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Alex Jones Flores CassenoteGraduado em Biomedicina pelas Faculdades Integradas de Fernandópolis da Fundação Educacional de Fernandópolis (FEF). Mestre e doutorando em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Do-enças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Epidemiologista responsável por diversos projetos de pesquisa na FMUSP e na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Epidemiologista do Centro de Dados e Pesquisas do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Colaborador do Laboratório de Epidemiologia e Estatís-tica (LEE) do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.

Maríl ia LouvisonGraduada em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Especialista em Medici-na Preventiva e Social pela UNIFESP. Mestre e doutora em Epidemiologia pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Médica da SES/SP - Coordenadora Estadual da Área Técnica de Saúde da Pessoa Idosa 2008.

Aline Gi l Alves Gui l louxGraduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre e doutoranda em Ciências pelo Programa de Epidemiologia Experimental e colaboradora de projetos do Laboratório de Epidemiologia e Bioestatística da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP).

Augusto César Ferreira de MoraesGraduado em Educação Física pelo Centro Universitário de Maringá (CESUMAR). Especialista em Fi-siologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Ciências pelo Programa de Pediatria e doutorando em Ciências pelo Programa de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Uni-versidade de São Paulo (FMUSP).

Nathalia Carvalho de AndradaGraduada em Medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Especialista em Cardiologia Clínica pela Real e Benemérita Sociedade de Beneficência Portuguesa de São Paulo. Título de espe-cialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Thaís MinettGraduada em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Especialista em Clínica Médica e em Neurologia e doutora em Neurologia/Neurociências pela UNIFESP, onde é professora adjunta ao Departamento de Medicina Preventiva.

Valéria Troncoso BaltarGraduada em Estatística pelo Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Uni-versidade de Campinas (UNICAMP). Especialista em Demografia pelo Centro Latino-Americano e Caribenho de Demografia (CELADE). Mestre em Ciências pelo Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP). Doutora e pós-doutora em Epidemiologia pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Professora adjunta do Departamento de Epidemiologia e Bioestatística do Instituto de Saúde da Comunidade da Universidade Federal Flumi-nense (UFF).

Atualização 2015

Alex Jones Flores Cassenote

AUTORIA E COLABORAÇÃO

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O estudante de Medicina, pela área escolhida considerado um apai-

xonado por desafi os, depois de anos submeti do a aulas teóricas e plantões

em diversos blocos deve enfrentar uma maratona ainda maior: a escolha

de uma especialização, seguida da conquista do ingresso em um centro e

programa de Residência Médica de renome. Mas isso só é possível com o

auxílio de um material didáti co práti co, bem estruturado e preparado por

quem é especialista no assunto, e a Coleção SIC Principais Temas para Provas

de Residência Médica 2015, da qual fazem parte os 31 volumes da Coleção

SIC Extensivo, foi desenvolvida nesse contexto. Os capítulos baseiam-se nos

temas exigidos nas provas dos principais concursos do Brasil, ao passo que

os casos clínicos e as questões são comentados a fi m de oferecer a interpre-

tação mais segura possível de cada resposta.

Bons estudos!

Direção MedcelA medicina evoluiu, sua preparação para residência médica também.

APRESENTAÇÃO

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Capítulo 1 - Epidemiologia: conceitos básicos e definições .................................................................................. 19

1. História ........................................................................... 19

2. Defi nições, conceitos básicos e usos ............................. 20

3. Relação entre Medicina Preventi va e Epidemiologia .... 22

4. Relação entre Clínica Médica e Epidemiologia ............. 23

5. Do raciocínio ao método epidemiológico ..................... 24

6. O método na práti ca da Epidemiologia ......................... 25

7. As bases do conhecimento em Epidemiologia .............. 27

8. Conquistas e perspecti vas da Epidemiologia ................ 27

9. Apresentação do material ............................................. 28

10. Resumo ........................................................................ 28

Capítulo 2 - Saúde e doença ................................................. 31

1. Conceituações acerca de saúde e de doença ............... 31

2. Os modelos explicati vos do processo saúde–doença ... 32

3. Outros modelos explicati vos do processo saúde–doença ............................................................... 39

4. Resumo .......................................................................... 40

Capítulo 3 - Medidas de frequência de doença I: morbidade ................................................................................ 43

1. Introdução ...................................................................... 43

2. Incidência ....................................................................... 43

3. Prevalência ..................................................................... 46

4. Relação entre prevalência e incidência ......................... 47

5. Resumo .......................................................................... 48

Capítulo 4 - Medidas de frequência II:mortalidade e outros indicadores .................................... 49

1. Introdução ...................................................................... 49

2. Construção de indicadores ............................................ 50

3. Principais indicadores de saúde uti lizados pela OMS ... 52

4. Resumo .......................................................................... 62

Capítulo 5 - Dinâmica de transmissão e distribuição temporal das doenças.......................................................... 65

1. Dinâmica de transmissão ............................................... 65

2. Distribuição temporal .................................................... 68

3. Tendência histórica ou secular ...................................... 69

4. Variações cíclicas ............................................................ 70

5. Variações sazonais ......................................................... 71

6. Variações irregulares e comportamentos epidemiológicos na ocorrência de doenças ................. 71

7. Resumo .......................................................................... 77

Capítulo 6 - Vigilância em saúde com ênfase em vigilância epidemiológica ..................................................... 79

1. Vigilância em saúde ....................................................... 79

2. Vigilância epidemiológica .............................................. 82

3. Doenças de noti fi cação compulsória ............................. 86

4. Vigilância epidemiológica de agravos não transmissíveis ................................................................ 91

5. Resumo .......................................................................... 92

Capítulo 7 - Transição epidemiológica e demográfica 95

1. Introdução ...................................................................... 95

2. Transição demográfi ca ................................................... 95

3. Transição epidemiológica .............................................. 99

4. Resumo ........................................................................ 101

Casos clínicos ........................................................................ 103

QUESTÕES

Cap. 1 - Epidemiologia: conceitos básicos e defi nições .. 123

Cap. 2 - Saúde e doença .................................................. 126

Cap. 3 - Medidas de frequência de doença I: morbidade .. 133

Cap. 4 - Medidas de frequência II: mortalidade e outros indicadores ......................................................... 141

Cap. 5 - Dinâmica de transmissão e distribuição temporal das doenças ........................................ 158

Cap. 6 - Vigilância em saúde com ênfase em vigilância epidemiológica ................................................... 165

Cap. 7 - Transição epidemiológica e demográfi ca ........... 181

Veja os depoimentosdos aprovados Medcel

“Fiz o curso Medcel após recomendações de colegas e fiquei muito satisfeito. Ótimas aulas e material excelente, dando ênfase para os livros da Coleção SIC Intensivo – Resumão e Provas na Íntegra, que foram fundamentais para minha preparação para as provas. Já indiquei para diversos amigos, tanto pela facilidade de acesso com as aulas via internet, quanto pelo preço justo e qualidade dos professores.”

Bernardo Santos de Souza | R1 de Cir Vascular UFRJ 2014

“As aulas são ótimas, dadas por especialistas na área, com uma didática impres- sionante e ensinando Medicina, não apenas macetes para passar em prova. O material é organizadíssimo, completo, direto, fácil de manusear e de ler. As questões são pertinentes, recentes e bem escolhidas; os cursos extras realmente ensinam o que se propõem e dão uma visão incrível do assunto.”Carla Celestrino | 3º lugar Obstetrícia e Ginecologia da UNICAMP

“Participei do TPP Medcel que, além dos conhecimentos necessários, forneceu estratégias que me deixaram segura diante de uma prova prática. Foi de fundamental importância para minha aprovação ter me matriculado e praticado os ensinamentos do Medcel.”Alina de Almeida Bastos | 3º lugar | Radiologia UNESP

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Barbara Marina Simionato | 1º lugar | Pediatria Hospital São Lucas da PUCRS | 2º lugar | Pediatria Hospital de Clínicas Porto Alegre

Liliane de Oliveira Dutra Neurologia | HC-UFMG | HMOB | AREMG Pediatria | PMGV

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Confira outros depoimentos em nosso site: www.medcel.com.br

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depoimentos.pdf 1 28/11/14 19:04

ÍNDICE

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COMENTÁRIOS

Cap. 1 - Epidemiologia: conceitos básicos e definições .. 189

Cap. 2 - Saúde e doença .................................................. 192

Cap. 3 - Medidas de frequência de doença I: morbidade .. 198

Cap. 4 - Medidas de frequência II: mortalidade e outros indicadores ......................................................... 204

Cap. 5 - Dinâmica de transmissão e distribuição temporal das doenças ........................................ 219

Cap. 6 - Vigilância em saúde com ênfase em vigilância epidemiológica ................................................... 225

Cap. 7 - Transição epidemiológica e demográfica ........... 241

Referências bibliográficas ............................................... 247

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CAPÍTULO 1EPIDEMIOLOGIA

19

Epidemiologia: conceitos básicos e definiçõesMarília Louvison / Thaís Minett / Alex Jones F. Cassenote

1. HistóriaA Epidemiologia agrega variadas linhas de co-

nhecimento, que serão discuti das a seguir e que emergiram fortemente a parti r do século XVII. Na-omar de Almeida Filho, epidemiologista brasileiro de destaque internacional, explica que o século em questão foi inovador nos senti dos políti co e social, e a necessidade de calcular a população passa a ser fundamental para o Estado (por ques-tões políti cas e questões militares). Nesse con-texto, surgem a “aritméti ca políti ca” de William Pett y (1623-1697) e a “estatí sti ca médica” de John Graunt (1620-1674 – ALMEIDA FILHO, 1986).

No século XVII, John Graunt foi o primeiro a quanti fi car os padrões de natalidade e mortali-dade e a ocorrência de doenças, identi fi cando al-gumas característi cas importantes nesses even-tos, entre elas: existência de diferenças entre os sexos e na distribuição urbano-rural; elevada mortalidade infanti l; variações sazonais. Tam-bém são atribuídas a ele as primeiras esti mati vas de população e a elaboração de uma tábua de mortalidade.

A ideia de que os fatores ambientais pode-riam infl uenciar a ocorrência de doenças está ex-pressa desde Hipócrates (há mais de 2.000 anos), contudo somente no século XIX a distribuição das doenças em grupos populacionais específi -cos passou a ser avaliada. O trabalho que marcou não somente o início formal da Epidemiologia, como também uma das mais espetaculares con-quistas, foi a descoberta, por John Snow, de que o risco de contrair cólera estava relacionado ao consumo de água de uma fonte específi ca (BEA-GLEHOLE; BONITA; KJELLSTRÖM, 2010).

Snow marcou a moradia de cada pessoa que morreu de cólera em Londres entre 1848 e 1849 e

1853 e 1854, verifi cando importante associação entre a distância de uma das fontes de água e a ocorrência de óbitos (Figura 1). Foi com base nes-sa investi gação que o médico construiu uma teoria sobre a transmissão das doenças infecciosas em geral e sugeriu que a cólera era disseminada por meio da água contaminada, mesmo antes da descoberta do agente eti ológico responsável pela doença (Vibrio cholerae) e mostrando que, desde 1850, os estudos epidemiológicos têm indicado as medidas apro-priadas de saúde pública a serem adotadas.

Figura 1 - (A) Mapa de John Snow, que demarca as residências com óbitos por cólera em Londres, no ano de 1854; os pontos vermelhos indicam bombas d’água, os pretos, residências com morte por cólera, e o círculo tracejado, re-gião em torno de bomba com maior mortalidade; (B) fi gura da bomba d’água e (C) memorialFonte: adaptadas de htt p://johnsnow.matrix.msu.edu/images/online_com-panion/chapter_images/fi g12-5.jpg e htt p://www.streetsensati on.co.uk/snaps/john_snow_cholera_water_pump.htm.

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20

Em meados do século XIX, William Farr (1807-1883) iniciou a coleta e a análise sistemáti ca das estatí sti cas de mortalidade na Inglaterra e no País de Gales, criando o re-gistro anual de mortalidade desses locais, fato que, além de marcar a insti tucionalização da Estatí sti ca Médica, eleva o patamar de Farr a “pai” das estatí sti cas vitais e da vigilância.

A insufi ciência da explicação unicausal, herança da era bacteriológica, originou as concepções multi causais domi-nantes no século XX, que se estendem também às molésti as não infecciosas. Um exemplo é o trabalho coordenado por Joseph Goldberger, pesquisador do Serviço de Saúde Públi-ca norte-americano. Em 1915, ele estabeleceu a eti ologia carencial da pelagra por meio do raciocínio epidemiológico e, em contraparti da, expandiu as fronteiras da Epidemiolo-gia para além das doenças infectocontagiosas.

Vale lembrar que, até meados do século XX, a Epidemio-logia e a Medicina esti veram impulsionadas pelo crescente aperfeiçoamento dos métodos diagnósti cos, terapêuti cos e estatí sti cos que proporcionaram a compreensão dos modos de transmissão e possibilitaram intervenções que contribu-íram para o controle de grande parte das doenças transmis-síveis, ao menos nos países desenvolvidos.

A parti r da 2ª Guerra Mundial, estabeleceram-se re-gras básicas da análise epidemiológica, o aperfeiçoamento dos desenhos de pesquisa e a delimitação do conceito de risco em associação ao desenvolvimento das técnicas de diagnósti co, à evolução da estatí sti ca e à introdução dos computadores. A Epidemiologia sedimenta-se como disci-plina autônoma na década de 1960.

A aplicação da Epidemiologia passa a cobrir um largo es-pectro de agravos à saúde. Estudos como os de Doll e Hill, que estabeleceram associação entre o tabagismo e o câncer de pulmão, e os famosos estudos de doenças cardiovascula-res desenvolvidos na população da cidade de Framingham (Estados Unidos) são exemplos da aplicação do método epi-demiológico em doenças crônicas.

O movimento a favor da prevenção incorporou à Me-dicina, além do diagnósti co e do tratamento das doenças, as áreas de promoção à saúde, prevenção de doenças e re-abilitação. Nas escolas médicas, a insti tucionalização des-ses conteúdos se deu com a criação dos departamentos de Medicina Preventi va sob a forma de disciplinas, entre elas a Epidemiologia. Entretanto, segundo Torres e Czeresnia (2003), tal especialidade permanece em posição marginal na estrutura curricular da escola médica em relação às ou-tras, apesar da presença constante de conceitos epidemio-lógicos na Medicina e no senso comum, tanto para a expli-cação da ocorrência das doenças como para a justi fi cati va das intervenções.

2. Definições, conceitos básicos e usosÉ necessário discuti r alguns aspectos básicos antes de

dar o seguimento aprofundado da disciplina; assim, quando o conteúdo abordar os temas mais profundos, o estudante

terá maior facilidade para compreendê-los e aplicá-los em sua desafi adora jornada.

Beaglehole, Bonita e Kjellström (2010) explicam que a palavra “epidemiologia” deriva dos vocábulos gregos: (1) prefi xo epi; (2) radical demós e (3) sufi xo logos. Seus signifi -cados podem ser identi fi cados a seguir (Tabela 1).

Tabela 1 - Eti mologia

epi demós logosEm cima de, sobre População Discurso, estudo

Essa defi nição já permite compreender a Epidemiolo-gia como “o estudo de coisas que afetam a população”. Po-rém, a característi ca dinâmica dessa ciência fez que muitas defi nições para tal ramo da Medicina surgissem ao longo do tempo, todas na tentati va de expressar, com maior pre-cisão, a sua nova e complexa realidade (Tabela 2). Nesse senti do, o epidemiologista Evans compilou 23 defi nições, contando quantas vezes algumas palavras-chave apare-ciam, e verifi cou que, ao longo dos inúmeros conceitos, “doença” apareceu 21 vezes; “população”, “comunidade” ou “grupo”, 17 vezes; “distribuição”, 9 vezes; e “eti ologia”/“determinantes”/“causas”/“ecologia”, 8 vezes.

Tabela 2 - Defi nições da Epidemiologia ao longo do tempo

1951Bland e Jones: “estudo da distribuição e dos determi-nantes da frequência de doenças no homem”.

1970

Gordon e Kannel: “uma maneira de aprender a fazer per-guntas e a colher respostas que levam a novas perguntas, empregada no estudo de saúde e doença das populações. É a ciência básica da Medicina Preventi va e Comunitária, aplicada a uma variedade de problemas, tanto de serviços de saúde como de saúde”.

1973

Associação Internacional de Epidemiologia: “o estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribui-ção das doenças nas coleti vidades humanas”.

Donabedian: “campo da ciência médica preocupado com o inter-relacionamento de vários fatores e condi-ções que determinam a frequência e a distribuição de um processo infeccioso, uma doença ou um estado fi sio-lógico em uma comunidade humana”.

1976

Leavell e Clark: “um campo da ciência que trata dos vá-rios fatores e condições que determinam a ocorrência e a distribuição de saúde, doença, defeito, incapacidade e morte entre os grupos de indivíduos”.

1988

Last: “ocupa-se das circunstâncias em que as doenças ocorrem e nas quais elas tendem ou não a florescer. Essas circunstâncias podem ser microbiológicas ou toxicológicas e estar baseadas em fatores genéticos, sociais ou ambientais. Mesmo os fatores religiosos ou políticos devem ser considerados, desde que se note que têm alguma influência sobre a prevalência da doença. É uma técnica para explorar a ecologia da doença humana”.

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CAPÍTULO 2EPIDEMIOLOGIA

31

Saúde e doença Marília Louvison / Thaís Minett / Alex Jones F. Cassenote

1. Conceituações acerca de saúde e de doençaUm dos primeiros assuntos discuti dos na disciplina re-

fere-se ao processo saúde–doença. É importante que esse assunto seja levado em consideração logo no início, pois a aplicação da disciplina será sempre acerca da contagem de casos de doença em grupos ou populações e de possíveis fatores associados a esses casos. Sem saber defi nir doença, não se poderia conhecer indivíduos doentes nem disti ngui--los daqueles ditos saudáveis.

O conceito de saúde refl ete a conjuntura social, econô-mica, políti ca e cultural. Ou seja, saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas. Dependerá da época, do lugar e da classe social. Dependerá de valores indivi-duais, de concepções cientí fi cas, religiosas e fi losófi cas. O mesmo, aliás, pode ser dito das doenças. Aquilo que é con-siderado doença varia muito (SCLIAR, 2007).

Inicialmente, para se ter correta apropriação dos con-ceitos de saúde e doença, faz-se necessária uma compreen-são eti mológica dos 2 vocábulos. Doença provém do lati m dolenti a, derivado de dolor e dolore, que quer dizer dor e doer. Já saúde, também do lati m, vem de saluti s, derivado do radical salus, com signifi cação de salvar, livrar do peri-go, afastar riscos e/ou saudar, cumprimentar, desejar saúde (REINER, 2008).

A - Os conceitos de saúde

No senso comum, muitas vezes a saúde é defi nida como ausência de doença, e doença, inversamente, como falta ou perturbação da saúde. Na práti ca clínica, as pessoas são examinadas e rotuladas como doentes ou saudáveis em

função de julgamentos baseados em resultados de exames clínicos e/ou laboratoriais, que informam a ausência ou a presença de anormalidades (PEREIRA, 2002).

Além de estar impresso na comunidade e mesmo na clí-nica, esse conceito extremamente simplista fez parte da cha-mada teoria negati va do processo saúde–doença, que data da década de 1970 e foi escrita por Christopher Boorse (BOORSE, 1975, 1976, 1977, 1986). O autor referia que doença seria, por conseguinte, o termo de referência pelo qual a saúde poderia ser negati vamente defi nida. Almeida Filho e Jucá (2002) explicam que, no Brasil, o nome de Boorse é prati camente desconhecido e não há referências à sua con-tribuição em quaisquer dos textos analíti cos fundamentais da área da saúde coleti va no país.

A conceituação de saúde proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948 refere-se a esta não apenas como a ausência de doença, mas como o completo bem-estar fí sico, mental e social. Embora seja anti ga, uma vez que data da origem da própria OMS, essa defi nição conti nua a ser uti lizada pelo órgão na atualidade (OMS, 2011). Contudo, Segre e Ferraz (1997) avaliam que essa defi nição, até avançada para a época em que foi realiza-da, é, no momento, qualifi cada como irreal, ultrapassada e unilateral, uma vez que ati ngir o “completo” refere uma utopia. A defi nição da OMS pode ser tratada mais como um símbolo ideal, um compromisso ou um horizonte a ser buscado.

No fi nal do século XX e no início do século XXI, o concei-to de saúde estava intrinsecamente relacionado ao modelo biomédico, em que doença era tratada como “desajuste ou falha nos mecanismos de adaptação do organismo ou uma ausência de reação aos estí mulos a cuja ação está exposta (...); processo (que) conduz a uma perturbação da estrutura

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ou da função de um órgão, de um sistema ou de todo o organismo ou de suas funções vitais” (JÉNICEK; CLÉROUX, 1985).

O chamado conceito ampliado e positivo de saúde foi defendido e registrado na 8ª Conferência Nacional de Saúde, denominada como Conferência Pré-Constituinte, realizada de 17 a 21 de março de 1986. Saúde é a resul-tante das condições de alimentação, habitação, educa-ção, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, empre-go, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida (BRASIL, 1987).

Essa defi nição procura resgatar a importância das di-mensões econômica, social e políti ca na produção da saúde e da doença nas coleti vidades. Contrapõe-se à concepção biomédica, baseada na primazia do conhecimento anato-mopatológico e na abordagem mecanicista do corpo, cujo modelo assistencial está centrado no indivíduo, na doen-ça, no hospital e no médico (BATISTELLA, 2007; CARNEIRO, 2010).

A saúde, no texto da Consti tuição de 1988, refl ete o ambiente políti co de redemocrati zação do país e, prin-cipalmente, a força do movimento sanitário na luta pela ampliação dos direitos sociais: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garanti do mediante políti cas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (BRASIL, 1988). O grande mérito dessa concepção reside, justamente, na explicitação dos determinantes sociais da saúde e da doença, muitas vezes negligenciados nas con-cepções que privilegiam a abordagem individual e subin-dividual.

B - Os conceitos de doença

O conceito de doença, sob a óti ca médica, refere o aposto de saúde da mesma ideologia, a chamada “teoria negati va do processo saúde–doença”. Segundo essa dou-trina, a disti nção entre o normal e o patológico se dá de maneira quanti tati va, tanto para os fenômenos orgânicos quanto para os mentais. A doença consti tui em falta ou excesso de excitação dos tecidos abaixo ou acima do grau que consti tui o estado normal (COELHO; ALMEIDA FILHO, 1999). Nessa perspecti va, a doença se localiza dentro do indivíduo e se defi ne como um fenômeno isolado, com causas biológicas e muitas vezes a ser tratado com medi-camentos.

Do ponto de vista social, a melhor forma de comprovar empiricamente o caráter histórico da doença não é conferi-da pelo estudo de suas característi cas nos indivíduos, mas sim quanto ao processo que ocorre na coleti vidade huma-na. A natureza social da doença não se verifica no “caso

clínico”, mas no modo característi co de adoecer e morrer nos grupos humanos. Ainda que provavelmente a “história natural” da tuberculose, por exemplo, seja diferente hoje do que era há 100 anos, não é nos estudos dos tuberculosos que se apreende melhor o caráter social da doença, mas nos perfi s patológicos que os grupos sociais apresentam (LAURELL, 1976).

Deste modo, doença não é mais do que um construc-to que guarda relação com o sofrimento, com o mal, mas não lhe corresponde integralmente. Quadros clínicos se-melhantes, com os mesmos parâmetros biológicos, prog-nóstico e implicações para o tratamento, podem afetar pessoas diferentes de forma distinta, resultando em di-ferentes manifestações de sintomas e desconforto, com comprometimento diferenciado de suas habilidades de atuar em sociedade. O conhecimento clínico pretende balizar a aplicação apropriada do conhecimento e da tec-nologia, o que implica que seja formulado nesses termos. No entanto, do ponto de vista do bem-estar individual e do desempenho social, a percepção individual sobre a saúde é que conta (EVANS; STODDART, 1994; OLIVEIRA; EGRY, 2000).

Essas conceituações teóricas fi guram como um ideal a ter em perspecti va. Na práti ca clínica, por exemplo, a saú-de é quanti fi cada em termos da presença ou ausência de algum sinal, sintoma ou diagnósti co de doença. Sob a óti ca da Epidemiologia, os indicadores de saúde vão apontar a situação de saúde de determinados locais, prevalência e in-cidência de doença, bem como coefi cientes de morbidade e mortalidade.

O processo saúde–doença da coleti vidade, em si, pode ser entendido como o modo específi co pelo qual ocorre, nos grupos, o processo biológico de desgaste e reprodu-ção, destacando como momentos parti culares a presença de um funcionamento biológico diferente, com conse-quências para o desenvolvimento regular das ati vidades coti dianas, isto é, o surgimento da doença (LAURELL, 1983). A seguir, serão apresentados alguns modelos que auxiliarão no entendimento dos conceitos aqui apresen-tados.

2. Os modelos explicativos do processo saúde–doença

A - O modelo biomédico

O discurso da Medicina apoia suas observações e for-mulações, exclusivamente, a parti r da perspecti va do mo-delo biomédico. Esse modelo, refl eti ndo o potencial técni-co-instrumental das biociências, exclui o contexto psicos-social dos signifi cados, dos quais uma compreensão plena e adequada dos pacientes e de suas doenças depende de alternati vas de compreensão de saúde e doença. A forma-

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CASOS CLÍNICOS

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EPIDEMIOLOGIA

105

CASO

S CL

ÍNIC

OS

2014 - FMUSP1. Com o objeti vo de analisar os efeitos da exposição à violência perpetrada pelo parceiro ínti mo durante a ges-tação no desenvolvimento de depressão pós-parto, foi realizado um estudo com uma amostra de gestantes na cidade de Recife, Brasil (Lancet, 2010). Durante o período entre julho de 2005 e dezembro de 2006, mulheres entre 18 e 49 anos, no 3º trimestre gestacional, atendidas em serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) naquela cida-de, foram convidadas a parti cipar do estudo, um total de 1.045 gestantes. Essas mulheres foram entrevistadas em 2 momentos disti ntos: durante a gestação e após o parto. A exposição à violência pelo parceiro ínti mo durante a ges-tação foi medida uti lizando um questi onário padronizado, previamente validado no Brasil, e a depressão pós-parto foi medida uti lizando a escala de depressão pós-parto de Edimburgo.

a) Qual é a medida de frequência de doença (medida de morbidade) mais adequada para o estudo?

2014 - FMUSP2. Com base nos dados apresentados na Figura a seguir:

Mortalidade proporcional (%) no Brasil, de 1930 a 2002

a) É possível afi rmar que o risco de morrer por doenças cir-culatórias aumentou no período estudado? Justi fi que.

b) Cite o fenômeno demográfi co que ocorreu no período que explica, em parte, a mudança no perfi l da mortali-dade proporcional.

2014 - UNIFESP 3. Dez municípios disputam fi nanciamento internacional para implantar um programa de assistência multi discipli-nar para idosos. O fi nanciamento será desti nado ao muni-cípio em estágio mais avançado no processo de transição demográfi ca. A única informação disponível para a esco-lha é a distribuição da população por sexo e faixa etária.

a) Cite o indicador demográfi co mais adequado para a se-leção do município.

2014 - UNIFESP 4. O ano de 2008 teve 53 semanas epidemiológicas. Por convenção internacional, essas semanas são contadas de domingo a sábado. A 1ª semana epidemiológica do ano é aquela que contém o maior número de dias de janeiro (so-bre dezembro), e a últi ma, a que contém o maior número de dias de dezembro (sobre janeiro). O calendário de dezembro de 2007 e janeiro de 2008 foi o seguinte:

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QUESTÕES

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EPIDEMIOLOGIA

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QUES

TÕES

Epidemiologia: conceitos básicos e definições

2015 - UNICAMP

1. Sobre a situação epidemiológica de doenças emergen-tes, pode-se afi rmar que:a) a transmissão da febre chikungunya não ocorre por con-

tato pessoa a pessoab) a febre hemorrágica pelo vírus ebola é transmiti da pelo

ar ou pela águac) todos os anos ocorrem epidemias de infl uenza nas esta-

ções frias nos países do Hemisfério Norte e do Hemisfé-rio Sul

d) a vacina contra infl uenza tem a mesma composição des-de a sua síntese, na década de 1960

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2015 - UFRJ

2. Com relação ao controle da epidemia de Ebola, segundo porta-voz da OMS, muitos hospitais não têm pessoal qua-lifi cado sufi ciente para provar o cuidado necessário. Nesse caso, o componente da qualidade em saúde defi citário é de:a) processob) resultadoc) estruturad) acesso

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2015 - UFRJ

3. De acordo com Portaria de 2014, todos os casos soro-positi vos para HIV devem ser noti fi cados. Essa resolução afeta a efi ciência do sistema de vigilância epidemiológica no que tange a:a) sensibilidadeb) especifi cidadec) aceitabilidaded) valor prediti vo positi vo

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2015 - INCA

4. Corresponde à proporção de pacientes com exame posi-ti vo que têm efeti vamente a doença: a) sensibilidade b) especifi cidade c) valor prediti vo negati vo d) valor prediti vo positi vo

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2015 - UFES

5. Com relação à Taxa de Mortalidade Infanti l (TMI), assi-nale a alternati va correta:a) o declínio da TMI, nas últi mas décadas, foi expressivo,

reduzindo a níveis insignifi cantes as diferenças entre as regiões do país, haja vista a melhoria universal das con-dições socioeconômicas e de acesso a serviços de saúde

b) é geralmente classifi cada em alta (50 ou mais por 1.000 nascidos vivos), média (20 a 49 por 1.000 nascidos vi-vos) e baixa (menos de 20 por 1.000 nascidos vivos), em função da proximidade ou da distância de valores já al-cançados em sociedades mais desenvolvidas, sendo que atualmente o Brasil apresenta TMI baixa

c) taxas de mortalidade infanti l reduzidas indicam boas condições de vida da população de uma maneira global e homogênea entre grupos sociais

d) o cálculo direto da taxa exige correções da subenumera-ção de óbitos infanti s e de nascidos vivos, especialmen-te nas regiões Sudeste e Sul, por terem os dados de mais baixa qualidade do país

e) a mortalidade infanti l compreende o total de soma dos óbitos ocorridos do período neonatal precoce até os 2 anos de idade

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2015 - UFES

6. A epidemiologia descriti va atende ao objeti vo primário dessa ciência, que é a descrição do padrão de distribuição das doenças. Ao fazê-lo, uti liza 3 conjuntos de variáveis: relacionadas ao tempo, ao lugar e às pessoas. Sobre esses 3 conjuntos, é correto afi rmar que:a) os dados sistemáti cos relati vos ao espaço são obti dos

por procedimentos de inquéritob) período é denominação de ordem geral que se dá a par-

tes do tempo delimitados e especifi cadasc) as variáveis relati vas às pessoas guardam estrita depen-

dência do tempo e do espaçod) se não for interveniente, espera-se que em qualquer

país o número de homens e de mulheres seja igual e) os fatores geográfi cos compõem um sistema ecológico

simples em que os condicionantes estão desvinculados da estrutura social

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2015 - UFES

7. A ausência de doenças ou de agravos ou sua manifesta-ção, na forma esporádica, endêmica ou epidêmica, é pas-sível de aferição, análise e proposição, processo em que são usados conceitos padronizados; entre eles, assinale aquele que está corretamente formulado:a) endemia é a ocorrência coleti va de uma doença que

apresenta incidência progressivamente crescente

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COMENTÁRIOS

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EPIDEMIOLOGIA

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COM

ENTÁ

RIOS

Epidemiologia: conceitos básicos e definições

Questão 1. Analisando as alternati vas:a) Correta. A transmissão da febre chikungunya se dá por meio do artrópode Aedes aegypti , sem qualquer indício de transmissão por contato pessoa a pessoa. b) Incorreta. O ebola pode também ser transmiti do pela sa-liva, muco, vômito, fezes, suor, lágrimas, leite materno, uri-na e sêmen. Dentre as vias de entrada estão o nariz, a boca, olhos, feridas abertas, cortes ou abrasões na pele.c) Incorreta. Todos os anos ocorrem variações sazonais nas estações frias de doenças respiratórias, inclusive infl uenza, mas muitas vezes esses quadros não chegam a confi gurar epidemias. d) Incorreta. A vacina contra a infl uenza é constantemente modifi cada pelo elevado poder de mutação, fenômeno na-tural do vírus da infl uenza.Gabarito = A

Questão 02. Analisando as alternati vas:a) Incorreta. Os processos referem a organização e docu-mentação, protocolos, normas e roti nas.b) Incorreta. O impacto da assistência refere-se a situação de saúde, conhecimento e comportamento do paciente, na dimensão epidemiológica, e uti liza de indicadores como taxa de mortalidade e de infecção, média de permanência etc.c) Correta. Trata-se da estrutura, ou seja, existência de re-cursos fí sicos (instalações), humanos (pessoal) e organiza-cionais (comitês, protocolos assistenciais etc.) adequados.d) Incorreta. O acesso refere-se à possibilidade de os indiví-duos entrarem para o serviço de saúde e assim receberem os cuidados necessários. Gabarito = C

Questão 03. Analisando as alternati vas:a) Correta. Os profi ssionais de saúde dos serviços públicos e privados deverão, a parti r de agora, noti fi car regularmen-te às autoridades de saúde os casos de infecção por HIV, a parti r da confi rmação do diagnósti co. Todos os casos de AIDS também deverão ser noti fi cados em adultos e crian-ças, mesmo que tenham sido comunicados como infecção pelo HIV. Com essa modifi cação o sistema de saúde passa a ter mais sensibilidade, ou seja, eleva-se a capacidade do sistema em reconhecer os verdadeiros positi vos em relação ao total de doentes.c) Incorreta. Aceitabilidade é sinônimo de adaptação do cuidado aos desejos, expectati vas e valores dos pacientes e suas famílias e depende da efeti vidade, efi ciência e oti miza-ção, além da acessibilidade ao cuidado, das característi cas da relação médico–paciente e das amenidades do cuidado, aos efeitos e ao custo do serviço prestado.

b) e d) Incorretas. Especifi cidade refere-se ao poder de dis-ti nguir os verdadeiros negati vos em relação ao total de do-entes, e valor prediti vo positi vo é a probabilidade de um caso identi fi cado com um determinado instrumento ser de fato positi vo.Gabarito = A

Questão 04. O Valor Prediti vo Positi vo (VPP) é a fração dos pacientes com teste positi vo que efeti vamente têm a doença, ou seja, responde à pergunta: Que proporção de pacientes com teste positi vo atualmente possui a doença em questão? Calcula-se matemati camente o VPP = a/(a+b), ou seja, VPP = VP/(VP + FP).Analisando as alternati vas: a), b) e c) Incorretas. Trazem termo incorreto para o concei-to apresentado.d) Correta.Gabarito = D

Questão 05. Analisando as alternati vas:a) e c) Incorretas. O declínio da TMI nas últi mas décadas foi expressivo, porém heterogêneo entre as regiões do Brasil; Norte e Nordeste ti veram queda menos acentuada desse indicador. b) Correta. Existe literatura em Epidemiologia que sugere classifi car a TMI em alta (50 ou mais por 1.000 nascidos vi-vos), média (20 a 49 por 1.000 nascidos vivos) e baixa (me-nos de 20 por 1.000 nascidos vivos), em função da proximi-dade ou da distância de valores já alcançados em socieda-des mais desenvolvidas; a TMI do Brasil hoje é considerada baixa. d) Incorreta. A subenumeração dos registros é mais comum no Norte e Nordeste, onde ainda hoje existem cemitérios clandesti nos de crianças e outras difi culdades de registro cartorial. e) Incorreta. A mortalidade infanti l compreende o total da soma dos óbitos ocorridos do período neonatal precoce até 1 ano.Gabarito = BQuestão 06. Analisando as alternati vas:a) Incorreta. Os dados sistemáti cos relati vos ao espaço se-rão obti dos de sensos demográfi cos, estudos geopolíti cos e fontes de informação dessa natureza. b) Correta. A distribuição do que se evidencia deve estar fortemente relacionada com o tempo, geralmente um perí-odo de ordem geral que se dá a partes do tempo delimita-das e especifi cadas.c) Incorreta. As variáveis relati vas às pessoas, embora guar-dem alguma relação com o tempo, dependem mais do es-paço sociopolíti co e cultural da qual vivem e desfrutam. d) Incorreta. No caso do Brasil, a maioria da população bra-sileira é composta de pessoas do sexo feminino, refl exo da sobremortalidade masculina, sobretudo nas faixas etárias jovens e adultas, decorrentes da alta incidência de óbitos por causas externas e violentas. Caso não houvesse ne-