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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
AS BASES NEUROBIOLÓGICAS DA APRENDIZAGEM
Por: Letícia Poletti Soares
Orientador
Professora: Marta Pires Relvas
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
AS BASES NEUROBIOLÓGICAS DA
APRENDIZAGEM
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito
parcial para obtenção do grau de especialista em Neurociência
Pedagógica.
Por: LETÍCIA POLETTI SOARES
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a DEUS pela
oportunidade de continuar na
caminhada pela melhoria da Educação.
À FAMÌLIA por apoiar e compreender
minhas ausências, e, especialmente, a
todos os professores e mestres que
passaram pela minha Vida, pois
souberam com maestria semear o
desejo e a curiosidade por aprender.
Devo muito a todos eles! Nunca os
esquecerei.
4
DEDICATÓRIA
Dedico ao meu PAI e a minha MÃE,
agradecendo Eternamente o que eles
fizeram por mim.
5
METODOLOGIA
O estudo é uma pesquisa bibliográfica de cunho descritivo que visa
buscar a compreensão sobre as Bases Neurobiológicas dos Processos de
Aprendizagem. Sendo assim, as referências pesquisadas baseiam-se nos
estudos de Roberto Lent, Elkhonon Goldberg, Marta Pires Relvas e Levy
Vygotsky e Iván Izquierdo, teóricos que contribuem significativamente com
estudos e análises no campo das neurociências sobre o funcionamento
cerebral e desenvolvimento humano na compreensão dos processos
neurobiológicos envolvidos no processo de aprendizagem. A pesquisa também
utilizou a leitura de artigos científicos que estão publicados eletronicamente em
periódicos de Universidades que apresentam estudos nessa área, com também
em revistas de divulgação científica.
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RESUMO
O trabalho tem o objetivo de pesquisar sobre as bases
neurobiológicas que configuram o processo de aprendizagem humana e
compreender como o cérebro realiza as aprendizagens. A partir de algumas
explicações neurocientíficas sobre o funcionamento do Sistema Nervoso e
das diversas estruturas envolvidas no ato de aprender, fornecendo, assim,
material de apoio para o professor regente do Ensino Fundamental.
Reconhecidamente o ato de aprender é inato ao ser humano, pois
é uma função biológica. Entretanto, as relações de aprendizagem se
estabelecem a partir dos fatores afetivos e sociais vivenciados por cada
indivíduo ao longo da vida. Assim sendo, os professores comprometidos
com o processo de aprendizagem dos alunos devem buscar os
conhecimentos necessários sobre a anatomia cerebral e os processos
neuroquímicos facilitadores da aprendizagem, bem como compreender
como os fatores internos (biológicos e psicológicos) e externos (sociais e ou
ambientais) influenciam a aprendizagem. Reconhecer que a história de vida
do aluno é um dado relevante para a aprendizagem significativa, pois cada
ser humano aprende de uma maneira muito singular, muito própria e de
acordo com as experiências vividas anteriormente. As vivências
significativas, com forte carga emocional podem interferir, ainda que
subjetivamente, no interesse e na disponibilidade dos alunos para aprender.
Por isso, a aprendizagem de fato acontece se houver alguma relevância e
significado para o aluno.
As contribuições da Ciência, e especialmente das Neurociências
para a Educação são muito bem vindas e promissoras. A Educação conta
com algumas contribuições de pesquisas recentes sobre cognição, memória
e comportamento.
Muitas perguntas ainda precisam de respostas para transformar
práticas pedagógicas equivocadas e obsoletas, que não levam em conta a
plasticidade do cérebro do aprendente que vive em constante mudança a
partir das aprendizagens que realiza.
7Ressalta-se aqui, o importante papel do educador transformador
que deseja também aprender, acreditando sempre numa nova empreitada
rumo à melhoria da Educação.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - As Bases Biológicas da Aprendizagem 10
CAPÍTULO II – Neurotransmissores, Aprendizagem e Memória. 21
CAPÍTULO III - Conhecendo o Cérebro, 31
Aprendizagem e Plasticidade Cerebral
Relação Aluno x Professor: Um bom começo...
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
ÍNDICE 40
FOLHA DE AVALIAÇÃO 41
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INTRODUÇÃO
O objetivo do presente trabalho é uma pesquisa bibliográfica sobre
a neurobiologia do processo de aprendizagem que visa destacar os
conhecimentos básicos sobre como o cérebro se comporta durante as
aprendizagens e de que maneira esses conhecimentos poderiam orientar o
trabalho dos educadores em sala de aula com base nas recentes
descobertas científicas, a partir do diálogo promissor entre Educação e
Neurociência.
A Neurociência é um conjunto de disciplinas que estudam, através
de diferentes metodologias, o sistema nervoso e as relações que se
estabelecem entre as funções cerebrais e mentais.
É uma área do conhecimento humano que se estabeleceu na
segunda metade do século XX e que, pelo impressionante número de
pesquisas e estudos, ampliou significativamente o conhecimento sobre como
os seres humanos se desenvolvem e aprendem.
Acredita-se que o objetivo mais ambicioso e ousado da
Neurociência é o de tentar explicar que Cognição e Consciência Humana
originam da atividade do Cérebro
A Neurociência apresenta dois pressupostos importantes que
dizem respeito à transformação da prática educacional corroborada pela
ciência: 1- A Constatação de que os resultados do aprendizado não são
unicamente determinados pelos fatores externos (ambiente), e os fatores
biológicos têm relevância significativa no ato de aprender.
2- O cérebro se modifica em decorrência da aprendizagem, por
isso, se mantém plástico por quase toda a vida. Quando aprendemos algo,
esse ato altera o nosso cérebro. E, caso essa prática cesse, a alteração se
reverterá. Sendo assim, é muito importante que o cérebro seja “utilizado”, ou
melhor, exercitado, pois há o risco de não ser utilizado da melhor maneira.
Por conta disso, é fundamental que novas aprendizagens ocorram durante
toda a vida.
10Embora, muitos dos processos cerebrais envolvidos no
aprendizado, ainda permaneçam desconhecidos, os recentes estudos da
Neurociência traz uma pergunta muito intrigante: Até que ponto os
processos cerebrais podem realmente embasar, ou melhor, explicar uma
nova abordagem da Educação?
Acredita-se que num futuro próximo a Educação será capaz de
criar práticas educacionais transformadas pela ciência.
O presente trabalho baseia-se nas concepções de Lev Vygotsky
sobre desenvolvimento humano e aprendizagem, analisando os aspectos
biológicos e psicológicos que envolvem o processo de Aprendizagem.
Processo esse, que por sua complexidade e singularidade, torna-se
relevante que o profissional da Educação conheça um pouco mais sobre o
cérebro humano, sua estrutura e funcionamento, e, principalmente, as bases
neurobiológicas do processo de aprendizagem humana.
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CAPÍTULO I
As Bases Biológicas da Aprendizagem
O homem é dotado de um sistema nervoso capaz de modificar o
comportamento em função de experiências passadas. Essa modificação no
comportamento denomina-se aprendizado. O Sistema Nervoso é um sistema
extremamente importante e muito especial, porque dele dependem muitas
funções do corpo humano, como: os movimentos, os atos motores, as
ações, ou seja, a maneira pela qual o corpo interage e se integra às
condições em respostas ao meio ambiente.
As funções de coordenar e controlar todas as atividades do
organismo, desde a contração dos músculos, todo o funcionamento dos
órgãos internos até a secreção das glândulas endócrinas, explica como o
sistema nervoso é integrador das sensações e ideias, operando os
fenômenos de consciência e de realidade. Pois consegue interpretar os
estímulos que vem do corpo, das vísceras e do meio externo. É responsável
por respostas adequadas a cada um destes estímulos, selecionando e
processando as informações e as canalizando para as regiões motoras
correspondentes do cérebro para depois realizar as respostas adequadas,
de acordo com a vivência e experiência de cada indivíduo.
Esse Sistema é formado por células nervosas, os chamados
neurônios, que se interconectam (realizam sinapses) de forma específica e
precisa, formando os circuitos neurais. Através desses circuitos, o organismo
é capaz de produzir respostas que constituem os comportamentos fixos
invariantes (os reflexos), ou então, produzir comportamentos variáveis em
maior ou menor grau.
Sinapse é a conexão realizada pelos neurônios, onde um neurônio
estimula outro neurônio através da liberação de uma substância química
chamada neurotransmissor, propagando assim os impulsos nervosos e
12transmitindo as informações. O ato de aprender é uma ação neurológica,
pois significa realizar sinapses e isso fortalece as aprendizagens.
Existem precisamente oitenta e oito bilhões de neurônios nos
circuitos do cérebro humano com a estimativa de realizar trilhões de
sinapses, ou seja, as comunicações entre os neurônios. Os axônios, que são
extensões dos neurônios, formam uma rede muito complexa, chamada
também de circuitos neurais, que se estendem a todas as partes do corpo,
constituindo o sistema de comunicação entre corpo - cérebro - corpo. Os
axônios podem atingir quilômetros de extensão.
Nas redes neurais apenas uma parte das células nervosas são
denominadas pelos genes, a outra pode ser criada e modificada a partir do
convívio e da interação do indivíduo com o meio ambiente. Essas conexões
neurais podem aumentar com as interações, e isso representará maior
desenvolvimento da inteligência, da memória e da criatividade, e isso
representa muito para os alunos nas interações realizadas dentro do espaço
escolar.
O caminho que os diferentes estímulos percorrem, através dos
órgãos sensoriais, oriundos do ambiente, são aspectos relevantes para a
aprendizagem, porém, algumas vezes, desconsiderados por parte dos
professores quando planejam o fazer pedagógico. Por isso, é interessante
que profissionais da Educação conheçam a estrutura e o funcionamento do
sistema nervoso para a compreensão das bases biológicas que regulam a
aprendizagem dos alunos.
No Sistema Nervoso temos o Encéfalo que é o conjunto de tecidos
nervosos localizados na caixa craniana e dividindo-se em três grandes
estruturas: Cérebro, Cerebelo e Tronco Encefálico ou Cerebral.
O cérebro é formado pelo telencéfalo e pelo diencéfalo. É a parte
do sistema nervoso central que fica no crânio. Caracteriza a parte mais
desenvolvida e volumosa do encéfalo, pesando em torno de 1,3 quilogramas
e tem a coloração cinza-róseo. Quando cortado, o cérebro apresenta duas
13substâncias : uma branca, que ocupa o centro, e outra cinzenta, que forma o
córtex cerebral. Além das células nervosas, o cérebro contém células da glia
(células de sustentação), vasos sanguíneos e órgãos secretores.
O cerebelo que significa “pequeno cérebro” é o responsável pela
coordenação das atividades musculares, pelo tato, pela visão e pela audição
a partir das informações recebidas.
O cerebelo que está na parte mais posterior do encéfalo, na nuca,
mais precisamente, e estão relacionadas com o equilíbrio e a postura
corporal. Ele trabalha em conexão com o córtex cerebral e o tronco
encefálico. Recebem impulsos sensitivos de articulações, músculos,
tendões, olhos, órgãos de equilíbrio, sendo o responsável pelos reflexos e
pelos movimentos, atuando também no tônus muscular.
Recentes pesquisas demonstraram que o cerebelo pode ter funções em
diversas outras atividades, como memória de curta duração, emoções,
atenção, controle de atos impulsivos.
O tronco encefálico ou cerebral é uma estrutura primitiva que
apresenta três divisões: Bulbo, Ponte e Mesencéfalo. Essa estrutura
continua participando, não só dos mecanismos de alerta, que são vitais para
a sobrevivência, como também na manutenção do ciclo vigília - sono. Ele
recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os
músculos da cabeça, similar à função da medula espinhal.Os nervos
cranianos são basicamente raízes nervosas que entram e saem do tronco
cerebral.
O tronco cerebral transmite informações da medula espinhal até
outras regiões cerebrais e, em direção contrária, do encéfalo para a medula
espinhal.
Através das ações integradas de Bulbo, Ponte e Mesencéfalo, o
tronco cerebral regula a atenção. Esta função é mediada pela porção central
do tronco cerebral, que recebe a denominação Formação Reticular. Além
dessas funções gerais, as várias divisões desepenham funções sensitivas e
motoras específicas. O Bulbo e a Ponte participam de mecanismos
14essenciais de regulação da pressão sanguínea e da respiração. Caso
ocorram lesões nessas áreas , a vida está em risco iminente.
1.1 Tálamo
O Tálamo é uma região de substância cinzenta (núcleos de
neurônios) do encéfalo. São duas massas neuronais situadas na
profundidade dos hemisférios cerebrais.
A principal função do tálamo é servir de estação de reorganização
dos estímulos vindos da periferia e do tronco cerebral e também de alguns
vindos de centros superiores.
Tem o papel de distribuir, integrar e modificar os impulsos
sensitivos que chegam. Essa estação reorganizadora (tálamo) é muito
importante para o aprendizado porque a partir dela o cérebro consegue
interpretar, integrar e modificar os estímulos externos, possibilitado assim,
dar as respostas mais adequadas, e isso é imprescindível para o processo
de aprendizagem na sala de aula. Por isso, aulas criativas e estimuladoras,
com bons recursos audiovisuais poderão garantir um melhor aprendizado,
principalmente se for rico em estímulos ( visuais, auditivos, motores, táteis,
etc.) que despertem a curiosidade dos aprendentes.
1.2 Córtex Cerebral
O córtex cerebral é dividido em áreas denominadas lobos cerebrais
com funções diferentes e especializadas.
O córtex cerebral é responsável por muitas das funções mentais
mais complexas e desenvolvidas, como a linguagem e o processamento de
informações.
O córtex não só contém os corpos neurais principais que suportam
as funções consideradas “simples” (em contraposição às superiores), como
as motoras, sensitivo-motoras, auditivas ou visuais, mas também integram
funções muito elaboradas como a memória, a linguagem, o raciocínio
abstrato ou atividades gestuais.
15O cérebro do homem, caso fosse fatiado, apresenta-se com uma
camada externa de cor cinzenta (formada em sua maior parte por corpos
celulares), chamada de córtex cerebral. Ele cobre inteiramente os dois
hemisférios do encéfalo e é a parte mais importante do Telencéfalo, não
apenas pelo seu volume, mas pelo número, pela diversidade e pela
complexidade das funções que realiza.
Um corte em profundidade no cérebro mostra que a superfície
cinzenta tem uma espessura que varia de um a quatro milímetros. A maior
parte é composta por células nervosas (neurônios) que recebem impulsos
dos pontos mais distantes do corpo e os retransmitem ao destino certo. Mas
o cérebro desempenha outras funções altamente diversificadas e, por isso
mesmo, as células que os constituem, também são especializadas. Tipos
diferentes de neurônios são distribuídos através de diferentes camadas no
córtex dispostos nas diversas áreas dos hemisférios (esquerdo e direito),
respectivamente cada um com sua função.
1.3 Funções Corticais
O Córtex Motor Primário tem a função principal de dar início a toda
ação motora.
O Córtex Somatossensorial Primário recebe a informação tátil que vem
do corpo como: temperatura, vibração, dor, tato.
Córtex Préfrontal é o responsável pela emoção e julgamento das ações.
A tarefa de coordenação do movimento complexo é exercida pela
área do Córtex de Associação Motora.
O centro responsável pela produção e articulação da Fala é a Área
de Broca, e a área responsável pela compreensão da linguagem é
denominada de Área de Wernick.
16A área auditiva pela detecção da intensidade dos sons é o Córtex
Auditivo, entretanto existe uma área de Associação Auditiva que é
responsável pelo processamento complexo da informação auditiva e da
memória. Existe também uma área especializada em processar toda a
informação multissensorial que chega do ambiente e do próprio corpo. A
detecção do estímulo visual simples é realizada pelo Córtex Visual.
1.4 Os Lobos
Lobo Frontal
No lobo frontal que está localizado na parte da frente do cérebro,
acontece o planejamento de ações e movimentos, bem como o pensamento
abstrato. Nele estão incluídos o córtex motor e o córtex préfrontal.
Nessa área é organizado o comportamento, desde a elaboração de
metas e estratégias, passando pela representação de valores e tomada de
decisões, incluindo julgamentos morais, até o comando dos movimentos
propriamente ditos.
Suas funções incluem o pensamento abstrato e criativo, a fluência
do pensamento e da linguagem, respostas afetivas e capacidade para
envolvimentos emocionais, julgamento social, vontade e determinação para
ação e atenção seletiva, funções estas, que são muito relevantes para a
aprendizagem humana e de grande interesse para o planejamento
educacional, pois ali se processam as funções mais nobres do pensamento
humano.
Lobo Occipital
Localizados na parte inferior do cérebro e cobertos pelo córtex
cerebral, os lobos occipitais processam os estímulos visuais, por isso são
também conhecidos por córtex visual. Possuem várias subáreas que
processam os dados visuais recebidos do exterior, depois destes terem
passado pelo tálamo, uma vez que há zonas especializadas da cor, do
movimento, da profundidade, da distância e assim por diante. Depois de
17passarem por esta área, chamada área visual primária, estas informações
são direcionadas para a área de visão secundária, onde são comparadas
com dados anteriores, permitindo assim que o indivíduo identifique uma
bola, um bota ou uma maçã. Por isso, é muito importante que o professor
compreenda o processamento visual, pois a visão é uma função
imprescindível para o aprendizado, principalmente para o desenvolvimento
de leitura e escrita.
Lobo Temporal
Localizada acima das orelhas e com a função principal de
processar os estímulos auditivos, encontram-se os lobos temporais. Quando
a área auditiva primária é estimulada, os sons são produzidos e enviados à
área auditiva secundária, que interage com outras zonas do cérebro,
atribuindo um significado e permitindo ao indivíduo reconhecer o que está
ouvindo. Ressalta-se aqui a necessária verificação das condições auditivas
do aluno para que a aprendizagem realmente aconteça, pois uma lesão
nessa área necessitará de adaptações específicas para que ele possa
aprender com qualidade.
Lobo Parietal
Na região superior do cérebro temos os lobos parietais,
constituídos por duas subdivisões, a anterior e a posterior. A primeira,
também chamada de córtex somatossensorial, tem a função de possibilitar a
percepção de sensações como o tato, a dor e o calor. Por ser a área
responsável em receber os estímulos obtidos com o ambiente, representa
todas as áreas do corpo humano. É a zona mais sensível, logo ocupa mais
espaço do que a zona posterior, uma vez que tem mais dados a serem
interpretados, captados pelos lábios, língua e garganta. A zona posterior é
uma área secundária que analisa, interpreta e integra as informações
recebidas pela anterior, que é a zona primária, permitindo ao indivíduo se
localizar no espaço, reconhecer objetos através do tato, paladar, olfato.
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1.5 Amígdala
É uma estrutura complexa em forma de amêndoa, situada dentro
da região do lobo temporal que se interconecta com o hipocampo, os
núcleos septais, a área préfrontal e com o tálamo.
Essas conexões garantem seu importante desempenho na
mediação e no controle das atividades emocionais, como amizade, amor,
afeição, humor e, principalmente, nos estados de medo, ira e agressividade.
A amígdala é fundamental para a garantia da autopreservação,
tanto nos animais como nos seres humanos. É o centro identificador de
perigo, gerando medo, ansiedade e colocando o animal ou o homem em
situação de alerta, preparando-os para lutar ou fugir.
Lesões nessa área podem fazer com que o animal ou humano
reaja de maneira descaracterizada aos afetos. A sexualidade torna-se
indiscriminada e os comportamentos ficam indiferenciados em situações que
envolvem riscos.
É importante compreender a função dessa estrutura, pois
proporcionará aos educadores o melhor entendimento para a mediação de
conflitos e de diferentes estados emocionais que envolvem o dia a dia da
sala de aula, principalmente nas relações interpessoais entre alunos e
professores.
1.6 Hipocampo
Esta estrutura está particularmente envolvida com os fenômenos
de memória, em especial com a formação da chamada memória de longa
duração (aquela que persiste, às vezes, para sempre, como no caso das
aprendizagens). Quando ambos os hipocampos (direito e esquerdo) são
lesionados, nada mais é gravado na memória. O indivíduo esquece
rapidamente a mensagem. Um hipocampo intacto possibilitará a
comparação das condições de uma ameaça atual com experiências
passadas semelhantes, permitindo, assim, a melhor atitude para garantir a
autopreservação.
19A região do Hipocampo atuaria como um gerenciador de distintas
regiões corticais, nas quais estariam armazenados os códigos de
determinadas informações, pois é crucial para a consolidação da Memória
de Longa Duração (implícita ou explícita) e muito importante no processo de
aprendizagem.
1.7 Hipotálamo
O Hipotálamo é uma estrutura localizada abaixo do tálamo e
representa cerca de um por cento da massa total do encéfalo, ou seja, é um
órgão pequeno, mas importante. Ele está relacionado com a regulação da
temperatura corpórea, o apetite, a atividade gastrintestinal, a regulação
hídrica, a atividade sexual e as emoções. É composto por substância
cinzenta, possuindo vários núcleos e os neurônios dessa área possuem
receptores moleculares para os sinais químicos que ali circulam.
Lesões nos núcleos hipotalâmicos interferem nas diversas funções
vegetativas e nos comportamentos motivados, como por exemplo: regulação
térmica, sexualidade, combatividade, fome e sede. Acredita-se que o
hipotálamo desempenha importante papel nas emoções.
1.8 Principais funções do Hipotálamo:
1.8.1 Controle vegetativo e endócrino
Atua na regulação cardiovascular, interfere na temperatura
corporal, alterando a pressão arterial e frequência cardíaca;
O sangue que passa pelo hipotálamo regulará a atividade dos
neurônios, aumentando assim a atividade e temperatura, regulando-a
quando necessário;
Atua também na regulação hídrica do corpo através da sensação
de sede e perda de água pela urina;
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1.8.2 Função Comportamental
As áreas do hipotálamo: lateral, ventromedial e periventricular
estão relacionadas com a sensação de sede, fome, agressividade e de
saciedade. A área periventricular está relacionada com sensação de medo e
punição. A atividade sexual é estimulada principalmente pelas regiões
anteriores e posteriores do hipotálamo.
1.8.3 Recompensa e Punição
De acordo com as atitudes e os comportamentos do indivíduo, ele
pode ser recompensado ou punido, dependendo das experiências ao longo
da vida, o que gera uma memória. Quando se diminui a atividade dos
centros de recompensa e de punição, diminui-se também a atividade afetiva
do indivíduo e a consequente inabilidade afetiva para lidar com as diferentes
relações e interações estabelecidas com o ambiente.
A estimulação do centro de punição faz com que o animal tenha
postura defensiva, mostre as garras e realize atos agressivos. Quando o
centro de recompensa é estimulado, o animal adota uma postura amável,
doce e de boa integração ao meio ambiente.
Ter os conhecimentos necessários sobre as bases biológicas
atuantes nesses centros de recompensa e punição é interessante porque
poderão auxiliar em ações educacionais mais favoráveis para lidar com
questões de violência e agressividade na escola, tão comuns nos dias
atuais.
1.9 GÂNGLIOS BASAIS
Aspectos Anatômicos
Os avanços nos conhecimentos sobre as estruturas cerebrais permitiram a
confirmação de que uma das principais funções dos “gânglios da base” é a
participação no controle do movimento, mas também revelaram que esse
21sistema participa ativamente do controle de outras funções complexas, como
cognição e comportamento.
O termo “gânglios da base” é utilizado para denominar um grupo de
núcleos de substância cinzenta localizados no encéfalo, ou mais
especificamente, na região subcortical-basal do encéfalo. O estudo básico
sobre as estruturas que compõem o gânglio basal são importantes para que
o professor entenda como o corpo humano se comporta no controle do
movimento (motricidade), bem como em funções complexas como: cognição
e comportamento, funções estas, que são amplamente requisitadas no
processo de aprendizagem.
No Curso de Formação de Professores esses conhecimentos ainda
não são abordados pelos cursos. O professor que possui grande interesse e
busca atualizações nesses temas, terá oportunidade através da formação
continuada em alguns poucos cursos, principalmente de pós-graduação,
onde atualmente oferecem especializações com aprofundamentos na área
da Neurociência.
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CAPÍTULO II
Neurotransmissores, Aprendizagem e Memória.
O Sistema Nervoso apresenta duas funções básicas, uma é a
manutenção do equilíbrio do organismo e a outra é a emissão dos
comportamentos. Essa última, por sua complexidade, permite a adaptação
dos organismos ao meio ambiente. Os comportamentos dos indivíduos são
resultados de uma ampla interação dos fatores genéticos e ambientais, pois
sofrem modificações constantes, permitindo assim adaptações cada vez
melhores do organismo ao meio externo. Essas modificações são
resultantes de processos neurobiológicos, configurando aprendizagens.
Para que haja a devida compreensão de como cognição e
comportamento são importantes para o ato de aprender, é necessário
explicar como é gerado um sinal dentro de uma célula nervosa (neurônio).
Ele é basicamente um sinal elétrico, mas a comunicação entre os neurônios
consiste em atuações de componentes químicos. Pois são múltiplos
sistemas bioquímicos que estão interligados e entrelaçados na complexa
estrutura cerebral (Goldberg, 2002).
“As substancias bioquímicas, chamadas de Neurotransmissores e
Neuromoduladores, permitem a comunicação entre os neurônios”.
(Goldberg, 2002 p. 50).
Um sinal elétrico gera dentro do corpo de uma célula nervosa um
potencial de ação, que viajará ao longo de um axônio até chegar ao terminal,
que é o ponto de contato com um dendrito (um prolongamento ou caminho
que leva a outro neurônio). Nesse ponto de contato existe uma abertura
(brecha ou fenda) que é chamada de sinapse. O potencial de ação que é
gerado no neurônio faz liberar pequenas quantidades de substâncias
químicas, os neurotransmissores, que viajam para o outro lado da sinapse,
ligando-se aos receptores, que são moléculas especializadas que estão do
outro lado dessa brecha ou fenda. Isso faz com que os neurotransmissores
sejam destruídos, resultando em outro evento chamado de Pós-sináptico
23(outro potencial de ação). Esse evento é repetido milhares de vezes
(sequenciais ou paralelamente) numa complexidade sem precedentes.
Cada célula do cérebro ativa um "programa" que aciona a
produção de neurotransmissores, que passam de uma célula para outra,
através de "microtubos", carregando ordens e tarefas. Testes bioquímicos e
eletrofisiológicos mostram que existem interações entre vários sistemas
dentro cérebro que se responsabilizam pelo comportamento dos neurônios
nos processos de aprendizagem e memória.
Os principais neurotransmissores são: glutamato, ácido gama-
aminobutírico (GABA), serotonima (5HT), acetilcolina (ACh), norepinefrina e
dopamina (DA), para citar alguns. O gaba e glutamato encontra-se em
quase todas as áreas do cérebro. Já a dopamina está restrita em algumas
áreas do cérebro.
“Quando um organismo é exposto a um novo padrão de sinais do
mundo exterior, a força dos contatos sinápticos (a facilidade da passagem
de sinais entre neurônios) e propriedades locais bioquímicas e elétricas
gradualmente mudam as constelações distribuídas de modo complexo. Isto
representa a aprendizagem, tal como entendemos hoje.” (GOLDBERG,
2002, p.51).
Muitos fatores no cérebro ainda não estão bem compreendidos
entre os neurocientistas, mas compreende-se que o cérebro possui uma
plasticidade incrível, isto é, sofre alterações a todo o momento.
Essas alterações se dão no momento em que o cérebro é
estimulado, ou melhor, quando está realizando aprendizagens. Com isso, a
anatomia cerebral se modifica, dizem os cientistas.
A memorização é facilitada quando há envolvimentos emocionais,
pois ativará o sistema límbico (estrutura cerebral que atua nos estados
emocionais) que fará com que haja a liberação de neurotransmissores,
fazendo com que os circuitos cerebrais fiquem mais rápidos, facilitando a
armazenagem de informações e o resgate das que estão guardadas.
24Quando o sistema límbico (emocional) fica excitado ou muito mais
estimulado em relação a um fato ou evento, isso induz uma maior produção
de catecolamina, um neurotransmissor excitador. O mesmo acontece com o
neurotransmissor noradrenalina que fortalecerá as memórias no cérebro. A
noradrenalina não só atua como um neurotransmissor como também faz
com que o organismo mande um suprimento maior de oxigênio e glicose
para o cérebro, ajudando a sedimentar as memórias.
Para facilitar a aprendizagem, os educadores devem trabalhar com
aspectos de relevante interesse emocional para os alunos, como por
exemplo, músicalidade, artes cênicas, artes visuais, dança, de maneira que
estes estejam contextualizados e integrados aos conteúdos propostos.
A Motivação nos indivíduos acontece de maneira subjetiva, ou
melhor, internamente. Por isso, cabe ao professor despertar o interesse e o
pensar sobre as aprendizagens de seus alunos. Agindo assim, haverá uma
maior liberação do neurotransmissor glutamato que através das sinapses
glutamérgicas acessarão uma rede inteira de neurônios, facilitando as
estruturas de memórias e garantindo aprendizagens.
O Aminoácido Glutamato é o principal neurotransmissor excitatório
do Sistema Nervoso Central de mamíferos e participa de funções
importantes como cognição, memória, aprendizagem e plasticidade
neuronal.
No fim da década de cinquenta, cientistas demonstraram pela
primeira vez que o ácido glutâmico tinha efeito sobre o cérebro de
mamíferos, foi somente no final dos anos setenta que o L- glutamato obteve
reconhecimento sobre sua principal função de neurotransmissor excitatório
do SNC. Ele está presente em muitas funções fisiológicas do cérebro, tais
como aprendizado e memória.
25
Dopamina e Motivação
A dopamina é também um neurotransmissor sintetizado por certas
células nervosas que atua em regiões do cérebro promovendo o prazer e a
motivação. Após a sintetização, a dopamina é armazenada dentro de
vesículas (espaços) sinápticas. Quando chega um impulso elétrico no
terminal nervoso, as vesículas se direcionam para a membrana do neurônio
e liberam a dopamina na fenda sináptica. A dopamina então ultrapassa essa
fenda e se liga aos seus receptores específicos na membrana do próximo
neurônio (neurônio pós-sináptico). Muitas reações acontecem quando a
dopamina ocupa receptores dopaminérgicos no neurônio. Alguns íons
entram e saem do neurônio e algumas enzimas são liberadas ou inibidas.
Após a dopamina ter se ligado ao receptor pós-sináptico ela é recaptada
novamente por sítios transportadores de dopamina, localizadas no primeiro
neurônio, os neurônios pré-sinápticos.
A atividade da dopamina no córtex préfrontal, que é a parte mais executiva
do cérebro, onde as tarefas são planejadas, os impulsos controlados e as
respostas formuladas. Uma diminuição da dopamina na área préfrontal
contribuirá para algumas disfunções cerebrais, como a esquizofrenia, por
exemplo.
No desejo descontrolado por chocolate, os neurônios da dopamina
irão disparar ao visualizar um pequeno pedaço de chocolate. O mesmo
acontece na fobia por cobra, esses mesmos neurônios podem disparar
intensamente quando em contato com o réptil. Entretanto, o prazer do
chocolate ou a ansiedade e fobia por cobra podem ser resultantes do
trabalho de outras moléculas sinalizadoras, como os opióides ou o
conhecido hormônio do estresse. A dopamina faz com que um objeto, um
fato, um evento ou uma emoção relevante para o indivíduo dificilmente
sejam ignoradas ou esquecidas.
Segundo reportagem publicada na revista eletrônica Mente &
Cérebro de 2010:
“Pelo menos é o que garantem neurocientistas do University College de
Londres, na Inglaterra: segundo eles, o neurotransmissor tem também a
26função de ajudar a prever o futuro. Mas não se trata de adivinhação. No
artigo publicado na revista Current Biology, os pesquisadores mostraram
como a dopamina é importante na avaliação de expectativas Uma pesquisa
onde os voluntários foram medicados com L-dopa, um precursor do
neurotransmissor que aumenta a concentração de dopamina no cérebro.
Logo em seguida, foram estimulados a pensar em 80 destinos turísticos,
que incluíam Grécia e Tailândia, por exemplo. Os resultados foram
comparados aos de outro grupo submetido ao mesmo procedimento; mas
os participantes haviam ingerido comprimidos que continham vitamina C,
sem efeito algum no cérebro. Um novo encontro foi marcado de volta ao
laboratório. Os coordenadores do estudo notaram que os resultados dos
participantes dos dois grupos foram bem diferentes. Aqueles que tinham
ingerido L-dopa tiveram uma percepção muito mais prazerosa dos destinos
escolhidos. Segundo os autores, a explicação é simples: pense no futuro
com mais dopamina no cérebro e ele parecerá muito mais divertido. Os
pesquisadores ressaltam, porém, que no momento em que foram
apresentados aos roteiros de férias, todos os voluntários tinham
praticamente o mesmo “nível de felicidade”, segundo questionários de
avaliação psicológica.
O que mudou foi a forma como o cérebro processou essas
informações, o que leva a crer que esse neurotransmissor maximiza as
expectativas de recompensa.
A maneira como a dopamina exerce sobre este efeito, ainda é
desconhecida. Estudos nessa área podem abrir novos caminhos para
compreensão de como avaliamos o prazer e a dor e fazemos escolhas com
base nessas estimativas. “É um caminho que pode ajudar a entender
melhor a neurobiologia do otimismo”. (REVISTA MENTE & CÉREBRO,
2010).
Memória
A memória é a capacidade que um organismo tem de alterar seu
comportamento por conta das experiências anteriores. Essa capacidade, do
27ponto de vista fisiológico, é o resultado de modificações no circuito neural
em função das interações que os indivíduos realizam com o meio ambiente.
Essa capacidade cerebral é muitas vezes exigida do discente no percurso
escolar, entretanto, pouco se sabe como utilizá-la na hora do processo de
aprendizagem formal, principalmente como usá-la da melhor maneira para
que as aprendizagens se fortaleçam.
O conhecimento é a uma representação mental da experiência
vivida e adquirida dos indivíduos, que normalmente ficarão registrados na
memória através das impressões emitidas pelo corpo e associadas ao
processo cognitivo ocorrido no cérebro. São imagens mentais ligadas às
sensações, às emoções e a eventos, que, quando revividos ou resgatados
pela memória serão ativados todos os aspectos relativos àquela experiência,
sejam elas positivas ou negativas.
Segundo Lent (2008), o termo memória se refere ao processo de
adquirir, formar, conservar e evocar informações.
A fase de aquisição é coloquialmente chamada de aprendizagem,
e a fase evocativa recebe o nome de expressão, recuperação ou lembrança.
“Literalmente somos aquilo que recordamos” (LENT, 2008).
Durante a aquisição (aprendizagem) ocorre uma seleção. Como
geralmente os eventos são múltiplos e complexos, os sistemas de memória
só permitem a aquisição de aspectos mais relevantes para a cognição.
Quase sempre os eventos com maior envolvimento emocional poderá ter
uma maior relevância para a memória, facilitando assim no resgate e
evocação dessas memórias.
Após a aquisição, essas memórias são armazenadas por algum tempo, às
vezes por muitos anos, às vezes não mais que alguns segundos. Esse é o
processo de retenção da memória, durante o qual os aspectos selecionados
de cada evento ficam de algum modo disponível para ser lembrado. Com o
passar do tempo, alguns desses aspectos ou até mesmo todos eles podem
desaparecer da memória, é o caso do esquecimento.
28As atividades de fixação dos trabalhos escolares é exemplo organização e
retenção de memórias dos alunos.
Os tipos e subtipos de Memórias são:
1.1 Memória Declarativa ou Explicita
É a memória de fatos, de eventos, de sequências de fatos, de pessoas, de
faces, de conceitos, de ideias, fixadas de maneira explícita e com acesso
consciente, ou seja, são as memórias que, em geral, os indivíduos sabem
que as possuem.
Esta é a memória sobre a qual existem mais estudos do ponto de vista
bioquímico e neuroanatômico, dizem os cientistas.
As memórias declarativas se formam em primeiro lugar em uma região do
lobo temporal e do hipocampo, que tem muitas fibras de conexão com o
córtex entorrinal, localizada logo abaixo do córtex.
1.2 Memória Semântica:
Contém informações de fatos e eventos que é independente do contexto em
que foi adquirida. Permite a codificação de informações e conhecimentos
abstratos sobre o mundo que nos rodeia, como por exemplo, que a língua
falada no Brasil é o português.
1.3 Memória Episódica:
Possui informações de fatos e eventos particulares de um contexto
determinado. Guarda informações associadas aos eventos de caráter
pessoal, ou melhor, da vida particular do indivíduo.
1.4 Memória Procedimental ou Implícita:
É a memória de procedimentos, de atos motores e de concatenações de
atos motores, como por exemplo, escrever, nadar, correr, etc. Essa memória
tem uma localização cortical em parte, pelo menos inicialmente, mas depois
envolve os gânglios basais e o cerebelo. Ela contém informações que não
são conscientes e foi adquirida de forma implícita. É a que muitos
denominam a memória dos hábitos, sendo evocadas de forma mais ou
menos automática.
29
1.5 A Memória de Trabalho/ Operacional
É a memória que, reservadas as diferenças, compara-se à memória RAM de
um computador. Pois cumpre a tarefa de manter a informação viva e
disponível enquanto está sendo percebida e ou processada.
Ela é uma memória sustentada pela atividade elétrica dos neurônios do
córtex préfrontal, interagindo com o córtex entorrinal, o hipocampo e
amígdala. Ela quase sempre não deixa traços, porque depende da atividade
neuronal o tempo todo, ou seja, sempre “on line”.
Segundo Iván Izquierdo, a Amígdala tem um papel importantíssimo no
momento imediato à aquisição da memória. Mesmo quando essa estrutura é
hiperestimulada ou quando está inibida, ocorre mais o menos a mesma coisa,
ou seja, cancela as memórias, impedindo-as de se formarem.
“Há vários mecanismos que se conhece. Um é uma hiper-secreção
periférica de uma quantidade de hormônios que regulam a memória em seu
momento inicial e o fazem através de mecanismos que envolvem a
amígdala. O hormônio adrenocorticotropina (ACTH), por sua própria conta,
ou através da liberação de corticóides, adrenalina e noradrenalina
periféricas, vasopressina, em parte, o fazem através de uma ação mediada
pela amígdala - no caso dos corticóides também por uma ação sobre o
hipocampo e atuam nos momentos iniciais, nos primeiros minutos de
formação da memória. Se eles não são liberados ou estão presentes em
quantidades muito pequenas, a memória não é gravada. Mas se são hiper-
secretados ou também injetados em grande quantidade, apagam a
memória, o animal não grava nada. Novamente, é aquilo que eu disse, que
um certo nível de alerta é necessário” (ENTREVISTA DE IVÁN IZQUIERDO
À REVISTA CÉREBRO & MENTE - 2004).
1.6 Memórias de Longa e Curta Duração
As memórias que persistem no tempo são denominadas de Longa Duração
ou de Curta Duração, declarativas ou procedimentais. As de curta duração
30podem duram de trinta a seis horas, já as de Longa Duração podem
perdurar muitas horas, dias ou anos.
As memórias de Longa Duração necessitam de uma sequência de eventos
moleculares que duram várias horas e que pode ser influenciadas por muitos
aspectos.
A memória de Curta Duração é a responsável por manter a informação
comportamentalmente disponível durante horas enquanto a de Longa
Duração ainda não se estabeleceu definitivamente.
No Processo de aprendizagem a memória de Longa Duração deve ser
estabelecida de forma que as informações sejam arquivadas
organizadamente para posterior evocação ou recuperação.
1.2.1 Modulação da Memória:
A memória pode ser modulada, fortalecida ou enfraquecida por algumas
circunstâncias que dão contorno aos eventos, acontecimentos ou fatos, são
eles: a emoção, o alerta, a atenção e os hormônios.
Emoção:
Roberto Lent, explica que o termo emoção pode ter vários conceitos
diferentes, entretanto, do ponto de vista biológico, a emoção pode ser
definida como um conjunto de reações químicas e neurais subjacentes à
organização de certas respostas comportamentais básicas e necessárias à
sobrevivência dos animais. As emoções têm uma função biológica, pois para
que os animais possam ter respostas comportamentais adequadas a certas
situações que garantam as chances de sobrevivência.
As pesquisas têm mostrado que a emoção pode interferir no processo de
retenção da informação, influenciando positiva ou negativamente no
aprendizado. E alguns teóricos afirmam que não há aprendizado
significativo sem envolvimento emocional. A estrutura cerebral responsável
pelas emoções é a amígdala, anteriormente citada, pois atua na modulação,
no desempenhando e tem um papel importante de associação das emoções
31com a memória. A amígdala recebe informações de natureza emocional e as
conecta com as informações mnemônicas em processos de consolidação.
É relevante para o processo de aprendizagem nas salas de aula que os
temas e conteúdos sejam organizados para que haja envolvimento emocional
dos alunos, pois dessa maneira as aprendizagens tornam-se mais
significativas e as memórias de longo prazo tornam-se plenamente
consolidadas.
Atenção:
A atenção é um fator fundamental para a aprendizagem. Pode-se considerar
que a atenção está relacionada com o processamento da informação
sensorial. O cérebro não consegue processar todas as informações
sensoriais que chegam do ambiente simultaneamente. A atividade cerebral
será modulada quando a atenção é dirigida para um estímulo específico:
visual, auditivo, tátil, etc.. Os dois hemisférios cerebrais são especializados
nos mecanismos atencionais por diferentes rotas. Uma é responsável pela
produção de respostas motoras e está localizado no lado esquerdo do
cérebro, enquanto que o sistema de alerta (provocativo), responsável pela
resposta física aos estímulos externos, encontra-se no lado direito do
cérebro. Geralmente a duração de um determinado foco de atenção é breve.
Função Atencional
A função Atencional está relacionada tanto à entrada da informação, como
na execução das tarefas complexas, onde o indivíduo adquire informação
sobre si mesmo, sobre o meio ambiente e o comportamento que realizará.
Bases Neurais da Atenção
O córtex frontal e o temporal são as estruturas corticais envolvidas na
atenção. É uma rede atencional composta de áreas frontais onde irão
mobilizar seletivamente o córtex parietal (atenção viso-espacial) e o córtex
temporal (atenção linguística).
32
CAPÍTULO III
1.1Conhecendo o Cérebro
Os avanços tecnológicos das últimas décadas possibilitaram que os exames de
neuroimagem refinassem seus estudos sobre como o cérebro dos seres vivos
se comportam em diferentes situações lesionais ou comportamentais.
As contribuições a partir dos avanços da área de neurociências e através de
observações da atividade cerebral, bem como do emprego de técnicas
avançadas de neuroimagem foi possível compreender como os circuitos
cerebrais se comportam mediante as múltiplas operações da cognição
humana. Achados importantes sobre a identificação anatômica de algumas
desordens mentais, aspectos bioquímicos e moleculares, além da descoberta
do substrato neural das doenças mentais, especialmente da esquizofrenia.
As abrangências desses exames possibilitaram visualizar a estrutura e o
funcionamento cerebral, bem como o fluxo sanguíneo, metabolismo,
composição química e densidade de receptores cerebrais em seres vivos,
identificando os déficits funcionais em vias neurais definidas ou desequilíbrios
em suas múltiplas interações. Possíveis explicações dos sintomas positivos e
negativos de transtornos, além de fornecerem elementos para a confirmação
da base biológica dos distúrbios.
Os métodos da neuroimagem funcional, por exemplo, permitem
visualizações em tempo real das mudanças do metabolismo cerebral, do
fluxo sanguíneo, da atividade elétrica cerebral durante tarefas de natureza
cognitiva e comportamental envolvidas no processo de aprendizado, da
leitura e escrita. Com esse entendimento talvez seja possível criar novas
metodologias de ensino-aprendizagem, ou mesmo ferramentas
diferenciadas, garantidas pelas interfaces promissoras entre Educação e
Ciências na tentativa de compreender cada vez mais como o ser humano
aprende.
33As variadas técnicas são classificadas , segundo a natureza das
informações nas quais se destacam a eletroencefalografia (EEG), os
exames estruturais ou anatômicos como a tomografia computadorizada
(TC) e a ressonância magnética (MRI), e os exames funcionais, como a
tomografia por emissão de pósitrons (PET), a tomografia computadorizada
por emissão de fóton único (SPECT) e a ressonância magnética funcional
(fMRI).
Foi desenvolvido em 1924 o primeiro exame de
eletroencefalografia pelo cientista alemão Hans Berger onde demonstrava a
atividade elétrica provocada por disparos dos neurônios, registrando as
diferenças das ondas cerebrais que refletiam a velocidade do disparo de
neurônios em diferentes estados da mente.
A Simulação Magnética Transcraniana (TMS) e a Estretroscopia
Infravermelha Próxima (NIRS) permitiram estudos para a compreensão do
funcionamento do cérebro e a natureza da mente humana.
Recentemente foi desenvolvida uma técnica, não invasiva,
denominada Magnetoencefalografia (MEG) que realiza a medição, em redor
da cabeça, dos pequenos campos magnéticos induzidos pelas correntes
elétricas cerebrais. Deste modo, ambas as técnicas de EEG e MEG
possuem resoluções temporais muito adequadas ao estudo da transmissão
de sinais no sistema nervoso.
A MEG tem sido largamente aplicada tanto ao estudo da atividade
cerebral espontânea como ao estudo da atividade cerebral evocada por
estímulos sensoriais. Tem sido usada também na identificação das áreas
cerebrais responsáveis pelo processamento da linguagem, dada a sua
elevada resolução temporal e espacial.
1.2 Aprendizagem e Plasticidade Cerebral
Os avanços tecnológicos das últimas décadas possibilitaram a
sociedade de um modo geral se apropriar de algumas descobertas
34científicas que poderão futuramente auxiliar na melhoria da qualidade de
vida das pessoas.
No âmbito educacional, isso também é bastante promissor porque
os educadores terão acesso aos conhecimentos recentes sobre o cérebro
humano e suas potencialidades, inclusive o entendimento sobre o Sistema
Nervoso e como ele se comporta durante as aprendizagens ao longo da
vida. Para a Educação isso talvez possibilite melhorias no trabalho
pedagógico com os discentes, a partir dos avanços Neurocientíficos sobre
Cognição, Aprendizagem e Comportamento.
A Educação está intimamente ligada à transmissão cultural de um
povo, pois permitirá a transmissão e a garantia dos conhecimentos
necessários à sobrevivência de todos, sendo assim, os comportamentos
éticos, práticos e sociais, são consideradas habilidades básicas para o
controle do ambiente.
Considera-se a Aprendizagem Humana um processo
extremamente complexo, singular e característico da evolução humana.
De acordo com o relatório da Royal Society de Londres, da
University de College London, o aprender permite:
“Aprender nos permite transcender os limites físicos da evolução biológica.”
E é no cérebro que isso acontece, e por isso mesmo é considerado o órgão
mais importante do corpo humano. Entretanto, mais do que desenvolver
habilidades e competências, o cérebro tem um papel primordial ao longo
das experiências, sejam elas, internas ou externas.
“O Sistema nervoso é dotado de Plasticidade. Há muito tempo,
acreditava-se que os indivíduos nasciam com o SN praticamente formado,
porém a completa mielinização, por volta do segundo ano de vida, o
cérebro permanecia praticamente imutável, ou seja, com o mesmo peso,
mesma estrutura, número de neurônios, de sinapses e fibras. No entanto,
somente na década de 60, pesquisadores da Universidade de Berkeley
(Estados Unidos) constataram que o Sistema Nervoso se modifica quando
fica exposto a um ambiente rico e estimulador”.
35Portanto, a cada nova experiência vivida pelo indivíduo, novas
redes de neurônios são rearranjadas, sinapses são reforçadas e múltiplas
possibilidades de respostas ao ambiente tornam-se possíveis.
Segundo Vygotsky, a criança já nasce inserida num ambiente social,
que é a família. Nela se estabelecem as primeiras relações de linguagem e
interação com o outro. Nas interações cotidianas, a mediação torna-se
necessária para que a relação se fortaleça e o indivíduo possa se
desenvolver plenamente.
Essa teoria apoia-se na concepção de um sujeito interativo que elabora seus
conhecimentos sobre os objetos, em um processo mediado a partir do outro.
A gênese do conhecimento ou aprendizagem está nas relações sociais,
sendo produzido na intersubjetividade e marcado por condições culturais,
sociais e históricas.
Para VYGOTSKY (1989), a aprendizagem tem um papel fundamental
para o desenvolvimento do saber e do conhecimento. Todo e qualquer
processo de aprendizagem é ensino-aprendizagem, incluindo aquele que
aprende aquele que ensina e a relação entre eles. Esta conexão entre
desenvolvimento e aprendizagem através da zona de desenvolvimento
proximal (a distância entre os níveis de desenvolvimento potencial e nível de
desenvolvimento real), um “espaço dinâmico” entre os problemas que uma
criança pode resolver sozinha (o nível de desenvolvimento real) e os que
deverá resolver com a ajuda de outro sujeito mais capaz para em seguida,
chegar a dominá-los por si mesma (nível de desenvolvimento potencial).
A zona de desenvolvimento proximal possibilita a interação entre
sujeitos, contornada pela linguagem humana que força o desempenho
intelectual porque faz com que os sujeitos reconheçam e coordenem os
conflitos que são gerados por uma situação problema, construindo um
conhecimento novo a partir de seu nível de competência que se desenvolve
sob a influência de um determinado contexto sócio-histórico-cultural.
A Plasticidade Cerebral é a denominação das capacidades
adaptativas do Sistema Nervoso Central. Essa habilidade propicia ao
indivíduo modificações na organização estrutural e funcional desse sistema.
36Com essa propriedade, o Sistema Nervoso desenvolve alterações
estruturais em resposta à experiência e como adaptação às condições
diversas e aos estímulos.
A cada nova experiência vivida pelo indivíduo, novas redes de
neurais serão rearranjados, as sinapses serão reforçadas com inúmeras
possibilidades de respostas ao ambiente.
Segundo pesquisadores de Harvard, foi demonstrado que ocorriam
mudanças de características do encéfalo a partir de privações sensoriais em
animais de laboratório. Os animais foram mantidos com um dos olhos
vendados por alguns meses. Eles conseguiram mudar o mapa mental pela
experiência vivida na privação, isso é o que explica a pesquisadora Elenice
Aparecida Moraes Ferrari do Departamento de Fisiologia e Biofísica de
Instituto de Biologia (IB) da Unicamp.
1.3 Relações Aluno e Professor:
O começo de tudo
Segundo FREIRE (1996: 96), “o bom professor é o que consegue,
enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu
pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar.
Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e
vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas
incertezas”.
O grande desafio da escola é possibilitar que o aluno desenvolva todas as
suas potencialidades em seus múltiplos aspectos: biológico, psicológico,
emocional e social. Levando em conta que, para atender todas as demandas e
características individuais no âmbito educacional, deve o professor ter um bom
conhecimento sobre os alunos e a história de vida de cada um. Possuir
conhecimento básico sobre a neurobiologia da aprendizagem humana e as
implicações no desenvolvimento dos alunos ao longo da vida.
37“uma das tarefas mais alegras de um educador é
provocar, nos alunos, a experiência do espanto. Um aluno
espantado é um aluno pensante...” (RUBEM ALVES).
As relações humanas são complexas em qualquer âmbito da vida em
sociedade, e, principalmente na escola. Isso exigirá do educador uma
responsabilidade a mais, todos os dias, por conta das relações vivenciadas
na sala de aula.
A sala de aula é um ambiente de inúmeras trocas, diferenciadas intervenções
e mediações, construções de vínculos afetivos (positivos ou negativos),
emoções à “flor da pele” e cenas conflituosas a qualquer momento. Esse é o
lugar onde as aprendizagens formais se configuram. Um espaço de infinitas
possibilidades, mas também de relações vulneráveis. Essa responsabilidade
recairá sobre o professor, quer acredite ou não. Compete a ele ser o agente
mobilizador e fortalecedor dessas relações.
O trabalho pedagógico baseado nas últimas descobertas científicas sobre
cognição e comportamento possibilitará estratégias de ensino que visem o
acolhimento, o respeito, a criatividade, a afetividade e o incentivo a pensar
sobre o aprendizado, sejam elas na sala de aula ou não, e o que isso
representará para as novas conexões que o cérebro realizará ao longo da
vida.
“Aprender na dimensão da homenização é poder sentir, pensar, exercer o
afeto, a emoção, agindo com o cérebro emocional da razão, nas escolhas e
decisões para a vida”, verdadeiramente é sentir e pensar com o cérebro,
aprendendo com o coração, usando a centelha da afetividade, como fonte
geradora inesgotável de energia e sinergia na dimensão da complexidade
da Ecologia humana que é singular, múltipla e vital para estar feliz, em toda
plenitude da vida planetária” (RELVAS, 2009).
38
CONCLUSÃO
Conhecer as bases neurobiológicas que regulam os processos da
aprendizagem humana é de suma importância para os profissionais da
Educação que atuam diretamente nas salas de aula das escolas de Ensino
Fundamental.
Possuir os conhecimentos a respeito da biologia humana é principalmente
conhecer a gênese dessa clientela que está sob os cuidados de cada
professor. É saber lidar com o que há de mais humano em cada um em sala
de aula, principalmente porque as pesquisas científicas comprovam que cada
indivíduo aprende de uma forma diferenciada e possui características
neurológicas muito próprias de funcionalidade e desempenho. Essas
características dependem das influências de muitos outros fatores, sendo que
os de caráter biológico, psicológicos, emocionais e socioculturais são os que
mais poderão influenciar nos processos de aprender.
Cabe a Educação se apropriar de conhecimentos sobre a neurobiologia da
aprendizagem humana para que as práticas pedagógicas possam ser
modificadas, implementadas e diversificadas no sentido de se alcançar
melhores resultados nas escolas, principalmente porque a Educação tem
urgência em intervir com qualidade nos processos de aprendizagens de cada
aluno. Para tanto, os educadores terão a responsabilidade de respeitar a
diversidade da clientela escolar, apropriando-se de estudos e
aprofundamentos sobre o sistema nervoso, funcionamento do cérebro,
conexões neurais, sinapses e plasticidade cerebral, para citar alguns temas
importantes das áreas de estudo da Neurociência, na busca de melhores
metodologias e estratégias que garantam que os aprendentes aumentem
suas conexões neurais a partir de sinapses fortalecidas para que todos
alcancem aprendizagens de qualidade ao longo do percurso escolar.
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Alves, Rubens. Na companhia de Rubem Alves: Livro de anotações para
mulheres, Rubem Alves – Campinas, SP: Verus, 2010.
BARTOSZECK, A. B; BARTOSZECK, F.K. Percepção do professor sobre
neurociência aplicada à educação. EDUCERE. Revista de Educação,
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COSENZA, R; GUERRA, L.B.; Neurociência e educação: como o cérebro
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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática
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Compreendendo o cérebro: rumo a uma nova ciência do aprendizado. São
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40SMOLKA, A. L., GÓES, M. C. R. (orgs). A linguagem e o outro no espaço
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VYGOTSKY, LEV S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes,
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__________________. A formação social da mente: o desenvolvimento dos
processos psicológicos superiores. 3ª. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
168p. (Coleção Psicologia e Pedagogia. Nova Série).
WEBGRAFIA
REVISTA ELETRONICA CÉREBRO & MENTE.
Disponível em http://www.cerebromente.org.br/home.htm
ROYAL SOCIETY.
Disponível em http://royalsociety.org/
ESPAÇO ACADÊMICO - A Revista Espaço Acadêmico (REA) É uma
iniciativa do grupo de docentes da Universidade Estadual de Maringá (UEM)
Disponível em http://www.espacoacademico.com.br/052/52pc_silva.htm
41
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
METODOLOGIA 5
RESUMO 6
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I 11
1-AS BASES BIOLÓGICAS DA APRENDIZAGEM
CAPÍTULO ll 22
1-NEUROTRANSMISSORES, APRENDIZAGEM E MEMÓRIA.
CAPÍTULO III 32
1.1CONHECENDO O CÉREBRO
1.2 APRENDIZAGEM E PLASTICIDADE CEREBRAL
1.3 RELAÇÕES ALUNO E PROFESSOR: O COMEÇO DE TUDO
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
ÍNDICE 41
42
FOLHA DE AVALIAÇÃO