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CONJUNTO AGROTÉCNICO VISCONDE DA GRAÇA CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA DISCIPLINA DE SOLOS INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISE DE SOLO E RECOMENDAÇÕES DE CALAGEM E ADUBAÇÃO João Monteiro Veleda de Azambuja 1 Dezembro 2009 1 Engenheiro Agrônomo, MSc., CREA RS063231, professor do Conjunto Agrotécnico Visconde da Graça – Av. Ildefonso Simões Lopes, 2791, CEP 96060-290 Pelotas/RS. -1-

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Anlise de solo

CONJUNTO AGROTCNICO VISCONDE DA GRAACURSO TCNICO EM AGROPECURIADISCIPLINA DE SOLOS

INTERPRETAO DE ANLISE DE SOLO E RECOMENDAES DE CALAGEM E ADUBAO

Joo Monteiro Veleda de Azambuja [footnoteRef:2] [2: Engenheiro Agrnomo, MSc., CREA RS063231, professor do Conjunto Agrotcnico Visconde da Graa Av. Ildefonso Simes Lopes, 2791, CEP 96060-290 Pelotas/RS.]

Dezembro 2009

ContedoPgina

Apresentao4

I. Introduo5

II. Tipos de adubao6

III. Procedimentos tcnicos para adubao e calagem7

IV. Interpretao de anlise

1. Interpretao do teor de P (fsforo)8

2. Interpretao do teor de K (potssio)3. 10

Recomendao de calagem

Recomendao de adubao

TabelaPgina

Tabela 1 Classes texturais de solo conforme o teor de argila.6

Tabela 2 Interpretao do teor de P conforme a classe textural do solo.6

Tabela 3 Recomendaes de adubao de correo

Tabela 4 Interpretao do teor de K conforme a CTCph7.7

Apresentao

Considerando a importncia da anlise de solo como fundamento para uma adubao e calagem dos solos com embasamento racional, econmico e ambientalmente menos agressivas, visando a obteno de altos rendimentos, foi elaborado o presente trabalho com o objetivo de orientao para interpretao de laudos de anlise de solo e posteriores recomendaes de adubao e calagem para algumas culturas de expresso econmica na regio de insero e abrangncia do Conjunto Agrotcnico Visconde da Graa, tais como o arroz irrigado, milho para gros, milho para silagem, soja, forrageiras de inverno e mais recentemente o cultivo da videira.

I. Introduo

A anlise de solo a tcnica atravs da qual se estima o grau de fertilidade e o grau de acidez de um solo para fins de adubao e calagem. Considerando que os insumos utilizados para a correo dos solos so de custo elevado ao produtor, crucial que as tcnicas de adubao e calagem sejam realizadas com racionalidade e profissionalismo, com o propsito de se obter altos rendimentos de lavoura com o mnimo de efeitos danosos ao ambiente (solo, gua e atmosfera). A anlise de solo uma tcnica laboratorial que procura imitar o que acontece no solo, tendo sua eficcia comprovada no tempo e no espao. Entretanto, a anlise se baseia em uma amostra de solo que o resultado de vrias sub-amostras tomadas na gleba, representando uma mdia da fertilidade e do pH do solo; considerando que 1 hectare possui 2000 toneladas de solo (10.000 m2 x 0,20 m) e que uma amostra de solo de quilograma representa no raras vezes muitos hectares, isso por si s justifica a importncia de uma amostragem executada com tcnica e profissionalismo, uma vez que a adubao e a calagem do solo sero feitas com base na anlise dessa amostra. Seu custo financeiro irrisrio em vista da economia em adubo e calcrio que proporciona.

II. Tipos de adubao

1. A adubao de correo visa elevar o teor de P ou de K at o nvel crtico, o qual corresponde ao limite inferior do nvel alto, grau de fertilidade que proporciona os maiores rendimentos de lavoura considerando o retorno econmico.Esta adubao corretiva pode ser feita de forma integral ou parcelada, dependendo das doses recomendadas e do poder aquisitivo do produtor, levando ainda em considerao que, no caso dos adubos potssicos, por terem carter salino, doses muito elevadas podem causar problema na germinao das sementes, alm de perdas por lixiviao.Quando os nveis de P e K forem interpretados como altos ou muito altos no h necessidade de adubao de correo.

2. A adubao de manuteno feita no momento do plantio e considera a exportao pela colheita e as eventuais perdas de nutrientes por eroso e lixiviao.

3. A adubao de reposio tambm feita no momento do plantio e diferencia-se da adubao de manuteno pelo fato de no considerar as perdas de nutrientes pelo solo, e sim apenas a exportao de nutrientes pela colheita atravs de tabelas especficas.Entretanto, tais tabelas so uma mdia da exportao de nutrientes e no contemplam as peculiaridades das variedades de cada cultura.

III. Procedimentos tcnicos para adubao e calagem

1) Calcular os parmetros complementares do laudo de anlise (CTC, saturao de bases);2) Interpretar o laudo de anlise e proceder s recomendaes:2.1 ) Adubao de correo: necessria ou no?Em caso afirmativo, adubao de correo integral ou parcelada ?2.2 ) Adubao de manuteno:Qual a cultura?Qual a expectativa de rendimento?Qual a cultura anterior (gramnea ou leguminosa; produo de biomassa)?2.3 ) 2.4 ) 2.5 ) Calcular as quantidades dos adubos

IV. Interpretao de anlise

Os nveis de nutrientes e o pH de um solo vm expressos no denominado laudo de anlise de solo. Contudo, por serem valores numricos, precisam ser devidamente interpretados. Interpretar uma anlise de solo significa concluir se o nvel de determinado parmetro (nutrientes ou pH) est alto, mdio, muito baixo, com base em tabelas especficas. Interpreta-se a condio atual do solo no que se refere fertilidade e pH, sem considerar a cultura.Uma vez tendo-se a interpretao da anlise de solo, pode-se ento proceder s recomendaes de nutrientes e de calcrio para qualquer cultura que vier a ser instalada, conforme sua exigncia em nutrientes e pH de solo.

1. Interpretao do teor de P (fsforo)

Para a interpretao do teor de P de uma amostra necessrio que anteriormente se proceda classificao do solo (classe textural) quanto ao teor de argila expresso no laudo de anlise, conforme a tabela 1.Tabela 1 Classes texturais de solo conforme o teor de argila.Teor de argila 20 %21 40 %41 60 % 60 %

Classe textural >>>4321

Vale lembrar que essa classificao para solos de sequeiro, pois os solos cultivados com arroz irrigado so classificados como alagados (tabela 2).Uma vez tendo sido determinada a classe textural do solo (tabela 1), deve-se encontrar na tabela 2 o intervalo de valores na coluna relativa classe textural onde se enquadra o teor de P registrado no laudo de anlise, concluindo-se a respeito do nutriente no solo (interpretao).Tabela 2 Interpretao do teor de P conforme a classe textural do solo.Classe de soloSolos alagadosInterpretao:

1234

Teor de P (mg/dm3) expresso no laudo< 2,0< 3,0< 4,0< 7,0->>>Muito baixo

2,1-4,03,1-6,04,1-8,07,1-14,0< 3,0>>>Baixo

4,1-6,06,1-9,08,1-12,014,1-21,03,1-6,0>>>Mdio

6,1-12,09,1-18,012,1-24,021,1-42,06,1-12,0>>>Alto

> 12,0> 18,0> 24,0> 42,0> 12,0>>>Muito alto

Exemplo: O teor de P do solo representado pela amostra no. 4 no laudo de anlise (anexo 1) seria interpretado como baixo (classe 4; teor de 12,5 mg/dm3 enquadrando-se no intervalo entre 7,1 e 14,0).Quando o teor de fsforo for interpretado como entre muito baixo a mdio h necessidade de adubao de correo, cujas recomendaes encontram-se na tabela 3.

Tabela 3 Recomendaes de adubao de correo.InterpretaoRecomendao (kg P2O5/ha)Recomendao (kg K2O/ha)

Muito baixo120120

Baixo6060

Mdio3030

Tomando-se o mesmo exemplo anterior (amostra no.4), haveria necessidade de adubao de correo, cuja dose seria de 60 kg P2O5/ha (baixo teor de fsforo), alm da adubao de manuteno no momento do plantio.

2. Interpretao do teor de K (potssio)

Para a interpretao do teor de K em um solo necessrio antes se determinar a CTC (Capacidade de Troca Catinica) do solo.A CTCpH7 de um solo a soma dos ctions bsicos (Ca, Mg, K) mais os ctions cidos (H e Al), os quais j vm expressos na unidade padro (centimol), exceo do potssio, que vem expresso em mg/dm3, sendo portanto necessria a sua transformao para centimol atravs da diviso do teor expresso no laudo (em miligrama/dm3) por 391.Uma vez tendo sido calculada a CTCpH7, verifica-se qual a faixa de CTC em que a amostra se enquadra e encontra-se o intervalo de valores na coluna relativa CTC onde se encaixa o teor de K expresso no laudo de anlise, procedendo-se interpretao do teor de K no solo.

Tabela 4 Interpretao do teor de K conforme a CTCpH7.CTC pH7Interpretao:

15,05,1 - 15,0 5,0

Teor de K (mg/dm3) expresso no laudo 30 20 15>>>Muito baixo

31-6021-4016-30>>>Baixo

61-9041-6031-45>>>Mdio

91-18061-12046-90>>>Alto

180 120 90>>>Muito alto

Exemplo: Para a mesma amostra do exemplo anterior (amostra no. 4), a CTC do solo de 4,8 ( 5,0). Sendo o teor de K igual a 45 mg/dm3, ento interpreta-se o teor de K no solo dessa gleba como mdio, havendo necessidade de adubao de correo com potssio cuja dose seria de 30 kg K2O/ha, alm da adubao de manuteno no momento do plantio.

3. x4. x

V. Recomendao de calagem

VI. Recomendaes de adubao (nutrientes)

Vale ressaltar que as recomendaes so de nutriente(s) e no de adubo(s); isto , recomenda-se o que se deve aplicar de nitrognio, fsforo ou potssio, conforme a espcie a ser cultivada e a interpretao da anlise de solo; posteriormente devero ser calculadas as quantidades dos adubos a serem aplicados, dependendo do adubo escolhido e do teor de nutriente(s) em sua composio.

1. NitrognioA recomendao de nitrognio baseia-se no teor de matria orgnica expresso no laudo de anlise.Assim, tomando novamente com exemplo a gleba 3, o teor de matria orgnica expresso no laudo ...

2. Fsforo2.1- Adubao de correo

2.2- Adubao de manuteno

3. Potssio

4. x

VII. Consideraes finais

VIII. BibliografiaSBCS. Anual de adubao e calagem para os estados do RS e SC. 2004.

-1-

Anexo 1 - Laudo de anlise de soloGleba (amostra)Argila (%)Classe texturalpH em guandice SMPH+AlP (mg/dm3)K (mg/dm3)Ca (cmol/dm3)Mg (cmol/dm3)Al (cmol/dm3)

15525,55,94,8912,0615,73,40,2

22335,35,85,48614,51016,53,80,2

34525,15,94,8916,2602,11,41,0

41245,76,91,55112,54521,10,0

51545,96,52,45620,5754,12,60,0

Parmetros calculados a partir do laudo:Gleba (amostra)K (cmol/dm3)CTCe (cmol/dm3)CTC pH7 (cmol/dm3)Saturao por bases (V) (%)Saturao por Al (%)

10,1569,514,1672

20,25810,816,0672

30,1534,78,55422

40,1153,24,8670

50,1926,99,3740