ano para reagir - sistema fiec - federação das indústrias … · 2013-02-05 · características...

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Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará Ano VI n N o 68 n JANEIRO/2013 Impresso Especial 9912285067/2011-DR/CE FIEC CORREIOS 3 Impresso fechado, pode ser aberto pela ECT /sistemafiec @fieconline ANO PARA REAGIR A tendência para 2013 é que o PIB do estado tenha um crescimento maior, impulsionado pela elevação dos investimentos públicos e privados e uma melhor performance do setor industrial

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Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do CearáAno VI n No 68 n JANEIRO/2013

ImpressoEspecial

9912285067/2011-DR/CEFIEC

CORREIOS

3

Impresso fechado, pode ser aberto pela ECT

/sistemafiec

@fieconline

ANO PARA REAGIRA tendência para 2013 é que o PIB do estado tenha um crescimento maior, impulsionado pela elevação dos investimentos públicos e privados e uma melhor performance do setor industrial

JANEIRO 2013 | No 68

Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará

........................................................................................

Em altaOcupAçõEs técNIcAs vAlORIzAdAs Pesquisa do SENAI mostra que várias

ocupações técnicas estão valorizadas

no mercado, com salários que já

superam ocupações de nível superior

Indústria criativaMERcAdO EM ExpANsãO Cadeia do segmento da indústria

criativa movimenta mais de 2

milhões de empresas brasileiras.

No Ceará, existem cerca de 4 000

22

26

Seções

MensagemdaPresidência........5

Notas&Fatos..............................6 Inovações&Descobertas..........17

Competitividade

Chapada do Apodi

Medicamento

Guia Industrial

41

44

30

33

Salvaguarda EM dEfEsA dO vEstuáRIOPara proteger o setor têxtil e

de confecção da importação

predatória, Abit protocola no MDIC

petição de salvaguarda

FIEC e FIEPpARcERIA pElA INOvAçãO Federações de indústrias do Ceará

e do Paraná assinam acordo

de cooperação para troca de

experiências e conhecimento

10

14

cAdEIAs pROdutIvAs Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF), realizado pelo IEL, aumenta a competitividade das cadeias produtivas cearenses

NOvO pOlO EM EclOsãOPotencial agro-mínero-industrial da região pode ser mais bem desenvolvido com investimentos públicos direcionados

dEscARtE cORREtO Governo, indústria e farmácias buscam acordo setorial para a realização do descarte correto do remédio com prazo de validade vencido

pEsquIsA E AcEssO vIRtuAl A mais recente versão da publicação apresenta informações sobre mais de 5 000 empresas adotando modelo de pesquisa e acesso virtual

Previsão de crescimentoO ano de 2012 não apresentou o crescimento esperado, mas os projetos em andamento e melhora na indústria cearense devem impulsionar a economia em 2013

34CAPA

Assédio moralAbusOs NO tRAbAlhO Empresários e gestores

precisam ficar atentos para as

características do assédio moral

no ambiente de trabalho

18

É promovendo a qualidade de vida e prevenindo doenças que a indústria cearense cresce cada vez mais. As unidades do SESI no Ceará oferecem serviços de Saúde e Segurança do Trabalho - SST, que visam garantir saúde, evitar riscos de doenças e acidentes e proporcionar ambientes de trabalho seguros e saudáveis.

É promovendo saúde e qualidade de vida para o trabalhador que o SESI gera mais produtividade para a indústria.

www.sesi-ce.org.br

DO TRABALHADOR DA INDÚSTRIAO SESI CUIDA DA SAÚDE

3Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

Revista da FIEC. – Ano 6, n 68 (jan. 2013) -– Fortaleza : Federação das Indústrias do Estado do Ceará, 2008 -

v. ; 20,5 cm.Mensal.ISSN 1983-344X

1. Indústria. 2. Periódico. I. Federação das Indústrias doEstado do Ceará. Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia.

CDU: 67(051)

Coordenação e edição Luiz Carlos Cabral de Morais ([email protected]) Redação Camila Gadelha ([email protected]), G evan Oliveira ([email protected]), Luiz Henrique Campos ([email protected]) e Ana Paola Vasconcelos Campelo ([email protected]) Fotografia José Sobrinho e Giovanni Santos Diagramação Taís

Brasil Millsap Coordenação gráfica Marcograf Endereço e Redação Avenida Barão de Studart, 1980 — térreo. CEP 60.120-901. Telefones (085) 3421-5435 e 3421-5436 Fax (085) 3421-5437 Revista da FIEC é uma publicação mensal editada pela Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM) do Sistema FIEC Gerente da AIRM Luiz Carlos Cabral de Morais Tiragem 5.000 exemplares Impressão Marcograf Publicidade (85) 3421-5434, 9187-5063, 8857-1594 e 8786-

2422 — [email protected] e [email protected] Endereço eletrônico www.sfiec.org.br/publicacao/revistadafiec

federação das Indústrias do Estado do ceará — fIEcDIRETORIA Presidente Roberto Proença de Macêdo 1o Vice-Presidente Ivan Rodrigues Bezerra Vice-presidentes Carlos Prado, Jorge Alberto Vieira

Studart Gomes e Roberto Sérgio Oliveira Ferreira Diretor Administrativo Carlos Roberto Carvalho Fujita Diretor Administrativo Adjunto José Ricardo Montenegro Cavalcante Diretor Financeiro José Carlos Braide Nogueira da Gama Diretor Financeiro Adjunto Edgar Gadelha Pereira Filho Diretores Antonio Lúcio Carneiro, Fernando Antonio Ibiapina Cunha, Francisco José Lima Matos, Frederico Ricardo Costa Fernandes, Geraldo Bastos Osterno Júnior, Hélio Perdigão Vasconcelos, Hercílio Helton e Silva, Ivan José Bezerra de Menezes, José Agostinho Carneiro de Alcântara, José Alberto Costa Bessa

Júnior, José Dias de Vasconcelos Filho, Lauro Martins de Oliveira Filho, Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque, Marcus Venicius Rocha Silva, Ricard Pereira Silveira e Roseane Oliveira de Medeiros. CONSELHO FISCAL Titulares Francisco Hosanan Pinto de Castro, Marcos Silva Montenegro e Vanildo Lima Marcelo Suplentes Fernando Antonio de Assis Esteves, José Fernando Castelo Branco Ponte e Verônica Maria Rocha Perdigão. Delegados da CNI

Titulares Fernando Cirino Gurgel e Jorge Parente Frota Júnior Suplentes Roberto Proença de Macêdo e Carlos Roberto Carvalho Fujita.Superintendente geral do Sistema FIEC Paulo Studart Filho

serviço social da Indústria — sEsICONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Marcos Silva Montenegro, Alexandre Pereira Silva, Carlos Roberto Carvalho Fujita, Cláudio Sidrim Targino Suplentes Pedro Jacson Gonçalves de Figueiredo, Marcus Venicius, Coutinho Rodrigues, Ricardo Nóbrega Teixeira, Vicente de Paulo Vale Mota Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Júlio Brizzi Neto Representantes do Governo

do Estado do Ceará Efetivo Denilson Albano Portácio Suplente Paulo Venício Braga de Paula Representantes da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Elisa Maria Gradvohl Bezerra Suplente Eduardo Camarço Filho Representante dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo

Pedro Valmir Couto Suplente Raimundo Lopes Júnior Superintendente Regional Francisco das Chagas Magalhães

serviço Nacional de Aprendizagem Industrial — sENAICONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Aluísio da Silva Ramalho, Ricard Pereira Silveira, Edgar Gadelha Pereira Filho, Ricardo Pereira Sales Suplentes Luiz Eugênio Lopes Pontes, Francisco Túlio Filgueiras Colares, Paula Andréa Cavalcante da Frota, Luiz Francisco Juaçaba Esteves Representante do Ministério da Educação Efetivo Cláudio Ricardo Gomes de Lima Suplente Samuel Brasileiro Filho Representantes

da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Paulo de Tarso Teófilo Gonçalves Neto Suplente Eduardo Camarço Filho Representante do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Júlio Brizzi Neto Representante dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo Francisco Antônio

Ferreira da Silva Suplente Antônio Fernando Chaves de Lima Diretor do Departamento Regional Fernando Ribeiro de Melo Nunes

Instituto Euvaldo lodi — IElDiretor-presidente Roberto Proença de Macêdo Superintendente Vera Ilka Meireles Sales

Instituto de desenvolvimento Industrial – INdIPresidente Roberto Proença de Macêdo – Diretor Corporativo Carlos Matos

Instituto fIEc de Responsabilidade social – fIREsOPresidente Roberto Proença de Macêdo – Vice-presidente Wânia Cysne de Medeiros Dummar

MensagemdaPresidênciaRoberto proença de Macêdo

O consumo de produtos industriais no Brasil já atingiu o percentual de 20% de importados. Esta tendência tem se revelado crescente e veloz, visto que há seis anos a taxa era de 10%. Esse cenário é preocupante e exige medidas arrojadas e apropriadas para revertê-lo. Em seus mais recentes pronunciamentos, a presidente Dilma Rousseff tem demonstrado plena consciência disso ao afirmar que a competitividade da indústria brasileira tor-nou-se prioridade do seu governo. Para nós, industriais, também foi importante termos ultrapassado as discussões sobre desindustrialização para focarmos nas soluções que po-dem nos levar à melhoria da nossa produtividade e aumento da nossa competitividade, de forma a estan-carmos o processo de perda de espa-ço junto ao consumidor e de ampliar a nossa capacidade de atender ao mercado brasileiro e de exportar. Para tanto, precisamos assumir a responsabilidade naquilo que nos compete, sendo inovadores no que já fazemos e lançando as bases para a construção da indústria do futuro. Dentre as condições necessárias para elevar o nosso pa-tamar de competitividade está o trabalho conjunto entre o setor empresarial, a academia e o governo, todos orientados por um projeto de país que expresse sua relevância como um destacado ator inserido no mercado global. A CNI, com todas as suas federações, está engajada no es-forço de mudança cultural necessário para a execução de um ambicioso plano de fortalecimento da indústria brasileira, por meio da sua adequação às demandas colocadas na nossa

Produtividade, inovação e indústria do futuro

agenda pelos novos tempos. Na FIEC, temos desenvolvido uma intensa atividade para melhorar o funcionamento do parque industrial que já temos e para estimular a busca de caminhos em direção a novos modelos industriais. Ao olharmos para o futuro, estamos agendando os desafios que a economia do conhecimento impõe ao setor industrial. O conhecimento aplicado é hoje um misto de insumo e de motor da nova indústria, por sua capacidade de associar o

tangível e o intangível e de fazer cone-xões entre a indústria, o comércio e a área de serviços. Combinando conhecimento e ca-pacidade empreendedora, seremos capazes de consolidar os setores atuais e de fazer surgir novos setores, novas empresas, novos e mais quali-ficados postos de trabalho para gerar renda e desenvolvimento. Na FIEC, estamos trabalhando para identificar fontes de benchmark e de instituições que estão fazendo o que ainda não temos. Estamos tam-bém mobilizando todos os recursos possíveis para instalar centros de ex-

celência setoriais, laboratórios de ponta, núcleos de ener-gias renováveis, ampliação de escolas profissionalizantes, programas de valorização de talentos, de atração de jovens cearenses formados fora do estado e de promoção da me-lhoria da qualidade de vida do trabalhador. O mundo está exigindo uma revisão do nosso perfil indus-trial. Novos horizontes insinuam-se no presente. Os desafios dizem respeito às empresas de todos os portes: pequena, média e grande indústria. Todas têm em comum a necessidade de for-talecer a agenda da inovação e da melhoria da produtividade.

“ O conhecimento aplicado

é hoje um misto de

insumo e de motor da nova

indústria, por sua capacidade de

associar o tangível e o intangível

e de fazer conexões entre a

indústria, o comércio e a área de

serviços.

| RevistadaFIEC | Janeiro de 20134 5Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

OPRESIDEnTE da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, foi homenageado pelo

Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado do Ceará (Sindtêxtil/CE), filiado à FIEC, com a Comenda da Indústria da Moda 2012, cuja finalidade é homenagear lideranças em reconhecimento às ações promovidas para o desenvolvimento do setor. Esta foi a quinta edição da comenda, que já consagrou o presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, dentre outras autoridades. Aguinaldo Diniz Filho é membro do Conselho de Administração da Cedro Têxtil. Foi eleito, em 2007, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil para o período 2008-2010 e reeleito até 2013, é membro do Conselho Superior de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

Notas&FatosO q u E A c O N t E c E N O s I s t E M A f I E c , N A p O l í t I c A E N A E c O N O M I A

anjos do Brasil Núcleo Ceará é lançada na FieC

INOvAçãO

Notas&FatossINdtêxtIl

aguinaldo diniz Filho recebe comenda

IEl 2013

FoCo em eduCação, iNovação e Cadeias pRodutivas loCais

sEsI 2013

mais eduCação, saúde e lazeR

EM 2013, o IEL/CE intensificará o foco em três ações definidas como prioridade há três anos: educação, cadeias e arranjos produtivos locais e gestão da tecnologia e inovação. A ideia é aumentar a capacidade do empresariado local em se manter competitivo no mercado. No item educação, o IEL tem atuado por meio da educação executiva, com a oferta de programas nacionais e internacionais, publicações técnicas e programas voltados à área de estágio. No que diz respeito a cadeias e arranjos produtivos, o Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF) está sendo desenvolvido em quatro setores (construção civil, metal-mecânico, plástico e trigo), abrangendo 19 empresas-âncora e 76 fornecedoras, com o apoio do Sebrae, SESI e SENAI. Com relação ao foco tecnologia e inovação, o carro chefe é o Núcleo Empresarial de Inovação (NEI), já tendo sido sensibilizadas 548 empresas na região metropolitana e no Cariri.

CoM FoCo na educação, saúde, cultura, esporte, lazer e responsabilidade social empresarial, a atuação do SESI/CE em 2013 tem como objetivo central contribuir para o aumento da competitividade da indústria cearense e da sua inserção no mercado global. Este ano, o objetivo estratégico é consolidar a instituição como referência em educação para o mundo do trabalho e para a indústria, com uma atuação em grande escala. Reduzir os afastamentos provocados por acidentes e doenças por meio da melhoria da qualidade de vida do trabalhador é o outro grande objetivo estratégico do SESI/CE. Na educação, entre os projetos estratégicos para 2013 estão o desenvolvimento do Projeto Escola SESI para o Mundo do Trabalho, a instalação de um núcleo físico para atendimento em educação a distância e o uso de tecnologia da informação para o desenvolvimento de competências para o trabalho.

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n o SEnAI/CE promoveu reunião no final de janeiro, no auditório da prefeitura de São

Gonçalo do Amarante (região metropolitana de Fortaleza), com dirigentes de empresas

instaladas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), para mostrar produtos e

serviços oferecidos pela área de formação de mão de obra industrial. A reunião também

teve o objetivo de apresentar a nova unidade do SENAI que está sendo construída no

CIPP. A instituição estima oferecer já este ano 1 200 matrículas na nova unidade, a

partir de fevereiro, de início em prédio cedido pela prefeitura.

SENAI NO CIPP

A oRGAnIzAção sem fins lucrativos Anjos do Brasil Núcleo Ceará foi lançada em evento que reuniu empreendedores e possíveis investidores na Casa da Indústria. Seu objetivo é

fomentar o crescimento do investimento-anjo no país, apoiando o desenvolvimento do empreendedorismo de inovação, mediante diversas ações de articulação para conectar empreendedores e investidores. Ainda recente, mas com atuação significante, a organização já está presente em oito estados brasileiros. No planejamento deste ano para o Núcleo Ceará, está prevista a realização da 1ª Conferência Estadual de Anjos do Brasil Núcleo Ceará e o 1° Concurso de Startups, além de sensibilização e cadastramento de potenciais investidores-anjo, bem como de empreendedores interessados em obter investimento para um negócio. Informações:www.anjosdobrasil.net/nucleo-ce.

n A FIEC e o Centro Industrial do Ceará (CIC) promoverão em agosto deste ano um fórum para aprofundar a discussão sobre o Nordeste e o combate às desigualdades regionais no país. A ideia do fórum para aprofundar essas questões vem sendo discutida por grupo formado pelo economista Ferreira Lima, o diretor da FIEC Lima Matos, Firmo de Castro, o empresário e vice-presidente da FIEC, Carlos Prado, e a presidente do CIC, Nicole Barbosa. A ideia não é encerrar a discussão no fórum, mas, a partir dele, gerar outras ações e ampliar o debate para a sociedade. Para isso, uma série de atividades está sendo programada para os próximos meses.

n A CEARA Pão – Feira da Indústria de Panificação, Confeitaria e Gastronomia do Ceará foi lançada no Centro de Eventos do Ceará (CEC). Em sua 4ª edição, a Cearapão vai ser realizada no CEC, nos dias 21, 22 e 23 de agosto. O evento é uma iniciativa da Associação Cearense da Indústria de Panificação (Acip), realizada em parceria com o Sindicato de Panificadoras e Confeitarias do Estado do Ceará (Sindpan). A proposta é de crescimento do setor de panificação. Antenada com o momento atual, de grandes eventos esportivos, a Cearapão tem como tema "Capacitação e Inovação – uma Copa de Oportunidades".

CURTAS---------------------

fIREsO 2013

pReseRvação de memóRia e deseNvolvimeNto do soCialo InSTITuTo FIEC de Responsabilidade Social (FIRESO) busca potencializar ações socialmente responsáveis e promover boas práticas de responsabilidade social em parceria com a sociedade civil, estimulando a formação de redes de colaboração. Braço executor da área social da FIEC, a entidade desenvolve suas ações em quatro programas prioritários: Formação Cidadã, Difusão da Cultura Indígena e do Patrimônio Histórico, Segurança Pública e Voluntariado. E tem no “Educar para Sustentabilidade” uma iniciativa de interdisciplinar os programas. Para 2013, o Fireso pretende concretizar a iniciativa de um espaço de memória para abrigar o acervo de 500 peças do programa Difusão da Cultura Indígena e do Patrimônio Histórico e colocá-las à disposição para visitação. Além de continuar desenvolvendo os programas que serão potencializados mediante parcerias com os demais setores da sociedade civil.

>> Cartas à redação contendo comentários ou sugestões de reportagens podem ser enviadas para a Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM) Avenida Barão de Studart, 1980, térreo, telefone: (85) 3421-5434. E-mail: [email protected]

sENAI 2013

AMplIAçãO dA OfERtA dE EducAçãO pROfIssIONAl E supORtE às EMpREsAsO SENAI/CE trabalhará, em 2013, para ampliar a oferta de educação profissional e tecnológica para atender às demandas do setor industrial, em sintonia com as políticas públicas, especialmente no que se refere ao desenvolvimento das ações do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Ampliará também a sua oferta de serviços inovadores às empresas, por meio do desenvolvimento de ações que mobilizem, estimulem e deem suporte nos processos de gestão da inovação, proporcionando resultados que agreguem competitividade à sua posição na cadeia de valor industrial. São metas práticas este ano a construção do Centro de Tecnologia Têxtil e a implantação do Laboratório Têxtil, do Instituto SENAI de Tecnologia e do Núcleo de Inovação Tecnológica. O SENAI/CE pretende ainda realizar 62 000 matrículas e desenvolver 1 632 serviços de inovação e tecnologia.

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| RevistadaFIEC | Janeiro de 20136 7Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

Com o objetivo de proteger o setor têxtil e de vestuário brasileiro da importação desleal, sobretudo de artigos asiáticos, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e

de Confecção (Abit) protocolou, no Departamento de De-fesa Comercial (Decom) do Ministério do Desenvolvimen-to, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), uma petição de salvaguarda. A medida abrange 60 produtos de confecção que correspondem a 82% do total de vestuário importado. O procedimento é um mecanismo pelo qual um determinado segmento industrial solicita proteção contra a importação de um ou mais produtos.

Segundo a Abit, a medida se faz necessária porque a in-vasão dos produtos importados nos varejos (grandes redes de lojas) já chega a 20% no Brasil. Já no consumo geral, a

Em defesa do vestuárioDezessete entidades decidiram unir-se para garantir dias melhores para o segmento de confecção no estado do Ceará

Petição de salvaguarda

representação dos importados saltou de 3% em 2007 para 8,5% em 2011. Estima-se que o resultado de 2012, a ser divulgado nos primeiros meses de 2013, será de 12%. Em dez anos, a entidade prevê que se nada for feito essa ex-pansão irá liquidar com a produção de confecção no país.

Em relação à balança comercial, dados da entidade divulgados em dezembro último revelam que, de janeiro a novembro de 2012, as importações de produtos têxteis e confeccionados somaram 6,15 bilhões de dólares, um aumento de 8,4% em relação a igual período de 2011. Le-vando em conta somente as importações de vestuário, o incremento em relação a 2011 salta para 29,9% nos pri-meiros 11 meses de 2012, registrando 2,3 bilhões de dó-lares. Já as exportações apontaram queda de 9,9%, baixando

para 1,17 bilhão de dólares. Com isso, o déficit setorial acumulado de janeiro a novembro de 2012 é de 4,98 bilhões de dólares.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Se-nhora do Estado do Ceará (Sindconfecções), Marcus Venicius Rocha Silva, diz que o setor não é contra a entrada dos produtos importados. Rechaça, sim, as importações predatórias dos asiáticos, além da onerosa carga tributária que torna a indústria local inviável, enquanto a moeda chinesa é sub-valorizada. Ele destaca que a salvaguarda proposta pela Abit “é um instrumento legal que pode ser aplicado na forma de sobretaxa ou de cotas às importações provenientes de todo o mundo e pode durar até dez anos”. Na prática, durante o período de vigência da medida, a indústria deverá fazer as adequa-ções para o fortalecimento da cadeia produ-tiva, em parceria com o governo, aumentan-do sua competitividade.

Para ser considerada uma petição de sal-vaguarda, a Organização Mundial do Co-mércio (OMC) exige que três condições es-tejam presentes: um fato inesperado, surto de importações e prejuízo grave à indústria nacional. Segundo a Abit, o fato inesperado se configura na crise mundial, que provocou a queda das importações de vestuário dos Es-tados Unidos e da União Europeia, principais mercados compradores do mundo, gerando aumento de excedentes produtivos na Ásia. Esses, por sua vez, buscaram mercados al-ternativos, como o Brasil. O surto de impor-tação é verificado no aumento de 240% na compra de vestuário de 2007 a 2011. Somente em 2011, em relação a 2010, o crescimento foi de 42%. O prejuízo grave se deve à queda de produção nacional de 11 000 toneladas em 2011, em relação a 2010, e queda de 9 000 toneladas nas vendas no mercado interno. A produção das confecções, no primeiro se-mestre de 2012, mostrou queda de 13%, com perda de quase 12 000 empregos diretos.

Caso o Decom aceite o pedido da Abit e abra investigação, importadores, fornece-dores estrangeiros e países de origem das mercadorias terão 40 dias para apresentar defesa por meio de audiências. A decisão

A salvaguarda proposta pela Abit

é um instrumento legal que pode ser aplicado na forma de sobretaxa ou de cotas às importações provenientes de todo o mundo.

Marcus Venicius Rocha Silva, presidente do Sindconfecções

“ “

final caberá ao conselho de ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e poderá ser alvo de questionamento por inte-ressados na OMC. Na salvaguarda, a medida é aplicada sobre o total das importações, di-ferentemente do processo antidumping, no qual uma sobretaxa é posta em excecução somente sobre importações de determinado fabricante ou país.

Importações de janeiro a novembro de 2012

Exportações de janeiro a novembro de 2012

6,15 bilhões de dólares Aumento de 8,4% em relação

a igual período de 2011

1,17 bilhão de dólares Aumento de 9,9% em relação

a igual período de 2011

2,03 bilhões de dólares Aumento de 29,9% em relação

a igual período de 2011

PROduTOS TêxTEIS E CONFECCIONAdOS

SOMENTE VESTuÁRIO

FoNTE: FIEC/INDI

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FoTo: JoSÉ SoBRINHo

| RevistadaFIEC | Janeiro de 201310 11Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

Cadeia produtiva

No Ceará, onde o setor de vestuário emprega mais de 90 000 trabalhadores diretos em cerca de 5 000 unidades e

sofre com os mesmos problemas do cenário nacional, os empresários decidiram se unir para cobrar dias melhores. Assim, em meados de dezembro de 2012, lançaram, com o apoio da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Vestuário (CS Vestuário). O órgão é um ambiente colegiado no qual empresários e governo terão a oportunidade de dialogar, propor, apoiar e acompanhar projetos prioritários e ações, visando ao desenvolvimento sustentável da atividade no Ceará.

Compõem a câmara 17 entidades (veja a relação na página 13), dentre elas o Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas de Homem e Vestuário do Estado do Ceará (Sindroupas), Sindconfecções e Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado do Ceará (Sindtêxtil), todos ligados à Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

A CS Vestuário envolve 17 entidades, dentre

elas Sindroupas, Sindconfecções e

Sindtêxtil

"O objetivo da CS Vestuário é aproximar todos os elos do setor para trocar ideias visando solucionar problemas conjuntos. De forma compartilhada, você tem mais força para cobrar das autoridades, inclusive do próprio governo do estado”, explica o presidente da Adece, Roberto Smith. O presidente do Sindroupas, Adriano Costa Lima, eleito presidente da câmara, ressalta que a instituição será, de fato, um instrumento fundamental para ampliar o desenvolvimento do setor de vestuário no Ceará, o qual sofre, sobretudo, com a invasão de produtos importados, baixa qualificação da mão de obra e altos encargos tributários, minando a competitividade frente aos demais estados. “As câmaras setoriais são órgãos de articulação dos agentes privados e públicos. Por meio dessa junção de forças, teremos mais condições de debater com empresários, universidades, institutos de tecnologia e governo do estado, a fim de encontrar soluções rápidas para nossos entraves”, diz Adriano.

Para Marcus Venicius, eleito secretário da CS Vestuário, o órgão ajudará na conquista de

Entidades componentes da CS Vestuário

1. Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece)

2. Associação dos Lojistas da Monsenhor Tabosa (Almont)

3. Associação da Moda Íntima do Ceará (Amic)

4. Associação de Proteção de Marcas e Patentes

5. Banco do Brasil

6. Banco do Nordeste do Brasil (BNB)

7. Associação das Indústrias de Confecções do Montese (Montemarcas)

8. Secretaria da Fazenda (Sefaz)

9. Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac)

10. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)

11. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Ceará (SENAI/CE)

12. Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem Geral do Estado do Ceará (Sindtêxtil)

13. Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhoras do Estado do Ceará (Sindconfecções)

14. Sindicatos das Indústrias de Confecção de Roupas de Homem e Vestuário do Estado do Ceará (Sindroupas).

15. Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/CE)

16. União das Indústrias de Moda do Estado do Ceará (Unimoda)

17. Universidade Federal do Ceará (UFC)

mais e melhores recursos para o setor: “Dentre as principais demandas das duas entidades [Sindconfecções e Sindroupas], temos a instalação de centros tecnológicos nos polos confeccionistas para a imediata capacitação de profissionais técnicos e gestores, além da revisão do modelo tributário aplicado ao segmento”.

Por meio da câmara, teremos

mais condições de debater com empresários, universidades, institutos de tecnologia e governo do estado, a fim de encontrar soluções rápidas para nossos entraves.

O objetivo da CS Vestuário é aproximar

todos os elos do setor para trocar ideias visando solucionar problemas conjuntos.

Adriano Costa Lima, presidente do

Sindroupas e presidente da câmara

Roberto Smith, presidente da Adece

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Federações das indústrias do Ceará e do Paraná assinaram acordo de cooperação para troca de experiências e conhecimentos sobre inovação

Parceria para inovar

Com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento inovador e sustentável no Ceará e no Paraná, o pre-sidente da Federação das Indústrias do Estado do

Ceará (FIEC), Roberto Proença de Macêdo, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Edson Campagnolo, firmaram no final do ano passado um protocolo de intenções entre as duas entidades.

A assinatura do documento ocorreu na sede da FIEP, ocasião em que Roberto Macêdo, acompanhado do dire-tor do Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI), Carlos Matos, do diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE), Fernando Ribeiro de Melo Nunes, e do diretor financeiro da FIEC, José Car-los Braide Nogueira da Gama, visitaram a entidade para conhecer as atividades de estímulo à inovação realizadas

como ocorre com os Observatórios da Inova-ção no Paraná. Isso nos causa problemas de financiamento dos projetos e limita o traba-lho do instituto.” Ele ressaltou a forma como a instituição paranaense desenvolve a inova-ção: “Durante a visita, pudemos observar a atuação da FIEP, que permeia todas as casas que formam o Sistema e faz parte da cultura da instituição. Essa é a integração completa tão desejada por nós”.

Os Observatórios da Inovação trabalham no desenvolvimento de projetos de pesquisa, prospecção, difusão de novas tecnologias e articulação que visam ao desenvolvimento industrial sustentável. A iniciativa realiza projetos de transformação do futuro rela-cionados às áreas de interesse da indústria: educação, saúde e segurança do trabalho, responsabilidade social e ambiental, esporte, cultura, lazer, formação profissional, servi-ços técnicos e tecnológicos, inserção profis-sional, gestão e inovação, capacitação e arti-culação empresarial. Também são levados a efeito estudos de futuro para o desenvolvi-mento da indústria paranaense, além de es-tratégias compartilhadas com representantes de diferentes setores na busca de soluções que atendam aos interesses coletivos da so-ciedade. Outro foco de trabalho é a articu-lação entre organizações públicas e privadas com o objetivo de fortalecer as interações e promover inovações.

Pelo acordo firmado entre os presidentes das duas federações, os Observatórios ini-ciarão um trabalho de pesquisa e prospecção do setor industrial cearense, contratado pela FIEC. “Queremos que um banco de dados nos mesmos moldes do que existe no Paraná seja criado no Ceará, para termos informações de qualidade sobre o setor industrial cearense”, disse Roberto Macêdo.

Segundo Carlos Matos, a parceria é uma forma de alcançar logo as soluções que vão ao encontro dos objetivos do instituto. “Esta-mos muito preocupados em construir os ca-minhos do desenvolvimento industrial para a indústria cearense se tornar mais competiti-va. Estamos amadurecendo essa cooperação com o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para que possamos avançar mais rápidos nos projetos do INDI.”

pela federação paranaense e acolhidas e efetivadas por todas as casas que compõem o Sistema Indústria dali.

Para Edson Campagnolo, é importante compartilhar as boas iniciativas promovidas pela FIEP com as demais federações, além de conhecer o trabalho que está sendo realizado em outros estados. “Quando tivermos todas as federações em um patamar elevado de qualidade, segu-ramente haverá um sistema de representação mais forte e um país mais desenvolvido.”

Durante a visita, Roberto Macêdo apresentou as ações da FIEC relacionadas à inovação. “No Ceará, realizamos um trabalho semelhante, mas não tão bem estruturado quanto o do Paraná”, afirmou, referindo-se ao INDI. “A principal diferença é que o INDI é uma estrutura in-dependente da FIEC e não um departamento interno,

Um dos projetos realizados no Paraná e que a FIEC pretende trazer para o Cea-rá – Setores Portadores do Futuro por Re-gião – consiste em analisar as tendências e visões estratégicas de futuro que marcam o desenvolvimento industrial paranaense em um período de tempo planejado, levantar oportunidades para o estado em relação às tendências de futuro, identificar os setores portadores de futuro para o Paraná e selecio-nar os mais promissores para concentração de esforços e investimentos. Carlos Matos destaca a importância das informações ob-tidas com os estudos inovadores realizados pela FIEP: “Eles mantêm bases de dados que mostram as macrotendências de cada seg-mento industrial. Nós vamos implantar essa metodologia aqui e oferecê-la aos empresá-rios, a fim de que possam construir a rota de futuro na qual querem chegar”.

Iniciativa semelhante já está sendo cons-truída pelo INDI, por meio de um trabalho de inteligência industrial. Os dois primei-ros módulos – interpretação da realidade econômica do Ceará e elaboração de perfil dos setores industriais – já foram executa-dos e, a partir da cooperação com a FIEP, os próximos três módulos serão desenvolvidos no decorrer deste ano.

FIEC & FIEP

Estamos amadurecendo

a cooperação com a FIEP com o apoio da CNI, para que possamos avançar mais rápidos nos projetos do INDI.

Carlos Matos, diretor do INDI

“ “

Roberto Macêdo e Edson Campagnolo assinam o protocolo de intenções

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| RevistadaFIEC | Janeiro de 201314 15Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

Importante na iniciativa paranaense, avalia Carlos Matos, é o envolvimento de todas as casas que compõem o Sistema FIEP. “Inovação é um tema transversal. O INDI tem o desafio de dar esse apoio de integrar todas as ações de inovação reali-zadas no Sistema FIEC.” Roberto Macêdo também ressalta a integração da instituição paranaense: “Na FIEP, vimos, sentimos e respiramos inovação permanentemente. Temos muito que aprender com esse canal direto de informação”.

Além dos Observatórios, a comitiva da FIEC conheceu a área de Inovação do SENAI Paraná, reconhecida como uma das melho-res estruturas do Sistema Indústria para o apoio à cultura da inovação nas empresas. Outro setor apresentado aos cearenses foi a Procuradoria Jurídica da FIEP, que atua no atendimento a demandas apresentadas pelos sindicatos filiados à entidade.

Executivos da FIEC e da federação paranaense reunidos para discutir inovação

InovaçoesDescobertas&

LIxEIRA MAnDA E-MAIL quAnDo ESTá ChEIA

Uma das líderes do segmento de cerveja no Brasil anunciou para este verão o lançamento de um sorvete de cerveja. Segundo a fabricante, o produto será vendido na versão massa, em potes de 150 ml. Assim como acontece com a bebida, apenas maiores de 18 anos poderão adquirir a sobremesa gelada. A assessoria de imprensa da cervejaria informa que a venda será, inicialmente, em bares selecionados de São Paulo e Rio de Janeiro. A marca ainda estuda a possibilidade da venda pela fan page no Facebook. Na Páscoa de 2012, a mesma empresa lançou um ovo feito com cerveja, em parceria com a chocolateria Folie. O ovo, apelidado de "Redondinho", era feito com chocolate trufado com cerveja e vinha em um kit que continha seis ovos dentro de um mini-engradado. O principal canal de vendas da novidade, comercializada por R$ 70,00, foi a fan page. Aqueles que interagiam com a marca eram presenteados com o “mimo”.

Foi lançado recentemente no mercado da construção civil o primeiro tecido de revestimento capaz de minimizar os efeitos de terremotos. A tecnologia funciona como um papel de parede e foi desenvolvido por engenheiros do Instituto de Tecnologia Karlsruhe, na Alemanha. O material é feito de fibras de vidro e polímeros e pretende retardar a queda de detritos durante abalos sísmicos, dando tempo às pessoas para sair das casas em segurança e às equipes de socorro para prestarem a assistência. Segundo o criador da inovação, Lothar Stempniewski, a elevada rigidez e a resistência à tração das fibras de vidro permitem que as paredes suportem melhor as tensões sofridas durante os terremotos, evitando que danos pontuais se transformam em fendas e rachaduras. “Se as fibras de vidro se romperem, o que pode ocorrer durante um terremoto mais forte, as fibras de polipropileno, que são elásticas, mantêm os segmentos da parede juntos, evitando sua queda imediata”, explica o cientista. A ideia inicial era proteger prédios históricos, mas o novo material se mostrou adequado para construções de todas as idades. O papel de parede antiterremoto está sendo vendido inicialmente na Alemanha e Itália, com o nome de Sisma Calce.

Cubo DE GELo AVISA EMbRIAGuEz

Um estudante americano do Massachusetts Institute of Technology (MIT) criou um cubo de gelo digital que acusa quando a pessoa ultrapassa os limites da bebida alcoólica. A ideia surgiu depois que Dhairya Dand, 23 anos, entrou em coma alcoólico em uma festa de formatura da faculdade em 2012 e acordar sem se lembrar de nada na sala de emergência de um hospital. Inspirado pelo fato, Dand resolveu criar um dispositivo, sob a forma de cubos de gelo, capaz de monitorar o consumo de bebidas. Os gelos são equipados com luzes LED, transmissores infravermelhos e um sensor semelhante ao usado em celulares para monitorar movimentos. Assim, os cubos medem a quantidade e a velocidade dos goles na bebida, calculando o nível alcoólico no sangue com precisão de 80%. O aviso é dado com lâmpadas de LED nas cores verde, amarelo e vermelho, que piscam

conforme o ritmo do consumo. O verde indica que está tudo sob controle. O amarelo alerta para ir devagar. Já o vermelho avisa que é melhor parar de beber. Mas se o usuário insistir e beber mesmo com as luzes no vermelho, o cubo sincroniza com o smartphone da pessoa e envia um SMS para um amigo próximo cadastrado no sistema para avisar do problema. A inovação está sendo aperfeiçoada com recurso da KickStarte, empresa que investe em Startups.

Uma lixeira movida a energia sustentável e que manda e-mail quando está cheia é a nova aposta de cientistas norte-americanos para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Chamada de BigBelly Solar, a lixeira armazena até 2 500 litros de resíduos e usa a energia solar para compactar os detritos. Dessa forma, o equipamento só precisa ser esvaziado cinco vezes por semana; lixeiras tradicionais são esvaziadas, em média, 19 vezes no mesmo intervalo. A tecnologia ainda monitora o nível de resíduos dentro da lixeira e somente aciona o compactador quando o espaço para armazenamento é superado, economizando energia. A lixeira ainda manda e-mail para uma central responsável sempre que atinge seu limite. Apesar de ser mais cara que a tradicional, cerca de 4 000 dólares, o equipamento pode representar uma economia de quase 900 000 dólares por ano às cidades, por utilizar a energia solar para compactar os resíduos. Mais de 700 lixeiras inteligentes já estão em operação na Filadélfia e em outras cidades americanas. A intenção é levar em breve a inovação para outros 30 países.

SoRVETE DE CERVEjA é noVIDADE PARA o VERão

PAPEL DE PAREDE AnTITERREMoTo

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FIEP

17Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

Empresários e gestores precisam estar atentos para as características do assédio moral no ambiente de trabalho

Abusos no trabalho

D iminuição da produtividade, desmotivação, falta de interesse e medo podem ser resultado de humilha-ções repetitivas e outras condutas abusivas sofridas

no ambiente de trabalho. Tais situações consistem na práti-ca de assédio moral, que pode ser entendido como exposi-ção dos trabalhadores a situações humilhantes e constran-gedoras, repetitivas e prolongadas, durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. São mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, nas

esse comportamento acontece no ambiente de trabalho é necessária a regulação. O advogado aponta algumas características de fácil percepção que podem diagnosticar o assédio moral: “Para ser assédio moral, é preciso que haja vínculo em-pregatício e condutas abusivas repetitivas e com finalidade de exclusão e que causem danos”.

O assunto passou a ser mais discutido e co-nhecido após o lançamento do livro "Harcèle-ment Moral" (Assédio Moral), da psiquiatra e psicanalista francesa Marie-France Hirigoyen. A obra foi traduzida em 24 países, suscitou debates na França e impulsionou a criação de organizações contra os abusos no trabalho.

“A primeira atitude a se tomar é identificar que realmente aquele comportamento consti-tui assédio moral. Muitas vezes, determinadas atitudes no ambiente de trabalho são confun-didas com assédio moral”, alerta o advogado. Cobrança de metas cumpríveis, exercício do poder diretivo, explosão repentina de raiva, estresse, conflitos, más condições de trabalho e chefe exigente e meticuloso não são comporta-mentos e características de assédio moral, mas situações comuns de um ambiente de trabalho.

O assédio moral nas relações de trabalho pode ser de quatro tipos: vertical descenden-te, vertical ascendente, horizontal e misto. O primeiro tipo acontece quando um superior assedia um subordinado. O vertical ascen-dente se caracteriza pelo assédio do subor-dinado ao superior. Quando a situação de assédio ocorre entre colegas de trabalho da mesma hierarquia, ela é denominada hori-zontal. O quarto tipo, assédio misto, é carac-terizado quando parte de colegas de mesma hierarquia e de chefes para subordinados e/ou de subordinados para chefe.

De acordo com as pesquisas de Marie-France, quase 60% dos assédios são verticais descen-dentes, 28% são mistos, 10% são do tipo hori-zontal e apenas 1% ascendente. Em 70% dos ca-sos, é praticado contra mulheres. Com relação à idade, os mais assediados têm entre 46 e 55 anos. Em segundo lugar, a faixa etária de 36 a 45 anos e em terceiro lugar, pessoas de 26 a 35 anos. “Essas incidências em cada faixa etária refletem a estabilidade no emprego; por isso um maior índice de assédio”, explica Adenauer Moreira. “Os assédios acontecem, principal-mente, por religião, orientação sexual, racis-mo, doença, gravidez, representação sindical, revista pessoal e maus tratos.”

Para ser assédio moral, é preciso

que haja vínculo empregatício e condutas abusivas repetitivas e com finalidade de exclusão e que causem danos.

Adenauer Moreira, advogado e

membro do Conselho Temático de

Relações Trabalhistas e Sindicais da FIEC

“ “

Comportamento

quais predominam condutas negativas e relações desuma-nas de longa duração, de um ou mais chefes dirigidas a um ou mais subordinados, desestabilizando a relação da víti-ma com o ambiente de trabalho e a organização, forçando a pessoa a desistir do emprego.

De acordo com o advogado e membro do Conselho Te-mático de Relações Trabalhistas e Sindicais da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Adenauer Moreira, o assédio é comum nas relações interpessoais, mas quando Consequências

No Ceará, o chefe de fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, Luiz Alves de Freitas Lima,

afirma que a maior parte dos assédios é por cobrança de metas impossíveis de realizar. Ele alerta para o fato de que as práticas de assédio moral também podem resultar em processos trabalhistas, de acordo com as circunstâncias.

Cada ator do assédio arca com consequências. A vítima pode ter desde sequelas físicas e psicológicas, prejuízos no convívio familiar e social, baixa autoestima pessoal e profissional, alta ou baixa de produtividade até pedido de demissão. O assediador é passivo de demissão por justa causa, responsabilidade patrimonial e até consequências criminais. Ao empregador, cabe o direito de despedir o assediador, o custo do absenteísmo, arcar com despesas de doenças profissionais, baixa de produtividade, rotatividade de mão de obra, possibilidade de acidentes de trabalho, danos a equipamentos, abalo na reputação da empresa e até responsabilidade civil pelo assédio.

Adenauer Moreira orienta que o empregador deve ter atenção quanto ao ambiente de trabalho da sua empresa. “É um assunto que exige atenção do empregador e dos funcionários com relação ao trato diário com

CAMILA GADELHA

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19Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

as outras pessoas no ambiente de trabalho. Têm de prevalecer o líder sobre o chefe.”

O presidente do Conselho Temático de Relações Trabalhistas e Sindicais da FIEC, Jaime Bellicanta, acredita que o esclarecimento de gestores é o caminho. “É necessário esclarecer os gestores das empresas para que identifiquem e atuem da forma correta frente a uma situação dessas. Os gerentes e supervisores têm de estar bem treinados e esclarecidos quanto ao assunto”, conta. Para Luiz Alves, são fundamentais a capacitação e o esclarecimento dos gestores. “No dia a dia, o empregador não está na empresa, mas é sua obrigação assegurar um ambiente de trabalho saudável”, afirma. O diretor financeiro da FIEC e empresário do setor da construção civil, José Carlos Braide Nogueira da Gama, destaca o papel dos profissionais de recursos humanos das empresas: “O trabalho deles é essencial para identificar os casos de assédio moral e levar a situação ao empresário, que não tem condições de estar durante todo o expediente na empresa”.

O advogado sugere algumas ações para coibir o assédio e/ou identificá-lo nas organizações: a criação de um código de ética e conduta, instalação de caixa de sugestões para denunciar casos de assédio, inserção de cláusula em contrato de trabalho que preveja que os prejuízos causados por um possível assédio que venha a cometer serão de sua responsabilidade e realização de campanhas de esclarecimento são atitudes que podem diminuir os casos de assédio nas empresas.

É necessário esclarecer os

gestores das empresas para que identifiquem e atuem da forma correta frente a uma situação de assédio moral.

Jaime Bellicanta, presidente

do Conselho Temático de Relações

Trabalhistas e Sindicais da FIEC

“ “

Legislação

A Constituição Federal prevê no artigo 5º que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. No caso de descumprimento desse artigo, ela garante que “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”. A Justiça do Trabalho se baseia nesse artigo, e também nos artigos 186 e 927 do Código Civil, para exigir reparação por danos morais, ou seja, o dano sofrido por quem sofreu assédio moral.

A pessoa que sofreu assédio no trabalho pode recorrer à Justiça e requerer indenização de danos materiais, em caso de perda de emprego e despesas médicas, e de danos morais, em caso de danos à honra, boa fama, autoestima e autorrespeito. O valor tem de ser proporcional ao dano e ao porte da empresa. O ônus da prova, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é de quem faz a alegação.

No Brasil, não há legislação específica sobre assédio moral, segundo informa Adenauer Moreira,

mas alguns projetos de lei estão em andamento. Um deles prevê o acréscimo do artigo 136 A ao Código Penal, para detenção de um a dois anos. Um outro pretende acrescentar o artigo 203 A ao Código Penal, para detenção de um a dois anos e multa. Há ainda um outro projeto de lei que tem o objetivo de acrescentar uma letra ao artigo 483 da CLT. No âmbito estadual, o estado do Rio de Janeiro é pioneiro por ter criado uma lei específica sobre assédio moral. Em alguns estados também é comum incluir artigos sobre assédio moral nas convenções coletivas. No âmbito municipal, a quantidade de leis é maior, mas o Ceará ainda não conta com nenhuma. Aqui, apenas a convenção coletiva do comércio prevê criação de programas educativos para coibir assédio moral e sexual.

Carlos Gama afirma que é importante o empregador cumprir a legislação trabalhista para resguardar seus direitos. O empresário também alerta para a observação dos critérios de decisão do Judiciário em casos de assédio moral. “Temos de estar atentos para esse assunto. Mesmo que as alegações sejam, muitas vezes, improcedentes, significam custos para a empresa.”

Casos de assédio moral 2004 a 2009

2004 1 caso

2005 4 casos

2006 12 casos

2007 15 casos

2008 24 casos

2009 33 casos

No Ceará, de acordo com dados de Adenauer Moreira, o Tribunal Regional do Trabalho – 7ª Região vem registrando sucessivos aumentos de casos de assédio moral. Em 2004, foi registrado apenas um caso. Em 2005, foram quatro casos e, em 2006, 12. Já em 2007, chegaram ao TRT 15 casos. Em 2008, o Tribunal teve conhecimento de 24 ocorrências de assédio moral. No ano de 2009, houve 33 casos. Para os anos de 2010, 2011 e 2012 os números ainda não estão fechados, mas a tendência é que o crescimento continue.

O papel dos profissionais de recursos

humanos das empresas é essencial para identificar os casos de assédio moral .

José Carlos Braide Nogueira da Gama, diretor financeiro da FIEC

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| RevistadaFIEC | Janeiro de 201320

Pesquisa do SENAI mostra que várias ocupações técnicas estão valorizadas no mercado de trabalho em alguns estados

Em alta no mercado

A lex Costa Magalhães, 25 anos, e Renato Almeida de Sousa, 26, são técnicos em eletrotécnica pelo Centro de Formação Profissional Waldyr Diogo de Siqueira,

unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE) da Barra do Ceará, entidade componente do Sistema FIEC. Alex trabalha na indústria Têxtil Bezerra de Menezes (TBM) há quatro anos e ocupa a função de super-visor de área. Atualmente, faz engenharia elétrica na Univer-sidade de Fortaleza (Unifor). Renato é técnico em eletrotéc-nica em uma empresa de Fortaleza. Mas eles têm algo mais

Nível médio

em comum: são profissionais de nível técnico médio com ganhos salariais acima dos pagos, em muitos estados, a pro-fissionais de cursos superiores. Alex e Renato se enquadram no levantamento feito pelo SENAI em 18 estados mostrando que a remuneração média de admissão dos trabalhadores das 21 ocupações técnicas mais demandadas pela indústria é de 2 085,57 reais, valor superior ao salário que recebem muitos profissionais com nível superior nessas unidades federativas.

No Ceará, segundo dados do levantamento, as ocupa-ções técnicas de nível médio mais valorizadas são técnico

em eletrotécnica, com valor de admissão em cerca de 1 700 reais, e técnico em mecatrô-nica, com admissão média salarial de 1 450 reais. Além disso, o salário de admissão das 21 profissões técnicas pesquisadas no Ceará era em torno de 1 450 reais, valor superior ao salário de admissão de profissionais de publi-cidade e engenharia de alimentos. No caso de Alex e Renato, eles recebem até mais do que a média. Os dois ainda estão no primeiro em-prego e entraram nas empresas menos de seis meses após concluírem os cursos no SENAI. O levantamento indica que em Pernambuco, por exemplo, o salário médio pago aos técnicos em início de carreira é de 2 545 reais – superior ao recebido pelos médicos que ingressam no mercado no estado.

Em Goiás, a renda média inicial dos técni-cos, de 2 465,12 reais, é superior à dos advo-gados que também estão começando. Em São Paulo, o valor pago aos técnicos, de aproxima-damente 2 838,78 reais, supera o que recebem os analistas de sistema ou os desenhistas in-dustriais. Os valores se referem ao salário bru-to. A pesquisa foi feita com 18 departamentos regionais do SENAI e considerou as informa-ções do Cadastro Geral de Empregados e De-sempregados (Caged) e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), ambos do Minis-tério do Trabalho. As diretorias regionais do SENAI levantaram em seus estados o salário médio pago aos profissionais de nível técnico no momento da contratação e após dez anos no emprego. Para efeito de comparação, foi le-vantado, em cada estado, o valor médio pago aos trabalhadores com nível superior a partir das informações do Caged e da RAIS.

O estudo do SENAI confirma a tendência de que os profissionais de nível técnico estão em alta no mercado de trabalho. A grande procura por parte das empresas industriais está fazendo com que essas ocupações fiquem bem atrativas. Além de entrarem no emprego ganhando o equivalente a 2 085,57 reais, em média, o que equivale a mais de três salários mínimos, o diploma de curso técnico garan-te um ganho salarial significativo à medida que adquirem experiência. Os técnicos com dez anos de atuação recebem, em média, sa-lários de 5 690,07 reais, ou seja, mais de nove salários mínimos. Um cirurgião-dentista que está no mercado de Alagoas há dez anos, por

exemplo, ganha menos que um trabalhador de nível técnico que atua no mesmo estado. Se-gundo o levantamento do SENAI, os técnicos recebem cerca de 5 857,14 reais em Alagoas. Já os técnicos que trabalham em São Paulo, na média, ganham 6 018,33 reais, mais que os engenheiros mecatrônicos. Os arquitetos de Mato Grosso, por sua vez, recebem menos do que os técnicos, que têm, naquele estado, ren-da média de 6 119,05 reais.

Outro dado a ser destacado na pesquisa é que, nos últimos 12 meses, o mercado de tra-balho gerou 1,04 milhão de postos de trabalho para pessoas com nível técnico em todo o país. Há no Brasil mais de 2,4 milhões de trabalha-dores com curso técnico atuando em suas profissões, de acordo com o levantamento. Na média nacional, os salários iniciais mais eleva-dos são pagos aos técnicos em manutenção de aeronaves, em mineração e em mecatrônica. Eles recebem acima de 2 300 reais, na média. Os técnicos em mineração, os projetistas e os técnicos em naval são os que ganham mais depois de dez anos de profissão. Na média, esses profissionais têm salários superiores a 6 800 reais. Em São Paulo, os técnicos mais demandados são os projetistas e técnicos em manutenção. Na média, os salários iniciais giram em torno de 4 100 reais e 3 500 reais, respectivamente. No Rio de Janeiro, os salá-rios iniciais mais altos são pagos aos técnicos em mineração e aos técnicos em mecatrônica – 8 600 reais e 4 000 reais.

Em Minas Gerais, os técnicos em minera-ção e os técnicos em petróleo e gás ganham, em média, 4 000 reais quando entram na carreira.

VALOR MÉdIO dE OCuPAçõES TÉCNICAS NO CEARÁ

Técnico em eletrotécnicaValor médio de admissão:

1 700 reais

Salário médio de admissão das 21 profissões técnicas pesquisadas:

1 450 reais

Técnico em mecatrônicaValor médio de admissão:

1 450 reais

Curso técnico em mecatrônica é oferecido nas unidades do SENAI/CE Jacarecanga e Maracanaú

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| RevistadaFIEC | Janeiro de 201322 23Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

No Amazonas, os técnicos em ferramentaria e os técnicos em montagem industrial são os mais procurados. As indústrias pagam em torno de 2 500 reais para os profissionais em início de carreira. A partir dos resulta-dos apresentados é possível perceber que as ocupações industriais analisadas, que exigem escolaridade até o nível médio, estão tendo remuneração de aproximadamente três salá-rios mínimos na sua admissão, sendo que as mais valorizadas chegam até a quatro salários mínimos. Além de salários atrativos na ad-missão, essas ocupações apresentam ganho salarial significativo com o aumento do tem-po de experiência. É o que mostram as esti-mativas de salários dos profissionais com dez anos de experiência, aproximadamente três vezes maiores que o de admissão.

A grande procura por parte das empresas industriais está fazendo com que essas ocu-

pações fiquem atrativas até se comparadas a algumas de nível superior e esse cenário tem de ser analisado pelos jovens como uma op-ção interessante de carreira. No entanto, ape-sar dos salários estarem se tornando atraentes, o brasileiro não despertou para o potencial e as oportunidades de mercado que estão sur-gindo para os profissionais de nível médio. O levantamento Education at a glance feito pela Organização para Cooperação e Desen-volvimento Econômico (OCDE) mostra que, enquanto metade dos estudantes dos países desenvolvidos opta por cursos de educação profissional de nível médio, no Brasil esse volume é inferior a 30%. Nos países desen-volvidos, a procura pelos cursos técnicos que substituem o ensino médio é grande porque boa parte deles tem programas voltados para proporcionar aos jovens as competências ade-quadas às demandas do mercado de trabalho.

Novas habilidades

José Ferreira Filho, 39 anos, é técnico em eletrotécnica e já passou por três empresas na mesma função. Fez o

curso no SENAI quando ainda se chamava comandos elétricos. "Naquela época (1988) não havia ainda o que hoje se conhece como técnico em eletrotécnica. Comandos elétricos era o top." Ferreira, que diz ter vivenciado bem essa transformação, lembra que passar no teste de seleção era muito difícil e disputado. "Fiz parte da tecnologia de ponta no SENAI", conta, e afirma que sempre esteve profissionalmente ligado às inovações por meio do SENAI: "Participei de vários cursos que sempre surgiam a partir das demandas das empresas". Com essas novas exigências, era natural que o curso viesse a ser o de técnico em eletrotécnica. Por isso mesmo, aponta Ferreira, não era utópico imaginar que se tornasse um dos mais procurados, oferecendo boa remuneração. "A chegada de novas tecnologias fez com que as empresas procurassem novas habilidades dos profissionais, os quais, consequentemente, passaram a ser mais bem remunerados.” Hoje, entre remuneração e benefícios, seu salário chega a 4 000 reais.

A chegada de novas tecnologias fez com

que as empresas procurassem novas habilidades dos profissionais.

José Ferreira Filho, técnico em eletrotécnica

“ “Salários de admissão praticados no mercado, de acordo com os

departamentos regionais do SENAI:

As informações foram levantadas com 18 departamentos regionais do SENAI: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo.

Ocupações técnicas

Técnico em manutenção de aeronaves

Técnico em mineração

Técnico em mecatrônica

Técnico em naval

Técnico em ferramentaria

Inspetor de equipamentos

Técnico em soldagem

Técnico em montagem industrial

Técnico em construção civil (edificações)

Técnico em automação

Técnico em segurança no trabalho

Técnico projetista (desenhista técnico)

Técnico em biocombustíveis

Técnico em petróleo e gás

Técnico em petroquímica

Técnico em energias renováveis

Técnico em eletrotécnica

Técnico em açúcar e álcool

Técnico em química

Técnico em logística

Técnico em alimentos

Média dos departamentos regionais

Salário médio de admissão (R$)

2 551,85

2 511,04

2 357,72

2 308,33

2 303,64

2 269,23

2 221,73

2 149,36

2 130,69

2 124,26

2 080,35

2 060,71

2 031,00

2 020,00

1 986,36

1 945,00

1 897,03

1 861,75

1 858,63

1 613,64

1 514,66

2 085,57

Salário médio com dez anos de experiência (R$)

6 704,17

6 963,64

6 105,85

6 863,64

5 869,69

6 525,00

6 033,33

6 090,46

6 150,00

5 769,79

4 251,20

6 933,69

4 655,56

6 688,89

5 870,00

4 300,00

5 481,75

4 436,36

4 888,93

5 211,54

3 698,07

5 690,07

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| RevistadaFIEC | Janeiro de 201324 25Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

N as últimas décadas, as empresas não só passaram a reconhecer a importância do conhecimento como insumo de produ-

ção, como também perceberam seu papel trans-formador no sistema produtivo. Além do capital, da matéria-prima e da mão de obra, as áreas es-tratégicas das empresas voltaram os olhos para o uso das ideias como recurso essencial à geração de valor. Na esteira desse movimento, surgiram ao redor do globo modelos de negócios e setores completamente novos, fomentando a geração de empregos e riqueza.

A criatividade se consolidou como o fator determinante da vantagem competitiva das empresas. Os segmentos da economia que con-seguem criar e continuar inovando são mais propícios a obter sucesso de longo prazo. Nas últimas décadas, as empresas passaram a re-conhecer a importância da criatividade e da inovação no seu planejamento estratégico. O desenvolvimento dos setores criativos desem-penha papel-chave no progresso urbano e re-gional, devido a seu estímulo à geração de em-pregos qualificados e ao desenvolvimento de produtos de alto valor agregado.

No Brasil, os dados mostram alinhamento a essa tendência internacional. Em 2011, 243 000 empresas formavam o núcleo da indústria cria-tiva. Sob uma perspectiva mais abrangente, os números mostram que toda a cadeia da indús-tria criativa, que inclui atividades relacionadas e de apoio, movimenta mais de 2 milhões de empresas brasileiras. Com base na massa sala-rial provocada por elas, estima-se que o núcleo criativo gera um produto interno bruto (PIB)

equivalente a 110 bilhões de reais, ou 2,7% do total produzido no Brasil. Essa cifra chega a 735 bilhões de reais se considerada a produção de toda a cadeia da indústria criativa nacional, equivalente a 18% do PIB brasileiro. Esses re-sultados colocam o Brasil entre os maiores pro-dutores de criatividade do mundo, superando Espanha, Itália e Holanda.

No Ceará, existem 4 192 empresas que atuam diretamente na provisão de bens e serviços criati-vos. Com base na massa salarial gerada por essas empresas, estima-se que o núcleo criativo cearen-se gera um PIB de 1,5 bilhão de reais, o que repre-senta 1,8% da economia do estado. Esses dados estão na terceira edição do estudo Mapeamento da Cadeia da Indústria Criativa no Brasil, produ-zido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

As indústrias criativas vão além do papel fundamental da cultura, mas possuem um vas-to potencial de geração de empregos e riqueza. Em uma visão abrangente, essa iniciativa agrupa atividades econômicas cujo principal insumo produtivo é a criatividade, desde o design ao de-senvolvimento de softwares. Sob a perspectiva do processo produtivo, têm importância as em-presas essencialmente criativas, como também aquelas que se relacionam com elas, destacando o papel das cadeias criativas.

O estudo da Firjan classificou como indús-trias criativas as atividades “que têm sua origem na criatividade, na perícia e no talento indivi-dual e que possuem um potencial para criação de riqueza e empregos através da geração e da exploração de propriedade intelectual”.

CAMILA GADELHA

Estudo aponta que a cadeia desse segmento industrial movimenta mais de 2 milhões de empresas brasileiras. No Ceará, são 4 192

Indústria criativaSistema produtivo

Profissionais criativos

S ob a ótica da economia criativa, a capacidade de criar do homem é o principal insumo de produção, estando presente

não só nas empresas criativas, mas em toda a economia. Os profissionais criativos estão distribuídos por todos os setores econômicos, até mesmo nos mais tradicionais. Embora não trabalhem em uma empresa cuja atividade econômica é necessariamente criativa, são profissionais cujo insumo principal são as ideias.

No Brasil, o mercado formal de trabalho do núcleo criativo é composto por 810 000 profissionais, o que representa 1,7% do total de trabalhadores brasileiros com carteira assinada.

O segmento de Arquitetura & Engenharia é o que tem a maior representatividade, concentrando mais de um quarto (230 000) desse universo. Logo em sequência, vêm os segmentos de Publicidade e Design, que empregam mais de 100 000 trabalhadores cada. Juntos, esses três setores concentram metade dos trabalhadores criativos brasileiros.

Os setores ligados à tecnologia também apresentam números robustos. Somados, os segmentos de Software, Computação & Telecom, Pesquisa & Desenvolvimento e Biotecnologia possuem mais de 150 000 profissionais. Composta pelos segmentos de Filme & Vídeo,

| RevistadaFIEC | Janeiro de 201326 27Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

SEtORES DIVERSOS

Arquitetura & Engenharia

As empresas de Arquitetura & Engenharia fornecem as ideias e a criatividade para a indústria da construção civil, e, por isso, a cadeia desse segmento é a mais expressiva sob a ótica da indústria criativa. No Brasil, são 833 000 empresas em toda a cadeia, das quais 28 000 estão concentradas no nú-cleo criativo. Dentre as nove atividades do núcleo, os serviços de arquitetura e de atividades paisagísticas são os que agre-gam o maior número de empresas, 9 e 5 mil, respectivamente.

biotecnologia

Nos últimos anos, os grandes laboratórios têm gradualmente mudado o foco de suas pesquisas das tradicionais drogas químicas para células e demais organismos vivos, o que faz da Biotecnologia um segmento com grande

potencial, sobretudo em um país com grande biodiversidade como o Brasil. Nessa conjuntura, a cadeia de Biotecnologia é composta por quase 13 000 empresas, majoritariamente laboratórios. No mercado de trabalho, são 160 000 profis-sionais nessa cadeia criativa.

Pesquisa & Desenvolvimento

No setor onde a inovação tecnológica é o produto final, são mais de 14 000 empresas. Em relação ao mercado de trabalho, o segmento de Pesquisa & Desenvolvimento chama a atenção no quesito renda. Os 37 000 profissionais que compõem o núcleo são os mais bem remu-nerados da indústria criativa brasileira, com salário médio de 8 885 reais, valor mais de cinco vezes superior à média do trabalhador brasileiro (1 733 reais) e bem acima da média do núcleo criativo nacional (4 693 reais).

SEToRES MAIS bEM REMunERADoS no núCLEo CRIATIVo CEAREnSE

PRoFISSõES CRIATIVAS MAIS bEM PAGAS no ESTADo

Artes

A cadeia de Artes é composta por 18 000 empresas, estando a gran-de maioria (86%) concentrada no núcleo criativo. Dentre essas ativi-dades, as organizações associativas ligadas à cultura, que agregam clubes literários, de cinema e foto-grafia, são as que reúnem o maior número de empresas, seguidas pelo comércio varejista de objetos de arte. Os profissionais do segmento somam 62 000, com 53% (33 000) trabalhando no núcleo criativo.

Design

Em mercados cada vez mais com-petitivos, o design se torna um instrumento primordial para con-quistar novos clientes e diferenciar os produtos. No Brasil, a cadeia de Design engloba 117 000 empresas. No que diz respeito ao emprego, o segmento possui o terceiro maior núcleo criativo do país, com 103 000 profissionais.

Moda

Devido à pluralidade intrínseca ao segmento, a cadeia da Moda res-ponde por quase 30% dos estabe-lecimentos (620 000) da cadeia da indústria criativa no Brasil, atrás apenas do segmento de Arquite-tura & Engenharia. Os números de emprego também chamam a atenção: a cadeia criativa emprega cerca de 1,2 milhão de pessoas, fazendo do setor o segundo maior empregador entre os 14 segmentos criativos.

Software, Computação e Telecom

A cadeia de Software, Computação e Telecom engloba 176 000 empresas no Brasil. Esse é mais um exemplo de setor impulsionado pela figura do empresário autônomo que exerce individualmente atividades criativas, como o desenvolvimento de progra-mas de computador sob encomenda e consultoria em TI, destaques seto-riais. São mais de 364 000 profis-sionais nessa cadeia.

Mercado Editorial e Televisão & Rádio, a área de mídia soma quase 100 000 profissionais.

A força do segmento de Moda brasileira também fica clara nos dados da indústria criativa: são mais de 44 000 profissionais contribuindo para a sedimentação do DNA da moda brasileira no competitivo mercado global. Por sua vez, os segmentos de Artes Cênicas, Expressões Culturais e Música são os menos representativos em número de empregados formais, somando apenas 3,5% dos trabalhadores do núcleo criativo.

Segundo o estudo, de maneira geral, as profissões criativas demandam elevado grau de formação, contribuindo para a geração de produtos de alto valor agregado. Além disso, a meritocracia é um fator muito valorizado entre as profissões criativas, pois estas privilegiam o trabalho movido a desafios e estímulos. Por essas razões, os trabalhadores criativos apresentam salários superiores à média da economia. Enquanto o rendimento mensal médio do trabalhador brasileiro era de 1 733 reais em 2011, o dos profissionais criativos chegou a 4 693 reais, quase três vezes superior ao patamar nacional.

O segmento de Pesquisa & Desenvolvimento é o que apresenta o maior salário médio (8 885 reais), refletindo a alta capacitação técnica desses profissionais. Outro segmento que merece destaque é o de Arquitetura & Engenharia: entre os segmentos do núcleo criativo, além do número maior de profissionais, é o segundo que paga melhor.

Dentre os segmentos, destacou-se a cadeia da Moda, que responde por quase 30% dos estabelecimentos (620 000) da cadeia da indústria criativa no Brasil, atrás apenas do segmento de Arquitetura & Engenharia. Os

números de emprego também chamam a atenção: a cadeia criativa da Moda, que mobiliza desde os designers de moda até os vendedores que levam o produto final ao grande público, emprega cerca de 1,2 milhão de pessoas, fazendo do setor o segundo maior empregador entre os 14 segmentos criativos.

No mercado de trabalho cearense, há 19 000 profissionais criativos, que perfazem 1,4% da força de trabalho estadual. Esses números fazem do Ceará o estado nordestino com maior representatividade do núcleo criativo em seu mercado de trabalho formal. Isso reflete a força do segmento de Moda, responsável por 13,1% do núcleo criativo estadual, percentual mais de duas vezes superior ao patamar nacional (5,4%). Outro ponto forte do Ceará são os setores ligados à cultura: os segmentos de Artes, Artes Cênicas, Expressões Culturais e Música representam 13,2% dos empregos do núcleo criativo no Ceará, frente a 7,6% da média nacional. Esses setores também se destacam em outros dois estados nordestinos: Pernambuco e Bahia.

Entre as dez profissões criativas mais numerosas no Ceará, os arquitetos & engenheiros despontaram na liderança, da mesma forma que no contexto nacional. A Publicidade se destacou com três profissões: gerente de marketing, analista de negócios e analista de pesquisa de mercado. Segmento forte no estado, a Moda apresenta dois representantes nessa lista, designers de calçados sob medida e modelistas de roupas. Além disso, os músicos intérpretes instrumentistas com registros formais sobressaíram-se por também participar desse grupo.

O núcleo criativo cearense possui remuneração média (2 388 reais) quase duas vezes superior à média de todos os trabalhadores do estado (1 264 reais). Contudo, é o estado brasileiro onde os trabalhadores criativos possuem o menor salário médio. Em termos setoriais, destacam-se os segmentos de Arquitetura & Engenharia (5 912 reais) e Pesquisa & Desenvolvimento (5 693 reais).

Dentre as profissões criativas mais bem pagas no estado, aquelas ligadas à pesquisa e tecnologia se destacam, com seis das dez posições do ranking: geólogos & geofísicos (7 406 reais), gerentes de P&D (5 923 reais), engenheiros eletroeletrônicos e de computação (4 697 reais), gerentes de tecnologia da informação (3 754 reais), biólogos (3 517 reais) e pesquisadores (2 910 reais).

Arquitetura &

Engenharia

Geólogos & geofísicos R$7,406

Gerentes de P&D R$5,923

Engenheiros eletroeletrônicos e de computação R$4,697

Gerentes de tecnologia da informação R$3,754

biólogos R$3,517

Pesquisadores R$2,910

Pesquisa &

Desenvolvimento

R$5,912

R$5,693

| RevistadaFIEC | Janeiro de 201328 29Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

Governo, indústria e farmácias buscam acordo setorial que deve ser fechado no início do ano para o descarte correto de remédio vencido

Na dose certaMedicamentos

propostas sobre o descarte de medicamentos. Dentre os membros que participam estão con-selhos profissionais da saúde (medicina, far-mácia, enfermagem, odontologia e medicina veterinária), setor de transportes, setor de pu-blicidade, rede hospitalar, associações da indús-tria farmacêutica, da indústria farmoquímica e das farmácias e drogarias e representação das vigilâncias sanitárias municipais e estaduais. O grupo se articula na perspectiva de um acordo setorial destinado a implantar a logística rever-sa para medicamentos e outras medidas de não geração e de redução de resíduos.

Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácia e Drogarias (Abrafarma), exis-tem, no entanto, entraves para que mudanças semelhantes à PNRS sejam aplicadas no Bra-sil, como o alto custo do sistema, as dimen-sões continentais do país e o conflito sobre a responsabilidade da destinação final. “O mais complicado é definir um modelo que atenda às dimensões continentais do país, equacione o alto custo do sistema e resolva o dilema da destinação do resíduo dentro da própria ca-deia produtiva”, destaca Sérgio Mena Barreto, presidente da entidade.

Bactérias super-resistentes

P orque contêm diversas substâncias químicas, os remédios podem representar perigo ao meio ambiente e a outras pessoas, caso

descartados incorretamente. Não se deve, por exemplo, despejar líquidos no ralo ou em vasos sanitários, sob risco de se contaminarem o solo e as águas. Os sistemas de tratamento de água ainda não estão preparados para eliminar algumas substâncias; além disso, o chorume dissolve as substâncias dos remédios e acaba atingindo o lençol freático. Em todo o mundo, fármacos como antibióticos, hormônios, anestésicos e anti-inflamatórios são detectados no esgoto doméstico e em águas superficiais e de subsolo.

No caso de comprimidos vencidos, se jogados em lixeiras, outras pessoas, ou animais, podem usá-los (ou comê-los). O consumo indevido pode levar ao surgimento de reações adversas graves e intoxicações, dentre outros problemas. Quanto às pomadas, existem substâncias altamente tóxicas e irritantes, que, sob a ação da luz solar, provocam queimaduras na pele.

Estudos apontam que as piores consequências estão relacionadas aos medicamentos que interferem no sistema endócrino. Englobam uma variedade de substâncias químicas, principalmente hormônios naturais e sintéticos, fitoestrógenos e pesticidas. O risco apresentado pelos antibióticos está no surgimento de bactérias super-resistentes. Os efeitos ambientais mais graves se dão pelo hormônio 17a-estradiol, que pode provocar a feminização de peixes machos, prejudicando a reprodução e a sobrevivência de certas espécies. Resumindo: livrar-se de remédio da maneira correta não é uma tarefa fácil.

Descarte impróprio representa perigo ao meio ambiente e às pessoas

O descarte de medicamentos sem uso, vencidos ou sobras é feito de forma inadequada no Brasil desde quando a indústria farmacêutica se instalou por aqui

em 1890. Um problema que ocorre silenciosamente e im-põe riscos ao meio ambiente e à saúde pública. Apesar dis-so, a maioria das cidades não tem incineradores ou aterros adequados para fazer o descarte correto, ou mesmo progra-ma de recolhimento desses produtos. O alerta é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A entidade esti-ma que o volume de medicamentos que perdem a validade anualmente no país pode chegar a 34 000 toneladas.

No Brasil, não existe uma determinação sobre a maneira adequada para o descarte de medicamentos. A Lei 12 305/10,

que regula a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), não incluiu os remédios dentre os produtos submetidos à logística reversa. No entanto, governo, indústria, atacadistas e varejistas buscam uma solução e negociam um acordo se-torial que deve ser fechado nos primeiros meses de 2013. A ideia é usar o mesmo expediente da nova lei de resíduos sóli-dos, que delega ao consumidor a tarefa de levar os materiais que não servem mais a pontos específicos de coleta, para que comerciantes, distribuidores, fabricantes e importadores pro-videnciem seu descarte seguro.

Os esforços da cadeia ganharam força em março de 2011, quando foi criado pelo Ministério da Saúde um gru-po de trabalho temático para analisar, estudar e apresentar

O mais complicado é definir um modelo

que atenda às dimensões continentais do país.

Sérgio Mena Barreto, presidente da Abrafarma

“ “

| RevistadaFIEC | Janeiro de 201330 31Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

O que fazer, então?

U m dos principais motivos da preocupação dos órgãos de vigilância está exatamente nos medicamentos sem uso. Não há quem não tenha em casa uma “farmacinha”

com comprimidos fora da caixa, na maioria das vezes com prazo de validade vencido. Esses, quase sempre, são dispensados de maneira errada. As sobras têm várias causas: estocar medicamentos além da quantidade exata para o tratamento, interrupção ou mudança de tratamento, distribuição aleatória de amostras grátis e o gerenciamento inadequado de estoques por parte das empresas e estabelecimentos de saúde.

A Anvisa alega que o problema seria menor se as pessoas não guardassem tantos medicamentos, se a lei que determina a venda de medicamentos fracionados, em vigor desde 2005, fosse cumprida pelas farmácias e se as pessoas evitassem a automedicação. Dentre os cuidados básicos que se deve

Papa-pílula

D entre as boas iniciativas que servem de exemplo para o país está a da rede de farmácias do Serviço Social da Indústria

(SESI) em Santa Catarina. Com 79 unidades espalhadas pelo estado, a entidade iniciou em 2012 um programa para facilitar o destino correto de medicamentos que já ultrapassaram o prazo de validade e não podem mais ser consumidos. Todas as lojas estão colocando à disposição coletores do programa Papa-pílula. Neles, a

ServiçoMais informações no site do programa www.papapilula.com.br. Lá, o internauta tem acesso a dicas de como proceder o descarte correto, além de um contador que mostra quantos remédios já foram coleta-dos pela iniciativa. Até o fechamento desta edição foram 129 334.

ter em casa um é não deixá-los ao alcance de crianças, por oferecer riscos de envenenamento. Os fármacos são a maior causa de intoxicação no Brasil. Segundo o Sistema Nacional de Informações Toxicofarmacológicas (Sinitox), em 2009 houve 26 500 casos – 26% do total de ocorrências. Além disso, não custa ratificar que o medicamento deve ser guardado longe da luz e da umidade, pois as propriedades podem ser alteradas.

Para que as pessoas possam ter uma saída quanto ao descarte correto, a Anvisa está trabalhando na implantação de uma lei que obriga todas as farmácias a aceitar os medicamentos vencidos. Essa é a única maneira de se livrar dos fármacos adequadamente. Por iniciativa própria, laboratórios, drogarias e alguns supermercados recebem e dão destino certo aos produtos em alguns estados do Brasil. Sendo assim, o jeito é se informar sobre os locais que fazem a coleta em sua cidade.

população tem descartado corretamente remédios vencidos, separando as caixas, as pílulas e os medicamentos líquidos e pastosos em seus respectivos recipientes.

A farmácia do SESI dá o encaminhamento adequado, enviando-os, por meio de empresas coletoras especializadas, para aterros sanitários apropriados ou para incineração, independente se o medicamento tenha sido adquirido numa das unidades da rede. O gerente regional do SESI em Jaraguá do Sul, Jefferson Galdino, diz que o descarte correto evita que o meio ambiente seja contaminado e impede que alguém faça a ingestão indevida desses produtos, principalmente crianças.

Na rede de farmácias do SESI em Santa

Catarina, 79 coletores estão à disposição da

população

Nova versão da publicação traz informações sobre mais de 5 000 empresas com nova lógica de pesquisa e acesso virtual

Guia Industrial2012-2013está disponível

Pesquisa

Guia Industrial do Ceará 2012-2013 já está disponível nas versões impressa e digital. Lançada no dia 14 de janeiro, esta edição, elaborada pelo Instituto de De-

senvolvimento Industrial do Ceará (INDI), traz uma nova roupagem no design, nova lógica de pesquisa, acesso virtual e apresenta informações sobre mais de 5 000 empresas, ou seja, um acréscimo de 40% em relação à edição anterior. Um recorde nunca antes alcançado.

Além do número superior de cadastros, os leitores pode-rão conferir outras novidades, tais como um guia bilíngue, em português-inglês, destaque no layout das páginas para as empresas sindicalizadas, como também o QR Code, código que permite escanear pelo smartphone e identificar as infor-mações sobre os 40 sindicatos associados à FIEC, de forma a incentivar a filiação de empresas não cadastradas nos sin-dicatos e no guia. Desta vez, serão colocados à disposição 3 000 exemplares impressos, além de acesso via internet, por meio de login e senha. O endereço eletrônico é www.sfiec.org.br/guiaindustrial2012.

No Guia Industrial do Ceará 2012-2013, um conjunto de informações cadastrais e econômicas da atividade indus-trial estará disponível. A ideia que presidiu sua elaboração foi reunir tais registros em uma edição impressa e também em um sistema virtual, interativo e de fácil utilização. No intuito de valorizar o setor industrial, o guia pretende suprir a demanda por informações de todos os segmentos, apro-ximando clientes e fornecedores e facilitando o networking comercial e institucional.

Segundo o presidente da FIEC, Roberto Proença de Ma-cêdo, o guia é reconhecido como instrumento de consulta e relacionamento entre industriais. “Temos certeza que a publicação servirá de valioso subsídio na realização de bons negócios e no estudo do comportamento e dinamismo do parque industrial cearense.”

De acordo com o diretor do INDI, Carlos Matos, a nova edição está moderna e focada na interatividade e facilidade de busca de informações. “Tivemos a preocupação de criar uma rede de empresas industriais cearenses para facilitar a realização de negócios”, explica.

Investidores, clientes, fornecedores, governantes, estu-dantes e demais interessados na realização de bons negócios e no estudo do comportamento e dinamismo do parque in-dustrial cearense poderão adquirir as versões impressas e digitais do guia. A versão impressa pode ser adquirida ao valor de 50 reais. O frete é gratuito para todo o estado do Ceará. Para outros estados do Brasil, o valor da aquisição é de 70 reais, já incluso frete. Para aquisições em outros paí-ses, está disponível a versão digital.

ServiçoGuia Industrial 2012-2013 pode ser adquirido no

INDI e pela internet. Informações: (85)3421-5471 e

www.sfiec.org.br/guiaindustrial2012.

| RevistadaFIEC | Janeiro de 201332 33Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

2012 não apresentou avanços significativos, mas os projetos em andamento e recuperação na indústria devem impulsionar a economia do estado do Ceará este ano

Expectativa é de PIBentre 4% e 5% em 2013

Ceará

A economia cearense, mesmo não atingindo as expec-tativas, foi melhor do que os índices de crescimento nacional em 2012. Quanto ao ano passado, segundo

previsão da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a economia brasileira deve fechar o ano com expansão de apenas 0,9% no Produto Interno Bruto (PIB), apesar da continuidade da política monetária e política fiscal forte-mente expansionista. A queda da produtividade, especial-mente na indústria, é motivada principalmente por anos de ausência das reformas estruturais (sistema tributário, legis-

lação trabalhista, infraestrutura e ambiente de negócios), ocasionando um problema de oferta de produtos. Outras causas são a diminuição dos investimentos, o acúmulo indesejado de estoques na indústria e o direcionamento do consumo das famílias para bens importados. Setores relacionados aos Jogos Olímpicos, à Copa do Mundo, ao pré-sal e ao crescimento das classes C, D e E (notadamen-te serviços) apresentaram crescimento em 2012. Já o PIB cearense apresentou crescimento de 3,27% no acumulado dos três primeiros trimestres de 2012.

Nesse período, a indústria nacional apresen-tou retração de 1,1% no PIB industrial. Dessa forma, o setor secundário brasileiro deve fechar o ano de 2012 com retração de 0,6% no PIB, se-gundo a CNI. Em relação à produção física, hou-ve redução de -2,6% no acumulado de janeiro a novembro. No Ceará, apesar do crescimento de 2,6% no PIB industrial durante os três trimestres de 2012, a indústria deve fechar o ano com cres-cimento próximo de 3%. Em termos da produção física, o estado apresentou queda de -1,4%.

No estado, o setor espera incremento de apenas 2% na sua produção em 2012, quando comparado com a média anual da última década – 6% a 8% ao ano. Todavia, as medidas de estímulo ao setor implementadas pelo governo federal no segundo semestre de 2012 poderão propiciar uma reação este ano, resultando em avanço em torno de 4% na comparação com o alcançado no ano passado. Até o terceiro trimestre, destacaram-se os setores de serviços industriais de utilidade pública (eletri-cidade, gás, água, esgoto, etc.), com expansão de 9,7%, e a construção civil, com elevação de 5,7%.

Em relação à produção física industrial, o Bra-sil apresentou retração de 2,6% no acumulado de janeiro a novembro. Apesar do resultado nega-tivo, o Ceará apresenta comportamento melhor que o país, com queda de 1,4%.

Por outro lado, a indústria cearense tem apresentado comportamento positivo em ou-tros indicadores, com expansão de 7,42% no faturamento acumulado até outubro. Convém destacar que a diferença no comportamento das variáveis produção física e faturamento é explicada, em especial, pela diminuição dos estoques, que até agosto situavam-se acima do desejado pelos industriais cearenses.

Além disso, destacam-se outros resultados positivos, como o crescimento acumulado de 0,45% nas exportações de produtos industriali-zados, 8,89% do Imposto sobre Operações rela-tivas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermu-nicipal e de Comunicação (ICMS) arrecadado pela indústria e elevação de aproximadamente 3% no consumo de energia elétrica. No emprego formal, a indústria cearense acumula expansão de 2,3% no acumulado até outubro, com a cria-ção de 8 164 postos de trabalho.

Para 2013, o PIB cearense deve crescer entre 4% e 5%, impulsionado pela elevação dos in-vestimentos públicos e privados, do consumo, além da recuperação da indústria, uma vez que os estoques industriais encontram-se abaixo do

desejado. Os dados são do Instituto de Desen-volvimento Industrial (INDI), entidade compo-nente do Sistema FIEC. Com relação ao cenário nacional, as previsões da CNI indicam expansão da indústria em 4,1% no cenário base e de apenas 2,3% no cenário alternativo

Parte da análise da CNI sobre a expansão da indústria nacional em 2013 tem relação com as estimativas do Fundo Monetário Nacional (FMI) para o ano de 2013, que indicam que a economia mundial deverá crescer 3,6%, frente a 3,3% em 2012. Os países em desenvolvimento continuarão responsáveis por grande parte desse crescimento, com perspectivas de crescer 5,6%, contra apenas 1,5% para os países considerados desenvolvidos.

O FMI estima também que a economia ame-ricana, principal destino das exportações cearen-ses, deverá crescer 2,1% em 2013, contra 2,2% em 2012. Já os países da Zona do Euro continua-rão sofrendo os efeitos da crise, devendo crescer apenas 0,2% em 2013. Em relação aos países que compõem o BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China, fundadores –, e África do Sul, que formam um grupo político de cooperação, o FMI projeta que o Brasil apresentará crescimento superior à Rús-sia, enquanto Índia e China apresentarão expan-sões de 6% e 8,6%, respectivamente.

Em vista disso, é esperado que o comércio in-ternacional cresça 4,5% em 2013, enquanto nos países desenvolvidos o crescimento das importa-ções deve alcançar 3,3%. Por outro lado, os países emergentes devem expandir suas importações em 6,6%. Em relação ao Brasil, a CNI indica dois cenários possíveis. No cenário base, as medidas do governo federal para ganho de competitivida-de da indústria surtirão efeitos, haverá elevação da confiança dos empresários, da utilização da capacidade instalada e dos investimentos, propi-

FoNTE: SFIEC/INDI, a partir de CNI, IBGE, MTE e MDIC

| RevistadaFIEC | Janeiro de 201334 35Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

ciando um crescimento econômico na ordem de 4%, e das exportações em 5%. No cenário alter-nativo, essas medidas funcionam parcialmente, o consumo se mantém direcionado para produtos importados, gerando elevação de 3% no PIB e 1% para as exportações.

O ano de 2012, para o Brasil, caracterizou--se como ano de baixo crescimento também no mercado de trabalho, com expansão de 3,57% no emprego formal nos 11 primeiros meses, segun-do o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). É interessante sublinhar que parte da expansão se trata de formalização de postos de trabalho já existentes, uma vez que o país vem apresentan-do queda contínua na ocupação informal. No Ceará, o emprego formal se expandiu 4,38% na

mesma base de comparação, com destaque para a criação de postos de trabalho nos setores de en-sino, serviços médicos, odontológicos e veteriná-rios e no comércio varejista.

Apesar da desvalorização na taxa de câmbio ocorrida no segundo semestre de 2012, quan-do flutuou entre 2 reais/US$ e 2,10 reais/US$, as exportações brasileiras foram 4,74% meno-res de janeiro a novembro de 2012, compara-tivamente a igual período de 2011. No Ceará, responsável por apenas 0,5% das exportações brasileiras, a redução em 2012 alcançou 8,65%, influenciada principalmente pela redução nas exportações de óleos brutos e lubrificantes (-76,8%), lagosta (-43,7%), têxtil (-15,9%) e castanha de caju (-13,6%).

Sem lamentações

P ara o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Roberto Proença de Macêdo, apesar de o resultado não se

mostrar tão favorável em 2012, o momento é para reagir (e não lamentar), ensejando que 2013, apesar das superstições em torno do seu número,

seja realmente o ano que todo mundo almeja: de crescimento econômico, social e que as obras que precisam ser feitas em nosso estado sejam concluídas e outras iniciadas.

Nesse sentido, o dirigente classista considera que se deve agora olhar para frente diante das perspectivas que se apresentam para 2013, destacando o impulso que projetos em andamento no estado devem trazer para a economia cearense. De acordo com o coordenador da Unidade de Economia e Estatística do INDI, Pedro Jorge de Castro Viana, o ano não é o esperado apenas para a indústria cearense, mas sobretudo para a brasileira.

Pedro Jorge, todavia, acredita que as medidas de estímulo ao setor implementadas pelo governo federal no segundo semestre de 2012 poderão propiciar uma reação este ano, resultando em avanço em torno de 4% na comparação com o alcançado no ano passado. Na opinião do

O fato é que a economia do Ceará

ainda é muito dependente dos investimentos para formação de capital realizados pelo setor público.

Pedro Jorge de Castro Viana, coordenador do INDI

“ “

A estimativa apresentada pelo governo estadual no final do ano passado é de que cerca 3 bilhões de reais são

esperados em recursos a serem aplicados no estado já garantidos com bancos e a União. Na avaliação do próprio governador Cid Gomes, “2013 vai ser um ano difícil em receita, mas, por esforço nosso, será um ano em que grandes financiamentos – que estavam sendo trabalhados ao longo de 2012 – possam se concretizar de fato a partir deste ano”.

O prognóstico de Cid Gomes se baseia na possibilidade de o estado segurar o desenvolvimento local nesses investimentos e, assim, manter indicadores econômicos com desempenho acima dos registrados pelo país. De acordo com o governador, os cerca de 3 bilhões de reais esperados são referentes às seguintes operações já acordadas: uma linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) chamada Proinvest, de 1,08 bilhão de reais; outra de 700 milhões de reais com a mesma instituição; mais uma operação de 700 milhões de reais com o Banco Mundial; e a entrada de 300 milhões de reais de um financiamento com o Banco Interamericano.

O governador fez referência ainda a vários convênios com o governo federal, como o da linha leste do metrô: "Estamos pagando as parcelas dos equipamentos que vão perfurar os túneis e vamos licitar a escavação das trincheiras e a própria obra em si. Isso deverá acontecer em 2013”.

Outro empreendimento que deverá concentrar a atenção do governo do estado é a obra do Acquario, segundo avaliação apresentada pelo secretário de Turismo Bismarck Maia durante a reunião de final de 2012 do Monitoramento de Ações e Programas Prioritários (MAPP) do governo estadual, realizada coma presença de todos os secretários estaduais.

Além da obra do Acquario, foi autorizado o início da duplicação da rodovia até Paracuru, além do projeto da Praia Mansa, com edital previsto para junho deste ano. Também durante a reunião, Cid Gomes anunciou a expectativa de finalizar o processo de compra do terreno a ser destinado à tribo Anacés, em troca da área para implantação da refinaria Premium II, em Caucaia. Esse impasse tem atrasado o início das obras.

Concretização de investimentos

economista, a crise econômica internacional está se prolongando mais do que deveria, afetando de forma negativa o comportamento das empresas.

O reflexo da crise internacional atinge aquelas que se mostram receosas em investir mais nas áreas de tecnologia e produção e, por sua vez, em ampliar seus empreendimentos. "Há um receio muito grande, exigindo esse clima de atenção e cuidado como vemos agora", diz Pedro Jorge. Por outro lado, acrescenta, as medidas de estímulo adotadas pelo governo federal, como baixar os juros, reduzir impostos, desvalorizar a moeda brasileira em relação ao dólar e mais recentemente desonerar a folha de pagamento para mais de 40 segmentos da economia nacional, também precisam de um tempo para surtir os efeitos desejados.

Mesmo assim, aponta Pedro Jorge, nem todos os setores industriais deverão ser beneficiados pelas medidas. No Ceará, por exemplo, os benefícios não chegam a atingir tanto a indústria de transformação porque a maior parte dos segmentos industriais contemplados não tem tanta representatividade na matriz produtiva. "Um exemplo é a indústria automotiva."

O economista considera que em 2013 os investimentos que estavam programados para dar suporte às Copas do Mundo e das Confederações devem finalmente ser incrementados, o que irá acelerar a economia de um modo geral. "O fato é que a economia do Ceará ainda é muito dependente dos investimentos para formação de capital realizados pelo setor público."

Em 2013, segundo o governador Cid Gomes, será licitada a obra da linha leste do Metrô

PIB: 4,0%Indústria: 4,1%

Transformação: 4,0%

Construção Civil: 5,0%

Exportações: 5,0%

Investimentos: 7,0%

Consumo: 3,8%

PIB: 4,0%Indústria: 2,3%

Transformação: 2,0%

Construção Civil: 3,0%

Exportações: 1,0%

Investimentos: 4,0%

Consumo: 3,5%

CENÁRIO BASE CENÁRIO ALTERNATIVO

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| RevistadaFIEC | Janeiro de 201336 37Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

Busca pela inovação e crédito

AFIEC têm reunido esforços e concentrado ações pela inserção da inovação como eixo de atuação estratégico para o

desenvolvimento da indústria cearense. Por meio do INDI, diversas ações foram iniciadas em 2012 e serão desenvolvidas ao longo deste ano. Uma delas é a parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), que prevê, inicialmente, um trabalho de pesquisa e prospecção do setor industrial cearense, contratado pela FIEC. Os Observatórios da Inovação da federação paranaense ficarão responsáveis por executar esse projeto (veja matéria na página 14), além de outros do mesmo tipo que serão desenvolvidos posteriormente.

E mais: o INDI coordenou a criação do programa Universidade-Empresa (Uniempre), voltado a aproximar a academia das empresas com foco na inovação. Em parceria com o

SENAI, o trabalho já resultou na instalação de grupos temáticos direcionados a identificar ecossistemas de inovação, startups (empresas de base tecnológica, inovadoras, com alto potencial de crescimento e baixo investimento inicial) e formatação de editais.

Outra ação impulsionadora da inovação é o Movimento Inova Ceará Startups. Entre as ações de estímulo a um ambiente inovador para o surgimento de novos negócios, um dos focos do movimento é o projeto Apóstolos da Inovação, que reúne estudantes do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e estudantes de universidades cearenses para estudar possibilidades em relação ao momento pelo qual passa o Ceará e propor novos negócios a partir da demanda do setor produtivo e da base de conhecimento instalada nos institutos de conhecimento do Ceará.

Para 2013, o superintendente do CIN, Eduardo Bezerra Neto, aposta em previsões otimistas com relação às

exportações cearenses. Mesmo não arriscando números, diz que um dos pontos que o levam a considerar um bom ano está relacionado ao retorno dos empresários europeus para o estado. "Pernambuco andou avançando muito, por causa da forte habilidade de seu governo de se articular, mas ultimamente os empresários portugueses, em especial,

estão desembarcando novamente no Ceará, instalando novos negócios por aqui."

Segundo Eduardo Bezerra, a importância da vinda de investidores estrangeiros para o Ceará é que daqui a dois ou três anos, quando esses novos negócios estiverem em plena produção, mais investimentos e empregos serão inevitáveis. “Então, isso é um sinal positivo para a economia local." Outro aspecto positivo, este ano, quanto ao comércio exterior é que vários sindicatos empresariais ligados à FIEC

Missão empresarial organizada pelo CIN/CE, esteve a China em 2012

Missões, capacitação e apoio ao investidor

Balança deficitária em 2012

Abalança comercial cearense em 2012 registrou um saldo deficitário de aproximadamente 1,6 bilhão de dólares e

a balança brasileira permanece superavitária em 19,4 bilhões de dólares. É uma queda um pouco mais acentuada do que a registrada em 2011 (-997.417.703 dólares) e 2010 (-899.702.246 dólares). Os dados são do documento Ceará em Comex, estudo estatístico do comércio exterior cearense elaborado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da FIEC.

O estudo é relativo ao mês de dezembro e também ao ano de 2012 e tem como fonte-base o sistema AliceWeb do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Considerando apenas o mês de dezembro/2012, o valor exportado diminuiu em 19,9% em

relação a 2011. No caso das importações, a queda foi de 19,1%.

Responsável por 0,5% das exportações brasileiras e 6,7% das exportações nordestinas em 2012, o Ceará fecha o ano em 15º lugar na classificação nacional e o 4º lugar na classificação regional. Em 2012, o Ceará exportou para 91 países-destino. Os setores de calçados, couros, castanha de caju e fruticultura são os mais representativos e respondem por 64,1% do valor exportado pelo Ceará. Apenas um entre os dez produtos mais exportados não é oriundo desses setores: as ceras vegetais.

Destaca-se também a presença do porto de São Francisco do Sul (SC) entre os principais corredores de exportação do nosso estado em 2012, sendo que em 2011 não existiu participação. Houve uma queda de 37,7% na participação do Porto do Pecém em 2012, passando de 62,2% em 2011 para 42,9% em 2012.

Já o Porto de Fortaleza teve um crescimento de 14,8% na sua participação, passando de 26,3% em 2011 para 33,5% em 2012. Os Estados Unidos continuam sendo o principal país-destino, recebendo 23,6% do valor exportado nesse ano pelo Ceará, cerca de 299,1 milhões de dólares. Na classificação por blocos econômicos, a União Europeia ultrapassa a Nafta em dezembro e fecha o ano como o principal bloco-destino das exportações cearenses. A China é a principal parceira comercial do estado: com Estados Unidos e Argentina, representam 45,9% do total importado em 2012.

Balança comercial cearenseHistórico dos meses de janeiro a dezembro

Valores em uS$ FOB

FoNTE: CIN/FIEC

confirmaram participação em eventos e feiras internacionais para incrementar seus negócios lá fora. Nesse sentido, a programação do CIN já marca oito missões estrangeiras. A definição das missões parte de pleito dos próprios sindicatos. O CIN também organiza missões para os mercados-foco definidos pela CNI e pela Apex-Brasil, com a qual mantém parceria.

Outra ação que irá nortear as atividades do CIN de incentivo à participação do empresariado cearense no comércio exterior é o apoio ao investidor estrangeiro. A ideia é posicionar a oferta do novo serviço, delineado pela Rede CIN, por meio da oferta de um ambiente favorável para investimentos, visando reduzir e simplificar a complexidade mediante um ambiente de interação entre empresário e investidor.

Em relação à capacitação para 2013, estão programados 13 cursos de curta duração em temas diversos do comércio exterior. Além disso, está prevista a realização dos Jogos de Negócios Internacionais, que têm o intuito de treinar seus participantes para a tomada de decisões estratégicas, derivando de simulações de fatos

e rotinas do cotidiano das empresas. O curso irá permitir o “aprender fazendo”, a criação de ambientes de competição e motivação, bem como o incentivo ao trabalho em equipe. São sete módulos distribuídos em 80 horas/aula.

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| RevistadaFIEC | Janeiro de 201338 39Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF), realizado pelo IEL, aumenta a competitividade de cadeias produtivas

Programa qualifica cadeias produtivas

Q uanto representa um dia de produção parada de uma empresa por causa da não entrega do produto pelo fornecedor? Quanto custa a não conformidade de

um produto ou serviço que o fornecedor deixa de prestar? Quanto impacta na imagem de uma empresa uma questão trabalhista ou acidente de trabalho ocorrido numa empresa fornecedora? Essas são questões que mostram como a par-ticipação dos fornecedores na cadeia produtiva industrial é importante, porque no processo produtivo sua atuação não ocorre de forma isolada.

Justamente por isso, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), instituição componente do Sistema Indústria, desenvolveu o Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF), cuja

PQF

intenção é aumentar a competitividade de cadeias produ-tivas mediante o fomento à interação entre empresas de grande e médio porte – chamadas de empresas compra-doras – e seus fornecedores – denominados de empresas fornecedoras. A proposta é adaptar as empresas de deter-minada localidade às necessidades dos grandes e médios empreendimentos locais compradores, visando aumentar as vendas dos pequenos e garantir a qualidade dos servi-ços e produtos adquiridos. O PQF busca atingir seus ob-jetivos oferecendo às empresas fornecedoras diagnóstico, plano de ação personalizado, consultorias individuais e capacitações que as qualificam a atender às demandas do mercado com precisão.

Curso para fornecedores do setor metal-mecânico

a meta de 100% de cobertura com operações do BNDES no território. Em 2012, mais 12 municípios foram atendidos para desenvolver e fortalecer as micro, pequenas e médias empresas com recursos adequados.

Em julho de 2012, a Unidade de Articulação de Crédito do INDI mobilizou a cadeia produtiva de trigo para aumentar a base de fornecedores do Cartão BNDES. Foram realizadas reuniões com os principais moinhos cearenses e técnicos do banco para efetuar o credenciamento, visando reduzir o custo de insumos para o setor de panificação.

Outra importante ação do posto em 2012 foi a articulação de um convênio entre FIEC e Caixa Econômica Federal para redução de taxas de linhas de financiamento às empresas vinculadas aos sindicatos patronais. Até o mês de dezembro, foram gerados mais de 310 milhões de reais em negócios.

Por meio da articulação do posto do BNDES na FIEC, 33 pequenas e médias empresas foram contempladas pelo Programa de Financiamento Inovador de Empresas de Pequeno e Médio Porte (Finpyme), desenvolvido pela Corporação Interamericana de Investimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que implementa uma metodologia de identificação e diagnóstico de empresas para melhorar suas posições competitivas, bem como promover acesso a fontes de financiamento para projetos de expansão. Atualmente, o posto está prospectando outras sete empresas para chegar ao número de 40, meta estabelecida pelo BID para o Ceará.

ATENdIMENTO EMPRESARIAL

Uma nova turma de apostólos da inovação está analisando as 27

ideias geradas pela primeira edição do projeto

A primeira edição reuniu 12 estudantes e gerou 27 ideias de startups – nos setores estratégicos energia, eletrometal-mecânico, agronegócio, tecnologia da informação, construção civil e educação. Atualmente, Os Apóstolos estão na segunda edição e os estudantes agora se debruçam sobre as 27 ideias geradas para estudo de reais demandas, a fim de que os projetos se tornem empresas.

Com o objetivo de oferecer informações relevantes para os empresários obterem crédito para seus negócios, o posto avançado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), instalado na FIEC, atua há 12 anos no setor industrial cearense. Em 2012, 3 543 atendimentos foram realizados presencialmente, por telefone, em eventos e feiras, bem como em palestras e na sede das empresas (sob demanda).

Um dos trunfos para o sucesso das operações é a interiorização. O estado do Ceará foi o primeiro do Norte/Nordeste/Sudeste a atingir

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Saiba mais Benefícios para as empresas-âncora

Empresas fornecedoras

o PQF, lançado em 2007, reúne mais de cem empresas-âncora e mais de mil fornecedoras, além de parceiros nacionais e regionais. Atualmente, está organizado em 18 núcleos regionais do IEL: Maranhão, Pará, Goiás, Bahia, Rondônia, Alagoas, Acre, Amazonas, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins, Ceará, Espírito Santo e Pernambuco. Um dos maiores trunfos do programa é o aumento da eficiência dos fornecedores, que são capacitados nas mais modernas técnicas de gestão, e das empresas compradoras, que passam a dispor de mais opções na hora de comprar insumos, além de aumentar suas chances de competir no mercado internacional.

Redução dos custos na qualificação

Melhoria da qualidade

Relações confiáveis de longo prazo

Monitoramento quanto aos requisitos legais

Confiança no atendimento

Modernização da gestão

Incremento da competitividade

Novos negócios

Novos mercados

Transparência dos critérios técnicos exigidos

Qualificação subsidiada

Processo segundo demandas

PQF no Ceará

TRIgO E PANIFICAçãO (FINALIzAdO) Empresa-âncora: Moinho Dias Branco.Empresas fornecedoras certificadas: panificadoras Com Feitos Vitória, Rayssa, Geísa, Betel, Thainara, Delícia do Pão, Sequilhos Paulista, Jariel Pan, Sup. Irmãos Gêmeos, Pery e Cleopan; Central do Trigo Distribuidora.Destaque empresarial: Central do Trigo Distribuidora e panificadoras Cleopan, Com Feitos Vitória, Jariel Pan e Thainara.Indicadores: aumento de 44% no faturamento das empresas participantes (momento inicial 17.621.555,28 reais / momento final 25.439.199,85 reais).

CONSTRuçãO CIVIL

Empresas-âncora: Coopercon/CE, Bspar, Colmeia, C. Rolim Engenharia, CRD Engenharia, Diagonal, Integral Engenharia, J. Simões Engenharia, Magis Incorporações, Manhattan Construções, Mota Machado e Porto Freire.Empresas fornecedoras participantes: Atual, FortColor Tintas, MM Gessos e Serviços, Pinte Pinturas, Tok Gesso e Construções, Carmal Comércio de Madeiras, osterno Móveis, Madereira Rio Branco, oCS Mineração e Empreendimentos, Prestserv, RL Mármore, Rochetec, Ar Temp, SV Elétrica, GeoBrasil Projetos e Engenharia, Sig Construções, Loquicenter, MGP, Dutogás Serviços e Instalações; SK Bombas, ABC do Extintores, Alpha Metalúrgica, Alunobre, Aço.Brás, Coopercon/CE, Indústria de Vidros Temperados, LAC Up, Metal Brasil, Metal Leste e Proserv.Indicadores: aumento de 44% no faturamento das empresas participantes (momento inicial 106.434.454,29 reais, com 23 empresas / nov.11 153.330.371,14 reais, com 21 empresas).

PLÁSTICO (FINALIzAdO)

Empresas-âncora: Ibap e Sindiverde.Empresas fornecedoras certificadas: Cartonagem Santa Edwirges Ltda., Forte Aço, Indústria de Plásticos Cearense; Lg Gás, M&M Instrumentação, Madeireira Vitória, North Cromo, Promaqi, Só Vedações Comercial, Steel Company Comércio de Aços, Técnica de Balanças Guimarães, Trioplast, Indústria Comércio e Serviços, Texplast Indústria Comércio e Serviços de Plásticos.Destaque empresarial: Fort Aço, Só Vedações Comercial e Trioplast Indústria Comércio e Serviços.Indicadores: aumento de 52% no faturamento das empresas participantes (momento inicial 12.002.759,89 reais, com nove empresas / momento final 18.214.609,84 reais, com 11 empresas).

METAL-MECâNICO

Empresas-âncora: Cemec, Durametal, Esmaltec, FAE, Gerdau e Queiroz Galvão.Empresas fornecedoras participantes: Accioly Nogueira, Adelino Transportes, Conexão Transportes, Construtora Múltipla, CPN, Cromoplast, Daniel Transportes, Demas, DGB Rolamentos, Dijet, DPM Engenharia, Elfi Service, ETS Engenharia, Ferramentaria Inovação, Fornecedora de Máquinas, Fortcolor, Francisca do Nascimento – Fortprel, GR Uniforme Profissionais, Hinel Hidráulica do Nordeste, HNR Nordeste, Irmãos Facundo, Iselétrica, Jato Clean, Joacir Nunes – oficina Polares, Lavoro, Leo Pallets, LM Andrade, Magna Locações, Maxx Molde, MCL Metalúrgica, Metal Mecânica Maia, MG Porto, MRG Tecnologia, opção Comércio – Comtexsa PerfisulIndústria e Comércio Ltda., Petral, Plastsan, RC Equipamentos, Serlares, Sipase, SK Bombas, Soferro Guindastes, Tintas Hidracor, Tquimica Brasil, USB – Usinagem Santa Bárbara, Usimecs e Veloflex.

Os fornecedores são qualificados em áreas de gestão deman-dadas pelas empresas compradoras participantes do PQF, tais como qualidade, meio ambiente, segurança e saúde no traba-lho, responsabilidade social empresarial, produção e macroges-tão (gestão estratégica, comercial e financeira).

No Ceará, empresas e fornecedores das cadeias produtivas da construção civil, metal-mecânica, trigo e panificação, além da indústria de plástico, já passaram pelo PQF. O programa, com duração de 24 meses, ainda está em curso nos setores da construção civil e metal-mecânico. A gestora executiva do PQF no Ceará, Roberta Reis, do IEL/CE, destaca que todo o pro-grama é formatado com a empresa-âncora, que determina os setores que quer qualificar seus fornecedores e também indica algumas empresas, consideradas estratégicas, para participar. Segundo ela, mesmo antes da finalização do programa, que demanda muitas consultorias, diagnósticos, treinamentos e au-ditorias, os resultados começam a ser percebidos, gerando be-nefícios não apenas à cadeia produtiva, mas também à empresa que compra e à que vende.

Justamente pelo tempo de duração do programa, a gestora exe-cutiva do PQF diz que o desempenho e a avaliação final de setores – no caso da cadeia produtiva do plástico e do trigo e panificação, que já finalizaram o programa – são muito positivos, pois a adesão das empresas tem sido estável do início ao fim. Para 2013, Roberta Reis informa que é possível que o PQF atinja novos setores e ca-deias produtivas que estão em processo de prospecção: “Estamos estudando a viabilidade de novos setores”.

Resultados

Ao final do programa, as empresas fornecedoras, nas quais depois de auditoria é constatado o atendimento dos requisitos

estabelecidos pelas compradoras, recebem certificado chancelado pelo comitê local do programa, do qual participam as empresas que compram. No entanto, os benefícios vão além. O gerente de Planejamento Comercial do Moinho Dias Branco, Arthur Benevides, destaca que os benefícios para a cadeia produtiva são impactantes. No caso da cadeia de trigo e panificação, que vem passando por grandes mudanças no Brasil e no Nordeste, principalmente pela necessidade de qualificação de todo o processo, incluindo gestão de atendimento, novas práticas de produção e desenvolvimento de produtos inovadores, Benevides ressalta que a ideia é melhorar o consumo per capta e também a oferta do mix de produtos. “O mercado está pedindo isso.”

Segundo o gerente, o IEL, bem como todo o Sistema FIEC, com o Programa de Qualificação de Fornecedores contribui para melhorar o processo como um todo, e isso gera novos negócios e, consequentemente, mais faturamento.

Pelo lado dos fornecedores, os resultados também são positivos, uma vez que algumas empresas qualificam sua forma de atuar em vários aspectos e se abrem para o crescimento e a busca da excelência. No trigo e panificação, área de alimentos, o controle de qualidade dos processos é uma demanda muito importante para o desenvolvimento da cadeia.

Para a empresa Central do Trigo, por exemplo, que faz a distribuição de todos os insumos para panificação, além de oferecer cursos e capacitações a empresas do setor, participar do PQF foi fundamental pela melhora não só no relacionamento com seus clientes, como também porque gerou novos negócios. “A partir do momento em que aumenta o relacionamento com o cliente, os negócios também são favorecidos”, destaca a diretora da Central do Trigo, Vládia Maciel. Ela explica que a participação no PQF ajuda a profissionalizar o setor, à medida que apresenta novas possibilidades de crescimento nos processos de gestão e produção. Durante o tempo do programa, as empresas fornecedoras participam de visitas técnicas, reuniões, treinamentos e auditorias, dentre outras ações, visando à adequação para melhor provimento de suas empresas-âncora e abertura para novos mercados.

Fornecedores do setor de plástico são qualificados

Premiação de empresas fornecedoras da construção civil

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| RevistadaFIEC | Janeiro de 201342 43Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

Estudo preliminar elaborado pelo economista José Fernando Castelo Branco Ponte - Corecon 031 8ª Região, diretor da FIEC, presidente do Conselho Temático de Economia, Finanças e Tributação da FIEC, membro do Conselho de Política Econômica da CNI e membro do Conselho de Administração da Adece.

Chapada do Apodi, novo polo em eclosão

REFLEXÕES E IDEIAS

A o fazer-se uma varredura sobre o mapa do Ceará, na bus-ca da identificação de regiões propícias à estruturação de novos polos de desenvolvimento do estado, a exemplo do

que vem ocorrendo com o bem sucedido Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), descortina-se, face a sua enorme po-tencialidade, a porção cearense encravada na Chapada do Apodi e integrada, dentre outros, pelos municípios de Limoeiro do Nor-te, Quixeré e Tabuleiro do Norte, na Região do Baixo Jaguaribe (vide mapa).

Referida região é naturalmente vocacionada para a agricultura irrigada, tendo em vista a adequação do clima, da topografia e da qualidade do solo, associados à disponibilidade de água cap-tada do perenizado Rio Jaguaribe, nela se localizando grandes

projetos de fruticultura irrigada, com destaque para o melão, a banana e o abacaxi. Ressalte-se que as exportações de frutas frescas pelo Ceará totalizaram, em 2012, cifra superior a 108 mi-lhões de dólares, correspondendo a um volume de 147 469 toneladas, em sua quase totalidade oriundas dos plantios irrigados da Chapada do Apodi e do Tabuleiro de Russas.

Outra importante propensão econômica daquela área está vinculada à atividade da mi-neração da rocha calcária, de origem cretácea e predominantemente calcítica, sobre a qual a presente abordagem pretende se alongar. Ali, o jazimento do minério calcário é imenso e de ótima qualidade, chegando a ocorrer aflorante e com profundidade máxima estimada em 600 metros, em corpo contínuo com extensão de milhares de hectares, conhecido como Forma-ção Jandaíra, inserida na Bacia Potiguar.

Integrada à extração mineral, como é ób-vio, destacam-se as inúmeras alternativas para o processamento industrial desse abundante e versátil minério, transformando-o em brita para pavimentação, construção civil e siderur-gia, rochas ornamentais, cimento e seus artefa-tos, cal para argamassas e tratamento de águas e esgotos, corretivo de solo, carbonato de cálcio para uso na fabricação de tintas, papel, tecidos, plásticos, fármacos, dentifrícios, etc., produtos de diferentes níveis de agregação de valor, po-rém com amplas perspectivas de mercado.

A extração e o processamento do calcário na região ainda se apresentam de modo incipiente, comparados ao seu potencial, sendo realizados por pequeno número de empresas de médio porte, afora as inúmeras pequenas minerado-ras. Evidenciando esse enorme potencial, me-recem menção os cerca de 700 processos para exploração mineral na Chapada do Apodi, em tramitação no DNPM em 2011, metade deles localizados na porção cearense, em sua larga maioria na fase de requerimento de pesquisa e poucos nas etapas de requerimento e de auto-rização para lavra, estágio final para exploração do bem mineral.

Destaque-se que mais de uma centena da-queles processos foram requeridos por grandes grupos cimenteiros nacionais, o Votorantim e o João Santos, seguidos pela cearense Cimento Apodi. Em síntese, toda a área de ocorrência mineral na Chapada do Apodi se encontra re-querida, inclusive na porção limítrofe situada no estado do Rio Grande do Norte.

Estimulados pela disponibilidade de maté-ria-prima de ótima qualidade oriunda de jazi-das próprias e de energia elétrica em algumas localidades, não obstante o sistema viário ainda precário e inadequado, vários são os empreendi-mentos integrados, de vulto, projetados ou em implantação naquela Chapada, cabendo desta-que para a fábrica de cimento Apodi, liderada pelo Grupo Dias Branco, a Itatiba Mineração, Fo

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| RevistadaFIEC | Janeiro de 201344 45Janeiro de 2013 | RevistadaFIEC |

1. Elaboração de um diagnóstico para identificar e mensurar as reais potencialidades econômicas daquela região e suas demandas, definindo seu zoneamento e estabelecendo um plano diretor de longo prazo.

2. Implantação de uma malha viária básica para escoar a produção das zonas potencialmente produtoras, interligando-as às vias existentes.

3. Idem, de linhas de transmissão e/ou distribuição de energia.

4. Idem, de ramal do Gasoduto Guamarés/Pecém, para suprimento de gás natural.

5. Idem, de rede de suprimento d’água.

6. Idem, de estações repetidoras de telefonia celular e fixa.

7. Alargamento e reforço das rodovias pavimentadas estaduais e federais na rota Tabuleiro do Norte/Limoeiro do Norte/Quixeré e sua conexão com Fortaleza e o Porto do Pecém, principalmente das BR-116 e BR-222.

8. Implantação de ramal ferroviário, interligando Limoeiro do Norte à Transnordestina Logística, no município de Quixadá,

numa extensão aproximada de 115 quilômetros, com traçado paralelo ao da CE 265.

9. Contratação de consultoria especializada para planejamento, no município de Limoeiro do Norte, de um moderno terminal de cargas para graneis sólidos, big bags, contêineres, etc., com pátios de armazenagem e embarque compatíveis com os produtos a serem transportados, de áreas para manobras e estacionamento de vagões e locomotivas.

10. Expansão e melhoria do aeroporto de Limoeiro do Norte, de modo a permitir a operação de aeronaves comerciais de médio porte, inclusive balizamento para pousos e decolagens no período noturno.

11. Instalação de centros de capacitação de mão de obra de nível médio e técnico de modo a atender à demanda das atividades produtivas a serem desenvolvidas, em convênio com o SENAI e outras instituições similares.

12. Estudo da viabilidade de implantação de um “Porto Seco” ou EADI – Estação Aduaneira Interior no terminal de cargas multimodal naquela região, de modo a agilizar e simplificar os procedimentos de comércio exterior, mormente o da exportação de frutas.

direcionada para a produção de cal, e a Imerys do Brasil, multinacional produtora de carbona-tos de cálcio, afora aqueles que já vêm operando, a exemplo da tradicional Carbomil, Santana Mi-neração e outras mineradoras de pequeno porte.

Além da vocação agro-mínero-industrial, a região é também potencialmente promissora para a geração, a médio prazo, de energia elé-trica limpa e renovável, de origem eólica, haja vista a topografia plana do terreno, a velocidade média anual dos ventos de 7,0 m/s a uma altura de 70 metros e, a mais longo prazo, de energia solar com o aproveitamento do excelente ín-dice de insolação de 3 030 h/ano. Em ambas as alternativas, inexistem os obstáculos de nature-za ambiental que habitualmente se apresentam nas áreas litorâneas do Ceará, desestimulando os investimentos privados nesse segmento e redirecionando-os para outros estados.

A energia gerada poderia ser conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), por meio de subestações existentes ou projetadas nas li-nhas de alta tensão da Chesf ou da Coelce que cortam referida região.

Sob a ótica macroeconômica, a relação cus-to/benefício esperada com a estruturação desse importante polo propulsor de desenvolvimen-

to seria altamente favorável, haja vista que o montante de investimentos necessários à for-mação de uma infraestrutura logística básica proporcionaria retorno compensador, median-te a geração de riquezas, emprego e renda e a consequente elevação do PIB cearense.

Ao dar conhecimento dessas reflexões, em primeira mão, ao novo presidente do Conse-lho Estadual de Desenvolvimento Econômi-co (Cede), empresário Alexandre Pereira, o mesmo se mostrou sensibilizado, externando sua intenção de aprofundar os estudos objeti-vando a implementação de medidas em prol do novo polo na Chapada do Apodi, inician-do, de imediato, por uma viagem de contatos e observações in loco, realizada em fins de janeiro de 2013.

A nosso ver, competiria ao estado do Cea-rá, como indutor do desenvolvimento, promo-ver as seguintes ações governamentais neces-sárias à estruturação e consolidação do novo polo, muitas das quais poderiam alavancar recursos do governo federal e de instituições de financiamento, como BID e Banco Mun-dial, afora as possibilidades de mobilização de parcerias público-privadas junto a inves-tidores nacionais e estrangeiros:

Face a estas considerações, espera-se que o governo estadu-al seja proativo e, com a visão estratégica de longo prazo que o tem caracterizado, promova o planejamento e a estruturação naquela região do importante Polo Agro-Mínero-Industrial, dire-

cionando investimentos principalmente para a infraestrutura viária e para a expansão das redes de suprimento de energia elétrica, gás e água. Somem-se a isso os incentivos fiscais e, de resto, o setor privado certamente fará a sua parte.

| RevistadaFIEC | Janeiro de 201346