apostila aula

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TEXTO DE APOIO 1. A LITOSFERA E A ESTRUTURA INTERNA DA TERRA A litosfera, ou crosta terrestre, representa uma das três partes que compõem a estrutura interna da Terra. As outras duas partes são o manto e o núcleo. Essas porções de nosso planeta se diferenciam bastante, tanto em relação às propriedades físicas - temperatura e espessura - quanto à composição química. A crosta, de composição rochosa, é a camada mais rígida. O manto localiza-se abaixo da crosta apresenta altas temperaturas e constitui-se de rochas em estado pastoso, o magma (“rocha derretida”). A parte central do planeta chama-se núcleo. Acredita-se que ele seja composto por um núcleo interno, que constitui a região mais quente da Terra, e por um núcleo externo, com temperaturas um pouco mais baixas, formado por elementos químicos fundidos, em estado fluido. 2. AS FORÇAS ENDÓGENAS (internas) E A DINÂMICA INTERNA DO PLANETA Acredita-se que o intenso calor existente no núcleo do planeta faz o magma presente no manto fluir em grandes correntes, denominadas correntes de convecção. Os cientistas supõem que essas correntes se movimentem de forma bastante morosa, levando séculos para completar um ciclo de convecção no interior do manto. A estrutura interna da Terra mantém uma dinâmica constante entre suas partes. Assim como o núcleo é o grande responsável pelos fenômenos do manto, estes desencadeiam as mais diferentes atividades tectônicas na crosta por meio das correntes de convecção, fenômeno responsável, em grande parte, pelas transformações que ocorrem na fisionomia do relevo de nosso planeta. CORRENTES DE CONVECÇÃO: 3. A TECTÔNICA DE PLACAS E AS TRANSFORMAÇÕES NA CROSTA TERRESTRE A crosta terrestre não é uma camada rochosa inteiriça, e sim, fragmentada. A primeira teoria a defender essa tese ficou conhecida como Deriva Continental. Exposta pela primeira vez em 1912 pelo geofísico e meteorologista alemão Alfred Lothar Wegener, a teoria estabelece que continentes e oceanos estariam se deslocando "à deriva". Wegener utilizava como evidência o contorno de continentes, que se encaixavam como um grande "quebra- -cabeças", como no caso do litoral do Brasil e da África Ocidental. Para ele, tal fato não era mera coincidência, mas sim a prova de que, em um passado remoto, todas as terras emersas do planeta formaram um único continente, chamado Pangea ("Terra Total"), circundado por um único oceano, denominado Pantalassa ("Mar Total"). Contudo, a comprovação das ideias de Wegener aconteceria somente na década de 1960, por meio de pesquisas realizadas por geofísicos ingleses que analisaram e dataram amostras de rochas e sedimentos recolhidos do fundo oceânico. Esses dados fundamentaram a chamada teoria da tectônica global de placas, cuja tese propunha que as partes da crosta, denominadas placas litosféricas ou tectônicas, "flutuavam" sobre o magma do manto, compreendendo partes de continentes e o fundo de oceanos e mares. Supõe-se que as correntes de convecção (o magma circulante no interior do manto) funcionam como um motor, gerando forças que empurram horizontalmente a crosta e movimentam as placas litosféricas. Detectou-se por meio de vários indícios que, em determinadas regiões do globo, nas chamadas zonas de divergência, as placas afastam- se umas das outras, enquanto em outras partes, nas zonas de convergência, elas se encontram em processo de colisão. Observe no esquema ao lado; os mapas com as etapas de evolução da Deriva Continental e, no planisfério da página seguinte, as placas litosféricas que compõem a crosta terrestre e as zonas de convergência e de divergência do planeta. 2. Manto: camada formada logo abaixo da crosta é composta por elementos químicos que formarão os minerais e rochas, alguns autores chamam o manto de rocha derretida (líquida), pode atingir mais de 3000° C de temperatura e quase 3000Km de profundidade 3. núcleo 1. Crosta: 2. Manto 1. Crosta: camada sólida (rochosa) que envolve a Terra, formada por diferentes tipos de rochas e minerais (magma sólido). A crosta pode atingir mais de 40 km de espessura e até 1000° C de temperatura em suas camadas mais inferiores (próximo ao manto). 3. Núcleo: é a parte central da Terra composta por ferro e níquel, e que pode ser dividida em núcleo externo e interno. Apresenta temperaturas superiores a 5000° C

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Page 1: Apostila AULA

TEXTO DE APOIO 1. A LITOSFERA E A ESTRUTURA INTERNA DA TERRA

A litosfera, ou crosta terrestre, representa uma das três partes que compõem a estrutura interna da Terra. As outras duas partes são o manto e o núcleo. Essas porções de nosso planeta se diferenciam bastante, tanto em relação às propriedades físicas - temperatura e espessura - quanto à composição química. A crosta, de composição rochosa, é a camada mais rígida. O manto localiza-se abaixo da crosta apresenta altas temperaturas e constitui-se de rochas em estado pastoso, o magma (“rocha derretida”). A parte central do planeta chama-se núcleo. Acredita-se que ele seja composto por um núcleo interno, que constitui a região mais quente da Terra, e por um núcleo externo, com temperaturas um pouco mais baixas, formado por elementos químicos fundidos, em estado fluido.

2. AS FORÇAS ENDÓGENAS (internas) E A DINÂMICA INTERNA DO PLANETA Acredita-se que o intenso calor existente no núcleo do planeta faz o magma presente no manto fluir em grandes correntes, denominadas correntes de convecção. Os cientistas supõem que essas correntes se movimentem de forma bastante morosa, levando séculos para completar um ciclo de convecção no interior do manto. A estrutura interna da Terra mantém uma dinâmica constante entre suas partes. Assim como o núcleo é o grande responsável pelos fenômenos do manto, estes desencadeiam as mais diferentes atividades tectônicas na crosta por meio das correntes de convecção, fenômeno responsável, em grande parte, pelas transformações que ocorrem na fisionomia do relevo de nosso planeta. CORRENTES DE CONVECÇÃO:

3. A TECTÔNICA DE PLACAS E AS TRANSFORMAÇÕES NA CROSTA TERRESTRE A crosta terrestre não é uma camada rochosa inteiriça, e sim, fragmentada. A primeira teoria a defender essa tese ficou conhecida como Deriva Continental. Exposta pela primeira vez em 1912 pelo geofísico e meteorologista alemão Alfred Lothar Wegener, a teoria estabelece que continentes e oceanos estariam se deslocando "à deriva". Wegener utilizava como evidência o contorno de continentes, que se encaixavam como um grande "quebra- -cabeças", como no caso do litoral do Brasil e da África Ocidental. Para ele, tal fato não era mera coincidência, mas sim a prova de que, em um passado remoto, todas as terras emersas do planeta formaram um único continente, chamado Pangea ("Terra Total"), circundado por um único oceano, denominado Pantalassa ("Mar Total"). Contudo, a comprovação das ideias de Wegener aconteceria somente na década de 1960, por meio de pesquisas realizadas por geofísicos ingleses que analisaram e dataram amostras de rochas e sedimentos recolhidos do fundo oceânico. Esses dados fundamentaram a chamada teoria da tectônica global de placas, cuja tese propunha que as partes da crosta, denominadas placas litosféricas ou tectônicas, "flutuavam" sobre o magma do manto, compreendendo partes de continentes e o fundo de oceanos e mares. Supõe-se que as correntes de convecção (o magma circulante no interior do manto) funcionam como um motor, gerando forças que empurram horizontalmente a crosta e movimentam as placas litosféricas. Detectou-se por meio de vários indícios que, em determinadas regiões do globo, nas chamadas zonas de divergência, as placas afastam-se umas das outras, enquanto em outras partes, nas zonas de convergência, elas se encontram em processo de colisão.

Observe no esquema ao lado; os mapas com as etapas de evolução da Deriva Continental e, no planisfério da página seguinte, as placas litosféricas que compõem a crosta terrestre e as zonas de convergência e de divergência do planeta.

2. Manto: camada formada

logo abaixo da crosta é composta por elementos químicos que formarão os minerais e rochas, alguns autores chamam o manto de rocha derretida (líquida), pode atingir mais de 3000° C de temperatura e quase 3000Km de profundidade

3. núcleo

1. Crosta:

2. Manto

1. Crosta: camada sólida

(rochosa) que envolve a Terra, formada por diferentes tipos de rochas e minerais (magma sólido). A crosta pode atingir mais de 40 km de espessura e até 1000° C de temperatura em suas camadas mais inferiores (próximo ao manto).

3. Núcleo: é a parte central da Terra composta por ferro e níquel, e que pode ser dividida em

núcleo externo e interno. Apresenta temperaturas superiores a 5000° C

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4. ZONAS DE DIVERGÊNCIA E CONVERGÊNCIA DA TERRA Como foi visto, o deslocamento das placas litosféricas é decorrente de forças endógenas do planeta, geradas pelas correntes de convecção no interior do manto terrestre. Pode-se dizer que essas forças são responsáveis pela existência de zonas de grande tensão na superfície terrestre, onde ocorre intensa atividade tectônica, como terremotos, erupções vulcânicas, dobramentos e falhamentos da crosta. De maneira geral, essas zonas de tensão correspondem às áreas limites entre as placas, isto é, às zonas de divergência e de convergência,

4.1 Zonas de divergência Nas zonas de divergência, as correntes de convecção provocam o afastamento das placas lítosféricas. Como, de maneira geral, essas placas estão localizadas em meio aos oceanos, onde a crosta terrestre é menos espessa, a pressão do

magma abre fendas no assoalho oceânico, deixando extravasar grande quantidade de lava. Esse fenômeno, que ocorre há milhões de anos, tem originado novos terrenos na crosta, assim como extensas cadeias montanhosas submersas, chamadas dorsais meso-oceânicas. Veja o esquema acima

4.2 Zonas de convergência Nas zonas de convergência, o encontro entre duas ou mais placas litosféricas pode provocar fenômenos distintos, como a subducção e a falha transcorrente ou transformante 4.2.1 Subducção: em determinadas regiões, o choque entre duas placas provoca o "mergulho", ou seja, a subducção de uma delas, em direção ao interior do planeta. Ao ganhar profundidade, a placa subduzida funde-se devido às altas temperaturas e à proximidade do manto, seu destino final. A outra placa é pressionada no sentido contrário ao de seu deslocamento, provocando grandes dobramentos em sua borda de contato. As dobras ou dobramentos são formações da crosta decorrentes da atuação de pressões horizontais sobre as rochas, e que dão origem a grandes elevações do terreno, como as montanhas. Algumas elevações criadas pelo fenômeno da subducção são a cordilheira do Himalaia, localizada na zona de tensão entre a placa Australo-Indiana e a Eurasiática; a cordilheira dos Andes, entre a placa Sul- -Americana e a de Nazca; os Alpes, entre a placa Africana e a Euroasiática. 4.2.2 Falha transformante ou transcorrente: Em certas zonas de tensão, as placas são pressionadas umas contra as outras, deslizando horizontalmente em direções opostas. O deslizamento provoca fissuras e falhas na crosta terrestre, dando origem a vales e depressões ao longo da borda de contato entre as placas, como representado na ilustração da página ao lado. Nessas áreas, também é comum a ocorrência de terremotos de grande intensidade, como é o caso da região da falha de San Andreas, no estado norte-americano da Califórnia. Essa grande falha existente na crosta terrestre decorre da colisão entre as placas Pacífica e Norte-Americana, que deslizam de fôrma transcorrente e em sentidos contrários. Dessa forma, a Califórnia é abalada por fortes tremores de terra, por ser uma área de intensa tensão tectônica.

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5. VULCÕES, TERREMOTOS E TSUNAMIS Nas regiões de borda de contato, a atividade tectônica costuma ser intensa. Prova disso são os diversos vulcões em atividade localizados nessas áreas. Nelas as camadas rochosas podem apresentar fissuras causadas pela pressão interna do manto, por onde o magma extravasa na forma de lava. O extravasamento do magma, chamado erupção, pode recobrir extensas áreas de terreno ou originar cones vulcânicos. Como veremos adiante, é da solidificação da lava vulcânica que se originam as rochas magmáticas. A grande concentração de vulcões em atividade na borda da placa do Pacífico levou os especialistas a denominar a região de Círculo ou Cinturão de Fogo. Veja o mapa ao lado. Em nosso planeta, a maioria dos chamados sismos ou terremotos ocorre nas bordas de contato das placas. Essas áreas apresentam rochas que estão sob intensa pressão pela força do atrito entre as placas litosféricas. Quando o limite de resistência de uma camada é atingido, as rochas se rompem e provocam deslocamentos, criando falhas e ondas sísmicas que se propagam em todas as direções. Os terremotos de maior magnitude podem causar danos em regiões distantes de seu epicentro. Os tsunamis, por exemplo, são ondas marítimas, de 10 a 20 metros de altura, que arrasam litorais inteiros. Eles têm origem na vibração de tremores ocorridos no fundo do assoalho oceânico, muitas vezes a milhares de quilômetros de distância da costa. (VEJA ESQUEMA AO LADO) Embora somente uma ínfima parcela dos tremores que ocorrem no interior da crosta seja sentida pelas pessoas, milhares deles são registrados diariamente por sismógrafqs em vários pontos do planeta. Os terremotos têm intensidades (efeitos sobre a superfície terrestre) e magnitudes (quantidade de energia liberada) muito variadas. A escala Richter é utilizada para medir a magnitude de um terremoto. Ela vai de O a 10 graus, sem limite inferior ou superior, ou seja, é possível que haja tremores (microtremores) com magnitude negativa, por exemplo. Já a chamada escala de Mercalli Modificada (MM) é empregada para aferir os efeitos de um terremoto na paisagem de um lugar ou região. Acompanhe a tabela apresentada a seguir.

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FORMAÇÃO DO RELEVO DA TERRA você estudou a movimentação das placas tectônicas. O Soerguimento e o afundamento da superfície (crosta) resultam da movimentação das placas tectônicas (chamado tectonismo). Quando ocorre uma grande pressão interna vinda do manto temos as formas do relevo sendo deformadas por agentes internos, que são chamados endógenos; são os dobramentos (dobra) e os falhamentos (falha) 1. Dobramentos (dobras): pode ocorrer nos limites entre as placas tectônicas quando estas se elevam e formam montanhas, e ainda em locais onde não tem uma emenda de placa, como vemos no pico do Jaraguá, houve um soerguimento do relevo, mesmo não tendo nesta localidade uma área de contato (falhas geológicas) entre as placas tectônicas.

2. Falhamentos (falhas): como já vimos a crosta terrestre é uma fina camada toda fraturada e dividida em placas tectônicas, mas mesmo no interior destas placas podemos encontrar pequenas ou grandes trincas que não chegam a dividir a placa em duas, mas que são chamadas de fratura e podem pela pressão do magma serem empurradas para cima e formar novas formas de relevo ou ainda terremotos de menor força.

OS AGENTES EXTERNOS Outra forma de modelagem do relevo é feita por agentes externos (exógenos e correspondem aos processos de erosão transporte e deposição (sedimentação).

TIPOS DE ROCHAS: As rochas são agregados naturais de minerais e podem ser de três tipos: 1. rochas magmáticas (ígneas ou cristalinas) são formadas pelo resfriamento e solidificação do magma quando em contato com a superfície ou no interior da crosta são chamadas de rochas mãe. Um exemplo desta rocha é o granito. Para existir os dois outros tipos de rochas que veremos a seguir é necessário que exista uma rocha magmática (rocha mãe). 2 rochas sedimentares: são formadas por partículas ou sedimentos que se desprendem da rocha, pelos mais variados tipos de erosão (da chuva, dos rios, do vento, do mar etc.). Ao longo do tempo estas partículas são carregadas pela água e pelo vento (agentes de transporte) depositando-se em áreas mais baixas do terreno. O acúmulo destes sedimentos e a pressão das camadas mais recentes sobre as mais antigas vão causando a compactação das partículas. Este processo é chamado litificação ou compactação e partir daí se origina as ROCHAS SEDIMENTARES. Em geral as rochas sedimentares se apresentam em camadas que mostram deposição de diferentes sedimentos em diferentes épocas. Exemplo de rocha sedimentar: arenito. 3. rochas metamórficas você já deve saber que metamorfose significa transformação. Lembrando desta palavra fica mais fácil entender que as rochas metamórficas resultam da transformação de uma rocha preexistente (mais antiga) chamada magmática. As rochas metamórficas se formam a partir de uma rocha já existente que sofreu aumento de pressão e temperatura no interior da crosta. Um exemplo desta rocha é o gnaisse.

ROCHAS SEDIMENTARES