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  FACULDADE BOA VIAGEM CURSO DE DIREITO PROFª WANDA CARDOSO LÍNGUA PORTUGUESA ( 1ª Unidade ) Recife 2015

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Apostila nr - 35

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  • FACULDADE BOA VIAGEM

    CURSO DE DIREITO

    PROF WANDA CARDOSO

    LNGUA PORTUGUESA

    ( 1 Unidade )

    Recife

    2015

  • 2

    1. O HOMEM, A LINGUAGEM E A COMUNICAO

    Desde os primrdios, o homem sempre quis se comunicar, a fim de compartilhar seus

    pensamentos, ideias e experincias de mundo. A aquisio da capacidade de transmitir uma

    determinada mensagem e ser compreendido pelo seu interlocutor tornou-se uma espcie de busca

    incansvel do indivduo atravs dos tempos, e, por esse motivo, o homem est sempre desenvolvendo

    novas formas de comunicao.

    H vrios meios eficazes para a veiculao de uma mensagem, no entanto, sem dvida alguma,

    a linguagem humana se sobrepe a qualquer outro meio de comunicao. Entende-se por comunicao

    o ato de tornar algum acontecimento comum a outras pessoas.

    Comunicao pressupe comunidade. A comunidade composta por indivduos que se

    comunicam entre si, usando o mesmo cdigo, isto , o mesmo sistema convencional de palavras. No

    haver comunidade, se no houver comunicao ou entendimento entre as pessoas que compem

    aquela mesma comunidade. Se no houver comunicao entre os integrantes de uma mesma

    comunidade, existir apenas um grupo de pessoas reunidas, uma vez que elas no se entendem. No

    se pode afirmar que existe interao social entre essas pessoas, exatamente, porque elas no se

    entendem.

    A comunicao considerada um ato praticado entre os indivduos que usam os mesmos signos

    lingusticos, ou seja, as mesmas palavras, cuja finalidade transmitir uma determinada mensagem.

    Quem se comunica, age.

    A comunicao representa um importante processo social, permitindo o relacionamento de

    qualquer grupo ou sociedade, recebe influncias do meio fsico, absorve traos culturais e psicolgicos

    de grupos humanos. No obstante o desenvolvimento dos meios de comunicao, com os aparatos

    tecnolgicos viveis nas mdias, sonoro e visual, a linguagem verbal uma das mais utilizadas como

    meio de comunicao entre os indivduos, representando-a individualmente ou reunidas em grupos ou

    classes.

    atravs da linguagem que se expressam ideias, sentimentos e comportamentos. Seja qual for

    o tipo de linguagem verbal (oral ou escrita), no-verbal (expresso facial, postura, aparncia), mmica,

    imagens etc. ela rene um conjunto de cdigos do qual o emissor (interlocutor 1) se comunica com o

    receptor ( interlocutor 2). O receptor efetiva a comunicao ao decodificar a mensagem. Dessa forma, no

    processo tem-se um receptor que recebe a mensagem, um emissor que a emite e um canal de

    comunicao, que o meio fsico atravs do qual ela transmitida. Para que exista a mensagem

    preciso um tema, isto , um motivo, que a prpria razo da comunicao.

    A linguagem oral, por sua natureza, efmera e se perde no tempo com facilidade. Da ser a

    escrita um meio de expresso e de comunicao entre os seres humanos responsvel pelo

    levantamento da histria de antigas civilizaes que a utilizavam.

    Os povos da Mesopotmia foram os primeiros a se comunicar atravs de sinais e smbolos

    encontrados nas cavernas que datam de 3.500 a.C. Os egpcios, igualmente, deixaram em tmulos de

    seus reis e nobres, smbolos no ano 3.000 a.C. atravs dos quais se levantou a histria dessa

    desenvolvida civilizao. Na ndia, as gravaes datam de 2.500 a.C. O primeiro alfabeto surgiu em

    Cana, no ano de 1.400 a.C., dando origem aos alfabetos aramaico, hebreu, grego e, posteriormente,

    latino.

    Alguns povos simplificaram sua escrita. Outros conservaram ideogramas e pictogramas. Alguns

    absorveram o alfabeto j existente em grupos sociais e o adaptaram, como o caso dos coreanos.

    Sabe-se que palavras e conjuntos de sinais utilizados pelo ser humano em sua comunicao

    mudam de significado com o passar do tempo e, enquanto palavras caem em desuso, surgem outras

    novas. Para tanto, contribuem as transformaes sociais. O sentido das palavras varia, tambm dentro

    do texto.

  • 3

    A linguagem adotada na escrita depender de vrios fatores, bem como do tipo de redao.

    Enquanto na redao literria se emprega uma forma mais livre de escrever, na tcnica e especializada

    existem manuais e regras especficas. Dessa forma, um dilogo entre advogados no pode ser o mesmo

    que o verificado entre dois caboclos, dois operrios ou duas crianas. Assim, costuma-se distinguir a

    linguagem em coloquial ou afetuosa, regional e culta ou formal. Isso no significa que um nvel superior

    ao outro. Existe a liberdade lingustica, mas o sucesso de quem escreve est na objetividade e clareza

    que permitem a comunicao com o maior nmero possvel de receptores.

    De acordo com o texto:

    O humor do texto de Dik Browne est diretamente atrelado a uma oposio entre a viso do

    monge que observa Hagar e sua famlia e o sonho do prprio Hagar, que revela os verdadeiros

    pensamentos e sentimentos do brbaro.

    Para o monge, a personagem, dormindo um sono tranquilo com um sorriso de beatitude nos

    lbios, seria prova de que um viking vive em paz com a natureza, mansamente prximo aos seus. No

    entanto, ns, leitores dessa histria, conhecemos tambm o sonho da personagem e sabemos que o

    sorriso de Hagar advm da lembrana de seu dia a dia e de seu prazer em saquear, atacar, pilhar.

    O monge menciona a reputao injusta dos vikings, que eles no seriam horrveis, e sim

    verdadeiros cordeirinhos. O fim da histria, porm, apenas reafirma a fama de Hagar e do povo que ele

    representa.

    Embora se trate de uma histria em quadrinhos e, portanto, no tenha pretenso de ser um

    retrato fiel da realidade, podemos dizer que o autor aborda uma questo importante e facilmente

    - O que voc est fazendo? - Estou escrevendo o primeiro relato verdadeiro

    sobre os vikings.

    - As pessoas

    simplesmente no os

    compreendem Eles so

    verdadeiros cordeirinhos.

    - So mesmo?

    - Voc j viu uma cena mais tranquila? - Eu estou convencido de que os vikings tm uma reputao muito injusta!

    - Olhe s o Hagar recostado tranquilamente na sua casinha um retrato de repouso digno.

    - Como algum poderia chamar um homem com um sorriso como aquele de Horrvel?

    - Voc j viu um sorriso mais pacfico, satisfeito? - No, desde o Saque de Roma.

  • 4

    comprovvel: cada povo tem sua maneira de ser, de ver o mundo. Cada povo possui seus prprios

    valores, suas criaes. Cada povo possui sua cultura e uma lngua prpria para traduzi-la.

    Segundo Bosi (1992), Cultura pressupe uma conscincia grupal operosa e operante que

    desentranha da vida presente os planos para o futuro. E como se desenvolve uma cultura? Vejamos.

    1.1. O Homem um ser social

    O homem, como ser social, precisa se comunicar e viver em comunidade, que onde troca seus

    conhecimentos e suas experincias. Estes, por sua vez, iro lev-lo a assimilar e compreender o mundo

    em que vive, dando-lhe meios para transform-lo. Por ser social, o homem se difere dos outros seres

    que vivem reunidos pela capacidade de julgar e discernir, estabelecendo regras para a vida em

    sociedade. Tal concepo, nascida em A Poltica, de Aristteles, implica estabelecer a necessidade de

    linguagem para que o homem possa se comunicar com os outros e, juntos, estabelecerem um cdigo de

    vida em comum. Ento, a linguagem, capacidade comunicativa dos seres, constri vnculos entre os

    homens e possibilita a transmisso de culturas, alm de garantir a eficcia dos mecanismos de

    funcionamento dos grupos sociais.

    Ao acumular as experincias de sua comunidade, o homem vai construindo uma cultura prpria que

    transmitida de gerao para gerao. Para transmitir sua cultura e para suprir a necessidade de buscar

    a melhor expresso de suas emoes, suas sensaes e seus sentimentos, o homem se viu diante de

    certos desafios: um deles foi o de criar e desenvolver uma maneira de comunicar-se com seus

    semelhantes.

    2. LINGUAGEM VERBAL E NO-VERBAL

    Existem vrias formas de comunicao. Quando o homem se utiliza da palavra, ou seja, na

    modalidade oral ou escrita da linguagem, dizemos que ele est utilizando uma linguagem verbal, pois o

    cdigo usado a palavra. Tal cdigo est presente, quando falamos com algum, quando lemos,

    quando escrevemos. A linguagem verbal a forma de comunicao mais presente em nosso cotidiano.

    Mediante a palavra falada ou escrita, expomos aos outros as nossas idias e pensamentos,

    comunicando-nos por meio desse cdigo verbal imprescindvel em nossas vidas.

    - ela est presente em textos em propagandas;

    - em reportagens (jornais, revistas etc.);

    - em obras literrias e cientficas;

    - na comunicao entre as pessoas;

    - em discursos (Presidente da Repblica, representantes de classe, candidatos a cargos pblicos etc.);

    - e em vrias outras situaes.

    As linguagens no-verbais: Problemas e questes. Analisemos uma pgina interessante do livro Comunicao em Lngua Portuguesa de Maria Margarida Andrade e Joo Bosco Medeiros.

    Vejam-se, na ilustrao, os diferentes significados de um mesmo gesto:

    Este sinal demonstra que proibido fumar em um determinado local. A linguagem utilizada a

    no-verbal, pois no utiliza do cdigo "Lngua portuguesa" para transmitir que proibido fumar.

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    O autor Roger Axtell enumera tambm, o segundo artigo publicado na Folha de So Paulo, algumas atitudes de significao diversa em diferentes pases, sob o ttulo: Como no cometer gafes no exterior. Eis alguns exemplos:

    Na Alemanha, apertar mos com a outra mo no bolso considerado falta de educao; cortar

    batatas ou panquecas com a faca sugere que esto duras. Na China, aponta-se com toda a mo e no com o dedo indicador. Na Coreia do Sul, no abra um presente logo aps receb-lo, somente mais tarde, quando estiver sozinho. Na Frana, formar um crculo com o polegar e o indicador, coloc-lo sobre o nariz e torc-lo significa que algum est bbado. Na ndia, falta de educao assobiar em pblico. Na Holanda, chupar o polegar significa que algum est mentindo ou inventando uma histria. No Lbano, lamber o dedo mnimo e depois pass-lo pela sobrancelha indica que algum homossexual. Na Noruega, se quiser deseja boa sorte para um pescador, cuspa para ele. No Peru, bater com o indicador no meio da testa significa que a outra pessoa burra. Na Polnia, quem bater de leve com o dedo no pescoo est convidando seu interlocutor para beber. Na Turquia, considera-se falta de educao cruzar os braos sobre o peito enquanto se conversa com algum. No Zaire, se seu anfitrio comer com os dedos, faa o mesmo, mas use apenas a mo direita (ANDRADE e MEDEIROS, 2006).

    As mensagens podem ser verbais (faladas ou escritas) ou no verbais: gestuais, tcteis,

    pictricas ou grficas. A comunicao no verbal envolve tambm outros aspectos, de natureza cultural, psicolgica ou emocional, tais como:

    a) receber outra pessoa, sentado ou em p;

    b) Estender a mo para apertar ou no estender;

    c) Curvar um pouco a cabea ou a coluna;

    d) Ficar mais perto ou mais distante da pessoa com quem se fala;

    e) Apresentar-se com sorriso ou cara fechada;

    f) Demonstrar interesse (ler um papel que lhe entregue) ou desinteresse (ignorar o papel);

    g) Demonstrao de nervosismo/insegurana etc. (ou o contrrio).

    O tipo de linguagem, cujo cdigo no a palavra, denomina-se linguagem no-verbal, isto ,

    usam-se outros cdigos (o desenho, a dana, os sons, os gestos, a expresso fisionmica, as cores).

    Assim, a comunicao uma ao intersubjetiva (falante e produtor de um enunciado e outro

    falante, chamado interlocutor de quem se espera a escuta e ou uma resposta explcita ou implcita).

  • 6

    Como se v, as pessoas so os atores da comunicao. Para os tericos da Lingustica e da telecomunicao, a comunicao o fato de uma informao ser transmitida de um ponto a outro (pessoa ou lugar).

    Filosoficamente, a comunicao uma necessidade humana. Ela dada como uma resposta

    grande questo da comunidade social. A comunicao tem seus problemas, tais como: 1. os mal-entendidos; 2. as ambiguidades; 3. as falsas interpretaes; 4. As incompreenses (individuais e coletivas).

    Assim sendo, a linguagem no-verbal consiste na utilizao de imagens, com o intuito de

    promover a interao entre sujeitos em um discurso. importante no fazer a esse tipo de imagem uma

    interpretao rgida. Veja a figura abaixo de uma criana com a metade do rosto branca e a outra

    metade negra.

    Ao associar a imagem (no-verbal) com as indagaes (verbal), Quem vai estudar? Quem vai trabalhar? Quem vai viver? Observa-se que ela oferece duas opes, que segundo reflexes de cunho racial feitas por toda a sociedade, demonstra a inclinao para a resposta: a criana branca. Os valores ideolgicos, alm das relaes de poder, mostram que o branco quem vai estudar, trabalhar e viver. Mesmo que no seja essa a sua opinio, isso que o texto verbal + no-verbal retrata. 2.1. Linguagem Oral e Linguagem Escrita

    Em qualquer sociedade, h variaes na linguagem. Num primeiro plano, distingue-se a lngua

    escrita da lngua oral, modalidades que respeitam regras diferentes.

    Na lngua escrita, a expresso mais formal, j que as ideias so explicitadas e concatenadas, de sorte a permitir a compreenso, estando ausentes os interlocutores.

    Na lngua oral, dada a presena dos interlocutores, so frequentes simplificaes, omisses e

    repeties, resolvidas na situao contextual. Entretanto, em qualquer dessas modalidades h variaes. O grau de formalismo de uma carta

    de apresentao no o mesmo de um bilhete deixado para um amigo, da mesma forma que uma conversa com o chefe pode ser mais formal que uma conversa com um colega.

    Num outro plano, observa-se variao de linguagem entre profissionais de diferentes reas. O

    discurso de um advogado difere do discurso de um mdico, seja pelo vocabulrio, seja pelos tipos de textos produzidos, seja mesmo pela sintaxe empregada. Assim, o discurso do advogado tem particularidades que definem o jargo da rea, ou seja, o conjunto de palavras, de tipos de textos, de construes que so prprios desse grupo scio/profissional.

    Ainda preciso notar que h diferentes graus de formalismo. Um profissional pode valer-se de

    uma linguagem mais formal, quando apresenta um relatrio, por exemplo, e de uma linguagem menos formal quando transmite informaes internas no seu setor de trabalho. So, pois, as circunstncias que determinam o grau de formalismo da linguagem.

    Por razes polticas e sociais, define-se como lngua padro uma variante mais conservadora e

    de prestgio. Por abranger todas as relaes cotidianas do homem, a lngua precisa de certos cuidados para

    que desempenhe o importante papel da comunicao.

    Convm, por isso, notar que entre a lngua oral ou falada e a escrita h diferenas bem

    acentuadas. Escrever uma histria, por mais simples que ela seja, diferente do ato de cont-la

    oralmente. Cada uma dessas modalidades de expresso tem suas caractersticas, seus fundamentos,

    suas necessidades e suas realizaes.

    Veja como J Soares faz essa distino com humor:

  • 7

    Nesse trecho, podemos observar que o humorista tentou uma aproximao entre a lngua falada

    e a escrita e pde, at, copi-la; porm, essa cpia sempre uma transposio ou uma deformao*

    da fala.

    Para melhor entender o assunto, veja algumas das caractersticas de cada uma:

    LNGUA FALADA LNGUA ESCRITA

    Numa situao de comunicao, a mensagem transmitida de forma imediata.

    Numa situao de comunicao, a mensagem transmitida de forma no imediata.

    Em geral, o emissor e o receptor devem conhecer bem a situao e as circunstncias que rodeiam. Se, por qualquer motivo, isso no acontecer, pode haver problemas de comunicao ou, simplesmente, no haver mensagem.

    O reconhecer no precisa conhecer de forma direta a situao do emissor nem contexto da mensagem.

    A mensagem costuma ser transmitida de forma mais breve, notando-se ntida tentativa de economizar palavras. Com a presena de um interlocutor, que pode, a qualquer momento, interromper a conversa, comum o emprego de construes mais simples, frases incompletas, com nfase nas oraes coordenadas, mais espontneas e mais livres, menos reflexivas.

    So empregadas construes mais complexas, mais planejadas, pois se subentende que o emissor teve mais tempo para elaborar a mensagem, repensando-a, modificando-a. , por isso, mais comum o uso de oraes mais complexas, subordinadas, que exigem mais esforo de memria ou de raciocnio.

    H elementos prosdicos, como entonao, pausa, ritmo e gestos, que enfatizam o significado dos vocbulos e das frases.

    Como no possvel, na lngua escrita, a utilizao dos elementos prosdicos da lngua falada, o emprego dos sinais de pontuao tenta reconstruir alguns desses elementos.

    2.2. Variaes Lingusticas Existem vrias especulaes acerca da palavra ERRO. comum ouvir expresses, como: Veja s como ele fala errado! Seus erros de portugus so imperdoveis.... Voc concorda com esse tipo de expresso? Se sua resposta for positiva, realmente precisa rever seus conceitos lingusticos. Para tanto, necessrio conceber a lngua enquanto interao, pois a lngua s faz sentido em uso.

    No existe lngua que gire em volta de si mesma, temos que ter, como na fsica, um referencial de uso; este referencial chama-se registro lingustico (diversas situaes de comunicao) e a lngua usada para adequar-se aos diversos registros lingusticos ser chamada de dialetos.

    Observe, a ttulo de exemplo, um surfista, em Maracape/PE ( espao tpico de surfistas), interagindo em meio aos seus amigos, da seguinte maneira: Esto todos bem? Como passaram o final de semana?

    Ento, o que voc pensa sobre essa relao discurso & situao comunicativa? O que houve,

    efetivamente, foi uma inadequao entre os dois pilares bsicos que regem a comunicao, tendo como base a interao social. O indivduo no um ser isolado do mundo, isto , representa papis em

    Portugus Fcil de Aprender porque uma lngua que se escreve exatamente como se fala.

    Pois . U portugus muinto fciu di aprender, porque uma lngua qui a gente inscrevi exatamente

    cumu si fala. Num cumu inglis qui d at vontade di ri quandu a genti descobri cumu qui si iscrevi

    algumas palavras. Im purtuguis no. s perstteno. U alemo pur exemplu. Qu coisa mais doida?

    Num bate nada cum nada. At nu espanhol qui parecidu, si iscrevi muinto diferente. Qui bom qui a

    minha lngua u purtuguis. Quem soub fal sabe inscrev.

  • 8

    diversos cenrios da vida, por isso sua linguagem deve adequar-se s situaes para que se possa realmente interagir socialmente.

    O que socialmente no importa em todas as situaes de uso? Se esta linguagem est ou no

    prevista na gramtica normativa, no obstante existir extratos distintos na Norma Culta. A forma de enunciao prevista na gramtica normativa no abrange todas as formas de uso que fazemos na vida, mas somente pelo fato de estar na gramtica, j usufrui de um prestgio inigualvel; logo o que no Norma Culta, para muitos erro, desvalorizao social/econmica, at porque, segundo Bagno ( 1999), o preconceito lingustico est atrelado ao preconceito social.

    Diz-se que o "brasileiro no sabe Portugus" e que "Portugus muito difcil". Estes so alguns

    dos muitos que compem um preconceito muito presente na cultura brasileira: o lingustico. Tudo por causa da confuso que se faz entre lngua gramtica normativa (que no a lngua, mas s uma descrio parcial dela).

    Portanto, no existe erro, e sim, adequao ou inadequao lingustica, uma vez que temos que

    analisar o conjunto: Lngua + Situao de Comunicao. De acordo com Travaglia (2003), h dois tipos de Variaes Lingusticas: os dialetos e os

    registros. Os estudos sobre variao lingustica registram pelo menos cinco dimenses de variao dialetal: a territorial ou geogrfica, a social, a de idade, a de sexo e a de gerao (variao histrica). Quanto variao de registro, pode ser classificada em trs tipos: grau de formalismo, modo ( oral ou escrito) e sintonia. Observe o seguinte quadro:

    Quadro 1. Variedades lingusticas Variedades Geogrficas Falares regionais ou dialetos

    Linguagem urbana X Linguagem rural Variedades socioculturais Variedades devidas ao falante: dialetos sociais; grau de

    escolaridade, profisso, idade, sexo etc. Variedades devidas situao: nveis de fala ou registros (formal/coloquial); tema, ambiente, intimidade ou no entre os falantes, estado emocional do falante.

    Variedades devidas Situao

    O humor da tira a seguir determinado pelo excesso de informalidade por parte do namorado que acaba de ser apresentado aos pais da garota.

    Como uma norma de boa educao, espera-se que a pessoa estranha seja gentil, dirija-se aos

    donos da casa com respeito e manifeste alguma cerimnia, como um pedido de licena. Cabe pessoa visitada dispensar as formalidades e fazer com que o estranho se sinta bem.

    Nesse caso, observe que o namorado nem mesmo cumprimenta a garota e se dirige aos pais

    dela com tanta grosseria que Hagar toma uma posio defensiva, ameaando o rapaz com um machado.

  • 9

    A ilustrao nos mostra o emprego de uma linguagem pouco adequada situao que envolve os personagens. Analisando nossa prpria maneira de falar, cada um de ns capaz de perceber que dominamos vrias lnguas, ou seja, temos vrias maneiras de registrar a lngua. A cada momento fazemos uso de um desses registros.

    Observe: uma criana de dois anos, quando cai, pode dizer que machucou o bumbum. Sua me, ao

    agrad-la, pergunta: O nen machucou a bundinha?.

    Ocorrendo um problema mais grave, ao lev-la ao mdico, os pais provavelmente diriam que o problema

    nas ndegas. E o mdico? Bem, ele poderia anotar que a dor na regio gltea...

    Veja que todas essas expresses so de nosso conhecimento e sabemos, quase intuitivamente,

    qual o momento adequado para empregar uma ou outra.

    EXERCCIOS

    01. O texto hbrido em questo foi usado em uma das provas da UFPE realizada pela COVEST no incio de 2010. Quem so consideradas as raas? Preta e branca. Quais so as vrias reas abordadas? Estudo, trabalho e, em suma, vida. Objetivando transmitir sua mensagem-denncia, o autor do Texto abaixo estabelece uma relao entre:

    a) as raas e os coeficientes de inteligncia, em nosso pas. b) as raas e os nveis de desnutrio infantil, no Brasil. c) as raas e a garantia da assistncia sade, ao longo da vida. d) as raas e a possibilidade de sucesso em vrias reas. e) as raas, a garantia sade e a expectativa devida.

    02. Analise atentamente os textos.

    TEXTO I

    (Fonte: sosriosdobrasil.blogspot.com)

    TEXTO II

  • 10

    Aps um ano de discusses, Comisso Especial da Cmara dos Deputados aprovou reforma do Cdigo

    Florestal que anistia proprietrios rurais acusados de desmatamento ilegal at 22 de julho de 2008. A

    organizao ambientalista Greenpeace revelou que, com essa deciso, o governo ter de abrir mo de

    aproximadamente R$ 8 bilhes relativos s multas aplicadas na Amaznia Legal no perodo que vai de

    1998 at 2008. O Ibama informa que no tem condies de calcular o quanto deixar de arrecadar.

    (Fonte: http://oglobo.com. Adaptado. Acesso em 23 maio 2013).

    Julgue as proposies abaixo. I. O texto I uma charge, um texto misto, com imagem e linguagem verbal escrita. De forte apelo crtico e humorstico, por meio de uma relao intertextual com o texto II, ganha sentido com o desenho da rvore sendo cortada por um homem, que corresponderia aos desmatadores, e das folhas da rvore em formato de papel de bloco, imitando registros de multas que sero desconsideradas. II. O texto II um texto em linguagem verbal escrita, de valor expositivo-informativo, em que no h juzos expressos pelo autor. Como sua funo primordial informar, no cabem crticas ou traos de humor. fundamental para o estabelecimento de relaes intertextuais com o texto I, porque explicita os sentidos subjacentes mensagem exposta anteriormente.

    III. O texto I mantm uma relao de sentido com o texto II por meio da aproximao entre os dados numricos apresentados neste e as folhas da rvore, numerosas, desenhadas naquele. IV. O texto II deixa transparecer as intenes de seu autor pelo uso bastante forte dos dados numricos, que enfatizam o rombo que a anistia para os desmatadores causar no s para o Ibama, mas tambm, moralmente, para a nao. Assinale a alternativa correta. a) Todas as proposies esto corretas. b) Somente as proposies I e II esto corretas. c) Somente as proposies I, III e IV esto corretas. d) Somente as proposies I e IV esto corretas. e) Todas as proposies esto erradas.

    03. A charge a seguir faz parte de uma campanha que promove uma academia de musculao.

    O humor criado a partir da linguagem verbo-visual- faz parte da estratgia de visibilidade do

    anunciante. Sobre o efeito lingustico gerado, no se pode afirmar que:

    a) a palavra "localizada" remete ao universo da musculao. b) a fotossntese est, para a musculao, assim como a folha da planta est para um msculo do ser humano. c) o pblico-alvo da propaganda so pessoas interessadas em desenvolver uma parte especfica de seu corpo. d) a palavra "localizada", gatilho do humor, pode ser substituda pelo sinnimo "situada", sem prejuzo de sentido. e) o uso da linguagem coloquial em "tou fazendo" est adequado ao contexto lingustico em questo.

    03. Observe a ilustrao de uma matria sobre o projeto de lei de autoria da deputada federal Maria do

    Rosrio (PT-RS), cujo objetivo proibir os pais de usar castigos corporais na educao dos filhos.

  • 11

    (Fonte: http://combatepocicial.com. Adaptado. Acesso em 29 dez. 2013)

    Pela leitura da imagem e do texto verbal que a acompanha, pode-se concluir: a) Por um mecanismo argumentativo de oposio, o objetivo exposto pelo texto verbal abaixo da ilustrao no o mesmo que se verifica na prpria ilustrao. Esta, por sua vez, mostra claramente que a educao dos filhos pode no estar na palma da mo, no sentido de que os pais no tm controle sobre tais aes. b) Por um mecanismo argumentativo de complementao, o objetivo exposto pelo texto verbal abaixo da ilustrao exatamente o mesmo que se verifica na prpria ilustrao. A proibio de usar a palmada na educao dos filhos tambm alvo do ttulo da matria, que sugere, pela pergunta, que os pais no tm as aes educativas na palma da mo, no sentido de no exercerem controle sobre elas. c) Pelo mecanismo argumentativo do duplo sentido, o texto do ttulo da matria, associado ao fato de ser uma pergunta, prope que os pais no tm controle sobre as aes educativas, ou seja, a educao dos filhos no est na palma da mo, e, por isso, empregam castigos com a palma da mo. A proibio palmada vem expressa, na ilustrao, pelo uso do recurso da placa de trnsito, cujo significado proibido. d) Pelo mecanismo argumentativo da intimidao, o uso de uma placa de trnsito com o significado de proibido sobre a mo de um adulto, na ilustrao, faz o leitor sentir-se questionado sobre se a que vem abaixo da ilustrao demonstra claramente que algumas famlias j esto mudando de atitude. e) Pelo mecanismo argumentativo da interrogao, o ttulo da matria leva o leitor a questionar se a mo mesmo o melhor mecanismo empregado pelas famlias para dar a palmada na criana e, assim, educ-la. O texto verbal que vem abaixo da ilustrao complementa esse sentido ao afirmar que a ao educativa pela palmada estaria com os dias contados.

    04.

    Observando os anncios institucionais, pode-se afirmar que os recursos foram usados para: a) seduzir o consumidor pela lgica racional notada no predomnio do uso das cores preta e branca, prometendo-lhe vida saudvel aps a prtica incitada. b) mobilizar racional e emocionalmente o consumidor para a escolha de prticas respeitosas individualidade e coletividade. c) persuadir o consumidor inteligente pela identificao com os protagonistas, estimulando-o a agir contrariamente ao indicado nos recursos verbais.

  • 12

    d) moralizar o pblico-alvo, aqueles que descumprem a lei seca e aqueles que, por fumarem em local fechado, geram o fumante passivo. e) manipular o espectador, levando-o percepo da prpria inteligncia na adoo de atitudes politicamente corretas.

    Charge para as questes 05 e 06

    (Fonte: Glauco. Folha de So Paulo. 30/05/2008)

    05. A crtica contida na charge visa, principalmente, ao a) ato de reivindicar a posse de um bem, o qual, no entanto, j pertence ao Brasil. b) desejo obsessivo de conservao da natureza brasileira. c) lanamento da campanha de preservao da floresta amaznica. d) uso de slogan semelhante ao da campanha O petrleo e nosso. e) descompasso entre a reivindicao de posse e o tratamento dado a floresta. 06. O pressuposto da frase escrita no cartaz que compe a charge o de que a Amaznia est ameaada de a) fragmentao. b) estatizao. c) descentralizao. d) internacionalizao. e) partidarizao.

    Leia a tirinha de Recruta Zero, de Mort e Greg Walker, para responder s questes de 07 a 10.

    (Fonte: http:// historiasdomaluco.com)

    07. O humor da tirinha resultado a) da dificuldade do recruta para entender o que o sargento solicitava. b) do desrespeito do recruta quanto ordem especfica do sargento. c) da desateno do recruta quanto ordem especfica do sargento. d) da impossibilidade do recruta de executar a tarefa exigida pelo sargento. e) da complexidade da comunicao do sargento para formular seu pedido ao recruta. As expresses sem demora e com determinao (da 1 fala do recruta Zero) so base para as questes 08 e 09. 08. Essas expresses so substitudas, sem alterao de sentido, por a) demoradamente e determinadamente.

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    b) imediatamente e determinadamente. c) demasiadamente e indeterminadamente. d) brevemente e indeterminadamente. e) apressadamente e indeterminadamente. 09. Elas exprimem ideia de a) lugar e tempo. b) dvida e lugar. c) tempo e modo. d) modo e lugar. e) tempo e dvida. 10. Em - Voc fez o que pedi pra voc, Zero?- o termo o tem o mesmo emprego que na alternativa a) Visitei o Museu do Louvre, por vrias vezes. b) Vi-o ontem, sada de casa. c) Repetia que o ladro tinha tomado sua bolsa. d) O que magoou a jovem sensvel foi a agresso. e) Ele, ningum o escuta na repartio. Observe o texto abaixo e depois responda.

    (Fonte: http:// folhaspoliticas.wordpress.com)

    11. Atravs do texto se pretende: a) divulgar melhorias efetuadas nos meios mais comuns de transporte pblico. b) convencer as pessoas a mudarem um hbito, no que se refere ao meio de transporte. c) denunciar a pssima qualidade dos transportes pblicos usuais nas cidades grandes. d) propagar novas formas de exerccios fsicos e, assim, melhorar a sade da populao. e) apelar para que os motoristas dirijam prestando ateno aos ciclistas. 12. Observe a tirinha da personagem Mafalda, de Quino.

    (QUINO, J.L. Mafalda. Traduo de Mnica S.M. da Silva. So Paulo: Martins Fontes, 1988).

    O efeito de humor foi um recurso utilizado pelo autor da tirinha para mostrar que o pai de Mafalda: a) revelou desinteresse na leitura do dicionrio.

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    b) tentava ler um dicionrio, que uma obra muito extensa. c) causou surpresa em sua filha, ao se dedicar leitura de um livro to grande. d) queria consultar o dicionrio para tirar uma dvida, e no ler o livro, como sua filha pensava. e) demonstrou que a leitura do dicionrio o desagradou bastante, fato que decepcionou muito sua filha. A CAMPANHA ABAIXO TEMA DAS QUESTES 13 e 14.

    13. O texto tem o objetivo de solucionar um problema social, a) descrevendo a situao do pas em relao gripe suna. b) alertando a populao para o risco de morte pela influenza A. c) informando a populao sobre a iminncia de uma pandemia de influenza A. d)orientando a populao sobre os sintomas da gripe suna e procedimentos para evitar a contaminao. e) convocando toda a populao para se submeter a exames de deteco da gripe suna. 14. Os principais recursos utilizados para envolvimento e adeso do leitor campanha institucional incluem: a) o emprego de enumerao de itens e apresentao de ttulos expressivos. b) o uso de oraes subordinadas condicionais e temporais. c) o emprego de pronomes como voc e sua e o uso do imperativo. d) a construo de figuras metafricas e o uso de repetio. e) o fornecimento de nmero de telefone gratuito para contato. 15. As imagens seguintes fazem parte de uma campanha do Ministrio da Sade contra o tabagismo.

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    O emprego dos recursos verbais e no-verbais nesse gnero textual adota como uma das estratgias persuasivas

    a) evidenciar a inutilidade da teraputica do cigarro. b) indicar a utilidade do cigarro como pesticida contra ratos e baratas. c) apontar para o descaso do Ministrio da Sade com a populao infantil. d) mostrar a relao direta entre o uso do cigarro e o aparecimento de problemas no aparelho respiratrio. e) indicar que os que mais sofrem as consequncias do tabagismo so os fumantes ativos, ou seja, aqueles que fazem uso direto do cigarro. 16. Leia, a seguir, a tirinha de Chico Bento.

    Chico Bento, personagem bastante conhecida de Maurcio de Sousa, expressa-se combinando uma variedade lingustica regional e determinado registro de uso da lngua portuguesa. As falas de Chico Bento e de seu pai, na tirinha, definem-se por representarem exemplos do linguajar: a) Caipira, marcado pelas alteraes fonticas, em registro oral e coloquial, dados os desvios gramaticais. b) Rural, marcado pelas selees de vocabulrio especfico, em registro oral e coloquial, dados os desvios gramaticais. c) Sertanejo, marcado pela atividade de agricultor do pai, em registro oral e coloquial, dados os desvios gramaticais. d) Masculino adulto, marcado pela atividade na roa, e do linguajar masculino infantil, marcado pela constituio da personagem Chico Bento, em registro oral e coloquial, dados os desvios gramaticais.

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    e) Regional, marcado pelos vocbulos tpicos da cultura local, em registro oral e coloquial, dados os desvios gramaticais. 17. Leia o excerto a seguir, extrado de um texto escrito para uma coluna na internet.

    Placar: Brasil 1, investidores 0. Com essas palavras se inicia uma reportagem segundo a qual as medidas para conter a apreciao do real esto fazendo efeito no mercado. Com o ttulo Brasil ganha o round 1 da guerra cambial, explica-se que os ganhos que os investidores costumavam ter com uma das operaes mais atrativas para estrangeiros no pas foram solapados depois que o governo passou a adotar medidas contra a alta do real. Investidores internacionais tomam emprstimos em moeda de pases desenvolvidos, pagando juros baixos, trazem o dinheiro ao pas e compram ttulos pblicos em reais, com um retorno atualmente de 9,75% ao ano. Nessa operao, ganha-se com a diferena dos juros e a variao do cmbio. No ltimo trimestre do ano passado, esse tipo de operao gerava ganhos de 5,2% aos investidores, segundo a reportagem. Neste ano, no entanto, o ganho baixou para 2%. No Mxico, a mesma operao gera 7,9% atualmente. Alm das medidas cambiais (compra de dlares vista e no mercado futuro pelo Banco Central e aumento do IOF pelo Ministrio da Fazenda), a desacelerao maior que o esperado da economia brasileira tambm apontada por analistas como um fator da reduo da entrada de dlares no pas.

    http://blogs.estadao.com.br (acesso em 23 mar. 2012)

    A julgar pelas marcas lingusticas tpicas de uma variante bastante especfica da lngua portuguesa, pode-se afirmar que o texto reproduzido: a) Pertence ao universo da economia e, portanto, emprega termos caractersticos desse contexto, como efeito, mercado e guerra. Deve figurar publicado em um jornal especfico sobre economia e finanas. b) Pertence igualmente ao universo da economia e do futebol. Prova disso a primeira sentena, Placar: Brasil 1, investidores 0, cujo intuito marcar a economia referente ao futebol entre brasileiros e investidores. Deve figurar publicado em um jornal especfico sobre economia e finanas que esteja discutindo a Copa de 2014. c) marcadamente pertencente ao universo da economia e das finanas porque emprega com alta frequncia termos tcnicos, dentre eles tomar emprstimo, comprar ttulos pblicos e variao do cmbio. Deve figurar publicado em um jornal especfico sobre economia e finanas ou em um jornal de contedo genrico que tenha um caderno sobre economia. d) tpico do contexto da economia, apesar de relacion-la temtica caracterstica da fsica, pelo emprego do termo desacelerao. Deve figurar publicado em um jornal de contedo genrico, em qualquer uma das sees, sem vincular-se a uma discusso especfica. e) No apresenta qualquer caracterstica marcante de uma rea especfica de conhecimento e, portanto, no oferece dificuldades de leitura para leigos. Pode ser encontrado facilmente em diferentes publicaes, para diversos pblicos. 18. Leia o excerto a seguir.

    H alguns bons anos, venho refletindo muito sobre o conceito de erro gramatical. Acho que muitas vezes alguns erros por a apregoados no passam de maneiras diferentes de empregar a lngua. [...] Nada to democrtico quanto a lngua. Mas... como toda democracia, ela requer sacrifcios e concesses no seu emprego. Democracia no fazer o que se quer, mas, sim, o que possvel fazer, com respeito aos demais. O mesmo se pode dizer da lngua: no se pode us-la de qualquer jeito, mas, sim, de acordo com certo padro. Que padro esse? Quem estabeleceu esse padro? Por que esse padro e no outro padro? Muitas perguntas, mas basta uma resposta. Temos de garantir lngua sua funo primordial: promover a comunicao e, com ela, garantir a inteligibilidade das mensagens. Ora, para isso, preciso usar um padro lingustico que garanta a universalizao de entendimento dentro da lngua. Esse padro conhecido como norma culta e usado pelos meios de comunicao, pelos livros no literrios e literrios, pelas pessoas de boa formao cultural... Basicamente, a norma-padro ou culta conhecida e reconhecida. a ensinada nas escolas ou, pelo menos, deveria ser. A escola deve partir da lngua usada pelos seus

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    alunos e ensinar-lhes a norma culta. Seno, a escola para nada serve, pois todas as disciplinas e todo o repertrio humanos so consolidados pela lngua-padro. Empregar a lngua culta amplia a possibilidade de ascenso social. Se aceitssemos como padro os vrios regionalismos e mesmo dialetos, acabaramos por formar outras lnguas. O latim vulgar nos deu exemplo disso e transformou-se em vrias lnguas, incluindo a nossa. Talvez aqui possamos ampliar o conceito de poliglota. Deixa de ser s aquele que fala vrias lnguas para incluir tambm aquele que consegue pelo menos compreender e falar razoavelmente os vrios regionalismos e dialetos de sua prpria lngua.

    Adaptado de http://linguaportuguesa.uol.com.br (acesso em 23 mar. 2012).

    Pode-se entender da leitura do trecho apresentado que: a) O falante de regionalismos e dialetos de sua prpria lngua no necessita conhecer e praticar a norma-padro, haja vista que j um verdadeiro poliglota em seu idioma. b) Qualquer que seja o falante, ele deve ser levado a conhecer vrias possibilidades de manifestao da lngua; a mais importante, no entanto, a sua prpria variante, para que garanta a comunicao com os seus iguais. c) preciso que as comunidades de falantes possam se comunicar como bem entendam para que participem dos processos de formao de outras lnguas, como os que geraram o prprio portugus. d) Sendo a lngua um mecanismo democrtico, deve obedecer s mesmas regras da democracia entendida como regime poltico, o que pressupe que deve haver liberdade para que se use o padro mais adequado, independentemente das situaes em que se vai comunicar. e) preciso garantir que todos os falantes sejam capazes de ter acesso s manifestaes cientficas e culturais de sua sociedade por meio do conhecimento da norma-padro do idioma, variante na qual se expressam todos os grandes meios de comunicao e as instituies fundamentais que organizam e regem a vida do cidado. Texto para as questes 19 a 22. SEMANA QUE VEM (...) Esse pode ser o ltimo dia de nossas vidas ltima chance de fazer tudo ter valido a pena Diga sempre tudo que precisa dizer Arrisque mais, pra no se arrepender Ns no temos todo o tempo do mundo E esse mundo j faz muito tempo O futuro o presente e o presente j passou O futuro o presente e o presente j passou No deixe nada pra depois, no deixe o tempo passar No deixe nada pra semana que vem Porque semana que vem pode nem chegar Pra depois, o tempo passar No deixe nada pra semana que vem Porque semana que vem pode nem chegar. (...) Fonte: http://www.vagalume.com.br/pitty/semana-que-vem.html#ixzz2EePHAOHF

    19. Pela compreenso do texto Semana que vem, a ideia global a de que a) o tempo infinito e por isso no h pressa. b) h necessidade de se viver intensamente o presente. c) o passado no existe. d) deve-se planejar tudo e esperar uma prioridade. e) a vida deve ser considerada na perspectiva de futuro. 20. A respeito do uso das reticncias, pode-se afirmar que: a) um marcador de discurso direto. b) funciona como delimitador de perodo. c) utilizado para isolar o termo tempo. d) marca a suspenso da sequncia lgica de forma intencional. e) substitui a vrgula na enumerao. 21. O uso do termo pra, a abreviao de para, pode ser justificado em: a) a insero da variante padro formal.

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    b) adequada apenas para gneros textuais versificados. c) uma adequao ao propsito textual. d) uma estratgia lingustica que distancia o leitor do texto. e) a nfase no preconceito lingustico. 22. Pode-se justificar a acentuao dos termos ltimo e j, porque so respectivamente: a) paroxtono e oxtono. b) oxtono e disslabo tnico. c) proparoxtono e paroxtono. d) trisslabo e monosslabo tnico. e) proparoxtono e monosslabo tnico. 23.

    O personagem Chico Bento pode ser considerado um tpico habitante da zona rural, comumente chamado de "roceiro" ou "caipira". Considerando a sua fala, essa tipicidade confirmada primordialmente pela (A) transcrio da fala caracterstica de reas rurais. (B) reduo do nome "Jos" para "Z", comum nas comunidades rurais. (C) emprego de elementos que caracterizam sua linguagem como coloquial. (D) escolha de palavras ligadas ao meio rural, incomuns nos meios urbanos. (E) utilizao da palavra "coisa", pouco frequente nas zonas mais urbanizadas. 24. A sociedade atual testemunha a influncia determinante das tecnologias digitais na vida do homem moderno, sobretudo daquelas relacionadas com o computador e a internet. Entretanto, parcelas significativas da populao no tm acesso a tais tecnologias. Essa limitao tem pelo menos dois motivos: a impossibilidade financeira de custear os aparelhos e os provedores de acesso, e a impossibilidade de saber utilizar o equipamento e usufruir das novas tecnologias. A essa problemtica, d-se o nome de excluso digital. No contexto das polticas de incluso digital, as escolas, nos usos pedaggicos das tecnologias de informao, devem estar voltadas principalmente para (A) proporcionar aulas que capacitem os estudantes a montar e desmontar computadores, para garantir a compreenso sobre o que so as tecnologias digitais. (B) explorar a facilidade de ler e escrever textos e receber comentrios na internet para desenvolver a interatividade e a anlise crtica, promovendo a construo do conhecimento. (C) estudar o uso de programas de processamento para imagens e vdeos de alta complexidade para capacitar profissionais em tecnologia digital. (D) exercitar a navegao pela rede em busca de jogos que possam ser "baixados" gratuitamente para serem utilizados como entretenimento. (E) estimular as habilidades psicomotoras relacionadas ao uso fsico do computador, como mouse, teclado, monitor etc. 25. Jos Dias precisa sair de sua casa e chegar at o trabalho, conforme mostra o Quadro 1. Ele vai de nibus e pega trs linhas: 1) de sua casa at o terminal de integrao entre a zona norte e a zona central; 2) deste terminal at outro entre as zonas central e sul; 3) deste ltimo terminal at onde trabalha. Sabe-se que h uma correspondncia numrica, nominal e cromtica das linhas que Jos toma, conforme o Quadro 2.

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    Jos Dias dever, ento, tomar a seguinte sequncia de linhas de nibus, para ir de casa ao trabalho: (A) L. 102 - Circular zona central - L. Vermelha. (B) L. Azul - L. 101 - Circular zona norte. (C) Circular zona norte - L. Vermelha - L. 100. (D) L. 100 - Circular zona central - L. Azul. (E) L. Amarela - L. 102 - Circular zona sul. 3. PRESSUPOSTO E SUBENTENDIDO / DENOTAO E CONOTAO

    Pressupostos so aquelas ideias no expressas de maneira explcita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou expresses contidas na frase. Assim, quando se diz O tempo continua chuvoso, comunica-se de maneira explcita que no momento da fala o tempo de chuva, mas, ao mesmo tempo, o verbo continuar deixa perceber a informao implcita de que antes o tempo j estava chuvoso.

    Na frase: Pedro deixou de fumar diz-se explicitamente que, no momento da fala, Pedro no fuma. O verbo deixar, todavia, transmite a informao implcita de que Pedro fumava antes. A informao explcita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou no concordar com ela. Os pressupostos, no entanto, tm que ser verdadeiros ou pelo menos admitidos como verdadeiros, porque a partir deles que constroem as informaes explcitas.

    Se o pressuposto falso, a informao explcita no tem cabimento. No exemplo acima, se

    Pedro no fumava antes, no tem cabimento afirmar que ele deixou de fumar. Na leitura e interpretao

    de um texto, muito importante detectar os pressupostos, pois o seu uso um dos recursos argumentativos utilizados com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o que est sendo comunicado.

    Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o falante transforma o ouvinte em

    cmplice, uma vez que essa ideia no posta em discusso e todos os argumentos subsequentes s contribuem para confirm-la.

    Por isso, pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao sistema de pensamento

    montado pelo falante. A demonstrao disso pode ser encontrada em muitas dessas verdades incontestveis postas como base de muitas alegaes do discurso poltico.

    Quando se diz O tempo continua chuvoso, comunica-se de maneira explcita que no momento

    da fala o tempo de chuva, mas, ao mesmo tempo, o verbo continuar deixa perceber a informao implcita de que antes o tempo j estava chuvoso.

    Observe a seguinte frase: Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas. Nela, o falante transmite duas informaes de maneira explcita: a) que ele frequentou um curso superior; b) que ele aprendeu algumas coisas.

    Ao ligar essas duas informaes com um mas, o falante comunica tambm, de modo implcito, sua crtica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa a transmitir a ideia de que nas faculdades no se aprende nada. Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto a verificao de que ele pode dizer coisas que parece no estar dizendo: alm das informaes explicitamente enunciadas, existem outras que ficam subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficazmente, o leitor deve captar tanto os dados explcitos quanto os implcitos. Leitor perspicaz aquele que consegue ler nas entrelinhas.

    Caso contrrio, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou o que pior

    pode concordar com coisas que rejeitaria se as percebesse. No preciso dizer que alguns tipos de

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    texto exploram, com malcia e com intenes falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos.

    Assim, temos como ndices de pressupostos: certos advrbios - O resultados da prova ainda no foi divulgado. (Pressuposto - O resultado j

    devia ter sido divulgado ou O resultado ser divulgado com atraso.) certos verbos - O esquema da mala tornou-se pblico. (Pressuposto - O esquema no era

    pblico.) oraes adjetivas - Os candidatos a prefeito, que s querem defender seus interesses, no pensam no povo. (Pressuposto - Todos os candidatos a prefeito tm interesses individuais.) adjetivos - Os partidos radicais acabaro com a democracia no Brasil. (Pressuposto - Existem partidos radicais no Brasil.)

    ATENO: ORAES ADJETIVAS

    - As oraes subordinadas adjetivas fazem o papel de um adjetivo, ou seja, restringem ou explicam o

    sentido de um substantivo ou de um pronome da orao principal. Ex.: Pedro um jovem que estuda

    muito. que estuda muito modifica o substantivo jovem e equivale ao adjetivo " estudioso ".

    - As adjetivas so introduzidas por pronomes relativos: que (= qual), qual, quem, cujo, onde e quando.

    - A adjetiva restritiva contribui para definir, apontar, individualizar um nome ou pronome expresso

    anteriormente. Ex.: O livro que comprei uma gramtica. Dizemos " que comprei " para definir qual

    livro uma gramtica. Lemos, sem qualquer pausa, o livro que comprei ", pois tal grupo de palavras

    forma um todo no sentido; da no usamos vrgula.

    - A adjetiva explicativa revela outra inteno por parte do autor: a de acrescentar mais uma ideia,

    merecedora de realce. Ex.: A inteligncia, que nos distingue dos irracionais, tem um valor inestimvel

    ", querendo dizer que " A inteligncia tem um valor inestimvel "; " que nos distingue dos irracionais "

    So duas coisas separadas, embora uma venha explicando a outra: " A inteligncia tem um valor

    inestimvel " ( ideia principal ) e a " inteligncia nos distingue dos irracionais " ( ideia secundria ), de

    acordo com o texto. Como so ideias separadas, devemos ler fazendo pausa entre uma e outra,

    abaixando a voz ao proferirmos a adjetiva explicativa. A Vrgula entre elas obrigatria.

    - Resumindo:

    1 - Restritiva: a) Restringe a significao do substantivo ou do pronome;

    b) indispensvel ao sentido da frase; c) No se separa por vrgula da orao principal.

    2 - Explicativa: a) Acrescenta uma qualidade de acessria ao antecedente; b) dispensvel; c) Vem

    separada por vrgula da orao principal.

    (Fonte: CEGALLA, Domingos Paschoal. Novssima gramtica da lngua portuguesa. So Paulo: IBEP Nacional, 2008.)

    Os subentendidos so as insinuaes escondidas por trs de uma afirmao, sendo este contextual, pragmtico, e de responsabilidade do ouvinte, por isso, altamente varivel, uma vez que o falante camufla as palavras protegendo-se, porque, com ele, diz-se sem dizer, sugere-se, mas no diz, sem comprometer-se.

    Quando um transeunte com o cigarro na mo pergunta: Voc tem fogo? acharia muito estranho

    se voc dissesse: Tenho e no lhe acendesse o cigarro. Na verdade, por trs da pergunta subentendesse: Acenda-me o cigarro, por favor.

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    1) Num dilogo entre A e B: A: Estou procurando algum para consertar meu carro. B: Meu irmo est em casa. A: Mas ele est sempre to ocupado!

    Nesse pequeno discurso existem muitas informaes implcitas, ou seja, subentendidas, quais sejam: A sabe que ali naquele local mora algum que conserta carro. o irmo de B que conserta carro. A fica surpreso ao encontrar o irmo de B em casa, j que ele encontra-se sempre muito atarefado. 2) Um enunciado como: Conheo muito bem os polticos de hoje.

    Este enunciado pode querer dizer que os polticos so desonestos, isentando o locutor de qualquer responsabilidade, escondendo-se atrs do significado literal das palavras, j que a interpretao particular daqueles que a realizam. 3) Ningum to ignorante que no possa ensinar algo a algum. Subentende-se que: O locutor confia na capacidade das pessoas para ensinar; O interlocutor tem capacidade de ensinar; H diferentes graus de sabedoria ou de ignorncia; No h ningum verdadeiramente ignorante; H algum que deseja ou precisa de ensino; H alguma coisa para ensinar.

    O subentendido difere do pressuposto num aspecto importante: o pressuposto um dado posto como indiscutvel para o falante e para o ouvinte, no para ser contestado; o subentendido de responsabilidade do ouvinte, pois o falante, ao subentender, esconde-se por trs do sentido literal das palavras e pode dizer que no estava querendo dizer o que o ouvinte depreendeu. O subentendido, muitas vezes serve para o falante proteger-se diante de uma informao que quer transmitir para o ouvinte sem se comprometer com ela. Para entender esse processo de descomprometimento que ocorre com a manipulao dos subentendidos, imaginemos a seguinte situao: Um funcionrio pblico do partido de oposio lamenta, diante dos colegas reunidos em assembleia,

    que um colega de seo, do partido do governo, alm de ser sido agraciado com uma promoo,

    conseguiu um emprstimo muito favorvel do banco estadual, ao passo que ele, com mais tempo de

    servio, continuava no mesmo posto e no conseguia o emprstimo solicitado muito antes que o

    referido colega. Mais tarde, tendo sido acusado de estar denunciando favoritismo do governo para com

    os seus adeptos, o funcionrio reclamante defende-se prontamente, alegando no ter falado em

    favoritismo e que isso era deduo de quem ouvira o seu discurso.

    (Fonte: Plato e Fiorin. Para Entender o Texto: leitura e redao.2008)

    Na verdade, ele no falou em favoritismo, mas deu a entender, deixou subentendido para no

    se comprometer com o que disse. Fez a denncia sem denunciar explicitamente. A frase sugere, mas no diz. A distino entre pressupostos e subentendidos em certos casos bastante sutil. No vamos aqui ocupar-nos dessas sutilezas, mas explorar esses conceitos como instrumentos teis para uma compreenso mais eficiente do texto. EXERCCIOS 01. Observe as duas passagens que seguem: a) Os ndios brasileiros, que abandonaram suas tradies, esto em fase de extino. ____________________________________________________________________________ b) Os ndios brasileiros que abandonaram suas tradies esto em fase de extino.

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    ____________________________________________________________________________ A orao adjetiva (que abandonaram suas tradies) implica os mesmos pressupostos em ambas as passagens? 02.

    COMEMORAO

    Um senador pelo Distrito Federal, s vsperas de ser cassado, e um ex-juiz de So Paulo, amigos ntimos, se encontraram em Braslia:

    -E ento Meritssimo, vamos tomar alguma para comemorar? O juiz prontamente responde:

    -Vamos! De quem agora?

    a) Em que expresso exatamente se encontra a graa da piada acima? Por qu? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) Qual o subentendido que se esconde por trs da expresso principal dessa piada? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ c) Qual o subentendido contido no ttulo dessa piada(Comemorao) e tambm na expresso de quem agora? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 03. Pedro vendeu seu fusquinha. Pressuposto_____________________________ 04. Todos vieram; at Maria. Pressuposto:____________________________ 05. Manuel parou de fumar. Pressuposto:_____________________________ 06. Os noivos chegaram. Pressuposto:_____________________________ 07. Paulo danou a noite toda com Maria. Pressuposto;_____________________________ 08. Ela pobre, mas limpa.

    Pressuposto:_______________________________________________

    09. Sou pobre, porm sou honesto.

    Pressuposto:_______________________________________________

    10. Somos pouco estudados, mas temos vergonha.

    Pressuposto:_______________________________________________

    11. Ele negro, mas inteligente.

    Pressuposto:_______________________________________________

    12. analfabeto, mas decente.

    Pressuposto:_______________________________________________

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    13. Creme dental e Gel Even: basta um pingo.

    Pressuposto:_______________________________________________

    14. Nossas promoes so promoes mesmo. Aqui no tem enrolada.

    Pressuposto:_______________________________________________

    15. Meu candidato um homem de mos limpas.

    Pressuposto:_______________________________________________

    16. Ela muito inteligente, apesar de ser mulher. (Mrio Amato Presidente da FIESP referindo-se ministra Dorotha Werneck Governo Fernando Henrique Cardoso). Pressuposto:_______________________________________________ 17. Observe os seguintes dilogos e demonstre os subentendidos de cada dilogo: a) Maria vir festa de Joo no prximo sbado? Davi quer ir ao teatro. ________________________________________________________________________ b) Oi Juliana, e a, est de p? - Olha, o negcio est firme, tudo em cima. Suba rpido. ________________________________________________________________________ 18. Sobre a frase isso to simples que at uma mulher faz responda: a) Qual a palavra que d sentido machista frase? _______________________________________________________________________ b) possvel ter certeza de que a direo argumentativa do enunciador dessa frase desfavorvel s mulheres? _______________________________________________________________________

    19.

  • 24

    a) Explique por que possvel que o enunciatrio de uma mensagem como a que Calvin leu no entenda que, por exemplo, deve ligar os pontos em ordem numrica. ________________________________________________________________________________ b) Que efeito de sentido a repetio da palavra regras traz fala de Calvin no ltimo quadrinho da tirinha? ________________________________________________________________________________ 20. Assinale a interpretao sugerida pelo seguinte trecho publicitrio: Fotografe os bons momentos agora, porque depois vem o casamento. a) O casamento no merece fotografias. b) A felicidade aps o casamento dispensa fotografias. c) Os compromissos assumidos no casamento limitam os momentos dignos de fotografia. d) O casamento uma segunda etapa da vida que tambm deve ser registrada. e) O casamento uma cerimnia que exige fotografias exclusivas. 21. Identifique as informaes pressupostas nas frases abaixo: a) Capital da Lbia volta a ser bombardeada b) Estado do Rio registra primeiro caso de dengue tipo 4. c) Para Ronaldinho Gacho, proposta do Flamengo foi a melhor. d) Botafogo ainda no definiu treinador. e) Abel Braga volta a treinar o Fluminense. f) Vasco busca ttulo indito da Copa do Brasil. 22. Identifique as informaes subentendidas nas frases abaixo: a) Voc gostaria de ir ao cinema comigo qualquer dia? (rapaz abordando uma moa numa festa). b) E voc simptico (mulher respondendo a um elogio feito por um admirador). c) A bolsa da senhora est pesada? (um rapaz). d) Voc tem horas? (um homem apressado). e) Filho, leve o guarda-chuva (me). 4. LNGUA, LINGUAGEM E SUJEITO

    Para que entendamos como se processa a linguagem, interessante fazermos uma incurso pelas concepes de linguagem, de sujeito, de texto e de sentido que foram utilizados pelos falantes nos diversos paradigmas estabelecidos no decorrer da histria.

    1 CONCEPO:

    1. LINGUAGEM 2. SUJEITO 3. TEXTO 4. SENTIDO

    Lngua como representao do pensamento: -Conscincia individual no uso da linguagem.

    Sujeito psicolgico, individual, dono de suas vontades e de suas aes. Um ego que constri uma representao mental. Deseja que o interlocutor

    Texto um produto (lgico) do pensamento, representao mental. Nada cabe ao leitor.

    Modelo hermenutico. Sentido criado pelo intrprete. O sujeito do enunciado responsvel pelo sentido.

  • 25

    capte a mensagem como foi mentalizada.

    2 CONCEPO: 1. LINGUAGEM 2. SUJEITO 3. TEXTO 4. SENTIDO

    Lngua como estrutura: quem fala um sujeito annimo.

    Sujeito determinado, assujeitado pelo sistema. Sujeito: repetidor, dependente, caracterizado por uma no-conscincia, no dono de seu discurso nem da sua vontade.

    Texto um mero produto da codificao do emissor a ser codificado pelo leitor / ouvinte. Leitor passivo. Texto codificado, explcito.

    Modelo criptolgico: o sentido est no texto: descubra.

    3 CONCEPO: 1. LINGUAGEM 2. SUJEITO 3. TEXTO 4. SENTIDO

    Lngua como lugar de interao: Sujeitos so atores sociais. Concepo interacional da lngua.

    Sujeito: entidade psicossocial Carter ativo. Sujeitos so atores, construtores sociais. Sujeito bakhtiniano, social, histrica e ideologicamente situado. A identidade do sujeito construda na relao com a alteridade. Participante do sentido. Sujeito na interao.

    Texto o lugar prprio da interao. No texto os sujeitos se constroem e so construdos. Possui implcitos, compreensveis com o contexto sociocognitivo dos participantes da interao. um evento comunicativo. construdo na interao texto-sujeito.

    Modelo pragmtico. O sentido uma atividade interativa complexa. O sentido se realiza com ativao de saberes prvios. A coerncia est associada ao contexto sociocognitivo e interativo.

    4.1. TEXTO E CONTEXTO

    Todos os nossos atos se realizam atravs de textos, sejam verbais ou no-verbais. A leitura de um texto se d primeiramente a partir do processo de decodificao, quando temos contato com o contedo e buscamos compreend-lo. Existem elementos que nos ajudam a interpretar os textos que esto a nossa volta, mas para que se possa compreender bem um texto necessrio identificar o contexto (social, cultural, esttico, poltico) no qual ele est inserido. Essa identificao vai depender do conhecimento sobre o que est sendo abordado e as concluses referentes ao texto. Em determinados textos a informao sobre acontecimentos passados contribui para sua compreenso. Por isso, quanto mais variado o campo de conhecimento, mais facilidade encontrar o leitor para ler e interpretar textos. O texto o lugar da interao dos atores sociais e o contexto em que ele foi produzido constitudo de aspectos internos e externos ao discurso, fala. Ele constitudo pela situao social em que o discurso se realiza. A situao social a forma como duas ou mais pessoas se comunicam sobre um determinado assunto.

    Dessa forma, o contexto o conjunto das condies sociais consideradas para estudar as relaes sociais existentes entre comportamento social e comportamento lingustico. O estudo do contexto no depende apenas de conhecimentos lingusticos, mas tambm de conhecimentos de mundo (conhecido como conhecimento enciclopdico). Aqui entra todo nosso estoque de conhecimentos, acumulado ao longo de nossa vida, de nossas leituras, de nossas experincias. Assim, o texto deve ser estudado em seu contexto de produo e deve ser compreendido no como um produto acabado, mas como um processo entre os interlocutores.

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    4.2. TEXTUALIDADE

    aquilo que d organizao ou organicidade ao texto.

    o que caracteriza que um texto um todo coeso e organizado e no um amontoado de palavras.

    a caracterstica de um texto que torna claro que gnero textual se pretenda que ele seja;

    As propriedades que permitem identificar cada tipo de texto (textura). 4.3. INTERTEXTUALIDADE/POLIFONIA

    A Intertextualidade pode ser definida como um dilogo entre dois textos. Pode ser implcita ou explcita. Sabemos que todo texto, seja ele literrio ou no, oriundo de outro, seja direta ou indiretamente. Qualquer texto que se refere a assuntos abordados em outros textos so intertextos.

    Para caracterizar o romance de Dostoievski, Bakhtin trouxe o termo linguagem. Explana a relao entre falante e ouvinte e o expressar de um em relao ao outro; e que eu dou-me forma enquanto parte integrante do grupo a que perteno. O eu se constri constituindo o Eu do outro e por ele constitudo. Outros autores chamam de vrias vozes que constituem um texto. O autor pode falar vrias vozes ao longo de seu texto. No h um divisor de guas entre a terminologia intertextualidade e polifonia. Ambas so as vozes que compem um texto. EXERCCIOS 01. Enumere a 2 coluna em consonncia com a 1: (1) A lngua uma representao do pensamento. A lngua uma estrutura. (2) A lngua concebida como uma atividade dialgica e interacional. o lugar prprio da interao. (3) O sujeito como uma atividade psicossocial, com carter ativo. Os sujeitos so atores sociais e sua identidade construda na relao com a alteridade. (4) O sentido do texto criado pelo intrprete. Nada cabe ao leitor. (5) O sentido do texto est nele, explcito. O leitor descubra.

    ( ) Concepo contempornea da noo de sujeito. Corresponde concepo de lngua como interao. ( ) Modelo criptolgico de sentido. Compreende ao conceito de texto como produto da codificao do emissor a ser decodificado pelo leitor. ( ) Concepo contempornea do conceito de lngua . ( ) Concepes tradicionais e estruturalistas do conceito de lngua. ( ) o chamado modelo hermenutico da concepo de sentido. O sentido do texto criado pelo intrprete.

    02.

    1) um lugar de interao. Concepo dialgica e interacional. (2) Entidade psicossocial, com carter ativo. So atores e construtores sociais. (3) o lugar prprio da interao. um evento comunicativo. (4) uma atividade interativa complexa. Alm da base lingustica, requer saberes.

    ( ) Concepo contempornea de sentido. ( ) Concepo contempornea de lngua. ( ) Concepo contempornea de sujeito. ( ) Concepo contempornea de texto.

    03.

    (1) Lugar prprio da interao. Nele, os sujeitos se constroem e so construdos. Possui informaes explcitas e implcitas. uma entidade comunicativa verbal e no-verbal. uma realidade discursiva e social. (2) um conceito que designa os aspectos internos e externos ao discurso, fala. concebido como o conjunto das atividades sociais consideradas para estudar as relaes sociais

    ( ) Conceito de textualidade. ( ) Conceito de texto. ( ) Conceito de contexto.

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    existentes. o entrono do texto. (3) a caracterstica que d organizao ou organicidade ao texto. o que faz do texto um todo coeso e organizado e no um amontoado de palavras. (4) Pode ser definido como um dilogo entre dois textos. explcito ou implcito. Qualquer texto que se refere a assuntos abordados em outros textos. (5) Etimologicamente significa muitas vozes. O eu se constri constituindo o Eu do outro e por ele constitudo.

    ( ) Conceito de polifonia. ( ) Conceito de intertextualidade.

    5. ELEMENTOS DA COMUNICAO E FUNES DA LINGUAGEM

    Para entendermos com clareza as funes da linguagem, bom primeiramente conhecermos as

    etapas da comunicao. Ao contrrio do que muitos pensam, a comunicao no acontece somente

    quando falamos, estabelecemos um dilogo ou redigimos um texto, ela se faz presente em todos (ou

    quase todos) os momentos.

    Comunicamo-nos com nossos colegas de trabalho, com o livro que lemos, com a revista, com os

    documentos que manuseamos, atravs de nossos gestos, aes, at mesmo atravs de um beijo de boa

    noite.

    No ato de comunicao percebemos a existncia de alguns elementos. Observe a tirinha abaixo para

    analisarmos.

    Analisando o que temos na lista do Calvin, verificamos que quase todos os elementos

    considerados fundamentais para a concretizao da comunicao esto presentes:

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    Emissor algum que transmite a mensagem (no caso, Calvin);

    Destinatrio a quem a mensagem se dirige (no caso, Haroldo);

    Mensagem a informao que se pretende transmitir (no caso, o questionamento sobre o comportamento dos tigres);

    Cdigo um conjunto comum ao emissor e ao destinatrio formado de elementos e de regras que permitem o entendimento da mensagem (no caso, a lngua portuguesa);

    Referente o assunto, a situao que envolve o emissor e o destinatrio e o contexto lingustico que envolve a mensagem (no caso, a situao concreta de preguia ou sono do tigre e a fala de Calvin, questionando os objetivos de vida de um tigre, por meio de um dilogo);

    Canal o meio fsico para transmitir a mensagem e a conexo psicolgica que leve o destinatrio a se interessar no que lhe transmite o emissor e a procurar entender a mensagem (no caso, o ar e o interesse (ou melhor, a fala de) de Haroldo na mensagem emitida por Calvin).

    Nesse ltimo elemento, percebemos o problema que impossibilita a comunicao entre

    emissor (Calvin) e destinatrio (Haroldo):

    ou Haroldo est dormindo e, portanto, no ouve o que o garoto lhe diz (o canal fsico no existe);

    ou Haroldo est to sonolento que no consegue dar ateno a Calvin (falta conexo psicolgica, vontade do tigre em ouvir e prestar ateno ao que lhe dito). H de se observar que diversos fatores impedem a comunicao entre emissor e receptor. Todo

    elemento que interfere na comunicao dos interlocutores recebe o nome de rudo, ou seja, rudo qualquer obstculo que impede a comunicao, a compreenso da mensagem transmitida.

    Partindo desses seis elementos, Roman Jakobson, linguista russo, elaborou estudos acerca das

    funes da linguagem, os quais so muito teis para a anlise e produo de textos. As seis funes

    sero abordadas no prximo item.

    5.1. FUNES DA LINGUAGEM

    Para realizar um ato de comunicao verbal, o indivduo escolhe, seleciona as palavras, depois passa a organiz-las e combin-las conforme a sua vontade. E todo este trabalho de seleo e combinao no aleatrio, no realizado por acaso, mas est intimamente ligado inteno do emissor. Assim sendo, a linguagem passa a ter funes, cuja importncia saber utilizar a linguagem adequada no momento adequado.

    O esquema proposto por Roman Jakobson compreende um remetente que envia uma

    mensagem a um destinatrio; para ser eficaz a comunicao, so necessrios um contexto a que se refere, um cdigo, parcial ou totalmente comum a remetente e destinatrio, e um canal fsico.

    O cdigo compreende um estoque estruturado de elementos que se apresentam como alternativas de seleo para a produo de mensagens. Os subcdigos introduzem a questo da variao lingustica. Assim, cdigos diferentes no permitem a comunicao. Uma petio escrita numa variante lingustica no aceita nos meios forenses pode impedir a consecuo do objetivo do profissional do direito na defesa dos interesses de um cliente seu. Nunca podemos esquecer que h variantes lingusticas que gozam de prestgio entre os usurios e h outras que so estigmatizadas.

    Para Jakobson, a linguagem deveria ser examinada no em relao funo informativa

    (denotativa, referencial), que foi considerada pelos tericos da informao a nica e a mais importante.

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    As funes estariam, para Jakobson, focadas em um dos elementos do processo de comunicao; a funo emotiva estaria centrada no remetente; a referencial, no contexto ou referente; a potica, na mensagem; a ftica, no contato; a metalingustica, no cdigo; a conativa, no destinatrio.

    FUNO REFERENCIAL

    a mais comum das funes da linguagem e centra-se na informao. A inteno do emissor transmitir ao interlocutor dados da realidade de uma forma direta e objetiva, sem ambiguidades, com palavras empregadas em seu sentido denotativo. Portanto, essa a funo da linguagem que predomina em textos dissertativos, tcnicos, instrucionais, jornalsticos informativos por excelncia. Como est centrado no referente, ou seja, naquilo de que se fala, prevalece o texto escrito em 3 pessoa, com frases estruturadas na ordem direta. A informao jurdica precisa, objetiva, denotativa; fala-se, ento, de funo referencial. Nada impede, porm, que o texto jurdico se preocupe, por exemplo, com a sonoridade e ritmo das palavras, valorizando a forma da comunicao; tem-se, assim, a funo potica. Os textos em que predomina a funo referencial apresentam qualidades objetivas ou concretas, uso de nomes prprios, estratgias argumentativas lgicas, como provas e demonstraes. Em geral, evitam o uso de adjetivao imprecisa, como belo, feio, grande, pequeno etc., bem como de expresses subjetivas como eu acho, eu quero. Esses procedimentos visam criar o efeito de distanciamento do sujeito e de verdade dos fatos. O uso da funo referencial tem em vista a transmisso objetiva de informao sobre o contexto, sobre os fenmenos extralingusticos.

    FUNO EMOTIVA OU EXPRESSIVA

    Quando a inteno do produtor do texto posicionar-se em relao ao tema que est abordando, expressar seus sentimentos e emoes, o texto resultante subjetivo, um espelho do nimo, das emoes, do temperamento do emissor. Nesse caso temos a funo emotiva da linguagem (tambm chamada expressiva). A interjeio, o uso de pronomes e verbos na 1 pessoa do singular, os adjetivos valorativos e alguns sinais de pontuao, como as reticncias e os pontos de exclamao so algumas marcas da funo emotiva utilizada para comover o receptor. Exemplo: linguagem do ru (que valoriza a primeira pessoa do singular); linguagem do advogado de defesa quando, no Jri, apela para o fato de que a condenao vai ultrapassar a pessoa do condenado e atingir outras pessoas inocentes.

    FUNO APELATIVA OU CONATIVA

    Observe que conativo significa relativo ao processo da ao intencional sobre outra pessoa: promover, suscitar, provocar estmulos, persuadir. A funo apelativa ou conativa , portanto, aquela em que h inteno do emissor de influenciar o destinatrio. A mensagem se organiza em forma de ordem, chamamento, apelo ou splica e est centrada no receptor. Para tentar persuadir o destinatrio preciso, antes de mais nada, falar a lngua dele, apelar para exemplos e argumentos significativos em relao a sua classe social, a sua formao cultural, a seus sonhos e desejos. Cada leitor deve ter a sensao de que o texto foi escrito especialmente para ele, como se fosse uma conversa a dois. o que os publicitrios, por exemplo, fazem muito bem. Um produto sofisticado exige um anncio tambm sofisticado, para atingir seu pblico-alvo. Por outro lado, um produto popular exige um anncio objetivo, em linguagem clara e direta, explorando argumentos que fazem parte do repertrio do consumidor-alvo. Marcam a funo apelativa os verbos no imperativo, uso do vocativo e tratamento em 2 pessoa (tu, vs, voc, vocs).

    Sabe-se que o texto jurdico , eminentemente, persuasrio; dirige-se, especificamente, ao

    receptor; dele se aproxima para convenc-lo a mudar de comportamento, para alterar condutas j estabelecidas, suscitando estmulos, impulsos para provocar reaes no receptor.

    O discurso persuasrio apresenta duas vertentes: a vertente autoritria e a vertente exortativa. A

    vertente autoritria tpica do discurso jurdico; basta atentar-se para o Cdigo Penal e para expresses como: intime-se, afixe-se e cumpra-se, revoguem-se as disposies em contrrio, arquive-se, conduzir sob vara ou manu militari, justia imperante e muitas outras. Monteiro (1967, p14) taxativo: Alm de comum a lei , por igual, obrigatria. Ela ordena e no exorta (jubeat non suadeat); tambm no teoriza. Ningum se subtrai ao seu tom imperativo e ao seu campo de ao. J a vertente exortativa utilizada mais pelos textos publicitrios que, para maior efeito, apelam para a linguagem potica. O discurso persuasrio coercitivo, autoritrio, j caracterizou a igreja catlica que hoje usa mais o discurso exortativo.

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    FUNO FTICA

    Tem como propsito prender a ateno do destinatrio visando prolongar a comunicao, testando o canal com frases do tipo veja bem, entendeu?,certo? olha aqui, etc. O principal exemplo o dilogo.

    FUNO POTICA

    Quando a inteno do produtor do texto est voltada para a prpria mensagem, para uma especial arrumao das palavras, quer na escolha, quer na combinao delas, quer na organizao sinttica da frase, temos a funo potica da linguagem. a funo em que a mensagem centrada na poesia, ou melhor, na linguagem potica, em que aparecem elementos como o ritmo, a sonoridade, o belo e inusitado das imagens. E importante lembrar que a funo potica no exclusiva da poesia tambm encontrada em textos de prosa, em anncios publicitrios ou na linguagem cotidiana. Nestes casos, ela no ser a funo dominante.

    FUNO METALINGUSTICA

    a linguagem falando da linguagem. a metalinguagem. Nas avaliaes, nos trabalhos escolares estamos sempre elaborando definies, estamos explicando com as nossas palavras alguma coisa. A anlise de um texto, por exemplo, um exerccio de metalinguagem. A preocupao do emissor est voltada para o prprio cdigo, isto , o tema da mensagem o prprio cdigo. A mensagem utilizada para explicar o cdigo. Ocorre metalinguagem quando se d uma definio, um conceito, quando se explica ou se pede explicao sobre o contedo da mensagem, ou seja, o cdigo explica o cdigo. E como se um filme falasse do filme, a pea de teatro falasse do teatro, a poesia falasse do ato de escrever. a linguagem do dicionrio, do vocabulrio, no nosso caso, jurdico, centrada em cdigos. A funo metalingustica da linguagem, em que o cdigo retorna ao prprio cdigo, est presente em nosso dia-a-dia e desempenha um papel importante em nossos textos e conversas.

    EXERCCIOS 1. Identifique os elementos das seguintes situaes de comunicao:

    a) Pronunciamento do presidente em cadeia nacional de rdio e TV no Dia do Trabalhador. emissor: ___________________________________________________________________ receptor:___________________________________________________________________ mensagem: _________________________________________________________________ cdigo: ____________________________________________________________________ canal: _____________________________________________________________________ referente: __________________________________________________________________ b) Editorial de um jornal comentando o pronunciamento do presidente. emissor: ___________________________________________________________________ receptor:___________________________________________________________________ mensagem: _________________________________________________________________ cdigo: ____________________________________________________________________ canal: _____________________________________________________________________ referente: __________________________________________________________________

    c) Um estudante ao telefone convidando um colega de turma para ir ao jogo de futebol no prximo fim de semana. emissor: ___________________________________________________________________ receptor:___________________________________________________________________ mensagem: _________________________________________________________________ cdigo: ____________________________________________________________________ canal: _____________________________________________________________________ referente: __________________________________________________________________

    2. a) Joo amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que no amava ningum. Joo foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de

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    desastre. Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J.Pinto Fernandes que no tinha entrado na histria. (Quadrilha DRUMMOND. In Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1988, p. 20) Funo ____________________________, nfase _____________________________ b)Deus ajuda a quem madruga. Funo ____________________________, nfase _____________________________ c)Agora posso dizer o que quiser; dizer que amo, dizer que odeio. No preciso ser politicamente correto, no sentido da tica pblica. (Gilberto Gil, cantor e compositor, livre do peso do Ministrio da Cultura. Revista Veja, 13 de agosto de 2008, p.55) Funo ____________________________, nfase _____________________________ d) Ao economista americano James Heckman, 65 anos, deve-se a criao de uma srie de mtodos precisos para avaliar o sucesso de programas sociais e de educao, trabalho pelo qual recebeu o prmio Nobel, em 2000. Nessa data, Heckman estava no Rio de Janeiro, numa das dezenas de visitas que j fez ao Brasil. Achou que fosse trote quando lhe disseram da premiao. Funo_______________________, nfase_________________________________________ e) O Mc. Donalds no pensa s no que seus filhos querem. Pensa no que voc quer para os seus filhos. Funo_____________________________________, nfase________________________________ 3. Analise a composio dos textos a seguir. TEXTO I Samba de Uma Nota S (Tom Jobim e Newlon Mendona) Eis aqui este sambinha feito numa nota s. Outras notas vo entrar, mas a base uma s. Esta outra consequncia do que acabo de dizer. Como eu sou a consequncia inevitvel de voc. Quanta gente existe por a que fala tanto e no diz nada, Ou quase nada. J me utilizei de toda a escala e no final no sobrou nada, No deu em nada. E voltei pra minha nota como eu volto pra voc. Vou contar com uma nota como eu gosto de voc. E quem quer todas as notas: r, mi, f, sol, l, si, d. Fica sempre sem nenhuma, fique numa nota s. TEXTO II Pronome Pro.no.me sm (lat pronomen) Gram. Palavra usada em lugar de um substantivo ou nome para designar pessoas ou coisas antes nomeadas, podendo indicar-lhe a pessoa gramatical. P. Adjetivo: o que se junta a um substantivo. P. apassivador, Gram.: o pronome oblquo tono da 3 pessoa gramatical, se, quando, em vez de indicar o objeto reflexivo, constitui, com o verbo, uma espcie de voz passiva. (Fonte: http://michellis.uol.com.br Adaptado. Acesso em 26 fev. 2012)

    Apesar de serem textos de gneros completamente distintos, o primeiro, uma letra de uma cano e o segundo, um verbete de dicionrio eletrnico, possvel afirmar que o ponto de interseco entre ambos a predominncia da funo da linguagem que os estrutura. Sobre isso, correto afirmar que so exemplos: a) de textos em funo referencial, em que o contexto compartilhado entre os interlocutores o ncleo da mensagem, no caso, o samba e os pronomes.

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    b) de textos em funo potica, em que a composio da mensagem fundamental para gerar efeitos de sentido, e chamar a ateno do interlocutor, no caso, o uso da escala musical e a organizao da definio de pronome. c) de textos em funo conativa, em que a inteno do emissor levar o interlocutor a tomar uma atitude perante determinada questo, no caso, a cano e a lngua portuguesa. d) de textos em funo metalingustica, em que o emissor emprega a linguagem com vistas em pensar na prpria linguagem, no caso, a composio musical pela letra da cano e a definio de certo elemento gramatical pelos prprios elementos da lngua. e) de textos em funo emotiva, em que o emissor se estabelece como o principal elemento do processo de comunicao e marca sua importncia por meio da seleo de recursos de linguagem, como os pronomes na letra da cano e os pronomes no uso da lngua portuguesa. 4. Qual a funo da linguagem comum s duas tirinhas? Histria 1

    Histria 2

    5. Reconhea nos textos a seguir as funes da linguagem:

    a. O risco maior que as instituies republicanas hoje correm no o de se romperem, ou serem rompidas, mas o de no funcionarem e de desmoralizarem de vez, paralisadas pela sem-vergonhice, pelo hbito covarde de acomodao e de complacncia. Diante do povo, diante do mundo e diante de ns mesmos, o que preciso agora fazer funcionar corajosamente as instituies para lhes devolver a credibilidade desgastada. O que preciso ( e j no h como voltar atrs sem avacalhar e emporcalhar ainda mais o conceito que o Brasil faz de si mesmo) apurar tudo que houver a ser apurado, doa a quem doer. ( O Estado de So Paulo)

    b. O verbo infinitivo ( Vincius de Morais) Ser criado, gerar-se, transformar O amor em carne e a carne em amor; nascer Respirar, e chorar, e adormecer E se nutrir para poder chorar

    Para poder nutruir-se; e despertar Um dia luz e ver, ao mundo e ouvir E ento sorrir para poder chorar. E crescer, e saber, e ser, e haver E perder, e sofrer, e ter horror De ser e amar, e se sentir maldito E esquecer tudo ao vir um novo amor E viver esse amor at morrer E ir conjugar o verbo at o infinito...

    c. Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde os tempos pr-histricos, de sons a que

    se d o nome genrico de voz, determinados pela corrente de ar expelida dos pulmes no

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    fenmeno vital da respirao, quando, de uma ou outra maneira, modificada no seu trajeto at a parte exterior da boca. ( Matoso Cmara Jr.)

    d. Que coisa, n?

    - , Puxa vida! - Ora, droga! - Bolas! - Que troo! - Coisa de louco! - !

    e. Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra lights.

    f. Sentia um medo horrvel e ao mesmo tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer acontecimento extraordinrio. Aquele silncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me. Seria tudo iluso? Findei a tarefa, ergui-me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da gravata. Seria tudo iluso? ... Estava doente, ia piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o pensamento embaralhar-se longe daquelas porcarias. Senti uma sede horrvel... Quis ver-me no espelho. Tive preguia, fiquei pregado janela, olhando as pernas dos transeuntes. ( Graciliano Ramos)

    g. Que quer dizer pitosga? - Pitosga significa mope. - E o que mope? - Mope o que v pouco.

    3. No texto abaixo identifique as funes da linguagem: a. Gastei trinta dias para ir do Rossio Grande ao corao de Marcela, no j cavalgando o corcel do cego desejo, mas o asno da pacincia, a um tempo manhoso e teimoso. Que, em verdade, h dois meios de granjear a vontade das mulheres: o violento, como o touro da Europa, e o insinuativo, como o cisne de Leda e a chuva de ouro de Dnea, trs inventos do padre de Zeus, que, por estarem fora de moda, a ficam trocados no cavalo e no asno. ( Machado de Assis) b. O homem letrado e a criana eletrnica no mais tm linguagem comum. ( Rose Marie Muraro) c. O discurso comporta duas partes, pois necessariamente importa indicar o assunto de que se trata, e em seguida a demonstrao. (...) A primeira destas operaes a exposio; a segunda, a prova. ( Aristteles) d. Amigo Americano um filme que conta a histria de um casal que vive feliz com o seu filho at o dia em que o marido suspeita estar sofrendo de cncer. e.Se um dia voc for embora Ria se teu corao pedir Chora se teu corao mandar. ( Danilo Caymmi & Ana Terra) f.Ol, como vai? Eu vou indo e voc, tudo bem? Tudo bem, eu vou indo em pegar um lugar no futuro e voc? Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tranquilo... ( Paulino da Viola) ftica

    6. ACENTUAO GRFICA E O NOVO ACORDO ORTOGRFICO

    Regras de Acentuao Grfica:

    Caso Quando acentuar Exemplo Observaes

    Proparoxtona

    SEMPRE

    simptica lcido slido

    cmodo

    1) O acento utilizado pode diferir segundo a regio: acadmico (BR) acadmico (PT).

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    Paroxtonas

    terminadas em:

    R, X, N, L PS I(S), U(S) UM, UNS OM, ON(S) (S), O(S) Ditongo

    carter, ltex hfen fcil

    bceps txi

    vrus lbum(ns)

    rdom m

    rfos rduos

    1) Paroxtona com terminao [ens] no levam acento, ex: plen = acentuada polens = no acentuada 2) Prefixo paroxtona com terminao [i] ou [r] no se acentua: arqui-inimigo, semianalfabeto, antiterrorismo, super-homem, inter-relao, hipertenso .

    3) O acento utilizado pode diferir segundo a regio, ex: gmeo, fmea (Brasil) gmeo, fmea (Portugal).

    Bizu: -Ditongom, PsIU! -Um?

    -No, ReLaXe!

    Oxtonas

    terminadas em:

    A(S) E(S) O(S) EM, ENS

    vatap

    igarap

    av

    refm

    parabns

    1) Terminadas em [i(s)] ou [u(s)] no possuem acentuao grfica: caqui, cupuau. 2) O acento utilizado pode diferir segundo a regio: carat, nen (Brasil); carat, nen (Portugal).

    3) Lembre-se de colocar acentos em verbos na forma oxtona acrescidos de pronome, ex: lembr-lo coloc-lo faz-lo

    Monosslabos tnicos terminao: A(S) E(S) O(S)

    v, ps p, ms p, ps

    (S) e (S) em hiatos

    (S) e (S) levam acento quando formam hiato

    sada sade

    a Arajo Esa Lus

    Excees: 1) Quando seguidos de 'nh', ex: ra-i-nha la-da-i-nha mo-i-nho. 2) Paroxtonas precedidas de ditongo decrescente, ex:

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    Ita ba

    Piau

    bai-u-ca fei-u-ra mao-is-mo tao-is-ta sai-i-nha (saia pequena).

    OBS: oxtona precedida de ditongo a