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    PATOLOGIA GERAL

    ROTEIROS DE AULAS TERICAS,

    PRTICAS E TEXTOS DEMECANISMOS DE DEFESA DO ORGANISMO

    CENTRO DE CINCIAS BIOLGICAS E DA SADECURSOS: FARMCIA, FISIOTERAPIA E ENFERMAGEM.

    PROFESSORES DA DISCIPLINAENZO MAGRINIIZILDA AP. CARDINALLICARLOS A. F. SOUZAHELENICE PIOVESAN

    JOS AIRES PEREIRA

    ADAPTADO PARA O CURSO DE FARMCIA USF- PELOPRO. JOS AIRES PEREIRA

    22 edio

    Bragana Paulista2013

    PREFCIO 22 EDIO

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    Os "Roteiros de Aulas Tericas e Prticas" so de grande importncia para o bomandamento e acompanhamento, por parte dos alunos, da Disciplina de Patologia Geral.Nas "Aulas Tericas e Prticas" esto enumerados os tpicos mais importantes dosassuntos abordados os quais o aluno no poder de deixar de estudar. Esta seleo detpicos se faz necessria devido extenso da matria. preciso que o professor -valendo-se da sua experincia - selecione aquilo que importante e imprescindvel para aformao do aluno de graduao. 0 estudo dos tpicos selecionados dever ser feito emlivros-texto de Anatomia Patolgica. Abaixo relacionamos os livros mais importantes quepodero ser consultados ou adquiridos:LOPES de FARIA, Patologia Geral. Fundamentos das doenas, com aplicaes clnicas, 4edio, Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro 2003.MONTENEGRO M.R. & FRANCO M., Patologia. Processos Gerais, 4' edio, Atheneu, SoPaulo, 1999.ROBBINS E COTRAN, PATOLOGIA - Bases Patolgicas das Doenas, 7 Edio, 2005.BRASILEIRO FILHO, PEREIRA, BAMBIRRA & BARBOSA, Bogliolo Patologia Geral, 1993,Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1993.

    Nas aulas prticas sero vistos os preparados histolgicos e as peas anatmicasdas doenas mais importantes ou freqentes procurando-se estudar neles os processospatolgicos gerais. A descrio microscpica da lmina tem a finalidade de auxiliar oestudo e a compreenso da mesma, ajudando inclusive o professor durante a aula prtica,mormente quando as turmas so numerosas. 0 crculo que acompanha deve ser utilizadopara a confeco de um desenho da lmina histolgica do ponto de vista do aluno noimportando se for acadmico, moderno, surrealista, etc. independente do estilo, aconfeco de um desenho da lmina um processo ativo de aprendizagem e facilita muitoa memorizao da imagem.

    INTRODUO AO ESTUDO DA PATOLOGIA

    A Anatomia Patolgica estuda as alteraes do organismo decorrentes de doena.Tem como propsito principal descrever a expresso morfolgica destas alteraes aonvel de clulas, tecidos e rgos. As alteraes morfolgicas, na maioria das vezes, socaractersticas de uma determinada doena permitindo portanto a elaborao de umdiagnstico correto. Este fundamental para uma conduta teraputica adequada. Alm dadescrio macro e microscpica das leses, estuda a etiologia, e patognese, isto , osmecanismos pelos quais desenvolvem-se as leses e a correlao entre expressomorfolgica e manifestaes clnicas.

    Para atingir os seus objetivos a Anatomia Patolgica utiliza-se de inspeo

    macroscpica e exame microscpico de leses no cadver e no paciente. No primeiro,atravs da realizao de necropsia e, no ltimo, examinando peas cirrgicas e bipsias. 0avano tecnolgico propiciou aliar-se ao uso do microscpio ptico comum, o microscpioeletrnico (de transmisso e de varredura). Alm das tcnicas e coloraes histolgicasclssicas (H.E., PAS, etc.) utilizam-se hoje tcnicas de imunofluorescncia eimunohistoquimica, alm de outras mais sofisticadas, de bioqumica, imunogentica, etc.

    Por causa da grande amplitude dos mtodos empregados atualmente, muitos sereferem Anatomia Patolgica simplesmente com a denominao Patologia (gr. estudo dadoena). A Anatomia Patolgica pode ser dividida, para fins de aprendizado, em Geral edos rgos e Sistemas. A Anatomia Patolgica Geral estuda as alteraes decorrentes dadoena independente do tipo de clula, tecido, rgo ou organismo em que ocorre. Assimsendo, o ensino da Anatomia Patolgica Geral dado nos Cursos de Graduao em

    Medicina, Farmcia, Biologia, Odontologia, Nutrio Fisioterapia, Enfermagem, Etc. J aAnatomia Patolgica dos rgos e Sistemas, estuda os processos patolgicos que ocorrem

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    nas clulas, tecidos e rgos humanos sendo, portanto uma Disciplina exclusiva do Cursode Graduao em Medicina.

    A Anatomia Patolgica uma das especialidades mdicas que, juntamente com aRadiologia e Patologia Clnica, faz parte da rea diagnostica da Medicina. 0 especialista,chamado anatomopatologista, aps o Curso de Graduao em Medicina deve fazerResidncia Mdica em um perodo mnimo de 3 anos. 0 seu campo de atuao inclui:elaborao dos exames de citologia e dos laudos anatomopatolgicos de bipsias e peascirrgicas; realizao de necrpsia; e participao em reunies anatomoclnicas nas quaisso discutidos os diagnsticos correlacionando-se os achados morfolgicos com os dadosclnicos. Faz parte da equipe de atendimento ao paciente sendo a sua opinio, baseada nodiagnstico anatomopatolgico, de grande valia para a conduta teraputica.

    Se o anatomopatologista optar por carreira universitria dever fazer Curso de ps-graduao em nveis de Mestrado e Doutorado. A anatomia Patolgica um campo muitoamplo para pesquisa que pode ser experimental e de aplicao. A primeira pode serrealizada em faculdades de Medicina ou em Institutos de Pesquisa. Como instrumentos detrabalho e de pesquisa utiliza-se o microscpio ptico comum, de fase, de luz polarizada,de imunofluorescncia e o eletrnico de transmisso e varredura; empregam-se tcnicashistolgicas usuais e especiais como de congelao, imunoistoqumica,imunofluorescncia, hibridizao in situ, biologia molecular e muitas outras.

    ANATOMIA PATOLGICA. UM BREVE HISTRICO.

    Na poca de Hipcrates, os gregos explicavam o aparecimento das doenas embase da teoria dos quatro humores do organismo: os fluidos orgnicos eram compostos devariveis propores de sangue, catarro, bile amarela e bile negra. Quando estes humoresestavam em equilbrio o corpo humano estava com sade; excesso ou deficincia de um

    desses humores causava doena. Esta teoria prevaleceu por muitos sculos.Somente no sculo XVIII esta teoria foi abalada atravs da publicao, em 1761, deum dos mais importantes livros da histria da Medicina: De Sedibus et Causis Morborumper Anatomen indagatis (Sobre a sede e causas das doenas investigadas pela Anatomia).0 autor deste livro foi Giovanni Battista Morgagni (1682-1771), professor de Anatomia emPdua, Italia. Atravs da realizao de 500 autpsias descreveu, de forma sistemtica eminuciosa, as leses observadas nos diferentes rgos correlacionando-as com os sinais esintomas dos pacientes. Por causa desta obra monumental Morgagni considerado o paida Anatomia Patolgica.

    O trabalho de Morgagni abriu caminho para o aparecimento do que seria aAnatomia Patolgica como especialidade mdica. No sculo XVIII e na primeira metade dosculo XIX o estudo das leses se baseava apenas no exame macroscpico dos rgos.

    No sculo XIX o maior expoente no exame macroscpico das leses vistas em autpsiasfoi Carl Rokitansky (1804-1878). Este tcheco que trabalhava no Instituto de Patologia deViena, teria realizado, juntamente com seus assistentes, cerca de 60000 autpsias emmenos de 50 anos.

    Apesar do uso do microscpio em Biologia datar do sculo XVII, somente nametade do sculo XIX graas a Rudolf Virchow, o estudo das autpsias passou a sercomplementado com o exame microscpico.Rudolf Virchow (1821-1902) teve grande influncia na Medicina da sua poca no apenascomo patologista mas tambm atravs da sua atuao em sade pblica e mesmo napoltica. Foi o autor da "Teoria celular" que explicava as doenas como sendo causadas pordistrbios na estrutura e funo celulares. Apesar da sua genialidade, no aceitou asevidncias de que microorganismos poderiam ser causadores de doenas.

    No sculo XX a Anatomia Patolgica firmou-se como uma especialidade mdica degrande importncia no diagnstico das doenas. s tcnicas macro e microscpicas

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    clssicas somaram-se a microscopia eletrnica, a imunofluorescncia e, maisrecentemente, a imunoistoqumica. A tcnica de congelao prtica rotineira permitindoum diagnstico rpido no prprio centro cirrgico, sendo de grande valia na condutateraputica. Novas conquistas, notadamente em biologia molecular, descortinam um futurocom grandes possibilidades tanto na rotina diagnstica como na pesquisa em AnatomiaPatolgica.

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    ALTERAES REGRESSIVAS CELULARES E DISTRBIOS CIRCULATRIOS___________________________________________________________________

    AULA 01 LESO E MORTE DA CLULA. CALCIFICAO.

    I- LESO CELULAR

    A- CAUSAS1. Hipxia;2. Agentes fsicos;3. Agentes qumicos;4. Agentes infecciosos: vrus, rickttsias, bactrias, fungos e parasitas5. Reaes imunolgicas6. Alteraes genticas

    7. Distrbios nutricionais

    B- MECANISMOS Em casos de hipxia:

    1. Diminuio da fosforilao oxidativa ao nvel das mitocndrias;2. Diminuio da produo do ATP com conseqente:

    a) aumento da gliclise anaerbica havendo acmulo de cido ltico e diminuiodo pH;

    b) distrbio da bomba de Na e K, resultando aumento de Na e H 2O no interior daclula e sada de K para o espao extracelular;

    3. Alteraes na permeabilidade da membrana citoplasmtica resultando entrada deCa e sada das enzimas: dehidrogenase ltica (LDH) e creatinoquinase (CPK)

    C- TIPOS

    1. Adaptativa. Ex.: hipertrofia e atrofia

    2. ReversvelMorfologia: tumefao turva e alterao vacuolar

    3. Irreversvel (necrose celular)3.1 Conceito de morte e necrose celular3.2 Morfologia da necrose celular

    a) em microscopia eletrnica: tumefao de mitocndrias e retculoendoplasmtico; rotura de lisossomos;b) em microscopia ptica comum: acidofilia citoplasmtica, fragmentao da

    membrana citoplasmtica, picnose nuclear, cariorrexe e cariolise3.3 Autlise, heterlise, apoptose3.4 Tipos de necrose:

    a) Coagulativa. Ex.: infarto do miocrdiob) Liquefativa. Ex.: abscessoc) Gordurosa (ou esteatonecrose)

    Ex.: pancreatite aguda (esteatonecrose enzimtica);trauma (esteatonecrose traumtica)

    d) Caseosa. Ex.: tuberculose

    e) Gomosa. Ex.: sfilis

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    3.5 Evoluo: absoro, drenagem, ulcerao, cavitao ou encistamento,cicatrizao e calcificao

    II- CALCIFICAO

    A- Classificao

    1. Distrfica: ocorre em tecidos necrticos na presena de nveis sricos normaisde Clcio.

    2. Metasttica: ocorre em casos de hipercalcemia (ex. hiperparatireoidismo,intoxicao por vit.D, etc.). A deposio de clcio se faz em diferentes tecidos e rgos doorganismo.

    B- Morfologia

    TEXTODra. Izilda Cardinalli

    I - LESO CELULAR

    As clulas, em condies normais, encontram-se em um estado de equilbriohomeosttico, capaz de suprir as demandas fisiolgicas normais.

    Estresses fisiolgicos um pouco mais excessivos ou alguns estmulos patolgicospodem acarretar uma srie de adaptaes celulares fisiolgicas e morfolgicas,preservando, desta forma a viabilidade da clula e modulando sua funo como umaresposta a esses estmulos. Por exemplo, os msculos proeminentes dos fisiculturistas quepraticam halterofilismo resultam de adaptaes celulares, o aumento da massa muscularrefletindo o aumento do tamanho das fibras musculares individuais. Assim, a carga detrabalho compartilhada por uma massa maior de componentes celulares, e cada fibra

    muscular poupada de um trabalho excessivo e, portanto, escapa da leso. A clulamuscular aumentada atinge um novo equilbrio, permitindo que ela sobreviva em um nvelmais alto de atividade. Essa resposta adaptativa denomina-se hipertrofia. Por outro lado, aatrofia uma resposta adaptativa na qual h uma diminuio do tamanho e funo dasclulas.

    Se os limites da resposta adaptativa forem ultrapassados, ou, em certos casos,quando a adaptao impossvel, sobrevm uma seqncia de eventos denominada deleso celular.

    A leso celular reversvel at certo ponto, mas se persistir o estmulo ou se ele forintenso o suficiente desde o incio, a clula chega a um ponto sem retorno, e sofre a lesocelular irreversvel e a clula morre. Por exemplo, se o suprimento de sangue para umsegmento do corao interrompido por 10 a 15 min, e em seguida restaurado, as

    clulas miocrdicas sofrem leso, mas podem recuperar-se e voltar a funcionarnormalmente. Entretanto, se o fluxo de sangue no for restaurado dentro de 1 hora, ocorreleso irreversvel, e a fibra miocrdica morre.

    A adaptao, leso reversvel, leso irreversvel e morte celular podem serconsideradas como respostas celulares frente a um leque de agresses na funo eestruturas normais das clulas.

    A - CAUSASAs causas de leso celular podem ser agrupadas da seguinte forma:

    1. HIPXIAA hipxia uma causa extremamente importante e comum de leso celular e altera

    a respirao oxidativa aerbica. A causa mais comum de hipxia ocorre quando o fluxo

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    sangneo arterial diminudo ou interrompido por arteriosclerose ou por trombos(obstculos na luz arterial).

    Uma outra causa de hipxia a oxigenao inadequada do sangue devido a umainsuficincia cardiorespiratria.

    Uma outra causa, menos freqente: a perda por parte do sangue da capacidade detransportar oxignio, como ocorre nas anemias, ou no envenenamento por monxido decarbono (produzindo uma monoxiemoglobina estvel que impede o transporte de oxignio).Este gs inodoro e incolor um subproduto da combusto produzido pela queima dagasolina, leo, carvo madeira e gs natural.

    De acordo com a intensidade do estado hipxico, as clulas podem se adaptar,sofrer leso ou morrer. Por exemplo, se a artria femural for estreitada, as clulas domsculo esqueltico da perna podem diminuir de tamanho (atrofia). Essa reduo damassa celular atinge um equilbrio entre as necessidades metablicas e a oferta deoxignio. Uma hipxia mais acentuada induz leso e morte celulares.

    2. AGENTES FSICOSOs agentes fsicos incluem traumatismo mecnico, extremos de temperatura

    (queimaduras e frio intenso), radiao e choque eltrico.

    3. AGENTES QUMICOSAgentes simples como a glicose e o sal em concentraes hipertnicas podem

    determinar leso celular ao perturbar a homeostasia lquida e eletroltica das clulas. Atmesmo o oxignio, em altas concentraes, altamente txico (pode levar lesopulmonar por formao de radicais livres). Quantidades mnimas de agentes conhecidoscomo venenos, tais como arsnico, cianeto, sais mercricos, podem destruir nmerossuficientes de clulas em minutos ou horas, causando a morte. Tambm pode ser citado olcool como agente txico capaz de induzir leso celular.

    4. AGENTES INFECCIOSOS

    Vrus, riqutsias, (rickettsias), bactrias, fungos e parasitas.5. REAES IMUNOLGICASElas podem salvar vidas e podem ser letais. Embora o sistema imunolgico sirva

    como defesa contra agentes biolgicos, as reaes imunes podem, na verdade, causarleso celular. A reao anafiltica a uma protena estranha ou a uma droga, e as doenasauto-imunes, como o lpus eritematoso sistmico, so exemplos bsicos.

    6. ALTERAES GENTICASEx. Anemia falciforme, em que ocorre alterao na produo da hemoglobina S; e

    os erros inatos do metabolismo, oriundos de anormalidades enzimticas, em geral umafalta de uma enzima.

    7. DISTRBIOS NUTRICIONAISSo importantes causas de leso celular!Tanto a desnutrio protico-calrica e a falta de vitaminas podem levar leso

    celular, como tambm um excesso de alimentao (dieta rica em lpides, predispondo aterosclerose) pode ser nocivo s clulas.

    B- MECANISMOS

    A manuteno da integridade da clula depende da preservao de quatro sistemascelulares bsicos:a) Manuteno da integridade das membranas celulares, da qual depende a

    homeostase inica e osmtica da clula e suas organelas;

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    b) Respirao aerbica, envolvendo a fosforilao oxidativa mitocondrial eproduo de trifosfato de adenosina (ATP);c) Sntese de protena;d) Preservao da integridade do aparelho gentico da clula.

    Em casos de hipxia, os mecanismos de leso celular envolvem:

    1. Diminuio da fosforilao oxidativa ao nvel de mitocndrias;

    2. Diminuio da produo de ATP com conseqente:a) Aumento da gliclise anaerbica havendo acmulo de cido ltico e diminuio

    do pH ;b) Distrbio da bomba de sdio e potssio, resultando em aumento da

    concentrao de Na e gua intra-celular e sada de K para o espao extra-celular ;

    3. Alteraes na permeabilidade da membrana citoplasmtica resultando ementrada de clcio e sada de enzimas: dehidrogenase ltica (LDH) e creatinoquinase (CPK).

    LESO CELULAR REVERSVEL: O primeiro ponto de ataque da hipxia arespirao aerbica da clula, isto , a fosforilao oxidativa pelas mitocndrias. medida que a tenso de oxignio dentro da clula diminui, h diminuio da fosforilaooxidativa, prejudicando a formao de adenosina trifosfato (ATP). Essa perda de ATP - afonte de energia - tem efeitos amplos em muitos sistemas dentro da clula, como veremosa seguir:

    1. A atividade da bomba de sdio e potssio dependente de energia na membranaplasmtica reduzida. A falha desse sistema de transporte ativo, devido a umaconcentrao reduzida de ATP e aumento da atividade de ATPase, leva ao acmulo desdio no meio intracelular, com difuso de potssio para fora da clula. O acmulointracelular de sdio promove o afluxo isosmtico de gua, acarretando tumefao celular(edema celular) e dilatao do retculo endoplasmtico e tumefao de mitocndrias.

    2. O mecanismo energtico celular alterado. Quando os nveis de oxignio sobaixos, a fosforilao oxidativa cessa e as clulas dependem de glicose para a produode energia (metabolismo anaerbico). Isso resulta em uma taxa aumentada de glicliseanaerbica, que visa manter as fontes de energia da clula gerando ATP atravs dometabolismo de glicose derivada do glicognio. A gliclise resulta no acmulo de cidoltico diminuindo o pH intracelular. Neste perodo inicial, na microscopia ptica, h um

    agrupamento da cromatina nuclear, aparentemente causada pelo pH reduzido.

    3. O prximo fenmeno a ocorrer o desprendimento dos ribossomas do retculoendoplasmtico rugoso, com conseqente reduo da sntese de protenas.

    At certo momento, todos esses distrbios so reversveis se for restaurada aoxigenao.

    3. LESO CELULAR IRREVERSVEL (necrose celular):

    Se a isquemia persistir, a leso torna-se irreversvel.

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    A leso irreversvel est associada morfologicamente a tumefao intensa dasmitocndrias, leso extensa da membrana citoplasmtica e tumefao dos lisossomas.

    Ento ocorre entrada macia de clcio para o interior da clula. O aumento declcio intracelular promove o aumento da permeabilidade da membrana citoplasmtica,bem como, ativa uma srie de enzimas incluindo as fosfolipases (desse modopromovendo a leso da membrana), proteases (que degradam as protenas da membranae do citoesqueleto), ATPases (acelerando assim a depleo de ATP), e endonucleases(que esto associadas fragmentao da cromatina nuclear).

    H perda contnua de protenas, enzimas, coenzimas e cidos nuclicos pelamembrana citoplasmtica hiperpermevel.

    A diminuio do pH (devido a gliclise , acmulo de lactato) leva leso dasmembranas lisossmicas, seguida por extravasamento de suas enzimas dentro docitoplasma e ocorre ativao de suas hidrolases cidas. Os lisossomas contm Rnases,Dnases, proteases, fosfatases, glicosidases e catepsinas. A ativao dessas enzimasacarreta digesto enzimtica dos componentes celulares levando morte celular.

    Aps a morte celular, os componentes celulares so progressivamente degradados,e h amplo extravasamento de enzimas intracelulares para o espao extracelular,fornecendo parmetros clnicos importantes de morte celular, por exemplo, a liberao deLDH e CPK aps infarto agudo do miocrdio.

    MECANISMOS DA LESO IRREVERSVEL: Disfuno mitocondrialacentuada que causa depleo intensa de ATP, e que, a partir de certo ponto, torna-seirreversvel; leso da membrana celular (devido perda de fosfolpides, proteasesintracelulares; liberao de radicais txicos de O2).

    Em resumo, a hipxia afeta a fosforilao oxidativa e, por conseguinte, a sntese desuprimentos vitais de ATP. A leso da membrana citoplasmtica crucial para odesenvolvimento da leso celular letal, e o clcio um mediador importante das alteraesbioqumicas e morfolgicas que levam morte celular.

    C- TIPOS

    1. ADAPTATIVA . Ex. hipertrofia e atrofia.

    2. REVERSVEL

    Morfologia: tumefao turva e alterao vacuolar.

    TUMEFAO TURVA: a primeira manifestao de quase todas as formas deleso celular, causada pelo deslocamento de gua para dentro da clula.Macroscopicamente nota-se palidez, maior turgor e aumento de peso do rgo. microscopia ptica, nota-se aspecto granuloso do citoplasma.

    ALTERAO VACUOLAR: Se continuar a ocorrer acmulo de gua dentro daclula surgem vacolos claros dentro do citoplasma, levando alterao vacuolar, que apenas uma forma mais acentuada de tumefao celular.

    3. IRREVERSVEL (NECROSE CELULAR)

    3.1 Conceito de morte e necrose celularAs clulas podem ser dadas como mortas na microscopia ptica, somente aps

    evidenciarem os sinais de necrose celular.

    A necrose pode ser definida como o conjunto de alteraes morfolgicas quese seguem a morte celular, num tecido ou rgo vivo, resultante de ao degradativaprogressiva por parte de enzimas sobre uma clula letalmente agredida.

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    3.2 Morfologia da necrose celularA necrose a soma das alteraes morfolgicas que se seguem morte celular,

    num tecido ou rgo vivo.a) Em microscopia eletrnica: Observa-se tumefao de mitocndrias e retculo

    endoplasmtico; rotura de lisossomos.

    b) Em microscopia ptica comum: Observa-se acidofilia citoplasmtica, picnosenuclear (retrao nuclear, at transformar-se em uma massa densa, pequena e enrugadade cromatina firmemente compacta), cariorrexe (fragmentao nuclear), carilise (lisenuclear).

    3.3 Autolise, heterlise, apoptose.Dois processos simultneos propiciam as alteraes de necrose: (1) digesto

    enzimtica da clula e (2) desnaturao das protenas.As enzimas catalticas originam-se ou dos lisossomas das clulas mortas, em que a

    digesto enzimtica referida como autlise, ou dos lisossomas de leuccitos imigrantes,chamada de heterlise. O desenvolvimento desses processos leva horas e, portanto, nohaveria alteraes detectveis nas clulas se, por exemplo, um infarto miocrdico

    causasse morte sbita. A nica evidncia denunciadora poderia ser a ocluso de umaartria coronria. A primeira evidncia histolgica de necrose miocrdica manifesta-sesomente 4 a 12 h depois, mas a perda de enzimas e protenas especficas do coraopode ser detectada na corrente sangnea 2 h aps a morte de clulas miocrdicas.

    Um padro morfolgico um tanto diferente de morte celular foi denominado deapoptose (derivado grego desabando). Trata-se de uma destruio programada daclula.

    As clulas apoptticas so caracterizadas, morfologicamente, pela retraocelular a clula exibe um tamanho menor, o citoplasma denso, e as organelas, emborarelativamente normais, esto mais compactadas; e condensao da cromatina - acromatina agrega-se na periferia, sob a membrana nuclear, em massas densas e bemdelimitadas. O ncleo pode romper-se, produzindo dois ou mais fragmentos.

    A apoptose ocorre durante os seguintes eventos:a) A destruio programada de clulas durante a embriognese.b) Involuo dependente de hormnio no adulto, como a degradao das clulasendometriais durante o ciclo menstrual e a regresso da mama lactente aps o desmame eatrofia prosttica aps a castrao.c) Deleo celular em populaes de clulas em proliferao, como nosepitlios das criptas intestinais.d) Morte de clulas em tumores.e) Leso celular em certas doenas virais.

    A apoptose ao contrrio da necrose no produz inflamao, dificultando suadeteco histolgica.

    3.4 Tipos e necrosea) Coagulativa - Quando a desnaturao o padro primrio, a necrose

    coagulativa desenvolve-se. No caso de digesto enzimtica predominante, o resultado anecrose liquefativa. A necrose coagulativa implica na preservao do contorno bsico daclula coagulada por um perodo mnimo de alguns dias. Na necrose coagulativa ocorre apreservao da arquitetura tecidual geral. Os tecidos afetados exibem uma textura firme.

    Supostamente, a leso ou a acidose intracelular desnatura no apenas as protenasestruturais como tambm as protenas enzimticas, bloqueando, assim, a protelise daclula.

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    Esta necrose freqente na interrupo pela circulao arterial, que causa infarto,por ex. do miocrdio, rim, bao.

    A necrose coagulativa tpica da morte hipxica das clulas em todos os tecidos,exceto o crebro.

    b) Liquefativa - Difere da coagulativa pelo carter mole e at liquefeito do tecidonecrtico. D-se o amolecimento pela ao de enzimas e o tipo de tecido envolvido. caracterstico da destruio isqumica do tecido cerebral. Tambm encontradocomumente nas leses bacterianas, possivelmente devido liberao de enzimas, deorigem bacteriana e de leuccitos que migram para a rea de infeco. O resultado final a transformao do tecido em uma massa viscosa lquida. Se o processo foi desencadeadopor inflamao aguda, o material freqentemente amarelo-cremoso devido presena deleuccitos mortos, e denomina-se pus.

    c) Gordurosa (esteatonecrose) - o tipo de necrose encontrado no tecido adiposodevido a ao de lipases. encontrado na pancreatite aguda (esteatonecrose enzimtica);ou no trauma (esteatonecrose traumtica)- Ex. mama.

    d) Caseosa - Consiste na combinao da necrose de coagulao com a necrose deliquefao, e encontrada principalmente nas infeces tuberculosas. O aspectocaracterstico deste tipo de necrose o de um material mole, frivel e branco-acinzentado,parecido com um queijo cremoso, da o termo necrose caseosa.

    e) Gomosa - o tipo mais raro de se ver. o tipo de necrose que se encontra nasfilis terciria ou na sfilis congnita, quando ento chamada de goma sifiltica. A reanecrtica apresenta-se compacta, firme, elstica como uma goma, isto , tem um aspectoborrachoso.

    3.5 Evoluo : Absoro , drenagem , ulcerao , cavitao ou encistamento ,cicatrizao e calcificao .

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    AULA PRTICA

    L.21 Fragmento de pulmo notando-se rea mais escura. Nesta observam-se acidofiliaacentuada e carilise. H afluxo de leuccitos neutrfilos.

    L.21 Necrose Coagulativa: Infarto pulmonar.

    L.32 No fragmento de pulmo observa-se ndulo tuberculoso bem delimitado. Na porocentral do ndulo existe material amorfo de tonalidade eosinfila correspondendo, anecrose caseosa.

    L-32 Necrose caseosa: Tuberculose pulmonar

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    L. 42 Fragmento de pulmo notando-se reas de destruio do pernquima (necroseliquefativa). Nestas, h afluxo de L. neutrfilos (microabscessos).

    L. 42 Necrose liquefativa: microabscessos renais.

    L.40 Fragmento de pulmo com ndulo tuberculoso. Na poro central da necrose caseosa(tonalidade eosinfila ) observar calcificao (tonalidade basfila).

    L.40 Calcificao distrfica: ndulo tuberculoso calcificado

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    PEAS ANATMICAS

    107-R Pneumonia lobar (fase de hepatizao cinzenta) e abscesso pulmonarmetapneumnico. esquerda nota-se consolidao do parnquima pulmonar em toda aextenso do lobo. Notar a cor branco-amarelada caracterizando a fase de hepatizaocinzenta. No pulmo D. nota-se abscesso metapneumnico (exemplo de necroseliquefativa). Observar a consolidao do parnquima circunjacente caracterizando umprocesso pneumnico e o espessamento da pleura (pleurite fibrinopurulenta).

    117-R Cavernas tuberculosas apicais. Tuberculose cino-nodosa. Observar em ambosos pulmes caverna apical com superfcie interna anfractuosa. A necrose caseosa (reasesbranquiadas) desenha a estrutura acinar ou, mais freqentemente, apresenta-se emforma de ndulos de diferentes tamanhos difusamente esparsos.

    118-R Tuberculose acinosa e cino-nodosa. A forma acinosa nitidamente observadano pulmo E. Em certos trechos, a distribuio da necrose caseosa lembra folhas detrevo. D. o comprometimento predominantemente em forma nodosa (ndulos dediferentes tamanhos difusamente esparsos).

    120-R Caverna tuberculosa. Tuberculose lobar. Na poro mdia de um dos lados nota-se volumosa caverna de superfcie interna anfractuosa. Logo abaixo notar a consolidaoem toda a extenso do lobo (pneumonia tuberculosa lobar) e o intenso espessamento dapleura.

    70-C Infarto agudo do miocrdio roto. Notar a rea de necrose coagulativa queacomete toda a espessura do miocrdio e a hemorragia epicrdica conseqente.

    163-OH Anemia falciforme. A medula ssea da tbia (pea superior) e da coluna vertebral(pea do meio) mostra-se de tonalidade vermelha muito intensa. Notar a extrema reduode volume (atrofia) do bao junto cauda do pncreas ( direita da pea inferior)decorrente de isquemia secundria a tromboses (falcizao de hemcias).

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    AULA 02 ISQUEMIA. HIPEREMIA. HEMORRAGIA.

    I- ISQUEMIA

    A. DefinioB. Macro e microC. Causas: - obstruo arterial por obstculo na luz;

    - espasmo arterial;- compresso externa da parede arterial

    D. Conseqncias: atrofia e necrose

    II- HIPEREMIA

    A. DefinioB. Hiperemia ativa

    1. Causas: -fisiolgicas;-por circulao colateral;-agentes mecnicos;-agentes fsicos;-agentes qumicos;-agentes biolgicos

    2. Patognese

    C. Hiperemia passiva (congesto)1. Causas: -locais intrnsicas (ex.: ocluso vascular);

    -extrnsicas (ex.: compresso vascular);-gerais (ex.: ICC)

    2.Conseqncias:a) circulao colateral;b) alterao do metabolismo celular (esteatose, atrofia e necrose);c) edema;d) hemorragia

    3. Estase: uma forma de hiperemia passiva em que h modificao da composiodo sangue, isto , s as hemcias permanecem no vaso tendo sido extravasados o plasma

    e os glbulos brancos. S ocorre nos capilares e caracteriza-se pela formao de umacoluna de hemcias.

    III- HEMORRAGIA

    A. DefinioB. Classificao: -capilar, venosa, arterial e cardaca;

    -externa e interna;-por rexe ou por diapedese

    C. Significado dos termos: epistaxe, hemoptise, hematmese, melena, hematria,hemopericrdio, hemotrax, hemoperitnio, hematoma, petquias, equimoses e

    prpura.D. Parada da hemorragia (hemostase)

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    E. Significado clnico da hemorragia: est na dependncia da quantidade de sangueperdido, o local e a velocidade da perda.

    ISQUEMIA. HIPEREMIA. HEMORRAGIA.

    Texto: Izilda A. Cardinalli

    A circulao do sangue depende do funcionamento coordenado do corao (bombaque impulsiona o sangue), dos vasos de grande e mdio calibres (distribuidores desangue), e da microcirculao (responsvel por levar o sangue aos tecidos).

    Neste captulo sero estudados os distrbios locais da circulao. So consideradosdistrbios locais da circulao, comuns a diferentes doenas, a isquemia, hiperemia,hemorragia, trombose e embolia.

    I- ISQUEMIA

    A. Definio: a diminuio ou supresso total da quantidade de sangue arterial emcerta rea do corpo, recebendo as designaes isquemia relativaa diminuio e isquemiaabsoluta a supresso.

    B. Macroscopia:A parte isqumica apresenta-se plida, diminuda de volume e fria.

    Microscopia: Menor nmero de capilares permeveis e estreitamento da luz dasarterolas e dos capilares. A velocidade sangnea, porm, est aumentada, comoacontece com a gua que flui do bico estreitado de uma mangueira de jardim.

    C. Causas: - obstruo arterial por obstculo na luz;- espasmo arterial;- compresso externa da parede arterial

    A obstruo arterial por obstculo na luz a causa mais freqente, sendo oobstculo na luz formado por trombo ou mbolo.

    O espasmo uma contrao transitria da musculatura da artria, com reduo oufechamento da luz. produzido por estmulos de nervos vasoconstritores. No homem, oespasmo importante nos seguintes vasos: artrias perifricas como na sndrome deRaynaud, provocada por estmulo emocional ou pelo frio em pessoas a ele mais sensveise caracterizada por palidez, entorpecimento dos dedos, podendo haver at necroses;artrias coronrias provocando angina de peito e infarto do miocrdio; em artriascerebrais causando pertubaes da conscincia e desmaio. Os espasmos so demecanismo complexo. Surgem espontaneamente em artrias lesadas pela aterosclerose,podendo ter papel causal o tabaco (vasoconstrio pela nicotina e pela hipoxemia devidaao CO), emoo intensa, etc. O desmaio por isquemia cerebral pode ser provocado por dorintensa, grande susto ou por esvaziamento brusco de derrame pleural, com afluxo grandede sangue na regio pela descompresso e queda da presso arterial.

    Tambm pode produzir isquemia a compresso externa da parede arterial portumores e hematomas.

    Outra causa de isquemia a desproporo entre o leito arterial e a massa de tecidoa ser irrigada. Isto verificado no corao, quando este se hipertrofia e atinge um pesoacima de 500 g. A, a quantidade de sangue que passa na luz das artrias coronrias

    insuficiente para nutrir o miocrdio, principalmente quando este for mais solicitado, como,por exemplo, durante maior esforo fsico (insuficincia coronria relativa).

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    C. Conseqncias: atrofia e necrose

    A isquemia causa necrose (se a irrigao cessar e no se formar ATP), ou atrofia (se airrigao for deficitria).

    II- HIPEREMIA

    A. DefinioB. Hiperemia ativa

    1. Causas: - fisiolgicas;- por circulao colateral;- agentes mecnicos;- agentes fsicos;- agentes qumicos;- agentes biolgicos

    2. Patognese

    C. Hiperemia passiva (congesto)1. Causas: - locais intrnsicas (ex.: ocluso vascular);

    - extrnsicas (ex.: compresso vascular);- gerais (ex.: ICC)

    2. Conseqncias:a) circulao colateral;b) alterao do metabolismo celular (esteatose, atrofia e necrose);c) edema;d) hemorragia

    3. Estase: uma forma de hiperemia passiva em que h modificao da composiodo sangue, isto , s as hemcias permanecem no vaso tendo sido extravasados o plasmae os glbulos brancos. S ocorre nos capilares e caracteriza-se pela formao de umacoluna de hemcias.

    III- HEMORRAGIA

    A. DefinioB. Classificao: capilar, venosa, arterial e cardaca;

    externa e interna;

    por rexe ou por diapedeseC. Significado dos termos: epistaxe, hemoptise, hematmese, melena, hematria,hemopericrdio, hemotrax, hemoperitnio, hematoma, petquias, equimoses e prpura.

    D. Parada da hemorragia (hemostase)E. Significado clnico da hemorragia: est na dependncia da quantidade de sangue

    perdido, o local e a velocidade da perda.

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    AULA PRTICA

    L.33 Fragmento de pulmo revelando vasos dilatados e ricos em hemcias. s vezes,observam-se hemcias extravasadas na luz alveolar

    L.33 Hiperemia passiva pulmonar.

    L.36 Examinar o corte de fgado. Observa-se intensa dilatao sinusoidal com grandenmero de hemcias representadas notadamente na poro centro-lobular onde formamverdadeiros lagos de hemcias. Nesta poro (centro-lobular) observa-se tambmesteatose caracterizada pelo aspecto vacuolado dos hepatcitos.

    L.36 Hiperemia passiva heptica.

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    124-OH Congesto passiva crnica do bao. Infarto em absoro . O bao est muitoaumentado de volume. Notar rea de infarto com cavitao central (absoro do tecidonecrtico).

    AULA 03 TROMBOSE

    A. Definio

    B. Coagulao normal (hemostasia normal): h um equilbrio entre os substratos pr-coagulantes e anticoagulantes.

    protombinavit.K (figado)

    tromboplastina (plaquetas e tecidos)fator 8 plaquetriosais de clcio

    trombina

    fibririogneo (fgado) Fibrina sistema fibrinoltico(plasminognio, plasmina)

    C. Classificao dos trombos: - hialinos;- vermelhos (geralmente em veias);

    - brancos (geralmente em artrias);- mistos.

    D. Localizao mais freqentes dos trombos: - veias dos membros inferiores;- auriculetas de corao insuficientes;- endocrdio inflamado.

    E. Causas de trombose: - alterao da parede vascular;- alterao do fluxo sangneo normal

    (retardamento ou turbulncia);- alteraes na composio do sangue

    (hipercoaguabilidade).

    F. Conseqncias da trombose:1. Em artrias: isquemia relativa ou absoluta com conseqente atrofia ounecrose, (infarto).2.Em veias: hiperemia passiva e edema.3.Embolia.

    G. Evoluo dos trombos: - organizao- calcificao

    - amolecimento assptico;

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    - supurao.

    PRTICA

    L. 18 Fragmento de pele da regio anal notando-se veias dilatadas (hemorridas) comtrombos vermelhos.

    L. 18 Trombos oclusivos recentes: hemorridas

    L.20 Segmentos tubulares ( vasos ) cortados transversalmente com trombos vermelhosoclusivos em organizao. Esta ltima representada pela neofarmao de pequenosvasos numa tentativa de recanalizao das veias ocludas.

    L. 20 Trombo oclusivo em organizao

    PEAS ANATMICAS

    79-C Infarto agudo roto do miocrdio ( esquerda). Infarto antigo do miocrdio (direita). esquerda h necrose em toda a espessura do miocrdio com a presena de

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    ntido pertuito entre a cavidade ventricular esquerda e o epicrdio. direita h rea comafilamento do miocrdio e espessamento fibroso do endocrdio (cor branca leitosa). Notara discreta dilatao aneurismtica e o trombo parietal no saliente.

    AULA 04

    EMBOLIA E INFARTO.

    I - EMBOLIA

    A. DefinioB. Classificao conforme a natureza do mbolo: -Trombo

    - gotculas de gordura

    - gases;- corpos estranhos diversos- clulas;- tecidos.

    C. Conseqncias: - isquemia ou infarto;- difuso de infeces ou de clulas neoplsicas;- embolia pulmonar;- embolia sistmica (crebro, membros inferiores, bao rins, etc).

    II-INFARTO

    A. Definio

    B. Classificao:1. Anmico: ocorre com ocluso arterial em tecidos slidos (ex.:corao, bao erins).

    2. Hemorrgico: ocorre com ocluso venosa, em tecidos frouxos, em tecidos comcirculao dupla e em tecidos previamente congestos (ex. pulmo).

    C. Tipos de necrose no infarto: coagulativa e liquefativa

    D. Extenso do infarto. Depende:1. Estado geral do sangue e do sistema cardiovascular;2. Padres anatmicos de suprimento arterial;3. Velocidade de desenvolvimento da ocluso;4. Vulnerabilidade do tecido isquemia.

    E. Evoluo dos infartos: - cicatrizao;- calcificao;- amolecimento assptico;- amolecimento sptico (abscesso).

    F. Significado clnico do infarto.

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    PRTICA

    L.21 A rea infartada caracterizada pela perda dos ncleos (parnquima com aspecto"fantasma"). Margeando o infarto observa-se afluxo de leuccitos neutrfilos indicandoinfeco secundria por desvitalizao do tecido.

    L.21 Infarto pulmonar

    PEAS ANATMICAS

    79-C Infarto agudo roto do miocrdo ( esquerda). Infarto antigo do miocrdio (direita). esquerda h necrose em toda a espessura do miocrdio com presena de ntidopertuito entre a cavidade ventricular esquerda e o epicrdio. direita ha rea comafilamento do miocrdio e espessamento fibroso do endocrdio (cor branca leitosa). Notara discreta dilatao aneurismtica e o trombo parietal no saliente.

    70-C Infarto agudo do miocrdio roto. Notar a rea de necrose que acomete toda aespessura do miocrdio e a hemorragia epicrdica conseqente.

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    AULA 05

    A- ARTERIOSCLEROSESignificado do termo

    B- ARTERIOSCLEROSE DA CAMADA MDIA (esclerose de Mnckeberg)

    C- ARTERIOSCLEROSE DA CAMADA NTIMA OU ATEROSCLEROSE

    1- DEFINIO: Acomete artrias de grande ou mdio calibre sendo a leso bsica aplaca ateromatosa ou ateroma.

    2- FREQNCIA E DISTRIBUIAO GEOGRFICA

    3- FATORES CAUSAIS:

    Muito importantes

    a) Hipercolesterolemia: H maior risco com elevao de lipoprotenas debaixa densidade (LDL) as quais so responsveis pelo transporte de cerca de 70% docolesterol total srico. O risco inversamente proporcional ao nvel de lipoprotenas de altadensidade (HDL), provalvelmente, pelo fato destas ajudarem a remover o colesterol dasplacas aterosclerticas.

    b) Hiperlipidemiac) Hipertenso Arteriald) Fumoe) Diabete melito

    Importantes

    a) Hipercolesterolemia familial (defeito hereditrio): nesta doena hreduo de receptores para LDL ao nvel dos hepatcitos onde ocorre o seu catabolismo;resulta elevao de LDL com conseqente aumento dos nveis de colesterol que seacumula no sistema mononuclear fagocitrio (SMF) e, possivelmente, parede vascularpredispondo aterosclerose.

    Hipercolesterolemia familialdiminuio de diminuio do aumento das acmulo de predispos.receptores para LDL catabolismo LDL e do colest. no SMF aterosclerosenos hepatcitos das LDL colest. plasm. parede vasos

    b) Predisposio Familiarc) Senilidaded) Vida Sedentria ou STRESSe) Obesidade

    f) Uso de Contraceptivos Orais

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    4- Macro: Lipoidose, placas ateromatosas, ateroma

    5- Micro:a) Alteraes Progressivas: Proliferao de tecido conjuntivo denso, fibras

    musculares lisas( provenientes da camada muscular ) e macrfagos (provenientes dosmoncitos do sangue).

    b) Alteraes Regressivas: Necrose celular, acmulo de colesterol extra eintracelular ( macrfagos) e presena de fendas de cristais de colesterol.

    6- Complicaes: Necrose, calcificao, hemorragia, ulcerao, trombose, alterao dalimitante elstica e da camada mdia podendo resultar em aneurismas.7-Principais localizaes da aterosclerose e conseqncias das complicaes:

    aa. cerebrais - AVC ISQUMICOaa. coronrias - CARDIOPATIA ISQUMICA, INFARTO DO MIOCRDIOaorta - ANEURISMA, TROMBOSE, EMBOLIA

    aa. renais - HIPERTENSO RENOVASCULARaa. membros infer. - GANGRENAaa. mesentricas - INFARTO INTESTINAL

    8- Patognese

    a)Teoria da reao leso. A leso pode ocorrer por trauma fsico ou qumico,hiperlipidemia, hipertenso arterial sistmica (HAS), fumo ou diabete melito. Haveria umaumento da permeabilidade a constituintes plasmticos incluindo lpides com adeso deplaquetas e moncitos ao endotlio ou conjuntivo subendotelial. Fatores derivados dasplaquetas e moncitos ( ex. fator de crescimento derivado das plaquetas ) induzem amigrao de fibras musculares lisas da mdia ntima com proliferao.

    Os macrfagos provenientes dos moncitos acumulam lpides tornando-se clulasespumosas.

    b) Outras teorias: Teoria trombognica / teoria da leso da camada mdia

    TEORIA DA REAO LESO+ Trauma fsico liberao proliferao

    ou qumico aumento adeso fator de fibras musculares+ Hipercolesterolemia permeabilidade plaquetas e crescimento lisas e acmulo+ H.A.S. vascular a lpides moncitos derivados das de lpides em

    + Fumo plaquetas macrfagos+ Diabete melito

    D- ARTERIOLOSCLEROSE

    1- TIPOS: Hialina e Hiperplsica

    2- Arteriolosclerose Hialinaa) Morfologiab) Patognese

    c) Principais causas: H.A.S. e Diabete Melito

    3-Arteriolosclerose Hiperplsica

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    a) Morfologiab) Patognesec) Principais causas: Hipertenso Arterial Malgna

    PRTICA

    L.28 ( caixa da Medicina) Placa de aterosclerose. Na ntima espessada ( poro mais clarado fragmento) notam-se fendas vazias de cristais de colesterol. As fendas esto vaziasporque os cristais se dissolvem durante o processamento histolgico da lmina. Notartambm presena de macrfagos de citoplasma claro em consequncia da fagocitose delpides.

    .

    L. 28 Ateroma

    PEAS ANATMICAS

    75-C Aneurisma aterosclertico da aorta. Ao longo da aorta e das ilacas comunsobservam-se placas aterosclerticas. Junto bifurcao das artrias ilacas comuns h

    dilatao aneurismtica com trombose parietal.

    71-C Aneurisma aterosclertico da aorta. Placas aterosclerticas, algumas ulceradas, aolongo da aorta torcica (pea direita) e abdominal (pea esquerda). Junto bifurcaodas artrias ilacas comuns (tambm com placas aterosclerticas) nota-se aneurismafusiforme com trombose parietal.

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    AULA 06

    PATOLOGIA GERAL DA RESPIRAO E DO ESTADO DE CHOQUE

    I - PATOLOGIA GERAL DA RESPIRAO

    A. Hipxia e anxia

    B. Causas

    1. Decorrentes de distrbios da respirao externaa) obstruo das vias respiratrias;b) rarefao do ar;c) diminuio da capacidade vital dos pulmes

    2. Decorrentes de distrbios da respirao internaa) carncia de 02 no tecido (ex.: choque);b) carncia de substrato;c) inibio enzimtica txica; etc.

    II-CHOQUE

    A. Definio: um distrbio hemodinmico metablico profundo produzido por qualqueragresso macia no corpo como, por exemplo, hemorragia profusa, trauma, infarto,septicemia, etc.

    B. Manifestaes clnicas: hipotenso, pulso dbil e filiforme, pele fria e mida,taquicardia, alteraes da respirao e da sensibilidade, cianose perifrica e oligria.

    Clinicamente o choque pode ser classificado em fases: compensada, descompensada eirreversvel.

    C. Patognese: h insuficincia circulatria com baixa perfuso. Como resultado, oaporte de oxignio e nutrientes para a clula e a remoo de produtos catablicos estodiminudos. A hipxia celular provoca uma mudana no metabolismo que de aerbicopassa a anaerbico resultando acmulo de lactato com diminuio do pH, consequenteacidose metablica.

    D. Classificao:

    1. Choque cardiognico

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    Causas : infarto agudo do miocrdio, tamponamento cardaco, etc.Patognese: diminuio do dbito cardaco.

    2. Choque hipovolmicoCausas : hemorragia e perda de fluidos (vmitos, diarria, queimaduras, etc.)Patognese: diminuio do volume sangneo ou plasmtico.

    3. Choque spticoCausas: septicemia por Gram- negativos ou positivosPatognese: vasolidao perifrica com represamento sangneo; leso de

    membrana celular e de clulas endoteliais resultando coagulao intravasculardisseminada; possvel ao de endotoxinas bacterianas ativando macrfagos/moncitoscom liberao de TNF-alfa (fator de necrose tumoral); este liberaria os mediadoresfarmacolgicos das leses: prostaglandinas, leucotrienes, fator de ativao plaquetria einterleucina-l.

    4. Choque neurognicoCausas: anestesia, leso da medula espinal, etc.Patognese: vasodilatao perifrica com represamento sangneo.

    E. Macro e Micro

    Crebro: alteraes degenerativas anxicas dos neurnios.Corao : hemorragias e necrose subepicrdicas e subendocrdicas.

    Pulmo: "pulmo de choque "ou angstia respiratria do adulto", superfcie de cortemostrando parnquima de cor vermelho e aspecto compacto difusamente; exsudato serosointra-alveolar, membranas hialinas e fibrose septal em fases prolongadas.

    Rim: aumentado de volume; superfcie de corte mostrando palidez da corticalcontrastando com medular hiperemiada; necrose tubular aguda evoluindo com insuficinciarenal aguda (IRA).

    Supra-renal: focos de necrose e depleo lipidica devido ao "stress".Fgado: necrose centrolobular.

    Trato gastrintestinal: necrose hemorrgica superficial (mucosa).

    PEAS ANATMICAS

    70-C Infarto agudo do miocrdio (causa de choque cardiognico). Notar a rea denecrose que acomete toda a espessura do miocrdio e a hemorragia apicrdica

    conseqente.

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    AULA 07

    DISTRBIOS DO METABOLISMO DE PIGMENTOS: TATUAGENS, ANTRACOSE,PNEUMOCONIOSES, MELANINA E LIPOFUSCINA.

    A Tatuagens

    B. Antracose

    C. Pneumoconioses1. Causas2. Macro e Micro3. Patognese4.Conseqncia

    D. Melanina

    E. Lipofuscina

    PRTICA

    L-10 Fragmento de pulmo notando-se pontos pretos esparsos constitudos de pigmentoantractico.

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    L-10 Antracose

    L.05 Fragmento de pele notando-se no derma agrupamento de clulas nvicas delas,notadamente as mais superficiais, ricas em pigmento melnico.

    L.05 Melanina: nevo intradrmico

    PEAS ANATMICAS

    107-R Pneumonia lobar (fase de hepatizao cinzenta) e abscesso pulmonarmetapneumnico. esquerda nota-se consolidao do parnquima pulmonar em toda aextenso do lobo. Os pontos enegrecidos difusamente esparsos correspondem adeposio de pigmento antractico. Notar a cor branco-amarelada caracterizando a fase dehepatizao cinzenta. No pulmo direita, nota-se abscesso metapneumnico. Observar aconsolidao do parnquima circunjacente caracterizando um processo pneumnico e oespessamento da pleura (pleurite fibrinopurulenta)

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    AULA 08

    DISTRBIOS DO METABOLISMO DE PIGMENTOS: BILIRRUBINA, ICTERCIA,HEMOSSIDERINA HEMOGLOBINA E PIGMENTO ESQUISTOSSOMTICO

    A Bilirrubina

    B. Ictercia

    Classificao:

    1. Segundo o local anatmico do distrbioa) pr-heptica (ou hemoltica)b).heptica (hepatocelular ou parenquimatosa)

    c) ps-heptica (obstrutiva ou colesttica)

    2. Segundo o tipo de hiperbilirrubinemiaa) indiretab) direta

    3. Segundo o mecanismo patogenticoa) superproduob) distrbio do hepatcito na captao e transportec) distrbio de hepatcito na conjugao

    d) distrbio do hepatcito na secreoe) obstruo ao fluxo da bile

    C. Hemossiderina Hemossiderose:

    D. Hemoglobina

    E. Pigmento esquistossomtico

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    PRTICAL.33 0 pigmento de hemossiderina (cor pardo-amarelada) est presente no citoplasma demacrfagos agrupados no interior de alvolos. No confundir o pigmento de antracose (corpreta).

    L.33 Hemossiderina: pulmo (congesto passiva crnica)

    L.06 Fragmento de fgado com esquistossomose experimental (ovos e vermes). Notar opigmento marrom-escuro esparso.

    L.06 Pigmento esquistossomtico

    PEAS ANATMICAS

    94-D Congesto passiva crnica do fgado. Cirrose biliar. Notar na superfcie de cortedo fgado de cima o aspecto de "noz moscada". No fgado de baixo observar a tonalidadeesverdeada pigmento biliar e granulao da superfcie (cirrose biliar).

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    AULA 09

    MECANISMO DE DEFESA INATOS E ADAPTATIVOS. INFLAMAES AGUDAS.

    I - MECANISMOS DE DEFESA INATOS1. Defesa mecnica2. Defesa humoral3. Defesa celular (inflamao)

    II - MECANISMOS DE DEFESA ADAPTATIVOS1. Humoral2. Celular

    III - INFLAMAES

    CausasAlteraes celulares ou teciduaisClassificao quanto evoluo

    A - INFLAMAES AGUDAS1. Sinais clnicos locais2. Alteraes hemodinmicas

    3. Classificao conforme a constituio do exsudato

    TEXTO

    Os mecanismos de defesa - tambm chamados mecanismos imunes - permitemque o organismo tenha imunidade (lat. immunitas), isto , fique livre de doenas causadaspor agentes fsicos, qumicos ou vivos (bactrias, parasitas, vrus, etc.). So de dois tiposprincipais: inatos e adaptativos.

    I- MECANISMOS DE DEFESA INATOS

    Constituem a primeira linha de defesa do organismo podendo ser de natureza:mecnica: (ex.: pele; epitlio de mucosas; clios), humoral (ex.: sistema complemento;intrferons; produtos secretados pelas mucosas - mucoproteinas, IgA, lisozima) e celular(ex.: neutrfilos; moncitos; eosinfilos; linfcitos; basfilos; clulas do sistemamononuclear fogocitrio - ou SER). O ecanismo de defesa inato celular constitui ainflamao.

    II- MECANISMO DE DEFESA ADAPTATIVOS

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    As alteraes hemodinmicas nos processos inflamatrios determinamextravasamento de plasma e clulas formando o exsudato. Conforme a constituio doexsudato as inflamaes agudas podem ser: serosas, hemorrgicas, purulentas, fibrinosase necrosantes (ou pseudomembranosas).

    A inflamao serosa caracteriza-se por exsudato rico em plasma e poucas clulasinflamatrias (ex. : leses bolhosas na pele causadas por vrus; inflamao da mucosanasal no resfriado comum; fase inicial de inflamaes purulentas; etc.)

    Na inflamao hemorrgica o exsudato rico em hemcias o que lhe confere acor vermelho (ex. : processos inflamatrios em que haja leso vascular).

    Nas inflamaes purulentas o exsudato constitui o pus. Este formado picitosisto , leuccitos degenerados (ex: apendicite aguda; meningite bacteriana; etc.). 0abscesso uma inflamao purulenta circunscrita com necrose liquefativa do tecido (ex. :furnculo). No empiema h um acmulo de pus em cavidades previamente existentes(ex. : empiema pleural). 0 flegmo uma forma de abscesso porm no delimitado,extendendo-se difusamente entre os tecidos (ex.: apendicite aguda flegmonosa).

    A inflamao fibrinosa caracteriza-se por exsudato, rico em plasma incluindofibrinognio havendo precipitao de massas de fibrina (ex. : pericardite fibrinosa).

    Nas inflamaes necrosantes (ou pseudomembranosas) o agente agressordetermina predominantemente necrose tecidual com presena de poucas clulasinflamatrias. Em mucosas, quando a necrose mais superficial denomina-se difteride(ex.: amigdalite diftrica) e quando mais profunda crostosa (ex.: colitepseudomembranosa).

    O exsudato pode tambm ser misto: sero-hemorrgico, fibrino-purulento, necro-hemorrgico etc.

    PRTICA

    L.31 0 fragmento de crebro mostra intenso exsudato purulento no espao sub-aracnoideoque est alargado. Identificar no exsudato os neutrfilos (clulas com ncleos trilobados).Os vasos sanguneos mostram hiperemia ativa caracterizada por dilatao e presente de

    grande nmero de hemcias.

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    L.31 Leptomeningite aguda purulenta: (exemplode inflamao aguda purulenta).

    L-42Parnquima renal notando-se exsudato purulento em reas difusamente esparsas nointerstcio, no raro, formando abscessos.

    L. 42 Micro abscesso renal

    19 0 apndice cecal mostra intenso exsudato purulento difusamente esparso em todas ascamadas da parede. Na camada muscular, os neutrfilos permeiam as fibras musculareslisas difusamente caracterizando um flegmo. Notar tambm a hiperemia ativa dos vasossangneos.

    L. 19 Apendicite aguda flegmonosa (exemplo de inflamaoaguda purulenta com formao de flegmo).

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    nas fases iniciais, predominam os linfcitos. Em infeces parasitrias e processosalrgicos observam-se numerosos eosinfilos.

    Quimiotaxia refere-se ao processo de atrao dos leuccitos em direo aosagentes agressores. Tanto substncias exgenas como endgenas podem atuar comoatraentes e denominam-se fatores quimiotticos. As principais substncias quimiotticasso: produtos bacteranos componentes do sistema complemento particularmente o c5a; eprodutos do metabolismo do cido araquidnico via lipoxigenase particularmente oleucotriene B4. Admite-se que existam nos leuccitos receptores especficos para osdiferentes agentes quimiotticos.

    Fagocitose. 0 "corpo a corpo" no campo de batalha feito pelos leuccitos atravsdo processo de fagocitose: inicialmente h o reconhecimento do agente agressorseguindo-se o engolfamento do mesmo para posteriormente, j no interior do leuccito,haver a sua destruio atravs de mecanismos bactericidas. Muitas vezes oreconhecimento de bactrias e partculas estranhas se faz na ausncia de soro,entretanto, na maioria das vezes estes organismos ou partculas no so reconhecidos atque sejam envolvidos por fatores sricos chamados opsoninas. Duas opsoninas so bemconhecidas: IgG e c3b. Este ltimo chamado "fragmento opsonnico do c3"e geradopela ativao do sistema complemento por mecanismos imunes ou no imunes. A aodas opsoninas dar-se-ia atravs de receptores (Fc e c3b) presentes nos leuccitos.

    O engolfamento das partculas agressoras se faz atravs da extenso docitoplasma dos leuccitos que aprisionam as partculas estranhas no interior de vacolosdenominados fogossomos. Estes ltimos, ao se unirem aos lisossomos denominam-sefagolisossornos. A destruio e/ou degradao ocorre no interior dos fagolisossomosatravs de mecanismos bacterecidas dependentes ou independentes do oxignio. Nosmecanismos dependentes de oxignio h formao de radicais de oxignio txicos:superxido (02), perxido de hidrognio (H202)) e hidroxila (OH) Estes radicais so

    produzidos pela atividade de uma variedade de enzimas oxidativas em diferentes locaisdas clulas: mitocndrias, lisossomos, peroxissomos e membrana plasmtica. Uma vezexercidas as funes bactericidas a clula inativa-os atravs de substncias antioxidantese enzimas: superxido dismutase, catalase e outras.

    Entre os mecanismos bactericidas no dependentes de oxignio podemos citar aao da lactoferrina e da lisozima (esta ltima hidrolisa o cido murmico presente nasmembranas de bactrias). No devemos deixar de citar que, alm dos mecanismosbactericidas intracelulares, os leuccitos liberam no espao extracelular potentesmediadores vasculares e celulares da inflamao e de leso tissular servindo paraamplificar os efeitos iniciais do estmulo inflamatrio.

    5 - Mediadores qumicos da inflamaoSo substncias qumicas que desencadeiam, controlam e modificam a inflamao.

    Podem originar-se do plasma, de clulas ou possivelmente, dos prprios tecidos lesados.Classificam-se nos seguintes grupos:

    1. Aminas vasoativas (histamina e serotonina). No homem a histamina armazenada nos granulos dos mastcitos, basfilos e plaquetas;

    2. Proteases plasmticas:a) Sistema complemento (c3a, c5a e c5b-c9). As principais funes da ativao do

    sistema complemento nos processos inflamatrios incluem aumento da permeabilidade

    vascular (c3 e c5a, anafilatoxinas), quimiotaxia (c5a), opsonizao antes da fagocitose(c3b) e lise dos organismos alvo (c5b - c9 - complexo de ataque membrana). A ativaopela via clssica iniciada pela fixao de um complexo antgeno- anticorpo; pela via

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    alternada, o c3 ativado diretamente (contornando assim c1, c4 e c2) por endotoxinasbacterianas, veneno de cobra, globulinas agregadas, etc.

    b) Sistema da cinina (bradicinina e calicrena). A bradicinina aumenta apermeabilidade vascular, causa contrao de msculos lisos, dilatao dos vasossanguneos e dor quando injetada na pele.

    c) Sistema de coagulao fibrinoltico (fibrinopeptdios e produtos da degradao dafibrina). 0 passo final da cascata a converso do fibrognio e fibrina pela ao datrombina.

    3. Metablitos do cido araquidnico

    a) Pela via cicloxigenase (prostaglandinas e tromboxane). No processoinflamatrio teriam funo de vasoconstrio e vasodilatao.

    b) Pela via lipoxigenase (leucotrienes). Teriam funo de quimiotaxia e aumento dapermeabilidade vascular.

    4. Constituintes Ilisossomais (protease neutras: colagenase, elastase, catepsinaG, etc.). Nos neutrfilos, as proteases neutras so encontradas nos granulos azurfilos e,quando liberados, podem atacar o colgeno, a membrana basal, a fibrina, a elastina e acartilagem, resultando na destruio tecidual caracterstica dos processos inflamatriospurulentos e deformantes. Essas proteases so controladas por um sistema deantiproteases no soro e nos lquidos teciduais. A mais importante delas a alfa-1-antitripsina, que constitui o principal inibidor da elastase neutroflica.

    5. Radicais livres derivados do oxignio (superxido, 02; perxido de hidrognio,H202; e radicais hidroxila, OH. So elaborados nos neutrfilos e macrfagos podendo serliberados fora das clulas causando uma srie de alteraes. 0 soro, os lquidos teciduais eas clulas-alvo possuem mecanismos protetores antioxidantes que detoxificam essesradicais.

    6. Fator ativador de plaquetas (PAF). produzido em basfilos, mastcitos,neutrfilos, moncitos, macrfagos, clulas endoteliais, plaquetas e outras fontes. Alm daagregao plaquetria determina vasodilatao com aumento da permeabilidade vascular,adeso de leuccitos ao endotlio e quimiotaxia in vitro.

    7. Citocinas. So substncias produzidas por linfcitos e moncitos ativados,denominados respectivamente linfocinas e monocinas. Desempenham importante papelnos mecanismos de defesa adaptativos celulares mas, tambm, nos processosinflamatrios notadamente duas citocinas: interleucina 1 (IL-I) e "fator de necrose tumoralou caquectina (TNF, do ingls tumor necrosis factor). O TNF causa lise de certas linhagenscelulares tumorais in vitro e necrose hemorrgica tumoral in vivo; o termo caquectina deriva

    do fato de se admitir que o TNF seja responsvel pela caquexia observada nos processosinflamatrios crnicos e tumorais. A IL-1 e TNF so produzidos por macrfagos, linfcitos,clulas endoteliais e muitas outras clulas. Tm 3 aes principais nas inflamaes: nasclulas endoteliais.

    a) aumentam a aderncia dos leuccitos; aumentam a sntese e liberao daprostaglandina 12 que um potente vasodilator; aumentam a sntese da PAF; e aumentamas propriedades procoagulantes e diminuem as propriedades anticoagulantes das clulasendoteliais tornando a superfcie endotelial potencialmente trombognica.

    b). na cura e reparo - aumentam a proliferao de fibroblastos e a sntese decolgeno;

    c) nos efeitos sistmicos das inflamaes agudas - (V. adiante).

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    6 - Fatores que modificam o processo inflamatrio

    Estado de sade. As pessoas j doentes ou debilitadas so mais susceptveis sinfees.Algumas doenas, em particular, predispem s infeces: sndrome nefrtica, diabetemelito, alcoolismo crnico, agrunulocitose, leucemias, AIDS, e outras. Os mecanismosenvolvidos nesta predisposio so vrios e podem estar relacionados aos eventoscelulares, mediadores qumicos, etc.

    Distrbios nutritivos. A desnutrio, notadamente protica diminui a resistnciaaos diferentes agentes patognicos por deficiente formao de leuccitos, anticorpos eopsoninas.

    Hormnios. Os corticosterides so hormnios antiflogsticos diminuindo apermeabilidade vascular e inibindo as respostas celulares e humorais nos processosinflamatrios. Um dos grandes problemas nos pacientes transplantados propenso sinfeces devido ao uso, em grande quantidade, de corticosterides com o intuito decombater a rejeio.

    Fadiga. Nesta condio h stress e consequentemente liberao decorticosterides por parte da supra-renal diminuindo a resistncia s infeces.

    Ao de Medicamentos. Corticosterides (J citados), citostticos equimioterpicos diminuem a resistncia predispondo o organismo s infeces, em geral,causadas por agentes oportunistas - Cndida albicans, Cryptococus neoformans,Pneumocystis carini citomegalovirus etc.

    Idade. Crianas e indivduos mais velhos so predispostos a certas infeces; as

    crianas por no terem ainda o sistema imunolgico totalmente desenvolvido e os idosospor terem a resistncia diminuda e a imunecompetncia comprometida.

    7- Efeitos sistmicos

    Ocorrem na fase aguda das inflamaes e incluem: febre; diminuio do apetite;sonolncia; aumento da degradao de protenas; sntese de protenas pelo fgado -protena C-reativa, amilide srico A, fraes do complemento e protenas coagulativas;leucocitose. Esta ltima pode ocorrer s custas de neutrfilos (neutrofilia) quanto ainfeco bacteriana ou s custas de linfcitos (linfocitose) quanto a infeco causada

    por certos vrus. Em infeces parasitrias comum observarmos eosinofilia. Osmediadores principais dos efeitos sistmicos na fase aguda das inflamaes so a IL-1 e oTNF produzidos principalmente pelos linfcitos, macrfagos e clulas endoteliais.

    B- INFLAMAES CRNICAS INESPECFICAS

    As inflamaes crnicas inespecficas podem ocorrer:

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    1. em virtude da persistncia do estmulo causador de uma inflamaoaguda;

    2. por alguma interferncia no processo normal de cicatrizao;3. por ataques repetidos de inflamao aguda;4. insidiosamente como uma resposta de baixo grau, lenta e que nuncaadquire os aspectos clssicos da inflamao aguda.

    As caractersticas histolgjcas so:

    1. infiltrao por clulas mononucleares (ou redondas) - macrfagos, plasmcitos e,principalmente , linfcitos.2. proliferao de fibroblastos e, no raro, de pequenos vasos sanguneos;3. aumento de tecido conjuntivo - fibrose;4. destruio tecidual e/ou deformidades, em certos casos.

    Alguns exemplos de inflamaes crnicas inespecficas: salpingite e cervicitecrnicas inespecficas, aortite sifiltica, miocardite crnica chagsica, etc.

    PRTICA

    L.34 Parnquima renal notando-se, em reas, denso infiltrado inflamatrio constitudo porlinfcitos (clula de ncleos arredondados, escuro e escasso citoplasma).

    L.34 Pielonefrite crnica (exemplo deinflamao crnica inespecfica).

    PEAS ANATMICAS

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    73- C Miocardite crnica chagsica. Notar a intensa cardiomegalia global s custas dehipertrofia dos miocrdios ventriculares D. e E., e dilatao das respectivas cavidades.

    AULA 11

    REAOES CRONICAS GRANULOMATOSAS

    1. Definio e exemplos2. Constituio celular dos granulomas3. Patognese dos granulomas

    a) Granulomas do tipo corpo estranhob) Imunogranulomas

    TEXTO

    As reaes granulomatosas caracterizam-se por provocar um padro distinto dereao inflamatria crnica que se caracteriza pela presena de granulomas. Em geral, asmolstias granulornatosas tm incio insidioso no se observando habitualmente asintomatologia clssica das inflamaes agudas.

    Algumas molstias que cursam com reao granulomatosa:1. causadas por bactrias: tuberculose, hansenase, sfilis, salmonelose e

    brucelose;2. causadas por vrus ou clamdias: doena da arranhadura do gato e

    linfogranuloma venreo;3. causadas porhelmintos: esquitossomose, triquinase e filarase;4. induzidas pormetais: beriliose e granulomas por zircnio;5. de etiologia desconhecida: sarcoidose, doena de Crohn, granulomatose de

    Wegener e cirrose biliar primria.

    Os granulomas ocorreriam por dois mecanismos principais: como respostagranulomatosa a agentes floggenos no imunognicos - granulomas do tipo corpoestranho - e como resposta granulomatosa a agentes floggenos imunognicos -imunogranulomas. No primeiro caso, os granulomas ocorrem por ao de agentesdesprovidos de capacidade imunognica ou imunogenicamente fracos; usualmente essesagentes no so digerveis, ou apenas o so parcialmente. No segundo caso, o agentelesivo apresenta antgeno (s) que suscita (m) uma resposta adaptativa do tipo celular comformao de granulomas.

    Constituio celular dos granulomas

    1. Clulas epiteliides - so macrfagos modificados provenientes dos moncitosdo sangue. So alongadas lembrando clulas epiteliais; tm menor capacidade fagocitriaque os macrfagos; so ricas em retculo endoplasmtico, aparelho de Golgi, vescula evacolos; parecem ser, portanto, mais adaptadas para secreo extracelular do quefagocitose. As clulas epiteliides ficam encostadas umas s outras formando

    agrupamentos celulares em forma de ndulos que podem ser visualizados, quandomaiores ou coalescentes, macroscopicamente. Por causa da cor esbranquiada

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    semelhante a neoplasias, Virchow denominou-os granulomas infecciosos (oma - sufixodesignativo de neoplasia).

    2. Clulas gigantes - podem ser do tipo corpo estranho e do tipo Langhans. Soclulas volumosas e multinucleadas. Nas clulas gigantes do tipo corpo estranho osncleos so mais numerosos e dispem-se na poro central; nas clulas do tipoLanghans dispem-se na periferia maneira de uma ferradura. As clulas gigantes seriamformadas por coalescncia e fuso de macrfagos. semelhana das clulas epiteliidesteriam tambm baixa atividade fagocitria.

    3. Linfcitos - so as clulas chaves na formao dos imunogranulomas podendoestar ausentes nos granulomas do tipo corpo estranho. Ocupam, em geral, a periferia dogranuloma maneira de um halo no raro estando presentes plasmcitos.

    4. Outros - em casos de granulomas associados tuberculose, freqentementeobservamos necrose caseosa central; em granulomas esquistossomticos podem serobservados eosinfilos; e em casos de paracoccidioidomicose neutrfilos. 0 granulomano possui vascularizao prpria; caracteristicamente avascular. Qualquer um doselementos constituintes pode faltar num determinado granuloma exceto as clulasepiteliides que so clulas obrigatoriamente presentes.

    Patognese dos granulomas

    Granulomas do tipo corpo estranho

    Neste tipo no h estimulo imunognico ou muito fraco. constitudo de clulasepiteliides e clulas gigantes do tipo corpo estranho. Habitualmente no se observa o halode clulas linfocitrias e raramente h necrose. A reao granulomatosa provocada por

    agentes floggenos desprovidos de capacidade imunognica ou escassamenteimunognicos no influenciada por procedimentos imunessupressores - timectomia,administrao de corticosterides, uso de soro antilinfocitrio, etc. A cura de inflamaogranulomatosa do tipo corpo estranho s pode ser obtida: aps remoo do corpo estranho- espontnea, mediante lise, eliminao (atravs de fstulas, etc); cirurgia - remoo desequestros sseos, de projteis, etc; e encistamento.

    2. Imunogranulomas

    A patognese dos imunogranulomas ser estudada tomando-se como exemplo atuberculose - o prottipo das molstias granulomatosas. A presena do Mycobacteriumtuberculosis no organismo humano determina uma resposta inata celular (inflamao) com

    alteraes hemodinmicas e eventos celulares em tudo semelhante provocada porqualquer agente floggeno. Certas bactrias - incluindo-se Mycobacterium tuberculosis -entretanto, apresentam mecanismos que impedem que sejam mortas por clulasfagocitrias, por ex., neutrfilos e macrfagos.

    As micobactrias podem lanar mo de 3 mecanismos:a) previnem a fuso dos fagossomos com os lisosssomos;

    b) mostram resistncia intrnseca da parede celular ou habilidade paraneutralizar as protenas antibacterianas e os radicais de oxignio txicos;

    c) escapam dos fagossomos para o interior do citoplasma onde so imunesao ataque dos lisossomos.

    Qualquer um desses mecanismos permitem que as bactrias sobrevivam e semultipliquem resultando na destruio dos fagcitos. Frente a um agressor que escapa aosmecanismos inatos celulares (ou, por analogia, s primeiras linhas de defesa num

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    exrcito), o organismo lana mo, agora, dos mecanismos adaptativos da defesa - maiseficazes para este tipo de agente lesivo - porm, de elaborao mais complexa(corresponderia ao uso de msseis com preciso de alvo "cirrgica", fazendo-se acomparao com acontecimentos recentes).

    A clulas chave na elaborao dos imunogranulomas o linfocito Tauxiliar/indutor, (CD4). Ele um espcie de maestro que desencadeia a coordena todasas etapas na formao dos granulomas basicamente atravs da liberao de uma srie desubstncias denominadas linfocinas. As principais linfocinas elaboradas pelos linfcitos Tauxiliares so: fator quimiottico (FQ) para moncitos, como tambm para outroslinfcitos, neutrfilos, eosinfilos e basfilos; fator de imobilizao de macrfagos (MIF);interleucina 2 (IL-2); interleucina 4 (IL-4); e gama-intrferon (gama-INF).

    Deve-se salientar que para haver liberao de linfocinas preciso que hajaativao dos linfcitos atravs do contato com antgenos (s) presente (s) nos agentesagressores. importante dizer neste ponto que os linfcitos T auxiliares noreconhecem antgenos livres; eles reconhecem antgenos somente em associaocom produtos ou antgenos do complexo de histocompatibilidade principal (CHP) queno homem denominado HLA. Os antgenos HLA podem ser de classes I ou II. Osantgenos de classe I so encontrados em praticamente todas as clulas nucleadas doorganismo enquanto que as de classe II so:

    PATOGNESE DOS IMUNOGRANULOMAS

    antgeno bacteriano, viral, parasitrio, etc.

    antgeno de histocompatibilidadeM moncito / macrfagoT4 linfcito T auxiliarFQ fatores quimiotticos para moncitos / macrfagos, etc.MIF fator de imobilizao de macrfagosgama-INF gama-intrferonIL -1 interleucina 1IL-2 interleucina 2IL-4 interleucina 4E clula epiteliideG clula gigante

    restritas a algumas clulas. Um detalhe importante na questo das classes de antgenosHLA que os linfcitos T auxiliares somente so ativados em contato com osantgenos de classe II.

    Os bacilos da tuberculose no contm antgenos de histocompatibilidade e portantoo seu simples contato no ativa os linfcitos. Para que isto ocorra preciso que sejamapresentados conjuntamente com os antgenos HLA de classe II. Neste ponto o macrfagodesempenha papel fundamental porque age como apresentador de antgenos. Admite-seque ao fagocitar o bacilo da tuberculose, o macrfago exponha na superfcie da suamembrana celular componente (s) antignico (s) do bacilo juntamente com antgenos HLAde classe II que normalmente esto a presentes.

    Ocorre a ativao dos linfcitos T Auxiliares, pode haver agora a liberao das

    linfocinas cujas principais funes ocorrem em duas etapas:

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    1. Primeira etapa

    a) o fator quimiottico (FQ) para moncitos atrai estas clulas dos vasossanguneos para o local da agresso;

    b) o fator de imobilizao (MIF) de macrfagos fixa-os no local ( bastante cruel aao do MIF impedindo o surgimento de - desertores!);

    c) a interleucina 2 (IL-2) um fator mitognico, isto , ela promove proliferaocelular ou expanso clonal. A ao desta ltima linfocina fundamental porque admite-seque as clulas envolvidas em mecanismos adaptativos celulares ou humorais (linfcitos Tou B) tenham uma especificidade muito restrita, isto , cada clulas reconheceria um nicoantgeno. Assim sendo, como num processo de defesa do organismo necessita-se daparticipao de inmeras clulas, preciso que a clula ou o pequeno nmero declulas ativadas especificamente por um determinado antgeno-proliferem.

    2. Segunda etapa

    As linfocinas produzidas seriam o garna-intrferon (gama-INF) e a interleucina 4(IL-4). Ambas pelo menos em cultura, teriam a propriedade de transformar os macrfagosem clulas epiteliides e gigantes. Est formado assim o granuloma. Ufa!!!

    PRTICA

    L.32 No parnquima pulmonar observam-se inmeros granulomas tuberculosos esparsose, no raro, confluentes. No centro do granuloma nota-se necrose caseosa margeada porclulas epiteliides e clulas gigantes do tipo Langhans. As clulas epiteliides so clulasalongadas, de ncleos ovalados e citoplasma mal delimitado que se assemelham afibroblastos. As clulas gigantes so muito volumosas e mostram numerosos ncleos naperiferia do citoplasma, em geral, dispondo-se em forma de ferradura. Margeando osgranulomas observa-se infiltrado inflamatrio constitudo de linfcitos e plasmcitos.

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    L.32 Tuberculose pulmonar (exemplode inflamao crnica granulomatosa)

    L.06 No parnquima heptico observam-se granulomas constitudos por clulasepiteliides (clulas alongadas semelhantes a fbroblastos) que envolvem ovos deSchistosoma mansoni. 0 freqente material marrom-escuro observado corresponde apigmento esquistossomtico. 0 presente caso mostra que as clulas gigantes podem faltarnos granulomas. As clulas epiteliides, porm, esto sempre presentes.

    L.06 Esquistossomose heptica (exemplo deinflamao crnica granulomatosa)

    PEAS ANATMICAS

    117-R Cavernas tuberculosas apicais. Tuberculose cino-nodosa. Observar em ambosos pulmes caverna apical com superfcie interna anfractuosa. 0 comprometimentoparenquimatoso (tecido esbranquiado) desenha a estrutura acinar ou, maisfreqentemente, apresenta-se em forma de ndulos de diferentes tamanhos difusamente:esparsos.

    120-R Caverna tuberculosa. Tuberculose lobar. Na poro mdia de um dos lados nota-se volumosa caverna de superfcie interna anfractuosa. Logo abaixo notar consolidao emtoda a extenso do lobo (pneumonia tuberculosa lobar) e o intenso espessamento dapleura.

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    AULA 12

    CURA E REPARO

    1. Regeneraoa) Clulas lbeisb) Clulas estveisc) Clulas permanentes

    2. Substituio por tecido fibroso (cicatrizao)a) Tecido de granulao

    b) Cicatrizao por primeira intenoc) Cicatrizao por segunda inteno

    3. Patognese do reparo

    4. Fatores que influem no reparo

    TEXTO

    A cura de um processo inflamatrio implica no desaparecimento do exsudato, dossinais locais e sistmicos de inflamao e no reparo de clulas e tecidos necrosados.

    O reparo envolve em geral dois processos distintos: regenerao e substituio portecido fibroso (cicatrizao).

    Regenerao

    Havendo necrose tecidual, a cura com reparo completo depender da capacidadede regenerao das clulas lesadas. As clulas lbeis (clulas que continuamenteproliferam durante a vida) so as que regeneram com maior facilidade (ex.: gastrintestinal;urotlio; etc.). As clulas estveis (clulas que proliferam somente em condies especiais)

    mostram uma baixa capacidade de regenerao (ex.: clulas parnquimatosas do figado,rim, pncreas, etc.). As clulas permanentes (clulas sem capacidade de proliferao) nose regeneram (ex.: neurnios e fibras miocrdicas).

    Substituio por tecido fibroso (cicatrizao)

    A substituio por tecido fibroso (cicatrizao) se faz graas ao tecido degranulao. Este constitudo de clulas inflamatrias notadamente macrfagos e daproliferao de fibroblastos e pequenos vasos neoformados. Estes ltimos originam-sede vasos pr-existentes atravs de um processo denominado angiognese ouneovascularizao. Muitos fbroblastos adquirem caractersticas de clulas musculareslisas em microscopia eletrnica. 0 termo miofibroblastos tem sido usado para se referir a

    esses fibroblastos modificados do tecido de granulao. Admite-se que a retraoobservada nas cicatrizes seja devida aos miofbroblastos.

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    O exemplo clssico de cicatrizao o que ocorre na pele. Aps um processoinflamatrio com necrose tecidual (ex. abscesso) forma-se tecido de granulao quemacroscopicamente granuloso (da a denominao), de cor vermelha e fcil sangramento(pela riqueza de vasos neoformados). Numa fase esbranquiada e dura. Esta forma decicatrizao na pele (quando h extensas reas de tecido a serem reparadas) denomina-seunio secundria ou cicatrizao por segunda inteno.

    Um exemplo de unio primria ou cicatrizao por primeira inteno ocorreria noprocesso de cicatrizao de uma inciso cirrgica no contaminada. Nesta circunstncia anecrose ocorre num nmero limitado de clulas, o espao incisional (que preenchido porcogulo sanguneo) estreito e o tecido de granulao mnimo resultando numa cicatriz,na maioria das vezes, pouco perceptvel. em raros casos, notadamente em indivduos decor preta, a cicatriz exuberante fazendo salincia na superfcie externa e denomina-sequelide.

    Patognese do reparo

    O reparo seria controlado por fatores de crescimento e de inibio. Os fatores decrescimento promoveriam a angiognese e a proliferao de fibroblastos; os de inibiolimitariam o crescimento celular. Admite-se que a interleucina I (IL-I) e o fator de necroseturnoral (TNF) sejam fatores de crescimento e as prostaglandinas, fatores de inibio. Aprincipal fonte de IL-1 e TNF so os macrfagos.

    Fatores que influem no reparoIdade. Indivduos mais jovens tm cicatrizao mais rpida.Nutrio. A desnutrio protica e a falta de vitamina C diminuem a sntese de

    fibras colgenas.Temperatura. 0 calor apressa a cicatrizao por acelerar o metabolismo

    celular.Distrbio hematolgicos. Em condies em que h diminuio de neutrfilos

    (granulocitopenia), distrbios na quimiotaxia de leuccitos ou na fagocitose, hpredisposio s infeces.

    Infeco do ferimento. a principal causa local da no cicatrizao de umferimento.

    Diabete melito. Os pacientes diabticos tm uma grande susceptibilidade sinfeces devido diminuio na quimiotaxia e fagocitose dos neutrfilos. So propensosportanto s infeces bacterianas e consequentemente a um retardo na cicatrizao.

    Corticosterides. Inibiriam ou retardariam a proliferao de fbroblastos.Irrigao sangunea. A boa vascularizao de um tecido fundamental tanto para

    o processo inflamatrio (que no ocorre em tecidos no vascularizados) como tambmpara a cicatrizao.

    Corpos estranhos. Impedem a cura por atuarem como irritantes, mantendo ainflamao. Tambm impedem ou retardam a cicatrizao, os fios de sutura.

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    PRTICA

    L.24 A pleura visceral est revestida por intenso exsudato fbrinopurulento. Observar, logoabaixo, tecido de granulao caracterizado por proliferao de pequenos vasossangneos,

    L.24 Pleurite fibrinopurulenta em organizao(exemplo de reparo evoluindo para fibroseatravs do tecido de granulao).

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    PRTICA

    L.36 Fragmento de miocrdio com miocardite crnica chagsica (V. Mecanismos de defesado organismo). Neste processo inflamatrio crnico h destruio progressiva de fibrasmusculares cardacas. Muitas das fibras remanescentes mostram hipertrofia compensadoracaracterizada por aumento de volume do ncleo e do citoplasma cuja relao volumtrica,porm, se mantm.

    L.36 Hipertrofia compensadora de fibras muscularescardacas em miocardite crnica chagsica.

    L.45 Os fragmentos examinados tm formato polipide e so constitudos de mucosaendocervical. 0 estmulo para a proliferao da mucosa inflamatrio representado pelapresena de focos de clulas inflamatrias predominantemente linfcitos.

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    L.45 Plipo endocervical como exemploda hiperplasia inflamatria.

    L.30 0 epitlio de revestimento do trato respiratrio (do tipo cilndrico com secreomucosa) substitudo, em extensos trechos, por epitlio plano-estratificado. 0 estmulopara esta metaplasia inflamatrio.

    L.30 Metaplasia escamosa do epitlio respiratrio.

    PEAS ANATMICAS

    81-C Hipertrofia do ventrculo esquerdo. Nefrosclerose benigna. 0 corao mostraintensa hipertrofia do miocrdio ventricular esquerdo. Na superficie externa dos rinsobservar a granulao fina e difusa. Na superfcie de corte h reduo da espessura dacortical e lipornatose do seio renal.

    101-D lceras agudas do estmago. Plipo do intestino delgado. Notar ulceraesrasas junto ao crdia. 0 fundo negro devido a sangue coagulado. No intestino nota-seformao polipide saliente na luz.

    73-C Miocardite crnica chagsica. Notar a intensa cardiomegalia global s custas dehipertrofia dos miocrdios ventriculares D. e E. e dilatao das respectivas cavidades.

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    AULA 14

    NEOPLASIAS

    CARACTERES GERAIS MACRO E MICROSCPICOS. METSTASES.

    A. Definio

    B. Caracteres gerais macroscpicos: - configurao;- cor;- consistncia;- ulcerao.

    C. Caracteres gerais microscpicos: - parnquima;

    - estroma.

    D. Caracteres celulares de malignidade

    E. Metstases: definio e classificao

    F. Distino macro e microscpica entre neoplasias benignas e malignas

    TEXTO

    CARACTERES GERAIS MACRO E MICROSCPICOS. METSTASES.Dr Izilda Cardinafli

    A. DEFINIAO

    Neoplasia significa literalmente "um novo crescimento"( neo = novo; plasein =formar). Uma neoplasia uma massa anormal de tecido, cujo crescimento excede aqueledos tecidos normais e persiste mesmo aps cessar os estmulos que desencadearam aalterao. Essa massa anormal autnoma e consome o hospedeiro, competindo com asclulas e os tecidos normais pelos suprimentos de energia e substratos nutricionais.

    Em outras palavras neoplasias so neoformaes teciduais, sem causa aparente,proveniente de clulas do organismo, de crescimento autnomo e ilimitado e sem utilidadepara o organismo, a custa do qual se nutre. A causa desse crescimento autnomo ou nocontrolado pelo organismo desconhecida. Qualquer espcie de clula pode originarneoplasia e, portanto, esta ocorre em qualquer tecido ou rgo.

    Oncologia (do grego oncos = tumor) o estudo dos tumores ou neoplasia.

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    Cncer o termo comum para todos os tumores malignos. As origens longnquasdeste termo so bastante obscuras, porm deriva provavelmente do latim para ocaranguejo cncer talvez porque um cncer "adere a qualquer parte que agarra, de umaforma obstinada como o caranguejo".

    muito importante para o patologista a diferenciao entre tumores BENIGNOS EMALIGNOS, o que comporta a implicao de seu provvel comportamento clnico.Entretanto, ser evidenciado que nem todos os tumores malignos so completamentedaninhos.

    As neoplasias diferenciam-se das hiperplasias uma vez que as hiperplasias so, namaioria, de causa conhecida e no tm crescimento autnomo e ilimitado, porque seucrescimento regulado pelo prprio organismo. A limitao do crescimento um cartermuito importante para distinguir as hiperplasias das neoplasias.

    B. CARACTERES GERAIS MACROSCPICOS

    Variam muito conforme a natureza (benigna ou maligna) da neoplasia, suaconstituio histolgica, a localizao e as alteraes regressivas sofridas pelo tecidoneoplsico.

    CONFIGURAO: A neoplasia pode desenvolver-se no interior de um rgo ounuma superfcie.

    Dentro de um rgo - O aspecto hora de um ndulo (massa de tecido geralmentearredondada) bem ou mal delimitado, ora de infiltrao difusa, revelada palpao por umendurecimento difuso ou empastamento da regio atingida.

    Numa superficie - A superfcie comprometida como a pele, mucosas ou serosasapresenta tumefao, ndulo ou tuberosidade (rea saliente em grau variado), verruga,

    plipo, fngosidade (aspecto de cogumelo) e papiloma (massa alongada, formada depapilas). De incio, o tumor pode apresentar-se como uma simples rugosidade da mucosa.

    COR: Varia de acordo com o tecido ou rgo de origem. branca - tecido fibroso. amarela - tecido adiposo. rosada - tecido muscular. vermelha - tecido vascular. negra - tecido pigmentrio

    CONSISTNCIA: Varia de acordo com a consistncia ou rgo de origem:Mole - tecido adiposo

    dura - tecido conjuntivo densoptrea - tecido sseo

    A cor e consistncia tambm variam de acordo com o grau de diferenciao celulare substncia intercelular: se houver proliferao de clulas imaturas e faltar substnciaintercelular, como fibras colgenas, substncia fundamental cartilaginosa ou ssea, a cor branca ou branco-amarelada e a consistncia mole; se o tumor estimular a proliferaode tecido fibroso, a consistncia dura e a neoplasia designada de tumor cirroso.

    Influem igualmente no aspecto do tumor a presena de necrose e hemorragia notecido neoplsico.

    ULCERAO: rara nos tumores benignos e muito freqente nos malignos, que se

    desenvolvem na superfcie mucosa e cutnea. causada por necrose do epitlio derevestimento ou da prpria neoplasia aps substitu-lo. A necrose do epitlio favorece a

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    infeco por bactrias, existentes nessas superfcies, que contribui para ampliar aulcerao. A ulcerao importante por causar hemorragia, de grande valor propedutico.

    C. CARACTERES GERAIS MICROSCPICOS

    A neoplasia constituda de parnquima e de estrma.

    Parnquima

    Tem o aspecto do tecido que originou o tumor, que pode ser muito semelhante aeste tecido ou dele deferir em grau variado. As neoplasias semelhantes ao tecido deorigem so benignas, e as outras, malignas.

    Nas neoplasias as clulas so diferenciadas e maduras, conservando as funes daclula matriz (formao de cartilagem, muco, secreo interna); nas neoplasias malignasas clulas so indiferenciadas ou imaturas porque perderam, em grau maior ou menor opoder de diferenciao e a capacidade funcional (ex. secreo), e adquiriram a capacidadede existncia autnoma. A clula indiferenciada chamada (ex. secreo), e adquiriram acapacidade de existncia autnoma. A clula indiferenciada chamada ANAPLSICA (ana= de novo; plasein = formar). A clula anaplsica uma clula inteiramente nova eresultante de mutao.

    Estroma

    formado por tecido conjuntivo frouxo e vasos sanguneos. Serve como nostecidos normais, de arcabouo de sustentao e, atravs dos vasos, para nutrir as clulas

    tumorais. varivel a quantidade de estroma conjuntivo, sendo escasso ou abundante,fazendo com que a neoplasia adquira carter ora mole ou medular, ora duro ou cirroso.O crescimento dos vasos acompanha o crescimento do tumor benigno, mas no o

    do tumor maligno e, por isso este mal nutrido e sofre necrose. comum haver no estroma reao inflamatria crnica (linfcitos, plasmcitos,

    macrfagos, eosinfilos e s vezes, gigantcitos de corpo estranho) e representa a reaoda defesa do organismo por mecanismo imunolgico.

    D. CARACTERES C