anuário de bolsistas 2014

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Page 1: Anuário de Bolsistas 2014
Page 2: Anuário de Bolsistas 2014

Nossos maNteNedores

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Page 3: Anuário de Bolsistas 2014

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Page 4: Anuário de Bolsistas 2014

Seja muito

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Page 5: Anuário de Bolsistas 2014

Seja muito

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Sempre ficamos muito felizes quando recebemos a nova

turma de jovens bolsistas da Fundação Estudar. Felizes

porque saímos inspirados, renovados, e certos de que

juntos podemos, sim, transformar o Brasil — que tem muito

mais solução do que problema por aí.

Estamos acostumados a ver pessoas recuando quando se

deparam com qualquer obstáculo, e esperando que alguém

possa fazer alguma coisa a respeito. Pois aqui você vai encontrar

exatamente o contrário.

Prepare-se para conhecer jovens que vão muito além do

brilhantismo intelectual. Jovens que têm uma vontade enorme

de fazer coisas relevantes para melhorar o Brasil. Jovens que

não se abatem facilmente com as inúmeras dificuldades que

encontram pelo caminho. Aqui você vai conhecer melhor um

pouco do nosso futuro.

Um pequeno grupo de jovens que representa a mudança

positiva que vem pela frente no nosso país. Gente que quer

deixar um legado. Gente que quer olhar para trás e ter orgulho

do que fez — orgulho do que faz! Gente que pensa no outro e

carrega a generosidade dentro do peito.

Através dessa comunidade, iniciamos uma corrente do bem na

qual, de um em um, ajudamos a melhorar o Brasil.

Seja bem-vindo à comunidade de talentos da Fundação Estudar!

Page 6: Anuário de Bolsistas 2014

Nossa

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Page 7: Anuário de Bolsistas 2014

Nossa

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D esde 1991, o Programa de Bolsas da Fundação Estudar é o

carro-chefe de todo nosso trabalho e representa o dna da

cultura que queremos disseminar no Brasil.

Selecionamos os jovens mais brilhantes do país oferecendo uma

bolsa de estudo para cursarem as melhores universidades do

mundo, voltarem para o Brasil e botarem pra fazer por aqui!

De um lado, o jovem selecionado tem a oportunidade de receber

uma bolsa de estudo e participar de uma comunidade de líderes

que vão ajudá-lo em seu desenvolvimento pessoal e profissional.

De outro, esperamos que esse jovem ofereça esse mesmo apoio

que hoje recebe para mais jovens. E, dessa maneira, a roda gira

e criamos o ciclo virtuoso de passar adiante a generosidade um

dia recebida.

Temos certeza que muitos deles serão grandes referências em

suas áreas de atuação, ajudando a gerar empregos, inovações e

políticas públicas que melhorem a vida de milhões de pessoas.

E o mais importante: que sirvam de exemplo para inspirar uma

nova geração de brasileiros a despertar o seu próprio potencial!

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Page 8: Anuário de Bolsistas 2014

distribuição de candidatos pelo brasil

AM483

MS315

MT284

RO197

AC55

TO111

PA564

AP42

RR25

BA1163

MA380

CE1312

PI212

MG2767

GO1072

SP5742

PR1003

RS1066

SC478

RN232

ES408

RJ2133

PB336

AL244SE

136

PE846

DF 570

Programade bolsas 2014A seleção do Programa

de Bolsas é um processo rigoroso

que exige dos candidatos auto-

-conhecimento, trajetória de

impacto, e sede de realização

e transformação do Brasil.

O Programa de Bolsas recebeu,

só em mais de mil

inscritos de todo o país, dos

quais jovens talentos foram

selecionados — de graduação

e de pós-graduação.

total de inscritos

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Page 9: Anuário de Bolsistas 2014

Distribuição De canDiDatos por gênero

Distribuição De canDiDatos por etapa e tipo de bolsa

Pós-graduação Graduação

entrevistas com ex-bolsistas

entrevistas individuais

dinâmicas

provas

inscritos

comitêde leitura

entrevistafinal

aprovados 8

entrevistas com ex-bolsistas

entrevistas individuais

dinâmicas

provas

inscritos

comitêde leitura

entrevistafinal

aprovados20

feminino masculino57% 43%

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Page 10: Anuário de Bolsistas 2014

“Invista sempre — e acima de tudo —

nas pessoas. […] O ingrediente número

um de seu molho secreto é uma

obsessão em conseguir as pessoas certas,

investir nelas, desafiá-las […] e vê-las

experimentar a alegria de realizar um

grande sonho.”

Jim Collins, relatando um de seus aprendizados

com a jornada de Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann

e Marcel Telles

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Page 11: Anuário de Bolsistas 2014

C ada um dos 28 novos bolsistas possui, em suas histórias,

exemplos claros de por que hoje são parte dessa

comunidade de transformadores.

De jovens que já estão a frente de seu próprio negócio, até

aqueles que sonham em revolucionar a saúde ou mesmo

empreender dentro do governo, enxergamos, nesse seleto

grupo, os futuros líderes do amanhã, a nova cara de quem está

melhorando o Brasil.

Depois de 7 etapas intensas de seleção, queremos dar as boas-

-vindas a esses jovens talentos!

Aproveite as próximas páginas para conhecer um pouco mais

sobre a trajetória de vida desses jovens que nos fascinaram ao

longo desses últimos meses.

Boa leitura e boa inspiração!

áreas de interesse

Nova turmade bolsistas2014

Terceiro setor e projetos sociais

Ciênciae tecnologia

Educação

Empreendedorismo

Mercado financeiro

Gestãoempresarial

Liderançafeminina

Direito

Governo egestão pública

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Cada um dos 28 novos bolsistas possui, em suas histórias,

exemplos claros de por que hoje são parte dessa

comunidade de transformadores.

De jovens que já estão a frente de seu próprio negócio, até

aqueles que sonham em revolucionar a saúde ou mesmo

empreender dentro do governo, enxergamos, nesse seleto

grupo, os futuros líderes do amanhã, a nova cara de quem está

melhorando o Brasil.

Depois de 7 etapas intensas de seleção, queremos dar as boas-

vindas a esses jovens talentos!

Aproveite as próximas páginas para conhecer um pouco mais

sobre a trajetória de vida desses jovens que nos fascinaram ao

longo desse processo seletivo.

Boa leitura e boa inspiração!

Page 12: Anuário de Bolsistas 2014

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Page 13: Anuário de Bolsistas 2014

C om uma prateleira lotada de prêmios e

medalhas, experiências internacionais de

peso e trabalho voluntário no currículo,

Alexandre Perozim tem tudo para deixar um

importante legado para a Matemática no Brasil.

Desde cedo o jovem se destacou na área de

exatas, tendo ganhado medalha de prata e bronze

na Olimpíada Brasileira de Matemática, ouro

e prata na Olimpíada Paulista de Matemática,

menção honrosa na Olimpíada de Matemática do

Pacífico Asiático, ouro e prata na Olimpíada de

Matemática de Rio Preto e bronze na Olimpíada

Rioplatense de Matemática. Também ganhou

medalha de ouro no Concurso Canguru sem

Fronteiras por quatro anos consecutivos e

medalha de ouro na Olimpíada Brasileira

de Astronomia por três anos consecutivos.

Recentemente, suas principais conquistas foram a

medalha de bronze na Olimpíada de Matemática

do Pacífico Asiático e bronze na Olimpíada

Internacional de Matemática.

Alexandre ainda foi finalista do prêmio Viagem do

Conhecimento, da National Geographic, e recebeu

bolsa de estudos por mérito acadêmico no Colégio

Carlos Chagas Filho em 2011/2012. Natural de

São José do Rio Preto [sp], durante o Ensino Médio

convenceu seus pais a ser transferido para o

colégio Etapa, em São Paulo, por acreditar que

teria mais oportunidades de crescimento e uma

melhor preparação para as Olimpíadas.

Além de todas essas conquistas, Alexandre

realizou atividades como trabalho voluntário

no projeto voa!, curso de Combinatória i no

mestrado do impa, preparação especial para

competições internacionais em 2013 e um curso

de Teoria dos Números na Stanford University,

sendo recomendado pelo professor como o

melhor aluno do curso. Cada um desses exemplos

demonstra que algo muito maior está por vir.

Foi aprovado no vestibular do ime e da usp e

também nas universidades Caltech, Columbia,

Cornell, Princeton, Stanford, Yale. Dentre estas

opções, decidiu cursar um diploma duplo em

Matemática e Economia em Princeton. Seu

sonho é se tornar um professor universitário e

pesquisador capaz de inspirar e qualificar seus

alunos para fazer a diferença, além de trazer uma

contribuição consistente para a Matemática.

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Page 14: Anuário de Bolsistas 2014

A llison Hirata tem um histórico de

desempenho excelente, no Ensino Médio

e na graduação, espírito empreendedor e

uma vontade enorme de transformar a educação,

inspirando as futuras gerações.

Fez o Ensino Fundamental e Médio através de

bolsa no Colégio Bandeirantes, em São Paulo.

Com uma motivação extraordinária, durante

o Ensino Médio, teve o melhor desempenho do

colégio, além de ter ganhado medalhas de bronze

e prata na Olimpíada Brasileira de Física. Passou

em primeiro lugar no vestibular da fuvest em

2005 e cursou Engenharia Mecânica na usp, com

a melhor média de conclusão em 2010.

Ainda na faculdade, passou dois anos na École

Centrale de Lille, através de bolsa de excelência

acadêmica. Também durante a graduação,

criou o B8 Projetos Educacionais, uma ong

que identifica, orienta e incentiva talentos do

Ensino Fundamental e Médio a conquistar a

excelência através de Olimpíadas Científicas

nacionais e internacionais, tendo levado mais de

50 estudantes para o exterior com o objetivo de

competir em diferentes premiações.

Foi estagiário da ge, onde recebeu um prêmio

internacional da empresa por seu desempenho

na implantação de um sistema global de crm

para Vendas e Marketing. Também trabalhou

na Booz&Company como senior consultant, e,

como empreendedor, ajudou a desenvolver uma

plataforma online de aulas particulares. Em

setembro de 2014, inicia um Joint-Degree em mba

e Master of Education na Stanford University.

“Meu sonho é fazer com que todos os brasileiros

tenham não apenas as condições como também

a motivação para perseguir uma educação de

qualidade. O desenvolvimento de olimpíadas

científicas no Brasil é apenas uma das tentativas

de alcançar esse objetivo”, diz o jovem.

Para chegar a esse objetivo, Allison diz que precisa

entender a fundo o setor público de educação

para saber o que pode ser feito concretamente

em termos de gestão, legislação, otimização de

processos e parcerias com o setor privado. Como

legado pretende ter feito parte da formação de

uma geração futura de líderes brasileiros.

Page 15: Anuário de Bolsistas 2014

B ernardo Penteado consegue ser

bem-sucedido em diversas atividades.

Velejador, poliglota e pianista, vai estudar

Engenharia nos eua e voltar ao Brasil para investir

em energias sustentáveis.

Com rendimento acadêmico excelente, participou

de olimpíadas de Matemática, Química e Física e

ganhou honras acadêmicas em várias escolas por

onde passou. Foi aprovado na puc -Rio com bolsa

por mérito e participou de atividades de pesquisa

em energia renovável. Mas decidiu estudar fora e

escolheu a University of Pennsylvania para cursar

sua graduação em Engenharia.

Bernardo também tem sucesso como atleta

profissional, tendo ganhado várias competições

como velejador: medalha de ouro no Campeonato

Estadual e no Campeonato Brasileiro de Optimist

Júnior, prata na Copa da Juventude e bronze nos

campeonatos Sul -americano e Brasileiro de vela.

Seu faro social o levou a perceber que havia

muitos jovens velejadores sem recursos e uma

minoria com boas condições financeiras, porém

que precisava de companhia para praticar o

esporte, então criou o projeto “Sailing Forward”,

que une os dois grupos.

Bernardo vê uma grande semelhança entre o

esporte e a engenharia. “Velejar é um esporte

físico e mental, você tem que controlar o formato

da vela para ter um melhor desempenho, tem que

entender de regulagem e saber conduzir unindo

aerodinâmica e hidrodinâmica”, diz.

Pianista, possui repertório que inclui obras de

Poulenc, Debussy, Chopin e Bach, apresentando-

-as em recitais anuais. Atualmente, se prepara

para tirar certificado de piano pela Royal School

of Music, em Londres.

Na engenharia, seu interesse específico é no

ramo de energia sustentável. “O gasto energético

é a melhor medida de desigualdade econômica”,

sugere. “As energias renováveis são mais

distribuídas. Se você deixar as pessoas mais

autônomas com energia, muita gente teria acesso

e poderiam produzir a sua”. Dentro de energias

renováveis, seu foco é na solar, tendo feito um

curso na puc para aprender a construir um

painel solar.

Page 16: Anuário de Bolsistas 2014

N ascido em São Bernardo do Campo

[sp], berço da indústria automotiva do

Brasil, e neto de dois ex-funcionários da

Volkswagen, Caio Dimov é um apaixonado por

carros que pretende ajudar a transformar o setor

em um ramo mais sustentável e eficiente através

do empreendedorismo.

Durante o Ensino Médio, Caio foi bolsista

no Colégio Singular e finalista em algumas

olimpíadas acadêmicas, além de ter recebido

o prêmio de melhor aluno do ano duas vezes.

Cursou Engenharia Mecânica na usp e fez um

curso de extensão em design automotivo pela

Faculdade de Belas Artes. Quando estudante,

tornou-se membro da sae Brasil e da aea

(Associação de Engenharia Automotiva).

Com 27 anos, já ganhou uma série de prêmios

na área automotiva: o Student Leadership Award

da General Motors pace Office e o Student Travel

Bursary Award da fisita (Federação Internacional

dos Engenheiros Automotivos), além de ser

campeão da categoria estudantil do Congresso

sae 2006 (Sociedade de Engenharia Automotiva).

Caio começou sua carreira na área de gestão

de projetos da Promon, depois mudou-se para

Detroit, trabalhando na área de produtos da

Continental ag. Atuou de 2009 a 2014 na Roland

Berger Strategy Consultants, em projetos nos

setores de Energia e Indústria Automotiva,

focando em estratégia de vendas, distribuição e

entrada de mercado.

O grande sonho de Caio é empreender dentro

da indústria brasileira de automóveis, buscando

revolucionar a mobilidade urbana do país através

de novos conceitos de energia limpa.

Acredita no potencial brasileiro de possuir uma

matriz energética mais limpa e sustentável, com

carros elétricos movidos a energia limpa. “Temos

que melhorar a sustentabilidade dos carros no

Brasil, diminuir o trânsito e proteger o meio

ambiente. Veja o exemplo da Tesla, por que não

podemos fazer algo similar no Brasil?”, questiona.

O jovem que cresceu imerso nessa indústria,

agora, com todo o conhecimento que adquiriu e o

que ainda aprenderá durante o mmm, quer deixar

a sua marca no setor.

Page 17: Anuário de Bolsistas 2014

depoimeNto de

Lycia

Bolsista de 1998

N ão há nada mais importante para a continuidade da Estudar que

a seleção da nova geração de bolsistas que carregará a tocha para

representar e expandir seu impacto em anos futuros. Já houve grande

evolução nos mais de 20 anos da Fundação Estudar, desde o processo de

seleção mais rigoroso e abrangente ao número de candidatos que cresceu

exponencialmente. Mas o que me impressionou no processo de 2014 foi

o calibre dos bolsistas selecionados, que demonstraram um potencial de

realização indiscutível, certamente conquistas que difi cilmente se encontraria

10 anos atrás em jovens da mesma faixa etária.

É bom também ver a diversifi cação de interesses da nova geração, que

demonstra mais interesse em desenvolvimento tecnológico e administração

pública. Infraestrutura e educação inadequados são apenas dois dos assuntos

que impedem o desenvolvimento no Brasil. Em sua maioria, são temas

que estão na esfera governamental, que tem carência de cérebros e braços

capacitados para atingir resultados mais efi cazes. Já o setor tecnológico é

responsável por um dos maiores índices de criação de emprego nos Estados

Unidos. O Brasil ainda precisa aprender a criar Microsoft’s e Google’s. Precisa

também entrar na corrida de pesquisa científi ca, ainda perdemos de lavada

em número de patentes. Por isso, foi gratifi cante ver candidatos com interesse

voltados para atuação nessas áreas, alguns com startups de tecnologia, outros

com interesse em pesquisa científi ca, outros trabalhando em entidades

governamentais com sucesso.

Sempre achei que ser bolsista é mais do que construir algo para si próprio.

Representa juntar-se a um grupo que tem capacidade de impactar o futuro do

Brasil e acelerar o seu desenvolvimento. Ajudar a Estudar a selecionar quem

carregará essa bandeira no futuro, a nova safra de bolsistas que fará coisas

melhores e maiores é de extrema importância, por isso recomendo que mais

ex-bolsistas participem. É importante, e de quebra, também divertido e uma

grande oportunidade de interagir com outros ex-bolsistas.

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Page 18: Anuário de Bolsistas 2014

E duardo Vasconcellos é um engenheiro

formado pela usp com grande vontade de

inovar e transformar o Brasil.

Eduardo passou por dificuldades financeiras e

ajudou a família a se manter desde pequeno. Tem

sua mãe como exemplo, pois quando as finanças

da família iam mal, ela se tornou empreendedora

e reverteu a situação. “Exemplos são os maiores

poderes de influência para o Brasil”, diz.

Durante a graduação em Engenharia Mecânica

na usp, foi finalista e recebeu medalha de

bronze na competição estudantil de robótica,

menção honrosa do Desafio Santander de

Empreendedorismo em 2007 e novamente em 2008.

Eduardo tem a habilidade de agregar pessoas em

prol de um mesmo objetivo. Prova disso é que

ele fundou o Fundo Amigos da Poli, o primeiro

endowment de uma universidade no país. No

fundo patrimonial criado, egressos da Poli ajudam

financeiramente projetos de estudantes.

O Amigos da Poli foi o primeiro legado que

Eduardo deixou no Brasil, pois influenciou

universidades de várias partes do país. Hoje, há

outros dez endowments do mesmo tipo no país e

já existe no Congresso um projeto de lei para dar

incentivos financeiros aos fundos.

Depois de formado, entrou para o programa

de trainee do Itaú -Unibanco. Lidou com

investimentos internacionais, por um tempo,

na M Square e, até junho de 2014, trabalhou na

pragma. Lá conseguiu desenvolver mais o seu

lado empreendedor, focando principalmente em

private equity e impact investing.

Em 2014, o plano de Eduardo é se especializar

em empreendedorismo e investimentos fazendo

um mba na Stanford University. “Quero trabalhar

na intersecção entre empreendedorismo,

investimento e tecnologia”, afirma.

Seu sonho é ser capaz de criar uma grande

empresa que gere lucro e se preocupe com o

impacto social. “Quero criar uma empresa que

gere capital social, ambiental e financeiro e que

consiga desenvolver sua atividade enquanto

melhora a sociedade em que está inserida”, diz.

Page 19: Anuário de Bolsistas 2014

F abio Arai é um colecionador de medalhas

apaixonado por física e astronomia. Com

apenas 18 anos, já teve várias experiências

internacionais trabalhando com robótica e física,

e pretende se envolver na nasa durante sua

graduação em Engenharia ou Física na Caltech.

Durante seus estudos, Fabio conquistou mais

de 30 medalhas em olimpíadas científicas, em

especial na de Física, sua maior paixão. Também

obteve grande destaque nas Olimpíadas de

Astronomia, o que lhe despertou vontade de um

dia trabalhar na nasa.

Com apenas 14 anos, foi escolhido para o

acampamento Idea Math Summer Program,

pelo colégio Etapa. Também idTech Camps, id

Programming Academy no mit, onde chamou

atenção indo um passo além do que o exigido.

O desafio era criar um robô que andasse em linha

reta, e Fabio surpreendeu, construindo também

um braço que permitisse carregar objetos como

uma espécie de guindaste. Mais tarde, voltou aos

eua para passar um mês trabalhando em um

laboratório de física em ótica e nanotecnologia

em um projeto na Texas Tech University.

Após concluir o Ensino Médio, deu tutoriais de

física e astronomia no seu antigo colégio. Para

superar a timidez, bastou-lhe um show de

sua banda de garagem, na qual era vocalista e

guitarrista. Foi aprovado em várias universidades

no exterior, como por exemplo Caltech, Princeton,

Berkeley, Columbia e Duke.

Escolheu a Caltech pela forte ligação à nasa, com

seu Laboratório de Propulsão a Jato, responsável

pelas missões não tripuladas da organização.

“Quero trabalhar na nasa, nos projetos espaciais,

e trazer esse conhecimento ao Brasil, que, como

uma das nações emergentes, tem bastante

potencial, mas precisa avançar muito”, diz.

Fabio quer mostrar a outros jovens que é possível

realizar sonhos aparentemente impossíveis, a

partir de dedicação e foco. “Ciência e tecnologia

são as coisas que mais movem o mundo, então

quero mostrar que o caminho da ciência também

pode trazer desenvolvimento”, afirma.

Page 20: Anuário de Bolsistas 2014

F elipe tem vontade de transformar o Brasil

através do saneamento e da construção.

Durante sua infância morou em casa de

telha de amianto na Baixada, no Rio de Janeiro. O

pai e o avô trabalhavam na feira e vendiam picolé

no trem, mas seu pai resolveu mudar seu destino

e entrou no Exército, o que levou a família a Tefé,

no Amazonas.

Por mais humilde que fosse sua casa no Rio de

Janeiro, Felipe ficou chocado com a pobreza no

interior da Amazônia. Quando conheceu a casa

da empregada doméstica que trabalhava para a

família, Dona Maria, ficou assustado com as casas

de palafitas. “Quando fazia calor na baixada, a

casa de amianto era um forno. Mas era muito

melhor do que as casas das pessoas de Tefé, que

eram palafitas”, diz.

Passou dois anos em Tefé estudando à distância

no Colégio Militar, dependendo exclusivamente

de seu comprometimento e autodisciplina. Voltou

ao Rio de Janeiro para continuar os estudos no

Colégio Militar, sendo o melhor aluno da turma e

recebendo uma série de honrarias, como legião de

honra, oficial aluno e comandante da infantaria.

Chegou a ser aprovado em Medicina na

Universidade Federal do Rio de Janeiro, mas

viu que não era o que queria, então foi estudar

Engenharia de Fortificação e Construção no

Instituto Militar de Engenharia. Lá, envolveu-se

na entidade Integração ime, um projeto que

aproxima os alunos ao mercado de trabalho, e

na agremiação de alunos da faculdade. Movido

pelo seu lado social, Felipe também atuou como

voluntário da ong Teto e foi embaixador do

movimento Choice, disseminando o conceito de

negócios de impacto social na sua universidade.

Na ong Teto, foi voluntário no setor de recursos,

atuando com diferentes projetos, desde captação

de doações na rua (“levando muito vidro fechado

na cara”, como diz), até parceria com empresas e

crowdfunding para construção de casas. “Eu tenho

um sonho de criar um negócio social focado

em construção para classe c e d na parte de

saneamento”, afirma. Em 2014, planeja fazer um

intercâmbio de seis meses na França, no qual

trabalhará em um laboratório de saneamento na

École des Ponts. Os aprendizados do intercâmbio

aliados à sua graduação em Engenharia serão o

alicerce para a construção do seu sonho.

Page 21: Anuário de Bolsistas 2014

G iuliana Reis sonha grande, mas acima

de tudo, executa à altura. Sonha em ser

ceo de uma grande empresa de varejo e

acredita que seu mba na University of Chicago vai

ajudá -la a se tornar uma empreendedora em série.

Formada em Administração pelo Insper, foi

destaque no Quadro de Honra — 10% dos alunos

com melhor rendimento — durante todo o curso.

Também é ceo da Tripda, uma plataforma online

para pedir ou oferecer carona, startup parte da

incubadora Rocket Internet.

Seus pais têm origens humildes e decidiram

vender todos os bens para estudar inglês em

Harvard em 1994, a fim de conseguir melhores

oportunidades profissionais. Giuliana tinha quatro

anos e custou a entender oportunidades de

adquirir conhecimento precisam ser valorizadas.

“O impacto do estudo na vida dos meus pais ficou

muito claro, podia faltar comida no prato, mas

não faltava um caderno. E meu pai sempre me

disse: nunca esqueça suas origens”, diz.

Giuliana tem experiência em bancos de

investimento — trabalhou por um ano no Banco

Fator como estagiária e, depois, analista júnior e

por um ano e meio no br Partners, onde obteve

uma promoção após os quatro meses iniciais,

passando de analista júnior para plena.

Passou por um problema sério de saúde no final

de 2012, por conta de um coágulo no pulmão.

Apesar do diagnóstico dos médicos que previam

apenas 5% de chance de sobreviver, ela conseguiu

se recuperar. Desde então, focou seus esforços

no trabalho voluntário na United Way Brazil, no

qual auxiliou 90 jovens com idades entre 15 e 18

anos no estilo “menor aprendiz”, ensinando-os

a se portar em situação profissional, e, mais

recentemente, abriu a empresa Tripda.

Giuliana acredita na máxima “não faça a escolha

correta, faça da sua escolha a correta”, assim

diz que consegue aproveitar verdadeiramente

as oportunidades e enxergar as barreiras como

oportunidade de crescimento. “Ideias são muito

baratas. Execução é tudo que importa”, diz. Sua

inspiração é o criador da Virgin, Richard Branson,

um empreendedor em série como ela deseja ser.

Page 22: Anuário de Bolsistas 2014

J ovem empreendedor, Henrique é um dos

fundadores do Pagar.me, junto a Pedro

Franceschi, outro bolsista da Fundação

Estudar. Os dois estão esperando a empresa se

solidificar para iniciar sua graduação em Ciência

da Computação na Stanford University. “Quero

aprender tudo que eu posso do Vale do Silício para

trazer ao Brasil”, diz.

Durante boa parte do Ensino Fundamental e

Médio, Henrique mudou de cidades com sua

família, chegando a estudar em 11 escolas

diferentes. Ainda no Ensino Fundamental, fez

dois intercâmbios para aprender outras línguas,

um no Canadá e outro na Alemanha. Em Berlim,

trabalhou na startup Views, onde montou o

aplicativo iOS da empresa.

Mas foi nos eua onde Henrique mais se destacou

na tecnologia: foi ganhador do Hackathon

Hackday.co, prêmio americano de R$ 100.000,

com o aplicativo de relacionamentos AskMeOut,

uma espécie de “avô do Tinder”. Durante esse

experimento, percebeu uma oportunidade no

mercado de pagamentos pela Internet, a primeira

faísca da criação do Pagar.me. Também fundou

o Estudar nos eua, que conta com mais de 6.000

usuários e recebeu uma doação de R$ 30.000 da

Fundação Lemann.

Com o conhecimento que adquiriu, foi palestrante

no avcc, convidado da maior feira de venture

capital das Américas. Ainda no Ensino Médio, foi

diretor da ong Escola Aberta Alpha, com uma

iniciativa inovadora. Tendo sempre estudado em

escolas particulares, Henrique se matriculou em

uma escola pública como um “agente infiltrado”

para motivar alunos e promover projetos

como aulas de programação, preparação e

conscientização para universidades no exterior e

aulas para olimpíadas.

Seu sonho é criar a primeira multinacional

brasileira de tecnologia cujos produtos serão

usados em todo o mundo. “Independentemente

das dificuldades que existem no país, quero deixar

de legado que isso tudo é possível de ultrapassar

e por causa disso temos mais oportunidade ao

nosso favor”.

Page 23: Anuário de Bolsistas 2014

A partir de suas conquistas e medalhas,

Henrique Vaz inspirou-se para criar

o projeto voa! (Vontade Olímpica de

Aprender), cujo propósito é treinar estudantes a

fim de participarem de Olimpíadas.

Estudou no colégio Etapa como bolsista e já

ganhou mais de 30 medalhas em diferentes

competições, principalmente na área da

Matemática. “Minha visão de mundo mudou

consideravelmente depois das olimpíadas, a

Matemática fez a racionalidade virar um traço

do meu dna”, diz. Quis que outros estudantes

tivessem a vida alterada positivamente como

ele, então participou do osi (Olímpicos de Santa

Isabel, iniciativa de um bolsista da Fundação

Estudar) como voluntário convidado, o que lhe

deu a ideia de criar o voa!.

Seu envolvimento com trabalho voluntário vem

de cedo. Quando tinha 11 anos, começou a se

vestir de Papai Noel para atividades de caridade

no Rotary, do qual sua mãe fazia parte. Henrique

diz ver a mãe como um modelo de generosidade,

e espelha-se no diretor do Etapa, Edmilson Motta,

como um exemplo de racionalidade.

Como fundador do voa!, ganhou um Certificado

de Honra oferecido pelo Rotary Club International

como reconhecimento pelo seu grande impacto.

Durante o Ensino Médio, cursou matérias

de mestrado no impa, onde tirou nota “a” em

Combinatória. Hoje, dá aulas de matemática

e português no cursinho preparatório, mas

está tentando deixar o projeto ainda mais

independente de sua gerência para poder cursar

Economia e Ciências Políticas em Harvard.

Henrique deseja criar um projeto de educação

maior que o voa!, mas ainda não tem certeza que

projeto será esse. Seu maior sonho é ser ministro

da Educação, para gerar o máximo de impacto

possível na vida das pessoas. “Você precisa estar

ligado ao governo de alguma maneira para atingir

um número alto de pessoas que precisam de

ajuda”, afirma.

Apesar dos 18 anos, já teve experiências de

trabalho, não apenas como líder do voa!, mas

como convidado pelo líder da imo (International

Mathematical Olympiad) para participar de

Summer Program nos eua, onde apresentou a

proposta do voa! e a expandiu para outros alunos.

Page 24: Anuário de Bolsistas 2014

J aqueline foi capaz de mudar completamente

o curso da sua vida com muita força de

vontade, persistência e amor à aviação.

Seus pais eram humildes e sua mãe faleceu quando

tinha 16 anos, o que lhe exigiu auxiliar o pai a

cuidar da casa. Na infância, foi matriculada em

escola pública, onde se dedicava com fervor. “Fiz

as coisas darem certo na minha vida por esforço

próprio. Fui atrás porque acreditava que algum dia

aquilo poderia dar certo”, conta.

No Ensino Médio, enquanto trabalhava para

ajudar a sustentar a casa, decidiu que queria

estudar Engenharia Aeronáutica no ita, para qual

se preparou com afinco. Não passou de primeira,

então deixou a casa do pai para estudar para o

vestibular em São José dos Campos [sp]. Durante

esse tempo, dormia apenas seis horas por noite,

estudava 10 horas por dia e ainda frequentava o

cursinho Poliedro. Levou 4 anos difíceis para ser

aprovada e começar os estudos na universidade

dos seus sonhos.

Após essa primeira conquista, não contentou-se

em parar por aí. Além dos estudos, resolveu

dedicar-se à empresa júnior, na qual gerenciou

e fechou um projeto no seu primeiro mês,

destacando -se logo na sua entrada.

Ao longo desse projeto, percebeu uma abertura

para otimização da manutenção de aeronaves, e

pensa em investir nessa área no futuro. Nos finais

de semana, ainda usa seu tempo livre para fazer

três cursos de idiomas. Alguns de seus objetivos

futuros são: cursar parte da graduação na França,

ser presidente da empresa júnior na qual trabalha

e, posteriormente, abrir sua própria empresa.

Determinação é a palavra que define Jaqueline.

“Eu não me limitava a enxergar o mundo que eu

via”, diz. Seu sonho grande é criar uma empresa

movida pela meritocracia, mas com solidariedade,

e ajudar os alunos de escola pública com

dificuldade financeira para que eles não precisem

passar por todas as provações que passou.

Page 25: Anuário de Bolsistas 2014

Um dos meus momentos favoritos do ano é a época de entrevistas do

processo de seleção da Fundação Estudar. Para mim, um bolsista da

década de 90, além de ser uma viagem no tempo, é uma experiência

muito instigante. O nível de preparo e maturidade dos candidatos é

impressionante, acima dos da minha época. Encontrar pessoas tão jovens

que já realizaram tanto é inspirador. A gente sai das entrevistas energizado,

motivado para fazer mais e melhor. Quando encerramos uma rodada de

entrevistas agradecendo pela presença dos candidatos, costumamos dizer que

todos já são vencedores por terem chegado até aquela etapa e que terão um

futuro brilhante. Acredito realmente nisso.

Apesar de ser um processo que envolve muitos candidatos, damos muita

atenção a cada caso. Estudamos cada história de vida e conversamos

muito entre nós para emitir uma opinião. As discussões muitas vezes

são acaloradas. A Fundação Estudar tem nos apoiado cada vez mais com

informações sobre cada candidato, aprimorando a cada ano nossos processos

e experimentando novas ferramentas. A etapa final de entrevistas deste ano

teve momentos simplesmente eletrizantes.

Nesse processo, um dos grandes desafios para nós entrevistadores é driblar

o discurso ensaiado e conhecer melhor cada candidato. Hoje em dia, com o

fácil acesso à informação e o grau de preparo dos jovens, frequentemente

nos deparamos com respostas pasteurizadas, feitas “sob medida” para a

Fundação Estudar. Nesse ponto, afirmo com convicção que os candidatos

mais espontâneos e autênticos sempre têm a preferência dos entrevistadores.

Comecei dizendo que a experiência é muito instigante. Explico. Quando

passamos dias entrevistando jovens cheios de energia, testando sua

coerência, falando de projetos futuros e sonhos, somos levados a um exercício

de reflexão e autocrítica: e nós, bolsistas “das antigas”, estamos vivendo de

acordo com os valores e princípios da Fundação Estudar? Estamos sonhando

grande? Somos agentes multiplicadores de excelência? Estamos ajudando a

construir um país melhor? Já tomei decisões fundamentais na minha vida

com base nesse exercício de reflexão.

depoimeNto de

Elsen

Bolsista de 1996

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Page 26: Anuário de Bolsistas 2014

A inda criança, com 7 anos de idade, João

Alkmim decidiu que queria ser empresário.

Desde então, perseguiu seu sonho com

empenho e já criou uma série de empresas.

Seu espírito empreendedor tem dna. “Meu avô

perdeu o emprego e minha família passou

dificuldades, mas minha avó deu a volta por cima

criando uma empresa de roupa, e ela sustentou

toda a família sozinha”.

Aos 15 anos, trocou uma viagem à Disney pelo

dinheiro e o investiu em uma plantação de 120

árvores mogno, que só poderá colher quando tiver

33 anos. Ainda antes dos 18, vendeu equipamentos

para praticar taekwondo, criou uma agência de

turismo para jovens e uma franqueadora para

lavagem a seco de carros.

João também criou uma rede de empreendedores

e fundou uma empresa de serviços online para

médicos chamada Vita, além do ECCOlógica, uma

startup de educação que visa facilitar a interação

e aprendizado entre aluno e professor através de

tablets. Criou e estruturou também a equipe de

p&d da empresa Ética Soluções Integrais, tendo

inovado por meio dessa nova área, diversificando

os negócios pelo “e-lab”, com aplicativos em mais

de 24 países no mundo.

Com o projeto da ECCOlógica, entrou na

competição do Prêmio Jovens Inspiradores 2013, e

foi o finalista mais jovem da edição, com 18 anos.

Hoje, aos 19, acaba de se mudar para São Paulo e

transferir sua graduação em Administração para

o Insper, após ter iniciado o curso na Universidade

Federal de Uberlândia.

João Gabriel é formado como coach, tendo feito,

inclusive, um curso sobre o assunto com Dalai

Lama, na Índia. “O que me faz acordar todos os

dias e falar para mim mesmo que é possível é a

capacidade do ser humano de transformar o meio

em que ele vive”, diz.

“Quero transformar o Brasil em um país de

primeiro mundo”, afirma. Por isso, decidiu se

mudar para São Paulo a fim de aproveitar todas

as oportunidades que a cidade oferece. Deixou a

casa dos pais em Uberlândia com uma frase que

emocionou seus pais: “se estou saindo de casa é

para conquistar tudo o que eu quero”.

Page 27: Anuário de Bolsistas 2014

O empreendedorismo sempre fez parte da

vida de João Lima, membro de uma família

que possui várias empresas. Seu pai é

dono de uma rede de farmácias e seu objetivo é

revolucionar os planos de medicamentos no Brasil

através do negócio da família.

João é formado em Ciências Econômicas no

ibmec-mg, com um duplo diploma na École de

Management de Normandie, na França, em

Administração de Empresas. Também fez um

curso de extensão no Yunus espm Social Business

Centre, o que lhe rendeu um International

Certificate in Social Business. A partir de agosto

de 2014, iniciará um mba in Health Care

Management, na University of Pennsylvania.

Com trajetória também na área de investimentos,

trabalhou em uma boutique de m&a e foi aprovado

no processo de trainee do Itaú Unibanco, tendo

recebido condecoração por estar entre os top

10 trainees. Desde 2013, trabalha com gestão de

investimentos na rb Capital.

Seu objetivo no mba é aprender o que é o seguro

americano de medicamento para ajustá-lo ao

modelo brasileiro. Para ele, o Brasil ainda não

está preparado para ter um mercado de seguro

de medicamentos, mas ele vê uma imensa

oportunidade no setor, visto que nos Estados

Unidos há 40 milhões de usuários do plano de

saúde que inclui medicamentos, e a rede de seu

pai comporta 30 mil usuários, o que considera um

bom começo.

Ele pretende fazer uma plataforma brasileira de

seguros de medicamento com foco nas famílias

de baixa renda e, para isso, quer também

aprender a lidar com o sus. “Quero acabar com a

desigualdade de oportunidades”, diz.

João já cuidou do controle financeiro e do

marketing de um restaurante de sua mãe, passou

um ano viajando o Brasil com o pai para conhecer

as operações e os produtos da rede de farmácias

— que começou na Bahia (origem da família) e

foi expandida para outras regiões — e fez uma

reestruturação societária na empresa. Nessas

experiências, concluiu que gosta mesmo é de

empreender. Seu sonho é voltar à empresa não

como o filho do dono, mas um convidado ideal

para assumir o negócio.

Page 28: Anuário de Bolsistas 2014

K awoana é pesquisadora desde cedo, e tem

uma enorme curiosidade aliada a uma

busca incessante pela excelência. Ainda

no segundo ano do Ensino Médio, percebeu que

outras plantas não cresciam na área próxima a

uma plantação de eucaliptos no terreno da escola.

Então lhe ocorreu criar um herbicida com folhas

de eucalipto que inibia o crescimento de ervas

daninhas mas não prejudicava plantações de soja,

tão comuns na região — e foi premiada.

Sua atual pesquisa gira em torno da criação

de um tecido diferenciado com propriedades

antimicrobiana e isolante térmica que evite

infecções cutâneas, aumente o fluxo sanguíneo e

tenha efeito cicatrizante. A ideia é usar o tecido

como curativo em pós-operatórios e também

como uma espécie de meia para diabéticos a fim

de evitar amputações. A inspiração para criar

o tecido veio de sua avó que passou por uma

amputação e na recuperação sofreu complicações

frequentes em pessoas diabéticas.

O esforço e o talento de Kawoana na área foram

reconhecidos em uma série de prêmios, como

o 4º lugar na Feira Internacional Intel isef em

Ciências Médicas e da Saúde (International

Science and Engineering Fair), 1° lugar no Prêmio

mercosul de Ciência e Tecnologia, na categoria

Iniciação Científica – 2010, 1° lugar em Medicina

na Mostratec (Mostra Internacional de Ciência

e Tecnologia), 1° lugar na área de Ciências da

Saúde na Feira Brasileira de Ciência e Engenharia

— febrace, e 1° lugar em Rigor Científico na

febrace, Prêmio Jovem Cientista. Além disso, foi

selecionada para representar o Brasil na Dr. Bessie

Lawrence International Summer Science Institute,

do Weizmann Institute em Israel.

Duas inspirações para a estudante de Medicina são

Oswaldo Cruz e Miguel Nicolelis. Kawoana quer

usar a Medicina para pesquisar e empreender, e seu

sonho é ser dona de uma empresa de tecnologia

que produza artefatos para a área da saúde. “Eu

quero ser um exemplo de excelência e de alguém

que usou o conhecimento para transformar vidas”,

diz a jovem de 22 anos. Se continuar no ritmo em

que já está, Kawoana tem todas as ferramentas

para tornar seu sonho realidade.

Page 29: Anuário de Bolsistas 2014

L igia Stocche deixou claro desde cedo que tem

um enorme potencial de agregar e ajudar

pessoas, além de uma dedicação única e

uma paixão forte pela ciência.

Durante o Ensino Fundamental e Médio em

Ribeirão Preto [sp], foi premiada em competições

de sapateado, fez cursos ligados a Oceanografia,

atuou como monitora de alunos mais novos e

envolveu-se também com trabalhos sociais.

Em 2010, iniciou a graduação de Engenharia de

Materiais na ufscar, onde manteve a melhor

média do curso todos os semestres. Organizou a

Semana da Engenharia de Materiais desde 2012

e trabalhou no Laboratório de Produtos Naturais

da ufscar, além de ter participado de eventos

científicos e de duas iniciativas com a temática de

educação e gestão pública, sob a orientação do ex-

bolsista da Fundação Estudar Daniel Vargas.

Ainda durante a graduação, foi visiting student

em Harvard e mit, onde cursou disciplinas

de graduação e pós, e participou de pesquisa

científica e do grupo de extensão Engineering

Without Borders. Ainda em Harvard, foi assistente

de pesquisa de uma doutoranda, com quem

estudou a fabricação de microcápsulas sensíveis.

Desde de agosto de 2014, está envolvida no

manifesto educacional Mapa do Buraco, o qual

visa informar e mobilizar a população jovem sobre

a importância da educação pública brasileira.

Hoje, trabalha em um projeto de iniciação

científica junto à ufscar, com financiamento da

fapesp, voltado ao desenvolvimento de embalagens

plásticas biodegradáveis de baixo custo. Seu

plano é fazer um doutorado e um pós-doutorado,

especializando-se em nanotecnologia. “Acho

fascinante a ideia de criar um dispositivo que é

capaz de entregar medicação nos lugares certos do

corpo humano, detectar células ‘ruins’. Para fazer

isso, tem que ser nano”, diz.

Com a certeza de que a engenharia de materiais

combinada à biologia é capaz de grandes feitos,

sonha em desenvolver um nano dispositivo

biocompatível, capaz de curar uma doença. “A

longo prazo, quero me tornar uma pesquisadora

importante e renomada, com diversas pesquisas

na minha área e quero ter fortalecido a área de

nano e biomateriais no Brasil”, diz.

Page 30: Anuário de Bolsistas 2014

L uana Lara brilha onde deposita seus esforços.

Bailarina do Teatro Bolshoi desde 2011, foi

selecionada para apresentar “O Lago dos

Cisnes” em Salzburgo, na Áustria. Apesar dos

méritos na dança, quer se dedicar à ciência

porque quer impactar mais diretamente a vida

das pessoas e deixar um grande legado.

Nos estudos, recebeu medalha de bronze na

Olimpíada Regional de Matemática (2012) e

ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia e

Astronáutica (2013). Também obteve a melhor

média da história do Colégio Tupy, em Joinville,

para onde se mudou em 2011 para ser bailarina.

Para manter as excelentes notas e continuar no

balé, Luana abriu mão de qualquer distração

durante a semana. Seu dia começava às 7h,

quando entrava na escola, onde ficava até 12h30.

Por volta das 13h, já estava pronta para dançar no

Bolshoi, onde treinava até as 21h. Chegando em

casa, ainda revisava o que aprendera no colégio e

só depois ia dormir. “Sempre sonhei muito alto e

sempre batalhei muito. Quando eu me apaixono

por uma coisa, eu me dedico realmente, mergulho

de cabeça e vou até meu limite”, conta.

O interesse pela Engenharia vem da família de

engenheiros e da vontade de impactar a vida

das pessoas, o que descobriu em um serviço

voluntário. Fez um curso de férias na usp, onde

estudou Engenharia Mecatrônica, e foi quando

teve a certeza de que queria trabalhar com

robótica. Lá ela também se destacou: foi o

primeiro lugar da turma.

Luana garante que ciências e balé têm tudo a

ver. “Os dois exigem paixão e racionalidade. No

balé, as regras e a parte teórica dos passos são

muito exatas, mas tem a parte artística. Nas

ciências, tem a parte exata das leis da física, da

matemática, mas tem também a paixão pela

tema”, explica.

A bailarina está certa de que o balé vai ajudá-la na

Engenharia por causa da disciplina e esforço, além

do seu plano de aplicar a leveza de movimentos

orgânicos de uma bailarina aos robôs. “Quero

trabalhar com robótica para deixar a vida mais

cômoda, mas também quero inspirar as pessoas,

mostrar que tudo é possível, basta que se

esforcem”, diz.

Page 31: Anuário de Bolsistas 2014

L ucas mostrou sua iniciativa e sua habilidade

para a conexão de pessoas ainda durante

o Ensino Fundamental e Médio no Colégio

Pitágoras, em Belo Horizonte: foi diretor do grêmio

do colégio e participou de cinco simulações da

onu para Ensino Médio.

Sempre muito ativo, Lucas ingressou no curso

de Direito da Universidade Federal de Minas

Gerais, onde ganhou, em conjunto com sua

equipe, o prêmio da ilsa Best all-around chapter e

foi semifinalista em uma competição de Direito

Internacional na Flórida.

Ainda na universidade, organizou a Conferência

Latino Americana de Direito e Relações

Internacionais (coladri) e fundou o Grupo de

Estudos em Direito Internacional Ambiental.

Lucas estagiou na área de desenvolvimento

de mercados na onu, conectando pequenos

produtores de países em desenvolvimento para

inserção no mercado internacional. Também

realizou uma pesquisa no Centro de Estudos

Brasileiros da omc sobre a incompatibilidade entre

a legislação brasileira de defesa comercial e os

acordos da organização.

No campo profissional, foi trainee no Itaú

Unibanco em 2011, e atualmente é advogado

sênior, gerindo produtos internacionais e atuando

com regulação internacional. Em 2013, fez parte

da equipe vencedora do International Law Office

Latin America Counsel Award na área de serviços

financeiros. No Itaú Unibanco, cofundou o projeto

de corporate venture do banco.

Lucas foi ainda semi-finalista do prêmio Jovens

Inspiradores 2012 da Fundação Estudar e é

idealizador, fundador e Diretor Presidente do

Amigos da Vetusta, uma associação responsável

por fundo de endowment e rede de alumni da

faculdade de Direito da ufmg. Também atua no

terceiro setor com uma revista semestral sobre

culturas do Oriente Médio e Extremo Oriente

distribuída em Belo Horizonte e São Paulo.

O sonho de Lucas é criar instituições

e plataformas que prosperem e criem

oportunidades para a sociedade. Pretende

continuar construindo o Amigos da Vetusta e

contribuir para a melhoria do ecossistema de

empreendedorismo no Brasil, aproximando start

ups do Itaú Unibanco.

Page 32: Anuário de Bolsistas 2014

L ucas Nóbrega é apaixonado por Medicina e

negócios ao mesmo tempo, o que o levou a

trilhar um caminho de empreendedor na

área da saúde.

O lado empreendedor remonta à sua infância

na fl oricultura de seus pais, em São Carlos [sp],

memórias que ele lembra com carinho. “Desde

pequeno eu ajudo meus pais na Amor e Flor.

Como sempre foi um negócio pequeno, eles me

deixavam ajudar, e eu embalava violetas, o que

me marcou muito”, conta.

Ganhou uma série de medalhas em diferentes

olimpíadas: ouro na Olimpíada Brasileira de

Astronomia, prata na Olimpíada de Biotecnologia

da usp e bronze na Olimpíada Brasileira de

Ciências. Lucas foi aprovado em sétimo lugar

no curso de Medicina na usp. Na Faculdade de

Medicina, ganhou o prêmio Oswaldo Cruz por um

trabalho científi co que realizou.

O que ajudou Lucas a decidir seu destino

foi estudar fora. Ele recebeu uma bolsa de

intercâmbio de pesquisa por um ano na Harvard

School of Public Health. Enquanto esteve lá, foi

fundador do usp-Harvard Alumni e fi nalista do

Prêmio Medical Services 2014 da Sanofi Aventis com

o projeto Lupah.org, um aplicativo que indica

e avalia atendimento na área de saúde pública.

Lucas tem muito orgulho desse aplicativo porque

o vê como uma ferramenta para a maioria dos

brasileiros, usuários do sus. “Meu sonho é tornar a

saúde mais efi ciente”, diz.

Ainda nos eua, Lucas fez cursos de

empreendedorismo ligados à sua área no mit e

no Babson College. Mesmo sem estar formado, fez

um curso de pós-graduação chamado Innovation

Teams — Commercializing science, também no

mit. Na prática, os alunos de pós-graduação

da universidade acolhiam o projeto de um

pesquisador e aprendiam a comercializá-lo. “Tem

tudo a ver com o que eu gosto de fazer: colocar a

mão na massa e empreender na área de saúde”,

diz Lucas, orgulhoso.

Em 2013, Lucas retornou a Harvard como Research

Fellow para dar continuidade aos trabalhos de

2011, e hoje trabalha como plantonista no hospital

universitário. Sua ideia é empreender na área da

saúde para tornar a Medicina mais efi ciente.

Lucas

graduação Medicina

uNIversIdadede são paulo

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Page 33: Anuário de Bolsistas 2014

L

N ão há nada que me ligue mais à Fundação Estudar do que a paixão

por pessoas e a crença de que é através delas que conseguiremos

alcançar o nível de desenvolvimento que o nosso país precisa. Por isso,

participar do processo de seleção de bolsistas como avaliadora estava nos

meus planos há alguns anos, mas demorei um pouco pra dividir esta vontade

com o pessoal da Estudar. Havia me esquecido de algo que ouvi do Rodrigo

Anunciato (bolsista de 1997) há alguns anos: “Quer participar mais? É só

aparecer lá”.

Este ano, gostaria de ter participado de mais painéis, mas já deu para

perceber que a vida de avaliador não é mole não. Fui surpreendida com a

seleção da equipe da Fundação Estudar, candidatos de alto nível e com muita

vontade de transformar o Brasil e de fazer parte desta comunidade tão rica.

Saio dessa experiência mais inspirada, não só pela vontade dos candidatos,

mas também pelas histórias e pelo comprometimento dos avaliadores mais

experientes e de toda a equipe da Estudar.

Aos que pensam em ser avaliadores, apareçam! Este ano foram mais de 20

mil inscritos no processo e para que a comunidade cresça e aumente a sua

capacidade de impacto, o engajamento dos mais antigos é essencial. Para os

novos 28 de 2014, sejam bem-vindos! A comunidade está aberta e com mais

iniciativas do que nunca para recebê-los, aproveitem!

depoimeNto de

Tatiana

Bolsista de 2007

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Page 34: Anuário de Bolsistas 2014

L ucas Saurin sempre foi um aluno muito

aplicado no Colégio Militar e, agora, focado

em infraestrutura e planejamento urbano,

quer trabalhar para melhorar a vida das pessoas

em todo o Brasil.

No Ensino Fundamental, Lucas ganhou prêmios

consecutivos para alunos com média acima de

8 em todas as matérias, ganhou duas vezes o

prêmio para os alunos classificados entre os

primeiros 10% de sua série, além de ter sido

vencedor de Concurso de Redação.

No Ensino Médio, ganhou medalha de prata

Aplicação e Estudo por ser o 2º colocado geral

do Colégio no 3º Ano, além de de ter sido o

Comandante-Aluno da Artilharia durante

os 3 anos. Como atividades extracurriculares,

participou do mirin (Modelo Intercolegial de

Relações Internacionais da puc-Rio) e ganhou

menção honrosa como Melhor Participação do

Comitê (Conselho Europeu).

No ime, onde estuda Engenharia de Fortificação e

Construção, já foi membro da ime Júnior, empresa

júnior de Engenharia, e é o atual Presidente da

Integração ime, organização que aproxima os

estudantes do mercado de trabalho, trazendo

novas oportunidades para eles. “Sempre procurei

ir atrás do potencial que eu tinha. Minha

iniciativa de sempre dar meu máximo fez eu me

desenvolver”, conta.

Lucas já trabalhou como gerente, realizando

projetos de consultoria em Engenharia. Seu

sonho é fazer algo impactante em infraestrutura,

principalmente na questão da mobilidade urbana,

algo que mude o cotidiano das pessoas.

“O que me move é fazer as coisas pelos outros. Ter

o coração nas outras pessoas, cuidar pelo outro

de uma forma generosa e sem pedir algo em troca.

Quero que meu trabalho possa proporcionar uma

maior igualdade, principalmente na questão

social”, conta ele.

Seu diferencial, em suas próprias palavras, é

a dedicação extrema e o amor pelo que faz.

“Quando eu entro em algum projeto, eu trabalho

muito nele e não tem hora, nem lugar, o que for

preciso a gente corre atrás”, diz Lucas.

Page 35: Anuário de Bolsistas 2014

L uiz Castelo Branco é um colecionador de

medalhas em olimpíadas acadêmicas que

busca criar um celeiro de talentos na região

Nordeste a partir da criação de seu próprio fundo

de investimentos.

Luiz sempre se destacou nas escolas em que

estudou em Teresina [pi], tendo recebido vários

prêmios como melhor aluno. Nas olimpíadas

acadêmicas, conquistou um total de 32 medalhas,

entre elas bronze nas Olimpíadas Brasileiras de

Matemática, Química, Astronomia e Física, e por

várias vezes ouro e prata na Olimpíada Piauiense

de Matemática.

Foi aprovado em Medicina em duas universidades

locais, o sonho de sua família e de qualquer

estudante de Teresina. Mas, no primeiro semestre

viu que não era esse o seu sonho, e começou a

estudar para ingressar no ita.

Como não havia curso preparatório para o ita em

Teresina, teve de convencer a família a deixá -lo

se mudar para Fortaleza, onde morou de favor e

estudou com bolsa. Depois de muito estudo, foi

aprovado no curso de Engenharia no ita.

Vendo a diferença de nível preparatório entre

as duas cidades, levou todo seu material do

cursinho para Teresina, deu palestras nas escolas

e conseguiu montar turmas preparatórias e

convencer o coordenador local a tornar a cidade

um lugar de aplicação de prova. Como resultado

de seu esforço, quatro teresinenses foram

aprovados no ita no ano passado, o que parecia

inatingível antes de sua atuação.

No ita, participou do ita Jr. como consultor e da

Associação Acadêmica Santos Dumont (aasd)

como presidente. Na ong aasd, transforma

projetos práticos de alunos do ita em realidade,

reescrevendo-os e reestruturando-os para que

deslanchem e obtenham relevância internacional.

Luiz almeja retornar para o Nordeste e continuar

fazendo o que já faz: desenvolver o potencial

de talentos. “O meu maior sonho é criar uma

empresa conectando as oportunidades do

Nordeste ao mercado fi nanceiro do Sudeste, cuja

cultura seja focada no desenvolvimento de seus

funcionários”, afi rma.

Luiz Castelo

graduação Engenharia Mecânica Aeronáutica

INstItuto tecNológIcode aeroNáutIca

Lucas

graduação Engenharia de Fortifi cação e Construção

INstItuto mIlItarde eNgeNharIa

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Page 36: Anuário de Bolsistas 2014

M arcela Trópia transpira política. Enquanto

muitos jovens não se interessam pelo

tema, ela não tem o menor pudor

de bater no peito e afirmar que é candidata a

vereadora e perguntar a quem está conversando

em quem pretende votar.

Secretária-geral da Juventude do psdb em Belo

Horizonte, Marcela está decidida a se candidatar

a seu primeiro cargo eletivo já em 2016,

concorrendo a vereadora de bh. Seu interesse pela

política começou quando participou do Grêmio

Estudantil do Colégio Magnum Cidade Nova, e

agora, uma de suas bandeiras é estimular outros

estudantes a também participarem de grêmios

estudantis. Marcela já ajudou a fundar vários

grêmios em Belo Horizonte e produziu um guia

que explica como criar um, ajudando a expandir

esta iniciativa para mais regiões.

Também no Ensino Médio, filiou-se ao psdb e já

teve duas gestões na juventude do partido. Foi

delegada na Conferência Nacional de Juventude,

realizada em Brasília-df, pelo Governo Federal.

Também ocupou a diretoria da pasta de mulheres

na juventude do psdb e preocupa-se muito com a

causa do empoderamento feminino no mercado

de trabalho.

Comunicativa, pró-ativa e dinâmica, Marcela

é uma líder. “Desde cedo consegui diferenciar

muito bem o que é ser líder e o que é ser chefe”,

diz. Missão é uma palavra muito relevante no

vocabulário de Marcela. “Eu tenho como missão

na minha vida tornar Belo Horizonte a melhor

cidade do Brasil e Minas Gerais o melhor estado

em termos econômicos, sociais e sustentáveis”,

afirma com paixão.

Por ora, o foco de Marcela está totalmente

voltado aos jovens e à vida cultural de Belo

Horizonte. Membro da Rede de Ação Política pela

Sustentabilidade (raps), ela quer aproveitar a

cidade e utilizar o espaço público, promovendo

mais atividades na cidade. Tem habilidade para

criar pontes e atrair jovens para a política: em

quatro anos, ajudou a multiplicar o número de

juventudes do psdb no estado de 30 para 300.

Page 37: Anuário de Bolsistas 2014

M arcelo Cabral tem muita convicção e

capacidade de tornar o Brasil um país

melhor através de políticas públicas, que

é a área do mestrado que inicia este ano.

Formado em Administração Pública pela

Fundação Getúlio Vargas (fgv), fez estágio na

Integration Consulting, onde permaneceu por

quase 3 anos, sendo promovido em três ocasiões,

chegando a analista sênior.

Percebeu que gostaria de trabalhar no governo,

e foi aprovado em primeiro lugar dentre 6.066

candidatos no concurso de Especialista em

Políticas Públicas e Gestão Governamental, do

Governo Federal. Depois, passou pela Casa Civil,

Ministério do Planejamento e Ministério do

Desenvolvimento Social, onde atuou até agosto de

2014 como Diretor de Gestão e Acompanhamento

do Plano Brasil Sem Miséria, tendo implementado

a ação Brasil Carinhoso, uma iniciativa para

aumentar o acesso e a qualidade de educação e

saúde na primeira infância.

Marcelo sempre quis trabalhar com políticas

sociais, e tem como objetivo melhorar a gestão

pública. “Não há organização mais complexa

do que o Estado. O desafio de melhorar a gestão

pública e o resultado das políticas públicas é um

processo incremental”, diz.

Uma de suas metas é ganhar mais solidez no

âmbito das políticas públicas para realizar seu

sonho de ser uma referência como gestor de

políticas sociais. “Acredito muito no Brasil, acho

que temos condições de fazer um país bom em 15

anos, e esse é meu sonho, ter uma geração bem

educada e com suas necessidades atendidas”, diz.

Marcelo diz acreditar no Brasil e ter fé em uma

mudança geracional. Com uma filha bebê, sonha

com um país onde ele possa confiar educação,

saúde e serviços públicos de qualidade para sua

menina. “Eu trabalho e continuarei trabalhando

com políticas públicas de redução de pobreza e

desigualdade. Temos uma parcela da população

que precisa da atenção do Estado para o país

alcançar o patamar que queremos”, diz, confiante.

Page 38: Anuário de Bolsistas 2014

Desde cedo, computadores são coisa séria

para Pedro Franceschi. Com oito anos,

começou a programar e se apaixonou

pelo mundo da computação. “Já passei mais

tempo da minha vida programando do que não

programando”, brinca o jovem de 17 anos.

A peripécia inicial de Pedro como hacker foi criar

a primeira ferramenta para desbloquear o iPhone

3g quando tinha 13 anos. “Eu queria mais do que o

iPhone podia me oferecer”, conta.

Mas Pedro fi cou mais conhecido no mundo da

computação aos 14 anos, quando traduziu a Siri,

assistente pessoal do iPhone, para o português,

sendo o primeiro hacker no mundo a fazê-lo. Sem

conhecimento jurídico, Pedro postou um tutorial

de como traduzir a Siri através de técnicas de

intercepção de comunicação, o que levou à

tradução da assistente a 12 idiomas diferentes e

quase lhe rendeu um processo internacional por

quebra de patente da Apple.

Pedro aprendeu o recado e passou a ter mais

cuidado ao se aventurar como desenvolvedor.

Considerando que poderia aprimorar as

funcionalidades do iPad, criou o que considera

seu projeto mais ambicioso em software, o Quasar,

que permite que aplicativos rodem em múltiplas

janelas do iPad. Foi seu primeiro negócio, e ele viu

resultados rapidamente, com 20.000 usuários e

bastante dinheiro fl uindo.

Quando Pedro tinha aproximadamente 14 anos,

foi convidado a trabalhar na SyncMobile, como

desenvolvedor de software. Em seguida trabalhou

na m4u, como desenvolvedor líder. Hoje, seu foco é

o Pagar.me, empresa que levantou us$ 500.000 em

venture capital e da qual é cofundador.

Pedro já parece ter nascido no Vale do Silício, e

tem uma visão muito avançada de negócios para

sua idade. “No Brasil, você tem uma mentalidade

de ganhar dinheiro antes de construir algo

grande. Um dos segredos do Vale do Silício é ter

a mentalidade de que o dinheiro não vem logo

no início. Quando a ideia é grande, a conta fecha

sempre”, diz.

Pedro

graduação Ciência da Computação

staNforduNIversIty

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Page 39: Anuário de Bolsistas 2014

A lém de um histórico de boas notas e o

gosto pela música, Pedro Hermann entende

de economia, robótica e, aos 20 anos, já fez

cursos de curta duração em Harvard, Stanford,

usp e Universidade de Oslo.

Durante o Ensino Fundamental e Médio, em

um tradicional colégio particular de Petrópolis,

recebeu prêmios de melhor aluno da turma todos

os anos, participou do programa Miniempresa

da Junior Achievement e conquistou medalhas

nas Olimpíadas Brasileiras de Astronomia e

Astronáutica (Bronze em 2010 e Ouro em 2011).

Além disso, fala inglês, alemão e francês.

Em 2011, ingressou no curso de Economia da

puc-Rio, classificando-se na terceira colocação, o

que lhe garantiu uma bolsa integral. Uma vez na

universidade, envolveu-se em diversas atividades

extracurriculares. Participou do Programa de

Educação Tutorial, foi bolsista de iniciação

científica e monitor de disciplina. Entre junho e

julho de 2014, visto seu interesse a respeito dos

países escandinavos, participou com bolsa integral

de um curso de seis semanas na Universidade de

Oslo, onde focou seus estudos em assuntos como

desenvolvimento, políticas públicas e previdência

social. Em agosto deste ano, Pedro parte para um

intercâmbio em Berkeley.

O que torna Pedro único é seu interesse por áreas

a princípio pouco correlatas e sua capacidade para

conectá-las. Toca violão e piano há 14 anos e já

cogitou ser maestro, o que acredita ter tudo a ver

com coordenar pessoas para “tocar em harmonia”.

Mas a influência de familiares economistas o fez

sonhar com a carreira desde a infância.

Pedro também tem interesse em causas sociais:

é voluntário desde 2011 da ong Solidaridad en

Marcha (somar), onde dá aulas de computação;

é presidente do enactus puc-Rio, organização

estudantil voltada a negócios sociais e é

cofundador de uma plataforma online de

financiamento coletivo, chamada “O Formigueiro”,

com foco em projetos voltados à educação pública.

Pedro pretende fazer um mestrado e, em seguida,

trabalhar no mercado financeiro para aprender,

a exemplo de Armínio Fraga e Raghuram Rajan,

como o dinheiro circula. Seu sonho grande é se

tornar presidente do Banco Central do Brasil.

Page 40: Anuário de Bolsistas 2014

Um excelente profi ssional com ótima

formação acadêmica, Rafael Martines trilha

uma carreira meteórica na Bain&Company,

uma das mais relevantes empresas de consultoria

estratégica no mundo.

Durante sua graduação em Administração Pública

na Fundação Getulio Vargas [sp], envolveu-se com

o movimento de empresas juniores. Alcançou

o cargo de Diretor Administrativo -Financeiro

e Presidente da Brasil Júnior, ajudando na

reestruturação da confederação, que enfrentava

grandes desafi os até então. Havia um risco da

confederação nacional ser fechada, mas Rafael e

seu time conseguiram inverter o quadro e hoje o

grupo está em franco crescimento.

Rafael fundou o Vetor Brasil, onde é responsável

pelos projetos de Gestão Fiscal. Desde 2008,

quando fi zeram um projeto de desenvolvimento

para a cidade de Araguaçu [to], o Vetor elabora

planos que impactam a gestão e o atendimento à

população em municípios do interior do Brasil.

Atualmente, está em licença da Bain&Company

para fazer mia (Masters of International Affairs)

e mba na Columbia University. Rafael fez seu

summer internship na Secretaria de Finanças da

Prefeitura de São Paulo, com a estruturação de

fundo de investimentos para destravar grandes

projetos da prefeitura. Enquanto isso, na

Bain&Company, é case teamleader, sendo o gerente

mais novo no escritório de São Paulo.

Rafael tem interesse no setor público, tendo

trabalhado para a Petrobras, Copasa, governo

de Angola e também para clientes privados

nos setores de infraestrutura, agronegócios

e indústrias de base. Seu sonho a priori é ser

ministro de alguma pasta ligada a economia,

especialmente a do Desenvolvimento. Deseja um

setor público mais meritocrático, além de mudar

a matriz econômica do Brasil para permitir que o

país tenha um nível de renda maior.

Rafael reconhece como um diferencial seu a

característica de trabalhar duro. “Gosto de sair

com as pessoas, organizo churrascos na minha

casa, mas se preciso trabalhar a mais, vou até

onde for necessário”, diz.

Rafael

pós-graduação Dual degreemba/master of International Affairs

columbIa uNIversIty

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Page 41: Anuário de Bolsistas 2014

R oger é um ponto fora da curva. Seu esforço

possibilitou que ele transformasse sua vida

e de sua família e compensasse o Ensino

Médio de menor qualidade a que teve acesso em

escola pública do interior do Maranhão.

Quando decidiu que queria passar no vestibular

do ita, estudava três turnos por dia, fazia cursos

olímpicos, além de outros extras que pudessem

ajudá-lo, como o de técnico em eletrotécnica.

Mas Roger continuava distante do seu sonho, e

viu que não conseguiria a almejada aprovação

sem fazer um curso preparatório para o ita em

Fortaleza. A partir da ajuda do coordenador do

curso preparatório, ex-professores e empresários

de sua cidade, conseguiu se mudar para Fortaleza

com a família. Roger aproveitou a oportunidade,

foi aprovado em 1º lugar em medicina na ufc,

1º lugar em engenharia civil na ufrj, aprovado no

ime e 2º lugar nacional no ita.

Entre o Ensino Médio e a aprovação, Roger

conquistou dezenas de medalhas em olimpíadas

científicas e e foi convidado a participar das

seletivas para a Olimpíada Iberoamericana de

Matemática, para a Olimpíada Internacional de

Matemática (imo) ainda sendo o 1º maranhense

convidado às seletivas para a Olimpíada

Internacional de Física (ipho).

Agora, cursando Engenharia Aeronáutica no

ita, Roger quer transferir sua graduação para

o mit. “Meu sonho é buscar as ferramentas de

excelência no mit e voltar ao Brasil para ajudar no

desenvolvimento de tecnologia”.

Roger se espelha no fundador do ita: “Ele mudou

a tecnologia no Brasil, além de estimular a criação

de empresas por iteanos (como a Embraer)

que geram milhares de empregos a brasileiros

enquanto criam e exportam tecnologia nacional,

deixando um enorme legado”, diz.

O maranhense quer dar retorno ao apoio de

sua família e todos os que o ajudaram, além de

dar oportunidades a outras pessoas como ele.

E já começou a fazer isso: além de conseguir

bolsa de estudos para seu irmão e outros cinco

conterrâneos na escola em Fortaleza, participa de

iniciativas sociais em um bairro carente próximo

ao ita e ainda dá aulas em um cursinho.

Page 42: Anuário de Bolsistas 2014

R ogério se destaca em diversas frentes

ao mesmo tempo, como por exemplo

Engenharia, Estatística e Linguística, graças

à sua infinita curiosidade e à disciplina que

aprendeu na natação.

Aluno de Engenharia Mecatrônica da usp, mantém

a melhor média do curso desde que ingressou, em

2011. É fluente em inglês e alemão e fala ainda

francês, espanhol e mandarim.

Em 2013, fez intercâmbio na Cornell University,

nos eua, através do programa Ciência sem

Fronteiras. Lá, ele criou um robô que luta sumô

e se destacou entre os alunos americanos na

pontuação final — a média de Cornell ficava

entre 0 e 4, e Rogerio tirou 4,08. Durante o

intercâmbio, ele também trabalhou com biologia

sintética, modificando o dna de células, e criou

uma empresa do zero, fazendo pesquisas de

mercado e criando um produto para vender na

internet. Ainda nos eua, fez pesquisa no campo da

energia eólica, com um projeto sobre a influência

da geometria de prédios no fluxo de ventos no

ambiente urbano e como isso afeta a capacidade

de captação dessa energia.

Mas o destaque não é novidade na sua vida, ele

tirou o primeiro lugar em seu colégio de Ensino

Médio, Visconde de Porto Seguro, ficou em terceiro

lugar geral no vestibular da Poli e levou medalha

de ouro da Olimpíada Brasileira de Física.

Durante o verão de 2013, foi estagiário da área

de finanças na Amgen Inc., a maior empresa de

biotecnologia do mundo, onde trabalhou com

otimização de contratos de marketing com

empresas de publicidade, desenvolvendo análise

estatística que levou a uma proposta de corte de

us$ 8 milhões de orçamento, e 60% de decréscimo

no tempo requerido para a análise dos dados.

Rogério diz que a motivação vem principalmente

de seu pai, que superou as dificuldades e se

tornou cirurgião formado pela usp. “Admiro o

esforço e persistência do meu pai, e isso me

motiva a tentar ir ainda mais longe”, diz. Ele

tem experiência na startup dos pais, Bonavision,

que desenvolve equipamentos para deficientes

visuais. Mas quer ter sua própria empresa na

área da biomedicina, não sem antes ter alguma

experiência no mercado financeiro.

Page 43: Anuário de Bolsistas 2014

V íctor Domene sempre sonhou grande

e desde a infância já era uma criança

ambiciosa: “Quando minha mãe me

perguntava o que eu queria ser quando crescer,

eu respondia: Bill Gates”.

Sempre foi fã de computadores e gostava de

desmontá-los por curiosidade. “Sempre queimava

muita placa mãe bisbilhotando”, conta.

Filho de uma dona de casa e um dono de banca

de jornais que mais tarde se tornou auxiliar

administrativo, Víctor fez quase todo o Ensino

Fundamental em escola pública, sendo sempre o

aluno com maior média.

Víctor entrou no Projeto Alicerce do Ismart

(Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer

Talentos), que lhe concedeu bolsa de estudos no

Colégio Bandeirantes. Com o devido estímulo,

ganhou uma série de medalhas, por exemplo a de

ouro na Olimpíada Brasileira de Física (2013), ouro

na Olimpíada Brasileira de Informática (2012).

Também foi bolsista nos projetos Opportunity

Grants (Education usa) e Personal Prep

(Fundação Estudar) e ganhou o Prêmio Estudar

Ciência (Fundação Estudar) para alunos de

Ensino Médio envolvidos em olimpíadas.

Ainda no Colégio Bandeirantes, fazia resumos

das disciplinas em linguagem jovem e começou

a distribuí-los no grupo dos alunos no Facebook,

atingindo 300 downloads no mesmo dia. Essa

iniciativa lhe rendeu entrevistas em vários

jornais, chegando a ir ao programa do Jô Soares.

Mais tarde, criou o site HelpVest.com.br para

download irrestrito de seus resumos. Nesse meio

tempo, Víctor ainda foi voluntário da ong VIDAS,

de inclusão social de crianças com defi ciência

através de artes.

Víctor gostaria que outros ex-colegas dedicados

do ensino público tivessem as mesmas

oportunidades que teve. Por isso, sonha em

retribuir. “Pretendo voltar ao Brasil para poder

realmente a diferença juntando educação com

tecnologia”, diz.

Víctor

graduação Ciência da ComputaçãoEngenharia Elétrica

harvard uNIversIty

Rogério

graduação Engenharia Mecatrônica

uNIversIdade de são paulo

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Page 44: Anuário de Bolsistas 2014

depoimeNto de

Makoto

Bolsista de 2003

P arabéns a todos os novos bolsistas! Para dar as boas-vindas, vou falar

sobre flores. Flores? Sim, mais especificamente, violetas. Dentro da

Fundação Estudar, atuo como bolsista voluntário no Programa de Bolsas,

um processo seletivo altamente competitivo. Uma das etapas desse processo

é o painel de entrevistas com ex-bolsistas. Eu chegarei às violetas em breve.

A maioria dos candidatos que chegam a essa etapa, se não todos eles,

conquistaram marcos excepcionais muito cedo nas suas vidas — o que me

faz pensar sobre o que eu estava fazendo quando tinha a idade deles. Eles

têm históricos acadêmicos impecáveis e, ao mesmo tempo, são incrivelmente

conscientes sobre a importância de serem “sociais” (eles não são nerds).

Finalmente, no papel de pai de duas meninas, Sophie (7) e Isadora (4), o

trabalho duro e as realizações desses candidatos são uma ótima fonte de

inspiração no planejamento da formação e desenvolvimento de minhas filhas.

Então, o que há de errado com eles e o que as violetas têm a ver com isso?

Bem, quando eles chegam para a entrevista já se prepararam e planejaram

suas respostas. Na verdade, esse é o ponto, eles estão tão preparados que se

torna muito difícil conhecer quem realmente são. Afinal, o que realmente

importa no final do dia é o que eles serão no futuro.

Em uma entrevista que fiz recentemente, estava à minha frente um jovem

extremamente bem-sucedido, o qual eu podia dizer claramente que, além

de obter sucesso, seria um milionário no futuro. Porém, eu não conseguia

entender verdadeiramente quem ele era por dentro. Portanto, eu compartilhei

com ele um evento que mudou a minha vida, na esperança de que ele se

abrisse e me ajudasse a entendê-lo melhor. E aqui entram as violetas.

Minha mãe costumava plantar violetas em casa. Quanto a mim, eu era um

jovem, ambicioso, um tanto arrogante e muito confiante da minha habilidade

de vencer na vida, não muito diferente de muitos dos candidatos do Programa

de Bolsas. As violetas da minha mãe, apesar de todo o seu esforço, nunca

deram a ela uma flor sequer em retribuição. Um dia, enquanto ela cuidava

de suas violetas, eu perguntei: “Por que raios você faz isso? Por que você

desperdiça tanto tempo com essas plantas se elas jamais floresceram?”

Ela, então, olhou-me e disse: “Alguma vez você fez algo bom para alguém sem

esperar algo em troca?” Sem saber, com essa pergunta, minha mãe me ajudou

a formar os meus princípios e mudar para sempre a minha vida. Ela me

ensinou a buscar significado em tudo que faço, a fazer coisas em benefício do

próximo e, o mais importante, a fazer o certo sem esperar nada em retorno.

Então, fica aqui um conselho e uma pergunta. Conselho: quando você for para

uma entrevista, prepare-se, porém, acima de tudo, seja quem você realmente

é. Pergunta: qual é a sua violeta, ou, em outras palavras, como o essay épico

do application para o mba de Stanford: o que mais importa para você?

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Page 45: Anuário de Bolsistas 2014

Bolsistas quequitaram bolsasagosto–2013 a agosto–2014

antonia beatriz mendes de almeida [2008]

mba – University of Pennsylvania

daniel braga sterenberg [2001]

mba – Massachusetts Institute of Technology

daniel de moares branco [2006]

mba – University of Pennsylvania

diego werneck arguelhes [2007]

llm – Yale University

frederico ferreira [2009]

mba – University of Pennsylvania

gilberto augusto de moraes almeida [2003]

Graduação em Economia – Insper

joão eduardo de paula machado [2009]

Graduação em Engenharia – Cornell University

joão miranda de oliveira r. brandão [2007]

Graduação em Economia – Insper

jorge azer maluf neto [2009]

mba – Stanford University

pablo marcello baquero [2011]

llm – Harvard University

renan de paula pereira henrique [2011]

Graduação em Engenharia – Instituto Militar

de Engenharia

renato duarte franco de moraes [2008]

llm – University of Cambridge

vitor da silva alves [2010]

mba – University of Chicago

Patrocinadorespessoas Jurídicas agosto–2013 a agosto–2014

mantenedores

Ambev

BTG Pactual

Falconi Consultores de Resultados

diamante [doações acima de r$150.000,00]

Fundação Brava

Fundação Lemann

Itaú-Unibanco

Cosan

platina [doações entre r$50.001,00 - 150.000,00]

Itaú BBA

GP Investments

Instituto Votorantim

ouro [doações entre r$30.001,00 - 50.000,00]

Fundação Arymax

PDG

Rede D’Or

Localiza

Cremer

Burger King

Heinz

Omega Energia

BRF

Endeavor

ALL - América Latina Logistica

Pearson Education

TV Globo

prata [doações entre r$15.001,00 - 30.000,00]

Bain & Company

Kroton Educacional

Arpex Capital

B2W Digital

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Page 46: Anuário de Bolsistas 2014

Google

Globo Comunicação e Participações

BR Malls

Andrade Gutierrez

The Boston Consulting Group

Parceiros operacionais 2013–2014

- América Latina Logística

Artemisia

Atmo Digital

Brasil Júnior

British Council

Centro Universitário

Colégio Militar de Brasília

Colégio Militar de Porto Alegre

Colégio Motivo

Colégio Santo Antônio

Cultura Inglesa

Deloitte Touche Tohmatsu Auditores

Independentes

Dux Institute

Estácio

Ezlearn

Faculdade Martha Falcão

FK Partners

Grupo Abril

Grupo Máquina

Pessoas físicasagosto–2013 a agosto–2014

Bernardo Vieira Hees

Carlos Alves Brito

Claudio José Carvalho de Andrade

Verônica Allen de Serra

Andre Street

Cauê Costa Moreira Amaral

Denis Benchimol Minev

Luciana de Oliveira Hall

Marcelo Santos Barbosa

Mateus Affonso Bandeira

Ricardo Marques Garcias

Ricardo Silva Araujo

Thiago Picolo

Victor Bicalho

Wolff Klabin

Adelmo Hideyoshi Inamura

André Reginato

Cláudio Maurício Freddo

Elsen Christian de Carvalho Carmo

Florian Bartunek

Guilherme Bokel Catta Preta

André Queiroz

Antônio Vicente La Camera

Bruno Borges de Castro

Camila de Oliveira Gonçalves

Carlos Vasconcellos

Felipe Aragão Pires

Francisco Loffredi Rodolfo

Guilherme Sousa

Ricardo Mollica Jourdan

Rodrigo Vilardo Vella

Susan Lyons

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Marcus Fontes

Mauricio Lafer Chaves

Max Fontes

Priscila Lebels Sza�r

Renato Mazzola

Rodrigo Ferraz Pimenta da Cunha

Rosiane Pecora

Stephanie Mayorkis Betenson

Page 47: Anuário de Bolsistas 2014

Time Ailton Cunha

Amauri Bordini

Anamaíra Spaggiari

Bruna Bambini

Caetano Carezzato

Carolina Lyrio

Cássio Paixão

Cecilia Araújo

Daniel Quinta

Danilo de Paulo

Douglas Melo

Erika Fernandes

Fabio Tran

Izabella Mattar

Laila Parada-Worby

Larissa Leal

Luciana Fortes

Marcio Tomiyoshi

Mariana Gonçalves

Mariel Vieira

Mateo Corby

Renata Moraes

Renata Mattos

Rodrigo Teles

Stephanie Crispino

Thaylan Toth

Tiago Pizzolo

Tiago Mitraud

Vanessa Milost

William Kang

ComitêExecutivo Florian Bartunek

Marcelo Barbosa

Renato Mazzola

Rodrigo Anunciato

Conselho André Esteves

Anna Victoria Lemann

Antonio Bonchristiano

Beto Sicupira

Cecília Sicupira

Florian Bartunek

João Castro Neves

Jorge Paulo Lemann

Marcel Telles

Marcelo Barbosa

Mateus Bandeira

Paulo Cezar Aragão

Renato Mazzola

Rodrigo Anunciato

Grupo REDE +

Ibmec - mg

Ink

Insper

Isabela Abram Coaching Practice

Livraria da Vila

Maxin tv

MBA Empresarial

Outback Steakhouse

Organização Educacional Farias Brito

See You At College

Sirin & Haguiara

Strategy Manager

UniCEUB

Universidade de Brasília

Vieira, Rezende, Barbosa e Guerreiro Advogados

Vella Pugliese Buosi e Guidoni - Advogados

Virid

World Study

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Page 48: Anuário de Bolsistas 2014

Este relatório foi impresso no papel couché fosco

150 e 230 g/m2 em julho de 2014, pela Gráfica Valillo.

Foram utilizados os tipos pmn Caecilia e Roboto.

Fotografias de Silvio Tanaka. Ilustrações de Berkay Sargin,

Cédric Villain, Charlene Chen, Lemon Liu, Ndagire Eve,

ocha Visual Information Unit, Raashid. A.

e Stephen Borengasser, disponibilizadas pela plataforma

colaborativa NounProject.

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Page 49: Anuário de Bolsistas 2014