circulação, ou seja, devem ter publicidade menor, tal como férias de um servidor, que basta ser publicada em boletim interno.

A alternativa “e” está errada. O princípio da segurança jurídica veda a aplicação retroativa de interpretação, conforme estabelece a Lei nº 9.784/99, ao estabelecer que “XIII - interpretação da norma

administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público

a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação”.

Gabarito: “B”.

19. (AUDITOR – TCE/AL – FCC/2008) “A Justiça Federal em Florianópolis recebeu 17 mandados de segurança contra a medida provisória (MP) da Presidência da República publicada em 22 de janeiro, que proibiu a venda e a oferta de bebidas alcoólicas em faixa de domínio de rodovia federal ou

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estabelecimento situado em local com acesso direto à rodovia. Em dois processos, as empresas conseguiram a liminar que impede (...) multa em caso de infração à MP; em quatro o pedido foi negado e nos demais ainda não houve decisão.” (Fonte: www.jf.gov.br. Notícias, em 13.02.2008) Como fundamento dessa medida provisória, o Poder Executivo federal pode evocar, dentre os princípios do Direito Administrativo, o da (A) indisponibilidade do interesse público. (B) continuidade dos serviços públicos. (C) supremacia do interesse público. (D) especialidade. (E) segurança nacional.

Comentário:

Então, inicialmente vimos que o princípio da supremacia do interesse público estabelece a premissa de que o interesse público deve prevalecer sobre o interesse particular, de modo que, em regra, quando houver um confronto entre o interesse público e o particular, deve-se dar primazia àquele em detrimento deste. Isso porque o princípio da supremacia estabelece prerrogativas, poderes, para a Administração Pública a fim de que atue com superioridade em relação às demais pessoas, podendo impor obrigações aos particulares a fim de proteger o interesse público.

Por isso, é que a concessão de poderes ou prerrogativas traz consigo limitações, responsabilidade, restrições (princípio da indisponibilidade), completando a equação poderes x deveres.

Assim, podemos perceber que toda vez que o Estado pretender estabelecer limites à liberdade, visando a segurança coletiva, o bem estar geral, estaremos diante da aplicação do princípio da supremacia na medida em que a vedação para venda de bebidas alcoólicas em estrada é no sentido de evitar, reduzir, o número de acidentes, preservando a vida e saúde das pessoas, ou seja, com o fim de atender o interesse coletivo, em detrimento da liberdade irrestrita de alguns.

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Gabarito: “C”.

20. (ASSESSOR – MPE/RS – FCC/2008) Considerando os princípios fundamentais da administração pública, analise: I. Dever pelo qual o funcionário deve servir à Administração com honestidade, procedendo no exercício de suas funções sempre no intuito de realizar os interesses públicos, sem aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes em proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer. II. É resultante dos princípios basilares da legalidade e moralidade, como também é o melhor cumprimento dos fins da administração. As afirmações acima dizem respeito, tecnicamente, ao princípio da (A) probidade administrativa, em ambos os casos. (B) impessoalidade e da eficiência, respectivamente. (C) legalidade e da finalidade, respectivamente. (D) eficiência e probidade administrativa, respectivamente. (E) finalidade, em ambos os casos.

Comentário:

Vale mais uma vez citar a lição do Prof. José Afonso da Silva, para quem a probidade administrativa consiste no dever do funcionário de ‘servir à Administração com honestidade, procedendo no exercício de suas funções sem aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes em proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer.

Conforme vimos, a improbidade administrativa é uma imoralidade qualificada pelo resultado, de modo que a previsão de atos ímprobos deverá estar tipificada em norma que estabeleça quais as condutas que se submetem às sanções por improbidade, conforme determina o §4º, art. 37, CF/88.

Para tanto, ou seja, no sentido de regulamentar o dispositivo constitucional, foi editada a Lei nº 8.429/92, denominada Lei de Improbidade Administrativa.

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Assim, fácil entender que a probidade administrativa decorre da conjugação dos princípios da moralidade e da legalidade, de modo que a resposta é probidade administrativa em ambos os casos.

Gabarito: “A”.

21. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SP – FCC/2008) Marque a afirmativa correta: a) O princípio da moralidade só pode ser aferido pelos critérios pessoais do administrador. b) São princípios explícitos da Administração Pública, entre outros, os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. c) O princípio da razoabilidade ou proporcionalidade não é princípio consagrado sequer implicitamente. d) O princípio da publicidade obriga a presença do nome do administrador nos atos, obras, serviços e campanhas do Poder Público. e) O princípio da motivação não exige a indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão administrativa.

Comentário:

Alternativa “a” está errada. O princípio da moralidade estabelece critérios gerais de atuação dentro da ética, honestidade, decoro, probidade, segundo critérios administrativos, e não puramente pessoais do administrador.

Alternativa “c” está errada. Os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, como já observamos, são princípios implícitos na Constituição Federal e decorrem diretamente do princípio da legalidade. Vale lembrar, ademais, que a Lei nº 9.784/99 positivou esses princípios, ao prescrever o seguinte:

VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de

obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas

estritamente necessárias ao atendimento do interesse

público;

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Alternativa “d” está errada. O princípio da publicidade, em sintonia com o princípio da impessoalidade, veda a presença de nomes em atos, obras ou serviços da Administração a fim de impedir a promoção pessoal. Deve-se ressaltar que a publicidade tem o sentido de informar, orientar ou educar, além de ser instrumento que possibilita o controle dos atos da Administração.

Alternativa “e” está errada. O princípio da motivação é o que exige a expressa indicação dos motivos da realização de atos da Administração, ou seja, a apresentação, exposição, indicação dos motivos, isto é, dos fatos e fundamentos jurídicos que dão suporte a prática do ato.

Assim, mais uma vez, são princípios explícitos da Administração Pública, entre outros, os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Portanto, a correta é a alternativa “b”.

Gabarito: “B”

22. (ANALISTA JUDICIÁRIO – CONTABILIDADE – TRE/AL – FCC/2010) Sobre os princípios básicos da Administração Pública, considere: I. O administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum. II. Exigência de que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. III. Dever de expor expressamente os motivos que determinam o ato administrativo. As afirmações acima dizem respeito, respectivamente, aos princípios da a) motivação, razoabilidade e legalidade. b) eficiência, impessoalidade e finalidade. c) legalidade, eficiência e motivação. d) proporcionalidade, finalidade e eficiência. e) legalidade, proporcionalidade e fundamentação.

Comentário:

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A assertiva “I”, que estabelece que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, apresenta o princípio da legalidade e seu corolário, finalidade.

A assertiva “II”, conforme princípio da eficiência traduz-se na exigência de que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional.

A assertiva “III” a qual prevê que é dever de expor expressamente os motivos que determinam o ato administrativo, configura a aplicação do princípio da motivação.

Gabarito: “C”.

23. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 9ª REGIÃO – FCC/2010) Analise as seguintes assertivas acerca dos princípios básicos da Administração Pública: I. O princípio da eficiência, introduzido pela Emenda Constitucional nº 19/1998, é o mais moderno princípio da função administrativa e exige resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. II. Todo ato administrativo deve ser publicado, só se admitindo sigilo nos casos de segurança nacional, investigações policiais, ou interesse superior da Administração a ser preservado em processo previamente declarado sigiloso. III. Quanto ao princípio da motivação, não se admite a chamada motivação aliunde, consistente em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas. IV. A publicidade é elemento formativo do ato administrativo, ou seja, sua divulgação oficial para conhecimento público é requisito imprescindível à própria formação do ato e consequente produção de efeitos jurídicos. Está correto o que consta APENAS em a) I, II e IV. b) I e II.

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c) I e IV. d) II e III. e) II, III e IV.

Comentário:

A assertiva “I” está correta. De fato, a EC 19/98, denominada reforma administrativa, introduziu de forma expressa o princípio da eficiência, sendo, considerado, o mais moderno princípio da função administrativa, o qual exige resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros na medida em que houve a mudança de foco na atuação administrativa, passando-se a buscar o resultado (modelo de administração gerencial).

A assertiva “II” está correta. Já observamos que nem todo ato administrativo deve ser publicado, eis que há atos resguardados pelo sigilo no tocante aos casos declarados pela Administração em razão de garantia constitucional, segurança pública ou os declarados por lei como sigilosos.

A assertiva “III” está errada. Poderá a motivação ser realizada por meio de referência, ou seja, aliunde, consistente em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, conforme estabelece a Lei nº 9.784/99, art. 50, §1º, Lei nº 9.784/99, que assim expressa:

§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo

consistir em declaração de concordância com fundamentos de

anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que,

neste caso, serão parte integrante do ato.

A assertiva “IV” está errada. Novamente, a publicidade NÃO é elemento formativo do ato administrativo, ou seja, sua divulgação oficial para conhecimento público é requisito imprescindível à sua eficácia.

Portanto, I e II estão corretos.

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Gabarito: “B”.

24. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/PE – FCC/2007) Com relação aos princípios constitucionais da Administração Pública, considere: I. A Constituição Federal proíbe expressamente que conste nome, símbolo ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servidores públicos em publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos. II. Todo agente público deve realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. As afirmações citadas correspondem, respectivamente, aos princípios da a) impessoalidade e eficiência. b) publicidade e moralidade. c) legalidade e impessoalidade. d) moralidade e legalidade. e) eficiência e publicidade.

Comentário:

Comentamos que a impessoalidade é vista sob duas acepções, ou seja, impede que a administração ou o administrador atue de forma discriminatória, favorecendo ou prejudicando alguém por critérios pessoais, devendo atuar de forma isonômica.

Estabelece a vedação da promoção pessoal, isto é, é vedada a consignação de nomes, imagens ou símbolos que caracterize promoção pessoal de agente ou autoridade, conforme §1º do art. 37, CF/88:

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e

campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,

informativo ou de orientação social, dela não podendo

constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem

promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

De outro lado, o princípio da eficiência, exige que “todo agente

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público deve realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional”.

Gabarito: “A”.

25. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/AP – FCC/2011) A conduta do agente público que se vale da publicidade oficial para realizar promoção pessoal atenta contra os seguintes princípios da Administração Pública: a) razoabilidade e legalidade. b) eficiência e publicidade. c) publicidade e proporcionalidade. d) motivação e eficiência. e) impessoalidade e moralidade.

Comentário:

Como se vê, a conduta do agente que se vale da publicidade oficial para realizar promoção pessoal atenta de uma só vez contra o princípio da impessoalidade, porque se valeu da Administração para obter promoção pessoal, e agindo assim também viola a moralidade, porque não atua de forma ética, com lealdade e boa-fé para com a Administração e o interesse público.

Gabarito: “E”.

26. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 1ª REGIÃO – FCC/2011) Analise as seguintes proposições, extraídas dos ensinamentos dos respectivos Juristas José dos Santos Carvalho Filho e Celso Antônio Bandeira de Mello: I. O núcleo desse princípio é a procura de produtividade e economicidade e, o que é mais importante, a exigência de reduzir os desperdícios de dinheiro público, o que impõe a execução dos serviços públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional.

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II. No texto constitucional há algumas referências a aplicações concretas deste princípio, como por exemplo, no art. 37, II, ao exigir que o ingresso no cargo, função ou emprego público depende de concurso, exatamente para que todos possam disputar-lhes o acesso em plena igualdade. As assertivas I e II tratam, respectivamente, dos seguintes princípios da Administração Pública: a) moralidade e legalidade. b) eficiência e impessoalidade. c) legalidade e publicidade. d) eficiência e legalidade. e) legalidade e moralidade.

Comentário:

A assertiva “I” trata do princípio da eficiência. De fato, de acordo com Carvalho Filho, o núcleo desse princípio é a procura de produtividade e economicidade e, o que é mais importante, a exigência de reduzir os desperdícios de dinheiro público, o que impõe a execução dos serviços públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional.

A assertiva “II” se refere ao princípio da impessoalidade, na medida em que a Administração não pode beneficiar nem criar distinções, por critérios pessoais, deve agir de forma objetiva. Assim, como ao exigir que o ingresso no cargo, função ou emprego público depende de concurso, exatamente para que todos possam disputar-lhes o acesso em plena igualdade, de modo que temos a impessoalidade na sua vertente isonomia.

Gabarito: “B”.

27. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/PE – FCC/2007) É certo que a Administração Pública deverá observar certos princípios constitucionais e outras determinações, e dentre estas, que a) os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego que possibilite o acesso a informações privilegiadas restringe-se a administração direta.

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b) a administração fazendária e seus servidores terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei. c) serão computadas, para efeito dos limites da remuneração e do subsídio dos ocupantes de cargos e empregos da Administração pública, as parcelas de caráter indenizatório. d) ficam vedadas as contratações de servidores por tempo determinado, ainda que para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público face ao princípio do concurso público. e) os atos de improbidade administrativa importarão, dentre outras cominações, em cassação dos direitos políticos e o ressarcimento ao erário, com prejuízo da ação penal.

Comentário:

A Constituição estabeleceu que a Administração Pública direta ou indireta, de quaisquer dos poderes, da União, dos Estados, DF e Municípios observarão os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, dentre outros.

Na hipótese, o que nos interessa são esses outros princípios. E quais seriam? Temos diversos, tal como o princípio da isonomia, da obrigatoriedade em licitar, da acessibilidade aos cargos públicos, da vedação da acumulação de cargos etc.

Assim temos:

A alternativa “a” é errada, pois tal restrição aplica-se a toda a Administração Pública, seja direta ou indireta.

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao

ocupante de cargo ou emprego da administração direta e

indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.

(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

A alternativa “c” diz respeito ao limite da remuneração dos agentes públicos, em especial, acerca da remuneração e dos subsídios. Nestes termos, dispõe o art. 37, inc. XI, da CF/88 que:

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XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,

funções e empregos públicos da administração direta,

autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos

Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais

agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie

remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,

incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra

natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em

espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,

aplicando-se como li-mite, nos Municípios, o subsídio do

Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio

mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o

subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do

Poder Legislativo e o sub-sídio dos Desembargadores do

Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e

cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie,

dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do

Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do

Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores

Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,

19.12.2003)

Só que a própria Constituição excepcionou essa regra, conforme art. 37, §11, ao prescrever que as parcelas de caráter indenizatório, previstas em lei, não serão computadas para este cálculo:

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites

remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste

artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

(Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

A alternativa “d” também é errada, isso porque o princípio do concurso não veda a contratação de agente público temporário, eis que tal medida visa justamente atender necessidade excepcional de interesse público.

Alternativa “e” é um bom exemplo de pegadinha que não podemos cair, os atos de improbidade administrativa, assim como qualquer

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outra sanção, de que natureza for, não pode gerar a cassação dos direitos políticos, pois essa medida é expressamente vedada pela Constituição, conforme art. 15. (É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:...)

No tocante aos atos de improbidade administrativa, como já destacado, a CF/88 estabeleceu quatro sanções, sendo: ressarcimento ao erário, indisponibilidade dos bens, suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, consoante art. 37, §4º:

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a

suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a

indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na

forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação

penal cabível.

A alternativa “b” assim é a correta na medida em que, conforme estabelece o art. 37, inc. XVIII, da CF/88, a administração fazendária e seus servidores terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei.

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais

terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição,

precedência sobre os demais setores administrativos, na

forma da lei;

Gabarito: “B”.

28. ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/RN – FCC/2011) O princípio segundo o qual a Administração Pública Direta fiscaliza as atividades dos entes da Administração Indireta denomina-se a) finalidade. b) controle. c) autotutela. d) supremacia do interesse público. e) legalidade.

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Comentário:

Observe que no âmbito interno das organizações, ou seja, das entidades, no que se refere aos seus órgãos aplica-se o princípio da autotutela segundo o qual a administração pública pode controlar seus próprios atos, ou seja, pode anular os atos que contenham vício de legalidade e revogar os inconvenientes e inoportunos, respeitados os direitos de terceiros de boa-fé.

Tal princípio decorre de uma relação de subordinação, de hierarquia, que existe internamente na Administração Pública, entre seus diversos órgãos, no âmbito de uma mesma pessoa jurídica.

De outro lado, quando se trata de pessoas jurídicas distintas na Administração Pública não se verifica a subordinação, a hierarquia administrativa, de modo que não se pode falar em autotutela.

Todavia, o ente político que cria as entidades, ou seja, a Administração Pública direta pode e deve fiscalizar os atos de suas entidades (administração pública indireta). Daí decorre o princípio chamado de tutela, ou de controle finalístico ou supervisão ministerial.

Gabarito: “B”.

29. (TÉNICO JUDICIÁRIO – TRT 20 – FCC/2011) O serviço público não é passível de interrupção ou suspensão afetando o direito de seus usuários, pela própria importância que ele se apresenta, devendo ser colocado à disposição do usuário com qualidade e regularidade, assim como com eficiência e oportunidade. Trata-se do princípio fundamental dos serviços públicos denominado a) impessoalidade. b) mutabilidade. c) continuidade. d) igualdade. e) universalidade.

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Comentário:

No âmbito da prestação dos serviços públicos, há ainda o princípio da continuidade, segundo o qual os serviços públicos não podem ser interrompidos, não podem sofrer lapso (intervalo) de continuidade.

Trata-se de regra que tem duas exceções, ou seja, os serviços poderão ser interrompidos nos seguintes casos:

• Desde que ocorra o prévio aviso: o Para fins de manutenção o Por razões de inadimplência (falta de pagamento). Neste

caso, o débito deve ser atual, considerado este o até três meses do aviso de corte. (se for débito antigo, segundo entendimento do STJ não poderá ocorrer a suspensão no fornecimento).

• Sem aviso prévio o Situações emergenciais (catástrofes ou decorrentes de

eventos da natureza ou caso fortuito/força maior)

Gabarito: “C”.

30. (PROCURADOR – PGE/AM – FCC/2010) NÃO é situação que configura nepotismo, a sofrer a incidência da Súmula Vinculante nº 13, editada pelo Supremo Tribunal Federal, a nomeação de a) sobrinho de Secretário de Estado para cargo de dirigente de autarquia estadual. b) cunhado de Presidente da Assembleia Legislativa para cargo de assessor da Presidência do Tribunal de Justiça. c) irmão adotivo de Secretário de Estado para cargo de diretor na respectiva Secretaria. d) cônjuge de Governador para cargo de Secretário de Estado. e) sogro de Deputado Estadual, para cargo de assessor em gabinete de outro Deputado Estadual.

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Comentário:

O Supremo Tribunal Federal tem entendimento no sentido de que a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, para cargos comissionados ou funções de confiança, ou, ainda, de função gratificada, constitui-se em nepotismo, situação violadora dos princípios da impessoalidade, moralidade e eficiência.

Ressalte-se, ademais, que a Suprema Corte entende que a vedação se estende ao denominado nepotismo cruzado, ou seja, a nomeação de parentes de outra autoridade para ocupar cargos comissionados ou funções de confiança a fim de que esta venha nomear, de igual forma, parentes daquele na tentativa de fugir a tal controle.

Por exemplo, imaginemos um Ministro de um Tribunal Superior nomeando como assessores filhos de um Deputado Federal. E, este, por sua vez, tenha nomeado para cargo comissionado em seu gabinete, filhos do referido Ministro. Essa situação configura o nepotismo cruzado, é também é vedada, de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal.

Esse entendimento foi consagrado no julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal na ADC 12, da relatoria do Min. Carlos Brito, no qual se formulara pedido de declaração de constitucionalidade da Resolução nº 7/2005, do Conselho Nacional de Justiça, conforme veiculado no Informativo 516, assim sintetizado:

(...)

O Tribunal julgou procedente pedido formulado em ação

declaratória de constitucionalidade proposta pela Associação

dos Magistrados do Brasil - AMB para declarar a

constitucionalidade da Resolução 7/2005, do Conselho

Nacional de Justiça – CNJ — que veda o exercício de cargos,

empregos e funções por parentes, cônjuges e companheiros

de magistrados e de servidores investidos em cargos de

direção e assessoramento, no âmbito do Poder Judiciário —,

e emprestar interpretação conforme a Constituição a fim de

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deduzir a função de chefia do substantivo “direção”,

constante dos incisos II, III, IV e V do art. 2º da aludida

norma.

(...)

No mérito, entendeu-se que a Resolução 7/2005 está

em sintonia com os princípios constantes do art. 37,

em especial os da impessoalidade, da eficiência, da

igualdade e da moralidade, que são dotados de eficácia

imediata, não havendo que se falar em ofensa à

liberdade de nomeação e exoneração dos cargos em

comissão e funções de confiança, visto que as

restrições por ela impostas são as mesmas previstas

na CF, as quais, extraídas dos citados princípios,

vedam a prática do nepotismo.

(...)

A Resolução nº 07 do CNJ estabeleceu como sendo nepotismo as seguintes práticas:

a) o exercício de cargo comissionado ou de função gratificada

por cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral

ou por afinidade, até o terceiro grau;

b) o exercício de cargos em comissão, ou de funções

gratificadas, por cônjuges, companheiros ou parentes em

linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,

inclusive, de dois ou mais magistrados, ou de servidores

investidos em cargos de direção ou de assessoramento, em

circunstâncias que caracterizem ajuste para burlar a regra da

vedação do nepotismo, mediante reciprocidade nas

nomeações ou designações (nepotismo cruzado);

c) o exercício de cargo em comissão ou de função gratificada

por cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral

ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, de qualquer

servidor investido em cargo de direção ou de

assessoramento;

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d) a contratação por tempo determinado para atender a

necessidade temporária de excepcional interesse público, de

cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou

por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, dos respectivos

membros ou juízes vinculados, bem como de qualquer

servidor investido em cargo de direção ou de

assessoramento;

e) a contratação, em casos excepcionais de dispensa ou

inexigibilidade de licitação, de pessoa jurídica da qual sejam

sócios cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou

colateral até o terceiro grau, inclusive, dos respectivos

membros ou juízes vinculados, ou servidor investido em

cargo de direção e de assessoramento.

No entanto, conforme a resolução do CNJ, fica excepcionada da regra da vedação ao nepotismo as nomeações ou designações de servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo das carreiras judiciárias, admitidos por concurso público, observada a compatibilidade do grau de escolaridade do cargo de origem, ou a compatibilidade da atividade que lhe seja afeta e a complexidade inerente ao cargo em comissão a ser exercido, além da qualificação profissional do servidor, vedada, em qualquer caso, a nomeação ou designação para servir subordinado ao magistrado ou servidor determinante da incompatibilidade.

No caso de contratação temporária, a vedação não se aplica quando a contratação houver sido precedida de regular processo seletivo, em cumprimento de preceito legal.

Por fim, devemos observar que, de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, essas vedações se aplicam não só ao Judiciário, mas ao Executivo e Legislativo, conforme súmula vinculante nº 13, assim expressa:

SÚMULA VINCULANTE nº 13 - A nomeação de cônjuge,

companheiro, ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade,

até o 3º grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da

mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou

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assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de

confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública

direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados,

do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste

mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal

Por fim, é de se observar que referida vedação não se aplica para os chamados cargos de natureza especial, preenchidos por agentes políticos, não estando, portanto, submetidos à vedação estabelecida pelo STF acerca do nepotismo, conforme entendimento veiculado no Informativo 516 ao julgar a ADC 12.

Assim, atendidos aos requisitos legais, pode, por exemplo, Governador nomear para ocupar cargo de natureza política, ou seja, Secretário de Estado, seu parente.

Não poderá ser nomeado para cargo comissionado ou função de confiança, entendendo o STF, no entanto, que essa vedação não se aplica aos cargos ocupados por agentes políticos.

Gabarito: “D”.

É isso então meus amigos. Por hoje é só. Mais uma vez, bem vindos. E vamos que vamos. Bons estudos.

Grande abraço e fiquem com Deus.

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QUESTÕES SELECIONADAS

1. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – DNPM – CESGRANRIO/2006) De acordo com o livro "Direito Administrativo Brasileiro", de Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo tem quatro fontes principais. Nesse sentido, correlacione as fontes do Direito Administrativo que se encontram na coluna da

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esquerda com as afirmativas a elas referentes que se encontram na coluna da direita. I - Doutrina II - Jurisprudência III - Costume --------------------------------------------------------------------------- X - Influencia fortemente o Direito Administrativo por traduzir reiteração de decisões contenciosas. Y - Tem tido utilização crescente nos demais ramos do direito, sendo importante para o Direito Administrativo em razão da deficiência da legislação. Z - Distingue as regras que convêm a cada um dos subramos do saber jurídico e influi tanto na elaboração da Lei quanto nas decisões contenciosas ou não contenciosas. --------------------------------------------------------------------------- A relação correta é: a) I - X; II - Z; III - Y b) I - Y; II - X; IV - Z c) I - Y; III - Z; IV - X d) I - Z; II - X; III - Y e) II - Z; III - Y; IV - X

2. (FISCAL DE RECEITA – SEFAZ/AC – CESPE/2009) Com referência a conceitos, fontes e princípios do direito administrativo, assinale a opção correta. a) Os costumes são fontes do direito administrativo, não importando se são contra legem, praeter legem ou secundum legem. b) As expressões serviço público centralizado e serviço público descentralizado equivalem a administração pública direta e administração pública indireta, respectivamente. c) Em uma sociedade democrática, a correta aplicação do princípio da supremacia do interesse público pressupõe a prevalência do interesse da maioria da população. d) A aplicação do princípio da segurança jurídica pode afastar o da mera legalidade.

3. (ADVOGADO – CIENTEC/RS – MS CONCURSOS/2010) No tocante aos temas conceito, objeto e fontes do Direito Administrativo, podemos afirmar:

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a) Sendo a lei considerada como fonte primária do Direito Administrativo, importa em que toda e qualquer lei deverá ser considerada na formação do Direito Administrativo, independentemente da matéria tratada. b) O Direito Administrativo rege as atividades em que a Administração Pública atua, excepcionalmente, em condições de igualdade com o particular, afastando as normas do Direito Privado. c) Ao disciplinar as atividades, o Direito Administrativo busca o eficiente funcionamento da Administração Pública. d) São três as fontes do Direito Administrativo, a saber: a lei, os costumes e a jurisprudência. e) Todas as alternativas acima estão incorretas.

4. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/PA – UNAMA/2006) Na questão abaixo analise as duas afirmações: O Brasil não admite a existência de Tribunais com funções meramente administrativas .......... PORQUE ......... a Constituição Federal adotou o Sistema de Jurisdição Única. Assinale a alternativa correta: a) as duas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. b) as duas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. c) a primeira é verdadeira e a segunda é falsa. d) a primeira é falsa e a segunda é verdadeira.

5. (JUIZ DE DIREITO – TJ/MG – EJEF/2007) No estudo do Direito Administrativo brasileiro, a doutrina é rica em apontar sua origem, objeto e conceito. São FALSAS as seguintes assertivas, EXCETO a) surgiu como ramo autônomo do Direito no Brasil com a Constituição de l988- “Constituição cidadã” do Estado Democrático de Direito. b) do direito norte-americano common law herdou o sistema da unidade de jurisdição. c) e o ramo do Direito que se limita ao estudo da Ciência da Administração. d) seu exato conceito se obtém segundo critério das relações jurídicas.

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6. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRF 5ª REGIÃO – FCC/2008) Os princípios informativos do Direito Administrativo (A) ficam restritos àqueles expressamente previstos na Constituição Federal. (B) consistem no conjunto de proposições que embasa um sistema e lhe garante a validade. (C) ficam restritos àqueles expressamente previstos na Constituição Federal e nas Constituições Estaduais. (D) são normas previstas em regulamentos da Presidência da República sobre ética na Administração Pública. (E) são regras estabelecidas na legislação para as quais estão previstas sanções de natureza administrativa.

7. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CISAMAPI/VALE DO PIRANGA - CONSULPLAN/2011) A Administração Pública em todos os seus níveis, de acordo com o disposto no art. 37 da Constituição Federal, deverá obedecer aos seguintes princípios A) Interesse Público, Finalidade, Legalidade, Razoabilidade e Eficiência. B) Legalidade, Supremacia do Interesse Público, Moralidade, Continuidade e Publicidade. C) Indisponibilidade, Proporcionalidade, Igualdade, Especialidade e Controle Judicial. D) Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. E) Autotutela, Impessoalidade, Hierarquia, Poder-dever e Indisponibilidade.

8. (PROCURADOR – PGE/AL – FCC/2008) O regime jurídico administrativo possui peculiaridades, dentre as quais podem ser destacados alguns princípios fundamentais que o tipificam. Em relação a estes, pode-se afirmar que o princípio da (A) supremacia do interesse público informa as atividades da administração pública, tendo evoluído para somente ser aplicado aos atos discricionários. (B) supremacia do interesse público informa as atividades da administração pública e pode ser aplicado para excepcionar o

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princípio da legalidade estrita, a fim de melhor representar a tutela do interesse comum. (C) legalidade estrita significa que a administração pública deve observar o conteúdo das normas impostas exclusivamente por meio de leis formais. (D) indisponibilidade do interesse público destina-se a restringir a edição de atos discricionários, que só podem ser realizados com expressa autorização legislativa. (E) indisponibilidade do interesse público destina-se a restringir a atuação da administração pública, que deve agir nas hipóteses e limites constitucionais e legais.

9. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/PA – FCC/2009) Os princípios da Administração Pública que têm previsão expressa na Constituição Federal são: (A) autotutela, publicidade e indisponibilidade. (B) legalidade, publicidade e eficiência. (C) moralidade, indisponibilidade e razoabilidade. (D) publicidade, eficiência e indisponibilidade. (E) eficiência, razoabilidade e moralidade.

10. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/RS – FCC/2011) Na relação dos princípios expressos no artigo 37, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil, NÃO consta o princípio da a) moralidade. b) eficiência. c) probidade. d) legalidade. e) impessoalidade.

11. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/TO – FCC/2011) São princípios da Administração Pública, expressamente previstos no artigo 37, caput, da Constituição Federal, dentre outros, a) eficiência, razoabilidade e legalidade. b) motivação, moralidade e proporcionalidade. c) legalidade, moralidade e impessoalidade. d) publicidade, finalidade e legalidade. e) eficiência, razoabilidade e moralidade.

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12. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/PA – FCC/2009) Quando se diz que a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, estamos diante do princípio da (A) especialidade. (B) legalidade ou veracidade. (C) impessoalidade ou finalidade. (D) supremacia do interesse público. (E) indisponibilidade.

13. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 20ª REGIÃO – FCC/2011) No que concerne à Administração Pública, o princípio da especialidade tem por característica a) a descentralização administrativa através da criação de entidades que integram a Administração Indireta. b) a fiscalização das atividades dos entes da Administração Indireta. c) o controle de seus próprios atos, com possibilidade de utilizar-se dos institutos da anulação e revogação dos atos administrativos. d) a relação de coordenação e subordinação entre uns órgãos da Administração Pública e outros, cada qual com atribuições definidas em lei. e) a identificação com o princípio da supremacia do interesse privado, inerente à atuação estatal.

14. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 23ª REGIÃO – FCC/2011) O Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta o seguinte conceito para um dos princípios básicos da Administração Pública: De acordo com ele, a Administração e seus agentes têm de atuar na conformidade de princípios éticos. (...) Compreendem-se em seu âmbito, como é evidente, os chamados princípios da lealdade e boa-fé. Trata-se do princípio da a) motivação. b) eficiência. c) legalidade. d) razoabilidade. e) moralidade.

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15. (PROCURADOR DE CONTAS – TJ/RR – FCC/2008) “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. O texto acima transcrito, do art. 37, §1º, da Constituição Federal é aplicação do princípio da (A) moralidade, pois determina que o conteúdo da informação publicitária não poderá atentar contra a moral e os bons costumes. (B) impessoalidade, pois desvincula a atuação da Administração de qualquer alusão pessoal à figura de um agente político. (C) publicidade, pois regula a veiculação da publicidade oficial e impede os abusos que possam ser cometidos em seu exercício. (D) eficiência, pois determina que haja o menor dispêndio possível relativo à publicidade oficial. (E) motivação, pois implica a realização de publicidade oficial que tenha estrita correlação com serviços públicos prestados pela Administração.

16. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/RS – FCC/2010) A publicidade, como um dos princípios básicos da Administração, a) deve ser observada em todo e qualquer ato administrativo, sem exceção. b) é elemento formativo do ato. c) é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos externos. d) é obrigatória apenas para os órgãos a Administração direta, sendo facultativa para as entidades da Administração indireta. e) também pode ser usada para a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, salvo no período eleitoral.

17. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/PA – FCC/2009) Princípio da eficiência na Administração Pública é o dever (A) do administrador de indicar os fundamentos de fato e de direito de suas decisões.

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(B) que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. (C) a que se impõe a Administração de atuar segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé. (D) segundo o qual a Administração só pode agir segundo a lei, jamais contra ou além da lei. (E) pelo qual se exige do administrador atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências.

18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/AM – FCC/2010) A respeito dos princípios básicos da Administração, é correto afirmar: a) Em razão do princípio da moralidade o administrador público deve exercer as suas atividades administrativas com presteza, perfeição e rendimento funcional. b) Os princípios da segurança jurídica e da supremacia do interesse público não estão expressamente previstos na Constituição Federal. c) A publicidade é elemento formativo do ato e serve para convalidar ato praticado com irregularidade quanto à origem. d) Por força do princípio da publicidade todo e qualquer ato administrativo, sem exceção, deve ser publicado em jornal oficial. e) O princípio da segurança jurídica permite a aplicação retroativa de nova interpretação de norma administrativa.

19. (AUDITOR – TCE/AL – FCC/2008) “A Justiça Federal em Florianópolis recebeu 17 mandados de segurança contra a medida provisória (MP) da Presidência da República publicada em 22 de janeiro, que proibiu a venda e a oferta de bebidas alcoólicas em faixa de domínio de rodovia federal ou estabelecimento situado em local com acesso direto à rodovia. Em dois processos, as empresas conseguiram a liminar que impede (...) multa em caso de infração à MP; em quatro o pedido foi negado e nos demais ainda não houve decisão.” (Fonte: www.jf.gov.br. Notícias, em 13.02.2008) Como fundamento dessa medida provisória, o Poder Executivo federal pode evocar, dentre os princípios do Direito Administrativo, o da (A) indisponibilidade do interesse público.

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(B) continuidade dos serviços públicos. (C) supremacia do interesse público. (D) especialidade. (E) segurança nacional.

20. (ASSESSOR – MPE/RS – FCC/2008) Considerando os princípios fundamentais da administração pública, analise: I. Dever pelo qual o funcionário deve servir à Administração com honestidade, procedendo no exercício de suas funções sempre no intuito de realizar os interesses públicos, sem aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes em proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer. II. É resultante dos princípios basilares da legalidade e moralidade, como também é o melhor cumprimento dos fins da administração. As afirmações acima dizem respeito, tecnicamente, ao princípio da (A) probidade administrativa, em ambos os casos. (B) impessoalidade e da eficiência, respectivamente. (C) legalidade e da finalidade, respectivamente. (D) eficiência e probidade administrativa, respectivamente. (E) finalidade, em ambos os casos.

21. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SP – FCC/2008) Marque a afirmativa correta: a) O princípio da moralidade só pode ser aferido pelos critérios pessoais do administrador. b) São princípios explícitos da Administração Pública, entre outros, os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. c) O princípio da razoabilidade ou proporcionalidade não é princípio consagrado sequer implicitamente. d) O princípio da publicidade obriga a presença do nome do administrador nos atos, obras, serviços e campanhas do Poder Público. e) O princípio da motivação não exige a indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão administrativa.

22. (ANALISTA JUDICIÁRIO – CONTABILIDADE – TRE/AL – FCC/2010) Sobre os princípios básicos da Administração

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Pública, considere: I. O administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum. II. Exigência de que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. III. Dever de expor expressamente os motivos que determinam o ato administrativo. As afirmações acima dizem respeito, respectivamente, aos princípios da a) motivação, razoabilidade e legalidade. b) eficiência, impessoalidade e finalidade. c) legalidade, eficiência e motivação. d) proporcionalidade, finalidade e eficiência. e) legalidade, proporcionalidade e fundamentação.

23. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 9ª REGIÃO – FCC/2010) Analise as seguintes assertivas acerca dos princípios básicos da Administração Pública: I. O princípio da eficiência, introduzido pela Emenda Constitucional nº 19/1998, é o mais moderno princípio da função administrativa e exige resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. II. Todo ato administrativo deve ser publicado, só se admitindo sigilo nos casos de segurança nacional, investigações policiais, ou interesse superior da Administração a ser preservado em processo previamente declarado sigiloso. III. Quanto ao princípio da motivação, não se admite a chamada motivação aliunde, consistente em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas. IV. A publicidade é elemento formativo do ato administrativo, ou seja, sua divulgação oficial para conhecimento público é requisito imprescindível à própria formação do ato e consequente produção de efeitos jurídicos. Está correto o que consta APENAS em a) I, II e IV. b) I e II. c) I e IV. d) II e III.

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e) II, III e IV.

24. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/PE – FCC/2007) Com relação aos princípios constitucionais da Administração Pública, considere: I. A Constituição Federal proíbe expressamente que conste nome, símbolo ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servidores públicos em publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos. II. Todo agente público deve realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. As afirmações citadas correspondem, respectivamente, aos princípios da a) impessoalidade e eficiência. b) publicidade e moralidade. c) legalidade e impessoalidade. d) moralidade e legalidade. e) eficiência e publicidade.

25. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/AP – FCC/2011) A conduta do agente público que se vale da publicidade oficial para realizar promoção pessoal atenta contra os seguintes princípios da Administração Pública: a) razoabilidade e legalidade. b) eficiência e publicidade. c) publicidade e proporcionalidade. d) motivação e eficiência. e) impessoalidade e moralidade.

26. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 1ª REGIÃO – FCC/2011) Analise as seguintes proposições, extraídas dos ensinamentos dos respectivos Juristas José dos Santos Carvalho Filho e Celso Antônio Bandeira de Mello: I. O núcleo desse princípio é a procura de produtividade e economicidade e, o que é mais importante, a exigência de reduzir os desperdícios de dinheiro público, o que impõe a execução dos serviços públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional.

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II. No texto constitucional há algumas referências a aplicações concretas deste princípio, como por exemplo, no art. 37, II, ao exigir que o ingresso no cargo, função ou emprego público depende de concurso, exatamente para que todos possam disputar-lhes o acesso em plena igualdade. As assertivas I e II tratam, respectivamente, dos seguintes princípios da Administração Pública: a) moralidade e legalidade. b) eficiência e impessoalidade. c) legalidade e publicidade. d) eficiência e legalidade. e) legalidade e moralidade.

27. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/PE – FCC/2007) É certo que a Administração Pública deverá observar certos princípios constitucionais e outras determinações, e dentre estas, que a) os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego que possibilite o acesso a informações privilegiadas restringe-se a administração direta. b) a administração fazendária e seus servidores terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei. c) serão computadas, para efeito dos limites da remuneração e do subsídio dos ocupantes de cargos e empregos da Administração pública, as parcelas de caráter indenizatório. d) ficam vedadas as contratações de servidores por tempo determinado, ainda que para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público face ao princípio do concurso público. e) os atos de improbidade administrativa importarão, dentre outras cominações, em cassação dos direitos políticos e o ressarcimento ao erário, com prejuízo da ação penal.

28. ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/RN – FCC/2011) O princípio segundo o qual a Administração Pública Direta fiscaliza as atividades dos entes da Administração Indireta denomina-se a) finalidade. b) controle. c) autotutela.

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d) supremacia do interesse público. e) legalidade.

29. (TÉNICO JUDICIÁRIO – TRT 20 – FCC/2011) O serviço público não é passível de interrupção ou suspensão afetando o direito de seus usuários, pela própria importância que ele se apresenta, devendo ser colocado à disposição do usuário com qualidade e regularidade, assim como com eficiência e oportunidade. Trata-se do princípio fundamental dos serviços públicos denominado a) impessoalidade. b) mutabilidade. c) continuidade. d) igualdade. e) universalidade.

30. (PROCURADOR – PGE/AM – FCC/2010) NÃO é situação que configura nepotismo, a sofrer a incidência da Súmula Vinculante nº 13, editada pelo Supremo Tribunal Federal, a nomeação de a) sobrinho de Secretário de Estado para cargo de dirigente de autarquia estadual. b) cunhado de Presidente da Assembleia Legislativa para cargo de assessor da Presidência do Tribunal de Justiça. c) irmão adotivo de Secretário de Estado para cargo de diretor na respectiva Secretaria. d) cônjuge de Governador para cargo de Secretário de Estado. e) sogro de Deputado Estadual, para cargo de assessor em gabinete de outro Deputado Estadual.

GABARITO:

01 D 06 B 11 C 16 B 21 C 26 B

02 D 07 D 12 A 17 B 22 B 27 B

03 C 08 E 13 E 18 C 23 A 28 C

04 D 09 B 14 B 19 B 24 E 29 D

05 B 10 C 15 C 20 B 25 B 30 E