aula 02 - direito administrativo - aula 01 - (resolvido)

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CURSO PREPARATÓRIO PARA A POLÍCIA FEDERAL – AGENTE PROF. FABIANO PEREIRA - DIREITO ADMINISTRATIVO --------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br Olá! Seja bem-vindo ao nosso “Curso de Exercícios preparatório para o cargo de Agente da Polícia Federal”, através do qual iremos comentar centenas de questões aplicadas pelo CESPE nos últimos anos, principalmente em 2011 e 2010. Se você está acompanhando o “mundo dos concursos públicos”, provavelmente tem conhecimento de que o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos – CESPE foi responsável pela organização dos principais concursos públicos realizados nos últimos anos, a exemplo do Ministério Público da União, ABIN, AGU, ANEEL, Caixa Econômica Federal, MPOG, TCU, Defensoria Pública da União, entre outros. Ademais, é grande a expectativa de que o CESPE também seja o responsável pela organização do concurso público da Polícia Federal, que irá disponibilizar vagas para os cargos de Escrivão, Agente e Delegado. Sendo assim, para garantir a sua vaga nesse respeitado órgão subordinado ao Ministério da Justiça, torna-se imprescindível conhecer o “estilo Cespe”, isto é, saber como o conteúdo de Direito Administrativo costuma ser cobrado em suas provas. Digo isso porque o CESPE tem um modo bastante peculiar de elaborar questões, não se restringindo a exigir do candidato apenas o conhecimento literal da legislação ordinária ou do texto constitucional, mas também a capacidade de interpretação e aplicação dos conceitos assimilados, através da apresentação de casos e exemplos práticos. É quase unânime entre professores e concurseiros de todo o país a opinião de que as questões de Direito Administrativo elaboradas pelo CESPE realmente são mais complexas do que aquelas elaboradas pelas demais bancas examinadoras. É claro que o CESPE também elabora questões simples, exigindo apenas o conhecimento básico da legislação, mas, em sua maioria, as questões de Direito Administrativo exigem que o candidato não apenas conheça a legislação e a jurisprudência vigentes, mas saiba aplicá-las em exemplos e casos concretos que são apresentados nas mais diferentes situações. A propósito, muito prazer, meu nome é Fabiano Pereira e atualmente exerço as funções de Analista Judiciário no Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Minas Gerais. Paralelamente às atribuições desse cargo público, também ministro aulas em universidades e cursos preparatórios para concursos públicos em várias cidades brasileiras. Aqui no Ponto dos Concursos, ministro cursos teóricos e de exercícios na área do Direito Administrativo.

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CURSO PREPARATÓRIO PARA A POLÍCIA FEDERAL – AGENTE PROF. FABIANO PEREIRA - DIREITO ADMINISTRATIVO

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1Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br

Olá!

Seja bem-vindo ao nosso “Curso de Exercícios preparatório para o cargo de Agente da Polícia Federal”, através do qual iremos comentar centenas de questões aplicadas pelo CESPE nos últimos anos, principalmente em 2011 e 2010.

Se você está acompanhando o “mundo dos concursos públicos”, provavelmente tem conhecimento de que o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos – CESPE foi responsável pela organização dos principais concursos públicos realizados nos últimos anos, a exemplo do Ministério Público da União, ABIN, AGU, ANEEL, Caixa Econômica Federal, MPOG, TCU, Defensoria Pública da União, entre outros. Ademais, é grande a expectativa de que o CESPE também seja o responsável pela organização do concurso público da Polícia Federal, que irá disponibilizar vagas para os cargos de Escrivão, Agente e Delegado.

Sendo assim, para garantir a sua vaga nesse respeitado órgão subordinado ao Ministério da Justiça, torna-se imprescindível conhecer o “estilo Cespe”, isto é, saber como o conteúdo de Direito Administrativo costuma ser cobrado em suas provas. Digo isso porque o CESPE tem um modo bastante peculiar de elaborar questões, não se restringindo a exigir do candidato apenas o conhecimento literal da legislação ordinária ou do texto constitucional, mas também a capacidade de interpretação e aplicação dos conceitos assimilados, através da apresentação de casos e exemplos práticos.

É quase unânime entre professores e concurseiros de todo o país a opinião de que as questões de Direito Administrativo elaboradas pelo CESPE realmente são mais complexas do que aquelas elaboradas pelas demais bancas examinadoras. É claro que o CESPE também elabora questões simples, exigindo apenas o conhecimento básico da legislação, mas, em sua maioria, as questões de Direito Administrativo exigem que o candidato não apenas conheça a legislação e a jurisprudência vigentes, mas saiba aplicá-las em exemplos e casos concretos que são apresentados nas mais diferentes situações.

A propósito, muito prazer, meu nome é Fabiano Pereira e atualmente exerço as funções de Analista Judiciário no Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Minas Gerais. Paralelamente às atribuições desse cargo público, também ministro aulas em universidades e cursos preparatórios para concursos públicos em várias cidades brasileiras. Aqui no Ponto dos Concursos, ministro cursos teóricos e de exercícios na área do Direito Administrativo.

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Nesses últimos anos, tive a oportunidade de sentir “na pele” a deliciosa sensação de ser nomeado em razão da aprovação em vários concursos públicos. Entretanto, sou obrigado a confessar que a minha realização profissional está intimamente atrelada à docência. A convivência virtual ou presencial com os alunos de todo o país e a possibilidade de abreviar o caminho daqueles que desejam ingressar no serviço público é o que me inspira no cotidiano.

Também tenho procurado reservar um tempinho para uma de minhas grandes paixões: escrever.

Até o momento, foram publicados pela Editora Método os seguintes livros, todos de minha autoria:

1) “Direito Administrativo – Questões comentadas do CESPE”;

2) “Direito Administrativo – Questões comentadas da Fundação Carlos Chagas - FCC”;

3) “Direito Administrativo – Questões comentadas da ESAF”.

Esses livros possuem uma linguagem acessível, objetiva e direta, abordando o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal em relação aos temas mais importantes do Direito Administrativo. Vale à pena conferir!

Se você ainda não teve o privilégio de ser nomeado para um cargo ou emprego público, mantenha-se firme nesse propósito, pois, certamente, a sua aprovação virá. Trata-se apenas de uma questão de tempo e perseverança. Quantos anos de braçadas foram necessários para que Cesar Cielo chegasse ao ouro olímpico? Será que o ouro foi obtido no primeiro mergulho na piscina? Tenho certeza que não!

Deve ficar claro que a sua aprovação dependerá de algumas privações, muita vontade de vencer e, principalmente, muito estudo! E não é qualquer estudo. Tem que ser um estudo direcionado, objetivo e programado, focado sempre na meta que foi anteriormente traçada: aprovação no cargo de Agente da Polícia Federal!

As nossas aulas serão disponibilizadas sempre às sextas-feiras, assim você terá tempo para efetuar uma leitura tranquila aos finais de semana.

Anote aí o nosso cronograma:

Aula 01 (30/01/2012) – Princípios administrativos.

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Aula 02 (03/02/2012) – Poderes administrativos: poder vinculado; poder discricionário; poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder.

Aula 03 (10/02/2012) – Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios. Organização administrativa da União: administração direta e indireta.

Aula 04 (17/02/2012) – Licitações (Lei 8.666/1993)

Aula 05 (24/02/2012) – Contratos Administrativos (Lei 8.666/1993)

Aula 06 (02/03/2012) – Atos Administrativos. Lei de Processo Administrativo Federal (Lei 9.784/1999).

Aula 07 (09/03/2012) – Regime constitucional dos Agentes Públicos. Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União: Lei 8.112/1990.

Aula 08 (16/03/2012) – Controle da Administração Pública. Responsabilidade Civil do Estado. Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992)

Lembre-se sempre de que o curso está sendo desenvolvido para atender às suas necessidades, portanto, as críticas e sugestões serão prontamente acatadas, caso sirvam para aumentar a produtividade das aulas que estão sendo ministradas.

Ademais, deve ficar claro que se a publicação do edital realmente ocorrer no mês de fevereiro de 2012, faremos as alterações necessárias com o objetivo de abordar todos os tópicos de Direito Administrativo que eventualmente forem exigidos.

No mais, essas eram as principais informações que deveriam ser destacadas. Caso você ainda tenha alguma dúvida sobre a organização ou funcionamento do curso, fique à vontade para esclarecê-las através do e-mail [email protected].

Também estou à sua disposição, 24 horas por dia, no FACEBOOk. É só me adicionar no www.facebook.com/professorfabianopereira

Sucesso!

Fabiano Pereira

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QUESTÕES COMENTADAS

(Perito Médico Previdenciário/INSS 2010/CESPE) Acerca do direito administrativo, julgue os itens a seguir.

01. Segundo a Escola Legalista, o direito administrativo pode ser conceituado como o conjunto de leis administrativas vigentes em determinado país, em dado momento.

Vários são os critérios utilizados para se definir o conceito e o objeto de estudo do Direito Administrativo. Para a Escola Legalista, o Direito Administrativo realmente se restringia a um conjunto de leis administrativas, conceito que, com o passar dos anos, acabou sendo superado. Isso porque o Direito Administrativo é muito mais amplo, abrangendo ainda os princípios, a jurisprudência e a doutrina.

A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que, em suas origens, na França, o Direito Administrativo tinha por objeto apenas a interpretação das leis administrativas. Os doutrinadores limitavam-se a compilar as leis existentes e a interpretá-las com base principalmente na jurisprudência dos Tribunais administrativos, formando a chamada Escola Exegética, Legalista, Empírica ou Caótica, “para a qual o Direito Administrativo era compreendido como sinônimo de direito positivo”.

Apesar de o critério legalista não ter conseguido apresentar um satisfatório conceito para o Direito Administrativo, é importante destacar que o texto da assertiva está correto, pois simplesmente traduziu o entendimento da Escola Legalista.

02. O sistema administrativo ampara-se, basicamente, nos princípios da supremacia do interesse público sobre o particular e da indisponibilidade do interesse público pela administração.

A expressão “sistema administrativo”, que, no contexto da assertiva, foi utilizada como sinônimo de regime jurídico-administrativo, realmente está amparada nos princípios da supremacia do interesse público sobre o particular e da indisponibilidade do interesse público.

O princípio da supremacia do interesse público sobre o particular assegura à Administração Pública uma série de prerrogativas (vantagens) em face dos particulares, colocando-a em uma posição privilegiada, em um patamar superior

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em relação às demais pessoas (a possibilidade de alteração unilateral dos contratos administrativos e a presunção de legitimidade de seus atos são exemplos de prerrogativas da Administração).

De outro lado, o princípio da indisponibilidade do interesse público tem por objetivo evitar que o administrador público se aproprie do interesse coletivo, atuando como se fosse o seu legítimo proprietário. Desse modo, as atividades administrativas estão sujeitas a determinadas restrições, a exemplo da obrigatoriedade de realização de concurso público para a contratação de pessoal, exigência de publicação dos atos administrativos, respeito ao princípio da legalidade, etc.

Perceba que tais restrições (sujeições) não existem em relação aos particulares, pois têm por fim resguardar o interesse público. Assertiva correta.

03. A jurisprudência não é fonte de direito administrativo.

A jurisprudência, que pode ser conceituada como o conjunto de decisões proferidas por um tribunal, sobre determinado tema, no mesmo sentido, também é fonte de direito administrativo, o que torna incorreta a assertiva.

Fique atento, pois não podemos denominar de jurisprudência uma decisão isolada de juiz ou tribunal. É necessário que tenhamos um conjunto de decisões. A título de exemplo, destaca-se que a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que os candidatos aprovados dentro do número de vagas disponibilizadas em edital possuem direito líquido e certo à nomeação, dentro do prazo de validade do certame. Como o Superior Tribunal de Justiça já proferiu várias decisões assegurando esse direito aos candidatos, nãose trata de uma “simples decisão”, mas de jurisprudência.

Por último, destaca-se que também são fontes de Direito Administrativo a lei (em sentido amplo), os costumes e a doutrina.

(Oficial Técnico de Inteligência – Direito/ABIN 2010/CESPE) Em relação ao regime jurídico dos servidores e empregados públicos e à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), julgue o item abaixo.

04. De acordo com o princípio da legalidade e da impessoalidade, os empregos públicos das empresas públicas e sociedades de economia mista devem ser criados por lei, exigindo-se prévia aprovação em concurso público para o provimento inicial desses empregos.

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O inc. II, do art. 37, da CF/1988, dispõe que “a investidura em cargo ouemprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”.

A exigência de aprovação em concurso público para provimento de emprego público está prevista expressamente no texto constitucional, consequência dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, eficiência e isonomia. Sendo assim, o erro da assertiva não está relacionado aos princípios apresentados em seu texto, mas sim à necessidade de lei para a criação de empregos públicos.

Isso porque o art. 61, § 1º, II, “a”, da CF/1988, prevê a iniciativa privativa do Presidente da República sobre as leis que disponham sobre “a criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração”. Ora, perceba que somente os empregos públicos integrantes dos quadros da Administração Direta e autárquica precisam ser criados por lei, obrigatoriedade que não se estende aos empregos públicos das sociedades de economia mista e empresas públicas.

Nesse último caso, os empregos públicos podem ser criados através de atos internos, autorizados pelo próprio regimento da instituição, o que torna incorreta a assertiva.

(Agente Técnico de Inteligência/ABIN 2010/CESPE) Julgue os itens subsequentes, acerca dos princípios, poderes e atos administrativos.

05. Se determinada unidade da Federação constituir grupo de trabalho para avaliar a situação funcional dos professores da rede pública de ensino e esse grupo, contrariando a legislação de regência, colocar, equivocadamente, inúmeros servidores em padrões superiores àqueles a que fariam jus, a administração, tão logo verifique a ilegalidade, deve, antes de desfazer o equívoco cometido, dar aos servidores indevidamente beneficiados a oportunidade do exercício do direito ao contraditório e à ampla defesa.

No caso apresentado, constata-se que o grupo de trabalho praticou um ato ilegal, que, por consequência, deve ser anulado. Entretanto, o entendimento do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que a anulação do ato somente pode ocorrer mediante a instauração de processo administrativo prévio, através do qual sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa aos interessados.

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A título de exemplo, destaca-se a decisão proferida no julgamento do Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 710085/SP, publicado em 05/03/2009, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, no qual o Supremo Tribunal Federal afirmou que “o entendimento da Corte é no sentido de que, embora a Administração esteja autorizada a anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais (Súmula nº 473), não prescinde do processo administrativo, com obediência aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório”. Assertiva correta.

06. O princípio da impessoalidade decorre, em última análise, do princípio da isonomia e da supremacia do interesse público, não podendo, por exemplo, a administração pública conceder privilégios injustificados em concursos públicos e licitações nem utilizar publicidade oficial para veicular promoção pessoal.

O professor Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que o princípio da impessoalidade “traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismos nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideologias não podem interferir na atuação administrativa e muito menos interesses sectários, de facções ou grupos de quaisquer espécies. O princípio em causa não é senão o próprio princípio da igualdade ou isonomia”.

Analisando-se a afirmação do citado professor, fica muito claro que o princípio da impessoalidade realmente é decorrência dos princípios da isonomia e da supremacia do interesse público sobre o privado. Ao tratar os administrados de forma isonômica, sem favorecimentos ou perseguições, a Administração está primando pela satisfação do interesse público, agindo em prol da coletividade, o que torna a assertiva correta.

É importante destacar que uma das facetas do princípio da impessoalidade consta no próprio texto constitucional, mais precisamente no § 1º do art. 37, ao afirmar que “a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.

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(Analista Administrativo/ANEEL 2010/CESPE) No que se refere aos poderes administrativos e aos princípios que regem a administração pública, julgue o item subsequente.

07. O princípio da moralidade administrativa tem existência autônoma no ordenamento jurídico nacional e deve ser observado não somente pelo administrador público, como também pelo particular que se relaciona com a administração pública.

O art. 37, caput, da CF/1988, dispõe que “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

Não há dúvidas de que o princípio da moralidade tem existência autônoma no ordenamento jurídico brasileiro, impondo tanto aos agentes públicos quanto aos particulares que se relacionam com a Administração a obrigatoriedade de atuação em conformidade com os bons costumes, honestidade, regras de boa administração, ética e justiça. Assertiva correta.

(Técnico Administrativo/ANEEL 2010/CESPE) No que se refere aos poderes administrativos e aos princípios que regem a administração pública, julgue o item subsequente.

08. De acordo com o princípio da legalidade, a administração pública somente pode fazer o que a lei lhe permite.

O princípio da legalidade pode ser estudado sob dois enfoques distintos: em relação aos administrados e em relação à Administração Pública. O primeiro caso está previsto no inc. II do art. 5º da CF/1988, ao afirmar que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. O segundo caso está previsto expressamente no caput, do art. 37, da CF/1988, que subordina a atuação da Administração Pública Direta e Indireta à autorização ou determinação legal.

Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, “enquanto os indivíduos, no campo privado, podem fazer tudo o que a lei não veda, o administrador público só pode atuar onde a lei autoriza”. Assertiva correta.

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(Advogado/DETRAN ES 2010/CESPE) Acerca dos princípios e poderes que regem a administração pública, julgue o item subsecutivo.

09. Em atenção ao princípio da publicidade, os contratos celebrados pela administração devem ser publicados em veículo oficial de divulgação; na esfera federal, a publicação deve ser no Diário Oficial da União; nos estados, no Distrito Federal e nos municípios, no veículo que for definido nas respectivas leis.

O princípio da publicidade, previsto expressamente no caput, do art. 37, da CF/1988, impõe a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública a fim de que possam ser auditados e controlados pela sociedade em geral, principalmente no que se refere à eficiência, moralidade e legalidade.

Em relação aos contratos administrativos, prevê o parágrafo único, do art. 61, da Lei 8.666/1993, que “a publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus”.

No mesmo sentido, dispõe o inc. XIII, do art. 6º, da Lei de Licitações e Contratos Administrativos que a imprensa oficial é “o veículo oficial de divulgação da Administração Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis”. Assertiva correta.

(Analista Técnico Administrativo/DPU 2010/CESPE) A respeito dos princípios e normas que regem a administração pública brasileira, julgue o item seguinte.

10. O princípio da publicidade se verifica sob o aspecto da divulgação externa dos atos da administração, não propiciando o conhecimento da conduta interna dos agentes públicos.

Nem todo ato praticado pela Administração Pública precisa ser divulgado externamente, através do Diário Oficial. Existem algumas categorias de atos, a exemplo dos internos, que podem ter a sua divulgação restrita aos boletins internos, que circulam apenas no âmbito do próprio órgão ou entidade.

Todavia, é importante esclarecer que, mesmo as condutas administrativas consideradas “internas”, podem ser acessadas pelos particulares, mediante

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simples requerimento direcionado ao órgão ou entidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (art. 5º, XXXIII, CF/1988). Assertiva incorreta.

(Analista em C&T Junior – Direito/INCA 2010/CESPE) No que se refere aos princípios do direito administrativo, julgue o item abaixo.

11. A aplicação do princípio da proporcionalidade na administração pública envolve a análise do mérito administrativo (conveniência e oportunidade). Diante disso, o Poder Judiciário não pode se valer do referido princípio para fundamentar uma decisão que analise a legitimidade do ato administrativo.

O princípio da proporcionalidade pode ser entendido como o princípio da “proibição de excessos”, tendo como objetivo primordial limitar as ações administrativas que ultrapassem os parâmetros considerados adequados. Em outras palavras, o princípio da proporcionalidade impõe à Administração Pública a necessidade de adequação entre os meios adotados e os fins almejados, sendo vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público (Lei 9.784/1999, art. 2º, inc. VI).

Desse modo, sempre que o ato administrativo violar o princípio da proporcionalidade, o Poder Judiciário estará autorizado a atuar, invalidando-o, caso necessário. Assertiva incorreta.

(Assistente em C&T/INCA 2010/CESPE) Acerca das normas constitucionais sobre administração pública, julgue o item subsequente.

12. Embora o princípio da isonomia não conste expressamente do rol dos princípios da administração pública insertos na Constituição Federal (CF), esse princípio deve ser observado no trato da coisa pública, especialmente nos procedimentos licitatórios.

Apesar de não constar expressamente no caput, do art. 37, da CF/1988, o princípio da isonomia ou igualdade também pode ser estudado como uma das facetas do princípio da impessoalidade, impondo à Administração a obrigatoriedade de conceder tratamento igualitário a todos aqueles que se encontram na mesma situação jurídica.

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É o princípio da isonomia que, fundamentalmente, justifica a necessidade de realização de concurso público para a contratação de pessoal, bem como a obrigatoriedade de realização de licitação quando a Administração precisa contratar serviços, bens ou realizar obras. Assertiva correta.

(Oficial – Administração/PMDF 2010/CESPE) No que concerne aos princípios, aos poderes e à organização da administração pública, julgue o item seguinte.

13. A CF veda expressamente que a publicidade dos atos governamentais caracterize promoção pessoal de autoridades ou de servidores públicos.

O texto da assertiva está em conformidade com o § 1º, do art. 37, da CF/1988, ao dispor que “a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.

(Auditor Federal de Controle Externo/TCU 2010/CESPE) A respeito dos princípios constitucionais aplicados ao direito administrativo, julgue os itens que se seguem. Nas situações em que for empregada, considere que a sigla CF se refere à Constituição Federal de 1988.

14. Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade estão expressos no texto da CF.

Princípios expressos são aqueles taxativamente previstos em uma norma jurídica de caráter geral, obrigatória para todas as entidades políticas (União, Estados, Municípios, Distrito Federal e seus respectivos órgãos públicos), bem como para as entidades administrativas (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista). Não interessa se a norma jurídica de caráter geral possui status constitucional ou infraconstitucional, mas sim, se é de cunho obrigatório para toda a Administração Pública, em todos os níveis.

Em outras palavras, podemos considerar expressos aqueles princípios em que é possível identificar, claramente, o seu “nome” no texto legal ou constitucional. É o que acontece, por exemplo, com o princípio da moralidade.

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O nome desse princípio não é “princípio do respeito à ética e à moral”, mas sim MORALIDADE, com todas as letras!

Por outro lado, princípios implícitos são aqueles que não estão previstos expressamente em uma norma jurídica de caráter geral, pois são consequência dos estudos doutrinários e jurisprudenciais.

São princípios cujos nomes não irão constar claramente no texto constitucional ou legal, mas que, de qualquer forma, vinculam as condutas e atos praticados pela Administração Pública, a exemplo dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

Perceba que tais princípios não estão previstos expressamente em qualquer dispositivo constitucional, pois são implícitos, extraídos do princípio do devido processo legal. Este, sim, previsto expressamente no inc. LIV, do art. 5º, da CF/1988. Assertiva incorreta.

15. A CF confere aos particulares o poder de exigir, por meio da ação popular, que a administração pública respeite o princípio da moralidade.

O inc. LXXIII, do art. 5º, da CF/1988, dispõe que “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise à anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”.

No gabarito preliminar divulgado, a assertiva constava como correta, mas, após a apresentação dos recursos, a banca optou por anular a questão, justificando que “a utilização do termo ‘particulares’ tornou o item ambíguo, uma vez que esse termo não tem o mesmo significado do termo ‘cidadão’, utilizado no inciso LXXIII do artigo 5.º da Constituição Federal”.

16. O princípio da autotutela possibilita à administração pública anular os próprios atos, quando possuírem vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los por conveniência ou oportunidade, desde que sejam respeitados os direitos adquiridos e seja garantida a apreciação judicial.

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A Administração Pública, no exercício de suas atividades, eventualmente pratica atos contrários à lei, lesando o interesse de particulares. Entretanto, na maioria das vezes, a ilegalidade somente é detectada pela Administração depois que o ato administrativo já iniciou a produção de seus efeitos, mediante provocação do particular.

Apesar de ser comum o fato de o particular provocar a Administração para informá-la sobre a prática de um ato ilegal, exigindo a decretação de sua nulidade, tal revisão também pode ser efetuada de ofício, pela própria Administração, independentemente de provocação.

Tal prerrogativa encontra amparo no princípio da autotutela, que, além de permitir a anulação de ofício de seus próprios atos, também assegura à Administração a possibilidade de revogá-los, quando não forem mais convenientes ou oportunos ao interesse público.

A Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal é clara ao afirmar que “a administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. Assertiva correta.

(Analista Judiciário – área administrativa/TRE BA 2010/CESPE) Com relação à organização administrativa em sentido amplo, julgue o item subsequente.

17. Como exemplo da incidência do princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional sobre os atos administrativos no ordenamento jurídico brasileiro, é correto citar a vigência do sistema do contencioso administrativo ou sistema francês.

Com o objetivo de corrigir os atos ilegítimos ou ilegais praticados pelo Poder Público, foram desenvolvidos dois grandes sistemas administrativos: o contencioso administrativo (também chamado de sistema francês) e o sistema judiciário ou de jurisdição única (também conhecido como sistema inglês).

Nos países que adotam o sistema do contencioso administrativo, existe uma dualidade de jurisdições: de um lado, a jurisdição administrativa, encarregada de resolver os conflitos e as demandas de interesse da Administração Pública; de outro, o Poder Judiciário,

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encarregado de solucionar os demais litígios surgidos no seio da sociedade e que não representem interesse direto da Administração.

No sistema do contencioso administrativo, o Poder Judiciário não pode interferir nas matérias que são de interesse administrativo, já que a solução de tais litígios ocorre no âmbito da própria Administração. Por outro lado, o sistema judiciário ou de jurisdição única caracteriza-se pelo fato de ser o responsável pela solução de todos os litígios surgidos no âmbito social, sejam eles de interesse da Administração ou exclusivamente de particulares. É o sistema adotado no Brasil.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, inc. XXXV, dispõe expressamente que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Trata-se do princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, que assegura ao Poder Judiciário a prerrogativa de analisar todas as lesões ou ameaças a direitos que ocorrerem no âmbito da sociedade.

Sendo assim, mesmo que a Administração já tenha proferido decisão sobre uma determinada matéria (aplicação de uma penalidade a servidor público, imposição de multa a particular, revisão de processo administrativo, etc), é assegurado àquele que se sentir prejudicado o direito de recorrer ao Poder Judiciário para discutir novamente a questão.

Perceba que, no sistema do contencioso administrativo, o Poder Judiciário não interfere nas decisões proferidas no âmbito da Administração, portanto, tal sistema não pode ser citado como exemplo da incidência do princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional sobre os atos administrativos. Assertiva incorreta.

(Analista Judiciário – área administrativa/TRE MT 2010/CESPE - adaptada) Acerca dos princípios constitucionais, julgue os itens seguintes.

18. A atuação administrativa dos integrantes do setor público deve ser pautada pela existência de uma permissão legal. Assim sendo, o princípio explicitado na CF hierarquicamente definido como mais importante é o da legalidade, pois é um princípio norteador das ações públicas.

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O princípio da legalidade realmente é responsável por pautar as condutas praticadas no âmbito da Administração Pública, já que a atividade administrativa deve ser sempre autorizada ou determinada por lei. Todavia, não é correto afirmar que o princípio da legalidade é hierarquicamente o mais importante, pois não há hierarquia entre os princípios administrativos.

Diante de uma aparente colisão entre princípios, o intérprete (o administrador ou o juiz) deverá considerar o peso relativo de cada um deles e verificar, no caso concreto em análise, qual deverá prevalecer. A solução da colisão dar-se-á através da ponderação entre os diversos valores jurídicos envolvidos, pois os princípios possuem um alcance (peso) diferente em cada caso concreto e aquele que possuir maior abrangência deverá prevalecer. Assertiva incorreta.

19. Entendendo que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” (CF, art. 5, caput), determinado órgão público, responsável pela fiscalização de tributos, estará adequadamente respaldado pelo princípio da impessoalidade ao instituir fila única aos atendimentos à comunidade, não dando diferenciação de atendimento aos cadeirantes, gestantes, idosos etc.

Ao declarar que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, o texto constitucional não tem a pretensão de estabelecer uma igualdade absoluta entre todas as pessoas. Na verdade, o fundamento do princípio da isonomia é garantir tratamento igual aos que são iguais e tratamento desigual àqueles que são desiguais, na medida de suas desigualdades.

Desse modo, a instituição de fila única aos atendimentos da comunidade acaba causando um prejuízo ainda maior àqueles que estão em situação de desigualdade, a exemplo das gestantes. Será que uma gestante, no oitavo mês de gravidez, deve possuir o mesmo tratamento que um rapaz de dezoito anos, sem qualquer tipo de limitação física ou psíquica? Penso que não...

Perceba que a instituição de uma fila exclusiva para atendimento aos cadeirantes, gestantes e idosos iria ao encontro do princípio da isonomia, pois estaria concedendo um tratamento desigual àqueles que se encontram em situação de desigualdade, e, portanto, necessitam de tratamento diferenciado. Assertiva incorreta.

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20. Se determinado ato administrativo for analisado e categorizado como ilegal e imoral, haverá redundância nessa categorização, pois, de acordo com os princípios constitucionais, todo ato imoral é necessariamente um ato ilegal, sujeito ao controle do Poder Judiciário.

Com a divulgação do gabarito preliminar, o texto da assertiva foi considerado correto. Todavia, logo após a apresentação dos recursos o CESPE optou por anular a questão, sob a justificativa de que “nem todo ato imoral é necessariamente um ato ilegal, fato que contraria o afirmado na opção dada como gabarito oficial preliminar”.

Agiu corretamente a banca examinadora ao anular a assertiva, pois, como sabido, nem todo ato imoral é necessariamente ilegal. A moralidade e legalidade não se confundem, já que a primeira tem um campo de incidência muito maior do que a segunda.

21. A publicidade dos atos administrativos é requisito de sua eficácia, sua forma e sua moralidade, propiciando ao gestor público a transparência em suas atuações e possibilitando aos administrados a defesa de seus direitos.

O professor Hely Lopes Meirelles afirma que “a publicidade não é elemento formativo do ato; é requisito de eficácia e moralidade. Por isso mesmo, os atos irregulares não se convalidam com a publicação, nem os regulares a dispensam para sua exequibilidade, quando a lei ou o regulamento a exigem”.

Analisando-se as palavras do saudoso professor, constata-se que o texto da assertiva está incorreto, pois afirmou que a publicidade seria um requisito de forma do ato administrativo, o que não é verdade.

22. O princípio da finalidade, explicitado no art. 37 da CF, define que, se o gestor público praticar atos fora dos fins expressa ou implicitamente contidos na regra de competência, praticará desvio de finalidade. E se tal ato atentar contra os princípios da administração pública ao visar fim proibido em lei ou demais normas, constituirá ato de improbidade administrativa.

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A doutrina majoritária, direcionada pelos professores Celso Antônio Bandeira de Mello e Maria Sylvia Zanella di Pietro, afirma que o princípio da finalidade nada mais é do que o princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado.

Analisando-se o art. 37 da CF/1988, constata-se que, em nenhum momento, é possível encontrar o princípio da finalidade explicitado no texto constitucional. Isso porque ele é considerado um princípio implícito, o que torna a assertiva incorreta.

Por outro lado, é importante destacar que o desvio de finalidade realmente estará configurado quando o agente praticar o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência, podendo ensejar, ainda, ato de improbidade administrativa.

(Técnico Judiciário/TRT 21ª Região 2010/CESPE) Acerca do direito administrativo, julgue os itens seguintes.

23. O princípio da continuidade dos serviços públicos pode ser relativizado na hipótese de falta de pagamento do serviço de água pelo particular, uma vez que o STF possui jurisprudência afirmando que a sua remuneração caracteriza-se como preço público ou tarifa, sem natureza tributária, razão pela qual o serviço seria suscetível de suspensão por falta de pagamento.

O princípio da continuidade impõe que os serviços públicos sejam prestados de maneira contínua, já que são extremamente relevantes para a coletividade. Não podem ser interrompidos, por exemplo, os serviços públicos de segurança pública, os serviços de saúde, transporte, abastecimento de água, entre outros.

Apesar da obrigatoriedade de prestação contínua, é importante esclarecer que a legislação infraconstitucional permite a paralisação ou suspensão dos serviços públicos em situações especiais, a exemplo das que constam no § 3º, do artigo 6º, da Lei 8.987/1995:

§ 3º. Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:

I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,

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II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

Perceba que o próprio texto legal admite a suspensão dos serviços por inadimplemento do usuário, entendimento também defendido pela doutrina majoritária, pelo Superior Tribunal de Justiça e pelo Supremo Tribunal Federal.

O professor José dos Santos Carvalho Filho, por exemplo, afirma que o serviço de abastecimento de água assume atualmente um “maior caráter negocial, sendo pago, portanto, por tarifa, e, desse modo, suscetível de suspensão por falta de pagamento. O próprio STF, reiterando posição já assumida anteriormente, decidiu expressamente que remuneração do serviço de água se caracteriza como preço público (tarifa) e, por via de consequência, não tem natureza tributária, podendo, assim, ser fixado por decreto do Poder Executivo”. Corroborando esse posicionamento, o Supremo Tribunal Federal filia-se à corrente daqueles que são favoráveis à suspensão dos serviços por falta de pagamento. Assertiva correta.

(Analista Processual/MPU 2010/CESPE) A administração pública, regulamentada no texto constitucional, possui princípios e características que lhe conferem organização e funcionamento peculiares. A respeito desse assunto, julgue o próximo item.

24. Como consequência do princípio da presunção de legalidade, as decisões administrativas são de execução imediata, até mesmo aquelas com possibilidade de gerar obrigações para o particular.

De início, é importante destacar que nem todos os autores administrativistas reconhecem a “presunção de legalidade” como um “princípio”, estudando-a apenas como um atributo do ato administrativo.

De qualquer forma, constata-se que o texto da assertiva baseou-se nos ensinamentos da professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, para quem a presunção de legalidade é considerada um verdadeiro princípio, assegurando que “as decisões administrativas são de execução imediata e têm a possibilidade de criar obrigações para o particular, independentemente de sua concordância e, em determinadas hipóteses, podem ser executadas pela própria Administração, mediante meios diretos ou indiretos de coação”. Assertiva correta.

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(Técnico de Nível Superior/ Ministério das Comunicações 2008 / CESPE) Acerca dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, julgue os itens a seguir.

25. Em exames de avaliação psicológica para seleção de candidatos a cargos públicos, é inadmissível a existência de sigilo e subjetivismo, sob pena de afronta aos princípios da publicidade e da legalidade.

Todas as fases de um concurso público, inclusive a do exame psicotécnico, devem ser realizadas segundo critérios objetivos, previamente estabelecidos e amplamente divulgados, sob pena de serem adotados critérios discriminatórios por parte da Administração.

Os critérios para a realização dos exames de avaliação psicológica, por exemplo, devem ser previamente estabelecidos em lei, em respeito ao princípio da legalidade. Ademais, devem ser amplamente divulgados a todos os candidatos, sob pena de ofensa ao princípio da publicidade. Assertiva correta.

26. Caso o Ministério das Comunicações resolva conceder a exploração do serviço de distribuição de sinais de TV em um determinado estado, pode dar preferência de contratação à empresa que já esteja explorando tal serviço, tendo em vista a prevalência da continuidade das atividades da administração pública.

O art. 175 da CF/1988 é expresso ao afirmar que “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”.

Desse modo, fica claro que ao dar preferência de contratação à determinada empresa, o Ministério das Comunicações estará violando a obrigatoriedade de licitação, e, consequentemente, o princípio da impessoalidade, que determina a concessão de tratamento isonômico a todos os administrados, vedando, assim, o tratamento privilegiado a um ou alguns indivíduos. Assertiva incorreta.

27. A contratação de assessores informais para exercerem cargos públicos sem a realização de concurso público, além de ato de improbidade, configura lesão aos princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa.

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O texto da assertiva está em conformidade com o entendimento da doutrina e da jurisprudência majoritárias. Isso porque o próprio texto constitucional impõe a exigência de realização de concurso público para a investidura em cargo ou emprego público (art. 37, II, CF/1988), em respeito aos princípios da isonomia, impessoalidade e moralidade administrativa.

Perceba que a assertiva se refere à “assessores informais”, portanto, a contratação não poderia ser enquadrada na exceção prevista no próprio inc. II do art. 37 da CF/1988, que dispensa a realização de concurso público para o provimento de cargos em comissão (também denominados de cargos de confiança). Assertiva correta.

28. O princípio da eficiência se concretiza também pelo cumprimento dos prazos legalmente determinados, razão pela qual, em caso de descumprimento injustificado do prazo fixado em lei para exame de requerimento de aposentadoria, é cabível indenização proporcional ao prejuízo experimentado pelo administrado.

No julgamento do Recurso Especial 687.947/MS, em 03/08/2006, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que “é dever da Administração Pública pautar seus atos dentro dos princípios constitucionais, notadamente pelo princípio da eficiência, que se concretiza também pelo cumprimento dos prazos legalmente determinados”, o que torna a assertiva correta.

Desse modo, se a Administração não provar que a demora na concessão de aposentadoria requerida por servidor tenha sido provocada por caso fortuito ou força maior, por exemplo, ocorrerá flagrante violação aos princípios básicos previstos no art. 37 da CF/1988, mais precisamente o da eficiência. Assim, a Administração estará obrigada a indenizar o particular pelo prejuízo suportado.

(CESPE/TCE-AC/2008) Julgue os itens a respeito dos princípios da administração pública.

29. O princípio da legalidade tem por escopo possibilitar ao administrador público fazer o que a lei permitir. No entanto, esse princípio não tem caráter absoluto, uma vez que um administrador poderá editar um ato que não esteja previsto em lei, mas que atenda ao interesse público.

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Como conseqüência do princípio da legalidade, o administrador público somente pode fazer aquilo que a lei autoriza ou determina. Não são admitidas condutas que não possuam amparo legal, mesmo que tenham por objetivo a satisfação do interesse público. Assertiva incorreta.

30. O princípio da publicidade não se aplica aos julgamentos realizados por órgãos do Poder Judiciário, uma vez que a presença às sessões dos tribunais é restrita aos interessados e advogados.

O inc. IX do art. 93 da CF/1988 é expresso ao afirmar que “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade”. Entretanto, pode a lei “limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação”.

Sendo assim, constata-se que o texto da assertiva contraria o teor do inc. IX do art. 93 da CF/1988, e, portanto, deve ser considerado incorreto.

(Advogado / AGU 2009/ CESPE) Com referência aos princípios constitucionais, julgue os seguintes itens.

31. Segundo a doutrina, a aplicação do princípio da reserva legal absoluta é constatada quando a CF remete à lei formal apenas a fixação dos parâmetros de atuação para o órgão administrativo, permitindo que este promova a correspondente complementação por ato infralegal.

Eis uma questão para testar se você realmente conseguiu assimilar as informações sobre o princípio da legalidade (brincadeira, pois o nível de dificuldade da questão é muito alto).

O professor José Afonso da Silva afirma que “é absoluta a reservaconstitucional de lei quando a disciplina da matéria é reservada pela Constituição à lei, com exclusão, portanto, de qualquer outra fonte infralegal, o que ocorre quando ela emprega fórmulas como: ‘a lei regulará’, ‘a lei disporá’, ‘a lei complementar organizará’, ‘a lei criará’, ‘a lei definirá’, etc." Neste caso, a lei é incumbida de disciplinar toda a matéria, não sendo permitida a complementação de seu texto por atos normativos secundários (atos administrativos).

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Por outro lado, quando o texto constitucional atribui à lei apenas a obrigatoriedade de definir os parâmetros de atuação para os órgãos administrativos, permitindo que estes, através da edição de atos administrativos, possam complementar o texto legal, estaremos diante da reserva legal relativa.

Analisando-se o texto da assertiva, constata-se que a banca examinadora simplesmente inverteu os conceitos de “reserva legal absoluta” e “reserva legal relativa”, e, portanto, está incorreto o seu texto.

32. De acordo com o princípio da legalidade, apenas a lei decorrente da atuação exclusiva do Poder Legislativo pode originar comandos normativos prevendo comportamentos forçados, não havendo a possibilidade, para tanto, da participação normativa do Poder Executivo.

Para que você possa responder às questões de prova sobre o princípio da legalidade, é essencial que conheça também o “princípio da reserva legal”, pois ambos são muito freqüentes em concursos públicos, principalmente naqueles organizados pelo CESPE.

Lembre-se sempre de que o princípio da legalidade é mais abrangente do que o princípio da reserva legal. Isso porque impõe a submissão da Administração Pública às leis, não importando qual a espécie legislativa (normas constitucionais, medidas provisórias, leis complementares, leis ordinárias, etc). Por outro lado, o princípio da reserva legal (que está inserido dentro do princípio da legalidade) restringe a regulamentação de determinadas matérias a uma espécie normativa específica.

No inc. I do art. 7º da CF/1988, por exemplo, consta expressamente que os trabalhadores urbanos e rurais têm direito à “relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos”.

Perceba que o texto constitucional restringiu a regulamentação desse direito a uma lei complementar. Caso o legislador crie uma lei ordinária para disciplinar essa matéria, por exemplo, haverá um flagrante desrespeito à CF/1988 e a respectiva lei ordinária poderá ser declarada inconstitucional.

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Deve ficar claro que o princípio da reserva legal está inserido no princípio da legalidade, portanto, quando a questão se referir à reserva legal, implicitamente estará se referindo ao princípio da legalidade, como ocorre no texto da assertiva. Ademais, deve ficar claro também que o princípio da reserva legal se divide em “reserva legal absoluta” e “reserva legal relativa”, conforme informei nos comentários da assertiva anterior.

Desse modo, o texto da assertiva deve ser considerado incorreto, pois, em razão do princípio da “reserva legal relativa”, é possível que leis regulamentadas pelo Poder Executivo (através de um decreto regulamentar, por exemplo) criem direitos e obrigações para os administrados.

(Nível Superior/Ministério dos Esportes 2008/CESPE) Acerca da administração pública e dos princípios constitucionais que a regem, julgue o item seguinte.

33. A inauguração de uma praça de esportes, construída com recursos públicos federais, e cujo nome homenageie pessoa viva, residente na região e eleita deputado federal pelo respectivo estado, não chega a configurar promoção pessoal e ofensa ao princípio da impessoalidade.

No julgamento da ADI 307-1/CE, em 13 de fevereiro de 2008, o Supremo Tribunal Federal declarou constitucional o inc. V do art. 20 da Constituição do Estado do Ceará, que estabelece ser vedado ao Estado e aos Municípios “atribuir nome de pessoa viva a avenida, praça, rua, logradouro, ponte, reservatório de água, viaduto, praça de esporte, biblioteca, hospital, maternidade, edifício público, auditórios, cidades e salas de aula”.

Em seu voto, o Ministro Eros Grau (relator do processo) afirmou que tal dispositivo visa impedir o culto e a promoção pessoal de pessoas vivas, que tenham ou não passagem pela Administração, primando pelo respeito ao princípio da impessoalidade, assegurado expressamente no caput do art. 37 da CF/1988, bem como em seu § 1º.

Desse modo, se uma praça de esportes receber o nome de uma pessoa viva, recentemente eleita deputado federal pelo respectivo Estado, certamente ocorrerá uma grave violação ao princípio da impessoalidade, pois configurará uma flagrante promoção pessoal, o que torna a assertiva incorreta.

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(Procurador/ PGE-PE 2009/CESPE - adaptada) No que se refere aos princípios e poderes da administração pública, julgue o seguinte item.

34. De acordo com o princípio da impessoalidade, é possível reconhecer a validade de atos praticados por funcionário público irregularmente investido no cargo ou função, sob o fundamento de que tais atos configuram atuação do órgão e não do agente público.

Em decorrência do princípio da impessoalidade, os atos praticados pelos agentes públicos devem ser imputados à entidade a qual se encontram vinculados e não a si próprios. Eis o que impõe a “teoria do órgão”, criada pelo professor alemão Otto Gierke. Assertiva correta.

A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro nos informa que “essa teoria é utilizada por muitos autores para justificar a validade dos atos praticados por funcionários de fato; considera-se que o ato do funcionário é ato do órgão e, portanto, imputável à Administração. A mesma solução não é aplicável à pessoa que assuma o exercício de função pública por sua própria conta, quer dolosamente (como usurpador de função), quer de boa-fé, para desempenhar função em momentos de emergência, porque nesses casos é evidente a inexistência de investidura do agente no cargo ou função”.

Apenas a título de esclarecimento, é importante destacar que “funcionário de fato” é aquele que exerce uma função pública investido irregularmente no cargo ou emprego público. Isso ocorre, por exemplo, em relação àquele que foi nomeado e empossado em cargo público e, posteriormente, teve a sua nomeação anulada em virtude de fraude na realização do concurso público. Como a anulação possui efeitos ex tunc (retroativos), todos os atos produzidos pelo agente deveriam ser desconstituídos. Entretanto, em virtude do princípio da impessoalidade, os atos praticados pelo agente são imputados à Administração (é como se ela própria tivesse editado o ato) e não ao agente, o que justifica a respectiva manutenção de seus efeitos, mesmo com a anulação do ato de nomeação.

(Analista Administrativo/IBRAM-DF 2009/ CESPE) Em relação aos princípios básicos da Administração Pública, julgue o item seguinte.

35. Ofende os princípios constitucionais que regem a administração pública, a conduta de um prefeito que indicou seu filho para cargo em comissão de assessor do secretário de fazenda do mesmo município, que efetivamente o nomeou.

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Em 29 de agosto de 2008, o Supremo Tribunal Federal publicou a súmula vinculante nº 13, através da qual declarou que a nomeação de parentes até o terceiro grau, da autoridade nomeante, para o exercício de cargos ou funções de confiança no âmbito da Administração Pública Direta e Indireta, viola o texto da Constituição Federal.

Eis a integralidade do texto da citada súmula:

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

Desse modo, ao indicar seu filho (parente de primeiro grau) para o exercício de cargo em comissão de assessor do Secretário da Fazenda, o Prefeito certamente violou o texto da súmula vinculante nº 13, o que torna a assertiva correta.

Todavia, apesar dos comentários apresentados, é importante destacar que o Supremo Tribunal Federal já proferiu diversas decisões afirmando que o teor da súmula não alcança todas as espécies de cargos públicos.

No julgamento da reclamação 6.650-9/PR, por exemplo, um advogado paranaense levou ao conhecimento do STF que o Governador do Estado do Paraná havia nomeado o irmão para exercer o cargo de Secretário Estadual de Transportes, fato que, supostamente, caracterizaria a prática de nepotismo. Contudo, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o teor da súmula vinculante nº 13 não alcança os ocupantes de cargos políticos (a exemplo dos cargos de Ministro de Estado, Secretários Estaduais e Secretários Municipais), e, portanto, não havia qualquer irregularidade na referida nomeação.

Nesses termos, não há qualquer impedimento a que um Prefeito nomeie o seu filho como Secretário Municipal de Fazenda, que é considerado cargo político. Entretanto, o mesmo não ocorre em relação ao cargo de assessor de secretário municipal, que é considerado cargo administrativo. Neste caso, a nomeação está vedada pelo texto da súmula.

Complicado? Creio que não!

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Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de que o Presidente da República, os Governadores de Estados e os Prefeitos podem nomear os seus parentes para ocupar os cargos de Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Secretários Municipais, respectivamente, pois são considerados cargos políticos. Estes são os únicos exemplos de cargos políticos que têm sido exigidos em provas, pois você não é obrigado a conhecer a natureza de todos os cargos existentes no âmbito da Administração Pública.

(Analista Judiciário/TRT 17ª Região 2009/CESPE) Acerca do controle da administração pública e dos princípios que lhe são aplicáveis, julgue o item seguinte.

36. As sociedades de economia mista e as empresas públicas que prestam serviços públicos estão sujeitas ao princípio da publicidade tanto quanto os órgãos que compõem a administração direta, razão pela qual é vedado, nas suas campanhas publicitárias, mencionar nomes e veicular símbolos ou imagens que possam caracterizar promoção pessoal de autoridade ou servidor dessas entidades.

O caput do art. 37 da CF/1988 afirma que todas as entidades da Administração Pública Direta e Indireta, incluindo as empresas públicas e sociedade de economia mista prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividades econômicas, devem observar os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Nesse sentido, também estão sujeitas aos mandamentos do § 1º do art. 37, que declara que “a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. Assertiva correta.

37. (Escrivão/DPF 2009/CESPE) O princípio da presunção de legitimidade ou de veracidade retrata a presunção absoluta de que os atos praticados pela administração pública são verdadeiros e estão em consonância com as normas legais pertinentes.

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Perceba que o texto da assertiva se referiu à “princípio” da presunção de legitimidade ou veracidade, quando o mais comum em provas é encontrarmos referência ao “atributo” da presunção de legitimidade ou veracidade.

É a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro quem considera a presunção de legitimidade e veracidade dos atos administrativos como um verdadeiro princípio, que abrange dois aspectos: “de um lado, a presunção de verdade, que diz respeito à certeza dos fatos; de outro lado, a presunção da legalidade, pois, se a Administração se submete à lei, presume-se, até prova em contrário, que todos os seus atos seja verdadeiros e praticados com observância das normas legais pertinentes”.

Entretanto, diferentemente do que foi afirmado na assertiva, a presunção de legitimidade dos atos administrativos não é absoluta, mas sim relativa (juris tantum), pois admite prova em contrário. Portanto, a assertiva deve ser considerada incorreta.

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RELAÇÃO DE QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

(Perito Médico Previdenciário/INSS 2010/CESPE) Acerca do direito administrativo, julgue os itens a seguir.

01. Segundo a Escola Legalista, o direito administrativo pode ser conceituado como o conjunto de leis administrativas vigentes em determinado país, em dado momento.

02. O sistema administrativo ampara-se, basicamente, nos princípios da supremacia do interesse público sobre o particular e da indisponibilidade do interesse público pela administração.

03. A jurisprudência não é fonte de direito administrativo.

(Oficial Técnico de Inteligência – Direito/ABIN 2010/CESPE) Em relação ao regime jurídico dos servidores e empregados públicos e à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), julgue o item abaixo.

04. De acordo com o princípio da legalidade e da impessoalidade, os empregos públicos das empresas públicas e sociedades de economia mista devem ser criados por lei, exigindo-se prévia aprovação em concurso público para o provimento inicial desses empregos.

(Agente Técnico de Inteligência/ABIN 2010/CESPE) Julgue os itens subsequentes, acerca dos princípios, poderes e atos administrativos.

05. Se determinada unidade da Federação constituir grupo de trabalho para avaliar a situação funcional dos professores da rede pública de ensino e esse grupo, contrariando a legislação de regência, colocar, equivocadamente, inúmeros servidores em padrões superiores àqueles a que fariam jus, a administração, tão logo verifique a ilegalidade, deve, antes de desfazer o equívoco cometido, dar aos servidores indevidamente beneficiados a oportunidade do exercício do direito ao contraditório e à ampla defesa.

06. O princípio da impessoalidade decorre, em última análise, do princípio da isonomia e da supremacia do interesse público, não podendo, por exemplo, a administração pública conceder privilégios injustificados em concursos públicos e licitações nem utilizar publicidade oficial para veicular promoção pessoal.

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(Analista Administrativo/ANEEL 2010/CESPE) No que se refere aos poderes administrativos e aos princípios que regem a administração pública, julgue o item subsequente.

07. O princípio da moralidade administrativa tem existência autônoma no ordenamento jurídico nacional e deve ser observado não somente pelo administrador público, como também pelo particular que se relaciona com a administração pública.

(Técnico Administrativo/ANEEL 2010/CESPE) No que se refere aos poderes administrativos e aos princípios que regem a administração pública, julgue o item subsequente.

08. De acordo com o princípio da legalidade, a administração pública somente pode fazer o que a lei lhe permite.

(Advogado/DETRAN ES 2010/CESPE) Acerca dos princípios e poderes que regem a administração pública, julgue o item subsecutivo.

09. Em atenção ao princípio da publicidade, os contratos celebrados pela administração devem ser publicados em veículo oficial de divulgação; na esfera federal, a publicação deve ser no Diário Oficial da União; nos estados, no Distrito Federal e nos municípios, no veículo que for definido nas respectivas leis.

(Analista Técnico Administrativo/DPU 2010/CESPE) A respeito dos princípios e normas que regem a administração pública brasileira, julgue o item seguinte.

10. O princípio da publicidade se verifica sob o aspecto da divulgação externa dos atos da administração, não propiciando o conhecimento da conduta interna dos agentes públicos.

(Analista em C&T Junior – Direito/INCA 2010/CESPE) No que se refere aos princípios do direito administrativo, julgue o item abaixo.

11. A aplicação do princípio da proporcionalidade na administração pública envolve a análise do mérito administrativo (conveniência e oportunidade). Diante disso, o Poder Judiciário não pode se valer do

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referido princípio para fundamentar uma decisão que analise a legitimidade do ato administrativo.

(Assistente em C&T/INCA 2010/CESPE) Acerca das normas constitucionais sobre administração pública, julgue o item subsequente.

12. Embora o princípio da isonomia não conste expressamente do rol dos princípios da administração pública insertos na Constituição Federal (CF), esse princípio deve ser observado no trato da coisa pública, especialmente nos procedimentos licitatórios.

(Oficial – Administração/PMDF 2010/CESPE) No que concerne aos princípios, aos poderes e à organização da administração pública, julgue o item seguinte.

13. A CF veda expressamente que a publicidade dos atos governamentais caracterize promoção pessoal de autoridades ou de servidores públicos.

(Auditor Federal de Controle Externo/TCU 2010/CESPE) A respeito dos princípios constitucionais aplicados ao direito administrativo, julgue os itens que se seguem. Nas situações em que for empregada, considere que a sigla CF se refere à Constituição Federal de 1988.

14. Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade estão expressos no texto da CF.

15. A CF confere aos particulares o poder de exigir, por meio da ação popular, que a administração pública respeite o princípio da moralidade.

16. O princípio da autotutela possibilita à administração pública anular os próprios atos, quando possuírem vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los por conveniência ou oportunidade, desde que sejam respeitados os direitos adquiridos e seja garantida a apreciação judicial.

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(Analista Judiciário – área administrativa/TRE BA 2010/CESPE) Com relação à organização administrativa em sentido amplo, julgue o item subsequente.

17. Como exemplo da incidência do princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional sobre os atos administrativos no ordenamento jurídico brasileiro, é correto citar a vigência do sistema do contencioso administrativo ou sistema francês.

(Analista Judiciário – área administrativa/TRE MT 2010/CESPE - adaptada) Acerca dos princípios constitucionais, julgue os itens seguintes.

18. A atuação administrativa dos integrantes do setor público deve ser pautada pela existência de uma permissão legal. Assim sendo, o princípio explicitado na CF hierarquicamente definido como mais importante é o da legalidade, pois é um princípio norteador das ações públicas.

19. Entendendo que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” (CF, art. 5, caput), determinado órgão público, responsável pela fiscalização de tributos, estará adequadamente respaldado pelo princípio da impessoalidade ao instituir fila única aos atendimentos à comunidade, não dando diferenciação de atendimento aos cadeirantes, gestantes, idosos etc.

20. Se determinado ato administrativo for analisado e categorizado como ilegal e imoral, haverá redundância nessa categorização, pois, de acordo com os princípios constitucionais, todo ato imoral é necessariamente um ato ilegal, sujeito ao controle do Poder Judiciário.

21. A publicidade dos atos administrativos é requisito de sua eficácia, sua forma e sua moralidade, propiciando ao gestor público a transparência em suas atuações e possibilitando aos administrados a defesa de seus direitos.

22. O princípio da finalidade, explicitado no art. 37 da CF, define que, se o gestor público praticar atos fora dos fins expressa ou implicitamente contidos na regra de competência, praticará desvio de finalidade. E se tal ato atentar contra os princípios da administração pública ao visar fim proibido em lei ou demais normas, constituirá ato de improbidade administrativa.

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(Técnico Judiciário/TRT 21ª Região 2010/CESPE) Acerca do direito administrativo, julgue o item seguinte.

23. O princípio da continuidade dos serviços públicos pode ser relativizado na hipótese de falta de pagamento do serviço de água pelo particular, uma vez que o STF possui jurisprudência afirmando que a sua remuneração caracteriza-se como preço público ou tarifa, sem natureza tributária, razão pela qual o serviço seria suscetível de suspensão por falta de pagamento.

(Analista Processual/MPU 2010/CESPE) A administração pública, regulamentada no texto constitucional, possui princípios e características que lhe conferem organização e funcionamento peculiares. A respeito desse assunto, julgue o próximo item.

24. Como consequência do princípio da presunção de legalidade, as decisões administrativas são de execução imediata, até mesmo aquelas com possibilidade de gerar obrigações para o particular.

(Técnico de Nível Superior/ Ministério das Comunicações 2008 / CESPE) Acerca dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, julgue os itens a seguir.

25. Em exames de avaliação psicológica para seleção de candidatos a cargos públicos, é inadmissível a existência de sigilo e subjetivismo, sob pena de afronta aos princípios da publicidade e da legalidade.

26. Caso o Ministério das Comunicações resolva conceder a exploração do serviço de distribuição de sinais de TV em um determinado estado, pode dar preferência de contratação à empresa que já esteja explorando tal serviço, tendo em vista a prevalência da continuidade das atividades da administração pública.

27. A contratação de assessores informais para exercerem cargos públicos sem a realização de concurso público, além de ato de improbidade, configura lesão aos princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa.

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28. O princípio da eficiência se concretiza também pelo cumprimento dos prazos legalmente determinados, razão pela qual, em caso de descumprimento injustificado do prazo fixado em lei para exame de requerimento de aposentadoria, é cabível indenização proporcional ao prejuízo experimentado pelo administrado.

(CESPE/TCE-AC/2008) Julgue os itens a respeito dos princípios da administração pública.

29. O princípio da legalidade tem por escopo possibilitar ao administrador público fazer o que a lei permitir. No entanto, esse princípio não tem caráter absoluto, uma vez que um administrador poderá editar um ato que não esteja previsto em lei, mas que atenda ao interesse público.

30. O princípio da publicidade não se aplica aos julgamentos realizados por órgãos do Poder Judiciário, uma vez que a presença às sessões dos tribunais é restrita aos interessados e advogados.

(Advogado / AGU 2009/ CESPE) Com referência aos princípios constitucionais, julgue os seguintes itens.

31. Segundo a doutrina, a aplicação do princípio da reserva legal absoluta é constatada quando a CF remete à lei formal apenas a fixação dos parâmetros de atuação para o órgão administrativo, permitindo que este promova a correspondente complementação por ato infralegal.

32. De acordo com o princípio da legalidade, apenas a lei decorrente da atuação exclusiva do Poder Legislativo pode originar comandos normativos prevendo comportamentos forçados, não havendo a possibilidade, para tanto, da participação normativa do Poder Executivo.

(Nível Superior/Ministério dos Esportes 2008/CESPE) Acerca da administração pública e dos princípios constitucionais que a regem, julgue o item seguinte.

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33. A inauguração de uma praça de esportes, construída com recursos públicos federais, e cujo nome homenageie pessoa viva, residente na região e eleita deputado federal pelo respectivo estado, não chega a configurar promoção pessoal e ofensa ao princípio da impessoalidade.

(Procurador/ PGE-PE 2009/CESPE - adaptada) No que se refere aos princípios e poderes da administração pública, julgue o seguinte item.

34. De acordo com o princípio da impessoalidade, é possível reconhecer a validade de atos praticados por funcionário público irregularmente investido no cargo ou função, sob o fundamento de que tais atos configuram atuação do órgão e não do agente público.

(Analista Administrativo/IBRAM-DF 2009/ CESPE) Em relação aos princípios básicos da Administração Pública, julgue o item seguinte.

35. Ofende os princípios constitucionais que regem a administração pública, a conduta de um prefeito que indicou seu filho para cargo em comissão de assessor do secretário de fazenda do mesmo município, que efetivamente o nomeou.

(Analista Judiciário/TRT 17ª Região 2009/CESPE) Acerca do controle da administração pública e dos princípios que lhe são aplicáveis, julgue o item seguinte.

36. As sociedades de economia mista e as empresas públicas que prestam serviços públicos estão sujeitas ao princípio da publicidade tanto quanto os órgãos que compõem a administração direta, razão pela qual é vedado, nas suas campanhas publicitárias, mencionar nomes e veicular símbolos ou imagens que possam caracterizar promoção pessoal de autoridade ou servidor dessas entidades.

37. (Escrivão/DPF 2009/CESPE) O princípio da presunção de legitimidade ou de veracidade retrata a presunção absoluta de que os atos praticados pela administração pública são verdadeiros e estão em consonância com as normas legais pertinentes.

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GABARITO

01.C 02.C 03.E 04.E 05.C 06.C 07.C 08.C

09.C 10.E 11.E 12.C 13.C 14.E 15.X 16.C

17.E 18.E 19.E 20.X 21.E 22.E 23.C 24.C

25.C 26.E 27.C 28.C 29.E 30.E 31.E 32.E

33.E 34.C 35.C 36.C 37.E