jornal da fiec · 2006. 10. 24. · jornal da fiec fortaleza-ce, outubro de 2006 ano xviii - n”...

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JORNAL DA FIEC FORTALEZA-CE, OUTUBRO DE 2006 ANO XVIII - N” 223 safra de caju este ano, no Ceará, deverá ser a maior dos últimos 10 anos, superando em até 25% a colheita de 2005. A expectativa é do Sindicato dos Produtores de Caju do Estado do Ceará (Sincaju), confirmada pelos industriais do ramo, através do Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Castanha de Caju e Amêndoas Vegetais do Estado do Ceará (Sindcaju). Uma das principais razões para o otimismo foram as boas chuvas verificadas nos 45 municípios que concentram a atividade no Estado. A cajucultura é uma das mais destacadas atividades econômicas do Ceará. São 57 mil produtores e geração de 150 mil empregos diretos e indiretos no campo e outros 15 mil nas indústrias, de acordo com dados do Centro Internacional de Negócios (CIN) da FIEC. 8 e 9 Laboratrio metrolgico A indœstria cearense conta, desde setembro, com o primeiro laboratrio de metrologia dimensional credenciado pelo Inmetro. Trata-se do Laboratrio de Metrologia do SENAI-CE (LMS-CE), localizado no Centro de Educaªo e Tecnologia Alexandre Figueira Rodrigues, em Maracanaœ. 3 SAFRA DE CAJU: A MAIOR DOS LTIMOS 10 ANOS Energias alternativas E nergia elica, solar, das ondas e biomassa. O CearÆ tem se consolidado como campo fØrtil na geraªo de energias alternativas e renovÆveis. Sedimentado como plo de geraªo elica, o Estado foi o primeiro no pas a lanar o Atlas Elico, hÆ cinco anos, documento que mostra o perfil favorÆvel instalaªo de investimentos privados na Ærea da energia dos ventos. TambØm foi precursor ao implantar trŒs parques elicos. 12 A FORTALECIMENTO Do discurso prÆtica, a nova gestªo da FIEC trabalha para cumprir a promessa de fortalecer os 38 sindicatos filiados instituiªo. Foram elaboradas aıes, como o Projeto de Promoªo Associativa, em parceria com a CNI. Outra medida nesse sentido Ø a criaªo de um cronograma de visitas do presidente da FIEC, Roberto Proena de MacŒdo, a cada sindicato. No dia 10 de outubro, ele participou da reuniªo mensal do Sindicato das Indœstrias Metalœrgias, Mecnicas e de Materiais ElØtricos no Estado do CearÆ (Simec). 6 e 7 AJUDAR O BRASIL A CRESCER n EDITORIAL

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Page 1: JORNAL DA FIEC · 2006. 10. 24. · JORNAL DA FIEC FORTALEZA-CE, OUTUBRO DE 2006 ANO XVIII - N” 223 safra de caju este ano, no CearÆ, deverÆ ser a maior dos œltimos 10 anos,

JORNAL DA FIECFORTALEZA-CE, OUTUBRO DE 2006 ANO XVIII - Nº 223

safra de caju este ano, no Ceará, deverá ser amaior dos últimos 10 anos, superando em até25% a colheita de 2005. A expectativa é doSindicato dos Produtores de Caju do Estadodo Ceará (Sincaju), confirmada pelosindustriais do ramo, através do Sindicato dasIndústrias de Beneficiamento de Castanha deCaju e Amêndoas Vegetais do Estado do Ceará(Sindcaju). Uma das principais razõespara o otimismo foram as boas chuvasverificadas nos 45 municípios queconcentram a atividade no Estado. Acajucultura é uma das mais destacadasatividades econômicas do Ceará. São 57mil produtores e geração de 150 milempregos diretos e indiretos no campo eoutros 15 mil nas indústrias, de acordocom dados do Centro Internacional deNegócios (CIN) da FIEC. 8 e 9

Laboratóriometrológico

Aindústria cearenseconta, desde

setembro, com o primeirolaboratório de metrologiadimensional credenciadopelo Inmetro. Trata-se doLaboratório deMetrologia do SENAI-CE(LMS-CE), localizado noCentro de Educação eTecnologia AlexandreFigueira Rodrigues,em Maracanaú. 3

SAFRA DE CAJU: A MAIORDOS ÚLTIMOS 10 ANOS

Energiasalternativas

Energia eólica, solar,das ondas e

biomassa. O Ceará temse consolidado comocampo fértil na geraçãode energias alternativase renováveis.Sedimentado como pólode geração eólica, oEstado foi o primeiro nopaís a lançar o AtlasEólico, há cinco anos,documento que mostra operfil favorável àinstalação deinvestimentos privadosna área da energia dosventos. Também foiprecursor ao implantartrês parques eólicos. 12

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FORTALECIMENTO Do discurso à prática, a nova gestão da FIEC trabalha paracumprir a promessa de fortalecer os 38 sindicatos filiados à instituição. Foram elaboradas ações,como o Projeto de Promoção Associativa, em parceria com a CNI. Outra medida nesse sentido é acriação de um cronograma de visitas do presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, a cadasindicato. No dia 10 de outubro, ele participou da reunião mensal do Sindicato das IndústriasMetalúrgias, Mecânicas e de Materiais Elétricos no Estado do Ceará (Simec). 6 eeeee 7

A J U D A R O B R A S I L A C R E S C E R n EDITORIAL

Page 2: JORNAL DA FIEC · 2006. 10. 24. · JORNAL DA FIEC FORTALEZA-CE, OUTUBRO DE 2006 ANO XVIII - N” 223 safra de caju este ano, no CearÆ, deverÆ ser a maior dos œltimos 10 anos,

Ajudar o Brasil a crescero tomar posse no último dia 16 na presidência da Con-federação Nacional da Indústria (CNI), para mais ummandato, o empresário Armando Monteiro Neto colo-cou como principal objetivo dos próximos quatro anosde sua gestão ajudar o Brasil a crescer. Mesmo assim,

Armando Monteiro se mostrou preocupado com o atual mo-mento político do país, caracterizado por uma tensão políticaque pode redundar em prejuízos à economia nacional.

O desafio proposto pelo presidente da CNI é o mesmo damaioria dos empresários brasileiros, que também se mostramtemerosos, no âmbito político, com o desenrolar dos aconte-cimentos. Infelizmente, a nossa economia vem sofrendo reve-zes nos últimos anos causados por um ambiente político queimpede, inclusive, a concretização de reformas essenciais eurgentes, como a fiscal e a tributária.

Passada a disputa eleitoral, é preciso que as pessoas preo-cupadas com os destinos do Brasil repensem seus conceitosimediatistas e propugnem pelo esforço de construção de umpaís aberto aos novos tempos, deixando de lado querelas polí-ticas. Isso não quer dizer que a CNI e as federações de indústriasse eximam de assumir seu papel político no sentido mais am-plo. Pelo contrário! Devem, sim, ter como norte o bem do Brasil.

Para que tal objetivo seja alcançado, faz-se necessária a ado-ção da boa política, que se dá através do convencimento e daconstrução de consensos possíveis. Em boa hora, a CNI já pre-parou sua agenda econômica, a qual será entregue ao presi-dente eleito. O país precisa sair dessa armadilha imposta peloaumento da carga tributária, falta de investimento público, ex-cesso de gasto público e juros altos.

Sabemos que a agenda de reformas proposta é intrincada,mas exige compromisso dos governantes para a sua execução.Nesse sentido, a CNI tem procurado colaborar, apontando ca-minhos. Para a sua concretização, porém, é preciso que essescaminhos sejam trilhados com a força de sua representatividade,cada vez mais marcada pelo espírito de comprometimento como desenvolvimento do país e do povo brasileiro.

Representatividade que também se consubstancia à medida quea manutenção do Sistema S deve ser uma das bandeiras a seremdefendidas arduamente pelas entidades do setor produtivo. Nãose pode aceitar que, sob o pretexto da redução do custo Brasil, ogoverno federal, que tem sido pródigo em aumentar gastos,direcione suas forças para cortar as contribuições feitas ao SistemaS, que tantos benefícios propicia ao país.

O Brasil já superou o ciclo do controle da inflação. Abre-se, ago-ra, um momento novo para a expansão da atividade econômica,em todos os setores. Mas, para tanto, a indústria necessita ser libe-rada dos entraves para crescer, marcando uma presença mais ati-va tanto no mercado interno como no externo. Não podemos des-perdiçar esse momento. Ele é promissor demais.

E d i t o r i a lE d i t o r i a lE d i t o r i a lE d i t o r i a lE d i t o r i a l

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIASDO ESTADO DO CEARÁ (FIEC)DIRETORIA:DIRETORIA:DIRETORIA:DIRETORIA:DIRETORIA: Presidente:Presidente:Presidente:Presidente:Presidente: Roberto Proença deMacêdo; 11111ooooo Vice-Presidente: Vice-Presidente: Vice-Presidente: Vice-Presidente: Vice-Presidente: Ivan Rodrigues Be-zerra; Vice-presidentes: Vice-presidentes: Vice-presidentes: Vice-presidentes: Vice-presidentes: Carlos Roberto deCarvalho Fujita, Pedro Alcântara Rego de Lima e WâniaCysne Medeiros Dummar; Diretor administrati-Diretor administrati-Diretor administrati-Diretor administrati-Diretor administrati-vo: vo: vo: vo: vo: Affonso Taboza Pereira; Diretor financeiro:Diretor financeiro:Diretor financeiro:Diretor financeiro:Diretor financeiro:Álvaro de Castro Correia Neto; Diretor adminis-Diretor adminis-Diretor adminis-Diretor adminis-Diretor adminis-trativo adjunto: trativo adjunto: trativo adjunto: trativo adjunto: trativo adjunto: José Moreira Sobrinho; DiretorDiretorDiretorDiretorDiretorfinanceiro adjunto: financeiro adjunto: financeiro adjunto: financeiro adjunto: financeiro adjunto: José Carlos Braide Nogueirada Gama. Diretores: Diretores: Diretores: Diretores: Diretores: Verônica Maria Rocha Perdi-gão, Abraão Sampaio Sales, Antônio Lúcio Carneiro,Cândido Couto Filho, Flávio Barreto Parente, FranciscoJosé Lima Matos, Geraldo Bastos Osterno Júnior,Hercílio Helton e Silva, Jaime Machado da Ponte Filho,José Sérgio França Azevedo, Júlio Sarmento deMeneses, Manuel Cesário Filho, Marco Aurélio NorõesTavares, Marcos Veríssimo de Oliveira, Pedro JorgeJoffily Bezerra e Raimundo Alves Cavalcanti Ferraz.CONSELHO FISCAL: Efetivos - Efetivos - Efetivos - Efetivos - Efetivos - Frederico HosananPinto de Castro, José Apolônio de Castro Figueira, e

Vanildo Lima Marcelo. Suplentes: Suplentes: Suplentes: Suplentes: Suplentes: Hélio PerdigãoVasconcelos, Fernando Antonio de Assis Esteves e JoséFernando Castelo Branco Ponte.DELEGADOS JUNTO À CNI: Efetivos - - - - - RobertoProença de Macêdo e Jorge Parente Frota Júnior. Suplen-tes - - - - - Manuel Cesário Filho e Carlos Roberto de CarvalhoFujita.SUPERINTENDENTE GERAL DO SISTEMA FIEC:SUPERINTENDENTE GERAL DO SISTEMA FIEC:SUPERINTENDENTE GERAL DO SISTEMA FIEC:SUPERINTENDENTE GERAL DO SISTEMA FIEC:SUPERINTENDENTE GERAL DO SISTEMA FIEC:Paulo Rubens Fontenele Albuquerque.

SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA (SESI)CONSELHO REGIONAL:PresidentePresidentePresidentePresidentePresidente: Roberto Proença de Macêdo; Vice-Pre-Vice-Pre-Vice-Pre-Vice-Pre-Vice-Pre-sidentesidentesidentesidentesidente: Ivan Rodrigues BezerraDelegados das Atividades Industriais: Delegados das Atividades Industriais: Delegados das Atividades Industriais: Delegados das Atividades Industriais: Delegados das Atividades Industriais: Efetivos:Cândido Couto Filho, Carlos Roberto Carvalho Fujitae Flávio Barreto Parente. Suplentes: Hermano FranckJúnior, José Moreira Sobrinho e Pedro JacsonGonçalves de FigueiredoRepresentantes do Ministério do Trabalho eRepresentantes do Ministério do Trabalho eRepresentantes do Ministério do Trabalho eRepresentantes do Ministério do Trabalho eRepresentantes do Ministério do Trabalho eEmprego: Emprego: Emprego: Emprego: Emprego: Efetivo - José Nunes Passos; Suplente -Francisco José Pontes IbiapinaRepresentantes do Governo do Estado doRepresentantes do Governo do Estado doRepresentantes do Governo do Estado doRepresentantes do Governo do Estado doRepresentantes do Governo do Estado doCeará: Ceará: Ceará: Ceará: Ceará: Efetivo - José Joaquim Neto Cisne Suplente -Dessirée Custódio Mota Gondin.Representantes do Sindicato das Indústr iasRepresentantes do Sindicato das Indústr iasRepresentantes do Sindicato das Indústr iasRepresentantes do Sindicato das Indústr iasRepresentantes do Sindicato das Indústr ias

de Frios e Pesca no Estado do Ceará: de Frios e Pesca no Estado do Ceará: de Frios e Pesca no Estado do Ceará: de Frios e Pesca no Estado do Ceará: de Frios e Pesca no Estado do Ceará: Efetivo- Elisa Maria Gradvohl Bezerra. Suplente - EduardoCamarço Filho; Superintendente Regional:Superintendente Regional:Superintendente Regional:Superintendente Regional:Superintendente Regional: Fran-cisco das Chagas Magalhães

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEMINDUSTRIAL (SENAI)CONSELHO REGIONAL: CONSELHO REGIONAL: CONSELHO REGIONAL: CONSELHO REGIONAL: CONSELHO REGIONAL: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: RobertoProença de Macêdo; Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente: Ivan RodriguesBezerra; Delegados das Atividades IndustriaisDelegados das Atividades IndustriaisDelegados das Atividades IndustriaisDelegados das Atividades IndustriaisDelegados das Atividades Industriais:::::Efetivos: Alexandre Pereira Silva, Álvaro de Castro CorreiaNeto e Francisco de Assis Alves de Almeida; Suplentes -Affonzo Taboza Pereira, Francisco José FernandesFontenelle e José Fernando Castelo Branco Ponte;Representante do Ministério da Educação:Representante do Ministério da Educação:Representante do Ministério da Educação:Representante do Ministério da Educação:Representante do Ministério da Educação:Efetivo - Cláudio Ricardo Gomes de Lima; Suplente -Samuel Brasileiro Filho; Representante do Minis-Representante do Minis-Representante do Minis-Representante do Minis-Representante do Minis-tério do Trabalho: tério do Trabalho: tério do Trabalho: tério do Trabalho: tério do Trabalho: Efetivo - José Nunes Passos;Suplente - Francisco José Pontes Ibiapina;De legado da Categor ia Econômica daDelegado da Categor ia Econômica daDelegado da Categor ia Econômica daDelegado da Categor ia Econômica daDelegado da Categor ia Econômica daPesca:Pesca:Pesca:Pesca:Pesca: Efetivo - Maria José Gonçalves Marinho;Suplente - Eduardo Camarço Filho.Francisco das Chagas Magalhães, Diretor Diretor Diretor Diretor Diretor dododododoDepartamento Departamento Departamento Departamento Departamento RegionalRegionalRegionalRegionalRegional do SENAI-CE do SENAI-CE do SENAI-CE do SENAI-CE do SENAI-CE;Comissão de Contas:Comissão de Contas:Comissão de Contas:Comissão de Contas:Comissão de Contas: Presidente: Cláudio RicardoGomes de Lima. Membros: Alexandre Pereira Silva e

Álvaro de Castro Correia Neto.INSTITUTO EUVALDO LODI (IEL): INSTITUTO EUVALDO LODI (IEL): INSTITUTO EUVALDO LODI (IEL): INSTITUTO EUVALDO LODI (IEL): INSTITUTO EUVALDO LODI (IEL): Diretor-preDiretor-preDiretor-preDiretor-preDiretor-pre-----sidente:sidente:sidente:sidente:sidente: Roberto Proença de Macêdo; Superinten-Superinten-Superinten-Superinten-Superinten-dente: dente: dente: dente: dente: Vera Ilka Meireles Sales.

Coordenação e edição: Coordenação e edição: Coordenação e edição: Coordenação e edição: Coordenação e edição: Luiz Carlos Cabralde Morais - DRT/CE Nº 53.Redação: Redação: Redação: Redação: Redação: Luiz Henrique Campos, Gevan Oliveirae Ângela Cavalcante.Fotografia: Fotografia: Fotografia: Fotografia: Fotografia: Sebastião Alves e J. Sobrinho.Diagramação e arte-final:Diagramação e arte-final:Diagramação e arte-final:Diagramação e arte-final:Diagramação e arte-final: Ítalo Araújo.Impressão: Impressão: Impressão: Impressão: Impressão: Gráfica Tiprogresso.Tiragem:Tiragem:Tiragem:Tiragem:Tiragem: 3.400 exemplares.OOOOO Jornal da FIECJornal da FIECJornal da FIECJornal da FIECJornal da FIEC é uma publicação editadapela Assessoria de Imprensa e Relações com aMídia (AIRM) do Sistema FIEC.Endereço e Redação: Endereço e Redação: Endereço e Redação: Endereço e Redação: Endereço e Redação: Av. Barão de Studart,1980 - térreo - CEP 60.120-901 - Telefones: (085)3466.5435 e 3466.5436 - Fax: (085) 3466.5437.Coordenador da AIRM:Coordenador da AIRM:Coordenador da AIRM:Coordenador da AIRM:Coordenador da AIRM: Luiz Carlos Cabralde MoraisEndereço eletrônico: Endereço eletrônico: Endereço eletrônico: Endereço eletrônico: Endereço eletrônico: www.sfiec.org.br/publicacao/jornalfiec.

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ção de todas as regiões brasileiras,nesta edição houve, ainda, a presen-ça de empresários da Alemanha,Bolívia, Chile, Paraguai e Colômbia.

Para o presidente da AssociaçãoNacional da Indústria Cerâmica(Anicer), César Gonçalves, o eventosurpreendeu, pois permitiu mostrarpara um grande número de cera-mistas os principais assuntos ligadosà qualidade e à sustentabilidade dasindústrias. �Também tivemos umafeira muito representativa, com tec-nologia de ponta e negócios de pesofechados�, afirmou. De acordo comGonçalves, o volume de negócios seaproximou dos R$ 10 milhões.

O Troféu João-de-Barro foi criadohá 10 anos, com o objetivo de di-vulgar e homenagear os nomesque fazem a diferença e vêm sedestacando por serem símbolos deexcelência na indústria de cerâmicavermelha. Nesta edição, os 41 no-mes indicados foram colocados nainternet para votação, através dosite www.anicer.com.....br, até o dia4 de setembro. Após a data, a vo-tação eletrônica foi encerrada e osresultados apurados através depercentuais. O próximo EncontroNacional será realizado em BeloHorizonte (MG).

empresário FernandoAntônio Ibiapina Cu-nha, presidente do Sin-dicato das Indústrias deCerâmicas do Ceará

(Sindecer-CE) e diretor da Cerâmi-ca Torres, instalada em Sobral, naregião norte do Estado, foi agracia-do com o Troféu João-de-Barro, du-rante encontro nacional de ceramis-tas, como um dos destaques do se-tor no país na categoria Profissional,Ceramista ou Pesquisador. Além deIbiapina, receberam o prêmio a Ce-râmica Santorini, na categoria Em-presa ou Instituição, e a Alutal Sie-beck Sensors, como Fornecedor.

A comenda foi entregue no 35ºEncontro Nacional da Indústria deCerâmica Vermelha, realizado en-tre os dias 26 e 29 de setembro, emGoiânia. O evento foi consideradoum dos maiores já promovidos pelosegmento, superando expectativas etrazendo diversas novidades em in-formações e equipamentos para osenvolvidos com a fabricação de pro-dutos à base de argila. Nos quatrodias do encontro, passaram por elecerca de 1.200 pessoas, entre em-presários, colaboradores, pesquisa-dores, estudantes, fornecedores, téc-nicos e visitantes. Além da participa-

JORNAL DA FIEC

A comenda foi entregue no 35º Encontro Nacionalda Indústria de Cerâmica Vermelha, realizadoentre os dias 26 e 29 de setembro, em Goiânia

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nnnnn Fortaleza,outubro 2006JORNAL DA FIEC2222222222

Presidente do Sindicer-CErecebe Troféu João de Barro

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AFernando Ibiapina recebe o troféu de Edgar Miranda, da Cerâmica Campo Maior

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nnnnn Fortaleza,outubro 2006 JORNAL DA FIEC33333

Laboratório calibradoCom apenas dois anos de funcionamento, o LMS-CE já conta com uma carteira de mais

de 230 clientes oriundos dos segmentos da construção civil, mecânica, alimentos,

embalagens, gás e petróleo, transportes, químico e automotivo, entre outros

indústria cearense conta,desde setembro, com oprimeiro laboratório demetrologia dimensionalcredenciado pelo Inmetro.

Trata-se do Laboratório de Metro-logia do SENAI-CE (LMS-CE), loca-lizado no Centro de Educação e Tec-nologia Alexandre Figueira Rodri-gues (CET AFR), em Maracanaú.Implantado em maio de 2004, o la-boratório atende as demandas daindústria cearense, e de estados vi-zinhos, por serviços de ensaios me-cânicos e caracterização de mate-riais, contribuindo para a melhoriados processos de fabricação, ma-nutenção e controle da qualidadedas indústrias da região.

Tecnicamente, o LMS-CE trabalhana calibração de instrumentos demedição dimensional, tais como mi-crômetros, paquímetros, peneiras declassificação para granulometria, pen-te de rosca, trenas métricas, manô-metros, termômetros e prumos, en-tre outros. Para o gerente do CET AFR,Tarcísio Cavalcante Bastos, o fato éum marco histórico para a instituição.�A conquista vem sedimentar aindamais a presença do SENAI-CE nocampo da difusão e do desenvolvi-mento tecnológico em apoio à indús-tria cearense�, acrescenta.

Com apenas dois anos de funcio-namento, o LMS-CE já conta comuma carteira de mais de 230 clien-tes oriundos dos segmentos da cons-trução civil, mecânica, alimentos, em-balagens, gás e petróleo, transpor-tes, químico, automotivo, etc. Ao todo,nesse período, foram aprovadas 268propostas de trabalho. Para o respon-sável pelo laboratório, engenheiroAlysson Andrade Amorim, a previsãoé chegar ao final do ano com a apro-vação de 350 propostas.

Entre as empresas que já utili-zaram os serviços do laboratório,encontra-se a Construtora Colméia.Segundo o profissional da área dePatrimônio, Tiago Maia Prudente, oserviço atendeu as demandas daconstrutora, sobretudo, nas ques-tões de prazo e qualidade. �Por setratar de um serviço que exige altopadrão de qualidade, é fundamen-tal podermos contar com a tecno-logia de ponta do SENAI-CE, umavez que os resultados influem dire-tamente na qualidade do nosso tra-balho�, afirma. A Construtora Col-méia solicitou a calibração de es-quadros, réguas, prumos, manôme-tros e nível de bolhas, utilizadosprincipalmente na parte de acaba-mento e pintura.

A

Oengenheiro Alysson Amo-rim ressalta que o SENAI-CE tem ampliado, a cada

ano, o leque de atividades presta-das, sendo hoje reconhecido nacio-nalmente como uma entidade queoferece serviços com padrão inter-nacional de qualidade. �Além da jáconsagrada capacitação e assessoriatécnica e tecnológica nos mais diver-sos ramos da indústria, estamos nosdestacando, cada vez mais, na pres-tação de serviços com qualidade, com-parada às melhores do mundo. Quemganha com isso é a indústria local, quenão precisa se deslocar para outrosestados, a fim de obter o que necessi-ta�, diz o engenheiro.

Esse resultado tem sido possívelno LMS-CE graças aos investimen-tos em recursos humanos qualifica-dos e, sobretudo, em equipamentosde última geração, que permitem odesenvolvimento de trabalhos comoo de medição e digitalização de pe-ças matrizes. Trata-se do processode engenharia reversa, por meiodo escaneamento de superfícies econversão para arquivos CAD. �É amesma tecnologia utilizada na pro-dução de carros, onde se desenhaum molde artesanalmente e, depois,o equipamento escaneia a peça.Esta, em seguida, é levada ao CAD,e, posteriormente, à confecção domolde e para a linha de montagem�explica o engenheiro.

O LMS-CE também está capaci-tado para trabalhos nas áreas depressão, força e temperatura, ofer-tando, atualmente, mais de 50 ser-viços diferenciados. Conta com umsistema de gestão da qualidade,baseado na NBR ISO/IEC 17025,devidamente implementado, pa-drões rastreados ao metro padrãoe ambiente com temperatura con-trolada. Sua equipe de profissio-nais está capacitada, ainda, paraprestar assessoria personalizadasobre análise de sistemas de me-dição, gestão/organização de la-boratórios e climatização de salasde medição, entre outros.

O LMS-CE pertence à rede SENAIde laboratórios de metrologia, queatua em 14 estados da federação epossui a maior estrutura laboratorialdo país. Está localizado à Av. do Con-torno, 1395, Distrito Industrial deMaracanaú. O telefone de contato é(85) 3215.3026.

PADRÃO INTERNACIONAL

Veja alguns dos serviçosde calibração oferecidospelo LMS-CE

ÁREA DIMENSIONALÁREA DIMENSIONALÁREA DIMENSIONALÁREA DIMENSIONALÁREA DIMENSIONALn Calibrador anel liso cilíndri-co; Calibrador tampão liso ci-líndrico; Calibrador anel lisocônico; Cabeçote micrométri-co; Calibre de solda ABNT;Calibre de solda Hi-lo; Espe-címetro; Esquadro plano (or-togonalidade); Esquadro pla-no (retitude); Esquadro paraconstrução civil; Esquadrocombinado; Gabarito paraesquadro/para traçador depinças; Goniômetro (por qua-drante); Haste padrão; Micrô-metro tipo paquímetro; Micrô-metro interno (2 pontas); Mi-crômetro interno (2 pontas) porhaste adicional; Micrômetroexterno; Micrômetro externo;Nível de bolha de ar; Nível debolha de ar; Nível de bolhade ar; Nível a laser; Paquíme-tro universal; Paquímetro uni-versal; Peneiras de classificaçãopara granulometria; Pente derosca (por lâmina); Padrão deespessura; Projetor de perfil;Prumo de face/prumo de cen-tro; Relógio comparador; Re-lógio apalpador; Régua gra-duada; Régua graduada; Ré-gua de prumo; Régua de alu-mínio; Rosca externa paralela;Rosca externa cônica; Roscainterna paralela; Rosca inter-na cônica; Súbito (comparadorinterno de diâmetro); Trenasmétrica; Trenas métrica; Trenasmétrica; Trenas métrica; Trans-feridor; Traçador de alturas eTraçador de alturas.

ÁREA FORÇAÁREA FORÇAÁREA FORÇAÁREA FORÇAÁREA FORÇAn Descrição do serviço; Tor-químetro tipo vareta/relógio(por escala/por sentido); Tor-químetro tipo estalo (por es-cala/por sentido); Torquímetrocom braço de alavanca móvel(por escala/por sentido); Tor-químetro tipo chave de fenda(por escala/por sentido) e Tor-químetro tipo rolhas plásticas/metálicas (por escala/por sen-tido) Dinamômetro.

ÁREA PRESSÃOÁREA PRESSÃOÁREA PRESSÃOÁREA PRESSÃOÁREA PRESSÃOn Descrição do serviço; Manô-metros classes B, C e D; Ma-nômetros classes A, A1, A2 eAjuste em manômetros.

ÁREA TEMPERATURAREA TEMPERATURAREA TEMPERATURAREA TEMPERATURAREA TEMPERATURAn Descrição do serviço; Termô-metros bimetálicos; Termopa-res; Termo-resistências e Ter-mômetros de bulbo de vidro.

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nnnnn Fortaleza,outubro 2006JORNAL DA FIEC44444

IEL-CE premia melhorespráticas de estágio

Instituto Euvaldo Lodido Ceará (IEL-CE),órgão do SistemaFederação das In-dústrias do Estado do

Ceará (FIEC), vai outorgar o Prê-mio Melhores Práticas de Estágiono Estado do Ceará � edição2006. A premiação ocorrerá nodia 17 de novembro, durante o IVEncontro Cearense de Estagiários,no auditório Waldyr Diogo. Na oca-sião, serão agraciadas com um tro-féu empresas clientes do IEL-CE, quetenham obtido, neste ano, maior des-taque nas práticas de estágio.

O Prêmio será concedido a trêscategorias de empresas: micro/pe-quenas (até 99 funcionários), mé-dias (de 100 a 499 funcionários) egrandes empresas (a partir de 500funcionários). O objetivo é propor-cionar uma maior visibilidade àsboas práticas adotadas nos progra-mas de estágio, quanto aos as-pectos didático-pedagógicos, pro-fissionais, humanos e, sobretudo,sociais. A iniciativa também pre-tende contribuir para a conscienti-zação da importância da prepara-ção do jovem talento, bem como

para propiciar uma melhor aproxi-mação entre o conhecimento pro-duzido nas academias e as exigên-cias do mercado de trabalho.

A superintendente do IEL-CE,Vera Ilka Meireles Sales, afirma queo Prêmio será uma forma de reco-nhecimento às empresas que jáperceberam o potencial dos es-tagiários para auxiliar na obtençãode um melhor desempenho nosprocessos produtivos das organiza-ções. Para ela, o Programa de Es-tágio demonstra ao jovem que arealidade, dentro das pequenas emédias empresas, é bem diferentedaquela que eles estão acostuma-dos a observar nos livros. �A nossarealidade (no Ceará) são as médiase pequenas empresas�, diz, refe-rindo-se ao fato de que na teoria osjovens estão acostumados a traba-lhar apenas com �cases� retiradosde grandes empresas. A superin-tendente chama a atenção para aoportunidade que as práticas deestágio oferecem aos empresários,permitindo uma melhor visão so-bre os profissionais do futuro.

Em 2004, última edição do Prê-mio, a Ramalho Têxtil foi a vence-

dora na categoria pequena em-presa. Segundo a gerente de Re-cursos Humanos da Ramalho Têx-til, Ana Paula Viana, �a empresanão joga a responsabilidade paracima do estagiário. Não espera-mos que ele venha pronto paraexercer suas funções�, afirma. Agestora considera que, somenteaos poucos e com o aprendizadoadquirido, o estudante poderá ga-nhar maior confiança para exer-cer atividades mais complexas.

O processo seletivo para es-colha da empresa vencedora édefinido através de duas fases.A primeira consiste na avaliaçãode documentação enviada peloIEL-CE e preenchida pelas em-presas sobre a atuação das mes-mas no tocante às práticas deestágio. Na segunda fase, sãofeitas visitas às empresas finalis-tas, para definir as vencedorasem suas respectivas categorias.

Novos talentos

A padaria Vovó Joana Doces eSalgados, que possui convêniocom o IEL-CE, atua no

mercado fortalezense há mais de oitoanos e começou a utilizar os serviçosdo Programa de Estágio do IEL desdemaio de 2006. A proprietária,Patrícia Torisco, se diz surpresapositivamente com a qualidade dosalunos enviados pelo IEL pararealizar estágios na confeitaria, queconta com 25 funcionários e cincoestagiários. Destes, todos estudantesdo ensino médio, quatro delestrabalham na produção de alimentose um no telemarketing.

De acordo com Patrícia, semprehouve uma grande dificuldade emencontrar pessoas qualificadas eengajadas para exercer um trabalhoque ela define como �um ofíciosagrado, passado de pai para filho�.Ela diz que os estagiáriosencaminhados pelo IEL, logo aochegar, já demonstraram umaexcelente capacidade de observação,atentando para detalhes comopreocupação com a higiene,materiais de produção e vestimentados funcionários. �É lógico que ainexperiência tem peso nas atitudesdeles, mas pessoas com conceitosformados, como esses jovens, já seencontram com meio caminho

andado para obteruma boa capacitaçãoprofissional�, frisa.

Ticiane SoaresTiciane SoaresTiciane SoaresTiciane SoaresTiciane Soares,encarregada derealizar atendimentosvia telefone napadaria, consideraque teve dificuldade,

no início, em lidar com os códigosutilizados para realizar pedidos, mas,depois que passou a dominar astécnicas de sua função, a estudante,que cursa o 2º ano do ensino médionuma escola pública da Praia doFuturo, passou a sentir-se mais àvontade, a ponto de considerar aconfeitaria como uma segunda casa.

Jonathan Barbosa, estudante do3º ano do ensino médio, que atuana produção dos doces e salgados,se diz satisfeito no estágio e jáconsidera a possibilidade de prestarvestibular para Engenharia deAlimentos, ao invés deFonoaudiologia, que sempre foi suaprimeira opção.

O objetivo é proporcionar uma maior visibilidade às boas práticasadotadas nos programas de estágio, quanto aos aspectos didático-pedagógicos, profissionais, humanos e, sobretudo, sociais

O

SERVIÇOSERVIÇOSERVIÇOSERVIÇOSERVIÇO Mais informações

através dos telefones: 3224-

1806 ou 3466-6511 e e-mail -

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Ricardo eJonathan,durante estágiona padariaVovó JoanaDoces eSalgados

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presidente da AssociaçãoBrasileira da Indústria daPanificação (Abip), Ale-xandre Pereira Silva,anuncia que, a partir de

janeiro de 2007, será deflagradaem todo o país, através dos meiosde comunicação, uma campanha deincentivo ao consumo do pão e, prin-cipalmente, dos demais derivados dotrigo. A meta é aumentar o consumoem 15%, nos próximos três anos.

A proposta inicial estima investircerca de R$ 10 milhões/ano em pro-paganda voltada à divulgação do pãoe derivados do trigo (biscoitos, massase outros). O dinheiro virá de um fun-do, com base em percentual mínimosobre cada saco de farinha de trigo(50 quilos) consumida pelos diversossegmentos envolvidos na cadeia do tri-go. No Brasil, 55% da venda de trigose destinam ao fabrico do pão. Os 45%restantes ficam com os derivados.

Caracterizada como um dos seismaiores setores do país, a indústriade panificação responde por 2% doProduto Interno Bruto Nacional (PIB),registrando faturamento de R$ 26 bi-lhões no ano passado. A expectativapara 2006 é alcançar R$ 28 bilhões.

Atualmente, o consumo do pãoentre a população brasileira é daordem de apenas 52% (em váriospaíses é de 80%). �A OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS) recomen-da 60 kg/per capita/ano. Estamosatrás de vários países sul-america-nos e europeus. Este é um dos mo-tivos por que vamos desenvolverações em prol do incremento doconsumo�, afirma Alexandre Perei-ra. Nos últimos seis anos, a Abipconseguiu aumentar o consumo dopão de 27 kg/ano per capita para33,11kg per capita/ano.

O presidente da Abip informa, ain-da, que outra ação nesse sentido diz

Abip quer aumentarconsumo do pão no paísCadeia do trigopretende investir cercade R$ 10 milhões/anoem propaganda paradivulgar o pão e osderivados do trigo, comotambém na formaçãodos empresários. Ameta é elevar oconsumo em 15% nospróximo três anos

respeito à ampliação dos cursos degestão para panificadores. �O empre-sário precisa voltar ao banco da es-cola, a fim de aprender técnicas mo-dernas de venda e atendimento. Nãoadianta nada fazermos uma grandecampanha de mídia se o consumidorfor ao estabelecimento e encontreuma panificadora mal arrumada esem um bom atendimento�, explicaAlexandre Pereira, que tem comometa atingir 10 mil padarias comnovos cursos nos próximos seis anos.

Os treinamentos serão promovidospelo Programa Nacional de Apoio àPanificação (Propan), criado em2000, em parceria com a Associa-ção Brasileira da Indústria do Trigo(Abitrigo). Através dele, 2.000 pani-ficadoras de todo o Brasil já partici-param de cursos, que incluem tópi-cos como: melhoria no atendimento,gestão de pessoas, gerenciamento deprodução e otimização de vendas.

PPPPParceriaarceriaarceriaarceriaarceriapara crescerpara crescerpara crescerpara crescerpara crescer

No Ceará, o Sindicatodas Indústriasde Panificação e

Confeitaria (Sindpan-CE)firmou, este ano, parceria como Serviço Brasileiro de Apoio àsMicro e Pequenas Empresas(Sebrae-CE) e a AssociaçãoCearense da Indústria dePanificação (Acip) paraexecução do Projeto deDesenvolvimento da Panificaçãodo Estado do Ceará.

Segundo o presidente doSindpan-CE, Ricardo Sales, ainiciativa visa traçar umprograma para a panificaçãocearense nos próximos trêsanos, tendo como alvo as 150empresas localizadas na regiãometropolitana de Fortaleza emais 60 empresas nas regiõesde Sobral e Juazeiro do Norte.�O projeto pretende viabilizarações visando reduzir o númerode empresas informais,melhorando a competitividadedos investimentos formais,aumentando, assim, a oferta deempregos�, explica.

Tecnicamente, as ações doprojeto prevêem o aumento emcerca de 30% do número deempresas formais; a elevaçãoem 15% do volume físico dasvendas das panificadoras; aredução em 50% do desperdícionos processos de produção e demovimentação de mercadorias;a geração de 10% de novospostos de trabalho e oaumento em 15% doconsumo de produtospanificadores per capita.

gestão de Alexandre Pereira vai até julhode 2009. Hoje, a entidade tem 58 enti-dades afiliadas � sindicatos e associaçõesda panificação de todo o país. Cerca de50% das padarias brasileiras são associa-das, através dessas entidades, à Abip.

A distribuição geográfica das padariasno Brasil é maior na Região Sudeste, ondeestão 43% dos estabelecimentos. Vinte equatro por cento ficam na Região Nordes-te; 22% na Região Sul; 7% na Região Cen-tro-Oeste e 4% na Região Norte. Do totalde 52.286 padarias espalhadas pelo Brasilafora, São Paulo tem o maior número �10.560 pontos �, o equivalente a 20,2%do total. O Ceará é o 14º estado commaior número de panificadoras � 1.128�, correspondendo a 2,16% do total.

NOVO PRESIDENTE DA ABIP

Empossado como o novo presidenteda Associação Brasileira da Indús-tria de Panificação e Confeitaria

(Abip), no dia 8 de agosto deste ano, emBrasília, o industrial cearense AlexandrePereira pretende manter o foco das pa-darias na origem industrial. �Apesar de teravançado na área do comércio nos últi-mos anos, ampliando as vendas no vare-jo, a padaria continua sendo uma indús-tria. Por isso, é preciso ter preço e quali-dade em seus produtos�, explica.

Durante a posse da nova presidência,foi inaugurada a sede própria da Abip,em Brasília. Até então itinerante (de acor-do com a cidade de origem do presiden-te), o escritório da Abip saiu de Belo Hori-zonte para se fixar de vez em Brasília. A

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FIEC quer fortalecer sindicatosesde sua campanha à presidência da Federação dasIndústrias do Estado do Ceará (FIEC), RobertoProença de Macêdo colocou o fortalecimento dossindicatos que compõem a entidade como uma dasprincipais metas a serem atingidas em sua gestão.

No entanto, essa preocupação com a representaçãosindical patronal não ocorre apenas no Ceará. Em âmbitonacional, a Confederação Nacional da Indústria (CNI)recomendou às diversas federações que estimulem seussindicatos associados a elaborarem projetos de promoçãoassociativa (veja o quadro abaixo).

Uma das medidas necessárias é aumentar o númerode empresas filiadas aos sindicatos. O objetivo é atenderao parâmetro de representatividade presente naproposta de Reforma Sindical, encaminhada peloMinistério do Trabalho e Emprego à Câmara Federal. Aproposta estabelece que cada sindicato seja compostopor pelo menos 20% do total de empresas integrantesda categoria econômica que representa.

Essa preocupação com número de filiados é anterior àreforma. Segundo Roberto Macêdo, a baixarepresentatividade é prejudicial não apenas peladificuldade acentuada em conservar o sustento financeiroda entidade, mas também pela frágil legitimidade parafalar em nome da categoria representada.

Outra meta é maximizar a atuação dos sindicatos. Nosetor produtivo cearense, como em outros estados,existem atividades ou categorias que se sobressaementre as demais. Sua expressão no setor industrial se dápela capacidade de organização interna e pelos serviçose assistência que prestam aos associados, e não apenaspelo número de empresas que representam.

O artigo 514, da norma consolidada, tratando dosdeveres dos sindicatos, já estabelece a obrigação demanter serviços de assistência jurídica aos associados ede promover a conciliação nos dissídios de trabalho.Entretanto, ocorrem casos em que não há uma

Iniciativa em parceria com a CNI buscaaumentar a representatividade dossegmentos industriais que compõem acadeia produtiva cearense

D

contrapartida às contribuições financeiras feitas pelasempresas. Por sinal, essas contribuições são outro pontopolêmico da Reforma Sindical.

A proposta do governo inclui a extinção dacobrança do imposto sindical compulsório, remetendoà assembléia geral (e não à lei como ocorre hoje) acompetência para fixar o valor a ser recolhido dasempresas. Na opinião do coordenador da UnidadeSindical e Trabalhista da FIEC, José Itamar Pereira deMatos, essa mudança na forma de arrecadação dossindicatos é uma atitude temerosa, pois, mesmosendo a cobrança estabelecida em lei, ocorre ainadimplência. Não havendo uma regulamentação, atendência seria diminuir os recursos com o nãopagamento das tarifas sindicais.

Visitas -Visitas -Visitas -Visitas -Visitas - Outra iniciativa no sentido de fortalecer ossindicatos filiados à FIEC, na visão do presidente Roberto

Macêdo, é a elaboração de um cronograma de visitas acada uma dessas entidades representativas. A estratégiateve como ponto de partida a última reunião mensal doSindicato das Indústrias Metalúrgias, Mecânicas e deMateriais Elétricos no Estado do Ceará (Simec ), ocorridaem 10 de outubro último.

Para o presidente do Simec, Valderílio Pereira SoaresFilho, a estratégia de Roberto Macêdo para reunificar aFederação e o convite de seu sindicato ao novopresidente para a reunião de outubro foram uma�coincidência de interesses�. �O convite partiu de nós,mas fiquei muito satisfeito ao saber de sua intenção devisitar todos os sindicatos. Vejo a iniciativa como asinalização da toada de um caminho natural por parteda presidência, já que somos (sindicatos) os formadorese mantenedores da Federação. O presidente estáolhando para quem ele representa�, avalia.

Segundo Valderírio Pereira, a proposta de

O QUE É PROMOÇÃO ASSOCIATIVA?

Promoção Associativa é um conjunto deatividades planejadas para alcançar osobjetivos pretendidos. No caso proposto pela CNI, são

necessárias as seguintes ações, entre elas, o já mencionadoaumento da representatividade dos sindicatos:n Desenvolvimento pelas federações de produtos e serviços paraos sindicatos.n Capacitação de lideranças sindicais.n Melhora da infra-estrutura disponível, aprimorando acomunicação e a organização de pessoal dos sindicatos.n Ampliação da base de associados, traduzida pelo aumento darepresentatividade e pela realização de ações para mantê-los nosquadros da entidade.

A elaboração e a execução do projeto ficarão a cargo doInstituto Euvaldo Lodi (IEL), assim como ocorreu nas demaisfederações do país. Todos os trabalhos serão acompanhados pelacoordenação da Unidade Sindical e Trabalhista da FIEC.

Roberto Macêdo (camisa azul) disse na reunião do Simec que o fortalecimento dos 38 sindicatos que compõem a entidade é uma das principais metas a serem atingidas em sua gestão

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FIEC quer fortalecer sindicatos

Déficit de até De 11 De 51 De 101 Mais10 filiações até 50 até 100 até 250 de 250

N° desindicatos 5 7 1 2 4

Iniciativa fundamental

Na opinião dopresidente RobertoMacêdo, a própria

FIEC não terá condições demanter a sua hegemonia senão contar com filiados bemestruturados, tendo seusquadros de associadosatendidos e estimulados aprover a sustentabilidade dasua classe. Entre ospresidentes de sindicatosouvidos pelo Jornal da FIEC, oreconhecimento àimportância das medidas defortalecimento dos sindicatosé unânime.

Segundo o presidente doSindicato daIndústria daConstruçãoCivil(Sinduscon),CarlosRobertoFujita, ofortalecimentodo sindicatoé fundamental para ocrescimento do segmento eda cadeia industrial. �Umamaior representatividadedaria mais poder político àsreivindicações do setor�,argumenta. De acordo comFujita, somente em 2006, 32empresas se associaram aoSinduscon. Contribuírampara esse número o trabalhode atração de pequenas emédias empresas e aredução do diferencial dealíquota do ICMS para 3%,destinada exclusivamenteaos filiados do sindicato.

José Dias de Vasconcelos,presidentedo SindicatodasIndústriasQuímicas,Farmacêuticase daDestilação eRefinação dePetróleo(Sindquímica), revela-seesperançoso com a atitudeda nova gestão daFederação das Indústrias.�São atitudes como essas que

nos estimulam�, diz,acrescentando que �oSindquímica se sentia umpouco isolado, e essaimportante iniciativa nosajudará a aprimorar aassistência prestada aosnossos filiados�.

A presidente do Sindicatodas Indústrias de Fiação eTecelagemem Geral(Sindtêxtil),VerônicaPerdigão,concordacom anecessidadedefortaleceros sindicatos e assegura queo Sindtêxtil não terádificuldades em cumprir acota mínima de 20% derepresentatividade.

Por sua vez, Álvaro deCastro Neto,presidentedo SindicatodasIndústriasde Papel,Papelão,Celulose eEmbalagensem Geral(Sindembalagens), aponta asdificuldades enfrentadaspela maior parte dossindicatos como umajustificativa para estainiciativa da FIEC/CNI. Eledestaca que a ampliação nonúmero de filiados podeaumentar a arrecadação epossibilitar ao seu sindicato �que possui nove filiados �aprimorar a assistênciaprestada às empresas.

Dos 38 sindicatos filiadosà FIEC, 14 possuemrepresentatividade superiora 20%. Dos 24 restantes, 19estão distribuídos em gruposde acordo com o número defiliações que necessitam paraatingir a cota mínima (vejatabela), enquanto outroscinco não possuem dadosdisponíveis para fazer olevantamento.

Macêdo, é a elaboração de um cronograma de visitas acada uma dessas entidades representativas. A estratégiateve como ponto de partida a última reunião mensal doSindicato das Indústrias Metalúrgias, Mecânicas e deMateriais Elétricos no Estado do Ceará (Simec ), ocorridaem 10 de outubro último.

Para o presidente do Simec, Valderílio Pereira SoaresFilho, a estratégia de Roberto Macêdo para reunificar aFederação e o convite de seu sindicato ao novopresidente para a reunião de outubro foram uma�coincidência de interesses�. �O convite partiu de nós,mas fiquei muito satisfeito ao saber de sua intenção devisitar todos os sindicatos. Vejo a iniciativa como asinalização da toada de um caminho natural por parteda presidência, já que somos (sindicatos) os formadorese mantenedores da Federação. O presidente estáolhando para quem ele representa�, avalia.

Segundo Valderírio Pereira, a proposta de

reunificação da FIEC com o fortalecimento dossindicatos demonstra que Roberto Macêdo temcondições de representar a categoria. �A Federaçãotem hoje um representante dos legítimos interesses daindústria cearense. Como industrial, ele poderárecuperar a representatividade dos sindicatos e acredibilidade da instituição (FIEC)�, frisa.

De acordo com o líder sindical, o Simec está próximode completar 100 associados e a cada dia ganha maisadesões. �Temos por tradição um programa de atraçãode novas empresas e também prestamos serviço aosnossos filiados, como assessoria jurídica e tributária,além de qualificarmos as indústrias, através de seusgestores, com a promoção de palestras e treinamentos.Entendo que esse trabalho deve ser reproduzido noutrossindicatos, como forma de aumentar arepresentatividade (número de empresasfiliadas) deles�, conclui.

Roberto Macêdo (camisa azul) disse na reunião do Simec que o fortalecimento dos 38 sindicatos que compõem a entidade é uma das principais metas a serem atingidas em sua gestão

A Casa daIndústriaabriga 34dos 38sindicatosfiliados noSistema FIEC

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Perspectiva de boasafra anima cajucultura

A safra de caju este ano, noCeará, deverá ser a maiordos últimos 10 anos, supe-rando em até 25% a colhei-ta de 2005. A expectativa é

do Sindicato dos Produtores de Cajudo Estado do Ceará (Sincaju), confir-mada pelos industriais do ramo,através do Sindicato das Indústriasde Beneficiamento de Castanha deCaju e Amêndoas Vegetais do Esta-do do Ceará (Sindcaju).

Uma das principais razões para ootimismo foram as boas chuvas veri-ficadas nos 45 municípios que con-centram a atividade no Estado. A pro-dução de caju no Ceará acontece emcerca de 330 mil hectares e, comoas chuvas se deram de maneira uni-forme, o presidente do Sincaju, Pau-lo de Tarso Meyer, destaca que o Es-tado está em boas condições de co-meçar uma grande colheita.

Ele cita, por exemplo, que o ideal paraessa safra é que as chuvas atinjam, emmédia, de 700 a 800 milímetros, mas,até agora, esse índice já ultrapassou osmil milímetros. Estimulado por um bominverno, Paulo de Tarso afirma que o pro-dutor realizou os chamados �tratos cultu-rais�, que são a limpeza do cajueiro,como poda, roça e corte dos galhos, paraevitar pragas e doenças.

Nesse momento, a safra já come-ça a ser colhida. O presidente doSincaju destaca que, agora, a preo-cupação dos produtores passa a ser ovento forte e as chuvas fora de época,que favorecem o surgimento de fun-gos. �Mas esse fator não deve interfe-rir muito, porque os nossos cajueirosestão bem sadios�, acrescenta.

Diante do quadro favorável quese apresenta, o Sincaju iniciou umacampanha de conscientização juntoaos produtores, a fim de que passema cuidar da qualidade da castanha aser repassada aos industriais. �É essaqualidade que vai balizar o preço�,explica. A atenção de Paulo de Tar-so não é em vão, pois, dependendoda castanha oferecida, esse preçopode variar em até 10%.

Os cuidados básicos em relação àcastanha, por parte do produtor, são evi-tar que ela seja entregue muito úmida, oque geralmente acontece nos primeirosdias de colheita. �O ideal�, recomendaPaulo de Tarso, �é que o produtor deixea castanha pelo menos dois dias no sol,para tirar a umidade, como também deveretirar restos de pedúnculo�.

Outra recomendação diz respeitoà armazenagem adequada do pro-duto, deixando-o em cima de estra-dos de madeira e, se for passar mui-

tos dias, que seja entregue às indús-trias a granel ou em sacos de estopa.

A cajucultura é uma das mais des-tacadas atividades econômicas doCeará. São 57 mil produtores e ge-ração de 150 mil empregos diretose indiretos no campo e outros 15 milnas indústrias, de acordo com dadosdo Centro Internacional de Negócios(CIN) da Federação das Indústrias doEstado Ceará (FIEC). Os númerossão reforçados pelos resultados dasexportações do setor.

Em 2005, o Estado exportou US$141,7 milhões, correspondendo a15,2% das vendas externas cearen-ses. De janeiro a agosto deste ano,foram US$ 94,4 milhões. A ativida-de ocupa o segundo lugar na pautade exportações. O primeiro é o seg-mento calçadista. Entre os produtos,destaca-se a castanha de caju, que évendida para os EUA e Europa.

Para o presidente do Sindcaju, An-tônio José Carvalho, a boa perspecti-va de safra deve influir também napauta de exportações do Estado. Comos resultados esperados, a indústriadeve aumentar sua produção e tra-balhar próximo à sua capacidade ple-na. �Capacidade de produção quetem atingido a média de 80% nos úl-timos anos, mas que poderá chegara 90%�, avalia Antônio José. �Issoterá reflexos imediatos na geração deempregos, com o surgimento de 2 milnovos postos de trabalho�, arremataAntônio José Carvalho.

A safra deste ano deve superar em até 25% a colheitade 2005, em função, sobretudo, das boas chuvasverificadas no Estado

Ameaçaexterna?

Apesar da previsão deuma boa safra e amelhora da qualidade

da castanha in naturaoferecida às indústrias, épreciso ver com reserva asperspectivas de que o Estadopossa ser beneficiado peloaumento da exportação doproduto. De acordo com umestudo da Agência Norte-Americana para oDesenvolvimentoInternacional (Usaid), o Brasilvem perdendocompetitividade para ospaíses asiáticos jáhá algum tempo.

Entre os fatoresconsiderados desfavoráveispara o Ceará, estãoprincipalmente a concorrênciacom a China e o Vietnã,considerados dois grandesexportadores mundiais. OBrasil e o Ceará, porconseguinte, já que é o maiorprodutor do país, levariamdesvantagem em relação àdesvalorização do dólar. Oproblema é confirmado pelosuperintendente do CentroInternacional de Negócios(CIN) da Federação dasIndústrias do Estado do Ceará(FIEC), Eduardo Bezerra, queaponta ainda a altados juros brasileiros.

Mas o presidente doSindcaju, Antônio José deCarvalho, é mais otimista ediz que os estrangeiros nãooperam com umacompetitividade maior do quea brasileira. Para ele, osasiáticos já atuam nomercado nacional com outrasempresas, com os mesmoscustos e pagando os mesmosníveis de preços de mercado.Já Paulo de Tarso Meyer, doSincaju, entende que o Brasillevaria vantagem porque anossa castanha é dequalidade superior.

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INDIfortalecesetor

Acajucultura do Ceará tem noInstituto de DesenvolvimentoIndustrial (INDI) da FIEC um forte

aliado. Apesar de estar bem colocadona pauta de exportações do Estado, osetor vem enfrentando dificuldades nosúltimos anos, como a desarticulação dacadeia produtiva e a ocorrência decerca de 90% da área plantadaocupada por cajueiros comuns de altoporte, onde predominam a baixaprodutividade, idade avançada e aprática do manejo inadequado.

Esses aspectos foram detectados emestudo realizado pelo projetoArticulação da Cajucultura noCeará, desenvolvido pela FIEC, pormeio do INDI, em parceria com aFederação da Agricultura e Pecuária doEstado do Ceará (Faec) e o ServiçoBrasileiro de Apoio às Micro ePequenas Empresas (Sebrae-CE).

O projeto teve início em 2005,sendo uma continuidade do programaPlataforma do Agronegócio do Caju,lançado no ano 2000 na FIEC,envolvendo Ceará, Maranhão, Piauí,Rio Grande do Norte e Bahia. Oprojeto visa fortalecer a cadeiaprodutiva do caju cearense,implementando ações direcionadas aoaumento da produção e daprodutividade e melhoria daqualidade e competitividade dosprodutos e derivados do caju.

A operacionalização se dá nos 10principais municípios produtores doCeará, localizados no litoral leste e nazona norte. A meta é alcançar 20municípios cearenses nos próximosanos. Para participar, foramselecionados produtores que contavamcom área pré-existente de até 15hectares de cajueiro comum e queestavam dispostos a incorporar,simultaneamente, cinco hectares decajueiro anão precoce enxertado, ousubstituição de copas, e implantar, ouexpandir, cinco hectares com cajueiroanão precoce enxertado.

Entre os principais alvos a seremalcançados, estão elevar aprodutividade de 210 kg/ha para1.000 kg/ha nas áreas recuperadascom tecnologia de substituição de copa;qualificar 300 produtores de caju,através da realização de cursos decurta duração sobre manejo da cultura;substituição de copa; controle depragas e doenças; e colheita epós-colheita, incluindo padronizaçãoe classificação da castanha.

amplia atuação no setor de alimentos

Universidade Corporativade Alimentos do Brasil(UNICA.br) está amplian-do o seu leque de atua-ção no setor de alimentos

do Estado. Com foco inicial nos se-tores do trigo e do caju, dois seg-mentos fundamentais ao desenvol-vimento econômico do Ceará, auniversidade passa a atuar tam-bém nas cadeias produtivas deoutros sindicatos de alimentos fili-ados à FIEC, envolvendo os seto-res de açúcar, doces e conservasalimentícias; laticínios e produtosderivados; óleos vegetais e ani-mais; bebidas; pesca; e café.

Lançada no ano passado pelaFederação das Indústrias do Estadodo Ceará (FIEC), através do Servi-ço Nacional de Aprendizagem In-dustrial do Ceará (SENAI-CE), aUnica.br visa capacitar profissionaiscom perfis de qualificação exigidospelos setores produtivos, através dodesenvolvimento das competênciasorganizacionais e individuais consi-deradas críticas para a viabilizaçãodas estratégias de negócios dasempresas que compõem a cadeiado setor de alimentos, além de pro-porcionar competitividade ao setor.

A UNICA.br iniciou suas ativi-dades no segundo semestre de2005, com o processo de organi-zação de sua estrutura. Hoje, se-gundo Otaviano T. da Costa Filho,

UNICA.br

gestor do órgão, �trabalhamoscom a cadeia do trigo � moagem,massas, biscoitos e panificação �em nível estadual com posteriorprojeção nacional�.

��Os cursos ofertados��, afirmaOtaviano, ��procuram formatar,junto aos docentes e casos de em-presas, conteúdos e metodologi-as que vão ao encontro do�aprender fazendo�, aplicando osresultados diretamente nas em-presas em que trabalham��.

Considerando uma visão sistê-mica de todo o processo, aUNICA.br tem como compromissoo acompanhamento junto a todosos participantes de seus cursos, deforma individual (crescimento pes-soal) e organizacional (orientadopara a empresa onde trabalham).

�O que entendemos de uma uni-versidade corporativa�, destaca, �éque ela está focada diretamentepara uma determinada empresa/organização, buscando o aumentode sua produtividade e competitivi-dade�, explica.

Para a UNICA.br, a atuação se-torial � setor de alimentos � deveconsolidar o processo de gestãomediante o mapeamento das com-petências coletivas do segmento, deforma compartilhada com os diver-sos atores envolvidos, identifican-do, em cada empresa, sua parcelaque comporá as necessidades do

todo. Esse projeto de consolidaçãode competências coletivas do setorestá em fase inicial, devendo serconcretizado no início de 2007.

Orientada pelas principais de-mandas das empresas do setor ali-mentício, a UNICA.br prioriza apromoção do desenvolvimento,através da capacitação para otrabalho, segundo educação cor-porativa e continuada. Como de-safio do efetivo processo de ge-ração do conhecimento, aUNICA.br abre 15 cursos de ex-tensão, envolvendo gestão pelaqualidade total, processamento dealimentos para fins especiais lighte diet, análise sensorial, consul-toria interna, desenvolvimento degestores, programa avançar emvendas, estratégias e táticas denegociação, entre outros, todosvoltados para a crescente deman-da do mercado, divulgados no sitewww.unica-brasil.org.br.

Os cursos ofertados são de na-tureza presencial, com metodo-logia estruturada para ação re-flexiva e criativa, com base numaeducação continuada, demanda-da pelo mercado.

A universidade passa, agora, a atuar nas cadeiasprodutivas de outros sindicatos, além do trigo e do caju

SERVIÇOSERVIÇOSERVIÇOSERVIÇOSERVIÇO UNICA.br - rua

Benedito Macêdo, 77, Vicente

Pinzón - 3263-6886.

A

A UNICA.briniciou suasatividadesno segundosemestrede 2005

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INOVAR PARA CRESCERO Fórum Estadualde Tecnologia,promovido pelaCNI, com apoio doIEL-CE, visacontribuir para aconstrução deum ambientefavorável aodesenvolvimentotecnológico emtodo o setorindustrial

C A S O S D E S U C E S S O

Oevento também abriu es-paço para a apresentaçãode ações inovadoras que

vêm dando certo e que servem deexemplo e estímulo ao setor produti-vo nacional. O primeiro caso de-monstrado foi o projeto Sistema deProdução de Placas de Revesti-mento à Base de Coco, na Fábri-ca de Revestimentos Ecológicos doCeará Ltda. (Ecoce).

Operacionalizado pelo Centrode Formação Profissional AntônioUrbano de Almeida (CFP AUA),unidade do Serviço Nacional deAprendizagem Industrial do Cea-rá (SENAI-CE), a iniciativa permi-tiu aumento de 500% na confec-ção de placas de revestimento,para produção de móveis, a par-tir do aproveitamento do endocar-po do coco (quenga).

Segundo o técnico do SENAI-CEresponsável pelo projeto, Paulo Hy-der, o primeiro passo na Ecoce foiinvestir na realização de um diag-

nóstico econômico e social da em-presa, onde foi constatada a neces-sidade de modernização do proces-so de produção da pequena fábricalocalizada no município de Umirim,região Norte do Estado. Antes ex-clusivamente manual e rudimentar,a linha de produção passou a sermecanizada.

Em seguida, foi feito um trabalhode identidade visual em todos ossetores da fábrica, desde o car-tão de visita, ao fardamento dosfuncionários. �Usamos diversas áre-as do conhecimento, da mecânica aodesign gráfico, para gerar condi-ções satisfatórias que garantissema sobrevivência do negócio. O re-sultado foi a transformação de umprocesso artesanal, mas inovador,em uma empresa que pode serexemplo para todo o país�, res-salta Paulo Hyder.

Hoje, a empresa está localizadano município do Eusébio, regiãometropolitana de Fortaleza.

Segundo o diretor presidenteda Ecoce, Cairo Guimarães, o pro-jeto desenvolvido pelo SENAI-CE foiresponsável pela sobrevivência doseu negócio. �Utilizar o endocar-po do coco para produção demóveis é algo inovador, mas sozi-nhos e sem tecnologia estávamosnaufragando. Nosso sonho, noentanto, tornou-se viável com ainserção do conhecimento advin-do do SENAI, que apontou o cami-nho certo para o sucesso do negó-cio�, diz o empresário. Augusto estáfinalizando a confecção de uma com-pleta linha de móveis ambientais, feitaa partir do endocarpo do coco, paraa abertura do seu primeiro showroom em Fortaleza.

O fundador da empresa cearen-se Nuteral, doutor em Ciências deAlimentos pela Universidade de SãoPaulo (USP), Augusto Guimarães,também apresentou seu caso desucesso. A Nuteral nasceu no Par-que de Desenvolvimento Tecnológi-

co (Padetec) da Universidade Fede-ral do Ceará, onde ficou 18 mesesincubada para fazer o desenvolvi-mento tecnológico e o processo defabricação industrial de alimentopara nutrição enteral ou oral e die-tas em pó instantâneo.

Atualmente, a Nuteral atua nosramos da nutrição clínica, suplemen-tos nutricionais e ingredientes nutri-cionais. A produção industrial teveinício com a linha clínica de alimen-tos para nutrição enteral ou oral, àqual se seguiram a linha de suple-mentos nutricionais e a divisão deingredientes nutricionais, em par-ceria com a DMV International, daHolanda, a quarta maior compa-nhia mundial no processamentode derivados do leite.

Em 2000, a Nuteral foi escolhi-da pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) eo Serviço Brasileiro de Apoio às Mi-cro e Pequenas Empresas (Sebrae)para compor livro e cd-rom, quereúnem 60 exemplos de inovação

‘‘Discutir como gerar elevar tecnologia deforma simples e dire-ta para dentro dasempresas é um fator

decisivo para melhorar a economiae fazer o país voltar a crescer em ní-veis que garantam o bem-estar de to-dos.� A afirmação é do presidente daFederação das Indústrias do Estadodo Ceará (FIEC), Roberto Proençade Macêdo, na abertura do FórumEstadual de Tecnologia, promovidono dia 5 de outubro pela Confede-ração Nacional da Indústria (CNI),com apoio do Instituto Euvaldo Lodido Ceará (IEL-CE), na sede da FIEC.

O encontro reuniu empresários,

pesquisadores, alunos e professoresuniversitários, para discutir e apresen-tar soluções visando à inserção de no-vas tecnologias ao setor produtivo na-cional. Na ocasião, foi apresentada aproposta de modernização da enge-nharia brasileira, por meio do progra-ma Inova Brasil, e divulgados casos desucesso da indústria cearense.

O evento no Ceará faz parte deuma série de encontros que estãosendo promovidos pela CNI em di-versos estados do país. Ao final, umposicionamento oficial do empresa-riado, sobre políticas que devemser desenvolvidas em prol da ino-vação na indústria, vai ser fechadodurante o 2° Congresso Brasileiro

de Inovação � marcado para abrilde 2007. A idéia é dar suporte aonovo governo na implementaçãodas ações relacionadas ao tema.

O diretor de Ciência e Tecnolo-gia da FIEC, Francisco José LimaMatos, também enalteceu o papelda CNI como indutor do processode melhoria tecnológica da indús-tria nacional. Segundo ele, a enti-dade tem procurado criar um am-biente favorável para que as boasidéias, que nascem nas universida-des e fazem sucesso, possam serconhecidas do restante do país.�Esse fórum de debates certamen-te trará resultados significativos paraa tão almejada integração entre o

meio acadêmico e o setor produti-vo�, disse.

Durante o encontro na FIEC, o as-sessor da diretoria do DepartamentoNacional do Serviço Nacional deAprendizagem Industrial (SENAI-DN),Marcos Maciel Formiga, apresen-tou o programa Inova Engenharia.A iniciativa, que reúne 17 institui-ções do setor público, privado eacadêmico, foi criada pela CNI, emmaio deste ano, para promoveruma ação de mobilização nacionalem favor da modernização na edu-cação da engenharia brasileira. Oexecutivo do SENAI afirmou que aatividade é essencial para o proces-so de inovação tecnológica da in-

Marcos Formiga: ��Opaís hoje só forma20 mil profissionaisde engenharia por ano��

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tecnológica no programa Tecnologiae Inovação para a Indústria. Em2002, a Nuteral recebeu o prêmioEmpresa do Ano da Anprotec (As-sociação Nacional de Entidades Pro-motoras de Empreendimentos deTecnologias Avançadas).

A Nuteral foi pioneira no Ceará naadesão ao Programa Produção maisLimpa (P+L), criado pelo Programadas Nações Unidas para o Meio Am-biente (Pnud). Em 2004, a Nuteralpatenteou e lançou comercialmente oprimeiro suplemento nutricional des-tinado ao controle de peso e obesi-dade baseado no conceito de equilí-brio funcional do organismo.

Também em 2004, a Nuteral re-cebeu a Medalha do Conhecimento,criada pelo Ministério do Desenvol-vimento, Indústria e Comércio(MDIC), em parceria com a CNI e oSebrae. O prêmio é concedido aosdez empresários que mais contribu-íram para o desenvolvimento tecno-lógico e industrial do país.

nova diretoria da Con-federação Nacional daIndústria (CNI), que to-mou posse no dia 16 deoutubro, tendo à frente

o presidente reeleito Armando Mon-teiro Neto, deverá ter, como pontode partida, o desafio maior de for-talecer a representatividade da CNI,como entidade máxima do setor in-dustrial brasileiro. A opinião é do pre-sidente da FIEC, Roberto Proençade Macêdo, que considera, tam-bém, que a representatividade deveconstituir o foco motivador das diver-sas ações a serem empreendidas.

Para Roberto Macêdo, porém,está claro que a questão da repre-sentatividade não é uma responsa-bilidade exclusiva da Confederação,mas um objetivo a ser compartilha-do conjuntamente por ela e pelasfederações de indústrias nos váriosEstados brasileiros. �É um elemen-to a ser aprofundado pela diretoriada CNI, quanto aos termos da suaconcepção e diretrizes para a suaimplementação�, destaca.

O presidente da FIEC entende quea CNI terá que manter a linha dedefesa de políticas voltadas para odesenvolvimento das empresas indus-triais, dando sua contribuição ao cres-cimento do país. Segundo ele, já estásuperado o ciclo do controle da in-flação e abre-se agora um momen-to novo para a expansão da ativida-de econômica, em todos os setores.�Entre esses, a indústria necessita serliberada dos entraves para crescer,marcando uma presença mais ativatanto no mercado interno como noexterno�, afirma.

Para Roberto Macêdo, outro as-pecto que deve ser pautado pela CNIé o exercício de uma liderança pró-ativa no Sistema S, que está sob orisco permanente de ser reduzidoou suprimido. �Na redução do cus-to Brasil, o governo federal não estádisposto a fazer concessões no sis-tema tributário, eliminando impos-tos, taxas, ou reduzindo alíquotas.Em compensação, a tendência sedireciona para cortar as contribui-ções feitas ao Sistema S��, declarao presidente da FIEC.

Roberto Macêdo reforça seu po-sicionamento, em relação ao Siste-ma S, afirmando que ele tem umacontribuição efetiva prestada aopaís. �Seu enfraquecimento se re-

fletirá sobre as empresas e, por ex-tensão, na economia nacional. A CNIpoderá exercer uma ação de lide-rança, conduzindo o sistema parareagir a pressões do governo fede-ral. Ou poderá trabalhar com focono SESI e SENAI�, pondera.

Na avaliação do presidente daFIEC, será tarefa da CNI, ainda, co-brar o cumprimento das propostascontidas no documento que a enti-

dade entregou a cada um dos can-didatos à Presidência da República.�O documento é suficientemente cla-ro e objetivo�, destaca. Com rela-ção a isso, ela acha que os drásticoscortes nos investimentos públicos co-locam em mesmo nível de priorida-de as infra-estruturas social e física.

�Na infra-estrutura social, o SESIe o SENAI poderão conveniar com ogoverno federal para se tornaremexecutores, em todos os Estados, deprojetos de interesse da sociedadebrasileira. Já na infra-estrutura físi-ca, as empresas ligadas à constru-ção civil e setores coligados pode-rão contribuir na execução direta deprojetos, não podendo ficar esque-cidas as Parcerias Público-Privadas(PPP)�, destaca Roberto Macêdo.

Quanto à legislação, o presiden-te da FIEC aponta que deve ficarregistrado, efetivamente, que nuncase procedeu a uma reforma daConstituição de 1988. Para ele, asreformas parciais que transitaram noCongresso Nacional pouco agrega-ram em termos de benefícios, os

quais a sociedade brasileira espera atanto tempo. �Por conseguinte, os vá-rios temas de Reforma Constitucionaldevem ser retomados�, avalia, paracompletar: �A CNI tem vários de seusmembros com assento no CongressoNacional. É válido esperar que reali-zem um trabalho suprapartidário nes-se sentido, induzindo uma mudançade atitude por parte do Congresso emsua inteira abrangência�.

Roberto Macêdo diz, também, quea carga tributária e a política de jurossão dois temas que caminham juntos.�Existe uma política de expropriaçãoindevida das empresas industriais me-diante as políticas praticadas nessesdois segmentos. A CNI tem sua visão

suficientementedefinida no docu-mento entregueaos candidatos àPresidência da Re-pública e, após osegundo turno,necessita apenascobrar, combinan-do a pressão dosindustriais com as-sento no Legislati-vo e as pressõesdas lideranças nosvários estados daFederação.�

O presidenteda FIEC entendeque, no atual es-tágio, a indústrianacional nãoestá em condi-ções de compe-

tir internacionalmente em pé de igual-dade com outros países. �A desone-ração tributária nas exportações nãoé suficiente. A infra-estrutura viária,os custos portuários ou aeroportuá-rios e a desarticulação dos váriossistemas de controle presentes nosportos e aeroportos representamencargos que são mais pesados noBrasil do que no exterior�, alerta.

Por outro lado, diz Roberto Ma-cêdo, a taxa de câmbio merece umaatenção específica. �A CNI poderáservir de intermediária das empresasindustriais, no sentido de encontrarmedidas compensatórias da simplesflutuação espontânea da taxa de câm-bio. Na mesma linha, ele ponderaque a CNI poderá tomar a iniciativada execução de projetos que se es-tendam aos Estados, com o objetivode induzir as empresas brasileiras arealizarem exercícios de mudançasnos seus custos de produção, de modoa minimizar perdas ou, quando pos-sível, competir no mercado, mesmocom as taxas conjunturalmente pre-valescentes�, encerra.

Roberto Macêdo

Entre os desafios da indústria brasileira para o próximo

ano, estão o fortalecimento da representatividade

da CNI e a defesa de políticas voltadas

ao desenvolvimento das empresas

A

dústria nacional e, conseqüente-mente, para o desenvolvimentobrasileiro.

Ele argumentou que, nos anos60, o Brasil formava cerca de 60mil engenheiros por ano, o mesmonúmero que os países asiáticos,como a Coréia, formam atualmen-te. Entretanto, hoje, no país, sãograduados apenas cerca de 20 milprofissionais por ano. �Cremos queesse fato contribui decisivamentepara o baixo crescimento brasilei-ro na atualidade, uma vez que aengenharia é um elemento-cha-ve nesse processo, por se tratarde atividade geradora da inova-ção nos setores econômicos�, dis-se Marcos Formiga.

O representante da CNI defen-deu uma maior aproximação entreos cursos de engenharia e o setorprodutivo nacional. Para ele, o de-safio é integrar a educação de en-genharias com o sistema produti-vo: �Precisamos estimular os cur-sos e a pesquisa a terem um focomais centrado nas necessidades dasempresas e no desenvolvimento tec-nológico e econômico do país�.

Marcos Formiga citou, ainda,uma pesquisa realizada pela CNI,que ouviu 120 grandes e médiasindústrias, sobre o perfil do enge-nheiro que o país precisa. Os da-dos revelaram que, apesar do bomnível dos profissionais no merca-do, eles necessitam desenvolverem maior grau a atitude empre-endedora, capacidade de gestão,de comunicação, de liderança eo trabalho em equipes multidisci-plinares. �O processo de inovaçãotecnológica no país passa pela pre-sença de mais engenheiros nas in-dústrias e fazendo pesquisa. Esseé um dos alvos da CNI�, finalizou.

aponta novos desafios para a CNI

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nergia eólica, solar, das ondas ebiomassa. O Ceará tem se conso-lidado como campo fértil na gera-ção de energias alternativas e re-nováveis. Sedimentado como

pólo de geração eólica, o Estado foi o pri-meiro no país a lançar o Atlas Eólico, hácinco anos, documento que mostra o per-fil favorável à instalação de investimen-tos privados na área da energia dos ven-tos. Também foi precursor ao implantaros parques eólicos da Prainha (10 MW),Taíba (5 MW) e Mucuripe (2,4 MW), ain-da na década passada.

Agora, a Eletrobrás pretende manter ofoco também na geração de energia pormeio de biomassa e usinas de ondas domar. Até o final do ano, deve ser lançadoo edital para construção de dois protóti-pos da usina de ondas que ficará no que-bra-mar do Porto do Pecém.

O investimento inicial do projeto seráem torno de R$ 4 milhões, sendo 50%do Estado e 50% da Eletrobrás. A pri-meira usina de ondas das Américas vaigerar apenas 500 KW. No entanto, porser pioneira, a iniciativa demonstra aousadia e o interesse do Estado emavançar na exploração do potencial degeração da costa local.

No campo da energia solar, o Cearátem potencial para se tornar, nos próxi-mos dois anos, pioneiro também na ge-ração, em larga escala, desse tipo de ener-gia, entende o coordenador de Energiada Secretaria de Infra-Estrutura do Esta-do (Seinfra), Adão Linhares, durante o Fó-rum e Exposição das Energias Alternati-vas do Brasil (Power Future 2006), ocor-rido em setembro, no Centro de Conven-ções Edson Queiroz, em Fortaleza.

O encontro, na opinião do presidentedo Centro de Energias Alternativas doCeará (Cenea), Alcântara Macedo, de-monstra, a cada ano, a importância queas energias alternativas têm na matrizenergética brasileira, bem como a posi-ção de destaque do Ceará nesse campo.A edição deste ano colocou em debate amorosidade para a implantação dos par-ques eólicos da primeira fase do Progra-ma de Incentivo às Fontes Alternativasde Energia (Proinfa I).

�Entre os entraves identificados, estáo fato de só possuirmos uma única fá-brica de aerogeradores, que produzmodelos já superados, em nível mun-

dial. Outra questão é que, devido à de-mora na implantação dos parques, ospreços dos equipamentos aumentarame não correspondem mais ao investi-mento planejado. Mas esse é um proble-ma exclusivamente conjuntural. Logo, aenergia eólica começará a ser utilizadacom maior efetividade�, projeta Macedo,para quem a atuação do Cenea é estraté-gica na promoção do desenvolvimento tec-nológico desse setor.

Comprovando a teoria de AlcântaraMacedo, durante o encerramento do Po-wer Future 2006, foi firmado acordo paraa criação do Centro de Formação e Trei-namento Tecnológico de Energia Eólica,voltado à educação básica, técnica e su-perior, visando ao treinamento de cercade 400 pessoas da comunidade de SãoGonçalo do Amarante, interior cearen-se. A idéia é formar mão-de-obra qua-lificada para trabalho com equipamen-tos de energia eólica.

O acordo prevê a mútua participaçãotécnica, científica e financeira, cabendoà empresa alemã o financiamento deequipamento e laboratório. A previsão éque o programa tenha início a partir do2º semestre de 2007, logo após a insta-lação da fábrica em território cearense.O objetivo é atrair indústrias da área deenergias alternativas para o Ceará.

�O Ceará tem uma cultura própria einovadora no campo das energias reno-váveis�, sentenciou Segen Estefen, pes-quisador do Programa de EngenhariaOceânica da Coordenação dos Progra-mas de Pós-Graduação e Pesquisa emEngenharia (Coppe), da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Estefen foi um dos palestrantes do en-contro, sendo portador do anúncio so-bre o Plano Nacional de Energias Re-nováveis do Mar, que está em fase denegociação com a Eletrobrás. Desenvol-vido pela Coppe/UFRJ, o plano reúneprojetos direcionados a dois objetivos:levantar a potencialidade das ondas emarés brasileiras e buscar tecnologiaspara converter as energias advindas domar em eletricidade.

A execução do projeto, segundo ele, de-manda investimentos da ordem de R$ 16milhões, a serem aplicados em pesquisa,desenvolvimento e inovações, durante operíodo de 5 anos, com retorno garantido.�O mar tem muito campo a ser explorado.Daqui a 15 anos, a energia vinda deleterá potencial para competir comercial-mente com a energia eólica, que nessaépoca já estará consolidada�, preconiza.

A maior vantagem das energias re-nováveis, na opinião de Estefan, é ofato de serem complementares. �Aenergia das ondas e marés não tendea ser hegemônica. A exemplo da eóli-ca ou solar, ela é complementar. Alémdisso, não polui o meio ambiente, nãotraz prejuízo à fauna nem libera ga-ses do efeito estufa�, completa.

ENERGIAALTERNATIVAO Ceará tem se consolidado comocampo fértil na geração de energiasalternativas e renováveis E

Parqueeólico doMucuripe

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