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Apostila - 01 Parte – I Estudo Teológico da Teologia dos Anjos Dividida em IV Partes em 10 Pagina! QUEM SOMOS? ANJOS: UM SERVIÇO SECRETO MUITO ESPECIAL FACULDADE DE TEOLOGIA E FILOSOFIA NACIONAL – FATEFINA Órgão de Educação Teológica da Federação Internacional das Igrejas e Pastores no Brasil ou FENIPE Nossa reflexão é sobre identidade. Que nos identifica como cristãos, salvos, regenerados, nascidos de novo, tornados novas criaturas? Que convocação, chamada, temos da parte de Deus Pai que faz diferença no mundo em que vivemos e atuamos? DEUS NOS CHAMA PARA QUE SEJAMOS ADORADORES A tarefa primordial da Igreja de Jesus Cristo é celebrar o Seu Nome, adorá-Lo, cultuá-Lo. Afirmou o Senhor Jesus Cristo em João 4.23,24: "Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade". Tudo o mais é decorrente do culto. Foi para cultuar e adorar a Deus que fomos trazidos à fé e à salvação. Deus nos convoca para a adoração. No entanto, em muitos casos, apenas nos divertimos. Fomos chamados para cultuar, mas fazemos na igreja paródia de teatro, de circo, de programa de auditório; somos espectadores, quantas vezes, mas não cultuantes. O objetivo da adoração é despertar a consciência da santidade de Deus. Um aspecto do culto é encontrado em Romanos 12.1: 1

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Apostila - 01

Parte – IEstudo Teológico da Teologia dos Anjos Dividida em IV Partes em 10 Pagina!

QUEM SOMOS? ANJOS: UM SERVIÇO SECRETO MUITO ESPECIAL FACULDADE DE TEOLOGIA E FILOSOFIA NACIONAL – FATEFINA

Órgão de Educação Teológica da Federação Internacional das Igrejas e Pastores no Brasil ou FENIPE

 Nossa reflexão é sobre identidade. Que nos identifica como cristãos, salvos, regenerados, nascidos de novo, tornados novas criaturas? Que convocação, chamada, temos da parte de Deus Pai que faz diferença no mundo em que vivemos e atuamos?

DEUS NOS CHAMA PARA QUE SEJAMOS ADORADORES

A tarefa primordial da Igreja de Jesus Cristo é celebrar o Seu Nome, adorá-Lo, cultuá-Lo. Afirmou o Senhor Jesus Cristo em João 4.23,24: "Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade". Tudo o mais é decorrente do culto.

Foi para cultuar e adorar a Deus que fomos trazidos à fé e à salvação. Deus nos convoca para a adoração. No entanto, em muitos casos, apenas nos divertimos. Fomos chamados para cultuar, mas fazemos na igreja paródia de teatro, de circo, de programa de auditório; somos espectadores, quantas vezes, mas não cultuantes.

O objetivo da adoração é despertar a consciência da santidade de Deus. Um aspecto do culto é encontrado em Romanos 12.1: "Rogo-vos, pois irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional".

O verdadeiro culto, então, é medido pela transformação de quem cultua pelo fato de estar na presença de Deus. Mede-se por uma nova visão de Deus, por uma compreensão que torna a caminhada diária, a aventura do dia a dia mais profunda com Deus na nossa vida, com Cristo no nosso coração, com o Espírito Santo segurando a nossa mão. O verdadeiro culto incomoda a nossa vida e o modo como temos vivido. Que falta em nossos dias em relação a essa reverência e temor a Deus? O que anda acontecendo em muitas igrejas evangélicas é mais programa

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de auditório que profundidade na palavra.

Mas há quem prefira o raso de uma religião infantil à profundidade do culto racional, do culto em espírito e do culto em verdade. E deste modo, quando o crente está com a sua vida apagada e cheia de desobediência, e de rebeldia e de pecado, o louvor não sai.

DEUS NOS CHAMA PARA QUE SEJAMOS INTERCESSORES

Oração é um fenômeno espiritual. Consiste numa queixa, num grito de angústia, num pedido de socorro. Consiste numa serena contemplação de Deus, princípio imanente e transcendente de todas as coisas.

A oração é um ato de amor e adoração para com Aquele a Quem se deve a vida. Ora-se como se ama, ou seja, com todo o nosso ser. Não há necessidade de eloqüência para que seja atendida. Foi o caso do cego Bartimeu, que ao ouvir que Jesus estava passando, exclamou "Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim!" Mc 10.46ss). Ele só tinha o grito. Nada mais.

Oração é uma batalha. Para essa batalha, temos que vestir a armadura do crente (Ef 6.11). Vistam-se com toda a armadura que Deus dá a voces, para ficarem firmes contra as armadilhas do Diabo. Nela, enfrentamos hostes espirituais, os poderes de Satanás. Oração é prestar atenção a Deus. Você tira tempo para falar com Ele, o Pai, e, também, para ouvi-Lo .

Grandes intercessores na Bíblia não escolhem lugar para orar: Agar orou no deserto (Gn 21.16); - e foi assentar-se em frente dele, a boa distância, como a de um tiro de arco; porque dizia: Que não veja eu morrer o menino. Assim sentada em frente dele, levantou a sua voz e chorou.    Moisés fez acabar uma rebelião com oração (Ex 15.24,25); - E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? Então clamou Moisés ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, e Moisés lançou-a nas águas, as quais se tornaram doces. Ali Deus lhes deu um estatuto e uma ordenança, e ali os provou.    Ana teve um filho como resposta à oração (1Sm 1.27,28); - Por este menino orava eu, e o Senhor atendeu a petição que eu lhe fiz. Por isso eu também o entreguei ao Senhor; por todos os dias que viver, ao Senhor está entregue. E adoraram ali ao Senhor.   Samuel derrotou uma nação inimiga pela oração (1Sm 7.9,10); - Então tomou Samuel um cordeiro de mama, e o ofereceu inteiro em holocausto ao Senhor; e Samuel clamou ao Senhor por Israel, e o Senhor o atendeu. Enquanto Samuel oferecia o holocausto, os filisteus chegaram para pelejar contra Israel; mas o Senhor trovejou naquele dia com grande estrondo sobre os filisteus, e os aterrou; de modo que foram derrotados diante dos filhos de Israel.   Gideão provou a vontade de Deus através da oração (Jz 6.39,40); - Disse mais Gideão a Deus: Não se acenda contra mim a tua ira se ainda falar só esta vez. Permite que só mais esta vez eu faça prova com a lã; rogo-te que só a lã fique seca, e em toda a terra haja orvalho. E Deus assim fez naquela noite; pois só o lã estava seca, e sobre toda a terra havia orvalho. Elias pela fé e oração venceu os profetas de Baal (1Rs 18.37,38); - Responde-me, ó Senhor, responde-me para que este povo

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conheça que tu, ó Senhor, és Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração. Então caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.    Davi pediu misericórdia (Sl 51.10ss); Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável.  Salomão santificou a Casa de Deus pela oração (2Rs 20.1,2,5);

Por aquele tempo Ezequias ficou doente, à morte. O profeta Isaías, filho de Amoz, veio ter com ele, e lhe disse: Assim diz, o Senhor: Põe em ordem a tua casa porque morrerás, e não viverás. Então o rei virou o rosto para a parede, e orou ao Senhor, dizendo:  Volta, e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o Senhor Deus de teu pai Davi: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas. Eis que eu te sararei; ao terceiro dia subirás à casa do Senhor.   

Ezequias acrescentou anos à vida pela oração (2Cr 18.3); Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor. Josafá saiu de uma situação difícil pela oração (2Cr 18.3 - ); Daniel pediu auxílio pela oração (Dn 9.16 - E Senhor, segundo todas as tuas justiças, apartem-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porquanto por causa dos nossos pecados, e por causa das iniqüidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estão em redor de nós.); Esdras recebeu orientação divina porque orou (Ed 8.21,22 - Então proclamei um jejum ali junto ao rio Ava, para nos humilharmos diante do nosso Deus, a fim de lhe pedirmos caminho seguro para nós, para nossos pequeninos, e para toda a nossa fazenda.); Zacarias viu o sonho de sua vida realizado pela oração (Lc 1.13 - Mas o anjo lhe disse: Não temais, Zacarias; porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João; ).

Você pode ser intercessor em qualquer lugar: - Ezequias orou na cama (2Rs 20.1 - Por aquele tempo Ezequias ficou doente, à morte. O profeta Isaías, filho de Amoz, veio ter com ele, e lhe disse: Assim diz, o Senhor: Põe em ordem a tua casa porque morrerás, e não viverás.); - Jonas em alto mar (Jr 2.1 - Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:); - Jesus o fez no Calvário (Lc 23.34 - Jesus, porém, dizia: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem. Então repartiram as vestes dele, deitando sortes sobre elas.);- Jairo, na rua (Lc 8.41 - E eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga; e prostrando-se aos pés de Jesus, rogava-lhe que fosse a sua casa; ); - Pedro orou no terraço (At 10.9 - No dia seguinte, indo eles seu caminho e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao eirado para orar, cerca de hora sexta.);- Paulo e Silas estavam na prisão (At 16.25 - Pela meia-noite Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, enquanto os presos os escutavam.),- E um criminoso não nomeado o fez nos seus últimos momentos de vida (Lc 23.42 - Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.).

Ora-se como se ama: com todo o ser. Não há necessidade de eloqüência para ser atendido, já o dissemos.

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- Pedro fez uma oração com três palavras (Mt 14.30 - Mas, sentindo o vento, teve medo; e, começando a submergir, clamou: Senhor, salva-me.);- O publicano com sete palavras (Lc 18.13 - Mas o publicano, estando em pé de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, o pecador!);- Salomão fez uma longa oração na consagração do templo (2Cr 6.12-42 – Depois Salomão se colocou diante do altar do Senhor, na presença de toda a congregação de Israel, e estendeu as mãos - (pois Salomão tinha feito uma plataforma de bronze, de cinco côvados de comprimento, cinco de largura e três de altura, a qual tinha posto no meio do átrio; a ela assomou e, pondo-se de joelhos perante toda a congregação de Israel, estendeu as mãos para o céu), - e disse: Ó Senhor, Deus de Israel, não há, nem no céu nem na terra, Deus semelhante a ti, que guardas o pacto e a beneficência para com os teus servos que andam perante ti de todo o seu coração; - que cumpriste ao teu servo Davi, meu pai, o que lhe falaste; sim, pela tua boca o disseste, e pela tua mão o cumpriste, como se vê neste dia. - Agora, pois, Senhor, Deus de Israel, cumpre ao teu servo Davi, meu pai, o que lhe promete-te, dizendo: Nunca te faltará varão diante de mim, que se assente sobre o trono de Israel; tão somente que teus filhos guardem o seu caminho para andarem na minha lei, como tu andaste diante de mim.- Agora pois, Senhor, Deus de Israel, confirme-se a tua palavra, que falaste ao teu servo Davi. - Mas, na verdade, habitará Deus com os homens na terra? Eis que o céu e o céu dos céus não te podem conter; quanto menos esta casa que tenho edificado! - Contudo, atende à oração e à súplica do teu servo, ó Senhor meu Deus, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo faz diante de ti; - que dia e noite estejam os teus olhos abertos para esta casa, sim, para o lugar de que disseste que ali porias o teu nome; para ouvires a oração que o teu servo fizer neste lugar. - Ouve as súplicas do teu servo, e do teu povo Israel, que fizerem neste lugar; sim, ouve do lugar da tua habitação, do céu; e, ouvindo, perdoa. - Se alguém pecar contra o seu próximo, e lhe for exigido que jure, e ele vier jurar perante o teu altar, nesta casa, - ouve então do céu, age, e julga os teus servos: paga ao culpado, fazendo recair sobre a sua cabeça o seu proceder, e justifica ao reto, retribuindo-lhe segundo a sua retidão. - Se o teu povo Israel for derrotado diante do inimigo, por ter pecado contra ti; e eles se converterem, e confessarem o teu nome, e orarem e fizerem súplicas diante de ti nesta casa, - ouve então do céu, e perdoa os pecados do teu povo Israel, e torna a levá-los para a terra que lhes deste a eles e a seus pais. - Se o céu se fechar e não houver chuva, por terem pecado contra ti; se orarem, voltados para este lugar, e confessarem o teu nome, e se converterem dos seus pecados, quando tu os afligires, - ouve então do céu, e perdoa o pecado dos teus servos, e do teu povo Israel, ensinando-lhes o b décima quarta a Jesebeabe, envia chuva sobre a tua terra, que deste ao teu povo em herança. - Se houver na terra fome ou peste, se houver crestamento ou ferrugem, gafanhotos ou lagarta; se os seus inimigos os cercarem nas suas cidades; seja qual for a praga ou doença que houver; - toda oração e toda súplica que qualquer homem ou todo o teu povo Israel fizer, conhecendo cada um a sua praga e a sua dor, e estendendo as suas mãos para esta casa, - ouve então do céu, lugar da tua habitação, e perdoa, e dá a cada um conforme todos os seus caminhos, segundo vires o seu coração (pois tu, só tu conheces o coração dos filhos dos homens) - para que te temam e andem nos teus caminhos todos os dias que viverem na terra que deste a nossos pais. - Assim também ao estrangeiro, que não é do teu povo Israel, quando vier de um país remoto por amor do teu grande nome, da tua mão poderosa e do teu braço estendido, vindo ele e orando nesta casa, - ouve então do céu, lugar da tua habitação, e faze conforme tudo o que o estrangeiro te suplicar, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, e te temam como o teu povo Israel, e saibam que pelo teu nome é chamada esta casa que edifiquei. - Se o teu povo sair à guerra contra os seus inimigos, seja qual for o caminho por que os enviares, e orarem a ti, voltados para esta cidade que escolheste e para a casa que edifiquei ao teu nome - ouve então do céu a sua oração e a sua súplica, e defende a sua causa. - Se pecarem contra ti (pois não há homem que não peque), e tu te indignares contra eles, e os entregares ao inimigo, de modo que os levem em cativeiro para alguma terra, longínqua ou próxima; - se na terra para onde forem levados em cativeiro caírem em si, e se converterem, e na terra do seu cativeiro te suplicarem, dizendo: Pecamos, cometemos iniqüidade, procedemos perversamente; - se eles se arrependerem de todo o seu coração e de toda a sua alma, na terra do seu cativeiro, a que os tenham levado cativos, e orarem voltados para a sua terra, que deste a seus pais, e para a cidade que escolheste, e para a

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casa que edifiquei ao teu nome, - ouve então do céu, lugar da tua habitação, a sua oração e as suas súplicas, defende a sua causa e perdoa ao teu povo que houver pecado contra ti. - Agora, ó meu Deus, estejam os teus olhos abertos, e os teus ouvidos atentos à oração que se fizer neste lugar. - Levanta-te pois agora, Senhor Deus, e vem para o lugar do teu repouso, tu e a arca da tua fortaleza; sejam os teus sacerdotes, ó Senhor Deus, vestidos de salvação, e os teus santos se regozijem no bem. -- - Senhor Deus, não faças virar o rosto do teu ungido; lembra-te das tuas misericórdias para com teu servo Davi! ).

Mas, como orar? A Bíblia é tão clara... · Sem hipocrisia, exorta-nos Mateus 6.5. Hipocrisia é uma representação, uma peça de teatro; é faz-de-conta com extrema maldade (Mt 15.7,8). · Secretamente, ensina Mateus 6.6. Isso corresponde, até, a ficar a sós com Deus mesmo na multidão. · Com fé, atesta Hebreus (11.6 - Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.). · De modo definido como o declara Mateus 6.7,8 - Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. - E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos.- Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes. e Marcos 11.24 - Por isso vos digo que tudo o que pedirdes em oração, crede que o recebereis, e tê-lo-eis.. · Com insistência, mesmo (Lc 18.1-7; - Contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer. - dizendo: Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus, nem respeitava os homens.- Havia também naquela mesma cidade uma viúva que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário.- E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, - todavia, como esta viúva me incomoda, hei de fazer-lhe justiça, para que ela não continue a vir molestar-me.- Prosseguiu o Senhor: Ouvi o que diz esse juiz injusto.- E não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que dia e noite clamam a ele, já que é longânimo para com eles? (Mt 15. 21.28 - E eis que uma mulher cananéia, provinda daquelas cercania, clamava, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim, que minha filha está horrivelmente endemoninhada. - Contudo ele não lhe respondeu palavra. Chegando-se, pois, a ele os seus discípulos, rogavam-lhe, dizendo: Despede-a, porque vem clamando atrás de nós.- Respondeu-lhes ele: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.- Então veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me.- Ele, porém, respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.- Ao que ela disse: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. - Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé! seja-te feito como queres. E desde aquela hora sua filha ficou sã.). · Com submissão fala (Rm 8.21 - Na esperança de que também a própria criação há de ser liberta do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus., aguardando o que Deus quer fazer em nós.) · Com espírito de perdão, como expresso em (Mc 11.25,26. - Quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que também vosso Pai que está no céu, vos perdoe as vossas ofensas. - Mas, se

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vós não perdoardes, também vosso Pai, que está no céu, não vos perdoará as vossas ofensas.)    · E, por fim, em nome de Jesus (Jo 14.14 - Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu a farei.).

Muita oração deixa de ser atendida por falta desses importantes elementos ou pela presença de motivos indesejáveis. São orações estéreis pelo egoísmo, mentira, orgulho, falta de fé e de amor, teimosia e desobediência a Deus.(Zc 7.12,13; - Sim, fizeram duro como diamante o seu coração, para não ouvirem a lei, nem as palavras que o Senhor dos exércitos enviara pelo seu Espírito mediante os profetas antigos; por isso veio a grande ira do Senhor dos exércitos. Assim como eu clamei, e eles não ouviram, assim também eles clamaram, e eu não ouvi, diz o Senhor dos exércitos; (Dt 1.45; - Voltastes, pois, e chorastes perante o Senhor; mas o Senhor não ouviu a vossa voz, nem para vós inclinou os ouvidos)  (Pv 28.9 - O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração é abominável.),Pecado (Sl 66.18; - Se eu tivesse guardado iniqüidade no meu coração, o Senhor não me teria ouvido;)  (Is 59.2; - Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça. 1.15; - Quando estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Mq 3.4; - Então clamarão ao Senhor; ele, porém, não lhes responderá, antes esconderá deles a sua face naquele tempo, conforme eles fizeram mal nas suas obras. Sl 66.18 - Se eu tivesse guardado iniqüidade no meu coração, o Senhor não me teria ouvido; ), Desarmonia no lar (1Pe 3.7 - Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações.); Vaidade (Jó 35.12,13 - Ali clamam, porém ele não responde, por causa da arrogância os maus. Certo é que Deus não ouve o grito da vaidade, nem para ela atentará o Todo-Poderoso. ), Falta de perdão (Mt 6. 14,15 - Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas.), Indiferença (Pv 1.28 - Então a mim clamarão, mas eu não responderei; diligentemente me buscarão, mas não me acharão.), Amor próprio exaltado e maus objetivos (Tg 4.3 - Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites (Prazer íntimo, delícia.).

De tudo isso, decorre que quem ora tem senso de incapacidade e insuficiência, compreende necessitar de ajuda extra e clama a Deus. Paulo disse "A nossa suficiência vem de Deus" (2Co 3.5 - Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus,), e Jesus exortou que "... sem mim nada podeis fazer" (Jo 15.5b - Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.). Quem ora tem fé (Hb 11.6 - Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se

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aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador (recompensa) dos que o buscam.). Se quer ser atendido, ore com fé (Mt 21.21,22; - Jesus, porém, respondeu-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te no mar, isso será feito; e tudo o que pedirdes na oração, crendo, recebereis.   (Jo 11.40 - Respondeu-lhe Jesus: Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus? ).

DEUS NOS CHAMA PARA QUE SEJAMOS FACILITADORES (1Co 16.14 - Todas as vossas obras sejam feitas em amor.)

Temos de Deus muito o que repassar aos outros: o evangelho deve ser repassado (Mt 28.19,20 - Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.). Porque somos facilitadores do reino de Deus, o produto da vida cristã deve ser repassado (Ef 2.8ss - Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; ), o fruto do Espírito deve ser repassado (Gl 5.22,23 - Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade.- a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei.). O fruto do Espírito é um programa de vida a ser facilitado, repassado e posto em ação:

· AMOR (Cl 3.14 - E, sobre tudo isto, revestí-vos do amor, que é o vínculo da perfeição. ). Deus é amor; o amor perdoa (1Co 13 - Será que Cristo está dividido? foi Paulo crucificado por amor de vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?)· ALEGRIA (Rm 14.17 - Porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo.) Não são sorrisos; "Alegrai-vos no Senhor"; Cuidado com a confiança mal colocada (deve ser posta no Senhor); · PAZ (Rm 12.18 - Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens.)· PACIÊNCIA (Cl 3.12,13 - Revestí-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de coração compassivo, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, - suportando-vos e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como o Senhor vos perdoou, assim fazei vós também.) Mesmo na provocação; · BENIGNIDADE (Cl 3.12 - Revestí-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de coração compassivo, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade,); · BONDADE (Gl 6.10 - Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principamente aos domésticos da fé.); · FIDELIDADE (Pv 20.6 - Muitos há que proclamam a sua própria bondade; mas o homem fiel, quem o achará? )· MANSIDÃO e DOMÍNIO PRÓPRIO (Pv 25.28 - Como a cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não pode conter o seu espírito.)

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Sobre o amor, lembremos que no evangelho há o amor de Deus por nós; o nosso amor por Deus; o nosso amor pelos outros.

Quanto ao amor de Deus por nós, conforme expresso em (João 3.16 – Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.)   (1João 4.19 - Nós amamos, porque ele nos amou primeiro.) . O que distingue o evangelho de qualquer outro sistema religioso, teológico ou filosófico é o verbo "dar". Deus deu. Agostinho ensinou que "Deus ama a cada um de nós como se só houvesse um de nós para amar".

Em relação ao nosso amor por Deus, amo realmente a Deus e a Cristo? Em João 21 há uma expressiva pergunta de Jesus: "Simão, filho de João [Marcos Agner], amas-me?" Como podemos ser facilitadores se perdemos o primeiro amor?

O terceiro tema é o nosso amor pelos outros. Ou colocamos em ação ou não somos facilitadores de coisa nenhuma.

CONCLUSÃO

Quem somos? Essa foi a pergunta proposta. Percebeu que responsabilidade temos? Adoradores, Intercessores e Facilitadores do reino de Deus. Como Ele é bom: elegeu-nos em Cristo, deu-nos uma comissão, sustenta-nos na obra, e espera que sejamos responsáveis. Dele dependemos; nEle esperamos.

Parte – IIANJOS NO NOVO TESTAMENTOA crença em anjos no Novo Testamento

Os cristãos não eram o único grupo do primeiro século que acreditava na existência de anjos. A maioria das seitas do judaísmo, berço do cristianismo, professava a crença nesses mensageiros celestes, á exceção provável dos saduceus (At 23.8 - Porque os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os fariseus reconhecem uma e outra coisa.). 0 interesse dos judeus por anjos havia crescido de forma notável durante o período intertestamentário, quando o segundo templo foi construído, após o retorno do cativeiro babilônico. É provável que esse aumento de interesse pelos anjos tenha ocorrido como resultado da ênfase nesse período á idéia de que Deus havia se distanciado do seu povo, já que não havia mais profetas. A ausência de profetas, os mensageiros oficiais de Deus ao seu povo, provocava a necessidade de outros mediadores da vontade divina. Os anjos vieram ocupar esse espaço no judaísmo do segundo templo. 0 aumento do interesse pelo mundo celestial e pelos seus habitantes, os anjos, nota-se nos escritos judaicos produzidos antes ou logo após o nascimento do cristianismo. Exemplos desta tendência se percebem em alguns livros apócrifos (4 Esdras 2.44-48; Tobias 6.3-15; 2 Macabeus 11.6). 0 mesmo se vê em alguns dos escritos dos sectários do Mar Morto achados nas cavernas do Wadi Qumran, como o rolo da Batalha entre os Filhos das Trevas e os Filhos da Luz. Alguns dos escritos produzidos pelo movimento apocalíptico dentro do judaísmo, mais que os escritos de outros movimentos, enfatizava o ministério dos anjos (1 Enoque 6. 1 ss; 9. 1 ss), 0 interesse pelos anjos se nota até mesmo nos

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escritos rabínicos datados a partir do século III (com exceção do Mishnah), e que possivelmente representam a linha principal do judaísmo no período do segundo templo.Fora das fronteiras do judaísmo, a crença em anjos, encontrava-se não somente nas religiões que fervilhavam no mundo greco-romano, mergulhado no misticismo helênico, como também nas obras dos filósofos e escritores gregos famosos, como Sófocles, Homero, Xenofonte, Epicteto e Platão. A biblioteca de Nag Hammadi, descoberta em nosso século (1945) nas areias quentes do deserto egípcio, apresenta material gnóstico datando do século IV, com uma elaborada angelologia, onde a distância entre Deus e os homens é coberta por trinta "archons", seres intermediários, possivelmente anjos, que guardam as regiões celestes. Os "Papiros Mágicos" desta coleção contém fórmulas para atrair os anjos. Embora datando do século IV, estes escritos possivelmente refletem crenças que já estavam presentes de forma incipiente no mundo greco-romano desde antes de Cristo. Em contraste aos escritos produzidos em sua época, a literatura do Novo Testamento é bem mais discreta e reservada em seus relatos da atividade angélica.

As palavras mais comuns para "anjos" no Novo TestamentoA palavra mais usada no Novo Testamento para "anjo" é aggelos, que é a tradução regular na Septuaginta da palavra hebraica Mala'k. Ambas significam 'mensageiro". Aggelos é usada umas poucas vezes no Novo Testamento para mensageiros humanos, como por exemplo os emissários de João Batista a Jesus (Lc. 7.24 - E, tendo-se retirado os mensageiros de João, Jesus começou a dizer às multidões a respeito de João: Que saístes a ver no deserto? um caniço agitado pelo vento?); veja ainda (Tg 2.25 - E de igual modo não foi a meretriz Raabe também justificada pelas obras, quando acolheu os espias, e os fez sair por outro caminho? ); (Lc 9.52 - Enviou, pois, mensageiros adiante de si. Indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos para lhe prepararem pousada.). Na maioria esmagadora das vezes, a palavra refere-se aos mensageiros de Deus, que povoam o mundo celeste e assistem em sua presença. Aggelos é usada tanto para anjos de Deus quanto para os anjos maus.

Existe outro termo no Novo Testamento para se referir aos anjos, o qual só Paulo emprega: "principados e potestades". Em duas ocasiões é usado em referência aos demônios (Ef 6.12 - Pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes.) (Cl 2.13 - E a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos; ) e em três outras aos anjos de Deus (Ef 3.10 - Para que agora seja manifestada, por meio da igreja, aos principados e potestades nas regiões celestes,) (Cl 1.16 - Porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele.) (1Pe 3.22 - Que está à destra de Deus, tendo subido ao céu; havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potestades.) Em todos os casos, refere-se ao poder e á hierarquia que existe entre esses espíritos. Uma outra palavra usada no Novo Testamento para anjos e pneuma, geralmente no plural (pneumata), que se traduz por espíritos". Embora o termo seja empregado

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geralmente para os anjos maus e decaídos (quase sempre qualificado pelo adjetivo "imundo", cf. (Mt 12.43 - Ora, havendo o espírito imundo saido do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra.) ; (Lc 4.36 - E veio espanto sobre todos, e falavam entre si, perguntando uns aos outros: Que palavra é esta, pois com autoridade e poder ordena aos espíritos imundos, e eles saem?) (At 8.7 - Pois saíam de muitos possessos os espíritos imundos, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados; ), é usado pelo menos uma vez para os anjos de Deus, como sendo "espíritos administradores" (Hb 1. 14 - Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.) Alguns estudiosos têm sugerido que "espíritos" também se refere a anjos em outras passagens onde a palavra pneumata aparece, como por exemplo (1 Co 14.12 - Assim também vós, já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja. ). Neste versículo o apóstolo Paulo aprova e incentiva o desejo dos membros da igreja por pneumata, expressão quase que universalmente traduzida como "dons espirituais", devido ao contexto. De acordo com E. Earle Ellis, Paulo, na verdade, não se refere a dons espirituais, mas aos anjos que estavam presentes aos cultos (1 Co 11. 10 - Portanto, a mulher deve trazer sobre a cabeça um sinal de submissão, por causa dos anjos.) Sua tese é que existe uma relação estreita entre as manifestações sobrenaturais que estavam acontecendo na igreja de Corinto e o ministério angélico. Tais manifestações, ou parte delas, não eram produzidas pelo Espírito Santo, e nem também por espíritos malignos, mas por estes espíritos bons. Outras passagens onde "espíritos" significa "anjos", segundo Ellis, são (1 Co 14.32 - Pois os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas ); (1 Jo 4.1-3 - Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. - Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus;  - e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo.); (Ap 22.6.- E disse-me: Estas palavras são fiéis e verdadeiras; e o Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou o seu anjo, para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer. )1(1). Embora esta sugestão seja interessante e provocativa, fica difícil ver como "espíritos" produtores de dons espirituais se encaixam no contexto de (1Co 14.12 - Assim também vós, já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja.) e no ensino de Paulo de que os dons são dados pelo Espírito Santo. 0 uso de pneumata em 1Co 14.12 (bem como nas demais passagens mencionadas acima) pode ser explicado á luz de (1Co 12.7 - A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum. ) onde Paulo afirma que há diferentes manifestações do Espírito Santo. Ou seja, o mesmo Espírito manifesta-se de formas diferentes através de pessoas diferentes. Paulo refere-se a estas manifestações como "espíritos". Elas eqüivalem aos dons espirituais. E difícil admitir que Paulo aprovaria um desejo dos crentes de Corinto de buscar estas entidades celestiais.

Anjos através dos livros do Novo Testamento

A presença e a atividade de anjos registradas nos evangelhos sinópticos (Mateus,

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Marcos e Lucas) indicam invariavelmente a intervenção direta de Deus. Como mensageiros fiéis de Deus, que têm acesso a presença divina (Lc 1. 19 - Ao que lhe respondeu o anjo: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado para te falar e te dar estas boas novas; ); cf ( Lc12.8 - E digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus; ); (Mt 10.32 - Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.); ( Lc 15.10 - Assim, digo-vos, há alegria na presença dos anjos de Deus por um só pecador que se arrepende), a visita ou a intervenção de um deles eqüivale a uma manifestação divina. A encarnação e o nascimento de Jesus foram marcados pela presença de anjos, indicando a participação direta de Deus no nascimento do Messias (Mt 1.20; 2.13,19 - E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo; 2.13 - E, havendo eles se retirado, eis que um anjo do Senhor apareceu a José em sonho, dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito, e ali fica até que eu te fale; porque Herodes há de procurar o menino para o matar – 19 - Mas tendo morrido Herodes, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José no Egito.); ( Lc 1.11 - Apareceu-lhe, então, um anjo do Senhor, em pé à direita do altar do incenso; - 1.26-38 - Ora, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré - Disse então Maria. Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.). Embora os evangelhos não registrem quase nenhuma participação direta dos anjos assistindo a Jesus em seu ministério (o que poderia ter ocorrido, se Jesus quisesse, (Mt 26.52 - Então Jesus lhe disse: Mete a tua espada no seu lugar; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.), os anjos acompanharam o Senhor e se rejubilaram a medida em que pecadores se arrependiam (Lc 15.10 - Assim, digo-vos, há alegria na presença dos anjos de Deus por um só pecador que se arrepende.). As poucas vezes em que se manifestaram visivelmente tinham como propósito demonstrar que Ele era amado e aprovado por Deus (Mt 4.11 - Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram.); (Lc 21.43 - ). Os anjos ainda participaram da sua ressurreição, da anunciação ás mulheres, e da anunciação aos discípulos de que Jesus havia de voltar (Mt 28.2-5 - E eis que houvera um grande terremoto; pois um anjo do Senhor descera do céu e, chegando-se, removera a pedra e estava sentado sobre ela. - Mas o anjo disse às mulheres: Não temais vós; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado.); (At 1.9-11 - Tendo ele dito estas coisas, foi levado para cima, enquanto eles olhavam, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. - Os quais lhes disseram: Varões galileus, por que ficais aí olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.). E o próprio Jesus também mencionou varias vezes que os anjos participariam) da sua segunda vinda e do Juízo final (Mt 13.4 - E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, e de maneira alguma entendereis; e, vendo, vereis, e de maneira alguma percebereis.) (Mt. 16.27 - Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá a cada um segundo as suas obras.) (Mt 24.31 - E ele enviará os seus anjos com grande clangor (som forte e estridente) de trombeta, os quais lhe ajuntarão os

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escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.)Embora nos evangelhos a atividade dos anjos praticamente se concentre em tomo da pessoa de Jesus, ele mesmo menciona uma atividade deles relacionada aos homens, "cuidado para não desprezarem nenhum destes pequeninos. Eu afirmo que os anjos deles estão sempre na presença do meu Pai que está no céu" (Mt 18. 10 - Vede, não desprezeis a nenhum destes pequeninos; pois eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêm a face de meu Pai, que está nos céus.). Aqui Jesus fala do cuidado vigilante de Deus pelos "pequeninos ', através dos anjos. A quem Jesus se refere por pequeninos" tem sido debatido pelos estudiosos, já que o termo pode ser tomado literalmente (crianças) ou figuradamente (os discípulos). Talvez a última possibilidade deva ser a preferida, já que Jesus usa regularmente pequeninos" para se referir aos discípulos, cf (Mt 10.42; - E aquele que der até mesmo um copo de água fresca a um destes pequeninos, na qualidade de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá a sua recompensa. 18.6 - Mas qualquer que fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse na profundeza do mar. ) (Mc 9.42 - Mas qualquer que fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e que fosse lançado no mar.) (Lc 17.2 - Melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequeninos. ) Qualquer que seja a interpretação, a passagem não está ensinando que cada crente ou criança tem seu próprio "anjo da guarda", como era crido popularmente entre os judeus na época da igreja primitiva. Fazia parte desta crença que o anjo guardião" poderia tomar a forma do seu protegido (cf. At 12.15 - Eles lhe disseram: Estás louca. Ela, porém, assegurava que assim era. Eles então diziam: É o seu anjo. ). Jesus está ensinando nesta passagem que Deus envia seus anjos para assistir aos "pequeninos", e que, portanto, nós não devemos desprezar estes "pequeninos". Esse ministério angélico para com os "pequeninos" faz parte do cuidado geral que os anjos desempenham, pelo povo de Deus (cf. SI 9 1.11 - Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas. - Cantai louvores ao Senhor, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus feitos) (Hb 1. 14 - Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação? ) (Lc 16.22 - Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado. ). A passagem, portanto, não deve ser tomada como suporte á crença popular em "anjos da guarda".

E importante notar que o Evangelho de João faz pouquíssimas referências á atividade dos anjos, embora, segundo João, Jesus tenha dito aos seus discípulos, no início do seu ministério, que eles veriam, os anjos subindo e descendo sobre si (Jo 1. 51 - E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.) Possivelmente esta passagem não deva ser entendida literalmente no que se refere aos anjos, mas apenas como uma alusão ao sonho de Jacó (Gn 28.12 - Então sonhou: estava posta sobre a terra uma escada, cujo topo chegava ao céu; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela; ) e ao seu

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cumprimento na pessoa de Cristo (unindo o céu á terra). No relato de João das boas novas, os anjos só revelam a sua presença ao lado da sepultura de Jesus (Jo 20.12 - E viu dois anjos vestidos de branco sentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.)(2). Estes fatos indicam que as aparições angélicas durante o período em que Jesus esteve presente fisicamente entre nós foram relativamente poucas, e quase todas associadas com o seu nascimento, ministério, morte e ressurreição. Era conveniente que a vinda do Filho de Deus ao mundo fosse marcada por esta atividade angélica especial. Apesar de a narrativa do livro de Atos abranger um período marcado por intensa manifestação sobrenatural, que foi o nascimento da igreja cristã, as aparições angélicas registradas pelo autor são relativamente poucas. Não há aparição de anjos em grupos, á exceção dos dois homens em vestes resplandecentes no local da ascensão (At 1.10- 11 - Estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles apareceram dois varões vestidos de branco, - os quais lhes disseram: Varões galileus, por que ficais aí olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir. ). Nas intervenções angélicas, é sempre um único anjo que aparece, o qual é chamado de "um anjo do Senhor" (At 5.19; 8.26; 12.7,15) ou "um anjo de Deus" (10.3; 27.23). A expressão "anjo do Senhor" não tem. em Atos a mesma conotação que no Antigo Testamento, onde ás vezes este anjo é identificado com o próprio Deus. Em Atos a expressão sempre designa um mensageiro angelical. Os anjos aparecem em Atos com a mesma função principal, que no Antigo Testamento e nos Evangelhos, ou seja, trazer uma mensagem oficial da parte de Deus (At 5.19; 10.' 10.22; 27.23). A isto se acresce a função protetora, pois por duas vezes um anjo do Senhor libertou apóstolos da prisão (At 5.19; 12.7). Uma outra missão de um anjo foi punir o rei Herodes (At 12.23) missão esta já mencionada no Antigo Testamento (cf Ex 12.13; 2 Sm 24.17) A atividade dos anjos em Atos, além de bastante discreta, é voltada quase que exclusivamente para o progresso do Evangelho. Um ponto de grande relevância para nos hoje é que ela se concentra, em torno dos apóstolos (At 5.19; 12.7 27.23) ou dos seus associados, como Filipe (8.26). A única exceção foi a aparição á Cornélio (At 10,3). Mesmo assim ocorreu una ponto crucial do nascimento da Igreja Cristã, que foi a inclusão do gentios na Igreja. Á exceção deste caso não há registro de aparições de anjos ao crentes em geral, nem para lhes trazer mensagens de Deus, nem para protege-los, embora certamente eles estivessem ocupados em desempenhar esta última; função, provavelmente de forma não perceptível aos crentes.0 apóstolo Paulo é bastante ponderado no que escreve sobre os anjos, se com parado com outros autores religiosos não cristãos da sua época. Ele emprega a palavra aggelos apenas catorze vezes em suas treze cartas. Ele se refere aos anjos de Deus, não tanto como mensageiro: celestes ou protetores dos crentes, mas como participantes do progresso do plano de Deus neste mundo, que participaram da entrega da Lei no Sinai (G1 3.19) e que virão com Cristo para executar juízo sobre a humanidade (2 Ts 1.7). Estes são os "anjos eleitos", que assistem diante de Deus (1Tm 5.2 1; cf. Gl 4.14). Uma possível explicação para a atitude reservada de Paulo é que, para ele, o Senhor Jesus, é a manifestação suprema de Deus, que suplanta todas as demais, diante das quais as manifestações angélicas perdem em importância e relevância (Ef 1.21; Cl 1. 16; cf. Hb 1. 1-2). Em nenhum momento Paulo menciona em suas cartas encontros

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angélicos que porventura teve, nem encoraja os crentes a buscar tais encontros. Some-se a isso a preocupação que demonstra em suas cartas com aparições e visões de anjos. 0 apóstolo teme que anjos caídos, passando-se por anjos de Deus, manifestem-se em visões com oalvo de enganar os crentes. Ele menciona a possibilidade de que um anjo do céu venha pregar outro evangelho (G1 1. S), e que Satanás apareça dissimulado de "anjo de luz" (2Co 11.14). Ele alerta aos crentes de Colossos a que não se deixem arrastar para o culto aos anjos propagado pelos líderes da heresia que ameaçava a igreja, e que se baseava em visões (Cl 2.18).Uma passagem surpreendente sobre anjos é Gl 3.19, em que Paulo diz que a Lei de Deus foi entregue ao povo de Israel por meio de anjos. Esse fato no é mencionado na narrativa da entrega da Lei a Moisés no livro de Êxodo. Sua veracidade foi aceita possivelmente durante o período do segundo templo, quando os anjos receberam cada vez mais lugar destacado na teologia do judaísmo, ao ponto de serem, reconhecidos como mediadores no Sinai, na hora da entrega da Lei a Moisés por Deus. 0 fato foi aceito como verídico por judeus cristãos como Estêvão (At 7.53), o autor de Hebreus (Hb 2.2), e por Paulo. Só que, enquanto que para os judeus da sua época, a presença de anjos no Sinai era algo que exaltava a glória da Lei, para Paulo, a presença destas criaturas era apenas um sinal da inferioridade da Lei em comparação ao Evangelho, que havia sido trazido pelo próprio Filho de Deus, sem mediação de criaturas.Uma outra passagem difícil de entender nas cartas de Paulo é a enigmática expressão de 1Co 11. 10. "Por esta razão, e por causa dos anjos, a mulher deve ter sobre a cabeça um sinal de autoridade". 0 que tem os anjos, a ver com o uso do véu nas igrejas de Corinto? A resposta está ligada a um aspecto da situação histórica específica da Igreja de Corinto no século I, que nós desconhecemos. Havia uma idéia estranha na época de Paulo de que Gn 6.1-2 se referia a anjos que se deixaram atrair pelos encantos femininos (uma tradição rabínica acrescenta que foram os longos cabelos das mulheres que tentaram os anjos), A falta de decoro e propriedade por parte das mulheres na igreja de Corinto poderia novamente provocá-los. 0 mais provável é que Paulo se refira a outro conceito corrente que os anjos bons eram guardiões do culto divino, o que exigiria decoro e propriedade por parte de todos os adoradores. Este conceito se encaixa perfeitamente no ensino do Novo Testamento de que os anjos observam e acompanham o desenvolvimento do evangelho no mundo ver ( Ef 3.10 - Para que agora seja manifestada, por meio da igreja, aos principados e potestades nas regiões celestes,), (1Tm 5.12 - Tendo já a sua condenação por haverem violado a primeira fé;); (1Pe 1.12 - Dou graças àquele que me fortaleceu, a Cristo Jesus nosso Senhor, porque me julgou fiel, pondo-me no seu ministério, ); (Hb 1.14 - Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação?).

Não há menção de anjos em Tiago, e nem nas três cartas de João. Pedro menciona apenas que os anjos anelam compreender os mistérios do Evangelho (1Pe 1. 12), e que estão subordinados a Cristo (3,22). Em Judas encontramos mais uma referência enigmática aos anjos, desta feita em relação ao confronto do arcanjo Miguel com Satanás, em disputa pelo corpo de Moisés (Jd 9). Esse incidente não é narrado no Antigo Testamento, mas aparece num livro apócrifo que era bastante popular entre os judeus chamado A Ascensão de Moisés. Neste livro

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o autor narra que, após a morte de Moisés, sozinho no monte, Deus encarregou o arcanjo Miguel de dar-lhe sepultura. 0 diabo veio disputar o corpo, alegando que Moisés era um assassino (havia matado o egípcio), e que, portanto, seu corpo lhe pertencia. De acordo com a Ascensão, Miguel limitou-se a dizer que o Senhor repreendesse os intentos malignos de Satanás. Embora narrado num livro apócrifo, o incidente deve ter ocorrido, e Deus permitiu que, através de Judas, viesse a alcançar lugar no cânon do Novo Testamento.

A carta aos Hebreus menciona os anjos nada menos que 13 vezes, 11 das quais nos dois primeiros capítulos, onde o autor procura estabelecer a superioridade de Cristo sobre os anjos (Hb 1.4-7,13; 2.2,15,16). A razão para esta abordagem foi possivelmente a exaltação dos anjos por parte de muitos judeus no século I. 0 autor, escrevendo a judeus cristãos sentiu a necessidade de diferenciar a mensagem do evangelho trazida por Cristo, e as muitas mensagens e mensageiros angelicais que infestavam a crendice popular judaica no século I.

E no livro de Apocalipse que temos a maior concentração no Novo Testamento do ensino sobre anjos. É o livro do Novo Testamento que mais emprega a palavra aggelos (67 vezes). Aqui os anjos aparecem como agentes celestes que executam os propósitos de Deus no mundo, como proteger os servos de Deus (Ap 7.1-3) e administrar os juízos divinos sobre a humanidade incrédula e impenitente (Ap 8.2; 15.1; 16.1). Apocalipse está cheio das visões que o apóstolo João teve do céu, e os anjos aparecem como habitantes das regiões celestes, ao redor do trono divino, em reverente adoração a Deus e ao Cordeiro (Ap 5.11; 7.11), mediando ao apóstolo João as visões e as instruções divinas (Ap 1.1).

Uma questão que tem atraído o interesse dos intérpretes é o sentido da palavra "anjo" em Ap 1.20, "os anjos das sete igrejas" (cf Ap 2.1,8,12,18; 3,1,7,14).Alguns acham que João se refere aos pastores das igrejas às quais endereça suas cartas, já que em Malaquias os líderes religiosos são chamados de anjos (MI 2.7). Ou então, aos mensageiros (aggelos) das igrejas que haveriam de levar as cartas às suas comunidades. 0 problema com estas interpretações é que a palavra aggelos em Apocalipse nunca é usada para seres humanos, mas consistentemente para anjos. Por este motivo, outros, como Origenes no século II, acham que João se refere a anjos reais, já que este é o uso regular que ele faz da palavra no livro. Estes anjos seriam os anjos de guarda de cada igreja a quem João manda uma carta. A dificuldade óbvia com esta interpretação é que as advertências e repreensões das cartas seriam dirigidas a anjos, e não aos membros da igreja. Além do mais, fica claro pelo fim de cada carta que elas foram endereçadas aos membros das igrejas (2.7,11,17 etc). Assim, outros estudiosos têm sugerido que "anjos" representam o estado real de cada igreja, o "espírito" da comunidade. Esta idéia, que no deixa de ser curiosa e estranha, tem sido adotada por alguns que defendem que igrejas têm suas próprias entidades espirituais malignas, que se alimentam dos pecados não tratados das mesmas (3). Fica difícil tomar uma decisão. Mas, já que é evidente que os anjos e as igrejas são uma mesma coisa nestas passagens, a " interpretação que talvez traga menos dificuldades é que aggelos (anjos) se refere aos pastores das igrejas.

Anjos em batalha espiritual

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Uma outra passagem cm Apocalipse que merece destaque é a que descreve uma batalha no céu entre Miguel e seus anjos, contra o dragão e seus anjos, onde Satanás é derrotado e lançado á terra (Ap 12.7-9). A que evento histórico esta guerra celestial corresponde tem sido bastante discutido. Para alguns, refere-se á queda de Satanás no principio, quando revoltou-se contra Deus e foi expulso dos céus. Para outros, a vitória final de Cristo, ainda por ocorrer no fim dos tempos. 0 contexto, entretanto, parece favorecer outra interpretação, ou seja, que esta derrota de Satanás nas regiões celestiais corresponde à vitória de Cristo, ao morrer e ressuscitar, já que ela aconteceu, "por causa do sangue do cordeiro" (Ap 12. 10; cf. Jo 12.3 1; 16.1 l).À semelhança do Antigo Testamento, o Novo é igualmente reservado em narrar estas pelejas celestiais, e limita-se a registrar dois confrontos do arcanjo Miguel com Satanás (Jd 9; Ap 12.7-9). Não temos condições de saber quais as razões para estes embates entre anjos, e nem quão freqüentemente eles ocorrem no misterioso mundo celestial.

Digno de nota é o fato que Miguel, que no Antigo Testamento aparece como guardião de Israel, surge aqui em Ap 12.7-9 como defensor da Igreja, liderando as hostes angélicas contra Satanás e seus demônios, que procuram destruir a obra de Deus. Sua área de ação não e mais o território de Israel, mas o mundo, onde quer que a Igreja esteja. A constatação deste fato deveria moderar a fascinação de muitos hoje pela idéia de espíritos territoriais, maus ou bons, que seriam supostamente responsáveis por determinadas regiões geográficas, e que se embatem em busca da supremacia sobre aqueles locais. É possível que as nações ou outras regiões tenham seus príncipes angélicos, bons ou maus, mas esta idéia não exerce qualquer função ou influência no ensino do Novo Testamento, quanto aos anjos e á sua participação na luta da igreja contra os "principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso" (Ef 6.12). Enquanto que em Daniel os principados e as potestades aparecem relacionados com determinados territórios, no Novo Testamento eles aparecem não mais relacionados com regiões, mas com este mundo tenebroso. 0 conflito regionalizado do Antigo Testamento tomou caráter universal e cósmico com a vitória de Cristo. 0 diabo e seus príncipes malignos são vistos agora como dominadores, não de determinadas regiões geográficas, mas "deste mundo tenebroso". E os anjos agora servem aos servos de Deus, em qualquer região geográfica do planeta, onde se encontrem.

Notas de rodapé1 Ver E. Earle Ellis, Spiritual GIffs in the Pauline Community, em New Testment Studies 20 (1973-1974) 134.2 Existe séria dúvida da parte de muitos especialistas em manuscritologia bíblica de que a passagem de João 5,4, que menciona a decida de um anjo para mover a água da piscina de Betesda, seja de fato autêntica, visto que não aparece nos manuscritos mais antigos importantes.3 Neuza ltioka, por exemplo, afirma que os anjos das cartas de Apocalipse (Ap 2-3 são anjos literais que Incorporam e absorvem o estado espiritual da Igreja, e que alguns deles são substituídos por demônios, devido á decadência espiritual da comunidade que representam. Ela baseia-se nas sugestões (sem exegese) de Walter Wink e R. Linthicum em Ap 2-3, cf. A Igreja e a Batalha Espiritual: Você Está

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Em Guerra em Série Batalha Espiritual (São, Paulo: Editora SEPAL 1994) 36,39,40-41,67,11 Fonte: Revista Fides Reformata

Parte IIIANJOS: UM SERVIÇO SECRETO MUITO ESPECIAL   A partir de 1994, o Brasil começou a viver uma moda mística, a febre dos anjos. Sem dúvida, quem deu início a essa moda foi uma jovem senhora que antes trabalhava com orixás e depois, através da Fraternidade Branca, com gnomos, duendes, silfos, ondinas, fadas e salamandras. O nome dela é Mônica Buonfiglio. Seus dois sucessos editoriais foram Anjos Cabalísticos e A Magia dos Anjos Cabalísticos.

Mas, apesar de seu aspecto bombástico, essa moda teve um lado positivo, colocar em pauta a discussão sobre a existência ou não dos anjos. E é sobre isso que desejamos falar.

Muitas pessoas, em nome da racionalidade, lançam fora a água e a criança. Negam não somente o misticismo eclético da Nova Era, mas também a realidade do mundo espiritual. Criticam um erro, a superstição, e despencam em outro, o agnosticismo racionalista.

O maior e mais antigo tratado sobre anjos é a Bíblia. No Antigo Testamento, cujos escritos vão do segundo milênio aos anos quatrocentos antes de Cristo, temos 109 referências a anjos. A palavra hebraica para anjo é mal'akh, cuja idéia básica é de um mensageiro sagrado, humano ou sobrenatural. Já no Novo Testamento, cujos escritos vão dos anos 49 a 100 depois de Cristo, temos 186 referências a anjos. Em grego a palavra usada é ângelos, que também tem o sentido de mensageiro, de intermediário.

É interessante que na Bíblia os anjos não tem nada a ver com a angelologia proposta pela Nova Era. Segundo Mônica Buonfiglio, por exemplo, os anjos são entidades etéreas, que não tem memória e nunca julgam. São como bebês...nus, com asas, bochechudos e com um sorriso maroto de criança arteira [Mônica Buonfiglio, Anjos Cabalísticos, São Paulo, Oficina Cultural Esotérica, 1993, p. 64].

INTELIGENTES E PODEROSOSEmbora o assunto seja extenso, vejamos três aspectos da doutrina cristã sobre anjos, que responde à pergunta central sobre estes seres. Por que existem os anjos?

Os anjos são seres espirituais. Têm atividades definidas pelo próprio Deus. Protegem os filhos de Deus. Em relação ao primeiro item, é interessante ver que a Bíblia nos apresenta os anjos como seres espirituais, geralmente invisíveis. "Então, o que são os anjos? Todos são espíritos que servem a Deus e são mandados para ajudar os que vão receber a salvação". Hebreus 1.14 [Nas citações bíblicas foram utilizadas duas versões: A Bíblia Sagrada, tradução na Linguagem de Hoje, São Paulo, Sociedade

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Bíblica do Brasil, 1988; e A Bíblia de Jerusalém, São Paulo, Edições Paulinas, 1985].

Os anjos têm personalidade e inteligência. "Ele fez isso para resolver este caso. O senhor é sábio como um anjo de Deus e sabe tudo o que acontece". 2 Samuel 14.20.

Têm também direito de escolha e sentimentos, e isso fica claro quando se refere a Satanás, um anjo rebelado. "Você ficou ocupado, comprando e vendendo, e isso o levou à violência e ao pecado. Por isso, anjo protetor, eu o humilhei e expulsei do monte de Deus, do meio das pedras brilhantes. Você ficou orgulhoso por causa da sua beleza, e a sua fama o fez perder o juízo". Ezequiel 28.16-17.

E o próprio Jesus fala da alegria dos anjos. "Pois digo que assim também os anjos de Deus se alegrarão por causa de uma pessoa de má fama que se arrepende". Lucas 15.10.

A primeira conclusão é de que são seres espirituais, a serviço de Deus, para ajudar aqueles que serão salvos. Geralmente aparecem como adultos, têm capacidades especiais, memória, uma inteligência aguçada e sentimentos. De certa forma, não são muito diferentes de nós.

Esses seres ministradores tem atividades específicas. Adoram e servem a Deus. "Louvem ao Deus eterno todos os anjos do céu, que o adoram e fazem a sua vontade". Salmo 103.21.

Participarão do juízo divino, conforme explica o apóstolo Paulo: "Porque Deus fará o que é justo. Ele trará sofrimento sobre aqueles que fazem vocês sofrerem e dará descanso a vocês e também a nós que sofremos. Ele fará isso quando o Senhor Jesus vier do céu e aparecer junto com seus anjos poderosos". 2Tessalonicenses 1.6-8.

Eles trazem importantes notícias, instruem e guiam os filhos de Deus. Segundo o escritor da carta aos Hebreus, os mandamentos foram entregues a Moisés por anjos. "Por isso devemos prestar mais atenção nas verdades que temos ouvido, para não nos desviarmos delas. Ficou provado que a mensagem que foi dada pelos anjos é verdadeira, e aqueles que não a seguiram nem lhe obedeceram receberam o castigo que mereceram". Hebreus 2.2.

Ao contrário do que a vulgarização sobre angelologia prega, eles não estão debaixo da nossa vontade. Mas agem de acordo com a justiça de Deus nos julgamentos divinos. Participaram dos juízos de Sodoma e Gomorra, do Egito opressor, da destruição do exército de faraó na travessia do Mar Vermelho e em muitos outros eventos. E estarão com Cristo por ocasião do grande julgamento final.

MISSÃO ESPECIAL

E por fim, protegem e cuidam dos filhos de Deus. "O anjo do Deus Eterno fica em

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volta daqueles que O temem e os livra do perigo". Salmo 34.7.

Dessa maneira, uma de suas principais tarefas, é acompanhar os filhos de Deus, em todos os momentos de suas vidas, mas especialmente naqueles de dificuldades. Não damos ordens aos anjos, já que eles são ministros de Deus, agentes secretos do Criador para proteção e guarda de seus filhos.

É interessante que a angelologia mística da Nova Era propõe um relacionamento com os anjos através de práticas esotéricas, via astrologia, numerologia e ancoragem (magia branca). São utilizadas dezenas de invocações, velas, incensos e talismãs. Tudo para manipular os anjos. Estamos, de fato, diante de uma cosmovisão gnóstica e espírita. Conforme, explica o teólogo Scott Horrell, esta é "uma angelologia sem Deus definido, sem estrutura moral e sem explicação sobre o porque da própria existência dos anjos" [J. Scott Horrell, Anjos Cabalísticos, in Vox Scripturae, São Paulo, AETAL, 1995, p. 245].

Diante das modas místicas, todos aqueles que se aproximam de Deus devem se lembrar do que diz Paulo, o apóstolo: "Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus, que se deu em resgate por todos". 1Timóteo 2.5.

Parte IVESPÍRITOS MINISTRADORES "Quanto aos anjos, diz: Quem de seus anjos faz ventos, e de seus ministros labaredas de fogo. Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação?" (Hb 1.6,7,14)

Anjos constituem uma raridade em nossos púlpitos, por isso estas páginas foram escritas. Além disso, a insistência com que se explora essa temática, especialmente pelos adeptos dessa onda de misticismo que tem invadido as praias dos nossos dias, a ênfase dada pelo movimento da Nova Era, que tem levado às raias do absurdo mais absurdo o assunto do mundo angelical, e a exploração comercial em torno da ingenuidade e das carências emocionais e afetivas do povo, é outro bom motivo para que se reflita biblicamente sobre o tema.

Muita idéia de anjos vem de cartões de Natal, de procissões da Semana Santa, de romances ou da mitologia grega (não fala de um anjinho, Cupido, que lança uma flecha a qual, atingindo alguém, o torna enamorado de outro? Muita idéia vem dessas fontes, e também do Movimento Aquariano colocando no mesmo cesto fadas, duendes, gnomos, ondinas e anjos.

PRIMEIRAS IDÉIAS

Os seguidores da atual onda mística afirmam que se pode incorporar os anjos aos programas de auto-desenvolvimento e auto-ajuda, do mesmo modo com fazem com as fadas, os duendes e outros seres míticos. E se é o caso de teremos uma descrição dos anjos de acordo com a Nova Era, dirão eles o seguinte: "carinha linda, asas, roupas esvoaçantes e halo sobre a cabeça"(1) E completam dizendo

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que apreciam uma abordagem direta, têm grande senso de humor (gostam de rir, portanto), são felizes, alegres, brincalhões, amigáveis; o tempo não é um dos seus pontos fortes, e, desta maneira, perdem-se em divagações, ou seja, a cabeça dos anjos não funciona muito bem, não têm muita memória.(2) Essas afirmações não se assemelham, nem de longe, a qualquer das descrições ou características dos anjos de acordo com a Bíblia Sagrada. E menos ainda, quando os místicos os confundem com o que chamam de "elementais", e fazem a classificação dos seres no ar, na terra, na água e no fogo:

No ar: fadas e silfos;na terra: gnomos, duendes, elfos, dríades e ninfas;na água: ninfas da água, náiades e ondinas;no fogo: salamandras.(3)

Na verdade, essas esdrúxulas idéias e suas elaborações vêm de uma fonte chamada gnosticismo, movimento filosófico-teológico que já nos primeiros dias da Igreja Cristã deu muito trabalho. E isso porque enfatizava, como enfatiza ainda hoje, a idéia de que os anjos são expressões ou extensões de Deus, e pregam, também, que eram e são intermediários entre os homens e Deus.

Uma coisa é certa: a Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, trata esse assunto com muita seriedade, com o máximo de seriedade a ponto de dar a melhor definição de quem sejam os anjos, a qual se encontra em Hebreus 1.14;

"Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação?"

Ou como diz a Bíblia na Linguagem de Hoje:

"Então, o que são os anjos? Todos eles são espíritos que servem a Deus e são mandados para ajudar os que vão receber a salvação".

Martinho Lutero, o Reformador, expressou isso parafraseando Hebreus:

"O anjo é uma criatura espiritual sem corpo, criada por Deus para o serviço da Cristandade e da Igreja"(4)

OUTROS CONCEITOS

A palavra anjo não é portuguesa. Na verdade, vem da língua grega através do latim. Em grego, dizem aggelos, daí para o latim angelus e para o português anjo. No Antigo Testamento, o vocábulo hebraico correspondente é malach.(5) Significam todas elas "aquele-que-traz-mensagem", "aquele-que-é-enviado", "mensageiro". O Pr. Vassílios Constantinides, Diretor nacional da APEC e grego de origem, confirmou-nos o que havia sido lido no dicionário. Disse: "em grego, 'carteiro' é "anjo", "o-que-traz-uma-mensagem". Palavra, portanto, que indica uma função. E, na Bíblia, vemos que Deus envia profetas como seus mensageiros,(6) envia sacerdotes(7), diz que homens enviam outros homens(8). De sorte, que a Bíblia apresenta o fato de que anjos são personalidades com função determinada,

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ou seja, a de trazer uma mensagem de Deus para nós.

A Bíblia não apresenta qualquer descrição detalhada dos anjos. Eu, na verdade, nunca vi um anjo (apesar de Ariete dizer que estou vivendo com um há 36 anos). A Bíblia menciona sua existência como um fato, mostrando que têm eles uma parte relevante no plano de Deus para o ser humano(9).

Voltando à Carta aos Hebreus: "Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação?" (1.14). Quero tomar duas palavras deste texto para servir de base para esta mensagem. Primeiramente, "espírito", e, em seguida, "ministradores".

ESPÍRITOS...

A idéia básica da palavra "espírito", por incrível que possa parecer, vem de "vento, ar". Realmente, tanto na língua hebraica quanto na grega, os vocábulos que se traduzem por "vento, ar, hálito, alento, respiração, fôlego e espírito" são os mesmos. Tanto faz dizer ruach, que é a palavra hebraica, quanto dizer pneuma, que é grega. Sim; o ar é algo muito real, mas não podemos vê-lo a olhos vistos, com perdão da redundância. Podemos? Mas ele é real: sabemos que ele nos circunda, mas não o vemos. Assim são os espíritos, e assim são os anjos: reais, mas não os vemos, puros espíritos. Filon de Alexandria os chamava de "incorpóreos" (apesar de poderem aparecer em certas ocasiões com corpos humanos)(10). Mas a Bíblia prefere chamá-los de "espíritos", como em hebreus 1.14, "espíritos ministradores".

Aprendemos com a Bíblia que são superiores ao ser humano em inteligência, em vontade e em poder (11). Têm personalidade e responsabilidade moral como nós o temos. No entanto, apesar de sua inteligência ser sobre-humana, é limitada. Ou seja, não são oniscientes (só Deus o é), não conhecem o futuro (isso pertence a Deus), não conhecem os segredos de Deus(12). Por causa da vontade livre deles, alguns anjos pecaram, e a Bíblia faz referência a essa Queda de um grupo de anjos(13). O poder dos anjos que é delegado, nos supera em muito conforme tantos testemunhos na Escritura Sagrada(14). Isso quer dizer, então, que os anjos têm todos os elementos essenciais da personalidade, e além dos acima mencionados, possuem sensibilidade, emoções, e são capazes de adorar a Deus com inteligência (Sl 148.2).

E porque o Deus Vivo e Verdadeiro é Deus de ordem e não de confusão(15), os anjos estão organizados em uma hierarquia. E, realmente, amado, quando fazemos o estudo dos anjos, distinguimos três etapas. Primeiramente, o que fala a Bíblia até o Exílio na Babilônia; em seguida, do Exílio ao Novo Testamento, quando veio Jesus e ministrou entre nós; e, por último, o Novo Testamento.

É interessante que do início da História Sagrada até o Exílio (c. 527 a.C.), observamos que não há uma angelologia elaborada. O que temos são narrativas, bem lineares, até. E há uma presença marcante: a de uma figura chamada "o Anjo do Senhor". Vemos no Gênesis, em Êxodo e outros dessa primeira fase, a sua presença ostensiva e marcante.

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Do Exílio em diante, a crença, a princípio simples, vai tomar um desenvolvimento muito especial. Existe, inclusive o surgimento de toda uma literatura chamada pelos estudiosos do assunto de intertestamentária, que surgiu entre o último profeta da Antiga Aliança (Malaquias) e o primeiro da Nova Aliança (João, o Batista). Não são anos de tanto silêncio, como geralmente se ensina. Há uma literatura denominada intertestamentária, como já destacado, notadamente encontramos literatura dessa época nos livros de Daniel e Zacarias, livros que mencionam a presença de anjos.

O Novo Testamento, por sua vez, reflete os principais ensinos do Antigo Testamento, e categorias e conceitos da literatura intertestamentária.

Anjos são organizados como um exército. Interessante e bonito isso! No topo estão os arcanjos, anjos comandantes, chefes(16). Menciona em seguida tronos, dominações, principados, potestades, virtudes, que sejam designações hierárquicas dos anjos numa elaboração de um esquema bem organizado (cf. Cl 1.16; Rm 8.38; Ef 1.21).

Paulo, em Efésios 6, coloca essas categorias ou hierarquias no exército do Maligno também (17). Existe o exército de Deus, mas o Maligno tem igualmente o seu com os mesmos princípios: um arcanjo, que é Lúcifer, encontrando-se, do mesmo modo, principados, potestades, dominações, etc. Paulo, mesmo, declara que Jesus Cristo já desarmou e venceu essas forças da malignidade:

"e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz; e, tendo despojado os principados e potestades, os exibiu publicamente e deles triunfou na mesma cruz" (Cl 2.14,15).

Na verdade, ainda sentimos os efeitos dessa força maligna porque ainda estamos nesta carne, porque ainda estamos no tempo, mas a Bíblia já declara a vitória do Senhor sobre as forças do Inferno. Jesus cravou na cruz a nossa malignidade, o nosso pecado! Por essa razão, os crentes não podem se desencaminhar pelo culto dos anjos, e Paulo fala disso também nesse mesmo capítulo: "Ninguém atue como árbitro contra vós, afetando humildade ou culto aos anjos, firmando-se em coisas que tenha visto, inchado vãmente pelo seu entendimento carnal" (v.18). Esse culto aos anjos estava sendo levado pelos gnósticos para dentro das igrejas, ensinando que os anjos eram intermediários entre a pessoa e Deus. Está, aliás, retornando com toda força como o faziam os gnósticos dos tempos apostólicos, como influência do platonismo, e das escolas teosóficas que desaguaram no gnosticismo, assim como influência da Cabala. Querem fazer os anjos superiores a Cristo e ao Espírito Santo (Ele que é o nosso guia, e não os anjos(18); querem elevar os anjos a divindades, mesmo que sejam divindades menores, os devas(19).

E os querubins e os serafins? Falamos há pouco sobre a hierarquia, e não foram mencionados. Querubins e serafins não são, a rigor, anjos. Nunca são apresentados na Bíblia como portadores de mensagens. Querubins são símbolos

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dos atributos divinos. Onde há querubins, o divino está presente ou está perto, razão porque são guardiães do jardim(20), da arca da aliança(21), do trono de Deus(22). Defendem a santidade de Deus de qualquer pecado(23).

E os serafins? A palavra serafim é interessante porque em hebraico o verbo saraph significa "arder, pegar fogo, queimar". O serafim é "aquele-que-queima"; o que queima purifica: é, então, "aquele-que-purifica". São guardiães, também, da santidade do Eterno lembrando o fogo e sua obra de purificação. E, realmente, só aparecem os serafins uma vez em Isaías 6, na visão do profeta, com seis asas. A propósito, anjo tem asas? Não; a figura das asas em anjos é para mostrar graficamente a presteza, a velocidade com que executam as ordens de Deus. No entanto, não vamos encontrar os mensageiros de Deus com asas em Sodoma, ou guiando Agar no deserto, ou o povo de Deus na peregrinação no deserto. A única menção é a dos serafins, e outra no Apocalipse a respeito de anjos alados(24).

E o arcanjo? Na Bíblia só aparece o nome de um que é Miguel(25). E tem ele sempre papel combativo. Quem é Miguel? Qual a diferença de Miguel para Gabriel? Miguel é aquele que está relacionado a missões guerreiras; é quem comanda as batalhas do Senhor. Então, sempre que lerem ou ouvirem o nome Miguel, lembrem-se que é ele o anjo guerreiro por excelência(26). É o mensageiro da lei e do julgamento(27), e seu próprio nome que é, aliás, uma pergunta retórica, é um grito de batalha e significa "QUEM É COMO DEUS?"e tem como resposta: "Ninguém!" Quem pode ser como Deus? Um hineto muito apreciado em nossas igrejas canta:

"Quem é deus acima do Senhor?Quem é rocha como o nosso Deus?"

A resposta só pode ser uma: "Ninguém!" É isso o que Miguel, que sempre aponta para Deus, nos está lembrando!

E Gabriel? Agora é diferente. Se Miguel é o anjo guerreiro por excelência, Gabriel é o que está relacionado com missões de paz. É o contrário: Gabriel é o mensageiro das boas notícias, é o mensageiro das mensageiro, o mensageiro da promessa de Deus, é o anjo da revelação, é quem explica mistérios a respeito de futuros acontecimentos, até políticos(28). É mencionado quatro vezes na Bíblia, e sempre como mensageiro: Daniel 8.16; 9.21, e novamente no Evangelho de Lucas, capítulo 1 notificando a Isabel e a Maria, sobretudo, que ela vai ser a mãe do Salvador(29). Gabriel é um nome muito sugestivo e significa "Herói de Deus", "Valente de Deus", "Campeão de Deus".

...MINISTRADORESVoltemos a Hebreus 1.14:

"Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação?"

O texto diz que, além de "espíritos", são os anjos "ministradores" a favor dos salvos. Qual é, então, o seu ministério?

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Há uma ministração celestial e uma ministração terrena. Há um serviço litúrgico, cultual dos anjos na adoração ao Criador:

"Louvai-o, todos os seus anjos;louvai-o, todas as suas hostes!" (30)

Ministério cultual, ministério de louvor. Também assistem o Senhor. Estavam presentes na Criação(31); estavam presentes na revelação da Lei(32); estavam no nascimento de Jesus(33); na tentação(34); no Getsêmani(35); na ressurreição(36); e na ascensão(37). Em todos esses eventos, os anjos estiveram presentes, e estarão, igualmente, na Parousia, a Segunda Vinda de Cristo(38).

Há uma ministração aos salvos. No programa divino para nós, os anjos estão envolvidos em quatro tipos de atividades: proteção, transporte, comunicação e vigilância.

Proteção ou guarda. Temos um grande conforto na Palavra Santa, que usa a abençoada expressão "O anjo do Senhor acampa-se ao redor daqueles que o temem e os livra"(39). Porém, não estamos nos referindo ao chamado "anjo da guarda". Esse é um conceito que vem da Igreja Majoritária. Basílio e Jerônimo, teólogos da Igreja Antiga lançaram a idéia de que quando nasce uma criança, a ela é atribuído um anjo para a guardar durante toda vida. Interessante é que quando Orígenes disse que, ao mesmo tempo que um anjo é colocado ao lado da criança, um demoniozinho também lhe é atribuído. De um lado fica um anjinho tomando conta e do outro lado fica um diabinho espicaçando cada um de nós. Essa é a razão porque nas histórias em quadrinhos ou em desenhos animados aparece, numa hora de tentação, o diabinho procurando tentar de todo jeito.

Essa idéia de anjo da guarda, então, está baseada no papel de um arcanjo chamado Rafael, não mencionado na Bíblia, mas no livro apócrifo de Tobias. Eu não creio em "anjo da guarda", mas creio, sim, em um "anjo-que-guarda". Creio no anjo do Senhor que nos guarda, de acordo com o que a Bíblia diz no Salmo 34.7. Ou ainda em Daniel 6.22 que diz, "O meu Deus enviou o Seu anjo e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; e também contra ti, ó rei, não cometi delito algum".

Temos outros exemplos notáveis no Antigo Testamento. No Segundo livro dos Reis 6.15ss, há um exemplo dessa guarda. No Novo Testamento, no capítulo cinco de Atos, também. Nesse ponto, alguém pode perguntar, "Pastor, acontece hoje também essa guarda dos anjos, ou isso aconteceu somente nas páginas da Bíblia?" Isso ocorre ainda hoje. Na história de John Patton, missionário do século passado nas Novas Hébridas, há uma página onde ele conta que quando foi pregar o evangelho, era muito hostilizado. As tribos que ali havia eram canibais e tentaram matá-lo com toda a família. Patton diz que cercaram a sua casa e ele e a família começaram a orar durante toda a noite. Fizeram uma vigília de oração porque estavam literalmente no vale da sombra da morte. E eles oraram, e oraram, e quando um terminava de orar o outro começava, o outro depois, o outro depois. Orou ele, a esposa, os filhos oraram, quando terminava voltava toda aquela

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corrente de orações. Os homens foram embora, saindo sem tocá-los. Cerca de um ano depois dessa noite de terror, o chefe da tribo converteu-se ao evangelho, e conversando com o missionário Patton, perguntou-lhe "Eu queria saber uma coisa: nós estivemos cercando a sua casa para matá-los. E não podíamos, porque durante a noite víamos aquele exército. Onde é que você escondia aqueles homens todos durante o dia? Por que só apareciam à noite?". E então o missionário respondeu que não havia mais ninguém, somente ele e sua família. O chefe disse, "Não, de jeito nenhum, havia homens, sim. Eram de grande estatura, estavam vestidos de branco e com espadas na mão. Os nativos ficaram com medo e fugiram..." E o Pastor Patton entendeu que Deus havia mandado os Seus anjos para proteger a família naquele vale da sombra da morte de acordo com o que diz o Salmo 23.

Uma outra função dos anjos é de transporte. Mas não é quando há engarrafamento. Alguém pode pensar, "Bom, eu acho que o pastor está atrasado porque houve um engarrafamento; não vai haver problemas porque um anjo pega o pastor e traz para a igreja. Afinal, são colegas, são dois anjos..." Não é assim. Essa função de transporte acontece na nossa morte. Está na Bíblia, Lucas 16.19-22:

"Havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele, e desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico. Morreu o mendigo e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão".

Ele não foi acompanhado não, ele foi transportado segundo a Escritura Sagrada.

Uma outra função é a de comunicação(40). Mas não para aumentar a Bíblia. Nada de chegar um anjo ensinando um novo evangelho para completar, como acontece com os mórmons que ensinam que um anjo chamado Moroni passou uma nova revelação a Joseph Smith. A Bíblia diz que é anátema (maldição), se alguém aparecer querendo pregar um novo evangelho. Por isso, não aceitamos o mormonismo, ou o islamismo que diz a mesma coisa, o espiritismo com um evangelho à sua moda ou qualquer acréscimo ao bel-prazer de qualquer tribunal canônico. Fujam de quem vem com uma mensagem nova. Fujam de quem vem com uma nova revelação, seja pregador, pregadora, ou um ser disfarçado de anjo(41).

Há uma outra função. É a de observação. Porque os anjos observam aquilo que nós fazemos, os anjos são testemunhas do drama da salvação, os anjos estão interessados na conduta dos crentes. O apóstolo Paulo diz, "Tenho para mim que Deus a nós apóstolos, nos pôs por últimos como condenados a morte. Somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens"(42). Os anjos são testemunhas do drama da salvação; estão interessados na conduta dos crentes segundo 1Coríntios 4.9 vêem o que nós fazemos. Eles estão especialmente o declara. A Bíblia ensina que os anjos louvam e nos observam. Eles estão observando cada um de nós porque são ministradores. Não é observar para dizer, "Ah, fulaninho está fazendo tal coisa. Vou anotar e dizer a Deus". Anjo não é

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alcagüete de Deus mas são nossos observadores, e a Bíblia diz que são até chamados como testemunhas(43).

NO FUTURO

Há um futuro papel dos anjos. Está em Mateus 24. Diz que "Quando o Senhor vier, Ele mandará Seus anjos para reunir os Seus eleitos de todos os quadrantes do mundo". Onde houver um crente em Jesus Cristo, o anjo vai lá e o trás no momento do grande Arrebatamento. Quando isso acontecer, a palavra de Jesus ensina que são os anjos que virão nos buscar.

Há valores teológicos inigualáveis nas declarações bíblicas sobre os anjos. Preciosíssimas lições:

Ø A primeira é que a Bíblia declara que ao lado do mundo que nós vemos Deus criou um outro mundo de espíritos invisíveis, de seres puros que O servem. A Deus e a nós também. No Salmo 103.20 está dito, "Bendizei ao Senhor, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, que obedeceis à sua voz"(44).

Ø A segunda lição que tiramos é que Deus não perdoa a rebeldia. Que é desobediência, orgulho, e atentado à ordem dos Seus planos(45). Por esse motivo, Deus não perdoou os anjos que se rebelaram, os quais foram condenados à eterna separação Dele. Deus não perdoa a nossa rebeldia também, a nossa insensatez, e a nossa desobediência. E a Bíblia declara que "O salário do pecado é a morte"(46).

Ø O ministério dos anjos na Bíblia é doutrina importante, doutrina essencial para que entendamos a providência de Deus e a direção soberana da Sua criação. Nós sabemos que a intervenção guiadora dos anjos na dispensação da Lei é substituída pela direção do Espírito Santo na dispensação do Novo Testamento. O Senhor não autoriza o culto aos anjos. E a idéia de anjos medianeiros também é um absurdo porque eles usurpam o lugar de Jesus Cristo. Os anjos são poderosos, mas não são Deus; são poderosos, mas não são a Trindade; são poderosos, mas não são o Espírito Santo; têm poder, mas não são Jesus Cristo, não são mediadores, não têm o atributos de Deus, não possuem qualquer capacidade de regenerar o ser humano.

O estudo dos anjos nos enche com uma nova visão e assombro pela grandeza de Deus. Especialmente quando pensamos que os anjos, poderosos como são, adorando a Deus, cumprindo a Sua vontade, são um exemplo para nós. Isso nos dá agora um senso de humildade diante de Deus e de gratidão porque os anjos estão ao nosso redor.

A quinta lição é que os anjos apontam para a nossa dignidade no futuro porque nós seremos iguais aos anjos de Deus, a Bíblia diz.

E a sexta, é que tudo isso nos encoraja e estimula a servir a Deus com a totalidade do nosso ser.

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E mais: Os anjos se alegram quando alguém se volta para Cristo. A palavra de Deus acerca disso nos ensina em Lucas 15.10, "Há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende".

Que Deus nos auxilie a compreender e viver a reverência, a submissão e o serviço que os anjos desempenham para que, deste modo, o que Jesus expressou na Oração do Senhor seja pura realidade: "Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu!"

FONTES PRIMÁRIAS

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Enciclopédico da Bíblia, 2a ed. Petrópolis, Vozes, 1977, p. 1248-1249.

16. ________. Serafim. Em: VAN DEN BORN, A. (Org.), Op. Cit., p. 1414-1415.

17. VAN SCHAIK, A. Anjo. Em: Van den Born, Op. Cit., p. 74-77.

(1) ALVES, Anna Clara. In: Planeta Especial, agosto de 1992, pp. 4-9.(2) TAYLOR, Terry Lynn. Anjos - Mensageiros da Luz.(3) NEWHOUSE, Flower A. Redescobrindo os Anjos(4) Cit. Por GRAHAM, Billy. Anjos.(5) De onde vem o nome Malaquias = "mensageiro do Senhor".(6) Cf. Isaías 14.32.(7) Cf. Malaquias 2.7.(8) Cf. Gn 32.3; Nm 20.14; 1Sm 11.7; 23.27.(9) Cf. Mt 13.41; 18.10; 26.53; Mc 8.38; 13.32; Lc 22.43; Jo 1.51; Ef 1.21; Cl 1.16; 2.18; 2Ts 1.7; 22.9; Hb 12.22; 1Pe 3.22; 2Pe 2.11; Jd 9; Ap 12.7;.(10) Cf. Jz 2.1; 6.11-22; Sl 104.4; Mt 1.20; 28.30; Lc 1.26; Jo 20.12; Ap 15.6; 18.1.(11) Cf. 2Sm 14.17.20.(12) Cf. 1Co 2.11; Mt 24.36; Mc 13.32.(13) Cf. 2Pe 2.4; Jd 6.(14) Cf. Is 37.36; 2Pe 2.11; Sl 103.20; Ap 20.2; 2Ts 1.7.(15) Cf. 1Co 14.33.(16) A rigor, a Bíblia só menciona um arcanjo que é Miguel, cf. 1Ts 4.16.(17) Cf. Ef 2.2; Cl 2.15.(18) Cf. Jo 16.13; 14.26; Rm 8.14; Gl 5.18).(19) Palavra sânscrita que significa "deus". (20) Gn 3.24.(21) Ex 25.18,20.(22) Sl 80.1.(23) Ez 1.1-18.(24) Ap 4.8.(25) Jd 9; Dn 10.13, 21; 12.1; 1Ts 4.16: Ap 12.7.(26) Cf. Ap 12.7.(27) Cf. Ap 12.7-12.(28) Cf. Dn 8.16-26; 9.20-27.(29) Cf. vv. 19, 26.(30) Sl 148.2; cf. Ap 5.11,12; Is 6.3; Ap 4.8(31) Jó 38.7.(32) At 7.53; Gl 3.19; Hb 2.2; Ap 22.16).(33) Lc 2.13.(34) Mt 4.11.(35) Lc 22.43.(36) Mt 28.2.(37) At 1.10.(38) Cf. Mt 24.31; 25.3; 2Ts 1.7.(39) Sl 34.7.(40) Gn 19.1,12,13; Lc 1.11-13; 1.26-35; 2.8-12Mt 2.13; At 7.53; 27.22-25.(41) Cf. 2Co 11.4; Gl 1.7b,8; Ap 22.18.(42) 1Co 4.9; cf. 11.10.

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(43) Cf. 1Tm 5.21(44) Cf. Gn 22.11; Sl 91.11; Hb 1.14.(45) Cf. Jó 42.2.(46) Cf. Gl 3.22; Ec 7.22.

Estude com fé depois de ter terminado os seus estudos, envie seu questionário com as respostas devidas para o endereço de e-mail: [email protected], se assim quiser, logo após respondido e corrigido o questionário, alcançando media acima de 7,5, solicite o seu Lindo DIPLOMA de Formatura e a sua Credencial de Seminarista formado, também poderá solicitar estagio missionário em uma de nossas igrejas no Brasil ou exterior traves da Federação Internacional das Igrejas e Pastores no Brasil ou Fenipe, que depois do Estagio se assim o achar apto para o Ministério poderá solicitar a sua ordenação por uma de nossas organizações filiadas no Brasil ou no exterior, assim você poderá também receber a sua Credencial de Ministro Aspirante ao Ministério de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Esta apostila tem 24 pagina boa sorte.

Sem nadas mais graça e Paz da Parte de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo bons estudos.

Reverendo Antony Steff Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana Renovada de Nova Vida

Presidente da Federação Internacional das Igrejas e Pastores no Brasil ou Fenipe

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