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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO EDUCACIONAL ALFA APOSTILA NOVAS TENDÊNCIAS NA EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI MINAS GERAIS

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO EDUCACIONAL ALFA

APOSTILA NOVAS TENDÊNCIAS NA

EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI

MINAS GERAIS

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PLANEJAMENTO EDUCACIONAL

O ato conjunto de planejar propicia um encontro no qual quem participa

exerce o que é mais humano no homem: a condição de dialogar, de expor idéias e

ideais, de tratar do presente, como ato que se desenvolve e do futuro, como

projeção do que se deseja. Essa é, de fato, a contingência que destaca o ser

humano do âmbito zoológico, hipótese por meio da qual instaura-se a possibilidade

de relacionamento entre os iguais e os diferentes, “no simples gozo da convivência

humana”, sem as pesadas características do labor ou do trabalho.

Particularmente, é correto dizer que o Planejamento Escolar pode ser

entendido como um processo contínuo e sistemático de reflexão, decisão, ação e

revisão, realizado pela comunidade de uma escola. Ele existe para fazer frente aos

problemas que a realidade educacional apresenta, orientado pelas crenças e valores

adotados por quem se compromete nessa empreitada.

Este modelo de planejamento envolve a fase anterior ao início das aulas, o

durante e o depois, significando o exercício da ação – reflexão – ação, que exprime

a sua especificidade renovadora, seu caráter inovador e recorrente. Como processo

dinâmico, deve expressar uma natureza coletiva e participativa, isto é, a comunidade

escolar identifica os problemas de ensino, de aprendizagem, de relacionamentos,

etc., pesquisa suas raízes e propõe formas para a superação dos mesmos.

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Em uma análise crítica e pertinente, Vianna (1994, p.8) constata que “o

planejamento escolar está quase sempre desvinculado da realidade pessoal e social

da escola, sem nenhum tipo de pesquisa prévia, de sondagem de aptidões ou

necessidades”. Partindo de uma visão pragmática, pode-se entender que o processo

de planejamento nas escolas tem como objetivos principais: evitar a rotina e a

improvisação; economizar tempo, recursos financeiros e esforços; favorecer a

coerência do trabalho educativo; promover a participação de todos os interessados –

diretos e/ou indiretos – no processo educativo/escolar; propiciar a execução, o

acompanhamento e a avaliação do trabalho desenvolvido.

Do processo de planejamento nas

escolas deve resultar uma proposta

educacional a ser operacionalizada no

Plano Escolar, que consolida o programa

anual de trabalho da instituição em todas

as suas dimensões e é fruto desse

processo de planejamento da unidade, em

função das reflexões críticas e

permanentes da comunidade na qual está

inserida, tendo em vista um novo padrão

de qualidade e de utilização dos recursos disponíveis.

Portanto, enquanto o Planejamento caracteriza-se pela reflexão contínua

sobre a prática pedagógica do cotidiano, o Plano Escolar deve constituir-se na

formalização dos diferentes momentos desse processo. E, se o Planejamento exige

alguma formação dos envolvidos para se ter claro o significado técnico-político da

educação escolar, além do papel de cada um no bojo desse sistema, a elaboração e

a execução do Plano Escolar exige competência técnica, um “saber técnico”, que

implica em acompanhamento e avaliação das ações previstas e determinadas, em

harmonia com a legislação e decisões que estruturam e determinam a organização e

o funcionamento das escolas, bem como sua legítima aspiração por uma autonomia

institucional.

Estabelecendo-se o Planejamento como a etapa inicial de um processo de

discussões, debates, propostas e tomada de decisões sobre o cotidiano e a

realidade da escola, o Plano Escolar estrutura-se como um documento resultante

dessa reflexão sobre a realidade definida.

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O Plano Escolar constitui-se, basicamente, na expressão objetiva das

intenções e decisões da comunidade escolar, com vistas ao que se pretende

realizar, com que finalidade, num determinado período de tempo. Em decorrência, a

importância do Plano Escolar na produção de uma educação de qualidade torna-se

evidente e esperada.

A IMPORTÂNCIA DE SE ENTENDER O QUE É

PLANEJAMENTO EDUCACIONAL

O ato de planejar acompanha o homem desde os primórdios da evolução

humana. Todas as pessoas planejam suas ações desde as mais simples até as mais

complexas, na tentativa de transformar e melhorar suas vidas ou as das pessoas

que as rodeiam.

Mas não é só na vida pessoal que as pessoas planejam suas ações, o

planejamento atinge vários setores da vida social. Se o ato de planejar é tão

importante, porque algumas pessoas ainda resistem em aceitar este fato,

principalmente no contexto escolar? Diante desse questionamento objetivou-se

identificar os motivos pelos quais os professores resistem em preparar suas aulas e

conscientizá-los da importância de utilizar o plano de aula como um norteador da

ação pedagógica.

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“O planejar é uma realidade que acompanhou a trajetória histórica da

humanidade. O homem sempre sonhou, pensou e imaginou algo na sua vida.”

(MENGOLLA, SAN’TANNA, 2001, p.15).

Segundo Moretto (207, P. 100), percebe-se que o planejamento é

fundamental na vida do homem, porém no contexto escolar ele não tem tanta

importância assim “o planejamento no contexto escolar não parece ter a importância

que deveria ter”.

Hoje vivemos a segunda grande onda do planejamento. A primeira entra em

crise na década de 70. A década de 80, embora, na prática, se apresente como uma

grande resistência ao planejamento, contém os mais efetivos anos em termos da

compreensão da necessidade, do estudo, do esclarecimento e da confirmação desta

ferramenta. (GANDIN, 2008)

A citação demonstra a dimensão da necessidade de se compreender a

importância do ato de planejar, não apenas no nosso dia-a-dia, mas principalmente,

no dia-a-dia de sala de aula.

Para Moretto (2007),

planejar é organizar ações. Essa é

uma definição simples mas que

mostra uma dimensão da

importância do ato de planejar,

uma vez que o planejamento deve

existir para facilitar o trabalho tanto

do professor como do aluno. O

planejamento deve ser uma organização das ideias e informações.

Gandin (2008) sugere que se pense no planejamento como uma ferramenta

para dar eficiência à ação humana, ou seja, deve ser utilizado para a organização na

tomada de decisões e para melhor entender isto precisa-se compreender alguns

conceitos, tais como: planejar, planejamento e planos que segundo Menegolla &

Sant’Anna (2001, p.38) “são palavras sofisticadamente pedagógicas e que “rolam”

de boca em boca, no dia-a-dia da vida escolar.”

Porém, para Padilha (2003, p. 29), estes termos têm sido compreendidos de

muitas maneiras. Dentre elas destaca-se:

Planejamento: É um instrumento direcional de todo o processo educacional,

pois estabelece e determina as grandes urgências, indica as prioridades

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básicas, ordena e determina todos os recursos e meios necessários para a

consecução de grandes finalidades, metas e objetivos da educação.

(MENEGOLLA & SANT’ANNA, 2001)

Plano Nacional de Educação: Nele se reflete a política educacional de um

povo, num determinado momento histórico do país. É o de maior abrangência

porque interfere nos planejamentos feitos no nível nacional, estadual e

municipal. (MEC, 2006)

Plano de Curso: O plano de curso é a sistematização da proposta geral de

trabalho do professor naquela determinada disciplina ou área de estudo,

numa dada realidade. Pode ser anual ou semestral, dependendo da

modalidade em que a disciplina é oferecida.(VASCONCELLOS, 1995, p.117

in Padilha, 2003)

Plano de Aula: É a sequência de

tudo o que vai ser desenvolvido em

um dia letivo. (“...) É a

sistematização de todas as

atividades que se desenvolvem no

período de tempo em que o

professor e o aluno interagem,

numa dinâmica de ensino-

aprendizagem.” (PILETTI, 2001, p.73)

Plano de Ensino: É a previsão dos objetivos e tarefas do trabalho docente

para um ano ou um semestre; é um documento mais elaborado, no qual

aparecem objetivos específicos, conteúdos e desenvolvimento metodológico.

(LIBÂNEO, 1994)

Projeto Político Pedagógico: É o planejamento geral que envolve o

processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a

proposta pedagógica da instituição. É um processo de organização e

coordenação da ação dos professores. Ele articula a atividade escolar e o

contexto social da escola. É o planejamento que define os fins do trabalho

pedagógico. (MEC, 2006)

Os conceitos apresentados têm por objetivo mostrar para o professor a

importância, a funcionalidade e principalmente a relação íntima existente entre essas

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tipologias. Segundo Fusari (2008, p.45), “Apesar de os educadores em geral

utilizarem, no cotidiano do trabalho, os termos “planejamento” e “plano” como

sinônimos, estes não o são.”

Outro aspecto importante, segundo Schmitz (2000, p.108) é que “as

denominações variam muito. Basta que fique claro o que se entende por cada um

desses planos e como se caracterizam.” O que se faz necessário é estar consciente

que: “Qualquer atividade, para ter sucesso, necessita ser planejada. O planejamento

é uma espécie de garantia dos resultados. E sendo a educação, especialmente a

educação escolar, uma atividade sistemática, uma organização da situação de

aprendizagem, ela necessita evidentemente de planejamento muito sério. Não se

pode improvisar a educação, seja ela qual for o seu nível.” (SCHMITZ, 2000, p.101)

A educação, a escola e o ensino são os grandes meios que o homem busca

para poder realizar o seu projeto de vida. Portanto, cabe à escola e aos professores

o dever de planejar a sua ação educativa para construir o seu bem viver

(MENEGOLLA & SANT’ANNA, 2001).

A citação acima deixa clara a importância tanto da escola como dos

professores na formação humana; por este motivo todas as ações educativas devem

ter como perspectiva a construção de uma sociedade consciente de seus direitos e

obrigações, sejam eles individuais ou coletivos.

Infelizmente, apesar do planejamento da ação educativa ser de suma

importância, existem professores que são negligentes na sua prática educativa,

improvisando suas atividades. Em conseqüência, não conseguem alcançar os

objetivos quanto à formação do cidadão.

A ausência de um processo de planejamento de ensino nas escolas, aliado às demais dificuldades enfrentadas pelos docentes do seu trabalho, tem levado a uma contínua improvisação pedagógica das aulas. Em outras palavras, aquilo que deveria ser uma prática eventual acaba sendo uma “regra”, prejudicando, assim, a aprendizagem dos alunos e o próprio trabalho escolar como um todo. (FUSARI, 2008, p.47).

Para Moretto (2007, p.100) “Há, ainda, quem pense que sua experiência

como professor seja suficiente para ministrar suas aulas com competência.”

Professores com este tipo de pensamento desconhecem a função do planejamento

bem como sua importância. Simplesmente estão preocupados em ministrar

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conteúdos, desconsiderando a realidade e a herança cultural existente em cada

comunidade escolar bem como suas necessidades.

Outro aspecto que vem

influenciando o ato de planejar dos

professores são os materiais

didáticos ou as instruções

metodológicas para os professores

que acompanham estes materiais.

Na presente pesquisa não se

pretende discutir se eles são bons

ou ruins e sim a forma com a qual

estão sendo utilizados pelos professores. O que acontece é que o professor faz um

apanhado geral dos conteúdos dispostos no material e confronta com o tempo que

tem disponível para ensinar esses conteúdos aos alunos e a partir desses dados

divide-os atribuindo a este ato erroneamente o nome de plano de aula.

Muitas vezes os professores trocam o que seria o seu planejamento pela escolha de um livro didático. Infelizmente, quando isso acontece, na maioria das vezes, esses professores acabam se tornando simples administradores do livro escolhido. Deixam de planejar seu trabalho a partir da realidade de seus alunos para seguir o que o autor do livro considerou como mais indicado. (MEC, 2006, p. 40)

Outra situação muito comum em relação à elaboração do plano de aula é que

“em muitos casos, os professores copiam ou fazem cópia do plano do ano anterior e

o entregam a secretaria da escola, com a sensação de mais uma atividade

burocrática” (FUSARI, 2008, p. 45).

Luckesi (2001) afirma que o ato de planejar, em nosso país, principalmente na

educação, tem sido considerada como uma atividade sem significado, ou seja, os

professores estão muito preocupados com os roteiros bem elaborados e esquecem

do aperfeiçoamento do ato político do planejamento. Os professores precisam

quebrar o paradigma de que o planejamento é um ato simplesmente técnico e

passar a se questionarem sobre o tipo de cidadão que pretendem formar, analisando

a sociedade na qual ele está inserido, bem como suas necessidades para se tornar

atuante nesta sociedade.

Para Luckesi (2001, p.108):

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O planejamento não será nem exclusivamente um ato político-filosófico, nem exclusivamente um ato técnico; será sim um ato ao mesmo tempo político-social, científico e técnico: político-social, na medida em que está comprometido com as finalidades sociais e políticas; científicas na medida em que não pode planejar sem um conhecimento da realidade; técnico, na medida em que o planejamento exige uma definição de meios eficientes para se obter resultados.

O ato de planejar não pode priorizar o lado técnico em detrimento do lado

político social ou vice-versa, ambos são importantes. Por este motivo, devem ser

muito bem pensados ao serem formulados visando à transformação da sociedade.

PLANEJAMENTO EDUCACIONAL, DE CURRÍCULO E DE

ENSINO

Na área da educação temos os seguintes tipos de planejamento:

Planejamento educacional

Consiste na tomada de decisões sobre a educação no conjunto do

desenvolvimento geral do país. A elaboração desse tipo de planejamento requer a

proposição de objetivos em longo prazo que definam uma política da educação. É o

realizado pelo Governo Federal, através do Plano Nacional de Educação e da

legislação vigente.

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Planejamento de currículo

O problema central do planejamento curricular é formular objetivos

educacionais a partir daqueles expressos nos guias curriculares oficiais. Nesse

sentido, a escola não deve simplesmente executar o que é prescrito pelos órgãos

oficiais. Embora o currículo seja mais ou menos determinado em linhas gerais, cabe

à escola interpretar e operacionalizar estes currículos. A escola deve procurar

adaptá-los às situações concretas, selecionando aquelas experiências que mais

poderão contribuir para alcançar os objetivos dos alunos, das suas famílias e da

comunidade.

Planejamento de ensino

Podemos dizer que o planejamento de ensino é a especificação do

planejamento de currículo. Consiste em traduzir em termos mais concretos e

operacionais o que o professor fará na sala de aula, para conduzir os alunos a

alcançar os objetivos educacionais propostos. Um planejamento de ensino deverá

prever:

Objetivos específicos estabelecidos a partir dos objetivos educacionais.

Conhecimentos a serem aprendidos pelos alunos no sentido determinado

pelos objetivos.

Procedimentos e recursos de ensino que estimulam, orientam e promovem as

atividades de aprendizagem.

Procedimentos de avaliação que possibilitem a verificação, a qualificação e a

apreciação qualitativa dos objetivos propostos, cumprindo pelo menos a

função pedagógico-didática, de diagnóstico e de controle no processo

educacional.

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IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESCOLAR E DA

ESCOLHA DO CURRÍCULO

O trabalho docente é uma atividade consciente e sistemática, em cujo centro

está a aprendizagem ou o estudo dos alunos sob a direção do professor. O

planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação

docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social.

A escola, os professores e os alunos são integrantes da dinâmica das

relações sociais; tudo o que acontece no meio escolar está atravessado por

influências econômicas, políticas e culturais que caracterizam a sociedade de

classes. Isso significa que os elementos do planejamento escolar – objetivos,

conteúdos, métodos – estão recheados de implicações sociais, têm um significado

genuinamente político. Por essa razão, o planejamento é uma atividade de reflexão

acerca das nossas opções e ações; se não pensarmos detidamente sobre o ruma

que devemos dar ano nosso trabalho, ficaremos entregues aos rumos estabelecidos

pelos interesses dominantes na sociedade.

A ação de planejar é uma atividade consciente de previsão das ações

docentes, fundamentadas em opções político-pedagógicas, e tendo como referência

permanente situações didáticas concretas (isto é, a problemática social, econômica,

política e cultural que envolve a escola, os professores, os alunos, os pais, a

comunidade, que interagem no processo de ensino).

O planejamento escolar tem, assim, as seguintes funções:

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Explicitar princípios, diretrizes e procedimentos de trabalho docente que

assegurem a articulação entre as tarefas da escola e as exigências do

contexto social e do processo de participação democrática.

Expressar os vínculos entre o posicionamento filosófico, político-pedagógico e

profissional, as ações efetivas que o professor irá realizar em sala de aula,

através de objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas de ensino.

Assegurar a racionalização, organização e coordenação do trabalho docente,

de modo que a previsão das ações docentes possibilite ao professor a

realização de um ensino de qualidade e evite a improvisação e rotina.

Prever objetivos, conteúdos e métodos a partir da consideração das

exigências propostas pela realidade social, do nível de preparo e das

condições sócio-culturais e individuais dos alunos.

Assegurar a unidade e a coerência do trabalho docente, uma vez que torna

possível inter-relacionar, num plano, os elementos que compõem o processo

de ensino: os objetivos (para que ensinar), os conteúdos (o que ensinar), os

alunos e suas possibilidades (a quem ensinar), os métodos e técnicas (como

ensinar) e a avaliação, que está intimamente relacionada aos demais.

Atualizar o conteúdo do plano sempre que é revisto, aperfeiçoando-o em

relação aos progressos feitos no campo de conhecimentos, adequando-os às

condições de aprendizagem dos alunos, aos métodos, técnicas e recursos de

ensino que vão sendo incorporados na experiência cotidiana.

Facilitar a preparação das aulas: selecionar o material didático em tempo

hábil, saber que tarefas professor e alunos devem executar, replanejar o

trabalho frente a novas situações que aparecem no decorrer das aulas.

Para que os planos sejam efetivamente instrumentos para a ação, devem ser

como um guia de orientação de devem apresentar ordem seqüencial, objetividade,

coerência, flexibilidade.

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ETAPAS DO PLANEJAMENTO DE ENSINO

Conhecimento da realidade

Para poder planejar adequadamente a tarefa de ensino e atender às

necessidades do aluno é preciso, antes de qualquer coisa, saber para quem se vai

planejar. Por isso, conhecer o aluno e seu ambiente é a primeira etapa do processo

de planejamento. É preciso saber quais as aspirações, frustrações, necessidades e

possibilidades dos alunos. Fazendo isso, estaremos fazendo uma Sondagem, isto é,

buscando dados.

Uma vez realizada a sondagem, deve-se estudar cuidadosamente os dados

coletados. A conclusão a que chegamos, após o estudo dos dados coletados,

constitui o Diagnóstico.

Sem a sondagem e o diagnóstico corre-se o risco de propor o que é

impossível alcançar ou o que não interessa ou, ainda, o que já foi alcançado.

Requisitos para o planejamento

Objetivos e tarefas da escola democrática: estão ligados às necessidades de

desenvolvimento cultural do povo, de modo a preparar as crianças e jovens

para a vida e para o trabalho.

Exigências dos planos e programas oficiais: são as diretrizes gerais, são

documentos de referência, a partir dos quais são elaborados os planos

didáticos específicos.

Condições prévias para a aprendizagem: está condicionado pelo nível de

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preparo em que os alunos se encontram em relação ás tarefas de

aprendizagem

Elaboração do plano

A partir dos dados fornecidos pela sondagem e interpretados pelo

diagnóstico, temos condições de estabelecer o que é possível alcançarem o que

julgamos possíveis e como avaliar os resultados. Por isso, passamos a elaborar o

plano através dos seguintes passos:

Determinação dos objetivos.

Seleção e organização dos conteúdos.

Análise da metodologia de ensino e dos

procedimentos adequados.

Seleção de recursos tecnológicos.

Organização das formas de avaliação.

Estruturação do plano de ensino.

Execução do plano

Ao elaborarmos o plano de ensino, antecipamos, de forma organizada, todas

as etapas do trabalho escolar. A execução do plano consiste no desenvolvimento

das atividades previstas.

Na execução, sempre haverá o elemento não plenamente previsto. Às vezes,

a reação dos alunos ou as circunstâncias do ambiente dispensa o planejamento,

pois, uma das características de um bom planejamento deve ser a flexibilidade.

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Avaliação e aperfeiçoamento do plano

Ao término da execução do que foi

planejado, passamos a avaliar o próprio plano

com vistas ao replanejamento.

Nessa etapa, a avaliação adquire um

sentido diferente da avaliação do ensino-

aprendizagem e um significado mais amplo.

Isso porque, além de avaliar os resultados do

ensino-aprendizagem, procuramos avaliar a

qualidade do nosso plano, a nossa eficiência

como professor e a eficiência do sistema escolar.

O PLANO DA ESCOLA

O plano da escola é o plano pedagógico e administrativo da unidade, onde se

explicita a concepção pedagógica do corpo docente, as bases teórico-metodológicas

da organização didática, a contextualização social, econômica, política e cultural da

escola, a caracterização da clientela escolar, os objetivos educacionais gerais, a

estrutura curricular, diretrizes metodológicas gerais, o sistema de avaliação do

plano, a estrutura organizacional e administrativa.

O plano da escola é um guia de orientação para o planejamento do processo

de ensino. Os professores precisam ter em mãos esse plano abrangente, não só

para uma orientação do seu trabalho, mas para garantir a unidade teórico-

metodológica das atividades escolares.

Roteiro para elaboração do plano da escola

Posicionamento sobre as finalidades da educação escolar na sociedade e na

nossa escola

Bases teórico-metodológicas da organização didática e administrativa: tipo de

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homem que queremos formar, tarefas da educação, o significado pedagógico-

didático do trabalho docente, relações entre o ensino e o desenvolvimento

das capacidades intelectuais dos alunos, o sistema de organização e

administração da escola.

Caracterização econômica, social, política e cultural do contexto em que está

inserida a nossa escola.

Características sócio-culturais dos alunos

Objetivos educacionais gerais da escola

Diretrizes gerais para elaboração do plano de ensino da escola: sistema de

matérias – estrutura curricular; critérios de seleção de objetivos e conteúdos;

diretrizes metodológicas gerais e formas de organização do ensino e

sistemática de avaliação.

Diretrizes quanto à organização e a à administração: estrutura organizacional

da escola; atividades coletivas do corpo docente; calendário e horário escolar;

sistema de organização de classes, de acompanhamento e aconselhamento

de alunos, de trabalho com os pais; atividades extra-classe; sistema de

aperfeiçoamento profissional do pessoal docente e administrativo e normas

gerais de funcionamento da vida coletiva.

COMPONENTES BÁSICOS DO PLANEJAMENTO DE

ENSINO

O plano de ensino é um roteiro organizado das unidades didáticas para um

ano ou semestre. É denominado também de plano de curso, plano anual, plano de

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unidades didáticas e contém os seguintes componentes: ementa da disciplina,

justificativa da disciplina em relação ao objetivos gerais da escola e do curso;

objetivos gerais; objetivos específicos, conteúdo (com a divisão temática de cada

unidade); tempo provável (número de aulas do período de abrangência do plano);

desenvolvimento metodológico (métodos e técnicas pedagógicas específicas da

disciplina); recursos tecnológicos; formas de avaliação e referencial teórico (livros,

documentos, sites, etc). Exemplo:

Ementa: É uma descrição discursiva que resume o conteúdo conceitual ou

conceitual/procedimental de uma disciplina.

Justificativa: A justificativa deverá responder a três questões básicas do

processo didático: o por quê?, o para quê e o como.

Objetivos: É a descrição clara do que se pretende alcançar como resultado

da nossa atividade. Os objetivos nascem da própria situação: da comunidade, da

família, da escola, da disciplina, do professor e principalmente do aluno. Os

objetivos, portanto, são sempre do aluno e para o aluno.

Os objetivos educacionais ou gerais são as metas e os valores mais amplos

que a escola procura atingir a longo prazo, e os objetivos instrucionais, também

chamados de específicos, são proposições mais específicas referentes às

mudanças comportamentais esperadas para um determinado grupo-classe.

Para manter a coerência interna do trabalho de uma escola, o primeiro

cuidado será o de selecionar os objetivos específicos que tenham correspondência

com os objetivos gerais das áreas de estudo que, por sua vez, devem estar

coerentes com os objetivos educacionais do planejamento de currículo. E os

objetivos educacionais, conseqüentemente, devem estar coerentes com a linha de

pensamento da entidade à qual o plano se destina.

Conteúdo: Refere-se à organização do conhecimento em si, com base nas

suas próprias regras. Abrange também as experiências educativas no campo do

conhecimento, devidamente selecionadas e organizadas pela escola. O conteúdo é

um instrumento básico para poder atingir os objetivos.

Em geral, os guias curriculares oficiais oferecem uma relação de conteúdos

das várias áreas que podem ser desenvolvidos em cada série. Pode-se selecionar o

conteúdo com base nesses guias. Não devemos esquecer, no entanto, de levar em

conta a realidade da classe. Outros cuidados que devem ser observados na seleção

dos conteúdos:

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Devemos delimitar os conteúdos por unidades didáticas, com a divisão temática

de cada uma. Unidade didática são o conjunto de temas inter-relacionados que

compõem o plano de ensino para uma série ou módulo. Cada unidade didática

contém um tema central do programa, detalhado em tópicos.

Conteúdo selecionado precisa estar relacionado com os objetivos definidos.

Devemos escolher os conhecimentos indispensáveis para que os alunos

adquiram os comportamentos fixados.

Um bom critério de seleção é a escolha feita em torno de conteúdos mais

importantes, mais centrais e mais atuais, com base no programa oficial da

matéria, no livro didático adotado pela instituição.

É importante é o fato de o mestre estar apto a levantar a idéia central do

conhecimento que deseja trabalhar. Para que tal ocorrência se verifique, é

indispensável que o professor

conheça em profundidade a

natureza do fenômeno que

pretende que seus alunos

conheçam.

Conteúdo precisa ir do mais

simples para o mais complexo, do

mais concreto para o mais

abstrato.

Finalmente faça uma última

checagem para verificar:

As unidades formam um todo

homogêneo e lógico.

As unidades realmente contêm o conteúdo básico essencial.

O tempo para desenvolver cada unidade é realista.

Os tópicos de cada unidade possibilitam o entendimento da idéia central.

Os tópicos de cada unidade podem ser transformados em tarefas de estudo

para os alunos e em objetivos e habilidades.

Desenvolvimento metodológico ou metodologia de ensino:

Procedimentos de ensino são ações, processos ou comportamentos planejados pelo

professor para colocar o aluno em contato direto com coisas, fatos ou fenômenos

que lhes possibilitem modificar sua conduta, em função dos objetivos previstos

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(TURRA apud PILETTI, 2003, p. 67).

Indica o que o professor e os alunos farão no desenrolar de uma aula ou

conjunto de aulas. Sua função é articularem objetivos e conteúdos com métodos e

procedimentos de ensino que provoquem a atividade mental e prática dos alunos

(resolução de situações problemas, trabalhos de elaboração mental, discussões,

resolução de exercícios, aplicação de conhecimentos e habilidades em situações

distintas das trabalhadas em classe, etc.)

O professor, ao organizar as condições externas favoráveis à aprendizagem,

utiliza meio ou modos organizados de ação, conhecidos como técnicas de ensino.

As técnicas de ensino são maneiras particulares de organizar a atividade dos alunos

no processo de aprendizagem.

O desenvolvimento metodológico de objetivos e conteúdos estabelece a linha

que deve ser seguida no ensino (atividade do professor) e na assimilação (atividade

do aluno) da matéria de ensino.

Ao planejar os procedimentos de ensino, não é suficiente fazer uma listagem

de técnicas que serão utilizadas, como aula expositiva, trabalho dirigido, excursão,

trabalho em grupo, etc. Devemos prever como utilizar o conteúdo selecionado para

atingir os objetivos propostos. As técnicas estão incluídas nessa descrição. Os

procedimentos têm uma abrangência bem mais ampla, pois envolvem todos os

passos do desenvolvimento da atividade de ensino propriamente dita. Os

procedimentos de ensino selecionados pelo professor devem:

Ser diversificados;

Estar coerentes com os objetivos propostos e com o tipo de aprendizagem

previsto nos objetivos;

Adequar-se às necessidades dos alunos;

Servir de estímulo à participação do aluno no que se refere às descobertas;

Apresentar desafios.

Recursos tecnológicos (didáticos, audiovisuais ou de ensino): As

tecnologias merecem estar presentes no cotidiano escolar primeiramente porque

estão presentes na vida, mas também para:

Diversificar as formas de produzir e apropriar-se do conhecimento.

Serem estudadas, como objeto e como meio de se chegar ao conhecimento,

já que trazem embutidas em si mensagens e um papel social importante.

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Permitir ao alunos, através da utilização

da diversidade de meios, familiarizarem-

se com a gama de tecnologias existentes

na sociedade.

Serem desmistificadas e democratizadas.

Dinamizar o trabalho pedagógico.

Desenvolver a leitura crítica.

Ser parte integrante do processo que

permite a expressão e troca dos

diferentes saberes.

Avaliação: Avaliação é o processo pelo qual se determina o grau e a

quantidade de resultados alcançados em relação aos objetivos, considerando o

contexto das condições em que o trabalho foi desenvolvido.

No planejamento da avaliação é importante considerar a necessidade de:

Avaliar continuamente o desenvolvimento do aluno.

Selecionar situações de avaliação diversificadas, coerentes com os objetivos

propostos.

Selecionar e/ou montar instrumentos de avaliação.

Registrar os dados da avaliação.

Aplicar critérios aos dados da avaliação.

Interpretar resultados da avaliação.

Comparar os resultados com os critérios estabelecidos (feed-back).

Utilizar dados da avaliação no planejamento.

O feedback deve ser encarado como retroinformação para o professor sobre

o andamento de sua atuação. Dessa forma, a avaliação desloca-se do plano da

competição entre professor e aluno, para significar a medida real do conhecimento,

tornando-se assim menos arbitrária.

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PLANO BIMESTRAL

O planejamento do bimestre pode conter uma unidade didática ou mais. É

uma especificação maior do plano de curso. Uma unidade de ensino é formada de

assuntos inter-relacionados. O planejamento bimestral das unidades didáticas

também inclui objetivos, conteúdos, etc. Em princípio, deve ser planejado ao final do

bimestre, ou período que o antecede, pois esta lhe servirá de base ou apoio. Isto

significa que os bimestres ou unidades serão planejadas ou replanejadas ao longo

do curso.

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EXEMPLO DE PLANO BIMESTRAL

PROGRAMA 1º BIMESTRE

CURSO:

DISCIPLINA: PROFESSORA:

TURNO: CARGA HORÁRIA: horas/aula

SÉRIE: TURMA:

ANO:

OBJETIVOS

PROGRAMA

CONTEÚDOS Nº

AULAS

ENCAMINHAMENTO

METODOLÓGICO

AVALIAÇÃO

RECURSOS TECNOLÓGICOS

REFERENCIAL TEÓRICO

INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR

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PLANEJAMENTO DE AULA OU PLANO DE AULA

A aula é a forma predominante de organização didática do processo de

ensino. É na aula que organizamos ou criamos as situações docentes, isto é, as

condições e meios necessários para que os alunos assimilem ativamente

conhecimentos, habilidades e desenvolvam suas capacidades cognoscitivas.

O plano de aula é o detalhamento do plano de ensino. As unidades didáticas

e subunidades (tópicos) que foram previstas em linhas gerais são agora

especificadas e sistematizadas para uma situação didática real. A preparação da

aula é uma tarefa indispensável e, assim como o plano de ensino, deve resultar num

documento escrito que servirá não só para orientar as ações do professor como

também para possibilitar constantes revisões e aprimoramentos de ano para ano.

Em todas as profissões o aprimoramento profissional depende da acumulação de

experiências conjugando a prática e a reflexão criteriosa sobre a ação e na ação,

tendo em vista uma prática constantemente transformadora para melhor.

Na elaboração do plano de aula, deve-se levar em consideração, em primeiro

lugar, que a aula é um período de tempo variável. Dificilmente completamos numa

só aula o desenvolvimento de uma unidade didática ou tópico de unidade, pois o

processo de ensino e aprendizagem se compõe de uma seqüência articulada de

fases:

Preparação e apresentação dos objetivos, conteúdos e tarefas.

Desenvolvimento da matéria nova.

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Consolidação (fixação, exercícios, recapitulação, sistematização).

Síntese integradora e aplicação.

Avaliação.

Isto significa que não devemos preparar uma aula, mas um conjunto de aulas.

Modelo de José Carlos Libâneo (Pedagogia crítico-social dos conteúdos):

Escola: Disciplina: Data:

Série: Professor:

Unidade didática:

Objetivos

Específicos

Conteúdos Nº aulas Desenvolvimento

Metodológico

Preparação:

Introdução do assunto:

Desenvolvimento e estudo

ativo do assunto:

Sistematização e aplicação:

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Tarefas para casa:

Avaliação:

Referencial teórico:

Modelo de Nelson Piletti:

Tema central:

Objetivos:

Conteúdo:

Procedimentos de ensino Recursos Procedimentos de avaliação

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O CU RRICULO ESCOLAR

O Currículo Escolar é um elemento importante para o planejamento do

professor, pois pode organizar os conteúdos e as atividades, contudo ele é um

recurso para o educador e não uma lei rígida ou um mandamento a ser seguido

metodologicamente, ele pode ser usado como um norte para a práxis pedagógica,

com flexibilidade de ajustes para melhor atender as necessidades dos educandos.

Sendo que, cada instituição pode construir o seu currículo, ou este fazer parte da

rede escolar, podendo usar os livros didáticos no auxilio desta construção.

A origem da palavra currículo – currere (do latim) – significa carreira, por isso

ele é uma caminhada dentro do processo ensino e aprendizagem, que vai ajustando

os conteúdos a realidade dos educandos. Ele não é único no nosso país, mas os

Parâmetros Curriculares Nacionais oferecem uma sugestão, uma forma de definição

das disciplinas e distribuição dos conteúdos entre os componentes curriculares

propostos. Devido à dimensão territorial e à diversidade cultural, política e social do

país, nem sempre os Parâmetros Curriculares chegam às salas de aula.

Não se separa conteúdos de processo de instrução, ou seja, ação em desenvolvê-lo

em consonância com atividades práticas.

Segundo Sacristàn (1998), sem conteúdo não há ensino qualquer projeto

educativo acaba se concretizando na aspiração de conseguir alguns efeitos nos

sujeitos que se educam (...) quando há ensino é porque se ensinam algo ou se

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ordena o ambiente para que alguém aprenda algo (...) a técnica de ensinar não pode

preencher todo o discurso didático evitando problemas para o conteúdo colocado.

Assim, a educação pode ser compreendida como sendo uma atividade

expressa de formas distintas onde tanto o conteúdo programático e a didática usada

possam transformar o currículo em uma ação que produza a aprendizagem.

Defini-lo não é uma tarefa muito fácil, mas é importante na produção de novas

subjetividades no mundo contemporâneo. Daí o entendimento do currículo escolar

como um caminho, um curso ou uma listagem de conteúdos que devem ser

seguidos (GOODSON, 2005).

Nessa perspectiva, o termo está intimamente vinculado à idéia de

seqüencialidade e de prescrição. Em relação à idéia de transitoriedade Silva (2005)

diz que: Uma história do currículo tem que ser uma história social do currículo,

centrada numa epistemologia social do conhecimento escolar, preocupada com os

determinantes sociais e políticos do conhecimento educacionalmente organizado.

Enfim, tem que descobrir quais conhecimentos, valores e habilidades eram

considerados verdadeiros e legítimos numa determinada época, assim

como determinar de que forma essa validade e legitimidade foram estabelecidas.

(SILVA 2005, p.10-11)

Em Silva (2005) encontra-se a idéia de vários currículos constroem sujeitos

também diferentes sendo diferenças sociais: Diferentes currículos produzem

diferentes pessoas, mas naturalmente essas diferenças não são meras diferenças

individuais, mas diferenças sociais, ligadas à classe, à raça, ao gênero. Dessa

forma, uma história do currículo não deve ser focalizada apenas no currículo em si,

mas também no currículo como fator de produção de sujeitos dotados de classe,

raça, gênero. Nessa perspectiva, o currículo deve ser visto não apenas como a

expressão ou a representação ou o reflexo de interesses sociais determinados, mas

também como produzindo identidades e subjetividades sociais determinadas. O

currículo não apenas representa, ele faz. É preciso reconhecer que a inclusão ou a

exclusão no currículo tem conexões com a inclusão ou exclusão na sociedade.

(SILVA, 2005, p.10)

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CURRÍCULO ESCOLAR: LIMITES E POSSIBILIDADES

Podemos dizer que ensinar, uma das funções essenciais da escola, é

promover a “transposição didática” de conhecimentos, um processo que torna os

saberes “ensináveis,exercitáveis e passíveis de avaliação” e em que é possível

distinguir três fases de transformação:

1ª - da cultura extra-escolar para o currículo formal;

2ª - do currículo formal para o currículo real;

3ª - do currículo real para a aprendizagem efetiva (PERRENOUD, 1993, p. 25).

E para que isso se realize, a escola precisa construir um currículo que:

- concilie os conhecimentos científicos que presidem a produção moderna e o

exercício da cidadania plena, a formação ética e a autonomia intelectual, as

competências cognitivas e as sociais, o humanismo e a tecnologia;

- considere as múltiplas interações entre os conteúdos das disciplinas e a abertura e

a sensibilidade para identificar as relações entre escola e vida pessoal e social, entre

o aprendido e o observado, entre o aluno e o objeto do conhecimento e entre a

teoria e suas conseqüências e aplicações práticas como pressupostos decisivos de

sua organização;

- reconheça a linguagem como elemento primordial para a constituição dos

conceitos, relações, condutas e valores, o conhecimento como construção coletiva

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e a aprendizagem como mobilizadora de afetos, emoções e relações humanas

(COLL, 1997);

- selecione o que de fato é relevante e consistente no conjunto extraordinário de

conhecimentos hoje disponível, o que impõe à escola o compromisso de propiciar ao

professor o desenvolvimento da capacidade de ‘mapear’ os conhecimentos

relevantes na escala adequada às necessidades e possibilidades dos alunos.

Ora, essa tarefa reconhecidamente não é fácil. E uma das maiores

dificuldades para a sua realização está na prescrição, na maioria das escolas, de

um currículo legal e formal que reproduz uma colcha de retalhos de informações

descontextualizadas e fragmentadas, moldada por uma tradição pedagógica

anacrônica e inócua, para dizer o mínimo.

É como se desejássemos ajudar uma pessoa a visitar algum lugar

maravilhoso que conhecemos há muito tempo. Para orientá-la, desenhamos um

mapa. Porém, nosso mapa se baseia em informações ultrapassadas e desfocadas,

engavetadas em algum canto poeirento da memória. É pouco provável que este

mapa seja eficaz. O terreno mudou. As referências são outras. Muitas indicações

não existem mais, enquanto outras surgiram alterando o panorama. Precisamos

estudar novamente a área e promover um levantamento atualizado antes de criar

um mapa útil, capaz de servir de orientação segura em um terreno que não apenas

pode ter mudado sua aparência externa, mas sua própria natureza.

O currículo escolar é um mapa ainda mais especial, pois, à parte essa função

cartográfica básica, deve fornecer orientações sobre um território desconhecido na

ocasião em que está sendo desenhado.

A escola não pode mais fixar sua

visão no dedo que aponta, mas olhar

para

aquilo que o dedo aponta: uma

constelação de novos conhecimentos

que, além de representar o recurso mais

importante do mundo contemporâneo, é

uma das instâncias em que a solidariedade se realiza como um dos elos mais fortes

entre os membros da espécie humana, o que exige a reflexão sobre o próprio

conhecimento, atitude que nos compromete e constitui, em última análise, o

fundamento de toda ética.

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Por isso, pensamos uma organização curricular orientada por:

(1) uma visão orgânica do conhecimento, coerente com essa metamorfose da

racionalidade, caracterizada por uma abordagem renovada e renovadora que trate

os conteúdos escolares e as situações de aprendizagem de modo a destacar as

múltiplas interações entre as

disciplinas do currículo.

O processo de reflexão,

conforme nos propõe Kemmis, implica

“a imersão consciente do homem no

mundo de sua experiência [...]

carregado de conotações valore,

intercâmbios simbólicos,

correspondências afetivas, interesses

sociais e cenários políticos.” Além

disso, a reflexão:

- expressa uma orientação para a ação e se refere às relações historicamente

situadas entre pensamento e a ação;

- pressupõe relações sociais;

- expressa e serve interesses particulares de natureza humana, política, cultural e

social;

- reproduz ou transforma ativamente práticas ideológicas;

- é uma prática que exprime o poder de reconstrução social (NÓVOA, 1992)

(2) uma abertura e uma sensibilidade capazes de reconhecer o nexo entre o

conhecimento e os contextos contemporâneos da vida social e pessoal.

O currículo é por natureza uma rede de sentidos capaz de estabelecer uma

relação ativa entre o aluno e o objeto do conhecimento e de relacionar,

dialeticamente, o aprendido com o observado, a teoria com suas conseqüências e

aplicações práticas.

Mas um grande obstáculo se interpõe: a realidade imediata, na medida em

que a educação escolar incorpora uma rotina metodológica conservadora muito

resistente que considera os objetos isolados e estáticos, plenamente construídos e

definitivos. Portanto, grande parte dos problemas decorre não apenas de eventuais

deficiências do conhecimento científico ou da sua organização histórica, mas,

sobretudo, da própria realidade (DEMO,1998).

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1- Ao coordenar o planejamento das atividades curriculares com a escola em

que trabalha, o pedagogo Francisco assumiu com os colegas a Pedagogia

da Autonomia, refletindo sobre as concepções que norteiam o ensino e a

aprendizagem nessa tendência pedagógica.Nesse sentido o planejamento

escolar passou a ser entendido por todos como uma atividade que orienta a

tomada de decisões da escola e dos professores em relação às situações do

ensino e da aprendizagem, tendo em vista alcançar os melhores resultados

possíveis. Nessa perspectiva os profissionais do ensino participam ativamente

das atividades de planejamento da escola que tem como uma de suas

funções:

A) exclusivamente o domínio dos conhecimentos básicos para os alunos

serem aprovados de um ano letivo para o outro

B) atender as exigências das secretarias de educação

C) atender as exigências burocráticas do sistema educacional

D) replanejar o trabalho frente a novas situações que aparecem no decorrer

das atividades educativas

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2- Segundo José Carlos Libâneo o planejamento escolar – objetivos, conteúdos,

métodos – está recheado de implicações sociais e têm um significado

genuinamente político. Por essa razão o planejamento é uma atividade de:

A) Estabelecimento da dicotomia teoria e prática

B) Preenchimento de formulários para controle administrativo

C) Guia de orientação para a exclusão dos alunos desobedientes

D) Atendimento ao que foi elaborado pelos técnicos a ser executado pelo

professor

3- O currículo pode ser organizado elegendo atividades relacionadas e dirigidas

em projetos de trabalho que reconhecem a importância da criança vivenciar

experiências com objetos da cultura as quais devem favorecer:

A) apenas o desenvolvimento das capacidades cognitivas

B) a transmissão de conhecimentos por meio de aulas diretivas

C) a apropriação de conhecimentos por meio das relações afetivas, lógicas,

sensoriais, dentre outras.

D) a neutralidade científica nos conteúdos estudados

4- O desenvolvimento metodológico é o componente do plano de ensino que

dará vida aos objetivos, conteúdos e indica:

A) quais os resultados do ensino e da aprendizagem devem ser alcançados

B) a concepção e a formulação dos princípios e objetivos sociais

C) o que os alunos e o professor farão no desenrolar de uma aula ou no

conjunto de aulas

D) o levantamento dos temas que deverão ser operacionalizados no semestre

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5- Segundo Jussara Hoffmann a cada etapa do processo de ensino convém

que o/a professor/a vá registrando, no plano de ensino e no plano de aulas,

os conhecimentos que os estudantes “ainda” necessitam aprender, os que

podem contribuir para o processo evolutivo dos mesmos, no sentido de

prepararem-se para enfrentar novos desafios, enriquecerem as suas práticas

e ampliarem o sentimento de segurança mútua. Agindo assim, o/a professor/a

utiliza o planejamento como:

A) mais um modismo na educação

B) oportunidade de competir com os colegas que atuam na visão tecnicista

C) uma forma de utilizar a visão behaviorista de ensino e de avaliação

diagnóstica

D) oportunidade de reflexão e de avaliação mediadora

6- “O processo e o exercício de planejar referem-se a uma antecipação da prática,

de modo a prever e programar as ações e os resultados desejados.” Numa escola,

onde o processo do Planejamento Escolar é participativo, pressupõe, EXCETO:

A) Competência técnica do coordenador para definir o planejamento e metas

finais.

B) Espaços de reflexão e construção coletiva.

C) Incorporação de propostas dos participantes do grupo, quando válidas

para o trabalho.

D) Valorização das experiências e vivências dos participantes do grupo.

7- Segundo Paulo Freire ensinar exige segurança, competência profissional e

generosidade. Assim o clima de respeito que nasce de relações justas, sérias,

humildes, generosas em que a autoridade docente e as liberdades dos alunos se

assumem eticamente deve contribuir para:

A) reforçar o autoritarismo na escola pública

B) reforçar o medo que os pais tem dos professores e os conduz a afastar-se

da escola

C) os alunos reagirem negativamente ao exercício do comando

D) fortalecer o caráter formador do espaço pedagógico

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8- O entendimento acerca da avaliação dialógica leva o/a pedagogo/a a conceber o

conhecimento como apropriação do saber pelo/a aluno/a e pelo/a professor/a, como

ação/reflexão/ação que se passa na sala de aula em direção a um saber

aperfeiçoado, enriquecido, carregado de significados, de compreensão. Esse

entendimento caracteriza uma avaliação:

A) mediadora

B) classificatória

C) que requer provas marcadas antecipadamente

D) excludente

9- Conceber o processo de aprendizagem como propriedade do sujeito implica

valorizar o papel determinante da interação com o meio social e, particularmente,

com a escola. Assim o professor e demais profissionais do ensino devem

contemplar:

A) a representação do aluno sobre si mesmo como alguém que aprende

conforme a sua carga hereditária

B) o reforço negativo e a motivação, imprescindíveis no processo de ensino e

aprendizagem

C) os fatores hereditários determinantes no sucesso escolar

D) a atuação do próprio aluno na tarefa de construir significados sobre os

conteúdos da aprendizagem

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10- O quadrinho acima trata de uma crítica presente na sociedade acerca do papel

que tem sido desempenhado pela escola e conseqüentemente pelo currículo.

Segundo essa crítica, a escola tem contribuído principalmente para a:

(A) resistência das classes menos favorecidas, na medida em que não

favorece a aquisição mínima dos conteúdos prescritos.

(B) reprodução das desigualdades e das injustiças sociais, uma vez que não

promove a formação de sujeitos letrados.

(C) emancipação e libertação das pessoas, uma vez que sempre atraiu as

mais diversas faixas da população.

(D) conscientização das pessoas acerca de seu papel na sociedade, a fim de

torná-las cidadãs críticas.

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GABARITO

Nome do Aluno:_____________________________________________________

Curso:_____________________________________________________________

Disciplina:__________________________________________________________

Data de envio: __________/____________/_________________.

Questão Letra

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

________________________

Assinatura do Aluno

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