canto a sundiata, hélder proença

45

Click here to load reader

Upload: catiasgs

Post on 24-Jun-2015

2.062 views

Category:

Documents


12 download

TRANSCRIPT

Page 1: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Escola Secundária D. Afonso

Henriques

2009/2010

LITERATURA GUINEENSE

Curso de Línguas e

Humanidades

Docente: Isabel Cosme

Hélder Proença

Ana João, 3

Cátia Silva, 6

12ºH

Page 5: Canto A Sundiata, HéLder ProençA
Page 6: Canto A Sundiata, HéLder ProençA
Page 7: Canto A Sundiata, HéLder ProençA
Page 8: Canto A Sundiata, HéLder ProençA
Page 9: Canto A Sundiata, HéLder ProençA
Page 10: Canto A Sundiata, HéLder ProençA
Page 11: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

 

Literatura Guineense

Dentre as antigas colónias portuguesas, a

Guiné-Bissau é o país onde mais

tardiamente a literatura se desenvolveu

devido ao atraso do aparecimento de

condições socio-culturais propícias ao

surgimento de vocações literárias. Esse

atraso deveu-se sobretudo ao facto da

Guiné ser uma colónia de exploração e não

de povoamento.

Page 12: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Literatura Guineense

Também o acesso ao ensino era bastante

restrito, estando dele excluída a maioria da

população. A imprensa também chegou

tardiamente à colónia, apenas em 1879.

A inexistência de bibliotecas, de uma casa de

edições, a falta de dinamismo da própria

União Nacional de Artistas e Escritores são

outros dos factores que têm travado o

desenvolvimento do movimento literário

nacional.

 

Page 13: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Literatura Guineense

Podemos distinguir quatro fases na literatura

da Guiné:

A fase anterior a 1945: Autores marcados

pelo cunho colonial

O período entre 1945 e 1970: Uma

poesia de combate

Dos anos 1970 ao fim dos anos 1980:

Uma literatura exclusivamente poética: da

poesia de combate à poesia intimista.

A partir da década de 1990: Uma poesia

mais intimista.

Page 14: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

O Autor

Page 15: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Hélder ProençaBaciro Dabó e Hélder Proença

assassinados na Guiné.

Houve um duplo homicídio na

Guiné Bissau. Foram

assassinados o candidato

presidencial Baciro Dabó e

Hélder Proença, deputado do

PAIGC e ex-ministro da Defesa. A

Direcção-Geral dos Serviços de

Informação do Estado da Guiné-

Bissau denunciou hoje uma

tentativa de golpe de Estado no

país liderada por Hélder Proença,

agora morto.

2009-06-05

http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Baciro-Dabo-e-Helder-Proenca-assassinados-na-Guine.rtp&headline=20&visual=9&article=224773&tm=7

Page 16: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

O Poem

a

Page 17: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

A Lenda de Sundiata

Sundiata Keita, (1217 - 1255) foi o fundador do

Império Mali e celebrado como um herói da África

Ocidental na semi-histórica Epopeia de Sundiata.

A sua história é conhecida sobretudo por meio da

tradição oral, transmitida pelas gerações.

Page 18: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

A Lenda de Sundiata

Ele dedicou a sua vida à construção de um exército

para derrubar o rei e libertar a sua terra natal.

Quando era mais velho, Sundiata derrubou-o e

tornou-se rei do império de Mali.

Sundiata apercebeu-se que, se fosse para ter um

reino, ele teria de ser próspero. Para isso, introduziu

culturas como feijão, arroz e algodão. Com a venda

das culturas, o Império Mali tornou-se muito rico.

Sundiata Keita estabeleceu a capital na sua aldeia

natal de Niani, Mali, perto da fronteira actual com a

Guiné.

Sundiata construiu, assim, a reputação de homem

poderoso.

Page 19: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

A Lenda de Sundiata

Se a memória do Mali antigo ainda permanece viva

hoje, deve-se, em grande parte graças ao trabalho

dos griots, historiadores profissionais, cantores e

artistas musicais do povo mandinga. Hoje, a

tradição está espalhada por, pelo menos, seis

países do oeste Africano: Mali, Guiné Equatorial,

Gâmbia, Senegal, Costa do Marfim, Burina Faso e

Guiné-Bissau, que têm mantido uma cultura

extremamente unificada. Estes países ainda

confiam nos seus griots que lembram o seu lugar

glorioso na história. E a mais querida de todas as

histórias é a de Sundiata Keita, o primeiro rei do

Império do Mali.

Page 20: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Canto a SundiataEsta é a noitedo perfume sorrisobrotando E digo-te canta flor mas fita sério!

Page 21: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Canto a Sundiata

Este luar-guitarraé longo e suavee jovem e sorridentesolfeja e dedilharefina ancasemacia o beijo e a ternura

Page 22: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Canto a SundiataE também amo neste tom guitarra do luar, Sundiata E digo-te canta flor mas fita bem!

Page 23: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Canto a SundiataNeste luar pratase atiçam sensibilidadesesqueço-me e afirmo-meComo fumos sorridentese prateadosem longas andanças

Page 24: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Canto a SundiataE digo-te canta flor mas fita bem! Esta é a noite do perfume sorriso brotando

Page 25: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Canto a SundiataOs olhos de vermorrem na doçura prateada do

horizonteEnamoro a cruel dureza das rochasCaso-me com o cristal mais negroe triste do debaixo da 1ª terra  E também sonho neste tom guitarra do luar,

Sundiata

Page 26: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Canto a Sundiata

Neste luar prataperfilo-me entre os lábiosmais usadosHasteio como estandarteo sexo de todos os Deuses,enfim, e da virgem santíssima, também!

Page 27: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Canto a SundiataE digo-tecanta flormas fita sérioTambémagonizo neste tom guitarra do luar,

SundiataE digo, Amem!E digo-te — Sundiata:«abô i fidjo di misériaca bu tchora bu sufrimentu»

Page 28: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Canto a SundiataPorque há sono de dormiraindano solfejo cristalino de cada nuance pequeno-burguês

se assim é...em cada coisa, em tudo ou em cada coisa?!e digo, que assim seja, Sundiata!

Page 29: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Canto a Sundiata

Desenhando

 este silêncio internoesta música permanenteeste retrato multifacético do luar e da agonia

Page 30: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Canto a SundiataDigo-tenão posso adiar a palavra, Sundiatase pequei contra tie porque no Ameme Aleluia subescrevendoAgora?!

Page 31: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Canto a SundiataE digo-te, Sundiatacanta flormas fita bemPorqueesta é a noitedo perfumesorrisobrotando.

Page 32: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

TemaEsta composição poética pretende,

acima de tudo, cantar uma figura

histórica africana: Sundiata,

através do reconhecimento da sua

importância para a formação de

Guiné-Bissau.

Nela, o sujeito poético partilha os

anseios de um povo, que procura a

definição histórica, cultural,

afectiva de um espaço territorial,

constatando situações adversas,

que levam ao surgimento de uma

força vital, libertadora: a

esperança irrecusável de um

amanhecer diferente.

Page 33: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Tema

Tal como Sundiata, o sujeito

poético decide, também, lutar

contra o invasor. Isto leva-o a não

adiar a palavra, a ser “obrigado”

a reconhecer as privações do seu

povo, do povo que Sundiata

fundou, tendo sempre em vista o

desejo de liberdade e sem

esquecer a urgência do amor

entre os guineenses, em

particular, e os seres humanos,

em geral.

Page 34: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Vocabulário• Vocabulário positivo – eufórico

“perfume”; “sorriso”; “flor”; luar-

guitarra”; “suave”; “jovem”;

“sorridente”; “beijo”; “ternura”;

“amo”; “doçura”; “sonho”; “música”

Os vocábulos transcritos são,

normalmente, associados a um

campo semântico positivo e que,

transmitindo leveza e afabilidade, nos

transportam, de imediato, para um

universo de amor, bondade, paz,

reconciliação – em suma, a

Humanidade que o sujeito poético

anseia alcançar.

Page 35: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Vocabulário•Vocabulário negativo –

disfórico

“noite”; “cruel dureza”; “negro”;

“triste”; “agonizo”; “miséria”;

“sufrimentu”; “silêncio interno”;

“agonia”

Por sua vez, estes vocábulos estão

associados a um campo semântico

negativo que transmite a ideia de

escuridão, incerteza, sofrimento, e

que nos remete para uma realidade

dura, triste, miserável, em agonia –

ou seja, a perversidade da natureza

humana, que o sujeito poético

pretende eliminar.

Page 36: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Recursos Estilísticos•Adjectivação

“este luar-guitarra/ é longo e suave/ e

jovem e sorridente”

“longas andanças”; “O cristal mais

negro/e triste”

• Comparação

“Esqueço-me /e afirmo-me /como

fumos sorridentes e prateados.”

Estes dois recursos tendem a

construir um cenário que contrasta

entre claro e escuro, o luminoso e o

enublado, demonstrando a dualidade

de situações presentes ao longo do

poema.

Page 37: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Recursos Estilísticos• Apóstrofe“Sundiata”; “E digo-te”

A apóstrofe indica-nos a existência de um “tu”, neste caso Sundiata, a quem o “eu” se dirige.

•Sinestesia“perfume sorriso”; “doçura prateada do horizonte”; “cruel dureza das rochas”

A sinestesia pretende, a par das adjectivações, caracterizar o ambiente, principalmente de índole psicológica, vivenciado pelo sujeito poético.

Page 38: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Análise Formal

Esta composição poética é

constituída por oito estrofes de

diferentes dimensões. Quanto

à análise rimática – tipo de rima,

esquema rimático, métrica – é

impossível de identificar, devido à

inexistência de rima, o que

demonstra a evidente liberdade

formal expressa no poema. A

salientar, também, a diferença

estrutural e discursiva do

texto, que caracteriza a poética

de Hélder Proença. O ritmo

alterna entre lento e rápido,

dependendo da intensidade dos

versos.

Page 39: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

ReflexãoO poema Canto a Sundiata de

Hélder Proença é uma forma de

exaltação deste símbolo africano,

que conquistou o seu próprio

território e conseguiu fazer com

que este fosse bem explorado. No

poema, a esperança de um

amanhecer diferente para um

país em dificuldades como a

Guiné, está também bem visível.

Para nós, foi gratificante termos

conhecido Hélder Proença e a sua

poesia, embora a consideremos

um pouco complexa e de difícil

compreensão.

Page 40: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Questionário

Page 41: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Podemos dividir a literatura guineense em…

• 4 fases• 3 fases• 5 fases

Page 42: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Hélder Proença…

• Morreu vítima de

congestão• Foi assassinado• Suicidou-se

Page 43: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

A que a herói africano se dirige o sujeito poético?

• Sindiata Keima• Sundiata Keima• Sundiata Keita

Page 44: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

Sundiata dedicou a sua vida…

• À agricultura• À construção de um exército

• À edificação de um palácio

Page 45: Canto A Sundiata, HéLder ProençA

No poema, o sujeito poético nutre a esperança

de…

• Um amanhecer

diferente• Uma derrota do seu povo

• Uma vitória no CAN 2010