apontamentos de economia politica ustm 2013

120
Ernesto Chauma & Carlos Calenga UNIVERSIDADE SAO TOMAS DE MOCAMBIQUE FACULDADE DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS CURSO DE DIREITO

Upload: edniciosindique

Post on 16-Nov-2015

230 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

economia

TRANSCRIPT

Ernesto Chauma & Carlos Calenga

UNIVERSIDADE SAO TOMAS DE MOCAMBIQUEFACULDADE DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANASCURSO DE DIREITOMaputo, Fevereiro de 2009

NDICE

NOTA INTRODUTRIA4

1 ECONOMIA COMO CINCIA51.1 Objecto de estudo da cincia econmica5A Importncia da Dimenso Econmica no Social71.2 Diviso da Economia81.3 Mtodos de Investigao Econmica121.3.1 Mtodo Dedutivo121.3.2 Mtodo Indutivo121.3.3 Mtodo abstracto131.4 Relao da Economia com outras Cincias131.4.1 A Economia e as Cincias Sociais141.4.2 A Economia e as Cincias Exactas151.5 Actividade Econmica e Agentes Econmicos161.5.1 Actividade econmica161.6 Necessidades Econmicas181.6.1 Classificao das Necessidades:19a) Quanto importncia:191.6.2Classificao dos Bens201.7 Problemas Econmicos Fundamentais211.7Fronteira das Possibilidades de Produo22

2. Teoria do mercado252.1 Determinantes da Procura252.2 Determinantes da Oferta262.3 Equilbrio de mercado275.3 Estruturas de Mercado28

3. Teoria do consumidor313.1 Lei da utilidade marginal313.2 Curva de indiferena31

4. TEORIA DO PRODUTOR404. 1. A Funo da Produo404.1.1 Lei dos Rendimentos decrescentes41

5. TOERIA DE CUSTOS445.1 Racionalizao da produo51

6. Macroeconomia556.1 Principais Correntes Macroeconmicas566.1.1 Escola Clssica566.1.2 Escola Keynesiana57

7. O Estado59O Estado liberal e o Estado intervencionista597.1 Estado liberal607.2 Estado intervencionista617.3 Funes do Estado637.3.1 Funes polticas647.3.2 Funes Socais647.3.3 Funes Econmicas657.3.4 Sector empresarial do Estado677.4 Oramento do Estado677.5 Polticas de interveno do Estado687.5.1 Polticas econmicas68Sectoriais70Em areas especficas707.5.2 Polticas sociais71

8. MOEDA E SUAS FUNES748.2. Evoluo da moeda748.3 Desmaterializao da moeda798.4 Funes da moeda808.5 Noo de Inflao818.6 Consequncias da inflao83

9. COMRCIO INTERNACIONAL849.1 Taxas de Cmbio89

BIBLIOGRAFIA:89

NOTA INTRODUTRIA

Economia poltica foi um termo originalmente introduzido por Antonie de Montchrtien em 1615, e utilizado para o estudo das relaes de produo, especialmente entre as trs classes principais da sociedade capitalista ou burguesa: capitalistas, proletrios e latifundirios. Em contraposio com as teorias do mercantilismo, e, posteriormente, da fisiocracia, nas quais o comrcio e a terra, respectivamente, eram vistos como a origem de toda a riqueza, a economia poltica props (primeiro com Adam Smith) a teoria do valor-trabalho, segundo a qual o trabalho a fonte real do valor. No final do sculo XIX, o termo economia poltica foi paulatinamente trocado pelo economia, usado por aqueles que buscavam abandonar a viso classista da sociedade, repensando-a pelo enfoque matemtico, axiomtico e valorizador dos estudos econmicos actuais e que concebiam o valor originado na utilidade que o bem gerava no indivduo.

Actualmente o termo economia poltica utilizado frequentemente para referir-se a estudos interdisciplinares que se apoiam na economia, sociologia, direito e cincias polticas para entender como as instituies e os contornos polticos influenciam a conduta dos mercados. Dentro da cincia poltica, o termo se refere principalmente s teorias liberais, marxistas, que estudam as relaes entre a economia e o poder poltico dentro dos Estados. Economia poltica internacional um ramo da economia que estuda como o comrcio, as finanas internacionais e as polticas estatais afectam o intercmbio internacional e a poltica monetria e fiscal.

1 ECONOMIA COMO CINCIA

A economia uma cincia que estuda a forma como a sociedade utiliza os recursos escassos com uso alternativo para produzir, distribuir, trocar e consumir bens pelos membros desta sociedade.

1.1 Objecto de estudo da cincia econmica

A economia, como cincia social, tem como objecto real a anlise da realidade socialQual ser, ento, o cdigo de leitura da realidade que nos propes a Economia? Qual ser o seu objecto cientfico? O economista ocupa-se com a anlise de processos que ocorrem na sociedade e que se relacionam com o problema bsico da actividade econmica a produo e distribuio de bens e servios escassos numa sociedade, ou seja, explicitando um pouco melhor: a Economia interessa-se pelo estudo da aplicao eficiente de recursos escassos para satisfazer necessidades virtualmente ilimitadas. Em suma, a essncia do estudo da economia a escassez.

Convm, notar, no entanto, que o objecto da cincia econmica no se tem mantido ao longo do tempo, pois nos podemos abstrair da poca em que os fenmenos ocorrem, uma vez que as condies sociais e econmicas esto em constante mutao. Da que, em 1890, Marshall propusesse a seguinte definio: a Economia uma cincia que examina a parte da actividade individual e social essencialmente consagrada a atingir as condies materiais do bem-estar.

Mas hoje em dia, a economia tem por objecto, no s a anlise das condies necessrias para a universalizao do bem-estar material, mas tambm a pesquisa das causas da expanso e das crises, bem como o estudo dos problemas decorrentes da escassez de recursos face ao carcter ilimitado das necessidades.

De facto, se os recursos no fossem escassos no surgiriam os problemas econmicos, pois no haveria praticamente custos. Por exemplo, o ar, que um bem que no escasso, no tem custo, o seu consumo , por isso, livre. No entanto, a grande maioria dos bens so escassos e portanto a sua produo acarreta custos.

Por outro lado, as necessidades dos indivduos crescem constantemente, isto porque para alm das necessidades primrias (alimentao, vesturio, habitao, etc.) surgem necessidades decorrentes do progresso econmico (cultura, lazer etc.) cada vez mais sofisticadas.

Porque Estuda Economia

Muitas das vezes, na nossa vida somos confrontados com uma questo porque estutadr economia? A resposta para esta questo pode no ser nica, isto , so vrias respostas para a mesma questo mas que se resume em uma e nica, aquela que est associada ao seu objecto de estudo (a escassez).A Economia um ramo do saber que, actualmente, esta presente no quotidiano de qualquer individuo e no apenas no dos economistas. Basta ligar a televiso ou abrir um jornal para que os problemas econmicos nos surjam como centro da vida social.

Desde sempre o homem precisou de fazer face a algumas das suas necessidades mais prementes: alimentao, vesturio, habitao, defesa etc. Para satisfazer estas necessidades, o homem consome bens que nem sempre esto directamente ao seu dispor, por isso ele necessita de as produzir. O homem assim, um agente imprescindvel produo e ao consumo, actividades fundamentais de qualquer Economia.

Podemos, ento, dizer que a Actividade econmica todo o esforo desenvolvido pelo homem para obter os bens de que necessita para satisfazer as suas necessidades, os quais existem em quantidades limitadas.Por outro lado, os grandes problemas actuais da humanidade (desemprego, crise industrial, instabilidade monetria, dvida do terceiro mundo, fome...) tm origem na actividade econmica e simultaneamente reflectem-se nessa actividade.

Todos ns necessitamos, assim, de possuir razoveis noes de economia para compreender o efectivo funcionamento da sociedade, bem como para poder fazer opes face s diferentes solues que nos so proposta para os problemas sociais econmicos.

A Importncia da Dimenso Econmica no Social

Os problemas econmicos so complexos e o seu estudo interliga-se com outras Cincias Sociais (como a Geografia, a Histria, a Cincia Poltica, a Sociologia) e esto, cada vez mais no centro das preocupaes contemporneas. Por exemplo, um governo julgado, principalmente, pelos resultados conseguidos no domnio econmico. A reflexo econmica tem, assim, uma importncia crescente e tem que ser continuamente prosseguida, uma vez que problemas como desemprego, as crises econmicas, o endividamento dos pases pobres, a fome no mundo, ainda no tiveram uma soluo satisfatria.

A dimenso econmica assume, sem dvidas, um papel cada vez mais importante na anlise e perspectivao da realidade social na qual o homem esta inserido.Mas qual a causa deste interesse crescente pelos problemas econmicos mundiais na actualidade?As guerras mundiais e as crises econmicas que abalaram a primeira metade do sculo XX obrigaram o poder poltico a prestar uma ateno cada vez maior aos problemas econmicos. Isto porque: a grande depresso de 1929/30, que teve repercusses a nvel mundial, provocou uma crise econmica e conflitos sociais (falncia de empresas, despedimentos, desemprego, quebra de produo, subida de preos, misria, fome...) cuja soluo s foi possvel graas a utilizao de novos instrumentos de anlise econmica. Com efeito, a reflexo sobre os factores que determinam o equilbrio econmico, passou a constituir uma prioridade dos governos, recebendo um forte impulso com a publicao, em 1936, da obra Teoria geral de Emprego, do juro e da moeda, do economista ingls J.M. Keynes. Este preconizava uma interveno do estado na economia, atravs de um conjunto de meios (Oramento do Estado, taxas de juro, Criao de moeda...) por forma a corrigir os desequilbrios econmicos; As guerras mundiais exigiram que os esforos do poder poltico e dos economistas se conjugassem para que o desenvolvimento econmico acompanhasse o esforo de guerra.

Finalmente, no perodo posterior 2 guerra Mundial (1939-45), o esforo de recuperao da economia dos pases afectados pela guerra, foi preocupao fundamental dos economistas.

Mas, nas ltimas dcadas, os problemas econmicos continuaram a estar no centro das atenes.O desenvolvimento dos meios de comunicao permitiu pr em evidncia a pobreza em que ainda vivem cerca de 2/3 da populao mundial. Ora, o esforo para ultrapassar essa situao e permitir o desenvolvimento econmico dessas populaes, outra das preocupaes dos economistas. Com efeito, o desenvolvimento desses pases est muito longe de ser alcanado e, nalguns pases o fosso que separa o mundo subdesenvolvido do desenvolvido agravou-se na ltima dcada.Mais recentemente, a crise econmica dos pases do Leste Europeu e a sua integrao na economia de mercado, so outros desafios lanados capacidade de resposta da economia.

1.2 Diviso da Economia

A economia uma cincia complexa e dada a sua preponderncia na vida das sociedades, urge a necessidade de melhor entende-la o que torna necessrio a sua decomposio, dando origem as seguintes classificaes:

Quanto aos ResultadosEconomia PositivaA economia positiva o ramo da economia que se preocupa com a descrio e explicao dos fenmenos econmicos (Wong, 1987, p. 920). Ela foca no fatos observveis e nas relaes de causa e efeito e inclui o desenvolvimento e teste de teoria HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Teoria_econ%C3%B4mica&action=edit&redlink=1"econmicas. Expresses mais antigas eram economia livre-de-valor (value-free economics) e seu equivalente germnico economia wertfrei. Essas expresses foram desafiadas por serem persuasivas e no descritivas.A economia positiva como cincia (Robbins, 1932) se preocupa com o comportamento econmico. Uma definio-padro de economia positiva como uma coleco de teoremas embudos de significado operacional pode ser encontrada em 1947 de Paul Samuelson. A economia positiva, enquanto tal, evita juzos de valor econmicos. Por exemplo, uma teoria econmica positiva pode descrever como o crescimento da oferta monetria afecta a inflao, mas no fornece nenhuma instruo quanto a que poltica deveria ser adoptada.Ainda assim, a economia positiva e comummente julgada necessria para o escalamento de polticas ou resultados econmicos quanto a aceitabilidade (Wong, 1987, p. 921), o que constitui a economia normativa. A economia positiva algumas vezes definida como a economia "do que ", enquanto a economia normativa discute o que "deveria ser". A distino foi exposta por John Neville Keynes (1891) e elaborada por Milton Friedman em um influente ensaio de 1953.A base metodolgica para a distino positiva/normativa tem suas razes na distino fato/valor em filosofia, sendo que os principais proponentes dessa distino so David Hume e G. E. Moore. A base lgica para tal relao ser considerada uma dicotomia tem sido debatida na literatura filosfica. Tais debates se reflectem nas discusses sobre cincia positiva e especificamente em economia, onde crticos, como Gunnar Myrdal (1954), McCloskey (1986) e Prsio Arida (1986) discutem a ideia de que a economia pode ser completamente neutra e livre de ideologias.Dentro da economia Positiva distingue-se a economia descritiva e a teoria econmica, que no nada mais do que um conjunto de fundamentos, concepes ou leis princpios, consideradas coerentes e que podem explicar a realidade econmica.

Economia NormativaNa economia normativa, os economistas prescrevem como o mundo deveria ser.Por exemplo: O Banco Central deveria reduzir a quantidade de moeda emitida. Neste caso, envolve questes como valores, tica e poltica.

Quanto ao mbito distingue-se:

Microecomia o ramo da economia que se preocupa com o estudo do comportamento das componentes individuais de um sistema (empresas, industrias e famlias).A Microeconomia definida como um problema de alocao de recursos escassos em relao a uma srie possvel de fins. Os desdobramentos lgicos desse problema levam ao estudo do comportamento econmico individual de consumidores, e firmas bem como a distribuio da produo e rendimento entre eles. A Microeconmica considerada a base da moderna teoria econmica, estudando suas relaes fundamentais.As famlias so consideradas fornecedores de trabalho e capital, e demandantes de bens de consumo. As firmas so consideradas demandantes de trabalho e factores de produo e fornecedoras de produtos.Os consumidores maximizam a utilidade a partir de um oramento determinado. As firmas maximizam lucro a partir de custos e receitas possveis.A microeconomia procura analisar o mercado e outros tipos de mecanismos que estabelecem preos relativos entre os produtos e servios, alocando de modos alternativos os recursos dos quais dispe determinados indivduos organizados numa sociedade.A microeconomia preocupa-se em explicar como gerado o preo dos produtos finais e dos factores de produo num equilbrio, geralmente perfeitamente competitivo. Divide-se em:Teoria do Consumidor: Estuda as preferncias do consumidor analisando o seu comportamento, as suas escolhas, as restries quanto a valores e a demanda de mercado. A partir dessa teoria se determina a curva de demanda. Teoria da Firma: Estuda a estrutura econmica de organizaes cujo objectivo maximizar lucros. Organizaes que para isso compram factores de produo e vendem o produto desses factores de produo para os consumidores. Estuda estruturas de mercado tanto competitivas quanto monopolsticas. A partir dessa teoria se determina a curva de oferta. Teoria da Produo: Estuda o processo de transformao de factores adquiridos pela empresa em produtos finais para a venda no mercado. Estuda as relaes entre as variaes dos factores de produo e suas consequncias no produto final. Determina as curvas de custo, que so utilizadas pelas firmas para determinar o volume ptimo de oferta.

Macroeconomia, que se preocupa com o estudo da economia como um todo.Macroeconomia o estudo do comportamento agregado de uma economia, ou seja, das principais tendncias (a partir de processos microeconmicos) da economia no que concerne principalmente produo, gerao de renda, ao uso de recursos, ao comportamento dos preos, e ao comrcio exterior. Os objectivos da macroeconomia so principalmente: o crescimento da produo e consumo, o pleno emprega, a estabilidade de preos, o controle inflacionrio e uma balana comercial favorvel, em suma estuda a economia como um todo.Um conceito fundamental macroeconomia o de sistema econmico, ou seja, uma organizao que envolva recursos produtivos, A estrutura macroeconmica se compe de cinco mercados:Mercado de Bens e Servios: Determina o nvel de produo agregada bem como o nvel de preos.Mercado de Trabalho: Admite a existncia de um tipo de mo-de-obra independente de caractersticas, determinando a taxa de salrios e o nvel de emprego.Mercado Monetrio: Analisa a demanda da moeda e a oferta da mesma pelo Banco Central que determina a taxa de juros.Mercado de Ttulos: Analisa os agentes econmicos superavitrios que possuem um nvel de gastos inferior a sua renda e deficitrios que possuem gastos superiores ao seu nvel de renda.Mercado de Divisas: Depende das exportaes e de entradas de capitais financeiros determinada pelo volume de importaes e sada de capital financeiro.

1.3 Mtodos de Investigao Econmica

1.3.1 Mtodo DedutivoDenomina-se mtodo dedutivo a modalidade de raciocnio lgico que faz uso da deduo para obter uma concluso a respeito de determinada(s) premissa(s).No corpo da lgica clssica, a induo pode ser reduzida deduo.Essencialmente, os raciocnios dedutivos se caracterizam por apresentar concluses que devem, necessariamente, ser verdadeiras caso todas as premissas sejam verdadeiras.O mtodo dedutivo surgiu na Grcia antiga, com o silogismo do filsofo Aristteles.Entretanto, importante frisar que a deduo (e, consequentemente, o mtodo dedutivo) no oferece conhecimento novo, uma vez que sempre conduz particularidade de uma lei geral previamente conhecida. A deduo apenas organiza e especifica o conhecimento que j se possui. Ela tem como ponto de partida o plano do inteligvel (ou seja: da verdade geral, j estabelecida) e converge para um ponto interior deste plano.Exemplos Todo vertebrado possui vrtebras. Todos os cavalos so vertebrados. Logo, todos os cavalos tm vrtebras. Todo metal conduz electricidade. O mercrio um metal. Logo, o mercrio conduz electricidade. Nos exemplos apresentados, as duas premissas so verdadeiras, portanto a concluso verdadeira.1.3.2 Mtodo IndutivoMtodo indutivo aquele que parte de questes particulares at chegar a concluses generalizadas. Este mtodo est cada vez mais sendo abandonado, por no permitir ao autor uma maior possibilidade de criar novas leis, novas teorias.Prprio das cincias naturais tambm aparece na Matemtica atravs da Estatstica. Utilizando como exemplo a enumerao, trata-se de um raciocnio indutivo baseado na contagem.ExemploRetirando uma amostra de um saco de arroz, observa-se que aproximadamente 80% dos gros so do tipo extrafino. Conclui-se ento que o saco de arroz do tipo extrafino.1.3.3 Mtodo abstractoA definio de um mtodo compreende especificao (a sua assinatura) e implementao (o seu corpo). H situaes em que possvel afirmar que uma classe deve ter um mtodo com determinada especificao mas nada pode se afirmar sobre seu comportamento. Para esses casos, possvel definir que a classe tem esse mtodo como abstracto. A classe que tenha pelo menos um mtodo abstracto no pode ser instanciada e tambm deve ser declarada como abstracta. A definio desse mtodo dever ser completada em uma classe derivada dessa que contm o mtodo abstracto, usando o mecanismo de redefinio de mtodos. 1.4 Relao da Economia com outras Cincias

A economia entendida, muitas das vezes, no apenas como uma cincia, mas tambm sob outras perspectivas. Assim, por exemplo, na linguagem do uso comum fala-se em economia enquanto poltica econmica a economia deste governo... ou emprega-se este termo no seu sentido de pensamento ou doutrina a economia neo-liberal... - ou ainda, com um carcter descritivo a economia europeia.....

necessrio, ento, delimitar o sentido de economia enquanto disciplina cientfica.A economia uma cincia social e como tal o seu objecto de estudo a anlise da realidade social, dos fenmenos sociais e, em especial, dos fenmenos econmicos. difcil fazer a distino entre estes dois tipos de fenmenos, pois, o facto das cincias sociais estudarem a realidade social no significa que esta se possa compartimentar em diferentes campos (realidade econmica, histrica, etc.) ou que os fenmenos sociais se possam separar (fenmenos sociais, histricos, etc.). Antes pelo contrrio, a realidade social indivisvel e os fenmenos sociais so fenmenos sociais totais, quer isto dizer que so (...) fenmenos que seja na sua estrutura prpria, seja nas suas relaes e determinaes tm implicaes, simultaneamente, em vrios nveis e em diferentes dimenses do real-social, sendo portanto susceptveis, pelo menos potencialmente, de interessar a vrias, quando no a todas as Cincias Sociais .

Se tomarmos, como exemplo, um fenmeno social como o desemprego, que tantas repercusses tm na nossa sociedade, podemos observar facilmente algumas dessas dimenses que interessam s cincias Sociais. Assim, um economista pode interessar-se, entre outros aspectos, pelas alteraes verificadas no mercado de trabalho e respectiva influncia na procura de bens essenciais; um demgrafo pode avaliar quantas pessoas so atingidas por este fenmeno e qual a sua distribuio etria e espacial; o historiador procura estabelecer os ciclos e a especificidade deste fenmeno.

Mas, debruando-se as diferentes cincias Sociais sobre a mesma realidade a realidade social e sobre o mesmo tipo de fenmenos os fenmenos sociais o que que efectivamente as distinguir?A distino provm do facto das Cincias Sociais interrogarem de forma diferente a realidade social, elaborando, assim, teorias, mtodos e tcnicas prprias e, consequentemente, construindo objectos cientficos que propem cdigos de leituras do real-concreto diferenciados.Cada uma das cincias sociais fornece-nos, ento, um cdigo de leitura da realidade social que nos d uma viso parcial e incompleta dessa mesma realidade, pois a sua riqueza e complexidade no se esgotam na explicao dada por uma nica Cincia Social.

1.4.1 A Economia e as Cincias Sociais

A interdependncia entre a Economia e a Poltica bem visvel, na actualidade, pois os sistemas econmicos e polticos esto de tal forma integrados que no faz sentido o estudo isolado de cada um deles. Por exemplo, o regime poltico democrtico esta associado economia de mercado. Por outro, a Histria permite localizar no tempo e no espao, as actividades econmicas descobre o passado e permite compreender o presente.A Geografia caracteriza as condies do meio ambiente, to importante para o desenvolvimento econmico. Assim, permite que o economista conhea as condies fsicas e naturais onde se ir desenvolver a actividade econmica, isto , informa-o sobre concentraes espaciais de energia, de matrias-primas, da populao...Mas, sendo o Homem o principal agente da actividade econmica, os factores demogrficos iro influenciar essa actividade; da a importncia da demografia. Com efeito, a actividade econmica ir depender da estrutura da populao (Volume, composio etria e por sexo, etc.), pois a populao simultaneamente produtora e consumidora. Da que a sua estrutura tenha necessariamente reflexos nestas duas actividades: Produo e Consumo.

A interveno do Estado na actividade econmica (que se acentuou aps a grande crise econmica de 1929/30), teve como consequncia a criao de um conjunto de instituies que restringiram o poder e a liberdade individual de interveno na actividade econmica, isto , a ordem econmica natural foi substituda pela ordem natural judicialmente determinada. Esta nova ordem justifica a interdependncia entre o Direito e a economia; uma vez que compete lei jurdica situar o homem, a empresa e a sociedade diante do poder poltico (...), definindo os seus direitos e as suas responsabilidades e tambm fixando os limites dentro dos quais poder ser exercida a liberdade de aco de cada um desses agentes da actividades econmica.

Finalmente tambm importante destacar as ligaes que se estabelecem entre a Sociologia e a Economia. De facto, a Sociologia fornece o conhecimento indispensvel relativo ao quadro social dentro do qual se efectua a actividade econmica e tem por tarefa precisar em que condies histricas e estruturais as diferentes leis econmicas so chamadas a agir e, portanto, a dar Economia, simultaneamente, escolha e eficcia.

1.4.2 A Economia e as Cincias Exactas

Os mtodos quantitativos a Matemtica e a Estatstica so instrumentos de anlise muito teis para os economistas, pois permitem justificar e quantificar alguns dos fenmenos econmicos.Com efeito, as observaes econmicas, sempre que possam ser quantificados, podero ser apresentados sob a forma de modelos matemticos. Assim, a Estatstica desempenha um duplo papel no desenvolvimento da economia. Em primeiro lugar, os economistas recorrem s observaes do mundo real, quantificando-as tanto quanto possvel para comporem teorias econmicas elaboradas. Em segundo lugar, procuram deduzir dos dados recolhidos as correlaes existentes entre as variveis econmicas relevantes, recorrendo assim estatstica.No sendo a Economia uma cincia experimental de laboratrio, atravs das tcnicas de anlise estatstica (desde que se realize um nmero suficiente de observaes) que se torna possvel provar a falsidade ou no das hipteses tericas formuladas

Esta ligao da Economia com os mtodos quantitativos permitiu o desenvolvimento, em especial nos ltimos anos, de um ramo da Cincia Econmica: a Econometria que abordado nos nveis superiores nas faculdades de Economia.

1.5 Actividade Econmica e Agentes Econmicos

1.5.1 Actividade econmicaActividade econmica uma actividade que gera rotatividade econmica, no valendo-se, necessariamente, de lucros. So actividades que so geradas dentro de uma economia de um determinado pas, ou ainda;Actividade Econmica pode ser entendida como um conjunto de relaes que os homens estabelecem com os bens e servios e com os recursos disponveis visando a satisfao das necessidades e a resoluo dos problemas econmicos.

A nossa vida quotidiana identifica-se com a actividade econmica, visto que a maioria das tarefas e realizaes do homem visam a satisfao das necessidades. Essa actividade econmica porque produz bens e servios utilizando convenientemente os recursos escassos. O funcionamento da actividade econmica exige a realizao e a dinamizao de vrias actividades: o Consumo, a Produo, a Distribuio, a Repartio do rendimento e a Acumulao.

A venda da produo gera um conjunto de rendimentos que so repartidos pelos vrios intervenientes sob a forma de salrios, lucros, rendas e juros.1.5.2 Agente EconmicoUm agente econmico qualquer entidade que pertence e actua num determinado sistema econmico. Pode ser uma pessoa, tomada individualmente, ou uma pessoa colectiva - (empresa, cooperativa, rgo governamental, etc. Os agentes econmicos so: as Famlias(que tm o objectivo de satisfazer suas necessidades) As Empresas(que tm o objectivo de maximizar seus lucros) e o Governo(que tem o objectivo de ampliar o bem-estar social). A funo de todos os Agentes Econmicos fornecer e pagar bens e servios.Conceito: Qualquer individuo ou entidade que intervm na actividade econmica exercendo pelo menos uma funo econmica

Famlias: cuja principal funo consumir; Empresas: cuja grande funo a produo de bens e servios; Estado: sendo a sua principal funo a satisfao das necessidades da colectividade; Resto do Mundo: engloba o conjunto de operaes econmicas entre os residentes de uns pas e os residentes noutros pases.

Todavia quando observamos o comportamento dos agentes econmicos, podemos faz-lo de acordo com duas perspectivas:

Microeconomia: estuda o comportamento dos agentes econmicos como unidades individuais Macroeconomia: estuda o comportamento dos agentes econmicos em grandes agregados.

Cada um dos agentes econmicos utiliza os rendimentos recebidos para efectuar os seus consumos ou constituindo uma poupana.

Necessidades e Consumo

Todos ns sentimos uma multiplicidade de necessidades que pretendemos satisfazer, para isso utilizamos bens ou servios. O acto de utilizar um bem ou servio com vista satisfao de uma necessidade (consumo).Utilidade: Aptido de que os bens se revestem para satisfazer as nossas necessidades.

1.6 Necessidades Econmicas

ConceitoNecessidade - o desejo de acabar ou prevenir uma insatisfao ou aumentar uma satisfao. Corresponde a um estado de carncia que sentimos e desejamos ver satisfeito.

Consumo um acto de satisfazer uma necessidade recorrendo utilizao de bens ou servios, os quais possuem uma aptido para satisfazer a necessidade, atravs da sua utilizao, ou seja, a sua utilidade, ou simplesmente o acto de utilizar um bem material ou servio com vista satisfao das necessidades.

Caractersticas: multiplicidade: so ilimitadas pois sentimos um nmero variado de necessidades e no apenas uma ou duas. Alm disso, elas renovam-se, ou seja, no basta satisfaz-las uma nica vez, mas sim um processo contnuo (p.e. a alimentao e novidades tecnolgicas). Assim, as necessidades tm um carcter relativo;

Saciabilidade: medida que satisfazemos uma necessidade, a intensidade sentida vai diminuindo progressivamente at desaparecer (p.e. quando bebemos gua);

Substituibilidade: uma necessidade pode ser substituda por outra (princpio da substituio). Alm destas caractersticas, importar notar que as necessidades variam no tempo e no espao.

1.6.1 Classificao das Necessidades:

a) Quanto importncia:

Primrias (indispensvel) fundamentais e prioritrias e que podem pr em risco a nossa sobrevivncia, se no forem satisfeitas: (alimentao, habitao, sade)

Secundrias (necessrio) satisfeitas depois das primrias, pois caso no as satisfaamos no colocamos a nossa vida em risco. Referem-se ao que necessrio, mas no indispensvel, mas se as satisfizermos podemos aumentar a qualidade de vida: ir ao cinema, ler um livro...

Tercirias (suprfluo) tudo aquilo que, numa determinada sociedade e determinado momento, considerado um luxo: perfumes e roupas de marca, jias caras...

b) Quanto a sua natureza: No econmicas se no temos de despender de moeda ou trabalho para satisfaz-las, pois a natureza permite a sua satisfao livre e gratuita: respirar, tomar banho no mar... Econmicas - se temos de despender moeda ou trabalho para satisfaz-las: ir ao teatro, andar de metro...

c) Quanto ao modo de vida: Colectivas as que derivam do facto do Homem viver em grupo, atingindo todos os elementos da comunidade: necessidade de policiamento, justia, regras de trnsito.. Individuais as que dizem respeito a cada um de ns, em funo das caractersticas da pessoa.

No nosso quotidiano, sentimos uma diversidade de necessidades. Para satisfazer estas necessidades utilizamos bens ou servios, ou seja, consumimos.

BemEm economia, bem tudo aquilo que satisfaz directa ou indirectamente os desejos e necessidades dos seres humanos. Os bens podem ser classificados segundo seu carcter, natureza ou funo. Na microeconomia podem ainda ser classificados quando ao seu comportamento em um grfico de demanda.

Classificao dos Bens

a) Segundo o carcter Bens econmicos - so caracterizados pela utilidade, escassez e por serem transferveis. Bens livres - so aqueles cuja quantidade suficiente para satisfazer a todos, como por exemplo o ar.

b) Segundo a natureza Bens de capital - no atendem directamente s necessidades. Bens de consumo - destinam-se satisfao directa de necessidades. Eles ainda so subdivididos em duradouros, que permitem um uso prolongado e no-duradouros que acabam com o tempo.

c) Segundo a sua interveno no processo produtivo. Bens intermedirios - devem sofrer novas transformaes antes de se converterem em bens de consumo ou de capital. Bens finais - j sofreram as transformaes necessrias para seu uso ou consumo.

d) Segundo a classificao microeconmica Bens normais - so aqueles que seguem a risca as leis da microeconomia; quanto menor o preo maior a demanda, por exemplo; Bens Superiores: os bens para os quais um aumento do rendimento determina um aumento mais do que proporcional do consumo; Bens inferiores - um bem cuja quantidade demandada varia inversamente ao nvel de renda do consumidor.Um caso especifico de bem inferior, so os bens de giffen. Esses bens so caracterizados por terem um efeito renda negativo, maior (em mdulo) do que o seu efeito substituio, resultando um efeito total negativo.e) Quanto a sua relao Bens sucedneos os que se substituem mutuamente, so os que satisfazem uma mesma necessidade e que para isso podem ser substituidos por um ou outro (coca-cola e Pepsy-cola); Bens complementares os que s tem utilidade, se forem utilizados asssociados com outros. (sapato direito e sapato esquerdo, carro e gasolina, CD e CD player, Isqueiro e cigarro etc)

1.7 Problemas Econmicos FundamentaisA escassez gera problemas econmicos semelhantes em toda parte. A forma de enfrent-la, porm, varia dependendo da organizao da actividade econmica adoptada.Qualquer que seja a organizao da produo, trs problemas fundamentais precisam ser resolvidos: o que, quanto e quando produzir; como produzir, ou seja, com que recursos e com qual tecnologia; para quem produzir, ou seja, como devem ser repartidos os bens entre os indivduos que participam da produo. Fronteira das Possibilidades de Produo

A fronteira de possibilidades de produo representa as quantidades mximas de produo que podem ser conseguidas numa determinada economia dadas as tecnologias e as quantidades dos factores produtivos de que dispe. Devido s limitaes de recursos e de tecnologias, as quantidades de produo tambm so limitadas. Numa economia imaginria em que sejam produzidos apenas dois bens, se todos os recursos fossem utilizados para produzir um deles, conseguir-se-ia produzir uma determinada quantidade mxima desse mesmo bem e nada do outro. De igual forma, se os recursos fossem transferidos na sua totalidade para o outro bem, seria conseguida uma determinada quantidade mxima de produo desse mesmo bem e no se produziria nada do primeiro. Alm destas duas possibilidades extremas, existem inmeras situaes intermdias de repartio dos recursos para a produo dos dois bens e que resultam em diferentes quantidades mximas de produo de cada um deles.

Para facilitar a sua compreenso, a fronteira de possibilidades de produo pode ser representada num grfico. Para isso, em cada um dos eixos representada a quantidade de cada um dos bens: o conjunto de todos os pontos mximos de produo representa a fronteira de possibilidades de produo; os pontos exteriores fronteira de possibilidades de produo so inatingveis dada a tecnologia e a quantidade de factores produtivos disponveis; pontos interiores representam ineficincia produtiva, ou seja, quantidades que esto abaixo das possibilidades da economia.

Por exemplo os pases no podem ter quantidades ilimitadas de todos os bens. Esto limitados pelos recursos e pela tecnologia. A necessidade de escolha entre oportunidades limitadas torna-se ainda mais importante em tempo de guerra. Consideremos uma economia que produz apenas dois bens: espingardas e manteiga. PossibilidadesManteiga Espingardas

A015

B114

C212

D39

E45

F50

A fronteira das possibilidades de Produo

A fronteira das possibilidades de produo FPP representa as quantidades mximas de produo que podem ser obtidas por uma economia, dados o seu conhecimento tecnolgico e a quantidade de factores de produo disponveis.

Um pas pode produzir tanto bens de consumo como de investimento. Suponha que 3 pases tm a mesma FPP. O pas 1 no investe para o futuro, o pas 2 investe moderadamente e o pas 3 investe fortemente.

2. TEORIA DO MERCADOEm economia, a Lei da Oferta e Procura , tambm chamada de Lei da Oferta e da Demanda a lei que estabelece a relao entre a demanda de um produto - isto , a procura - e a quantidade que oferecida, a oferta. A partir dela, possvel descrever o comportamento preponderante dos consumidores na aquisio de bens e servios em determinados perodos, em funo de quantidades e preos. Nos perodos em que a oferta de um determinado produto excede muito procura, seu preo tende a cair. J em perodos nos quais a demanda passa a superar a oferta, a tendncia o aumento do preo.A estabilizao da relao entre a oferta e a procura leva, em primeira anlise, a uma estabilizao do preo. Uma possvel concorrncia, por exemplo, pode desequilibrar essas relaes, provocando alteraes de preo.Ao contrrio do que pode parecer a princpio, o comportamento da sociedade no influenciado apenas pelos preos. O valor de um produto pode ser um estmulo positivo ou negativo para que os consumidores adquiram os servios que necessitam, mas no o nico.2.1 Determinantes da ProcuraO prprio senso comum demonstra-nos que a quantidade procurada de determinado bem depende do seu preo. De facto, quanto maior o preo do bem, menor a quantidade procurada desse mesmo bem. Da mesma forma, quanto menor for o preo, maior ser a quantidade procurada. Contudo, o preo no a nica determinante da procura. Na verdade so diversos os factores que contribuem para aumentar ou reduzir a procura dirigida a determinado bem, nomeadamente: - As preferncias dos consumidores - as preferncias (ou gostos) representam uma grande variedade de influncias culturais, sociais, histricas; podem reflectir necessidades fsicas ou psicolgicas permanentes ou temporrias e podem ser influenciadas artificialmente, por exemplo atravs de tcnicas comerciais e de marketing;

- O rendimento mdio dos consumidores - geralmente, quanto maior o rendimento dos consumidores, maior ser a procura dirigida ao bem. Existem, contudo, determinado bens cujo comportamento da procura diferente quando o rendimento aumenta: o caso dos chamados bens inferiores cuja procura que lhe dirigida diminui quando o rendimento dos consumidores aumenta (ex: margarina);

- A dimenso do mercado - quanto maior o nmero de consumidores maior a procura de bens. Se numa determinada economia se registar um aumento repentino da populao, natural que a procura dirigida generalidade dos bens aumente na mesma proporo;

Os preos dos bens relacionados - existem dois tipos de relacionamento entre dois bens relacionados: ou so substitutos ou so complementares. Dois bens so substitutos quando, atravs do seu consumo, possvel satisfazer a mesma necessidade. So complementares quando, para satisfazer determinada necessidade, for necessrio consumir os dois bens em simultneo. fcil assim de compreender que quando o preo de um bem substituto aumenta a procura dirigida a esse mesmo bem diminui sendo essa procura transferida para o seu substituto. Pelo contrrio, se o preo de um bem complementar aumentar, a procura dirigida a esse mesmo bem diminui levando tambm a uma reduo da procura dirigida ao bem seu complementar.2.2 Determinantes da OfertaO principal objectivo dos produtores quando oferecem os seus produtos o de maximizarem os seus lucros. portanto, natural que quanto mais elevado o preo, maior ser a quantidade que os produtores querem vender. Pelo contrrio, quanto mais baixo o preo, menor a quantidade de produtos que as empresas querem vender. Alm do preo, outro importante determinante da oferta so os custos de produo. Quando os custos de produo baixam, torna-se mais lucrativo produzir mais pelo que a oferta aumenta. Os principais factores que determinam os custos de produo so os custos dos factores produtivos e a tecnologia: quanto maior for o preo das matrias primas, da energia, dos equipamentos ou do trabalho, maior sero os custos de produo; por outro lado, quanto melhor forem as tcnicas de produo e os processos tecnolgicos mais eficiente ser a produo e, portanto, menores sero os custos de produo. Como determinante da oferta destacam-se ainda algumas influncias especficas como sejam as condies meteorolgicas que influenciam a agricultura, as pescas ou o turismo. As polticas governamentais, tais como as polticas de regulamentao ambiental a poltica fiscal, entre outras, que podem afectar os custos de produo e assim influenciar a oferta.2.3 Equilbrio de mercadoO mercado de um produto encontra-se em equilbrio quando as quantidades oferecidas desse produto so iguais s quantidade procuradas. O preo para o qual as quantidades oferecidas vo ser iguais s quantidades procuradas o preo de equilbrio. A quantidade de equilbrio a quantidade em que tanto a procura como a oferta so iguais. Quando a oferta maior que a demanda, ocorre liquidao por parte das empresas como forma de reduzir seus estoques.Quando a demanda maior que a oferta, as empresas aumentam a quantidade ofertada e, consequentemente, os preos dos produtos, fazendo assim com que a demanda diminua. Nesses dois casos, o objectivo da empresa levar o mercado para o preo e quantidade de equilbrio.

5.3 Estruturas de Mercado

Tipos de Estruturas de MercadoTipo de MercadoNmero de produtoresTipo de produtoEntrada no mercadoControlo sobre o preoExemplos de Mercados Reais

MonoplioUm produtorNo tem substituto prximoDifcilTotal (excepto se o Governo intervir)-Electricidade de Moambique-guas de Moambique

OligoplioDiferenciadoPoucos produtoresProduto diferenciadoDifcilLimitado, sendo dificultado pela interdependncia entre as empresa-Automveis

No diferenciadoPoucos produtoresPouca ou nenhuma diferenaDifcil-Cimentos

Concorrncia MonopolistaMuitos produtoresProduto diferenciado, nomeadamente atravs de servios complementares, marcas, etc.FcilPouco-Perfumes-Confeces

Concorrncia PerfeitaMuitssimos produtoresProduto no diferenciadoFcilNenhum-Produtos agrcolas-Produtos do comrcio a retalho-etc.

O nmero de participantes num mercado afecta, assim, significativamente, modo como se determina o preo.De facto, quando o mercado caracterizado pela existncia de muitos compradores e de muitos vendedores e nenhum deles, isoladamente, tem controlo sobre a fixao do preo, dizemos que estamos num mercado de concorrncia perfeita.

Por outro lado, quando alguns compradores ou vendedores so suficientemente grandes para influenciar os preos, isto , quando tem poder de mercado, estamos perante um mercado de concorrncia imperfeita.

Os principais tipos de mercados so, em sintse: Mercados de Concorrncia perfeita -Monoplio Mercados de concorrncia -OligoplioImperfeita -Concorrncia monopolista Iremos de seguida o modo de funcionamento de mercado de concorrncia perfeita.Condies de concorrncia perfeitaOs economistas do sculo XIX analisaram as condies necessrias a uma situao de concorrncia perfeita partindo do estudo de um certo nmero de mercados, nomeadamente os mercados agrcolas.Assim, teoricamente, as condies necessrias para que um mercado seja considerado de concorrncia perfeita so as seguintes:

CondiesCaractersticas

AtomicidadeGrande nmero de empresas produtoras e grande nmero de compradores. Assim, devido pequena importncia de cada, estes no conseguem influenciar quer a produo, quer o preo do produto.

HomogeneidadeOs produtos no tem diferenas significativas, isto , todas as empresas fabricam produtos homogneos.

TransparnciaA todo o momento, compradores e vendedores so informados das condies gerais de mercado (nvel real da oferta e da procura, preos, etc.), o que permite a adaptao dos agentes econmicos a situaes imprevistas.

PermeabilidadeExiste livre entrada no mercado, ou seja, possvel, em qualquer altura, entrar ou sair do mercado, pois no existe barreiras de qualquer tipo.

MobilidadeAs empresas podem mudar de actividade ou deixar de produzir um produto e passar a produzir outro.

Mas, os pressupostos deste modelo so hoje em dia mais tericos que reais. Na economia moderna a realidade afasta-se bastante do modelo terico, nomeadamente porque: os produtos no so homogneos, pois atravs da publicidade, por exemplo, o vendedor procura mostrar o seu produto como diferente dos outros aos olhos do consumidor; a modalidade dos factores nem sempre fcil porque, por exemplo, a evoluo tecnolgica dificulta a mudana de uma actividade para outra; nem sempre existe uma transparncia de mercado.Com efeito, muitas vezes a informao no completa e total sobre os preos e condies praticados.

3. TEORIA DO CONSUMIDORA Teoria do consumidor, ou Teoria da escolha, uma teoria microeconmica, que busca descrever como os consumidores tomam decises de compra e como eles enfrentam os tradeoffs e as mudanas em seu ambiente. Os factores que influenciam as escolhas dos consumidores esto basicamente ligados a sua restrio oramentria e preferncias.Os principais instrumentos para a analise e determinao de consumo so a curva de indiferena e a restrio oramentriaPara a teoria do consumidor, as pessoas escolhem obter um bem em detrimento do outro em virtude da utilidade que ele lhe proporciona.

3.1 Lei da utilidade marginalA Lei da utilidade marginal expressa que em uma relao econmica a utilidade marginal decresce medida que se consome mais uma unidade.A utilidade total de um bem cresce quando se consome maiores quantidades dele, mas seu incremento da utilidade marginal cada vez menor.O consumidor tem satisfao com um bem, mas a unidade seguinte j no lhe proporciona tanto prazer como a anterior.O chamado paradoxo da gua e do diamante ilustra a importncia do conceito de utilidade marginal. Por que a gua, mais necessria to barata, e o diamante, suprfluo, tem preo to elevado? Ocorre que a gua tem grande utilidade total, mas baixa utilidade marginal ( abundante), enquanto o diamante, por ser escasso, tem grande utilidade marginal.3.2 Curva de indiferenaUma curva de indiferena um grfico de uma funo que mostra combinaes de bens, na quantidade que torna o consumidor indiferente. Assim, ele no tem preferncia entre uma combinao contra a outra, j que cada uma prov um mesmo nvel de satisfao (utilidade no muda). As curvas de indiferena so muito utilizadas para representar as preferncias do consumidor.Na curva de indiferena so colocados diversos pontos onde, cada um deles, representa a quantidade de um bem frente ao outro. Em todos os pontos ao longo da curva de indiferena o consumidor no tem preferncia nem por um produto e nem por outro.As curvas de indiferena jamais se interceptam e nem podem estar inclinadas para cima. Elas so levemente inclinadas para a direita.Agora entenderemos o porqu das curvas de indiferena no se cruzarem. Se considerarmos uma curva u1, temos que o consumidor indiferente s cestas A e B. E se considerarmos uma curva u2, temos que o consumidor indiferente s cestas A e C, sendo A o ponto de interseco entre as duas curvas. Isso equivaleria a dizer que o consumidor indiferente s cestas B e C. Entretanto, isso iria contra a premissa de que o consumidor sempre ir preferir mais mercadorias a menos. Logo, as curvas de indiferena no podem cruzar-se.Se a renda do consumidor ficar menor, sua curva diminui. A restrio oramentria que define sua curva de indiferena.Propriedades da curva de indiferena Curvas de indiferena representando nveis distintos de preferncias no se podem cruzar; Declive negativo; Preferncias convexas Uma abordagem alternativa do comportamento do consumidor pode ser feita atravs das curvas de indiferena, com os mesmos resultados. Vejamos o grfico seguinte onde se encontram representadas as possibilidades de consumo de dois bens: alimentao e vesturio. No grfico encontra-se desenhada uma curva de indiferena, que formada por pontos que representam combinaes de diferentes quantidades de bens de alimentao e de vesturio, combinaes essas relativamente s quais o consumidor indiferente, porque qualquer das combinaes dos dois bens lhe proporciona a mesma utilidade.

Quando ocorre uma deslocao ao longo da curva, por exemplo do ponto A para o ponto B, o consumidor prescinde de uma certa quantidade de bens de vesturio em troca de uma certa quantidade de bens alimentares. A perda de utilidade pela diminuio de bens de vesturio igual ao acrscimo de utilidade pelo aumento de bens alimentares. A utilidade conjunta dos dois bens mantm-se igual, e por isso indiferente ao consumidor estar em qualquer ponto ao longo da curva. A relao de troca entre os dois bens numa curva de indiferena designa-se como taxa marginal de substituio (TMS). No grfico seguinte verificamos que, para passar do ponto A para o ponto B, o consumidor prescinde da quantidade x de vesturio em troca da quantidade y de alimentao. A relao x / y representa a taxa marginal de substituio entre os dois bens. A taxa marginal de substituio igual ao declive da recta que passa pelos pontos C e D.

De uma forma geral, a taxa marginal de substituio num ponto igual ao declive da curva nesse ponto. As curvas de indiferena so convexas em relao origem porque quanto mais escasso um bem, maior o seu valor relativo de substituio. Vejamos a figura seguinte. Para passar do ponto C para o ponto D, necessria uma quantidade menor de bens de alimentao (mais escasso nesse ponto, portanto com maior utilidade marginal) para igualar a utilidade da quantidade que se perde de bens de vesturio (mais abundante, portanto com menor utilidade marginal). Contudo, para passar do ponto E para o ponto F, necessria uma quantidade maior de bens de alimentao (mais abundante nesse ponto, portanto com menor utilidade marginal) para igualar a quantidade que se perde de bens de vesturio (mais escassa, portanto com maior utilidade marginal).

Outro modo de caracterizar esta situao verificar que a taxa marginal de substituio entre os pontos C e D maior que entre os pontos E e F. Ou seja:

A curva de indiferena da figura inicial foi construda a partir de uma dada combinao de dois bens. No entanto poderemos considerar outras combinaes desses bens, e construir outras curvas de indiferena, conforme representado na figura seguinte.

Nas curvas referidas, as deslocaes ao longo da curva apresentam sempre o mesmo significado: trata-se de combinaes possveis que apresentam a mesma utilidade ao longo de cada curva. No entanto, cada uma das curvas apresenta uma utilidade diferente: as curvas mais direita (ou curvas de ordem superior) representam combinaes de maior utilidade do que as curvas esquerda, porque representam maiores quantidades de um, ou de ambos os bens. A curva de indiferena 2 representa uma utilidade maior do que a curva 1, e a curva 3 representa uma utilidade maior do que a curva 2. Poderamos construir um grande nmero de curvas de indiferena, representando todas as combinaes possveis. A esse conjunto de curvas de indiferena d-se o nome de mapa de indiferena. fcil de compreender que o consumidor prefere as curvas de ordem superior (mais direita) porque representam maiores quantidades dos bens. No entanto existe uma limitao quantidade de bens de que um consumidor pode usufruir, e que estabelecida pela limitao do rendimento de que cada consumidor pode dispor para despesas de consumo. Esta limitao pode ser traduzida graficamente pela restrio oramental ou recta oramental, da qual j falmos na Lei da procura, e que pode ser vista no grfico seguinte, onde se representam as hipteses de aquisio de bens de alimentao e/ou de vesturio, para um dado nvel de rendimento.

Agora j podemos concretizar o comportamento do consumidor, atendendo a estas duas realidades: preferncia pelas curvas de indiferena de ordem superior; impossibilidade de se situar direita da restrio oramental Juntando as duas linhas no mesmo grfico obtemos a figura seguinte:

A concluso que se pode retirar da figura anterior a de que o consumidor faz a sua aquisio no ponto onde a recta tangente curva de indiferena de ordem superior, ou seja, no ponto onde os declives (da recta e dessa curva) so iguais. No ponto U o declive da curva de indiferena representa a seguinte relao entre as utilidades marginais (UMa):

Este mesmo ponto representa a seguinte relao entre os preos (P) dos mesmos bens:

Matematicamente, os dois quocientes so iguais. Podemos portanto igualar as duas equaes:

Podemos agora substituir o denominador da primeira fraco pelo numerador da segunda fraco:

E obtemos desta forma a mesma igualdade entre as utilidades marginais por unidade monetria que deduzimos no captulo anterior. Podemos igualmente concluir que, desta forma, o consumidor iguala as utilidades marginais do ltimo cntimo gasto na aquisio de cada um dos bens. As curvas de indiferena tambm nos permitem analisar o que ocorre quando aumenta ou diminui o rendimento do consumidor. Vejamos, na figura seguinte, o caso de uma diminuio de rendimento: a linha de restrio oramental desloca-se para a esquerda, e o ponto de cruzamento entre a recta oramental e a curva de indiferena de ordem superior desloca-se do ponto A para o ponto B. No ponto B o consumidor adquire menores quantidades de ambos os bens.

Vejamos agora o que se passa quando aumenta ou diminui o preo de um bem. Na figura seguinte encontra-se representada a diminuio do preo de bens alimentares. Com o preo mais elevado o consumidor adquiria apenas 5 unidades de alimentao; com a descida de preo o consumidor passou a poder adquirir 7 unidades. A restrio oramental sofreu uma deslocao, e o ponto de cruzamento com a curva de indiferena de ordem superior passou do ponto A para o ponto B.

Este ltimo grfico tambm nos permite deduzir a curva da procura a partir das curvas de indiferena: diminuindo o preo de um bem, aumenta a procura desse mesmo bem, e vice versa.A anlise que efectumos neste captulo restringiu-se a dois bens. No entanto podemos considerar a anlise vlida para qualquer nmero de bens. O recurso a grficos do tipo que utilizmos no permite mais que duas (ou no mximo 3) variveis, mas com recurso linguagem matemtica isso seria perfeitamente acessvel.

4. TEORIA DO PRODUTOR

4. 1. A Funo da Produo

De certo modo, quando falamos de produo e produtividade j vimos que existe uma certa relao a produo realizada e e os factores de produo empregues. Com efeito, precisamente a funo da produo que define a relao entre a utilizao de factores ( input) e a produo realizada ( output). Esta relao pode ser representada atravs da seguinte funo:

P = f (K,L) funo de produo

Sendo:P as quantidades produzidas;L as quantidades de trabalho realizadas;K as quantidades de capital utilizadas.

Deste modo, para aumentar ou reduzir esta produo, o empresrio pode fazer variar um s factor, ou os dois factores simultaneamente, desde que estes sejam substituvel.Com efeito, a curto prazo, supe-se que a tecnologias invarivel e, neste caso, apenas se pode fazer variar o factor trabalho. Portanto, a funo de produo ser Y = f (L).A longo prazo, pode fazer-se variar ambos os factores, isto , pode escolher-se entre tcnicas de capital intensvo ( investimento tecnolgico ) e/ ou tcnicas de trabalho intensivos. Logo, a funo de produo ser Y = f (L,K).

Para realizar uma determinada produo pode escolher-se entre vrias combinaes de factores produtivos.No entanto, a utilizao excessiva de um dos factores de produo, pode conduzir ineficcia dessa mesma produo.

Combinao dos factores de produo a curto prazo

Para estudarmos a combinao dos factores produtivos a curto prazo,temos de nos baseiar, por convenncia do raciocnio, em algumas hipotesessimplificadora da realidade, tais como: O empresrio no tem nenhum poder na fixao dos preos de mercado. O emprsrio actua de forma racional com o objectivo de atingir o lucro mximo. A curto prazo, a tecnologia invarivel.

Iremos, seguidamente, analizar a combinao dos factores a curto prazo, e que apenas o factor trabalho vai variar ( lei dos Rendimentos Decrescentes ).

4.1.1 Lei dos Rendimentos decrescentes

Vamos supor que numa dada produo o capital se mantm constante, ou seja, a produo vria em funo do factor trabalho (L), sendo, ento, a funo de produo representada por: Y = f (L).A variao do factor trabalho poder dar origem a aumentos na produo total.Por hiptese, vamos supor que a produo de cenouras por hectare varia em funo da mo-de-obra utilizada, como esta expresso no quadro que segue:Factor de produo(L-n de trabalhadores)Produo total(Y)Produtividade do trabalhoY/LProdutividade marginal YL

L = 0L = 1L = 2L = 3L = 4L = 5L = 6L = 7Y = 0Y1 = 10Y2 = 26Y3 = 60Y4 = 76Y5 = 85Y6 = 90Y7 = 89-10132019171512,7-1016341695-1

Se representarmos graficamente a funo de produo Y = f (L) e a produtividade marginal do trabalho Y teremos: L

A partir da observao do grfico, podemos verificar que:

A produtividade marginal do trabalho cresce at atingir um mximo ( L = 3 e Y = 34 ), comeando depois a decrescer aceleradamente; L a funo produo cresce medida que se aumenta o nmero de trabalhadores, atingindo o seu ponto mximo quando a podutividade marginal igual a zero a produo diminui o seu ritimo de crescimento quando a produtividade marginal atinge seu ponto mximo ( Y = 60 e Y = 34 ). L

Estas variaes permitem enunciar uma lei fundamental, a chamada lei dos rendimento decrescentes : Quando se aumenta em quantidade um factor de produo, ficando o outro constante, a partir de um certo limite a produtividade marginal deste factor torna-se decrescente.

No entanto, esta lei s pode ser verificada tendo em conta as hipteses simplificadoras da realidade consideradas anteriormente ().Esta lei foi verificada pelo economista ingls David Ricardo no sec. XVIII no mbito do sector agrcola, mas aplica-se tambm nos outros sectores de produo.

No entanto, para que a produo seja eficaz, necessrio ter em conta no s as produtividades marginais dos diferentes factores, mas tambm os preos dos factores produo.S assim se poder, pelo menos teoricamente, de terminar a combinao ptima dos factores de produo.Dai a importncia do estudo dos custos de produo.

5. TOERIA DE CUSTOS

Os custos totais de produo variam com os custos dos factores de produo. Por outro lado, os custos unitrios, ou seja, os custos por unidade de produo variam em funo:

das quantidades produzidas; do processo de produo; da dimenso da empresa.

Iremos de seguida estudar os custos totais e os custos unitrios.

A Custos totais

O custo total ( Ct ) igual a soma de todas as despesas efectuadas pela empresa para realizar a sua produo. Podemos dividir esses custos totais em:

Custos fixos ( C) estes custos so independentes das quantidades produzidas ( ex.: o custo do edifcio, maquinaria, etc.).

Custos variveis (Cv) So os que variam constante as quantidades produzidas. Por Exemplo, o custos das matrias-primas, das matrias subsidirias e de quaisquer outros factores envolvidas no processo produtivo, mas que dependam da quantidade produzida.Assim teremos: Ct = C + Cv

B Custos unitrio

Podemos considerar os custos unitrios em dois grupos: o custo mdio e custo marginal. O custo mdio ( Cm) ou custo total mdio corresponde ao custo total por cada undade produzida,isto : Cm = Ct sendo Y a quantidade produzida. Y

Mas, como Ct = C + Cv , o cuso mdio pode ainda subdividir-se em:

Custo varivel mdio - Cvm = Cv Y

- Custo fixo mdio - Cm = C Y

O custo marginal (Cmg), definido como sendo o acrscimo do custo que se verifica na produo de mais uma unidade do produto, isto : Cmg = Ct Y Vejamos agora, o ttulo de exemplo, os custos de produo referentes a uma determinada unidade de produo:(Y)UnidadesProduzidas

(1)Custos totaisCustos Unitrios

(Cf)CustoFixo(2)(Cv)CustoVarivel(3)(Ct)CustoTotal(4) = (2) +(3)(Cfm)CustoFixo mdio(5) =(2): (1)(Cvm)CustoVarivel mdio(6)=(3): (1)(Cm)CustoMdio(7)=(4): (1)(Cmg)CustoMarginal(8)= Ct : Y

035-35----

135245935245924

235407517,5203816

335609511,5203220

435851208,5213025

5351151507233030

6351551905,5263240

7352102455303555

Fazendo a representao grfica dos Custos totais

Podemos concluir de anlise do grfico que:

os custos fixos no se alteram em funo da quantidade de unidades produzidas,da a sua representao atrves de uma recta; os custos variaveis totais aumentam, mas no em pro[ores constantes; a diferena entre a curva do custo total e a recta do custo fixo total, corresponde ao valor do custo varivel. De facto se Ct = Cf + Cv, ento Cv = Ct Cf Representando graficamente os custos unitrios, teremos: Interpretando o grfico chegaremos as seguintes concluses:

Os custos unitrios so sempre representados por curvas U; A curva do custo fixo mdio sempre decrescente; A curva do custo marginal intercepta a curva do custo varivel mdio no seu ponto mnimo

Combinao dos factores de produo a longo prazo

Na perspectiva de longo prazo teremos de considerar a variao dos dois factores de produo: capital trabalhoNos factores trabalho e capital podem ser combinados de diferentes maneiras, para obter a mesa quantidade de produto.Ento a funo de produo ser:Po = f (K, L)

Sendo: Po quantidade de produtoK Capital varivelL Trabalho

Consideremos, por exemplo, a seguinte combinao de factores :

Produo

10 unidades12 unidades

Trabalho(unidades)Capital(unidades)Trabalho(unidades)Capital(unidades)

1524

2343

5162

Atravs deste quadro verificamos que se obtm diferentes produes ( 10 ou 12 unidades) utilizando combinaes diferentes de factores produtivos.Se representarmos graficamente a diferentes combinaes de factores, relativas mesma quantidade de produo, obtemos um grfico de isoquantas.

Cada curva de isoquanta indica todas as combinaes possveis dos dois factores, trabalho e capital, que permitem obter a mesma quantidade de produto Po, isto , o mesmo nvel de produo.

Da anlise do grfico podemos constatar que quanto mais afastada da origem estiver a isoquanta, maior ser a quantidade de produo que ela representa.A combinao ptima dos factores de produo ser aquela que permitir realizar a produo a um custo mnimo.

Assim, se considerarmos, por exemplo, o custo unitrio do trabalho a 10 contos e o custo unitrio do capital a 30 contos, podemos verificar quais as combinaes de capital e de trabalho que atingem o mesmo custo total, conforme se apresenta no seguinte quadro:

CustosTotais(1) + (2)

QuantidadePreoCustos(1)QuantidadePreoCustos(2)

01002,663080 0 + 80 = 80Ct = 80

510501303050 + 30 = 80

81080030080 + 0 = 80

01003,6630110 0 + 110 = 110Ct =110

11101100300110 + 0 = 110

Atravs da representao grfica destes valores podemos traar as rectas de isocustos, isto , as rectas que representam as combinaes de factores que empresrio poder realizar e que so susceptveis de atingir mesmo custo total.Assim, a combinao ptima (mais eficaz) dos factores, determina-se graficamente atravs da justaposio do grfico das isoquantas com o dos isocustos.

A partir deste grfico podemos, ento, concluir que a combinao de factores que melhor resulte, para a produo de 10 unidades, ser aquela que corresponde ao ponto de tangncia entre a curva de isoquanta e a recta de isocustos, ou seja, a combinao ptima de produo. Com efeito, qualquer outro ponto da curva representar custos de produo mais elevados, para se obter a mesma quantidade de produo.

Economia de Escala

A dimenso de uma empresa est relacionada com a sua capacidade produtiva, de facto, quando aumenta a dimenso de uma empresa, aumenta a sua capacidade produtiva, pois sero utilizadas maiores quantidades dos factores trabalho e capital. Deste modo, se utilizarmos duas vezes mais quer o factor trabalho, quer o factor capital e se a quantidade produzida aumentar mais que duas vezes, ento dizemos que estamos perante uma economia de escala.

Como j vimos anteriormente, a dimenso da empresa um dos factores de que dependem os custos unitrios. Nas economias de escala verifica-se a diminuio do custo e produo unitrio, devido a um aumento da dimenso da empresa..

De uma maneira geral, verificamos que as empresas de pequena dimenso se registam custos unitrios mais elevados. Este facto normalmente atribudo exiguidade dos capitais existentes, s dificuldades de acesso ao crdito e dificuldade da utilizao de novas tecnologias entre outros factores.

Mas, se estivermos perante uma empresa de grande dimenso, ento verificamos que os custos mdios diminuem. Entre outros factores que contribuem para essa diminuio, citaremos os seguintes: Uma melhor organizao do trabalho e da direco; Uma melhor especializao e acesso a equipamentos tecnologicamente mais avanados; Maior facilidade de acesso ao financiamento; Economia no que se refere comercializao dos produtos.

No entanto, se continuarmos a aumentar a dimenso da empresa, at atingirmos uma empresa de muito grande dimenso, verificamos que os seus custos mdios so elevados. Neste caso, o aumento dos custos mdios resultou, nomeadamente dos seguintes factores: Dificuldades de gerir racionalmente os recursos Dificuldades de coordenao do trabalho na empresa, o que provoca aumento de custos; Falta de motivao dopes trabalhadores; Desperdcio de recursos Aumento de tenses sociais.

Representando graficamente as situaes atrs descritas, teremos:Assim, da anlise do grfico verificamos que nas economias de escala diminui o custo mdio.

5.1 Racionalizao da produo

A racionalizao da produo consiste em organizar a produo de acordo com as regras da lgica e da eficincia. Assim, para alcanar este objectivo necessrio uma utilizao ptima de factores envolvidos na produo: trabalho e capital.

Como j vimos, a eficcia do trabalho dependeu, em grande parte, da diviso do trabalho e, posteriormente, da sua racionalizao. Quanto ao factor capital, a sua rentabilizao deveu-se, sobretudo, s constantes inovaes tecnolgicas. Vejamos, ento, de que modo o desenvolvimento tecnolgico tem contribudo para aumentar a eficincia da produo.()Com o processo de industrializao, a introduo das mquinas no processo produtivo permitiu incrementar a eficincia da produo porque: a produo diversificou-se e o seu volume aumentou; os custos de produo do factor trabalho reduziu-se devido a utilizao de trabalhadores no qualificados que recebiam salrio muito baixos e tinham um horrio de trabalho de muitas horas dirias; a diviso de trabalho aprofundou-se em consequncia de aparecimento de novas tarefas associadas maquinizao da industria (veja-se p. 73).

Assim, o desenvolvimento tecnolgico e a crescente especializao do trabalho ( de que foi exemplo, o Taylorismo), contriburam para uma maior racionalizao da produo.Alis, no presente, a eficincia da produo tem vindo, mais uma vez, a ser incrementada devido s recentes inovaes tecnolgicas: informatizao; automatizao.

InformatizaoA informatizao da sociedade esta associada difuso dos computadores ao nvel dos servios (Bancos, Seguros,etc.), bem com as aplicaes especificas dos computadores na produo industrial. Nos sectores de escritrios, as novas tecnologias de informao viemos alterar significativamente todos os segmentos desta actividade, nomeadamente:

a colheita de informaes ( processadores de textos, terminais de entrada de dados); o seu armazenamento e pesquisa as comunicaes, transmisses e sadas de dados ( redes de transmisso, telex, fax, impressora, etc.).Com efeito, a utilizao de computadores permitiu a obteno de algumas vantagens, tais como: uma maior rapidez de execuo; uma melhor qualidade de produo; e, consequentemente, uma reduo dos custos de produo.

AutomaoPor seu lado, a automao essencialmente aplicada na produo industrial. Assim, os sistemas de automao da produo industrial consiste a instalao de dispositivo automtico,capaz de funcionar sem interveno humana ao nvel da execuo a aco, mas no ao nvael da sua concepo. Por exemplo , a pintura dos autmoveis pode ser realizada sem a interveno directa do Homem.A aplicao destes dispositivos automticas na produo industrial pode assumir varias formas, das quais poderemos destacar a utilizao de robs e a produo assistida por computadores.Mas vejamos ento, alguns dos principais contributos da automao para aumentar a eficcia da produo industrial:

a utilizao de robs, ao reduzir o nmero de trabalhadores necessrios a produo, fez baixar os custos de mo-de obras; utilizao de mquinas automticas controladas por computadores ( que reconhecem e aplicam de imediatas instrues transmitidas ) permitiu flexibilizar a produo (). Assim, os produtos podero ser mais variados e a sua qualidade poder ser melhorada, os prazos da produo podero ser programados e, por isso, mais facilmente cumpridos, etc.; o controlo informtico permitiu uma maior racionalizao da produo, na medida em que possibilitou uma adaptao mais rpida procura e uma melhor utilizao dos stocks ( estes so reduzidos ao mnimo).

AcumulaoEm sentido lato considera-se acumulao a criao de condies que permitem que se atinja um aumento de produo. A acumulao abranger, ento, no apenas o aumento de stock de mquinas, edifcios, equipamento, etc. , mas tambm a aquisio de novos conhecimentos cientficos e tcnicos, e melhora de qualificao da m-de- obra e de todas as transformaes na organizao de trabalho que possam dar origem a um aumento de produo.A acumulao de capital raliza-se, assim, atravs da canalizao de uma parcela de esforos produtivos para obter novos bens de produo.

As economias desenvolvidas, nomeadamente as da Europa, devem o seu desenvolvimento acumulao que praticaram no decurso das revolues industriais.Na verdade, essa acumulao foi possvel devido ao aumento de produo e ao esforo de poupana realizado sacrificando o consumo), o que lhes permitiu elevados nveis de investimento na formao de capital.

Com efeito, o investimento constituiu o motor do desenvolvimento econmico e depende em grande parte da poupana realizada pelo pas. Hoje em dia, um dos grandes problemas das economias do terceiro Mundo, reside precisamente na dificuldade que estas tm em realizar poupanas, devido ao seus baixos rendimentos.

As fontes de acumulao de capital de que podem dispor as economias dos diferentes paises, podem ser internas e externas, consoante so gerados, respectivamente, dentro ou fora do pas.Nos pises mas desenvolvidos os investimentos realizam-se fundamentalmente, a custa, das fontes internas de acumulao . Com efeito, a poupana privada ( das famlias e das empresas ) e a poupana pblica ( da administrao pblica), do origem, respectivamente, ao investimento privado e ao investimento pblico, que constituem as fontes de acumulao de capital mais importante dessas economias.

J nos paises subdesenvolvidos o investimento realiza-se, fundamentalmente, custa das fontes externas de acumulao. Destas, podemos destacar investimentos privados em capital de risco () ( feitos normalmente por empresas multinacionais), as ajudas oficias dos governos e organizaes internacionais e os emprstimos e financiamentos provenientes de naes desenvolvidas.

Na anos 70 e inicio dos anos 80, os pises subdesenvolvidos recorreram em grande escala aos emprstimos e financiamentos externos. Esses emprstimos so grandemente responsveis pelo grave problema da dvida externa co que se debatem actualmente esses paises.Na verdade, factores vrios, entre eles o aumento das taxas de juro internacionais, provocaram incomportveis custos financeiros para os pases devedores.

6. MACROECONOMIA

Macroeconomia o estudo do comportamento agregado de uma economia, ou seja, das principais tendncias (a partir de processos microeconmicos) da economia no que concerne principalmente produo, gerao de renda, ao uso de recursos, ao comportamento dos preos, e ao comrcio exterior. Os objectivos da macroeconomia so principalmente: o crescimento da produo e consumo, o pleno emprego, a estabilidade de preos, o controle inflacionrio e uma balana comercial favorvel.Um conceito fundamental macroeconomia o de sistema econmico, ou seja, uma organizao que envolva recursos produtivos, A estrutura macroeconmica se compe de cinco mercados: Mercado de Bens e Servios: Determina o nvel de produo agregada bem como o nvel de preos. Mercado de Trabalho: Admite a existncia de um tipo de mo-de-obra independente de caractersticas, determinando a taxa de salrios e o nvel de emprego. Mercado Monetrio: Analisa a demanda da moeda e a oferta da mesma pelo Banco Central que determina a taxa de juros. Mercado de Ttulos: Analisa os agentes econmicos superavitrios que possuem um nvel de gastos inferior a sua renda e deficitrias que possuem gastos superiores ao seu nvel de renda. Mercado de Divisas: Depende das exportaes e de entradas de capitais financeiros determinada pelo volume de importaes e sada de capital financeiro.

Principais Conceitos: balana de pagamentos taxa de cmbio banco central inflao moeda poder de compra poltica monetria produto interno bruto 6.1 Principais Correntes Macroeconmicas

6.1.1 Escola Clssica

Foi com Adam Smith (1723-1790) que houve a separao entre poltica econmica e economia poltica, esse mesmo autor considerado pai da economia poltica. O pensamento clssico se desenvolve na segunda metade do sculo XVIII e no sculo XIX. Compreendem o capitalismo como pertencente a uma dinmica do processo produtivo, trazidas pela Revoluo Industrial.

Adam Smith afirma que no a quantidade de bens valiosos como prata e ouro que determina a riqueza de uma nao, mas o trabalho que da origem a prosperidade. Em conseqncia desse pensamento, qualquer mudana que permita melhores resultados das foras produtivas torna a nao mais rica. A principal delas - alm da mecanizao - a diviso social do trabalho, um pilar para idia de rendimentos crescentes.

A escola tambm aborda as causas das crises econmicas, as implicaes do crescimento populacional e a acumulao de capital. Acreditam, entre outras coisas, no pleno emprego; nos axiomas da ergodicidade (que os eventos quando repetidos podem ser previstos matematicamente); flexibilidade de preos e salrios; liberalismo econmico; equao quantitativa da moeda.

Os clssicos elaboram o conceito de racionalidade econmica, no qual o indivduo deve satisfazer suas necessidades sem se preocupar com o bem-estar coletivo. Essa busca egosta e competitiva, no entanto, estaria na origem de todo o bem pblico porque qualquer interveno nessas leis naturais do comportamento humano bloquearia o desenvolvimento das foras produtivas. Usando a metfora econmica de Smith, os homens, conduzidos por uma "mo invisvel", acabam promovendo um fim que no era intencional. Entre os diversos autores pertencentes Escola Clssica se destacam o francs Jean-Baptiste Say (1767-1832) e os ingleses Thomas Malthus (1766-1834) e David Ricardo (1772-1823).

6.1.2 Escola KeynesianaA escola de pensamento econmico keynesiana tem suas origens no livro escrito por John M. Keynes chamado "Teoria Geral do Emprego, Juros e Moeda" . Rpidamente muitos economistas se "converteram" nova escola o que foi chamado de revoluo keynesiana.A escola keynesiana se fundamenta no princpio de que o ciclo econmico no auto-regulador como pensavam os neoclssicos, uma vez que determinado pelo "esprito animal" dos empresrios. por esse motivo, e pela ineficincia do sistema capitalista em empregar todos que querem trabalhar que Keynes defende a interveno do Estado na economia.Rejeitando a ortodoxia e sua viso em relao ao desemprego, Keynes se contrape Lei de Say atravs do princpio da demanda efetiva, uma vez que para ele a ideia que toda oferta gera sua prpria demanda no se aplicava para as novas sociedades industriais. Ao separar a demanda agregada em investimento (I) e consumo (C) torna-se possvel demonstrar que a oferta inicial pode ser diferente da demanda final, ou seja, ao contrrio dos clssicos, a demanda, ou melhor, as expectativas da demanda, que determinam a oferta.Sabe-se que o consumo tende a crescer com uma elevao da renda e que o crescimento menos proporcional daquele permite a poupana de uma maior parcela da renda. Nos moldes primitivos essa poupana seria o prprio investimento, o que significa que a oferta, nesse caso gera sua prpria demanda. Mas o contexto em uma economia monetria, a poupana se transforma, ex-ante, em ativos financeiros que podem ou no ser transformados em investimentos: o ponto de equilbrio no decorre mais da poupana, mas do investimento realizado.Keynes se destaca por repudiar a teoria clssica do Laissez-Faire ou de que os negcios econmicos da sociedade acabam sempre por cuidar de si prprios, desde que nem o estado nem qualquer outra corporao armada de autoridade procure interferir como determinante das aes individuais, como pensava Adam Smith: "Os indivduos agindo sozinhos tendem a ser melhores". Outros advogam que a contribuio do estado justamente para manter a liberdade na atividade econmica.No sculo XX a ateno foi direcionada para os problemas ligados a garantia de uma eqitativa distribuio da renda, mediante sistemas de taxas e de benefcios, o que aumentaria a interveno estatal na indstria e comrcio.Outros da tradio do Laissez-Faire enalteciam as vantagens de uma economia de mercado dentro de uma estrutura legal e institucional destinada a manter a propriedade privada; a iniciativa econmica; a livre escolha de bens e servios e de emprego e investimento.A principal diferena entre a teoria Keynesiana e a do Laissez-Faire era no que diz respeito a interferncia e importncia do Estado na economia.No perodo da grande depresso, Keynes desenvolveu, a partir de suas prprias opinies, a Teoria Geral da Economia; da sua boa reputao, pelo fato de divergir da teoria do economistas da escola clssica .Neste perodo a teoria econmica de esquerda no possua nenhum tipo de poltica prpria, criticavam o capitalismo e apoiavam a nacionalizao dos meios de produo. Tinham crtica mas no tinham planos. A partir da, Keynes ganha muita importncia por ter, com sua obra, uma poltica econmica definida e por dar aos democratas, justificativa para seu papel no governo. Com isso tinha-se uma mudana na posio do Estado: de vtima passiva dos ciclos econmicos ele passa a ser um meio pelo qual a sociedade podia regular as crises a fim de manter o pleno emprego.Outro ponto importante na teoria Keynesiana era quanto a medidas a serem tomadas nos momentos de depresso da economia. Ao contrrio dos clssicos, ele defendia polticas anticclicas, permitindo dfcitis para financiar obras pblicas produtivas (maior nmero de pessoal possvel) durante as depresses e salvando as dvidas nos perodos de expanso.7. O ESTADO

O Estado liberal e o Estado intervencionista

O estado a forma que a organizao do poder poltico assume na maior parte das sociedades. A sua funo principal consiste em manter a ordem social dentro dos limites da lei fundamental ( a constituio ). No entanto, o Estado nem sempre se limita a garantir a segurana poltica dos cidados. Com efeito, ele pode intervir nos diferentes domnio da vida social, por forma a garantir, tambm, a segurana econmica e social da comunidade.

Mas a promoo do bem-estar econmico e social dos indivduos exige que o estado preste servios `a comunidade (por exemplo, satisfazendo algumas necessidades colectivas da populao, tais como a educao, sade etc.). Ora, a realizao dessa actividade produtiva obriga o estado a realizar despesas e, consequentemente, a obter receitas.

Assim, neste caso, o Estado esta actuar como qualquer outro agente econmico e integra-se no sector institucional que se costuma designar por Administrao pblica. Contudo, o conceito de estado e sua capacidade de interveno nos diferentes domnios da vida social, em especial no mbito da actividade econmica, tem-se transformado `a medida que a sociedade e as correntes do pensamento vo evoluindo. Vejamos, ento, como se tem processado essas mudanas.

Nas sociedades contemporneas, a interveno do Estado no domnio econmico pode assumir diversas formas, tais como o controlo da inflao, o lanamento de impostos, os investimentos pblicos, etc.No entanto, no decurso do sculo XIX, a actividade econmica desenrolava-se sem que o estado, praticamente, interviesse no seu funcionamento.A constatao desta evoluo permite-nos, ento, destacar os seguintes conceitos de estado:

liberal; intervencionista

7.1 Estado liberal

No sculo XIX, a organizao poltica e econmica da sociedade estava marcada, em especial, pelos seguintes aspectos:

por um lado o desenvolvimento industrial tinha permitido o florescimento da actividade econmica e o reforo do poder dos empresrios; por outro, a Revoluo Francesa (1789) tinha instaurado, a nvel poltico, osregimes democrticos que garantiam as liberdades do individuais e a participao dos cidados no poder poltico ( atravs de eleies ).

Este contexto de expanso econmica e de difuso dos ideais liberais reflectiu-se nas teorias elaboradas pelos economistas dessa poca que, geralmente, so designados por economistas clssicas. Com efeito, as teorias econmicas desse perodo partiam do pressuposto que a nova ordem econmica deveria assentar no principio da liberdade.

Assim, para estes economistas (Adam Smith, David Ricardo, Jean-Baptiste say), o indivduo era soberano e livre, por isso, deveria ter liberdade de iniciativa, isto , deveria poder utilizar e aplicar livremente os seus meios de produo na actividade econmica. Por outro lado, as empresas tambm deveriam ter liberdade de concorrncia; alis , como vimos anteriormente, a livre concorrncia entre as empresas (muitas e pequenas) foi uma caracterstica marcante dessa poca.

Mas, existindo liberdade de concorrncia, como que seria a segurado o equilbrio da actividade econmica? A resposta encontrava-se no mercado. De facto, os mecanismos do mercado (lei da oferta e da procura) eram auto - reguladores, isto , determinavam o que produzir e em que quantidades, as remuneraes dos factores produtivos, etc.

Assim, a interveno do Estado na esfera econmica era considerada intil, ou mesmo prejudicial, para o seu funcionamento. A sua actuao dever-se ia limitar, ento, a promover o consenso a nvel da sociedade, por forma a garantir o desenvolvimento harmonioso da economia. Alm disso poderia, tambm, regulamentar juridicamente a actividade econmica no sentido de fazer respeitar a livre concorrncia, garantir a estabilidade monetria e oramental, etc. Esta concepo de Estado costuma designar-se por Estado liberal.

No entanto, isto no significa que o Estado se limitasse sempre a ter um papel passivo face a actividade econmica. Com efeito, o seu papel ultrapassou, muitas vezes em quase todos os pases, essa mera regulao da economia.Assim, e de acordo com a concepo liberal de Estado, este deveria, nomeadamente: defender a ordem social e garantir as liberdades individuais (segurana interna); representar os interesses da comunidade face ao exterior e assegurar o respeito pela integridade do territrio (segurana externa); regulamentar juridicamente a organizao da actividade econmico por forma a permitir a livre concorrncia e apenas quando estritamente necessrio (desenvolvimento harmonioso da economia).

7.2 Estado intervencionista

No inicio do sculo XX, as alteraes que se verificaram ao nvel da actividade econmica ( concentrao de empresas, reforos do papel de sindicatos, etc.), a 1 Guerra mundial (1914-1918) e, posteriormente, a Grande Depresso de 1929/30, obrigaram o Estado a intervir directamente na economia.

De facto, nos pases afectados pela Guerra, o Estado desempenhou um papel importante na reconstruo econmica. Tambm grande crise econmica(1929/30 ) s pode ser ultrapassado recorrendo a um conjunto de medida que obrigaram `a interveno directa do Estado na actividade econmica.

Esta alterao do papel do Estado "e perspectivada teoricamente pelo economista ingls John Maynard Keynes. Com efeito, o seu livro teoria Geral do Emprego, do juro e da moeda, defende que o Estado no dever continuara a ter um papel mnimo no desenrolar da actividade econmica, pelo contrario ele dever, intervir em reas especficas da economia, tais como o investimento, o emprego, o consumo, etc. Esta concepo do Estado costuma, geralmente, designar-se por Estado intervencionista.

Desta forma, o Estado deixou de assegurar apenas a segurana interna e externa da comunidade no plano poltico. De facto, ao procurar compatibilizar o pleno emprego com o crescimento econmico e com a justia social, o Estado pretende tambm garantir a segurana econmica e social dos cidados. Por este motivo, esta concepo do Estado tambm se costuma designa por Estado Providncia. A partir da 2 Guerra Mundial (1939-54), a interveno do Estado na economia foi reforada, com maior ou menor intensidade, em quase todos os pases de economia de mercado. Alis, essa maior interveno concretizou-se pela utilizao de um conjunto de instrumentos especficos, dos quais destacaremos os seguintes:

estabelecimento de polticas econmicas com o objectivo de controlar, por exemplo, os preos, as taxas de juro, o emprego, etc; produo de bens e servios no comercializveis (defesa, justia, educao etc.) ou comercializveis, por exemplo, atravs de empresas pblicas (telecomunicaes, transportes etc,); incerteza dos investimentos e a definir os sectores prioritrios para o desenvolvimento econmica; etc

Mas o Estado, duma maneira geral, tem procurado sempre encorajar a iniciativa privada, fornecendo-lhe infra-estruturas de que necessita a baixos preos, concedendo-lhe subsdios ou incentivos fiscais, etc.; e mesmo quando intervm na produo, f-lo prioritariamente em sectores no rentveis para a iniciativa privada ( por exemplo, nos transportes pblicos urbanos).No entanto, a partir da dcada de 70, o Estado providncia entrou em crise. Vejamos, ento, quais foram as causas dessa crise.

Depois da 2 Guerra, a economia mundial registou uma expanso generalizada que terminou bruscamente com o choque petrolfero de 1973. A partir desta poca comearam a verificar-se os sintomas de uma crise econmica (abrandamento do crescimento econmica e do comrcio internacional, aumentou o nmero de desempregados, estagnaflao , etc.) e de uma crise financeira (quedas nas bolsas, aumento das taxas de juro, etc.).

Assim, os instrumentos de interveno econmica utilizados pelo Estado revelaram-se ineficazes para resolver a crise e, ele prprio, entra tambm em crise. Essa crise tem assumido diversas formas, das quais destacaremos as seguintes: crise financeira: o abrandamento do crescimento econmico tem implicado o aumento do desemprego, que, por sua vez, tem provocado uma diminuio das receitas do Estado e um acrscimo das despesas de proteco social; crise de eficcia: os recursos pblicos so aplicados na prestao de servios a sociedade, mas algumas desigualdades que o Estado Providncia se tinha proposto fazer desaparecer, persistem; crise de legitimidade: Algumas correntes de opinio comeam a pr em causa a forma com tem sido levado a cabo pelo estado a redistribuio dos rendimentos.

7.3 Funes do Estado As funes do estado assume aspectos diferentes consoante o papel que este desempenha na actividade econmica, o Estado Providncia Intervm directamente na economia.Assim, dada esta diversidade de concepes do estado, ser muito difcil definir a natureza e as funes deste por forma a construir uma tipologia de classificao das suas funes que se aplique em qualquer momento e em qualquer tipo de sociedade.No entanto, h autores que, baseando-se na diviso tradicional dos poderes do estado, fazem corresponder a cada poder a respectiva funo, ou seja, a funo legislativa, a funo executiva e a funo judicial. Esta a diviso clssica das funes do estado.Analisemos, ento, as funes do estado nas sociedades contemporneas.

Como verificamos no captulo anterior, actualmente o Estado intervm em todos os domnios da vida da sociedade. Com efeito, para garantir a segurana poltica, econmica e social dos cidados tem de levar a cabo um conjunto de aces no domnio poltico, social, econmica, etc.

Poderemos, ento, agrupar as funes desempenhadas pelo estado, nomeadamente, em funes polticas, sociais e econmicas.

7.3.1 Funes polticas

O Estado, para garantir a segurana poltica dos cidados, tem de manter a ordem social. Para atingir este objectivo, o Estado dispe de um conjunto de instituies (policia, exercito, tribunais, etc.) que asseguram por meio da fora quer a manuteno da ordem a nvel interno, quer a integridade do prprio territrio. Mas a manuteno da ordem social inclui tambm a produo da legislao (da qual o Estado detm o monoplio) que permita atingir o consenso social. A obteno deste consenso poder exigir tambm que o Estado participe ao nvel das negociaes colectivas do trabalho, legitimando-as e promovendo, assim, a integrao dos parceiros socais. 7.3.2 Funes Socais

O Estado, para promover o bem-estar social da comunidade, dever: Proteger os indivduos dos riscos decorrentes da sua actividade (desemprego, doenas, acidentes, idade, etc.); Garantir uma maior Justia social atravs de uma distribuio mais equilibrada dos rendimentos; Satisfazer as necessidades colectivas; etc.

7.3.3 Funes Econmicas

Incluem-se nas funes econmicas, apenas aquelas que dizem respeito interveno directa do Estado na economia. Assim, a principal funo do Estado neste mbito consiste em estabilizar a actividade econmica por forma a tentar evitar e corrigir desequilbrio que possam provocar uma crise econmica, isto , assegurar o crescimento, o pleno emprego, a estabilidade dos preos e o equilbrio das relaes comerciais com exterior.

Para realizar com eficcia esta f