as organizações e sua administração- parte iii

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As Organizações e sua Administração. Objetivos deste capítulo: - Visão geral dos novos paradigmas organizacionais. - Estudo das Teorias Administrativas com ênfases nas tarefas, na estrutura organizacional, nas pessoas e no ambiente. Referências: - CHIAVENATO,Idalberto. Comportamento organizacional. RJ: Campus, 2005 - CHIAVENATO, Idalberto. Introdução á Teoria Geral da Administração.

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Page 1: As Organizações e sua Administração- Parte III

As Organizações e sua Administração.

Objetivos deste capítulo:-Visão geral dos novos paradigmas organizacionais.- Estudo das Teorias Administrativas com ênfases nas tarefas, na estrutura organizacional, nas pessoas e no ambiente.

Referências: - CHIAVENATO,Idalberto. Comportamento organizacional. RJ: Campus, 2005- CHIAVENATO, Idalberto. Introdução á Teoria Geral da Administração. Ed.Campus, RJ, 2007.

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TO TGA

- TO: Teoria das Organizações- TGA: Teoria Geral da Administração

Enquanto a TO estuda as Organizações a TGA estuda a administração das organizações.

* As Organizações são grupos de pessoas que trabalham em conjunto para utilizar e aplicar recursos organizacionais a fim de atingir objetivos comuns e para isso é necessário que elas sejam administradas para proporcionar sentido, direção e coordenação nesse trabalho conjunto.

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Importância do Administrador nas Organizações.É importante para:- Produzir resultados satisfatórios a fim de atingir os

objetivos.- Mudar contínua e constantemente as organizações

para ajustá-las proativamente ao ambiente que se torna cada vez mais mutável e imprevisível.

OBS: Acima de tudo o administrador deve ter profundo conhecimento em CO(comportamento organizacional) para que a administração não se torne fria, mecânica, rígida, desumana, ineficiente e ineficaz.

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Aspectos essenciais para a compreensão das organizações: A organização é um ser vivo=> Ela nasce,

cresce e morre, dependendo da forma como foi administrada.

As decisões desse ser vivo são resultado de um contínuo e incessante processo de aprendizagem=> As organizações e seus componentes precisam aprender a aprender cada vez mais e cada vez mais depressa.

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Fatores principais e comuns para a longevidade organizacional, segundo De Geus:

Organizações longevas são sensíveis ao seu ambiente: Mantém a harmonia com o mundo à sua volta e reagem de maneira oportuna às condições da sociedade.

São coesas e dotadas de um forte senso de identidade: Todos são parte de uma só identidade, permitindo um forte vinculo emocional e psicológico dos funcionários com a empresa.

São tolerantes: Evitam o controle centralizado sobre o comportamento das pessoas e não coíbem tentativas de diversificar ou modificar a empresa.

São conservadoras nas finanças: Organizações que possuem autonomia financeira possuem independência de ação para buscar opções melhores de investimento.

Page 6: As Organizações e sua Administração- Parte III

Longevidade organizacional & Rentabilidade.

De acordo com De Geus:- A capacidade de proporcionar retorno de investimento não é o único

e principal fator para a longevidade de uma organização.- A longevidade também parece não ter relação com o patrimônio

material, com o setor de atividades ou linha de produtos ou país de origem da organização.

- A competitividade dependerá principalmente da qualidade das pessoas que hoje estão aprendendo a trabalhar e a inovar dentro da organização. Para que isso aconteça o executivo deve separar uma boa fatia do seu tempo para o recrutamento e seleção de talentos e para o desenvolvimento gradual e constante de habilidades e competências em seus funcionários através de capacitações contínuas contribuindo para a reciclagem de conhecimentos.

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De acordo com revista Fortune em parceria com o Hay Group, os 8 atributos para a

ótima reputação das organizações são: Responsabilidade social da empresa. Valor dos investimentos realizados no longo prazo. Talentos humanos Qualidade dos produtos e serviços. Inovação Uso dos ativos corporativos. (são ativos, que

contribuem, mesmo que indiretamente, para os fluxos de caixa futuros). Solidez financeira. Qualidade da administração da empresa.

Page 8: As Organizações e sua Administração- Parte III

As Teorias Administrativas

1- Primeira Onda: Ênfase nas Tarefas Foco de baixo para cima

Administração Científica (Taylor)- Diferenciação entre os gerentes que devem

pensar e os operários que devem executar.- Ênfase nas tarefas, de forma fragmentada - Trabalho repetitivo e padronizado

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Os princípios da Administração científica segundo Taylor são:

Racionalizar as tarefas(melhor método para melhor execução de cada tarefa)

Selecionar as pessoas mais adequadas para a execução das tarefas

Treinar as pessoas para executar o trabalho de acordo com o método estabelecido.

Monitorar o desempenho do trabalho.

Page 10: As Organizações e sua Administração- Parte III

A Segunda Onda: A Ênfase na Estrutura Organizacional.(Foco de cima para baixo)

Constituída por quatro movimentos separados:

1. Teoria Clássica

2. Modelo Burocrático

3. Teoria Estruturalista

4. Teoria Neoclássica

Page 11: As Organizações e sua Administração- Parte III

Teoria Clássica - Henri Fayol

Caracterizava-se pelo aspecto prescritivo e normativo, com ênfase em princípios e em regras para administrar.

A empresa é visualizada apenas internamente sem nenhuma preocupação com seu contexto externo.

Page 12: As Organizações e sua Administração- Parte III

Segundo Fayol a empresa deveria ser dividida em seis funções básicas:

1. Produção

2. Finanças

3. Contabilidade

4. Vendas

5. Pessoal

6. Segurança

Page 13: As Organizações e sua Administração- Parte III

Modelo Burocrático Surgiu devido ao crescimento das organizações

e com a teoria da burocracia de Max Weber. Focalizava a diferenciação(divisão do trabalho

e especialização das tarefas) Integração: Através de hierarquias de

autoridade e da utilização de regras e regulamentos escritos, necessárias para uma organização funcionar adequadamente.

Modelo rígido e inflexível.

Page 14: As Organizações e sua Administração- Parte III

Segundo Weber, as principais características do modelo burocrático eram:

1. Divisão do trabalho2. Hierarquia3. Regras e regulamentos4. Formalização das comunicações(feitas por

escrito)5. Competência técnica(seleção através dos

testes e concursos ou através de desempenho)

6. Procedimentos técnicos(baseia-se em cargos e não em pessoas)

Page 15: As Organizações e sua Administração- Parte III

Disfunções da Burocracia: Exagerado apego aos regulamentos. Excesso de formalismo. Excesso de papelório Resistência às mudanças. Despersonalização do relacionamento humano(as pessoas

comunicam-se através dos cargos e não das pessoas propriamente ditas)

Categorização do relacionamento(Quem decide é quem tem o cargo mais alto e não quem sabe mais).

Superconformidade às rotinas e procedimentos. Exibição de sinais de autoridade. Dificuldades com clientes(Os clientes são atendidos de forma

padronizada e impessoal, de acordo com os regulamentos internos).

Page 16: As Organizações e sua Administração- Parte III

A organização torna-se:

Demorada Lenta Preguiçosa Rotineira Desarticulada Retrógrada.

Obs: Este modelo passa a ser viável apenas para ambientes estáveis, com poucas mudanças e alta previsibilidade.

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Teoria Estruturalista da Administração. Tendência Integradora. Representa um desdobramento da Teoria da

Burocracia e uma leve aproximação à Teoria das Relações Humanas fazendo uma crítica da organização formal.

Page 18: As Organizações e sua Administração- Parte III

Origens da Teoria Estruturalista1. Na oposição surgida entre a Teoria Tradicional

e a Teoria das Relações Humanas.

2. A necessidade de visualizar “ a organização como uma unidade social grande e complexa, onde interagem grupos sociais”.

3. A influência do estruturalismo nas ciências socias, como na Filosofia e na Psicologia.

4. Novo conceito de estrutura.

Page 19: As Organizações e sua Administração- Parte III

Teoria Neoclássica da Administração. Ênfase nos fins e nos objetivos e não mais

nos meios e métodos de trabalho. Denominada Escola do Processo

Administrativo por conceituar a administração das organizações como um processo cíclico e contínuo.

Page 20: As Organizações e sua Administração- Parte III

Quatro funções administrativas da Teoria Neoclássica da Adm.1. Planejamento: Estabelece objetivos e identifica

ações para atingi-los.2. Organização: Define a divisão do trabalho

organizacional a ser feito por meio de tarefas.3. Direção: Coordena e converge os esforços para

garantir o desempenho a fim de alcançar os objetivos.

4. Controle: Monitora o desempenho, comparando os resultados com os objetivos propostos e assumindo ações corretivas quando necessárias.

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Terceira Onda: Ênfase nas pessoas Esta teoria começa a se preocupar com a

utilização de métodos científicos para avaliar a teoria na prática e o papel dos grupos sociais na eficiência das organizações.

Page 22: As Organizações e sua Administração- Parte III

Escola das Relações Humanas Preocupava-se com os grupos informais e

com assuntos relacionados com comunicação e motivação de pessoas.

Teve como principais conclusões:1. O Trabalho é uma atividade tipicamente

grupal e social.2. O operário só reage como membro de um

grupo social e não isoladamente.3. A elite de administradores deve ter uma

formação que possibilite se comunicar, ser persuasivo, democrático e simpático com todo o pessoal.

Page 23: As Organizações e sua Administração- Parte III

4. Priorizava o conceito de homo social(motivação social e simbólica) em detrimento ao homo economicus(motivação material), ou seja, o ser humano é motivado pela necessidade de estar junto, de ser reconhecido, de receber adequada comunicação.

5. A civilização industrializada traz como conseqüência a desintegração da família, dos grupos informais e a religião.

6. Havia incompatibilidade entre os objetivos organizacionais da empresa e os objetivos individuais dos empregados pois os métodos eram voltados para eficiência e não para a cooperação humana.

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Teoria Comportamental da Administração Decorrente da escola das relações humanas a teoria comportamental tinha uma visão explicativa e descritiva preocupando-se em desenvolver em sua organização e em seus participantes, modelos de motivação, liderança, comunicação, raciocínio e tomada de decisão, buscando sempre a flexibilidade organizacional e a redução do conflito entre os objetivos organizacionais e os objetivos individuais dos participantes.

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Douglas McGregor(1906-1964) abordou os contrastes entre a Teoria X (abordagem tradicional) e a Teoria Y (abordagem das relações humanas):

Teoria X Teoria Y

As pessoas normais têm aversão inerente ao trabalho e o evitarão sempre que isso for possível

Despender esforço físico e mental no trabalho é tão natural quanto o lazer e o repouso. As pessoas médias não são inerentemente avessas ao trabalho

Page 26: As Organizações e sua Administração- Parte III

Por detestar o trabalho, a maioria da pessoas precisa ser coagida, controlada, dirigida ou ameaçada de punição pra que se empenhe no alcance dos objetivos organizacionais.

O controle externo e a ameaça de punição não são os únicos meios de dirigir o esforço para os objetivos organizacionais. As pessoas praticarão o autocontrole e o autocomando a serviço de objetivos com os quais se sentem envolvidos.

As pessoas médias preferem ser mandadas, desejam evitar a responsabilidade, possuem relativamente pouca ambição e, sobretudo, querem segurança e estabilidade.

A dedicação a objetivos é uma função das recompensas associadas ao seu alcance. As recompensas mais significativas- como a satisfação do ego e das necessidades de auto-realização – podem ter resultados diretos do esforço dirigido a objetivos organizacionais.

A fuga à responsabilidade, a falta de ambição e a ênfase na segurança não são características humanas inerentes. A maioria das pessoas aprende a buscar e a aceitar a responsabilidade.

Imaginação, inventividade, criatividade e capacidade para usar essas qualidades na solução dos problemas organizacionais são distribuídas entre as pessoas.

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Quarta Onda- Ênfase no Ambiente Esta dimensão surgiu com a percepção de

que a sobrevivência organizacional passou a depender dos ambientes e do ajustamento às suas demandas, sendo que cada organização reage de forma diferente às condições ambientais existentes. Diante disso passou a considerar o ambiento externo, ou seja, tudo que envolve externamente uma organização. Com isso surgiram duas novas teorias, a Teoria de Sistemas e posteriormente a Teoria da Contingência.

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Teoria de Sistemas

Apresenta isomorfismo das ciências, permitindo a eliminação de suas fronteiras e o preenchimento dos espaços vazios entre elas.

Organização como um sistema aberto em constante interação com o seu ambiente.

Baseia-se em três princípios inovadores: O Expansionismo, o Pensamento sintético e a Teleologia.

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Abordagem Clássica Abordagem Sistêmica

Reducionismo: Tudo pode ser decomposto e reduzido em seus elementos fundamentais simples, que constituem as suas unidades indivisíveis. Ex: O Taylorismo

Expansionismo: Todo fenômeno é parte de um fenômeno maior. Visão global.

Pensamento Analítico: Consiste em decompor o todo, tanto quanto possível, nas suas partes mais simples para posteriormente, agregar essas soluções ou explicações parciais em uma solução ou explicação do todo. Ex: Conceito de divisão do trabalho e especialização.

Pensamento sintético: É o fenômeno visto como parte de um sistema maior, ou seja, esta abordagem está mais interessada em juntar as coisas do que em separá-las.

Mecanicismo: Relação linear de causa e efeito, ou seja, um fenômeno constitui a causa de outro fenômeno, quando ele é necessário e suficiente para provocá-lo. É um sistema fechado deixando de lado o meio ambiente para a explicação das causas.

Teleologia: O sistema como entidade global e funcional em busca de objetivos e finalidade. Este sistema reconhece que a causa é uma condição necessária para se obter o efeito, mas não é o suficiente, sendo preciso um estudo do comportamento procurando entender as diversas variáveis a partir de uma visão de um campo dinâmico de forças que atuam entre si.

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Teoria da Contingência Contingência: Algo incerto que pode suceder ou

não, dependendo das circunstâncias. De acordo com essa teoria, não se alcança a

eficácia organizacional seguindo um único e exclusivo modelo organizacional, com isso torna-se necessário um modelo apropriado para cada situação a fim de atender as diversas situações causadas pelo ambiente externo.

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Características da Teoria da Contigência: Ênfase no ambiente e nas demandas ambientais sobre a dinâmica organizacional.

Está dirigida para desenhos organizacionais e sistemas gerenciais adequados para cada situação específica.

É uma abordagem abrangente e integrativa, ou seja, mantém o foco nas tarefas, nas pessoas, na estrutura organizacional e também no crescimento e na sobrevivência das organizações em um meio ambiente crescentemente mutável.

Tudo é relativo, tudo é contingente, nada é absoluto e não existe uma única e exclusiva melhor maneira de administrar ou de organizar.